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TRABALHO TEMPORRIO E TERCEIRIZAO DE SERVIOSASPECTOS LEGAIS E SOCIAIS

3 EDIOJulho de 2007

NDICE

Introduo Captulo 1 - O TRABALHO TEMPORRIO 1.1 - Breve histrico 1.2 - Definies 1.3 - Caracterizao e finalidade 1.4 - Encargos incidentes sobre Folha de Pagamento 1.5 - A correta utilizao da mo-de-obra temporria 1.6 - Benefcios 1.7 - O Trabalho Temporrio e o Desemprego 1.8 - O Trabalho Temporrio e a Terceirizao de Servios Captulo 2 - A EMPRESA DE TRABALHO TEMPORRIO 2.1 - Credenciamento Legal 2.2 - Preo e custos 2.3 - Proibies Captulo 3 - NORMAS LEGAIS 3.1 - Relao entre prestadora e tomadora de servios 3.2 - Responsabilidades das partes 3.3 - Contrato de prestao de servios entre prestadoras e tomadoras 3.4 - Contrato de trabalho temporrio 3.5 - Prorrogao dos contratos 3.6 - Nulidade dos contratos 3.7 - Aspectos trabalhistas e previdencirios Captulo 4 - LEGISLAO APLICADA 4.1 - Lei n. 6.019 - 03 de janeiro de 1974 4.2 - Decreto n. 73.841 - 13 de maro de 1974 4.3 - Enunciado n. 331 de 21.12.1993 - TST 4.4 - Instruo Normativa n. 3 - 29 de agosto de 1997 4.5 - Instruo Normativa n 9 - MTPS de 08 de novembro de 1991 4.6 - Ofcio/Circ./Secretaria da Fiscalizao MTA de 22 de maro de 1996 4.7 - Ordem de Servio n 209 de 20 de maio de 1999 - INSS 4.8 - Norma Regulamentadora NR7 do MTE Captulo 5 - TERCEIRIZAO DE SERVIOS 5.1 - Conceito 5.2 - Atividade-fim e atividade-meio Definio 5.3 - Fiscalizao do trabalho 5.4 - Pessoa jurdica de direito pblico 5.5 - Fiscalizao do trabalho - Autuao 5.6 - Cautelas a serem observadas Captulo 6 - PARECERES JURDICOS 6.1 - Registro de Trabalhadores Temporrios 6.2 - Estabilidade da gestante e em acidentes do trabalho Captulo 7 - CONTRATAO ILEGAL DE MO-DE-OBRA 7.1 - Cooperativas de intermediao de mo-de-obra 7.2 - Cooperativas frente Justia do Trabalho A Histria da Jobcenter do Brasil Consideraes Finais Bibliografia

05 07 09 10 10 11 12 13 14 15 17 18 22 23 25 26 26 27 27 27 30 30 35 36 38 45 46 49 51 52 65 67 68 68 70 71 72 73 75 76 78 83 84 87 89 93 95

TRABALHO TEMPORRIO E TERCEIRIZAO DE SERVIOSASPECTOS LEGAIS E SOCIAISINTRODUO

JOBCENTER DO BRASIL, empresa especializada no fornecimento de mode-obra temporria fundada em 1984, publica esta 3 edio de TRABALHO TEMPORRIO E TERCEIRIZAO DE SERVIOS - ASPECTOS LEGAIS E SOCIAIS objetivando atender especialmente s inmeras solicitaes dos profissionais da rea de Recursos Humanos, que dele se utilizam como instrumento de trabalho e que compartilham conosco as dificuldades do dia a dia, na relevante tarefa de empregar pessoas atravs de uma atuao sria e garantida legalmente. essa parceria de fato e de direito que nos incentiva a manter aberto esse canal de comunicao com as empresas clientes, que se valem do trabalho temporrio como ferramenta moderna e imprescindvel no ganho da produtividade.

Jos Carlos Bonfiglioli Diretor Presidente05

Captulo 1 - O TRABALHO TEMPORRIO

Captulo 1 - O TRABALHO TEMPORRIO

O trabalho temporrio um fenmeno recente, tpico da sociedade industrial, da evoluo econmica e das prprias oscilaes de um mundo em permanente mutao. Com o desenvolvimento tecnolgico o binmio capital trabalho sofreu importantes transformaes. A crescente especializao do trabalho trouxe a necessidade de sua gil redistribuio no tempo e no espao. A evoluo do papel scio-econmico do trabalho temporrio e de sua regulamentao na maior parte dos pases desenvolvidos ou em desenvolvimento mostra que, entre as formas de trabalho atpico, ele se posiciona como a alternativa mais vivel face demanda da flexibilidade e rpida mobilizao de recursos humanos nas organizaes. Do ponto de vista social, o trabalho temporrio permite o aproveitamento de uma parcela da populao economicamente ativa que, por razes diversas, encontra dificuldade para obter empregos efetivos. Assim, largos segmentos da populao encontram no trabalho temporrio a possibilidade de auferir rendimentos dignos e imediatos, sem a necessidade de vnculos permanentes e com direitos trabalhistas, previdencirios e sociais equiparados aos dos empregados permanentes: - pessoas que no queiram um vnculo permanente; - pessoas com disponibilidade de tempo limitada; - pessoas procura de reciclagem profissional; - pessoas em trnsito em determinado lugar; - pessoas que procuram versatilidade atravs de vrias misses temporrias; - gestantes; - aposentados; - donas-de-casa qualificadas profissionalmente e com tempo disponvel; - estudantes; - jovens aguardando convocao para o servio militar; - jovens em gozo de frias escolares; Dentro do quadro atual de elevados ndices de desemprego no mundo, o trabalho temporrio tem servido como recurso alternativo para aqueles que, enquanto aguardam uma colocao fixa, ou se encontram na fase entre um emprego e outro, possam exercer suas atividades com remunerao digna. Alm dos aspectos sociais, o trabalho temporrio tambm desempenha um papel econmico por permitir o aumento da produtividade mdia da mo-de-obra e a ampliao do mercado consumidor atravs do engajamento de pessoas anteriormente marginalizadas.

As empresas de trabalho temporrio assumem enorme responsabilidade neste processo pois, como bem definiu o eminente jurista e socilogo Evaristo de Moraes, em seu livro "A Situao Jurdica das Empresas de Fornecimento de Mo-de-Obra Temporria no Direito do Trabalho Brasileiro", elas no so meras intermedirias entre os profissionais temporrios e as empresas utilizadoras, mas representam um importante fator de aperfeioamento e gerao de mo-de-obra.

1.1 - Breve HistricoNo final da dcada de 40, mais precisamente em 1948, nos Estados Unidos, o advogado Winters necessitava apresentar um recurso Suprema Corte, cujo prazo estava se esgotando e que se consubstanciava em 120 laudas datilografadas, quando, repentinamente, sua secretria adoeceu, deixando-o em situao delicada e angustiosa. Comentando sua desdita com um colega de profisso, este lembrou-se de Mary, uma antiga secretria, que havia se casado e dedicava-se ento exclusivamente ao lar. Talvez ela pudesse ajeitar a situao. Consultada, revelou dois detalhes importantes: ter folga em suas tardes e vontade de ganhar um dinheiro extra. O recurso foi realmente elaborado e oferecido em tempo hbil. Mary recebeu um dinheiro inesperado, e o advogado, feliz com o resultado, comeou a pensar seriamente em quantas pessoas poderiam ter problemas semelhantes. Durante muito tempo o trabalho temporrio no foi objeto de regulamentao especfica, passando, nos pases da Europa Ocidental e nos Estados Unidos, por uma fase de crescimento emprico e anrquico como atividade marginal. As dificuldades com que se depararam os legisladores deveram-se, em grande parte, complexidade da tarefa de conciliar os interesses das empresas e dos trabalhadores em um quadro realista dentro da economia de cada pas. Alm disso, o trabalho temporrio no se enquadrava nos conceitos tradicionais do Direito do Trabalho, pois com a instituio da empresa de trabalho temporrio, intermediria entre os trabalhadores e as empresas utilizadoras, as relaes bipartidas, que envolviam apenas empregador e assalariado, transformaram-se em tripartidas. A partir do incio da dcada de 70 comearam a surgir as primeiras leis sobre o trabalho temporrio, sendo a Frana o pas pioneiro neste sentido. Em 1972, quando foi sancionada a primeira lei francesa, j existia naquele pas a mdia diria de 150.000 trabalhadores temporrios, o que originou o empenho dos governantes em disciplinar as atividades das empresas de trabalho temporrio e em definir os direitos dos trabalhadores. A organizao do trabalho temporrio foi se desenvolvendo a partir dessa poca atravs de legislaes especficas que levaram em conta os dados particulares de cada pas.09

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No Brasil, a partir da dcada de 60, com o rpido crescimento industrial em regies como So Paulo e Rio de Janeiro, criou-se uma demanda de servios de empresas especializadas em recrutamento e seleo de pessoal que, paralelamente colocao de profissionais efetivos, passaram a encaminhar tambm trabalhadores para atuarem temporariamente. Como em outros pases, o trabalho temporrio passou no Brasil por uma fase de crescimento como atividade no reconhecida legalmente, at ser objeto de regulamentao pela Lei 6.019 de 03 de janeiro de 1974.

b) acrscimos extraordinrios de servios nas diversas reas da empresa tomadora em diversas pocas do ano.

1.4 - Encargos incidentes sobre Folha de PagamentoOs encargos trabalhistas, previdencirios, securitrios e sociais institudos pela Lei 6.019/74 e demais legislao vigente, que incidem sobre a folha de pagamento de trabalhadores temporrios, representam hoje 54,65% da remunerao total, conforme demonstrativo a seguir:

1.2 - DefiniesTrabalho temporrio aquele realizado por pessoa fsica a uma empresa para atender necessidade transitria de substituio de seu pessoal regular e permanente ou a acrscimo extraordinrio de servios, mediante contrato escrito, firmado com empresa de trabalho temporrio, cujo prazo no pode exceder 3 meses, salvo Comunicado escrito da tomadora dirigido DRT local nos moldes da Instruo Normativa SRT/MTE n. 3 de 22/04/2004 pelo qual o contrato poder ser prorrogado por igual perodo, no mximo. Empresa de Trabalho temporrio a pessoa fsica ou jurdica urbana, cuja atividade consiste em colocar disposio de outras empresas, temporariamente, trabalhadores devidamente qualificados, por ela cadastrados, remunerados e assistidos, obrigando-se tambm a registrar na CTPS do trabalhador sua condio de temporrio. Empresa Tomadora de Servio ou Cliente Aquela que, com base na Lei n. 6.019/74, contrata com a Empresa de Trabalho temporrio mo-de-obra devidamente qualificada, para atender necessidade transitria de substituio de pessoal regular e permanente ou acrscimo extraordinrio de servios. Trabalhador Temporrio Pessoa que, por intermdio de empresa de trabalho temporrio, presta servio a uma empresa para atender necessidade transitria de substituio de pessoal regular e permanente ou acrscimo extraordinrio de servios.

1.3 - Caracterizao e finalidadeO trabalho temporrio s se caracteriza quando destinado a atender: a) necessidade transitria da empresa, decorrente de afastamento ou impedimento de empregado permanente por motivo de frias, auxliodoena, licena-maternidade, entre outros; ou10

OBS.: De acordo com a Lei Federal 6.019 de 03 de janeiro de 1974 e o Decreto 73.841 de 13 de maro de 1974, a remunerao paga ao trabalhador temporrio deve ser equivalente percebida pelos empregados da mesma categoria da empresa tomadora de servios. O contrato de trabalho temporrio tipifca-se como contrato a prazo certo ou contrato por tempo determinado. Considerando essa caracterstica, o trabalhador temporrio conta com todas as garantias concedidas aos empregados contratados pela CLT nessa modalidade.11

1.5 - A correta utilizao da mo-de-obra temporriaPara bom entendimento do que seja utilizar o trabalho temporrio de forma a extrair os reais e inegveis benefcios dele advindos, convm analisar os seguintes pontos: A mo-de-obra temporria no substitui a mo-de-obra efetiva do quadro permanente das empresas. A prova mais contundente dessa afirmativa o percentual de utilizao do trabalho temporrio verificado em todos os pases em que est presente, onde a mo-de-obra temporria raras vezes ultrapassa 2% (dois por cento) do total de empregados efetivos e permanentes. Considerando que raros so os pases que no utilizam o Trabalho Temporrio, esse percentual bastante pequeno tendo em vista o absentesmo normal que ocorre em qualquer tipo de empresa, ou seja: ausncias por frias - aproximadamente 10% (dez por cento) ausncias por doenas - aproximadamente 2% (dois por cento) ausncias por treinamento - aproximadamente 0,5% (meio por cento) ausncias por acidentes do trabalho - aproximadamente 0,5% (meio por cento) Em pocas passadas essas ausncias eram supridas por outro funcionrio do quadro permanente que passava a acumular funes, porquanto, somente as suas no preenchiam a totalidade do seu tempo. Entretanto, mais recentemente, as empresas promoveram um enxugamento expressivo nos seus quadros de funcionrios permanentes buscando ganhar competitividade nos mercados globalizados, altamente automatizados e informatizados, inviabilizando essa prtica. Hoje, os funcionrios permanentes no dispem mais de tempo ocioso, nem mesmo para dar conta dos acrscimos extraordinrios de servios que ocorrem em diversas reas das empresas em determinadas pocas do ano, em face de eventos relevantes, como por exemplo:

1.6 - BenefciosPara o trabalhador temporrio Agilizao no processo da sua colocao ou recolocao em termos permanentes no mercado de trabalho. Subsistncia digna nas fases entre um emprego e outro. Descaracterizao da instabilidade na CTPS. Possibilidade de aproveitamento de jovens em idade pr-militar, estudantes, gestantes na fase inicial de gravidez e aposentados fsica e mentalmente aptos para o trabalho. Continuidade da condio de segurado do INSS e contagem de tempo para aposentadoria. Continuidade de participao no PIS. Continuidade de recebimento dos benefcios legais: frias acrescidas de 1/3 e 13 Salrio. Depsitos fundirios no FGTS. Para a empresa cliente Atendimento demanda extraordinria de mo-de-obra por curtos perodos, ocasionada por elevao do volume de trabalho nas reas comercial, administrativa, tcnica e de produo, sem gerar imagem irreal de alta rotatividade. Otimizao da produtividade atravs da continuidade dos servios, sempre que ocorrerem imprevistos no seu quadro permanente representados por ausncias em virtude de frias, doenas, acidentes do trabalho, licenas maternidade, treinamentos e outros. Opo para contratao do trabalhador temporrio no seu quadro permanente, aps o trmino do "Contrato de Trabalho temporrio", sem custos adicionais ou taxas de agenciamento, bastando para isso comunicar a inteno e a data Empresa Prestadora de Servios Temporrios. Para a empresa prestadora de servios temporrios A satisfao representada pelo aspecto social altamente relevante dessa atividade que, alm de gerar um volume expressivo de empregos internos e externos, contribui para que um nmero cada vez maior de pessoas se realize profissionalmente, atravs do exerccio de suas especializaes, cujos estudos e dispndios financeiros demandaram muitos anos de suas vidas. Para os governos municipais, estaduais e federal

Essa nova realidade vem abrindo grandes perspectivas para a mo-de-obra temporria, utilizada "just in time" proporcionando grande economia s empresas em geral.12

Arrecadao de tributos j considerada atualmente bastante expressiva, a qual reverte em benefcios mltiplos para toda a sociedade:13

ISS - Imposto Sobre Servios PIS - Programa de Integrao Social COFINS - Contribuio para Financiamento da Seguridade Social IR - Imposto de Renda AD.IR - Adicional do Imposto de Renda CSLL - Contribuio Social sobre o Lucro Lquido INSS Empresa - Instituto Nacional do Seguro Social FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Servio CPMF - Contribuio Provisria sobre Movimentao Financeira

A empresa de trabalho temporrio cumpre, portanto, uma relevante funo social atravs da relao trplice que se estabelece onde, como mediadora entre a oferta e a procura da mo-de-obra, oferece ao que busca trabalho o pleno exerccio de sua capacidade e, ao que procura maior produtividade, empresta fora de trabalho no permanente, porm eficaz sempre que necessria. A convivncia com a pluralidade das foras de trabalho indispensvel para a consecuo dos objetivos da produo, e a responsabilidade no alcance da produtividade ideal e do pleno emprego dever de toda a sociedade.

1.7 - O Trabalho e o DesempregoA crescente automao do trabalho nas indstrias somada a espetacular performance da informatizao de sistemas verificada com o advento do computador, vm proporcionando qualidade e produtividade elogiveis, acirrando a competitividade entre todas as naes por meio de globalizao das economias, forando a reduo dos custos da produo mundial. Entretanto, se de um lado, a reduo dos custos da produo estimula o consumo de bens e servios, de outro lado, o que se verifica num primeiro momento, o agravamento dos ndices de desemprego que hoje representam a grande preocupao e um desafio maior ainda para os governos de todos os pases, quer sejam desenvolvidos, em desenvolvimento ou subdesenvolvidos. As estatsticas tm mostrado que a produo desses bens e servios em volumes satisfatrios para atender as necessidades mundiais ser realizada, cada vez mais, por menos mo-de-obra, situao essa que eleva ainda mais os ndices de desemprego j bastante expressivos, mesmo considerando o crescimento verificado no setor de servios e na indstria do lazer. A ociosidade aliada ausncia de perspectivas quanto obteno de algum tipo de renda, conduziro inevitavelmente marginalizao de uma parcela sempre crescente de trabalhadores agravando os j elevadssimos ndices de criminalidade. Essas reflexes tm motivado debates nos organismos nacionais e internacionais dedicados s relaes do trabalho, no havendo at o momento, por parte deles, recomendaes eficazes na soluo do problema. Entre as propostas que atualmente se discutem, destacam-se a eliminao total das horas extras e redues acentuadas da jornada de trabalho, alm de uma maior flexibilizao nas relaes capital-trabalho. O trabalho temporrio regulamentado por lei e, portanto, parte da economia formal "leia-se, que paga impostos, tributos, encargos e contribuies sociais", hoje presente em todo o mundo, principalmente nos pases desenvolvidos, tem contribudo de forma eficiente como ferramenta auxiliar de grande valia na minimizao do desemprego, proporcionando trabalho a um nmero cada vez maior de pessoas que, sem ele, engrossariam as fileiras dos sem emprego.

1.8 - O Trabalho Temporrio e a Terceirizao de ServiosO trabalho temporrio um fenmeno recente, tpico da sociedade industrial, da evoluo econmica e das prprias oscilaes de um mundo em permanente mutao. A crescente especializao do trabalho trouxe a necessidade de sua gil distribuio no tempo e no espao. A evoluo do papel scio econmico do trabalho temporrio e de sua regulamentao nos pases desenvolvidos ou em desenvolvimento mostra que, entre as formas de trabalho atpico, ele se posiciona como a alternativa mais vivel para atender a demanda de flexibilidade e de rpida mobilizao dos recursos humanos nas organizaes. Dentro do quadro atual de elevados ndices de desemprego no mundo, o trabalho temporrio tem servido como recurso alternativo para que, aqueles que se encontram na fase entre um emprego e outro, possam exercer suas atividades com remunerao digna e com todas as garantias trabalhistas, previdencirias e sociais de um emprego formal, como o disposto na CLT. Para as empresas que dele se utilizam, constitui-se em soluo racional, lgica e econmica para repor mo-de-obra do quadro permanente nos casos de acrscimos extraordinrios de servios e de ausncias motivadas por frias, doenas, acidentes do trabalho, licenas maternidade, treinamentos, e outros. J a terceirizao, que se consolidou nos anos 80, firmou-se como uma prtica moderna de gesto e um processo legtimo de parceria entre empresas. uma opo administrativa de validade testada e aprovada por grandes e mdias empresas pblicas e privadas e, por esse motivo, experimenta crescimento contnuo no mercado globalizado. Essa evoluo prova definitiva de que, quando bem conduzida, proporciona grande eficcia nas organizaes, pois o prestador e o tomador de bens e servios interagem para melhorar a competitividade do tomador permitindo que este, cada vez mais, se concentre na sua estratgia empresarial. As empresas no conseguem fazer tudo com a mesma eficincia. Preferem concentrar-se na sua atividade principal e adquirir bens e servios especializados. O principal objetivo da terceirizao a busca da especialidade e do melhor preo, e no simplesmente do menor preo. Na Unio Europia, 90% das grandes empresas compram fora os bens e servios que utilizam dentro. Todavia tanto a contratao do trabalho temporrio como da terceirizao requer alguns cuidados para que possa proporcionar os efeitos desejados.15

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Em ambos os casos recomenda-se que as empresas tomadoras avaliem profundamente as prestadoras de servios quanto aos aspectos de infraestrutura necessria, capital e objeto social compatveis com as exigncias da Lei 6019/74, qualificao tcnica da equipe, clareza nos demonstrativos de custos e preos dos servios, referncias de outros clientes, capacidade em gerenciar o relacionamento com a tomadora e de entender as suas necessidades, disposio para desenvolvimento de planos e aes conjuntas para o aprimoramento dos servios, e outros. No caso de trabalho temporrio devese considerar tambm que h responsabilidade solidria da empresa tomadora para com os dbitos previdencirios ou trabalhistas da prestadora de servios em caso de falncia desta, conforme Art. 16 da lei 6.019/74 e, tambm, que h responsabilidade solidria da tomadora por culpa "in eligendo" nos casos em que ela contrata com fornecedora que no preenche os requisitos legais para atuar como empresa de trabalho temporrio, ou seja, aqueles dispostos no Art. 6 da Lei 6.019/74 que servem de lastro para emisso do Certificado de Registro de Empresa de Trabalho Temporrio no MTE.

Captulo 2 - A EMPRESA DE TRABALHO TEMPORRIO

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PREFEITURA MUNICIPAL: Certido Negativa de Tributos Mobilirios - Sede

Captulo 2 - A EMPRESA DE TRABALHO TEMPORRIO

MINISTRIO DA FAZENDA - SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL: Certido Conjunta de Dbitos Relativos Tributos Federais e Quanto Dvida Ativa da Unio PODER JUDICIRIO ESTADUAL E MUNICIPAL: Certido Negativa de Falncia e Concordata - Empresa e Scios CARTRIOS DE PROTESTOS: Certido Negativa de Protestos - Empresa e Scios CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAO: Certido de Registro CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA: Certido de Registro SINDICATO PATRONAL DA CATEGORIA: Certificado de Filiao e Certido Negativa de Dbitos SINDICATO DOS EMPREGADOS DA CATEGORIA: Certido Negativa de Dbito

O funcionamento da empresa de trabalho temporrio depende de prvio registro na Secretaria das Relaes do Trabalho do Ministrio do Trabalho e Emprego. O pedido de registro deve ser acompanhado dos seguintes documentos: a) prova de existncia da firma individual ou da constituio de pessoa jurdica, com o competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede; b) prova de nacionalidade brasileira do titular ou dos scios; c) prova de possuir capital social integralizado de, no mnimo, 500 vezes o valor do salrio mnimo vigente no Pas, poca do pedido do registro; d) prova de propriedade do imvel-sede ou recibo referente ao ltimo ms de aluguel; e) prova de entrega da relao Anual de Informaes Sociais - RAIS; f) prova de recolhimento da contribuio sindical; g) prova de inscrio no Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica do Ministrio da Fazenda; h) Certificado de Regularidade de Situao, fornecido pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS

2.1 - Credenciamento LegalConsiderando a relevncia da utilizao de mo-de-obra temporria na otimizao da produo das empresas tomadoras de servios, e os riscos existentes face a constatao de empresas que atuam no mercado sem as mnimas credenciais exigidas pela legislao, informamos a documentao bsica que deve ser exigida das prestadoras de servios que atuam com base na lei 6.019/74. MINISTRIO DO TRABALHO E EMPRESA - SECRETARIA DAS RELAES DO TRABALHO Certificado de Registro de Empresa de Trabalho Temporrio - Trata-se de documento expedido pela Secretaria das Relaes do Trabalho do MTE. um alvar de autorizao para o fornecimento de mo-de-obra temporria. A no apresentao desse Certificado em eventual fiscalizao do trabalho acarretar a nulidade do contrato de prestao de servios temporrios, a descaracterizao dos trabalhadores locados como "temporrios" e a conseqente exigncia de registro dos mesmos no quadro de empregados da Tomadora de Servios. INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS: Certido Negativa de Dbitos CAIXA ECONMICA FEDERAL: Certificado de Regularidade do FGTS18 19

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2.2 - Preo e custosDifcil a tarefa de determinar os preos de produtos ou servios visando a relao Custo x Benefcio. H uma regra simples e provavelmente a mais utilizada: "o preo do produto ou servio, nunca pode ser inferior ao seu custo". Nesse sentido, os custos das Empresas de Trabalho temporrio por serem fortemente influenciados pela remunerao, encargos sociais e tributos, acarretam limitadssima margem bruta. De se destacar, tambm, que a busca constante da qualidade total pelas Empresas Tomadoras de Servios tem forado as Empresas de Trabalho temporrio a investir fortemente na informatizao de sistemas, treinamento de pessoal e tcnicas mais aprimoradas de recrutamento e seleo, com considerveis reflexos nos custos dos servios. Os preos assim caracterizados so pouco flexveis. A relao Custo x Benefcio para a empresa-cliente, deve considerar aspectos de garantia, legalidade, solidariedade e qualidade na prestao dos servios. Por fim lembramos que no h nada no mundo que certos homens no possam fazer um pouco pior e vender um pouco mais barato, e aqueles que consideram somente o preo, so vtimas da pilhagem legal desses homens. O Sindicato Patronal tem se empenhado na tarefa de conscientizao, tanto em relao aos temporrios para que conheam e exijam seus direitos, quanto s empresas tomadoras para que somente contratem servios com EMPRESAS PRESTADORAS registradas no MTE, bem estruturadas, equipadas e idneas, que possam oferecer garantias de estar atuando regularmente, e que possam comprovar constantemente o cumprimento de todas as obrigaes e exigncias legais. importante lembrar que os valores pagos pelas Empresas Tomadoras de Servios, destinam-se a cobrir os seguintes custos e despesas: Custos dos Servios Prestados 1. Custos com impostos, tributos e contribuies - ISS - Imposto sobre Servio - PIS - Programa de Integrao Social - COFINS - Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social - CSLL - Contribuio Social sobre o Lucro Lquido - IR - Imposto de Renda - INSS - Instituto Nacional do Seguro Social - Adicional de Imposto de Renda. - FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Servio - CPMF - Contribuio Provisria sobre Movimentao Financeira 2. Custos com a remunerao do trabalhador temporrio, salrios, comisses, prmios, horas extras e adicionais legais.22

3. Custos com encargos trabalhistas, previdencirios, securitrios e sociais no total de 54,65%, aplicados sobre a remunerao do trabalhador temporrio. 4. Custos complementares com benefcios, exames mdicos e outros. 5. Despesas com anncios de recrutamento na mdia impressa e nos sites de emprego. Despesas Diversas 1. Despesas Gerais e Administrativas - Remunerao, encargos e benefcios do pessoal do quadro permanente das prestadoras; - Aluguis, seguros, impostos e manuteno; - Materiais de reposio e consumo para escritrio, informtica, copa, limpeza e conservao e uniformes; - Utilidades e servios como gua, energia eltrica, telefonia fixa e celular e Correio - Veculos incluindo manuteno, combustvel, estacionamentos, seguros e impostos - Servios de terceiros com assessoria contbil, organizacional e tecnologia da informao; - Associaes de classe, sindicatos, associaes beneficentes e outras; - Depreciaes e Amortizaes. 2. Despesas Operacionais e Marketing - Publicidade e Propaganda - Feiras, exposies, eventos e brindes promocionais 3. Despesas Financeiras e Tributrias - Remunerao do capital - bancrias incidentes sobre a cobrana de ttulos, folha de pagamento e outras Assim torna-se imprescindvel buscar a mxima segurana possvel quando da contratao de fornecedora de trabalho temporrio, no esquecendo, que preos excessivamente baixos podem indicar que obrigaes tributrias no estejam sendo cumpridas, alm da baixa qualidade dos servios deles redundante.

2.3 - Proibies vedado empresa de trabalho temporrio cobrar qualquer importncia do trabalhador, mesmo a ttulo de mediao, podendo apenas efetuar os descontos previstos em lei, sob pena de cancelamento de seu registro para funcionamento, sem prejuzo das sanes administrativas e penais cabveis. Por fora da Lei n. 6.815/80 e alteraes posteriores, no permitida a contratao de estrangeiros com visto provisrio de permanncia no Pas.

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Captulo 3 - NORMAS LEGAIS

Captulo 3 - NORMAS LEGAIS 3.1 - Relao entre prestadora e tomadora de serviosA relao de trabalho temporrio entre empresa prestadora, trabalhador e empresa tomadora regida pela lei 6.019 de 03 de janeiro de 1974 e regulamentada pelo decreto 73.841 de 13 de maro de 1974, observadas as alteraes posteriores. Estabelece-se entre as partes relao triangular tendo num dos vrtices da figura geomtrica o trabalhador temporrio e, nos outros dois, a empresa prestadora de um lado, e do outro, a empresa tomadora. Entre os trs formase uma relao contratual de trabalho. O vnculo que se cria entre a prestadora e a tomadora de natureza civil, ou seja, entre as empresas h um contrato de prestao de servios. A relao jurdico-trabalhista estabelece-se entre a prestadora e o trabalhador, que so os sujeitos da relao de emprego, e o trabalhador temporrio gozar a condio de empregado da prestadora, enquanto achar-se trabalhando ou prestando servios tomadora. J a relao estabelecida entre o trabalhador temporrio e a empresa tomadora no de emprego apesar da dupla subordinao do trabalhador temporrio s duas empresas, prestadora e tomadora. A prestadora delega o poder disciplinar, tcnico e diretivo sobre seus assalariados tomadora de servios. Por sua vez, o trabalhador obriga-se a prestar servios em favor da empresa tomadora.

A empresa tomadora ou cliente obrigada a comunicar empresa de trabalho temporrio a ocorrncia de todo acidente cuja vtima seja um trabalhador temporrio posto sua disposio. Considera-se local de trabalho, tanto aquele onde se efetua a prestao de servio, quanto a sede da empresa de trabalho temporrio (art. 12, 2, da lei n. 6.019/74).

3.3 - Contrato de prestao de servios entre prestadoras e tomadorasNo documento obrigatoriamente escrito entre empresa de trabalho temporrio e empresa tomadora de servio deve constar, expressamente, o motivo justificador da demanda de trabalho temporrio, assim como a modalidade de remunerao da prestadora de servio, com a discriminao das parcelas relativas a salrios e encargos sociais de cada um dos trabalhadores contratados. O contrato celebrado entre a empresa de trabalho temporrio e a tomadora de servio com relao a um mesmo trabalhador no poder exceder 3 meses, salvo comunicao escrita ao rgo local do Ministrio do Trabalho e Emprego, nos termos da Instruo Normativa SRT/MTE n 3 de 22/04/2004.

3.4 - Contrato de trabalho temporrioO contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporrio e cada um dos assalariados colocados disposio de uma empresa tomadora ou cliente deve ser obrigatoriamente escrito e dele devem constar, expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores.

3.5 - Prorrogao dos contratos 3.2 - Responsabilidade das partesH responsabilidade solidria da empresa tomadora para com os dbitos previdencirios ou trabalhistas da prestadora em caso de falncia. H responsabilidade da tomadora por culpa in eligendo nos casos em que ela contrata com prestadora que no preenche os requisitos legais para sua constituio, ou seja, aqueles elencados no art. 6 da lei em apreo. A responsabilidade recai exclusivamente no tomador quando a intermediao for ilegal. Essa a interpretao dada por nossos tribunais, conforme se deflui do Enunciado n. 331, item I, do Tribunal Superior do Trabalho. Assim, o direito no reconhece, no caso de intermediao irregular, a relao entre a empresa de trabalho temporrio e a empresa cliente, reconhecendo apenas a relao entre o trabalhador e a empresa tomadora dos servios que se transforma em relao de emprego de prazo indeterminado. A prorrogao de prazo do contrato de trabalho temporrio cuja possibilidade prevista no Art.10 da Lei 6.019/74 pode ser realizada desde que sejam observados os pressupostos da Instruo Normativa SRT/MTE n. 3 de 1 22/04/2004 cujo teor transcrito a seguir : INSTRUO NORMATIVA SRT/MTE N. 3 DE 22 DE ABRIL DE 2004 Dispe sobre a prorrogao do contrato da empresa de trabalho temporrio com a empresa ou entidade tomadora, em relao a um mesmo empregado. O Secretrio de Relaes do Trabalho do Ministrio do Trabalho e Emprego, no uso da atribuio que lhe confere o art. 17, inciso VIII, do Decreto 4.764, de 25 de junho de 2003; resolve: Art. 1 O contrato da empresa de trabalho temporrio com a empresa tomadora, em relao a um mesmo empregado, no p-oder exceder de trs meses.O objetivo da Secretaria das Relaes do Trabalho a ampliao do emprego formal, uma vez que os contratos de trabalho temporrio asseguram todos os direitos trabalhistas, previdencirios e securitrios previstos na Consolidao das Leis do Trabalho.1

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1 O contrato temporrio poder ser prorrogado uma nica vez, por igual perodo, desde que atendidos os seguintes pressupostos: I - prestao de servios destinados a atender necessidade transitria de substituio de pessoal regular e permanente que exceda trs meses; ou II - manuteno das circunstncias que geraram o acrscimo extraordinrio dos servios e ensejaram a realizao do contrato de trabalho temporrio. 2 A prorrogao ser automaticamente autorizada desde que a empresa tomadora ou cliente comunique ao rgo local do MTE, na vigncia do contrato inicial, a ocorrncia dos pressupostos mencionados nos incisos I e II. 3 O rgo local do MTE, sempre que julgar necessrio, empreender ao fiscal para verificao da ocorrncia do pressuposto alegado para a prorrogao do contrato de trabalho. Art. 2 Esta Instruo Normativa entra em vigor na data de sua publicao e atinge os processos em curso. OSVALDO MARTINES BARGAS

COMUNICAO DE PRORROGAO DE CONTRATO DE TRABALHO TEMPORRIO

EXMO. SR. DELEGADO REGIONAL DO TRABALHO NO ESTADO DE __________

__________________________________, CNPJ - MF n. ______________, situada (nome da empresa)

__________________, na qualidade de empresa tomadora de servios e cliente da empresa de trabalho temporrio Jobcenter do Brasil Ltda., CNPJ - MF n. 53.400.693/0001-76, com endereo Av. Paulista, 688 - 13 andar - Bela Vista - So Paulo - SP, nos termos do Art. 10 da Lei 6.019/74 e da Instruo Normativa SRT/MTE N. 3 de 22/04/2004 vem, pela presente, comunicar a V.Exa. por meio da sub-delegacia regional do trabalho da cidade de _____________, a prorrogao do Contrato de trabalho temporrio, firmado com o(s) trabalhador(es) abaixo relacionado(s), por manuteno das circunstncias que deram motivo a _________________________________________.(Substituio transitria de pessoal permanente ou Acrscimo extraordinrio de servios)

Nome: CTPS n: Incio do Contrato: Incio da Prorrogao: / /

Srie n: / / Trmino do Contrato: Previso de Trmino da Prorrogao: / / / /

So Paulo, _____ de ________________ de ______. Atenciosamente,........................ ___________________________________________(Assinatura e nome do Responsvel Legal)..........................................

(Esta correspondncia deve ser feita em papel timbrado da Tomadora de Servios com cpia para a Prestadora de Servios)

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3.6 - Nulidade dos contratosSo motivos ensejadores de nulidade do contrato de trabalho temporrio: a) falta de registro da empresa de trabalho temporrio no MTE (art. 5); b) falta de contrato de prestao de servios temporrios por escrito da fornecedora com a tomadora ou cliente (art. 9); c) quando no constar no contrato expressamente o motivo justificador da demanda do trabalhador temporrio, bem como as modalidades de remunerao da prestao de servio (art. 9); d) quando o servio prestado pelo trabalhador temporrio no se destina necessidade transitria de substituio do pessoal regular e permanente, ou ao acrscimo extraordinrio de servio (art. 2); e) quando exceder de trs meses a prestao temporria, sem a prorrogao realizada por meio de Comunicado DRT local nos moldes da Instruo Normativa SRT/MTE n 3 de 22/04/2004; f) falta de contrato escrito entre a empresa de trabalho temporrio e cada um dos assalariados (art. 11); g) falta de anotao da condio de trabalhador temporrio na CTPS (art. 12); h) contratao de estrangeiro com, visto provisrio como trabalhador temporrio (art. 17); i) cobrana de qualquer taxa do trabalhador temporrio a ttulo de mediao (art. 18); j) a permanncia do trabalhador na empresa, aps o prazo ou trmino da obra ou atividade que autorizou o contrato temporrio; k) a contratao de outro trabalhador temporrio para o mesmo posto de trabalho; l) a contratao do mesmo trabalhador, para o mesmo posto, por meio de diversas empresas de trabalho temporrio, que atuam em sistema de rodzio; m) a contratao de trabalhador temporrio para substituir trabalhador efetivo que se desligou definitivamente da empresa tomadora; n) a transferncia de empregados permanentes da empresa tomadora para a empresa fornecedora.

- PIS - cadastramento do trabalhador temporrio e sua incluso na RAIS, de responsabilidade da Empresa de Trabalho temporrio; - repouso semanal remunerado; - adicional por trabalho noturno de, no mnimo, 20% em relao ao diurno; - adicional por trabalho insalubre ou perigoso conforme legislao em vigor; - vale transporte; - frias proporcionais, no caso de despedida sem justa causa ou trmino nor mal do contrato, razo de 1/12 do ltimo salrio percebido, acrescido do tero constitucional, por ms trabalhado, considerando-se como ms completo a frao igual ou superior a 15 dias; - Fundo de Garantia do Tempo de Servio - FGTS; - 13 salrio correspondente a 1/12 da ltima remunerao, por ms trabalhado, ou frao igual ou superior a 15 dias, com base no art. 7 VIII, da CF; - salrio famlia; - seguro desemprego, se preenchidos os requisitos da lei 7.998/90; - benefcios da Previdncia Social. A previso de pagamento de indenizao por dispensa sem justa causa ou trmino normal do contrato, correspondente a 1/12 do ltimo salrio percebido por ms de trabalho ou frao igual ou superior a 15 dias, estabelecida no art. 12, letra "f", da Lei n. 6.019/74, tornou-se incompatvel com a extenso do direito do trabalhador temporrio ao FGTS, visto serem institutos dotados de idntico propsito. Resciso por justa causa Aplicam-se hiptese de resciso do contrato de trabalho temporrio os atos e circunstncias mencionados nos arts. 23 e 24 do Decreto n. 73.841/74, seja a ocorrncia observada entre trabalhador e empresa de trabalho temporrio, seja entre trabalhador e empresa tomadora dos servios. Acidente do trabalho Cabe empresa tomadora comunicar empresa de trabalho temporrio a ocorrncia de acidente do trabalho cuja vtima seja um assalariado posto sua disposio, considerando-se local de trabalho, neste caso, tanto aquele onde se efetua a prestao do trabalho, quanto a sede da empresa de trabalho temporrio. O encaminhamento do acidentado ao Instituto Nacional do Seguro Social pode ser feito diretamente pela empresa tomadora de servio, ou cliente, em conformidade com normas expedidas por aquele Instituto. Comprovante de regularidade As empresas de trabalho temporrio so obrigadas a fornecer s empresas tomadoras ou clientes, a seu pedido, comprovante da regularidade de sua situao com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.

3.7 - Aspectos trabalhistas e previdenciriosDireitos do trabalhador temporrio Aos trabalhadores temporrios so previstos os seguintes direitos, dentre outros, especificados no art. 7 da CF e art. 12 da Lei n. 6.019/74: - remunerao equivalente percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente, calculada base horria, garantida, em qualquer hiptese, a percepo do salrio mnimo; - jornada mxima de oito horas dirias e quarenta e quatro semanais, salvo nas atividades em que a lei estabelea jornada menor, remuneradas as horas extras, no excedentes de duas, com acrscimo mnimo de 50% (art. 7, incisos XIII e XVI, da CF);30

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Fiscalizao - Exigncia O contrato firmado com o trabalhador temporrio, os comprovantes de recolhimento das contribuies previdencirias, bem como os demais elementos probatrios do cumprimento das obrigaes estabelecidas no Decreto n. 73.841/74, j citado, so de apresentao obrigatria fiscalizao pela empresa de trabalho temporrio. A empresa tomadora tambm se obriga a apresentar fiscalizao, quando solicitado, o contrato firmado com a empresa de trabalho temporrio. Folha de pagamento prpria A empresa de trabalho temporrio obrigada a elaborar folha de pagamento especial, por cliente, para os trabalhadores temporrios. Contribuies previdencirias A empresa tomadora de servios dever reter 11% (onze por cento) do valor bruto da Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestao de servios e recolher a importncia retida em nome da empresa prestadora de servios no dia dois do ms subseqente ao de emisso da Nota Fiscal, fatura ou recibo, conforme Instruo Normativa MPS/SRT n 3 de 14/07/2005. A contribuio relativa ao pessoal permanente da empresa de trabalho temporrio deve ser recolhida por esta em uma nica guia. A contribuio para financiamento das prestaes por acidente de trabalho da Empresa de Trabalho temporrio, em relao aos trabalhadores temporrios, de 2% (dois por cento), conforme disposto no subitem 3.10.1 do Anexo I da Ordem de Servio n. 205 de 10.03.1999 do INSS/DAF. Essa contribuio foi revista pelo Decreto 6.042 de 12/02/2007 - DOU de 12/02/2007 que manteve o mesmo percentual. Assim, sobre o montante dos valores pagos aos trabalhadores temporrios, a empresa de trabalho temporrio contribui com 20% mais a taxa relativa ao SAT de 2%. Para o recolhimento da contribuio relativa aos empregados permanentes da empresa de trabalho temporrio deve ser utilizado o cdigo FPAS 515 e o cdigo SAT correspondente atividade preponderante. O trabalhador temporrio e os empregados permanentes da empresa de trabalho temporrio contribuem, de forma no-cumulativa, de acordo com a seguinte tabela de descontos, vigente na data desta publicao - julho de 2007.

Trmino normal de contrato de trabalho temporrio ou resciso Neste caso, a empresa de trabalho temporrio deve fornecer ao trabalhador temporrio, Atestado de Afastamento e Salrios "AAS" de acordo com modelo institudo pelo INSS, que servir, para todos os efeitos legais, como prova de tempo de servio e salrio de contribuio. Garantia de benefcios So assegurados ao trabalhador temporrio benefcios e servios da Previdncia Social, como segurado obrigatrio na condio de empregado (Lei n. 8.213/91, art. 11, inciso I, alnea "b".). CTPS - Anotaes Carimbo padronizado lanado na CTPS do trabalhador temporrio, na parte de "Anotaes Gerais", conforme Circular IAPAS 601.005 n. 92, de 11.03.80.

Informaes complementares sobre o assunto constam da Lei e do Regulamento citados no incio da matria2.

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Fundamentao: alm da legislao citada, Ordem de Servio INSS/DAF n. 87, de 20.08.93 - DOU de 17.09.93

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Captulo 4 - LEGISLAO APLICADA

Captulo 4 - LEGISLAO APLICADA 4.1 - Lei n. 6.019 - 03 de janeiro de 1974Dispe sobre o trabalho temporrio nas empresas urbanas e d outras providncias. O Presidente da Repblica, Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei. Art. 1 - institudo o regime de trabalho temporrio, nas condies estabelecidas na presente Lei. Art. 2 - Trabalho temporrio aquele prestado por pessoa fsica a uma empresa, para atender necessidade transitria de substituio de seu pessoal regular e permanente ou a acrscimo extraordinrio de servios. Art. 3 - reconhecida a atividade da empresa de trabalho temporrio que passa a integrar o plano bsico do enquadramento sindical a que se refere o artigo 577, da Consolidao das Leis do Trabalho. Art. 4 - Compreende-se como empresa de trabalho temporrio a pessoa fsica ou jurdica urbana, cuja atividade consiste em colocar a disposio de outras empresas, temporariamente, trabalhadores devidamente qualificados, por elas remunerados e assistidos. Art. 5 - O funcionamento da empresa de trabalho temporrio depender de registro no Departamento Nacional de Mo-de-Obra do Ministrio do Trabalho e Previdncia Social. Art. 6 - O pedido de registro para funcionar dever ser instrudo com os seguintes documentos: a) prova da constituio da firma e de nacionalidade brasileira de seus scios, com o competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede; b) prova de possuir capital social de no mnimo quinhentas vezes o valor do maior salrio-mnimo vigente no Pas; c) prova de entrega da relao de trabalhadores a que se refere o artigo 360, da Consolidao das Leis do Trabalho, bem como apresentao do Certificado de Regularidade de Situao, fornecido pelo Instituto Nacional de Previdncia Social; d) prova de recolhimento da Contribuio Sindical; e) prova de propriedade do imvel-sede ou recibo referente ao ltimo ms, relativo ao contrato de locao; f) prova de inscrio no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministrio da Fazenda. Pargrafo nico - No caso de mudana de sede ou de abertura de filiais, agncias ou escritrios dispensada a apresentao dos documentos de que trata este artigo, exigindo-se, no entanto, o encaminhamento prvio ao Departamento Nacional de Mo-de-Obra de comunicao por escrito, com justificativa e endereo da nova sede ou das unidades operacionais da empresa.36

Art. 7 - A empresa de trabalho temporrio que estiver funcionando na data da vigncia desta lei ter o prazo de noventa dias para o atendimento das exigncias contidas no artigo anterior. Pargrafo nico - A empresa infratora do presente artigo poder ter o seu funcionamento suspenso, por ato do Diretor Geral do Departamento Nacional de Mo-de-Obra, cabendo recurso ao Ministro de Estado, no prazo de dez dias, a contar da publicao do ato, no "Dirio Oficial" da Unio. Art. 8 - A empresa de trabalho temporrio obrigada a fornecer ao Departamento Nacional de Mo-de-Obra, quando solicitada, os elementos de informao julgados necessrios ao estudo do mercado de trabalho. Art. 9 - O contrato entre a empresa de trabalho temporrio e a empresa tomadora de servios ou cliente dever ser obrigatoriamente escrito, e dele dever constar expressamente o motivo justificador da demanda de trabalho temporrio, assim como as modalidades de remunerao da prestao de servio. Art. 10 - O contrato entre a empresa de trabalho temporrio e a empresa tomadora ou cliente, com relao a um mesmo empregado, no poder exceder de trs meses, salvo autorizao conferida pelo rgo local do Ministrio do Trabalho e Previdncia Social, segundo instrues a serem baixadas pelo Departamento Nacional de Mo-de-Obra. Art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre a empresa de trabalho temporrio e cada um dos assalariados colocados disposio de uma empresa tomadora ou cliente, ser obrigatoriamente escrito e dele devero constar, expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores por esta Lei. Pargrafo nico - Ser nula de pleno direito qualquer clusula de reserva, proibindo a contratao do trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado sua disposio pela empresa de trabalho temporrio. Art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporrio os seguintes direitos: a) remunerao equivalente percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente calculados base horria, garantida, em qualquer hiptese, a percepo do salrio-mnimo regional; b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinrias no excedentes de duas, com acrscimo de 20% (vinte por cento); c) frias proporcionais, nos termos do artigo 25 da Lei n. 5.107 de 13 de setembro de 1966; d) repouso semanal remunerado; e) adicional por trabalho noturno; f) indenizao por dispensa sem justa causa ou trmino normal de contrato, correspondente a 1/2 (um doze avos) do pagamento recebido; g) seguro contra acidente do trabalho; h) proteo previdenciria nos termos do disposto na Lei Orgnica da Previdncia Social, com as alteraes introduzidas pela Lei n. 5.890, de 8 de junho de 1973 (art. 5 item III, letra "c" do Decreto n. 72.771, de 6 de setembro de 1973).

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1 Registrar-se- na Carteira de Trabalho e Previdncia Social do trabalhador sua condio de temporrio. 2 A empresa tomadora ou cliente obrigada a comunicar empresa de trabalho temporrio a ocorrncia de todo acidente cuja vtima seja um assalariado posto a sua disposio, considerando-se local de trabalho, para efeito da legislao especfica, tanto aquele onde se efetua a prestao do trabalho, quanto a sede da empresa de trabalho temporrio. Art. 13 - Constituem justa causa para resciso do contrato do trabalhador temporrio os atos e circunstncias mencionados nos artigos 482 e 483 da Consolidao das Leis do Trabalho, ocorrentes entre trabalhador e a empresa de trabalho temporrio ou entre aquele e a empresa cliente onde estiver prestando servio. Art. 14 - As empresas de trabalho temporrio so obrigadas a fornecer s empresas tomadoras ou clientes, a seu pedido, comprovante da regularidade de sua situao com o Instituto Nacional de Previdncia Social. Art. 15 - A fiscalizao do Trabalho poder exigir da empresa tomadora ou cliente a apresentao do contrato firmado com a empresa de trabalho temporrio, e, desta ltima, o contrato firmado com o trabalhador, bem como a comprovao do respectivo recolhimento das contribuies previdencirias. Art. 16 - No caso de falncia da empresa de trabalho temporrio, a empresa tomadora ou cliente solidariamente responsvel pelo recolhimento das contribuies previdencirias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referncia ao mesmo perodo pela remunerao e indenizao previstas nesta Lei. Art. 17 - defeso s empresas de prestao de servio temporrio a contratao de estrangeiros com visto provisrio de permanncia no Pas. Art. 18 - vedado empresa de trabalho temporrio cobrar do trabalhador qualquer importncia, mesmo a ttulo de mediao, podendo apenas efetuar os descontos previstos em lei. Pargrafo nico - A infrao deste artigo importa no cancelamento do registro para funcionamento da empresa de trabalho temporrio, sem prejuzo das sanes administrativas e penais cabveis. Art. 19 - Competir Justia do Trabalho dirimir os litgios entre as empresas de servio temporrio e seus trabalhadores. Art. 20 - Esta Lei entrar em vigor sessenta dias aps sua publicao, revogadas as disposies em contrrio. Braslia, 3 de janeiro de 1974; 153 da Independncia e 86 da Repblica. EMLIO G. MDICI - Alfredo Buzaid - Jlio Barata

O Presidente da Repblica, no uso da atribuio que lhe confere o artigo 81, item III, da Constituio e tendo em vista a lei n. 6.019 de 3 de janeiro de 1974, decreta: CAPTULO I DO TRABALHO TEMPORRIO Art. 1 - Trabalho temporrio aquele prestado por pessoa fsica a uma empresa, para atender a necessidade transitria de substituio de pessoal regular e permanente ou acrscimo extraordinrio de servios. CAPTULO II DA EMPRESA DE TRABALHO TEMPORRIO Art. 2 - A empresa de trabalho temporrio tem por finalidade colocar pessoal especializado, por tempo determinado, disposio de outras empresas que dele necessite. Art. 3 - A empresa de trabalho temporrio, pessoa fsica ou jurdica, ser necessariamente urbana. Art. 4 - O funcionamento da empresa de trabalho temporrio est condicionado a prvio registro do Departamento Nacional de Mo-de-Obra do Ministrio do Trabalho e Previdncia Social. 1 - O pedido de registro deve ser acompanhado dos seguintes documentos: I - prova de existncia da firma individual ou da constituio de pessoa jurdica, com o competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede; II - prova de nacionalidade brasileira do titular ou dos scios; III - prova de possuir capital social integralizado de, no mnimo, 500 (quinhentas) vezes o valor do maior salrio mnimo vigente no Pas, poca do pedido do registro; IV - prova de propriedade do imvel sede ou recibo referente ao ltimo ms de aluguel; V - prova de entrega da relao de trabalhadores a que se refere o art. 360 da Consolidao das Leis do Trabalho; VI - prova de recolhimento da contribuio sindical; VII - prova de inscrio no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministrio da Fazenda; VIII - Certificado de Regularidade de Situao, fornecido pelo Instituto Nacional de Previdncia Social. 2 - o pedido de registro a que se refere o pargrafo anterior dirigido ao Diretor-Geral do Departamento Nacional de Mo-de-Obra, e protocolado na Delegacia Regional do Trabalho no Estado em que se situe a sede da empresa.

4.2 - Decreto n. 73.841 - 13 de maro de 1974Regulamenta a lei n. 6.019 de 3 de janeiro de 1974, que dispe sobre o trabalho temporrio.38 39

Art. 5 - No caso de mudana da sede ou de abertura de filiais, agncias ou escritrios, dispensada a apresentao dos documentos de que trata o 1 do artigo anterior, exigindo-se, no entanto, o encaminhamento prvio ao Departamento Nacional de Mo-de-Obra de comunicao por escrito com justificativa e endereo da nova sede ou das unidades operacionais da empresa. Art. 6 - No caso de alterao na constituio de empresa j registrada, seu funcionamento depender de prvia comunicao ao Departamento Nacional de Mo-de-Obra e apresentao dos documentos mencionados no item II do 1 do artigo 4. Art. 7 - A empresa de trabalho temporrio obrigada a fornecer ao Departamento Nacional de Mo-de-Obra, quando solicitada, os elementos de informao julgados necessrios ao estudo do mercado de trabalho. Art. 8 - Cabe empresa de trabalho temporrio remunerar e assistir os trabalhadores temporrios relativamente aos seus direitos consignados nos Artigos 17 a 20 deste Decreto. Art. 9 - A empresa de trabalho temporrio fica obrigada a registrar na Carteira de Trabalho e Previdncia Social do trabalhador sua condio de temporrio. Art. 10 - A empresa de trabalho temporrio obrigada a apresentar a empresa tomadora de servio ou cliente, a seu pedido, Certificado de Regularidade de Situao, fornecido pelo Instituto Nacional de Previdncia Social. Art. 11 - A empresa de trabalho temporrio obrigada a apresentar ao agente da fiscalizao, quando solicitada, o contrato firmado com o trabalhador temporrio, os comprovantes de recolhimento das contribuies previdencirias, bem como os demais elementos probatrios do cumprimento das obrigaes estabelecidas neste Decreto. Art. 12 - vedado empresa de trabalho temporrio: I - contratar estrangeiro portador de visto provisrio de permanncia no Pas; II - ter ou utilizar em seus servios trabalhador temporrio salvo o disposto no artigo 16 ou quando contratado com outra empresa de trabalho temporrio. Art. 13 - Excetuados os descontos previstos em lei, defeso empresa de trabalho temporrio exigir do trabalhador pagamento de qualquer importncia, mesmo a ttulo de mediao, sob pena de cancelamento do registro para funcionamento, sem prejuzo de outras sanes cabveis. CAPTULO III DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIO OU CLIENTE Art. 14 - Considera-se empresa tomadora de servio ou cliente, para os efeitos deste Decreto, a pessoa fsica ou jurdica que, em virtude de necessidade transitria de substituio de seu pessoal regular e permanente ou do acrscimo extraordinrio de tarefas, contrate locao de mo-de-obra com empresa de trabalho temporrio. Art. 15 - A empresa tomadora de servio ou cliente obrigada a apresentar ao agente da fiscalizao, quando solicitada, o contrato firmado com a empresa de trabalho temporrio.40

CAPTULO IV DO TRABALHADOR TEMPORRIO Art. 16 - Considera-se trabalhador temporrio aquele contratado por empresa de trabalho temporrio, para prestao de servio destinado a atender necessidade transitria de substituio de pessoal regular e permanente ou acrscimo extraordinrio de tarefas de outra empresa. Art. 17 - Ao trabalhador temporrio so assegurados os seguintes direitos: I - remunerao equivalente percebida pelos empregados da mesma categoria da empresa tomadora ou cliente, calculada base horria, garantido, em qualquer hiptese, o salrio mnimo regional; II - pagamento de frias proporcionais, em caso de dispensa sem justa causa ou trmino normal do contrato temporrio de trabalho, calculado na base de 1/12 (um doze avos) do ltimo salrio percebido, por ms trabalhado, considerando-se como ms completo a frao igual ou superior a 15 (quinze) dias; III - indenizao do tempo de servio em caso de dispensa sem justa causa, resciso do contrato por justa causa do trabalhador ou trmino normal do contrato de trabalho temporrio, calculada na base de 1/12 (um doze avos) do ltimo salrio percebido, por ms de servio, considerando-se como ms completo a frao igual ou superior a 15 (quinze) dias; IV - benefcios e servios da previdncia social, nos termos da Lei nmero 3.807, de 26 de agosto de 1960, com as alteraes introduzidas pela Lei n. 5.890, de 8 de junho de 1973, como segurado autnomo; V - seguro de acidentes do trabalho, nos termos da Lei n. 5.316, de 14 de setembro de 1967. - o seguro de acidentes do trabalho regido pela Lei n. 6.367 de 19 de outubro de 1976 (D.O.U. 18.10.1976). Art. 18 - A durao normal do trabalho, para os trabalhadores temporrios de, no mximo 8 (oito) horas dirias, salvo disposies legais, especficas concernentes a peculiaridades profissionais. Pargrafo nico - A durao normal do trabalho pode ser acrescida de horas suplementares, em nmero no excedentes de 2 (duas), mediante acordo escrito entre a empresa de trabalho temporrio e o trabalhador temporrio, sendo a remunerao dessas horas acrescidas de, pelo menos, 20% (vinte por cento) em relao ao salrio horrio normal. Art. 19 - O trabalho noturno ter remunerao superior a 20% (vinte por cento), pelo menos, em relao ao diurno. Pargrafo nico - Para os efeitos deste artigo considera-se trabalho noturno o executado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e s 5 (cinco) horas do dia seguinte. Art. 20 - assegurado ao trabalhador temporrio descanso semanal remunerado nos termos do disposto na Lei n. 605, de 5 de janeiro de 1949.

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CAPTULO V DO CONTRATO DE TRABALHO TEMPORRIO Art. 21 - A empresa de trabalho temporrio obrigada a celebrar contrato individual escrito de trabalho temporrio com o trabalhador, no qual constem expressamente os direitos ao mesmo conferidos, decorrentes da sua condio de temporrio. Art. 22 - nula de pleno direito qualquer clusula proibitiva da contratao do trabalhador pela empresa tomadora de servio ou cliente. Art. 23 - Constituem justa causa para resciso do contrato de trabalho pela empresa: I - ato de improbidade; II - incontinncia da conduta ou mau procedimento; III - negociao habitual por conta prpria ou alheia sem permisso da empresa de trabalho temporrio ou da empresa tomadora de servio ou cliente e quando constituir ato de concorrncia a qualquer delas, ou prejudicial ao servio; IV - condenao criminal do trabalhador, passada em julgado, caso no tenha havido suspenso da execuo de pena; V - desdia no desempenho das respectivas funes; VI - embriagues habitual ou em servio; VII - violao de segredo da empresa de servio temporrio ou da empresa tomadora de servio ou cliente; VIII - ato de indisciplina ou insubordinao; IX - abandono do trabalho; X - ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no servio contra qualquer pessoa ou ofensas fsicas nas mesmas condies, salvo em caso de legtima defesa, prpria ou de outrem; XI - ato lesivo da honra e boa fama ou ofensas fsicas praticadas contra superiores hierrquicos, salvo em caso de legtima defesa, prpria ou de outrem; XII - prtica constante de jogo de azar; XIII - atos atentatrios segurana nacional, devidamente comprovados em inqurito administrativo. Art. 24 - O trabalhador pode considerar rescindido o contrato de trabalho temporrio quando: I - forem exigidos servios superiores s suas foras, defesos por lei, contrrios aos bons costumes ou alheios ao contrato; II - for tratado pelos superiores hierrquicos com rigor excessivo; III - correr perigo manifesto de mal considervel; IV - no cumprir a empresa de trabalho temporrio as obrigaes do contrato; V - praticar a empresa de trabalho temporrio ou a empresa tomadora de servio ou cliente, os seus prepostos, contra ele ou pessoa de sua famlia, ato lesivo da honra e boa fama; VI - for ofensivo fisicamente por superiores hierrquicos da empresa de trabalho temporrio ou da empresa tomadora de servio ou cliente, ou seus prepostos, salvo em caso de legtima defesa, prpria ou de outrem;42

VII - quando for reduzido seu trabalho, sendo este por pea ou tarefa, de forma a reduzir sensivelmente a importncia dos salrios; VIII - falecer o titular da empresa de trabalho temporrio constituda em firma individual. 1 - O trabalhador temporrio poder suspender a prestao dos servios ou rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigaes legais, incompatveis com a continuao do servio. 2 - Nas hipteses dos itens IV e VII, deste artigo, poder o trabalhador pleitear a resciso do seu contrato de trabalho permanecendo ou no no servio at final deciso do processo. Art. 25 - Sero consideradas razes determinantes de resciso, por justa causa do contrato de trabalho temporrio, os atos e circunstncias mencionados nos artigos 23 e 24, ocorridos entre o trabalhador e a empresa de trabalho temporrio e entre aquele e a empresa tomadora ou cliente, onde estiver prestando servio. CAPTULO VI DO CONTRATO DE PRESTAO DE SERVIO TEMPORRIO Art. 26 - Para a prestao de servio temporrio obrigatria a celebrao de contrato escrito entre a empresa de trabalho temporrio e a empresa tomadora de servio ou cliente, dele devendo constar expressamente: I - o motivo justificador da demanda de trabalho temporrio; II - a modalidade da remunerao da prestao de servio, onde estejam claramente discriminadas as parcelas relativas e encargos sociais. Art. 27 - O contrato entre a empresa de trabalho temporrio e a empresa tomadora ou cliente, com relao a um mesmo empregado, no poder exceder de trs meses, salvo autorizao conferida pelo rgo local do Ministrio do Trabalho e Previdncia Social, segundo instrues a serem baixadas pelo Departamento Nacional de Mo-de-Obra. Art. 28 - As alteraes que se fizerem necessrias durante a vigncia do contrato de prestao de servios, relativas reduo ou ao aumento do nmero de trabalhadores colocados disposio da empresa tomadora de servio ou cliente, devero ser objeto de termo aditivo ao contrato, observado o disposto nos artigos 26 e 27. CAPTULO VII DISPOSIES GERAIS Art. 29 - Compete Justia do Trabalho dirimir os litgios entre as empresas de servio temporrio e seus trabalhadores. Art. 30 - No caso de falncia da empresa de trabalho temporrio, a empresa tomadora de servio ou cliente solidariamente responsvel pelo recolhimento das contribuies previdencirias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referncia ao mesmo perodo, pela remunerao e indenizao previstas neste Decreto.43

Art. 31 - A contribuio previdenciria devida na seguinte proporcionalidade: I - do trabalhador temporrio, no valor de 8% (oito por cento) do salrio efetivamente percebido, observado o disposto no art. 224 do Regulamento aprovado pelo Decreto n. 72.771, de 6 de setembro de 1973; II - da empresa de trabalho temporrio, em quantia igual devida pelo trabalhador. Art. 32 - devida pela empresa de trabalho temporrio a taxa relativa ao custeio das prestaes por acidente do trabalho. Art. 33 - O recolhimento das contribuies previdencirias inclusive as do trabalhador temporrio, bem como da taxa de contribuio do seguro de acidentes do trabalho, cabe empresa de trabalho temporrio, independentemente do acordo a que se refere o art. 237 do Regulamento aprovado pelo Decreto n. 72.771, de 6 de setembro de 1973, de conformidade com instrues expedidas pelo INPS. Art. 34 - Aplicam-se s empresas de trabalho temporrio no que se refere s suas relaes com o trabalhador, e perante o INPS, as disposies da Lei n. 3.807, de 26 de agosto de 1960, com as alteraes introduzidas pela Lei n. 5.890, de 8 de junho de 1973. V. Consolidao das Leis da Previdncia Social e os Regulamentos dos Benefcios e do Custeio da Previdncia Social. Art. 35 - A empresa de trabalho temporrio obrigada a elaborar folha de pagamento especial para os trabalhadores temporrios. Art. 36 - Para os fins da lei n. 5.316, de 14 de setembro de 1967, considerase local de trabalho para os trabalhadores temporrios, tanto aquele onde se efetua a prestao do servio, quanto a sede da empresa de trabalho temporrio. 1 - A empresa tomadora de servio ou cliente obrigada a comunicar empresa de trabalho temporrio a ocorrncia de acidente do trabalho cuja vtima seja trabalhador posto a sua disposio. 2 - O encaminhamento do acidentado ao Instituto Nacional de Previdncia Social pode ser feito diretamente pela empresa tomadora de servio, ou cliente, de conformidade com normas expedidas por aquele instituto. Art. 37 - Ao trmino normal do contrato de trabalho, ou por ocasio de sua resciso, a empresa de trabalho temporrio deve fornecer ao trabalhador temporrio, atestado de acordo com modelo institudo pelo INPS. Pargrafo nico - O atestado a que se refere este artigo valer, para todos os efeitos, como prova de tempo de servio e salrio de contribuio, podendo, em caso de dvida, ser exigida pelo INPS a apresentao pela empresa de trabalho temporrio, dos documentos que serviram de base para emisso do atestado. Art. 38 - O disposto neste Decreto no se aplica aos trabalhadores avulsos.

CAPTULO IX DISPOSIES TRANSITRIAS Art. 39 - A empresa de trabalho temporrio, em funcionamento em 5 de maro de 1974, data da vigncia da Lei n. 6.019 de 3 de janeiro de 1974, fica obrigada a atender os requisitos constantes do artigo 4 deste Decreto at o dia 3 de junho de 1974, sob pena de suspenso de seu funcionamento por ato do Diretor-Geral do Departamento Nacional de Mo-de-Obra. Pargrafo nico - Do ato do Diretor-Geral do Departamento Nacional de Mo-de-Obra, que determinar a suspenso do funcionamento da empresa de trabalho temporrio, nos termos deste artigo, cabe recurso ao Ministro de Trabalho e Previdncia Social, no prazo de 10 (dez) dias, a contar da data da publicao do ato no Dirio Oficial. Art. 40 - Mediante proposta da Comisso do Enquadramento Sindical do Departamento Nacional do Trabalho, o Ministro do Trabalho e Previdncia Social incluir as empresas de trabalho temporrio e os trabalhadores em categorias existentes ou criar categorias especficas no Quadro de Atividades e profisses a que se refere o art. 577 da Consolidao das leis do Trabalho. Art. 41 - O presente Decreto entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio. Braslia, 13 de maro de 1974; 153 da independncia e 86 da Repblica. EMLIO G. MDICI - Jlio Barata

4.3 - Enunciado n. 331 de 21.12.1993 - TSTCONTRATO DE PRESTAO DE SERVIOS - LEGALIDADE REVISO DO ENUNCIADO N. 256 I - A contratao de trabalhadores por empresa interposta ilegal, formandose o vnculo diretamente com o tomador dos servios, salvo no caso de trabalho temporrio (Lei 6.019, de 03.01.74). II - A contratao irregular de trabalhador, atravs de empresa interposta, no gera vnculo de emprego com os rgos da Administrao Pblica Direta, Indireta ou Fundacional (Art. 37, II, da Constituio da Repblica). III - No forma vnculo de emprego com o tomador a contratao de servios de vigilncia (Lei n. 7102, de 20.06.83), de conservao e limpeza, bem como a de servios especializados ligados atividade meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinao direta.

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IV - O inadimplemento das obrigaes trabalhistas, por parte do empregador, implica na responsabilidade subsidiria do tomador dos servios, quanto quelas obrigaes, inclusive quanto aos rgos da administrao direta, das autarquias, das fundaes pblicas, das empresas pblicas e das sociedades de economia mista, desde que hajam participado da relao processual e constem tambm do ttulo executivo judicial (artigo 71 da Lei n. 8.666/93).

4.4 - Instruo Normativa n. 3 - 29 de agosto de 1997Dispe sobre a fiscalizao do trabalho nas empresas de prestao de servios a terceiros e empresas de trabalho temporrio. O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO, no uso das atribuies legais que lhe confere o inciso IV, do artigo 87, da Constituio Federal, e Considerando a necessidade de uniformizar o procedimento da Fiscalizao do Trabalho, frente s inovaes introduzidas pelo Enunciado n. 331, do Tribunal Superior do Trabalho, que alterou o Enunciado n. 256, resolve: Art. 1 - Baixar as seguintes instrues a serem observadas pela Fiscalizao do Trabalho. I - DA EMPRESA DE PRESTAO DE SERVIOS A TERCEIROS Art. 2 - Para os efeitos desta Instruo Normativa, considera-se empresa de prestao de servios a terceiros a pessoa jurdica de direito provado, de natureza comercial, legalmente constituda, que se destina a realizar determinado e especfico servio a outra empresa fora do mbito das atividadesfim e normais para que se constitui esta ltima. 1 - As relaes entre a empresa de prestao de servios a terceiros e a empresa contratante so regidas pela lei civil. 2 - As relaes de trabalho entre a empresa de prestao de servios a terceiros e seus empregados so disciplinadas pela Consolidao das Leis do Trabalho - CLT. 3 - Em se tratando de empresa de vigilncia e de transporte de valores, as relaes de trabalho esto reguladas pela Lei n. 7 102/83 e, subsidiariamente, pela CLT. 4 - Dependendo da natureza dos servios contratados, a prestao dos mesmos poder se desenvolver nas instalaes fsicas da empresa contratante ou em outro local por ela determinado. 5 - A empresa de prestao de servios a terceiros contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus empregados. 6 - Os empregados da empresa de prestao de servios a terceiros no esto subordinados ao poder diretivo, tcnico e disciplinar da empresa contratante. Art. 3 - Para os efeitos desta Instruo Normativa, considera-se contratante a pessoa fsica ou jurdica de direito pblico ou privado que celebrar contrato com empresas de prestao de servios a terceiros com a finalidade de contratar servios.46

1 - A contratante e a empresa prestadora de servios a terceiros devem desenvolver atividades diferentes e ter finalidades distintas. 2 - A contratante no pode manter trabalhador em atividade diversa daquela para a qual o mesmo fora contratado pela empresa de prestao de servios a terceiros. 3 - Em se tratando de empresas do mesmo grupo econmico, onde a prestao de servios se d junto a uma delas, o vnculo empregatcio se estabelece entre a contratante e o trabalhador colocado a sua disposio, nos termos do artigo 2 da CLT. 4 - O contrato de prestao de servios a terceiros pode abranger o fornecimento de servios, materiais e equipamentos. Art. 4 - O contrato celebrado entre a empresa prestadora de servios a terceiros e pessoa jurdica de direito pblico tipicamente administrativo, com efeitos civis, na conformidade do 7, artigo 10 do Decreto-Lei n. 200/67 e da Lei n. 8.666/93. Pargrafo nico - No gera vnculo de emprego com os rgos da Administrao Pblica Direta, Indireta ou Funcional, a contratao irregular de trabalhador mediante empresa interposta, de acordo com o Enunciado n. 331, do Tribunal Superior do Trabalho. Art. 5 - Cabe Fiscalizao do Trabalho, quando da inspeo na empresa de prestao de servios a terceiros ou na contratante, observar as disposies contidas nesta Instruo Normativa, especialmente no que se refere a: a) registro de empregado - deve permanecer no local da prestao de servios para exame do contrato de trabalho e identificao do cargo para o qual o trabalhador foi contratado, salvo quando o empregado tiver carto de identificao, tipo crach, contendo nome completo, funo, data de admisso e nmero do PIS/PASEP, hiptese em que a Fiscalizao far a verificao do registro na sede da empresa prestadora de servios, caso esta sede se localize no municpio onde est sendo realizada a ao fiscal; b) horrio de trabalho - o controle de jornada de trabalho deve ser feito no local da prestao de servios. Tratando-se de trabalhador externo (papeleta), este controle deve permanecer na sede da empresa prestadora de servios a terceiros; c) atividades do trabalhador - o agente da inspeo do trabalho deve observar as tarefas executadas pelo trabalhador da empresa prestadora de servios, a fim de constatar se estas no esto ligadas s atividades-fim e essenciais da contratante; d) o contrato social - o agente da inspeo do trabalho deve examinar os contratos sociais da contratante e da empresa prestadora de servios, com a finalidade de constatar se as mesmas se propem a explorar as mesmas atividades-fim. e) contrato de prestao de servios - o agente da inspeo do trabalho deve verificar se h compatibilidade entre o objeto do contrato de prestao de servios e as tarefas desenvolvidas plos empregados da prestadora, com o objetivo de constatar se ocorre desvio de funo de trabalhador.

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Pargrafo nico - presentes os requisitos configuradores da relao de emprego entre a contratante e os empregados da empresa de prestao de servios a terceiros ou desvio de funo destes, lavrar-se-, em desfavor da contratante, o competente auto de infrao, pela caracterizao do vnculo empregatcio. II - DA EMPRESA DE TRABALHO TEMPORRIO Art. 6 - Compreende-se como empresa de trabalho temporrio a pessoa fsica ou jurdica urbana, cuja atividade consiste em colocar disposio de outras empresas, temporariamente, trabalhadores devidamente qualificados, por estas remunerados e assistidos. Art. 7 - Considera-se trabalho temporrio aquele prestado por pessoa fsica a uma empresa tomadora ou cliente, para atender necessidade transitria de substituio de seu pessoal regular e permanente ou a acrscimo extraordinrio de servios. Art. 8 - Considera-se empresa tomadora ou cliente a pessoa fsica ou jurdica urbana de direito pblico ou privado que celebrar contrato com empresa de trabalho temporrio objetivando atender a necessidade transitria de substituio de seu pessoal, regular e permanente ou a demanda extraordinria de servios. 1 - A empresa de trabalho temporrio tem seu funcionamento condicionado ao registro no Ministrio do Trabalho. 2 - As relaes entre a empresa de trabalho temporrio e seus assalariados so regidas pela Lei n. 6.019, de 03 de janeiro de 1974. Art. 9 - para os efeitos dos artigos 2 e 4 da Lei n. 6.019/74, considerase, respectivamente: I - acrscimo extraordinrio de servio, no s aquela demanda oriunda de fatores imprevisveis, como tambm os denominados "picos de venda" ou "picos de produo". II - trabalhador devidamente qualificado, o portador de aptido genrica inerente a qualquer trabalhador, e no somente o tcnico ou especializado. Art. 10 - As relaes entre a empresa de trabalho temporrio e a empresa tomadora ou cliente so regidas pela lei civil. 1 - A empresa de trabalho temporrio transfere durante a vigncia do contrato de trabalho o poder diretivo sobre os seus assalariados empresa tomadora ou cliente. 2 - O trabalhador temporrio pode atuar tanto na atividade-meio, quanto na atividade-fim da empresa tomadora ou cliente. Art. 11 - A empresa tomadora ou cliente exerce, durante a vigncia do contrato firmado com a empresa de trabalho temporrio, o poder disciplinar, tcnico e diretivo sobre o assalariado colocado a sua disposio. Art. 12 - Incumbe Fiscalizao do Trabalho, quando da inspeo na empresa tomadora ou cliente, observar as disposies contidas nesta Instruo Normativa, especialmente, quanto :48

a) verificao de clusula constante do contrato celebrado com a empresa de trabalho temporrio, relativamente ao motivo justificador da demanda do trabalho temporrio, bem como as modalidades de remunerao dessa contratao; b) verificao no sentido de constatar se o contrato firmado entre a empresa contratante ou cliente e a empresa de trabalho temporrio guarda consonncia com o prazo de trs meses em que permitido o trabalhador temporrio ficar disposio da contratante ou cliente, salvo comunicao ao rgo local do Ministrio do Trabalho, nos termos da Instruo Normativa SRT/MTE n. 02 de 11/06/2001, da Secretria de Relaes do Trabalho, em que se permite a prorrogao automtica do contrato, desde que o perodo total do mesmo no exceda seis meses; e c) verificao, sempre que possvel, de dados referentes ao trabalhador temporrio, no sentido de constatar se o mesmo no est trabalhando, alm do prazo previsto na alnea anterior, em mbito da contratante, mediante sucessivas contrataes, por empresas de trabalho temporrio diversas, com o intuito de afastar a relao de emprego. Art. 13 - Cabe Fiscalizao do Trabalho exigir da empresa de trabalho temporrio e da empresa tomadora ou cliente a perfeita observncia da Lei n. 6.019/74, aplicando-se em caso de descumprimento a multa prevista no art. 3 da Lei 7.855/89, sem prejuzo do disposto no pargrafo nico do art. 18, da referida Lei, quando for o caso. Art. 14 - Esta Instruo Normativa entrar em vigor na data de sua publicao, revogada a Instruo Normativa n. 07, de 21 de fevereiro de 1990. PAULO PAIVA

4.5 - Instruo Normativa n 9 - MTPS de 08 de novembro de 1991Dispe sobre a Fiscalizao do Trabalho temporrio O Secretrio Nacional do Trabalho, no uso de suas atribuies, Considerando que, conforme o artigo 7, IV, do Decreto n. 33/91, compete-lhe orientar e normalizar as aes e atividades na rea de inspeo do trabalho; Considerando as consultas e dvidas que lhe foram encaminhadas sobre a fiscalizao do trabalho temporrio, Resolve: Art. 1 - O trabalho temporrio, conforme definido na Lei n. 6.019/74, s se caracteriza como tal quando destinado a atender:

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1 - Nos termos deste artigo, vedada a utilizao de mo-de-obra temporria para atender a necessidade permanente, atravs de contratos sucessivos com pessoas diferentes, para ocuparem a mesma funo na empresa tomadora. 2 - Constatada a infrao ao pargrafo anterior, o agente de inspeo do trabalho considerar descaracterizada a relao de trabalho temporrio configurado vnculo empregatcio direto do trabalhador com a empresa tomadora, autuando-a com base no art. 41 da CLT. Art. 2 - So direitos do trabalhador temporrio:

4.6 - Ofcio/Circ./Secretaria da Fiscalizao MTA de 22 de maro de 1996QUALIFICAO (Art. 4 da Lei 6.019) E ACRSCIMO EXTRAORDINRIO DE SERVIOS (Art. 2 da Lei 6.019/74) Em virtude das discrepncias de entendimento entre rgos fiscalizadores, quanto ao entendimento correto dos artigos 2 e 4 da Lei 6.019/74, e quanto ao exerccio do trabalho temporrio em "atividade fim" da empresa, a Secretria de Fiscalizao do Trabalho, Ruth Beatriz V. Vilela, expediu em 22 de maro de 1996 o OFCIO/CIRC./SEFIT/N. 18, do seguinte teor: "da secretaria de fiscalizao do trabalho-sefit" : DRT Senhor Delegado, Objetivando uniformizar procedimentos quanto s inovaes introduzidas pelo Enunciado n. 331, do colendo Tribunal Superior do Trabalho, publicado no DOU de 04.01.94, no que tange Lei n. 6.019 , de 03.01.74, que "Dispe sobre o trabalho temporrio nas empresas urbanas e d outras providncias" recomendamos que:

Pargrafo nico - Os direitos elencados neste artigo no excluem outros que, representando estipulao em favor de terceiro, estejam especificados no contrato celebrado entre a empresa fornecedora e a tomadora de mode-obra temporria. Art. 3 - Esta Instruo Normativa entra em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio. Joo de Lima Teixeira Filho

1- o termo "...acrscimo extraordinrio de servios...". a que diz respeito o artigo 2 da Lei n. 6.019/74, no est ligado ao fator imprevisibilidade, posto que alcana, inclusive, os denominados "picos de produo e de venda" na indstria e no comrcio, j previsveis, a exemplo do que ocorre por poca do "Natal", "dia das crianas", "dia das mes", etc. At porque a imprevisibilidade no consta da lei; 2- a denominao "...trabalhadores, devidamente qualificados, ..." constante do artigo 4 dessa Lei, deve ser compreendida como aptido genrica, ou seja, trabalhadores capacitados realizao do trabalho, e no no sentido de formao tcnica ou de especializao desses trabalhadores. Finalmente, no que se diz respeito s empresas de trabalho temporrio, seus trabalhadores podero atuar tanto na atividade meio, quanto na atividade fim das empresas tomadoras ou clientes".

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4.7 - Ordem de Servio n 209 de 20 de maio de 1999 - INSSINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL Diretoria de Arrecadao e Fiscalizao ORDEM DE SERVIO N. 209, DE 20 DE MAIO DE 1999 Estabelece procedimentos de arrecadao e fiscalizao da reteno incidente sobre o valor dos servios e das contribuies devidas sobre a remunerao decorrente da prestao de servios atravs de cesso de mo-de-obra ou empreitada. FUNDAMENTAO LEGAL: Constituio Federal de 1988; Lei 556 de 25/06/1850 Cdigo Comercial; Lei 3071 de 01/02/1916 - Cdigo Civil; Lei 5.172, de 25/10/66 - Cdigo Tributrio Nacional; Lei 6.019, de 06/01/74; Lei 7102, de 20/06/83; Lei 8.212, de 24/07/91; Lei 8.863, de 28/03/94; Lei 8.666, de 21/06/93; Lei 9.317, de 05/12/96; Lei 9.711, de 20/11/98; Decreto - Lei 5.452. de 01/05/43 - CLT; Decreto 89.056, de 24/11/83; Decreto 3.048, de 06/05/1999; DIRETOR DE ARRECADAO E FISCALIZAO DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, no uso das atribuies que lhe confere o artigo 175, inciso III, do Regimento Interno do INSS, aprovado pela Portaria MPS n. 458, de 24 de setembro de 1992; considerando os artigos 219 e 220 do Decreto n. 3.048, de 06/05/1999 publicado em 07/05/1999; considerando a necessidade de adequar os procedimentos estabelecidos para a arrecadao e fiscalizao da reteno incidente sobre o valor do servio contido na nota fiscal, fatura ou recibo e das contribuies devidas sobre a remunerao decorrente de servios executados mediante cesso de mo-de-obra ou empreitada: Resolve determinar que a arrecadao e a fiscalizao da reteno efetuada pela empresa contratante e das contribuies recolhidas da empresa contratada, decorrentes da contratao de servios mediante cesso de mo-deobra ou empreitada, sejam realizadas em consonncia com os critrios e procedimentos estabelecidos neste ato. I - DOS CONCEITOS 1 - Entende-se por CESSO DE MO-DE-OBRA, a colocao disposio da contratante, em suas dependncias ou nas de terceiros, de segurados que realizem servios contnuos relacionados ou no com a atividade-fim da empresa, independentemente da natureza e da forma de contratao. 1.1 - Ocorre a colocao nas dependncias de terceiros quando a empresa contratada aloca o segurado cedido em dependncias determinadas pela empresa contratante, que no sejam pertencentes quela ou a esta. 1.2 - Servios contnuos so aqueles que se constituem em necessidade permanente do contratante, ligados ou no a sua atividade fim, independente de periodicidade.52

2 - EMPRESA DE TRABALHO TEMPORRIO a pessoa jurdica urbana cuja atividade consiste em colocar disposio de outras empresas, em suas dependncias ou nas de terceiros, temporariamente, trabalhadores devidamente qualificados, por ela remunerados e assistidos, de acordo com a Lei 6.019/74. 3 - EMPREITADA a execuo de tarefa, obra ou servio, contratualmente estabelecida, relacionada ou no com a atividade fim da empresa contratante, nas suas dependncias, nas da contratada ou nas de terceiros, tendo como objeto um fim especfico ou resultado pretendido. 3.1 - A empreitada ser de lavor, quando houver somente fornecimento de mo-de-obra, e mista, quando houver fornecimento de mo-de-obra e material, podendo ocorrer, em ambos os casos, a utilizao de equipamentos ou meios mecnicos para sua execuo. 4 - CONTRATO POR EMPREITADA NA CONSTRUO CIVIL, para fins deste ato, aquele celebrado por empresas proprietrias, donas de obra ou incorporadoras, com empresa contratada para execuo de obra ou servio na construo civil, no todo ou em parte. 4.1 - CONTRATO POR EMPREITADA TOTAL aquele celebrado exclusivamente com empresa construtora, registrada no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - CREA, que assume a responsabilidade direta pela execuo total da obra, com ou sem fornecimento de material; 4.1.1 - Compreende-se como execuo total da obra a responsabilidade pela execuo de todos os projetos a ele pertinentes. 4.2 - CONTRATO POR EMPREITADA PARCIAL aquele celebrado com empresa prestadora de servios na rea de construo civil para execuo de parte da obra com, ou sem, fornecimento de material. 4.3 - Considera-se OBRA DE CONSTRUO CIVIL, a construo, demolio, reforma, ou ampliao de edificao, ou outra benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo. 5 - CONTRATO DE SUBEMPREITADA NA CONSTRUO CIVIL o contrato celebrado entre empreiteira e outras empresas para a execuo de obra ou de servios na construo civil, no todo ou em parte, com ou sem fornecimento de material. 6 - EMPRESA aquela definida no inciso I e pargrafo nico do artigo 15 da lei 8.212/91. 6.1 - No se aplicam as disposies deste ato misso diplomtica, repartio consular de carreira estrangeira, pessoa fsica e ao autnomo equiparado empresa. 7 - ESTABELECIMENTO uma unidade ou dependncia integrante da estrutura organizacional, onde a empresa desenvolve suas atividades, sujeita inscrio no Cadastro nacional de Pessoa Jurdica CNPJ ou Cadastro Especfico do INSS - CEI, para fins de direito e de fato, assim caracterizados no mbito previdencirio. 7.1 - Entende-se, tambm, como estabelecimento da empresa a obra de construo civil matriculada no Cadastro Especfico do INSS - CEI.53

8 - Entende-se por CONTRATANTE a empresa tomadora de servios mediante cesso de mo-de-obra ou empreitada. 9 - Entende-se por CONTRATADA a empresa prestadora de servios que os executa por cesso de mo-de-obra ou empreitada. 10 - Entende-se por RETENO o valor referente antecipao compensvel relativo parcela de 11% (onze por cento) descontada pela empresa contratante, do valor bruto dos servios realizados e constantes da nota fiscal, fatura ou recibo. 11 - Entende-se por COMPETNCIA em que sero realizadas a reteno e a compensao aquela a que corresponder a data da emisso da nota fiscal, fatura ou recibo. II - DA CESSO DE MO-DE-OBRA E DA EMPREITADA 12 - A contratante de servios executados mediante cesso de mo-deobra, inclusive em regime de trabalho temporrio dever reter 11% (onze por cento) do valor dos servios contidos na nota fiscal, fatura ou recibo. 12.1 - Aplica-se a reteno aos seguintes servios quando executados mediante cesso de mo-de-obra: a) limpeza, conservao e zeladoria; b) vigilncia e segurana; c) construo civil; d) servios rurais; e) digitao e preparao de dados para processamento; f) acabamento, embalagem e acondicionamento de produtos; g) cobrana; h) coleta e reciclagem de lixo e resduos; i) copa e hotelaria; j) corte e ligao de servios pblicos; k) distribuio; l) treinamento e ensino; m) entrega de contas e documentos; n) ligao e leitura de medidores; o) manuteno de instalaes, de mquinas e de equipamentos; p) montagem; q) operao de mquinas, equipamentos e veculos; r) operao de pedgio e de terminais de transporte; s) operao de transporte de cargas e passageiros; t) portaria, recepo e ascensorista; u) recepo, triagem e movimentao de materiais; v) promoo de vendas e eventos; w) secretaria e expediente; x) sade; y) telefonia, inclusive telemarketing; e

12.2 - Todos os servios contratados com empresa de trabalho temporrio na forma da Lei n. 6.019, de 03 de janeiro 1974 esto sujeitos reteno. 13 - A contratante de servios por intermdio da empresa de trabalho temporrio dever reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo, ainda que figure discriminado item a ttulo de taxa de administrao ou de agenciamento, sendo admitida da base de clculo da reteno apenas as dedues previstas no item 19. 14 - A contratante de servios executados mediante empreitada dever reter 11% (onze por cento) do valor dos servios contidos na nota fiscal, fatura ou recibo, observado o disposto no item 15. 14.1 - Aplica-se a reteno aos seguintes servios executados mediante empreitada: a) limpeza, conservao e zeladoria; b) vigilncia e segurana; c) construo civil; d) servios rurais; e) digitao e preparao de dados para processamento; 15 - Na empreitada na construo civil, aplicar-se- a responsabilidade solidria de que trata o inciso VI, do artigo 30 da lei 8.212/91, somente nos seguintes casos: I - na contratao de execuo de obra por empreitada total; e II - quando houver o repasse integral do contrato nas mesmas condies pactuadas. 15.1 - A contratante, valendo-se da faculdade estabelecida no inciso VI do artigo 30 da Lei 8.212/91 e em conformidade com o inciso II do pargrafo 3 do art. 220 do Decreto 3.048/99, elidir-se- da responsabilidade solidria com a contratada mediante a reteno e o recolhimento previstos no artigo 31 da cita Lei, na forma estabelecida neste ato. 16 - no se aplicam s disposies deste ato, ficando dispensadas tambm da responsabilidade solidria, as contrataes na construo civil relativas aos servios exclusivos de: a) fiscalizao, superviso ou gerenciamento de obras; b) assessorias ou consultorias tcnicas; c) controle de qualidade de materiais; d) servios geotcnicos e fundaes (tirantes, estacas, sapatas, paredes, diafragma, entre outros) excetuando os radiers; e) fornecimento de concreto usinado ou preparado; f) jateamento de areia e hidrojateamento; g) perfurao de poo artesiano; h) elaborao de projetos; i) ensaios geotcnicos de campo e laboratrio (sondagens de solo, provas de carga, ensaios de resistncia, amostragem, testes em lavatrio de solo, entre outros afins); j) topografia; k) impermeabilizao; l) sistema de ar condicionado e ventilao.55

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III - DAS DEDUES DA BASE DE CLCULO DA RETENO 17 - A contratada que esteja obrigada a fornecer material ou dispor de equipamentos prprios ou de terceiros indispensveis execuo do servio, cujos valores estejam estabelecidos contratualmente, sendo as parcelas correspondentes discriminadas na nota fiscal, fatura ou recibo, os respectivos valores no estaro sujeitas reteno. 17.1 - Na hiptese de no constar no contrato os valores referentes a material ou equipamentos, devero ser discriminadas as respectivas parcelas na nota fiscal, fatura ou recibo, no se admitindo que o valor relativo aos servios seja inferior a 50% (cinqenta por cento) do valor bruto. 17.1.1 - Quando a utilizao de equipamento no estiver