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LÓGICA FORMAL E FALÁCIA Introdução à Lógica Silogismo Falácia Exercícios de Fixação

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Page 1: LÓGICA FORMAL E FALÁCIA2

LÓGICA FORMAL E FALÁCIA

Introdução à LógicaSilogismoFaláciaExercícios de Fixação

Page 2: LÓGICA FORMAL E FALÁCIA2

É lógico que...

As palavras lógica e lógico são usadas por nós para significar:

1. ou uma inferência: visto que conheço x, disso posso concluir y como conseqüência;

2. ou a exigência de coerência: visto que x é assim, então é preciso que y seja assim;

3. ou a exigência de que não haja contradição entre o que sabemos de x e a conclusão y a que chegamos;

4. ou a exigência de que, para entender a conclusão y, precisamos saber o suficiente sobre x para conhecer por que se chegou a y.

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Diante da mudança, da repentina ou contínua transformação que se pode observar nos seres, no mundo ao redor de si, a pessoa é levada a buscar explicações, respostas que consigam dar a entender as razões e as formas pelas quais isso se passa assim e, não, de outro modo.

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LÓGICA

Atualmente, pode-se pensar que a Lógica é a parte da Filosofia que se volta para o estudo e discussão da construção do pensamento.

Em grandes linhas, a Lógica pode ser subdividida em:Lógica formal (aristotélica)Lógica dialética

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Lógica Formal

A Lógica Formal é aquela preocupada com os elementos fundamentais do pensamento e as regras que os regem. Sobretudo, atenta-se à FORMA de organização do pensamento.

A Lógica Formal vai postular, também, princípios da pensamento correto, bem como identificar suas contradições e erros mais comuns.

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O objeto da lógica é a proposição, que exprime, através da linguagem, os juízos formulados pelo pensamento. A proposição é a atribuição de um predicado a um sujeito: S é P. O encadeamento dos juízos constitui o raciocínio e este se exprime logicamente através da conexão de proposições; essa conexão chama-se silogismo.

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A proposição

Uma proposição é constituída por elementos que são seus termos. Aristóteles define os termos ou categorias como “aquilo que serve para designar uma coisa”. São palavras não combinadas com outras e que aparecem em tudo quanto pensamos e dizemos.

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Para a Lógica Formal, o pensamento humano se processa mediante os seguintes elementos fundamentais:

Conceito (a designação do ser).Juízo (a relação de dois conceitos,

afirmando ou negando a identidade entre ambos).

Raciocínio (a relação de dois ou mais juízos extraindo deles uma conclusão.

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CONCEITO - exemplos

Termo que designa a “identidade” de um ser – algo como um “nome”.

LeonidesJanelaAulaMedusaNomeBatata

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A “extensão” de um termo

Um termo pode ser classificado quanto à sua “extensão”; isto é, quanto à quantidade de indivíduos ou seres da mesma espécie que disser respeito, envolver. Assim, o termo pode ser:

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1. gênero: extensão maior, compreensão menor. Exemplo: animal;

2. espécie: extensão média e compreensão média. Exemplo: homem;

3. indivíduo: extensão menor, compreensão maior. Exemplo: Sócrates.

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A extensão é inversamente proporcional à compreensão, de forma que quanto menos compreensível é um ser maior a extensão de seres a que pode se referir sua definição – quanto menos compreensível for uma designação de um ser, mais predicativos devem-se-lhe acrescentar para que seja conhecido pelo sujeito.

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Do ponto de vista da qualidade, as proposições de dividem em:afirmativas: as que atribuem alguma coisa a

um sujeito: S é P.negativas: as que separam o sujeito de

alguma coisa: S não é P.

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Juízo - exemplos

Operação mental que consiste em afirmar ou negar relação entre dois conceitos. Também é designado de “proposição”.

A porta está aberta.O céu é azul.O cachorro dorme.A medusa é uma figura mitológica.

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Do ponto de vista da quantidade, as proposições se dividem em:UniversaisParticularesSingulares

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Proposição (juízo) Universal

Quando diz respeito a TODOS os indivíduos de uma mesma espécie, sem exceção. Faz uso das expressões “todo”, “nenhum” (universal negativo), ou outro termo coletivo:

TODOS os seres humanos são racionais.NENHUM ser humano é imortal.OS HUMANOS são bípedes.

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Proposição (juízo) Particular

Quando diz respeito a uma PARCELA de uma totalidade ou universalidade de indivíduos de uma mesma espécie. Faz uso de expressões como “ALGUNS”, “PARTE”, ou outro termo semelhante que indique subdivisão, partição:

Alguns brasileiros são paulistas.

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Proposição (juízo) Singular

Quando diz respeito a UM ÚNICO INDIVÍDUO, seja de que categoria ou espécie for. Faz uso de expressões como “ESTE” ou outros termos individualizantes:

João é um estudante.Esta é uma mesa.Isto é uma camisa.

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Raciocínio - Exemplo

Operação mental que consiste na relação entre dois ou mais juízos extraindo deles uma conclusão (outro juízo) pertinente.

Os seres humanos são racionais.Ora, Guilholm é racional.Logo, Guilholm é humano.

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Aristóteles elaborou uma teoria do raciocínio como inferência. Inferir é tirar uma proposição como conclusão de uma outra ou de várias outras proposições que a antecedem e são sua explicação ou sua causa.

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Características do silogismo

1. é mediato: exige um percurso de pensamento e de linguagem para que se possa chegar a uma conclusão;

2. é dedutivo: é um movimento de pensamento e de linguagem que parte de certas afirmações verdadeiras para chegar a outras também verdadeiras e que dependem necessariamente das primeiras;

3. é necessário: porque é dedutivo (as conseqüências a que se chega na conclusão resultam necessariamente da verdade do ponto de partida).

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SILOGISMO

De acordo com a Lógica Formal, o conjunto de regras que direciona a construção de um raciocínio correto é o SILOGISMO (ou regras do bem pensar).

O Silogismo classifica as partes de um raciocínio em Premissas e Conclusão.

As Premissas são MAIORES ou MENORES em razão da Extensão dos conceitos que apresentam.

Termo Médio é aquele que relaciona o conceito da Premissa Maior com o conceito da Premissa Menor. Deve ser essencial à definição do conceito.

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Necessariamente, o termo MAIOR aparece em uma das premissas e na conclusão, o termo médio nas duas premissas, estabelecendo ligação entre elas (mediando, daí termo médio), e o termo menor na outra premissa que não a do termo maior e na conclusão.

Premissa: Maior médio

Premissa: menor médio

Conclusão: menor Maior

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TIPOS DE RACIOCÍNIO

De acordo com a Lógica Formal, os raciocínios podem ser, basicamente, dedutivo, indutivo e transdutivo.

Dedutivo: quando parte de uma Premissa Maior, atribuindo aos conceitos singulares ou particulares as características do conceitos universais.

Todos os humanos são racionais;Guilholm é racional;

Portanto, Guilholm é humano.

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Indutivo: quando, a partir da enumeração de predicativos de conceitos particulares, generaliza-se uma condição para o conjunto ao qual pertencem os indivíduos enumerados.

O objeto 1 é de ferro e se dilata com o calor.O objeto 2 é de ferro e se dilata com o calor.O objeto 3 é de ferro e se dilata com o calor....O objeto “n” é de ferro e se dilata com o calor.Logo, o ferro se dilata com o calor.

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Transdutivo: quando se busca atribuir qualificativos de um conceito para outro, sendo que ambos são da mesma extensão.

Os homens são racionais.As mulheres são racionais.Logo, homem e mulheres são racionais.

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Como a Lógica Formal se preocupa com a FORMA do pensamento ou argumentação, nem sempre é necessária atenção ao CONTEÚDO das afirmações para deduzir a verdade da conclusão. O raciocínio dedutivo, por exemplo, apresentará, sempre, a seguinte estrutura:

Se A = B

Se B = C

Logo, necessariamente, A = C!!

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Exercícios de Lógica – I

04 exemplos de conceito03 exemplos de juízo03 exemplos de raciocínio, sendo

01 dedutivo01 indutivo01 transdutivo

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Lógica Formal

A Lógica Formal indica, também, alguns Princípios que devem regular o pensamento, a fim de que o mesmo não se equivoque.

São eles:Princípio de identidadePrincípio da não-contradiçãoPrincípio do Terceiro Excluído

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Lógica Formal

Princípio de Identidade A é igual a A; o que é, é; o que não é, não é!

Princípio da não-contradiçãoSe A é diferente de não-A, se A é verdadeiro,

não-A é falso; nada pode ser e não ser, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto!

Princípio do Terceiro ExcluídoÉ preciso ser A ou não-A, não existe uma

terceira possibilidade; De duas afirmações contraditórias, uma é necessariamente verdadeira!

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Teoria das 04 CAUSAS - Causalidade

Material: a “matéria”, aquilo de que é feito um ser.

Formal: a “essência”, aquilo que é o aparecer, que faz uma coisa ser ela e não outra.

Eficiente: é o “agente”, a “causa geradora”, transformadora, atualizadora, quem faz.

Final: é o “fim”, o para que de um ser, a sua razão de ser/existir.

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Obs.: a causa final é a última na realização, mas a primeira na “intenção”.

Exemplo: MESA

Matéria: madeira

Forma: (de) mesa

Eficiente: carpinteiro

Final: ser utilizada como apoio, superfície de sustentação de outros objetos.

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A teoria da causalidade, juntamente com o conceito de “mudança” são importantes na teoria aristotélica, diante da discussão sobre a unicidade ou multiplicidade dos seres.

MUDANÇA é a passagem da potência ao ato, sendo entendida a potência como a capacidade ou qualidade de um ser ainda não manifestada, mas que pode vir a ser, a se atualizar. Ato é o ser em seu estado atual, já realizado. Seres em ato podem conter potencialidades. Uma potencialidade só se atualiza mediante a ação de um ser em ato.

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A árvore é um ser atualizado, que já existe.

Dentro da semente (ser em ato) dessa árvore existe, em potência, outra árvore que precisa se desevolver.

Toda mulher, potencialmente, pode vir a ser mãe. Essa capacidade é uma característica da “espécie” e do gênero.

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ATENÇÃO!!

Deve-se, sempre, observar quais as características ESSENCIAIS de uma espécie. A ausência de alguma dessas características (ou presença de outras não essenciais) é um acidente: um atributo circunstancial. E quando incide sobre o indivíduo, não invalida a característica da espécie (gênero).

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“Acidentes”!!

O ser humano é um animal racional.

Alguém que é anencefálico, mesmo sem a capacidade de raciocínio – o que é uma característica essencial da espécie – não deixa de ser humano, ainda que vítima de um “acidente”.

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Exercícios de Lógica - II

02 exemplos de “causalidade” (04 causas)

02 exemplos de “mudança”01 exemplo de “acidente”

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FALÁCIA

Falácia é um argumento construído falsa ou erroneamente.

É conhecida, também, como paralogismo ou sofisma. A distinção estaria em que no paralogismo não haveria a intenção de enganar o interlocutor.

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FALÁCIA

As FALÁCIAS podem ser: Formais – quando contrariam as regras

do raciocínio correto;

Não-Formais – quando os erros decorrem de “inadvertência ou falta de atenção ao nosso tema, ou então porque somos iludidos por alguma ambigüidade na linguagem usada para formular nosso argumento” (Irving Copi).

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Falácias Não-Formais

Muitas falácias decorrem do fato de algumas premissas serem irrelevantes para a aceitação da conclusão, mas são usadas com a função psicológica de convencer, mobilizando emoções como medo, entusiasmo, hostilidade ou reverência.

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Falácias Não-Formais

Argumento de AutoridadeTipo de indução aceitável, desde que a

autoridade fosse um especialista, tornando-se irrelevante se, por exemplo, recorremos à autoridade do cientista Einstein para justificar posições religiosas ou ao jogador Pelé para avaliar política.

Trata-se de recurso desviante, em que é usado o prestígio da autoridade para outro setor que não é da competência do especialista.

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Falácias Não-Formais

Argumento Contra o Homem (Argumento de Autoridade às Avessas)

Pejorativo e ofensivo, ele ocorre quando consideramos errada uma conclusão porque parte de alguém por nós depreciado. Ao refutar a verdade, atacamos o homem que fez a afirmação, como desmerecer o valor musical de Wagner a partir de sua adesão aos movimentos anti-semitas.

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Falácias Não-Formais

Falácia de AcidenteConsiste em considerar essencial algo que não

passa de acidente; ouaplicar o que é válido como regra geral em

circunstâncias particulares e “acidentais” em que a regra se torna inaplicável.

Por exemplo, concluir que a medicina é inútil devido ao erro de um médico, ou pessoas excessivamente moralistas e legalistas, desejosas de aplicar cegamente as normas e as leis, independentemente da análise cuidadosa das circunstâncias específicas dos acontecimentos.

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Falácias Não-Formais

Ignorância da QuestãoConsiste em se afastar da questão, desviando a

discussão para outro lado.Exemplo: um advogado habilidoso, que não tem como

negar o crime do réu, enfatiza que ele é bom filho, bom marido, trabalhador, etc.; ou, ainda, o deputado que defende o governo acusado de corrupção em comissão de inquérito não se detém para avaliar os atos devidamente comprovados, mas discute questões formais do relatório da comissão ou enfatiza o pretenso revanchismo dos deputados oposicionistas.

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Falácias Não-Formais

Petição de Princípio (ou Círculo Vicioso)Consiste em supor já conhecido o que é objeto

da questão; nem sempre se descobre à primeira vista que a afirmação da conclusão está presente entre as premissas.

Ex: “Por que o ópio faz dormir? Porque tem uma virtude dormitiva”;

“Permitir a todos os homens uma liberdade ilimitada de expressão deve ser sempre, de um modo geral, vantajoso para o Estado; pois é altamente propício aos interesses da comunidade que cada indivíduo desfrute de liberdade, perfeitamente ilimitada, para expressar os seus sentimentos”.

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Falácias Não-Formais

EquívocoDecorrem de ambigüidades e falta de

clareza, quando conceitos ou frases não são suficientemente esclarecidos ou são empregados com sentidos diferentes nas diversas etapas da argumentação.

Ex: “O fim de uma coisa é a sua perfeição; a morte é o fim da vida; logo a morte é a perfeição da vida”.

“Todo dono de banco é rico; este mendigo é dono de um banco; logo, este mendigo é um homem rico.”

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Exercícios sobre Falácias

1. Todos os homens são racionais. Ora, as mulheres não são homens, portanto, as mulheres não são racionais.

2. Os cozinheiros vêm preparando comida há gerações e gerações, de modo que nosso cozinheiro deve ser um autêntico especialista.

3. Meu cliente é o único amparo de seus velhos pais. Se for para a prisão, eles ficarão à míngua. Portanto, senhores, membros do júri, o único veredito justo é o de “inocente”!

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4. O velho Juca jura que viu um disco voador pousar na sua fazenda. Mas ele mal sabe ler e escrever, e não sabe nada sobre o que os cientistas têm escrito sobre o assunto. Portanto, seu relato não tem possibilidade de ser verdadeiro.

5. Um bom médico salva a maioria dos seus pacientes porque tem uma sólida formação médica, pois um homem com uma sólida formação médica é um médico que cura a maioria dos seus pacientes.

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Explique porque o trecho a seguir se trata de uma falácia:

“André Maurois conta humoristicamente a história de um estudante de Oxford que se sentia mal após beber várias doses de uísque e soda. Seguindo conselho médico, abandona o uísque e passa a ingerir brandy e soda; como não cessavam seus males, passa para o gim e soda. Sempre doente, conclui: ‘Definitivamente, a soda me faz um mal incrível’.”

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Exercícios (resolução 1)

Como os testes demonstraram que foram precisos, pelo menos, 2,3 segundos para manobrar a culatra do rifle de Oswald, é óbvio que Oswald não poderia ter disparado três vezes – atingindo Kennedy duas vezes e Connallye uma vez – em 5,6 segundos ou menos.

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Raciocínio DEDUTIVO

P: os testes demonstraram...C: é óbvio que Oswald...J: Embora a premissa pudesse ter sido

estabelecida indutivamente, o presente argumento pretende afirmar que sua conclusão deduz-se “obviamente” da premissa de que Oswald não podia ter disparado três vezes.

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Exercícios (resolução 2)

Um hortelão que cultiva sua própria horta, com suas próprias mãos, reúne em sua própria pessoa três diferentes caracteres: de proprietário rural, de agricultor e de trabalhador rural. Seu produto, portanto, deveria pagar-lhe a renda do primeiro, o lucro do segundo e o salário do terceiro.

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Raciocínio DEDUTIVO

P: um hortelão que cultiva...C: o produto [...] deveria pagar-lhe...J: O argumento não recorre à experiência

para estabelecer qual é, provavelmente, o caso, mas recorre a princípios de equidade para provar qual devia ser o caso.

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Exercícios (resolução 3)

Nota-se, pela situação do país, pelos hábitos do povo, pela experiência que temos tido sobre esse ponto, que é impraticável levantar qualquer soma muito considerável para a tributação direta. As leis fiscais têm-se multiplicado em vão; novos métodos para aplicar a arrecadação foram tentados inutilmente; a expectativa pública tem sido uniformemente desapontada e as tesourarias estaduais continuam vazias.

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Raciocínio INDUTIVO

A conclusão de que é impraticável levantar qualquer soma muito considerável por tributação direta é inferida da base de que longas experiências com diferentes leis fiscais, diferentes métodos de arrecadação e os hábitos de sonegação de impostos do povo [...] desapontaram a expectativa pública e esvaziaram as tesourarias estaduais.

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Numa certa comunidade mítica, os políticos sempre mentem e os não-políticos sempre a verdade. Um estrangeiro encontra-se com três nativos e pergunta ao primeiro deles se é um político. Este responde à pergunta. O segundo nativo informa, então, que o primeiro nativo negou ser um político. Mas o terceiro nativo afirma que o primeiro nativo é, realmente, um político. Quais desses três nativos eram políticos?

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Se o primeiro nativo é um político, então, ele mente e nega ser um político. Se o primeiro nativo não é um político, então, ele diz a verdade e nega ser um político. Portanto, num ou noutro caso, o primeiro nativo negará ser um político.

Como o segundo nativo disse que o primeiro nega ser um político, ele fala a verdade e é, portanto, apolítico.

O terceiro nativo afirma que o primeiro nativo é um político. Se o primeiro nativo é um político, então, o terceiro nativo diz a verdade e, portanto, é apolítico. Se o primeiro nativo é apolítico, então o terceiro nativo mente e, portanto, é um político. Logo, somente um dos nativos, o primeiro ou o terceiro, é um político e, como o segundo é apolítico, só existe um político entre os três nativos.

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TESTE DE EINSTEIN

Há 5 casas de 5 cores diferentesEm cada casa vive um homem de diferente

nacionalidadeEsses 5 homens bebem diferentes bebidas, fumam

diferentes marcas de cigarros e têm diferentes tipos de animais de estimação.

Nenhum deles tem o mesmo animal, nem fumam a mesma marca de cigarro e nem bebem a mesma bebida.

A QUESTÃO É: “QUEM TEM UM PEIXE COMO ANIMAL DE ESTIMAÇÃO???”

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RESOLUÇÃO

1. O NORUEGUÊS vive na primeira casa.

2. O homem que vive na CASA DO CENTRO bebe LEITE.

3. O NORUEGUÊS vive ao lado da casa AZUL.

4. A CASA VERDE fica do lado esquerdo da CASA BRANCA. Não pode ser no centro porque...

5. O homem que vive na CASA VERDE bebe CAFÉ. (Logo, a casa verde é a segunda da direita para a esquerda, e a última casa da direita é, por conseguinte, BRANCA).

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6. O INGLÊS vive na CASA VERMELHA, no CENTRO, pois é a única casa que ainda não ter cor determinada.

7. Portanto, é do NORUEGUÊS a CASA AMARELA, onde se fuma DUNHILL.

8. O criador de CAVALOS é vizinho do que fuma Dunhill, portanto, do Norueguês, e vive na 2ª CASA.

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NESSE PONTO É QUE SE FAZ NECESSÁRIA A INFERÊNCIA MAIOR!!

9. A correlação, agora, é a seguinte: quem fuma BLUEMASTER bebe CERVEJA; portanto, não pode ser ALEMÃO, pois este fuma PRINCE, nem pode ser DINAMARQUÊS, pois este bebe CHÁ. Como na 1ª CASA está o NORUEGUÊS e na 3ª CASA está o INGLÊS. Sobram, pois, o SUECO e duas opções: a 2ª e a 5ª CASAS. Porém, na 2ª casa já existe um animal de estimação: o CAVALO, donde que a única alternativa é a 5ª CASA, que é preenchida pelo SUECO com seus CACHORROS, fumando BLUEMASTER e bebendo CERVEJA.

Daí a análise:...

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10. O DINAMARQUÊS bebe CHÁ, ficando na 2ª CASA.

Logo, na 4ª CASA fica o ALEMÃO, que fuma PRINCE.

A próxima combinação é que a pessoa que fuma PALL MALL cria PÁSSAROS. Essa combinação só é possível na 3ª CASA, do INGLÊS.

Ora, o homem que fuma BLENDS é vizinho do que cria GATOS e bebe ÁGUA, opções que só se encaixam na 1ª CASA, do NORUEGUÊS.

PORTANTO, LOGICAMENTE, QUEM POSSUI UM PEIXE COMO ANIMAL DE ESTIMAÇÃO É O ALEMÃO, MORADOR DA 4ª CASA!!

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Dilema do Presidiário

Baseado em Umberto Eco

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A penitenciária “Desperados” é destinada aos condenados à pena capital. Todos os que estão encarcerados aí sabem que só têm duas alternativas: morrer ou morrer!

O local é fortemente guardado e, em toda a sua história (de mais de cem anos), jamais alguém conseguiu lograr êxito em tentativas de fuga.

Page 66: LÓGICA FORMAL E FALÁCIA2

O Diretor, porém, em um dia de amabilidade, resolve conceder anistia a um condenado (ou a mais) desde que cumpra (ou cumpram) uma proposta apresentada.

São três, os condenados beneficiados com a proposta.

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A proposta do Diretor é a seguinte:

Cada um dos três condenados será marcado com um círculo em sua nuca;

Os condenados sabem que existem cinco círculos, sendo dois vermelhos e três verdes;

Os três condenados ficarão reunidos em uma sala sem espelhos ou janelas, sem qualquer objeto ou superfície refletora;

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Os condenados podem se movimentar livremente dentro da sala e, mesmo, se comunicar entre si;

Como aquele que sair primeiro, justificando logicamente sua descoberta a respeito da cor de seu círculo, será anistiado, é certo que nenhum dos condenados irá revelar ao seu concorrente a cor do círculo que está impressa no mesmo concorrente;

Page 69: LÓGICA FORMAL E FALÁCIA2

O Diretor, astuta ou maliciosamente, imprime, nos três condenados, os três círculos verdes.

Qual o procedimento utilizado pelos condenados para descobrir a cor de seu círculo??

Eles descobriram!!

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