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Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa Jaboticabal - SP 2008

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Métodos Científicos de Análise.

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�Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

Metodologia Científica eIniciação à Pesquisa

Jaboticabal - SP2008

Page 2: LIVRO_Metodologia_Cientifica

� Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

EquIPE dE Elaboração

Conteudistas

lúcia Helena Vasques• Doutora em Biologia pela Unesp/Jaboticabal, SP

Marcelo Felix Tura• Doutor em Ciências Sociais pela PUC, SP

rodrigo ruiz Sanches• Doutor em Sociologia pela Unesp/Araraquara, SP

Neusa Maria Fernandes dos Santos• Mestre em Ciências e Práticas Educativas pela Unifran/Franca, SP

luciano José Marafante• Mestre em Genética pela Unesp/Jaboticabal, SP

Suely aparecida Zeoula de Miranda• Mestre em Estudos Literários pela Unesp/Araraquara, SP

Ithamar Clóvis Campacci• Especialista em Administração e Supervisão

lino Galdino Hermacora• Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior pela FESLJ, SP

Produção de material didático

Neusa Maria Fernandes dos Santos (coordenação e preparação de originais)• Mestre em Ciências e Práticas Educativas (�tica na Educação) pela Universidade de Franca, SPMestre em Ciências e Práticas Educativas (�tica na Educação) pela Universidade de Franca, SP

Suely aparecida Zeoula de Miranda (revisão de língua portuguesa)• Mestre em Estudos Literários pela Unesp/Araraquara, SPMestre em Estudos Literários pela Unesp/Araraquara, SP

Vitório barato Neto (revisão de língua portuguesa)• Especialista em Língua Portuguesa pela FESLJ, SPEspecialista em Língua Portuguesa pela FESLJ, SP

alexandre Masson Maroldi (revisão de normalização)• Mestrando em Biblioteconomia pela PUC Campinas, SPMestrando em Biblioteconomia pela PUC Campinas, SP

rosane Furtado (projeto gráfico)daniel rocha do amaral (diagramação)SG&C Comunicação (capa)

Ficha catalográficaAlexandre Masson Maroldi – Bibliotecário CRB8-6740

Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa. - cidade?: Gráfica?, 2008 85 p. : il.;30cm.Bibliografia

1. Metodologia científica. I. Título.

copyright©: Associação Jaboticabalense de Educação e Cultura – AJEC 2008Associação Jaboticabalense de Educação e Cultura – AJEC

Rua Floriano Peixoto, 876 – 14870-370 – Jaboticabal – SP Tel. (16) 3209-1800 – www.saoluis.br

Page 3: LIVRO_Metodologia_Cientifica

3Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

Prezado aluno:

O presente manual é o resultado de um trabalho conjunto da Equipe de Professores da disciplina Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu da Faculdade de Educação São Luís de Jaboticabal. Foi elaborado de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.

A própria discussão sobre o conhecimento, assim como sua produção e divulgação dos re-sultados, que fazem parte da vida acadêmica, atualmente também têm interessado um grande número de pessoas que precisam estar atualizadas nos diversos campos de atividades profis-sionais.

Como professores dessa disciplina, temos dois objetivos principais: o primeiro, levar o aluno a familiarizar-se com a estrutura da comunicação científica, desde as atividades discentes cotidianas até os trabalhos de maior rigor metodológico; segundo, dar-lhe os requisitos míni-mos para desenvolver e apresentar trabalhos científicos . Assim, este manual foi elaborado em quatro unidades, apresentando abordagens teóricas e práticas.

Na Unidade �, trataremos da produção do conhecimento como um projeto humano que se enriquece num processo crítico e polêmico, através do diálogo entre os investigadores e suas teorias, incluindo-se, também, o diálogo entre o homem e a natureza. Analisaremos, também, os três tipos de conhecimento mais importantes, tanto para a vida cotidiana quanto para as ativi-dades acadêmicas: conhecimento empírico, conhecimento filosófico e conhecimento científico.

Um Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, precisará ser apresentado à Faculdade de Educação São Luís, como exigência parcial para a conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu. Assim, essa Unidade enfocará a conceituação, as características e as finalidades desse tipo de trabalho acadêmico, além de apresentar as fases de um Projeto de Pesquisa e as dire-trizes para a elaboração de um Plano de Pesquisa.

Na Unidade 2, apresentaremos a abrangência e a conceituação da pesquisa científica, e os vários métodos utilizados para a coleta e a interpretação dos dados. A questão dos paradig-mas será tratada porque ela, atualmente, extrapola o âmbito da comunidade acadêmica, sendo muito discutida no mundo globalizado em que vivemos, justamente porque uma das caracte-rísticas da globalização é a quebra desses mesmos paradigmas.

Na Unidade 3, descreveremos os procedimentos adotados pela ABNT para os diferentes tipos de citações e de referências empregadas no registro da revisão bibliográfica. Esses pro-cedimentos serão muito importantes para o(a) aluno(a), na fase da redação final do TCC.

A Unidade 4 trará, como exemplo, as partes que compõem a redação final do TCC, para sua entrega e apresentação no final do curso.

Bons estudos!

Equipe de Professores de Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa.

aPrESENTação

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4 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

UNIDADE 1 O CONHECIMENTO E SUA PRODUÇÃO............................................................ 11

Introdução.................................................................................................................................. 11

1.1 Formas de se compreender e transformar a realidade....................................................... 121.1.1 Conhecimento empírico................................................................................................... 121.1.2 Conhecimento filosófico................................................................................................... 121.1.3 Conhecimento científico................................................................................................... 141.1.4 A filosofia e a ciência na visão do conhecimento empírico.............................................. 14

1.2 A produção do conhecimento.............................................................................................. 15

1.3 Trabalho de Conclusão de Curso – TCC............................................................................. 181.3.1 Características.................................................................................................................. 181.3.2 Finalidades....................................................................................................................... 18

1.4 O Projeto de Pesquisa ....................................................................................................... 18

1.5 O Plano de Pesquisa........................................................................................................... 20

UNIDADE 2 PESQUISA CIENTÍFICA E PARADIGMAS........................................................... 27

Introdução.................................................................................................................................. 27

2.1 Ciências e seus métodos.................................................................................................... 282.1.1 Método indutivo................................................................................................................ 282.1.2 Método dedutivo............................................................................................................... 292.1.3 Método hipotético-dedutivo.............................................................................................. 292.1.4 Método dialético............................................................................................................... 292.1.5 Método fenomenológico................................................................................................... 292.1.6 Método histórico............................................................................................................... 30

2.2 Pesquisa científica: conceituação e abrangência............................................................... 302.2.1 Tipos de pesquisa............................................................................................................ 312.2.1.1 Pesquisa bibliográfica................................................................................................... 322.2.1.2 Pesquisa de laboratório................................................................................................ 322.2.1.3 Pesquisa de campo....................................................................................................... 332.2.1.4 Pesquisa quantitativa.................................................................................................... 332.2.1.5 Pesquisa qualitativa...................................................................................................... 33

2.3 Os paradigmas.................................................................................................................... 342.3.1 Conceituação................................................................................................................... 342.3.2 O paradigma dominante e sua crise................................................................................ 352.3.2.1 O paradigma emergente............................................................................................... 362.3.2.2 Dois casos de mudança de paradigmas: Galileu e o Japão contemporâneo............... 39

SuMárIo

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�Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

UNIDADE 3 NORMALIZAÇÃO TÉCNICA DE DOCUMENTOS ............................................... 45

Introdução.................................................................................................................................. 45

3.1 Citações (NBR 10520:2002)................................................................................................ 453.1.1 Etimologia......................................................................................................................... 453.1.2 Objetivos........................................................................................................................... 463.1.3 Tipos de citações.............................................................................................................. 463.1.3.1 Direta ou textual............................................................................................................ 463.1.3.2 Citação indireta ou conceitual....................................................................................... 483.1.3.3 Citação de citação......................................................................................................... 493.1.3.4 Algumas regras gerais para citação do autor................................................................ 49

3.2 Referências (NBR 6023:2002)............................................................................................ 523.2.1 Definição........................................................................................................................... 523.2.2 Elementos das referências............................................................................................... 52 3.2.3 Modelos de referências em meio impresso................................................................... 523.2.4 Modelos de referências em meio eletrônico..................................................................... 55

UNIDADE 4 ESTRUTURA E APRESENTAÇÃO DO TRABALHO ACADÊMICO...................... 57

Introdução.................................................................................................................................. 57

4.1 Estrutura do TCC................................................................................................................. 57

4.2 Normas para digitação........................................................................................................ 774.2.1 Configuração da página e formatação............................................................................. 774.2.2 Paginação........................................................................................................................ 774.2.3 Ilustrações ou figuras....................................................................................................... 78

REFERÊNCIAS......................................................................................................................... 84

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6 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

As primeiras páginas deste manual têm caráter didático, uma vez que se destinam a apro-fundar e a ampliar seus conhecimentos nesta disciplina. Para tanto, procurou-se estruturá-las de forma a facilitar o seu estudo e dividem-se em:

• Caracterização da disciplina: apresenta a carga horária, a ementa, os objetivos gerais e os livros-texto que você poderá consultar.

• Contextualização da disciplina: preocupa-se em relacionar a disciplina ora apresen-tada, com as demais disciplinas que compõem o curso.

• quadro-síntese do conteúdo programático: apresenta os objetivos específicos de cada unidade e uma bibliografia básica que não esgota o assunto estudado. Você poderá ampliá-la.

As unidades estão estruturadas da seguinte forma:

• apresentação e desenvolvimento do conteúdo referente a cada unidade, de acordo com a metodologia do ensino a distância, visando à organização de seus estudos e à ob-tenção de melhores resultados.

• atividades de auto-avaliação que permitirão avaliar seu grau de conhecimento alcan-çado e ajudá-lo na decisão de prosseguir ou de rever os pontos onde seu desempenho não foi satisfatório.

• Leituras, filmes e sites que visam a completar e/ou a ampliar o conteúdo da unidade.

Não se esqueça de que a Educação a Distância se baseia em auto-estudo. Portanto, são apresentadas algumas sugestões para que você administre melhor seu tempo de estudo:

1. Ao realizar suas leituras, procure questionar-se sobre os seguintes aspectos: Quem escreveu? Quando? Por quê? Quais as idéias principais? Qual a fundamentação teórica? Quais os resultados apresentados pelo autor?

2. Quando terminar seu trabalho, anote todas as informações conseguidas.

3. Em seguida, faça um resumo.

4. Avalie o seu trabalho, verificando: o tempo gasto na leitura e o número de informa-ções que você conseguiu captar.

5. Volte ao manual e compare o seu resumo com o texto original: isso representa mais uma atividade que o ajudará a compreender o que não foi assimilado anteriormente.

orIENTaçõES Para auTo-ESTudo

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7Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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CaraCTErIZação da dISCIPlINa

disciplina

Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Carga horária

30 h

Ementa

Estudos e pesquisas: instrumental teórico-metodológico. O conhecimento como com-preensão e transformação da realidade. Pesquisa científica: Conceito. Paradigmas. A lógica da concepção e construção do projeto de pesquisa. Pesquisa bibliográfica: execução e comuni-cação dos resultados. O relatório científico. Normas da ABNT para apresentação de relatórios acadêmicos, referências e citações.

objetivos gerais

a Levar o aluno a ter condições de evidenciar a estrutura da comunicação científica, desde atividades discentes até trabalhos de maior rigor metodológico.

a Dar ao aluno condições para a obtenção de resultados mínimos para desenvolver e apresentar trabalhos científicos.

livros-texto

BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de metodologia científica: um guia para a iniciação científica. 2. ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 2004.

CERVO, A. L. ; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 1996.

GIL, A. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

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8 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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CoNTExTualIZação da dISCIPlINa No âMbITo do CurSo

A disciplina Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa será ministrada durante os três primeiros encontros presenciais, sendo que, até o terceiro, os alunos estarão aptos a entregar um Plano de Pesquisa, peça fundamental para o desenvolvimento posterior do TCC.

De caráter obrigatório, o TCC é a etapa final do Curso. Deverá ser elaborado individual-mente e apresentado no último encontro, já devidamente formatado e contendo todas as su-gestões e orientações dos professores, dadas durante o curso. Caso não estiver de acordo com as normas especificadas, será devolvido aos alunos para nova elaboração.

O TCC será avaliado por três membros de uma Banca Examinadora e a nota mínima para aprovação será 7,0 (sete), numa escala de zero a dez, observando-se os seguintes critérios: relevância significativa e cientítica do tema; formulação adequada do problema; qualidade da bibliografia utilizada; consistência da argumentação e redação e apresentação técnica.

Portanto, o TCC é o ponto central para o qual convergem tanto o aprendizado teórico quanto o prático, adquiridos nas diversas disciplinas ministradas durante o Curso. Sua cons-trução visa a colocar o aluno de pós-graduação em contato com as normas de elaboração de um trabalho científico, e a fazer com que ele reconheça a importância da consulta de livros, de revistas indexadas e da pesquisa constante pela Internet, como meios adequados de se manter sempre atualizado com a produção do conhecimento científico.

Como professores, compartilhamos com você esta importante etapa da vida acadêmica, que é a elaboração e a apresentação do TCC. Por isso, conhecemos tanto os percalços e as angústias quanto as expectativas e as vitórias que fazem parte desta nova caminhada.

Portanto, conte conosco! Esperamos que este manual lhe seja de grande valia!

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9Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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quadro-SíNTESE do CoNTEúdo ProGraMáTICo

unidades do programa

objetivos específicos

Bibliografia básica de cada unidade

� O Conhecimento e sua produção

Apresentar a importância do conhecimento que possibilita ao homem compreender e transfor-mar sua própria realidade.

ARANHA, M.L.A.; MARTINS, M.H.P. Filoso-fando: introdução à filosofia. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1999.

SEVERINO, A.J. Metodologia do Trabalho científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2000

� Pesquisa cientí-fica e paradigmas

Analisar e discutir as ciências e seus métodos, bem como a pesquisa científica e suas mo-dalidades, procurando apresen-tar a questão dos paradigmas como um momento de reflexão para as possíveis mudanças no campo científico.

KHUN, T.A. As estruturas das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1975. SOUSA SANTOS, B. um discurso sobre as ciências. 12. ed. Porto: Edições Afrontamen-to, 2001.

3 Normalização técnica de docu-mentos

Apresentar os diferentes tipos de citações e de referências uti-lizadas na revisão bibliográfica, conforme as normas da ABNT em vigor.

ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas. Informação e documentação – citações em documentos - apresentação: NBR 10.520. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

______. Informação e documentação – refe-rências – elaboração: NBR 6.023. Rio de Ja-neiro: ABNT, 2002.

4 Estrutura e apresentação do trabalho acadêmico

Orientar quanto aos aspectos técnicos do TCC, de modo que o mesmo possa ser formatado de acordo com as normas e re-gras estabelecidas.

ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técni-cas. Informação e documentação – resumos – procedimento: NBR 6.028. Rio de Janeiro: ABNT, 1990.

______. Informação e documentação – tra-balhos acadêmicos – apresentação: Nbr 14.724. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.

______. Informação e documentação – sumário - apresentação: NBR 6.027. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.

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�0 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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��Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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Ementa Tipos de conhecimento: empírico, filosófico e científico. Produção do conhecimento. Trabalhos

científicos. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Projeto e Plano de Pesquisa.

Objetivo específico Apresentar a importância do conhecimento que possilbilita ao homem compreender e transformar

sua própria realidade.

Introdução

Pensar é próprio dos seres humanos, e nossas ações são baseadas em opções que fazemos no decorrer de toda nossa vida, ao contrário das máquinas, que são programadas para executar tarefas mecânicas, ou dos animais, que contam com seus instintos para a sobrevivên-cia.

A produção de conhecimento é uma característica marcante no homem. Esse conheci-mento, por sua vez, constitui o patrimônio histórico-cultural da humanidade, resultante de um processo cumulativo, decorrente de toda a história da vida humana. Incessantemente, o homem vem produzindo conhecimento nos campos da arte, ciência e tecnologia, organizando o espaço físico e social.

O domínio do conhecimento possibilita ao homem não só conhecer o mundo, mas também compreender e transformar sua própria realidade. Porém, para que a sociedade possa caminhar e desenvolver-se, é imprescindível que todos tenham acesso a esse conhecimento, cuja apro-priação pode dar-se de diversas maneiras.

Nesta Unidade, analisaremos, inicialmente, três tipos de conhecimentos importantes, tanto para a vida cotidiana quanto para as atividades acadêmicas: conhecimento empírico, conheci-mento filosófico e conhecimento científico.

Unidade 1 O CONHECIMENTO E SUA PRODUÇÃO

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�� Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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Na seqüência, em 1.2 A produção do conhecimento, destacaremos o Trabalho de Con-clusão de Curso (TCC) e o Plano de Pesquisa, como atividades integrantes do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu.

1.1 Formas de se compreender e transformar a realidade São diversas as formas pelas quais o homem entra em contato com o mundo que o cerca, dependendo das circunstâncias e necessidades, bem como do tipo de cultura em que ele está inserido. Em geral, destacam-se as abordagens mítica, religiosa, artística, científica, filosófica e do senso comum (ARANhA , 1997, p. 104).

Essas abordagens ou formas de se compreender e transformar a realidade não são ex-cludentes, e uma mesma pessoa pode interessar-se por questões religiosas e filosóficas, en-quanto outra pode dedicar-se à pesquisa científica, utilizando o senso comum ou conhecimento empírico em seu cotidiano.

A seguir, apresentaremos, em linhas gerais, o conhecimento empírico, o conhecimento filosófico e o conhecimento científico.

1.1.1 Conhecimento empírico

Também denominado conhecimento popular ou senso comum, tem como características: ser valorativo, pois está relacionado com os valores do sujeito, os quais impregnam o objeto conhecido; ser assistemático, pois depende da organização de cada indivíduo. Assim, não visa a uma sistematização das idéias, a ser verificável, pois pode ser percebido no dia-a-dia.

Prende-se ao conhecimento adquirido por tradição, herdado dos antepassados, e ao qual se acrescentam os resultados da experiência vivida na coletividade a que cada um pertence.

Nasce do processo de “acostumar-se” a uma explicação ou compreensão da realidade, sem que ela seja questionada. No dizer de Luckesi (1990, p. 95): “Mais do que uma interpreta-ção adequada da realidade, ele é uma ‘forma de ver’ a realidade – mítica, espontânea, acrítica”. Exemplos: os conhecimentos das rezadeiras no sertão nordestino, as várias superstições, os provérbios, os remédios ou os chás caseiros, as técnicas de artesanato e as artes culinárias, etc.

No senso comum, encontramos o bom-senso, que se forma no espírito de todo homem, ao contato das coisas com que lida. É uma certa sistematização de conhecimentos, um conheci-mento compreensivo, rudimentar, espontâneo. Assim, por ser um conhecimento compreensivo, liga as conclusões aos princípios, visto que as pessoas que o têm desenvolvido, quando coloca-das em condições diferentes das habituais, resolvem as dificuldades rápida e acertadamente por meio de raciocínios simples, apoiados no corpo do conhecimento que já têm. E seus princípios são gerais, pois que se aplicam a circunstâncias variadas. Por outro lado, o bom-senso não re-flete sobre si mesmo; trata das coisas, mas não pensa em si.

1.1.2 Conhecimento filosófico

A filosofia caracteriza-se como uma reflexão que busca compreender o sentido da reali-dade, do homem em sua relação com a natureza e com os outros, do trabalho do homem e seus produtos: a cultura e a história.

Como uma reflexão em profundidade, coerente e abrangente, vêem-se a importância e a necessidade da filosofia, pois é através dela que temos a oportunidade de reunir o pensamento fragmentado da ciência, reconstituindo sua unidade. Assim, essa reflexão permite ao homem ter

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13Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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mais de uma dimensão para determinado problema, além daquela que é dada pelo agir imediato no qual “o homem pragmático” se acha mergulhado. A filosofia

[...] tem pontos comuns com a ciência e com a literatura, mas se distingue de ambas. Como a ciência, ela procede com rigor e costuma ter, no horizonte, uma idéia de verdade. Mas a ciência se atualiza sempre e descarta seu passado. A filosofia não. Como a arte ou a literatura, ela preserva seu passado como um patrimônio irrenunciável (RIBEIRO, 2003, p. 9).

“Admirar-se era, para Platão, a condição de onde deriva a capacidade de problematizar, o que marca a filosofia, não como posse da verdade, mas como sua busca” (ARANHA; MARTINS, 1999, p. 72). Portanto, a busca da verdade supõe um ato de coragem ao enfrentar as formas estagnadas do poder que tentam manter o status quo. Assim, filosofar é aceitar o desafio de mudança, mudança de paradigma, onde se procura o saber para transformar. (Ver Paradigmas na Unidade 2.).

Ela também é a possibilidade de transcendência humana, a capacidade exclusiva do homem, através da qual ele pode superar situações dadas e não escolhidas. Pela transcendên-cia, ele surge como ser de projeto, capaz de construir sua liberdade e seu destino. Sendo as-sim, a Filosofia impede a estagnação e recupera o processo perdido no imobilismo das coisas feitas, muitas vezes já ultrapassadas. Neste impedir a estagnação, ela evita tanto o ceticismo quanto o dogmatismo, pois ambos têm em comum a visão imobilista do mundo, já que o cético conclui pela impossibilidade do conhecimento, e o dogmático, atingindo a certeza, decide que o conhecimento é inalcançável.

A filosofia é, ainda, movimento, pois o mundo é movimento que se manifesta pela tese (certeza) e pela antítese (negação), dois movimentos superados pela síntese, a qual, por sua vez, produz uma nova tese e assim, sucessivamente. Jaspers (1971, p. 138), filósofo alemão contemporâneo, chegou a afirmar: “Fazer filosofia é estar a caminho. As perguntas em filosofia são mais essenciais que as respostas, e cada resposta transforma-se numa nova pergunta”.

Refletindo...

“Não há filosofia que se possa aprender; só se pode aprender a filosofar” (Kant, século XVIII).

Figura � O PensadorFonte: http://br.geocities.com/discursus/iconoteca/pensador.jpg

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�4 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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1.1.3 Conhecimento científico Na Grécia Antiga, filosofia e ciência caminhavam juntas. Nela encontramos os filósofos

pré-socráticos Tales e Pitágoras, preocupados com Matemática, e Aristóteles estudando Física e Astronomia, além de estabelecer os fundamentos da Biologia.

Conforme Aranha e Martins (1999), com a Revolução Científica ocorrida a partir do sé-culo XVII, com Galileu Galilei, filosofia e ciência separaram-se e, gradativamente, até chegar ao século XX, foram surgindo as ciências particulares (Física, Astronomia, Química, Biologia, Psicologia, Sociologia, etc.).

O conhecimento científico passou, então, a ter características próprias, e a ciência ganhou autonomia com a procura de seu próprio método, que investiga a causa dos fenômenos e sua constituição, caracterizando-se, dessa forma, pela capacidade de analisar, de explicar, de des-dobrar, de justificar, de induzir ou aplicar leis e de predizer eventos.

Portanto, o conhecimento científico, como modernamente se entende, surgiu há aproxima-damente 400 anos, sendo que, nos últimos �0 anos, ocorreram importantes descobertas, como, por exemplo, a da estrutura da molécula de DNA, em 1953, por James Watson e Francis Crick, até o recente Projeto Genoma Humano.

A ciência busca compreender a realidade de maneira racional, descobrindo relações uni-versais e necessárias entre os fenômenos, o que permite prever acontecimentos e, conse-qüentemente, também agir sobre a natureza. “Para tanto, a ciência utiliza métodos rigorosos e atinge um tipo de conhecimento sistemático, preciso, objetivo” (ARANHA; MARTINS, 1996, p. 89).

A ciência utiliza métodos rigorosos, mas não pode ser considerada como um conhecimento certo e definitivo, pois ela “avança em contínuo processo de investigação que supõe alterações e ampliações necessárias, à medida que surgem fatos novos, ou quando são inventados novos instrumentos” (ARANHA; MARTINS, 1996, p.91). Assim, as leis de Newton, descobertas em 1687, foram posteriormente reformuladas por vários matemáticos nos séculos XVIII e XIX; a teoria da relatividade de Einstein “desmentiu a concepção clássica de que a luz se propaga em linha reta. A hipótese de que os raios luminosos que passam perto do Sol, sofreriam um desvio, foi confirmada por observações [feitas] durante o eclipse solar de 1919” (ARANHA; MARTINS, 1996, p. 91).

A ciência, quando aplicada, torna-se tecnologia, havendo reciprocidade entre ciência e técnica: do aperfeiçoamento da ciência surge a técnica, e o desenvolvimento científico acelera a evolução da tecnologia. Em Física, por exemplo, ao se desenvolverem pesquisas sobre ótica, os resultados dão condições de aperfeiçoar telescópios e microscópios, possibilitando novas pesquisas nessa área, ampliando o raio de visão humana.

Refletindo...

Figura 2 Instrumentos de laboratórioFonte: Clipart

“É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”.(Albert Einstein, século XX).

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��Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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1.1.4 A filosofia e a ciência na visão do conhecimento empírico

Para o conhecimento empírico (senso comum), o filósofo vive fora da realidade, e o cien-tista é um mágico. Valerá a pena determo-nos, aqui, na visão que a maioria das pessoas tem sobre a filosofia e a ciência, uma vez que ambas são dois tipos de conhecimento “que têm es-pecial lugar na vida humana, com os quais nos batemos constantemente e que possuem um significativo papel na vida universitária” (LUCKESI, 1995, p. 60).

Comparado com a Filosofia, o conhecimento empírico é como uma “filosofia” inconsciente de si mesma, que se ignora. Todos os homens filosofam, desde que estejam no uso da razão, mas fazem-nos sem o saber, como os repentistas do Nordeste fazem suas obras poéticas.

Para o senso comum, o filósofo é um homem que não vive no mundo real, fechando-se em um universo fictício, imaginado por ele. Nada mais falso, mas devido a algumas “excentri-cidades”, a filosofia criou fama de ser contrária ao bom-senso, de ser quase uma loucura: de fato, o que poderá pensar um homem de bom-senso, que vê, por exemplo, um filósofo duvidar de sua própria existência? A verdadeira filosofia é, antes de tudo, filosofia do bom-senso, um prolongamento dos raciocínios implícitos no bom-senso, tornados explícitos, no campo onde já não há o trabalho espontâneo da razão, e torna-se necessário seu esforço consciente.

Quanto ao filósofo viver fora da realidade, é a negação da verdadeira filosofia supor que um homem, para filosofar, tem de começar por se isolar das coisas e de tudo quanto, em si mes-mo, não seja a razão especulativa. A razão, divorciada assim do ser para o qual é feita, trabalha em falso e constrói sistemas sem base, puramente ideais. Não é isso que a filosofia pretende. Ela se destina a melhorar nosso conhecimento do universo e, por isso, tem de se preocupar, necessariamente, com a realidade das coisas.

Quanto à ciência, o conhecimento empírico vê o cientista como um “gênio”, e suas desco-bertas parecem “mágicas”. No entanto, o cientista trabalha com observação e hipóteses que se relacionam, sendo que, no início da pesquisa,

[...] a hipótese orienta a seleção dos fatos, em outro momento mais avançado da pesquisa, já tendo sido feito o levantamento dos dados, ela tem o papel de reorganizar os fatos, dando-lhes uma interpretação provisória como proposta an-tecipada de solução do problema (ARANHA; MARTINS, 1996, p.90).

1.2 A produção do conhecimento

A história do surgimento do homem – a partir da evolução gradual de um antigo ancestral, que também deu origem aos grandes macacos – está bem documen-tada por evidências científicas acumuladas desde que Darwin e Wallace ousaram defender uma versão diferente da registrada no texto bíblico (BARROS, 2005, p. 15).

A produção, o registro e a divulgação do conhecimento, no âmbito da universidade, devem levar em conta, além dos aspectos éticos, científicos e metodológicos, fundamentados epis-temologicamente, as normas de padronização reconhecidas e aceitas por toda a comunidade acadêmica.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – é um Fórum de Normalização e representa, no Brasil, a International Organization for Stardization – ISO. As normas brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos comitês brasileiros e dos Organismos de Normaliza-ção Setorial (ONS), são elaboradas por comissão de estudos formada por representantes dos setores envolvidos: universidades, produtores, consumidores, laboratórios e outros. (Ver adiante, nas Unidades 3 e 4).

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�6 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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Seja como filosofia, seja como ciência, o conhecimento crítico, que é

a capacidade de analisar os fatos sem se ater a teorias preconcebidas [tornou-se] uma das habilidades mais necessárias e, ao mesmo tempo, mais difíceis de praticar em qualquer campo do conhecimento, devido às interpretações a priori existentes na cultura sobre acontecimentos a respeito dos quais não se tem da-dos suficientes, impedindo assim que novas (e inesperadas) descobertas sejam feitas (DIMENSTEIN, 1998, p. 16).

Trabalhos científicos

Os trabalhos científicos, embora diferentes quanto a sua natureza, extensão, importância, profundidade, têm em comum, além da contribuição, maior ou menor, para o avanço da ciência, a observância dos critérios e normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.

Um pesquisador encontra diferentes formas de elaborar e divulgar sua produção científica. Dentre toda a produção do conhecimento, destacaremos as mais importantes: trabalho didático, resumo de texto, resenha bibliográfica, artigo científico, comunicação científica, monografia, trabalho de conclusão de curso, dissertação e tese.

aTrabalhos didáticos

A partir de uma orientação clara e de critérios predefinidos pelos professores, os trabalhos didáticos solicitados, sobretudo nos cursos de graduação, são relatórios científicos dos estudos realizados pelos alunos. Não se exige originalidade nesses trabalhos; são geralmente recapitu-lativos, com síntese de posições encontradas em outros textos ou em outras pesquisas. Con-tudo, em nenhuma hipótese, os trabalhos didáticos podem ser colagens de trabalhos alheios.

aresumo de textoResumos de textos, capítulos ou livros são geralmente valorizados nas escolas como exer-

cícios de leitura, de interpretação, de síntese, de aprofundamento, etc. Depois de ler e reler, para identificar a idéia central e as secundárias, o aluno, com suas próprias palavras, elabora uma síntese do texto em estudo, mantendo-se fiel às idéias do autor.

Segundo Andrade (1999), há vários tipos de resumos, e cada um apresenta características específicas, de acordo com suas finalidades: resumo descritivo, resumo informativo ou analítico, resumo crítico ou resenha e sinopse.

Num resumo, via de regra, o aluno deve apresentar sucintamente o assunto, respeitando as idéias do autor, empregar linguagem clara e objetiva, evitando transcrições do original e, fi-nalmente, indicar as conclusões do texto em estudo.

Dependendo do objetivo que se tem em vista, o resumo apresenta, também, juízos críticos e/ou comentários pessoais.

Um bom resumo dispensa a consulta à obra original para o entendimento do assunto.

aResenha bibliográfica

Resenha é uma síntese descritiva ou comentário de livros das várias áreas da ciência, das artes e da filosofia. Além de abordar objetivamente o conteúdo da obra, deve apresentar comen-tários críticos e interpretativos a respeito da mesma, incluindo julgamentos de valor, tais como comparações com outras obras, relevância do texto em relação a outros trabalhos, etc.

Em geral, as resenhas são elaboradas por especialistas e publicadas em revistas, jornais e por outros meios. Mas podem também ser efetuadas por estudantes, como exercício de com-preensão e crítica.

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�7Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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aArtigo científico

Trata-se de um texto que, embora de dimensões reduzidas, apresenta a mesma estrutura exigida para trabalhos científicos de maior fôlego, devendo caracterizar-se, igualmente, por uma abordagem aprofundada e original.

Seu teor e apresentação formal devem estar em consonância com os critérios de publica-ção da revista ou da obra coletiva onde será veiculado.

Os artigos científicos, comumente, apresentam uma breve informação sobre a qualificação profissional do autor, um resumo em português e um abstract em língua estrangeira, as pala-vras-chave do texto, citações e bibliografia, em conformidade com as normas técnicas.

aComunicação científica

Constitui-se no mais sucinto dos trabalhos científicos, restringindo-se à apresentação dos resultados parciais ou totais de um estudo sobre assunto significativo em congressos, semi-nários, simpósios, etc. O órgão promotor do evento científico é que estabelece as formas e as regras da comunicação.

aMonografia Monografia, do grego monos=único e graphein=descrever, etimologicamente significa “es-

crito de um só assunto”.Quanto ao uso indiscriminado do termo monografia, é necessário fazer-se um alerta. Para

Marcantonio e Santos e Lehfeld (1933, p.67), “o uso do termo monografia, de forma general-izada para designar todo o tipo de trabalho confeccionado durante a realização do Curso de Graduação, ainda que a base seja uma investigação científica, é incorreto”.

No mundo acadêmico ou profissional, saber fazer uma monografia é uma habilidade cada vez mais exigida. Utilizada para conferir título de bacharel na maioria dos cursos de graduação, a monografia também é exigida nos cursos de especialização ou de capacitação para atestar os conhecimentos adquiridos por seus estudantes, antes de ser-lhes entregue o certificado de conclusão.

adissertação À medida que o estudante evolui na carreira acadêmica, também aumentam o rigor e a

profundidade de sua produção intelectual. Assim, chama-se dissertação uma monografia mais elaborada. O tema não precisa ser original e, com sua apresentação, é-lhe conferido o título de mestre.

aTese

A tese é um trabalho mais qualificado e confere ao estudante o grau de doutor, exigindo que ele pesquise um tema original, com grau maior de profundidade e cientificidade no trata-mento das questões apresentadas.

aTrabalho de Conclusão de Curso Como um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) precisará ser apresentado à Faculdade

de Educação São Luís, como exigência parcial para a conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu, enfocaremos, a seguir, sua elaboração.

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�8 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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1.3 Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)1.3.1 Características

Como trabalho científico, conforme Alvarenga e Rosa (2001, p.27), o TCC é

[...] delineado em capítulos, muitas vezes estanques e já nomeados anterior-mente, como: revisão literária, metodologia, discussão, resultados, considera-ções finais, etc., tais passos são necessários para que o aluno tenha ciência das etapas de uma pesquisa científica e possa prosseguir.

Lembramos também que o TCC pode ser composto por um capítulo único.Nesse tipo de trabalho acadêmico, o tema não precisa ser original, mas é importante que

ele apresente um novo enfoque e contribuições relevantes à área de conhecimento à qual está restrito.

Exige-se, também, uma delimitação do tema para dar-se um tratamento exaustivo.Deve-se obedecer a uma rigorosa metodologia e investigar um determinado assunto não

só em profundidade, mas em todos os seus ângulos e aspectos. O processo cumulativo deve ser sempre valorizado. É ainda necessária a apresentação de reflexão e de conclusão pessoais.

1.3.2 Finalidades

Tem como finalidades a transmissão objetiva de uma mensagem, a comunicação do resul-tado final de uma pesquisa ou de uma reflexão, e a demonstração de uma posição a respeito do tema-problema.

O TCC da Faculdade São Luís poderá ter várias modalidades, dependendo do Coordena-dor do Curso e/ou das regras próprias do Curso.

1.4 O Projeto de Pesquisa Descreveremos, a seguir, as fases do Projeto de Pesquisa, com a preocupação didática

de preparar os alunos para a elaboração do Plano de Pesquisa do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que decorre do Projeto. Nas Unidades 2 e 3 deste manual, serão apresentados a importância da pesquisa científica com seus tipos mais comuns, os métodos e as técnicas de coleta de dados e a apresentação final do TCC.

Para Fachin (2001, p. 47),

o projeto de pesquisa é uma construção lógica e racional, com base nos postula-dos da metodologia científica a ser empregada no desenvolvimento de uma série de etapas, para facilitar o plano de trabalho que envolve uma pesquisa. Contudo, não há um único modelo de projeto. São vários os tipos, dependendo em grande parte da área de formação acadêmica, da natureza do assunto, dos objetivos do estudo, a fim de administrar de forma correta a metodologia específica de cada projeto.

O projeto é uma etapa preliminar no processo de elaboração e execução de uma pesquisa. Deve prever os passos seguidos e responder às questões: o quê? Por quê? Para quê e para quem? Onde realizar? Como? Com que recursos? Quando?

Em outras palavras, a finalidade intrínseca do projeto é indicar as intenções do autor, deixando claro o título (ainda que provisório), a delimitação inicial do objeto da pesquisa, a justificativa, os objetivos, o caminho a ser percorrido, as estratégias e os instrumentos a serem utilizados, e as etapas a serem vencidas.

O planejamento, como estratégia global de ação, supõe a flexibilidade, que deve estar

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19Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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presente em toda atividade de pesquisa. Assim, o projeto inicial pode sofrer alterações, na me-dida em que o pesquisador desenvolve e aprofunda suas idéias ou faz a descoberta de novos dados.

Nas pesquisas qualitativas, principalmente, não se parte de um projeto rigidamente deter-minado. Ao contrário, as questões da pesquisa vão se transformando, as técnicas vão sendo revistas e reelaboradas no próprio processo de pesquisa.

Embora possam aparecer em outra ordem e ser ampliados ou reduzidos, de acordo com a natureza do estudo, os elementos que compõem um Projeto de Pesquisa são os seguintes:

aTítulo

O título é o nome do TCC, devendo sintetizar o conteúdo da pesquisa. Pode ser acom-panhado ou não de subtítulo. Nesse último caso, enquanto o título tem caráter mais geral, o sub-título delimita com mais precisão o alcance dos objetivos da pesquisa. Exemplo: A licenciatura em História: avaliação do curso de História da Unesp-Franca.

adelimitação do tema (O que pesquisar?)

O pesquisador pode escolher seu tema movido pelo interesse em aprofundar o estudo em uma determinada questão. Pode, outrossim, ser motivado por interesses profissionais, por leitu-ras que tenha feito, etc. Entretanto, um dos fatores que mais pesam na delimitação de temas de pesquisa, é o caráter atual e instigante de determinado problema.

O tema pode ser, também, delimitado no tempo e no espaço, ou seja, no recorte a ser feito.

Porém, qualquer que tenha sido o tema escolhido, devem ser observados os critérios de originalidade, relevância e viabilidade.

aJustificativa (Por que pesquisar?)

Neste item, o pesquisador expõe os motivos mais significativos que o levaram a abordar o tema escolhido. Contudo, o principal critério mediante o qual se justifica a escolha de um tema, é o de sua relevância tanto social quanto científica.

A argumentação, mediante a qual o pesquisador expõe os motivos que o levaram a eleger determinado tema, e a importância da contribuição que seu estudo pode ensejar, são fatores fundamentais na aceitação da pesquisa por parte de seu público-alvo.

aobjetivos (Para que pesquisar?)

O pesquisador pode estabelecer um objetivo geral e/ou objetivos específicos.Os objetivos devem estar claramente definidos e expressos, sendo coerentes com o tema

proposto.Na explicitação dos objetivos de uma pesquisa, antecipam-se as contribuições que a mes-

ma pretende trazer para o avanço daquela área específica do conhecimento.

aMetodologia (Como realizar a pesquisa?)

Aqui se esclarece o tipo de pesquisa que será desenvolvida: bibliográfica, de campo, de laboratório ou, se for o caso, um estudo que combinará diferentes formas de investigação.

Deverão ser mencionados, também, os métodos e as técnicas de pesquisa que serão

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�0 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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empregados na coleta de dados, como, por exemplo: levantamento das fontes documentais e bibliográficas, observação, entrevistas, questionários, teses, história de vida, análise de con-teúdo, estudo de caso, dentre outros.

aCronograma (Qual é a duração da pesquisa?)

Refere-se à distribuição dos vários momentos ou etapas do desenvolvimento da pesquisa, dentro de um determinado tempo.

aCustos

Caso o projeto envolva custos financeiros, deve-se fazer um levantamento dos materiais a serem utilizados e o seu preço, a fim de que se estabeleça o valor total do projeto, principal-mente quando se tratar de pesquisas financiadas.

areferências (Quais as fontes bibliográficas ou os meios eletrônicos que fundamentam o projeto?)

Todo Projeto de Pesquisa deve listar quais as fontes bibliográficas que o fundamentam.

1.5 O Plano de Pesquisa

O Plano de Pesquisa é a atividade a ser entregue como Avaliação Final da disciplina Me-todologia Científica e Iniciação à Pesquisa.

Do Plano de Pesquisa devem constar:

a Temaa Títuloa Justificativa do trabalhoa Objetivosa Metodologiaa Mencionar o tipo e a estrutura (capítulos) a serem desenvolvidos no TCC.

Esses itens deverão estar dispostos em parágrafos, num texto corrido, sem divisão ou subtítulos. Assim, o Plano de Pesquisa deverá ter, além da capa, uma lauda, no máximo duas. A linguagem deverá ser simples, clara, sem quaisquer citações ou referências.

� importante citar que, na CAPA, deverão ser respeitadas as seguintes margens: 3 cm nas margens esquerda e superior, e 2 cm nas margens direita e inferior.

As fontes usadas na capa deverão ser, nas margens superior e inferior, Arial, �6, em letras maiúsculas, negritadas e centralizadas.

Nas linhas centrais, Arial 18, em letras maiúsculas, negritadas e centralizadas. No texto propriamente dito, a fonte deverá ser Arial, ��, letras minúsculas e espaço �,� nas

entrelinhas.

Page 21: LIVRO_Metodologia_Cientifica

��Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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A seguir, apresentaremos um exemplo de elaboração do Plano de Pesquisa.

TEMA: Alfabetização

TÍTULO: A importância da alfabetização nas séries iniciais do Ensino Fundamental.

a O autor/aluno terá liberdade de escolha quanto ao tema do TCC, em-bora possa ser orientado pelo professor do Curso quanto à escolha desse tema. Porém, ao escolher o assunto, deverá preocupar-se em verificar se o mesmo será estudado durante o curso que estiver freqüentando, de-vendo também ser pertinente às disciplinas estudadas.

a É preciso observar ainda que Tema e Título são enfoques diferentes: o Tema é o assunto, o Título é o nome, a denominação do trabalho. Tema é algo abrangente, amplo; Título é delimitado, específico. a No caso de ser usada a pesquisa de campo (ver adiante Unidade �), deverão ser indicadas as características do(s) indivíduo(s) observado(s): idade, sexo, grupo social, além do local e do período de observação.

Nas páginas seguintes, encontram-se os respectivos modelos da Capa e do Conteúdo relativos ao Plano de Pesquisa.

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�� Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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*A 2ª linha do bloco inferior da Capa (Núcleo de Apoio de ...) não deverá ser utilizada pelos alunos que freqüentam as aulas em Jaboticabal.

ModElo

auTor

PlaNo dE PESquISaCurSo:TurMa:

FaCuldadE dE EduCação São luíS* NúClEo dE aPoIo dE __________________

JaboTICabal - SP20___

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3 cm (margem superior)

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3 cm (m

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CaPa

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (�6)

Tipo de letra: Maiúscula

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (�8)

Tipo de letra: Maiúscula

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (�6)

Tipo de letra: Maiúscula

Espaço simples nasentrelinhas

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23Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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ModElo

CoNTEúdo* (Sugestão)

TEMA: __________________________________________TÍTULO: _________________________________________

Este trabalho procura apresentar ____________________________________________________________

(justificativa) Objetivamos, com este trabalho, ____________________________________________________________

(objetivo) Para a realização deste trabalho, utilizaremos _______________________________________________________ (pesquisa bibliográfica e/ou pesquisa de campo) ___________________________________________________ O trabalho será estruturado da seguinte forma:_____________________________________________________________ (número de capítulos/principais tópicos) _______________________________________________________

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3 cm (margem superior)

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argem direita)

*Como se vê, o conteúdo deve apresentar quatro parágrafos: o primeiro apresenta a JUSTIFICATIVA; o segundo, os OBJETIVOS; o terceiro, a METODOLOGIA utilizada (pesquisa bibliográfica e/ou de campo); o quarto, a ESTRU-TURA DO TRABALHO (número de capítulos e uma breve apresentação dos mesmos).

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (��)

Tipo de letra: Minúscula

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Fonte:Arial (Regular)

Tamanho da fonte: (��)

Tipo de letra: Minúscula

Espaço �,� nasentrelinhas

Page 24: LIVRO_Metodologia_Cientifica

�4 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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Auto-avaliação

As atividades aqui propostas são para aprofundamento de estudos.

1. Segundo Aranha e Martins (1994), para qualquer atividade profissional ou projeto de vida, como pessoa ou cidadão, o indivíduo precisa da reflexão filosófica para o desenvolvimento da cons-ciência crítica, para o exercício da capacidade humana de se interrogar e de ter a par-ticipação em sua comunidade. Comente essa afirmação, dando um exemplo.

2. Descreva algumas situações características do senso comum.

3. O que define um conhecimento como científico?

4. Leia o texto a seguir, transcrito da Revista Ciênciahoje – Revista de divulgação científica da SBPC, n. 215, v. 36, maio/05, p. 15.

Reflita sobre isso e escreva em que situações você poderá aplicar a idéia das estudantes universitárias norte-americanas.

Como dizia Einstein, o mais importante é a curiosidade. Duas estudantes de química da Univer-sidade do Norte do Arizona, depois de fazerem suas tatuagens, decidiram investigar por que as tintas desbotavam. Enfrentaram uma situação que certamente as acompanhará caso decidam ser cientistas: dificuldades para angariar verbas para o projeto. Só conseguiram o dinheiro depois de mostrarem que nem mesmo o FDA (responsável pela aprovação e comercialização de medicamen-tos e alimentos nos Estados Unidos) regula essa atividade. Fizeram três tipos de testes para cor e marca. Conclusão: cada um dos fabricantes usa o que bem entende. Diferentemente dos cosméti-cos, as embalagens das tintas não trazem uma lista de ingredientes. Cada marca tem seus próprios ingredientes. Nas análises, foram detectados 14 elementos químicos, com quantidades surpreen-dentes de chumbo, lítio e cobre. Resumo: ninguém sabe o que vai nas tintas. As duas estudantes apresentaram em março último os resultados em um pôster na última reunião anual da Socieda-de Norte-Americana de Química. Aproveitaram para ilustrá-lo com as próprias tatuagens. Uma das estudantes pretende agora estudar as novas tintas, como as em pó e as que brilham no escuro.

Agora que chegamos ao final da Unidade 1, já estamos preparados para uma verificação do conhecimento apreendido. Faça da pesqui-sa um hábito e compartilhe seus conhecimentos, descobertas e dúvi-das. Lembre-se de que você é um aprendiz na modalidade de educa-ção a distância. Portanto, sua dedicação pessoal e sua participação são elementos-chave para o sucesso de sua aprendizagem.

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��Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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Verifique se você conseguiu responder e/ou resolver pelo menos 80% dos exercícios solicitados e/ou atividades propostas. Caso te-nha obtido 80%, parabéns! Siga em frente! Caso não tenha obtido 80%, volte a reler a unidade e tente novamente fazer o exercício. Qualquer dificuldade, procure o Tutor.

Visite os sites indicados:

www.saber.usp.brwww.prossiga.brwww.periodicos.capes.gov.brwww.scielo.brwww.dedalus.usp.brwww.saoluis.br/calimaconet

Sites

Contato: Filme dirigido por Robert Zemeckis, apresenta o confronto entre uma cientista (astrônoma), um padre e um político ligado à NASA.

Volcano: Filme dirigido por Mick Jackson sobre um geólogo e sua equipe, que tentam impedir os efeitos catastróficos da erupção de um vulcão, numa pequena cidade do interior dos Estados Unidos.

Twister: Filme dirigido por Jand Bont sobre uma obstinada cientista e seus colegas de equipe, que testam um novo aparelho para mapearem vulcões em movimento, visando a pos-teriores previsões junto às populações em áreas de risco.

o dia depois de amanhã: Filme dirigido por Roland Emmerich, em �004, sobre cientistas que correm contra o tempo para conter catástrofes provocadas pelo efeito-estufa: tufões, tem-pestades, nevascas e inundações.

Guerra dos mundos: Filme dirigido por Steven Spielberg, em 2005, adaptado da história escrita por H. G. Wells, que narra o pânico causado na população quando a Terra é invadida por marcianos em forma de máquinas de guerra.

Filmes

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�6 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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Psicopedagogia:0800 773 4260

Didática: 0800 773 4261

Direito educacional: 0800 773 4262

Educação especial: 0800 773 4263

Educação infantil: 0800 773 4264

Geografia/História: 0800 773 4265

Língua inglesa/Língua portuguesa: 0800 773 4266

Matemática: 0800 773 4267

Administração escolar/Supervisão escolar: 0800 773 4268

Educação ambiental: 0800 773 4269

Page 27: LIVRO_Metodologia_Cientifica

�7Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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Ementa Ciência e seus métodos. Pesquisa científica. Os paradigmas. Normalização de citações e referên-

cias. Modelos de referências.

Objetivo específico Analisar e discutir as ciências e seus métodos, bem como a pesquisa científica e suas modalida-

des, procurando apresentar a questão dos paradigmas como um momento de reflexão para as possíveis mudanças no campo científico.

Introdução

Nesta Unidade, veremos a conceituação e a abrangência da pesquisa científica, bem como os vários métodos utilizados para a coleta e a interpretação dos dados.

A questão dos paradigmas será tratada porque ela, atualmente, extrapola o âmbito da co-munidade acadêmica, sendo muito discutida, no mundo globalizado em que vivemos, justamen-te porque uma das características da globalização é a quebra desses mesmos paradigmas.

Esta Unidade também descreverá os procedimentos adotados pela ABNT para os diferen-tes tipos de citações e de referências empregadas no registro da revisão bibliográfica. Esses procedimentos serão muito importantes, na fase de redação final do TCC.

Chegando à Unidade � deste manual, gostaríamos de enfatizar a importância de o estu-dante de pós-graduação dedicar-se constantemente à sua formação como pesquisador, pois

Torna-se imprescindível a formação adequada de conhecimento à capacitação, exposição, compreensão e análise e síntese crítica do significado e limites dos métodos e técnicas atuais à investigação e construção do proceder científico. E, no proceder científico, o estudioso precisa admitir que o acréscimo do conheci-mento humano há de ser acompanhado pelo aumento da sabedoria, concebida como a prudência e a retidão que encaminham o sentido vital de finalidade do homem, que não se expõe na construção do presente, mas que se organiza em um diálogo de passado/presente e futuridade (BARROS; LEHFELD, 2004, p. 39).

Unidade 2 PESQUISA CIENTÍFICA E PARADIGMAS

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�8 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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2.1 Ciência e seus métodos

Um dos requisitos especiais para um assunto ou fato estudado alcançar o estatuto de ciência é a utilização de métodos científicos. O entendimento do método passou a ser condição necessária ao estabelecimento de limites na demarcação do que se considera científico ou não.

Conforme Oliveira (1997, p. 48), “nos dias de hoje, muitas áreas da ciência se sobrepõem de tal forma, que estudiosos de áreas diferentes podem dedicar-se a um mesmo tipo de pro-blema, com pontos de vista distintos”. Se diversos são os enfoques, diversos também são os modos de se levantar fatos e de se produzir idéias. Ou seja, as formas de procedimento técnico e lógico do raciocínio científico são variadas, como vários são os métodos para o desenvolvi-mento da ciência (ver nesta Unidade, a questão dos paradigmas).

O método é constituído por um conjunto de procedimentos que devem ser observados na busca do conhecimento e transformação da realidade. Em resumo: “em seu sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado” (CERVO; BERVIAN, 1996, p. 23).

Segundo Chauí (1999), o método guia o trabalho intelectual (produção das idéias, experi-mentos e teorias) e avalia os resultados obtidos.

No processo de produção do conhecimento, o pesquisador elege o método que lhe parece mais apropriado à natureza do assunto que vai estudar. Método e conteúdo devem estar rela-cionados, uma vez que, tão importante quanto o conhecimento, é a maneira como se chegou a ele.

Todo trabalho científico, seja de natureza teórica, seja empírica, deve esclarecer o cami-nho percorrido para sua efetivação.

Ao longo da história, cientistas e filósofos elaboraram métodos de abordagem e de pro-cedimento para a produção do conhecimento, dentre os quais podemos destacar: o indutivo, o dedutivo, o hipotético-dedutivo, o dialético, o fenomenológico e o histórico.

2.1.1 Método indutivo Aquele pelo qual, através de observações particulares, chega-se à afirmação de um prin-

cípio geral. Como neste exemplo:

Cobre conduz energia.Ouro conduz energia.Ferro conduz energia.Logo, todo metal conduz energia.

2.1.2 Método dedutivo Aquele pelo qual, a partir da observação de um princípio geral, chega-se a conclusões

particulares. Como neste exemplo:

Todo mamífero é vertebrado.Todo homem é mamífero.Logo, todo homem é vertebrado.

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29Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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2.1.3 Método hipotético-dedutivo Aquele pelo qual, mediante a percepção de uma lacuna no conhecimento, formula-se uma

hipótese e, então, pelo processo de observação e inferência dedutiva, testa-se a predição da ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese (LAKATOS; MARCONI, 1991). Para Car-neiro (1999), a hipótese é a bússola, o “norte” da pesquisa e, também, possibilita atualizar e realimentar a verdade científica.

Através desse método, historicamente relacionado com a experimentação, pode-se che-gar à construção de teorias e leis (não exclusivamente) no campo das ciências naturais.

2.1.4 Método dialético Procura contestar uma realidade posta, enfatizando as suas contradições. Para toda tese,

existe uma antítese que, quando contraposta, tende a formar uma síntese.Tal método funda-se numa concepção dinâmica da realidade e das relações dialéticas

entre sujeito e objeto, conhecimento e ação, teoria e prática.

O método dialético não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas. Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de sua ação recíproca. [...] É contrário a todo conhecimento rígido: tudo é visto em constante mudança, pois sempre há algo que nasce e se desenvolve e algo que se desagrega e se transforma (ANDRADE, 1999, p. 114-115).

Trata-se, portanto, de uma abordagem fecunda e promissora. Em muitos casos, porém,

trabalhos científicos concebidos dentro de uma ótica supostamente dialética sofrem de descon-textualizações gritantes, traindo, assim, os pressupostos que deveriam orientá-los. Na verdade, essa abordagem fecunda deve considerar que

[...] a questão dos procedimentos é uma questão instrumental, portanto refe-rente à prática do pesquisar, como um conjunto de técnicas que permitem o de-senvolvimento desta atividade nos diferentes momentos do seu processo: neste sentido, as técnicas, que auxiliam e possibilitam elaborar um conhecimento sobre a realidade, não podem se caracterizar como instrumentos meramente formais, mecânicos, ‘descolados’ de um referencial teórico que as contextualize numa tonalidade mais ampla (PÁDUA, 1996, p. 30).

Faz-se necessário superar os riscos do modismo, empreendendo uma análise aprofunda-da das diversas maneiras de aplicação do método, “tomando uma constante vigilância episte-mológica que permitirá detectar as dificuldades e limitações dessa abordagem e conhecer seu verdadeiro alcance e perspectivas” (GAMBOA, 1989, p. 115). Nesse contexto, a palavra epis-temologia remete à “teoria crítica dos princípios, métodos e conclusões das ciências” (PÁDUA, 1996, p. 30).

2.1.5 Método fenomenológico

Ele não se limita à descrição dos fenômenos. É, ao mesmo tempo, tentativa de interpreta-ção deles, com o objetivo de pôr a descoberto os sentidos menos aparentes, os sentidos mais fundamentais que os fenômenos têm. Caracteriza-se por valorizar a pesquisa do cotidiano, por tentar resgatar tudo aquilo que, pela rotina, foi perdendo relevo e significação, foi ficando oculto pelo uso, pelo hábito, pelo senso comum. Nesse sentido, o enfoque fenomenológico permite reeducar, reorientar o olhar que investiga.

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30 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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O método fenomenológico valoriza sobretudo a interpretação do mundo, a qual surge in-tencionalmente à consciência do homem.

Assim, pode-se afirmar que, na pesquisa de orientação fenomenológica, o sujeito deixa de ser um observador imparcial, como pretende a abordagem positivista, para assumir, de certa forma, a condição de “ator”. Aliás, um dos méritos do método fenomenológico é justamente o de questionar os procedimentos positivistas, enfatizando a importância do sujeito no processo da construção do conhecimento.

Outra característica marcante da pesquisa fenomenológica é sua recusa à cristalização, pretendendo, ao contrário, estar sempre aberta a novas interpretações.

É importante ressaltar que Masini (1989) considera inadequado falar-se em método feno-menológico. Segundo ele, não haveria tal método, mas regras formais de pesquisa voltadas es-pecialmente para o fenômeno (aquilo que se mostra como é, que se mostra a si mesmo). Então, não caberia falar em método, mas em atitude fenomenológica.

2.1.6 Método histórico

Específico das ciências sociais, esse método parte do princípio de que as atuais formas de vida social, as instituições e os costumes têm suas raízes no passado, sendo, portanto, funda-mental pesquisar sua origem para bem compreender sua natureza e função.

Por exemplo: para se investigar uma instituição social como a família e as relações de pa-rentesco, o método histórico pesquisa, no passado, os elementos constitutivos dos vários tipos de família e as fases de sua evolução social.

Dessa forma, o pesquisador que se utiliza do método histórico, tem a preocupação de co-locar o fenômeno estudado no ambiente social em que surgiu, ou seja, contextualiza-o. Assim, será capaz de acompanhar suas sucessivas alterações e de compará-lo a fenômenos seme-lhantes, em sociedades diferentes (LAKATOS; MARCONI, 1991).

No método histórico, há toda uma diversidade de abordagens. É possível aplicar esse método ao estudo do mesmo tema, porém com enfoques tão diferentes quanto o positivista, o fenomenológico, o dialético, etc.

2.2 Pesquisa científica: conceituação e abrangência

A pesquisa está relacionada diretamente com a produção de conhecimento e decorre da capacidade de raciocínio do homem, no enfrentamento de inúmeros problemas e desafios. A curiosidade e a necessidade de conhecer e explicar o novo fazem com que a investigação cien-tífica se enriqueça e evolua constantemente.

Inúmeros autores, entre os quais Andrade (1999), Cervo e Bervian (1996), Gil (1982), Lakatos e Marconi (1991), Salomon (1973) e Severino (2000), ao conceituarem pesquisa cientí-fica, concordam que se trata de procedimento eminentemente racional, que faz uso de métodos científicos, visando à busca de respostas e/ou explicações para a questão em estudo. Enfati-zam, também, o caráter processual da pesquisa como atividade que envolve fases, desde a formulação adequada do problema até a elaboração e apresentação do relatório final.

Para Cervo e Bervian (1996), os passos geralmente observados na realização de pesqui-sas são os seguintes:

a) formular questões ou propor problemas e levantar hipóteses;

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b) efetuar observações e medidas;c) registrar, tão cuidadosamente quanto possível, os dados observados, com o intuito de

responder às perguntas formuladas ou comprovar a hipótese levantada;d) elaborar explicações ou rever conclusões, idéias ou opiniões que estejam em desacordo

com as observações ou com as respostas resultantes;e) generalizar, isto é, estender as conclusões obtidas a todos os casos que envolvam con-

dições similares; a generalização é tarefa do processo chamado indução;f) prever ou predizer, isto é, antecipar que, dadas certas condições, é de se esperar que

surjam certas relações.

Em Demo (apud MARCANTONIO; SANTOS; LEHFELD, 1993, p.11, grifo do autor), encon-tramos que

a vida acadêmica moderna está fundada na atividade de pesquisa. Esta con-statação não diminui, em nada, a atividade de ensino e também de extensão.Entretanto, estas duas precisam inspirar-se na Primeira. As mudanças cruciais desta virada de milênio são motivadas primordialmente pelo manejo e produção de conhecimento. Os países de ponta aí estão porque construíram a capacidade de ponta, ou seja, domínio científico e tecnológico. E isto se tornou o fator dife-rencial entre as nações.

� necessário, portanto, que a questão educativa seja considerada sob

a ótica da pesquisa, porque se reconhece nesta um princípio educativo. Pes-quisa não é apenas instrumentação científica. É também a didática fundamental, porque funda a capacidade de questionamento crítico e criativo. Por isso, começa no pré-escolar e nunca acaba. Motivar uma criança para a pesquisa no pré-es-colar é algo muito diferente da atividade de pós-graduação, mas, no espírito da coisa, trata-se do mesmo fenômeno emancipatório. Isso depende da qualidade dos recursos humanos, ou seja, do professor. Um professor-pesquisador motiva a criança a pensar, aprender a aprender, a questionar, enquanto outro impõe moral e cívica, domestica, cerceia (DEMO apud MARCANTONIO; SANTOS; LEHFELD, 1993, p. 11).

2.2.1 Tipos de pesquisa

A diversidade encontrada entre os tipos de pesquisa deriva das múltiplas maneiras de se interpretar os dados obtidos. São diferentes marcos epistemológicos de que se lança mão para a compreensão da realidade estudada. O resultado não deve constituir-se em uma realidade única, absoluta e inquestionável, mas numa forma de conhecimento que atribui um determinado sentido (não dogmático) àquele aspecto particular do real.

Conforme esclarece Pádua (1996), a classificação das pesquisas em diferentes tipos sur-giu com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento delas.Pádua (1996, p 32 - 33), entre-tanto, observa:

Para além do formalismo que tipologia requer,devemos reconhecer que o funda-mental é compreender a realidade em seus múltiplos aspectos e, para tanto, essa compreensão vai requerer, e talvez admitir, diferentes enfoques, diferentes níveis de aprofundamento, diferentes recursos, dependendo dos objetivos a serem al-cançados e as possibilidades do próprio pesquisador para desenvolvê-los.

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32 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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As pesquisas costumam ser agrupadas de acordo com diferentes critérios e nomenclatu-ras. Podem ser classificadas de acordo com:

• Área de conhecimento: em pesquisas sociológicas, antropológicas, educacionais, etc.• Técnicas de coleta e interpretação de dados: em pesquisa quantitativa e qualitativa.• Ambiente em que se desenvolvem: em pesquisas de campo, de laboratório.Quanto às suas finalidades, as pesquisas podem ser divididas em dois grandes grupos:• Puras: os estudos motivados por questões de ordem intelectual e que pretendem alargar

a fronteira.• Aplicadas: as pesquisas objetivam resultados de ordem prática. Têm em vista a utiliza-

ção, na prática, de conhecimentos disponíveis para responder às demandas da sociedade em contínua transformação.

Tomando-se como critério de classificação o procedimento geral de que se valeu o pesqui-sador, podemos classificar as pesquisas em:

2.2.1.1 Pesquisa bibliográfica A pesquisa bibliográfica abrange a leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, tex-

tos legais, documentos mimeografados ou xerocopiados, mapas, fotos, manuscritos, etc. Todo o material recolhido deve ser submetido a uma triagem, a partir da qual é possível estabelecer um plano de leitura. Trata-se de uma leitura atenta e sistemática que se faz acompanhar de anota-ções e fichamentos que, eventualmente, poderão servir à fundamentação teórica do estudo.

Por tudo isso, deve ser uma rotina tanto na vida profissional de professores e pesquisado-res, quanto na dos alunos, pois tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre determinado tema. Ela dá suporte a todas as fases de qualquer tipo de pes-quisa, uma vez que auxilia na escolha do tema, na fundamentação da justificativa, na definição do problema, na determinação dos objetivos, na construção de hipóteses e na elaboração do relatório final.

Encontram-se em Andrade (1999), Gil (1995), Severino (2000), entre outros, importantes diretrizes para o êxito na pesquisa bibliográfica, no que se refere à leitura, análise e interpreta-ção de textos.

2.2.1.2 Pesquisa de laboratório Comumente, esse tipo de pesquisa é confundido com pesquisa experimental, o que é um

equívoco. Embora a maioria das pesquisas de laboratório sejam experimentais, muitas vezes as ciências humanas e sociais lançam mão de pesquisa de laboratório sem que se trate de estudos experimentais.

Na verdade, o que caracteriza a pesquisa de laboratório é o fato de que ela ocorre em situações controladas, valendo-se de instrumental específico e preciso.

Tais pesquisas, quer se realizem em recintos fechados, quer ao ar livre, em ambientes artificiais ou reais, em todos os casos, requerem um ambiente adequado, previamente estabe-lecido e de acordo com o estudo a ser realizado.

A Psicologia Social e a Sociologia, freqüentemente, utilizam a pesquisa de laboratório, muito embora aspectos fundamentais do comportamento humano nem sempre possam, por questões éticas, ser estudados e/ou reproduzidos no ambiente controlado do laboratório.

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2.2.1.3 Pesquisa de campo

A pesquisa de campo procede à observação de fatos e fenômenos exatamente como ocor-rem no real, à coleta de dados referentes a eles e, finalmente, à análise e interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente, objetivando compreender e explicar o problema pesquisado.

Ciências e áreas de estudo, como Antropologia, Sociologia, Psicologia Social, Psicologia da Educação, Pedagogia, Política, Serviço Social, usam freqüentemente a pesquisa de campo para o estudo de indivíduos, grupos, comunidades, instituições, com o objetivo de compreender os mais diferentes aspectos de uma determinada realidade.

Como qualquer outro tipo de pesquisa, a de campo parte do levantamento bibliográfico. Exige também a determinação das técnicas de coleta de dados mais apropriadas à natureza do tema e, ainda, a definição das técnicas que serão empregadas para registro e análise.

Dependendo das técnicas de coleta, análise e interpretação dos dados, a pesquisa de campo poderá ser classificada como de abordagem predominantemente quantitativa ou quali-tativa.

2.2.1.4 Pesquisa quantitativa Numa pesquisa em que a abordagem é basicamente quantitativa, o pesquisador “se limita

à descrição factual deste ou daquele evento, ignorando a complexidade da realidade social” (FRANCO, 1985, p. 35).

É empregada nas pesquisas de âmbito social, econômico, de comunicação, mercadoló-gica, de opinião, etc., como forma de garantir a precisão dos resultados, na medida em que as técnicas de coleta que aplica, propiciam a quantificação de todo o material recolhido e na medi-da em que prevê o tratamento estatístico desse material.

2.2.1.5 Pesquisa qualitativa Ao procurar identificar e conhecer as múltiplas facetas de um objeto de estudo, a pesquisa

qualitativa relaciona os dados obtidos ao todo social, levando em conta fatores socioeconômi-cos, psicológicos, pedagógicos, etc.

Assim, as análises qualitativas buscam descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisando a interação de certas variáveis, compreendendo e classifi-cando processos dinâmicos experimentados por grupos sociais. Como exemplo, podemos citar a pesquisa etnográfica e os estudos de caso. As técnicas de que se utilizam são: entrevistas semi-estruturadas, entrevistas abertas ou livres, questionários abertos, observação, análise de conteúdo, entre outras.

Segundo Bogdan (apud TRIVIÑOS, 1987), nas pesquisas qualitativas, a realidade a ser pesquisada é tida como fonte direta dos dados, e o pesquisador é considerado um instrumen-to-chave. Assim, a maior preocupação é com o processo e não apenas com os resultados e o produto e, nesse caso, os dados são analisados por indução, buscando-se essencialmente o seu significado.

A descrição é um dos procedimentos mais habituais no âmbito das pesquisas de aborda-gem qualitativa, e entre estas, notadamente, aquelas realizadas no campo da educação.

Embora distintas, não há uma dicotomia radical entre as metodologias qualitativa e quan-titativa. Elas complementam-se, em grande parte, através dos estudos realizados na área das Ciências Sociais.

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[...] há problemas de investigação que exigem informações referentes a um grande número de sujeitos e que, conseqüentemente, não comportam outro re-curso senão o da abordagem quantitativa. Em outros casos, como, por exemplo, quando se quer apreender a dinâmica de um processo, a abordagem qualitativa é a indicada. Existem ainda situações em que a combinação das duas abor-dagens não só é cabível como, sobretudo, desejável (GOUVEIA apud PÁDUA, 1996, p.32).

Por essa razão, autores como Thiollen (1984) acreditam que uma circulação entre proce-dimentos quantitativos e qualitativos, bem como seu relacionamento com outras dimensões de análise (histórica, documental, fenomenológica, etc.), seja a solução mais satisfatória.

O que os adeptos da abordagem qualitativa criticam nas concepções quantitativas , não é a utilização de números, gráficos, estatísticas, mas a artificialidade do experimentalismo quando aplicado às ciências humanas, a fragmentação da realidade, o caráter a-histórico, descontextu-alizado dos dados coletados.

Para Triviños (1987, p. 102), “a mais minuciosa coleta de dados e o tratamento estatístico mais sofisticado das informações serão simplesmente estéreis, sem significado, vazios, se não estiverem unidos por uma concepção teórica que os ilumine e lhes dê sentido”.

Tal procedimento enseja a possibilidade de uma interpretação mais ampla dos fatos obser-vados, indo além de sua mera quantificação.

a Um trabalho científico pode utilizar mais de um tipo de metodolo-gia. No entanto, todos os tipos de pesquisa utilizam a bibliográfica como fundamentação.

a Uma pesquisa de cunho predominantemente bibliográfico pode adotar, também, recursos da pesquisa de campo ou de laboratório.

2.3 Os paradigmas

2.3.1 Conceituação

O homem sempre buscou dar explicações para os fenômenos da sociedade e da natureza. A ciência, com seus vários tipos de pesquisa, é a forma racional de alcançar mais a verdade. As descobertas científicas levaram, e ainda levam, a humanidade a descobrir coisas novas. Mas nem sempre essas mudanças são aceitas pela sociedade. Veremos agora como o estudo dos paradigmas nos leva a pensar sobre essas questões.

Atualmente, muito se tem estudado sobre o porquê da resistência a mudanças que tanto impedem uma nova grande idéia de ser aceita. Analisando-se todo o percurso das civilizações em todos os seus segmentos socioculturais, ver-se-á que nunca foi diferente, mesmo se a in-tenção tivesse sido uma forma melhor de introduzir uma idéia inovadora ou uma descoberta científica.

O que será que impede, muitas vezes, o homem de ver, aceitar e compreender idéias novas?

Por que as pessoas, em todos os tempos e em todas as épocas, sempre resistiram às mudanças?

Porque é muito mais fácil dizer não a uma idéia nova. Afinal, elas causam mudanças e obrigam a sair do comodismo intelectual, criando, assim, incertezas. Porque elas representam revoluções; porque mudam o status quo, fazendo o homem reavaliar os velhos modos de fazer

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as coisas; porque abrem portas a possibilidades que não poderia ele ter visto antes; porque o libertam das limitações, levando-o para o que hoje se denomina paradigma.

Para Houaiss (2001, p. 2), paradigma significa “padrão”, “modelo”. Porém Khun (1975), con-sidera como paradigmas as realizações científicas que são reconhecidas universalmente e for-necem soluções para problemas de determinada comunidade científica. Por algum tempo, os cientístas tomam tais soluções como modelos.

Trata-se de um conjunto de regras e regulamentos que fazem duas coisas: 1. estabelece limites (de certo modo, é o mesmo que o padrão faz);2. estabelece regras e regulamentos que vão ensinar como obter sucesso, resolvendo

problemas dento desses limites.Os paradigmas agem como filtros que retêm dados que vêm à mente; dados que concor-

dam com o paradigma do pesquisador ou do educador e, por isso, têm acesso fácil ao reconhe-cimento. De fato, ver-se-ão esses tipos de dados com muita clareza e compreensão.

Porém, isso tem também um efeito negativo e espantoso. Com alguns dos dados, tem-se uma tremenda dificuldade. Por quê? Porque esses dados não combinam com as expectativas criadas pelos paradigmas. E, de fato, quanto mais inesperados forem os dados, mais dificuldade tem-se em percebê-los. Em alguns casos, simplesmente ignoram-se os dados inesperados. E, às vezes, distorcem-se esses dados, até que se ajustem ao paradigma levantado, em lugar de se reconhecer que são exceções às regras. Em casos extremos, Khun (1975) descobriu que, muitas vezes, literalmente, se é incapaz de perceber os dados inesperados. Para qualquer pro-pósito prático, aqueles dados são invisíveis.

Colocados em termos genéricos, os paradigmas filtram a experiência que chega. Está-se vendo o mundo através de paradigmas pessoais o tempo todo. Constantemente, selecionam-se aqueles dados que se ajustam melhor às regras e regulamentos, tentando-se ignorar o resto. Como resultado, o que pode ser perfeitamente óbvio para uma pessoa com um paradigma, pode ser totalmente imperceptível para alguém com um paradigma diferente. Esse fenômeno é cha-mado de “efeito paradigma” (ver adiante Suécia X Japão).

Sobre mudanças de posturas, em um período de crise de valores sem precedentes, como o que a humanidade enfrenta agora num mundo globalizado, Sousa Santos (2001, p. 6) escre-veu que períodos de transição são difíceis de entender, portanto ”[...] é necessário voltar às coi-sas simples, à capacidade de formular perguntas simples [...] que, depois de feitas, são capazes de trazer uma nova luz à nossa perplexidade”.

Analisaremos, a seguir, o paradigma da ciência moderna que serviu de base para o tra-balho da comunidade científica desde o século XVIII (conhecido como paradigma dominante), passando depois para a análise da crise desse mesmo paradigma e, finalmente, apontaremos o perfil de um novo paradigma (paradigma emergente) que contemple a complexidade e a riqueza do conhecimento humano de nosso tempo.

2.3.2 O paradigma dominante e sua crise

Conforme o enfoque de Sousa Santos (2001, p. 10),

o modelo de racionalidade que preside à ciência moderna constituiu-se a partir da revolução científica do século XVI e foi desenvolvido nos séculos seguintes, basicamente no domínio das ciências naturais. [...] é só no século XIX que este modelo de racionalidade se estende às ciências sociais emergentes.

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Esse “modelo global de racionalidade científica” distinguia-se do conhecimento não-cien-tífico (irracional) na forma de senso comum e dos estudos humanísticos (humanidades). Era também um modelo totalitário, pois negava o status de racionalidade aos conhecimentos que não seguissem seus princípios epistemológicos e regras metodológicas.

O novo paradigma, assim constituído, rompia com a tradição medieval e aristotélica, ruptu-ra esta que possibilitava uma só forma de conhecimento verdadeiro. Ele apresentava uma nova visão do mundo e da vida, indo contra posições dogmáticas e autoritárias. Essa visão implicava a distinção entre conhecimento científico e conhecimento do senso comum, pois a ciência mo-derna desconfiava das evidências de nossa experiência imediata, consideradas ilusórias (Gali-leu). Também implicava a separação total entre a natureza e o ser humano, natureza entendida aqui como extensão e movimento, passiva, eterna, reversível, podendo ser relacionada por leis, daí passível de ser controlada e dominada (Bacon).

No século XIX, encontramos as condições para o surgimento das ciências sociais. Do radicalismo de Descartes e do empirismo de Bacon surgiu o positivismo do século XVIII. Como conseqüência, tivemos duas formas de conhecimento científico: lógica e matemática (formais) e as ciências empíricas, segundo o mecanicismo. Assim,

[...] até meados do século XX considerou-se como científico o conhecimento produzido a partir das bases estabelecidas pelo método positivista, apoiado na experimentação, mensuração e controle rigoroso dos dados (fatos), tanto nas ciências naturais quanto nas ciências humanas (PÁDUA, 1996, p. 31).

Como característica intelectual de nosso tempo, a crise do paradigma dominante vem propiciar tanto uma profunda reflexão epistemológica sobre o conhecimento científico, quanto rica e diversificada. Dessa reflexão, o autor apresenta as duas facetas sociológicas mais impor-tantes:

a Essa reflexão é feita pelos próprios cientistas, com competência e interesse filosóficos para questionar sua própria prática científica.

a Também abrange questões antes deixadas aos sociólogos, como condições sociais, contextos culturais, modelos organizacionais da investigação científica, que passaram a ter maior relevância na reflexão epistemológica.

Como essa crise é profunda e irreversível, Sousa Santos (1985) considera Einstein e a mecânica quântica como marcos da nova revolução científica.

a Einstein, com a relatividade da simultaneidade, demonstra que a “simultaneidade de acontecimentos distantes não pode ser verificada, pode tão-só ser definida” (SOUSA SANTOS, 1985, p.24), é arbitrária, revolucionando as concepções de tempo e espaço de Newton (astro-física).

a heisenberg e Bohr, com a mecânica quântica, relativizaram a microfísica, pois ao ob-servarmos ou medirmos um objeto já ocorrem interferências, alterações. Destacamos que a relação sujeito/objeto, por ser complexa, deixa de ser dicotômica e passa a ser um continuum.

2.3.2.1 O paradigma emergente

Pode ser descrito da seguinte maneira:a pessoa que acha o novo paradigma logo no início, muitas vezes deve fazê-lo desafiando as provas oferecidas para a solução dos problemas. Precisa ter fé que o novo paradigma terá sucesso, apesar dos muitos problemas que enfrenta sabendo apenas que o paradigma anterior falhou um pouco. Uma decisão desse tipo só pode ser tomada com fé. Os sinais do verdadeiro pioneiro do paradigma são a grande coragem e a confiança em suas idéias (KUHN, 1975, p. 45).

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De forma especulativa e por sondagens, Sousa Santos (�00�) apresenta as principais ca-racterísticas do paradigma emergente:

A) Todo o conhecimento científico-natural é científico-social

Estudos recentes em física e biologia questionam dicotomias como orgânico/inorgânico, seres vivos/matéria inerte e até humano/não-humano. Isso fica mais claro nas teorias de vários autores, Capra (1999), entre eles, que apontam, em seus trabalhos, para uma visão holística, preocupada em superar as inconsistências entre a mecânica quântica e a teoria da relatividade de Einstein.

A distinção sujeito/objeto será transformada com o objeto ( e não apenas o ato do conheci-mento) tendo também consciência, por exemplo, do reconhecimento de uma dimensão psíquica da natureza.

B) Todo o conhecimento é local e total

A especialização é característica da ciência moderna e, como conseqüência, temos a frag-mentação, a particularização do real. Isso ocorre em todos os campos do conhecimento: Medi-cina, Direito, Economia, etc. Tentativas para mudar isso redundam em novas especializações , como no caso do médico generalista. O problema, segundo Santos (2001, p. 47), “[...] é que não há solução no seio do paradigma dominante e precisamente porque este último é que constitui o verdadeiro problema de que decorrem todos os outros”.

No paradigma emergente, o conhecimento pós-moderno é total (universal, indiviso), porém como total é também local, ligado a situações concretas que, por sua vez, se reportam nova-mente ao total, reconstituindo os projetos cognitivos locais.

Nesse sentido, encontramos, como características gerais do novo paradigma: ser analógi-co; conceber a imaginação e a generalização relacionadas à qualidade e à exemplaridade; não ser determinístico, não ser descritivo, não ser metódico, aceitar uma pluralidade de métodos e tolerar vários estilos.

C) Todo o conhecimento é autoconhecimento

Para a ciência moderna, o homem é um sujeito epistemológico e não empírico, pois ela não aceita a interferência dos valores humanos no conhecimento objetivo e rigoroso. Aqui se ori-gina a divisão entre sujeito e objeto nas ciências naturais, o mesmo não ocorrendo nas ciências sociais, por terem como objeto de estudo o mesmo que os sujeitos, homens e mulheres. Para o conhecimento ser considerado como científico, era necessário manter-se um grande distan-ciamento empírico entre sujeito (pesquisador) e objeto (pesquisado), como na antropologia, ou um distanciamento pequeno ou nulo na sociologia, ocorrendo também, quando necessário, o distanciamento epistemológico.

Acontecimentos como o pós-guerra e a guerra do Vietnã (década de 60) trouxeram um questionamento sobre o distanciamento social e o status metodológico, por se alterarem as re-lações entre sujeito e objeto.

Assim, fica evidente a importância da vida pessoal e coletiva do pesquisador, constituindo um tipo de saber que fica fora dos trabalhos científicos no paradigma vigente. Ao contrário, o paradigma emergente recupera o caráter autobiográfico e auto-referenciável da ciência, con-templando ainda dimensões artísticas, segundo alguns filósofos e cientistas.

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D) Todo o conhecimento científico visa a constituir-se em senso comum

A racionalidade científica limita nossa forma de estar no mundo, porque isso faz parte de sua própria constituição.

A ciência pós-moderna sabe que a racionalidade se encontra na configuração de todas as formas de conhecimento, participando de um diálogo. O senso comum aparece como uma das formas mais importantes de conhecimento, por orientar nossas ações e dar sentido à nossa vida, mas foi considerado falso e superficial pela ciência moderna.

As características a seguir retratam o senso comum no que ele tem de relevante para o pa-radigma emergente por ter “uma dimensão utópica e libertadora” que pode ser ampliada através do diálogo com o conhecimento científico: coincidência entre causa e intenção; é prático e prag-mático; transparente e evidente; superficial, mas abrange a horizontalidade das relações entre pessoas, e entre pessoas e coisas; interdisciplinar e não metódico, e retórico e metafórico.

Retomando...

Paradigmas são, pois, uma faca de dois gumes. Quando usados de um jeito, eles cortam as informações que concordam com eles, em detalhes muito finos e precisos, mas quando usados de outra maneira, eles isolam, tanto o pesquisador como o educador, dos dados que os contrariam.

Sendo assim, deve-se considerar que:

aParadigmas são comuns, têm-se-os em quase todos os aspectos da vida, seja profissio-nal, pessoal, espiritual, seja social.

aParadigmas são úteis, porque eles ajudam a achar problemas importantes, e então con-tinuam para indicar regras sobre como resolver esses problemas.

aÀs vezes, um paradigma pode tornar-se “o paradigma”, o único modo de fazer uma coisa, e quando se depara com uma idéia alternativa, pode-se rejeitá-la de imediato. Mas isso pode levar a uma disfunção chamada de “paralisia de paradigma”, que é uma doença fatal de certeza, sendo fácil de contraí-la. E há muitas instituições e pesquisas que foram destruídas por elas. Isso lembra um adágio popular: “Aqueles que dizem que não dá para fazer, devem sair do caminho daqueles que estão fazendo”.

aAs pessoas que criam novos paradigmas costumam ser gente de fora. Elas não fazem parte da comunidade do paradigma estabelecido, podendo elas serem jovens ou idosos. A idade parece ser irrelevante. Mas fica claro que elas não estão amarradas ao velho paradigma. Não têm, portanto, nada a perder se criarem um novo. E isso tem um significado especial, porque quem quiser encontrar novos paradigmas em sua área, terá de olhar além do centro em direção às bordas, porque quase sempre as novas regras são escritas nos limites. Foi onde o movimen-to feminista começou.

aOs praticantes do velho paradigma que resolverem mudar para o novo paradigma, em suas etapas iniciais, chamados de “pioneiros do paradigma”, terão de ser muito corajosos, por-que sabem: as provas oferecidas pelo novo paradigma ainda não demonstram que é isso que devem fazer.

E, agora, os últimos aspectos a serem considerados: pode-se decidir mudar as regras e regulamentos, pois os seres humanos não são gene-ticamente programados em sua forma de ver o mundo; pode-se resolver jogar fora um paradigma e adotar um novo; pode-se decidir ver o mundo diferente.

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Daí, a grande pergunta da mudança de paradigma é a seguinte: “O que hoje é impossível fazer, se pudesse ser feito, mudaria radicalmente o que se faz”? As respostas a essa pergunta levarão aos limites dos paradigmas e, quando se estiver lá, ter-se-á meios para ver os próximos paradigmas chegando. Lembrar-se sempre: o que é impossível hoje, pode ser o padrão ama-nhã. O desafio é fazer com que isso aconteça, e estar pronto para ser o pioneiro.

Sendo assim, pode-se afirmar, categoricamente, que o novo paradigma para o terceiro milênio só se processará quando

ase tiver como objetivo primordial criar homens capazes de fazer coisas novas, e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram – homens criativos, inventivos e desco-bridores;

ase formar mentes que possam ver-julgar-agir, isto é, que possam ser críticas, possam verificar e não aceitar tudo o que lhes é oferecido, pois o maior perigo, hoje, é dos “slogans”, opiniões coletivas, tendências de pensamento pré-fabricadas (ready-mades).

2.3.2.2 Dois casos de mudança de paradigmas: Galileu e o Japão contemporâneo

A análise da evolução histórico-científica da humanidade, constantemente confronta-se com a questão dos paradigmas.

Para tanto, tomaremos, como um dos exemplos mais famosos de intolerância a uma nova idéia, um episódio ocorrido com Galileu Galilei, no século XVII, em plena passagem para a mo-dernidade.

Outro exemplo ocorreu no Japão, após a Segunda Guerra Mundial.

Ambos os exemplos encontram-se no artigo “Os novos paradigmas educacionais para o terceiro milênio”, do Prof. Dr. Carlos Eduardo Mangili, publicado na Revista da Faculdade de Educação São Luís (2001, p. 17), e reproduzido na página seguinte.

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Galileu Galilei foi o defensor da teoria de Nicolau Copérnico do sistema heliocêntrico, inadmissível naquela época. Para defendê-la, Galileu levou os líderes venezianos, nobres e membros do alto clero da Igreja Católica, à torre da igreja de São Marcos. Lá, usando um novo telescópio que desenvolvera, mostrou-lhes a nova descoberta que fizera em céu noturno: a Terra é que girava em torno do Sol, e não o contrário. Essa era uma idéia revo-lucionária, pois contradizia as observações óbvias expressas nas Sagradas Escrituras. De fato, antagonizava tanto as vozes das autoridades, que Galileu foi ameaçado de tortura, sendo obrigado a abjurar suas idéias perante o tribunal da Santa Inquisição, e assim livrar-se de ser queimado vivo. Quando, porém, o Iluminismo surgiu como uma nova opção de comportamento intelectual, quando a razão filosófica falou mais alto que a fé, as idéias de Galileu venceram.

O “efeito paradigma” pode mesmo cegar as pessoas e as soluções criativas para problemas difíceis, ainda que, em qualquer segmento da sociedade, se lida com paradig-mas o tempo todo. São essas regras e regulamentos que impedem de aceitar ou prever o futuro, porque se tenta descobrir o futuro procurando pô-lo com nossos velhos paradig-mas. Exemplo: os produtos japoneses nunca vão prestar!!!... Veja como o sistema mundial errou. Errou porque seus paradigmas conseguiram impedir de perceber o que realmen-te estava acontecendo; queriam ajustar as coisas aos paradigmas dos vencedores da II Guerra Mundial.

Tomem-se como exemplo as três palavras Made in Japan e os anos 1960-1999. Ano de 1960: lixo, barato, de má qualidade, pirataria (cópias), primitivos, brinquedos, imitações; 1999: excelente qualidade, tecnologia, preço alto, liderança, balança de pagamentos, ino-vação.

O mais interessante é o contraste. O ponto básico é a mudança de paradigma. O que os japoneses fizeram, foi envolver as pessoas com a perfeição das coisas. Eles criaram no mundo, o “Toyotismo”, a epidemia de qualidade. É uma doença que, se você não pegar, talvez não sobreviva.

Figura 1 Teoria heliocêntrica defendida por Galileu Fonte: http://www.planetario.ufrgs.br/sistemasolar.GIF

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Paradigma é uma boa idéia, mas quem é que se importa? Quando se muda um paradigma, volta-se ao zero, isto é, com o novo, o sucesso passado não garante nada, e não importa como se é bom com o velho paradigma. Por exemplo: que nação dominava o mundo da relojoaria em 1968? A Suíça, renomada por mais de um século por causa de sua experiência nessa área. Em 1968, os suíços detinham 65% do mercado mundial e mais de 80% dos lucros, isto é, dominavam o mercado de relógios. Mas, em 1970, a fatia de mercado havia mergulhado para abaixo de 10% e, nos três anos seguintes, tiveram que demitir cinqüenta mil dos sessenta e cinco mil de seus relojoeiros.

Hoje, qual é a nação que domina o mercado da relojoaria no mundo? O Japão.

Em 1968, eles não tinham virtualmente mercado algum. Como puderam os suíços, que dominaram a indústria de relógios durante o século XX inteiro, que eram famosos pela excelência e inovação de seus produtos, ser tão rapidamente derrotados? A resposta é dolorosamente simples. Eles voltaram a zero, com a mudança de paradigma.

Muitos estão usando esse novo paradigma em seus pulsos. Agora, relógio movido a quartzo, totalmente eletrônico. Mil vezes mais preciso que os relógios mecânicos, que substituiu; movido a bateria. Incrivelmente versátil, ele merece ser o novo paradigma de marcação do tempo. Uma idéia tão brilhante!... Gostariam de saber quem inventou esse relógio maravilhoso? O relógio a quartzo foi inventado pelos próprios suíços, em seus laboratórios de pesquisa em Newchantell. Mas quando os pesquisadores apresentaram essa idéia aos fabricantes suíços de relógio, em 1967, ela foi rejeitada. Afinal, ele não tinha mancal algum; não tinha engrenagem, nem mola-mestra. Nunca poderia ser o futuro dos relógios. Tanta confiança tinham os fabricantes nessa conclusão, que nem patentearam a idéia.

Assim, mais tarde, naquele ano, quando os pesquisadores suíços mostraram ao mundo, no Congresso Anual de Relojoaria, o que haviam criado em laboratório, a Texas Instrumental da América e a Saiko do Japão, deram uma olhada e patentearam a idéia. Era um novo paradigma.

Figura 2 Relógios suíços com mancais (mecânicos) Fonte: http://www.google.com.br/

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E por que os suíços não perceberam essa fantástica invenção que sua gente havia criado? É a força dos paradigmas de novo. Eles ficaram ofuscados com o sucesso de seu velho paradigma e de todos os seus investimentos. Quando confrontados com o mundo totalmente novo, relógio a quartzo, eles o rejeitaram, porque ele não se ajustava às regras em que eles já eram tão bons.

Mas não se deve esquecer de que essa história não é só dos suíços.É uma história a respeito de qualquer um, de qualquer organização, de qualquer nação que suponha que teve sucesso no passado. Terá de continuar, para ter sucesso no futuro.

Todas as pessoas devem lembrar-se sempre do seguinte: quando o paradigma muda, todo mundo volta a zero. Seu passado não garante nada no futuro, se as regras mudarem. Nem mesmo os melhores relojoeiros do mundo podem parar o tempo. De fato, se não se tomar cuidado, o passado glorioso bloqueará a visão do futuro. E é por isso que é preciso desenvolver uma abertura para novas idéias, uma disposição para explorar modos dife-rentes de fazer as coisas, porque somente com esse tipo de tolerância podem-se manter as portas abertas para o futuro.

Outros exemplos podem ser dados. O que importa é o seguinte: os paradigmas afe-tam dramaticamente o discernimento e a tomada de decisão, devendo ficar claro, quando se quiser tomar boas decisões para o futuro, prevê-lo, ser capaz de identificar os paradig-mas atuais e estar pronto para ir além deles.

Agora que chegamos ao final da Unidade 2, já estamos preparados para uma verificação do conhecimento apreendido. Faça da pesqui-sa um hábito e compartilhe seus conhecimentos, descobertas e dúvi-das. Lembre-se de que você é um aprendiz na modalidade de educa-ção a distância. Portanto, sua dedicação pessoal e sua participação são elementos-chave para o sucesso de sua aprendizagem.

Figura 3 Relógio japonês digital (quartzo, cristais de rocha)Fonte: http://www.google.com.br/

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Auto-avaliação

As atividades aqui propostas são para aprofundamento de estudos.

1. Por que, geralmente, as pessoas resistem às mudanças?

2. O que nos faz pensar que, com a globalização, vivemos numa época de rupturas de paradigmas?

3. O que filósofos e cientistas podem aprender, trabalhando juntos?

4. “Atualmente, nota-se uma atitude de distanciamento do homem com respeito à nature-za, ou uma maior inserção nela?” (GILES, 1984, p. 48).

Verifique se você conseguiu responder e/ou resolver pelo menos 80% dos exercícios solicitados e/ou atividades propostas. Caso te-nha obtido 80%, parabéns! Siga em frente! Caso não tenha obtido 80%, volte a reler a unidade e tente novamente fazer o exercício. Qualquer dificuldade, procure o Tutor.

Visite os sites indicados:

www.abnt.org.br

Site

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44 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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Filmes

Giordano bruno: Filme de Carlo Ponti, original italiano, baseado na vida de Giordano Bruno, filósofo e teólogo medieval. Contestando a questão “Dos Universais” (O Mundo das Idéias), ele abre caminho para as pesquisas científicas, fugindo sempre da contextualização bíblica e da dogmática da época. Por suas obras, passou pelos mesmos percalços que Galileu Galilei (cientista e astrônomo), Copérnico (filósofo, teólogo e cientista) e, atualmente, Leonardo Boff.

Ponto de mutação: Baseado no livro do mesmo nome, escrito pelo físico Fritjof Capra e dirigido por Bernt Capra, em 1990, o filme mostra a discussão sobre a concepção cartesiana do universo entre uma cientista que, após ver a utilização dos resultados de sua pesquisa, mudou sua visão de mundo; um político liberal e um poeta, ambos buscando um sentido para seu tra-balho. O filme discute temas como: os caminhos da ciência, o homem e a natureza, ecologia, física quântica, dentre outros.

uma mente brilhante: Filme dirigido por Ron Howard, 2001, conta a história real de um matemático esquizofrênico, John Forbes Nash Jr., que ganhou o prêmio Nobel e ajudou o exér-cito a quebrar códigos de comunicação.

Psicopedagogia:0800 773 4260

Didática: 0800 773 4261

Direito educacional: 0800 773 4262

Educação especial: 0800 773 4263

Educação infantil: 0800 773 4264

Geografia/História: 0800 773 4265

Língua inglesa/Língua portuguesa: 0800 773 4266

Matemática: 0800 773 4267

Administração escolar/Supervisão escolar:

0800 773 4268

Educação ambiental: 0800 773 4269

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Ementa Normalização de citações e referências. Modelos de referências pesquisadas em papel e em meio

eletrônico.

Objetivo específico Apresentar os diferentes tipos de citações e referências utilizadas na revisão bibliográfica, confor-

me as normas da ABNT em vigor.

Introdução

Em trabalhos de pesquisa, são importantes tanto a parte teórica (fundamentação) quanto a parte prática (aplicação das normas em vigor).

Com essa preocupação, a partir de agora, apresentaremos os diferentes tipos de citações e de referências empregadas para o registro de revisão bibliográfica, que é muito importante para o aluno, na fase da redação final do TCC. Para tanto, descreveremos, a seguir, os procedi-mentos adotados pela ABNT.

3.1 Citações ( NBR 10520:2002)

3.1.1 Etimologia

Citação vem de citar: pôr em movimento, chamar a si, invocar. Citar tem conotação ju-rídica, com o sentido de chamar à justiça e, posteriormente, invocar o testemunho de alguém. Citar é como testemunhar num processo. Precisamos estar sempre em condições de retomar o depoimento e demonstrar que é fidedigno. Para isso, a referência deve ser exata e precisa, como também averiguável por todos.

Segundo a Associação... (2002, p. 1), citação é a “menção de uma informação extraída de outra fonte”. Citações são trechos transcritos ou informações retiradas das fontes consultadas. A fonte de onde foi extraída a informação deve ser citada obrigatoriamente.

Unidade 3 NORMALIZAÇÃO TÉCNICA DE DOCUMENTOS

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As citações servem para a argumentação do texto, valorizando-o, uma vez que é por meio delas que se constrói a fundamentação teórica.

3.1.2 Objetivos

As citações têm o objetivo de dar maior credibilidade às idéias e pontos de vista que o pesquisador está defendendo, uma vez que ele vai buscar em outros autores (especialistas no assunto tratado) argumentos favoráveis à sua proposição.

Também têm como objetivo prestar informações, confirmar opinião apresentada e con-trariar uma afirmação.

3.1.3 Tipos de citações

Existem dois tipos de citações: direta ou textual (transcrição literal) e indireta ou conceitual (redação livre ou paráfrase).

Em ambos os casos, a citação deve vir acompanhada de referência bibliográfica.Por apresentarem vantagens tanto para o leitor quanto para o autor, registramos as cita-

ções no corpo do texto por sobrenome do autor e data da publicação da obra pesquisada. Esses dados remetem à referência completa da fonte consultada, que figura no final do trabalho, como nome completo do autor, título da obra, edição, local, editora, ano. Esse sistema de citação no corpo do texto permite a informação imediata sobre a origem das idéias expostas, e evita en-traves de leitura, na medida em que o leitor não precisa ir buscar, no final da página (rodapé) ou do capítulo, a nota correspondente à citação.

Exemplos:

1. Citar em letras minúsculas e fora de parênteses, quando o autor estiver integrando o texto.

Analisando as dificuldades de padronização das publicações técnico-científicas da UFMG, França, Borges e Vasconcellos e Magalhães (1990, p.70) “elaboraram um manual para normal-ização dessas publicações”.

Conforme argumentação de Perroti (1998, apud SANTOS, 2001, p.53), “para a tabela de classificação proposta, o evento não alcançou o nível máximo de importância”.

2 . Citar em letras maiúsculas quando o nome do autor estiver dentro de parênteses (SO-BRENOME, data, p. ?-?).

(CHRISTOFOLETTI, 1999, p. 76) (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1997, p. 89-94) (CLEMENTE; SOUZA; COLNAGO, 2001, p. 7) (GEOMORFOLOGIA, 2001, p. 10) (SILVA et al apud FARIAS, 1999, p. 534)

3.1.3.1 Direta ou textual

A Associação... (2002, p. 2) assim define a citação direta: “a transcrição textual de parte da obra do autor consultado”. Ocorrem, entretanto, duas maneiras de apresentar as citações, principalmente devido ao fator estético.

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Citação direta curta

A citação direta curta, de até três linhas, vem incorporada ao texto e entre aspas duplas (as-pas simples são utilizadas para citação no interior de citação). Não há diferenciação do tamanho da letra. Trata-se, aqui, de fazer uma transcrição textual dos conceitos do autor consultado.

É uma transcrição fiel e ipsis litteris, reprodução exata do original, respeitando-se até even-tuais incoerências, erros de ortografia e/ou concordância. Poderá ser colocada a expressão [sic] imediatamente após o erro, significando que estava assim mesmo no original.

Veja, a seguir, exemplos de citações diretas curtas:Para que possamos viver juntos, iguais e diferentes, segundo Touraine (1999, p. 16), é

necessário que “[...] respeitemos um código de boa conduta, as regras do jogo social”.Dickinson (1970 apud MELO, 1977, p. 187) afirma que “a manutenção da flora que con-

some os nutrientes da superfície das plantas, além de acarretar a diminuição das doenças causadas por patógenos necrotróficos, pode ter outros efeitos [...]”.

“O termo passou para o direito brasileiro com a mesma imprecisão conceitual, havendo diferentes correntes de pensamento a respeito de seu significado” (DI PIETRO, 1998, p. 306).

Citação direta longa (com mais de três linhas)

Na citação longa (com mais de três linhas), fazemos um recuo de 4 cm da margem es-querda, com o texto sendo digitado sem aspas, em uma fonte menor do que a utilizada no texto, espaçamento simples entre linhas, e formando um novo parágrafo.

Veja, a seguir, exemplos de citações diretas longas:Em relação à capacidade de visão que cada ator possui, Matus (1996, p.12) comple-

menta:

Assim o ator vê, observa e explica a partir de valores, ideologias e modelos teóri-cos muito particulares que estão pré-construídos em sua mente. Em outras pa-lavras, o mundo do ator não está limitado pelas fronteiras do espaço físico em que vive, mas pelo tamanho do seu vocabulário e pelo alcance de seu posto de observação na prática social.A explicação do ator não nos diz como é o mundo, mas como o ator o vê. O ator observa e vê, de dentro do campo do jogo, com a cegueira e a compreensão que essa posição impõe, e condicionado pelo obje-tivo que persegue. Assim, é natural que o sinal de interesse com que cada ator explica, e o valor que atribui ao que distingue com seu vocabulário, condicione seu compromisso de ação no jogo e converta cada ator em ator diferenciado dos outros.

Lembramos , ainda, que, para ambos os tipos de citações, padronizam-se os seguintes casos:

a Na citação, quando ocorrer de uma ou mais palavras serem destacadas, pode-se acres-centar, no final dela: (grifo original ou grifo do autor). Quando tratar-se de um destaque dado por nós, para enfatizarmos uma ou mais palavras, utilizamos o itálico ou o negrito e acrescentamos (grifo nosso) no final:

“Se existe alguém de quem não aceitamos um não, é porque, na verdade, entregamos o controle de nossa vida a essa pessoa” (CLOUD, 1999, p. 129, grifo nosso).

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“Considerando as dificuldades enfrentadas pelos iniciantes no campo da pesquisa, este trabalho foi elaborado utilizando uma linguagem simples e objetiva, fugindo do tratamento téc-nico apresentado [...] pelos vários autores” (PARRA FILHO, 1997, p. 45, grifo nosso).

a Acréscimos, interpolações ou comentários e explicações, no interior da citação, quando necessários à compreensão do texto citado, aparecem entre colchetes [ ]:

“A igreja luterana de Domingos Martins [o mais antigo templo protestante do Brasil, com torre] foi fundada no ano de 1866” (ANDRADE, 1998, p.28).

“Os aquiescentes [os que sempre concordam com tudo], em sua história passada, tiveram de evitar dizer ‘não’, só para agradar. Como suas raízes são semelhantes, costuma ser difícil dois aquiescentes se ajudarem mutuamente” (CLOUD, p. 155).

a Para supressão de parte do texto citado, utilizamos [...] no início, meio ou final da cita-ção:

Segundo Bottomore (1987, p. 72) assinala, “[...] a Sociologia, embora não pretenda ser mais a ciência capaz de incluir toda a sociedade [...] pretende ser sinóptica”.

“[...] o primeiro ponto, e o mais simples, é que o historiador freqüentemente fornece o ma-terial usado pelo sociólogo. [...] É certo que o sociólogo deve, por vezes, ser seu próprio histo-riador [...]” (BOTTOMORE, 1987, p.85).

a Indicação de tradução da citação pelo autor:

Quando a citação original, em outra língua, tiver sido traduzida pelo autor, indicar tradução nossa – dentro dos parênteses – logo após a indicação da página:

“Em ambos os casos nós somos forçados a inferir que o papel da competição é retrospec-tivo [...]” (PUTMAN, 1994, p.34, tradução nossa).

a Informação oral e citação de trabalhos em elaboração:

Informações orais obtidas em palestras, debates, comunicações e entrevistas pessoais, correspondências, anotações de aulas, etc., deverão ser indicadas com a expressão (informa-ção verbal) entre parênteses.

Os trabalhos não concluídos deverão ser indicados, no parágrafo, com a expressão (em fase de elaboração), entre parênteses:

O Projeto STRAUD 2000, entre outras coisas, visou a complementar conhecimentos de bibliotecários da Rede Unesp para que ofereçam treinamentos aos seus usuários sobre bases de dados on-line. Ainda em 2000 foi elaborado um manual em CD-ROM para este fim, o qual está sendo atualizado em �00�, com os novos recursos de pesquisas e novas interfaces (em fase de elaboração).

3.1.3.2 Citação indireta ou conceitual

É uma transcrição livre do texto do autor consultado.Consiste em um resumo ou paráfrase de um trecho de determinada obra. Poderá ser ne-

cessária quando se tratar de texto muito longo, do qual se quer extrair apenas algumas idéias básicas, fundamentais.

A citação é livre quando se refere à idéia e informação do documento, sem, entretanto, transcrever as palavras do autor. Nesse caso, não é necessário o uso de aspas, mas deve-se citar a fonte, como já indicado. No entanto, pode-se usar aspas, se fizer alguma referência de conceito ou termo usado pelo autor.

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3.1.3.3 Citação de citação

Esse tipo de citação, que pode ser direta ou indireta, ocorre quando se refere às idéias de autor citado por outro.

Deve ser utilizada quando for impossível ter acesso ao documento original. Emprega-se a expressão latina apud (junto a, citado por, conforme, segundo), após o sobrenome do autor do texto original e, em seguida, o sobrenome do autor da obra consultada, data de publicação e página. Nesse tipo de citação, é preciso referenciar somente o documento consultado.

“ O trabalho monográfico caracteriza-se mais pela unidade e delineação do tema e pela profundidade do tratamento, do que por sua eventual extensão, generalidade ou valor didático” (SALVADOR apud SEVERINO, 1997, p. 111).

3.1.3.4 Algumas regras gerais para a citação do autor

a Coincidência de sobrenomes: diferenciar pelas letras iniciais dos prenomes, quando em datas iguais.

(ROQUETE, C., 1998, p.24) (VARGAS, J., 2001, p.48)(ROQUETE, D., 1998, p.12) (VARGAS, L., 2001, p.59)

a Citação de diversos documentos de um mesmo autor e da mesma data: diferenciar pelo acréscimo de letras minúsculas após a data e sem espacejamento.

(OLIVEIRA, 2000a, p.72) (SOARES, 2001a, p.32)(OLIVEIRA, 2000b, p.20) (SOARES, 2001b, p.37)

a Citação de um documento de diversos autores: entre parênteses, separá-los por ponto-e-vírgula. Citação com mais de três autores: coloca-se o primeiro, seguido da expressão et al.

CAMPELLO; MAGALHÃES; POWELL; PEBERDY, 1999, v.1, p. 68-90) – Nesse caso co-loca-se: (CAMPELLO et al. 1999, v. 1, p. 68- 90).

(BACCAN; SMITH; ORWELL, 1999, apud TAKAKI, 2001, p.165)

a Citação de um documento de diversos autores, dentro de uma frase: separá-los por vírgula, colocando um “e” entre o penúltimo e o último.

Baccan, Smith e Orwell (1999, apud TAKAKI, 2001, p. 165) discutiram esta questão.

a Citação de documentos diferentes, de datas diferentes e dos mesmos autores: citar au-tores separados por ponto-e-vírgula, colocar datas na ordem cronológica separadas por vírgulas e, no caso de citação direta, seguidas das respectivas páginas.

(BACCAN; ALEIXO; STEIN, 1999, p.17, 2000, p.89, 2001, p. 56)

a Regras somente para citação indireta:Citação indireta de documentos diferentes, de datas iguais, de vários autores, citar autores

separados por ponto-e-vírgula; colocar em ordem alfabética.

(ALEIXO, 2000; BACCAN, 2000; STEIN, 2000).

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Notas de rodapé*

São indicações, observações e complementações ao texto feitas pelo próprio autor, tradu-tor ou editor.

A primeira citação de uma obra deve ter sua referência completa, as demais poderão ser abreviadas.

As notas de rodapé devem ser registradas, conforme orientações abaixo:a Indicadas em algarismos arábicos e em seqüência contínua para todo capítulo ou

parte, nunca iniciadas a cada folha;a Indicadas por um número sobrescrito, ou na linha do texto entre parênteses ou col-

chetes;a Reduzidas ao mínimo;a Separadas do texto por um traço contínuo (3cm);a Expressões latinas que devem ser colocadas na mesma página ou folha onde ocorre a

chamada: apud, Idem ou Id., Ibidem ou Ib., op. cit., passim, loc., cit., cf., et. seq.

apud (citado por, conforme, segundo)Única expressão que pode ser usada tanto no texto como em notas de rodapé.É utilizada em caso de citação de citação, como visto anteriormente.

Idem ou Id. (do mesmo autor)Expressão latina que pode ser usada em substituição ao nome do autor, quando se tratar

de citação de diferentes obras de um mesmo autor.Usar somente em notas de rodapé.Exemplos:

________________1. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, 1999, p.2-3.2. Id., 2000, p. 37.3. SARMENTO, 1978, p. 59.4. Id., 1987, p.77.5. Id., 1988, p . 135

Ibidem ou Ibid. (na mesma obra)Expressão latina que pode ser usada em substituição aos dados da citação anterior, pois

o único dado que varia é a página.Usar somente em notas de rodapé.Exemplos:

__________________1. ANDRADE, M. M. Como preparar trabalhos para cursos de pós-graduação. São Paulo:

Atlas, 1999. p. 67.2. Ibid. p. 89.3. Ibid. p. 150.

*A utilização ou não de notas de rodapé fica a critério das normas estruturadas por cada curso.

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op. cit. opus citatum, opere citato (na obra citada anteriormente, na mesma página, quando houver intercalação de outras notas).

Expressão latina que pode ser usada somente em notas de rodapé.Exemplos:

_________________1. SALGUEIRO, 1998, p. 19.2. SMITH, 2000, p. 213.3. SALGUEIRO, op. cit., p. 40-43.4. SMITH, op. cit., p. 376.

passim (aqui e ali - informação retirada de diversas páginas do documento refer-enciado).

Expressão latina que pode ser usada somente em notas de rodapé.Exemplos:

____________________1. QUEIROZ, 1999, passim.2. SANCHEZ; COELHO, 2000, passim.

loc. cit.loco citato (no lugar citado – mesma página de uma obra já citada anteriormente, mas com intercalação de notas).

Expressão latina que pode ser usada somente em notas de rodapé.Exemplos:

__________________1. FIGUEIREDO, 1999, p. 19.2. SANCHEZ; CARAZAS, 2000, p. 2-3.3. FIGUEIREDO, 1999, loc. cit.4. SANCHEZ; CARAZAS, 2000, loc. cit.

Cf. (confira, confronte)Expressão latina que pode ser usada somente em notas de rodapé, para recomendar con-

sulta a um trabalho ou notas.Exemplos:

______________________1. Cf. DIAS GOMES, 1999, p. 76-992. Cf. nota 1 deste capítulo.

et. seq.Sequentia (seguinte ou que se segue – usada quando não se quer citar todas as páginas da obra referenciada).

Expressão latina que pode ser usada somente em notas de rodapé.Exemplos:

_________________________1. DIAS GOMES, 1999, p. 76 et seq.2. FOUCAULT, 1994, p. 17 et seq.

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3.2 Referências (NBR 6023:2002)

3.2.1 Definição

Para a Associação... (2002, p. 2), as referências são um “conjunto padronizado de elemen-tos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação individual”.

3.2.2 Elementos das referências

A referência é constituída de elementos essenciais e, quando necessário, acrescida de elementos complementares. Caso a opção seja feita pelo uso dos elementos complementares, estes deverão ser usados em toda a lista de referências.

a Elementos essenciais São as informações indispensáveis à identificação do documento. Estão estritamente

vinculadas ao suporte documental e variam, portanto, conforme o tipo.a Elementos complementares

São as informações que, acrescentadas aos elementos essenciais, permitem melhor ca-racterização dos documentos. São complementares, por exemplo: páginas de publicações no todo, subtítulo, etc.

Obs.: Os elementos essenciais e complementares são retirados do próprio documento. Quando isso não for possível, utilizam-se outras fontes de informação, indicando-se os dados assim obtidos, entre colchetes.

3.2.3 Modelos de referências em meio impresso

Fonte Modelo de referênciaAnais de congresso

NOME DO EVENTO, Número do evento, ano de realização, Local. Tipo de documento... Local: Editora, ano de publicação. Número de páginas.

SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE SOFTWARE, 14., 2000, João Pessoa. Anais... João Pessoa: CEFET-PB, 2000, 190p.

Artigo de jornaldiário

SOBRENOME DO AUTOR DO ARTIGO, Prenomes. Título do artigo. Título do Jornal, Cidade, data (dia, mês, ano). Suplemento, número de página, coluna.

FRANCO, G. H. B. O que aconteceu com as reformas em 1999. Jornal do brasil, Rio de Janeiro, 26 dez. 1999.

Artigo derevista

SOBRENOME DO AUTOR DO ARTIGO, Prenomes. Título do artigo. Nome da revista, Cidade, volume, número, página inicial e final, data (dia, mês, ano).

SIMONS, R. Qual é o nível de risco de sua empresa? HSM Managment, São Paulo, v. 3, n. 16, p. 122-130, set./out. 1999.

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53Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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Fonte Modelo de referênciaArtigo de revista institucional

SOBRENOME DO AUTOR DO ARTIGO, Prenomes. Título do artigo. Nome da revista: Instituição, Cidade, volume, número, página inicial e final, data.

MELLO, S. C. ; LEÃO, A. L. M. de S.; SOUZA NETO, A. F. Que valores estão na moda? – Achados muito além do efêmero. Revista de Adminis-tração Mackenzie: revista da universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 117-134, 2000.

Capítulo de livro SOBRENOME DO AUTOR DO CAPÍTULO, Prenomes. Título do Capítulo do Livro. In: SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do livro. Edi-ção. Cidade: Editora, ano. Página inicial e final.

FRIGOTTO, G. Os delírios da razão: crise do capital e metamorfose con-ceitual no campo educacional. In: GENTILI, A. H. Pedagogia da exclu-são: crítica ao neoliberalismo em educação. Petrópolis: Vozes, 1995. p. 77-108.

Dicionário SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do dicionário. Edição. Cidade: Editora, ano. Número de páginas.

DUCROT, O. dicionário enciclopédico das ciências da linguagem. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1998, 339p.

Documentos iconográficos

(inclui pintura, gravura, ilustração, fotografia, desenho técnico, transparên-cias, cartaz, etc.)

AUTOR, Título (quando não existir, deve-se atribuir a indicação Sem título, entre colchetes), data e especificação do suporte.

SILVA, P. J. doença de Chagas. 1995. 1 transparência, color., 25cm x 20 cm. Coleção particular

Entrevistas não publicadas

SOBRENOME DO ENTREVISTADO, Prenomes. Título. Local, data (dia, mês, ano).

SUASSUNA, A. Entrevista concedida a Marco antônio Struve. Recife, 13 set. 2002.

Entrevistagravada

SOBRENOME DO ENTREVISTADO, Prenomes. Título. Local: Gravado-ra, ano. Elementos complementares para melhor identificar o documento.

FAGNER, R. revelação. Rio de Janeiro: CBS, 1998. 1 cassete sonoro (60 min. ), 3 y. pps, estéreo.

Legislação JURISDIÇÃO. Título. dados da publicação, Cidade, data.

BRASIL. Lei nº 9.887, de 7 de dezembro de 1999. Altera a legislação tributária federal. diário oficial [da] república Federativa do brasil, Brasília, DF, 8 dez. 1999.

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Fonte Modelo de referência

Livro SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título. Edição. Cidade: Editora, ano.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 22.ed. São Paulo: Cortez, 2002.

Manual ESTADO. Entidade. Título. Cidade, editora, ano, número de páginas.

PARANÁ. Universidade Estadual de Maringá - Departamento de Adminis-tração. Manual do Estágio de administração da uEM. Maringá, DAD Publicações, 2002, 158p.

Matéria de jornal assinada

SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do artigo. Nome do jornal, Cidade, data (dia, mês, ano), nome do Suplemento, página inicial e final.

NAVESN, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de S. Paulo, São Paulo, 28 jun. 1999, Folha Turismo, Caderno 8, p. 13.

Palestra ouconferência

AUTOR. Título do trabalho. Palestra, Local, Data (dia, mês, ano).

RAMOS, P. a avaliação em Santa Catarina. Palestra proferida na Pós-Graduação, Papanduva – SC, 22 fev. 2002.

Resumo de trabalho apre-sentado em congresso

SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do artigo. In: NOME DO CONGRESSO, numeração do evento, ano, local. Tipo do documento (Resumo, Anais...). Cidade: Editora, ano. Página inicial e final.

VENDRAMETTO, M. C. et al. Avaliação do conhecimento e uso de me-dicamentos genéricos por acadêmicos de uma Instituição de Ensino Superior. In: ENCONTRO DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA DO CESUMAR, 2., 2001, Maringá. livro de resumos... Maringá: Centro Universitário de Maringá, 2001, p. 124.

Tese/Dissertação/Monografia/ Trabalho de Con-clusão de Curso

SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do trabalho. Ano. Número de folhas. Natureza do trabalho (Tese, dissertação, monografia ou traba-lho acadêmico (grau e área do curso) – Unidade de Ensino, Instituição, local, data.

FREITAS JÚNIOR, O. de G. um modelo de sistema de gestão do co-nhecimento para grupos de pesquisa e desenvolvimento. 2003. 2921. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.

Trabalho com-pletopublicado em anais de con-gresso

SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título de Artigo. In: NOME DO CONGRESSO, numeração do evento, ano, local. Tipo do documento (Resumo, Anais...). Cidade: Editora, ano. Página inicial e final.

SOUZA, L. S. ; BORGES, A.L.; REZENDE, J. Influência da correção e do preparo do solo sobre algumas propriedades químicas do solo cultivado com bananeiras. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, 21., 1994, Petrolina. Anais... Petrolina: Em-brapa, CPATSA, 1994. p. 3-4.

Page 55: LIVRO_Metodologia_Cientifica

��Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

3.2.4 Modelos de referências em meio eletrônico

Fonte Modelo de referênciaArquivo emCD-ROM ou disquete

MICROSOFT project for Windows 95. Version 4.1. [S.I.]: Microsoft Corpo-ration, 1995. 1 CD-ROM.

Artigo de jornalcientífico

KELLY, R. Eletronic publishing at APS: its not just online journalism. aPS News online. Los Angeles, Nov. 1996. Disponível em : www.aps.prg/aps-news/1196/11965. Acesso em: 25 nov. 1998.

Artigo de revista SILVA, M. M. L. Crimesdaeradigital. Net. Rio de Janeiro, novo 1998. Se-ção Ponto de Vista. Disponível em www.brazilnel.com..br. Acesso em: 28 nov. 1998.

Banco de dados

DIRDS from Amapá: banco de dados. Disponível em: www.bdl.orQ/bdt/avifauna/aves. Acesso em: 25 nov. 1998.

Base de dados

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca de Ciência e Tecno-logia. Mapas. Curitiba. 1997. Base de Dados em Microisis, versão 3.7.

Brinquedo inte-rativoCD ROM

ALLIE’S play house. Paio Alto, CA: MPC/Opcode Interative, 1993. 1 CD-ROM. Windows 3.1.

Congressocientífico

CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4., 1996, Recife. Anais Eletrônicos... Recife: UFPe, 1996. Disponível em www.propesQ.ufpe.br/anais/anais. Acesso em: 21 jan. 1997.

E-mail ALMEIDA, M.P.S. Fichas para Marc [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por [email protected] em 12 jan. 2002.

Enciclopédia KOOGAN,A.; HOUAISS, A. (Ed.). Enciclopédia e dicionário digital 98. Direção geral de André Koogan Breikmam. São Paulo: Delta: Estadão, 1998. 5 CD-ROM. Produzida por Videolar Multimídia.

homepage internacional

CIVITAS. Coordenação de Simão Pedro P. Marinho. Desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 1995-1998. Apresenta textos sobre urbanismo e desenvolvimento de cidades. Disponível em www.qcsnetcom.br/camis/civitas. Acesso em 27 nov. 1998.

Imagem em arquivo eletrônico

VASO. TIFF. Altura: 1083 pixels. Largura: 827 pixels. 300 dpi 32 BIT CMYK. 3.5 Mb. Formato TIFF bitmap. Compactado. Disponível em C:/VASO.TIFF. Acesso em: 28 out. 1999.

Lista dediscussão

BIOLINE Discussion Lisl. List maintained by the Bases de Dados Tropi-cal, BDT in Brasil. Disponível em: [email protected]. Acesso em: 25 nov. 1998.

Matéria de jornal não assinada

ARRANJO tributário. diário do Nordeste online. Fortaleza, 27 nov. 1998. Disponível em: www.diariodonorte.com.br. Acesso em: 28 nov. 1998.

Matéria de jornalassinada

SILVA, I. G. Pena de morte para o nascituro. o Estado de São Paulo, São Paulo, 19 set. 1998. Disponível em www.providafamilia.org/penade-mortenascituro.htm. Acesso em:19 set. 1998.

Page 56: LIVRO_Metodologia_Cientifica

�6 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

Fonte Modelo de referênciaMatéria de revistanão assinada

WINDOWS 98: o melhor caminho para atualização. PC World, São Paulo, n. 75, set. 1998. Disponível em: www.idg.com.Br/abre.html. Acesso em: 10 set. 1998.

Parte de monografia

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Tratados e organi-zações ambientais em matéria de meio ambiente. In: __. Entendendo o meio ambiente. São Paulo, 1999. Disponível em: www.bdl.prg.Br/sma/en-tendendo/atual.html. Acesso em: 8 mar. 1999.

Programa(Software)

MICROSOFT Project for Windows 95, version 4.1: project planning sof-tware. [S.I.]: Microsoft Corporation, 1995. Conjunto de Programas. 1 CD-ROM.

SoftwareeducativoCD-ROM

PAU do gato! Por quê? Rio de Janeiro: Sony Music Book Case Multimídia Educacional, [1990]. 1 CD-ROM. Windows 3.1.

Trabalho apre-sentado em congresso

SILVA, R. N.; OLIVEIRA, R. Os limites pedagógicos do paradigma da qualidade total na educação. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFI-CA DA UFPe, 4., 1996, Recife. Anais eletrônicos... Recife, UFPe, 1996. Disponível em: www,propesp.ufpe.br/anais/edu/ce04.html. Acesso em: 21 jan. 1997.

Verbete dedicionário

POLÍTICA. In: DICIONÁRIO da Língua Portuguesa. Lisboa: Priberam Informática, 1998. Disponível em: www.priberam.pt/dlDLPO. Acesso em: 8 mar. 1999.

Page 57: LIVRO_Metodologia_Cientifica

�7Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

Ementa Estrutura do TCC; elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. Normas para digitação. Ilustra-

ções e figuras.

Objetivo específico Orientar quanto aos aspectos técnicos do TCC, de modo que o mesmo possa ser formatado de

acordo com as normas e regras estabelecidas.

Introdução

Chegando à Unidade final deste manual, gostaríamos de registrar, aqui, algumas palavras do Prof. Antônio Joaquim Severino, que há vinte e cinco anos escreveu a primeira edição do livro Metodologia do Trabalho Científico, para orientar os alunos recém-chegados à universi-dade àquela época. A partir daí, o autor mantém seu livro o mais atualizado possível, incluindo as novas tecnologias de informação.

Fazemos nossas, suas palavras: “[...] estas diretrizes metodológicas, como instrumental didático, querem ser apenas um caminho para a liberdade de ação do espírito em seu desen-volvimento intelectual” (SEVERINO, 2000, p. 195).

Esta Unidade apresentará, com exemplos, as partes integrantes que compõem a estru-tura do TCC, para sua redação, entrega e apresentação no final deste Curso.

4.1 Estrutura do TCC

O TCC é composto basicamente de três elementos: pré-textuais, textuais e pós-textuais. Esses elementos podem ser: (o) obrigatórios, (op) opcionais ou (cn) condicionados à neces-sidade. A fonte usada em todo o texto deve ser ARIAL.

Elementos Pré-Textuais: “que antecedem o texto com informações que ajudam na iden-tificação e utilização do trabalho” (ASSOCIAÇÃO... 2001).

Unidade 4 ESTRUTURA E APRESENTAÇÃO DO TRABALHO ACADÊMICO

Page 58: LIVRO_Metodologia_Cientifica

�8 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

Veremos agora as definições desses elementos e, a seguir, os modelos explicativos para melhor visualização.

a(o) Capa: é a parte externa do documento. Embora o conteúdo da obra seja o determi-nante final de sua qualidade, é conveniente que o mesmo esteja bem apresentado.

a(o) Folha de rosto: a folha de rosto obedece à mesma disposição gráfica utilizada na capa, incluindo, logo abaixo do título, uma nota explicativa referente à natureza do trabalho, seu objeto acadêmico e o nome do orientador.

a(cn) Errata: caso haja erros identificados no TCC, deve ser elaborada cuidadosamente uma lista com todos os erros, com as correções, indicando as páginas e/ou linhas em que foram impressos.

Exemplo:

ErraTa

Folha Linha Onde se lê Leia-se

�� 6 apresentacao apresentação

a(op) Dedicatória: página opcional onde o autor homenageia pessoa(s) a quem dedica o trabalho científico.

a(op) Agradecimentos: embora opcional, recomenda-se incluir, nesta página, os agra-decimentos ao orientador, pessoas ou instituições que colaboraram de alguma forma com o autor.

a(op) Epígrafe: citação de um pensamento que tenha, obrigatoriamente, ligação com o conteúdo do TCC e com o tema da pesquisa.

a(o) Resumo: é a apresentação concisa dos pontos relevantes do TCC. Usualmente, não ultrapassa 20 linhas. No resumo, devem ser realçados a finalidade, os objetivos e os capítulos. Deve conter somente um parágrafo, o inicial, e ponto-final, com início na mesma linha. O con-teúdo deve dar ao leitor uma idéia geral do tema e do título do trabalho, permitindo avaliar se a leitura é ou não do seu interesse.

Para a elaboração do resumo, devem-se observar as seguintes normas:

a ser claro, conciso, objetivo e coerente;a a primeira frase deve sintetizar o tema principal;a o conteúdo não pode incluir comentários pessoais ou julgamentos de valor;a o texto deve estar contido numa única lauda; para tanto, pode-se diminuir a fonte até

o tamanho 10;a não devem ser usadas frases como: “O autor descreve... ou neste trabalho o autor

expõe...”;a deve-se evitar o uso de parágrafos.

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59Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

a(o) Sumário: o sumário enumera todas as partes do TCC: introdução, capítulos, con-clusão, referências, na ordem em que aparecem no texto, seguidos da página correspondente. Caso inclua outros elementos pós-textuais, os mesmos devem aparecer no sumário.

a(cn) Lista de Tabelas, Ilustrações ou Quadros: caso o TCC contenha mais de três tabelas ou quadros, deve-se elaborar, numa página, a lista destes.

Nas páginas seguintes, encontram-se os respectivos modelos de páginas indicadas, e suas medidas não correspondem ao real.

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60 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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ModElo

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FaCuldadE dE EduCação São luíS* NúClEo dE aPoIo dE __________________

JaboTICabal - SP20___

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3 cm (margem superior)

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3 cm (m

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CaPa

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (�6)

Tipo de letra: Maiúscula

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (�8)

Tipo de letra: Maiúscula

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (�6)

Tipo de letra: Maiúscula

Espaço simples nasentrelinhas

*A 2ª linha do bloco inferior da Capa (Núcleo de Apoio de ...) não deverá ser utilizada pelos alunos que freqüentam as aulas em Jaboticabal.

Page 61: LIVRO_Metodologia_Cientifica

6�Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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TíTulo

FaCuldadE dE EduCação São luíSNúClEo dE aPoIo dE __________________

JaboTICabal - SP20___

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FolHa dE roSTo

Trabalho de Conclusão de Curso apre-sentado à Faculdade de Educação São Luís, como exigência parcial para a conclusão do curso de Pós-Graduação Lato Sensu em ______________ .

(nome completo do curso)

Orientador(a): Prof(a). ____________. (titulação e nome completo)

Fonte:Arial (Regular)

Tamanho da fonte: (�0)

Tipo de letra: MinúsculaEspaço simples nasentrelinhas

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (�6)

Tipo de letra: Maiúscula

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (�8)

Tipo de letra: Maiúscula

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (�6)

Tipo de letra: Maiúscula

Espaço simples nasentrelinhas

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6� Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

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3 cm (margem superior)

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3 cm (m

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dEdICaTórIa

dedicamos

a nossa família, pela paciên-cia e compreensão durante nossas ausências.

Fonte:Arial (Regular)

Tamanho da fonte: (�0)

Tipo de letra: Minúscula

Espaço �,� nasentrelinhas

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (�0)

Tipo de letra: Minúscula

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63Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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ModEloaGradECIMENToS

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aGradECIMENToS

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (�4)

Tipo de letra: Maiúscula

Fonte:Arial (Regular)

Tamanho da fonte: (��)

Espaço �,� nas entreli-nhas

A Deus, pelo sentido da vida.

À Profª Iracê Mirian de Castro Martins, por sua dedi-cação e orientação.

Ao Prof. Marcelo Felix Tura, pelas contribuições.

Aos professores tutores, pela dedicação e disponibi-lidade nos momentos de orientação e esclarecimentos de dúvidas.

Aos colegas de curso de pós-graduação, pela agradá-vel convivência.

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64 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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EPíGraFE

Fonte:Arial (Regular)

Tamanho da fonte: (�0)

Espaço �,� nas entreli-nhas

Atenção:Não se esqueça dereferenciar a epígrafe

[...] seria tão absurdo quanto injusto esperar dos professo-res virtudes educativas infini-tamente maiores do que as da sociedade que lhes con-fere a incumbência de ensi-nar. Ainda que eles fossem exemplares, não poderiam mascarar o estado do mun-do (PERRENOUD, 2000, p. 141).

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6�Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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ModElorESuMo

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8 cm (margem superior)

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rESuMo

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (�4)

Tipo de letra: Maiúscula

Fonte:Arial (Regular)

Tamanho da fonte: (��)

Espaço �,� nasentrelinhas

Para conhecer o que valorizam os professores de uma escola

pública de Ensino Médio em seu trabalho cotidiano, empreendemos esta

pesquisa, que tem como centro a relação do professor com as situações

de conflito de valores, durante as aulas, chamadas de situações-problema.

Sua importância está na abertura de um espaço aos professores que dela

participaram, para uma reflexão sobre suas opiniões e seus conflitos no

campo ético, e também por colocar, no horizonte dos educadores em geral,

a questão dos valores na sala de aula. Esta monografia é composta de

três capítulos iniciais sobre Educação, �tica e Cotidiano e sua inter-relação

com a prática pedagógica, abordando a dimensão ética da educação no

cotidiano escolar. No capítulo 4, Metodologia da pesquisa, numa aborda-

gem qualitativa, utilizamos o método comparativo e, como procedimento de

coleta de dados, os depoimentos por escrito de oito professores de várias

disciplinas do Ensino Médio. Os dados analisados, no capítulo 5, Resultado

e discussão, mostraram que a ética está presente, por um lado, quanto aos

valores inerentes ao papel do professor, como honestidade intelectual, mas,

por outro lado, ela fica implícita, quanto ao papel da escola na sociedade

e à falta de regras claras nas situações que extrapolam o espaço da sala

de aula. Em Considerações Finais, temos que, em comum, os professores

consideram a sala de aula como seu lugar de trabalho e um espaço utilizado

para o encontro de pessoas que, por meio do diálogo, transformam informa-

ções em conhecimentos, inter-relacionam-se, compartilham experiências e

constroem social e responsavelmente os valores.

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66 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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ModEloSuMárIo

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8 cm (margem superior)

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3 cm (m

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SuMárIo

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (�4)

Tipo de letra: Maiúscula

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (��)

Tipo de letra: Capítulos - MaiúsculasSubcapítulos - Minúscu-las

INTRODUÇÃO................................................................................ 7

1 EDUCAÇÃO ................................................................................ 91.1 O professor e seu papel social ................................................ 9

2 ÉTICA........................................................................................ 122.1 Valor, moral e ética: conceituações ....................................... 122.2 Principais concepções éticas ................................................ 14

3 EDUCAÇÃO, ÉTICA E COTIDIANO ESCOLAR....................... 163.1 O retorno das preocupações morais e éticas ........................ 163.2 Uma nova ética em construção ............................................. 18

4 METODOLOGIA DA PESQUISA............................................... 204.1 O método comparativo .......................................................... 204.2 A escola e os professores que participaram da pesqui-sa................................................................................................... 204.3 Procedimento de coleta de dados ......................................... 22

5. RESULTADO E DISCUSSÃO................................................... 23

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................... 26REFERÊNCIAS............................................................................ 28ANEXO ........................................................................................ 30

Page 67: LIVRO_Metodologia_Cientifica

67Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

ModEloTabela 1 - Número e porcentagem de professores .......... 20Tabela 5 - Relação de atividade de ensino de acordo com tempo ....................................................... 27Tabela 3 - Tempo de magistério no ensino fundamental .. 45

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8 cm (margem superior)

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3 cm (m

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Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (�4)

Tipo de letra: Maiúscula

Fonte:Arial (Regular)

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Espaço simples nas entrelinhas

lISTa dE TabElaS

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68 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

Elementos Textuais: “parte do trabalho em que é exposta a matéria” (ASSOCIAÇÃO... 2001). Esses elementos constituem o núcleo do trabalho, compreendendo: Introdução, Desen-

volvimento e Conclusão ou Considerações Gerais. Essas partes estão intimamente relacionadas dentro de uma estrutura lógica e harmônica, com características próprias.

aIntrodução

� a parte da obra que tem por finalidade apresentar o modo como a pesquisa foi reali-zada, bem como oferecer uma visão estrutural dela, situando o leitor no contexto do trabalho realizado. Enfatiza-se a relevância social do tema escolhido, bem como se explicitam as razões de elaboração do estudo, os objetivos que se pretende alcançar, procedimentos e metodologia empregados.

De acordo com normas da Associação... (2001), numa Introdução, não se deve “repetir ou parafrasear o resumo, nem dar os dados sobre a teoria experimental, seus resultados, nem antecipar as conclusões e as recomendações decorrentes do estudo” .

Geralmente, a Introdução deve conter:

a uma discussão geral do tema escolhido;a a justificativa perante o leitor, do tema escolhido, indicando a importância e o interesse

do trabalho em questão;a a inserção do trabalho no contexto de outras abordagens;a a explicitação dos objetivos do autor e de seu trabalho;a a descrição da metodologia* utilizada;a no final, uma breve apresentação de cada capítulo ou seção.

Muito embora a Introdução inicie o texto de um TCC, sua redação final só pode ser concluída depois de todo o trabalho pronto, o que não exime o autor da escrita de versões preliminares.

adesenvolvimento

O que se denomina “Desenvolvimento do Trabalho”, é, na verdade, o conjunto dos capí-tulos. Ressalte-se que as divisões destes, em seções e itens, devem decorrer de exigências lógicas e não de critérios de espaço. É também a lógica interna do discurso que deve presidir ao arranjo/seqüenciação dos capítulos. Estes devem conter, exclusivamente, o material relativo ao tema em estudo, evitando-se digressões e citações bibliográficas não pertinentes.

Quando se tratar de TCC que utilize pesquisa de campo, a apresentação de dados na forma de tabelas, quadros, figuras, não é suficiente. Todos os dados coletados devem ser examinados e discutidos através de uma análise criteriosa e apresentados, via de regra, em capítulo próprio, geralmente denominado: apresentação, análise e discussão dos dados.

*Em trabalhos científicos mais extensos, reserva-se um capítulo especial para a Metodologia, onde se informa a respeito da orientação metodológica adotada, bem como se detalham procedimentos, técnicas e instrumentos utili-zados. No caso do TCC, esses aspectos podem ser mencionados, mais resumidamente, na Introdução.

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69Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

Clareza de expressão decorre de uma clareza de pensamento e de uma compreensão abrangente do tema tratado.

aConclusão

A conclusão representa a síntese para a qual o trabalho se encaminha; constitui o fecho do trabalho, reafirmando a idéia principal discutida no desenvolvimento. Para ele, convergem os passos da análise e da discussão e nela se procede a um balanço interpretativo dos resultados obtidos.

Em outras palavras, a Conclusão caracteriza-se por:

a retomar a Introdução, patenteando, assim, a organicidade e unicidade do trabalho;a oferecer um resumo sintético, mas abrangente, do desenvolvimento;a representar a avaliação do trabalho realizado;a externar com maior evidência as opiniões do autor, suas críticas, sugestões e contribui

ções ao assunto abordado;a utilizar a expressão “Considerações finais”, se o trabalho não for conclusivo.

A conclusão pode significar um avanço na possível superação do problema levantado ou abrir caminho para novas pesquisas.

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Início do texto....

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Tipo de letra: Maiúscula

Fonte:Arial (Regular)

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Espaço �,� nas entreli-nhas

INTrodução

INTrodução

Duplo espaçamento*

*Duplo espaçamento: dois cliques na tecla “enter” para espaçar o título do corpo do texto.

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1.1 Subcapítulo

1.1.1 Subcapítulo

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Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

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Tipo de letra: Maiúscula

Fonte:Arial (Regular)

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Espaço duplo entre os títulos

1 CaPíTulo PrINCIPal

dESENVolVIMENTo

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Início do texto....

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Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

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Tipo de letra: Maiúscula

Fonte:Arial (Regular)

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Espaço �,� nas entreli-nhas

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CoNCluSão

Duplo espaçamento

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73Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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Elementos Pós-Textuais: “que complementam o trabalho” (ASSOCIAÇÃO... 2001)

areferências: como já citado anteriormente, na Unidade 3, elas fornecem dados descritivos de um documento, permitindo sua identificação individual. As referências devem estar organizadas em ordem alfabética, pelo sobrenome do primeiro autor.

Fonte: para a elaboração do conhecimento histórico, é necessário o uso e o manuseio das fontes, entendidas como tudo aquilo que seja fruto da intervenção humana. Por essa razão, o registro dessas informações deve ser destacado das demais referências.

Exemplos de fontes nos elementos pós-textuais:

a Fontes históricas: material iconográfico (uso de ilustrações, tais como fotos, tabelas, pinturas).

a Fontes primárias: cartas de alforria, documentação cartorial, correspondências.a Fontes manuscritas: livros, jornais, revistas.a Fonte oral: entrevistas.

aanexo: textos que não pertencem ao autor, mas que complementam o trabalho, enriquecen-do-o. Exemplos: transcrição de leis, recortes de jornais e revistas, gráficos, etc.

aapêndice: textos que pertencem ao autor, como: entrevistas, questionários, fotografias, tabe-las, etc.

Ambos (Anexo e Apêndice) vêm depois das referências e seguem a pagi-nação, sendo iniciados por uma lauda com as palavras ANEXO ou APÊN-DICE, centralizadas. Individualmente, devem ser indicados por letras mai-úsculas: ANEXO A, ANEXO B, etc.

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rEFErÊNCIaS

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3 cm (m

argem esquerda)

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argem direita)

DIMENSTEIN, G. aprendiz do futuro*: cidadania, hoje e amanhã. 5.ed. São Paulo: Ática, 1998.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1995.

GILES, T. R. O que é filosofar? São Paulo: EPU, 1984.

HOUAISS, A. Dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

JASPERS, K. Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo: Cultrix, 1971.

KHUN, T. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1975.

LUCKESI, C. C. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 1990.

LUCKESI, C. C. et al. Fazer universidade: uma proposta meto-dológica. São Paulo: Cortez, 1995.

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (��)

Tipo de letra: Maiúscula

Nome da fonte:Arial (Regular)

Tamanho da fonte: (��)

Espaço simples nas entrelinhas

*Digitar os titulos das referências em negrito.

rEFErÊNCIaS

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7�Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

ModElot u

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3 cm (margem superior)

� cm (margem inferior)

3 cm (m

argem esquerda)

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argem direita)

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (�6)

Tipo de letra: Maiúscula

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76 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

Faculdade de Educação São Luís

ModElot u

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3 cm (margem superior)

� cm (margem inferior)

3 cm (m

argem esquerda)

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argem direita)

Fonte:Arial (Bold ou Negrito)

Tamanho da fonte: (�6)

Tipo de letra: Maiúscula

aPÊNdICE

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77Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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4.2 Normas para digitação

Todo trabalho científico obedece a uma norma internacional de apresentação, quer seja monografia, dissertação ou tese. Deverá ser digitado e impresso com tinta preta, somente num lado da folha.

Todas as rasuras, letras ou palavras superpostas comprometem o valor do trabalho.O texto da monografia deve ser digitado em espaço �,�, com exceção das notas ao pé da

página, citações, tabelas e referências, que deverão ser digitadas em espaço simples. O espaço entre uma referência e outra é 1,5.

Como sugestão, podem ser criados dois arquivos de textos: um contendo o texto e os ele-mentos pós-textuais, e outro contendo os elementos pré-textuais; desta forma, ficará mais fácil paginar os arquivos.

4.2.1 Configuração da página e formatação PáGINa ESPECIFICaçõES

Esquerda 03 cmDireita 0� cmSuperior 03 cmInferior 0� cmParágrafo � toque (tab)

No TExTo ESPECIFICaçõESEntre Linhas �,�Entre linhas da citação longa simplesEntre o texto e ilustração (tabela, gráfico...) �,�Entre texto e citações longas (mais de 03 linhas) �,�Do início do texto após um título �,�Entre o título e o parágrafo �,�

PaPEl ESPECIFICaçõESTamanho do Papel A4 (21 cm de largura por 29,7 cm de altura).

Utilizar sempre a frente das folhas, nunca o verso

TíTuloS ESPECIFICaçõESDe capítulos Fonte arial ��, negrito, maiúsculo, alinhados à esquerda,

quando numerados.Porém, centralizar os títulos dos capí-tulos não numerados.

De subcapítulos Fonte arial ��, negrito, somente a letra inicial maiúscula, alinhados à esquerda.

4.2.2 Paginação

As páginas devem ser numeradas por algarismos arábicos.Os números devem ser colocados à direita, observando-se �cm para a margem superior

do papel e 2cm do lado direito da folha.As páginas são contadas a partir da folha de rosto, mas o número somente aparece na

segunda folha da Introdução.Todas as páginas que se iniciam por título, são contadas, porém não são numeradas (Intro-

dução, Capítulos, Conclusão ou Considerações Finais, Referências, Apêndice e Anexo). Essas páginas deverão apresentar, obrigatoriamente, 8 cm na margem superior.

� um recurso utilizado pelo pesquisador em sua comunicação escrita, para melhor visuali-zar e esclarecer sua mensagem.

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78 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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4.2.3 Ilustrações ou figuras

Segundo a Associação... (2001), “são elementos demonstrativos de síntese que consti-tuem uma unidade autônoma e explicam ou complementam visualmente o texto”.

São consideradas ilustrações ou figuras: quadros, gráficos, desenhos, plantas, organogra-mas, fotografias, etc.

Toda ilustração que já tenha sido publicada anteriormente, deve conter, abaixo da legenda, dados sobre a fonte (autor, data e página) de onde foi extraída, em fonte arial �0 e estar inserida nas referências.

As ilustrações devem ser centralizadas na página e impressas em local próximo do texto onde são mencionadas. Porém, se o número de ilustrações for muito grande ou estas possuírem grandes proporções, pode-se agrupá-las no final do trabalho, como pós-texto. Cada ilustração deve ter seu título e/ou legenda e número. As páginas que contiverem só ilustrações, deverão estar também numeradas.

Exemplos:

Figura 1 Desenho sobre o uso de palitos de picolé na construção de diferentes linguagens.Fonte: Cinel (2003).

Figura 1 Cena de animação paz em Jacarezinho - RJ, produzida por alunos da rede pública.Fonte: Souza (2003).

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79Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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Gráfico � Demonstrativo de artigos publicados em revistas indexadas de acordo com gastos federais em ciência e tecnologia. Publicações auditadas e incluídas no índice do Instituto para Informação científica - ISI (www.isinet.com).Fonte: Santos (2000).

Gráfico � Áreas de origem das teses e dissertações de mestrado sobre alfabetização no Brasil durante o período de 1961 a 1989.Fonte: INEP/MEC (2000).

Exemplos:

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80 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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Gráfico 3 Áreas de origem das teses e dissertações de mestrado sobre alfabetização no Brasil durante o período de 1961 a 1989.Fonte: INEP/MEC (2000).

Gráfico 4 Curvas de desempenho de meninos e meninas de escolas públicas e privadas de Recife (n=7��), ao longo de onze anos de escolarização (1ª série do ciclo elementar à 3 ª série (HS-3) do ciclo médio).Fonte: Falcão e Loos (1999).

Exemplos:

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8�Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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Quadro 1 A distribuição de terras no Estado de São Paulo. UPAs - Unidade de Produção Agrícola. Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (2002).

Quadro 2 Calendário do orçamento participativo do município.Fonte: Melo (2003).

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8� Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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Tabela 1 Distribuição do número de vagas de cursos de educação de jovens e adultos de acordo com regiões pouco desenvolvidas do Brasil. Fonte: Programa de Alfabetização Solidária (2003).

Tabela 2 Temas desenvolvidos no quadro teórico da Pedagogia, na produção sobre alfabetização no Brasil. 1961-1989.Fonte: Série Estado do Conhecimento nº 1. Alfabetização. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (2000).

Page 83: LIVRO_Metodologia_Cientifica

83Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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Tabela 3 Gêneros na produção sobre alfabetização no Brasil, por década - 1961 - 1989.Fonte: Série Estado do Conhecimento nº 1. Alfabetização. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (2000).

Leituras Complementares

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

aCapítulo I – A organização da vida de estudos na universidade.aCapítulo III – Diretrizes para a leitura, a análise e interpretação de textos.

BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de metodologia científica: um guia para a iniciação científica. 2.ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 2004.

aCapítulo 3 - Natureza humana – conhecimento e saber

Page 84: LIVRO_Metodologia_Cientifica

84 Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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ReFeRênCiAS

ALVARENGA, M. A. F. P.; ROSA, M.V.F.P.C. apontamentos de metodologia para ciência e técnicas de redação científica. 2.ed. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2001.

ANDRADE, M. M. de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1999.

ARANHA, M. L. A. Filosofia da educação. 2.ed. São Paulo: Moderna, 1997.

ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Mo-derna, 1999.

______. Temas de Filosofia. São Paulo: Moderna, 1996.

ASSOCIAÇÃO brasileira de normas técnicas. Informação e documentação – resumos – procedimento: NBR 6.028. Rio de Janeiro: ABNT, 1990.

______. Informação e documentação – trabalhos acadêmicos – apresentação: Nbr 14.724. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.

______. Informação e documentação – citações em documentos - apresentação: NBR 10.520. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

______. Informação e documentação – referências – elaboração: NBR 6.023. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

______. Informação e documentação – sumário - apresentação: NBR 6.027. Rio de Ja-neiro: ABNT, 2003.

BARROS, H. L. Ciênciahoje: Revista de divulgação científica da SBPC, São Paulo, v. 36, p.15, maio, 2005.

BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de metodologia científica: um guia para a iniciação científica. 2. ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 2004.

CARNEIRO, M. F. Pesquisa jurídica: metodologia da aprendizagem. Curitiba: Juruá, 1999.

CERVO, A.L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 1996.

CHAUÍ, M. Convite à filosofia. 12. ed. São Paulo: Ática, 1999.

DIMENSTEIN, G. aprendiz do futuro: cidadania, hoje e amanhã. 5.ed. São Paulo: Ática, 1998.

FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.

FRANCO, M. L. P. B. O estudo de caso no falso conflito que se estabelece entre análise quan-titativa e análise qualitativa. Cadernos de pesquisas, São Paulo, n. 50, p. 30-41, 1985.

Page 85: LIVRO_Metodologia_Cientifica

8�Metodologia Científica e Iniciação à Pesquisa

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MASINI, E. F. S. Enfoque fenomenológico de pesquisa. In: FAZENDA, I. (Org.) Metodologia da pesquisa educacional. São Paulo: Cortez, 1989. (Biblioteca da educação, série 1, Es-cola, 11).

OLIVEIRA, S. L. Tratado de metodologia científica. São Paulo: Pioneira, 1997.

PÁDUA, E. M. M. de. Metodologia da pesquisa: abordagem teórico-prática. Campinas: Pa-pirus, 1996.

RIBEIRO, R. J. Filosofia para todos os gostos. Folha de S. Paulo, 26-08-03. Mais (Caminho das Pedras).

SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia: elementos de metodologia do trabalho científico. Belo Horizonte: Interlivros, 1973.

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SOUSA SANTOS, B. Um discurso sobre as ciências. 12. ed. Porto: Edições Afrontamento, 2001.

THIOLLENT, M. J. Aspectos qualitativos da metodologia de pesquisa com objetivos de descrição, avaliação e reconstrução. Cadernos de pesquisas, São Paulo, n. 49, p. 45-50, maio, 1984.

TRIVIÑOS, A. N. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.