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Autor Denilson Matos Língua Portuguesa II: Morfologia I 2009 Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br

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Autor

Denilson Matos

Língua Portuguesa II: Morfologia I

2009

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Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 • Batel 80730-200 • Curitiba • PR

www.iesde.com.br

M433 Matos, Denilson. / Língua Portuguesa II: Morfologia I /Denil-son Matos. — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009. 168 p.

ISBN: 978-85-7638-799-2

1. Língua Portuguesa – Morfologia 2. Língua Portuguesa – For-mação de palavras 3. Língua Portuguesa – Gramática. I. Título.

CDD 469.5

Capa: IESDE Brasil S.A.Imagem da capa: IESDE Brasil S.A.

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Sumário

morfologia | 7Conceito de morfologia | 8Estudos lingüísticos | 9Significação lexical e gramatical | 10Formas livres, presas e dependentes | 11Etimologia | 12Dupla articulação da linguagem | 13

morfema | 19Conceito de morfema | 19Análise mórfica | 22Tipos de morfema | 25

Estrutura das palavras I | 33Estrutura das palavras | 34

Estrutura das palavras II | 45Conceituação | 45modo | 45Pessoa | 47Número | 47Estruturas do verbo | 48O acento tônico nos verbos | 55

Processo de formação de palavras I | 59Afixos | 60Derivação | 63

Processo de formação de palavras II | 71Composição | 71Outros tipos de processos | 73

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Criatividade lexical | 79O que é? | 79Neologismo | 81Considerações finais | 88

Classes de palavras I | 93Algumas informações essenciais | 93

Classes de palavras II | 107Artigo | 107O adjetivo | 110Numeral | 114

Pronomes | 121Pronome | 121O pronome pode ser de seis espécies | 123Colocação pronominal | 129

Locuções e interjeições | 133Locuções | 133Interjeição | 136

Narração | 141Texto | 141

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Apresentação

Nesta etapa de nosso estudo, abordam-se as diversas partes que constituem

o léxico de nossa língua preferencialmente aquelas que determinam a for-

mação e construção dos termos que a caracterizam e a identificam. Aqui,

conheceremos os mecanismos de formação previstos no sistema da Língua

Portuguesa, bem como aqueles que transcendem às expectativas do regis-

tro padrão.

Na mesma direção, iniciaremos o estudo das classes de palavras que re-

presenta, indubitavelmente, conteúdo capaz de determinar o sucesso do

estudante diante da constituição e análise da frase e da oração em Língua

Portuguesa, a saber: a sintaxe.

Desta feita, pretende-se apresentar, sob o amparo da gramática normativa,

a língua enquanto sua formação, estrutura e classe de palavras.

Mais especificamente, enquanto estudiosos da linguagem, devemos en-

tender que todo indivíduo que pretenda estudar uma língua, seja ela qual

for, deve atentar para certas considerações que determinam e auxiliam o

reconhecimento dessa língua. Assim, o estudo da forma é uma das possi-

bilidades de análise que traz à tona o entendimento de que as palavras se

organizam não apenas numa frase, mas, também, internamente. Se por um

lado, palavras quando combinadas podem constituir frases, textos, por ou-

tro, letras, morfemas, sílabas também podem formar palavras.

Portanto, é neste espírito que se busca entender os procedimentos lingüísti-

cos que participam e atuam efetivamente na morfologia das palavras.

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Classes de palavras I

Algumas informações essenciaisPodemos considerar que o estudo das classes de palavras é um tema ainda muito discutido pelos

estudiosos da língua. A maioria deles defende a flexibilidade de classificação, a depender principal-mente da função por ela estabelecida no período. Com certeza você já ouviu falar muito desse assunto, porém na maioria das vezes os alunos sentem dificuldade em classificar um vocábulo na frase.

Grosso modo, a classificação dos vocábulos na Língua Portuguesa nada mais é que um “rótulo” que as palavras recebem de acordo com as funções que desempenham no período. Para começar, va-mos relembrar que as palavras de nossa língua distribuem-se nas seguintes classes: substantivos, adjeti-vos, artigos, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. Esse seleto grupo é classificado em palavras variáveis e invariáveis.

A maioria dos gramáticos dispõe no grupo das variáveis os substantivos, os adjetivos, os artigos, os numerais, os pronomes e os verbos, pois estas classes flexionam-se, isto é, podem apresentar modifi-cação na sua forma, para exprimir os acidentes gramaticais de gênero (masculino e feminino), número (singular e plural), grau (aumentativo, diminutivo, normal) pessoa (1.º, 2.º, 3.º do singular ou do plural) etc. São, portanto, palavras variáveis ou flexíveis.

Estariam no grupo das palavras invariáveis os advérbios, as conjunções e as interjeições, visto que essas classes possuem como característica em comum uma forma rígida, imutável, sendo, por con-seguinte, palavras invariáveis ou inflexíveis.

O presente capítulo tem como objetivo apresentar um quadro geral sobre as classes de palavras variáveis, focando especificamente a classe dos substantivos e suas particularidades.

Segue o quadro síntese da classe de palavras com características funcionais e flexões.

Quadro geral das classes variáveisSegundo Ernani e Nicola (1994, p. 06-07), podemos sintetizar as classes de palavras variáveis no

quadro a seguir:

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94 | Língua Portuguesa II: Morfologia I

Classe de palavras Características funcionais Flexões

VerboOs verbos podem indicar uma ação, estado ou fenômeno da natureza.

modoTempoNúmeroPessoaVoz

ArtigoNormalmente o artigo precede ao substantivo, indicando o gênero e o número; ao mesmo tempo em que especifica ou generaliza.

GêneroNúmero

AdjetivoA classe dos adjetivos tem a finalidade de modificar, especificar o substantivo, atribuindo-lhe um estado, qualidade ou modo de ser.

GêneroNúmeroGrau

PronomesSubstitui ou acompanha o nome (substantivo), fazendo seu papel ou modificando-o.

GêneroNúmeroPessoaCaso

Numeral Indica quantidade.GêneroNúmeroGrau

Substantivo

Tem como finalidade nomear os elementos do mundo: os nomes de indivíduos (pessoas), lugares, instituição, grupos, entes maravilhosos, idéias, coisas, ações, estados, qualidades, sensações, sentimentos etc.

GêneroNúmeroGrau

Infelizmente, neste texto não será possível falarmos sobre todas as classes de palavras variáveis Agora, temos a missão de aprender um pouco mais sobre os substantivos.

SubstantivosSegundo Ulisses Infante (2001, p. 282), a classe de substantivo é aquela que nomeia os vocábulos

da Língua Portuguesa. Nas frases, os substantivos normalmente estão diretamente relacionados com a classe dos adjetivos, pronomes, artigos e numerais.

Podemos considerar a classe dos substantivos como variável, pois a mesma apresenta flexões de gênero, número e grau, além das funções substantivas. Pode-se dizer que a classe do substantivo é mutável, pois esta pode ser desempenhada por palavras que tradicionalmente pertencem a outras classes, porém, devido à função que o vocábulo ocupa no período, este pode vir a ser classificado como substantivo.

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95|Classes de palavras I

Essa função, na verdade, pode ser definida de várias maneiras: palavra mais importante do grupo de nomes (tudo que não é verbo é nome); palavra central, palavra com existência e significação própria etc. No entanto, seja qual for a definição de sua função, certamente pode-se entender que tal classe de palavra desempenha papel preponderante na frase.

Observe:

A mulher venceu seus anseios e desejos.

As melhores escolas estão preocupadas com a cidadania.

Nos exemplos a seguir, observaremos que o pronome recebe a classificação extra de pronome substantivo, pois o vocábulo em destaque realiza a função que tradicionalmente é ocupada pela classe dos substantivos:

Ninguém reclamou muito durante a reunião.

Já no exemplo a seguir:

Ela apareceu hoje na minha casa.

O vocábulo “ela” deve ser classificado como um pronome substantivo, pois substitui o substantivo.

Observe um exemplo um pouco diferente:

Passei alguns anos fora. Os dois que passei longe do Brasil foram muito tristes.

Alguns autores, classificam o vocábulo “dois” como numeral substantivo, devido à relação direta da classe do artigo com a do numeral, visto que eles normalmente estão muito próximos. Quando o artigo antecede uma outra classe de palavra que não a classe dos substantivos, o mesmo tem a força de, em determinadas situações, transformar essa classe em substantivo. Como no exemplo a seguir:

O cantar do pássaro é belo.

Começaremos agora a estudar um pouco mais sobre a formação dos substantivos da Língua Por-tuguesa.

Formação dos substantivosA todo o momento, novos vocábulos aparecem na Língua Portuguesa; historicamente, esta con-

quista vocabular se dá devido à necessidade que o ser humano possui de tornar a língua mais dinâmica e produtiva. Sabemos ainda que os vocábulos da língua podem apresentar vários elementos em sua estrutura, por exemplo:

Radical :::: – a grande maioria dos estudiosos considera que o radical é a “alma” da palavra, sendo, desta forma, o elemento que origina outras palavras.

Pedra

Pedreira

Empedrar

Empedramento

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Há também os elementos que podem ser inseridos ao radical para a formação de novos vocábu-los na Língua Portuguesa, são eles:

Afixo – :::: união dos elementos que precedem e sucedem o radical.

O Empedramento do sal não é bom.

Prefixo:::: – elemento que antecede o radical.

O empedrar do açúcar é fácil de resolver.

Sufixo:::: – elemento que sucede o radical.

A Pedreira da Estrada do Catonho é muito lucrativa.

Classificação do substantivoSegundo Ulisses Infante (2001, p. 283), os substantivo podem ser classificados em:

Substantivo simples :::: – são os substantivos que apresentam um único radical em sua estrutura. Chuva, sol etc.

Substantivo composto:::: – são os substantivos que apresentam mais de um radical em sua estrutura.

Guarda-chuva, girassol etc.

Substantivo primitivo:::: – são os substantivos que não provêm de nenhuma outra palavra na língua.

Pedra, rosa etc.

Substantivo derivado :::: – são os substantivos formados a partir de outras palavras já existentes na língua.

Pedreira, roseira etc.

Substantivo comum:::: – Os substantivos comuns designam todo e qualquer indivíduo de uma espécie não específico, ou melhor, de forma genérica.

Casa, mesa, dado, cadeira. etc

Substantivo coletivo:::: – são os substantivos nomeia conjuntos de seres de uma mesma es-pécie.

Alcatéia: lobos / banda: músico / buquê: flores etc.

Substantivo próprio:::: – são os substantivo que designa um ser, espécie, marca, local especí-fico.

Bahia, São Paulo etc.

Substantivo concreto:::: – são os substantivos que dão nome a seres de existência indepen-dente, reais ou imaginários, designando seres propriamente ditos, pessoas, objetos, lugares. Fadas, saci, cadeira, caneta, homem, vento, Deus etc.

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97|Classes de palavras I

Note que são considerados concretos os substantivos que nomeiam divindades ou seres fantásti-cos, pois, existentes ou não, são tomados sempre como seres dotados de vida própria.

Substantivo abstrato :::: – são os substantivos que designa ações, qualidade ou estado que não possuem existência independente.

felicidade, pobreza, honra, caridade etc.

Há autores que propõem outra divisão entre abstrato e concreto. Para esses autores o substantivo concreto pode ser real ou imaginário. O concreto tem definição semelhante a que víamos anterior-mente, a diferença, de fato, está em se admitir um substantivo concreto imaginário, ou seja, que possui existência independente, todavia constam de uma realidade imaginária. Assim, por exemplo: saci, Deus, fadas, seriam substantivos concretos imaginários.

Flexão do substantivo

GêneroOs substantivos na Língua Portuguesa podem pertencer ao gênero masculino ou feminino. O

gênero é uma categoria gramatical, por isso, em alguns casos, há uma correspondência entre gênero e sexo do vocábulo nomeado. Para exemplificar esta correlação, apresentamos o par de vocábulos: moço X moça, em que os morfemas “-o” e “-a” estabelecem, respectivamente, o paralelo entre o gênero e sexo masculino e feminino. Porém, nem sempre esta relação está diretamente relacionada.

Ulisses Infante (2001, p. 287) diz que, para evitar esta confusão entre a categoria gramatical de gênero e a característica biológica dos sexos, devemos relacionar o gênero à concordância das palavras em seu relacionamento lingüístico: pó, por exemplo, é um substantivo masculino pela concordância que estabelece com o artigo “o”, e não porque se possa imaginar que pó é o masculino das partículas de poe-ira.

O mesmo autor ainda relata que só faz sentido relacionar o gênero ao sexo quando se trata de pa-lavras que designam pessoas e animais, como, os pares: professor X professora; menino X menina. Ainda assim, esta relação não é obrigatória, pois há palavras que mesmo pertencendo a um único gênero, po-dem indicar seres do sexo masculino ou feminino. Podemos exemplificar o fato com o vocábulo criança, pois se trata de um vocábulo que pode designar os dois gêneros.

Desenvolvendo outras considerações sobre o paralelo entre gênero e sexo, devemos prestar muita atenção nos vocábulos da Língua Portuguesa, pois nem sempre os substantivos que terminam em “-a” representam vocábulos femininos, exemplo: papa; jesuíta ou poema, assim como nem todo vocábulo que termina em “-o” representa um vocábulo masculino, exemplo: tribo.

Existem ainda os vocábulos que designam os seres inanimados que apresentam apenas uma forma tanto para o masculino quanto para o feminino.

São masculinos: carro, trem, tijolo, otimismo.

São femininos: pia, cadeira, felicidade, beleza.

Na visão de Ulisses Infante (2001, p. 287), na formação dos substantivos podemos encontrar as seguintes classificações:

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Substantivos biformes:::: – como o próprio nome já diz, é o que possui duas formas, uma para o masculino e outra para o feminino.

Aluno – aluna / Cabra – bode.

Substantivo uniforme:::: : possui uma só forma para aos dois gêneros. O substantivo uniforme divide-se em:

Comum de dois gêneros:::: – apresenta uma só forma para os dois gêneros. Devemos ficar atentos para o artigo, pronome, ou outra palavra que modifique o substantivo.

o dentista – a dentista / aquele estudante – aquela estudante.

Sobrecomum –:::: apresenta um só gênero, apesar de designar pessoas ou animais do sexo masculino ou feminino.

criança / cônjuge / testemunha.

Epiceno :::: – apresenta um só gênero gramatical para designar certos animais; para distinguir o sexo usamos as palavras macho e fêmea.

o jacaré macho / o jacaré fêmea.

A seguir o quadro síntese da flexão de gênero dos substantivos:

Terminação (regras gerais) Feminino Exemplos

“-o” átono muda para -a Aluna, gata

Consoante Acrescenta -a Autora, burguesa

Terminação (particularidades) Feminino Exemplos

-ão muda para -oa, -ã, -onaLeoa, patroa, aldeão, cidadã, comilona, sabichona

-or muda para -eira Bordadeira

-dor, -tor (alguns casos) muda para -triz Atriz, imperatriz

-eu muda para -eia Ateia, auropeia

-eNão muda (tem exceções: elefante, infanta)

Cliente, amante

Alguns substantivos têm uma forma para indicar os seres do sexo masculino e outra para os do sexo feminino. Assim:

Masculinos e femininos de radicais diferentes

Masculino FemininoBode Cabra

Boi Vaca

Cão Cadela

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99|Classes de palavras I

Masculinos e femininos de radicais diferentes

Masculino FemininoCarneiro Ovelha

Cavalheiro Dama

Cavalo Égua

Compadre Comadre

Frei Sóror ou soror

Genro Nora

Homem mulher

macho Fêmea

NúmeroSegundo manoel Pinto Ribeiro (2003, p. 161-163), os substantivos flexionam-se também em

número, podendo estar no singular (referem-se a um único ser ou a um único conjunto de seres) ou plural (referem-se a mais de um conjunto de seres).

Segue quadro síntese do plural do substantivo simples segundo Ulisses Infante (2001, p. 293-295):

Terminação (regra geral) Plural Exemplos

Vogal e ditongo Acrescenta s mesas, pais

Consoante (r, n, s e z) Acrescenta es Flores, líquenes, países, raízes

Terminação (particularidades) Plural Exemplos

-ão muda para -ãos, -ães, ou -ões mãos, cães, leões

-m muda para -ns Homens, tons

-al, -oi, -ul muda para -ais, -ois, -uis Casais, bois, pauis

-el, -ol muda para -éis, -óis Anéis, faróis

-il, tónico muda o l em s Funis, barris

-il átono muda para -eis Répteis, fósseis

-ás, -ês Acrescenta es Gases, franceses

-s, -x Não mudam Lápis, pires, pírex, inox

Observação: Há substantivos que só se empregam no plural. Ex.: arredores, férias, núpcias, óculos.

Metafonia

Segundo Bechara (1999, p. 123) há muitos substantivos cuja formação se manifesta apenas por meio de modificações morfológicas (modificações na forma dos vocábulos), mas também implica alte-

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100 | Língua Portuguesa II: Morfologia I

ração fonológica (modificação nos sons dos fonemas, especialmente dos sons das vogais dos vocábu-los). Nesses casos, ocorre um fenômeno chamado metafonia, ou seja, a mudança de som entre a forma no singular e no plural. A metafonia é especificamente a alternância do timbre da vogal, que passa de fechada na forma do singular a aberta na forma do plural. Observe os pares abaixo:

Singular (ô) Plural (ó)

Fogo Fogos

Imposto Impostos

Osso Ossos

Poço Poços

Socorro Socorros

Caroço Caroços

Forno Fornos

Ovo Ovos

Posto Postos

Tijolo Tijolos

A seguir o quadro síntese do plural dos substantivos compostos, segundo Ulisses Infante (2001, p. 296 -297):

Compostos regra Exemplos

Por aglutinação

Sem hífenAcrescenta s no final, como substantivo simples

aguardentes, passatempos, malmequeres

Por justaposição

Elementos ligados por hífen:substantivo + substantivo substantivo + adjetivo adjetivo + substantivo

Ambos os elementos vão para o plural.

Couves-flores, amores-perfeitos, altos-fornos

Elementos ligados por hífen: verbo ou palavra invariável + + substantivo ou adjetivo

Só o segundo elemento vai para o plural.

Guarda-sóis, pisa-papéis, contra-ataques

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101|Classes de palavras I

Elementos ligados por hífen: substantivo + preposição + substantivo substantivo + substantivo com valor de determinante específico

só o primeiro elemento vai para o plural

águas-de-colónia, navios-escola, palavras-chave

GrauSegundo Ulisses infante (2001, p. 298), os substantivos podem se modificar a fim de exprimir in-

tensificação, exagero ou mesmo deformação do seu significado. Para formar o aumentativo e o diminu-tivo dos substantivos, utilizamos dois processos: .

Sintético:::: – Acrescentamos sufixos aumentativos ou diminutivos à forma normal do substantivo.

Amigo – amigão (aumentativo sintético) – amiguinho (diminutivo sintético)

Analítico:::: – o substantivo aparece no grau normal, mas modificado por adjetivos que ex-pressem idéia de aumento ou de diminuição.

Amigo – amigo grande (aumentativo analítico) – amigo pequeno (diminutivo analítico)

A seguir o quadro síntese segundo, manuel Pinto Ribeiro ( 2003, p.161-163):

Grau Formação Exemplos

Aumentativo sintéticoAcrescentam-se os sufixos: -aço, -aça; -ão, -ona; -alhão; -anha; -alha; -eiro; -eira.

Ricaço; bigodaça; casarão; mulherona; dramalhão; montanha; muralha; maluqueira; mexeriqueiro.

Aumentativo analítico Associa-se um adjetivoCasa enorme; grande homem.

Diminutivo sintético

Acrescentam-se os sufixos: -acho; -eta, -ete; -ico; -ilho, -ilha; -elho, -elha; -im; -inho, -inha; -ito, -ita; -ola; -ulo.

Fogacho; cançoneta; ramalhete; burrico; pecadilho; anilha; garotelho; varandim; mocinho; casinha; cãozito; pequenita; criançola; montículo.

Diminutivo analítico Associa-se um adjetivo.Casa minúscula;pequeno jardim.

A maioria dos aumentativos ressalta um valor depreciativo ou pejorativo; o emprego do diminu-tivo indica a linguagem afetiva.

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102 | Língua Portuguesa II: Morfologia I

Hora da dicaUsar palavras com sufixo diminutivo pode representar, em alguns casos, um modo pejorativo.

Observe o exemplo:

Aquele romance é um livrinho agradável.

Sabemos que o sentido pejorativo pode ser caracterizado por carga negativa ou ofensiva da-dos aos vocábulos da Língua Portuguesa. Diante da definição de modo pejorativo você leria ou não o romance em discussão? Por quê?

( ) Sim ( ) Não

Provavelmente sua resposta foi “não” e certamente não é porque o livro seja pequeno e você prefira aqueles com muitas páginas.

Texto complementar

Relacionar sim, decorar nãoDenilson Matos

– Cantar é verbo?

– Pode ser;

– Azul é adjetivo?

– Pode ser;

– Não é advérbio?

– Pode ser.

– Por favor, pare de enrolar. Afinal, a que classes pertencem essas palavras?

– Antes de responder a essa pergunta, gostaria de dizer que o primeiro termo que precisamos refletir é a palavra “classe”. Conforme o dicionário, classe é a ordem segundo se dividem, se distri-buem as coisas; grupo ordem segundo a qual se dividem, distribuem ou se arrumam seres ou coisas. Nesse sentido, podemos afirmar que se organiza em classes aquilo que tem semelhança. O professor pertence à classe dos professores porque desempenha funções determinadas para isso. Entretanto, se esse professor, no futuro, vier a fazer um curso de soldador e for trabalhar em uma metalúrgica,

Texto I

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103|Classes de palavras I

deixará de pertencer à classe dos professores e passará para a classe “metalúrgica”. Por quê?

– Porque ele passou a desempenhar outra função.

– O mesmo acontece com as palavras. Elas pertencem a uma determinada classe. Por exemplo, se uma classe de palavra existe para qualificar algo, todas as palavras que exercerem tal função per-tencerão a mesma classe.

– Entendi.

– Assim, para obter as respostas corretas às perguntas: “Cantar é verbo? Azul é adjetivo? Não é advérbio, é necessário lembrar que para se reconhecer a classe gramatical de um vocábulo é im-portante que se estabeleça a finalidade com que foi utilizado, isto é, estabelecer a relação entre as palavras na frase.

Por isso, torna-se inútil decorar listagens de advérbios, substantivos ou adjetivos, uma vez que é no contexto que se identificará com certeza a classe gramatical do vocábulo.

Exemplificando o que foi dito acima, podemos analisar a famosa frase de Brás Cubas do roman-ce Memórias Póstumas de Brás Cubas, de machado de Assis:

“(...) Eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor para quem a campa foi outro berço...”

– Observe que a simples inversão da ordem das palavras ocasiona não só sentidos diferentes, mas também faz com que as palavras possuam finalidades diferentes, logo classes gramaticais distintas.

Autor defunto = autor que morreu.

Defunto autor = defunto que escreve.

– Então, como se vê, o importante não é decorar e sim relacionar.

Texto II

Circuito fechado(RAMoS, 1972, p. 21-22)

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, pa-péis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. mictório, pia, água. Táxi. mesa, toalha,

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104 | Língua Portuguesa II: Morfologia I

cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. xícara. maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fós-foro, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guar-danapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

1. ”Circuito fechado” nos conta uma história explorando a característica essencial dos substantivos. Qual é essa característica? Como ela possibilita que se conte essa história?

2. Qual é a história que o texto nos conta?

3. Caracterize o personagem apresentado no texto?

4. Conte um dia típico da sua vida, utilizando o mesmo processo usado no texto. Depois compartilhe com os seus amigos.

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105|Classes de palavras I

Análise lingüística Leia, analise e marque a resposta certa:

1. Das alternativas abaixo, quais palavras são respectivamente, substantivos concreto e abstrato:

a) Água e vinho.

b) Pedro e Jesus.

c) Árvore e verdade.

d) Nova Iorque e Deus.

2. Que alternativa completa corretamente a frase abaixo:

“ Desejavam transformar os ________ em ________ do céu.

a) Pagões – cidadões

b) Pagãos – cidadãos

c) Pagãos – cidadões

d) Pagões – cidadãos.

3. Assinale a alternativa em que todas as palavras que terminam com o morfema “-a” não represen-tam substantivos femininos:

a) banana, poeta, profeta.

b) profeta, menina, pirata.

c) jesuíta, profeta, papa.

d) banana, cura, pirata.

4. Reescreva as frases, substituindo a palavra coisa por substantivos adequados:

a) A prática de exercícios traz somente coisas boas para as pessoas.

b) Os meios de comunicação fazem com que a alienação seja uma coisa normal.

c) É difícil, na adolescência, entender o porquê das coisas.

d) Os jornais nos comunicam coisas terríveis.

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106 | Língua Portuguesa II: Morfologia I

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GabaritoClasses de palavras I

Texto complementar

1. A classe dos substantivos tem como finalidade nomear os elementos do mundo. Por meio da seqüência de substantivos foi possível descrever o dia de um personagem.

2. A vida de um homem por meio do uso de substantivos.

3. Pertence ao sexo masculino, pois evidenciamos no texto a presença de substantivos específicos do sexo masculino, como abotoaduras, a descrição do ato de fazer a barba, o substantivo mictório, a presença dos substantivos palito, gravata e cueca. Devido ao uso dos substantivos: papel e cavalete deduz-se que o personagem provavelmente é um desenhista e infelizmente é fumante.

4. Resposta pessoal

1. c

2. b

3. c

4. Resposta pessoal

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