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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical LODO DO CURTIMENTO PARA A PRODUÇÃO DE MUDAS DE PARICÁ (Schizolobium amazonicum) LORENA DE SOUZA TAVARES C U I A B Á MT, 2010.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

LODO DO CURTIMENTO PARA A PRODUÇÃO DE

MUDAS DE PARICÁ (Schizolobium amazonicum)

LORENA DE SOUZA TAVARES

C U I A B Á – MT, 2010.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

LODO DO CURTIMENTO PARA A PRODUÇÃO DE

MUDAS DE PARICÁ (Schizolobium amazonicum)

LORENA DE SOUZA TAVARES

Engenheira Florestal

Orientadora: Profª. Dra. WALCYLENE L. M. PEREIRA SCARAMUZZA

Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Mestre em Agricultura Tropical.

C U I A B Á - MT

2010.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta dissertação aos meus pais, Alvinho

Cândido Tavares e a Maria Lina de Souza

Tavares, que sempre me apoiaram, incentivaram e

torceram por mim durante esses dois anos que se

passaram. Ao meu irmão Romário Jonathas de

Souza Tavares que fez meu papel de “filho”

enquanto eu estava longe de meus pais.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, pela minha existência, pelas pessoas maravilhosas que

colocou em minha vida, pelos seus ensinamentos que me guiam por

caminhos seguros e pelas muitas vitórias alcançadas.

Aos meus pais, Alvinho e Maria Lina por terem me proporcionado a

oportunidade dos estudos, pois sei o quanto batalharam para me oferecer o

melhor, à vocês que são minhas referências de vida, o meu maior

agradecimento.

Ao meu irmão, Romário, que cuidou dos meus pais enquanto eu

estava ausente, dando a eles todo o amor e atenção que precisavam.

À profª. Dra. Walcylene L. M. P. Scaramuzza, pela orientação, pelo

respeito, confiança, auxílio, força e transmissão de seus conhecimentos, que

foram fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho.

À profª. Dra. Oscarlina L. dos S. Weber, pela co-orientação, pela

dedicação, paciência, apoio e “injeções” de ânimo, que foram essenciais

para que eu concluísse este trabalho.

Também ao Prof. Dr. José Fernando Scaramuzza e Prof. Dr. Fábio

Alvares de Oliveira, por gentilmente aceitarem o convite de participar da

banca examinadora e pelas sinceras e válidas contribuições.

Ao amigo, Prof. PhD. Arno Brune que mesmo de longe, foi solícito;

Aos meus amigos: Franciele Valadão e Daniel Valadão, Everton

Oliveira, Fabio Kempim, Liliane Barros, Rafael Henrique, André Bressiani,

Ernani Possato, Kelly Maas, Greyce Maas, Érica Vitória e Flávia Renata,

pessoal obrigada por tudo! Aos colegas do laboratório de nutrição de plantas

Leonardo Nascimento e Gian Martins e às funcionárias Maria Souza e

Berenice Rodrigues, obrigada pelo apoio.

Aos amigos da ICM e em especial ao Alexandre Lopes, que torceram

e acompanharam os meus momentos de fraquezas e vitórias bem de perto.

E finalmente, à CAPES pelo apoio financeiro.

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LODO DO CURTIMENTO PARA A PRODUÇÃO DE MUDAS DE

PARICÁ (Schizolobium amazonicum)

RESUMO - A produção de couro gera quantidades significativas de

resíduos, entre eles o lodo, resultante da etapa de curtimento com cromo,

que possui elevado teor de nutrientes e potencial corretivo de acidez,

tornando-se interessante para a etapa de produção de mudas de espécies

florestais, que exigem grandes quantidades de insumos e fertilizantes.

Assim, objetivou-se neste estudo: verificar a influência do lodo do curtimento

nos atributos do solo; averiguar a influência do lodo do curtimento nas

características morfológicas e nutricionais das plantas e recomendar a

melhor dose de lodo para a produção de mudas de paricá. O experimento foi

instalado em casa-de-vegetação em delineamento inteiramente casualizado

com cinco tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos consistiram na

aplicação do lodo nas doses 0,0; 1,5; 3,0; 4,5 e 6,0 g kg-1 + NPK + calcário

num Cambissolo húmico, considerando como unidade experimental sacos

plásticos com 3,5 kg de solo contendo uma planta de paricá. Observou-se

que o lodo de curtimento tem potencial corretivo de acidez do solo, com

aumento pouco expressivo dos indicadores de salinidade, sodicidade e do

teor de cromo disponível. O uso do lodo do curtimento não afetou as

características morfológicas das mudas de paricá, porém propiciou aumento

nos teores K e S-SO4 na parte aérea e de Na e S-SO4 na raiz. Os maiores

teores de nutrientes no paricá foram obtidos com 6 g kg-1 de lodo de

curtimento, no entanto, não foi possível otimizar uma dose para a máxima

produtividade de mudas de paricá com as doses utilizadas.

Palavras-chave: resíduo industrial, cromo, nutrição florestal, salinização,

Schizolobium amazonicum, .

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TANNERY SLUDGE FOR PRODUCTION OF SEEDLINGS OF PARICÁ

(Schizolobium amazonicum)

ABSTRACT - The leather production generates significant amounts of waste,

including the sludge resulting from the step of tanning with chromium, which

has a high content of nutrients and potential correction of acidity, making it

interesting for the stage production of seedlings forest, which require large

quantities of raw materials and fertilizers. Thus, the aim of this study: to

determine the influence of the tanning sludge on soil attributes, to determine

the influence of the tanning sludge morphological characteristics and

nutritional needs of plants and recommend the best dose of sludge for the

production of seedlings of gray area. The experiment was carried out in a

greenhouse in a completely randomized design with five treatments and five

replications. Treatments consisted of application of sludge at the doses of

0.0, 1.5, 3.0, 4.5 and 6.0 g kg-1 + NPK + lime in Cambisol, whereas

experimental unit’s plastic bags with 3.5 kg soil containing a plant paricá. It

was observed that the tanning sludge has the potential correction of soil

acidity, with little significant increase in indicators of salinity, sodicity and

chromium content available. The use of the tanning sludge did not affect the

morphological changes of the gray area, but resulted in an increase on K and

S-SO4 and shoot Na and S-SO4 at the root. The highest concentration of

nutrients in the gray area were obtained with 6 g kg-1 of tanning sludge,

however, was not possible to optimize the dose to a maximum productivity of

seedlings of gray area with the doses used.

Keywords: industrial waste, chrome, forest nutrition, salinity,

Schizolobium amazonicum.

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SUMÁRIO

Página

1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 09

2 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................. 11

2.1 Resíduos da indústria coureira............................................................. 11

2.2 Uso agronômico do lodo do curtimento................................................ 13

2.3 Paricá e suas características............................................................... 16

3 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................... 20

3.1 Local do experimento........................................................................... 20

3.2 Substrato e resíduo da indústria do couro........................................... 20

3.3 Delineamento experimental e tratamentos........................................... 21

3.4 Espécie vegetal utilizada...................................................................... 22

3.5 Quebra de dormência das sementes e semeadura............................. 22

3.6 Instalação do experimento................................................................... 23

3.7 Variáveis analisadas............................................................................ 23

3.7.1 Nutrientes no solo............................................................................. 23

3.7.2 Aspectos morfológicos...................................................................... 24

3.7.3 Avaliação nutricional da planta.......................................................... 25

3.7.4 Análise estatística............................................................................. 26

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................. 27

4.1 Alterações nos atributos químicos do solo com aplicação do lodo do

curtimento............................................................................................ 27

4.2 Atributos morfológicos e nutricionais do paricá.................................... 38

5 CONCLUSÕES....................................................................................... 43

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 44

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1 INTRODUÇÃO

O Brasil é o segundo maior produtor e o quarto maior exportador de

couros do mundo, atividade que movimenta 3,5 bilhões de dólares na

economia brasileira e emprega cerca de 50 mil pessoas (Centro de

Indústrias de Curtumes do Brasil- CICB, 2008).

No entanto, apesar dos bons indicativos financeiros, o setor ainda é

estigmatizado do ponto de vista ambiental, pois é no mesmo ritmo acelerado

de produção que surgem os resíduos gerados pelos curtumes. Com isso,

surge a preocupação em criar alternativas quanto ao destino final desses

resíduos, em virtude dos possíveis problemas ambientais que os mesmos

possam causar.

Um dos principais resíduos sólidos é o lodo do curtimento, gerado no

fim do processo produtivo do couro, onde utiliza-se o metal pesado cromo na

forma trivalente (Cr3+) que serve para tornar o produto imputrescível ao

ataque dos microrganismos diante da estabilização da fibra natural de

colágeno. Este resíduo possui elevado teor de nutrientes, potencial controle

da acidez do solo, além de elevar os teores de cálcio, sódio e matéria

orgânica, sendo que esta última afeta diretamente as características

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biológicas, pois atua como fonte de carbono, energia e nutrientes para os

microrganismos, fator importante para a fertilidade do solo.

Tendo em vista que a produção de mudas de espécies florestais

consiste em uma etapa onerosa, devido os custos de fertilizantes, a

utilização deste resíduo reduziria consideravelmente o consumo de

fertilizantes químicos, e ajudaria na recuperação físico-química do substrato,

ou seja, se destacaria tanto do ponto de vista econômico como ambiental.

Diante dessa possibilidade, optou-se em utilizar o lodo do curtimento

como complemento orgânico de adubação para a produção de mudas de

Schizolobium amazonicum (Huber ex. Ducke), popularmente conhecida

como paricá ou pinho-cuiabano.

As potencialidades de uso dessa espécie e a perspectiva de

crescimento da demanda por seus produtos, bem como seu rápido

crescimento, impulsionam os plantios florestais. Desta forma, o setor

florestal constituiria em uma válvula de escape para o destino final dos

resíduos das indústrias de curtume.

Embora o lodo do curtimento apresente diversos pontos positivos,

ressalta-se a importância sobre as quantidades necessárias para fim de

adubação, visto que o seu uso indiscriminado pode elevar a salinidade e o

teor de metais pesados como o cromo no solo, comprometendo a

sustentabilidade do uso da área.

Diante do exposto, o presente trabalho teve por objetivo: verificar a

influência do lodo do curtimento nos atributos do solo; averiguar a influência

do lodo do curtimento nas características morfológicas e nutricionais de

mudas de paricá e recomendar a dose de lodo para a produção de mudas

de paricá, a fim de viabilizar a utilização desse resíduo como complemento

orgânico de adubação.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

O estado de Mato Grosso possui um rebanho bovino de 26,1 milhões

de cabeças (Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso – INDEA/MT,

2007) e é responsável por aproximadamente 15,4% do abatimento bovino do

país (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, 2009)

influenciando diretamente na atividade da indústria coureira.

No entanto, sabe-se que o processo produtivo do couro gera grandes

quantidades de resíduos, que muitas vezes são dispostos de forma

inadequada, devido ao elevado custo de implantação e manutenção de

aterros sanitários apropriados, causando deterioração dos recursos naturais

e meio ambiente. Diante disso, torna-se necessário entender o processo de

curtimento e os produtos químicos utilizados, para saber como aproveitar

esses resíduos de forma adequada.

2.1. Resíduos da indústria coureira

O processo da industrialização do couro varia de acordo com

tecnologia empregada, mas em geral seguem alguns princípios básicos nos

quais intercalam processos mecânicos e químicos, buscando a eliminação

de subprodutos presentes na matéria-prima de origem animal e sua

transformação em couro (Priebe, 2005).

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Durante as etapas de processamento da pele são gerados diferentes

tipos de resíduos: líquidos, gasosos e sólidos (lodos); sendo os principais

resíduos sólidos: os lodos de caleiro e os lodos de curtimento (com cromo),

resultantes de etapas distintas do processamento. Em média, para cada pele

processada são gerados 12 quilos de lodos, podendo esses resíduos tornar-

se altamente poluidores à medida que concentram elevada carga orgânica e

inorgânica (Class e Maia, 1994).

O lodo do caleiro é composto por quantidades significativas de

carbonatos, hidróxidos, cálcio, sódio e sulfetos, que são utilizados no

processo de depilação, retirada de gorduras e limpeza do couro (Selbach et

al., 1991). Enquanto, o lodo do curtimento gerado no fim do processo

produtivo, diferencia-se pela presença adicional do metal pesado cromo na

forma trivalente (Cr3+) em sua composição.

O cromo adicionado na etapa de curtimento é um agente curtidor que

tem por objetivo aumentar a estabilidade do sistema colágeno, diminuindo a

capacidade de entumescimento do mesmo, tornando a pele resistente à

degradação biológica (Martines, 2005).

No entanto, os agentes curtidores podem ser de origem orgânica

como taninos vegetais, sintéticos e aldeídos ou como produtos minerais,

como sais de cromo, zircônio, alumínio e ferro (Alcântara, 1999). Os sais de

cromo trivalente são os mais utilizados e o sulfato básico de cromo a forma

mais empregada. Esses, quando empregados juntamente com bicarbonatos

de sódio, são responsáveis pelo aumento da basicidade que aliados ao

aumento da temperatura, elevam o poder curtente reagindo com a estrutura

protéica da pele fixando o cromo. O couro obtido após essa etapa de

curtimento ao cromo recebe o nome de “wet blue” devido à sua consistência

e coloração (Barros et al., 2001 e Martines, 2005).

O lodo do curtimento ou lodo com cromo é visto com preocupação

quando descartado de forma inadequada ou em excesso, por conter o cromo

em sua composição, pois pode contaminar o solo e ser tóxico às plantas,

animais e o homem.

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2.2 Uso agronômico do lodo do curtimento

O lodo do curtimento possui componentes orgânicos (de origem

animal) misturados com sais inorgânicos e alguns desses componentes são

nutrientes para plantas e microrganismos, como nitrogênio (N), cálcio (Ca),

enxofre (S), fósforo (P), magnésio (Mg) e potássio (K) (Selbach et al., 1991).

Esse resíduo também possui propriedades corretivas, pois apresenta

em sua composição quantidades significativas de carbonatos, hidróxidos de

cálcio e sulfetos, que são provenientes das etapas de depilação (Selbach et

al., 1991), que não foram totalmente removidos nas operações de

desencalagem, fato também devido aos sais de cromo, que possuem

basicidade elevada (Priebe, 2005).

Por estes motivos o lodo do curtimento pode ser empregado na

agricultura, pois pode contribuir para a melhoria da fertilidade do solo e

nutrição das plantas (Lima, 2009), colaborando assim para a redução de uso

dos fertilizantes comerciais, além de representar uma forma de

aproveitamento do resíduo no ambiente.

Alguns trabalhos já têm demonstrado a viabilidade e eficiência deste

resíduo na agricultura, tanto na elevação do pH do solo quanto para o

fornecimento de alguns nutrientes.

Castilhos et al. (1999) utilizando o lodo do curtimento na dose de

60 Mg ha-1 na presença e ausência de calcário, constataram que o lodo do

curtimento na ausência de calcário após um dia de incubação foi capaz de

elevar o pH a valores entre 6,0 e 7,0, equivalendo nessa dose à aplicação de

12 Mg ha-1 de calcário. Esses autores justificaram o aumento do pH, pela

liberação de carbonatos e hidróxidos ao solo conforme a decomposição do

lodo.

Aumento nos teores de Ca trocável também foram constatados por

Costa et al. (2001) e Konrad e Castilhos (2002), que utilizaram lodo de

curtimento para o cultivo de soja e milho respectivamente, contendo 250 e

500 mg kg-1 de cromo + PK + calcário. No entanto, discordaram do poder

neutralizante do lodo, pois atribuíram a elevação de pH ao calcário, tendo

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em vista que o lodo de curtimento na dose de 250 mg kg-1 + PK sem calcário

não diferenciou da testemunha (solo). Esses mesmos autores presenciaram

ainda aumentos da CE no solo, justificando o fato pelo aumento dos teores

de Na nos solos com a adição dos resíduos de curtume de 1,5 a 2,0 vezes

maiores que no tratamento NPK + calcário.

Comparando os efeitos do lodo do curtimento nas plantas, Costa et al.

(2001) verificaram que os maiores rendimentos de matéria seca da parte

aérea da soja, foram obtidos nos tratamentos com NPK + calcário e lodo de

curtimento na dose de 250 mg kg-1 de Cr. Também encontraram

quantidades significativas de absorção do K e N com esse resíduo.

Resultados semelhantes foram encontrados por Konrad e Castilhos (2002),

que também obtiveram rendimentos de matéria seca e maior suprimento de

N pela parte aérea do milho.

Ferreira et al. (2003), trabalhando com lodo do curtimento + PK (nas

doses de 21,25 e 42,50 Mg ha-1) e resíduos carboníferos no

desenvolvimento de culturas de milho e soja, observaram que os

tratamentos com adição de lodo do curtimento, apresentaram os maiores

aumentos de pH, constatando que o lodo tem poder neutralizante. Também

notaram aumentos dos teores de N, Ca, sódio (Na) e Cr3+ e diminuição dos

teores de alumínio trocável (Al3+) no solo. No entanto, avaliaram que o

aporte de Mg, P e K podem ser desconsiderados, quando o lodo de curtume

for aplicado em quantidades adequadas para atingir o pH 6,0, devido o baixo

teor desses elementos no lodo. Quanto ao carbono orgânico, não

detectaram aumento significativo, atribuindo o fato às pequenas quantidades

aplicadas, da separação de partículas mais grossas na tamização do solo e

da decomposição parcial pela microbiota do solo. Nas culturas também não

encontraram diferenças na produção de matéria seca das culturas, e nem

nos teores de Ca, P, Cr e N, apenas o teor de Ca foi diferente no tratamento

com Cr mineral.

Utilizando adição crescente de lodo de curtume nas doses de 11.625,

23.250 e 46.500 kg ha-1, após o cultivo de caupi (Vigna unguiculata L. Walp),

Teixeira et al. (2006) observaram aumento nos teores de pH, Ca, Na, K, CE

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e matéria orgânica (MO) no solo, principalmente nas doses mais elevadas,

enquanto na matéria seca não encontraram diferença entre os tratamentos

utilizados. Souza et al. (2006) também atribuíram o aumento da

condutividade elétrica no solo à elevada concentração de Na contida nos

resíduos de curtimento (com cromo).

Araújo et al. (2008), utilizando lodo de curtume nas doses 2,5 e

5,0 Mg ha-1 associados à fosforita (100 kg ha-1) no cultivo do milho,

comprovaram o aumento das concentrações de Ca e Na no solo, e o teor de

Cr3+ ficou abaixo de 1 mg dm-3. Na planta, o lodo proporcionou

desenvolvimento de milho superior ao obtido com a adubação mineral, com

acúmulo de N e P, sendo atribuído o acumulado de P à fosforita, tendo em

vista que o resíduo apresenta baixa concentração desse nutriente.

O sódio em altas concentrações no solo pode limitar o

desenvolvimento e rendimento das plantas; em casos extremos pode levar à

perda total da cultura e provocar a dispersão das frações de argila e,

conseqüentemente, diminuir a permeabilidade do solo (Silva et al., 2008),

Para classificar um solo quanto à sua salinidade, segundo Martines

(2005) leva-se em conta o percentual de sódio trocável (PST), a razão de

adsorção de sódio (RAS), o pH e a condutividade elétrica (CE). De acordo

com Richards (1954), uma das características de um solo salino é

apresentar PST < 15%, RAS < 10, pH < 8,5 e CE > 4 dS m-1. Entretanto,

Daker (1970) e Bohn et al. (1985), recomendam um valor máximo 2 dS m-1 e

uma RAS superior a 15 classifica o solo como sódico, podendo ocasionar

decréscimo na permeabilidade e acentuar o problema de concentração de

sais.

Aquino Neto e Camargo (2000), trabalhando com CrCl3 e resíduos de

curtume, verificaram aumento proporcional da RAS no solo, conforme

aumentaram as doses dos dois lodos, seguindo a mesma tendência para a

CE; sempre constatando aumentos maiores para o lodo do curtimento.

Aumentos dos valores de N, da RAS e do teor Cr no solo com

aplicações crescentes lodo do curtimento, também foram observados por

Konrad e Castilhos (2002), que notaram que o Cr apresentou baixa

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mobilidade nas camadas de solo (0-20 e 20-30 cm), creditado à formação de

precipitados do Cr na forma de hidróxidos, com a elevação do pH. Tendo em

vista que o cromo na forma trivalente (Cr3+) apresenta baixa solubilidade e

mobilidade com a elevação do pH e acima de 5,5 precipita-se formando

óxidos e hidróxidos estáveis (Bartlett e Kimble, 1976).

Martines (2005) empregando resíduos de curtume trabalhou com três

solos diferentes, e concluiu que o lodo de curtume pode ser utilizado como

corretivo da acidez, promove também aumento na CE e do PST, atribuindo

como conseqüência o aumento do teor de Na no solo e verificou que lodo do

curtimento em altas doses pode proporcionar impacto negativo no

desenvolvimento da soja e até impedir o desenvolvimento da planta.

Os resíduos de lodo também fornecem quantidades significativas de

enxofre, pois nos processos tanto do caleiro como no curtimento ao cromo,

são adicionados enxofre na forma de sulfetos (sulfeto de sódio) e sulfatos

(sulfato monobásico de cromo III (Cr(OH)SO4) e sulfato tetrabásico de cromo

III (CR2(OH)4SO4) (Martines, 2005 e Priebe, 2005). O enxofre é um nutriente

importante para a planta, pois apresenta função estrutural na participação

dos aminoácidos (cisteína, cistina e metionina), composição de proteínas,

vitaminas e ésteres com polissacarídeos, que atuam nos processos de

fotossíntese, exercendo papel fundamental para maximizar a fixação

biológica do nitrogênio (Prado, 2008).

2.3 Paricá e suas características

Schizolobium amazonicum (Huber ex. Ducke), popularmente

conhecido como paricá, pinho-cuiabano e guapuruvu-da-amazônia, é uma

espécie da família Caesalpinaceae (Leguminosae – Caesalpinioideae)

(Carvalho, 2007).

No Brasil, é encontrada nos estados do Amazonas, Pará, Mato

Grosso e Rondônia, em solos argilosos de florestas primárias e secundárias,

tanto em terra firme quanto em várzea alta, geralmente em altitudes de até

800 m (Viégas et al. 2007). Adapta-se bem ao clima Equatorial Semi-úmido,

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caracterizado por uma estação seca e outra chuvosa bem definida com

pluviosidade predominantemente entre 1.500 e 2.000 mm ano-1 (Vidaurre,

2006).

A espécie também é indicada para plantios comerciais, sistemas

agroflorestais e reflorestamento de áreas degradadas, devido ao seu rápido

crescimento e ao bom desempenho, tanto em formações homogêneas

quanto em consórcios. A árvore de porte elevado, podendo alcançar entre

15 a 40 m de altura e 50 a 100 cm de DAP (Sousa et al., 2005).

Por apresentar madeira com elevada cotação no mercado interno e

externo, o paricá vem sendo bastante cultivado pelas empresas madeireiras

da região norte e nordeste do país, principalmente nos estados do Pará e

Maranhão, onde estima-se que, nestes Estados, existam em torno de

40.000 ha da espécie plantados (Vidaurre, 2006).

Em Mato Grosso, o plantio com essa espécie concentrou-se na região

norte, onde sua madeira é utilizada pelas indústrias de compensados

(Marques, 1990). No entanto, também é utilizada na confecção de miolos de

painéis e portas, formas de concreto, laminados, celulose, papel, na

fabricação de palitos de fósforo, entre outras utilidades. A casca pode servir

para curtume e as folhas são usadas como antitérmico por algumas etnias

indígenas (Sousa et al., 2005).

Desde a década de 70, empresas madeireiras e produtores já viam

nos plantios de paricá uma solução para suprir as demandas de mercado,

devido às suas características físicas e mecânicas e a possibilidade de

produção mais rápida que outras espécies; fazendo do paricá, hoje, a

espécie nativa mais plantada nos diversos estados da Amazônia (Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, 2007).

A expansão de reflorestamentos com paricá na década de 90 chegou

a milhares de hectares, quase todos plantados com recursos próprios e sem

nenhuma garantia de sucesso, pois as informações para o cultivo dessa

espécie eram muito escassas, sobretudo referentes às suas exigências

nutricionais (Viégas et al., 2007).

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É evidente que, independente da finalidade de uso, para que se tenha

sucesso em plantios, é necessário produzir mudas de boa qualidade com

bom aspecto nutricional, uma vez que a maior resistência às condições

adversas do meio ambiente e o menor tempo necessário para a sua

completa formação são fatores decisivos no seu sucesso.

Pode-se observar que os problemas relacionados com a produção

das mudas, ainda no viveiro, tem sido uma das principais causas da sua

mortalidade em campo nos primeiros anos de implantação, podendo

representar 15% nos primeiros anos e 20% até os sete anos (Freitas e Klein,

1993). Entre os problemas principais dessa mortalidade, está o

desconhecimento do fornecimento adequado de nutrientes.

Com relação às exigências nutricionais do paricá, as informações

ainda são escassas, embora alguns trabalhos com intuito de sanar essas

deficiências estejam sendo realizados (Lima et al., 2003; Locatelli et al.,

2007; Viégas et al., 2007; Marques et al., 2004 a e b).

Como relatado anteriormente, o paricá é considerado espécie de

crescimento rápido. Assim sendo, o seu crescimento é freqüentemente

limitado por restrições nutricionais e hídricas (Lima et al., 2003; Marques et

al., 2004 a e b). Ressalta-se que os teores de nutrientes encontrados nas

partes das plantas de paricá são altos quando comparados aos encontrados

na literatura, indicando grande exigência nutricional da espécie.

Estudos comprovam que espécies em fase de mudas como eucalipto

(Eucalyptus sp.) podem apresentar teores de 15,4 a 22,6 g kg-1 de N, 0,9 a

1,2 g kg-1 de P e 3,7 a 5,8 g kg-1 de K (Haag et al., 1976); e como a grapia

(Apuleia leiocarpa) teores de 28,9 g kg-1 de N, 1,9 g kg-1 de P e 10,9 g kg-1

de K (Mendonça et al., 1999). Entretanto, para o paricá os teores podem

variar entre 24,8 a 36,0 g kg-1 de N, 3,7 a 4,4 g kg-1 de P e 15,4 g kg-1 de K

(Lima et al., 2003; Marques et al., 2004b), reforçando a alta exigência

nutricional da espécie.

Marques et al. (2004a), ao estudarem o crescimento inicial do paricá

sob omissão de nutrientes e Na, mostraram que o crescimento relativo

dessa espécie foi afetado em maior significância pela ausência de Fe, N, K,

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B, Ca, P, Mn, Zn, S, Cu, Mg e Na, respectivamente. Para Locatelli et al.

(2007), avaliando as deficiências nutricionais em mudas de paricá,

verificaram que as deficiências de N e P foram as que levaram ao maior

decréscimo da massa seca da parte aérea e total, sendo Mg o que menos

afetou.

Lima et al. (2003), avaliando o comportamento do paricá submetido a

doses de boro, observou que tanto a falta como o excesso de boro inibem o

crescimento da planta, sendo a toxidez mais prejudicial. Isso evidencia o

quanto é necessário ter a informação da quantidade exata de nutrientes a

ser fornecido, para que não prejudique o desenvolvimento da planta e não

haja gasto adicional.

Nesse contexto, a produção de mudas, sobretudo a de paricá, que

apresenta elevada exigência nutricional, pode ser um mecanismo de

aproveitamento do resíduo lodo de curtimento, devido ao potencial de

correção da acidez e melhoria da fertilidade dos solos, tendo em vista o uso

desse de outra forma constitui um poluente ambiental.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local do experimento

O experimento foi realizado em casa-de-vegetação da Faculdade de

Agronomia e Medicina Veterinária (FAMEV) da Universidade Federal de

Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá-MT, com coordenadas geográficas de:

longitude 56° 07' W, latitude 15° 33' S e altitude 151,34 m.

3.2 Substrato e resíduo da indústria do couro

Foi utilizado como substrato, um solo classificado como Cambissolo

húmico textura franco-arenosa coletada a camada de 0 a 20 cm de

profundidade. Esse solo é proveniente de uma área de floresta nativa

localizada no município de Santo Antônio de Leverger na serra de São

Vicente - MT,

O solo foi caracterizado quimicamente e granulometricamente

conforme a EMBRAPA (1999), cujos resultados encontram-se na Tabela 1.

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TABELA 1. Caracterização química e granulométrica do solo.

pH P K Na S Cr MO C V M

----- ------------------- mg dm-3 ----------------- --- g dm-3 --- ---- % ---- 4,4 2,1 30 2,0 6,8 2,9 25,5 14,82 22,7 21,2

H+Al Al H Ca Mg CTC SB Areia silte argila

----------------------------- cmolc dm-3 ------------------------- -------- g kg-1 ------- 5,3 0,4 4,9 0,9 0,6 6,9 1,6 616 67 317

pH: determinado por CaCl2 0,01 M na proporção 1:2,5; Ca, Mg e Al: extraídos por KCl 1 M; H+Al: extraído por acetato de cálcio; P, K, Na e Cr: extraídos por Mehlich 1; N: extraído por digestão sulfúrica; S: extraído por fosfato de cálcio.

O resíduo do lodo do curtimento foi proveniente do curtume Durli

Ltda., localizado à BR 163, km 18, Distrito Industrial de Cuiabá-MT, o qual foi

analisado quimicamente conforme a metodologia descrita pelo Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA (1988), sendo os resultados

descritos na Tabela 2.

TABELA 2. Caracterização química do lodo de curtimento.

pH CaCl2 N P (P2O5) K (K2O) Ca Mg

------------ ------------------------------- (total) g dm-3 ----------------------------- 8,6 20,4 6,6 2,2 68,0 4,8

CE Na S Cr CO MO

dS m-1 ------------------------------- (total) g dm-3 ----------------------------- 1,81 26,0 9,7 19,82 305,6 526,9

3.3 Delineamento experimental e tratamentos

O delineamento foi inteiramente casualizado (DIC) e o experimento foi

composto por cinco tratamentos e cinco repetições, totalizando 25 parcelas,

representadas por saquinhos plásticos, contendo solo (3,5 kg), resíduo e

planta.

Os tratamentos utilizados no experimento foram os seguintes:

T1 solo sem aplicação do lodo + NPK + calcário (adubação convencional);

T2 solo com aplicação do lodo na dose de 1,5 g kg-1 + NPK + calcário;

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T3 solo com aplicação do lodo na dose de 3,0 g kg-1 + NPK + calcário;

T4 solo com aplicação do lodo na dose de 4,5 g kg-1 + NPK + calcário;

T5 solo com aplicação do lodo na dose de 6,0 g kg-1 + NPK + calcário.

. A adubação química (NPK) e a adição do calcário foram feitas de

acordo com os resultados da análise química do solo. Os nutrientes NPK

foram adicionados nas quantidades de 100 – 237,09 – 40 mg dm3,

respectivamente, utilizando como fonte, fosfato de potássio (KH2PO4),

fosfato de amônio (NH4H2PO4) e nitrato de amônio (NH4NO3) na forma p.a..

A recomendação das adubações de N e K foi de acordo com a

Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais – CFSEMG

(1999) e a adubação de fósforo (P) foi segundo Alvarez V. et al. (2000). O

solo foi calcariado com calcário dolomítico (CaO 39,5%; MgO 19,4%, PRNT

95,7%) a fim de elevar a saturação por bases a 50%, baseando-se em

recomendações feitas para outras espécies florestais nativas como a

seringueira (CFSEMG, 1999) e ipê (Cruz et al. 2004), que recomendam essa

saturação por bases, tendo em vista que para a espécie paricá, ainda não há

recomendação.

3.4 Espécie vegetal utilizada

A espécie florestal nativa em estudo está classificada na divisão

Angiospermae; classe Dicotiledoneae; ordem Fabales; família

Caesalpinioideae (Leguminosae); gênero Schizolobium; espécie

Schizolobium amazonicum Ducke. As sementes de paricá (Schizolobium

amazonicum) foram provenientes do município de Alta Floresta – MT.

3.5 Quebra de dormência das sementes e semeadura

As sementes de paricá foram submetidas à quebra de dormência,

utilizando o método de escarificação mecânica com esmerilhamento na parte

oposta à micrópila (Rossa, 2008). Após esse processo, as sementes foram

imersas em água deionizada por duas horas e, posteriormente, colocadas

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para germinar diretamente nos saquinhos.

3.6 Instalação do experimento

O solo foi calcariado e incubado com os respectivos tratamentos, em

sacos plásticos com capacidade para cinco quilos, por 40 dias antes da

semeadura do paricá. Durante esse período houve regas diárias a fim de

favorecer a mineralização da matéria orgânica e a reação do calcário.

Após esse período, foram feitas as adubações com NPK e um dia

depois foram semeadas duas sementes de paricá, mantendo apenas uma

planta por saco, após a germinação, o qual representou a unidade

experimental. A irrigação do substrato seguiu o critério de manter a

capacidade máxima de retenção de água entre 40 e 60% por meio de

aferições diárias por pesagem, segundo método descrito por EMBRAPA

(1999).

Foi realizado o monitoramento diário do experimento, seguidos de

tratos culturais como controle de plantas invasoras e controle de ácaros com

o produto Actara (0,1 g L-1) por borrifação.

3.7 Variáveis analisadas

3.7.1 Nutrientes no solo

Para cada parcela foi coletada uma amostra do solo (junho/2009) para

a caracterização química, seguindo a metodologia da EMBRAPA (1999),

sendo o pH determinado em CaCl2 0,01 M na proporção 1:2,5; a acidez

potencial (H+Al) extraída pelo acetato de cálcio; o Ca, Mg e Al extraídos por

KCL 1 M e determinado por titulometria; o P, K, Na e Cr extraídos com

solução de Mehlich 1, sendo o P determinado por fotocolorimetria, o K e Na

por fotometria de emissão de chama, o Cr por espectrofotometria de

absorção atômica; o N foi extraído por digestão sulfúrica pelo método semi-

micro Kjeldahl; o S-SO42- por íons de fosfato de cálcio determinado por

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turbidimetria; a matéria orgânica (MO), a soma de bases (SB), a capacidade

de troca catiônica (CTC) e a saturação por bases (V%) foram obtidos por

meio de cálculos.

A condutividade elétrica (CE) foi determinada pela metodologia de

Camargo et al. (1986) e o carbono orgânico (CO) foi quantificado pela

metodologia de Yeomans e Bremer (1988).

Também foi verificada a razão de adsorção de sódio (RAS) e o

percentual de sódio trocável (PST). A RAS indica a proporção relativa de

sódio em relação a outros cátions (capacidade de adsorção do solo)

calculada por meio eq. (1). O PST indica a classificação do solo em salinos

ou em alcalinos, com base nos teores de sais solúveis e de sódio trocável,

sendo calculado conforme eq. (2), de acordo com Campos et al. (2009).

Para o cálculo da RAS a unidade de medida de Ca, Mg e Na foi

mmol dm-3, enquanto para o PST foi de cmolc dm-3.

3.7.2 Aspectos morfológicos

Aos 100 dias a partir da semeadura, as mudas de paricá foram

avaliadas quanto aos aspectos morfológicos, sendo: altura de plantas (H)

(cm) a partir do nível do substrato até a inserção da última folha; diâmetro do

caule (DC) (mm) medido com o auxílio de paquímetro digital na altura de 5

cm do substrato; e número de folhas completas. Logo depois, as plantas

foram coletadas, lavadas, separadas em folhas, caule e raiz, sendo também

medido o comprimento da raiz principal (CR) (cm).

Em seguida, as partes das plantas foram acondicionadas em sacos de

papel e levadas à estufa de ventilação forçada com aproximadamente 65°C

até atingirem peso constante. Após a secagem, as amostras foram pesadas,

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quantificando-se a massa seca de cada parte da planta (g), sendo a massa

seca da parte aérea (MSPA) constituída da somatória das massas das

folhas e dos caules, e a matéria seca total (MST) (g) determinada pela soma

das MSPA e da massa seca da raiz (MSRA).

Com base nessas variáveis foi determinada a relação entre a altura da

parte aérea e o diâmetro do caule (H/DC); a relação entre a altura da parte

aérea e massa seca da parte aérea (H/MSPA); a relação entre a massa seca

da parte aérea e a massa das raízes (MSPA/MSRA); e o Índice de

Qualidade de Muda de Dickson (IQD).

O Índice de Qualidade de Dickson foi obtido em função da altura da

parte aérea (H), do diâmetro do caule (DC), da massa seca da parte aérea

(MSPA) e da massa seca das raízes (MSR), por meio da eq. (3) (Dickson et

al., 1960):

3.7.3 Avaliação nutricional da planta

Após a obtenção da massa seca das folhas, dos caules e das raízes,

o material foi moído e em seguida determinadas as concentrações de N, P,

K, S, Ca, Mg, Cr e Na, conforme métodos descritos em EMBRAPA (1999).

As amostras foram submetidas a digestão sulfúrica para extração de

N e para os demais elementos foi a digestão nítrico-perclórica. Os métodos

de determinação foram o seguinte: N pelo método semi-micro Kjeldahl; P por

fotocolorimetria; K e Na por fotometria de emissão de chama; S-SO42- por

turbidimetria e Ca, Mg, Cr por espectrofotometria de absorção atômica.

3.7.4 Análise estatística

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Os resultados foram submetidos ao teste de normalidade (p>0,10) e

Análise de Variância, no caso de significância do Teste F (p<0,05) procedeu-

se a Análise de Regressão, sendo que para estas análises estatísticas

utilizou-se o aplicativo computacional SISVAR (Ferreira, 2000).

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Alterações nos atributos químicos do solo com a aplicação do lodo

do curtimento

Para os teores de N, P, K, Mg, e CO não foram observados resultados

significativos nos tratamentos, pois a não significância de P, K e Mg,

possivelmente, se deu pelo baixo teor desses elementos no lodo,

característica observada na composição desses resíduos por autores como

Costa et al. (2001), Konrad e Castilhos (2002) e Ferreira et al. (2003).

Quanto a CO e o N, não foi observada diferença entre os tratamentos

após 140 dias de incubação, provavelmente isso tenha ocorrido devido à

intensa mineralização ocorrida no início do experimento, sendo reduzida

após esse período devido à possível formação de materiais recalcitrantes.

Alcântara et al. (2007), trabalhando com a mineralização do lodo de

curtimento, reforçam essa idéia ao terem observado que na fase inicial do

experimento houve intensa mineralização, e que há uma redução na taxa de

mineralização quando passado mais de 120 dias.

Verificou-se que os resultados de pH apresentaram ajuste ao modelo

quadrático (Figura 1), ou seja, houve acréscimo à medida que aumentaram

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as doses de lodo do curtimento no solo até a dose de 5,66 g kg-1, que

correspondeu ao pH de 5,85. Nesse sentido, observou-se que a aplicação

desse resíduo atuou como um corretivo de acidez do solo, mesmo

adicionando calcário em todos os tratamentos, pois o uso lodo do curtimento

proporcionou efeito diferenciado no solo. Observações semelhantes foram

ressaltadas por Castilhos et al. (1999), Ferreira et al. (2003) e Martines

(2005).

Segundo Selbach et al. (1991) esse efeito ocorreu porque o lodo do

curtimento possui em sua composição quantidades significativas de

carbonatos e hidróxidos de cálcio (Ca), que são provenientes das etapas de

depilação, os quais não foram totalmente removidos nas operações de

desencalagem; e também devido aos sais de cromo (Cr), que possuem

basicidade elevada (Priebe, 2005). Cavallet e Selbach (2008), afirmaram que

o lodo do curtimento na dose de 15 Mg ha-1 equivalem ao tratamento

calagem + fertilizante (convencional) e nas doses de 30 e 60 Mg ha-1,

valores mais elevados, o lodo do curtimento tem poder neutralizante

No entanto, os resultados desta pesquisa foram discordantes com os

obtidos por Costa et al. (2001) e Konrad e Castilhos (2002) que encontraram

maiores valores de pH no solo quando utilizaram o lodo de curtimento +

calcário. Segundo os autores esse efeito foi devido ao calcário, pois quando

se utilizou somente o lodo de curtimento não houve diferença no pH quando

comparado com a testemunha (solo sem adição de lodo e calcário),

evidenciando que o lodo do curtimento por si só teve baixo poder de

neutralização.

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FIGURA 1. pH em cloreto de cálcio em função das doses de lodo do

curtimento. * Coeficientes significativos p<0,01.

Houve redução linear da acidez potencial (H+ + Al3+) (Figura 2) e

quadrática do alumínio trocável do solo (Al3+) (Figura 3) com o aumento das

doses de lodo, pela elevação do pH do solo e complexação com os radicais

orgânicos do resíduo (McBride, 1994). Segundo Martines (2005), isso ocorre

devido à presença de carbonatos e hidróxidos na composição do lodo do

curtimento, que dá a condição de corretivo ao solo.

FIGURA 2. Acidez potencial em função das doses de lodo do curtimento.

* Coeficientes significativos p<0,01.

Ŷ = -0,0244*x2 + 0,2761*x + 5,0667*; R² = 0,93

4,8

5,0

5,2

5,4

5,6

5,8

6,0

0,0 1,5 3,0 4,5 6,0

pH

Ca

Cl 2

Lodo (g kg-1)

Ŷ = -0,1444*x + 5,1440*; R² = 0,91

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

0,0 1,5 3,0 4,5 6,0

H+

Al(

cm

ol kg

-1)

Lodo (g kg-1)

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FIGURA 3. Teor de alumínio no solo em função das doses de lodo do curtimento. * Coeficientes significativos p<0,01.

Os carbonatos por sua vez, se solubilizam no solo na presença de

água e gás carbônico, fazendo com que o alumínio que estava retido ao

complexo coloidal, seja precipitado em forma de hidróxido de alumínio

(Al(OH)3), pela elevação do pH (>5,5); e os hidrogênios que estavam retidos

pela matéria orgânica e pelas argilas, são liberados e deslocados para a

solução do solo, onde reagem com íons de OH- para formar água, gerando

cargas negativas no solo e, consequentemente, provocam aumento na

retenção de cátions (maior CTC efetiva).

Constatou-se que, o lodo teve efeito na neutralização do Al3+, pois no

T1 o efeito do calcário elevou o pH inicial do solo de 4,4 para 5,01 e reduziu

o Al3+ em 0,1 cmolc dm-3, enquanto que com a aplicação do lodo houve

neutralização total. Essa constatação, também foi observada por Ferreira et

al. (2003), que utilizou resíduos de curtume no desenvolvimento das culturas

de milho e soja; fato igualmente comprovado por Teixeira (1981) e Selbach

et al. (1991).

Esse efeito na neutralização do Al3+ no solo é desejável, visto que

esse metal, em altas concentrações no solo, inibe o crescimento das raízes

e influencia negativamente na absorção de água e de nutrientes,

Ŷ = 0,0108*x2 - 0,1141*x + 0,3126*; R² = 0,90

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

0,0 1,5 3,0 4,5 6,0

Al3

+(c

mo

l kg

-1)

Lodo (g kg-1)

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principalmente no P e no desenvolvimento das plantas (Foy, 1992; Salvador

et al., 2000; Cruz et al., 2008).

Vale ressaltar que, para caracterizar toxidez por alumínio no solo,

nem sempre é suficiente interpretar apenas o teor de Al3+, mas também a

proporção que este ocupa na CTC efetiva. Por isso, deve-se calcular a

saturação por alumínio (m%), que é considerado um dos melhores índices

para estimar o nível de toxidez de alumínio nos solos tropicais. Assim sendo,

a saturação por alumínio (Figura 4) decresceu de acordo com os

tratamentos, de 9,78% no T1 a zero no T5. Essa redução se assemelhou ao

que ocorreu com o teor de Al3+, pois um aspecto importante que não se pode

refutar, segundo Souza et al. (2007), refere-se ao aumento de Ca no

complexo de troca que por conseguinte promoveu sua redução.

FIGURA 4. Saturação por alumínio em função das doses de lodo do

curtimento. * Coeficientes significativos p<0,01; ** Coeficientes significativos p<0,05.

Os teores de cálcio, de sódio e de enxofre aumentaram linearmente

com aumento das doses do lodo do curtimento (Figuras 5). Isso,

possivelmente, deve-se às etapas anteriores de processamento do couro,

principalmente nas de ribeira e do caleiro, onde são adicionadas fontes

Ŷ= 0,3049**x2 - 3,2627*x + 9,0344*; R² = 0,91

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

0 1,5 3 4,5 6

m (

%)

Lodo (g kg-1)

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como carbonatos, hidróxidos, sódio e sulfetos, os quais encontram-se na

composição do lodo do curtimento como forma residuais.

FIGURA 5. Teor de cálcio (a), sódio e enxofre (b) no solo em função das doses de lodo do curtimento. * Coeficientes significativos p<0,01.

O teor de cálcio trocável (Ca) aumentou 0,64 cmolc kg-1 no T5 em

comparação ao T1, onde os valores encontrados de Ca neste estudo foram

classificados de acordo com CFSEMG (1999) como médios. A comprovação

do aumento nos teores de Ca também foram obtidos por Costa et al. (2001);

Konrad e Castilhos (2002), Ferreira et al. (2003), Teixeira et al. (2006) e

Araújo et al. (2008).

Ŷ = 0,1120*x + 1,6160*; R² = 0,98

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

0,0 1,5 3,0 4,5 6,0

Ca

(cm

ol c

kg

-1)

Lodo (g kg-1)

Ŷ = 2,5128*x + 18,0140*; R² = 0,92

Ŷ = 0,9643*x + 2,2224*; R² = 0,95

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

0,0 1,5 3,0 4,5 6,0

Na

e S

(m

g k

g-1

)

Lodo (g kg-1)

S

Na

a

b

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Observou-se acréscimo no teor de sódio (Na) no solo de 5,4 vezes no

T5, quando comparado ao T1. Esse aumento de Na também foi obtido por

Costa et al. (2001); Konrad e Castilhos (2002), que verificaram que o lodo de

curtimento nas doses 6,9 e 13,8 g kg-1, proporcionaram valores de Na de

1,5 a 2,0 vezes maiores do que os do tratamento NPK + calcário. Martines

(2005), não só observou a elevação dos teores de Na no solo, como também

notou aumento da condutividade elétrica em três solos que receberam lodo

de curtume.

O aumento do Na era esperado, pois o resíduo apresentava elevada

concentração do nutriente em sua composição; entretanto, a preocupação

era que esses valores viessem a causar danos ao solo e à planta. No

entanto, denota-se que mesmo o resíduo tendo elevada quantidade Na em

sua composição (26 g kg-1), os valores encontrados no solo com a maior

dose de lodo (T5) foram de apenas 8,12 mg dm-3 de Na após a cultivo do

paricá, o que permite inferir que esse elemento foi absorvido pela planta e/ou

perdido por lixiviação devido às irrigações. Esses resultados foram

semelhantes aos obtidos por Ferreira et al. (2003) em que atribuíram a

causa das baixas quantidades de Na no solo (5,7; 7,6 e 9,6 mg dm-3) em

relação aos valores da composição do química do resíduo, à provável

lixiviação desse elemento no período chuvoso.

Todavia, cabe salientar que aplicações sucessivas desse resíduo no

solo implicam em aumentos de Na, cujo acúmulo pode proporcionar

impactos negativos sobre o desenvolvimento das culturas e sobre as

propriedades físicas do solo (Aquino Neto e Camargo, 2000). Segundo

Possato et al. (2009), a ampliação desse elemento no solo pode propiciar

uma salinização e, consequentemente, comprometer a capacidade de

infiltração do solo pela dispersão das argilas, provocando o escoamento

superficial e interferir no desenvolvimento das plantas.

A maior dose de lodo do curtimento (T5), adicionou 312 kg ha-1 de Na,

não ultrapassando o limite máximo de aplicação anual de Na em solos,

segundo a norma P4.233 da Companhia de Tecnologia de Saneamento

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Ambiental - CETESB (1999) que é de 1.000 kg ha-1 para solos argilosos e de

400 kg ha-1 para arenosos.

Com relação ao teor de S no solo, foram observados acréscimos de

1,7 vezes no T5 em relação ao T1, tendo em vista que no T5 continham

116,4 kg ha-1 de S. Esse aumento ocorreu em razão das quantidades

significativa desse elemento na composição do resíduo, devido aos

resquícios das etapas anteriores e de curtimento. Na etapa de depilação do

couro são adicionados sulfeto de sódio, para destruir os pêlos e a epiderme,

que mais tarde hidrolisam com as proteínas da epiderme e resultam em

produtos de degradação que contêm enxofre (sulfetos, polissulfetos e

compostos sulfídricos) e na etapa de curtimento há inclusão de sulfatos

monobásicos e tretabásicos de cromo, utilizados devido ao poder curtente

dos mesmos.

O aumento dos teores de S podem ter sido influenciados também pelo

aumento do pH que influencia diretamente a sua mineralização, quando

próxima à neutralidade (Risther, 2009).

Para a saturação por bases (V%) observou-se aumento linear com o

acréscimo do resíduo ao solo (Figura 6). Possivelmente isso ocorreu devido

à elevada presença de sais no resíduo utilizado, em especial o cálcio que se

apresentou em maior quantidade. Autores como Costa et al. (2001); Konrad

e Castilhos (2002), Ferreira et al. (2003), Teixeira et al. (2006) e Araújo et al.

(2008), comprovaram aumento de Ca e Na no solo após utilizarem lodo do

curtimento. Nóbrega et al. (2007) utilizando lodo de esgoto como substratos

para mudas de aroeira, também comprovaram aumento nas soma e

saturação por bases.

A saturação por bases encontrada neste trabalho propiciou bom

desenvolvimento às mudas de paricá, obtendo na maior dose (T5) uma

saturação de 46%, sendo enquadrada na classificação como média, de

acordo com a CFSEMG (1999). Da mesma forma, Souza et al. (2008)

observaram que as melhores mudas da espécie arbórea Machaerium

nictitans da família das leguminosas, se desenvolveram bem à saturação por

bases de 40 a 70% em diferentes solos.

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35

FIGURA 6. Saturação por bases em função das doses de lodo do

curtimento. * Coeficientes significativos p<0,01.

Segundo Martines (2005), para classificar um solo como salino, leva-

se em conta o percentual de sódio trocável (PST), a razão de adsorção de

sódio (RAS), o pH e a condutividade elétrica (CE). Diante disso, foi

diagnosticado que essas variáveis aumentaram linearmente de acordo com

os tratamentos (Figura 7), todavia, nenhuma ultrapassou os índices

permitidos.

O PST foi considerado baixo, pois os resultados não ultrapassaram a

15%, limite usado para classificar solos sódicos; assim como a RAS atingiu

nível muito baixo (< 10), sendo classificada como risco baixo de sodicidade,

não interferindo na infiltração e a condutividade elétrica do solo permaneceu

abaixo de 4 dS m-1, sendo, portanto o solo classificado como solo não sódico

e não salino, de acordo com Richards (1954).

Ŷ = 1,4941*x + 37,1048*; R² = 0,97

0,0

15,0

30,0

45,0

60,0

0,0 1,5 3,0 4,5 6,0

V%

Lodo (g kg-1)

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FIGURA 7. Relação da Razão de Adsorção de Sódio (a), a Porcentagem de

Sódio Trocável (b), Condutividade elétrica (c) em função das doses de lodo do curtimento. * Coeficientes significativos p<0,01.

Ŷ= 0,0489*x + 0,1108*; R² = 0,950,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,0 1,5 3,0 4,5 6,0

PS

T %

Lodo (g kg-1)

Ŷ= 0,0084*x + 0,0272*; R² = 0,97

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,0 1,5 3,0 4,5 6,0

RA

S

Lodo (g kg-1)

Ŷ = 0,6945*x + 6,270*; R² = 0,94

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,0 1,5 3,0 4,5 6,0

CE

(d

S m

-1)

Lodo (g kg-1)

a

b

c

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Autores como Aquino Neto e Camargo (2000), Konrad e Castilhos

(2002) e Martines (2005), também observaram aumento da RAS e do PST

com o aumento das doses dos resíduos de curtume no solo.

A condutividade elétrica aumentou devido à presença de sais no lodo

de curtimento, devido à elevada concentração de Na contida no resíduo.

Esses resultado está em concordância com os de, Aquino Neto e Camargo

(2000), Costa et al. (2001), Konrad e Castilhos (2002), Martines (2005),

Souza et al. (2006), Teixeira et al. (2006), que também constataram aumento

na CE com o uso do lodo de curtimento.

O teor de cromo no solo (Figura 8) aumentou de forma linear em

relação às doses de lodo, devido à sua composição proporcionar quantidade

considerável desse elemento. Observou-se que na maior dose (T5) com

incorporação de aproximadamente 118,9 g dm-3, menos de 10% do cromo

adicionado foi recuperado na análise química, ou seja, que estava

prontamente disponível. Possivelmente, isso tenha ocorrido porque o cromo,

em solos com pH acima de 5,0 é precipitado em formas insolúveis de

Cr(OH3).nH2O no solo (Bartlett e Kimble, 1976); dessa forma o elemento não

apresentou efeitos tóxicos às plantas, pois isso só acontece em meios muito

ácidos (Macgranth e Smith, 1990). Ressalta-se que as quantidades

adicionadas do metal nos tratamentos foram menores que o limite permitido:

máximo de 500 mg kg-1 de Cr proposto pela Fundação Estadual de Proteção

Ambiental (FEPAM) do estado do Rio Grande do Sul (Rodrigues et al.,

1993).

Konrad e Castilhos (2002) observaram aumento no teor de cromo no

solo com aplicações crescentes de lodo do curtimento e, notaram que o

mesmo apresentou baixa mobilidade nas camadas do solo (0 a 20 e 20 a 30

cm), creditando isso à formação de precipitados do Cr na forma de

hidróxidos, com a elevação do pH. Aumento nos teores de cromo após

aplicação do lodo do curtimento foram constatados por Costa et al. (2001) e

Ferreira et al. (2003).

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FIGURA 8. Teor de cromo no solo em função das doses de lodo do

curtimento. * Coeficientes significativos p<0,01; ** Coeficientes significativos p<0,05.

4.2 Atributos morfológicos e nutricionais do paricá

Os parâmetros morfológicos analisados, altura (H), diâmetro do caule

(DC), número de folhas completas (NF), comprimento da raiz (CR), massa

seca da parte aérea (MSPA) e raiz (MSRA), massa seca total (MST), as

relações entre essas variáveis (MSPA/MSRA; H/DC e H/MSPA) e o índice

de qualidade de muda de Dickson (IQD), não diferiram com os tratamentos,

ou seja, as doses de lodo utilizadas não foram suficientes para superar a

adubação convencional (T1) em relação aos atributos morfológicos.

Entretanto, as mudas de paricá tiveram bom desenvolvimento e

estavam visivelmente sadias, fato comprovado pelas médias dos

tratamentos de H, DC, NF e CR de 66,16 cm; 10,76 mm; 9 unid. e 37,40 cm,

respectivamente. Da mesma maneira, Araújo et al. (2006) não detectaram

diferenças entre os tratamentos NPK e as doses de lodo de curtume + PK +

inoculação, para a espécie madereira Prosopis juliflora (Algaroba) na altura,

diâmetro do caule e matéria seca.

Com relação ao aspecto nutricional do paricá, não foram observados

efeitos dos tratamentos quanto aos teores de Mg, Ca, P e N. Ferreira et al.

Ŷ= 1,5918*x + 1,5888**; R² = 0,97

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

0,0 1,5 3,0 4,5 6,0

Cr

(mg

kg

-1)

Lodo (g kg-1)

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(2003), não encontraram diferenças nos tratamentos NPK + calcário e lodo

de curtume + PK e cromo mineral + lodo de curtume + PK, com relação aos

teores de Ca, P e N na matéria seca das culturas do milho e soja.

O teor de Cr na planta não foi detectado pelo aparelho de leitura,

possivelmente pelo fato das quantidades do elemento na planta ser muito

baixas. A absorção e translocação do Cr nas plantas são consideradas muito

baixas (0,2 a 1,0 mg kg-1) de acordo com Malavolta (1980) e também

variáveis de espécie para espécie, além de estar diretamente associada à

formas solúveis desse elemento no solo (Souza, 2009). Considerando estes

aspectos, bem como o pH do solo que se manteve acima de 5,0, faixa na

qual, de acordo com Bartlett e Kimble (1976) o cromo trivalente (Cr3+)

apresenta baixa solubilidade e mobilidade nos solos, pode-se inferir que o

paricá tenha absorvido quantidades baixíssimas desse elemento, razão pela

qual não foi possível sua detecção. Outra justificativa pela baixa absorção de

Cr pelas plantas de acordo com Macedo e Morril (2008) é que os tecidos

radiculares não são capazes de estimular a redução do Cr3+ para Cr2+, forma

absorvida pelas plantas.

Em relação à absorção de K pelas mudas de paricá, pode ser

verificado efeito significativo apenas na parte aérea (Figura 9), não sendo

evidenciada diferenças nos teores de K nas raízes.

As doses iniciais de lodo do curtimento não foram suficientes para

elevar o teor de K na parte aérea, havendo decréscimo até a dose 2,52

g kg-1 correspondendo à absorção de 12,03 g kg-1 de K; ocorrendo aumento

a partir desse ponto, sendo que o maior teor de K foi obtido com a dose 6,0 g

kg-1 de lodo.

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FIGURA 9. Teor de potássio na parte aérea do paricá em função das doses

de lodo do curtimento. * Coeficientes significativos p<0,01; **Coeficientes significativos p<0,05.

O fato do K não ter sido significativo nas raízes, pode ter sido

influenciado pelo efeito do Na, pois o seu principal papel na nutrição mineral

das plantas é substituir o K em determinadas funções fisiológicas

(metabólicas e osmóticas) (Korndorfer, 2006). Segundo Marschner (1995)

em determinadas espécies 95% o K no substrato pode ser substituido pelo

Na. Kawasaki et al. (1983) e Romero (2008) relataram que pelo fato de

haver similaridade química, o K e o Na competem pelos sítios de absorção

da raiz.

Viana et al. (2001), em experimento com porta-enxertos de videira em

solução salina, verificaram que os cultivares IAC 313 e 420-A tiveram

restrições na absorção de K pela raiz em função do aumento de Na. Estes

autores também verificaram que o teor de K foi menor nos caules e folhas,

indicando que as raízes não foram capazes de reter o Na.

Na Figura 10, pode ser visualizado que o teor de Na na raiz se ajustou

aos dados de forma quadrática, ou seja, houve aumento do mesmo

conforme aumentaram as doses de lodo do curtimento no solo até a dose de

2,93 g kg-1, que correspondeu a 340,82 mg kg-1 de sódio, havendo

decréscimo a partir deste ponto.

Ŷ = 0,1787*x2 - 0,9024**x + 13,1760*; R² = 0,56

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

0,0 1,5 3,0 4,5 6,0

K (

g k

g-1

)

Lodo (g kg-1)

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Viana et al. (2001) verificaram que conforme aumentava a salinidade

o teor de Na na raiz das cultivares IAC 572, IAC 766 e Ripária do Traviú

também aumentava de forma quadrática e linear, demonstrando que essas

cultivares eram mais tolerantes, excluindo o Na das regiões

metabolicamente ativas e alocando-o preferencialmente nas raízes e caules.

Em graviola, Távora et al. (2004) observaram aumento dos teores de

sódio em todas as partes das plantas com o aumento da salinidade, no

entanto houve maior concentração nas raízes das plantas.

Com esse comportamento, o paricá atingiu uma das finalidades do

trabalho, que foi absorver quantidades significativas de sódio do solo, afim

de que este não fosse salinizado, sem prejudicar seu desenvolvimento,

podendo esta ser indicada como planta fitoextratora de solos contaminados

por este elemento.

FIGURA 10. Teor de sódio na raiz do paricá em função das doses de lodo do curtimento. * Coeficientes significativos p<0,01.

O aumento do teor enxofre (S) no solo com as doses de lodo do

curtimento refletiu no acréscimo do mesmo nutriente no paricá, tanto na

parte aérea quanto na raiz de forma linear (Figura 11). Isto ocorre porque

nos processos do curtimento ao cromo, são adicionados enxofre na forma de

Ŷ = -12,3138*x2+ 72,2664*x + 234,7908*; R² = 0,67

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

400,0

0,0 1,5 3,0 4,5 6,0

Na

+(m

g k

g-1

)

Lodo (g kg-1)

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sulfetos e sulfatos, sendo essa última forma assimilável pelas plantas,

tornando o produto prontamente disponível as mesmas.

No entanto, observa-se que as quantidades de S encontradas na

parte aérea foram maiores que as das raízes, porque a assimilação do S nas

folhas são em geral mais ativas do que nas raízes, provavelmente devido ao

fato da fotossíntese disponibilizar a ferredoxina reduzida (proteína) e a

fotorrespiração gerar a serina (aminoácido), que pode estimular a produção

da O-acetilserina, que atuam como doadores de elétrons para a redução

assimilatória do sulfato (Vitti et al., 2006). Sendo assim, o lodo do curtimento

torna-se uma fonte de enxofre de baixo custo e com elevado potencial

nutricional tanto para o solo quanto para a planta.

FIGURA 11. Teor de enxofre na parte aérea (Sa) e na raiz (Sb) do paricá em

função das doses de lodo do curtimento. * Coeficientes significativos p<0,01.

Ŷ = 0,2579*x + 4,1296*; R² = 0,87

Ŷ = 0,2381*x + 1,7280*; R² = 0,84

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

0,0 1,5 3,0 4,5 6,0

S (

mg k

g-1

)

Lodo (g kg-1)

Sa

Sb

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5 CONCLUSÕES

1. O lodo de curtimento tem potencial corretivo de acidez do solo, com

aumento pouco expressivo dos indicadores de salinidade, sodicidade

e do teor de cromo disponível.

2. As características morfológicas das mudas de paricá não foram

afetadas pelo uso do lodo do curtimento.

3. O lodo de curtimento propiciou aumento nos teores de K e S-SO4 na

parte aérea e Na e S-SO4 na raiz.

4. Os maiores teores de nutrientes no paricá foram obtidos com 6 g kg-1

de lodo de curtimento.

5. Nesta pesquisa não foi possível otimizar uma dose para a produção

de mudas de paricá.

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