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Diretoria de Sistemas Regionais – DSR Diretoria de Sistemas Regionais – DSR UNIDADE DE NEGÓCIO PARDO E GRANDE - RG UNIDADE DE NEGÓCIO PARDO E GRANDE - RG Local: Jaguariúna - SP 15 de junho de 2004 Apresentação: Eng. João Baptista Comparini Superintendente da UN Pardo e Grande 4ª Reunião do Grupo de Trabalho CONAMA 4ª Reunião do Grupo de Trabalho CONAMA Uso Agrícola de Lodo de Esgoto Uso Agrícola de Lodo de Esgoto Considerações sobre limites de helmintos Considerações sobre limites de helmintos no lodo de esgoto aplicado em áreas no lodo de esgoto aplicado em áreas agrícolas agrícolas

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4ª Reunião do Grupo de Trabalho CONAMA Uso Agrícola de Lodo de Esgoto. Considerações sobre limites de helmintos no lodo de esgoto aplicado em áreas agrícolas. Apresentação: Eng. João Baptista Comparini Superintendente da UN Pardo e Grande. Local: Jaguariúna - SP - PowerPoint PPT Presentation

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Local: Jaguariúna - SP15 de junho de 2004

Apresentação: Eng. João Baptista Comparini Superintendente da UN Pardo e Grande

4ª Reunião do Grupo de Trabalho CONAMA4ª Reunião do Grupo de Trabalho CONAMAUso Agrícola de Lodo de EsgotoUso Agrícola de Lodo de Esgoto

Considerações sobre limites de helmintosConsiderações sobre limites de helmintosno lodo de esgoto aplicado em áreas no lodo de esgoto aplicado em áreas

agrícolasagrícolas

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DiscussõesDiscussões

1.1. Considerações gerais acerca dos riscos da Considerações gerais acerca dos riscos da presença de helmintos no lodo de esgoto presença de helmintos no lodo de esgoto

2.2. Contextualização do uso agrícola de lodo de Contextualização do uso agrícola de lodo de esgoto no setor de saneamento nacionalesgoto no setor de saneamento nacional

3.3. PropostasPropostas

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1. Considerações gerais acerca dos riscos 1. Considerações gerais acerca dos riscos da presença de helmintos no lodo de esgoto da presença de helmintos no lodo de esgoto

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Proposta básica de requisitos para o Proposta básica de requisitos para o controle de patógenos nos lodos de controle de patógenos nos lodos de

esgoto no Brasil esgoto no Brasil

Adoção do regulamento norte americano para lodos Classe A e Classe B:

40 CFR Part 503(por período de tempo determinado)

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Contexto dos limites do regulamento norte Contexto dos limites do regulamento norte americanoamericano

NRC: National Research CouncilNRC: National Research CouncilCommittee on the Use of Treated Municipal Wastewater Committee on the Use of Treated Municipal Wastewater Effluents and Sludge in the Production of Crops for Human Effluents and Sludge in the Production of Crops for Human

Consumption. 1996, 178 p. Consumption. 1996, 178 p. Dificuldades para o estabelecimento de limites de concentrações dos agentes infecciosos nos biossólido: pouca disponibilidade de dados relativos à dose – resposta para os diversos agentes, e, de estudos epidemiológicos que associem as rotas de transmissão com as incidências das infecções

Critérios estabelecidos (considerados seguros): baseados na experiência de profissionais da área da saúde, e, na não ocorrência de problemas quando as regras são seguidas (ao contrário da metodologia de avaliação de riscos dos constituintes químicos)

Modelos matemáticos desenvolvidos para a avaliação de riscos: podem levar a conclusões sobrevalorizadas

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Contexto dos limites norte americanos Contexto dos limites norte americanos (NRC)(NRC)

Alguns extratos do relatório

Não têm havido relatos de surtos de doenças infecciosas associadas com a exposição da população – diretamente ou através de consumo de alimentos: para efluentes e lodos adequadamente tratados e apropriadamente aplicados (A ou B)

Exceto para o uso de esgoto bruto ou efluentes primários em fazendas no século XIX: não há qualquer caso documentado de doenças infecciosas nos EUA

“Devemos manter em mente que há muitas outras fontes dessas infecções além do reuso de esgotos e lodos, como na preparação de alimentos e no contato pessoa a pessoa. Portanto, o potencial incremento de exposição a patógenos pelo uso apropriado de efluentes e lodos é minúsculo, comparado com a nossa exposição diária por outras fontes”.

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E É MESMO!E É MESMO! Presença de helmintos em hortaliças Presença de helmintos em hortaliças comercializadas em São Paulo comercializadas em São Paulo (Oliveira & (Oliveira &

Germano, 1999, apud Bastos R.,)Germano, 1999, apud Bastos R.,)HELMINTOS ALFACE

LISA (%)ALFACE

CRESPA (%)ESCAROLA

(%)AGRIÃO

(%)

Ancilostemídeos 16 14 24 34

Ascaris sp 8 8 20 32

Trichocephalus sp 4 4 0 6

Taenia sp 0 2 4 4

Strongyoides sp 4 8 2 16

Toxocara sp 4 0 2 4

Enterobius sp 0 0 0 2

Fasciola sp 2 0 0 6

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Contexto dos limites norte americanos Contexto dos limites norte americanos (NRC)(NRC)

Alguns extratos do relatório (lodo Classe B)

Em adição aos requisitos de qualidade ou processos, restrições de uso são estabelecidas (p. ex.: colheita após 20 meses para raízes e 14 meses para alimentos que tocam o solo)

Há um risco maior para os trabalhadores locais no período inicial de aplicação: deve ser mantido em mente que o número de indivíduos expostos é relativamente pequeno e por isso a ocorrência de infecções seria limitada

“O uso de lodo Classe B em alimentos para consumo humano, particularmente aqueles ingeridos crus, pode apresentar risco maior que o uso do lodo Classe A: o grau absoluto e o impacto desse aumento de risco na saúde pública não pode ser determinado, mas no estágio atual de conhecimento e experiência, a diferença no risco de transmissão de doenças infecciosas parece ser imperceptível”.

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Mas, no Brasil, a prevalência de infecções na Mas, no Brasil, a prevalência de infecções na população não é maior, e portanto, não há população não é maior, e portanto, não há

mais patógenos no lodo e maior risco?mais patógenos no lodo e maior risco?

PAÍS Ascaris sp. TOTAL FONTE

ND 800,0 EPA, 1991 and 1992; Dean and Smith, 1973; Feachem et al ., 1980; Engineering Science, 1987; Gerba, 1983; Logsdon et al ., 1985

Alemanha 3,8 KALBE, 1956 apud FEACHEM et al ., 1983

Tóquio 8,0 LIEBMANN, 1965 apud FEACHEM et al ., 1983

Denver, EUA 11,0 WANG & DUNLOP apud FEACHEM et al ., 1983

Brasil 5,0 STOTT (1994), GRAHAM (1981), GRIMASON (1996), RHALLABI (1990) apud BOUHOUM (2000)

Canadá 15,0 STOTT (1994), GRAHAM (1981), GRIMASON (1996), RHALLABI (1990) apud BOUHOUM (2000)

Quênia 1,7 a 13,3 STOTT (1994), GRAHAM (1981), GRIMASON (1996), RHALLABI (1990) apud BOUHOUM (2000)

Marrocos 220,0 STOTT (1994), GRAHAM (1981), GRIMASON (1996), RHALLABI (1990) apud BOUHOUM (2000)

ND 6,2 Forster and Engelbrecht, 1974

ND 36,0 Bradley and Hadidy, 1981

EUA 1 a 1000 Metcalf & Eddy, 1998 apud Bettiol, 2000

EUA 62,0 Hays, 1977

OVOS DE HELMINTOS EM ESGOTOS (nº ovos/100mL)

EUA (Ascaris sp.) presença em 6 a 95% das amostras em muitos locais THEIS et al ., 1978 apud FEACHEM et al., 1983

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PAÍS Ascaris Toxocara Trichuris Taenia TOTAL FONTE

ND 10 (dig.) - 30 (cru)EPA, 1991 and 1992; Dean and Smith, 1973; Feachem et al ., 1980;

Engineering Science, 1987; Gerba, 1983; Logsdon et al ., 1985

França 0,41 a 1,20 0,35 a 0,41 4,91 a 7,25 2,20 a 2,40 7,87 a 11,26 Barbier et al ., 1990 apud BITTON, 1994

França 0,67 0,60 0,12 0,37 1,76 Stien, 1989

França 3,80 1,40 29,00 10,20 44,40 Barbier et al., 1990

França 1,51 0,40 0,55 1,20 3,66 Rosaz, 1991

França 0,2 a 5,3 Gantzer et al ., 2001

Grã Bretanha 8,50 1,50 0,10 10,10 Watson et al ., 1983

EUA 9,60 0,70 2,60 12,90 Reimers et al ., 1981

EUA 1400,00 280,00 10,00 20,00 1710,00 Pederson, 1981

EUA (São Francisco) 1 a 50 Hyde, 1976; Storm, 1976

EUA (nº/100mL) 200 a 1000 Land Application of Biosolids: Process Design Manual, EPA

EUA (nº/100mL) 0 a 1000 Land Application of Biosolids: Process Design Manual, EPA

EUA EPA, 1992

OVOS DE HELMINTOS EM LODOS DE ESGOTO (nº ovos/g)

(lodo não estabilizado)(lodo estabilizado)

Em 1973 estimava-se que a ascaridíase atingia 4 milhões de pessoas.

Mas, no Brasil, a prevalência de infecções na Mas, no Brasil, a prevalência de infecções na população não é maior, e portanto, não há população não é maior, e portanto, não há

mais patógenos no lodo e maior risco?mais patógenos no lodo e maior risco?

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Uma inferência a respeito do risco da Uma inferência a respeito do risco da disseminação de patógenos pelo uso disseminação de patógenos pelo uso

agrícola de lodosagrícola de lodos

Quantidade de biossólidos Classe A aplicados no solo nos EUA em 1998: 0,8 milhões de ton. em base seca (ou, 12% do total)

Quantidade de biossólidos Classe B aplicados no solo nos EUA em 1998: 2,8 milhões de ton. em base seca (ou, 41% do total)

Supondo uma taxa média de aplicação de 10 ton./ha: área de aplicação igual a 280.000 ha/ano

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Uma inferência a respeito do risco da Uma inferência a respeito do risco da disseminação de patógenos pelo uso disseminação de patógenos pelo uso

agrícola de lodosagrícola de lodos

Pergunta 1: Quantos hectares serão utilizados para a aplicação de biossólidos no Brasil nos próximos 5 ou 10 anos?

Pergunta 2: Mesmo que a prevalência de infecções helmínticas lá seja muito menor do que aqui, onde haverá maior quantidade de pessoas expostas?

Pergunta 3: É possível afirmar com segurança que aqui o risco de disseminação é maior, seguido o mesmo regulamento?

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OO utros elementosutros elementos Estudos conduzidos pelas instituições Ohio Farm Estudos conduzidos pelas instituições Ohio Farm

Bureau Development Corporation / Ohio State Bureau Development Corporation / Ohio State University, 1977 a 1983University, 1977 a 1983

Estudos abrangeram grupo de controle em áreas sem aplicação de lodo (46 propriedades e 130 pessoas) e áreas com aplicação (47 propriedades e 164 pessoas): foi monitorada a presença de bactérias, vírus e parasitas nos biossólidos, em amostras de fezes e no sangue das pessoas, além de avaliações dos efeitos nos animais das fazendas

Os lodos das estações de tratamento de esgoto eram submetidos à digestão anaeróbia ou aeróbia, e aplicados na forma desidratada (de 17 a 20% de sólidos) ou líquida

As culturas principais nas áreas de estudo eram o milho, soja, trigo, feno e pastagens

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Algumas conclusões desse estudo

Os riscos à saúde não foram considerados significativos, nas taxas e formas de aplicação utilizadas nas propriedades

A incidência de doenças relacionada às bactérias Salmonella sp., Shigella sp., e Campylobacter sp., não foi significativamente diferente entre os grupos de controle e das áreas de aplicação, bem como a incidência das doenças relacionadas a vírus

Não ocorreram diferenças significativas na saúde animal nas áreas de controle e de aplicação

Parecem ser mínimos os riscos de transmissão de parasitas no gado pela aplicação de biossólidos em pastagens a taxas de 2 a 10ton/ha em base seca, recomendando-se um período mínimo de 4 semanas entre a aplicação e a liberação para utilização

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OO utros elementosutros elementos Estudos solicitados pela EPA à NSC – National Estudos solicitados pela EPA à NSC – National

Academy of Sciences em 2000Academy of Sciences em 2000

Objetivo era revisar as bases científicas do regulamento, incluindo a questão do uso de biossólidos Classe B

O estudo durou 18 meses e concluiu: “o relatório assegura ao público que a regra estabelecida na 40 CFR Part 503 tem sido e é protetora da saúde pública”

O relatório recomenda: melhorar métodos de avaliação de riscos para os componentes químicos e patógenos; conduzir nova pesquisa nacional sobre componentes químicos e patógenos no lodo; aumentar os recursos para o programa de biossólidos da EPA

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OO utros elementosutros elementos Visita técnica ao Canadá em 1998Visita técnica ao Canadá em 1998

Na Província de Ontário existiam cerca de 200 ETEs: 80% do biossólido produzido destinado ao uso agrícola, 17 % para aterros sanitários, e 3 % para incineração

O biossólido produzido era Classe B, na grande maioria dos casos

Principais culturas: milho, soja, trigo, pastagens e cereais diversos

Estocagem do biossólido desidratado era feita em lagoa de lodo (cobertura com palha de milho, fundo e taludes em solo compactado)

Por que não cobram dos agricultores pelo biossólido: “o biossólido tem um valor “ético”, difícil de quantificar, além daquele puramente econômico; é uma forma de fixar o homem ao campo; é um valor para a região

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OO utros elementosutros elementos Visita técnica ao Canadá em 1998Visita técnica ao Canadá em 1998

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2. Contextualização do uso agrícola de lodo 2. Contextualização do uso agrícola de lodo de esgoto no setor de saneamento de esgoto no setor de saneamento nacionalnacional

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Saneamento no BrasilSaneamento no Brasil

Aproximadamente 60 milhões de brasileiros das áreas urbanas (40% do total) não dispõem de coleta de esgoto

Cerca de 15 milhões de habitantes das cidades (10% do total) não tem acesso à água encanada (e uma parcela da população que têm ligação domiciliar não conta com abastecimento diário e nem de água potável com qualidade)

Quase 75% de todo o esgoto sanitário coletado nas cidades é despejado "in natura", poluindo os cursos d'água

De acordo com a OMS, 80% das doenças e 65% das internações hospitalares, implicando gastos de US$ 2,5 bilhões por ano, estão relacionadas com água contaminada e falta de esgotamento sanitário

Um quadro geral desafiador

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Saneamento no BrasilSaneamento no Brasil

Distribuição regional dos Déficits em saneamento no Brasil

Fonte: Abicalil, M. T. O pensamento do setor de saneamento no Brasil, 2002(1) Domicílios totais sem rede de abastecimento de água(2) Domicílios totais sem rede coletora ou fossa

REGIÃO DÉFICIT - ABASTECIMENTO

DE ÁGUA (%)

DÉFICIT - ESGOTAMENTO SANITÁRIO (%)

Norte 52 64Nordeste 34 62Sudeste 12 18Sul 20 36C. Oeste 27 59Brasil 22 38

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Saneamento no BrasilSaneamento no Brasil

Internações hospitalares pela falta de saneamento no Brasil – 1995 a 1999

Fonte: Abicalil, M. T. O pensamento do setor de saneamento no Brasil, 2002

(1) Cólera, diarréia, gastroenterite, febre tifóide, shiguelose, amebíase, infecção alimentar, infecções intestinais mal definidas

(2) Dengue, esquistossomose, malária, leptospirose, doença de Chagas

NORTE NORDESTE SUDESTE SUL C.OESTEDoenças infecciosas intestinais (1) 385.226 1.508.658 729.210 439.182 206.003 3.268.279Doenças transmitidas por vetores e reservatórios (2) 117.279 29.299 14.100 4.564 11.395 176.637

Totais 502.505 1.537.957 743.310 443.746 217.398 3.444.916Percentuais 14,5 44,6 21,6 12,9 6,3 100,0

REGIÕESCAUSAS DE INTERNAÇÕES BRASIL

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Saneamento no BrasilSaneamento no Brasil Abordagem sanitário epidemiológica do tratamento e da Abordagem sanitário epidemiológica do tratamento e da

qualidade parasitológica da água: entre o desejávelqualidade parasitológica da água: entre o desejável e o e o possível (Bastos, R. e outros, 2001)possível (Bastos, R. e outros, 2001)

“Em relação ao estabelecimento de padrões parasitológicos de potabilidade da água, a discussão central é: incorpora-se o conceito de risco zero, ou seja, ausência de patógenos, ou recorre-se a modelos teóricos de avaliação de riscos ...? Em nosso caso, quais seriam os níveis de riscos aceitáveis, se sequer conhecemos os níveis de riscos aos quais nossa população se encontra exposta?

Recomenda, dentre outras: estudos epidemiológicos que permitam aferir os riscos de infecção por Giardia e Cryptosporidium associados ao consumo de água

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15 milhões de brasileiros das cidades sem água encanada (e mais 30 milhões nos próximos 15 anos)

parcela da população não conta com abastecimento contínuo e nem com água potável com qualidade

60 milhões de brasileiros das cidades sem coleta de esgoto

75% de todo o esgoto coletado despejado "in natura“

Saneamento no Brasil

Resumo dos nossos desafios

R$ 178 bilhões para Água e Esgoto R$ 178 bilhões para Água e Esgoto até 2020até 2020

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3. Propostas 3. Propostas

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Nas condições atuais, mesmo os regulamentos de potabilidade da água são de difícil consecução

Os déficits nacionais de abastecimento de água (com qualidade e regularidade), os de coleta e tratamento de esgotos, que impactam muito mais fortemente as condições de saúde da população, e, as dificuldades que temos para enfrentá-los

A “pequena dimensão” de áreas de aplicação de biossólidos nos próximos anos, e portanto, a reduzida população exposta

Que estamos começando, com relação a regulamentos para uso agrícola de biossólidos, em estágio mais avançado do que outros

Que a imposição de limites muito restritivos implicará na competição por recursos frente a urgências maiores, ou, no descumprimento de normas e suas implicações legais

Considerandos:

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Considerandos:Saúde pública e reúso agrícola de esgotos e biossólidos Saúde pública e reúso agrícola de esgotos e biossólidos

(Hespanhol, I.)(Hespanhol, I.)

Padrões, regulamentos e códigos de prática, foram desenvolvidos em muitos países ... assumindo como risco real, o risco potencial associado à presença de organismos patogênicos nos esgotos ou biossólidos, no solo ou nas culturas irrigadas

De uma maneira geral, não se levou em conta inter-relações entre patogênicos e hospedeiros ou evidências epidemiológicas válidas, de transmissão de doenças através da prática de reúso agrícola

A evidência epidemiológica demonstra que a mera presença de organismos patogênicos em esgotos, solos ou culturas não significa, deterministicamente, a transmissão de doenças

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Considerandos:Saúde pública e reúso agrícola de esgotos e biossólidos Saúde pública e reúso agrícola de esgotos e biossólidos

(Hespanhol, I.)(Hespanhol, I.)

A partir de 1918, o Departamento de Saúde Pública do Estado da California, EUA estabeleceu diretrizes para aplicação de esgotos tratados em solos agrícolas: essa legislação se tornou uma das mais completas e abrangentes entre as utilizadas atualmente

O fato de haver sido ignorada a epidemiologia como ciência, ou seja de ter sido considerada, na sua elaboração e sucessivas atualizações, apenas critérios microbiológicos, tornou-a, também, a mais restritiva de todas as existentes

Infelizmente, diversos países, mesmo alguns países pobres e países em vias de desenvolvimento adotaram os padrões em vigência no Estado da Califórnia, sem a necessária adaptação às condições, possibilidades e restrições de ordem local

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Adotar as bases atuais do regulamento norte americano para controle de patógenos em lodos de esgoto (que já pode ser impeditivo em muitas regiões do país), para os próximos 5 anos

Avaliar as bases de restrições de uso para o lodo Classe B

Deixar a cada Estado o estabelecimento ou não de limites mais restritivos

Desenvolver soluções adequadas às nossas condições para a redução de microrganismos em lodos

Realizar estudos epidemiológicos nos locais atuais de aplicação, nos próximos 5 anos

Estabelecer periodicidade para rediscussão do regulamento

Propostas

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Enfim, precisamos ter a clareza e a coragem de fazer, primeiro, o que é

essencial