lixiviaÇÃo de cobre e zinco em solo...

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA AMBIENTAL CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL JÉSSICA VANDRESEN SANTANA LIXIVIAÇÃO DE COBRE E ZINCO EM SOLO CORRIGIDO COM RESÍDUO DE GESSO DA CONSTRUÇÃO CIVIL E SOB APLICAÇÃO DE ÁGUA RESIDUÁRIA DA SUINOCULTURA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CAMPO MOURÃO 2014

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  • UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARAN

    COORDENAO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

    CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

    JSSICA VANDRESEN SANTANA

    LIXIVIAO DE COBRE E ZINCO EM SOLO CORRIGIDO COM

    RESDUO DE GESSO DA CONSTRUO CIVIL E SOB APLICAO

    DE GUA RESIDURIA DA SUINOCULTURA

    TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO

    CAMPO MOURO

    2014

  • JSSICA VANDRESEN SANTANA

    LIXIVIAO DE COBRE E ZINCO EM SOLO CORRIGIDO COM RESDUO DE

    GESSO DA CONSTRUO CIVIL E SOB APLICAO DE GUA RESIDURIA

    DA SUINOCULTURA

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado a disciplina de Trabalho de Concluso de Curso 2 (TCC 2), do curso de Engenharia Ambiental, da coordenao de Engenharia Ambiental do Cmpus Campo Mouro da Universidade Tecnolgica Federal do Paran (UTFPR), como requisito parcial para obteno do ttulo de Bacharel em Engenheira Ambiental. Orientadora: Prof. Dr. Maria Cleide Baldo Co-orientadora: Prof. Dr. Morgana Suszek Gonalves

    CAMPO MOURO

    2014

  • TERMO DE APROVAO

    LIXIVIAO DE COBRE E ZINCO EM SOLO CORRIGIDO COM RESDUO DE

    GESSO DA CONSTRUO CIVIL E SOB APLICAO DE GUA RESIDURIA

    DA SUINOCULTURA

    por

    JSSICA VANDRESEN SANTANA

    Este Trabalho de Concluso de Curso foi apresentado em 07 de agosto de 2014

    como requisito parcial para a obteno do ttulo de Bacharel em Engenharia

    Ambiental. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos

    professores abaixo assinados. Aps deliberao, a banca examinadora considerou

    o trabalho APROVADO.

    __________________________________

    Prof. Dr. MARIA CLEIDE BALDO

    __________________________________

    Prof. Dr. RAFAEL MONTANHINI SOARES DE OLIVEIRA

    __________________________________

    Prof. Dr. MARCILENE FERRARI BARRIQUELLO CONSOLIN

    O termo de aprovao assinado encontra-se assinado na Coordenao do Curso de Engenharia Ambiental.

    Ministrio da Educao Universidade Tecnolgica Federal do Paran

    Campus Campo Mouro Diretoria de Graduao e Educao Profissional

    Departamento Acadmico de Ambiental - DAAMB Curso de Engenharia Ambiental

  • AGRADECIMENTOS

    Aos meus pais, Neusa e Antonio, sem os quais no seria possvel a

    realizao deste sonho. Por sempre estarem presente em minha vida, me apoiando

    e aconselhando;

    Aos meus irmos Lucas e Henrique, que entre brigas e brincadeiras, sei

    que torciam por mim e aos meus avs Adolfo, Rosa, Otto e Elmira pelo apoio,

    mesmo que a distncia;

    professora Morgana Suszek Gonalves, pela orientao deste trabalho,

    pacincia e apoio;

    Aos professores Maria Cleide Baldo e Tiago de Castro Morais pela

    colaborao dada a este trabalho;

    Granja Santa Ana, por fornecer a gua residuria da suinocultura utilizada

    nesta pesquisa e ao grupo Casali por ceder o resduo do gesso de construo civil.

    A UNIOESTE, por permitir que as anlises fossem feitas em seu

    laboratrio;

    professora Marcilene Ferrari Barriquello Consolin, pela oportunidade dos

    dois anos de realizao da iniciao cientfica (IC);

    Fundao Araucria de Apoio ao Desenvolvimento Cientfico e

    Tecnolgico do Paran pela concesso de bolsas de estudos de iniciao cientfica;

    Aos laboratoristas Marcelo e Kssia, pelo apoio durante as anlises

    laboratoriais, tanto no desenvolvimento deste trabalho como no de IC;

    todos professores, pelo conhecimento compartilhado, contribuio na

    minha formao profissional, amizade e conselhos.

    ZM Bombas, pela oportunidade de estgio e aprendizado.

    todos meus amigos, em especial Gabriela, Maria Eduarda, Andria e

    Nayara, pelo apoio e momento de distraes nestes cinco anos de faculdade.

    todas pessoas que estudei e conheci no perodo da faculdade que de

    alguma maneira contriburam para o termino desta etapa.

    Por fim Deus por me dar condies de realizao deste sonho, por

    colocar pessoas incrveis em minha vida e por estar presente nos momentos bons e

    difceis.

  • RESUMO

    SANTANA, Jssica V. Lixiviao de cobre e zinco em solo corrigido com resduo de gesso da construo civil e sob aplicao de gua residuria da suinocultura. 2014. 42 f. Trabalho de Concluso de Curso (Bacharelado em Engenharia Ambiental). Universidade Tecnolgica Federal do Paran. Campo Mouro. 2014. A presena de importantes nutrientes para as plantaes na gua residuria da

    suinocultura faz com que esta possa ser aplicada ao solo como fertilizante. Entre os

    nutrientes presentes na ARS esto o cobre e o zinco, que embora sejam essenciais

    s plantas, se em excesso podem causar a contaminao da planta, do solo e de

    guas subterrneas por meio do processo de lixiviao. Alm da adio de

    fertilizantes necessrio fazer a correo do pH do solo para eliminao de

    elementos txicos s plantas, para isso realiza-se a prtica da calagem (adio de

    calcrio). Junto com o calcrio, agricultores tm aplicado ao solo o gesso agrcola

    (CaSO4) que possui maior facilidade em penetrar o perfil do solo e, apesar de no

    corrigir o pH do solo, elimina os elementos txicos s planta. Pela caracterstica que

    o gesso apresenta, este pode aumentar a lixiviao do Cu e Zn. Assim, o objetivo

    geral deste trabalho foi avaliar a lixiviao do Cu e Zn provenientes da aplicao de

    ARS ao solo, com a adio de calcrio e resduo de gesso da construo civil para a

    correo da acidez do solo e minimizao de seus efeitos em camadas

    subsuperficiais. Para isso, colunas de solo foram preenchidas com amostras de um

    Latossolo Vermelho distrofrrico de acordo com os seguintes tratamentos: T1 (Solo

    + ARS), T2 (Solo+ calcrio +ARS) e T3 (Solo+ calcrio + gesso + ARS). A

    quantidade de ARS aplicada foi correspondente dose de nitrognio recomendada

    para a cultura do milho, assim como o clculo da necessidade de calcrio e gesso,

    que tambm foram realizados com base nesta cultura. O material lixiviado foi

    coletado e enviado para anlise da concentrao de Cu e Zn por meio da

    espectrofotometria de absoro atmica. O resultado foi comparado pelo teste

    estatstico de comparao de retas, a 5% de significncia. Os resultados mostram

    que o calcrio reteve o zinco no solo e o gesso da construo civil favoreceu a

    lixiviao do metal em relao ao uso apenas do calcrio, mas com o manejo

    adequado da ARS e do gesso a situao apresentada pode ser benfica para as

    plantaes e no se corre o risco de contaminao de guas subterrneas, uma vez

    que a lixiviao no tratamento T1 foi maior que nos tratamentos T2 e T3. A lixiviao

    do cobre ocorreu apenas no solo corrigido com calcrio. Como a lixiviao do zinco

    no ocorreu de maneira excessiva, indica-se a possibilidade de uso do resduo do

    gesso da construo civil, junto com o calcrio em solos agrcolas.

    Palavras-chave: gua residuria da suinocultura. Gesso. Lixiviao. Correo da acidez do solo. Metais pesados.

  • ABSTRACT

    SANTANA, Jssica V.Cooper and zinc leaching in soil corrected with plaster waste from construction and under application of swine wastewater. 2014. 42 f. Trabalho de Concluso de Curso (Bacharelado em Engenharia Ambiental). Universidade Tecnolgica Federal do Paran. Campo Mouro. 2014. The presence of important nutrients for crops in swine wastewater (SW) causes it be used as a soil fertilizer. Among the nutrients that are present in the SW, there are Copper and Zinc; even though they are essential to the plants, they can contaminate the plant, the soil and the groundwater through leaching processes, if applied in excess. Besides the addition of fertilizers, it is necessary to correct soil pH in order to eliminate elements that are toxic to the crops; for this reason, liming technique, the addition of limestone, is performed. Along with the limestone, farmers have been also applying calcium sulfate (CaSO4), which penetrates to the soil more easily. Although it does not correct the soils pH, it eliminates the toxic elements. For its characteristics, the calcium sulfate might increase the leaching process for Cu and Zn. Thus, the objective of this paper is to evaluate the Cu and Zn leaching processes from the application of SW, along with the addition of limestone and plaster from civil construction for liming of soil and its minimization in subsuperficial layers. For this reason, columns of soil were filled with samples of Haplorthox respecting the following treatments: T1 (Soil + SW), T2 (Soil + limestone + SW) and T3 (Soil + limestone + plaster + SW). The quantity of SW applied was equivalent to the doses of nitrogen recommended for corn crop; also, the same method was used to estimate the need of limestone and plaster. The leachate material was collected and send for Cu and Zn concentration analysis, by atomic absorption spectrophotometry. The result was compared by statistical lines comparison test, with 5% of significance. The results showed that limestone retained zinc to the soil and plaster from civil construction promoted the metals leaching, if compared to the use of only limestone. However, with the right management of SW and plaster, it was shown to be benefic to crops while not offering the risk of groundwater contamination, once the leaching processes was higher in the treatment T1 than in treatments T2 and T3. Copper leaching only occurred in the soil corrected with limestone. Because zinc leaching did not occur excessively, the possibility of using plaster from civil construction is indicated, along with limestone in crop soils. Key-words: Swine wastewater. Plaster. Leaching. Liming of soil. Heavy metals.

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ......................................................................................................... 7

    2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 9

    2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 9

    2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS ................................................................................. 9

    3 REVISO DA LITERATURA ................................................................................. 10

    3.1 GUA RESIDURIA DA SUINOCULTURA (ARS) ............................................. 10

    3.2 GESSO: RESDUO DA CONSTRUO CIVIL ................................................... 11

    3.3 ACIDEZ E CORREO DO SOLO ..................................................................... 12

    3.4 LIXIVIAO DA GUA RESIDURIA DA SUINOCULTURA ............................. 15

    4 MATERIAL E MTODOS ...................................................................................... 17

    4.1 SOLO .................................................................................................................. 17

    4.2 GUA RESIDURIA DA SUINOCULTURA ........................................................ 20

    4.3 ENSAIOS DE LIXIVIAO .................................................................................. 21

    4.4 ANLISE ESTTISTICA ..................................................................................... 23

    5 RESULTADOS E DISCUSSO ............................................................................. 24

    6 CONCLUSES ...................................................................................................... 31

    REFERNCIAS......................................................................................................... 33

  • 7

    1 INTRODUO

    A suinocultura uma atividade agropecuria bem consolidada no Brasil e

    que teve um crescimento significativo nos ltimos anos. Em 2011 o rebanho

    paranaense de sunos atingiu 5.448.536 de cabeas sunas, representando 13,9%

    da produo total do pas (38,9 milhes de cabeas) atrs de Santa Catarina e Rio

    Grande do Sul (DERAL, 2013).

    A produo de sunos de maneira integrada com a indstria ocasiona uma

    elevada gerao de dejetos. Pela presena de importantes nutrientes, como fsforo,

    nitrognio e potssio para cultivos agrcolas, a gua residuria da suinocultura

    (ARS) comumente utilizada como fertilizante para as plantaes. Entretanto por ter

    potencial poluidor necessrio que a ARS passe por um tratamento adequado para

    posterior aplicao no solo, desta maneira diminuindo o risco de contaminao.

    Na caracterizao de guas residurias da suinocultura apresentada a

    presena de micronutrientes, como cobre (Cu) e zinco (Zn) que, na falta do manejo

    adequado do dejeto nas reas aplicadas, acumulam-se no solo podendo ocasionar a

    contaminao de guas superficiais e subterrneas a partir do escoamento

    superficial e da lixiviao.

    Os solos paranaenses em sua maioria so cidos, ou seja, apresentam

    grande concentrao de ons hidrognio e alumnio no solo. A acidez dos solos

    promove o aparecimento de elementos txicos para as plantas alm de causar a

    diminuio da disponibilidade de nutrientes para as mesmas (SERRAT, 2002). A

    correo do pH por meio da calagem eleva o pH do solo, fornece clcio e magnsio,

    aumenta a disponibilidade de nutrientes e consequentemente a eficincia de

    fertilizantes (LOPES, 1991).

    O gesso (sulfato de clcio) agrcola tem sido utilizado na agricultura devido

    sua maior facilidade em penetrar o perfil do solo, para diminuir os efeitos da acidez

    do solo nas camadas subsuperficiais e permitindo um melhor desenvolvimento das

    razes das plantas e assim a absoro de nutrientes. Pela facilidade de penetrao

    no solo a aplicao de gesso pode acelerar a lixiviao de nutrientes e outros

    componentes presentes no solo.

    Entre as fontes de gesso (CaSO4.H2O), o resduo da construo civil tem

    sido alvo de pesquisas visando sua aplicao em solos agrcolas e com resultados

  • 8

    positivos, esta pode vir a tornar-se uma alternativa a disposio final deste resduo,

    contribuindo para a sustentabilidade ambiental.

    Diante do exposto o objetivo do presente trabalho avaliar a lixiviao do Cu

    e Zn provenientes da aplicao de ARS ao solo, com a adio de calcrio e do

    resduo de gesso da construo civil, para a minimizao dos efeitos da acidez nas

    camadas subsuperficiais do solo.

  • 9

    2 OBJETIVOS

    2.1 OBJETIVO GERAL

    O objetivo geral desta pesquisa foi avaliar a lixiviao do Cu e Zn

    provenientes da aplicao de gua residuria da suinocultura ao solo, com a adio

    de resduo de gesso da construo civil.

    2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS

    Aferir a capacidade de deslocamento miscvel do Cu e Zn proveniente

    de gua residuria da suinocultura relacionada ao efeito da adio resduo de gesso

    da construo civil e de calcrio ao solo, por meio de ensaios de lixiviao.

    Obter as curvas de eluio para a determinao da capacidade de

    movimentao do Cu e Zn, relacionada ao efeito da adio do resduo de gesso da

    construo civil e calcrio no solo.

    Realizar teste estatstico de comparao de retas para verificao do

    comportamento da lixiviao de Cu e Zn no solo.

  • 10

    3 REVISO DA LITERATURA

    3.1 GUA RESIDURIA DA SUINOCULTURA (ARS)

    A produo de sunos no Brasil possui importncia econmica e social. No

    Paran, a regio oeste a que detm o maior rebanho de sunos do Estado. O

    grande problema da suinocultura, classificada como atividade produtiva com grande

    potencial poluidor, reside no volume de dejetos gerado por animal e na

    sustentabilidade ambiental de sua produo (SMANHOTTO et al., 2010).

    De acordo com a Associao Brasileira de Criadores de Sunos (ABCS,

    2011) o volume de dejeto pode ser estimado segundo a fase de produo, podendo

    variar conforme o manejo e o tipo de instalao da granja. Uma matriz suna em

    ciclo completo produz 100 litros dirios de dejetos, na Unidade de Produo de

    Leites (UPL, at a sada da creche) 60 litros e em terminao 7,5 litros.dia-1.

    A capacidade poluidora dos dejetos sunos muito superior em relao a

    outras espcies. Os dejetos sunos apresentam potencial poluidor em torno de 4,2

    vezes maior que o esgoto domstico. Assim na espcie humana, a DBO5 per capita

    de 45 a 75 g.(hab.dia)-1 e para os sunos de 189 a 208 g.(animal.dia)-1

    (BARTHEL, COSTA, OLIVEIRA; 2007).

    A falta de tratamento de efluentes industriais, agroindustriais e de dejetos

    animais, o desperdcio de gua na irrigao agrcola, e a demanda por gua potvel

    tem forado a busca por solues prticas, econmicas e eficientes para o

    tratamento e reuso de guas residurias (BERTONCINI, 2008).

    A gua residuria da suinocultura, por apresentar macro e micronutrientes,

    como nitrognio, fsforo, potssio, clcio, magnsio, ferro, zinco, cobre e outros

    (CABRAL et al., 2011) tem sido aplicada como fertilizantes de cultivos agrcolas por

    meio da irrigao, possibilitando uma economia pela substituio de fertilizantes

    qumicos por fertilizantes orgnicos, melhorando as qualidades fsicas, qumicas e

    biolgicas do solo (HACK et al., 2011) e permitindo a reciclagem dos nutrientes

    dentro da prpria unidade de produo (GIROTTO, 2007).

    O Cobre e Zinco, presentes nos dejetos sunos, so utilizados nas raes

    para a preveno da diarreia e tambm como promotores de crescimentos dos

  • 11

    animais. Embora sejam elementos essenciais representam, em doses elevadas,

    riscos ao meio ambiente e sade humana (HIGARASHI et al., 2008). Sendo assim

    o conhecimento da disponibilidade dos nutrientes no solo fundamental para uma

    recomendao de adubao adequada, evitando assim problemas de deficincia ou

    de toxidez (BORTOLON; GIANELLO, 2009).

    Para o resultado eficaz do uso de dejetos sunos necessrio o

    conhecimento das caractersticas do solo e da ARS para verificao do tratamento e

    manejo adequado, j que a sobrecarga de dejetos sunos no solo, pode

    eventualmente atingir as guas superficiais e subterrneas causando contaminao

    das guas, por meio do escoamento superficial e da lixiviao (SAMPAIO, 2010).

    3.2 GESSO: RESDUO DA CONSTRUO CIVIL

    De acordo com o art. 2 da Resoluo CONAMA n 307, os resduos da

    construo civil (RCC) so os resduos provenientes de construes, reformas,

    reparos e demolies de obras de construo civil, e os resultantes da preparao e

    da escavao de terrenos, tais como tijolos, blocos cermicos, concreto em geral,

    solos, rocha, tintas, gesso etc.

    O gesso um produto advindo do mineral gipsita composto basicamente de

    sulfato de clcio hidratado, representado pela frmula qumica CaSO4.2H2O

    (FAGUNDES, 2012). A composio mdia da gipsita apresenta-se dividida entre

    32,5% de CaO (xido de clcio), 46,6% de SO3 (trixido de enxofre) e 20,9% de

    gua (H2O) (LYRA SOBRINHO et al., 2001).

    Em suas variadas formas, o gesso um dos mais antigos materiais

    empregado na construo civil, e que gera uma grande quantidade de resduos.

    Sendo assim, deve-se ter a preocupao com a forma de descarte destes resduos.

    Apesar de o resduo de gesso ser considerado at pouco tempo atrs, basicamente

    entulho, recentemente o gesso passou a ser classificado pelo Conselho Nacional do

    Meio Ambiente como um resduo com alternativas tecnolgicas disponveis de

    reciclagem e possibilitando o reaproveitamento do material (SILVA, 2013).

    Segundo a Associao Brasileira do Drywall (2012) o resduo de gesso da

    construo civil deve ser enviado a uma rea de transbordo e triagem (ATT), onde

  • 12

    ser realizado, a triagem e homogeneizao do resduo e posteriormente enviados

    para a reciclagem. Desde o final dos anos 1990, vm sendo pesquisados mtodos

    de reciclagem do gesso usado na construo civil e j se avanou de forma

    significativa em pelo menos trs frentes de reaproveitamento desse material,

    representando importantes contribuies sustentabilidade da construo civil

    brasileira. Sendo as trs frentes: a indstria de cimento, o prprio setor de

    transformao de gesso e o uso do gesso na agricultura.

    3.3 ACIDEZ E CORREO DO SOLO

    O solo um importante componente do ecossistema terrestre, pois preserva

    reservas de nutrientes e d suporte a processos biolgicos. Para a preservao

    desse recurso, necessrio saber as condies e os processos que acontecem no

    solo, obtidos por meio de ndices (qumicos, fsicos e biolgicos) que determinam a

    sua qualidade (MAIA, 2013).

    Segundo Arajo et al. (2012) os indicadores qumicos so, normalmente,

    agrupados em variveis relacionadas com o teor de matria orgnica do solo, o

    contedo de nutrientes, elementos fitotxicos, determinadas relaes como a

    saturao de bases (V%) e de alumnio (m) e a acidez do solo.

    A acidez do solo pode ser em decorrncia do material de origem e da

    intensidade da ao de agentes de intemperismo, como clima e organismos. Este

    parmetro avaliado por meio de seu pH, determinando-se a atividade de H+ em

    suspenso de solo com gua ou soluo alcalina (NOVAIS et al., 2007, p. 210).

    A determinao de pH do solo pode ser utilizada como base inicial para

    anlise do comportamento qumico dos solos, em especial quanto a disponibilidade

    de nutrientes e presena de elementos txicos (FAGERIA; STONE, 2006). Em

    solos cidos a disponibilidade dos nutrientes (fsforo, nitrognio, potssio) diminui,

    enquanto a solubilizao de ons como cobre e zinco aumentam, podendo atingir

    nveis txicos s plantas dependendo do manejo do solo e da adubao utilizados

    (SFREDO, 2008).

  • 13

    A calagem uma tcnica para correo do pH a muito utilizada, os

    corretivos que podem ser utilizados para a aplicao desta tcnica so cal virgem, o

    calcrio calcinado ou dolomtico entre outros (OLIVEIRA; SANTOS; COSTA, 2004).

    Segundo Ronquim (2010) para se corrigir a acidez do solo deve-se utilizar

    um elemento que libere nion e que forme um cido fraco com o hidrognio e ainda

    fornea clcio e/ou magnsio para planta. O calcrio aplicado ao solo forma os ons

    Ca+2, Mg+2 e HC - (solubilizao e dissociao), este reagindo com a gua forma

    ons hidroxila (OH-), gua e dixido de carbono (CO2). As hidroxilas reagem com os

    ons Al 3+ e H+ adsorvidos formando hidrxido de alumnio insolvel (etapa de

    neutralizao) e gua (etapa de imobilizao do alumnio txico), liberando as

    cargas antes ocupadas por esses elementos, e que so ocupadas pelos ons Ca2+ e

    Mg2+.

    A calagem alm da neutralizao dos os ons H+ e Al+3 ainda tm como

    benefcios: o aumento da disponibilidade de fosforo; aumentar a mineralizao da

    matria orgnica, favorecer a fixao biolgica de nitrognio. Porm deve-se tomar

    cuidado, j que a calagem em excesso ou mal aplicada pode ter efeito negativo na

    disponibilidade de micronutrientes (ROSSETO; SANTIAGO, 2011).

    No Brasil a quantidade de calcrio necessria para neutralizar a acidez do

    solo calculada principalmente pelo mtodo de saturao de bases (EMBRAPA,

    2004).

    Ronquim (2010) tambm afirma que na calagem a acidez do solo corrigida

    apenas na superfcie, deste modo s razes encontram dificuldade para se

    desenvolver nas camadas em que o calcrio no foi aplicado e como consequncia

    a planta menos capaz de absorver os nutrientes do solo. Para controlar esse

    problema agricultores tm utilizado o gesso (CaSO4.2H2O) para manejo da acidez

    subsuperficial, por possuir a capacidade de penetrar o perfil do solo mais

    profundamente, melhorar a participao do Ca2+ e minimiza do Al3+, aumentando a

    capacidade de absoro de nutrientes pela raiz e o desenvolvimento do sistema

    radicular (SOUSA; LOBATO; REIN, 2005).

    O gesso agrcola (CaSO4.2H2O), um subproduto da indstria de

    fertilizantes com cerca de 20% de clcio, 15% de enxofre, 0,7% de P2O5 e 0,6% de

    flor. Diferentemente do calcrio, o gesso um sal neutro e no tem a capacidade

    de neutralizar a acidez do solo e assim no promove a elevao do pH do solo,

  • 14

    desta maneira os seus principais benefcios esto ligados ao fornecimento do clcio,

    enxofre e diminuio da saturao por alumnio (FURTINI NETO et al., 2001)

    Aps aplicao no solo ocorre a diluio do gesso e assim o sulfato

    movimenta-se para camadas inferiores acompanhado por ctions, especialmente

    pelo Ca2+. Com essa movimentao de ctions para a subsuperfcie, os teores de

    Ca2+ e Mg2+ aumentam, acarretando reduo no teor txico de alumnio e

    melhorando as condies do solo para crescimento das razes (NOVAIS et al. 2007,

    p. 256).

    Souza, Lobato e Rein (2005) afirmam que a maioria das culturas anuais, em

    resposta ao gesso agrcola, tm apresentado melhorias no ambiente radicular em

    profundidade destacando as culturas de milho, trigo e soja. Na Figura 1

    demonstrada a melhor distribuio das razes de milho.

    Figura 1 Distribuio relativa de razes de milho no perfil de um Latossolo argiloso, sem aplicao e com a aplicao do gesso. Fonte: Sousa, Lobato, Rein (2005, p.10)

    O correto manejo do solo no sistema de produo um valioso instrumento

    na busca de uma atividade agrcola sustentvel, pois mantendo a boa qualidade do

    solo aumenta-se a produtividade agrcola e conserva-se a qualidade do meio

    ambiente. Sendo assim a correo da acidez do solo considerada uma prtica

    agrcola de grande contribuio para o aumento da eficincia de fertilizantes

    (LOPES et al., 2002).

  • 15

    3.4 LIXIVIAO DA GUA RESIDURIA DA SUINOCULTURA

    A presena de metais pesados, como cobre e zinco, na gua residuria da

    suinocultura caracteriza-a como uma potencial fonte de poluio ambiental. A

    disposio excessiva e o manejo incorreto da gua residuria da suinocultura (ARS)

    pode provocar a contaminao do solo e por meio do processo de lixiviao s

    guas subterrneas. A poluio das guas subterrnea tem por consequncia a

    contaminao de gua superficial, j que a gua do subsolo em algum momento

    aflora a superfcie (SILVA, 2013).

    Durante a incidncia das chuvas quando o solo ainda no atingiu a condio

    de saturao e quando a taxa de infiltrao supera a de precipitao, a gua se

    move em direo aos lenis freticos, representando o processo de lixiviao

    (BOLZANI; OLIVEIRA; LAUTENSCHLAGER, 2012). Neste processo os elementos

    qumicos presentes no solo migram das camadas mais superficiais para camadas

    mais profundas, em decorrncia de uma lavagem devido ao da chuva ou de

    irrigao, e podem torna-se indisponveis para as plantas (EMBRAPA, 2005) alm

    de causar a poluio das guas subterrneas (ANDRADE et al., 2009).

    Para Oliveira e Mattiazzo (2001) embora o solo seja uma barreira natural de

    proteo aos aquferos subterrneos, o movimento vertical e descendente de

    contaminantes pelo perfil dos solos agrcolas pode significar um grande problema

    para o meio ambiente. Sabe-se que a capacidade de mobilidade dos metais

    pesados determinada pelas caractersticas do solo, como teores e tipo de argila,

    pH, capacidade de troca catinica, teor de matria orgnica entre outros que

    tambm influenciam na capacidade de precipitao.

    Em seu estudo Meneghetti (2010) mostrou que a aplicao doses maiores

    que o recomendado de ARS no solo, combinada com a adubao qumica,

    contribuiu para a lixiviao do NO3 e tambm ocasionaram aumento nas

    concentraes de metais com potencial contaminante como Cu e Zn no solo e

    acmulo de fsforo indisponvel. Girotto (2007) ao fazer aplicaes sucessivas de

    dejeto lquido de sunos no solo, notou que o acmulo de cobre e zinco nas

    camadas superficiais do solo aumentaram a probabilidade de lixiviao, em sua

    pesquisa a maior dose aplicada (80 m3.ha-1) ocasionou o aumento nas quantidades

    de Cu e Zn transferidas por percolao.

  • 16

    A correo da acidez do solo contribui para o aumento da disponibilidade de

    nutrientes para as plantas (ROSSETTO; SANTIAGO, 2011). J a aplicao de

    gesso, permite que os nutrientes cheguem com maior facilidade nas razes das

    plantas (BELCHIOR et al., 2010), desta maneira podendo contribuir para o aumento

    da lixiviao de nutrientes para camadas inferiores.

    Ao avaliar a interferncia da aplicao de calcrio e gesso na lixiviao de

    metais do solo, Silva (2010) constatou que a adio de calcrio inibe a lixiviao do

    chumbo e a mistura de calcrio e gesso agrcola eleva o nvel de chumbo nas

    camadas abaixo da superfcie, indicando aumento da lixiviao do metal.

    Comportamento contrrio observado com o ferro (Fe) em que o solo com calcrio

    tem a lixiviao do metal aumentado e no solo com a mistura de gesso agrcola

    impede o carreamento do Fe.

    Apesar de alguns metais serem biologicamente essenciais s plantas, tais

    como Cu, Zn e Mn, a presena em concentraes elevadas, alm de causarem

    danos ao meio ambiente podem ser txicos aos seres vivos se consumidos em

    nveis superiores de tolerncia. Ao entrarem na cadeia alimentar e serem absorvidos

    pelo homem so responsveis por diversas doenas, entre elas o cncer (MARTINS

    et al., 2011).

  • 17

    4 MATERIAL E MTODOS

    O experimento foi realizado no laboratrio de Saneamento da Universidade

    Tecnolgica Federal do Paran (UTFPR), Cmpus Campo Mouro.

    4.1 SOLO

    Amostra de um Latossolo Vermelho distrofrrico (EMBRAPA, 2007) foi

    coletada a uma profundidade de 0-30 cm, no muncipio de Campo Mouro, Paran,

    latitude 240 5.78 Sul e longitude 522 16.84 este. Na cobertura vegetal

    presente no local de coleta havia gramneas e espcies arbreas. O clima do tipo

    subtropical mido (Cfa), com precipitao mdia anual variando de 1600 a 1800 mm,

    e umidade relativa anual de 75 a 80%, veres quentes, geadas pouco frequentes e

    tendncia de concentrao das chuvas nos meses de vero, contudo sem estaes

    definidas (CAVIGLIONE et al., 2000) .

    A amostra coletada teve restos de folhas e razes retiradas e posteriormente

    foi seca ao ar e passada em peneira de 2 mm de abertura de malha (TFSA). A

    caracterizao fsico-qumica do solo (Tabela 1) foi realizada pelo laboratrio da

    Sociedade Rural de Maring seguindo a metodologia descrita pela Embrapa (1997).

  • 18

    Tabela 1 - Caratersticas fsico-qumicas do solo coletado

    Parmetro Teor Unidade de medida

    Areia 28,00 % Silte 10,00 % Argila 62,00 % pH em CaCl2 5,10 - pH em H2O 5,60 - pH em SMP 6,45 - Matria Orgnica (MO) 26,78 g/dm

    3

    Carbono (C) 15,53 g/dm3

    Fsforo (P) 5,96 mgP/dm3

    Potssio (K+) 0,16 cmolc/dm

    3

    Clcio + Magnsio (Ca+2

    + Mg+2

    ) 2,75 cmolc/dm3

    Clcio (Ca+2

    ) 1,94 cmolc/dm3

    Magnsio (Mg+2

    ) 0,81 cmolc/dm3

    Hidrognio + Alumnio (H+ + Al

    +3) 3,55 cmolc/dm

    3

    Acidez total 3,55 cmolc/dm3

    Soma de Bases (SB) 2,91 cmolc/dm3

    Capacidade de Troca (CTC) 6,46 cmolc/dm3

    Saturao de Bases (V) 45,01 % Enxofre (S) 3,16 mg/dm

    3

    Cobre (Cu) 5,60 mg/dm3

    Zinco (Zn) 5,10 mg/dm3

    Ferro (Fe) 38,00 mg/dm3

    Mangans (Mn) 27,00 mg/dm3

    Sdio (Na+) 2,80 mg/dm

    3

    Densidade aparente 1,022 Kg/m

    Para o preparo do solo foi realizada a correo do pH atravs da calagem e

    em uma das amostras tambm aplicou-se a tcnica da gessagem. Tcnica esta que

    tem sido utilizada pelos agricultores para minimizar o efeito da acidez do solo nas

    camadas subsuperficiais. O manejo das amostras de solo (adio da gua

    residuria, calcrio e gesso), foi realizado conforme orientao agronmica para a

    cultura do milho. Os valores dos parmetros utilizados para o manejo do solo esto

    presentes na Tabela 2.

    Tabela 2 Recomendaes agronmicas utilizadas para o manejo do solo

    Parmetro Valor recomendado para a cultura do milho

    pH 5,5 a 7,5

    Saturao de bases (%) 60

    Necessidade de nitrognio (kg.ha-1

    ) 80

    Fonte: Dias (2007). Lopes (1991).

    O tipo do calcrio utilizado neste trabalho foi o calcrio calctico (CaCO3). O

    clculo da recomendao de calagem foi determinado com base na anlise qumica

  • 19

    do solo. Entre os mtodos existentes para a determinao da necessidade de

    calcrio utilizou-se o de saturao de bases.

    A determinao da quantidade de calcrio a ser aplicada em uma rea

    obtida atravs do mtodo da elevao da saturao por bases se fundamenta na

    correlao positiva existente entre os valores de pH e a saturao por bases.

    Seguindo indicaes de Oliveira et al. (2007), o clculo da necessidade de calcrio

    (NC) foi feito atravs da seguinte frmula (1):

    NC (t.ha-1) = (V2-V1) * T * f / 100 (1)

    Onde:

    V2 = % de saturao em bases desejada

    V1= % de saturao em bases encontrada pela anlise de solo.

    T= capacidade de troca catinica (cmolc.dm-3) do solo utilizado.

    f= fator de correo do PRNT (Poder Relativo de Neutralizao Total do

    calcrio).

    Este clculo leva em conta a superfcie de 1 ha e a profundidade de 0,20 m

    ou seja de 20 cm. A rea de 10.000 m2 multiplicada por 0,20 m de profundidade ou

    seja 2.000 m3. A necessidade de calcrio determinada foi de 200 g para um volume

    de 5,9 m.

    A frmula para a determinao da necessidade de gesso (NG) leva em

    considerao se a cultura anual ou perene. Pelo milho ser uma espcie anual, o

    clculo da NG foi realizada atravs da Frmula 2, a seguir (BORIN et al., 2011):

    NG (kg.ha-1) = 50 * teor de argila (2)

    Onde:

    Teor de argila no solo expresso em %.

    No experimento utilizou-se o resduo de gesso da construo civil e a

    necessidade de gesso calculada foi de 915 mg para um volume de 5,9 m.

  • 20

    Para que ocorra a reao do calcrio e do gesso com o solo necessrio a

    presena de gua. Sendo assim na agricultura, recomenda-se a aplicao destes

    corretivos trs meses antes da plantao de culturas agrcolas, para que haja tempo

    de chover e desta maneira a reao acontecer. Por esse motivo, neste trabalho aps

    ter sido feito o manejo do solo foram realizados regas peridicas at o solo

    apresentar aproximadamente pH 7. O pH timo para o cultivo do milho situa-se

    entre 6,0 e 7,0, mas cultura tolera pH entre 5,5 e 7,5 (DIAS, 2007). No experimento

    utilizou-se o calcrio calctico e o gesso proveniente de resduo da construo civil

    (RCC), fornecido pela pedreira Casali localizada no municpio de Campo Mouro,

    Paran.

    4.2 GUA RESIDURIA DA SUINOCULTURA

    A gua residuria da suinocultura (ARS) foi coletada na Granja Santa Ana

    localizada no municpio de Mambor, Paran. A ARS proveniente de 20.000 mil

    sunos confinados em ciclo completo, foi tratada em um biodigestor anaerbio e

    posteriormente deixada em uma lagoa de armazenamento por um perodo de

    aproximadamente trs meses. A granja reutiliza a gua tratada para a irrigao de

    seus prprios cultivares. A amostra coletada j havia passado pelo tratamento

    citado.

    A ARS foi caracterizada conforme anlises fsico-qumicas (Tabela 3) dos

    seguintes parmetros: DQO, NTK, slidos totais, fixos e volteis, pH, cobre (Cu) e

    zinco (Zn), seguindo a metodologia de APHA, AWWA e WEF (1998).

  • 21

    Tabela 3 - Caracterizao da gua residuria da suinocultura.

    Parmetro Valor

    DQO (mg.L-1

    ) 888,17

    DQO filtrada (mg.L-1

    ) 506,5

    NTK (mg.L-1

    ) 2.800

    Slidos Totais (mg.L-1

    ) 1.701

    Slidos Volteis (mg.L-1

    ) 998

    Slidos Fixos (mg.L-1

    ) 703

    pH 7,77

    Cu (mg.L-1

    ) 2,18375

    Zn (mg.L-1

    ) 9,97667

    DQO: demanda qumica de oxignio; NTK: nitrognio total Kjeldahl Cu:Cobre; Zn: Zinco.

    4.3 ENSAIOS DE LIXIVIAO

    A avaliao da lixiviao dos metais pesados cobre (Cu) e zinco (Zn), no

    solo tratado com ARS, calcrio e gesso, foram realizados atravs de ensaios em

    colunas de solo deformado. As colunas foram montadas com tubos de PVC com 5

    cm de dimetro e 30 cm de comprimento

    Para o ensaio foram montadas trs colunas e cada qual recebeu um

    tratamento diferente. A seguir esto descritos os trs tipos de tratamentos que foram

    considerados no ensaio realizado:

    T1: Solo + ARS (controle)

    T2: Solo + calcrio + ARS

    T3: Solo + calcrio+ gesso + ARS

    Para que a coluna ficasse mais prxima com a realidade de campo, a

    quantidade de solo adicionada em cada coluna foi determinada a partir do clculo da

    densidade aparente (Tabela 1, no item 4.1). Em cada coluna adicionou-se 0,725 g

    de solo j tratado. O preenchimento da coluna foi feito de maneira uniforme, sendo o

    solo acomodado medida que inserido na coluna, assim evitando espaos vazios

    contendo ar e a formao de caminhos preferenciais.

    Depois de preenchidas, as colunas foram fixadas verticalmente em um

    suporte universal por braadeiras metlicas. Aps fixao aplicou-se 6 mL de ARS

    na superfcie de cada coluna, quantidade correspondente dose de nitrognio

  • 22

    recomendada para a cultura do milho (80 kg.ha-1) e aps 20 horas o teste foi

    realizado. Depois do tempo de espera saturou-se a coluna com soluo de 0,01

    CaCl2, afim de expulsar o ar contido nos microporos do solo. Saturada a coluna,

    iniciou-se a passagem em sentido descendente de gua destilada. Na Figura 2

    demonstrado o esquema do mdulo experimental para o ensaio de lixiviao.

    Figura 2 Esquema do mdulo experimental para o ensaio de lixiviao. Fonte: Autoria prpria

    Para a simulao da chuva foram aplicados 1000 mL de gua em cada

    coluna, com o uso de uma bomba peristltica em fluxo constante de 5 mL. min-1. A

    coleta do material lixiviado proveniente das colunas foi feita a cada 100 mL em

    Becker de 150 mL, totalizando 10 amostras por tratamento. A coleta ocorreu a partir

    da primeira gota percolada e as amostras foram enumeradas sequencialmente. De

    cada amostra foram coletados 25 mL e feita a digesto cida para a iseno da

    matria orgnica e posteriormente armazenadas em frascos plsticos, congeladas e

    enviadas para a Universidade Estadual do Oeste do Paran (UNIOESTE), Cmpus

  • 23

    de Cascavel para a anlise da concentrao de Cu e Zn no material lixiviado atravs

    da Espectrofotometria de Absoro Atmica.

    Aps a coleta dos dados referentes concentrao de cobre e zinco

    presentes no material lixiviado, foi montada uma curva de eluio de concentrao e

    uma curva de concentrao acumulada para cada metal pesado nos trs tipos de

    tratamentos.

    4.4 ANLISE ESTTISTICA

    Com os resultados obtidos, foram relacionados concentrao acumulada

    do Cu e do Zn e o volume lixiviado (mL) em cada tratamento proposto, e

    posteriormente realizado o teste estatstico de comparao de retas ao nvel de

    significncia de 5%, assim sendo possvel a comparao entre o comportamento

    dos metais na lixiviao.

  • 24

    5 RESULTADOS E DISCUSSO

    Na Figura 3 so apresentas as curvas de eluio (de concentrao (A) e

    acumulativa (B)) do cobre (Cu) para os tratamentos considerados.

    Figura 3 -Curvas de eluio para o Cu. (A) Concentrao e (B) Acumulativa.

    A lixiviao do cobre no aconteceu nos tratamentos T1 e T3. No tratamento

    T2 houve uma pequena lixiviao do metal entre os volumes de 0,4 L e 0,5 L

    lixiviados, assim ocasionando o acmulo de Cu de 4,60 mg.L-1 a partir do mesmo

    volume (Figura 1B).

    0

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    3.5

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1

    Co

    nce

    ntr

    ao

    de

    Co

    bre

    mg.

    L-

    Volume do material lixiviado (L)

    T1: Solo+ ARS (Controle)

    T2: Solo+ Calcrio+ ARS

    T3:Solo+Calcrio+Gesso+ARS

    0

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    3.5

    4

    4.5

    5

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1

    Co

    bre

    Acu

    mu

    lad

    o (

    mg.

    L-1 )

    Volume do material lixiviado (L)

    T1: Solo+ARS (controle)

    T2: Solo+Calcrio+ARS

    T3:Solo+Calcrio+Gesso+ARS

  • 25

    No experimento realizado por Silva (2010), a aplicao do calcrio reteve o

    cobre em camadas superiores, evitando a lixiviao do elemento. A adio do gesso

    agrcola causou o aumento da lixiviao do Cu, apesar de no ter sido lixiviado em

    camadas inferiores. Os resultados obtidos pela autora diferem dos desta pesquisa,

    devido ter sido constatado apenas lixiviao no tratamento T2 (solo + calcrio +

    ARS).

    A dinmica do cobre no solo de alta complexidade e pode ser afetada por

    inmeros fatores do meio, principalmente a composio qumica, fsica e

    mineralgica do solo, a quantidade de matria orgnica e o pH (McBRIDE; SAUV;

    HENDERSHOT, 1997).

    O resultado apresentado indica a reteno do cobre pelo solo, isto acontece

    devido o elemento ter uma forte afinidade com a matria orgnica. McBride (1989)

    afirma que o metal imobilizado pelos cidos hmicos, e medida que os stios de

    ligao fortes ficam saturados, uma quantidade maior solubilizada pelos cidos

    flvicos ou por complexos orgnicos mais simples. Para Nogueira (2007) a

    capacidade da matria orgnica em reter os ons de Cu, refere-se quantidade de

    stios disponveis para fazer a ligao com o mesmo. Desta maneira pela

    necessidade de ter stios disponveis para a reteno do Cu, no tratamento T2 pode

    ter ocorrido a saturao dos stios e desta maneira ocorreu lixiviao do metal.

    O uso de um solo sem histrico de fertirrigao com ARS nos ensaios, e a

    aplicao de uma nica dose recomendada cultura do milho, podem ter

    colaborado para que o solo fosse capaz de reter o metal, no ocorrendo a lixiviao.

    Para Cond et al. (2012) os efeitos da aplicao de guas residurias se manifestam

    aps longo perodo de aplicao no solo.

    Outro parmetro decisivo na dinmica do cobre no solo a capacidade de

    troca catinica (CTC) de um solo, isso por que a CTC est intimamente ligada s

    concentraes dos ons trocveis presentes na soluo do solo e aos stios de troca

    nas interfaces coloidais do sistema (SODR; LENZI, 2001). Uma elevada CTC

    proporciona uma maior reteno do metal no solo (RAIJ, 1969). A CTC do solo

    utilizado no experimento de 6,46 cmol.dm-3, apesar de no ser um valor elevado e

    sim mdio (segundo anlise de laboratrio), somado com demais fatores, tambm

    pode ter contribudo para a baixa (ou nula) lixiviao do cobre.

    De acordo com o IBGE (2007), o solo utilizado neste experimento classifica-

    se como muito argiloso,o que tambm pode ter contribuindo para a baixa lixiviao

  • 26

    do Cu. Bertol et al. (2010) observou algo semelhante em seu experimento e atribuiu

    o resultado ao fato do solo ter sido capaz de reter a quase totalidade do Cu

    proveniente da aplicao da ARS, devido a elevada reatividade desse metal com

    elementos argilo-minerais e tambm a elevada CTC do solo.

    Os resultados obtidos para o zinco nos tratamentos considerados so

    mostrados nas curvas de eluio (de concentrao e acumulativa) na Figura 4 A e B.

    Figura 4 -Curvas de eluio para o Zn. (A) Concentrao e (B) Acumulativa.

    0

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    3.5

    4

    4.5

    5

    5.5

    6

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1

    Co

    nce

    ntr

    ao

    de

    Zic

    on

    mg.

    L-

    Volume do material lixiviado (L)

    T1: Solo+ARS (controle)

    T2: Solo+Calcrio+ARS

    T3:Solo+Calcrio+Gesso+ARS

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    18

    20

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1

    Zin

    co a

    cum

    ula

    do

    mg.

    L-1

    Volume do material lixiviado (L)

    T1: Solo+ARS (controle)

    T2: Solo+Calcrio+ARS

    T3:Solo+Calcrio+Gesso+ARS

  • 27

    A lixiviao do zinco aconteceu desde o incio do experimento, sendo a

    maior concentrao de lixiviado nos primeiros 100 mL em todos os tratamentos. No

    tratamento T2 a partir dos 800 mL no houve mais a presena do metal no material

    lixiviado, diferente dos tratamentos T1 e T3 que apresentaram a lixiviao do Zn at

    o final do experimento (Figura 4A).

    O deslocamento total do zinco foi de 18,6 mg. L-1 no tratamento T1, 3,06 mg.

    L-1 no tratamento T2 e de 9,7 mg. L-1 no tratamento T3 (Figura 4B). Pela

    concentrao acumulada do metal no tratamento T1, ter sido superior a presente na

    ARS (9,997 mg. L-1), pode sugerir que ocorreu a lixiviao no apenas do Zn

    presente na gua residuria da suinocultura, mas tambm do zinco presente no

    solo.

    No tratamento T1 (solo e ARS) o deslocamento do zinco foi o mais elevado.

    Os resultados obtidos mostram que o solo com a adio de calcrio reteve a

    lixiviao de Zn em relao ao tratamento controle. O tratamento T3, que teve

    tambm aplicao de gesso proveniente da construo civil (GCC), apresentou um

    aumento no deslocamento do Zn em relao ao tratamento T2, mas foi menor que

    no tratamento T1 (Figura 4B). De acordo com Campos (2010) o pH do solo exerce

    forte influncia na dinmica dos ons metlicos, sendo estes mais mveis em

    ambientes de maior acidez, o que pode explicar a maior lixiviao do zinco no

    tratamento T1, em que o pH do solo era de 5,60 (em H2O), enquanto dos demais

    tratamentos (T2 e T3) os valores de pH eram respectivamente de 6,95 e 6,75. O

    maior deslocamento do zinco no tratamento T3 em relao ao tratamento T2 deve-

    se ao fato do gesso ser um sal solvel que penetra mais facilmente no perfil do solo,

    e assim aumenta a capacidade dos nutrientes do solo percolarem para camadas

    subsuperficiais (RAIJ, 2008).

    Na Tabela 4 so apresentados os resultados obtidos no teste estatstico de

    comparao entre as retas para os valores de zinco lixiviado acumulado. Observa-se

    que as varincias obtidas entre os tratamentos T1 e T2 e tratamentos T1 e T3 foram

    diferentes (teste F), concluindo que as retas so diferentes. Os tratamentos T2 e T3

    apresentaram varincias iguais (teste F), mas diferentes angulaes (teste T). O

    nvel de diferena apresentado entre as retas foi de 5% de significncia. O teste

    estatstico para o cobre no foi possvel de se realizar, devido no haver

    concentrao do metal nos lixiviados dos tratamento T1 e T3 e no tratamento T2 o

    valor da concentrao ser baixo.

  • 28

    Tabela 4 - Teste de comparao dos coeficientes angulares e lineares das retas dos tratamentos a 5% de significncia.

    Tratamento S Teste F (S) Teste T ()

    T1

    T2

    0,70

    0,1235

    14,071

    7,072

    5,67F1 > 3,438F

    -

    T1

    T3

    0,70

    0,155

    14,071

    2,6102

    4,52 F1 > 3,438 F -

    T2

    T3

    0,1235

    0,155

    7,072

    2,6102

    1,255F1< 3,438F -59,5t1> 2,12tc

    S: quadrado mdio residual; : coeficiente angular; F1: valor de F calculado; F: ponto crtico da tabela F-Snedecor; t1: valor de t calculado; tc: valor critico da tabela t-Student bicaudal.

    Na Tabela 5 so apresentadas as equaes de regresso ajustadas para os

    valores de zinco lixiviado acumulado, demonstrando diferena significativa entre os

    tratamentos. Os coeficientes de determinao obtidos para todas as retas foram

    significativos ao nvel de 5% de significncia (p < 0,05).

    Tabela 5- Equaes de regresso ajustadas para os valores de Zn acumulado

    Tratamento Equao R p-valor

    T1 y=14,071x +5,6992 (a) 0,9669 0,000

    T2 y= 7,072x + 3,1042(b) 0,9708 0,000

    T3 y= 2,6102x + 0,9207 (c) 0,8505 0,000

    As equaes seguidas de diferentes letras, diferem entre si ao nvel de 5% de significncia.

    A concentrao dos ons de Zn no material percolado aps o ensaio de

    lixiviao apresentou a seguinte ordem: T1 > T3 > T2, indicando que a presena de

    calcrio no solo retm a mobilidade do metal e o resduo de gesso da construo

    civil aumenta a capacidade de mobilidade no perfil do solo em relao ao uso

    apenas do calcrio.

    Silva (2010), em sua pesquisa constatou que a adio de calcrio, retm o

    zinco no solo, sendo o mesmo comportamento observado no tratamento T2 deste

    estudo. Porm a autora obteve resultado contrrio ao tratamento T3, j que a

    mistura de calcrio e gesso agrcola no ajudou na reteno de zinco, quando

    comparado ao tratamento controle.

    Os resultados obtidos neste trabalho corroboram com a recomendao feita

    por Caires et al. (2004) de aplicar-se o gesso agrcola em combinao com o

  • 29

    calcrio, a fim de se evitar a perda excessiva de nutrientes pelo processo da

    lixiviao.

    Observando as Figuras 3 e 4 percebe-se que houve maior lixiviao do

    metal pesado zinco em relao ao cobre, corroborando com resultado encontrado

    por Girotto et al. (2010). O autor atribui esse acontecimento menor afinidade do Zn

    pelos grupos funcionais da matria orgnica das partculas de tamanho coloidal

    presentes nos solos, desta maneira a migrao de Zn no perfil do solo passa a ser

    muito mais intensa do que a do Cu. Oliveira et al. (2010) mostra a ordem pelo fator

    de retardamento dos metais pelo solo: Cr > Cu > Pb > Ni > Zn > Cd.

    Somando a maior afinidade do Cu com a matria orgnica, os complexos

    formados por este elemento so mais estveis do que o zinco. Enquanto os

    complexos do cobre permanecem estveis at pH 4,0, aqueles formados pelo Zn

    so menos estveis em pH abaixo de 6,0 (STEVENSON, 1982; TACK, 2010;). A

    maior estabilidade do cobre pode ter interferido no maior deslocamento do Zn no

    experimento.

    O tipo e as caractersticas do solo tambm so atributos que podem ter

    influenciado na quantidade de lixiviao dos metais pesados em estudo. Scherer,

    Nesi e Massotti (2010) constataram em seu estudo que ambos os metais (Cu e Zn)

    apresentaram menor mobilidade em Latossolo do que em Neossolo e Cambissolo.

    Serafim et al. (2012) observaram o comportamento dos ctions Mg2+, K+,

    Ca2+ e do nion SO42- e notaram o aumento da lixiviao destes ons em solo sob a

    aplicao de gesso agrcola. Soratto e Crusciol (2008) notaram que a calagem

    reduziu as perdas de magnsio provocadas pela adio de gesso agrcola, fato

    tambm observado neste estudo, quando analisada a lixiviao de zinco. J

    Favaretto et al. (2008) observaram comportamento contrrio para a lixiviao de

    fsforo e potssio em solo cultivado com milho e adio de gesso agrcola.

    O uso do resduo de gesso proveniente da construo civil em conjunto com

    o calcrio calctico, mostrou-se benfico j que possibilitou o aumento da lixiviao

    do zinco, indicando maior mobilidade do metal pelo perfil do solo e

    consequentemente possibilitando o transporte deste micronutriente as razes das

    plantas.

    Por outro lado, o uso do gesso deve ser manejado com cuidado j que

    doses elevadas no solo podem ocasionar o aumento da lixiviao de macro e

    micronutrientes, somando com o acmulo de cobre e zinco (micronutrientes),

  • 30

    provenientes de sucessivas aplicaes da gua residuria da suinocultura, pode

    ocasionar o aumento da lixiviao destes elementos e assim causar a contaminao

    de guas subterrneas.

    Alm de aumentar a mobilidade dos ons, Fagundes (2012) mostra que o

    uso de resduo de gesso da construo civil vivel como uma fonte alternativa de

    macronutrientes ao ser adicionado em fertilizantes mistos. Entretanto a autora

    destaca a necessidade do gerenciamento e monitoramento adequados do resduo,

    para evitar o uso de resduos contaminados com tintas, leos e outros componentes,

    visto que, estes podem alterar a qualidade do material, inviabilizar o

    reaproveitamento e ocasionar a contaminao do solo

    O conhecimento da dinmica de elementos no solo, em que se utilizam

    dejetos de sunos como fertilizante possibilita estabelecer estratgias para corrigir

    distores nos sistemas de produo, visando uma maior sustentabilidade

    ambiental (SCHERER; NESI; MASSOTTI, 2010).

  • 31

    6 CONCLUSES

    A aplicao da dose de gua residuria da suinocultura recomendada para

    a cultura do milho, aliados ao fato do solo utilizado no possuir histrico de

    aplicao de ARS contriburam para que no ocorresse a lixiviao de Cu e Zn em

    teores significativos.

    A lixiviao do cobre (Cu) ocorreu apenas na presena de calcrio calctico.

    A correo da acidez do solo com o calcrio influenciou para a reteno de

    Zn no solo. A aplicao do gesso da construo civil favoreceu a lixiviao do zinco

    em relao ao uso apenas do calcrio. E o uso combinado de calcrio e gesso no

    solo diminuram a lixiviao do Zn quando comparado ao tratamento de controle.

    O resduo do gesso de construo civil apresentou comportamento

    semelhante ao gesso agrcola, mostrando ser uma alternativa para a disposio

    final do resduo, se manejado corretamente.

    Para determinao da possibilidade de contaminao de guas

    subterrneas pela presena de cobre e zinco em reas que utilizam a ARS, calcrio

    e gesso (agrcola ou resduo da construo civil) recomenda-se a continuidade dos

    estudos de lixiviao com maiores profundidades de solo e com sucessivas

    aplicaes de gua residuria da suinocultura.

  • 32

  • 33

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