livro ead taxonomia (001 )

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  • 8/10/2019 Livro Ead Taxonomia (001 )

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    Universidade Federal do PiauCentro de Educao Aberta e a Distncia

    TAXONOMIA DAS

    FANERGAMASProfa. Dra. Roseli Farias Melo de Barros

    Profa. Dra. Gardene Maria de Sousa

    Profa. Dra. Ivanilza Moreira de Andrade

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    Ministrio da Educao - MEC

    Universidade Aberta do Brasil - UAB

    Universidade Federal do Piau - UFPI

    Universidade Aberta do Piau - UAPICentro de Educao Aberta e a Distncia - CEAD

    Profa. Dra. Roseli Farias Melo de Barros

    Profa. Dra. Gardene Maria de Sousa

    Profa. Dra. Ivanilza Moreira de Andrade

    Taxonomia dasFanergamas

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    Cleidinalva Maria Barbosa Oliveira

    Nazioznio Antonio Lacerda

    Roberto Denes Quaresma Rgo

    Samuel Falco Silva

    Diego Albert

    PRESIDENTE DA REPBLICA

    MINISTRIO DA EDUCAO

    GOVERNADOR DO ESTADO

    REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAU

    SECRETRIO DE EDUCAO A DISTNCIA DO MEC

    PRESIDENTE DA CAPES

    COORDENADORIA GERAL DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

    DIRETOR DO CENTRO DE EDUCAO ABERTA A DISTNCIA DA UFPI

    Dilma Vana Rousse

    Fernando Haddad

    Wilson Marns

    Luiz de Sousa Santos Jnior

    Carlos Eduardo Bielshowsky

    Jorge Almeida Guimares

    Celso Costa

    Gildsio Guedes Fernandes

    CONSELHO EDITORIAL Prof. Dr Ricardo Allagio Ribeiro (Presidente)

    Des. Tomaz Gomes Campelo

    Prof. Dr Teresinha de Jesus Mesquita Queiroz

    Prof. Francisco Antonio Paes Landim Filho

    Prof. Manoel Paulo Nunes

    Prof. Iracildes Maria Moura F Lima

    Prof. Vnia Soares Barbosa

    Prof. Dr. Wladimir Alexandre Pereira Silva

    COORDENAO DE MATERIAL DIDTICO

    COORDENAO DE REVISO

    EDIO

    PROJETO GRFICO

    EDITORAO ELETRNICA

    REVISO

    2010. Universidade Federal do Piau - UFPI. Todos os direitos reservados.

    A responsabilidade pelo contedo e imagens desta obra dos autor. O contedo desta obra foi licenciado tem-porria egratuitamente para ulizao no mbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil, atravs da UFPI.

    O leitor se compromete a ulizar ocontedo desta obra para aprendizado pessoal, sendo que a reproduo e

    distribuio caro limitadas ao mbito interno dos cursos.

    A citao desta obra em trabalhos acadmicos e/ou prossionais poder ser feita com indicao da fonte. A c -pia deste obra sem autorizao expressa ou com intuito de lucro constui crime contra a propriedade intelec -

    tual, com sanses previstas no Cdigo Penal.

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    As angiospermas correspondem s plantas mais abundantes

    da ora atual, compreendem a diviso Anthophyta, que inclui cerca de

    235.000 espcies. Os trpicos do Novo Mundo foram, at o presente,apenas parcialmente explorados botanicamente. Em um pas de

    dimenses continentais como o Brasil, cuja ora pouco conhecida,

    bastante provvel que em algumas das excurses botnicas realizadas

    sejam coletadas espcies novas, ou seja, ainda no descritas para a

    cincia.

    Com exceo de algumas algas, todas as plantas cultivadas pelo

    homem para o seu sustento so angiospermas. Elas surgiram no perodo

    Cretceo h cerca de 120 milhes de anos e logo depois j dominavam

    toda a terra.

    Nas suas caractersticas vegetativas, as angiospermas soenormemente diversicadas. Seus representantes variam em tamanho,

    desde espcies de Eucalyptus LHer (Myrtaceae) com mais de 100m de

    altura e troncos de quase 20m de circunferncia, at representantes de

    Lemna L. (Lemnaceae) aquticas com menos de 1mm de comprimento.

    Alguns dos representantes de angiospermas so lianas, outros eptas;

    alguns esto adaptados para crescer em regies ridas, outros crescem

    em regies extremamente frias.

    Angiosperma um grupo de plantas com caractersticas especiais

    como a presena de ores, e pelo fato de suas sementes se desenvolveremdentro de um fruto e possurem um ciclo de vida que as distinguem de

    todas as outras plantas. A or das angiospermas interpretada como

    um ramo foliceo altamente modicado e possivelmente derivado do

    estrbilo das Gymnospermae.

    As angiospermas foram tradicionalmente divididas em dois

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    grandes grupos: as dicotiledneas e as monocotiledneas. Esses grupos

    estavam separados por uma srie de caractersticas: as Dicotiledneas

    pela presena de ores com quatro ou cinco ptalas (ou um nmero

    mltiplo destes), enquanto as monocotiledneas pela presena de trs

    ptalas ou mltiplos de trs. Alm das sementes apresentarem dois

    cotildones, nas dicotiledneas, e nas monocotiledneas apenas um,

    atualmente, atravs de anlises logenticas, no se sustenta a diviso

    monocotilednea e dicotilednea.

    A nova classicao sustenta trs grandes grupos, as

    monocotiledneas, as eudicotiledneas e as Angiospermas Basais ou

    Magnoliideas. As monocotiledneas e as eudicotiledneas compreendem

    cerca de 97% da diviso. As monocotilednes tiveram claramente um

    nico ancestral, como indicam o cotildone nico e algumas outras

    caractersticas. O mesmo verdadeiro para as eudicotiledneas, que

    apresentam uma caracterstica claramente derivada: a presena deplen triaperturado (plen com trs fendas ou poros e tambm tipos

    de plen derivados de plen triaperturado). Os 3% remanescentes das

    angiospermas vivas, as magnoliideas, incluem aquelas com caractersticas

    mais primitivas. As relaes evolutivas das magnoliideas no so ainda

    bem compreendidas. Apesar de terem sido tradicionalmente vistas como

    dicotiledneas, todas as magnoliideas, como as monocotiledneas, tm

    plen com uma nica abertura ou modicaes deste tipo de plen.

    A origem e radiao das angiospermas esto entre os assuntos

    mais fascinantes da botnica e apesar do enorme progresso nosltimos anos, muito ainda est em aberto. A compreenso sobre a

    origem e diversicao do grupo inuencia diretamente os sistemas de

    classicao, assim como as hipteses de evoluo dos caracteres. Alm

    disso, o tema tem sido explorado por grandes cientistas, oferecendo

    exemplos excelentes na abordagem de problemas em sistemtica.

    Este livro destinada aos estudantes do curso de Graduao

    em Cincias Biolgicas, disciplina Taxonomia das Fanergamas, que

    participam do Programa de Educao a Distncia da Universidade

    Federal do Piau. Poder ser utilizado tambm nos cursos de graduao

    em Engenharia Agronmica e Cincias Farmacuticas.O objetivo deste livro reunir e apresentar, de forma didtica e em

    uma nica fonte, os contedos que tratam a taxonomia vegetal, ou seja,

    nele sero apresentados os mtodos e princpios da Taxonomia Vegetal;

    os princpios, regras e recomentaes da nomenclatura botnica; o

    histrico da classicao vegetal; o processo de coleta e herborizao de

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    material botnico; e a diversidade de famlias de angiospermas, atravs

    da utilizao de chaves de identicao.

    Espera-se, no nal do curso, que os alunos possam ter um

    embasamento terico e prtico para o reconhecimento e o posicionamento

    das fanergamas nos sistemas de classicao, alm de estarem aptos

    para identicar famlias botnicas, descrever e preparar material para

    estudos de cunho taxonmico e orstico.

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    UNIDADE 1PRINCPIOS E MTODOS DA TAXONOMIA VEGETAL

    Taxonomia (taxis+nomos) (taxionomia)Definio dos Principais Termos Taxonmicos

    UNIDADE 2TCNICAS DE COLETA E HERBORIZAO. HERBRIO FANEROGMICOColeta e Preservao dos Espcimes (Mori et al., 1889)Secagem e resfriamentoMontagem das exsicatas e incorporao

    UNIDADE 3SISTEMAS DE CLASSIFICAO DAS ANGIOSPERMAS: HISTRIA

    Sistemas de Classificao das AngiospermasHistria da Classicao BotnicaPerodo de Sistemazao

    UNIDADE 4NOMENCLATURA BOTNICAImportncia do Cdigo Internacional de Nomenclatura Botnica

    Regras e Recomendaes Importantes

    UNIDADE 5MAGNOLIOPHYTA (ANGIOSPERMAE)

    Teoria do Pseudanto (postulada por Wettstein em 1907)

    Evoluo dos Caracteres Morfolgicos nas Angiospermas

    Sistema de Classificao de Cronquist (1988)

    1318

    232627

    495054

    7374

    848587

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    13PSICOLOGIA DA EDUCAO

    PRINCPIOS E MTODOS DATAXONOMIA VEGETAL

    Taxonomia (taxis+nomos) (taxionomia)

    Taxonomia foi um termo criado por De Candolle em 1813, e uma

    palavra que est ligada ao termo txon, ou seja, grupo de organismos

    descritos e nomes cientcos que lhes so designados. Segundo Simpson

    (1961), o estudo terico da classicao, incluindo as suas bases,

    princpios, procedimentos e regras. Barroso et al. (1978) deniram como

    sendo a parte da Botnica que tem por nalidade agrupar as plantas

    dentro de um sistema, levando em considerao suas caracterst icas

    morfolgicas internas e externas, suas relaes genticas e suas

    anidades.

    A taxonomia compreende trs segmentos: a identicao, anomenclatura e a classicao.

    Identicao

    Processo utilizado para se conseguir a denominao de uma

    planta. Pode ser realizado atravs da comparao com um material

    j identicado ou com o auxl io de literatura especializada, que utiliza

    chaves analticas para identicao dos espcimes: Chave emparelhada => na qual as coplas possuem

    alternativas opostas, uma logo abaixo da outra (Anexo 1). P. ex:

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    14 UNIDADE 01

    DICOTILEDNEASARQUICLAMDEASMONOCLAMDEASSUPEROVARIADAS

    DE FLORES ANDRGINAS

    1. Anteras valvulares................................................................Lauraceae

    Anteras no valvulares....... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ...2

    2. Flor calcarada..................................................................................35

    Flor no calcara.....................................................................................3

    3. Folhas normais alternas, espiraladas ou em feixes...4

    Folhas normais opostas ou verticiladas.................................................21

    Folhas anormais ou escamosas ou reduzidas a espinhos ou

    faltam...................................................................................................29

    4. Folhas providas de creas........ ............... ............... ........Polygonaceae

    Folhas desprovidas de crea..................................................................5

    5. Um estigma.........................................................................................6

    Dois ou mais estigmas...........................................................................12

    6. Um ou trs estames...... ............... ............... ............... ........Leguminosas

    Dois estames........................................................................................67

    Quatro estames.......................................................................................7Mais de quatro estames.............................................8

    7. Estames inseridos na metade superior das spalas..............Proteaceae

    Estames nunca inseridos na metade superior das spalas....................40

    8. Flores actinomorfas.............................................................................9

    Flores zigomorfas..................................................................................63

    9. At dez estames................................................................................10

    Mais de dez estames.............................................................................39

    10. Estames de um s tamanho.............................................................11

    Estames de dois tamanhos.......... ................... ................... ................... ..31

    Estames de trs ou mais tamanhos....................................Nyctaginaceae

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    15PSICOLOGIA DA EDUCAO

    11. Fruto: pixdio.................................................................Amarantaceae

    Fruto: nunca pixdio..............................................................................30

    12. Ramos espinhosos..........................................................................32

    Ramos no espinhosos.........................................................................13

    13. Flores insignicantes, escamosas ou verdes..................... ............... .14

    Flores visveis, coloridas ou alvas..........................................................16

    14. Estilete menor, igual ou at o dobro do comprimento do clice........15

    Estilete dez vezes ou mais o comprimento do clice....... ............Moraceae

    15. Folhas de base simtrica.................................................................44

    Folhas de base assimtrica.......................................................Ulmaceae

    16. Flor com estamindios ou com apndices entre os estames...... .......20

    Flor sem estamindios e sem apndices entre os estames....... .............17

    Chave identada => na qual as alternativas opostas da copla

    podem no se apresentar uma logo abaixo da outra. P. ex:

    Chave para a identicao de gneros da famlia Asteraceae

    (Tribo Vernonieae)

    1. Inorescncia glomerular.

    2.- Folha lirato, margem partida; glomrulo stuloso..... ...... 3. Pithecoseris

    2. - Folha inteira, margem inteira, crenulada, serreada ou denteada;

    glomrulo no stuloso.

    3. - Glomrulos terminais; invlucro externo com brcteas lineares ou

    cordiformes a ovaladas; captulos com oito brcteas involucrais naviculares,

    decussadas, geralmente em nmero de oito.....2. Elephantopus

    3. - Glomrulos axilares, sem invlucro externo; captulos com brcteas

    involucrais imbricadas, com a externa encobrindo totalmente a interna,sempre em nmero de duas....................... ............... .............. 4. Rolandra

    1. Inorescncia no glomerular.

    4.- Captulos com invlucro duplo; cipselas com papus

    unisseriado.......................... ...........................................1. Centratherum

    4. - Captulos com invlucro simples; cipselas com papus bisseriado.

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    16 UNIDADE 01

    5.- Srie externa de pleas alargadas; srie interna de pleas lineares,

    cerdiformes ou raramente cerdas.................................. 5. Stilpnopappus

    5- Srie externa de pleas estreitas; srie interna de pleas liformes.

    ...............................................................................................6.Vernonia

    Nomenclatura

    Est relacionada com o emprego correto do nome das plantas e

    compreende uma srie de princpios, regras e recomendaes.

    Classicao

    Processo de ordenao das plantas de forma hierrquica emgrupos ou txons. P.ex: cada espcie classicada como um membro de

    um gnero, cada gnero pertencente a uma determinada famlia, e assim

    por diante.

    A Taxonomia tem por nalidade classicar as plantas em um

    sistema logentico (princpio da evoluo). Para tanto, a taxonomia

    baseia-se, fundamentalmente, em caracteres clssicos da morfologia

    oral, mas tambm leva em conta outros aspectos: estrutura epidrmica,

    anatomia, toqumica, folhas, frutos, sementes, dentre outros.

    A misso da taxonomia descobrir, descrever e inventariar adiversidade de espcies do mundo; analisar e sintetizar as informaes

    oriundas desse esforo em prol da cincia e da sociedade.

    Para alguns autores, a taxonomia considerada uma disciplina da

    sistemtica vegetal.

    A Sistemtica Vegetal a parte da botnica que tem a nalidade

    de agrupar as plantas dentro de um sistema. Segundo Judd et al. (2009),

    a cincia da diversidade dos organismos e envolve a descoberta, a

    descrio e a interpretao da diversidade biolgica na forma de sistemas

    de classicao preditivos. reas ans: taxonomia, logeograa,

    evoluo, gentica de populaes, biogeograa, etc.A funo da sistemtica na crise da biodiversidade inventariar

    todas as espcies, focalizar espcies-chave, indicadoras ambientais e

    demais espcies mutualistas, focalizar relaes logenticas e processos

    coevolutivos, espcies primitivas, potencial para irradiao evolutiva; e

    identicar e estudar espcies endmicas em ambientes vulnerveis.

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    17PSICOLOGIA DA EDUCAO

    A metodologia da taxonomia vegetal, de um modo geral, inclui as

    seguintes etapas bsicas:

    1. Coleta de material => a etapa inicial de obteno de material

    para pesquisa.

    2. Herborizao => o material coletado dever ser processado

    por tcnicas usuais e incorporado ao acervo de um herbrio.

    3. Identicao => o material dever ser identicado, inicialmente

    at famlia, depois ao nvel de gnero e espcie, utilizando-se

    chaves de identicao.

    4. Descrio => o material descrito minuciosamente em seus

    caracteres vegetativos e reprodutivos, comparando tais dados

    com as espcies mais prximas.

    Em caso de tratar-se de uma espcie nova (aps tentativas

    de identicao com literatura especializada, estudo de materiaisincorporados em herbrios e comparao com os typus do gnero), o

    taxonomista dever proceder s seguintes etapas:

    - Descrio minuciosa do material;

    - Ilustrar o hbito e os caracteres diagnsticos, atravs de

    desenhos feitos com auxlio de um estereomicroscpio (lupa), acoplado

    cmara-clara (Figura 01);

    Fazer a diagnose em latim;

    Realizar comparao com a espcie mais prxima;

    Dentre as exsicatas estudadas, escolher o holotypus e osparatypus;

    Publicar em peridico de circulao internacional

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    18 UNIDADE 01

    Figura 01: estereomicroscpio (lupa), acoplado cmara-clara (Fonte: autoras)

    Denio dos Principais Termos Taxonmicos

    Sistemtica Vegetal- a parte da botnica que tem a nalidade

    de agrupar as plantas dentro de um sistema, observando seus caracteres

    morfolgicos internos e externos, suas relaes genticas e anidades.

    Estuda concomitantemente o comportamento da planta na natureza,

    sua organograa, estruturas internas, caracteres genticos, ecologia,

    distribuio geogrca, etc. visando compreender e estabelecer

    anidades e graus de parentesco existente entre os diversos grupos de

    plantas.

    Compreende a identicao, a nomenclatura e a classicao.

    Txon um agrupamento taxonmico de qualquer categoria.

    Taxonomia vegetal - cincia que elabora as leis da classicao.

    Espcie- categoria bsica de hierarquia taxonmica e, segundo

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    19PSICOLOGIA DA EDUCAO

    Cronquist (1968, a menor populao permanente (tempo humano)

    distinta e distinguvel das outras. Em populaes sexuais, a troca de

    genes dentro de uma espcie normalmente livre, enquanto que tais

    trocas gnicas, entre espcies diferentes bem restrita ou mesmo

    impossvel.

    Caracteres taxonmicos - so atributos como a forma, a estrutura

    ou comportamento, que podem ser utilizados na classicao dos

    seres vivos, considerados separadamente ou em comparao a outros

    caracteres de seres da mesma espcie ou de espcies diferentes. P.

    ex: analticos, biolgicos, contnuos, crpticos, fanerticos, diagnsticos,

    bons, maus, ontognicos, plsticos, xos, primitivos, avanados, etc.

    Evidncias taxonmicas - caracteres morfolgicos vegetativos

    (raiz, caule ou folhas) ou reprodutivos (or, fruto ou semente), qumicos,palinolgicos, embriolgicos, citolgicos, genticos, ecolgicos,etc.

    1. Qual a principal misso da cincia taxonmica vegetal?

    2. Qual o segmento da taxonomia que utiliza chaves analticas para

    conseguir a denominao de um espcime vegetal?

    3. ual a funo da sistemtica para a biodiversidade vegetal?

    4. Dena os termos identicao, classicao e nomenclatura.

    5. Quais as principais etapas da metodologia utilizada na taxonomia

    vegetal?

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    20 UNIDADE 01

    Nesta unidade discutimos sobre Taxonomia, que um dossegmentos da Botnica que tem a nalidade de agrupar as plantasdentro de um sistema, levando em considerao suas caractersticasmorfolgicas internas e externas, suas relaes genticas e suasanidades, compreendendo as fases de identicao, nomenclaturae classicao.

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    UNIDADE 2

    Tcnicas de Coletae Herborizao:Herbrio Fanerogmico

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    22 UNIDADE 01

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    23PSICOLOGIA DA EDUCAO

    Coleta e Preservao dos Espcimes (Mori et al., 1889)

    Todas as expedies de coleta devem ser cuidadosamente planejadas,

    visando o mnimo de imprevistos no processo de aquisio do material

    botnico como, por exemplo, o esquecimento de materiais imprescindveis.

    Materiais necessrios coleta:

    Tesouras de poda e de poda alta (podo)

    Faco

    Potes hermticos

    Prensas de madeira Papel jornal

    Papelo

    Caderneta de campo

    Sacos plsticos de alta densidade

    Pincel atmico

    GPS

    Altmetro

    Mquina fotogrca

    Binculo

    Lupa de mo

    Luvas de couro

    Borrifador

    lcool

    TCNICAS DE COLETA E

    HERBORIZAO: HERBRIOFANEROGMICO

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    24 UNIDADE 01

    A Figura 02: traz alguns desses materiais.

    Materiais necessrios ao pesquisador:

    Cala comprida

    Blusa de manga comprida

    Chapu

    Bota

    Caneleiras

    Protetor solar

    gua

    Alimentos leves

    Figura 02: Alguns instrumenos utilizados na coleta: a - caderneta de campo; b -GPS; c - tesousa de poda; d- faco; e - podo ou tesoura de poda alta; f - sacoplstico e prensa.

    Procedimentos principais:

    1. Coletar plantas frteis (ores e/ou frutos).

    2. Plantas de hbito herbceo coletar todo o indivduo.

    3. Plantas de hbito arbustivo ou arbreo Coleta-se o ramo orido

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    25PSICOLOGIA DA EDUCAO

    com dimenses de mais ou menos 20 cm.

    4. Planta ultrapassar as dimenses do papel, dobra-se preferivelmente

    em forma de N.

    5. As folhas devem car sob o caule, e se necessrio, retira-se algumas

    folhas, deixando o pecolo. Colocar sempre uma folha com a parte

    abaxial visvel.

    6. O nmero do coletor dever constar sempre no papel jornal.

    7. Coletam-se, no mnimo, cinco exemplares de um mesmo indivduo.

    8. Indivduos da mesma espcie, porm coletados separadamente,

    recebem nmero de coletores distintos. P ex: planta com or (N 1) e

    a mesma planta com frutos (N 2).

    9. Caderno de campo de boa qualidade. Anotaes necessrias:

    Data, nome dos coletores (s o primeiro que dar nmero s coletas),

    local da coleta (pas, estado, municpio, localidade, coordenadas

    geogrcas, localizao em relao a um lugar geogracamenteconhecido), tipo vegetacional (Caatinga, Cerrado, mata semidecdua,

    mata ombrla, capoeira, area cultivada, jardim, etc.), hbito da planta

    (indicando a altura aproximada), nome vulgar, substrato (terrcola,

    saxcola, rupcola, epta, parasita, saprta, aqutica, etc.),dados

    etnobotnicos.

    10. Informaes importantes: estado da vegetao, solo (constituio

    argiloso, arenoso, pedregoso, humfero, rochoso, pedregoso,

    calcreo, etc.; natureza seco, mido, brejoso, inundado, inundvel,

    etc.) frequncia, drenagem, textura das folhas, colorao doselementos orais e do fruto.

    11. A srie dos nmeros do coletor deve comear com 1 e continuar, sem

    repeties.

    12. A citao do nome do coletor poder inicia pelo seu sobrenome,

    seguido da inicial do nome ou o inverso.

    13. Preferivelmente efetua-se todas as coletas das plantas frteis de um

    s lugar, em vez de poucas coletas em locais diferentes.

    14. Identica-se a planta at onde for possvel.

    15. As plantas coletadas e postas entre jornal, papelo e nas prensas,

    esto prontas para o processo de secagem.16. Deve-se colocar, em local visvel da prensa, a data de sua formao

    e o nome do coletor responsvel.

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    27PSICOLOGIA DA EDUCAO

    Montagem das exsicatas e incorporao

    1. O material para ser incorporado ao acervo de um herbrio

    dever estar identicado, no mnimo, na categoria genrica.

    2. O material seco ir ser costurado (linha n 0) em cartolina (30

    x 40cm) ou preso com ta adesiva e no canto inferior direito,

    dever ser colada a cha com os dados provenientes da coleta

    (Figuras 04a e Figura 04b).

    3. No canto superior direito, coloca-se o nmero de registro do

    herbrio.

    4. No canto inferior esquerdo, coloca-se um envelope (para

    acondicionar partes que se desprenderem do material).

    OBS: Os dados da caderneta de campo devero ser digitados

    em planilha excel a qual gerar as chas (Figura 04c).

    5. Digitar os dados da exsicata no Programa utilizado peloherbrio.

    6. As exsicatas devero ser guardadas em armrios de ao,

    hermeticamente fechados.

    Figura 04: Montagem de exsicatas: a - costura da exsicata; b - exsicata pronta; c -

    detalhe da cha de identicao.

    HERBRIO

    Em seu sentido original, referia-se a um livro sobre plantas

    medicinais. Tournefort em 1700, foi o primeiro a referir esse termo como

    uma coleo de plantas secas. Luca Ghini (1490-1556), um professor

    de Botnica da Universidade de Bolonha na Itlia, foi talvez a primeira

  • 8/10/2019 Livro Ead Taxonomia (001 )

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    28 UNIDADE 01

    pessoa a secar plantas sob presso e mont-las em papel para servir

    como um registro permanente. Essa tcnica se difundiu pela Europa e

    at a poca de Lineu (1707-1778) j era bem conhecida. No incio eram,

    em sua maioria, de propriedade particular, porm a prtica de depositar

    espcimes em colees estabelecidas, bem como sua permuta ou venda

    de colees, era prtica comum j no tempo de Lineu.

    As informaes contidas em um herbrio constituem-se em fontes

    primrias dos estudos taxonmicos, fenolgicos, evolutivos, ecolgicos,

    biogeogcos, de biodiversidade, alm de contribuir com dados

    etnobotnicos.

    Herbrio pode ser denido como:

    Local onde se armazenam colees de material botnico

    proveniente de diversas regies geogrcas.

    Acmulo de uma coleo de plantas preservadas ao longo deum determinado tempo.

    So locais depositrios de material cientco de respaldo das

    investigaes que documentam a riqueza da ora de um pas.

    Finalidades de um herbrio

    Banco de dados

    1. Representao da diversidade e distribuio de vegetaesregionais;

    2. Dados complementares, como: xiloteca (coleo de madeiras)

    e laminrio associado, carpoteca (frutos) e palinoteca (plen);

    3. Subsdios para pesquisas botnicas nas mais variadas reas.

    Meios de identicao

    1. Comparao de plantas com nomes de espcimes da coleo;

    2. Utilizao de chaves taxonmicas.

    3. rbitro para nomes corretos

    4. Manuteno do status nomenclatural, atravs da consulta arevises taxonmicas, trocas de informaes e espcimes

    com outras insttituies.

    Armazenagem de todas as espcies de plantas da regio

    levantada. Se possvel, identicadas ao nvel de espcie.

    Todo herbrio, quandoatinde o nmerode 5.000 exsicatas

    incorpordas, deverenviar sua liao aondex Herbariorum,e a partir dessa,ser reconhecidointernacionalmente

    tambm por seu

    acrstico ou sigla

    SAIBA MAIS

  • 8/10/2019 Livro Ead Taxonomia (001 )

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    29PSICOLOGIA DA EDUCAO

    Fornecer identicaes de plantas a pesquisadores, no

    taxonomistas

    Identicar plantas txicas.

    Ajudar na elaborao de trabalhos cientcos ou populares

    sobre a ora da regio.

    Servir como centro de treinamento em botnica.

    Prover toda a ajuda possvel aos outros pesquisadores

    (nacionais ou internacionais) em seus estudos taxonmicos,

    atravs do intercmbio de material.

    Lutar pela preservao da natureza .

    Atividades desenvolvidas no herbrio

    Coleta de amostras no campo.

    Processamento dos materiais (herborizao). Identicao dos txons.

    Doao de duplicatas das amostras para outros herbrios.

    Emprstimo de exsicatas para pesquisadores de outras

    instituies.

    Pesquisas botnicas variadas (anatomia, ecologia, sistemtica,

    siologia, etnobotnica, orstica, etc.).

    Elaborao de listas de espcies.

    Apoio a produo de monograas sobre grupos especcos.

    Conscientizao de alunos nos mais variados nveis (educaoambiental).

    Importncia dos herbrios

    Fundamental para as pesquisas botnicas.

    Centro de treinamento em botnica, especialmente taxonomia.

    Banco de dados.

    Prestao de servios: apicultura, paisagismo, fruticultura,

    engenharia, etc.

    Levantamento da ora, recursos e potencialidades.

    Apoio as cincias ans: Fitogeograa, Ecologia, Farmcia,Nutrio Animal, Fitossanidade, Qumica, Bioqumica, etc.

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    30 UNIDADE 01

    Colees Cientcas em Botnica

    O Brasil, Mxico e Indonsia disputam o ttulo de pas mais rico

    em biodiversidade global. Porm, ocupamos o primeiro lugar em nmero

    total de espcies, em extenso de orestas tropicais e em diversidade de

    Angiospermas (EMBRAPA 1994).

    Herbrios brasileiros

    O primeiro herbrio do nosso pas foi o do Museu Nacional ( cuja

    sigla ou acrstico R) no RJ, fundado em 1808, e ainda no sculo XIX

    foram criados, no Jardim Botnico do Rio de

    Janeiro, o herbrio RB, em 1890; na Escolade Farmcia de Ouro Preto (OUPR) em MG,

    fundado em 1891; no Museu Paraense Emlio

    Goeldi (MPEG) no PA em 1895 e no Instituto

    Florestal de So Paulo (SPSF), SP em 1896.

    O herbrio Graziela Barroso (TEPB)

    da Universidade Federal do Piau foi fundado

    em 1977 e localiza-se no prdio do Ncleo de

    Referncia em Cincias Ambientais do Trpico

    Ecotonal do Nordeste (TROPEN). Seu nomehomenageia a grande botnica nacional Dra.

    Graziela Maciel Barroso. Atualmente possui

    em seu acervo 27. 191 exsicatas (Figura 05 a

    e b).

    Figura 05 a: Herbrio Graziela Barroso (TEPB) daUFPI (Fonte: autoras)

    Figura 05 b: Herbrio Graziela Barroso(TEPB) da UFPI (Fonte: autoras)

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    31PSICOLOGIA DA EDUCAO

    Diferentes tipos de herbrios e suas funes

    1. Herbrio geral ou internacional so muito grandes,

    frequentemente com 4 milhes de espcimes de representao global.

    Foram fundados cedo na histria da taxonomia formal e cresceram at

    seu atual tamanho ao longo dos anos (p.ex: Kew (K), na Inglaterra).

    Suas principais funes incluem:

    Estudos gerais ao nvel de famlia e acima;

    Produo de monograas genricas, oras (cobrindo vrios

    pases), oras locais e nacionais, checklist;

    Prestam servios de emprstimos, instalaes para botnicos

    visitantes, identicao de espcies,despacho de listas deidenticaes, distribuio de exsicatas.

    2. Herbrio nacional ou regional abrangem o pas em questo

    e reas vizinhas ou togeogracamente semelhantes. Podem ser

    relativamente velhos (Museu Nacional R e Jardim Botnico do Rio de

    Janeiro (RB, Figuras 06 a, b, c e d ) ou modernos (Embrapa- Cenargen,

    CEN, Figura 07 a, b e c e Herbrio do Instituto de Botnica de So Paulo,

    SP, Figuras 08 a e b).

    Suas principais funes incluem:

    Contribuies a oras, envolvendo vrios pases.

    Produo de oras nacionais e locais.

    Checklists

    Prestam servios de emprstimos, instalaes para botnicos

    visitantes, identicao de espcimes relevantes ao pas,

    despacho de listas de identicaes, coleta de material em

    campo, distribuio de duplicatas, fornecer material para

    disciplinas auxiliares (p.ex: anatomia, citologia, qumica).

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    32 UNIDADE 01

    Figura 06 a: Detalhe dos armrios compactados noHerbrio do Jardim botnico do Rio de Janeiro- RB.

    Figura 06 b: Detalhe de um armrio compactadoaberto do Herbrio RB (http://jbrg.gov.br)

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    33PSICOLOGIA DA EDUCAO

    Figura 06 c: Detalhe interno dos armrios compactados noHerbrio do Jardim Botnico do Rio de Janeiro RB

    Figura 06 d: Detalhe dos bancadas internas para visitantes no

    Herbrio do Jardim Botnico do Rio de Janeiro RB

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    34 UNIDADE 01

    Figura 07 a: Detalhe dos armrios compactados no Herbrio daEMBRAPA-Cenargem, Brasilia, DF CEN.

    Figura 07 b: Detalhe interno dos armrios compactados noHerbrio da EMBRAPA-Cenargem, Brasilia, DF CEN.

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    35PSICOLOGIA DA EDUCAO

    Figura 07 c: Detalhe das bancadas internas para pesquisadorvisitante no Herbrio da EMBRAPA-Cenargem, Brasilia, DF

    CEN.

    Figura 08 a: Coleo de Britas do Herbrio doInstituto de Botnica de So Paulo SP

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    UNIDADE 0336

    Figura 08 b: Detalhe da coleo de Britas do Herbrio do Instituto de Botnica de

    So Paulo SP (Fonte: Autoras).

    3. Herbrio Local => lidam com uma regio dentro do pas (estado,

    municpio, distrito, Parques Nacionais). P. ex. Graziela Barroso (TEPB),

    Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC), Escola de Agronomia de Areia

    (EAN).

    Suas principais funes incluem:

    Contribuies a oras nacionais; Produo de oras locais e Checklists;

    Identicao de espcies para pesquisadores no

    taxonomistas;

    Presta servios de emprstimos, contribuies a oras nacionais,

    produo de oras locais e checklists, coleta de material em campo,

    distribuio de duplicatas, fornecer material para disciplinas auxiliares

    (p.ex: anatomia, citologia, qumica).

    4. Herbrios Especiais => frequentemente pequenos e de mbito

    limitado ou com nalidade especca. So separados nos seguintes tipos,

    dependendo de suas funes:

    Herbrios histricos => podem ser mantidos como herbrios

  • 8/10/2019 Livro Ead Taxonomia (001 )

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    37PSICOLOGIA DA EDUCAO

    separados dentro de um geral (p.ex: Wallich Herbarium em

    Kew ou o de De Candolle em Genebra) ou podem pertencer a

    um instituto separado (Linnean Society, museus, monastrios).

    Organizados na sua sequncia original (sem atualizaes

    taxonmicas).

    Herbrios de alcance limitado => podem ser taxonomicamente

    restritos (criptogmicos) ou ecolgicos (orestais).

    Frequentemente mantidos dentro de herbrios gerais, em

    universidades ou museus.

    Herbrios de ensino => mantidos em universidades,

    faculdades, escolas (muitos herbrios universitrios guram

    entre herbrios nacionais ou locais).

    5. Herbrios relacionados a negcios ou prosses especcas

    colees de ervas daninhas para agricultores ou plantas apcolas, plantas

    cultivadas.

    6. Herbrios para programas de pesquisas especiais, possuem

    exsicatas para estudos de anatomia, citologia, qumicos, levantamentos

    ecolgicos, plantas forrageiras.

    Dinmica de Herbrio

    Conjunto de atividades que envolvem desde a coleta do material

    no campo, prensagem, secagem, identicao, expurgo, etiquetagem,

    montagem, incorporao at a poltica de intercmbio.

    Mtodo de Descontaminao

    Todo herbrio deve anualmente proceder ao processo de

    descontaminao, fumigao ou expurgo, onde geralmente utilizado o

    gastoxin, porm alguns herbrios utilizam diariamente naftalina e cnfora.

  • 8/10/2019 Livro Ead Taxonomia (001 )

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    38 UNIDADE 02

    Pragas e tratamentos

    A preservao dos espcimes contidos nas exsicatas por longo

    perodo de tempo requer vigilncia constante, visando sua proteo

    contra o ataque de pragas, que ocorrem principalmente em herbrios

    localizados em regies tropicais e sub-tropicais, devido a alta temperatura

    e nveis de umidade que permitem que as pragas cresam e multipliquem

    no herbrio.

    Os principais tipos de pragas so os insetos que so divididos em

    trs grupos, dependendo do dano que causam:

    Os anobideos so os mais destrutivos, pois se alimentam

    diretamente das plantas. P. ex: broca-de-livros (Stegobium

    paniceum); besourinho-do-fumo (Lasioderma serricorne).

    Os detritvoros se alimentam de mofo ou detrito. P. ex:

    besourinho-aranha (Ptinus tectus); traas-de-livros (Lepismasaccharina); piolho-de-livros (Liposcelis spp).

    As brocas de madeira podem causar danos a tecidos, colees

    de madeira, etc. P. ex: cupins (Cryptotermes spp e Kalotermes

    spp).

    Prevenes contra infestao

    Os mtodos de controle de pragas podem ser divididos emqumicos e fsicos .

    Os qumicos devem ser usados com cautela porque a maioria dos

    inseticidas pode prejudicar a sade dos funcionrios, acumular a nveis

    nocivos ao meio ambiente, no ter efeito mortal contra as pragas e ser

    muito caros. Exemplos:

    1. Fumigao regular => so utilizados vrios gases como o

    brometo de metila, fosna, xido de etileno e menos comumente bissulfeto

    de carbono, tetracloreto de carbono, cianureto de hidrognio, dicloreto de

    etileno e uoreto de sulfreo. Possui aspectos desagradveis como: nomatar os ovos e pupas dos insetos; serem muito venenosos, s podendo

    ser efetuados por pessoas capacitadas e sua efetividade depende de

    tratamento regular e repetido.

    2. Repelentes => so utilizados comumente a naftalina ou a

    cnfora, que no so aconselhados por razo de sade, porm no so

  • 8/10/2019 Livro Ead Taxonomia (001 )

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    39PSICOLOGIA DA EDUCAO

    proibidos.

    3. Envenenamento prvio dos espcimes => tem a nalidade de

    dar gosto desagradvel para insetos e acarinos. Substncias venenosas

    so aplicadas por imerso (em espcimes no montados) ou borrifados

    (em espcimes montados).

    4. P dessecativo => feito de partculas renadas de terra

    diatomcea ou slica. Age destruindo as camadas superciais de cera e

    cutcula dos insetos.

    5. Armadilhas para insetos => ajudam a controlar pequenas

    infestaes.

    6. Inseticidas => usados tanto para infestaes localizadas como

    para prevenir o acmulo da populao. A maioria txico para humanos

    e so persistentes e poluem o meio ambiente. P. ex: piretrinas (so os

    mais seguros), DDT, Diclorvos (tas de emanao gradual).

    Os fsicos, apesar de seguros para humanos, de serem nopoluentes e muito menos caros, podem, em algumas circunstncias,

    danicar os espcimes.

    Procedimentos que podem ser adotados:

    1. Excluso de Pragas => utilizado para minimizar o acesso

    de insetos, como por exemplo: usar telas nas em portas e janelas;

    assegurar que as portas dos armrios estejam sempre fechadas; no

    deixar que adentre nos cmodos da coleo material que no tenha

    sido descontaminado; no trazer plantas em vasos ou ores cortadas

    para dentro do herbrio e remover a vegetao prxima ao herbrio quepoderia abrigar pragas.

    2. Controle Ambiental => so recomendados os seguintes

    cuidados: manter a temperatura em torno de 20-23C a 40-60%; a moblia

    deve ser encaixada de modo a minimizar os espaos entre ela; retirar

    periodicamente ninhos de pssaros, escombros e entulhos do teto do

    herbrio; manter a parte interna do herbrio limpa; comida no deve ser

    consumida em suas dependncias

    Organizao da coleo do herbrio

    Por ser um laboratrio que contem informaes valiosas, deve ser

    organizado de forma a otimizar as informaes nele contidas. A escolha

    do mtodo a ser utilizado depende de vrios fatores, como: tamanho da

    coleo, pblico-alvo, pessoas disponveis para organizao, nalidade

  • 8/10/2019 Livro Ead Taxonomia (001 )

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    40 UNIDADE 02

    do uso, etc. Primordialmente existem duas maneiras de organizar um

    herbrio: a alfabtica e a sistemtica.

    Organizao alfabtica => as famlias, gneros e espcies so

    organizados alfabeticamente. Suas vantagens so a facilidade para o

    no especialista encontrar os txons e que o material montado novo pode

    ser incorporado por um funcionrio inexperiente. Suas desvantagens

    so: txones relacionados e consequentemente prximos so colocados

    longe um do outro, a incorporao contnua por funcionrios inexperientes

    pode levar a um acmulo de erros.

    Organizao sistemtica as famlias so organizadas de

    acordo com um dos vrios sistemas logenticos que colocam famlias

    supostamente relacionadas juntas. Suas vantagens so que famlias

    semelhantes so colocadas prximas, facilitando a identicao por

    comparao. Suas desvantagens so primeiramente que um no

    especialista pode achar difcil encontrar famlias e que a incorporaonecessita de pessoas com conhecimento mais especializado.

    Exemplares de um herbrio

    1. Plantas dessecadas, coladas em cartolina - exsicatas (Figura

    09)

    Figura 09: Exsicata de umaOrchidaceae (TEPB 13.570)

  • 8/10/2019 Livro Ead Taxonomia (001 )

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    41PSICOLOGIA DA EDUCAO

    2. Frutos dessecados ou em meio lquido carpoteca (Figura 10

    a e b)

    Figura 10 a : Carpoteca da cnpf/Embrapa (http://www.cnpf.embrapa.br)

    Figura 10 b :Carpoteca do herbrio INPA (http://chc.cienciahoje.uol.com.br)

    3. Madeiras dessecadas xiloteca (Figuras 11 )

    Figuras 11: Xiloteca do Instituto de Botnica de So Paulo

  • 8/10/2019 Livro Ead Taxonomia (001 )

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    42 UNIDADE 02

    4. Coleo de ilustraes e fotograas Fototypus (Figura 12)

    Literatura essencial

    Index herbariorum

    Dicionrios de nomes de plantas Index Filicum

    Index Muscorum

    Index hepaticarum

    Index of fungi

    Floras, manuais de identicao, glossrios

    Teses e dissertaes taxonmicas

    Peridicos especializados

    Informtica em herbrios

    Uso de banco de dados: garantia de maior rapidez nas

    atividades e consultas

    Produo de etiquetas, rtulos e relatrios gerais;

    Facilita tambm ao intercmbio entre herbrios;

    Figura 12: Fototypus da fototeca doherbrio RB (http://jbrg.gov.br)

  • 8/10/2019 Livro Ead Taxonomia (001 )

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    43PSICOLOGIA DA EDUCAO

    Uso de internet: muitas colees j se encontram disponvel

    na rede.

    Intercmbio

    Permuta => quando doamos material herborizado e em troca

    recebemos material do herbrio ao qual zemos a doao.

    Doaes => quando doamos material herborizado e em troca

    recebemos a identicao correta do espcime fornecida pelo

    especialista (doao por identicao) ou quando apenas

    doamos exsicatas para um determinado herbrio.

    Emprstimos => quando emprestamos materiais herborizados

    para a realizao de estudos taxonmicos.

    Maiores herbrios do mundo

    NOME DO HERBRIO DATA DAFUNDAO

    SIGLA NO. DEEXSICATAS

    Museum Naonal dHistore Natralie, ParisLaboratoire Phanerogamie

    Laboratorie Cryptogamie

    1793

    1904

    PCU

    PC

    8.000.0006.500.000

    1.500.000

    Royal Botanic Gardens, Kew 1853 K 8.000.000

    V.L. Kmarov Botanical Instute, Leningrado 1823 LE 8.000.000

    Conservaitore et Jardin Botaniques, Genebra 1817 G 6.800.000

    Brish Museum, Londres 1753 BM 4.500.000

    U. S. Naonal Herbariorm, Washington, DC 1868 US 4.100.000

    The New York Botanical Garden, Nova York 1891 NY 4.200.000

    Field Museum of Natural History, Florena 1842 Fl 3.400.000

    Risjksherbarium, Leiden 1575 L 2.600.000

    Botanical Museum and Herbarium, Copenhague 1759 C 2.100.000

  • 8/10/2019 Livro Ead Taxonomia (001 )

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    44 UNIDADE 02

    Maiores herbrios do Brasil

    NOME DO HERBRIO DATA DAFUNDAO

    SIGLA NO. DEEXSICATAS

    Herbrio do Depto. De Botnica, MuseuNacional

    1842 R 500.000

    Herbrio do Jardim Botnico do Rio de

    Janeiro

    1808 RB 230.000

    Herbrio do Estado Maria Eneyda P. K.Fidalgo, Instuto de Botnica

    1917 SP 190.000

    Centro de Pesquisa Agropecuria do Trpi-co mido (Instuto Agronmico do Norte)

    1940 IAN 190.000

    Herbrio Instuto Nacional do Amazonas 1954 INPA 120.000

    Museu Paraense Emlio Goeldi 1895 MG 90.000

    Herbarium Bradeanum 1858 HB 85.000

    Principais Herbrios do Nordeste do Brasil

    NOME DO HERBRIO DATA DAFUNDAO

    SIGLA NO. DEEXSICATAS

    Empresa Pernambucana de Pesquisa Agro-

    pecuria

    1935 IPA 80.000

    Centro de Pesquisa do Cacau 1965 CEPLAC 65.000

    Herbrio da Universidade Estadual de Feirade Santana 1980 HUEFS 50.000

    Herbrio Prisco Bezerra 1939 EAC 47.000

    Herbrio Graziela Barroso 1977 TEPB 27.191

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    45PSICOLOGIA DA EDUCAO

    1.Enumere os procedimentos principais que devero ser realizados no

    momento da realizao de coletas botnicas.

    2. Em quais aparelhos as coletas botnicas podero sofrer o processo

    de secagem?

    3. Comente os diferentes tipos de herbrios estudados.

    4. Cite os tipos de mtodos de controle de pragas, dando exemplo decada um deles.

    5. Cite quais os tipos de exemplares que podemos conservar em um

    herbrio.

    Nesta unidade abordamos as tcnicas de coleta e herborizaodo material botnico, alm de fornecer informaes sobre herbrios(local onde so armazenadas as colees de plantas de um determinadolocal).

  • 8/10/2019 Livro Ead Taxonomia (001 )

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    46 UNIDADE 02

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    UNIDADE 3

    Sistemas de Classificao

    das Angiospermas: Histria

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    PSICOLOGIA DA EDUCAO 49

    Sistemas de Classicao das Angiospermas

    Os seres vivos so classicados por meio de critrios pr-estabelecidos, isto , usamos regras de classicao de acordo com a

    necessidade e com o sistema de classicao adotado. As classicaes

    so utilizadas para organizar as informaes de grupos de organismos

    e, assim, construir chaves de classicao e identicao desses

    organismos.

    Um sistema de classicao consiste em um meio de delimitar

    e arranjar grupos taxonmicos, podendo ser construdo com diferentes

    objetivos. Cada um deles ter um princpio losco e normativo distinto

    e ir empregar distinto conjunto de caracteres.

    As primeiras tentativas de classicao estavam frequentemente

    ligadas ao uso, hbito e outras caractersticas gerais. Atravs de

    novas ideias e metodologias, novos sistemas mais trabalhados foram

    aparecendo. Os princpios da classicao logentica so amplamente

    aceitos.

    Segundo Judd et al. (2009) as classicaes logenticas, tendo

    em vista reetir a genealogia, apresentam maior utilidade em reas

    biolgicas, tais como, em estudo de distribuio de plantas (togeograa),

    biologia da polinizao e disperso de frutos, bem como na abordagem

    de questes relativas origem de caracteres adaptativos. So tambmteis na tomada de decises de conservao. So a base de estudos

    comparativos conectando todos os diferentes campos da Biologia.

    Segundo Judd (2005), a construo de classicaes envolve duas

    etapas. A primeira consiste na delimitao e nomeao dos grupos. Em

    uma classicao logentica, essa etapa no apresenta controvrsias;

    SISTEMAS DE CLASSIFICAODAS ANGIOSPERMAS: HISTRIA

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    PSICOLOGIA DA EDUCAO 51

    vegetais realizada desde os primrdios da civilizao humana e

    praticada quotidianamente pelas populaes rurais e urbanas de todo

    o mundo, quando procuram agrupar os vegetais, por exemplo, como

    plantas ornamentais, hortcolas, daninhas, medicinais, madeireiras, etc.

    Antes da inveno da escrita, tentativas de agrupar

    sistematicamente os vegetais j eram feitas para auxiliar a distino de

    plantas teis e no teis de acordo com a necessidade.

    Todas as culturas que deixaram qualquer vestgio de sua

    passagem na histria mostraram sinais evidentes de que detinham

    conhecimentos positivos sobre plantas. Com o passar dos sculos e dos

    milnios, a cultura humana acumulou enorme massa de conhecimentos

    sobre plantas, que aoram em diversos povos da antiguidade, porm de

    maneira especial na civilizao grega. Os estudos botnicos na Grcia

    clssica foram tidos como muito importantes. A prpria palavra Botnica

    (Botan=pasto) de origem grega. Certas plantas como o trigo (Triticumsp.) e a uva (Vitis sp.) eram consideradas ddivas especiais dos deuses.

    Os gregos foram o nico povo da antiguidade a desenvolver um sistema

    de classicao das plantas e a tentar descrever cienticamente suas

    diversas partes.

    Vrios povos, como os egpcios, persas, medos, babilnios,

    rabes, chineses e outros detinham admirvel conhecimento emprico

    sobre sua ora. Vrios desses povos escreveram compndios de plantas

    medicinais, que eram utilizados como receiturio, gerao aps gerao.

    Radford (1974) citou um trabalho botnico produzido antes da eracrist (no datado) de um escritor chamado Parasara. Trata-se de um

    livro-texto de botnica geral com discusso de morfologia, classicao

    e distribuio das espcies. As descries so apresentadas com tantos

    detalhes que o leitor moderno suspeitaria de que o autor teria usado

    algum tipo de microscpio ou uma boa lente de mo.

    Na Idade Mdia, a Botnica quase no progrediu. A nfase toda

    era colocada nas plantas medicinais, que eram cultivadas especialmente

    nos mosteiros.

    Como visto acima, as primeiras tentativas de classicao

    estavam frequentemente ligadas ao uso, hbito e outras caractersticasgerais. Atravs de novas ideias e metodologias, novos sistemas mais

    trabalhados foram aparecendo. Diante do exposto, possvel sistematizar

    o desenvolvimento histrico da classicao vegetal em dois grandes

    perodos: o descritivo e o de sistematizao.

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    UNIDADE 0352

    Perodo descritivo: compreende duas fases

    Fase 1: Classicao antiga ( 1as civilizaes)

    Compreende o incio das tentativas mais srias de classicao

    das plantas, que pode ser datado por volta de 370 a.C., at o m da

    Idade Mdia. Foi representado pelos seguintes botnicos:

    Theophrastus (370-285 a.C.)

    Grego, discpulo de Pluto e Aristteles, foi o primeiro a

    desenvolver uma classicao de forma lgica e permanente. Foi

    considerado por muito tempo o pai da Botnica. Classicou os

    vegetais com base no hbito (rvore, arbustos, subarbustos e ervas),

    nos tipos de inorescncia (centrpetas ou indenidas e centrfugas

    ou denidas), e observaes de caracteres orais. Alguns dos nomesque Theophrastus usou em seu trabalho De Historia Plantarum foi

    depois adotado por Linaeus em seu Genera Plantarum, e so ainda

    usados nos dias atuais. Nesta obra descreveu cerca de 500 taxa

    usando principalmente informaes sobre hbito, alm da posio

    do ovrio e fuso do perianto.

    Dioscorides (40-90 d.C)

    Tambm grego foi um fsico interessado nas propriedades mdicas

    das plantas. Em sua obra De Matria Medica descreveu ca. 600 taxa,

    com observaes e detalhes de sua aplicao. Seu trabalho foi arranjado

    numa maneira menos ordenada que a de

    Theophrastus, contudo, foi considerado

    o trabalho de referncia modelo para o

    milnio e no foi completamente substitudo

    antes do sculo XVI. Dioscorides, portanto,

    pode ser considerado o primeiro herbalista

    e uma autoridade na Farmacologia. Seustrabalhos eram ilustrados e representavam

    as suas observaes, portanto, considerado

    o autor do primeiro Herbrio ilustrado.

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    PSICOLOGIA DA EDUCAO 53

    Fase 2: Os herbalistas

    Surgiram no perodo da Renascncia. A Botnica da Idade Mdia

    era sinnimo de herbarismo, ou seja, estudo da planta em relao ao seu

    valor para o homem, particularmente como alimentcias e medicinais.

    Nesta poca, havia em Bolonha um professor de Botnica chamado

    Luca Ghini (1490-1556) que iniciou o processo de prensar plantas,

    sec-las e mont-las em papel. Esse processo, apesar de simples, foi

    revolucionrio, pois a planta assim tratada mantinha-se indenidamente,

    podendo ser estudada quando e onde se quisesse. Com o tempo, esse

    conjunto de plantas secas para estudo recebeu o nome de herbrio.

    A planta derivada de herva (herba, em latim). Essa foi a poca dos

    herbalistas, pois o processo de Luca Guin obteve grande aceitao e

    surgiram grandes colees de plantas. At hoje, ainda existem algumas

    dessas colees em bom estado de conservao. Quem visita os grandesherbrios europeus, como os de Amsterd e Leiden, pode contemplar

    essas preciosidades cientcas da renascena.

    Durante o Renascimento, surgiu a inveno da tcnica de imprimir

    na Europa o que possibilitou a publicao e distribuio de um grande

    nmero de trabalhos. Alguns dos herbalistas proveram os rudimentos de

    uma classicao natural, mas isto no era seu objetivo e muitos foram

    arranjados articialmente, s vezes alfabeticamente.

    Entre os mais importantes esto:

    Albertus Magnus (1193-1280) reconheceu a diferena entre

    dicotiledneas e monocotiledneas com base na estrutura do caule.

    Neste perodo podem ser citados ainda: Otto Brunfels (1530,

    1464-1534), Leonard Fuchs (1542, 1501-1566), Mathias de LObel (1570,

    1538-1616), John Gerard (1545-1612) e Charles LEcluse (1601, 1526-

    1609).

    A imensa maioria dos trabalhos incorporava muito de mito e de

    superstio dado que se tratava de uma poca em que se pensava que

    as plantas tinham sido oferecidas pelo criador ao homem, para que este

    aproveitasse suas virtudes.Herbalistas tornaram-se populares bem aps o sculo XVI,

    marcando um importante estgio de desenvolvimento no somente

    em Botnica e taxonomia de plantas, mas tambm em Medicina e

    Farmacologia. interessante notar que nos dias atuais tm-se um grande

    interesse pelo ambiente e um desejo em alimentos e medicamentos

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    UNIDADE 0354

    naturais, com isso um nmero de cientistas herbalistas tem se tornado

    popular pela descrio de espcies de plantas utilizando sistema

    vernaculares que possuem valor medicinal e de utilidade domstica.

    Nota: A Botnica como cincia mdica ou no, era uma disciplina

    que despertava muito interesse. J ento, existiam em Portugal botnicos

    que tambm se preocupavam com tais temas. Um deles, era talvez o mais

    conhecido, Garcia da Orta, mdico que estudou na Espanha. Em 1534,

    partiu para a ndia e tornou-se um mdico importante, estabelecendo-se

    em Goa. O seu trabalho que tinha como ttulo em portugus Colquios

    dos simples e drogas e coisas medicinais da ndia e de algumas frutas,

    baseado no sistema de classicao de Clusius, descreve todas as

    principais plantas de cultivo do Sul da sia. Embora a sua preocupao

    fosse com as plantas medicinais, tambm incluiu plantas comestveis

    no seu trabalho, tendo se tornado o primeiro autor a referir frutos comoa manga (Mangifera indica L,), por exemplo. Como o resultado do seu

    trabalho, tornou-se um especialista em doenas da ndia e a sua descrio

    da clera da sia tornou-se uma referncia standard. Os seus trabalhos

    foram os primeiros a serem impressos na ndia.

    Perodo de Sistematizao

    No sculo XVI as plantas comearam a ser foco de ateno de umnmero de cientistas por seu interesse intrnseco, antes que seu valor

    nutritivo e medicinal. Com isso sistemas de classicao mais cientcos

    e lgicos foram criados em lugar de arranjos mais informais. Os livros

    produzidos por esses botnicos marcaram um importante passo para a

    classicao das plantas. Os sistemas de classicao desde perodo

    so agrupados em trs categorias:

    Sistemas articiais

    So utilizados critrios arbitrrios, geralmente de natureza

    morfolgica de fcil reconhecimento. Podendo ser critrios vegetativos

    ou reprodutivos.

    Apesar de simples, os sistemas articiais apresentavam o

    inconveniente de reunir num mesmo grupo plantas de parentesco

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    55PSICOLOGIA DA EDUCAO

    gentico muito diferente, ou ainda separar espcies muito prximas.

    Apesar da fundamentao morfolgica, os sistemas articiais ainda se

    ressentiam da inuncia losca relativa ao princpio da imutabilidade

    das espcies. Dentre outros se destacaram pela criao dos sistemas

    articiais:

    Andrea Caesalpino (1519-1603) mdico italiano, considerado

    primeiro taxonomista vegetal, aplicava na Botnica a

    losoa aristotlica que sobrepunha observao, a razo.

    Considerava que as folhas tinham como nalidade proteger as

    gemas, negou a existncia de sexo nas ores, etc. Seu sistema

    de classicao foi reproduzido no trabalho De Plantis

    (1583), que utilizava o hbito, caracteres do fruto, sementes

    e estruturas orais, tais como: posio do ovrio, nmero de

    lculos, ausncia ou presena de bulbos, de sulcos, etc.

    Jean Bauhin (1541-1631) elaborou a obra Historia Universalis(1560), em trs volumes, na qual se trata de 5.000 espcies

    de plantas.

    Gaspar Bauhin (1560-1624) publicou em 1623 o trabalho

    denominado Pinax (Registro) que classica 6.000 espcies,

    com base na textura e forma das folhas. notvel pela criao

    de sistema binomial de denominar espcie de plantas, ou seja,

    uma nomenclatura binria composta de nomes genricos

    seguidos de um epteto especco para substituir os nomes

    polinomiais designados anteriormente para as espcies.Mais tarde esse sistema foi sistematizado e popularizado por

    Linnaeus.

    J. P. de Tournefort (1656-1708) inventou um sistema de

    classicao baseado em grande parte na estrutura das ores.

    Em 1700, classicou cerca de 900 espcies em 698 gneros

    e 22 classes. Seu sistema foi largamente adotado na Europa.

    Ele tambm considerado o pai do conceito de gnero. Muitos

    dos nomes dos gneros foram adotados por Linnaeus e so

    usados at hoje (p. ex: salix, fagus e verbena). Tournefort foi o

    primeiro a conhecer o gnero como uma unidade taxonmicabsica representando uma similaridade fundamental entre as

    espcies includas, as quais considerou como variantes do

    gnero.

    John Ray (1628-1705), lsofo e naturalista ingls, publicou

    em 1703 a obra Methodus Plantarum Nova, em que props

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    UNIDADE 0356

    um sistema de classicao baseado na forma externa das

    estruturas. Descreveu 18.000 espcies. Foi o primeiro botnico

    a reconhecer a importncia do embrio na Sistemtica e a

    presena de um ou dois cotildones na semente.

    Carolus Linnaeus ou Carl Linn (1707-1778) foi o mais

    famoso e importante botnico de todos os tempos. Era sueco,

    mas estudou tambm na Holanda, onde publicou muitos

    trabalhos importantes. Nas mos de Linnaeus, a Botnica

    Sistemtica passou a ser mais disciplinada e bem organizada,

    principalmente pela metodologia rigorosa, uniformidade e pela

    economia de estilo dos trabalhos publicados.

    Linnaeus inventou um sistema articial de classicar as plantas

    denominado sistema sexual, baseado no nmero de estames e de

    pistilos da or, em que estabeleceu 24 classes, cada uma dividida emordens pelo nmero de pistilos. Uma dessas classes era criptogamia

    dividida em quatro ordens: Filices, Musci (musgos conhecidos e hepticas

    com ldios); algae (algas, liquens e hepticas talosas) e Fungi. Esta

    classicao permitiu, pela primeira vez, a identicao, por qualquer

    pessoa interessada, dos milhares espcies de plantas ento conhecidas.

    A consequncia foi a grande popularidade e larga difuso dos mtodos e

    da classicao de Linnaeus.

    A poca de Linnaeus foi tambm um perodo em que os pases

    mais energticos da Europa estavam em plena expanso pelo mundoa fora, explorando e conquistando novos territrios. Embora Linnaeus

    tenha considerado o estabelecimento de um sistema de classicao

    natural, como aspirao suprema da Botnica, de nenhum modo poderia

    alcanar os objetivos de um sistema logentico, pois acreditava no

    dogma da imutabilidade da espcie.

    O sistema de Linnaeus foi articial, mas ele mesmo sabia disto e

    publicou tambm uma outra classicao mais natural. Mesmo assim,

    sua importncia reside mais na grande reorganizao que ele fez das

    informaes j existentes, a utilidade de seu sistema para identicao e

    o sistema binomial de nomenclatura que simplicou muito o trabalho dasistemtica.

    considerado o pai da Botnica e da Zoologia, pois descreveu

    vrias plantas e animais provenientes de diversas regies e deu-lhes

    nomes que foram adotados pela cincia. Seus trabalhos foram: Systema

    naturae (1735); Species plantarum (1735) eGenera plantarum

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    PSICOLOGIA DA EDUCAO 57

    (1737). O trabalho Species Plantarum (1753) foi o ponto de partida para

    o sistema de nomenclatura que hoje usamos na Botnica. Nessa obra, o

    sistema binomial (sistema de dois termos) foi utilizado pela primeira vez

    de maneira sistemtica e, tambm, a estrutura fundamental de apresentar

    informaes de nomes botnicos:

    1. nome genrico;

    2. nome especco (trivial para Linnaeus);

    3. Frase diagnstica da espcie (nome especco para Linnaeus);

    4. Referncias abreviadas a publicaes e sinnimos em

    literaturas anteriores;

    5. Provenincia da espcie.

    O sistema Lineano de classicao atingiu marcante sucesso nos

    meios cientcos europeus de sua poca, e sua aceitao atravessouuma completa gerao, mesmo depois do seu desaparecimento do

    cenrio botnico. Contudo, a cincia botnica francesa nunca aceitou

    denitivamente o sistema Lineano, apesar da tentativa fracassada de

    atrair Lineu para trabalhar na Frana.

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    UNIDADE 0358

    SISTEMA SEXUAL DE LINEU

    (Classes)

    I. PLANTAS COM FLORES

    1. Flores hermafroditas

    A. Estames no concrescidos com os carpelos B. Estames livres

    a) Comprimento dos letes como carter no diferencial 1 estame Cl. I. Monandria

    2 estames Cl. II. Diandria

    3 Cl. III. Triandria

    4 Cl. IV. Tetrandria

    5 Cl. V. Pentandria

    6 Cl. VI. Hexandria

    7 Cl. VII. Heptandria 8 Cl. VII. Octandria 9 Cl. IX. Eneandria 10 Cl. X. Decandria

    11-19 Cl. XI. Dodecandria 20 ou epiginos Cl. XII. Icosandraia

    mais hipginos Cl. XIII. Poliandria b) Comprimento dos letes como carter diferencial

    4 estames (2 maiores, 2 menores) Cl. XIV. Didinamia

    6 estames (4 maiores

    2 menores) Cl. XV. Tetradinamia

    BB. Estames soldados

    1 feixe Cl. XVI. Monadela a) pelos letes 2 feixes Cl. XVII. Dialdela 3 feixes ou

    mais Cl. XVIII. Poliadela

    b) pelas anteras Cl. XIX. Singensia

    AA. Estames concrescidos com os

    Carpelos Cl. XX. Ginandria

    2. Flores unissexuais

    A. Na mesma planta Cl. XXI. Moncia

    AA. Em plantas disntasa) Sem ores hermafroditas Cl. XXII. Dicia

    b) Com ores hermafroditas Cl. XXIII Poligamia

    II. PLANTAS SEM FLORES Cl. XXIV. Criptogamia

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    UNIDADE 0360

    devem ser consideradas para criar classicaes naturais.

    Desenvolveu um mtodo analtico de identicao muito

    semelhante ao utilizado nas chaves modernas.

    Augustin Pyramus de Candolle (1778-1841) separou as

    plantas vasculares das taltas, mas incorria no erro de incluir

    na classe II, Monocotiledoneae, a subclasse 2 (Cryptogamae)

    que correspondia s Pteridtas.

    SISTEMA DE A. P. DE CANDOLLE

    Classe I. DICOTYLEDONEAE (exogenae)

    Subclasse 1. Thalamiorae (com 15 ordens) Subclasse 2. Calyciorae (com 64 ordens)

    Subclasse 3. Corolliorae (com 23 ordens)

    Subclasse 4. Calyciorae (com 20 ordens)

    Classe II. MONOCOTYLEDONEAE (Endogenae)

    Subclasse 1. Phanerogamae (com 21 ordens)

    Sibclasse 2. Cryptogamae (com 5 ordens)

    Classe III.ACOTYLEDONEAE (Cellulares)

    Subclasse 1. Foliaceae (Musci et Hepacae) Subclasse 2. Aphyllae ( Lichenes, Hypoxyla, Fungi et Algae

    George Bentham (1800-1884) e Joseph Dalton Hooker (1817-1911), no seu Genera Plantarum, publicaram a ltima grande

    classicao a seguir o sistema estabelecido por Jussieu,

    baseado diretamente no de A. de Candolle. So trs volumes

    em latim, onde foram descritos todos os gneros de plantas

    com sementes. Estes autores dividiram as Dicotiledneas

    em Polypetalae (ptalas livres), Gamopetalae (ptalas

    fundidas) e Monochlamydae (aptalas), as quais se seguiam

    as Gimnosprmicas e as Monocotildones, totalizando 200

    famlias e 7.569 gneros. As descries feitas por eles so

    completas, baseadas em material depositado nos herbrios

    britnico e continental. O grande herbrio do Royal Botanic

    Gardens ( Kew) ainda organizado de acordo com esse

    sistema, em boa parte porque os dois trabalharam l.

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    PSICOLOGIA DA EDUCAO 61

    Os botnicos desse perodo trabalhavam com um conceito xo

    de espcies, e a sistemtica deles assim pr-evolucionria. O sistema

    no representava um esquema logentico. importante saber que a

    publicao das teorias da evoluo e origem das espcies de Darwin

    coincidiu com a poca em que saiu o primeiro volume da publicao

    Genera Plantarum de Bentham e Hooker, e que este tentou reformular

    sua classicao, no que foi impedido por Bentham, que no aceitou a

    essncia do trabalho de Darwin, embora o zesse uma dcada depois.

    Este perodo foi encerrado pela difuso da teoria de evoluo de Darwine Wallace, que explodia no mundo com a publicao de On the origen of

    species por Charles Darwin (1859).

    Sistemas logenticos (1880 atual)

    A teoria da evoluo ofereceu, pela primeira vez, uma explicao

    racional e no teolgica para a existncia dos taxa naturais j reconhecidos

    pelos taxonomistas do perodo anterior. Esses sistemas tentam arranjar

    os taxa em ordem evolutiva baseados em ideias de progresso evolutivade mudana de caracteres taxonmicos, por exemplo, estruturas simples

    so mais primitivas do que as mais complexas. Assim imprescindvel

    informaes dos ramos da Fitopaleontologia, Gentica, Embriologia,

    Bioqumica e outras, para que seja possvel a elaborao de um esquema

    de classicao de acordo com a teoria da evoluo.

    Joseph Dalton Hooker(1817-1911)

    George Bentham(1800-1884)

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    UNIDADE 0362

    Desde o incio, se compreende-se que o desenvolvimento e

    construo de tais sistemas de classicao sofrem de graves problemas,

    sendo um deles, talvez o mais importante, a falta de registro fssil que

    impede a reconstruo das vias evolutivas. Existem diculdades hora

    de denir que grupos so monolticos e que taxa so os mais e os

    menos especializados.

    Entre os muitos sistemas logenticos, podemos citar:

    Sistemas de Eichler (1839-1887) foi criado em 1875 e at

    hoje o sistema de classicao evolucionrio que forma o

    esquema que todos aprendem na escola. O reino vegetal

    foi dividido em criptgamas e fanergamas. As criptgamas

    foram divididas em taltas, britas e pteridtas, e as

    fanergamas em angiospermas e gymnospermas, todasordenadas em sequncia evolutiva. Tratou as algas

    separadamente dos fungos, dividindo-as em quatro grupos

    distintos: Cyanophyceae, Chlorophycee, Phaeophyceae e

    Rhodophyceae. As Bryophyta em Musci e Hepaticae; as

    Pteridophyta em Equisetinae, Lycopodinae e Filicinae; e as

    Phanerogamae em Angiospermae e Gymnospermae.

    Sistema de Heinrich Gustav Adolf Engler (1844-1930) surgiu

    pela primeira vez como parte de um guia do Jardim Botnico

    de Breslau e se baseava fundamentalmente no sistema deEichler, diferindo deste por detalhes nomenclaturais. Nesse

    sistema, o Reino Vegetal foi dividido em 14 Divises, que por

    sua vez, se compunham de subdivises, e estas de classes,

    ordens e famlias supostamente relacionadas. Por esse

    sistema, as angiospermas foram divididas em duas classes

    (mono e dicotiledneas), baseado no embrio mono ou

    dicotiledonar, na persistncia da raiz principal, na nervao das

    folhas, na presena ou ausncia de bainha foliar e no nmero

    de segmentos do clice e da corola. Nas primeiras edies

    de seu sistema, considerou a classe das monocotiledneasmais primitiva que a das dicotiledneas. Na ltima edio

    do Syllabus, porm, as monocotiledneas j so tratadas

    depois das dicotiledneas. Ele dividiu as dicotiledneas em

    duas subclasses: Archyclamideae (aclamdeas, mono ou

    diclamdeas com ptalas livres entre si) com 37 ordens e

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    PSICOLOGIA DA EDUCAO 63

    Sympetalae (heteroclamdea de corola simptala) com 11

    ordens. Considerou as Casuarinales o grupo mais primitivo

    por ter como uma das caractersticas, aclamdeas. Bessey

    (1987) foi o primeiro a discordar das teorias de Engler.

    Arber e Parkin (1907) chegaram concluso que a famlia

    Magnoliaceae representava a angiosperma atual com maior

    nmero de caracteres primitivos, e que as plantas como as

    casuarinales, fagales e outras, desprovidas de ptalas, so

    tipos reduzidos derivados de ancestrais petalferos e, desse

    modo, no poderiam iniciar um sistema, como Engler o zera.

    O sucesso do trabalho de Engler foi devido apresentar chaves

    de determinao de gneros, amplas diagnoses das famlias,

    descries das caractersticas mais importantes dos gneros

    e boa ilustrao.

    Richard von Wettstein (1862-1931) apresentou uma

    classicao bastante parecida com a de Engler, mas baseada

    num entendimento mais profundo de logenia de plantas.

    SISTEMA DE A. EICHLER

    A. CRYPTOGAMAE

    Diviso I. Thallophyta

    Classe 1. Algae

    Classe 2. Fungi

    Diviso II. Bryophyta

    Diviso III. Pteridophyta

    B. PHANEROGAMAE

    Diviso I. GymnospermaeDiviso II. - Angiospermae

    Classe 1. Monocotyleae

    Classe 2. Dicotyleae

    SISTEMA DE A. ENGLER

    Divises: I. Schyzophyta II. Myxomycetes

    III. Flagellatae

    IV. Dinoagellatae ?. Silicoagellatae V. Heterocontae

    VI. Bacillariophyta

    VII. Conjugatae

    VIII. Chlorophyceae

    IX. Charophyta X. Phaeophyceae

    XI. Rhodophyceae

    XII. Eumycetes

    XIII. Rchegoniatae

    Subdiviso 1. Bryophyta

    Subdiviso 2. Pteridophyta

    XIV. Embryophyta siphonogama

    Subdiviso 1. Gymnospermae

    Subdiviso 2. Angiospermae

    Classe 1. Monocotyledoneae

    Classe 2. Dicotyledoneae

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    UNIDADE 0364

    Ao contrrio de Engler, considerou as Dicotiledneas mais

    primitivas que as Monocotiledneas.

    Charles E. Bessey (1845-1915) forneceu uma grande contribuio

    para a classicao das plantas, porm assemelhava-se ao sistema de

    Engler, diferindo na natureza dos caracteres primit ivos, e da dos grupos

    mais primitivos, dentro das angiospermas. Sua classicao baseou-se

    em vinte e dois princpios: 1. a evoluo tanto pode ser uma progresso

    como uma regresso de caracteres; 2. a evoluo no abrange todos os

    rgos ao mesmo tempo, etc. Esse sistema juntamente com o de Harllier

    (1868-1932), que so semelhantes em alguns aspectos, so classicaes

    logentica-evolucionrias que formam a base dos sistemas modernos

    de classicaes, tais como: Sporne (1974), Takhtajan (1987), Cronquist

    (1981) e Dahlgren (1989).

    Os sistemas de Tahktajan e Cronquist, embora tenham elucidadoalguns pontos controvertidos, so restritos s plantas superiores.

    Hutchinson, no seu Families of owering plants (1973) e no

    Genera of owering plants, propunha um sistema de classicao

    semelhante ao de Bessey, porm diferindo em alguns pontos importantes.

    Hutchinson derivava as angiosprmicas de um hipottico ancestral

    designado proangiosprmicas, as quais seriam plantas de transio

    entre angiosprmicas e gimnosprmicas. Considerando que o hbito

    lenhoso e o hbito herbceo representavam diferentes vias evolutivas

    importantes, dividia as angiosprmicas em trs grupos: Monocotyledones,Herbaceae Dycotyledones e Lignosae Dycotyledones. Propunha,

    tambm, que as monocotiledneas seriam um grupo primitivo com origem

    nas dicotiledneas herbceas. Contudo, embora o seu trabalho tivesse

    sido extremamente vlido e coerente, a diviso das dicotiledneas

    lenhosas e herbceas foi considerada infeliz e pouco natural, por situar

    famlias aparentadas longe uma das outras.

    Atualmente, os sistemas de classicaes do reino vegetal

    so continuamente modicados medida que novas informaes so

    reconhecidas. Nos ltimos anos, as classicaes de plantas tm

    evoludo ao beneciarem da incluso de dados de reas recentes comoa paleobotnica, a ultraestrutura ou a bioqumica. A incorporao e

    combinao de dados to diferentes com os dados do tipo tradicional

    (morfologia, anatomia comparada, etc.) tm permitido renar as

    classicaes.

    Tahktahan (1910) apresentou um sistema de classicao baseado

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    PSICOLOGIA DA EDUCAO 65

    em 67 princpios lticos e em dados provenientes de todas as reas

    disciplinares, classicando as angiospermas como diviso Magnoliophyta,

    dividindo-a em duas classes: Magnoliopsida (dicotiledneas) e Liliopsida

    (Monocotildneas). Nesse sistema, as classes se subdividem em dez

    subclasses (7 Magoliatae e 3 Liliatae), 92 ordens e 418 famlias.

    Considerou as ordens Magnoliales e Laurales independentes

    entre si e subordinou a ultima as Chloranthaceae, e incluiu Magnolidae e

    Ranunculidae como duas subclasses distintas.

    Arthur Cronquist (1916-1993) foi o mais util izado nos ltimos anos.

    Trata-se, na verdade, do sistema de Taktajan aperfeioado com algumas

    modicaes. Cronquist usou uma gama muito maior de caracteres

    que os anteriores e aproveitou-se dos rpidos avanos em novas reas

    de investigao como Palinologia, Fitoqumica e Citologia. Procurou

    comparar e interpretar estruturas, que considerou primitivas. Cronquist

    trata as angiosprmicas como diviso Magnoliophyta. Considerou 83ordens e 383 famlias.

    Dahlgren (1985), botnico dinamarqus cujo sistema

    baseado no nvel hierrquico de superordem nvel acima

    de ordem e abaixo de subclasse. mais complexo que o

    de Cronquist, talvez por isso nunca tenha conseguido maioradeso pela comunidade botnica. Considerou a classe

    Magnoliopsida dividida nas clases Magnoliidae (dicotiledneas)

    e Liliidae (monocotildones). Dividiu as Magnoliopsida em 34

    superordens (27 dicotiledneas e 7 monocotiledneas) e 96

    ordens. O sistema representado gracamente como uma

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    UNIDADE 0366

    rvore ltica. A posio relativa das ordens foi determinada

    pelo maior nmero de caracteres ans dos seus componentes.

    De acordo com Dahlgren, as monocotiledneas formam um

    grupo monoltico devido presena de um cotildone, corpos

    de protena triangulares nos plastdeos.

    Deve-se ressaltar que nenhum desses sistemas foi construdo

    com base em metodologia cladstica (pe nfase na logenia de modo a

    reetir a histria evolutiva), e podemos denomin-los mais precisamente

    de sistemas gradistas. Dentre os autores citados, apenas Dahlgren

    demonstrou maior preocupao com a construo de logenias, e

    chegando a realizar tratamentos cladsticos para as monocotiedneas.

    Vale ressaltar aqui que duas abordagens novas de maior

    importncia apareceram na sistemtica, a Sistemtica Fnetica ea Sistemtica Filogentica, esta ltima sendo baseada em anlise

    cladstica. As duas resultam diretamente do emprego de computadores

    possibilitando o uso de quantidades de dados muitos maiores do que

    anteriormente. Na Sistemtica Fentica, os caracteres empregados so

    geralmente considerados de igual valor e procura-se usar o mximo

    possvel de caracteres, e a atitude que a logenia tem um papel secundrio

    na criao das classicaes.

    Na Sistemtica Filogentica, o objetivo revelar o verdadeiro

    padro de logenia das plantas. Quem tem essa atitude acredita tambm

    que uma classicao logentica bem estabelecida de grande utilidade

    para a cincia, enm, para todos.

    A Sistemtica Filogentica foi gradativamente consolidando-se

    como paradigma em Botnica, e a partir da dcada de 90 muitos trabalhos

    integradores trouxeram progressos imensos para nosso entendimento

    da evoluo das plantas e consequentemente aprimoramento da sua

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    PSICOLOGIA DA EDUCAO 67

    classicao.

    Nos dias de hoje, a grande maioria dos taxonomistas que

    realizam trabalhos logenticos recorrem s tcnicas moleculares, isto

    , sequenciamento de DNA, que tem vindo a criar novas perspectivas e

    abordagens na elaborao de classicaes.Filogenia Molecular o estudo das relaes evolutivas entre

    organismos, atravs do estudo do DNA e RNA. Um exemplo desse tipo

    de estudo o de Mark Chase (e cerca de 30 coautores), que utilizaram

    sequncias do gene rbcl (cpDNA) para comparar cerca de 500 espcies

    de angiospermas.

    Atualmente, considera-se como uma qualidade importante num

    sistema de classicao a sua previsibilidade ou o seu poder de predio.

    A qualidade mais importante para um sistema de classicao que ele

    retrate, to elmente quanto possvel, a rvore da vida. Se ele tiver sido

    construdo com base em clara deteco de homologias entre caracteres,gerando um corpo de hipteses de parentesco entre grupos expresso

    na forma de cladograma (rvore logentica- diagrama que indica os

    ancestrais e os descendentes e agrupa os organismos de acordo com o

    grau de parentesco entre eles), os taxa sero consistentes representando

    linhagens evolutivas que devem ter tido existncia na natureza. Em

    consequncia, o seu poder de predio tambm ser avaliado.

    O sistema de classicao mais atual o APG Angiosperm

    Phylogeny Group. Trata-se de um sistema construdo com base em

    sequenciamento de nucleotdeos de regies do DNA, rbcl e atpb(cloroplastos) e 18S (ncleo). Atravs dos resultados do sequenciamento

    de genes e os critrios da sistemtica logentica (cladstica) se

    estabelece as coneces entre os taxa.

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    PSICOLOGIA DA EDUCAO 69

    Esses estudos logenticos mostram que apesar das

    monocotiledneas formarem um grupo monoltico, as dicotiledneas

    so paralticas, com alguns grupos mais relacionados com as

    monocotiledneas do que com algumas dicotiledneas. Dessa forma,

    atualmente reconhecido o grupo das uudicotiledneas, fortemente

    sustentado em anlises cladsticas e reconhecido pelos plens tricolpado

    ou derivado desse. As angiospermas passaram ento a estar divididas

    em angiospermas basais formando um grado na base, seguidas por

    um clado composto de grupos de Magnoliideae contendo 6% das

    angiospermas mais as Monocotiledneas com cerca de 19% e nalmente

    as eudicotiledneas com os restantes 75%. Atualmente, estudos com um

    nmero maior de dados mostram que as Magnoliideae no esto mais

    relacionadas com as monocotiledneas e sim com as eudicotiledneas,

    de modo que com exceo de Amborella, as aquticas Nymphaeales e

    trs pequenas famlias, Iliciaceae, Schizandraceae e Trimeniaceae, asEuangiospermas poderiam sim ser divididas em dois grandes grupos

    semelhantes s tradicionais mono e dicotiledneas.

    importante levar em conta que ainda no h uma publicao

    apresentando uma classicao logentica ou fentica para todos os

    organismos. A rpida difuso da sistemtica logentica molecular est

    oferecendo, na nossa poca uma ferramenta capaz de providenciar

    um novo perodo sinttico na sistemtica, com futuros novos sistemas

    verdadeiramente logenticos.

    1. As tentativas iniciais de classicao botnica do homem estavam

    relacionadas a quais caracteres?

    2. O desenvolvimento histrico da classicao vegetal pode ser dividido

    em dois grandes perodos: o descritivo e o sistematizado. Cite o nomedas suas fases e caractersticas de cada uma delas.

    3. No perodo de sistematizao, os sistemas formados foram agrupados

    em categorias. Com base na armao, responda:

    a) Cite seus nomes e caractersticas.

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    UNIDADE 0470

    b) Cite nomes de representantes de cada de cada sistema.

    4. Qual o objetivo principal da sistemtica logentica e como os

    caracteres so utilizados na sistemtica fentica.

    5. Cite o conceito de logenia molecular e como o sistema de classicao

    denominado APG construdo

    Nesta unidade apresentamos os diferentes tipos de

    sistemas j utilizados para tentar organizar as informaessobre as plantas. Observa-se que a construo de classicaesenvolve a delimitao, nomeao, ordenamento dos grupos e oposicionamento destes de acordo com uma hierarquia.

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    UNIDADE 4

    Nomenclatura Botnica

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    UNIDADE 0472

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    PSICOLOGIA DA EDUCAO 73

    At a metade do sculo XVIII, os nomes dos seres vivos eram

    Polinomiais. S a partir de Linnaeus, em 1753, que se iniciou a utilizao

    do Sistema Binomial.

    O primeiro Cdigo de Nomenclatura Botnica foi idealizado no

    1 Congresso Internacional de Botnica em 1867, denominado Cdigo

    de Paris. O Congresso Internacional de Nomenclatura Botnica ocorre

    a cada seis anos e o Cdigo atualmente vigente o de Viena (2005),

    que substitui todas as edies anteriores. O prximo ser realizado na

    Austrlia em 2011.

    Importncia do Cdigo Internacional de Nomenclatura Botnica

    Foi formulado devido necessidade de uniformizao dos nomes

    cientcos que so aplicados aos grupos taxonmicos individuais, alm

    da necessidade de que seja utilizado, por botnicos de todo o mundo, um

    sistema preciso e simples de nomenclatura.

    O cdigo est organizado em princpios, regras e recomendaes.

    Os Princpios constituem a base do sistema de nomenclatura

    botnica:

    1. A nomenclatura botnica independente da zoolgica e dabacteriolgica;

    2. A aplicao de nomes de grupos taxonmicos determinada

    por tipos nomenclaturais;

    3. A nomenclatura de um grupo taxonmico est baseada no

    critrio de prioridade de publicao;

    4. Cada grupo taxonmico pode receber apenas um nome

    NOMENCLATURA BOTNICA

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    UNIDADE 0474

    correto, ou seja, o mais antigo que esteja de acordo com as

    regras;

    5. Nomes cientcos de grupos taxonmicos devem ser escritos

    em latim, independente de sua derivao;

    6. As regras de nomenclatura so retroativas.

    As regras esto organizadas em artigos e recomendaes e

    objetivam pr em ordem os nomes j existentes e orientar a criao de

    novos nomes.

    As recomendaes tratam de pontos secundrios e indicam

    a melhor escolha de um nome, dando maior clareza e uniformidade aos

    mesmos, porm nomes contrrios a uma recomendao no podem ser

    rejeitados, entretanto no constituem bons exemplos.

    As Regras e Recomendaes so aplicadas a todos os organismos

    tradicionalmente tratados como plantas, sejam fsseis ou no.

    REGRAS E RECOMENDAES IMPORTANTES:

    1. Grupos taxonmicos de qualquer categoria devem conforme

    esse cdigo, ser tratados como txons.

    2. Txons fsseis podem ser tratados como morfotxons, podendo

    compreender apenas uma parte, estdio do ciclo de vida ou

    estado de preservao do tipo nomenclatural correspondente.3. Cada planta individualmente pertencente a um nmero

    indenido de txons de nveis hierarquicamente subordinados,

    dentre os quais a espcie o nvel bsico.

    4. Os txons so arranjados hierarquicamente em categorias

    subordinadas e as principais em ordem decrescente so as

    seguintes: reino, diviso ou lo, classe, ordem, famlia, gnero

    e espcie.

    5. Txons hbridos so tratados como nototxons (o prexo noto

    indica o carter hbrido) e os principais so: notognero e

    notoespcie.

    6. Em ordem decrescente, os nveis secundrios de txons so

    os seguintes:

    Tribo - entre famlia e gnero

    Seo e srie entre gnero e espcie

    Variedade e forma abaixo de espcie (infraespecco)

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    PSICOLOGIA DA EDUCAO 75

    Observao: As seguintes abreviaes so recomendadas:

    cl. (classe), ord. (ordem), fam. (famlia), tr. (tribo), gen. (gnero), sect.

    (seo), ser. (srie), sp. (espcie), var. (variedade) e f. (forma).

    7. Um txon com circunscrio, posio e nvel particular pode ter

    apenas um nome correto, com exceo feita a oito famlias:

    Compositae = Asteraceae; Cruciferae = Brassicaceae;

    Graminae = Poaceae; Guttiferae = Clusiaceae; Labiatae =

    Lamiaceae; Leguminosae = Fabaceae; Palmae = Arecaceae;

    Umbeliferae = Apiaceae..

    8. Para qualquer txon, desde famlia at gnero, o nome correto

    o nome legtimo mais antigo dentro do mesmo nvel.

    9. Para txons infra-genricos, o nome correto a combinao

    do epteto nal (refere-se ao ltimo epteto na sequncia em

    qualquer combinao, seja em nvel de subdiviso de umgnero, espcie ou de um txon infra-especco) do nome

    legtimo mais antigo daquele txon ao mesmo nvel, com

    o nome correto do gnero ou da espcie ao qual ele est

    assinalado.

    10. A publicao efetiva dos nomes de plantas de diferentes

    grupos tratada como iniciando na data de publicao de

    matria impressa (por meio de venda, intercmbio ou doao)