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Referências ABNT. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 5 p. ABNT. NBR 6023: informação e documentação: elaboração: referências. Rio de Janeiro, 2002. 24 p. ABNT. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. 6 p. COMARELLA, Rafaela Lunardi. Educação superior a distância: evasão discente. Florianópolis, 2009. 125 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia e Gestão do Conhecimento) – Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009. DAL MOLIN, Beatriz Helena et al. Mapa referencial para construção de material didático para o Programa e-Tec Brasil. Florianópolis: UFSC, 2008. 73 p. SOBRENOME, Nome. Título do livro. Cidade: Editora, ano. SOBRENOME, Nome. Título do artigo: complemento. Nome da Revista, Cidade, v. X, n. X, p. XX-XX, mês ano. SOBRENOME, Nome. Título do trabalho publicado. In: NOME DO CONGRESSO. Número, ano, cidade onde se realizou o Congresso. Anais ou Proceedings ou Resumos... Local de publicação: Editora: data de publicação. Volume, se houver. Páginas inicial e final do trabalho. AUTOR. Título. Informações complementares (Coordenação, desenvolvida por, apresenta..., quando houver etc...). Disponível em: <http://www...>. Acesso em: dia mês ano. Patrimônio Público, Materiais e Logística Mauro José Kummer 2013 Curitiba-PR PARANÁ e-Tec Brasil

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Page 1: Livro_Patrimonio

Referências

ABNT. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 5 p.

ABNT. NBR 6023: informação e documentação: elaboração: referências. Rio de Janeiro, 2002. 24 p.

ABNT. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. 6 p.

COMARELLA, Rafaela Lunardi. Educação superior a distância: evasão discente. Florianópolis, 2009. 125 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia e Gestão do Conhecimento) – Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.

DAL MOLIN, Beatriz Helena et al. Mapa referencial para construção de material didático para o Programa e-Tec Brasil. Florianópolis: UFSC, 2008. 73 p.

SOBRENOME, Nome. Título do livro. Cidade: Editora, ano.

SOBRENOME, Nome. Título do artigo: complemento. Nome da Revista, Cidade, v. X, n. X, p. XX-XX, mês ano.

SOBRENOME, Nome. Título do trabalho publicado. In: NOME DO CONGRESSO. Número, ano, cidade onde se realizou o Congresso. Anais ou Proceedings ou Resumos... Local de publicação: Editora: data de publicação. Volume, se houver. Páginas inicial e final do trabalho.

AUTOR. Título. Informações complementares (Coordenação, desenvolvida por, apresenta..., quando houver etc...). Disponível em: <http://www...>. Acesso em: dia mês ano.

Patrimônio Público,Materiais e Logística

Mauro José Kummer

2013Curitiba-PR

PARANÁ

e-Tec Brasil

Page 2: Livro_Patrimonio

© INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAEste Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para a rede e-Tec Brasil.

Presidência da República Federativa do Brasil

Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica

Catalogação na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paraná

Prof. Irineu Mario ColomboReitor

Prof. Joelson JukChefe de Gabinete

Prof. Ezequiel WestphalPró-Reitoria de Ensino - PROENS

Gilmar José Ferreira dos SantosPró-Reitoria de Administração - PROAD

Prof. Silvestre LabiakPró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação - PROEPI

Neide AlvesPró-Reitoria de Gestão de Pessoas e AssuntosEstudantis - PROGEPE

Bruno Pereira FaracoPró-Reitoria de Planejamento e DesenvolvimentoInstitucional - PROPLAN

Prof. Marcelo Camilo PedraDiretor Geral do Câmpus EaD

Prof. Célio Alves Tibes JuniorDiretor de Ensino, Pesquisa e Extensão - DEPE/EaD Coordenador Geral da Rede e-Tec Brasil – IFPR

Thiago da Costa FlorencioDiretor Substituto de Planejamento e Administração do Câmpus EaD

Prof.ª Patrícia de Souza MachadoCoordenadora de Ensino Médio e Técnico do Câmpus EaD

Prof.ª Elaine ArantesCoordenadora do Curso

Francklin de Sá LimaAssistência Pedagógica

Prof.ª Ester dos Santos OliveiraProf.ª Sheila Cristina MocellinProfª Vanessa dos Santos StanqueviskiRevisão Editorial

Eduardo Artigas AntoniacomiDiagramação

e-Tec/MECProjeto Gráfico

Page 3: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil

Apresentação e-Tec Brasil

© INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAEste Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para a rede e-Tec Brasil.

Prezado estudante,

Bem-vindo à Rede e-Tec Brasil!

Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma das ações do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Téc-nico e Emprego. O Pronatec, instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira propi-ciando caminho de o acesso mais rápido ao emprego.

É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias promotoras de ensino técnico como os Institutos Federais, as Secretarias de Educação dos Estados, as Universidades, as Escolas e Colégios Tecnológicos e o Sistema S.

A Educação a Distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros.

A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país, incentivando os estudantes a concluir o Ensino Médio e realizar uma forma-ção e atualização contínuas. Os cursos são ofertados pelas instituições de educação profissional e o atendimento ao estudante é realizado tanto nas sedes das instituições quanto em suas unidades remotas, os polos.

Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com auto-nomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética.

Nós acreditamos em você!

Desejamos sucesso na sua formação profissional!

Ministério da Educação

Novembro de 2011

Nosso contato

[email protected]

Page 4: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil

Page 5: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil5

Indicação de ícones

Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de

linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.

Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.

Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o

assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao

tema estudado.

Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão

utilizada no texto.

Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes

desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos,

filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.

Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em

diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa

realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado.

Page 6: Livro_Patrimonio
Page 7: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil

Sumário

Palavra do Professor-autor 11

Apresentação da Disciplina 13

Aula 1 – Recursos e Patrimônio Público 151.1 Recursos 15

1.2 Administração de Recursos Patrimoniais 17

Aula 2 – Gestão de Materiais na área Pública 212.1 A Gestão de Materiais na área Pública 21

2.2 Estoques 22

Aula 3 – Ética na gestão de materiais 253.1 Ética na Gestão de Materiais 25

Aula 4 – Ética nas negociações 314.1 Ética em compras 31

4.2 Sustentabilidade 32

4.3 Responsabilidade social 33

Aula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais 35

5.1 As influências sobre os gestores de Materiais 35

5.2 O que são insumos de produção? 36

5.3 Fatores impactantes nas reduções de preço na compra de produtos 36

Aula 6 – Gestão de compras 416.1 A estrutura organizacional 41

6.2 Fornecedores como fonte de informações 42

6.3 Modismos na gestão de materiais 43

Aula 7 – A evolução da gestão de materiais 457.1 Evolução do pensamento administrativo 45

7.2 O modelo burocrático proposto por Max Weber 46

7.3 A gestão pela qualidade 46

7.4 A gestão estratégica 47

7.5 Custos 47

Page 8: Livro_Patrimonio

Aula 8 – Estoques na área pública 498.1 Os diferentes tipos de armazéns e de estoques 49

8.2 Modelo de estoque 51

8.3 Estoques como valor para o beneficiário 53

Aula 9 – Estoques 559.1 O que são estoques? 55

9.2 Tempo, quantidades e controles 57

9.3 Formas de controle de itens em estoque 58

Aula 10 – Custos de estoques e dinâmica de estoques 6110.1 Custos associados aos estoques 61

10.2 Dinâmica dos estoques 63

Aula 11 – Logística e cadeia de suprimentos 6711.1 Logística 67

11.2 Mas o que é cadeia de suprimento? 69

Aula 12 – O renascimento da logística 7112.1 Renascimento da logística 71

12.2 A influência dos sistemas de qualidade na logística 72

12.3 A desregulamentação do setor logístico 73

Aula 13 – A competência logística e o trabalho da logística 7513.1 Competências e habilidades 75

13.2 A divisão do trabalho na logística 76

Aula 14 – Objetivos operacionais 7914.1 Objetivos operacionais X indicadores operacionais 79

Aula 15 – A incerteza na logística 8315.1 Modais 83

15.2 Incerteza nos processos logísticos 84

Aula 16 – Definição de nível de serviço 8716.1 Nível de serviço 87

16.2 Tipos de níveis de serviço 88

16.3 Aumento das expectativas dos beneficiários 89

e-Tec Brasil

Page 9: Livro_Patrimonio

Aula 17 – Serviço de atendimento básico e perfeito 9117.1 Percepções sobre serviços 91

17.2 Serviços básicos 92

17.3 Pedido perfeito 93

17.4 Serviço de valor agregado 94

Aula 18 – Gerenciamento de transportes 9518.1 Gerenciamento de transportes 95

18.2 Agências de regulamentação 96

18.3 Sistemas de informação para transportes 97

18.4 Restrições de tráfego 97

Aula 19 – Gerenciamento de depósitos 9919.1 Depósitos 99

19.2 Depósitos e o projeto de rede logístico 99

19.3 Características de armazenagem 100

19.4 Plano de estocagem 101

19.5 Localização 102

Aula 20 – Movimentação de materiais 10320.1 Movimentação de materiais 103

20.2 Ergonomia 103

20.3 Tecnologias de movimentação e manuseio 105

Referências 107

Atividades autoinstrutivas 111

e-Tec Brasil

Page 10: Livro_Patrimonio
Page 11: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil11

Palavra do Professor-autor

Prezado aluno, este material de apoio para suas aulas foi desenvolvido com

muito cuidado. Por meio dele você encontrará informações relevantes e atu-

ais sobre as atividades relacionadas aos profissionais que trabalham com a

Gestão de Materiais, Patrimônio e Logística. Esta disciplina está articulada

com a disciplina de Ética, Finanças e Contabilidade. Apenas o texto não é

suficiente para esgotar assuntos tão importantes e cheios de nuances. Assim

incentivo-o a dar continuidade as suas aprendizagens, por meio de pesquisas

em sites e em diferentes materiais. A Formação em áreas associadas à tec-

nologia exige dedicação e interesse. Certamente você o terá. Bons estudos

e bom proveito.

Professor Mauro José Kummer

Page 12: Livro_Patrimonio
Page 13: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil13

Apresentação da Disciplina

A administração pública vem se modernizando rapidamente. Estudar admi-

nistração pública em suas diversas áreas se transformou em excelente opor-

tunidade de desenvolvimento. A formação técnica permite ao funcionário

público, apoiado em bases morais e éticas, modificar as realidades locais,

regionais e mesmo nacional. O uso de tecnologias associado às modernas

práticas de gestão rapidamente ganham espaço na realidade que transforma

as organizações públicas. A tendência é tornar as organizações mais desen-

volvidas, posto isto cabe ao administrador buscar novas formas em termos

de resultados para romper com o paradigma estabelecido. A chamada déca-

da da logística moderna se iniciou em 1980. Estamos vivendo um momento

de profundas mudanças. A questão fundamental da moderna logística é

a relação entre o tempo e o custo, o que se traduz pelo nível de serviço a

ser acordado aos beneficiários. A gestão de materiais está profundamente

atrelada a questão logística, tanto que é comum usá-la como sinônimo. É

preciso destacar que o processo de gestão de materiais permite economias

consideráveis às organizações. As mudanças decorrentes dos princípios qua-

litativos também transformaram a gestão de materiais de forma irreversível.

A administração patrimonial envolve a administração de recursos vultosos.

Além da questão financeira do custo dos materiais também é de interesse

que os mesmos sejam cuidados com atenção, pois um item de pequeno va-

lor de custo pode ser de grande preocupação do gestor público.

A logística embora seja vista como responsável pela movimentação dos ma-

teriais também é de interesse da realização das políticas públicas. Outra ca-

racterística importante da moderna logística é o fator tempo. A administra-

ção da logística está diretamente atrelada a esta questão. As três unidades

da disciplina estão interligadas. Quem cuida de patrimônio pode ter entre

suas atribuições a compra de bens. Quem administra materiais, pode ter

entre outras atividades o envio destes materiais para outros lugares assim

como zelar pelo seu retorno. Portanto, falar em Patrimônio, Administração

de Materiais e Logística remete a uma relação entre as áreas e como esta

relação pode ser mais bem aproveitada pelas organizações.

Page 14: Livro_Patrimonio
Page 15: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil15

Aula 1 – Recursos e Patrimônio Público

Prezado aluno, nessa aula você encontrará os primeiro termos relaciona-

dos à disciplina. Serão definidos termos, como: Despesa Pública, Patri-

mônio Público, Bens Públicos e Recursos.

Objetivos da aula: Proporcionar os primeiros contatos com o tema Re-

cursos e Patrimônio Público

1.1 RecursosToda organização efetua processos de transformação. Objetos e pessoas são

continuamente transformados. Em Administração, a ação de transformar

chama-se processo e já foi sinônimo de produção (Gestão de Processos

Fabris). O termo Produção foi expandido e com o passar do tempo foram

incorporadas atividades relacionadas à área de serviços. O conceito passou

então a chamar-se de operações (Gestão da Produção e de Serviços). Assim

uma organização, seja qual for independente do que ela faça ou proporcio-

ne pode ser entendida sob a visão da Gestão de Operações.

Figura 1.1: Gestão de OperaçõesFonte: Elaborado pelo autor

O processo de transformar pode resultar em saídas tangíveis (produtos) ou

intangíveis (serviços).

Figura 1.2: Transformação de Recursos em Produtos e/ou ServiçosFonte: Elaborado pelo autor

Page 16: Livro_Patrimonio

Como nada se cria a partir do nada, para haver uma saída de um processo

deve necessariamente haver uma entrada (recurso). Em uma transformação

existem dois elementos relacionados à entrada de um processo, são eles

elementos a serem transformados e elementos transformadores. Os

elementos a serem transformados são chamados de recursos. São cinco os

tipos de recursos:

Figura 1.3: Tipos de RecursosFonte: Elaborado pelo autor

Então, vamos nos concentrar no estudo sobre recursos e aprofundar a ques-

tão sobre os denominados materiais e patrimoniais, muito embora todos

os tipos de recursos sejam importantes e estejam interligados vamos deixar

para vocês buscarem mais conhecimentos sobre os demais tipos de recursos

classificados como: Capital, Humanos e Tecnológicos.

Não existem recursos infinitos ou renováveis, ou seja, eles sempre são finitos,

portanto cabe à Administração buscar alternativas para mitigar o seu uso e

aproveitá-los melhor.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 16

Page 17: Livro_Patrimonio

1.2 Administração de Recursos PatrimoniaisA administração dos recursos patrimoniais trata da sequência de opera-

ções que vão desde a identificação dos fornecedores, passando pela compra

e recebimento do bem, para depois lidar com sua conservação, manutenção

e, quando for o caso, de sua alienação.

Bens são muitas vezes considerados como riqueza e, frequentemente, são

tratados como sinônimos para recursos. Uma ambulância (automóvel) é con-

siderada como um bem (móvel), mas seu uso é tratado como recurso para se

atingir um fim (saúde pública).

Figura 1.4: Ambulância SAMUFonte: http://www.es.gov.br

1.2.1 O que é despesa pública?São gastos fixados em lei orçamentária ou em leis especiais destinadas a execução

de serviços públicos e dos aumentos patrimoniais. São divididas em dois grupos,

a saber: Despesa Orçamentária e Despesa Extra-orçamentária. Despesa

orçamentária é aquela que depende de autorização legislativa e é fixada no

orçamento público. Despesa extra-orçamentária é aquela paga à margem da lei

orçamentária, não depende de autorização legislativa, mas depende de receitas

extra-orçamentárias.Figura 1.5: Gastos PúblicosFonte:www.shutterstock.com

e-Tec BrasilAula 1 – Recursos e Patrimônio Público 17

Page 18: Livro_Patrimonio

1.2.2 O que é Patrimônio Público?Corresponde ao conjunto de bens, direitos e obrigações avaliáveis em moeda

corrente, das entidades que compõem a Administração Pública. O Código

Civil Brasileiro, em seu artigo 65, determina que “são públicos os bens de

domínio nacional pertencentes à União, aos Estados, ou aos Municípios”.

Todos os outros são particulares, seja qual for à pessoa a quem pertencem.

Os bens públicos são:

De uso comum do povo como mares, rios, estradas, ruas e praças.

Figura 1.6: Patrimônio de uso comumFonte: www.shutterstock.com

De uso especial como edifícios ou terrenos aplicados a serviço ou

estabelecimentos federais, estaduais ou municipais.

Aproveite e faça uma visita virtual ao palácio Iguaçu,

sede do governo do Estado do Paraná, no

link: http://www.casacivil.pr.gov.br/ipix/vis_index.php.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 18

Page 19: Livro_Patrimonio

Dominicais, isto é que constituem o patrimônio da União, dos Estados, ou

dos Municípios, como objeto de direito pessoal, ou real de cada uma dessas

entidades. (artigo 66). Bens Dominicais: constituem o patrimônio público, e

são considerados para efeito de escrituração e de registro contábil.

Bens Patrimoniais são recursos das organizações.

1.2.3 O que é Patrimônio?Patrimônio pode ser conceituado como um conjunto de bens, valores, direi-

tos e obrigações de uma pessoa ou organização seja ela pública ou privada.

Administrar o patrimônio significa gerir direitos e obrigações.

Bens patrimoniais podem ser entendidos como instalações, prédios, terrenos,

equipamentos e veículos das organizações.

ResumoNessa aula você aprendeu o que são recursos organizacionais, estudou o

conceito ampliado de operações, iniciou a compreensão sobre a importância

da administração patrimonial, estabeleceu uma associação entre recursos e

despesa pública e o que é patrimônio público.

Atividades de aprendizagem• Pesquise sobre como é elaborado o orçamento público em seu município

e se isto não for possível pesquise como é feito no seu lugar de trabalho.

e-Tec BrasilAula 1 – Recursos e Patrimônio Público 19

Page 20: Livro_Patrimonio
Page 21: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil21

Aula 2 – Gestão de Materiais na área Pública

Nesta aula você conhecerá um pouco mais sobre o que é Gestão de Ma-

teriais e o que são estoques.

Objetivos da aula: Estudar e aprender sobre a Gestão de Materiais na

área Pública e sobre os estoques.

2.1 A Gestão de Materiais na área PúblicaVamos relacionar estes processos de Gestão de materiais às suas causas ge-

radoras, representadas pelo desequilíbrio que existe entre a necessidade de consumo e a necessidade de fornecimento.

A Gestão de materiais é a etapa seguinte a da adjudicação da licitação. O

combate ao desperdício, amplamente defendido pela população brasileira, a

globalização da economia, a diminuição das barreiras comerciais são fatores

impulsionadores da chamada “compra correta”.

Compra correta é um conceito complexo que envolve quantidade, qualidade, custos e prazos.

O conceito de compra correta terá um significado mais claro ao decorrer

dos estudos nas próximas aulas. Para iniciarmos a defesa das razões e da

importância da gestão de materiais para as organizações públicas, vamos

recorrer ao exemplo simples representado pela caixa de água. Em uma caixa

d’água existe uma entrada (a fonte de suprimento). A entrada de água pode

se apresentar de forma variável, como nas nossas residências, em algumas

horas do dia a água está disponível e em outras pode ocorrer à falta em

determinados períodos (curtos ou longos) ou mesmo a interrupção total dos

serviços. Isto representa a chamada imprevisibilidade e o fator de risco do abastecimento. Como imprevisibilidade, teremos todos os fatores in-

ternos e externos que contribuirão negativamente para que ocorra falta de

itens em estoque. O risco está associado à imprevisibilidade e é objeto de

preocupação dos gestores. Ações para minimização de riscos fazem parte

das tarefas dos gestores. A imprevisibilidade e o risco são motivos da exis-

tência da caixa de água. Se existisse contínuo abastecimento de água, na

quantidade necessária, não haveria necessidade da caixa d’água, certo?

Adjudicação s.f. Direito Ato, judicial ou administrativo, que dá a alguém a posse de determinados bens. Atribuição do objeto adjudicado ao adjudicatário.

Page 22: Livro_Patrimonio

Analisando o tamanho do orçamento da estrutura pública como uma orga-

nização, pode-se ter uma ideia da dimensão da importância que a gestão

de materiais tem, seus efeitos internos sobre a organização estatal, seus

beneficiários assim como seus efeitos sobre seus fornecedores e a socieda-

de. Quando o governo estabelece um processo de compras ocorre intensa

mobilização na economia, pois os valores envolvidos são muitas vezes signi-

ficativamente elevados e em grandes quantidades.

Entender a dinâmica das compras (além do processo de licitação), posiciona-

ram-se a frente das situações emergenciais, ter estoques para poder fazer a

máquina pública continuar em movimento, tudo isto dentro de um padrão

ético e sob constante vigilância formam o conjunto de desafios da gestão de

materiais na administração pública.

Figura 2.1: Atendimento médicoFonte:www.shutterstock.com

2.2 EstoquesTodas as organizações têm estoques e que de acordo com as políticas públicas e dos modelos de gestão praticados, estes estoques poderão ser

maiores ou menores. É importante diferenciar estoques de armazenagem.

Quando falamos em estoques nos referimos a coisas tangíveis, ou seja, ao

dinheiro público armazenado sobre a forma de produtos. Armazém se refere

à estrutura física e operacional para conter, proteger, manter e disponibi-

lizar estes estoques. Armazenagem é o ato de guardar coisas em armazéns.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 22

Page 23: Livro_Patrimonio

Figura 2.2: EstoqueFonte:www.shutterstock.com

O armazém, assim como as pessoas que nele trabalham, normalmente não

é percebido no dia a dia das organizações públicas. São consideradas estru-

turas de apoio para atividades meio e não atividades fim. Essas represen-

tam as pessoas e equipamentos que estão por trás das paredes realizando

um serviço importante, mas longe dos olhos dos demais.

ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão do

Patrimônio Público e algumas de suas implicações. Além disso, você teve

contato com o elemento de ligação desta aula com a próxima, que vai apro-

fundar o tema sobre materiais. Lembre-se que os temas são relacionados,

quem cuida do patrimônio acaba se envolvendo com a administração de

materiais.

Atividades de aprendizagem• Aproveite e pesquise onde se localiza o armazém que abastece o seu

local de trabalho. Descubra também quem são as pessoas que lá traba-

lham. Isto é importante, pois você fará um estudo deste lugar e sobre as

atividades destas pessoas. Anote!

e-Tec BrasilAula 2 – Gestão de Materiais na área Pública 23

Page 24: Livro_Patrimonio
Page 25: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil25

Aula 3 – Ética na gestão de materiais

Nesta aula você estudará a relação entre a ética e a gestão de materiais

e a formulação de códigos de ética.

Objetivos da aula: Compreender a relação da ética envolvida na questão

da gestão de materiais e a aplicação de um código de ética pública.

3.1 Ética na Gestão de MateriaisAntes de entrarmos na parte técnica do assunto de Gestão de Materiais,

Patrimônio Público e Logística é preciso estudar a questão da ética e da

moral em Gestão de Materiais. A gestão de materiais e bens patrimoniais

necessariamente passa pela compra, armazenagem e destinação de produ-

tos e serviços. Assim é preciso conceituar alguns termos para evitar má inter-

pretação. Primeiramente volte nos seus estudos e reveja a parte já estudada

sobre ética. O ponto de partida é que existe certa confusão entre o que vem

a ser moral e o que vem a ser ética. Vamos rever as definições que você já

aprendeu, mas agora com ênfase em Gestão de Patrimônio:

Definição de Moral: você poderá pesquisar e comprovar que existem

diversas definições para o termo, uma delas, segundo o Moderno Dicio-

nário da Língua Portuguesa é: “Parte da filosofia que trata dos atos hu-

manos, dos bons costumes e deveres do homem em sociedade e perante

os de sua classe” (MICHAELIS, 1998).

Definição de Ética: Da mesma forma que para moral, existem diversas

definições para ética. Novamente do dicionário vamos buscar “Parte da

filosofia que estuda os valores morais e princípios ideais de conduta hu-

mana”. (MICHAELIS,1998)

De certa forma a moral está fora do homem e a ética dentro do homem, ou

seja cada um de nós sabe extamante o que é certo e o que é errado. Isto está

dentro de nós, portanto é ética. Outra forma de ver a questão é aceitar a

ética como o julgamento da moral. A moral é do grupo, dos outros, você e

eu como indivíduos podemos querer fazer parte de um grupo, ou seja moral

Page 26: Livro_Patrimonio

é um conjunto de atos e pensamentos, praticados e aceitos por determinado

grupo de pessoas, portanto como existem diversos grupos, existem diversas

morais, mas a ética é apenas nossa, portanto é única.

3.1.1 Aética e antiética: o que significam? Aética é uma palavra formada pelo sufixo “a” mais a palavra ética. O “a”

significa a não existência de discussão e da necessária compreensão para

determinada situação, é como se o campo do conhecimento ainda não ti-

vesse sido suficientemente estudado e discutido e portanto não alcançado

uma clarificação, limite no qual não existe uma opinião formada sobre algo.

Antiética, da mesma forma é uma palavra formada pelo sufixo “anti” e a

palavra ética. Neste caso “anti” significa a negação de algo, ou seja a nega-

ção da ética. É assim que se descreve um comportamento contrário ao que

a ética afirma ser o certo.

Uma outra maneira de se ver a relação entre moral e ética é que a ética é o julgamento da moral.

Bom, então por que se estuda ética em administração de materiais?

Esta é uma resposta simples e ao mesmo tempo complexa. Uma delas é

porque os profissionais de compras trabalham com a saída de dinheiro

das instituições e por esta razão são alvo de pessoas inescrupulosas, que

querem amealhar parte do dinheiro público de forma ilícita. A outra é transcendente, justifica-se pela nossa imperfeição como criatura e a nossa

continua busca por sermos melhores.

Não basta ser ético e honesto, é essencial parecer como tal.

Você já deve ter aprendido que o desvio do dinheiro se dá tanto pela saída

do caixa, por meio dos pagamentos efetuados, mas há outra forma de se

desviar dinheiro das instituições públicas se dá pela entrada de dinheiro, ou

seja, pela arrecadação.

Outra questão que envolve a ética se dá sobre o comportamento de

funcionários públicos inescrupulosos que criam dificuldades operacionais aos

beneficiários (clientes) e fornecedores e exigem benesses em contrapartida.

Está é a chamada disfunção maxweberiana (Max Weber).

Transcendental adj. Filosofia. Que pertence

à razão pura, a priori, anteriormente a qualquer

experiência, e que constitui uma condição prévia dessa experiência: segundo Kant,

o espaço e o tempo são dois conceitos transcendentais.

Pesquise as chamadas disfunções da burocracia apontadas por

Max Weber no livro: “Introdução a Administração” de Antonio

Cesar Amaru Maximiniano.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 26

Page 27: Livro_Patrimonio

A legislação pública se vale de dispositivos legais, que punem os funcionários que agem de má fé contra a gestão dos recursos pú-blicos. Ética é o julgamento da moral.

3.2 Código de ética em compras

É importante que as empresas públicas além das questões legais pertinentes,

desenvolvam um código de ética no intuito de estabelecer um conjunto

de procedimentos a serem observados e seguidos pelos negociadores

profissionais e que leve em consideração, entre outros, os seguintes temas:

a) Integridade pessoal dentro e fora da organização;

b) Competência pessoal;

c) Cumprimento das legislações que afetam os negócios;

d) Conflito de interesses;

e) Manifestações de hospitalidade e presentes;

f) Confidencialidade de informações empresariais;

g) Comportamento nas negociações;

h) Sustentatbilidade;

i) Responsabilidade social.

As organizações devem criar seus códigos de ética tanto para a área de compras, quanto para a área de entrega (vendas) de pro-dutos e serviços.

3.2.1 O que é conflito de interesses? É desejável que o funcionário tenha em sua pasta funcional uma declaração

assinada sobre a aceitação das consequências de seus atos e sobre atividades

que não possam ser desenvolvidas durante o exercício de sua função que

deva ser seguido, sob pena de demissão por justa causa. Por exemplo, um

comprador de órgão público não pode ser sócio de empresa privada que

venda produtos e serviços ao governo, pior ainda se a venda for feita para

o próprio setor no qual o funcionário é o comprador. Cabe ao negociador

perceber que seus interesses pessoais poderão conflitar ou possam ser vistos

Analise o código de ética do Conselho Brasileiro dos Executivos de Compras, para tanto visite o site http://www.cbec.org.br você poderia aplicá-lo em sua organização?

e-Tec BrasilAula 3 – Ética na gestão de materiais 27

Page 28: Livro_Patrimonio

como passíveis de afetar sua imparcialidade no julgamento dos processos,

no decorrer da atividade negocial, ele deve informar sua supervisão para que

esta julgue sobre o eventual conflito de interesses.

O comprador não pode ter conflitos de interesse com a organização

3.2.2 O que são manifestações de hospitalidade e presentes?

Fornecedores podem usar, intencionalmente e com frequência, de técnicas

para agradar aos clientes. Isto pode ser feito de diversas maneiras. Um sim-

ples “brinde” como uma caneta, uma agenda, ou mesmo uma refeição ou

ainda viagens com hospedagens e diárias pagas. As organizações devem

explicitar o que é permitido ao funcionário público e o que não é.

Discuta com seus colegas sobre as diferenças de percepção sobre o valor

que uma pessoa atribui a um presente serem totalmente diferentes daqueles

percebidos por outra pessoa. Ou seja, a mesma ética aplicada em compras

deve ser seguida em vendas (ou entrega dos produtos e serviços). Lembre-se

que existem organizações públicas que vendem produtos e serviços.

Nas manifestações de hospitalidade como convites para “almoços de negó-

cio”, a boa prática é que o comprador pague suas despesas normalmente,

não aceitando que os fornecedores as paguem.

Em caso de eventos como feiras, simpósios, congressos e atividades similares

proporcionadas por fornecedores e que normalmente são realizadas para

lançamento de produtos, a frequência, dimensão e facilidades colocadas

para o convidado devem ser observadas com cuidado para que não sejam

excessivas e venham a exercer impacto na cooptação do comprador pelo

excessos de “bondades”.

O servidor público deve cuidar para não aceitar brindes que comprometam sua capacidade de discernimento

3.2.3 O que é a confidencialidade de informações empresariais?

O tema da confidencialidade de informações pode ser visto sob dois ângu-

los diferentes; um relativo às informações internas da organização pública

e outro relativo a dos fornecedores com os quais desenvolve os contatos

comerciais.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 28

Page 29: Livro_Patrimonio

Informações da organização pública: Por sua atuação profissional, o compra-

dor participa dos processos de discussão internos e toma conhecimento de

dados de sua organização e, alguns, particularmente de grande necessidade

de sigilo.

Nas relações e contratações com os fornecedores, o comprador deve ater-se

ao estrito limite do uso das informações relativas aos produtos e serviços,

objetos da negociação e, caso seja necessário o fornecimento de informa-

ções consideradas sigilosas aos fornecedores; deve obter dos mesmos, por

escrito, mediante contrato de confidencialidade, declaração ou declarações

de manutenção do sigilo sobre as mesmas.

A organização e o fornecedor quando necessário devem estabelecer contratos de confidencialidade de informações para evitar transtornos e possíveis processos jurídicos.

Os compradores das organizações públicas devem deixar claro em seus con-

tratos com fornecedores que estes não poderão, salvo após autorização es-

crita e expressa, utilizar em suas peças promocionais o nome ou marcas da

empresa contratante.

3.2.4 O que são informações dos fornecedores? O comprador toma conhecimento de informações de seus fornecedores so-

bre preços, capacidades, condições comerciais, aspectos societários e cadas-

trais, etc. Tais informações devem ser utilizadas exclusivamente para o pro-

cesso negocial com seu fornecedor, não devendo nunca ser divulgadas para

terceiras partes, não importando se para obter vantagens em negociações

com terceiros ou não.

Um cuidado especial ocorre nos processos licitatórios nos quais são abertas

as propostas comerciais, dos diversos pretensos fornecedores de produtos e

serviços. Neste momento é permitido a apresentação de recursos de parte de

fornecedores, contra outros fornecedores concorrentes, por entender haver

prejuízo na disputa.

ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre as relações

entre a ética e a gestão de compras de materiais e de patrimônio público

e algumas de suas implicações. Lembre-se que quem cuida de patrimônio

acaba se envolvendo com a administração de materiais e com as compras.

e-Tec BrasilAula 3 – Ética na gestão de materiais 29

Page 30: Livro_Patrimonio

Atividades de aprendizagem• Para ser um bom profissional você precisará desenvolver a linguagem

técnica pertinente. Aproveite e pesquise em livros ou em sites confiáveis

definições para: superfaturamento e subfaturamento.

Anotações

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 30

Page 31: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil31

Aula 4 – Ética nas negociações

Nesta aula você fará um aprofundamento na questão da ética relacio-

nada com as compras públicas, estudará a emergente preocupação das

compras com a sustentabilidade e com a responsabilidade social.

Objetivos da aula: Estabelecer a relação entre a ética e a atividade de compras

públicas sob uma nova óptica sustentável e socialmente responsável.

4.1 Ética em comprasComo vocês já puderam verificar na aula anterior é mais do que justificado

o estudo da ética na administração de materiais. Como a área de materiais

é bastante ampla, vamos aprofundar um pouco mais a questão e explorar o

julgamento ético nas negociações.

Durante uma negociação existem vários aspectos a serem observados. For-

necedores concorrentes poderão usar de todos os tipos de instrumentos e

informações que obtenham para tentar alcançar os melhores resultados em

uma negociação, inclusive transgredindo o limite ético. A Lei 8.666 é um

claro exemplo do cuidado da coisa pública com esta questão, pois estabelece

uma série de cuidados.

Do lado do comprador o mesmo pode exagerar sobre volumes de compras

para com isso tentar obter preços menores. Isto não é barganha. Esta é uma

atitude desonesta para com seu fornecedor. O fornecedor estará se basean-

do em uma possível promessa de compra, que no futuro não se realizará e

então, posteriormente deixará de confiar em suas informações.

Outro cuidado é o de não deixar de mencionar aspectos do projeto ou dos

produtos e serviços, que no futuro impactarão os custos adicionais ou em

nível de serviço adicional por parte do fornecedor. Trata-se de potencializar

futuros conflitos pela não informação de um fato relevante. A omissão deli-

berada também é um atentado contra a ética.

Outro aspecto a se observar é a prática de negociar com o ganhador de

uma concorrência. Negociar com segundos ou terceiros colocados é atitude

Page 32: Livro_Patrimonio

que depõe contra a imagem do comprador e da empresa, gerando sempre

desconfiança por parte dos fornecedores, pela falta de respeito com suas

propostas.

Considera-se que as negociações de itens de consumo frequente devem ser

feitas com a intenção de manter contratos de fornecimento por períodos os

mais longos possíveis, procurando formar parcerias, mantendo sempre o

cuidado de auditar periodicamente se as condições de fornecimento se mantém

competitivas. Tais negociações devem ser conduzidas dentro dos princípios

“ganha-ganha”, assegurando o equilíbrio financeiro dos contratos para ambas

as partes. Afinal, ninguém quer acabar com um bom fornecedor.

Negociações envolvendo itens de consumo esporádico não necessitam ser

realizadas dentro do princípio da busca por parceria. Tais contratações devem

ser realizadas buscando-se o preço mais favorável para o comprador, dentro

das especificações. Neste tipo de aquisição o conceito “ganha-ganha” não

se aplica ao processo de negociação.

A reciprocidade nos negócios que limitar a competitividade e a própria atu-

ação do profissional de compras deve ser evitada. Em sendo a reciprocidade

o resultado de orientação superior, esta condição deverá ser documentada

no processo de compra.

Os profissionais de compras estão em permanente contato com fornece-

dores, por meio de visitas ou de reuniões de apresentações técnicas, como

forma de se manterem atualizados com o mercado ou no desempenho de

suas atribuições normais. Estes contatos deverão ser realizados sempre com

a participação mínima de dois funcionários da organização da qual são fun-

cionários.

4.2 Sustentabilidade Não se pode mais deixar de considerar como um problema ético a preocu-

pação com os aspectos que envolvem nossas atitudes em relação ao meio ambiente. A meta é produzir com mais valor e menos impacto ambiental!

Mas o que é sustentabilidade? A questão da sustentabilidade é um concei-

to recente para os gestores brasileiros. As escolhas feitas na década de 1950

implicaram em ações desenvolvementistas. Até 1980, desenvolvimento era

sinônimo de poluição. Sendo a poluição o preço a ser pago para atingirmos

o desenvolvimento. Desenvolvimento significava riqueza. Precisávamos ser

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 32

Page 33: Livro_Patrimonio

um país rico. Em 1972, em Estocolmo, ocorreu a primeira grande conferên-

cia para discutir sobre os rumos que os governos estavam imprimindo ao

planeta. Em 1992, na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambien-

te, a chamada Rio 92, houve forte mobilização para se incluir nas agendas

dos paises ações concretas quanto ao meio ambiente.

Existem diversas leis brasileiras recentemente publicadas sobre o tema e que

ainda não são de amplo conhecimento. Esta é uma nova preocupação para

os profissionais de compras, que devem estar atentos para que seus forne-

cedores tenham processos produtivos que:

• Reduzam a intensidade no uso de materiais;

• Reduzam a intensidade no uso de energias;

• Reduzam a dispersão de substâncias tóxicas;

• Aumentem a reciclabilidade e reusabilidade dos componentes e mesmo

dos produtos finais;

• Otimizem o uso de materiais não renováveis;

• Prolonguem o ciclo de vida dos produtos;

• Aumentem a intensidade de serviços prestados pelo produto.

4.3 Responsabilidade social Na atividade de compras, profissionais da área têm grande influência em fazer

com que seus fornecedores adotem posturas de responsabilidade social importantes.

Ao elaborar contratos de fornecimento com seus fornecedores, devemos

deixar claro que não são tolerados:

• Que os fornecedores contratem funcionários abaixo dos limites de idade

ou sujeitos a trabalhos inadequados a sua idade, como estabelecidos

pela legislação do país;

• Que os fornecedores mantenham seus funcionários em situações de bai-

xo nível de segurança, higiene ou em condições de restrição de liberdade;

e-Tec BrasilAula 4 – Ética nas negociações 33

Page 34: Livro_Patrimonio

• Que os fornecedores pratiquem discriminação na contratação de seu

pessoal, como de sexo, raça, religião, opção sexual, idade, convicção fi-

losófica, estado civil, deficiências físicas e etc.

Os critérios de compras devem ser compatibilizados e de conhecimentos de todos os funcionários.

O problema ético de compras não se restringe aos compradores, mas tam-

bém aos funcionários das áreas técnicas, que normalmente especificam

um bem ou serviço a ser comprado. É normal encontrarmos especificações

tão detalhadas, e muitas vezes mandatórias, que praticamente restringem o

fornecedor a uma única empresa.

Em licitações isto é chamado de licitação dirigida ou viciada. E o comprador,

nesse caso, o que pode fazer? Cabe à gerência e à alta direção da organização

ficarem atentas a todos esses aspectos, questionando sempre a validade das

especificações e a sua justificativa e em se comprovando tal prática suspender

a licitação e emitir novo edital.

Os temas sustentabilidade e responsabilidade social são novos para os atuais

gestores, formados ainda dentro do paradigma desenvolvimentista que não

conhecem amplamente suas implicações. Ainda demorará algum tempo até

que os novos gestores, conhecedores destas questões, possam imprimir um

modelo de gestão mais adequado.

ResumoNesta quarta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo da ética em

compras e sustentabilidade e da responsabilidade social associadas às compras.

Atividades de aprendizagem• Pesquise em livros ou em sites confiáveis duas definições sobre o signifi-

cado da palavra meio ambiente.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 32

Page 35: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil35

Aula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais

Nesta aula você encontrará esclarecimentos sobre as influências que

existem sobre os gestores para a obtenção de materiais; encontrará os

fatores presentes na composição de preços dos produtos e também de

que alternativas os fornecedores dispõe para reduzir os seus preços.

Objetivos da aula: fornecer informações para os gestores poderem

negociar com seus fornecedores melhores preços.

5.1 As influências sobre os gestores de Materiais

Nem sempre é fácil gerir o setor responsável pelos materiais, pois cada vez

mais os beneficiários dos serviços públicos se tornam exigentes, querem

produtos e serviços superiores, tempos reduzidos de entregas e inovações.

Os produtos mudam por que existe uma pressão para que o ciclo de vida

seja encurtado constantemente e contínuamente. Esta pressão é causa das

substituições frequentes de equipamentos a título de subjetivismos (carroça)

de desempenho superiores aos necessários (avião) e modismos. Isto significa

que se os custos na administração pública estão em patamares contínuos de

crescimento, a sua margem para outras despesas tenderá a diminuir, cau-

sando a asfixias dos serviços públicos. Para fugir desta situação é preciso

diminuir os custos de compras dos bens continuamente.

Custo fixo mata!

Você deve saber que na composição de custos em bens manufaturados as

matérias-primas podem variar entre 20% e 80% do custo final do produ-

to. Fica evidente que quaisquer ganhos nos processos de compras públicas

podem trazer resultados expressivos para a organização. Autores defendem

que o peso dos insumos de produção em média corresponde a 50% do

custo dos produtos manufaturados. Ou seja, os outros 50% correspondem

aos encargos e custos da mão de obra a grosso modo.

Page 36: Livro_Patrimonio

5.2 O que são insumos de produção?São considerados insumos de produção, materiais a serem consumidos no

ato de transformação de um produto. Podem ser divididos em materiais auxiliares e matéria-prima.

Materiais auxiliares são aqueles que apenas permitem que o processo acon-

teça tais como material de limpeza ou de lubrificação e os materiais dire-

tamente aplicados, ou seja, aqueles que vão com o produto, por exemplo,

uma mesa. Materiais auxiliares estão conectados as atividades meio das or-

ganizações.

Matéria-prima é aquela consumida no processo de transformação e é perce-

bida no produto final. Está ligada a atividade final da organização.

O peso dos insumos produtivos pode ter um impacto muito significativo no custo final dos produtos, o que deve ser repassado aos seus clientes compradores, no caso os orgãos públicos.

5.3 Fatores impactantes nas reduções de preço na compra de produtos

O comprador de um produto na verdade compra o preço e não o custo do

produto. Isto está bem claro nos processos licitatórios. Porém o que está por

trás da redução de preços? Para formar o preço de um produto os fornece-

dores utilizam vários modelos. Não vamos discutir as formas de precificação

de produtos e serviços.

Se considerarmos que no preço estão inseridas quatro partes principais já

mencionadas, o custo das matérias primas, custos da mão de obra, os im-

postos e o lucro e que destas quatro partes, duas são possíveis de se traba-

lhar, o lucro e os custos das matérias primas, pois não é possível alterar os

impostos e nem reduzir o salário dos trabalhadores. O fornecedor tem então

duas alternativas para concorrer e ter chances de fornecer. Uma é abrir mão

do lucro esperado e a outra é trabalhar nos componentes dos custos da

matéria-prima. A alternativa de reduzir o lucro do fornecedor é limitada. As

empresas fornecedoras precisam realizar o lucro para poderem sobreviver.

Uma organização que não produz lucros não tem como reinvestir na produção de novos produtos

Estudar sobre as diferentes formas de precificar produtos

e serviços que as organizações fornecedoras utilizam. Uma boa referência está no livro

“Vantagem Competitiva” escrito por Michael Porter, editora

Campus, 2004.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 36

Page 37: Livro_Patrimonio

O lucro é uma espécie de garantia de um futuro para as organizações. Como

todo empreendedor tem uma relação pessoal com seu empreendimento ele

aceitará negociar a redução do lucro até certo limite. A partir deste limite

ele abandonará a negociação. Isto é ruim para a barganha. Resta então ao

fornecedor trabalhar para reduzir os custos das matérias primas. Esta não

é uma tarefa para amadores. Alterar processos produtivos para poder usar

novas matérias primas para produzir produtos e serviços a custos menores

exige muito conhecimento técnico.

Quando um edital de compras não é suficientemente claro, maus gestores

poderão usar esta oportunidade para aumentar o seu lucro ao invés de pro-

duzir de forma mais econômica. Bons gestores poderão alterar a composição

de seus produtos e serviços, mantendo a qualidade exigida e praticando

preços menores. Este é o caminho a ser trilhado. Vamos compreender como

isto funciona?

Considere que na compra de um bem para a Administração Pública a com-

posição de preço do produto, na figura 5.2 a margem de lucro é de 10% e

que as matérias-primas tem impacto de 60% do valor total.

Vamos considerar que, você atue como comprador público, e precisa de

uma redução de preços totais do produto objeto da compra da ordem de

5% (figura 5.1).

O seu fornecedor pode diminuir o preço concedendo 5% de desconto, mas

para isto ele precisa de redução dos custos da matéria-prima por ele empregada.

Figura 5.1: Redução de preçosFonte: Elaborado pelo autor

e-Tec BrasilAula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais 37

Page 38: Livro_Patrimonio

Portanto é necessário que a matéria prima seja alterada ou substituida e

que o peso da mesma no preço seja reduzido dos atuais 60% para 55%.

Isto significa que o fornecedor precisa alterar o seu produto para obter uma

redução 5/60 = 8,33%, desta forma ficam mantidas as demais condições.

Perceba que quanto maior a composição da matéria prima na formação dos

custos, mais fácil é a redução, sem implicar em outras questões.

Figura 5.2: Composição de preço de um produtoFonte: Elaborado pelo autor

Vamos analisar a mesma questão, mas agora considerando que não é pos-

sível alterar o custo da matéria prima. Neste caso resta ao fornecedor optar

por demitir trabalhadores. Se o objetivo é obter os mesmos 5% de redução

no preço, considerando que os impostos e o lucro são de 10% e a mão de

obra corresponde a 20%, para se obter os 5% o peso da mão de obra na

composição final do preço deveria passar de 20% para 15%. Isto significa

uma redução de ¼ ou 25%. Um fornecedor terá muita dificuldade em fazer

um corte desta magnitude. No caso de negociações se o fornecedor se uti-

lizar, como forma de pressão, ameaças de demissão de trabalhadores você

saberá que não é tão fácil assim de se fazer e poderá contestar o blefe!

Para produtos com alta contribuição de custos da matéria prima na forma-

ção do preço, as reduções de pessoal precisam ser muito significaticas para

poder provocar algum efeito perceptível, isto pode ser observado em produ-

tos que agregam alta tecnologia e empregam pouca mão de obra.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 38

Page 39: Livro_Patrimonio

É muito mais fácil obter reduções de custo na obtenção da matéria prima do que mexer com o custo da mão de obra.

A obtenção de reduções de custo nos preços dos insumos significa transferir

ao seu fornecedor o ônus da produtividade. Não se deve estabelecer com

o fornecedor uma relação de desconfiança; a moderna gestão de materiais

defende uma relação entre governo e fornecedor que não se baseie no pres-

suposto de que alguém tem de perder para que alguém ganhe. É preciso

criar e construir uma nova relação entre governo e fornecedores.

ResumoNesta aula você encontrou esclarecimentos sobre as influências que existem

na composição de preços e também de que alternativas os fornecedores

dispõe para reduzir os seus preços.

Atividades de aprendizagem• Pesquise o significado de Mark up e qual é a função deste conceito. Cite

um exemplo de Mark up.

e-Tec BrasilAula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais 39

Page 40: Livro_Patrimonio
Page 41: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil41

Aula 6 – Gestão de compras

Nesta aula você encontrará aspectos ligados a Gestão de Materiais e

algumas preocupações dos gestores e funcionários desta área.

Objetivos da aula: estudar e compreender a estrutura organizacional

da área de gestão de materiais (compras), o papel dos fornecedores

como fonte de informações e dos modismos administrativos aplicados

na gestão de materiais.

6.1 A estrutura organizacionalA estrutura das organizações pode ser interpretada como uma extensão físi-

ca do pensamento do gestor que se manifesta fisicamente por uma relação

de poderes e atribuições. Pessoas são colocadas para trabalhar juntas por

diversos motivos. A representação física das relações de poder e de depen-

dência entre estas pessoas é chamada de organograma. Nas organizações

públicas encontramos formas diferentes de nomear os departamentos res-

ponsáveis pelas atividades de compras e de gestão de materiais, tais como

departamento de compras, engenharia de compras, central de compras,

gestão de materiais, departamento de logística e por aí afora. Estas diferen-

tes formas de nomear representam a diversidade do pensamento adminis-

trativo (teorias da administração).

Figura 6.1: TrabalhoFonte: www.shutterstock.com

Page 42: Livro_Patrimonio

Vamos simplificar a questão e chamar simplesmente de gestão de compras. A

gestão de compras pode ser descrita, de forma simples, como sendo a interface

entre a unidade pública e seus fornecedores, para obter informações, produtos

e serviços. Esta definição coloca a função compras como atividade meio e não

como atividade fim. Isto pode desagradar profissionais da área que gostariam

de ver o seu departamento como o mais importante da organização pública.

A organização pública deve ser vista como um sistema, onde não existe nenhum departamento mais importante do que o outro.

Uma primeira atividade da gestão de compras é de estabelecer os contatos

com os fornecedores.

6.2 Fornecedores como fonte de informações O profissional da gestão de compras tem suas atividades facilitadas pelos

próprios fornecedores, pois em muitos casos são eles que normalmente

procuram as organizações públicas e oferecem produtos, serviços e

informação. Esta forma reativa de trabalhar pode levar os profissionais

da gestão de compras a um acomodamento. Você deve investigar novos

fornecedores potenciais, na busca constante por fornecedores de tecnologias

emergentes. Você deve manter-se pró-ativo para não cair nas armadilhas

da passividade.

A gestão de compras deve fornecer suporte técnico às operações

governamentais, pois vivemos na era da informação e os próprios

fornecedores são fontes valiosas de conhecimento. As operações precisam

ser continuamente realimentadas por informações sobre os insumos,

recursos transformadores, também chamados de matérias-primas e

recursos auxiliares, também chamados de materiais auxiliares.

6.2.1 O que são materiais auxiliares?São aqueles empregados nos processos, mas que efetivamente não são

entregues ao beneficiário. Um médico pode medir a temperatura do

paciente, mas não precisa entregar o termômetro ao mesmo. A gestão de

compras deve abrir canais de comunicação, por meio de solicitações de

demonstrações, visitas a feiras nacionais e internacionais e atuar no

desenvolvimento dos fornecedores.

Figura 6.2: ConectadosFonte: www.shutterstock.com

Pró-ativo adj. Que pensa e age

antecipadamente. Que, por antecipação, adota medidas

para evitar ou resolver futuros problemas.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 42

Page 43: Livro_Patrimonio

O gestor deve ter sempre em mente que o ciclo de vida dos produtos interfere na decisão de compras.

Figura 6.3: Feira InternacionalFonte: www.shutterstock.com

6.3 Modismos na gestão de materiaisExiste certo “modismo” atualmente em se terceirizar, de remeter tudo

quanto possível à organização para ser feito fora, por outras pessoas, sem

refletir muito sobre a questão. A linha de defesa desta forma imediatista de

pensamento adiminstrativo é a de que é preciso concentrar o esforço no

foco principal da organização. É bom frisar que este tipo de raciocínio levou

as organizações a terceirizar processos e que depois tiveram de voltar atrás.

Outra crítica feita neste caso é a falsa ideia de se utilizar a terceirização como

alternativa para fugir da lei de responsabilidade fiscal.

Em primeiro lugar se deve analisar a possibilidade de se fazer a atividade internamente e só depois de se comprar externamente.existe nenhum departamento mais importante do que o outro.

A decisão de se fazer externamente deve ser considerada, quando não

haja capacidade marginal disponível. Os fatores, custo, qualidade, rapidez,

confiabilidade e flexibilidade servem de parâmetro para apoiar a escolha da

decisão.

A decisão de fazer ou comprar deve ser estrategicamente ponderada!

ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão Pa-

trimônio Público e algumas de suas implicações.

e-Tec BrasilAula 6 – Gestão de compras 43

Page 44: Livro_Patrimonio

Atividades de aprendizagem• Pesquise quais são os limites impostos pela lei de responsabilidade fiscal,

no que se refere a gastos para pagamento de funcionalismo. Se você fos-

se o gestor responsável como resolveria uma situação hipotética na qual

você estaria acima do limite permitido.

Anotações

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 42

Page 45: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil45

Aula 7 – A evolução da gestão de materiais

Nesta aula você aprenderá sobre a evolução do pensamento

administrativo, aplicado a gestão de materiais, compreenderá o que

vem a ser burocracia e seus desvios. Como a gestão pela qualidade e

o pensamento estratégico afetam a gestão pública e por que os custos

são importantes.

Objetivos da aula: Compreender a relação sistêmica e holística da

administração de materiais nas organizações públicas.

7.1 Evolução do pensamento administrativoQuando Henry Ford iniciou a “Ford Company”, tinha como objetivo ganhar

em todas as etapas do processo de fabricação. Pensava em fazer tudo para

sua atividade fim, queria ser autossuficiente e independente. Afinal para que

trabalhar com fornecedores e gerar lucro para os outros se ele poderia fazer

por si? Seria ótimo ficar com esta parcela dos lucros. Enquanto organizações

como a Ford pensavam na sua autossuficiência como alternativa, organiza-

ções como a General Motors - GM pensavam de forma diferente, na medida

em que compravam outras organizações fabricantes de veículos, mantinham

a independência destes, e isto contribuia para uma pluralidade de ações, na

competição entre elas no tocante a usar componentes comuns.

No caso da Ford a gestão de compras não se desenvolveria tanto quanto

na GM. Nesta época, e até os dias de hoje, o pensamento dominante é de

que a relação entre comprador e fornecedor pendia para a relação ganha-

-perde, ou seja, enquanto alguém ganha o outro perde, seja o estado seja

o fornecedor.

Após a reconstrução dos países arrasados pela segunda guerra mundial, a

relação entre oferta e demanda se alterou drasticamente. Na medida em

que as organizações públicas assumiam características de um estado centra-

lizador, percebiam que seus resultados deixavam de ser suficientes para se

concentrar no processos internos, na busca de eficiência e eficácia.

O fordismo é um sistema de produção, criado pelo empresário norte-americano Henry Ford. Sua principal característica é a fabricação em massa. Ford inventou este sistema em 1914, para sua indústria de automóveis projetando um sistema baseado numa linha de montagem. Fonte: Ataptado de http://www.infoescola.com/economia/fordismo/

Um filme interessante que aborda o taylorismo e o fordismo é “Tempos Modernos” (1936), produzido e estrelado por Charles Chaplin. O filme faz uma crítica ao sistema de produção em série, além de mostrar a combalida economia norte-americana após a crise econômica de 1929.

Page 46: Livro_Patrimonio

7.2 O modelo burocrático proposto por Max Weber

O sociológo Max Waber propôs que a burocracia seria a melhor forma de

administrar países e governos, por conseguinte organizações. As ideias de

Weber tiveram ampla aceitação e passaram a dominar nas funções públicas.

Burocracia não é algo bom nem mau.

É necessário advogar em favor da burocracia e desmistificar o senso comum.

O senso comum produz a falsa ideia de que a burocracia é algo ruim. Na

verdade os desvios do pensamento proposto por Max Weber, a chamada dis-

função da burocracia é que é criticável. A burocracia pela burocracia, o con-

trole pelo controle, a limitação da ação do funcionário público, os desvios de

conduta no qual o funcionário cria dificuldades para depois “vender” favo-

res não são compatíveis com a definição proposta por Weber de burocracia.

Este processo continuou evoluindo até que na década de 1980, na Inglaterra

e nos Estados Unidos, e depois no Brasil a gestão neoliberalizante impul-

sionou a sociedade a cobrar dos órgãos públicos melhorias significativas, e

entre elas a simplificação dos processos de compras públicas. A lógica por

trás dos chamados sistemas de gestão, baseados na qualidade é colocar o

beneficiário como centro das ações.

Uma das maiores dificuldades para os processos públicos é a inconstância do

abastecimento de insumos, o que obriga as organizações públicas a investir

em estoques de segurança. Esta inconstância na verdade é um problema que

está atrelado ao fato dos órgãos públicos “importam problemas” de seus

fornecedores.

O processo produtivo, na medida em que percebia os estoques como “problemas” buscou alternativas em compras.

7.3 A gestão pela qualidadeA revolução da qualidade no Brasil começou com o governo de Fernando

Collor de Melo. Foi criada a Fundação Prêmio Nacional da Qualidade. A

partir dai a administração brasileira mudou significativamente. Os princípios

qualitativos passaram a ser incorporados na elaboração de produtos e

serviços. O comportamento do beneficiário (cliente) mudou radicalmente.

Algumas tentativas de desburocratizar o serviço público,

foram feitas durante o regime militar, para aprofundar seu

conhecimento visite o site: http://www.

desburocratizar.org.brLá você poderá entrar em

contato com as ações tomadas pelo então ministro da

desburocratização Hélio Beltrão, as quais ainda são válidas. O que

você percebe entre a situação atual e a situação de então?

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 46

Page 47: Livro_Patrimonio

7.4 A gestão estratégicaO uso de ferramentas estratégicas pela administração permite que as or-

ganizações tenham melhores resultados operacionais nas políticas públicas

de curto a longo prazo. O uso da estratégia na administração foi mais uma

das formas de se buscar vantagem em um mercado altamente competitivo.

Na administração, com viés em planejamento estratégico, afirma-se que se

deve transformar as ameaças (externas) em oportunidades (externas), ou

seja, a ameaça representada pelo fornecedor (inconstância) na oportunidade

(parceria) com o fornecedor. Isto exige uma mudança radical na maneira de

se ver a relação entre a instituição pública e fornecedor.

Se analisarmos o que um fornecedor objetiva, veremos que pode ser o cres-

cimento de seu faturamento, outro objetivo pode ser a diminuição do custo

de vendas, que pode ser obtido pela diminuição do tamanho da carteira de

clientes. Da mesma forma que o fornecedor tem seus objetivos estratégicos

o governo também os tem: rapidez, confiabilidade, flexibilidade, qualidade

e custos.

7.5 CustosSe os custos são um problema para as organizações públicas, a redução do

tamanho dos estoques e a melhoria no processo de compras, sem prejudicar

a operação, é um objetivo a ser conquistado. Uma das formas de se diminuir

o tamanho dos estoques é eliminar a incerteza do reabastecimento, ou seja,

aumentando a confiabilidade da entrega do fornecedor. Outra forma é au-

mentando a rapidez da entrega, mas isto também pode significar aumento

de custos. Se o fornecedor pode ser mais flexível na entrega esta também é

um ponto que permite ganhos ao estado. A qualidade do produto entregue

também reduz os estoques, pois se pode trabalhar com qualidade assegura-

da e desta forma os estoques podem ser menores e consequentemente os

custos.

Os custos devem ser observados não de forma pontual e isolada como preço

por unidade comprada, mas se deve enxergar o valor total, que envolve to-

das as perdas decorrentes da falta de flexibilidade, da falta de confiabilidade,

da falta de qualidade, da baixa rapidez e os custos sociais como a poluição e

o excesso de consumo de energia.

É preciso enxergar os custos de forma global e não pontual.

ViésFig. De maneira indireta. Tendên-cias, propensão.

e-Tec BrasilAula 7 – A evolução da gestão de materiais 47

Page 48: Livro_Patrimonio

Desta forma, as organizações sejam elas públicas ou particulares (fornecedo-

res) podem negociar sobre uma base mais clara e objetiva. Um fornecedor

pode ter a sua carteira de pedidos para uma organização pública aumentada

enquanto o governo pode obter produtos com maior confiabilidade na en-

trega. Assim se estabelece uma relação de parceria ganha-ganha.

A gestão de compras pode e deve desenvolver os fornecedores utilizando as

boas práticas de sua organização como, por exemplo, um sistema da qua-

lidade e um sistema de informações eletrônicas. Muitos fornecedores tra-

balham com pouca tecnologia ou ainda com controles manuais e arcaicos.

Essa prática inviabiliza a eficácia no controle de custos e consequentemente

aumenta os ricos de perdas.

Figura 7.1: Computador bolsa de valores, NasdaqFonte: http://olhardigital.uol.com.br

ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão Pa-

trimônio Público e algumas de suas implicações.

Atividade de aprendizagem• Pesquise o que diz a Lei 8.666 de 21 de junho de 1993 acesse o link:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666compilado.htm e verifique as modalidades de julgamento constantes no artigo 45º.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 48

Page 49: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil49

Aula 8 – Estoques na área pública

Nesta aula você aprenderá que os estoques podem ser classificados em

tipos, entenderá o valor que os estoques têm para os beneficiários e por

fim estudará o modelo simplificado de funcionamento de estoques.

Objetivos da aula: aprender sobre os tipos de estoques, a criação de valor

para os beneficiários e estudar sobre o funcionamento dos estoques.

8.1 Os diferentes tipos de armazéns e de estoques

É comum acontecer de se chamar estoques de armazéns, mas isto não é cor-

reto. Será que todos os armazéns são iguais? Será que todos os estoques são

iguais? A pergunta será respondida em partes. Vamos começar dizendo que

não. Os armazéns refletem a condição que os produtos em estoque exigem

da armazenagem. Outra questão está associada à finalidade dos estoques,

portanto os estoques também são diferentes. Então, o que diferencia os

tipos de estoques é a sua finalidade? Isto mesmo! Resumidamente temos

quatro tipos de estoques. Estoques de proteção, estoques intermediários,

estoques de ciclo, estoques de produtos acabados e uma variação deste

chamado de estoques de canal.

8.1.1 O que é estoque de proteção?É aquele que protege, no caso, a organização pública, contra a falta de insu-

mos necessários para o funcionamento dos processos. Este tipo de estoque

impede que a organização pare de transformar. Ele é formado pelos mate-

riais produtivos e improdutivos necessários. Normalmente são encontrados

nas entradas dos processos das organizações (estoques de entrada). Os esto-

ques de proteção servem para diminuir o risco e a incerteza do abastecimen-

to, que ocorre nas organizações e podem ser significativamente onerosos.

Normalmente são planejados para atender certos períodos de faltas.

Toda organização tem estoques por menores que eles sejam!

Page 50: Livro_Patrimonio

8.1.2 O que são estoques intermediários? São aqueles que ocorrem no meio do processo e são decorrentes dos des-

compassos que ocorrem entre as diversas etapas dos processos como: falhas

em equipamentos, ritmos diferentes de trabalho entre etapas nos processos,

não conformidades de qualidade nos materiais, absenteísmo e outras cau-

sas. Normalmente este tipo de estoque não é planejado.

8.1.3 O que são estoques de ciclo?São aqueles que ocorrem quando utilizamos as mesmas máquinas e equipa-

mentos para diversos processos. Pense num laboratório estadual que produz

medicamentos; onde encontramos vários tipos de máquinas e equipamen-

tos de uso comum para todos os produtos ali industrializados, uma máquina

para embalar pode processar todos os tipos de medicamentos. É preciso

produzir quantidades suficientes de medicamentos para atender aos benefi-

ciários enquanto um novo ciclo de bateladas é feita. Se mais de um tipo de

remédio é produzido, a batelada terá de ser suficientemente grande para su-

portar a demanda por todo o período até que se possa repetir a nova batela-

da do primeiro tipo de remédio feito, fechando um ciclo. Normalmente este

tipo de estoque é planejado para que o tempo, no qual os produtos produ-

zidos ficam disponíveis seja maior que o tempo necessário para o consumo.

Veja na figura 8.1 a representação de estoques de ciclo:

Figura 8.1: Representação de estoques de cicloFonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)..

Absenteísmo ou absentismo/absenteísmo

é usado para designar as ausências dos trabalhadores no

processo de trabalho, seja por falta ou atraso.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 50

Page 51: Livro_Patrimonio

8.1.4 O que são estoques de produtos acabados?A organização pública produz diversos tipos de produtos acabados que são

estocados. A água e os remédios são bons exemplos deste tipo de estoques.

Podem significar pronta resposta de atendimento aos pedidos e, portanto

rápido atendimento. Excesso de estoques de produtos acabados pode em

alguns casos significar prejuízos, assim como a falta de estoques significa a

falta do abastecimento ao público beneficiário.

8.1.5 O que são estoques de canal?Os estoques de produtos acabados, quando em trânsito e por longos perío-

dos são chamados de estoques de canal. Imagine o processo de vacinação.

Se o transporte demorar uma semana para transportar os remédios fica evi-

denciado o surgimento do estoque de canal. Lembre que os meios de trans-

porte devem oferecer as mesmas condições físicas existentes nos armazéns,

portanto são “armazéns em movimento”. Os diferentes tipos de modais de transporte apresentam diferentes tempos de percurso. Quando o tempo

gasto no trânsito é muito pequeno este tipo de estoque nem é considerado,

mas se o tempo for elevado deve ser considerado. Outro bom exemplo é a

quantidade de água existente nos tubos (rede de distribuição) que alimen-

tam um município.

8.2 Modelo de estoqueVamos estudar o funcionamento de uma caixa de água. Existe uma taxa de

vazão de entrada que chamaremos de Te, da mesma forma existe uma taxa

vazão de saída chamada de Ts. Dentro da caixa existe uma quantidade de

água, um estoque, que chamaremos de E.

Figura 8.2: O efeito regularizador dos estoquesFonte: Elaborado pelo autor

e-Tec BrasilAula 8 – Estoques na área pública 51

Page 52: Livro_Patrimonio

Vamos analisar três possíveis situações:

a) quando entra mais água na caixa do que sai;

b) quando entra menos água na caixa do que sai;

c) quando a quantidade de água que entra na caixa é igual a que sai.

Se Te é maior do que Ts é facil perceber que o nível do estoque cresce. Re-

presentado o esquema teríamos

Te > Ts então E aumenta

A segunda possibilidade analisa o que ocorre quando Te é menor do que Ts,

então o estoque diminui. Representado o esquema teríamos:

Te < Ts então E diminui

Na terceira situação temos uma condição de equilíbrio, onde a entrada de

água corresponde a saída de água e, portanto, o estoque não cresce. Repre-

sentando teríamos:

Te = Ts então E permanece no mesmo nível

Apesar de não manifestarmos neste momento opiniões sobre as duas pri-

meiras situações a terceira situação parece ser a propositalmente desejada,

pois aponta para uma condição de estabilidade. É mais fácil gerenciar algo

estável do que instável, portanto é preferível administrar uma organização

em uma situação de estabilidade do que em uma situação de instabilidade.

Processos sob controle e estáveis permitem ações planejadas de melhoria

contínua. A busca pela estabilidade se apresenta como um dos maiores de-

safios para o gestor de materiais.

Atuando desta forma a gestão de materiais proporciona condições de esta-

bilidade para a Administração, que por sua vez procura conciliar as diferen-

ças entre a demanda e a oferta. Um mau sistema de gestão de materiais se

reflete pelo aumento da dificuldade ao gestor, podendo até gerar prejuízos

consideráveis aos beneficiários da organização pública.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 50

Page 53: Livro_Patrimonio

8.3 Estoques como valor para o beneficiárioOutro grande desafio da gestão de materiais é conciliar os tempos de rea-

bastecimento, com os volumes necessários, com a qualidade especificada no

pedido de compras e com custos competitivos. Esta complexidade de fatores

aumenta o desafio de se trabalhar com os processos de gestão, exigindo

profissionais altamente qualificados e com uma visão sistêmica e holística

da organização pública.

As modernas administrações dirigem seus esforços para acrescentar valor

aos produtos e serviços por ela produzidos. Acrescentar valor se dá por meio

de operações que melhoram os produtos e serviços, adicionando caracterís-

ticas que os beneficiários creditam como valor.

O valor de um produto ou serviço é “percebido” pelo beneficiário

O valor associado ao produto ou serviço é entregue por meio de políticas públicas como valor final ao beneficiário. A diferença entre o custo de

aquisição de um produto ou serviço, a disponibilização e entrega deste

produto/serviço corresponde a margem de valor que o produto/serviço

produz.

ResumoNesta aula, você iniciou o estudo sobre tipos de Estoques e algumas de

suas implicações. Aprendeu como o valor dos estoques é percebido pelos

beneficiários.

Atividade de aprendizagem • Qual dos quatro tipos de estoque apresentados corresponde ao exemplo

da caixa de água? Discuta com seus colegas.

e-Tec BrasilAula 8 – Estoques na área pública 51

Page 54: Livro_Patrimonio
Page 55: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil55

Aula 9 – Estoques

Nesta aula você aprenderá que os estoques podem ser classificados

de formas diferentes e compreenderá a relação da quantidade a ser

estocada, com o tempo que os bens ficarão estocados e a necessária

forma de controle sobre os itens estocados.

Objetivos da aula: expandir a interpretação do que é estoque, relacionando

os fatores tempo com quantidade e com sistemas de controle.

9.1 O que são estoques? Na aula anterior explicamos os tipos de estoques. Agora vamos aprofundar

a questão. Uma forma bastante simples de responder a esta questão é por

meio do conceito de acumulação. Portanto, estoque é a acumulação de

algo. O que será este “algo”? Dentro da administração este “algo” pode ser

chamado de objeto transformado ou ainda de recurso a ser transformado,

assim podemos ter estoques de:

• Materiais;

• Informações;

• Beneficiários (consumidores).

A ideia mais simples ao pensar em estoques é a de bens tangíveis, objetos

comprados e guardados para uso posterior.

Outra forma mais recente de se pensar sobre estoques é extender seu con-

ceito e aplicação para informações. Veja o caso da companhia de energia e

eletricidade de seu estado, em todos os domicílios consumidores de energia

elétrica dos estados estão armazenados e cadastrados nos bancos de dados

da Companhia. Outro exemplo é o seu RG, o seu CPF que são informações

e são estocados. Este conjunto de informações armazenadas pode ser pro-

cessadas para diversos fins.

Page 56: Livro_Patrimonio

Figura 9.1: Rede ElétricaFonte: http://www.bohnen.com.br

Um ponto bastante polêmico é pensar em estoques de pessoas (os benefi-

ciários), porém se pensarmos que uma fila é um estoque não fica mais difícil

pensar em pessoas como estoques. Este ponto é polêmico, pois envolve uma

questão ética. Tratar pessoas como objetos é uma grave falha do gestor pú-

blico. Ao tratar pessoas é preciso uma atenção especial, o gestor necessita

outras competências adicionais. Se a Secretaria de Saúde planeja atender

pessoas em um posto médico, provavelmente haverá uma fila, na Secretaria

de Educação se deve pensar nas filas para matrículas dos alunos, portanto

outro estoque. O Tribunal Eleitoral organizará atendimento à população e

gerenciará filas. Filas são estoques em movimento. Veja que foi apresenta-

da a você a ideia dos estoques em movimento. Vamos nos concentrar um

pouco mais na questão dos estoques físicos referentes a materiais tangíveis.

O gestor deve cuidar ao objetificar pessoas como estoques.

Os estoques também podem ser compreendidos sob outra forma de análise,

uma relacionada a materiais necessários para a atividade fim do órgão pú-

blico e outra relativa a materiais não relacionados a atividade fim (atividade

meio).

Mas o que é atividade fim e atividade meio? Para simplificar vamos pen-

sar em um item comum achado em vários órgaõs públicos, a tinta para

impressoras. Se um órgão público tem por finalidade prestar serviços de im-

pressão de documentos e imprime todos os contra-cheques do funcionalis-

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 56

Page 57: Livro_Patrimonio

mo público, esta tinta está diretamente ligada a atividade-fim do órgão, que

é imprimir os contra-cheques. Já para outra organização pública qualquer,

como por exemplo, uma Secretaria de Transportes, que comprasse a mesma

tinta de impressora, este item poderia ser classificado como não relativo a

atividade-fim, pois o objetivo do órgão não é ser centro de impressões de

documentos, muito embora seja necessário imprimí-los. Esta divisão apre-

sentada pode ser também entendida como estoque de bens produtivos e

bens improdutivos.

9.2 Tempo, quantidades e controlesOs estoques trazem ao gestor algumas preocupações como: Quanto pedir?

Quando pedir? Como controlar o sistema?

A questão de quanto pedir pode ser facilmente compreendida se usarmos

como exemplo a nossa vida pessoal. Por mais que você coma pão todo dia,

nenhum de nós compraria em uma única vez, pão na quantidade que come-

mos em um mês, pois sabemos que não adianta comprar pão desta forma,

pois o mesmo irá envelhecer e será desperdiçado antes que o usemos.

Porém a questão agora passa para outro ponto, será que eu tenho a verba

suficiente e necessária para fazer esta compra? Pode ser que não tenha este

dinheiro. Também é necessário pensar no local para armazenar, será que

cabe no meu depósito? Isto traz em discussão a questão da frequência das

compras.

Então com que frequência devemos efetuar as compras?

Vamos ver a segunda questão, quando pedir? Aqui também podemos pen-

sar no exemplo de nossas vidas como uma simples referência. Se eu con-

sumo uma caixa de leite do tipo longa vida por semana, as compras feitas

posteriormente a uma semana implicarão na falta do item. A questão de

como controlar merece um pouco mais de atenção e cálculo. Para isto são

necessários sistemas computacionais.

Sistemas computacionais permitem controles precisos de quantidades, prazos e validades sobre os itens em estoque.

e-Tec BrasilAula 9 – Estoques 57

Page 58: Livro_Patrimonio

A tecnologia hoje oferece diversos modelos de sistemas de controle. Existem

técnicas de previsão que permitem ao gestor determinar os períodos nos

quais deverão ser feitas as compras. As técnicas de previsão devem considerar

as variações cíclicas e sazonais e os períodos de validade.

9.3 Formas de controle de itens em estoqueOs produtos estocados podem ter características que afetem a forma como

são controlados. Se um produto se apresenta estável em suas características

físicas, ou seja, não é afetado (inerte) com o passar do tempo o gestor pode

controlar de uma forma mais simples. Os últimos itens podem ser misturados

com os já existentes sem que isto represente problemas. Outros itens podem

sofrer ação do tempo, neste caso devem ser respeitados os prazos máximos de

armazenagem que ainda garantem o uso do produto em condições (validade).

Os primeiro materiais podem ser controlados pelo sistema Último o que Entra é

o Primeiro que Sai – UEPS, e o segundo tipo pode ser controlado pelo sistema

Primeiro o que Entra é o Primeiro que Sai – PEPS. Uma variação do sistema PEPS

é chamada de o Primeiro que Expira (validade) é o Primeiro que Sai.

Outra forma de controle dos itens em estoque é chamada de curva ABC. A

curva ABC é uma classificação econômica dos itens em estoque. Como os

valores e as quantidades variam significativamente quando é calculado um

fator.

ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão

Patrimônio Público e algumas de suas implicações. Além disto, você teve

contato com o elemento de ligação desta unidade com a próxima, que vai

aprofundar o tema sobre materiais. Lembre-se que os temas são relacionados,

quem cuida de patrimônio acaba se envolvendo com a administração de

materiais. E também aprendeu mais sobre estoques e como os fatores

tempo e frequência interferem nas escolhas relacionadas à quantidade a ser

estocada, com o tempo que os bens ficarão estocados e a necessária forma

de controle sobre os itens estocados.

Sazonaladj. Relativo à estação do ano,

à sazão.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 58

Page 59: Livro_Patrimonio

Atividade de aprendizagem• E o atendimento ao cidadão? Como fica? Assista a matéria do “Jornal

Nacional” da rede Globo disponível no link: http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL644934-10406,00-HOSPITAL+PUBLICO+SOBRE+DENUNCIAS+EM+TERESINA.html Qual sua opinião

sobre tratar gente como estoque?

e-Tec BrasilAula 9 – Estoques 59

Page 60: Livro_Patrimonio
Page 61: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil61

Aula 10 – Custos de estoques e dinâmica de estoques

Nesta aula você aprenderá sobre os diferentes tipos de custos associados

aos estoques e a dinâmica associada a eles.

Objetivos da aula: Estudar sobre a formação de custos associados a

estoques e compreender a dinâmica associada às decisões do gestor

sobre os volumes a serem comprados, relacionando custos e volumes.

10.1 Custos associados aos estoquesManter estoques custa dinheiro sem dúvida. Para uma melhor compreensão

deste assunto é preciso começar a separar estes custos. Vamos começar pelo

custo de obtenção, ou seja, o custo de comprar. A apropriação de custos em

uma estrutura pública pode ser compreendida da mesma forma que ocorre

em uma organização não pública. A nova lei da contabilidade unificou este

conceito. Esta é uma boa prática que permite clarificar e dar transparência

as ações dos gestores públicos. Normalmente as organizações não públicas

buscam continuamente a redução de seus custos para que se mantenham

competitivas frente a concorrência.

Gestão de custos é muito importante!

Porém nas organizações públicas, esta busca frenética por redução de cus-

tos, não ocorrre com a mesma intensidade. Não existe concorrência entre

organizações públicas, uma não precisa ser melhor do que a outra. Este tipo

de visão é antiquada e ultrapassada. Por que então ser melhor? Uma res-

posta simples. Pelo povo! Embora esta não seja ainda uma preocupação em

escala diferente das organizações não públicas, ela existe e a falta dela pode

ser punida pelos orgãos competentes como crime de prevaricação.

Nas organizações não públicas o cuidado com o gasto do dinheiro é feito

com maior cautela por que afeta diretamente o dono da organização. Na

organização o controle é feito de forma coercitiva por meio de leis. A estru-

tura de custos públicos carece de acompanhamento que considere o fator

competitividade, isto implica em certa acomodação da máquina pública.

O efeito equivalente que o mercado produz sobre empresas não públicas

(concorrência) o governo deve produzir por meio de leis.

CoerçãoAto de constranger alguém a fazer alguma coisa.

Page 62: Livro_Patrimonio

Vamos voltar a questão dos custos. Comprar também custa, tente estabe-

lecer o quanto pode custar montar um processo licitatório, este é um bom

exercício de gestão. Na aula anterior vimos que podem ser necessárias com-

pras seguidas. O gestor público pode ter a falsa sensação que comprar não

custa, por já estar nos custos da instituição. Isto é um erro. Outro custo a ser

contabilizado é decorrente da perda dos descontos de preços. Se eu comprar

em quantidade, posso negociar um desconto, posso barganhar.

Barganhar não é errado.

O custo da falta de estoques também é significativo, principalmente, sob o

cunho do descumprimento de políticas de governo. Outro custo importante

é o custo do capital de giro, lembre que o dinheiro parado também custa, se

eu não tenho o dinheiro posso ter que pedir emprestado.

Agora vamos pensar no custo de armazenagem, o custo da estrutura física,

prédios, equipamentos, pessoas, tecnologia, informação, materiais de con-

sumo e alimentação.

Figura 10.1: ArmazémFonte: www.shutterstock.com

Aos estoques podem ser incorporados ainda custos de obsolecência e custos

de ineficiência operacional. Como vocês puderam ver, são vários os custos

relacionados aos estoques. Antes de aprofundarmos a questão vamos anali-

sar o comportamento dos estoques. Volte e reveja o modelo da caixa d’água.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 62

Page 63: Livro_Patrimonio

10.2 Dinâmica dos estoquesO primeiro ponto a ser definido é a quantidade (volume) de pedido (com-

pras a serem feitas) que chamaremos de Q. Na figura abaixo Q representa

o ponto máximo que alcança o nosso estoque. Q vai ser representado em

unidades de medida (peças, metros, litros, quilos, ou qualquer outra unidade

de armazenagem). A letra D representa a demanda ou consumo. Portanto

se partirmos do ponto Q na medida em que o consumo D ocorre o nível do

estoque diminui até chegar a zero.

Figura 10.2: Representação gráfica da dinâmica dos estoquesFonte: Elaborado pelo autor

Para melhores esclarecimentos sobre esta parte consulte o capítulo 10 do

livro Administração de Materiais e Recursos Materiais de Martins e Alt., edi-

tora Saraiva, 2006.

Para facilitar a representação gráfica foi estabelecido que o consumo é fixo,

portanto, a cada unidade de tempo (segundo, minuto, hora, dia, etc) a mes-

ma quantidade será consumida e, assim, o nível de estoque gradativamente

diminuirá a uma taxa constante. Analise o gráfico e veja a reta que mostra

e-Tec BrasilAula 10 – Custos de estoques e dinâmica de estoques 63

Page 64: Livro_Patrimonio

este consumo. Esta reta representa a taxa de consumo (quantidade de al-

gum item consumida por unidade de tempo). É possível relacionar o par de

informações (quantidade e tempo) e como ponto de destaque temos um

instante quando o estoque é zerado (0).

Outro ponto que merece ser conhecido é a metade do valor de Q (Q/2 é

chamado de estoque médio). Este ponto tem importância para o cálculo a

ser apresentado adiante, por hora não se esqueça dele. Se após atingir o

ponto de mínimo que corresponde ao zero (0) houver um reabastecimento

instantâneo de estoque na quantidade Q e se mantendo o mesmo consumo

se estabelece um ciclo representado pela curva “dente de serra” mostrada

no gráfico. Se o nível de estoque Q é diminuído pela demanda D de forma

contínua haverá um instante em que novamente atigiremos o ponto nulo, a

diferença entre estes dois instantes permite calcularmos o intervalo de tem-

po correspondente a cobertura do estoque, a isto chamaremos de tempo

consumo.

Observe a figura 10.3 a seguir, ela representa a mesma situação, porém a

dinâmica é diferente. Repare que são novos limites, que a demanda é igual,

mas que a quantidade comprada é outra, portanto o intervalo de tempo de

cobertura se alterou.

Figura 10.3: Dinâmica de EstoquesFonte: Elabora pelo autor

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 62

Page 65: Livro_Patrimonio

Observe também que o valor de Q/2 (estoque médio) é menor agora. Refli-

ta um pouco sobre isto.

ResumoNesta aula, você aprendeu sobre os custos de se manter itens em estoque e

suas implicações.

Atividades de aprendizagem1. O que é crime de prevaricação? Conheça o conceito, no artigo 319 do

Código Penal. ANOTE!

2. Pesquise sobre precatórios. O que são? Para que servem?

e-Tec BrasilAula 10 – Custos de estoques e dinâmica de estoques 63

Page 66: Livro_Patrimonio
Page 67: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil67

Aula 11 – Logística e cadeia de suprimentos

Nesta aula você encontrará as definições para a velha logística e para

a nova logística, terá oportunidade de estudar o que é cadeia de

suprimentos.

Objetivo da aula: Iniciar os estudos sobre logística e a extensão do

conceito que levou a criação da chamada Cadeia de Suprimentos, os

fatores que levaram ao renascimento da logística.

11.1 Logística Mas o que é Logística? A Logística não é algo nada novo. A logística é bas-

tante antiga e tem características militares. Antes de se entrar em guerra

com outro reino os senhores da guerra mandavam espiões na frente que

estudavam o território inimigo. Um grupo de batedores seguia logo após

para preparar o território, para receber os responsáveis pelas estruturas de

apoio, barracas, cozinhas, fortificações e somente depois o grande exército

se movia em segurança. Era preciso provisionar o exército para se assegurar

o êxito da campanha.

Figura 11.1: Segunda Guerra Mundial (1939-1945)Fonte: www.shutterstock.com

A logística é tão antiga quanto as organizações.

Page 68: Livro_Patrimonio

A arte da guerra ganhou velocidade e dinamismo durante a segunda guerra

mundial com a blitzkrieg alemã também conhecida por “guerra relâmpa-

go”. O objetivo era invadir com o exército rapidamente para não dar tempo

de reação ao oponente. Com isto os processos logísiticos militares se acele-

raram significativamente. O fator tempo passou a ser decisivo na conquista.

Com o fim da II guerra mundial os exércitos foram fortemente desmobi-

lizados, as organizações públicas e civis receberam muitos ex-oficiais dos

exércitos (vencedores e vencidos). A influência militar na administração pode

ser atribuida como um ponto de partida para o aprimoramento desta prática

nas modernas organizações.

No pós guerra as organizações adotaram práticas militares em seus processos administrativos.

O conceito atual de logísitica envolve questões diferentes: onde antes havia

exércitos em guerra, hoje temos organizações públicas ou privadas tentando

chegar aos seus beneficiários (clientes). O objetivo não é conquistar o território

alheio, mas sim atender ao beneficiário rapidamente.

A logística posiciona os produtos (itens) para uso dos beneficiários.

Outra questão da nova logística é atuar para criar valor para o beneficiário.

Criar valor para o beneficiário é um dos objetivos da gestão pública. Este não

é um curso sobre políticas públicas, porém a existência da logísitica como

a temos hoje é decorrente deste pensamento. A logística deve estar ligada

diretamente as políticas públicas e se traduzir em ações necessárias para que

estas políticas se realizem, isto cria valor para os beneficiários.

As ações logísticas viabilizam os desejos dos beneficiários.

Mas qual é a relação entre compras e logística se estamos falando sobre políticas

públicas? Tenha em mente que as organizações devem ser vistas como um

sistema complexo e as boas práticas de gestão obtidas devem ser usadas no

atendimento aos beneficiários, assim o resultado será melhor para o sistema.

Ver a organização como um sistema significa ver a inter-relação entre cada uma

das partes de uma organização, compreender que um efeito produzido sobre

uma parte produz resultados sobre outras partes. Complexo significa que uma

organização é feita de diversas partes e que a constituição destas partes não

é simples. Complexo não é sinônimo para complicado. Complicado significa

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 68

Page 69: Livro_Patrimonio

algo de difícil solução. Boas práticas são aquelas que servem de exemplo. Boas

práticas de gestão devem ser copiadas, adaptadas e aplicadas para que se

possa fazer a melhoria contínua dos processos e obter melhores resultados para

produtos e serviços.

11.2 Mas o que é cadeia de suprimento?Nada melhor do que uma imagem para exemplificar o conceito. Veja na

figura abaixo o sentido da cadeia de suprimentos:

Figura 11.2: Cadeia de SuprimentoFonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)

A cadeia de suprimentos é a relação existente desde a camada mais externa

de fornecedores em direção a camada mais externa de beneficiários. A ca-

deia transcende a simples organização. É uma visão maior do serviço e para

que funcione os modelos de gestão devem ser modificados, caso contrário

não haverá o ganho sinergético que a cadeia proporciona. Você deve com-

preender que usaremos o termo logística, de forma atual, para se referir

a todo o processo envolvendo desde fornecedores de fornecedores (2ª ca-

mada) até beneficiários de beneficiários (2ª camada), o que cooresponde a

“Gestão da Cadeia de Suprimentos” na figura.

As primeiras unidades se referem a gestão de compras e correspondem

ao apresentado na figura acima, ou seja a relação entre o fornecedor de 1ª

camada e a unidade pública.

e-Tec BrasilAula 11 – Logística e cadeia de suprimentos 69

Page 70: Livro_Patrimonio

ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão Patri-

mônio Público e algumas de suas implicações. Além disto, você teve contato

com o elemento de ligação desta unidade com a próxima, que vai aprofun-

dar o tema sobre materiais. Lembre-se que os temas são relacionados, quem

cuida de patrimônio acaba se envolvendo com a administração de materiais.

Atividade de aprendizagem1. Analise o vídeo sobre as eleições no Brasil, assista em: http://www.tse.

gov.br/internet/institucional/o_tse_video.htm

2. Pesquise o termo blitzkrieg em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Blitzkrieg como ela se parece com a atual logística. Estabeleça um paralelo entre elas.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 70

Page 71: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil71

Aula 12 – O renascimento da logística

Nesta aula você, aluno encontrará os aspectos relacionados ao chamado

renascimento da logística. A influência dos sistemas de gestão da

qualidade na logística e os impactos da gestão neoliberal sobre a mesma.

Objetivos da aula: Estudar a evolução histórica da logística e mais

recentemente as influências que ela recebeu dos sistemas de gestão pela

qualidade o do pensamento neoliberal.

12.1 Renascimento da logísticaComo vimos a logística não é algo novo, na verdade é algo muito antigo.

Mas porque a logística ganhou força na atual administração das organi-

zações públicas e não públicas? Na verdade estamos vivendo a década da

logística. Para responder a esta questão é preciso entender o contexto das

organizações em dois momentos distintos.

Figura 12.1: Transporte rudimentarFonte: www.shutterstock.com

Como visto na fase do pós-segunda guerra mundial havia um desequilíbrio

nas relações entre oferta e demanda em favor da oferta. Quem detinha o

poder de produção definia os volumes, modelos e ciclos de vida dos produtos.

Rapidamente o desequilíbrio passou para o lado da demanda o que obrigou as

organizações a buscar alternativas para superar as dificuldades em um contex-

to que passava da situação de desabastecido para a situação de abastecido. O

poder passou para o lado dos consumidores (clientes ou beneficiários).

Page 72: Livro_Patrimonio

A partir de 1960, as teorias administrativas emergentes defendiam que as práti-

cas organizacionais precisariam deixar de focar na eficiência e buscar a eficácia.

Não importava mais fazer bem feito, mas sim fazer o que deveria ser feito.

Antes da década de 1980 a questão logísitica tinha apenas o enfoque econô-

mico, as organizações públicas viam a questão logística, apenas como uma mal

necessário, o custo do transporte e da armazenagem eram administrados sem

muito foco, era difícil quantificar os custos da (in)satisfação dos beneficiários. Na

década de 1970, o preço do petróleo disparou, houve dois grandes choques do

petróleo com o barril aumentando de preço de U$2,00 para U$17,00, causando

sérios transtornos aos países emergentes e entre eles o Brasil.

Figura 12.2: Plataforma de petróleoFonte: www.shutterstock.com

A logísitica estava adormecida, pois não se via ganhos, apenas custos com os processos logísticos.

Outro fator que impedia o ranascimento da logística era a falta de suporte

computacional, os computadores eram caros e de baixa capacidade de

processamento, exigiam ambientes caros, controlados e operadores especialistas.

Os recursos lógico-matemáticos empregados eram rudimentares.

A partir da década de 80 ocorreram diversas mudanças que atuaram de for-

ma a impulsionar a logística no mundo como a temos atualmente.

12.2 A influência dos sistemas de qualidade na logística

Na busca por eficácia, sem perder a eficiência, aparecem na década de 1970-

1980 os sistemas de gestão baseados na qualidade, com destaque no caso

brasileiro com a criação da Fundação Nacional da Qualidade e do Prêmio

Nacional da Qualidade, vulgarmente conhecida como NBR ISO9000.

Figura 12.3: ComputadorFonte: www.shutterstock.com

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 72

Page 73: Livro_Patrimonio

Os ganhos que as organizações públicas tiveram, levaram-nas a adotar

sistemas de gestão pela qualidade isso permitiu que muitas organizações

criassem uma vantagem significativa para seus beneficiários. Passados quase

trinta anos desde a criação no Brasil do Prêmio Nacional da Qualidade –

PNQ, as organizações públicas, mudaram seu paradigma e adotaram

sistemas baseados na gestão pública pela qualidade. Estas organizações se

encontram em posição de destaque perante os demais orgãos públicos.

Figura 12.4: Selo de Certificação de Finalista e troféu Prêmio Nacional da QualidadeFonte: http://www.albras.net/certificacoes.htm http://www.fnq.org.br/site/397/default.aspx

A gestão pela qualidade suporta os processos logísticos, pois coloca a satisfação do beneficiário como elemento principal.

12.3 A desregulamentação do setor logísticoO chamado movimento neoliberal é uma reedição do movimento liberal in-

glês. O neoliberalismo defende e a diminuição do tamanho do estado e o

aumento do poder do mercado, o mercado deve se autoregular e o estado

não deve interferir.

A onda neoliberalizante favoreceu a que o setor de transportes fosse desre-

gulamentado, basta lembrar da concessão da malha ferroviária federal ini-

ciada em 1992 e concluída em 1998 ou dos pedágios nas rodovias federais.

Na atual crise financeira existem pensadores que criticam a posição neolibe-

ral e apontam-na como a causadora desta crise.

O neoliberalismo se opõe ao poder centralizador do estado, iniciou-se na

Inglaterra durante o governo da primeira ministra Margareth Tatcher e teve

o presidente norte-americano Ronald Regam como seu grande aliado.

1.Aprenda mais sobre a norma NBR ISO9000, procurando na internet nolink: http://www.inmetro.gov.br

2.Outro destaque nos sistemas de gestão da qualidade pode ser estudado no “Premio Nacional da Qualidade” Pesquise no link: http://www.fnq.org.br/site/292/default.aspxe veja quais órgãos públicos venceram o Prêmio Nacional da Qualidade e em que ano.

Para ampliar seu conhecimento sobre fatos históricos da privatização na administração pública acesse os endereços: http://www.rffsa.gov.br/Privatiz/pd.htm e http://www.antt.gov.br/legislacao/basica/index.asp

e-Tec BrasilAula 12 – O renascimento da logística 73

Page 74: Livro_Patrimonio

A gestão neoliberal favoreceu a desregulamentação das operações dos modais logísticos. Essa forma de gerir coloca a satisfação do beneficiário como elemento principal.

A explosão do mercado de informática com a maciça adoção da arquitetura

computacional descentralizada, o crescente aumento da capacidade de pro-

cessamento computacional, o significativo incremento nos sistemas de tele-

comunicações fixas e móveis, a drástica redução de preços de computadores

ocorrida (por exemplo, custavam U$1.500,00 e hoje custam U$500,00), as

facilidades de uso de interfaces amigáveis entre o computador e o usuário, o

aparecimento da internet como opção para negócios são alguns fatores que

impulsionaram a logística na última década.

Sistemas computacionais permitem identificar e rastrear cargas com muita facilidade.

Com a adoção das boas práticas de gestão em curto espaço de tempo a

logísistica se apropriou rapidamente do uso de indicadores para medir os

processos, da adoção de pesquisas de satisfação junto aos beneficiários, da

padronização das atividades e processos, do uso de ferramentas da quali-

dade, estes foram mais alguns fatores de suporte ao desenvolvimento dos

modernos processos logísticos.

A mudança estratégica ocorrida nas organizações permitiu a criação de parce-

rias e alianças entre as empresas públicas, processos de uso compartilhado de

rotas e equipamentos tem se mostrado uma opção muito criativa e proveitosa.

ResumoNesta aula, você teve oportunidade de estudar os fatores interferentes no

renascimento da logística e algumas de suas implicações.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 74

Page 75: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil75

Aula 13 – A competência logística e o trabalho da logística

Nesta aula você encontrará as definições sobre competência e habilidades

logísticas e a forma de divisão existente sob o que se chama logística.

Objetivos da aula: Estudar sobre os conhecimentos que um gestor deve

ter sobre as operações logísticas e expandir a percepção sobre as diversas

partes que compõe a logística.

13.1 Competências e habilidadesEmbora sejam empregados como sinônimos competência e habilidade são

diferentes:

Habilidade é a capacidade de executar alguma operação como, por exem-

plo, andar de bicicleta, emitir um pedido de compras, ou escrever (copiar)

uma carta. O habilidoso sabe apenas executar uma ação.

Competência se situa num patamar acima, a competência exige uma for-

mação maior do indivíduo e o resultado da ação do mesmo também é su-

perior. É competente quem sabe executar uma ação e sabe por que deve

ser feito daquela maneira e não de outra. É competente quem sabe ensinar

alguém a desenvolver uma habilidade. O competente sabe julgar e decidir

pela melhor resposta a um problema.

A Logísitica exige um profissional em constante aprendizagem.

Competência em logística significa atender aos beneficiários, conforme o

grau de serviço acordado. Uma organização é competente em logística se

na avaliação de seu beneficiário ela fornece um serviço superior, de forma

contínua ao menor custo possível.

Uma maneira de se medir a competência logística de uma organização é por

meio da capacidade que esta organização tem de criar valor para o benefici-

ário. Criar valor significa entender e atender sua necessidade. De uma forma

resumida ser competente logísticamente significa cuidar dos aspectos do

beneficiário como se fossem seus, com eficiência e eficácia. Partindo da ideia

que uma organização pública é um sistema, a logística deve ser integrada na

Page 76: Livro_Patrimonio

organização e as suas ações devem ser articuladas para o atendimento das

necessidades de seus beneficiários.

13.2 A divisão do trabalho na logísticaO trabalho da logística pode ser dividido em cinco partes: a parte que cuida

do projeto da rede logística, a parte responsável pelos sistemas de infor-

mações necessários, a parte que cuida dos sistemas de transportes, a parte

responsável pelo gerenciamento de todos os estoques e por fim a parte res-

ponsável pelas atividades de armazenagem, embalagem e manuseio de ma-

teriais. Um ponto de partida é que organizações públicas devem reconhecer

a necessidade de cooperar com outras organizações públicas para alcançar

um processo logístico de excelência. Um exemplo disto é a justiça eleitoral,

a qual presta serviços de votação, por exemplo, para escolas ensinarem seus

alunos a votarem usando as urnas eletrônicas.

Logística exige competência e reconhecimento operacional!

Vejamos a divisão do trabalho em logística:

• Projeto de rede - objetiva determinar os tipos e quantidades de instalações

empregadas, sua localização e o tipo de trabalho a ser executado em cada

uma delas. Como as organizações estão em constante mudança, um bom

projeto de rede deve prever as modificações de forma estratégica. É frequen-

te haver área disponível nas estruturas logísticas para serem ampliadas e

construídas. Pense na distribuição de remédios a população, existe uma uni-

dade centralizada de produção de remédios, que os distribui aos municípios,

que por sua vez os distribui aos postos de atendimento público e hospitais.

• Sistema de informação - está diretamente associada com a política de

atendimento aos beneficiários. Os sistemas de informação processam infor-

mações e permitem a tomada de decisão sobre a estrutura logística. Para

que funcione bem a informação tem de ser verdadeira, deve ser entregue a

pessoa correta e em tempo hábil. O fator tempo e o fator custo determinam

o nível de serviço a ser entregue ao beneficiário e é desta forma que ele

percebe o valor criado pela logística. A atual tecnologia disponível permite

atender aos mais exigentes requisitos dos beneficiários (informação). O gran-

de problema é a qualidade da informação, pois um sistema rápido carrega e

processa erros apenas de forma mais rápida. Erros podem resultar em falta

ou excesso de itens. Uma grande dificuldade hoje está na falta de pessoal

qualificado em operar os sistemas de informação, os quais estão mais com-

plexos a cada dia.

Para exemplificar este caso pesquise como os “Correios”

rastreiam as encomendas, verifique no sítio dos correios em

http://www.correios.com.bre veja como se faz o

rastreamento de cargas e documentos.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 76

Page 77: Livro_Patrimonio

O sistema de transportes é definido como a área operacional que posiciona

os estoques. É a área com maior facilidade na apuração de custos. O custo

em transporte pode ser definido, como o pagamento pela movimentação

de produtos entre dois pontos geográficos e o pagamento com as despesas

relacionadas com o gerenciamento e manutenção do estoque em trânsito.

Velocidade do transporte é o tempo necessário para completar uma movi-

mentação específica.

Serviços rápidos significam custos de transporte maiores e custos de esto-

ques menores. Portanto, é necessário contra balancear os dois custos e verifi-

car qual é a melhor relação, e se esta relação é aceita pelo nosso beneficiário.

A consistência do transporte é definida como a capacidade de se manter

variações operacionais mínimas para os tempos de movimentação, ou seja,

se uma empresa de São Paulo leva seis horas para entregar uma carga em

Curitiba, o serviço de transporte será considerado consistente se sempre

levar as mesmas seis horas. Variações na consistência das entregas signifi-

cam que as empresas públicas precisam de estoques de proteção maiores e,

consequentemente, maiores custos investidos.

Combinações entre velocidade e consistência formam no imaginário do be-

neficiário uma percepção sobre a qualidade dos serviços prestados.

A qualidade logística só se materializa após ser percebida pelo beneficiário.

A necessidade e o tamanho dos estoques dependem da estrutura de rede

criada e do nível de serviço estabelecido. O objetivo é fornecer um nível de

serviço ao menor custo possível. Excessos de estoques escondem problemas

de competência gerencial e de desempenho da rede. Estratégias de logística

servem para manter o mínimo de recursos financeiros sob forma de esto-

ques. Entregas consistentes e rápidas podem depender de estoques locais.

A armazenagem, o manuseio e a embalagem consistem nas operações de

carga e descarga, na sua separação e no seu sequenciamento até o destino

final. Operações e seleção de pedidos, consolidação de cargas de produtos

também são frequentes.

Gerenciamento de estoque é a parte operacional que cuida dos controles de

entrada e de saída dos produtos armazenados. A gestão de estoques é im-

e-Tec BrasilAula 13 – A competência logística e o trabalho da logística 77

Page 78: Livro_Patrimonio

portante porque muitas coisas podem acontecer nos armazéns que podem

comprometer os produtos lá armazenados.

Por fim, a gestão dos armazéns cuida das operações de carga e descarga,

dos serviços de separação e coleta dos diversos pedidos. No caso dos remé-

dios imagine que os despachos para os diversos municípios são diferentes

em quantidades e variedades de remédios.

ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre competências

logísticas e algumas de suas implicações.

Atividades de aprendizagem • Pesquise como se dá a distribuição de remédios na sua cidade e no Posto

de Saúde do seu bairro. De que órgão eles são oriundos e como são dis-

tribuídos para a população. Há falta de remédios? De quanto em quanto

tempo o posto recebe medicamentos da central de medicamentos do

governo? Os medicamentos chegam com frequência? Anote. Descubra

o que é rede do frio?

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 76

Page 79: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil79

Aula 14 – Objetivos operacionais

Nesta aula você aprenderá o que são objetivos operacionais e como o

gestor deve medir os resultados dos processos logísticos.

Objetivos da aula: Estudar o que são indicadores e objetivos operacionais

e como um gestor deve se apropriar deles para sua gestão.

14.1 Objetivos operacionais X indicadores operacionais

Na década de 1960, Peter Drucker afirmava que não se administra o que

não se mede. Para ele tudo deveria ser medido, pois caso contrário não

poderia ser gerido. Com base no ensinamento de Drucker um bom gestor

deve se preocupar em obter informações sobre os processos sob sua respon-

sabilidade, pois um processo logístico precisa ser planejado e comparado, e

para tanto deve utilizar indicadores. Os indicadores são obtidos a partir do

estudo dos objetivos operacionais. Bowersox e Closs (2001) sugeriram um

conjunto de seis indicadores a serem aplicados nas operações logísticas. Eles

permitem a análise das atividades.

Os indicadores são: resposta rápida, variância mínima, estoque mínimo, con-

solidação da movimentação, qualidade e apoio ao ciclo de vida.

Resposta Rápida é a habilidade da organização em satisfazer as exigências

dos clientes em tempo hábil. O nível de serviço ao cliente é determinado pela

relação da rapidez com o fator custo. Imagine a distribuição de remédios em

uma situação de epidemia.

Figura 14.1: TempoFonte: www.shutterstock.com

Peter Ferdinand Drucker, (19 de novembro de 1909, em Vienna, Áustria - 11 de novembro de 2005, em Claremont, Califórnia, EUA), filósofo e economista. É considerado como o pai da administração moderna, sendo o mais reconhecido dos pensadores do fenômeno dos efeitos da globalização na economia em geral e em particular nas organizações - subentendendo-se a administração moderna como a ciência que trata sobre pessoas nas organizações, como dizia ele próprio. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Drucker

Page 80: Livro_Patrimonio

Variância Mínima é resultado de qualquer acontecimento inesperado que

perturbe o desempenho do sistema. Um dos objetivos do gestor em logística

é diminuir ou eliminar as causas das variações temporais em seus processos.

Imagine a distribuição de alimentos para as escolas públicas, se houver mui-

ta variância pode ocorrer falta de alimentos em um período e excesso de

alimentos em outro, pois o estoque ainda pode ser significativo e produtos

alimentícios têm data de validade.

A gestão logísitica necessita de indicadores para seus processos.

Estoque Mínimo é o total de investimento (dinheiro) distribuído em todo o

sistema logístico na forma de estoques. Outra característica a ser observada

pelo operador logístico é a necessidade de se reduzir custos pela diminuição

dos estoques, até o ponto mínimo definido pelo nível de serviço estipulado.

Imagine a polícia em seu estado, é preciso ter vários pontos de atendimento

para reparos das viaturas, em cada um deles existirão algumas peças de uso

comum e rotineiro.

Figura 14.2: QuedaFonte: www.shutterstock.com

Consolidação da Movimentação é uma forma de reduzir o custo dos transpor-

tes. Dentro da definição do nível de serviço a ser oferecido existe a possibilidade

da consolidação de cargas como fator de economia ou do aproveitamento do

retorno em vazio. Imagine se a cada transporte de produtos e serviços o veículo

estiver parcialmente ocupado, serão necessárias várias viagens para fazer peque-

nas entregas de cada vez o que resulta em custos maiores que os necessários.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 80

Page 81: Livro_Patrimonio

Figura 14.3: Caminhão lotadoFonte: http://meme.yahoo.com

Qualidade o aperfeiçoamento contínuo da Qualidade, representada nos sis-

temas de gestão da qualidade pelo Kaizen. Este é um dos fatores que impul-

sionaram a logística e colaboraram para o seu renascimento. Lembre que a

avaliação qualitativa é sempre sob o ponto de vista do beneficiário (cliente).

Apoio ao Ciclo de Vida pode ser expresso pela capacidade de retirada do

produto de circulação pela organização. Isto contribui enormemente para a

economia com estoques. Outro sinônimo para apoio ao ciclo de vida é cha-

mado de processo de logística reversa, na qual produtos ou embalagens

retornam a origem para processamento ou reaproveitamento. Esta opera-

ção é frequente e é um procedimento para retirar dos hospitais e postos

de atendimento ambulatorial os remédios vencidos. Como se procede para

cuidar dos alimentos da merenda escolar que estragaram? Como se retira de

circulação o dinheiro velho e inservível?

A logística reversa apoio aos processos de gestão do meio ambiente.

ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre objetivos ope-

racionais.

Kaizen (改 善) é uma palavra japonesa que significa mudança para melhor ou aprimoramento contínuo e que permeia toda a Administração Japonesa. Kaizen pode então até servir de sinônimo de Administração Japonesa que, na realidade, é toda uma tradição de educação de berço do japonês, complementada por conhecimentos do management (gestão) norte-americano a partir dos anos 50. Em outras palavras, valores humanos japoneses complementados por conhecimentos técnicos em administração norte-americanos, e aplicados em empresas japonesas. O sistema de produção Toyota é conhecido pela sua aplicação do princípio do Kaizen. Fonte: http://www.infobibos.com/Artigos/2006_2/5s/Index.htm

Para ampliar seu conhecimento pesquise sobre o transporte das urnas eletrônicas no Brasil http://www.tse.jus.br/institucional/biblioteca

e-Tec BrasilAula 14 – Objetivos operacionais 81

Page 82: Livro_Patrimonio

Atividades de aprendizagem • Você tem visto e ouvido nos meios de comunicação sobre epidemias

como a da Gripe A. Pesquise como o governo trata de situações como

esta. Há controle sobre a doença? O que a logística tem a ver com essa

situação? Anote.

Anotações

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 80

Page 83: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil83

Aula 15 – A incerteza na logística

Nesta aula você aprenderá o que são modais de transporte e que as va-

riações nos tempos de percurso e de processos internos são causas da

incerteza logística.

Objetivos da aula: Estudar os diferentes tipos de modais e aprender sobre

os fatores que levam a incerteza nas operações logísticas.

15.1 Modais Nos objetivos operacionais, estudados na aula anterior, vimos que os fatores

rapidez e variância têm impacto direto no resultado qualitativo do pro-

cesso logístico. Os diversos modais (aéreo, rodoviário, ferroviário, aquático,

dutoviário) empregados nas atividades logísticas, enfrentam diferenças em

suas velocidades de operação e possibilitam significativas variações em seus

processos operacionais. Modais são modelos de transporte. O modal mais

comum no Brasil é o rodoviário. O modal rodoviário tem pequena capacida-

de de carga e a velocidade de transporte é da ordem de 60 km por hora. O

modal ferroviário tem capacidade de transporte superior e apresenta quase

a mesma velocidade média. O transporte aéreo é o mais rápido e tem ca-

pacidade pequena de transporte. O transporte aquaviário é mais lento, mas

de grande capacidade e o modal dutoviário apresenta grande capacidade

de transporte e baixa velocidade. O sistema dutoviário normalmente não é

visto, mas é um dos mais importantes. O petróleo é enviado às refinarias por

meio dos dutos. A água e os esgotos são transportados por dutos.

Figura 15.1: Meios de transporteFonte: www.shutterstock.com

Page 84: Livro_Patrimonio

15.2 Incerteza nos processos logísticos Uma empresa de transportes rodoviários entre Curitiba e Foz do Iguaçu pode

cobrir os 600 km em 8 horas. Se ocorrerem obras na rodovia o veículo pode

sofrer um atraso. Isto representa variações na velocidade. Tempo de viagem

é sinônimo de velocidade. Este é um fator externo ao controle da organi-

zação, mas a organização pode ter variações em seus processos internos,

como na emissão de pedidos onde erros de preenchimento de formulários

podem representar a suspensão do envio de materiais para a correção de

dados, implicando que o tempo para processar um pedido se altere isto

produz variância.

Para o beneficiário os atrasos ocorridos serão somados representando uma

variação maior, a qual pode ser extremamente significativa.

A Transmissão de pedidos de um posto de saúde pode ocorrer desde meio

dia até o máximo de três dias. O processamento de um pedido pela central

de medicamentos pode ser efetuado entre um e quatro dias. Estes efeitos

começam a ser somados, aumentado o chamado tempo do ciclo do pedido.

Figura 15.2: Variações nos processos logísticosFonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)

A Separação do pedido na central de medicamentos acrescenta tempos de

um a vinte dias, o transporte de mercadorias (remédios) acrescenta tempo

de dois a dez dias e finalmente a entrega a unidade beneficiária (cliente)

pode consumir de meio dia a três dias, totalizando uma janela de tempo que

varia de um mínimo de cinco dias até um máximo de quarenta dias.

Consulte o livro "Logística Empresarial", de Bowersox e

Closs, editora Atlas (2001) nos capítulos: 10 Infraestrutura

e 11 Gerenciamento de Transportes para

melhores esclarecimentos e aprofundamento dos conceitos

aqui apresentados.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 84

Page 85: Livro_Patrimonio

Processos estáveis são desejáveis e mais fáceis de gerenciar.

O objetivo gerencial logístico é diminuir a incerteza de suas ações, de tra-

balhar com janelas de tempo mais estreitas, pois significam processos mais

estáveis, com menor variação, o que se apresenta para o beneficiário como

qualidade do serviço.

Variações mínimas representam também economia, pois se pode trabalhar

com níveis de estoque menores, empregando menos capital.

ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre incerteza na

logística.

Anotações

e-Tec BrasilAula 15 – A incerteza na logística 85

Page 86: Livro_Patrimonio
Page 87: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil87

Aula 16 – Definição de nível de serviço

Nesta aula você aprenderá o que são níveis de serviço, alguns tipos de

níveis de serviço, o papel do aumento das expectativas dos beneficiários

na determinação dos níveis de serviço.

Objetivos da aula: aprender sobre a aplicação de níveis de serviço na lo-

gística pública e a pressão que os beneficiários fazem sobre os serviços

logísticos públicos.

16.1 Nível de serviçoO serviço ao beneficiário pode ser definido como o resultado da ação de

uma atividade, como o serviço prestado pelos Correios na entrega de docu-

mentos e objetos. Este serviço pode ser quantificado e colocado em termos

de nível de desempenho. Voltando ao exemplo do correio, se os Correios

prestam serviços postais para outros órgãos públicos como, por exemplo,

entregas de documentos para os órgãos de trânsito em determinado perío-

do de tempo.

O correio brasileiro também oferece o serviço SEDEX em várias opções como

o SEDEX 10, o SEDEX Hoje, o SEDEX Mundi e outros. Se a organização co-

loca que: “encomendas efetuadas no dia anterior serão entregues até às 10

horas do dia seguinte” em determinadas cidades, se pode dizer que se trata

de uma filosofia de gestão se todas as ações são dirigidas neste sentido.

Figura 16.1: SedexFonte: http://renatotavares.com

Descubra os serviços e os níveis de serviço prestados pelos Correios:http://www.correios.com.br

Page 88: Livro_Patrimonio

Nível de serviço elevado ao beneficiário implica em maiores custos.

16.2 Tipos de níveis de serviçoOs níveis de serviço podem ser classificados em diferentes tipos. As variações

poderão tomar muitos graus diferentes. Vamos simplificar e estudar três de-

les, o chamado serviço básico, o serviço de atendimento ao pedido perfeito

e o serviço de valor agregado.

O nível de serviço básico envolve a chamada:

a) disponibilidade, que é a capacidade de ter produtos em estoque no

momento desejado pelo cliente;

b) o desempenho operacional, que é medido em termos de velocidade,

consistência, flexibilidade e planos de contingência, em caso de falhas

e da recuperação do funcionamento do sistema;

c) a confiabilidade derivada do conceito qualitativo sobre o posiciona-

mento de suas entregas.

Vamos estudar o gráfico para ver como funciona a Janela de Serviço?

O atendimento ao pedido perfeito é o ponto limite no qual a disponibilidade

de estoques é máxima (100%) e o tempo de ciclo é mínimo, tendendo a zero

(entrega instantânea). O atendimento do pedido perfeito é derivado dos

conceitos da qualidade, largamente implantados desde a década de 1980,

como o zero defeito e ultrapassa o chamado nível de serviço básico.

Figura 16.2: Compreensão da Janela de ServiçoFonte: Elaborado pelo autor, aptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 88

Page 89: Livro_Patrimonio

As organizações que buscam o atendimento do pedido perfeito tendem a se

tornar fornecedores preferenciais, necessitam de um forte apoio informacio-

nal e, consequentemente, custo mais elevado.

O serviço de valor agregado é diferente do serviço básico e diferente do

serviço de atendimento do pedido perfeito. Serviços de valor agregado resul-

tam de atividades específicas ou exclusívas como inserção de informações,

etiquetas de controle, manuais, embalagens de proteção e outros.

O atendimento ao pedido perfeito busca a satisfação máxima do cliente.

16.3 Aumento das expectativas dos beneficiários

O serviço ao beneficiário tem se mostrado de forma dinâmica, impulsionado

pelo contínuo aumento das expectativas dos mesmos. Este aumento das

expectativas é influenciado por todas as organizações fornecedoras de serviços,

sejam elas públicas ou não, sejam concorrentes ou não do serviço, que na busca

por se manter no mercado oferecem serviços com mais atributos seguidamente

e, desta forma, instruem, orientam e realimentam os beneficiários (mercado

consumidor) resultando em buscas por tempos de ciclo menores e índices de disponibilidade cada vez maiores, conforme a figura abaixo. Este fato

leva ao que se chama de diminuição da “janela de serviço”.

ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre níveis de serviço.

Anotações

Consulte o livro de "Logística Empresarial", de Bowersox e Closs, editora Atlas (2001), no capítulo 3 Serviço ao Cliente, para melhores esclarecimentos sobre as definições aqui apresentadas.

e-Tec BrasilAula 16 – Definição de nível de serviço 89

Page 90: Livro_Patrimonio
Page 91: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil91

Aula 17 – Serviço de atendimento básico e perfeito

Nesta aula você encontrará esclarecimentos sobre os diferentes tipos de

serviço, os fatores associados à percepção qualitativa sobre os serviços

logísticos.

Objetivos da aula: estudar sobre a formação da percepção dos beneficiá-

rios, frente à recepção de serviços logísticos e os diferentes níveis de oferta

de serviços logísticos.

17.1 Percepções sobre serviçosVamos refletir? Pelo ponto de vista do fornecedor a prestação de qualquer

serviço pode ser considerado estático. O cliente muda sua opinião com o

passar do tempo? As possíveis respostas para estas questões devem ser pro-

curadas pelo gestor público.

Será o beneficiário alguém que sempre espera receber mais do que a ele é

ofertado? Vamos tomar nós mesmos como exemplo e resposta as questões

formuladas.

Você concorda que um serviço que antes lhe era satisfatório, no momento

seguinte não é mais? Por que mudamos de opinião?

Vamos deixar estas dúvidas por aqui e buscar mais conhecimento!

Figura 17.1: VidenteFonte: www.shutterstock.com

Page 92: Livro_Patrimonio

17.2 Serviços básicosO serviço básico é frequentemente confundido com serviço simples ou mes-

mo com um serviço abaixo de certo padrão. É preciso desmistificar a ques-

tão. O serviço básico não é serviço de segunda categoria, nem é serviço abai-

xo do padrão. O serviço básico de atendimento ao beneficiário tem como

característica o atendimento a ampla camada da população, destinado ao

maior número possível de beneficiários. O serviço de atendimento básico

pode ser medido em termos de: disponibilidade, desempenho operacional e

confiabilidade.

A disponibilidade é a capacidade de atendimento imediato da necessidade

do beneficiário, ou seja, refere-se a existência de itens em estoque em deter-

minada quantidade. A disponibilidade é feita a partir de itens em estoque.

O alcance (tamanho) deste estoque é determinado por duas decisões de

gestão. Uma decisão baseada na estimativa de consumo do produto e outra

decisão baseada na segurança contra imprevistos, que você quer proporcio-

nar para sua operação. A disponibilidade também depende da sua estrutura

física, da sua rede logística, isto é do número de depósitos, da localização

destes, tamanho e também depende da sua estratégia para a entrega dos

itens (produtos). A (in)disponibilidade pode ser medida em termos de fre-

quência da falta de itens em estoque (tem ou não tem o item), índice de

disponibilidade (quantidades parciais do item, em relação ao que é pedido)

e pela expedição de pedidos completos.

O desempenho operacional também é medido em termos de: velocidade,

consistência, confiabilidade e falhas e recuperação.

Velocidade é definida como a quantidade de tempo transcorrido entre um

pedido e o recebimento do item, este lapso de tempo também chamado

de lead time. A velocidade (tempo decorrido) deve sempre ser considerada

pelo ponto de vista do beneficiário. Considerar o beneficiário como elemen-

to de referência na medida do tempo (velocidade) é uma filosofia deriva-

da da abordagem utilizada nos sistemas de gestão pela qualidade, como a

ISO9000 ou o Prêmio Nacional da Qualidade – PNQ.

A logística se apoia nos sistemas da qualidade na busca da satisfação dos beneficiários.

Lead time é o tempo de processamento de um pedido,

desde o momento que é colocado na empresa até o

momento em que o produto é entregue ao cliente. Atualmente

as empresas trabalham muito para reduzir o lead time e o

grande desafio é torná-lo zero. O problema é como fazer isso sem

aumentar os estoques.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 92

Page 93: Livro_Patrimonio

A consistência é a capacidade da organização logísitica de manter as entre-

gas em um regime constante. Sistemas de demanda variável exigem esforço

para manter a consistência das entregas. Isto também deve ser medido pela

perspectiva do beneficiário.

Em situações de falhas (desastres, sinistros, roubos) são necessárias ações

corretivas e também preventivas para manter o sistema em operação con-

tínua. O gestor deve ter sempre um plano de contingência (recuperação),

pois uma carga pode ser avariada, um veículo pode ficar retido, ou qualqer

outro tipo de problema e o beneficiário não pode ser culpado por estes

acontecimentos.

Os beneficiários formam uma percepção qualitativa sobre os serviços recebidos.

O conceito de confiabilidade está associado às informações antecipadas,

fornecidas aos beneficiários como: conteúdo, quantidade e deslocamento,

posição e entrega da carga (itens). A construção da confiabilidade é difícil e

em casos de falhas é facilmente perdida.

Figura 17.2: VelocidadeFonte: www.shutterstock.com

17.3 Pedido perfeito Outro tipo de serviço logístico é chamado de pedido perfeito. O serviço per-

feito é medido da mesma forma que o serviço básico. A diferença está nos

volumes de disposição e do tempo de entrega (velocidade). No serviço per-

feito existem 100% de itens em estoque, em quantidades que garantam a

entrega mesmo sob condições severas. A velocidade de entrega também tem

e-Tec BrasilAula 17 – Serviço de atendimento básico e perfeito 93

Page 94: Livro_Patrimonio

importante papel neste caso. Devem ser privilegiados serviços expressos. Os

custos do pedido perfeito são superiores aos custos do serviço básico. Assim

como o serviço básico o pedido perfeito é normalmente mal compreendido.

Figura 17.3: Avião de cargaFonte: www.shutterstock.com

17.4 Serviço de valor agregadoO serviço de valor agregado não

está associado ao desempenho

operacional e nem a disponibilida-

de. O serviço de valor agregado

complementa qualquer um dos ti-

pos de serviços. São outros serviços

oferecidos tais como: embalagens,

horários especiais de atendimento,

inserção de informações adicionais

junto ao produto (item).

ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre a qualidade de

serviços.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 92

Page 95: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil95

Aula 18 – Gerenciamento de transportes

Nesta aula você encontrará temas relacionados à gestão de transportes

e alguns cuidados que o gestor público deve ter ao cuidar deste tipo de

operação.

Objetivos da aula: Aprender sobre gestão de transportes nas cidades e

entre as cidades.

18.1 Gerenciamento de transportesO serviço de transporte é a parte mais visível em uma operação logísitica, se

você sair na rua de sua cidade ou na estrada, ou mesmo em um aeroporto

ou em uma estação de trens de cargas, verá anúncios e propagandas sobre

os serviços logísiticos. É também a área da logística de mais fácil apuração de

custos. O serviço de transporte também concentra os maiores custos logísi-

ticos e por esta razão, seu controle deve ser mais próximo e continuamente

aperfeiçoado.

Figura 18.1: Gerenciamento de transportesFonte: www.shutterstock.com

A estratégia de gestão de custos está diretamente relacionanda com a ca-

racterística dos veículos transportadores e o nível de serviço acordado com o

beneficiário. Um nível de serviço mais baixo pode significar adotar um modal

de transporte mais econômico (lento) como o marítmo e um nível de serviço

mais elevado pode significar a opção pelo transporte aéreo (rápido) que é

significativamente mais caro.

Page 96: Livro_Patrimonio

Níveis de serviços diferentes podem significar serviços de atendimento bási-

co, serviço perfeito e serviço de valor agregado. Consequentemente a apro-

priação de custos varia.

A relação custo benefício de um nível de serviço deve ser maximi-zada sem afetar a qualidade percebida pelo beneficiário.

A rede de transporte ferroviário brasileira se mostra de certa forma rígida e

inflexível. O transporte ferroviário permite o transporte de grandes quantida-

des de materiais a baixos custos.

Figura 18.2: Transportes ferroviário e rodoviárioFonte: www.shutterstock.com

O transporte rodoviário é muito mais flexível alcança uma capilaridade muito

grande, porém há um custo superior. Combinar os modais ferroviário e ro-

doviário parece uma solução muito interessante do ponto de vista logístico.

A combinação de diferentes modais permite economias significati-vas nas operações logísiticas!

18.2 Agências de regulamentaçãoA permissão para operação intermodal (utilização e troca entre modais por

uma mesma organização prestadora de serviços) estava restrita (proibida)

até pouco tempo atrás, não só no Brasil como em muitos países. A visão es-

tatal era de que o estado deveria intervir no mercado para que não houvesse

a possibilidade de monopólios. A gestão neoliberalizante e a globalização

permitiram que o estado brasileiro diminuisse a sua ação sobre os sistemas

de transporte. O estado passou a ser o agente regulador, deixando que as

leis de mercado atuassem de forma livre e aberta.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 96

Page 97: Livro_Patrimonio

18.3 Sistemas de informação para transportesA moderna logística se vale de apoio informacional para manter o controle,

sobre a movimentação de materiais para efetuar o rastreamento das car-

gas, prevenir contra furtos, e oferecer aos beneficiários, informações sobre

o transporte. Não seria possível conceber a moderna logística sem o apoio

informacional.

Figura 18.3: SatéliteFonte: www.shutterstock.com

18.4 Restrições de tráfegoAs grandes cidades estão enfrentando dificuldades com as condições de

trânsito. Esse fato causa consequentemente dificuldades aos sistemas de

transportes logísticos. As restrições ao tráfego de caminhões nas áreas cen-

trais obrigaram as organizações a estabelecerem os depósitos (armazéns)

nas periferias das cidades e próximos aos eixos rodoviários. Isto determina

que as operações sejam necessariamente feitas por dois tipos de veículos,

os de grande porte atuando entre cidades e ficando restritas as zonas peri-

féricas e os de veículos de pequeno porte para tráfego nas regiões centrais.

ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre gerenciamento

de transportes.

Para mais informações sobre as agências de regulação de transportes consulte os sites da Agência Nacional de Transporte Terrestre – ANTThttp://www.antt.gov.br, da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, da Agência Nacional de Transporte Aquaviário, - ANTAQ emhttp://www.anac.gov.br e http://www.antaq.gov.br/NovositeAntaq/default.asp

e-Tec BrasilAula 18 – Gerenciamento de transportes 97

Page 98: Livro_Patrimonio
Page 99: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil99

Aula 19 – Gerenciamento de depósitos

Nesta aula você encontrará informações sobre depósitos, os cuidados as-

sociados a eles, as operações feitas e as tecnologias encontradas.

Objetivos da aula: conhecer as operações de gestão de depósitos e os

cuidados associados a elas.

19.1 DepósitosOutro grande ponto de apoio aos processos logísiticos são as estruturas de

depósitos (armazenagem). Os depósitos flexibilizam a trabalho logístico e su-

portam os elevados padrões de nível de serviço ao beneficiário. Os princípios

operacionais de armazanagem nos depósitos são decorrentes do: projeto de

rede, da tecnologia de manuseio e do plano de estocagem.

Figura 19.1: ArmazémFonte: www.shutterstock.com

19.2 Depósitos e o projeto de rede logísticoO projeto da rede logísitica é elaborado tomando por base caracterísiticas

das instalações físicas, da movimentação interna dos produtos, da localiza-

ção externa e dos acessos rodoviários, por exemplo, opta construir prédios

de um pavimento, para economizar (energia) ao elevar cargas pesadas ou

desajeitadas, disposição das entradas e saídas dos prédios, de forma que o

percurso seja linear ou em forma de “U”. A segurança do armazém está

associada ao número de acessos.

Page 100: Livro_Patrimonio

Figura 19.2: Mapa rodoviárioFonte: http://www.adbragantina.com.br

19.3 Características de armazenagemOs armazéns devem permitir que os produtos ali depositados sejam man-

tidos em condições estáveis. Produtos de maior movimentação devem fi-

car nas áreas mais próximas aos sistemas de movimentação, produtos mais

pesados na parte inferior das estanterias e produtos mais leves na parte

superior das estanterias, produtos de grandes dimensões ou “esbeltos” na

parte inferior das estanterias, produtos de pequenas dimensões na parte

superior das mesmas. Outros critérios de ocupação devem ser levados em

consideração na escolha dos endereços internos dos produtos, como custo

dos produtos, cuidados com higiene, pericolusidade, validade ou fragilidade

dos produtos.

Armazéns para alimentos podem ter sistemas sofisticados para controle de

temperatura.

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 100

Page 101: Livro_Patrimonio

Figura 19.3: VacinasFonte: www.shutterstock.com

O projeto do armazém deve ser concebido de forma a eliminar o duplo

manuseio ou o excessivo manuseio. Os pontos de gargalo também devem

ser exaustivamente estudados. Gargalos podem aparecer em função

da sazonalidade da demanda, isto significa que mesmo itens de grande

consumo podem ficar em pontos afastados em determinados momentos,

como por exemplo, itens marcadamente sazonais, por serem intensamente

consumidos em pequeno período de tempo de poucos dias ou semanas,

frente a outros itens de grande consumo, porém de consumo mais regular

ao longo do ano

Depósitos suportam níveis de serviço elevados.

19.4 Plano de estocagemGuardar os produtos nos armazéns exige do gestor público conhecimento

adicional. Deve ser elaborado um plano de estocagem para os produtos.

O plano permite alocar produtos conforme deteminadas características

conhecidas tais como: dimensão (forma espacial), peso, densidade, valor e

sazonalidade de abastecimento como, demanda dependente ou demanda

independente. O plano de estocagem considera também as caracterísiticas

físicas do prédio do armazém de forma que favoreça a movimentação.

O depósito deve ter sua localização estabelecida.

e-Tec BrasilAula 19 – Gerenciamento de depósitos 101

Page 102: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil 102

19.5 LocalizaçãoUm depósito dentro de uma região urbana estará limitado por alguns fatores

como: a velocidade dos veículos de transporte, tipo do veículo (algumas

cidades impedem que caminhões grandes trafeguem na região central),

ao crescimento urbano. Cidades com grande crescimento como São Paulo

impedem que os depósitos sejam ampliados por falta de espaço. O local do

depósito também tem de considerar o tipo de mão de obra a ser empregada

e os serviços locais necessários e disponíveis tais como bancos, comércio,

restaurantes, hospitais, postos policiais e de postos combustíveis. Legislações

municipais e estaduais também podem ser restritivas a ponto de causar sérios

transtornos às operações logísticas como com líquidos inflamáveis, materiais

tóxicos, patogênicos ou radioativos.

Um depósito deve ter em seu projeto a previsão de área para expansão. É

comum se ocupar áreas livres de 3 a 5 vezes superiores a área construída

inicialmente. Em alguns casos é necessário um tipo de solo e de piso que

suportem grandes pesos como nas indústrias de base.

ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo da gestão de armazéns.

Atividades de aprendizagem• Se sua cidade dispõe de aeroporto operado pela INFRAERO você pode fazer

uma pesquisa sobre o funcionamento dos diversos depósitos que existem

em um aeroporto. Caso contrário verifique que outros tipos de depósitos

existem relacionados às empresas de transporte público ou privado.

Page 103: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil103

Aula 20 – Movimentação de materiais

Nesta aula você encontrará princípios de ação de gestão sobre movimen-

tação de materiais.

Objetivos da aula: estudar os fatores inerentes a movimentação de mate-

riais como: equipamentos, riscos de acidentes e tecnologias.

20.1 Movimentação de materiaisAlém de proteger os produtos, um armazém tem por função armazenar e

facilitar a movimentação dos produtos. A movimentação de materiais deve

levar em conta as caracterísiticas físicas dos produtos, a tecnologia disponível,

os custos e seus beneficiários.

Para que o sistema logístico tenha ganhos que se reflitam para a organização

e para seus beneficiários é preciso o uso intenso de tecnologia. A criatividade

nas operações e a busca por soluções alternativas tem se mostrado como o

maior e melhor desafio para os operadores logísiticos.

A movimentação exige cuidados com segurança, pois a possibilidade de aci-

dentes é grande. Os veículos de carga exigem operadores certificados e ha-

bilitados. Os operadores devem conhecer os primeiros socorros, assim como

operar os equipamentos de segurança.

Um armazém pode funcionar 24 horas por dia e necessita de operadores, su-

pervisores, pessoal de manutenção, pessoal de segurança, primeiro socorros

e de serviços de alimentação.

O emprego de mão de obra feminina é uma realidade nesta área. As mu-

lheres tem tido melhor desempenho do que os homens na operação de

máquinas.

20.2 ErgonomiaOutro grande dilema de gestores está entre decidir adaptar o homem ao

ambiente ou adaptar o ambiente ao homem. Para esclarecer a questão va-

Page 104: Livro_Patrimonio

mos buscar nos ensinamentos históricos as referências necessárias. Uma de-

las vem de Vitruvio, entre outras atividades era arquiteto. Na arquitetura

o homem é a medida das coisas. Ou seja, a altura, o tamanho dos braços,

das pernas é utilizado na produção das edificações. Os móveis e utensílios

devem ser aproximados das dimensões humanas. O corpo humano é frágil

e deve ser cuidado.

Figura 20.1: Homem de Vitruvio, de Leonardo da VinciFonte: http://rabiscosesafanoes.blogspot.com

A movimentação de materiais potencializa a ocorrência de acidentes.

A postura ao apanhar cargas manualmente deve ser fonte constante de

preocupação dos gestores. Várias doenças ocupacionais são decorrentes

de descuidos ou de falta de informação. Entre as doenças mais comuns,

estão as lombalgias, podendo chegar ao extremo de causar afastamento

ou mesmo aposentadoria precoce.

Figura 20.2: Acidente de trabalhoFonte: www.shutterstock.com

O Homem Vitruviano é um desenho de 1492, feito por

Leonardo Da Vinci, no qual expõe o traçado e

proporções do corpo humano.Também é um conceito da obra “Os dez livros da Arquitetura”,

do arquiteto romano Marco Vitruvio Polião. Fonte:

http://www.infoescola.com/desenho/o-homem-vitruviano

Lombalgias.f. Dor na região lombar. (A expressão “mal dos rins” é

sinônimo de lombalgia, mas os rins propriamente ditos

raramente são responsáveis por esse mal, visto que na

maioria das vezes se trata de lombartrose ou de lumbago).

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 104

Page 105: Livro_Patrimonio

20.3 Tecnologias de movimentação e manuseio

As tecnologias empregadas na movimentação e no manuseio dos produtos

devem permitir o menor número de operações possíveis, de forma a diminuir

a interferência humana. Alguns armazéns são robotizados, assim podem

operar sem que haja operação manual. Mediante robôs, munidos de leitores

de posição e de leitores de códigos de barra, associados a tecnologias de co-

municação móvel é possível que um computador controle a saída (consumo)

de determinado item, em um posto de saúde distante centenas ou mesmo

milhares de quilômetros, e informe ao computador que controla o armazém

(estoque) e por sua vez que este ordene o movimento de picking a um robô

responsável por percorrer o estoque até a posição (coordenadas) e retirar da

posição o item e encaminhá-lo para a área de despacho (saída). Repetidas

viagens do robô permitem que os itens sejam alocados em uma posição de

saída (balança). O conjunto de documentos legais necessários para o trans-

porte é emitido automaticamente pelo sistema. O sistema conhece as infor-

mações dos pesos dos itens, multiplica pela quantidade e compara o peso

calculado a partir da nota fiscal com o registro da balança, sendo desneces-

sário a ação humana. Somente em casos de erro ou acidente a interferência

humana é necessária.

A atividade de movimentação pode ser facilitada se os itens estiverem agru-

pados em containers padrões, pallets e caixas. Isto facilita a operação e dimi-

nui a quantidade de erros e acidentes no depósito.

Figura 20.3: ContainersFonte: www.shutterstock.com

Pickingtermo técnico utilizado nas operações de coleta de itens em depósitos.

e-Tec BrasilAula 20 – Movimentação de materiais 105

Page 106: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil 106

Outros equipamentos são utilizados na movimentação interna nos arma-

zéns. Você encontrará desde esteiras transportadoras, praleteiras, pás-car-

regadeiras, guinchos, pontes rolantes, empilhadeiras entre outros. O uso de

sistemas de etiquetas com leitores de códigos de barra facilita as operações,

pois aumenta a velocidade e diminui os erros permitindo operações mais se-

guras. Sistemas de transmissão por rádio frequência e outros dispositivos de

comunicação, facilitamos processos evitando que os operadores retornem

para buscar por informações. A variedade tecnológica disponível atende aos

mais elevados níveis de serviço, favorecendo o resultado operacional do ar-

mazém.

ResumoNesta aula você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre movimentação

de materiais, dos riscos associados ao trabalho e do emprego de tecnologias

nos depósitos.

Anotações

Page 107: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil107

Referências

Martins, Petrônio Garcia; Alt, Paylo Renato de Campos Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. Editora Saraiva, São Paulo, 2006.

Bowersox e Closs Logística Empresarial editora Atlas, São Paulo, 2001.

Referências das Figuras

Figura 1.1: Gestão de OperaçõesFonte: Elaborado pelo autor

Figura 1.2: Transformação de Recursos em Produtos e/ou ServiçosFonte: Elaborado pelo autor

Figura 1.3: Tipos de RecursosFonte: Elaborado pelo autor

Figura 1.4: Ambulância SAMUFonte: http://www.es.gov.br/site/noticias/show.aspx?noticiaId=99667114

Figura 1.5: Gastos PúblicosFonte: www.shutterstock.com

Figura 1.6: Patrimônio de uso comumFonte: www.shutterstock.com

Figura 2.1: Atendimento médicoFonte: www.shutterstock.com

Figura 2.2: EstoqueFonte: www.shutterstock.com

Figura 5.1: Redução de preçosFonte: Elaborado pelo autor

Figura 5.2: Composição de preço de um produtoFonte: Elaborado pelo autor

Figura 6.1: TrabalhoFonte: www.shutterstock.com

Figura 6.2: ConectadosFonte: www.shutterstock.com

Figura 6.3: Feira InternacionalFonte: www.shutterstock.com

Figura 7.1: Computador bolsa de valores, NasdaqFonte: http://olhardigital.uol.com.br/negocios/digital_news/noticias/hackers_invadiram_nasdaq_diversas_vezes_em_2010_revela_jornal

Figura 8.1: Representação de estoques de cicloFonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002).

Page 108: Livro_Patrimonio

Figura 8.2: O efeito regularizador dos estoquesFonte: Elaborado pelo autor

Figura 9.1: Rede ElétricaFonte: http://www.bohnen.com.br/Noticia.aspx?NoticiaID=288

Figura 10.1: ArmazémFonte: www.shutterstock.com

Figura 10.2: Representação gráfica da dinâmica dos estoquesFonte: Elaborado pelo autor

Figura 10.3: Dinâmica de EstoquesFonte: Elabora pelo autor

Figura 11.1: Segunda Guerra Mundial (1939-1945)Fonte: www.shutterstock.com

Figura 11.2: Cadeia de SuprimentoFonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)

Figura 12.1: Transporte rudimentarFonte: www.shutterstock.com

Figura 12.2: Plataforma de petróleoFonte: www.shutterstock.com

Figura 12.3: ComputadorFonte: www.shutterstock.com

Figura 12.4: Selo de Certificação de Finalista e troféu Prêmio Nacional da QualidadeFonte: http://www.albras.net/certificacoes.htm e http://www.fnq.org.br/site/397/default.aspx

Figura 14.1: TempoFonte: www.shutterstock.com

Figura 14.2: QuedaFonte: www.shutterstock.com

Figura 14.3: Caminhão lotadoFonte: http://meme.yahoo.com/mariano/p/svx-wRc/?.mo=1

Figura 15.1: Meios de transporteFonte: www.shutterstock.com

Figura 15.2: Variações nos processos Logísticos.Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)

Figura 16.1: SedexFonte: http://renatotavares.com/calcular-frete-do-sedex.html

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 108

Page 109: Livro_Patrimonio

Figura 16.2: Compreensão da Janela de ServiçoFonte: Elaborado pelo autor, aptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)

Figura 17.1: VidenteFonte: www.shutterstock.com

Figura 17.2: VelocidadeFonte: www.shutterstock.com

Figura 17.3: Avião de cargaFonte: www.shutterstock.com

Figura 17.4: Embalagem de sedexFonte: http://www.anfibia.com.br/blog/2009/12/sedex-realiza-acao-com-blogueiros/

Figura 18.1: Gerenciamento de transportesFonte: www.shutterstock.com

Figura 18.2: Transportes ferroviário e rodoviárioFonte: www.shutterstock.com

Figura 18.3: SatéliteFonte: www.shutterstock.com

Figura 19.1: ArmazémFonte: www.shutterstock.com

Figura 19.2: Mapa rodoviárioFonte: http://www.adbragantina.com.br/13743.html

Figura 19.3: VacinasFonte: www.shutterstock.com

Figura 20.1: Homem de Vitruvio, de Leonardo da VinciFonte: http://rabiscosesafanoes.blogspot.com/2010/10/homer-davinci.html

Figura 20.2: Acidente de trabalhoFonte: www.shutterstock.com

Figura 20.3: ContainersFonte: www.shutterstock.com

e-Tec BrasilReferências 109

Page 110: Livro_Patrimonio
Page 111: Livro_Patrimonio

e-Tec Brasil111

Atividades autoinstrutivas

1. PROCESSO pode ser definido como:

a) toda ação de transformação

b) o que vem antes entrada

c) o que vem depois da saída

d) a primeira etapa da gestão

e) a última etapa da gestão

2. RECURSOS são:

a) ações para bloquear um resultado

b) entradas de um processo

c) resultados de um processo

d) produtos finais de um processo

e) a soma das entradas e do resultado final

3. Despesas pagas à margem da lei são chamadas de:

a) neomarginais

b) supraordinárias

c) alter-orçamentária

d) infraorçamentária

e) extraorçamentária

4. No modelo da caixa d’água o nível d’água representa:

a) a vazão de entrada

b) a vazão de saída

Page 112: Livro_Patrimonio

c) o estoque

d) a compra

e) o beneficiário

5. A relação entre estoques e políticas públicas pode ser definida por:

a) pequenos estoques permitem políticas públicas melhores

b) grandes estoques permitem políticas públicas neutras

c) não existe relação entre os estoques e as políticas públicas

d) estoques determinam as políticas públicas

e) políticas públicas determinam o tamanho dos estoques

6. ESTOQUES podem ser definidos como:

a) dinheiro público armazenado sob a forma de coisas tangíveis

b) emprétimos públicos sob a forma de coisas intangíveis

c) empréstimos públicos sob a forma de coisas tangíveis

d) dinheiro público virtual em forma de coisas intangíveis

e) dinheiro público virtual em forma de coisas semitangíveis

7. O Sr. Schereck, prefeito de um município de muito, muito distante, autorizou o uso de patrimônio público para a construção do está-dio de um time de futebol do município que sediará alguns jogos da copa de 2014. A AUTORIZAÇÃO pode ser considerada:

a) como ação moral porque outros municípios farão o mesmo

b) como ação ética, pois estará ajudando ao povo

c) como ação amoral, pois ajudará o povo e o time de futebol

d) como ação antiética, pois não se deve empregar dinheiro público em

bens particulares

e) como ação imoral, pois contraria os interesses da oposição

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 112

Page 113: Livro_Patrimonio

8. A disfunção Maxweberiana é representada por:

a) eliminar todos os controles para agilizar os resultados dos processos

b) suprimir funções para agilizar os processos

c) criar dificuldades operacionais para depois vender benefícios

d) aumentar a velocidade de tramitação dos processos de mudança de função

e) colocar o beneficiário como centro das atenções

9. Nas manifestações de hospitalidade de parte de fornecedores o funcionário público deve:

a) recusar

b) aceitar e usufruir a oferta

c) aceitar e dividir com os demais funcionários

d) aceitar e retribuir a hospitalidade

e) solicitar que não sejam oferecidas aos demais funcionários

10. O que completa a frase “A compra sustentável é aquela que...”:

a) deve produzir a substituição mais rápida de bens no local de trabalho

b) corresponde a pensar apenas no presente

c) é baseada apenas no menor preço

d) é baseada em produtos e serviços que empreguem menos materiais e

consomem menos energia

e) gasta mais energia

11. Comprar de pequenas empresas locais corresponde a...:

a) agir irresponsavelmente

b) desperdício do dinheiro público

c) altamente criticável

d) ser sustentável

e) ser responsável socialmente

e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas 113

Page 114: Livro_Patrimonio

12. Os funcionários que elaboram as especificações para a compra dos produtos, devem ficar atentos aos ciclos de vida dos produtos, pois...:

a) existem subjetivismos e vieses pessoalidades que devem ser evitados

b) buscar produtos com ciclos de vida mais curtos

c) evitar comprar produtos que tenham mais de uma aplicação

d) a duração do ciclo de vida não importa

e) esta é um problema do próximo responsável pelas especificações técnicas

13. Os fornecedores obtêm reduções dos preços dos produtos por meio:

a) dos modismos na administração

b) de alterações nas matérias-prima dos produtos

c) da falta de interesse dos beneficiários

d) das pressões dos fornecedores por maiores vendas

e) da falta de barganha

14. A gestão de compras pode ser descrita como:

a) A pós-face entre o beneficiário e o fornecedor

b) A média-face entre o fornecedor e a organização pública

c) A interface entre a organização pública e o fornecedor

d) A extraface entre o beneficiário e o fornecedor

e) A ultraface entre a organização pública e o fornecedor

15. Os fornecedores de produtos são importantes, pois adicionalmente podem...:

a) prestar informações valiosas

b) emprestar dinheiro

c) conceder crédito

d) conceder prazos extraordinários

e) transferir bens

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 114

Page 115: Livro_Patrimonio

16. A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL não permite ao gestor público...:

a) aumentar os gastos sem precisar de verbas discriminadas

b) empregar parentes aprovados em concursos

c) reduzir as terceirizações de mão de obra para gastar além dos limites

legais

d) terceirizar para fugir dos limites legais impostos

e) desempregar funcionários públicos ao usar mão de obra mais barata

17. A GESTÃO PELA QUALIDADE tem como foco principal...:

a) o fornecedor

b) se opor aos movimentos sindicais

c) a redução do funcionalismo

d) o beneficiário

e) a logística interna

18. Complete: A gestão estratégica...

a) não é importante para a Administração, pois a cada quatro anos ocorre

troca de governo

b) tem importância relativa, apenas para as secretarias de estratégia

c) não tem importância nenhuma

d) não interfere na gestão de materiais

e) permite ao gestor trabalhar, utilizando objetivos alinhados às políticas

públicas de curto e de longo alcance

18. Devem ser preocupação do gestor:

a) comprar produtos que apresentem consumo de energia elevado

b) comprar produtos que tenham produzido poluição excessiva

c) comprar produtos que tenham empregado mão de obra infantil

d) comprar produtos de ciclo de vida curtos

e) as alternativas A, B, C e D estão incorretas

e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas 115

Page 116: Livro_Patrimonio

19. O estoque de canal...:

a) corresponde a compra e armazenagem de vários canais

b) é o espaço por onde circulam os navios de mercadorias

c) é uma área específica que existe dentro dos armazéns

d) corresponde ao estoque intermediário

e) corresponde aos produtos, quando são transportados por longos períodos

21. O que são ESTOQUES de ciclo?

a) são aqueles que ficam dentro dos armazéns para serem ciclados

b) são aqueles provenientes da logística reversa

c) são estoques gerados, enquanto os recursos de transformação estão

ocupados

d) são estoques associados ao ciclo das águas

e) não existem estoques de ciclo, mas de reciclo

22. Os beneficiários compreendem os estoques como:

a) valor

b) dinheiro mal gasto

c) os beneficiários não compreendem os estoques por que não são admi-

nistradores

d) como os prédios públicos nos quais estão guardados documentos

e) informação a ser utilizada

23. São tipos de estoques:

a) Materiais, aplicações e serviços

b) Materiais, informações e pessoas

c) Aplicações, componentes virtuais e recepções

d) Componentes virtuais, pessoas e transmissões de dados

e) Transmissões de dados, recepções técnicas e serviços

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 116

Page 117: Livro_Patrimonio

24. O sistema de controle PEPS significa que o:

a) Primeiro que entra é o primeiro que sai

b) Primeiro que entra é posterior ao que sai

c) Posterior que entra é o primeiro que sai

d) Posterior que entra é o posterior que sai

e) um tipo de refrigerante não alcóolico

25. São produtos controlados pelo sistema PEPS

a) asfalto e lâmpadas

b) tinta de impressora e remédios,

c) giz escolar e papel para impressora

d) combustíveis e óleos lubrificantes

e) água e envelopes

26. Nas organizações públicas os custos de compra...:

a) não existem custos de compras

b) existem custos de compras, mas não precisam ser controlados

c) existe e devem ser controlados

d) existem, mas como a compra é pelo menor preço o governo sai ganhando

e) não existem custos porque as compras sempre são licitadas

27. Estoque médio corresponde a:

a) metade da quantidade comprada para um período de consumo

b) metade da quantidade restante ao final do exercício

c) metade da quantidade existente no meio do exercício

d) mediana calculada para um exercício

e) moda calculada para um período de consumo

e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas 117

Page 118: Livro_Patrimonio

28. Pode-se definir a logística como a área operacional?

a) que remove os produtos destinados aos beneficiários

b) responsável por posicionar os produtos para os beneficiários

c) que armazena os beneficiários

d) que beneficia os armazéns

e) a área que apenas controla os modais

29. Uma cadeia de suprimentos envolve:

a) as operações feitas entre beneficiários

b) as operações feitas a partir dos beneficiários até chegar à organização

c) as operações feitas entre os fornecedores

d) as operações feitas entre os fornecedores e a organização

e) as operações feitas desde os fornecedores até os beneficiários

30. A logística foi afetada pelos sistemas de gestão pela qualidade, pois o foco é...:

a) os fornecedores

b) os beneficiários

c) a organização

d) a cadeia de fornecedores

e) a cadeia das organizações

31. A moderna logística pode ser associada a ...:

a) gestão clássica

b) gestão miliciana

c) gestão participativa

d) gestão conservadora

e) gestão neoliberal

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 118

Page 119: Livro_Patrimonio

32. A percepção do que vem a ser competência logística é do (a):

a) beneficiário

b) fornecedor

c) organização

d) cadeia de suprimentos

e) todas as alternativas estão corretas

33. A logística é dividida em:

a) projeto de rede computacional, sistemas de transporte, sistemas de ar-

mazenagem, estoques virtuais, embalagens

b) projetos de teia, sistemas de transporte, sistemas de modais, sistemas de

estoques, armazéns

c) projeto de rede, sistemas de informação, sistemas de transportes, geren-

ciamento de estoques, armazenagem, embalagem e manuseio

d) sistema de modais, sistema de estoques, sistemas de armazéns, sistema

de projetos de teia,

e) sistemas de teia, sistemas de informação, sistemas de publicações, siste-

mas de beneficiários

34. São alguns dos objetivos operacionais:

a) resposta rápida, covariância,

b) variância, estoque máximo,

c) estoque mínimo, apoio ao ciclo de morte do produto

d) consolidação da movimentação, apoio ao ciclo de vida do produto,

e) desvio padrão e consolidação dos sistemas

35. O objetivo operacional que corresponde à logística reversa é:

a) variância reversa

b) retro-estoque

e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas 119

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c) apoio ao ciclo de vida do produto

d) resposta contrária

e) consolidação da armazenagem de retorno

36. São modais?

a) os últimos lançamentos da moda

b) trem e estação

c) dutos e caminhões

d) navios e aeroportos

e) estoque em movimentação e armazéns

37. A incerteza logística é devida a ...:

a) constância dos estoques

b) transmissões sem erros

c) avaliações dos beneficiários

d) variações dos processos

e) estoques máximos

38. No modelo da caixa d’água, em termos de processos, o que signi-fica quando a vazão de entrada é igual à vazão da saída?

a) significa que são processos instáveis, portanto não deve ser procurados

b) nesta situação sempre é necessário o uso da caixa d’água

c) nada significam, pois a gestão de estoques não pode utilizar o modelo

d) significam que processos estáveis são mais desejáveis para gerenciar

e) significa que a variância é máxima

39. Níveis de serviço são ...:

a) padrões impostos pela organização aos beneficiários

b) padrões ofertados pela organização e aceitos pelos beneficiários

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 120

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c) padrões impostos pelos fornecedores e aceitos pelos beneficiários

d) padrões ofertados entre os fornecedores

e) padrões impostos pelos beneficiários aceitos pelos beneficiários

40. Serviços de valor agregado significam...:

a) atendimento ao pedido perfeito

b) atendimento ao pedido básico

c) transformam pedido básico em serviço perfeito

d) são outras atividades associadas tanto a pedido perfeito quanto ao ser-

viço básico

e) o oposto aos serviços perfeitos desagregados

41. Serviço básico significa ...:

a) um padrão abaixo do mínimo acordado

b) um padrão acima do mínimo acordado

c) um nível qualquer acordado entre as partes

d) um nível com estoques máximos e entrega imediata

e) um nível negativo de estoques e entregas instantâneas

42. O serviço básico pode ser medido em termos de:

a) disponibilidade, desempenho operacional e confiabilidade

b) indisponibilidade, desempenho estratégico e estoques

c) disponibilidade estratégica, incerteza e modais

d) desempenho, certeza e confiabilidade acadêmica

e) indisponibilidade, confiabilidade acadêmica e velocidade

e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas 121

Page 122: Livro_Patrimonio

43. No gerenciamento de transporte os custos são:

a) de difícil apuração

b) de fácil apuração

c) são combinados com o fornecedor

d) não existem custos por ser empresa pública

e) são transferidos e cobrados do beneficiário

44. Complete: Modais mais rápidos ...

a) tem custos menores

b) transportam mais carga

c) têm custos maiores

d) não precisam de contingência

e) exigem sistemas de informação mais lentos

45. A ANTAQ é a agência de regulação dos sistemas de transporte...

a) aéreo

b) rodoviário

c) ferroviário

d) dutoviário

e) aquaviário

46. A logística aplicada nos sistemas de esgoto para os resíduos cole-tados é chamada:

a) direta

b) reversa

c) transversa

d) cíclica

e) higiênica

Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 122

Page 123: Livro_Patrimonio

47. O projeto de rede logística implica em:

a) determinar o tráfego nas rodovias

b) determinar o uso de satélites para transporte de cargas

c) determinar as localizações dos depósitos e as operações realizadas neles

d) um conjunto de computadores conectados em rede

e) impedir que os produtos em circulação sejam aprisionados nos computadores

48. Produtos esbeltos devem ser ...:

a) armazenados na parte de baixo das estanterias

b) admirados deitados

c) na parte de cima das estanterias, apoiados por estais

d) na parte média das estanterias de forma enviesada

e) não devem ser armazenados, pois são consumidos para emagrecer

49. Ao elaborar o plano de estocagem o gestor deve considerar...:

a) as características metafísicas dos produtos

b) características dos sistemas de transportes

c) características físicas dos produtos

d) características dos sistemas de informação

e) o sistema inercial

50. A ergonomia é a ciência que...:

a) estuda o ergon na logística

b) estuda qual a melhor forma adaptar o homem ao ambiente de trabalho

c) estuda a arquitetura dos transportes

d) estuda a incerteza logística

e) estuda qual a melhor forma de adaptar o ambiente ao homem

e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas 123

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