livro_tec_educacional
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TECNOLOGIA
EDUCACIONALFORM AO DE PRO FESSO RES N O LABIRIN TO D O C IBERESPAO
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JOS AUGUSTO DE MELO NETO
TECNOLOGIAEDUCACIONAL
FORMAO DE PROFESSORES NO LABIRINTO DO CIBERESPAO
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Jos Augusto de Melo Neto, 2007
Superviso Editorial
Israel S. Cuperstein
Reviso do texto
Rene CostaDiagramao
Marcelo Gusmo
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Impresso e acabamento
JRB de Abreu - Servios GrficosTel.: 2501-7598
Catalogao na fonte
M486t
Melo Neto, Jos Augusto de, 1969Tecnologia educacional: formao de professores no labirinto de ciberespao / JosAugusto de Melo Neto - Rio de Janeiro: MEMVAVMEM, 2007.ApndiceInclui BibliografiaISBN 978-85-7688-051-6
1. Professores - Formao; 2, Tecnologia Educacional; 3., Inovao Tecnolgicas;4. Professores - Efeito das inovaes tecnologia. I. Ttulo
07-2370. CDD: 370.71
CDU: 371.1322/06/2007 002435
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Aos professores que construramcomigo este caminho
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DE:
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SUMRIO
Lista de siglas_____________________________________________________11
Prefcio____________________________________________________________13
Introduo: Do objeto para o projeto_______________________________15
1. Da cultura nacional de formao para a cultura local____________22
1.1 De 1981 a 1995_________________________________________________22
1.2 De 1996 a 2002_________________________________________________24
1.3 Professores multiplicadores: a perspectiva metodolgica inicial___26
1.4 Tecnologia Educacional no Amazonas: um breve histrico________29
1.5 Projetos referenciais para o Amazonas___________________________39
1.5.1 Projeto referencial da UFAM/DCC______________________________40
1.5.2 Projeto referencial da UFAM//NATESD__________________________42
2. Percepo dos professores______________________________________46
2.1 Resultados e discusso__________________________________________47
2.1.1 Tecnologia Educacional________________________________________47
2.1.2 Formao de professores______________________________________73
3. No labirinto do ciberespao_____________________________________90
3.1 Inteligncia coletiva_____________________________________________90
3.2 Ciberespao____________________________________________________91
3.3 Cibercultura____________________________________________________94
3.4 Ecologia cognitiva_______________________________________________94
3.5 A metfora do labirinto________________________________________100
Consideraes e Recomendaes_________________________________105
Recomendaes__________________________________________________109
Referncias_______________________________________________________113
Obras consultadas________________________________________________116
Apndice_________________________________________________________121
Anexo____________________________________________________________125
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LISTA DE SIGLAS
CENINFOR - Centro de Informtica do MECCEPAN - Centro de Formao Profissional Padre AnchietaCETAM - Centro de Educao Tecnolgica do Amazonas
CIEd - Centro de Informtica EducativaCIED - Centros de Informtica na Educao de 1 e 2 grausCIES - Centros de Informtica na Educao SuperiorCIET - Centros de Informtica na Educao TecnolgicaDCC - Departamento de Cincia da Computao da UFAMCNTE - Confederao Nacional dos Trabalhadores em EducaoDDP - Departamento de Desenvolvimento Profissional da SEDUC/AM
EDUCOM - Educao e Computadores
FACED - Faculdade de EducaoFUST - Fundo de Universalizao dos servios de TelecomunicaesGESAC - Governo Eletrnico Servio de Atendimento ao CidadoGETEC - Gerncia de Tecnologias Educacionais da SEDUC/AMISAE - Instituto Superior de Administrao e Economia
MEC - Ministrio da EducaoNATESD - Ncleo Amaznico de Tecnologia, Educao e Sade aDistncia da UFAMNTE - Ncleo de Tecnologia EducacionalPPGE - Programa de Ps-Graduao em EducaoPROINFO - Programa Nacional de Informtica na Educao
PRONINFE - Programa Nacional de Informtica EducativaSEED - Secretaria de Educao Distncia do MECSEDUC/AM - Secretaria de Estado de Educao do AmazonasSEMED - Secretaria Municipal de EducaoUEPA - Universidade Estadual do ParUFAM - Universidade Federal do Amazonas
UFC - Universidade Federal do CearUFES - Universidade Federal do Esprito SantoUFMG - Universidade Federal de Minas GeraisUFMT - Universidade Federal do Mato GrossoUFPA - Universidade Federal do Par
UFPE - Universidade Federal de PernambucoUFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do SulUFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
UNAMA - Universidade da AmazniaUNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
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PREFCIO
A presente publicao, fruto de pesquisas realizadas pelo
autor no intervalo de cinco anos (2001 a 2005) nas escolas pblicasdo Amazonas, em nvel lato e strictu sensu, revela de forma
explcita como vem sendo tratada a questo da tecnologia pelos
sistemas de ensino, considerando especialmente a formao de
professores para a utilizao dos laboratrios de informtica.
Partindo do global para o local, so demonstradas as
experincias pedaggicas da informtica no espao escolar efundamentando-se no pensamento de Pierre Lvy, as pginas deste
livro demonstram o que pode estar faltando para que os
computadores deixem de ser apenas objetos de uma infra-
estrutura tcnica e sejam incorporados aprendizagem dos alunos.
A leitura dos professores sobre as questes formuladas chega
a ser impressionante. Nas palavras do autor, Sem autonomia, com
a cibercultura negada e a inteligncia coletiva comprometida, os
professores no conseguem formar o prprio caminho enquanto os
sistemas de ensino no se do conta das transformaes da
ecologia cognitiva em andamento.
Os resultados apresentados do cenrio amazonense podem
perfeitamente ser transportados para outras realidades, desde que
com a criticidade do contexto. As dificuldades so ainda como as do
exemplo francs de duas dcadas atrs, to distante e to prximo.
Por fim, a metfora do labirinto nos questiona
incessantemente: ainda estamos perdidos ou reconstruindo o
nosso caminho?
Prof Maria Augusta da Silva Ximenes, MSc
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INTRODUO: DO OBJETO PARA O PROJETO
preciso deslocar a nfase do objeto (o
computador, o programa, este ou aquele
mdulo tcnico) para o projeto (o
ambiente cognitivo, a rede de relaeshumanas que se quer instituir).
Pierre Lvy
O atual desenvolvimento tecnolgico e social requer da
educao uma autonomia ainda no alcanada, como resultado de
uma mudana de postura pedaggica necessria, mas ainda
distante do cotidiano escolar.
De um lado, a velocidade do progresso cientfico e
tecnolgico e a conseqente transformao dos processos de
produo e servios tornam o conhecimento superado
rapidamente, o que prope uma atualizao contnua e apresenta
novas exigncias para a formao do professor. Do outro, as
referncias atuais sobre a insero da tecnologia computacional na
escola pblica e a necessidade da formao do professor mantm
um discurso distante e marcado pela reiterao de lugares-
comuns. Fala-se em mudana ou em necessidade de mudana, mas
a prpria expresso novas tecnologias tem dificuldade em situar-
se na educao. Afinal, o que seria este novo para o professor que
ainda tem dificuldades com prticas antigas?O conceito de tecnologia, como aplicao prtica da cincia,
pode ser amplo e abrangente. Nos ltimos trinta anos do sculo
XVIII, por exemplo, a substituio das ferramentas manuais pelas
mquinas caracterizou a presena de novas tecnologias como a1 2fiadeira , o processo Cort em metalurgia e a mquina a
1 Mquina de fiar mecnica que impulsionou a Indstria txtil no sculo XVIII.2 Tcnica criada por Henry Cort, em 1783, que consiste em utilizar o carvo nos processos de pudelagem ede laminagem do ferro, barateando a metalurgia e favorecendo a produo industrial.
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3vapor .
de produo de uma forma sem precedentes na histria da
sociedade.
Nesta lgica tecnolgica, pode-se atribuir maquina a
vapor um papel de destaque na primeira Revoluo Industrial,assim como visto o computador na atual sociedade. No entanto, o
computador isoladamente no pode ser considerado sinnimo de
nova tecnologia.
O rdio, a televiso e o videocassete, entre outros meios
tecnolgicos, so ainda novas tecnologias para a escola se no
puderam ser devidamente incorporados como experincias
educativas. Alm disso, o computador pode coexistir como
tecnologia e no necessariamente substituir as anteriores.
certo que as dificuldades e potencialidades do uso dessas
tecnologias na prtica pedaggica, particularmente da tecnologia
computacional, deveriam modificar o processo tradicional de
preparao e atualizao dos professores. Neste novo cenrio, a
formao continuada no pode limitar-se a uma nica dimensopedaggica e apresentar-se descontextualizada, nem a formao
inicial pode ser definida como anterior ao do professor.
Os professores, em particular os que atuam nas escolas
pblicas que dispem de laboratrios de informtica, tm o desafio
de desenvolver no seu dia-a-dia a autonomia necessria para
estabelecer um vnculo entre a prpria prtica e as novastecnologias, para assim contriburem na transformao de sua ao
pedaggica.
Seguindo esta tica, a proposta deste livro analisar o
processo de formao de professores para o uso pedaggico da
tecnologia computacional, fazendo uma anlise crtica de algumas
Estas aplicaes tecnolgicas transformaram os processos
3 A mquina a vapor para bombear gua foi inventada em 1712 por Thomas Newcomen e foi aperfeioadapor James Watt em 1769 para produzir energia e assim aumentar o rendimento nas fbricas, ao substituir a forahumana. O artefato marcou o incio da mecanizao e transformou completamente os mtodos tradicionais deproduo.
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experincias desenvolvidas e problematizando a integrao das
tecnologias da informao no cotidiano escolar.
Como a base do contedo deste livro foi apresentada
inicialmente como uma dissertao do programa de mestrado da
4Universidade Federal do Amazonas , importante citar que foirealizado por este autor, nos anos de 2003 a 2004, um Estudo de
Caso sobre os professores da rede pblica estadual do Amazonas,
que participaram dos cursos de formao oferecidos pelo sistema
estadual de ensino, em convnio com a Universidade Federal do
Amazonas, objetivando a utilizao da tecnologia computacional
na escola pblica.Este estudo, ainda vlido para compreenso do uso da
5tecnologia na escola pblica , partiu do pressuposto que o
professor deve envolver-se integralmente nos processos de
mudana da prtica pedaggica para utilizar na Educao os
recursos disponveis na sociedade.
Como justificativa, observou-se que a exigncia de um novopapel para o professor, como resultado de sua formao e ao,
reflete o atual contexto de um mundo em constante acelerao e
complexidade. Entre os saberes necessrios para a educao do
sc. XXI, por exemplo, um dos aspectos identificados por Morin
(2000) a Incerteza. Nas escolas ainda ensinam-se certezas para
alunos que vivem e vo continuar a viver em um mundoimprevisvel, cujas verdades so mutveis.
A mudana necessria. Isto pode conduzir o professor a
repensar suas concepes sobre ensino e aprendizagem. Prado
(1999) prope um desencadeamento reflexivo da prtica
4 MELO NETO, Jos Augusto de. Formao de professores no labirinto do ciberespao. Manaus: UFAM,2005. Dissertao (Mestrado em Educao), Universidade Federal do Amazonas, 2005. Sob orientao da Prof.
Zeina Rebouas Corra Thom.5 At o incio de 2007 nenhum outro curso de formao para o uso pedaggico dos laboratrios deinformtica havia sido oferecido pelo sistema estadual de ensino do Amazonas, alm dos analisados nestapublicao.
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pedaggica
O descompasso que existe entre as
caractersticas do novo modelo emergente
do sculo XXI e as caractersticas da escola
baseada no sculo XIX torna-se cada vez
mais visvel. Nesse novo paradigma, o
dinamismo e a rapidez da informao
demandam uma nova forma de pensar a
aprendizagem e o conhecimento. (1999,
p. 9-10).
De acordo com Gil (1994), as instituies pedaggicas so
instituies sociais e cada sociedade constri o sistema pedaggico
mais adequado s suas necessidades, concepes e vontades:
Quando, pois, o sistema pedaggico muda porque a prpria
sociedade mudou... (1994, p.24).
A introduo de novas tecnologias no ambiente escolar
pode provocar posies diferentes entre os educadores. Valente
(1993) apresenta trs exemplos que sintetizam as possveisreaes dos professores: indiferena, ceticismo e otimismo.
Na viso indiferente, o professor aguarda com apatia a
tendncia que o curso da tecnologia pode tomar, para ento se
definir, enquanto nas demais vises pode-se assumir uma posio
mais crtica em relao ao uso das novas tecnologias da informao
na prtica pedaggica.
O primeiro argumento dos cticos diz respeito pobreza dosistema educacional brasileiro. Como falar em computadores se
falta giz nas escolas? Pode-se compreender que mesmo com todas
as situaes favorveis, incluindo a devida valorizao salarial do
professor, isto no significaria necessariamente uma mudana de
postura pedaggica que incorpore as tecnologias. A escola deve
dispor de todos os recursos existentes na sociedade para propiciaresta mudana.
sobre o modelo do sistema educacional vigente:
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A viso ctica acredita ainda na possibilidade da mquina
substituir o professor, eliminando o contato com o aluno e
abandonando o lado humano da educao. Se o professor atua
apenas como transmissor de conhecimento, ele realmente corre
esse risco de ser substitudo, pois esta funo seria mais adequadaa uma mquina de ensinar e no a uma pessoa que conhea os seus
alunos e crie situaes de aprendizagem.
Talvez o maior argumento dos cticos seja a dificuldade de
adaptao dos professores, dos pais e dos gestores escolares a uma
abordagem educacional que eles mesmos no vivenciaram. As
fobias, as incertezas e a rejeio do desconhecido socaractersticas da resistncia mudana. necessrio vencer essas
barreiras para termos benefcios de ordem pessoal e de qualidade
do trabalho educacional.
Os otimistas em geral apresentam motivos poucos
fundamentados que podem gerar frustrao na insero das novas
tecnologias no ambiente escolar, como por exemplo, ao copiar um
modismo: se outros j esto usando essas tecnologias, tambm
deve-se usar. Na viso otimista, acredita-se que como o
computador faz ou vai fazer parte do cotidiano, a escola deve
preparar os alunos para lidar com esta tecnologia. Na verdade este
argumento apenas justifica a informtica como disciplina, isolada e6descontextualizada, conduzindo-nos ao instrucionismo . Para
Valente (1993), computador na educao no significa aprender
sobre computadores, mas sim por meio de computadores.
Outros argumentos dos otimistas, como utilizar a
tecnologia para motivar e despertar a curiosidade do aluno ou ainda
para desenvolver o raciocnio, possibilitando situaes de
6 O Instrucionismo, neste caso, tem uma abordagem de treinamento, com nfase na reproduo deatividades. O aluno tem um papel passivo no processo e a tecnologia utilizada apenas para certificar a retenodas informaes pelo aluno. Ope-se ao construcionismo proposto por Papert com base no construtivismopiagetiano.
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resoluo de problemas, revelam um descompasso pedaggico,pois o computador como agente motivador tambm no garanteuma mudana de postura do professor. Em relao a isto, Valente(1993) comenta:
Nesse caso, o computador mais
parece um animal de zoolgico que deveser visto, admirado, mas no tocado. O
computador entra na escola como meio
didtico ou como objeto que o aluno deve
se familiarizar, mas sem alterar a ordem
do que acontece em sala de aula. O
computador nunca incorporado
prtica pedaggica. Ele serve somente
para tornar um pouco mais interessante e
moderno o ambiente da escola do sculo18. (1993, p. 04)
Segundo Almeida (1998, 2000a, 2000b e 2000c), aformao do professor no pode estar separada da sua ao, nemlimitar-se a uma reunio de teorias e tcnicas. O professor devevivenciar a dialtica da sua prpria aprendizagem e reconstruir asteorias na prtica, para contrapor o que a prpria Almeida (2000c)
revela:Os programas de formao
tradicionais, tanto inicia l como
c o n t i n u a d a , s o e s t r u t u r a d o s
i n d ep en d en tem en te d a p r t i c a
desenvolvida nas instituies escolares,
caracterizando-se por uma viso
centralista, burocrtica e certificativa. Da
as atividades de formao receberem a
denominao de reciclagem, treinamento,
capacitao etc., revelando a dicotomia
entre teoria e prtica, formao e ao.
(2000c, p. 108)
Assim, ao participar de um curso de capacitao emtecnologia informtica, o professor leva consigo as necessidadesdo seu contexto escolar. No entanto, os comandos bsicos de um
editor de texto ou planilha eletrnica podem no fazer sentidoquando o professor retorna sala de aula.
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Pode-se acrescentar ainda que Almeida (1999) identificou,nos primeiros cursos de formao de especialistas em Informticana Educao realizados no Brasil, uma forma dicotomizada detrabalhar os aspectos computacionais e os aspectos educacionais,ou seja, sem a integrao necessria entre as abordagens terica e
prtica: Tal fato decorrncia da carnciade formadores com experincia no usopedaggico do computador para atendera t o d a a d e m a n d a n a c i o n a l .Freqentemente as disciplinas soministradas por professores da rea deInformtica ou da rea de Educao, massem experincia em Informtica naEducao, o que gera aes que no
promovem a articulao entre teoria eprtica, dificultando, assim, a reflexo e acompreenso do processo. (1999, p. 32)
Conforme ser analisado adiante, os objetivos de umprojeto pedaggico no podem ceder lugar para as tcnicas e suautilizao. Pierre Lvy enfatiza na epgrafe desta Introduo que preciso deslocar a nfase do objeto para o projeto (1993, p. 54). Oambiente cognitivo e as relaes humanas devem ser valorizadosao invs dos mdulos tcnicos, do programa ou do computador. Anfase no produto, em detrimento do processo, portanto, vai
7somente repetir os erros de outras reas para a formao doprofessor e o conseqente uso das tecnologias intelectuais naescola.
Para orientar a reflexo do tema proposto neste livro,levantou-se ainda as seguintes questes norteadoras:
a) A postura pedaggica do professor influencia na suarelao com as novas tecnologias?;
b) As propostas metodolgicas de formao e capacitaode professores em Informtica aplicada Educao seguem quaismodelos?; e
c) Existe no Amazonas uma poltica de formao emtecnologia educacional com identidade prpria?
Estas questes retornam no ltima parte deste livro comonorte das recomendaes elaboradas.
7 Neste caso, as tecnologias, a flexibilizao e as novas formas de organizao do trabalho queinfluenciam diretamente o campo da educao, sendo transpostas de forma acrtica.
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1. DA CULTURA NACIONAL DE FORMAO PARA A CULTURA LOCAL
Tomemos o caso da informtica
escolar na Frana. Durante os anos
oitenta, quantias considerveis foram
gastas para equipar as escolas e formar os
professores. Apesar de diversas
experincias positivas sustentadas pelo
entusiasmo de alguns professores, o
resultado global deveras decepcionante.
Por qu?
Pierre Lvy
Neste captulo, inicialmente apresentado um histricosobre uso pedaggico da tecnologia computacional no Brasil, antese depois da implantao do atual modelo poltico nacional: de 1981a 1995 e de 1996 a 2002. A seguir, demonstrada a perspectivametodolgica dos primeiros cursos realizados, por regio, paraprofessores multiplicadores, como resultado desta cultura nacionalde formao, concluindo com a descrio dos dois projetos deformao profissional, que tiveram a participao de professores
da rede pblica estadual do Amazonas, no perodo de dezembro de2001 a janeiro de 2004. Estes cursos, assim como a percepo dosprofessores que participaram desses cursos, sero objetos deanlise nos captulos seguintes.
1.1 De 1981 a 1995
As primeiras experincias de formao de professoresrealizadas no Brasil para a utilizao das tecnologias tiveram incio8na dcada de 80 . Como referncia, pode-se citar o I Seminrio
Nacional de Informtica Educacional, realizado na Universidade deBraslia UnB - no perodo de 25 a 27 de agosto de 1981, emBraslia, como o incio de uma cultura nacional para o uso dainformtica na educao.
8 Embora haja alguns registros de experincias, a partir de 1973, em universidades pblicas como a UFRJ,UFRGS e UNICAMP, os resultados como poltica nacional iniciam de fato a partir de 1981, favorecidosprovavelmente pelos preos cada vez menores dos microcomputadores e pelo surgimento de interfacesamigveis.
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Neste encontro, de acordo com Tavares (2001), uma das
recomendaes foi a de que o computador deveria ser encarado
como um meio que ampliasse as funes do professor, ao invs de
substitu-lo. Concluiu-se tambm que a informtica educacional
fosse adaptada realidade brasileira, valorizando a cultura, os
valores scio-polticos e a educao nacional (2001, p.02).
Estas recomendaes, bem diferentes das propostas de
utilizao das tecnologias que vinham sendo realizadas por
algumas escolas e universidades, influenciaram as polticas
educacionais que viriam a seguir.
Em 1983, as Universidades Federais de Pernambuco - UFPE,Rio Grande do Sul - UFRGS, Rio de Janeiro - UFRJ, Minas Gerais -
UFMG, alm da Universidade Estadual de Campinas UNICAMP,
tiveram seus projetos-piloto aprovados pelo Ministrio da
Educao e deram incio ao projeto EDUCOM Educao e
Computadores. Entre as metas deste projeto estava a pesquisa
sobre o uso educacional da informtica e aplicao destesresultados nas escolas pblicas.
Em 1984, o Centro de Informtica do MEC CENINFOR
assumiu a coordenao do projeto EDUCOM, e uma das suas
responsabilidades era criar estmulos e acompanhar a capacitao
dos recursos humanos.
De forma independente, todas as universidades envolvidasno projeto criaram seus mdulos e cursos de formao de
professores. Para Tavares (2001), a proposta da UFRGS com dois
cursos de ps-graduao lato sensu foi a mais organizada: um pela
Faculdade de Educao, com o curso Informtica na Educao, e
outro pelo Laboratrio de Estudos Cognitivos, com o curso
Psicologia Piagetiana e o uso do computador na escola, ambos coma carga horria de 360 h.
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Em 1986 o projeto EDUCOM fundiu-se com o projeto
FORMAR, que era voltado para a capacitao de professores de 1 e
2 graus. A proposta era para os professores capacitados
analisarem criticamente a contribuio da informtica no processo
de ensino-aprendizagem e reestruturarem sua metodologia deensino.
Foram implantadas, entre os anos de 1988 e 1989, 17
unidades CIEd - Centro de Informtica Educativa. Foi a primeira
experincia com professores multiplicadores para escolas pblicas,
entretanto, vrios Estados brasileiros, inclusive o Amazonas, no se
beneficiaram deste projeto.
Em outubro de 1989 o governo federal lanou o PRONINFE -
Programa Nacional de Informtica Educativa, cujo foco era a
capacitao contnua e permanente dos professores, alm da
descentralizao geogrfica e funcional dos CIED - Centros de
Informtica na Educao de 1 e 2 graus; dos CIET - Centros de
Informtica na Educao Tecnolgica; e dos CIES - Centros de
Informtica na Educao Superior.As pesquisas do EDUCOM, o modelo de formao de
professores do FORMAR e as unidades descentralizadas dos
Centros de Informtica, implementados de 1983 a 1995, serviram
de base para a criao do programa seguinte, o PROINFO.
1.2 De 1996 a 2002
Em abril de 1997, portanto, quase oito anos aps o
PRONINFE, o MEC lanou o Programa Nacional de Informtica na9Educao PROINFO , com a proposta de formar 25 mil
professores, atender a 7,5 milhes de estudantes e distribuir s10escolas pblicas 105 mil computadores , nos primeiros dois anos.
9 O programa foi elaborado em 1996 e lanado em 1997 pelo MEC. Portaria n 522, de 09 de abril de 1997.10 5 mil computadores para os NTEs e 100 mil distribudos nos 27 Estados da Unio, em quotasproporcionais ao nmero de escolas pblicas existentes na Unidade Federativa com mais de 150 alunos.
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11 Fonte: DIED/SEED/MEC, Relatrio de Atividades 1996/2002, dez/2002.12 Fernando Henrique Cardoso.13 O FUST foi criado em 17 de agosto de 2000, pela Lei n 9.998, para financiar a universalizao dos
servios de telecomunicaes. O Fundoarrecadou2,6bilhes de reais no perodo de 2001 a 2003, mas foibloqueado desde a publicao do edital em junho de 2001 que previa a compra de 290 mil computadores, entreoutros itens, por uma ao judicial que levou suspenso da licitao pela Justia Federal e pelo Tribunal deContas da Unio.
25
haviam sido
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1.3 Professores multiplicadores: a perspectiva metodolgica inicial
O conceito de professor multiplicador, no qual professor
capacita professor, seguiu o modelo do projeto FORMAR que tinha
como objetivo principal o desenvolvimento de cursos deespecializao na rea de informtica na educao.
Este modelo foi responsvel pela disseminao e
multiplicao da experincia de formao dos profissionais da rea,
embora, com freqncia o professor tenha encontrado obstculos
na sua prtica, no previstos nos cursos de formao. Almeida
(2000a) aponta um caminho:A proposta do FORMAR poderia ser
um elemento orientador para a criao de
outras experincias, desde que fosse
recontextualizado, refletido criticamente
e reelaborado de acordo com a realidade
em que o novo curso deveria se
desenvolver. Mas, mesmo assim, essa
nova postura deve ser aberta e flexvel,
para permitir mudanas que fossem
necessrias mesmo em pleno andamento
do curso. (2000a, p.144)
No entanto, os referenciais bsicos de funcionamento da
ao pedaggica do PROINFO, ou seja, os projetos de cursos de
formao em informtica na educao realizados a partir de 1997
vm repetindo de forma acrtica a dinmica de formao do
FORMAR.
No quadro comparativo de descrio dos cursos iniciais de
formao de multiplicadores, elaborado por Andrade (2000),
percebe-se a diferena de concepo da proposta por regio
brasileira, no que se refere s caractersticas em termos deestruturao de currculo e perspectiva metodolgica (tabela 1).
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No projeto modelo para a regio norte, executado pela
Universidade Federal do Par, do qual participaram em 1997 e 1998
as primeiras duas turmas de multiplicadores do PROINFO para atuar
no Amazonas, a perspectiva do curso era: capacitar recursos
humanos em informtica na educao para a implantao eimplementao dos NTEs; enquanto as propostas de outras
regies, como o Nordeste e Sul do pas, propuseram ir alm da
simples demanda de operacionalizao, enfatizando a utilizao da
informtica como ferramenta no processo ensino-aprendizagem;
ou ainda, a incorporao das novas tecnologias de informtica ao
fazer dirio dos professores, num modelo de construocompartilhada de conhecimento.
A diferena entre as caractersticas das propostas de
formao, ou mesmo a inverso entre as caractersticas das
propostas de formao, pode ser atribuda em parte perspectiva
metodolgica de cada instituio executora. Embora todas as
propostas devam ser enriquecidas ano a ano com a prtica e o
contexto escolar, pode-se estabelecer uma relao com as
experincias e pesquisas em tecnologia educacional da UFPE e da
UFRGS, realizadas desde a dcada de 80, e as propostas
diferenciadas de trabalho, na regio Nordeste e Sul,
respectivamente, que valorizaram um conhecimento prtico para a
vivncia na escola, enquanto a proposta que participaram os
professores amazonenses demonstrou-se inicialmentedescontextualizada e distante de nossa realidade escolar.
Alm disso, o carter emergencial do projeto da UFPA pode
ter limitado a perspectiva de formao dos professores
participantes, pois a assimilao de conceitos de informtica e a
mudana de postura pedaggica requerem um tempo que um curso14
de natureza compacta no proporciona .14 Este primeiro curso, por exemplo, durou apenas 80 dias.
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1.4 Tecnologia Educacional no Amazonas: um brevehistrico
Esta perspectiva metodolgica inicial importante para acompreenso da abordagem instrumental da tecnologia
educacional no Estado do Amazonas.Embora os cursos descritos e analisados neste trabalho
15sejam posteriores a esta primeira formao , h uma relao diretacom os resultados obtidos, pois este mesmo grupo demultiplicadores conduziu este processo, conforme ser detalhadono breve histrico a seguir.
A primeira experincia institucional, na rede pblica, para autilizao da informtica como ferramenta pedaggica no Estado
do Amazonas, aconteceu em 1996, na capital amazonense.Foi o Projeto Horizonte, cuja proposta era utilizar a
16linguagem LOGO como ferramenta educacional e teve aparticipao de dez escolas pblicas municipais de Manaus. Emnvel estadual, as primeiras iniciativas esto associadas ao incio doPrograma Nacional de Informtica na Educao, com a formao daComisso Estadual do PROINFO no Amazonas, quando onzeprofessores, das redes estadual e municipal, participaram emBelm de um curso de especializao, em nvel lato sensu, noperodo de junho a setembro de 1997, organizado pelaUniversidade Federal do Par.
Nesta primeira turma de multiplicadores, cinco eramprofessores da rede estadual e implantaram o NTE-Centro; e seiseram professores da rede municipal e implantaram o NTE-ParqueDez, ambos em Manaus. As escolas participantes do Projeto
Horizonte, inclusive, foram incorporadas ao programa municipal.
De acordo com o MEC, os NTEs foram concebidos paraserem estruturas descentralizadas na funo de capacitar osprofessores, que atuam em sala de aula, e para a introduo dos
15 E s t es primeiros cursos de formao foram oferecidos pelo MEC, conforme explicado no tpico anterior, eno pela Secretaria Estadual de Educao. Foram inclusive realizados em outro Estado. Por essa razo servemapenas como referncia. No obstante, a descrio do projeto de formao da UFPA est no Apndice A destelivro, para efeito de registro e consulta.
16 A linguagem de programao Logo foi desenvolvida na dcada de 60, com propsitos educacionais, porum grupo de pesquisadores do Massachussetts Institute of Technology, sob a coordenao do pelo Prof.Seymour Papert, e foi a base das primeiras pesquisas realizadas na rea, pelas universidades pblicas brasileirasnas dcadas de 70 e 80.
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recursos da informtica e das telecomunicaes no processoensino-aprendizagem, alm de apoiar as escolas na elaborao dosseus projetos.
Enquanto a primeira turma de multiplicadores iniciava, emnovembro de 1998, o projeto piloto na Escola Estadual Pe. Pedro
Gislandy, localizada no Bairro Compensa - Zona Oeste de Manaus,uma segunda turma de doze professores amazonenses j estavaem Belm participando de outro curso de especializao.
Esta segunda turma, composta de seis professores deescolas estaduais de Manaus e seis professores de escolasestaduais do municpio de Itacoatiara, participou do curso deformao de multiplicadores, no perodo de outubro de 1998 afevereiro de 1999, e retornou com a proposta de implantao dos
17
NTE-Planalto e NTE-Itacoatiara .Os professores de Manaus iniciaram ainda em fevereiro de1999 um projeto-piloto na Escola Estadual Waldir Garcia, localizadano Bairro Alvorada - Zona Centro-Oeste, e passaram a desenvolversuas atividades no NTE-Centro com os multiplicadores da primeiraturma, mas os professores de Itacoatiara ficaram distantes dasescolas com laboratrio de informtica e a sua formao no foiaproveitada pelo sistema estadual.
O primeiro lote de computadores do PROINFO destinou-se a18doze escolas da rede estadual , dez da capital amazonense e duas
do Interior, relacionadas a seguir:
N ESCOLAS ESTADUAIS MUNICPIO
01 E. E. Antnio da Encarnao Filho Manaus
02 E. E. Francisca Botinelly Cunha e Silva Manaus
03 E. E. Jlia Bittencourt Manaus
04 E. E. Leopoldo Neves Manaus
05 E. E. Maria de Lourdes Rodrigues Arruda Manaus
06 E. E. Maria Madalena Santana de Lima Manaus07 E. E. Maria Teixeira Ges Manaus
08 E. E. Nelson Alves Ferreira Manaus
09 E. E. Padre Pedro Gislandy Manaus
10 E. E. Professor Gilberto Mestrinho Manaus
11 E. E. Raimundo S Boa Vista do Ramos
12 E. E. Nossa Senhora do Perptuo Socorro Coari
Tabela 2 - Quadro das primeiras Escolas Estaduais com Laboratrio de InformticaFonte: Disponvel em . Acesso em: 14.12.02
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Neste primeiro momento, estavam planejadas a19implantao de 25 laboratrios em 1999 , mas at o segundo
semestre de 2001 apenas dezesseis escolas da capital e trs do20Interior (Autazes, Coari e Boa Vista do Ramos ) haviam recebidos os
equipamentos.Em setembro de 1998, a Secretaria de Educao do
Amazonas criou o Centro de Informtica Benjamin Constant -21CEINFOR, em parceria com o ISAE , com a finalidade de fomentar
tecnologia e qualificar os alunos da rede estadual no conhecimento
tcnico de informtica.
O CEINFOR, com 27 laboratrios de informtica, ofereceu
cursos de capacitao em informtica bsica para alunos noperodo de 1998 a 2002; e a partir de 2000, ofereceu tambm este
22mesmo curso para professores da rede estadual .
Em novembro de 2000, a SEDUC/AM criou a Gerncia de
Tecnologias Educacionais GETEC, inserida no Departamento de
Desenvolvimento Profissional DDP. A GETEC tornou-se
responsvel pelo programa estadual que visa a introduo das
novas tecnologias de informao e comunicao nas escolas
pblicas por meio da Informtica na Educao e dos programas dos23MEC. Seus principais projetos estavam associados ao PROINFO e a
24TV Escola .
Em 2002, houve uma expanso no nmero de laboratrios
de informtica, em razo da entrega das novas escolas padro pelo
governo estadual, aumentando para 92 escolas estaduais, 67 em19 Fonte: Disponvel em Acesso em:14.12.0220 Nenhum professor desses trs municpios contemplados com laboratrios de informtica participou doscursos de especializao em Belm, enquanto os professores especialistas de Itacoatiara continuaram alijados daprtica de sua formao, revelando que o critrio poltico prevaleceu sobre o critrio tcnico.21 OCentrodePesquisaem Tecnologia da Informao do ISAE, Instituto Superior de Administrao eEconomia, foi a unidade responsvel por este projeto.22 Foram capacitados 43.567 alunos e 1.851 docentes. Fonte: Disponvel em Acesso em: 14.12.0223 Desde a sua criao em 2000 at 2005, este setor mudou de posio no Organograma da Secretaria deEducao algumas vezes, revelando a indefinio da poltica tecnolgica do Estado e chegou inclusive a ter suaextino cogitada, pois parecia desconhecer-se o objetivo da sua existncia, mas acabou sobrevivendo
tornando-se subordinado a outros programas de menor importncia.24 A TV Escola um programa da Secretaria de Educao a Distncia - SEED, do MEC, dirigido capacitao,atualizao e aperfeioamento de professores das escolas pblicas, por meio dos kits tecnolgicos, comotelevisor, videocassete, antena parablica e receptor de satlite.
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25Manaus e 25 no Interior . Apesar disso, no houve uma expansodo nmero de NTEs e a quantidade de professores multiplicadoresdecresceu desde 1998. Em dezembro de 2004, por exemplo,apenas trs professores especialistas, dos 17 formados em Belmpara atender toda a demanda das escolas estaduais, continuavam
com vnculo no Ncleo de Tecnologia Educacional do Estado. Almdisso, o nmero de escolas com laboratrio de informtica reduziu
26nos ltimos dois anos (2004/2005) . No final deste perodo, oquadro das escolas pblicas estaduais com laboratrio deinformtica na Capital era o seguinte:
25 Fonte: AMAZONAS. SEDUC. Educao com Qualidade: Desafios e Conquistas 1999-2002. Manaus, 2002.p. 65
26 Reduo de 92 para 90 escolas de acordo com a GETEC/CEPAN/SEDUC, devido alguns laboratrios deinformtica, como por exemplo das Escolas Estaduais Marcantonio Vilaa, Djalma Batista, Antogildo Viana eNossa Senhora Aparecida terem sido totalmente saqueados e por isso no constam nesta relao. Outroslaboratrios foram realocados para atender inauguraes de escolas e o sistema de matrcula.
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N ESCOLAS ESTADUAIS MUNICPIO
10 E. E. Mirtes Rosa Itacoatiara
11 E. E. Maria Ivone Leite Itacoatiara
12 E. E. Romerito Brito Juru
13 E. E. N. S. das Graas Manicor14 E. E. Maria das Graas Maus
15 E. E. Dom Gino Malvestio Parintins
16 E. E. Rio Preto da Eva Rio Preto da Eva
17 E. E. Dom Marchesi So G. da Cachoeira
18 E. E. Mons. E. de Cefalonia So P. de Olivena
19 E. E. Marechal Rondon Tabatinga
20 E. E. Pedro Teixeira Tabatinga
21 E. E. Duque de Caxias Tabatinga
22 E. E. Corintho Borges Tef
23 E. E. Esperana Urucurituba
Tabela 4 - Quadro das Escolas Estaduais do Interior com Laboratrio de InformticaFonte: GETEC/CEPAN/SEDUC
27Apesar dos nmeros apresentados , no Amazonas, a
poltica de tecnologia educacional tem se limitado aoperacionalizao dos principais projetos da Secretaria deEducao Distncia do MEC. Ainda h a necessidade de umprograma com identidade prpria, de acordo com as necessidadesdo contexto educacional amazonense. Da forma como vem sendoconduzido esse processo, corre-se o risco de estar sempreiniciando uma nova poltica de formao, quando mudam os
governos, e criou-se uma dependncia das verbas dos programasnacionais, sem a busca de alternativas.
Um exemplo disso foi o encaminhamento dado aos 210professores formados nas turmas de Informtica na Educao naCapital e Tecnologia Educacional no Interior do Estado. A maiorparte desses professores, os 174 formados nos municpiosItacoatiara, Coari, Parintins e Tabatinga foram ignorados pelosistema e no desenvolveram nenhum trabalho associado sua
27 Em 06 anos de existncia o PROINFO Amazonas capacitou 1.897 professores, beneficiando 82 escolas e79.540 alunos. Fonte: GETE C / C E P A N / S E D U C .
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Especializao, caracterizando um desperdcio de recursos
humanos. Da outra parte, 15 dos 36 professores formados em
Manaus, foram subutilizados em projetos inconsistentes como o28InterInfo , e se limitaram a ministrar aulas de informtica bsica.
Esses professores inclusive no foram cadastrados inicialmente no
Programa Nacional de Informtica na Educao como
multiplicadores e no tinham o mesmo status daqueles que se
formaram nos cursos da UFPA, o que revelava uma incoerncia
daqueles que conduziam esse processo.
Alm desse quadro, h o agravamento da falta demanuteno dos laboratrios de informtica. Segundo a GETEC,
apenas 19 laboratrios dos 92 existentes receberam esse servio
no perodo de 2002 a 2004, o que reduziu a capacidade e a
qualidade do atendimento nesses espaos. Pela falta de propostas e
por no ser prioridade, os laboratrios de informtica das escolas
pblicas caminharam para a terceirizao, seja por uma autarquia29estadual como o CETAM , cujo objetivo a formao profissional,
30seja pela iniciativa privada .
Esse quadro desfavorvel complementado pela falta de um
programa em nvel estadual para conectar as escolas pblicas na
rede mundial de computadores, a Internet. As escolas que dispem
de algum tipo de acesso esto limitadas a programas de incluso
digital, como o GESAC.
28 O Projeto de Revitalizao dos Laboratrios de Informtica Projeto Interinfo foi criado em 2003 com ameta de implantar laboratrios em todas as escolas at 2007 (mdia de implantao de 31 laboratrios na capitale 73 no Interior por ano). Tinha como principais aes a lotao de um professor especialista para coordenaode cada dois laboratrios e a atuao de alunos monitores de informtica (um por escola). Apenas 19 professoresforam lotados em turno nico, nenhum aluno monitor foi contratado e a meta do primeiro ano no saiu do papel,assim como o projeto.29 O CETAM - Centro de Educao Tecnolgica do Amazonas - uma autarquia vinculada Secretaria de
Cincia e Tecnologia.30 Como este livro baseado em uma pesquisa realizada at Dezembro de 2004, importante citar que estatendncia de fato ocorreu a partir do ano de 2005, com o CETAM assumindo os laboratrios de informtica dasescolas da rede pblica estadual.
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O Programa GESAC - Governo Eletrnico - Servio de
Atendimento ao Cidado, do Governo Federal, segundo o Ministrio31das Comunicaes , tem como meta disponibilizar acesso
Internet s comunidades excludas do acesso e dos servios
vinculados rede mundial de computadores. Alm do acesso, estprevisto mais um conjunto de outros servios de incluso digital.
So beneficiadas prioritariamente as comunidades que
apresentarem baixo IDH (ndice de Desenvolvimento Humano), e
que estejam localizadas em regies onde as redes de
telecomunicaes tradicionais no oferecem acesso local internet
em banda larga.
O primeiro Ponto de Presena GESAC foi disponibilizado em
junho de 2003, e em maro de 2004 este nmero tinha alcanado
3.200 comunidades em todo o Brasil. Estava prevista a expanso
para 4.400 pontos at o final de 2005.
No Amazonas foram instaladas 81 antenas GESAC, porm32apenas 32 em escolas da rede pblica , todas no Interior do Estado.
As demais foram instaladas em organizaes militares das Foras
Armadas.
Alm desta inverso na prioridade do programa, 15 escolas33das 32 beneficiadas no tinham laboratrio de informtica , o que
resultou na instalao de uma conexo banda larga via satlite para
escolas com apenas uma mquina, quando o previsto era para a
unidade beneficiada possuir entre 10 e 20 microcomputadores.Como a proposta do programa foi estruturada na viso de
telecentros comunitrios para fomentar o uso de software livre,
percebe-se outra contradio no uso deste programa no
Amazonas. A populao de baixa renda no tem como desenvolver
projetos comunitrios em unidades militares e nem em escolas
31 Fonte: http://www.idbrasil.gov.br/menu_interno/docs_prog_gesac/institucional/oqueegesac.html32 Ver relao das escolas no anexo A33 Fonte: GETEC/CEPAN/SEDUC
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com apenas um nico computador conectado Internet. Restaram
17 escolas, que deveriam funcionar com ampla liberdade de uso e
sem nus para a comunidade na qual est inserida, mas estas no
conseguem atender nem os seus prprios alunos.
Estes espaos foram planejados e financiados para no ter a
menor influncia de softwares proprietrios, como o sistema
operacional Microsoft Windows, no entanto esta era a plataforma34exclusiva das escolas pblicas estaduais . Este quadro
comparativo entre a viso do programa, divulgado pelo Ministrio
das Comunicaes revela a diferena entra a flexibilidade do
discurso e a rigidez da prtica:
Viso GESAC
Software Livre
Outras Vises
Comunidade Cidado
Rede de Conhecimento Localidade isolada
Interatividade e Contedo Somente Acesso
Telecentro Quiosque
Sinergia com outros programasde Governo e Parcerias
Programa isolado
Software Proprietrio
Tabela 5 - Quadro comparativo viso Gesac x out ros programas Fonte: Disponvel em.
Acesso em: 27.03.05
34 As primeiras mquinas com o sistema operacional Linux chegaram nas escolas amazonenses noprimeiro semestre de 2004, porm antes da capacitao dos professores e destinada apenas a escolas da Capital,que no tinham acesso Internet.
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O perfil dos espaos contemplados com essa antena no se
enquadrava na viso GESAC, no obstante as estatsticas do
programa serem favorveis. Com a fase 3 do programa, iniciada em
Abril de 2004, este descompasso se acentuou. Entre os objetivos
previstos estavam:Criar um stio (Home Page) da Comunidade na Internet
Criar uma redao na Web
Criar Jornal Eletrnico da Comunidade
Criar Loja Virtual para produtos locais
Produzir udios comunitrios locais
Traduzir Softwares Livres educacionais
Montar cursos de Educao Distncia com tema
especfico da Comunidade
A proposta do programa, que pretende ampliar a base de
uso de Software Livre no Brasil, legtima e ser analisada nos
captulos seguintes, sob a tica dos professores que trabalham em
escolas contempladas com este recurso, assim como far parte dasconsideraes finais. As referncias apresentadas procuram
apenas estabelecer uma relao entre a proposta do programa e a
implementao nas escolas da rede pblica estadual do Amazonas.
1.5 Projetos referenciais para o Amazonas
Nesta parte so descritos os dois projetos de formao de
especialistas que tiveram a participao de professores da rede
pblica estadual do Amazonas no perodo de dezembro de 2001 a
janeiro de 2004. O formato de apresentao uniforme, seguindo o
formato de ficha de anlise, estruturada nos seguintes itens: ttulo
do curso, modalidade do curso, Instituies envolvidas/
responsveis, objetivo, pblico-alvo, nmero de vagas, perodo,carga-horria, mdulos e ementa do curso; e equipe docente.
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1.5.1 Projeto referencial da UFAM/DCC
Ttulo do curso
I Curso de Especializao em Informtica na Educao
Modalidade do curso
Ps-graduao, especializao lato sensu
Instituies envolvidas/responsveis
Promotora
SEDUC/AM - Secretaria de Estado da Educao e Qualidade de
Ensino do Amazonas
Executora
UFAM - Universidade Federal do Amazonas/DCC - Departamentode Cincias da Computao
Objetivo
No foi explicitado
Pblico alvo
Professores efetivos da rede pblica estadual de ensino com
Licenciatura Plena do municpio de Manaus
Nmero de vagas40
Perodo
Dezembro/2001 a Janeiro/2003
Carga Horria
460 h
Mdulos e ementa do curso
01. INTRODUO INFORMTICA NA EDUCAO (24h)
Definio e campo de atuao da Informtica na Educao. A
Informtica na Educao e a Globalizao. Os atores: o aluno, o
computador e o professor (mediador). Histrico do uso do
Computador na Educao no Mundo, no Brasil e no Amazonas.
Definio de Software Educacional. Tipos de Software Educacional.
As Novas Tecnologias e seu impacto na Educao: uma primeiraabordagem.
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02. METODOLOGIA CIENTFICA (30 h)
Pesquisa. Normatizao do Trabalho Cientfico. Relatrio de
Pesquisa.
03. TEORIAS COGNITIVAS (24 h)
Behaviorismo. Construtivismo. Neo-Construtivismo. Idias de
Piaget e Vygotsky.
04. INTRODUO COMPUTAO (40 h)
Noes Bsicas de Estrutura de um Computador. Hardware e
Software. Instalao e Uso de Equipamentos. Instalao e Uso de
Software. Noes de sistemas operacionais e redes de
computadores.
05. FERRAMENTAS DE PRODUTIVIDADE DA MICROINFORMTICA
(56 h)
Editores de Texto. Uso educacional de editores de texto. Planilhas
de Clculo. Uso educacional de planilhas de clculo. Banco de
Dados. Uso educacional de banco de dados. Editores Grficos.
Editores de Apresentaes.
06. MULTIMDIA (28 h)
Conceitos de multimdia, hipertexto, autoria e interatividade.
Princpios de design e desenvolvimento de Websites.
07. NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAO (40 h)
Internet. Ferramentas de Recuperao da Informao. Trocas deInformaes na Web. Educao Distncia. Homeschooling.
Groupware. Introduo ao Software Educacional baseado em
Inteligncia Artificial.
08. INTRODUO PROGRAMAO (40 h)
Desenvolvimento de Algoritmos, implementaes em linguagem de
programao. Programao em alto nvel, utilizando ambientescomputacionais de suporte aprendizagem.
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ObjetivoContribuir para a formao de recursos humanos competentes noque diz respeito elaborao de projetos e produo de recursosdidticos interativos, para aplicao no contexto educativo e usocom as novas tecnologias da comunicao e informao
Pblico alvoProfessores efetivos da rede pblica estadual de ensino comLicenciatura Plena dos municpios de Itacoatiara, Coari, Parintins eTabatingaNmero de vagas
35160 (40 para cada municpio )PerodoOutubro/2002 a Janeiro/2004
Carga Horria360 hMdulos e ementa do curso
01. ELABORAO DE PROJETOS DE RECURSOS DIDTICOSINTERATIVOS (30h)Fundamentos para elaborao de projetos de recursos didticosinterativos e anlise dos meios de desenvolvimento multimdia
integrando texto, hipertexto, hipermdia, imagens e udio.
02. TECNOLOGIA EDUCACIONAL: CONCEITOS, LIMITES E FUNES(30 h)Delimitar as diferentes formas de conceituar TecnologiaEducacional, estabelecendo seus limites e funes. Analisar aspossibilidades educativas de diferentes recursos didticos.Estruturar e produzir recursos didticos multimdia para utilizaocom as novas tecnologias da informao e comunicao.
03. NOVAS TECNOLOGIAS E AS TEORIAS DE APRENDIZAGEM (30 h)Conhecer as principais teorias da aprendizagem e seus respectivosautores, recorrendo sua trajetria temporria, com o propsito dese estabelecer as concepes que influenciam na construo derecursos didticos interativos. Descrever as contribuies mais
significativas de cada autor.35 O nmero de vagas foi ampliado, chegando a ter 55 alunos no curso em Itacoatiara, por exemplo.
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04. COMUNICAO VISUAL NOS RECURSOS DIDTICOSMULTIMDIA (30 h)Estudo das tendncias estticas e semiticas na comunicao visuale suas implicaes com as tecnologias contemporneas.
05. DESENVOLVIMENTO DE INTERFACE PARA RECURSOS DIDTICOSINTERATIVOS (30 h)Planejamento e desenvolvimento de projetos para interfacesinterativas que visem a comunicao de idias, com textos einformaes destinadas para aplicaes didticas, atravs deelementos grficos de construo e de composio visual.
06. SONORIZAO EM MULTIMDIA (30 h)
O som na multimdia. Linguagem MIDI e processos de digitalizaosonora. Sincronismo som/imagem em aplicaes multimdia.Discusso sobre ferramentas e tcnicas bsicas de sonorizaoinformatizada e sobre as novas estticas decorrentes da utilizaoda multimdia como meio expressivo da criao sonora.
07. PRODUO MULTIMDIA I (30 h)
Anlise dos meios de desenvolvimento de programa multimdiaintegrando texto, hipertexto, hipermdia, imagens e udio. Aspossibilidades dos softwares de autoria mais utilizados, graus decomplexidade e suas caractersticas mais adequadas ao processode produo multimdia.
08. PRODUO MULTIMDIA II (90 h)Produo avanada de recursos didticos interativos atravs de
software de autor, integrao de texto, hipertexto, udio e vdeo.
09. METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR COM NOVASTECNOLOGIAS (60 h)A Universidade e suas funes. A prtica docente na Universidadenuma perspectiva interdisciplinar. A problemtica do EnsinoSuperior: compromissos, desafios e alternativas. A organizao dotrabalho docente. Delimitao de Mtodos de Pesquisa, relativos ao
pensamento e a prtica pedaggica atravs das novas tecnologiasda Informao e Comunicao.
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2. PERCEPO DOS PROFESSORES
A primeira dificuldade no termos um
laboratrio, a segunda no termos
acesso ao laboratrio, a terceira ter
laboratrios ou mesmo acesso e no saber
o que fazer.
Professor IG, respondendos o b r e a s m a i o r e sdificuldades do professorno uso da informtica naescola
As propostas institucionais para a insero da tecnologia
computacional nas escolas pblicas e sua conseqente utilizao
pedaggica evidenciaram at agora uma limitao: a formao do
professor.
No caso das escolas da rede pblica estadual do Amazonas,
desde a oferta dos cursos iniciais de formao dos professores
multiplicadores para a operacionalizao do Programa Nacional de36Informtica na Educao na regio Norte, em 1997 e 1998 , apenas
dois cursos foram oferecidos pelo sistema estadual de educao,37ambos em convnio com a Universidade Federal do Amazonas .
Por este fato, a preocupao central no desenvolvimento
deste captulo foi a compreenso desta instncia singular,
entrevistando um representativo do grupo de indivduos queparticiparam desses cursos de formao profissional.
O primeiro curso analisado foi destinado exclusivamente
para a capital amazonense: 36 professores concluram em janeiro
de 2003 a Especializao em Informtica na Educao, cuja
implementao foi do Departamento de Cincias da Computao
36 O primeiro curso foi realizado no perodo de 30.06.97 a 20.09.97 e o segundo foirealizadode14.10.98a12.02.99.37 um no perodo de dezembro de 2001 a janeiro de 2003 e outro no perodo de outubro de 2002 a janeirode 2004.
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38 Em julho de 2004 o mestrando do PPGE/FACED/UFAM Robson Endrigo Simes Lisboa defendeu adissertao Do giz ao clique: formao de professores para uso de computadores na escola, cuja pesquisa foidirecionada ao NTE Parque Dez (que atende exclusivamente as escolas pblicas da rede municipal de Manaus).39 A amostra compreendeu professores do primeiro curso, realizado em Manaus, e professores do segundocurso, realizado no municpio de Itacoatiara. A escolha destes professores no representou apenas uma
delimitao da pesquisa, mas teve como objetivo obter respostas s questes formuladas.40 De acordo com o estabelecido no termo de consentimento assinado pelos professores entrevistados, aidentidade dos participantes no revelada. Convencionou-se portanto a combinao das letras MA a MJ para osprofessores de Manaus e IA a IJ para os professores de Itacoatiara.
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Esta discusso um caminho para compreender a viso
desses professores a partir das diferentes concepes de formao
dos cursos analisados. Embora sejam feitas na anlise referncias
aos professores de um municpio e de outro, o comparativo no tem
essa limitao geogrfica. Os resultados obtidos so portanto
considerados a partir da formao de cada representativo dos
professores.
Qual a sua rea de formao?
Foi perguntado aos professores especialistas de Manaus e
Itacoatiara qual era a sua graduao, com a inteno que constatar
se havia alguma rea de formao inicial predominante entre
aqueles que foram capacitados para trabalhar com informtica na
escola.
Entre os 20 professores pesquisados, havia oito
licenciaturas diferentes: Pedagogia, Letras, Filosofia, Educao
Fsica, Histria, Arte, Geografia e Matemtica.
0
1
2
3
4
5
6 Pedagogia
Histria
Educao Fsica
Letras
Filosofia
ArteMatemtica
Geografia
Embora o curso de Pedagogia represente 30% da
amostragem, a diversidade na formao inicial dos professores
evidente, assim como a predominncia das licenciaturas da rea dehumanas.
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H quanto tempo atua na rea da educao?
Esta pergunta tinha como propsito estabelecer uma
relao da experincia educacional do professor que foi capacitado
para utilizar uma nova ferramenta pedaggica.A mdia encontrada foi satisfatria: 12 anos e 5 meses,
sendo os professores de Itacoatiara mais experientes do que os
docentes de Manaus. Enquanto os especialistas manauaras tinham
entre 5 a 20 anos de experincia na rea educacional, com uma
mdia de 10 anos e 3 meses , os itacoatiarenses tinham de 9 a 19
anos de experincia na rea educacional, com uma mdia de 14anos e seis meses.
Voc trabalha especificamente com informtica na educao? H
quanto tempo?
Esta pergunta tinha a inteno de constatar se os
professores aps a formao especfica para o uso da tecnologia na
escola estavam com o seu trabalho direcionado para essa rea e h
quanto tempo vinham fazendo isso.
Com as respostas dos professores ficaram evidentes duas
realidades: a da capital e a do Interior do Estado. Enquanto os
professores especialistas do municpio de Itacoatiara no
utilizavam o conhecimento obtido no curso no seu cotidianoescolar, uma parte dos professores de Manaus estava trabalhando
41um turno, h um ano e meio em mdia , em laboratrios de
informtica das escolas publicas da capital.
Esta caracterstica dos professores manauaras devida ao
perfil dos entrevistados. Os 10 professores que participaram da
coleta desses dados faziam parte do grupo de 15 professores da41 na poca da entrevista, realizada em 2004.
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turma
mesmo ano. Embora esse projeto no exista mais, esses
professores continuavam lotados um turno para o atendimento no
laboratrio de informtica, porm desvinculado da sala de aula. Do
outro lado, embora sejam maioria, os 174 professores do Interior,
formados para o uso da tecnologia na escola, ainda no foram
direcionados para desenvolver nenhuma atividade relacionada com
o que aprenderam nos cursos de formao.
Como voc compreende a atual sociedade neste incio de sculo?
A concepo do professor sobre a sociedade em que vive
pode revelar o que ele espera da educao e da tecnologia,
associadas ao seu fazer dirio. Alm disso, pode servir como
parmetro para uma anlise comparativa dos pressupostos da sua
formao.
Os professores especialistas de Itacoatiara compreendem
esse momento de mudana conforme as respostas dos seguintes
professores:
Compreendo a atual sociedade
como sendo a sociedade dos avanos
tecnolgicos, ou seja, a sociedade da
informao imediata. (Professor IE)
Diversificada, pois muitos esto
avanados tecnologicamente com o
acesso a internet e outros ainda esto
caminhando ou esto parados no tempo,
no querendo aceitar o progresso
tecnolgico. (Professor ID)
formada em 2003 que participaram do Projeto InterInfo no
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A sociedade neste incio de sculo
passa por um crescimento tecnolgico
jamais imaginado. Pessoas de baixa renda
tm contato com algum tipo de aparelho
tecnolgico. A inovao nessa rea
melhora visivelmente a vida dos seres
humanos. (Professor IH)
o tempo das descobertas e o medo
de muitos descobrirem o novo. A
sociedade de modo em geral lida com as
tecnologias. No entanto, muitos ainda
faltam ser alfabetizados para isso, porque
essa mudana assusta um pouco.
(Professor II)
A informao imediata, a resistncia, o contato inevitvel
com a tecnologia e o medo fazem parte do conceito da atual
sociedade desses professores. Os professores de Manaus reiteramesses conceitos e enfatizam ainda o papel da excluso:
Uma sociedade onde o processo de
informao est cada vez mais rpido,
onde h grande dificuldade das camadas
mais pobres da sociedade para
acompanhar esse processo. (Professor
MA)
Como uma sociedade que evolui em
alguns aspectos e continua estagnada em
outros. Na tecnologia essa evoluo
rpida, exigente, avanada, mas o acesso
das pessoas a essa evoluo e avano
seletiva. (Professor MF)
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uma sociedade onde as mudanas
ocorrem rapidamente, cheias de
contrastes e onde a tecnologia da
informao um fator de incluso e
tambm de excluso. (Professor MB)
A tecnologia cada vez mais presente na sociedade revela-se
contraditria aos professores amazonenses. Eles percebem que
vivemos um momento no qual as desigualdades sociais podem at
ser ampliadas pelas novas tecnologias, caso o acesso seja
demorado e difcil. Esta discusso revela ainda mais sua
ambigidade com as respostas da prxima questo.
Para voc, o que tecnologia?
Afinal, o que seria mesmo essa tecnologia que ao mesmo
tempo aproxima e distancia os ricos e os pobres? Os professores
amazonenses inicialmente destacam as facilidades que o conceito
tecnolgico traz consigo.
So meios encontrados pelo
homem para facilitar a vida das pessoas.
(Professor II)
So todas as inovaes cientficas e
industriais que o homem com sua
capacidade intelectual desenvolveu para
facilitar a vida do indivduo. (Professor IJ)
So recursos que associados a uma
determinada cincia que auxiliam
atividades humanas, sejam em qualquer
ramo ou necessidade a que estejam
atrelados, sempre no sentido de facilitar
ou diminuir o tempo gasto para realizar
uma tarefa. (Professor IA)
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Sim, pois no podemos pensar
educao dissociada das tecnologias, ou
se ja , de sa l a s equ ipadas com
computadores e os alunos tendo acesso,
com professores capacitados para
orient-los. (Professor IJ)
Sim, pois hoje com sala de
informtica nas escolas os alunos tm um
acesso mais rpido s informaes e ainda
podem trocar idias. Mas, infelizmente
ainda existem poucas, pois a maioria das
escolas no tem esse acesso. (Professor
ID)
A totalidade dos professores pesquisados respondeu
afirmativamente, porm com ressalvas quanto ao acesso. Isto pode
ter sido apontado devido a quantidade de laboratrios de42informtica limitados por municpio. Normalmente h apenas um
em cada cidade. No caso do municpio de Itacoatiara havia trs
escolas com laboratrio de informtica, porm apenas uma possua43acesso Internet .
No caso dos professores especialistas de Manaus, que
trabalhavam pelo menos um turno lotados em um laboratrio de
informtica, as dificuldades foram estendidas para as outras
mdias:
Sim. Existem vrias tecnologias que
so aplicadas educao. Hoje se pensa
em tecnologia resumindo-se a questo da
utilizao de computadores. A utilizao
de tv, videocassete, dvd e etc so
ferramentas que podem ser utilizadas na
educao. (Professor MA)
42 No caso dos municpios do Interior do Estado do Amazonas.43 A Escola Estadual Vital de Mendona uma das contempladas com a antena do GESAC. No entanto, das18 mquinas instaladas no laboratrio, apenas seis estavam conectadas Internet em 2004.
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Sim. A utilizao da tv, do vdeo, do
computador, ajudando a formar o
conhecimento. Porm, no h a aplicao
devida dessa tecnologia nas escolas.
(Professor MF)
Temos o quadro, o pincel, a tv escola,
o laboratrio de informtica, porm ainda
est muito aqum do que acreditamos
poder desenvolver em termos de
tecnologia educacional. (Professor MD)
De um modo geral, para os professores, o conceito de
tecnologia educacional limita-se ao fato de poder utilizar a
tecnologia ou as tecnologias no mbito escolar, no importando se
foi criada especificamente para este fim.
O que se conhece na literatura cientfica como tecnologia
educacional est inicialmente associado utilizao dos meios
audiovisuais com a finalidade de formao dos sujeitos. De acordo
com Pons (1998), partir da dcada de 40, nos Estados Unidos, com
a incluso da disciplina Educao Audiovisual no currculo da
Universidade de Indiana que este conceito se institucionaliza.
Na dcada seguinte, a Psicologia da Aprendizagem
incorpora-se como campo de estudo da tecnologia educacional enos anos 60, com a difuso dos meios de comunicao de massa, o
uso da tecnologia educacional se amplia. Com o desenvolvimento
da informtica na dcada de 70, consolida-se a utilizao dos
primeiros computadores com finalidades educacionais e nos anos
80, surgem as novas tecnologias da informao e comunicao,
baseadas no desenvolvimento de novos materiais audiovisuais einformticos que favorecem o grande fluxo de informaes.
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Ainda segundo Pons (1998), a inovao constante, noentanto, preciso levar em considerao que os meios por si ssno constituem toda a tecnologia educacional (p. 53).
pertinente o registro que os professores de Itacoatiaraforam formados no curso de especializao intitulado Tecnologia
Educacional: Desenvolvimento de Recursos DidticosInterativos, enquanto os professores de Manaus se especializaramem outro intitulado Informtica na Educao. A prxima questoaponta um caminho para essas diferenas de nomenclatura.
Como voc analisa as diversas nomenclaturas associadas ao usopedaggico do computador na escola (Informtica na Educao,Informtica Educativa, Informtica Aplicada Educao,Informtica Educacional, etc)?
Para os professores itacoatiarenses no h diferena entreas nomenclaturas, conforme observa-se nas respostas a seguir:
E x i s t e u m a v a r i e d a d e d e
nomenclaturas, mas a finalidade auxiliar
as pessoas envolvidas no processo
educativo, seja no aspecto administrativo
ou pedaggico. (Professor IA)
As nomenclaturas utilizadas na
verdade esto interligadas porque
propem os mesmos objetivos. Nesse
sentido, acredito que o importante no a
nomenclatura, mas as propostas voltadas
ao processo ensino-aprendizagem.
(Professor IB)
As nomenclaturas diversificadas no
uso pedaggico [da tecnologia] porque
ainda no chegou a uma padronizao da
mesma, pois como a tecnologia est em
processo de crescimento e as idias
progridem em cada dia, no foi possvel
padroniz-la, mas quase todas tm um s
objetivo que levar a tecnologia para as
escolas. (Professor ID)
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So todas direcionadas a educao
com objetivos de trabalhar uma nova
aprendizagem. No so diferentes, pois
todas tm o intuito de inovar formas de
aprendizagem, onde o aluno aprenda
fazendo e que leve a outros mundos teis.Com certeza o uso do computador na
escola de suma importncia. (Professor
IF)
No entanto, uma parte dos professores manauaras tentou
estabelecer as diferenas entre as nomenclaturas:
Informtica na Educao se d com o
uso do computador atravs de softwares
de apoio e suporte educao;
Informtica Educativa se d com o uso da
informtica como um recurso a mais para
o professor utilizar em suas aulas;
Informtica Aplicada Educao o uso
d o c o m p u t a d o r e m t r a b a l h o sburocrticos da escola; e Informtica
Educacional o uso do computador como
ferramenta auxiliar na resoluo de
problemas. (Professor MH)
Cada uma tem um significado.
Informtica na Educao: a utilizao do
computador para realizar trabalhos
escolares; Informtica Educativa: como
vemos a utilizao do computador como
ferramenta didtico-pedaggica ou o uso
de softwares; Informtica Aplicada a
Educao: seria a utilizao dos softwares
educativos somente; e Informtica
Educacional: seria a aprendizagem feita
atravs do computador como os cursos
distncia, por exemplo. (Professor MF)
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Outra parte dos entrevistados reiterou o discurso dos
professores itacoatiarenses:
Existe uma falta de consenso entre
os educadores ou especialistas sobre a
Informtica na Educao, por isso tantos
nomes. (Professor MF)
As nomenclaturas foram criadas
para definir a forma de utilizao do
computador no processo educacional.
Esses diversos nomes refletem os
equvocos das prticas pedaggicas que
causaram esse recurso. notrio que a
prtica pedaggica desse recurso deve ser
construda e repensada, porm no se
deve dar tanta importncia a uma
nomenclatura sem ter claro os mtodos
possveis do ensino-aprendizagem.
(Professor MC)
O Professor MI percebeu tambm uma falta de objetividadepoltica e tecnolgica: Percebo que existe na realidade a falta de
uma poltica educacional, por isso tantas terminologias.
Evidentemente no est claro para os professores
especialistas as diferenas entre essas nomenclaturas e talvez isto
no seja importante para a sua prtica. No entanto, esta relao foi
analisada por Borges Neto (1998). Para ele, Informtica Aplicada Educao seria o uso de aplicativos em trabalhos acadmicos e de
controle administrativo, sendo caracterizada pelo gerenciamento
da organizao escolar nos seus diversos aspectos. A Informtica
na Educao seria o uso de softwares de suporte educao, como
por exemplo os tutoriais e os livros multimdia. A Informtica
Educacional seria o uso do computador como ferramenta para a
resoluo de problemas. Neste caso notria a utilizaodos projetos como estratgia pedaggica. Por fim, a
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Informtica Educativa seria um suporte ao trabalho do professor,
um meio didtico ou instrumento a mais para o desenvolvimento
das aulas.
Esta classificao tem a sua importncia didtica, mas limita
outros aspectos desta relao. Segundo Abranches (2003) um
modo de entender a relao entre informtica e educao,
privilegiando o tipo de uso e a maneira como o computador seria
utilizado no meio educacional. Apesar disso, ele enfatiza:
A meu ver, a relao entre
informtica e educao vai muito alm da
simples distino das nomenclaturas
utilizadas, pois estas encobrem no s otipo de utilizao feita, mas as concepes
e os princpios inerentes ao seu uso.
(ABRANCHES, 2003, p. 74-75)
A finalidade de entender como esta relao interpretada
pelos professores pode contribuir na compreenso do processo de
formao dos cursos oferecidos aos professores amazonenses. Aprxima questo tenciona ampliar essa discusso.
Qual o papel das novas tecnologias na escola?
Como o professor amazonense compreende a insero das
tecnologias no espao escolar? Os professores de Itacoatiara
entendem em um primeiro momento a tecnologia como umaampliao do acesso do aluno ao conhecimento, na funo de
biblioteca para pesquisa e consulta, e como suporte para a
preparao das suas aulas, de acordo com as repostas a seguir:
No momento, s o papel de
biblioteca virtual no qual os alunos fazem
pesquisa e outros professores que usam
como metodologia para suas aulas.
(Professor ID)
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de fundamental importncia, haja
v is ta que v ivemos num mundo
globalizado, em que num clique de
segundo podemos nos conectar com
qualquer biblioteca do mundo pararealizar pesquisas, etc. Portanto,
imprescindvel o uso do computador no
mbito da escola. (Professor IJ)
H ainda a viso da tecnologia como algo ldico:
Com certeza tornar as aulas mais
prazerosas e diversificadas. (Professor II)
Apresentar novas possibilidades
para se ensinar e aprender, de maneira
mais ldica, diferentes contedos do
currculo escolar. (Professor MG)
Alm disso, os professores de Manaus entendem que o
papel da tecnologia basicamente facilitar o processo ensino-
aprendizagem:Fazer parte do processo de ensino-
aprendizagem e inserir alunos e
professores na realidade social. (Professor
MC)
fazer com que o educador tenha
mais uma ferramenta a seu favor. tentar
d inamiza r o p rocesso ens ino-
aprendizagem (Professor ME)
Estimular o processo de ensino-
aprendizagem. (Professor MI)
Com certeza facilitar o processo
ensino-aprendizagem. (Professor MH)
Esta certeza dos professores manauaras tem ainda umcontraponto apresentado pelo professor MA:
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Deveriam auxiliar no processo
ensino-aprendizagem, mas no so
aplicadas nas escolas e quando essas
tecnologias chegam na escola no h
como utiliz-las, faltando mo-de-obra
qualificada e uma poltica transparente
por parte do macrossistema.
Estas divergncias se acentuam ao serem perguntadas asvantagens e dificuldades no uso da tecnologia no ambiente escolar,conforme ser observado nas prximas duas perguntas.
Quais as vantagens da utilizao da informtica na escola?
Ao responderem essa questo os professores de Itacoatiarareiteram o papel da informtica exposto na pergunta anterior.
So inmeras, dentre elas podemos
citar: acesso a internet para realizao de
pesquisas, troca de informaes de
projetos que esto dando certo em outras
regies do pas e do mundo e, por fim,f a c i l i t a r o p r o c e s s o e n s i n o -
aprendizagem. (Professor IJ)
Fonte de informao para pesquisa
bibl iogrf ica, acesso rpido s
informaes, facilidade em planejar aulas
e ajuda no processo metodolgico para a
elaborao das aulas. (Professor ID)
E o professor IC acrescentou uma nova caracterstica discusso: a reduo do abandono escolar.
que atravs do uso dos
computadores os alunos se interessam
mais pelos contedos das disciplinas,
principalmente Matemtica e Lngua
Portuguesa, evitando assim um maior
nmero de evaso nas escolas.
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Os professores manauaras apresentaram ainda vises distintas:
Despertam um maior interesse por
parte dos alunos que foram criados diante
de uma tela, da tv e do videogame.
Ajudam no acesso a uma grande
quantidade de informaes de forma
rpida. (Professor MA)
A informtica na escola contribui
para a diminuio da excluso digital e se
torna, desde que usada corretamente, um
poderoso aliado na aprendizagem de
alunos e professores. (Professor MB)
Desamar ra o p ro fesso r do
tradicionalismo representado pelo livro
didtico, pelo quadro branco, pela sala de
aula e o apresenta um mundo nem to
novo, mas ainda inexplorado, que pode
ser desvendado pelas tecnologias da
comunicao (tv, rdio, revista, jornais,
gibis, etc) e sobretudo pelo admirvel
universo infinito da Internet. (ProfessorMG)
A interao com o computador, tanto
do professor quanto do aluno; o despertar
do interesse dos alunos pelas atividades; o
favorecimento da interdisciplinaridade; o
acompanhamento da evoluo da
sociedade em geral; o aumento das
oportunidades de conhecimento atravsda Internet; e a interao com a evoluo
mundial por meio da rede mundial de
computadores. (Professor MF)
As vantagens so muitas na percepo dos professores
entrevistados. Isto pode remeter a viso otimista apresentada naIntroduo deste trabalho, que em geral apresenta motivos poucos
fundamentados na insero das novas tecnologias no ambienteescolar.
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Quais as maiores dificuldades do professor no uso da informtica
na escola?
A resposta do professor IG est na epgrafe deste captulo
justamente por sintetizar o sentimento de dificuldade do professoramazonense ao se deparar com a possibilidade do uso da
tecnologia na escola pblica:
A primeira dificuldade no termos
um laboratrio, a segunda no termos
acesso ao laboratrio, a terceira ter
laboratrios ou mesmo acesso e no saber
o que fazer.
Muitas escolas pblicas ainda no tm laboratrio de
informtica, aceitando este recurso como um meio de acesso para44alunos e professores tecnologia computacional. Segundo o INEP ,
no Amazonas em 2003, apenas 17,7% das escolas pblicas de
Ensino Fundamental tinham esta infra-estrutura disponvel, contra
78,7% das escolas privadas. Neste mesmo ano, a mdia brasileiraera 26,2% e 75,1% para as escolas pblicas e privadas,
respectivamente. Alm disso, o uso inadequado do laboratrio e o
despreparo do professor ampliam negativamente estes nmeros.
Ainda em relao a isso, os professores itacoatiarenses
responderam essa questo de outras formas. Uma diz respeito ao
acesso dos equipamentos:O maior problema possuir ou ter
acesso s mquinas. (Professor IA)
As dificuldades so inmeras
porque nem todas as escolas possuem
laboratrios de informtica. Dessa forma,
a acessibilidade se torna difcil tanto para
o professor quanto para o aluno.
(Professor IB)
44 Fonte: Nmeros da Educao no Brasil 2003. MEC/INEP.
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Apenas temos um laboratrio que
atende somente a internet, mas vejo o
p rp r i o a m b i en t e , n m ero d e
computadores e o tempo. (Professor IF)
Primeiro, a maioria das escolas notem laboratrio de informtica. Segundo,
as que tm, o professor e aluno no tm
acesso. Dificulta ainda mais porque no h
professor lotado em laboratrio.
(Professor IJ)
Uma outra abordagem refere-se insegurana do
professor: que ainda temem o uso da
mquina, ou seja, do computador.
(Professor IE)
a falta de segurana no domnio [da
informtica] por falta de tempo para
exercitar essa nova tecnologia. (Professor
IC)
C o n h e c i m e n t o b s i c o d a
informtica, falta de tempo para acessar,
poucos computadores na sala de
informtica e [ausncia de] equipamentos
como scanner, gravador de cd, etc.
(Professor ID)
Os professores manauaras, na sua maioria, reiteraram a
questo da insegurana e falta de preparo do professor:
O domnio do contedo da sua
disciplina associado ao domnio da
mquina, o professor no sabe o que fazer
e como fazer a aplicao dos seus
mtodos de forma a obter um resultado
efetivo da aprendizagem. O professor
tambm no sabe avaliar. (Professor MB)
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N o t e r c o n h e c i m e n t o e m
informtica e no estar habituado com o
uso dessa tecnologia. E por conseqncia,
o receio de no saber na frente do aluno.
(Professor MC)
A falta de conhecimento do
computador e a falta de oportunidade
para adquirir este conhecimento, uma vez
que o professor no participa de cursos de
capacitao por no poder se ausentar da
sala de aula em que precisa atuar no
horrio integral. (Professor MF)
O professor, como todo ser humano,
tem medo do desconhecido, alm disso,
ele foi doutrinado a no errar, no
arriscar, porm se for estimulado,
motivado e apresentado s novas
tecnologias educacionais, de forma que
estas sejam um mecanismo facilitador e
no dificultador de seu trabalho, a adesoser crescente. (Professor MG)
Principalmente a falta de capacitao
dos professores e o receio de usar o
computador. (Professor MH)
A maioria dos professores no
domina o conhecimento sobre o manejo
de sistemas e seus aplicativos. (Professor
MI)
Medo da mquina, falta de
conhecimento na disciplina e dificuldades
no horrio de planejar, pois as escolas no
disponibilizam tempo para o professor ou
mesmo para capacitar os professores.
(Professor MJ)
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45 Estas escolas foram priorizadas e os seus laboratrios receberam manuteno tcnica.
46 Fonte: GETEC/CEPAN/SEDUC.
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Qual a diferena entre o computador e as outras mdias, como a tv e
o vdeo, no processo-ensino aprendizagem?
Para os professores de Itacoatiara, a interatividade
novamente se destaca como a principal diferena, conforme aopinio dos seguintes entrevistados:
A diferena que no computador o
usurio interfere ou participa mais
ativamente. (Professor IA)
A diferena que o aluno podeinteragir com o computador. (Professor
IC)
Computador: hoje ele mais atrativo
para os alunos, ajuda no acesso rpido e
tem a variedade que encontramos na
in ternet . Pode ser man ipu lado
individualmente, sendo que pode iniciar
de onde o aluno quiser, pelo meio, pelo
comeo ou fim, no tem uma seqncia
especfica. J as outras mdias so de
maneira ordenada, sendo os alunos
obrigados a assistir todos juntos, do incio
ao fim. (Professor ID)
A diferena que voc pode
interagir. (Professor IE)
A TV e o vdeo no interagem com o
aluno, com as informaes. Apenas
apresenta uma nica forma de informao
e no computador o aluno tem
oportunidade de acessar as informaes
desejadas. (Professor IF)
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A percepo dos professores de Manaus bastante
semelhante no sentido da interao que computador proporciona,
conforme se observa a seguir:
A diferena est na interao que ocomputador proporciona. (Professor MA)
A possibilidade de interao em
tempo real com outras pessoas (pela
Internet) e o conjunto de mdias
disponveis para a construo de
experincias nicas e criativas. (ProfessorMB)
Com o computador h uma interao
e com a tv e o vdeo no. (Professor MF)
O ser humano, diante dos meios de
comunicao de massa (tv, rdio, vdeo),
apresenta-se na maioria das vezes de
forma passiva, no interativa e
participativa e muito menos reflexiva
sobre suas verdadeiras funes, j que o
computador pode tambm exercer essas
mesmas funes, mas ele oferece muito
mais possibilidades de ser um indiscutvel
aliado dos educadores na formao
intelectual, social e at moral dos
indivduos. (Professor MG)
Permite a maior interao entre
professor-aluno-conhecimento na
produo de recursos e assimilao das
informaes. (Professor MI)
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Outros professores, no entanto, reconhecem a importncia
das outras mdias no processo ensino-aprendizagem.
As trs ferramentas, usadas
adequadamente, tm o mesmo grau deimportncia para o processo ensino-
aprendizagem. (Professor MH)
No meu entender todos devem ser
trabalhados em conjunto. A diferena
que o computador prende mais a ateno
dos alunos e o gosto de aprender, pois
uma tecnologia nova. (Professor MJ)
Todas essas mdias so importantes,
mas o computador tem bem mais
recursos e os alunos quando esto no
laboratrio tm tanta satisfao que no
querem sair mais. possvel que, por
prender tanto a ateno dos alunos, o
computador faa uma grande diferena na
formao dos alunos. (Professor MD)
Por ser uma tecnologia nova (Professor MJ) e possivelmente
prender mais a ateno dos alunos (Professor MD), o computador
no espao escolar ainda encontra dificuldades de romper a barreira
do modismo.
A sua escola tem acesso Internet? De que tipo?
As respostas encontradas por meio desta questo revelam a
realidade desconectada das escolas pblicas do Amazonas. H
computadores nas escolas, mas a comunicao em rede
praticamente inexiste, subaproveitando assim os recursospedaggicos e a