livros book advisor analisa benefícios de obras digitais

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Audiovisual C3 Campo Grande-MS | Quarta-feira, 9 de setembro de 2020 ARTES&LAZER Especialista defende o crescimento de conteúdos como e-books e audiolivros como saída para o setor Book advisor analisa benefícios de obras digitais no mercado editorial Fernanda Montenegro diz que trabalhar em família na nova série ‘Amor e Sorte’ a deixou mais completa Livros Eduardo Villela atua na publicação de livros há 16 anos, também como book advisor, e é especialista nesse setor Foto: Andrucha Waddington Foto: Divulgação Leo Ribeiro A pandemia que levou a uma queda nas vendas dos livros impressos e a proposta de reforma tributária, apre- sentada pelo ministro da Economia Paulo Guedes, são alguns dos desafios enfren- tados pelo mercado de livros e o conteúdo digital pode trazer benefícios para o mercado editorial brasileiro, segundo análise do book advisor Edu- ardo Villela. Especialista do setor, atu- ante na publicação de livros há mais de 16 anos, Eduardo destaca que: “a tributação do mercado editorial pode ser um duro golpe para o mer- cado livreiro. Assim como na continuidade do crescimento do hábito de leitura. É uma medida que pode prejudicar muito escritores, livrarias e leitores”, diz. Entretanto, o crescimento das vendas de livros digitais é um mercado que tende a crescer cada vez mais, pois oferece facilidades ao leitor: preço acessível; conveniência de ler na palma das mãos, por meio de aplicativos no celular; e a praticidade de o leitor poder ter dezenas ou cen- tenas de títulos armazenados em seu aplicativo para poder acessar e ler quando quiser. Segundo pesquisa da em- presa que auxilia editoras e produtoras na ida para o mercado digital, a Bookwire, a procura por livros digitais aumentou significativamente e o número de unidades dis- tribuídas por eles entre março e abril de 2020 foi 80% maior do que a soma de 2019 inteiro. Ao todo foram distribuídos 9,5 milhões de livros digitais. “O mercado de livros digi- tais tem muito potencial ainda para crescer e os e-books am- pliam o acesso das pessoas a educação, cultura e lazer. Os livros digitais também con- tribuem para incentivar as pessoas a lerem mais”, aponta Eduardo Villela. Outra opção muito interes- sante que começa a despontar no Brasil são os audiolivros. Assim como já acontece há alguns anos nos EUA e em outros países europeus, os au- diobooks estão conquistando cada vez mais público em função da experiência de es- cuta ser agradável e versátil. Eduardo afirma, visto que o país conta com 230 milhões de smartphones, ou mais de um aparelho por habitante, se- gundo apontou a 30ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia, da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP), que o potencial de crescimento desta modali- dade no mercado brasileiro é enorme. “O audiolivro é muito inter- essante para muitas pessoas que entendem a importância dos livros para sua vida pes- soal e profissional, mas não têm hábito de leitura. É uma alternativa fantástica de acesso ao conhecimento e à cultura para elas se desen- volverem”, comenta ainda. Para ele: “analisando os números e algumas tendên- cias do mercado editorial percebemos como o conteúdo digital tem tudo para ser uma opção cada dia mais bem-aceita pelos leitores. In- clusive, os e-books e audio- books não concorrem com as obras impressas, mas, sim, estimulam sua venda”, finaliza o book advisor. (Com assessoria) Folhapress Quem disse que trabalhar em família é uma coisa de- sagradável? Essa percepção passa longe da mente da atriz Fernanda Montenegro, 90, que gravou durante quatro meses, em plena pandemia, a nova série da Globo, “Amor e Sorte”, com uma equipe bem próxima. Na verdade, apenas de familiares. A atriz é quem abriu, nessa terça-feira (8), a lista de quatro episódios da produção, que reúne artistas que estão cum- prindo juntos a quarentena do novo coronavírus. No caso de Fernanda Montenegro, a parceira de cena será sua filha, Fernanda Torres, 54, numa história de união tardia entre mãe e filha, de mundos bastante diferentes. “Esse especial cravou para sempre o momento de real- ização artística e de aceitação de novas possibilidades em meio a uma tragédia. Tivemos um momento especial. Isso foi consumado nesse projeto. Nós nos envolvemos novamente. De uma forma muito amorosa e essencial, muito humana. Saímos mais completos diante da vida”, diz Fernanda Mon- tenegro. Além de Fernanda Torres, que contracena diretamente com a mãe, a direção artística fica nas mãos de Andrucha Waddington, marido de Fer- nanda Torres; Pedro Wad- dington, filho de Andrucha e enteado de Fernanda Torres, que participa da direção ao lado do pai; e Joaquim Wad- dington, 20, filho do casal, que ajuda no som. Com isso, eles puderam gravar presen- cialmente, sem auxílio remoto. “Legal ver nossos filhos e netos com essa veia artística. É tão acolhedor. Você vê que tem um encanto desse nosso dever profissional. Continu- amos sendo uma família cir- cense, do mais arcaico ao mais recém-nascido”, afirma Monte- negro, que já fez uma porção de trabalhos ao lado da filha. “Estamos todos represen- tados, nossa família inteira naquele lugar que nos salvou. Ao acabar de gravar rolou um vazio grande. A mamãe dizia que a natureza deveria mudar os personagens e foi isso o que aconteceu conosco. A natureza ajudou a gente a acalmar. Eu comi peito de galinha com a minha mãe”, recorda Fernanda Torres, se referindo ao sítio da família, no Rio, onde ocorreram as gravações. Sobre ver o enteado Pedro trabalhando na direção, Torres também se mostra fã: “É incrível porque eu e o An- drucha começamos a namorar ele tinha 1 ano. E, de repente, você vê aquele sujeito bonito com outra relação com você. Muito emocionante. É impor- tante que eles gostem de você para que te chamem no fu- turo”, ri Torres. Episódio ‘Lúcia e Gilda’ Fernanda Montenegro e Fernanda Torres fazem o único episódio de “Amor e Sorte” feito por mãe e filha, e não por um casal. Intitulado “Lúcia e Gilda”, ele terá as duas atrizes representando a mesma relação que têm na vida real, de mãe e filha. Personagens antagônicas, Lúcia (Torres) leva Gilda (Montenegro) para a Serra, onde precisarão passar a qua- rentena juntas. Na convivência forçada, o relacionamento con- flituoso, em que as diferenças se destacam, passa por uma transformação. O texto é as- sinado por Antônio Prata, pelo idealizador do projeto, Jorge Furtado, por Chico Mattoso e pela própria Fernanda Torres. “Embora o episódio seja o único que não tenha um casal não deixa de ser um casamento. Tanto que a Nanda [Fernanda Torres] voltou a fazer análise”, diverte-se Mon- tenegro cuja personagem, aos 90 anos, gosta de curtir a vida enquanto a filha é mais careta. E essa relação vai mudar drasticamente: “Pensamos em uma ideia de uma mãe que esconde da filha que a vacina saiu porque ela gostou de ficar quarentenada com a sua cria. É uma pessoa de 90 anos ativa, que gosta de caipirinha na praia. E em contraste tem a filha, uma home office por excelência. E esse conflito é o que dá o caldo”, adianta Torres. Rir é o melhor remédio e nesse episódio o que não vai faltar é humor, como adi- anta Montenegro. “Rir traz o raciocínio em cima da dor. Não que paremos de sentir dor, mas isso te leva a sair da toca e ir adiante. Estamos num momento muito difícil e sem humor. Comédia não é só uma defesa, mas uma arma sadia.” Reflexões da quarentena As atrizes Fernanda Monte- negro e Fernanda Torres têm usado a pandemia e a quaren- tena para refletir e para tentar se desligar da rotina de ação e resultados. Segundo elas, tem sido bom para colocar a ca- beça no lugar e também para adquirir novos hábitos. “Quando você vai para o meio do mato vê que pode viver sem aquilo tudo do cotidiano corrido. Quando a vida te dá uma reserva e você vê que dá para sobreviver sem aquela ansiedade, é bom. E em mim bateu isso”, analisa Monte- negro, que começou a andar no sol e ficar mais perto da natureza com a gravação de “Amor e Sorte”. A atriz conta que o primeiro mês de quarentena foi difícil, mas no segundo acabou se aquietando com mais natureza e leitura, antes da série. “Com- ecei a consertar coisas em casa, é terapia ocupacional. A consciência dos meus 90 anos me veio forte. De repente, já que me aprisionaram, passei a pensar na minha própria grade.” Já para Fernanda Torres, a pandemia foi, principalmente, de preocupação com a mãe. “Ela é viciada em trabalho e quando veio a pandemia eu imediatamente senti mamãe bem mais pensativa. Ao longo dos últimos quatro meses fui vendo ela se acalmando. En- quanto ela pensava nas grava- ções eu ficava fazendo colher de pau com canivete, fazendo uma horta, minhas preocupa- ções eram outras.” Episódios Após o episódio das Fer- nandas, “Amor e Sorte” terá outras três duplas de artistas quarentenados juntos, recru- tados como forma de manter alguma programação inédita durante este período de sus- pensão das gravações. Os casais são: Lázaro Ramos e Taís Araújo, Emilio Dantas e Fabiula Nascimento e Caio Blat e Luisa Arraes. “A ideia surgiu da necessi- dade de inventar. Lembrei que têm vários atores que estavam quarentenados juntos por serem casados ou por serem família. É um jeito de enfrentar esse momento com mensagem positiva de histórias que falam desse momento triste, mas ao mesmo tempo com esper- ança”, afirma o supervisor de texto da série, Jorge Furtado. No caso de Lázaro Ramos e Taís Araújo, a história mostrará um casal confinado que, ao divergir sobre uma questão ideológica, chega a uma grande discussão matri- monial turbinada pelos nervos à flor da pele. O episódio vai ao ar no dia 15 de setembro. Em outro episódio, Emilio Dantas e Fabiula Nascimento protagonizam a história de um casal que caminha para o divórcio quando o isola- mento começa. O texto é as- sinado pelas autoras Jô Abdu e Adriana Falcão, que têm em comum séries de sucesso no currículo como “A Grande Família”. Vai ao ar dia 22 de setembro. Caio Blat e Luisa Arraes protagonizam outro episódio com texto deles próprios e de Jorge Furtado que fala sobre um relacionamento que começa exatamente quando as pessoas precisam entrar em confinamento. A história do casal vai encerrar a série, no dia 29 de setembro.

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C3Campo Grande-MS | Quarta-feira, 9 de setembro de 2020Artes&LAzer

Especialista defende o crescimento de conteúdos como e-books e audiolivros como saída para o setor

Book advisor analisa benefícios de obras digitais no mercado editorial

Fernanda Montenegro diz que trabalhar em família na nova série ‘Amor e Sorte’ a deixou mais completa

Livros

Eduardo Villela atua na publicação de livros há 16 anos, também como book advisor, e é especialista nesse setor

Foto: Andrucha Waddington

Foto: Divulgação

Leo Ribeiro

A pandemia que levou a uma queda nas vendas dos livros impressos e a proposta de reforma tributária, apre-sentada pelo ministro da Economia Paulo Guedes, são alguns dos desafios enfren-tados pelo mercado de livros e o conteúdo digital pode trazer benefícios para o mercado editorial brasileiro, segundo análise do book advisor Edu-ardo Villela.

Especialista do setor, atu-ante na publicação de livros há mais de 16 anos, Eduardo destaca que: “a tributação do mercado editorial pode ser um duro golpe para o mer-cado livreiro. Assim como na continuidade do crescimento do hábito de leitura. É uma medida que pode prejudicar muito escritores, livrarias e leitores”, diz.

Entretanto, o crescimento das vendas de livros digitais é um mercado que tende a crescer cada vez mais, pois oferece facilidades ao leitor: preço acessível; conveniência de ler na palma das mãos, por meio de aplicativos no celular; e a praticidade de o leitor poder ter dezenas ou cen-tenas de títulos armazenados em seu aplicativo para poder

acessar e ler quando quiser. Segundo pesquisa da em-

presa que auxilia editoras e produtoras na ida para o mercado digital, a Bookwire, a procura por livros digitais aumentou significativamente e o número de unidades dis-tribuídas por eles entre março e abril de 2020 foi 80% maior do que a soma de 2019 inteiro. Ao todo foram distribuídos 9,5 milhões de livros digitais.

“O mercado de livros digi-tais tem muito potencial ainda para crescer e os e-books am-pliam o acesso das pessoas a educação, cultura e lazer. Os livros digitais também con-tribuem para incentivar as pessoas a lerem mais”, aponta Eduardo Villela.

Outra opção muito interes-sante que começa a despontar no Brasil são os audiolivros. Assim como já acontece há alguns anos nos EUA e em outros países europeus, os au-diobooks estão conquistando cada vez mais público em função da experiência de es-cuta ser agradável e versátil. Eduardo afirma, visto que o país conta com 230 milhões de smartphones, ou mais de um aparelho por habitante, se-gundo apontou a 30ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia, da Fundação

Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP), que o potencial de crescimento desta modali-dade no mercado brasileiro é enorme.

“O audiolivro é muito inter-essante para muitas pessoas

que entendem a importância dos livros para sua vida pes-soal e profissional, mas não têm hábito de leitura. É uma alternativa fantástica de acesso ao conhecimento e à cultura para elas se desen-

volverem”, comenta ainda. Para ele: “analisando os

números e algumas tendên-cias do mercado editorial percebemos como o conteúdo digital tem tudo para ser uma opção cada dia mais

bem-aceita pelos leitores. In-clusive, os e-books e audio-books não concorrem com as obras impressas, mas, sim, estimulam sua venda”, finaliza o book advisor. (Com assessoria)

Folhapress

Quem disse que trabalhar em família é uma coisa de-sagradável? Essa percepção passa longe da mente da atriz Fernanda Montenegro, 90, que gravou durante quatro meses, em plena pandemia, a nova série da Globo, “Amor e Sorte”, com uma equipe bem próxima. Na verdade, apenas de familiares.

A atriz é quem abriu, nessa terça-feira (8), a lista de quatro episódios da produção, que reúne artistas que estão cum-prindo juntos a quarentena do novo coronavírus. No caso de Fernanda Montenegro, a parceira de cena será sua filha, Fernanda Torres, 54, numa história de união tardia entre mãe e filha, de mundos bastante diferentes.

“Esse especial cravou para sempre o momento de real-ização artística e de aceitação de novas possibilidades em meio a uma tragédia. Tivemos um momento especial. Isso foi consumado nesse projeto. Nós nos envolvemos novamente. De uma forma muito amorosa e essencial, muito humana. Saímos mais completos diante da vida”, diz Fernanda Mon-tenegro.

Além de Fernanda Torres, que contracena diretamente com a mãe, a direção artística fica nas mãos de Andrucha Waddington, marido de Fer-nanda Torres; Pedro Wad-dington, filho de Andrucha e enteado de Fernanda Torres, que participa da direção ao lado do pai; e Joaquim Wad-dington, 20, filho do casal, que ajuda no som. Com isso, eles puderam gravar presen-cialmente, sem auxílio remoto.

“Legal ver nossos filhos e netos com essa veia artística. É tão acolhedor. Você vê que

tem um encanto desse nosso dever profissional. Continu-amos sendo uma família cir-cense, do mais arcaico ao mais recém-nascido”, afirma Monte-negro, que já fez uma porção de trabalhos ao lado da filha.

“Estamos todos represen-tados, nossa família inteira naquele lugar que nos salvou. Ao acabar de gravar rolou um vazio grande. A mamãe dizia que a natureza deveria mudar os personagens e foi isso o que aconteceu conosco. A natureza ajudou a gente a acalmar. Eu comi peito de galinha com a minha mãe”, recorda Fernanda Torres, se referindo ao sítio da família, no Rio, onde ocorreram as gravações.

Sobre ver o enteado Pedro trabalhando na direção, Torres também se mostra fã: “É incrível porque eu e o An-drucha começamos a namorar ele tinha 1 ano. E, de repente, você vê aquele sujeito bonito com outra relação com você. Muito emocionante. É impor-tante que eles gostem de você para que te chamem no fu-turo”, ri Torres.

Episódio ‘Lúcia e Gilda’ Fernanda Montenegro

e Fernanda Torres fazem o único episódio de “Amor e Sorte” feito por mãe e filha, e não por um casal. Intitulado “Lúcia e Gilda”, ele terá as duas atrizes representando a mesma relação que têm na vida real, de mãe e filha.

Personagens antagônicas, Lúcia (Torres) leva Gilda (Montenegro) para a Serra, onde precisarão passar a qua-rentena juntas. Na convivência forçada, o relacionamento con-flituoso, em que as diferenças se destacam, passa por uma transformação. O texto é as-sinado por Antônio Prata, pelo

idealizador do projeto, Jorge Furtado, por Chico Mattoso e pela própria Fernanda Torres.

“Embora o episódio seja o único que não tenha um casal não deixa de ser um casamento. Tanto que a Nanda [Fernanda Torres] voltou a fazer análise”, diverte-se Mon-tenegro cuja personagem, aos 90 anos, gosta de curtir a vida enquanto a filha é mais careta.

E essa relação vai mudar drasticamente: “Pensamos em uma ideia de uma mãe que esconde da filha que a vacina saiu porque ela gostou de ficar quarentenada com a sua cria. É uma pessoa de 90 anos ativa, que gosta de caipirinha na praia. E em contraste tem a filha, uma home office por excelência. E esse conflito é o que dá o caldo”, adianta Torres.

Rir é o melhor remédio e nesse episódio o que não vai faltar é humor, como adi-anta Montenegro. “Rir traz o raciocínio em cima da dor. Não que paremos de sentir dor, mas isso te leva a sair da toca e ir adiante. Estamos num momento muito difícil e sem humor. Comédia não é só uma defesa, mas uma arma sadia.”

Reflexões da quarentena As atrizes Fernanda Monte-

negro e Fernanda Torres têm usado a pandemia e a quaren-tena para refletir e para tentar se desligar da rotina de ação e resultados. Segundo elas, tem sido bom para colocar a ca-beça no lugar e também para adquirir novos hábitos.

“Quando você vai para o meio do mato vê que pode viver sem aquilo tudo do cotidiano corrido. Quando a vida te dá uma reserva e você vê que dá para sobreviver sem aquela ansiedade, é bom. E em mim bateu isso”, analisa Monte-

negro, que começou a andar no sol e ficar mais perto da natureza com a gravação de “Amor e Sorte”.

A atriz conta que o primeiro mês de quarentena foi difícil, mas no segundo acabou se aquietando com mais natureza e leitura, antes da série. “Com-ecei a consertar coisas em casa, é terapia ocupacional. A consciência dos meus 90 anos me veio forte. De repente, já que me aprisionaram, passei a pensar na minha própria grade.”

Já para Fernanda Torres, a pandemia foi, principalmente, de preocupação com a mãe. “Ela é viciada em trabalho e quando veio a pandemia eu imediatamente senti mamãe bem mais pensativa. Ao longo dos últimos quatro meses fui vendo ela se acalmando. En-quanto ela pensava nas grava-ções eu ficava fazendo colher de pau com canivete, fazendo uma horta, minhas preocupa-

ções eram outras.”

Episódios Após o episódio das Fer-

nandas, “Amor e Sorte” terá outras três duplas de artistas quarentenados juntos, recru-tados como forma de manter alguma programação inédita durante este período de sus-pensão das gravações. Os casais são: Lázaro Ramos e Taís Araújo, Emilio Dantas e Fabiula Nascimento e Caio Blat e Luisa Arraes.

“A ideia surgiu da necessi-dade de inventar. Lembrei que têm vários atores que estavam quarentenados juntos por serem casados ou por serem família. É um jeito de enfrentar esse momento com mensagem positiva de histórias que falam desse momento triste, mas ao mesmo tempo com esper-ança”, afirma o supervisor de texto da série, Jorge Furtado.

No caso de Lázaro Ramos e Taís Araújo, a história

mostrará um casal confinado que, ao divergir sobre uma questão ideológica, chega a uma grande discussão matri-monial turbinada pelos nervos à flor da pele. O episódio vai ao ar no dia 15 de setembro.

Em outro episódio, Emilio Dantas e Fabiula Nascimento protagonizam a história de um casal que caminha para o divórcio quando o isola-mento começa. O texto é as-sinado pelas autoras Jô Abdu e Adriana Falcão, que têm em comum séries de sucesso no currículo como “A Grande Família”. Vai ao ar dia 22 de setembro.

Caio Blat e Luisa Arraes protagonizam outro episódio com texto deles próprios e de Jorge Furtado que fala sobre um relacionamento que começa exatamente quando as pessoas precisam entrar em confinamento. A história do casal vai encerrar a série, no dia 29 de setembro.