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LIvro de resumos do VIII Congresso dos Jovens Geocientistas, que decorreu no dia 22 de Fevereiro de 2013, organizado pelo Departamento Ciências da Terra/Universidade de Coimbra

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VIII Congresso dos Jovens Geocientistas

Geociências e Sociedade

LIVRO DE RESUMOS

22 DE FEVEREIRO DE 2013

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VIII Congresso dos Jovens Geocientistas

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Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

3000-272 Coimbra, Portugal Tel.: 239860500 Fax: 239860501 http://www.uc.pt/cienterra/

TÍTULO

VIII Congresso dos Jovens Geocientistas, “Geologia e Sociedade”

AUTORES

Vários

COMISSÃO CIENTÍFICA

Alexandre Tavares

Alcides Pereira

António Saraiva

Celeste Romualdo Gomes

Elsa Carvalho Gomes

Fernando Carlos Lopes

Jorge Leitão Dinis

José Manuel Baranda

Lídia Gil Catarino

Luís Vitor Duarte

Maria Manuela Silva

Pedro Callapez

COMISSÃO ORGANIZADORA

Celeste Romualdo Gomes; Elsa Carvalho Gomes; Fernando Carlos

Lopes; Jorge Leitão Dinis; Lídia Gil Catarino; Maria Manuela Silva; Ana

Isabel Rola

EDIÇÃO

Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra

ISBN

978-989-95009-9-0

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VIII Congresso dos Jovens Geocientistas

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Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

3000-272 Coimbra, Portugal Tel.: 239860500 Fax: 239860501 http://www.uc.pt/cienterra/

ÍNDICE

O DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA TERRA 4

1. Enquadramento Institucional 4

2. O Ensino e a Investigação no Departamento de Ciências da Terra da

Universidade de Coimbra 5

ORIENTAÇÃO DOS TRABALHOS 9

Agrupamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo 10

Agrupamento de Escolas de Samora Correia 16

Escola Básica 2,3 Marquês de Pombal 18

Escola Básica n º2 da Lousã 22

Escola BI/JI Prof. Doutor Ferrer Correia 28

Escola Secundária Alves Martins 30

Escola Secundária c/3º Amato Lusitano 31

Escola Secundaria c/ 3º Ciclo da Lousã 37

Escola Secundária de D. Duarte 41

Escola Secundária de Jaime Cortesão 45

Escola Secundária de Seia 46

Escola Secundária José Falcão 50

Escola Secundária Nuno Álvares 61

Instituto do Juncal 62

Conferências 67

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VIII Congresso dos Jovens Geocientistas

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Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

3000-272 Coimbra, Portugal Tel.: 239860500 Fax: 239860501 http://www.uc.pt/cienterra/

O DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA TERRA

1. ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL

O Departamento de Ciências da Terra é uma unidade orgânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), uma das maiores escolas de Ensino Superior do país. Nesta Faculdade são oferecidas várias dezenas de cursos de 1º, 2º e 3º ciclo, abrangendo perto de 7000 alunos. A FCTUC dispõe de mais de 500 professores, maioritariamente doutorados, que asseguram a qualidade da formação ministrada e exercem atividades de investigação científica no âmbito de unidades de I&D com acreditação internacional.

O Departamento de Ciências da Terra situa-se no Polo I da Universidade de Coimbra, no edifício do Colégio de Jesus. As suas origens remontam à Reforma Pombalina, com a instalação, em 1772, neste mesmo edifício, do Gabinete de História Natural. Solidamente fundado num passado de que se orgulha, o Departamento de Ciências da Terra tem efetuado uma adaptação às exigências do presente, através de uma oferta de formação graduada e pós-graduada que corresponda às necessidades de desenvolvimento do país. Neste sentido, é responsável pelos cursos de 1º ciclo em Geologia e em Geologia com Menor em Biologia, participando ainda na lecionação de diversos outros cursos da FCTUC (Arquitetura, Biologia, com menor ou 50 ects em Geologia, Engenharia Civil e Engenharia do Ambiente), bem como da Faculdade de Letras (Arqueologia) ou inter-Faculdades (Conservação e Restauro). No âmbito da pós-graduação, assegura os Mestrados em Geociências, com áreas de especialização em Recursos Geológicos, Ambiente e Ordenamento do Território e Geologia do Petróleo, em Engenharia Geológica e de Minas, em Ciências da Terra, participando ainda noutros cursos da FCTUC e inter-Faculdades, como são os casos dos mestrados em Ensino de Biologia e Geologia, em Dinâmicas Sociais, Riscos Naturais e Tecnológicos, e em Conservação e Restauro. No que respeita ao grau de doutoramento, o Departamento de Ciências da Terra assegura doutoramentos em Geologia e em Geotecnologias, em diferentes áreas de especialidade, e em Ensino das Ciências, especialidade em Ensino da Geologia. Os seus 28 docentes (todos eles doutorados) distribuem-se por diversos centros de investigação reconhecidos pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (Centro de Geociências, Centro de Geofísica, Centro de Estudos Sociais e Instituto do Mar - Centro Interdisciplinar de Coimbra).

Depois do assinalável sucesso das edições anteriores, é com grande prazer que o Departamento de Ciências da Terra acolhe o VIII Congresso dos Jovens Geocientistas. Será uma grata ocasião para partilharmos o fascínio pela descoberta de um planeta tão singular como a Terra, bem como sobre as formas de o preservar para as gerações vindouras – caros Jovens Geocientistas, a palavra é vossa!

O Diretor

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2. O ENSINO E A INVESTIGAÇÃO NO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA TERRA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

O Departamento de Ciências da Terra é uma Unidade Orgânica da FCTUC que tem por objetivos:

o Fomentar o desenvolvimento e a investigação das Ciências da Terra, - realizar cursos de licenciatura, pós-graduação, formação de professores, mestrado e doutoramento.

o Apoiar a sociedade na resolução de problemas no âmbito da sua área científica. As origens da Licenciatura em Geologia, no Departamento de Ciências

da Terra, remontam à Reforma Pombalina, de 1772, e estão relacionadas com a criação da Faculdade de Filosofia e de Matemática da Universidade de Coimbra. A Licenciatura em Ciências Geológicas foi implementada em 1930 e, em 1964, assumiu a designação de Licenciatura em Geologia.

No ano letivo de 2007/2008 iniciou-se a aplicação da nova estrutura curricular e plano de estudos da Licenciatura em Geologia e do Mestrado em Geociências, de acordo com o Processo de Bolonha.

Todos os cursos do Departamento de Ciências da Terra encontram-se adequados ao modelo de Bolonha, a partir do ano letivo de 2007/2008.

1º Ciclo (6 semestres)

o Licenciatura em Geologia o Licenciatura em Geologia com 50 ects em Biologia o Licenciatura em Geologia com menor* em Biologia. o Licenciatura em Geologia com menor* em Ciências do Espaço. o Licenciatura em Geologia com outro menor* oferecido pela Faculdade de

Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. * Conjunto coerente de cinco disciplinas de opção de uma determinada área temática.

2º Ciclo (4 semestres)

o Mestrado em Geociências: Áreas de Especialização em Recursos Geológicos, Ambiente e Ordenamento, e Geologia do Petróleo.

o Mestrado em Engenharia Geológica e de Minas. o Mestrado em Ciências da Terra, (na tipologia Mestrado de Formação ao

longo da vida) dirigido essencialmente a professores do Ensino Básico e do Ensino Secundário.

o Mestrado em Ensino de Biologia e Geologia, em parceria com o Departamento de Ciências da Vida da FCTUC.

o Mestrado em Dinâmicas Sociais, Riscos Naturais e Tecnológicos, em parceria com as Faculdades de Letras e de Economia da Universidade de Coimbra.

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o Mestrado em Conservação e Restauro, em parceria com a Faculdade de Letras

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO (2 semestres)

o Curso de Pós-graduação em Dinâmicas Sociais, Riscos Naturais e Tecnológicos, em pareceria com as Faculdades de Letras e de Economia da Universidade de Coimbra.

Os ciclos de estudos na área das Geociências conferem competências para:

o Colaborar em estudos de planeamento e ordenamento do território, bem como na avaliação de riscos geológicos (sismos, erupções vulcânicas, deslizamento de terrenos, efeitos de cheias), sua minimização e prevenção;

o Colaborar em estudos de impacto ambiental, na componente geológica; o Colaborar em trabalhos e estudos de avaliação, conservação, divulgação

e valorização do património natural; o Lecionar em diferentes graus de ensino público e privado, nacional e

internacional o Realizar trabalhos de cartografia geológica, hidrogeológica, geotécnica e

de outros temas no âmbito das Geociências; o Realizar trabalhos de prospeção, pesquisa e avaliação de recursos

naturais: água, petróleo, minerais e rochas; o Recolher, analisar, interpretar e comunicar informação geológica para

especialistas e público em geral.

Condições de acesso à Licenciatura em Geologia 12º Ano (Curso Científico – Humanístico de Ciências e Tecnologias) e uma das seguintes provas de ingresso:

o 02 Biologia e Geologia; o 07 Física e Química; o 09 Geografia.

Condições de acesso ao Mestrado em Engenharia Geológica e de Minas Um aluno que planeie prosseguir para o Mestrado em Engenharia Geológica e de Minas deverá candidatar-se ao Mestrado Integrado em Engenharia Civil. No terceiro ano, inscreve-se em cinco disciplinas da área de Engenharia Geológica e de Minas e, findo o terceiro ano, estará em condições de ingressar no Mestrado em Engenharia Geológica e de Minas (que veio substituir os antigos cursos de Engenharia Geológica e de Engenharia de Minas).

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Saídas profissionais na área das Geociências o Autarquias e associações intermunicipais; o Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional; o Empresas especializadas em ambiente e ordenamento do território; o Empresas especializadas em conservação e restauro de materiais

pétreos; o Empresas especializadas em geotecnia; o Empresas de construção civil; o Empresas de exploração de pedreiras; o Empresas mineiras; o Empresas ou serviços de exploração de águas; o Empresas petrolíferas e de gás natural; o Estabelecimentos de ensino (públicos e privados, nacionais e

internacionais). o Grupos empresariais da área do turismo; o Organismos de investigação científica; o Profissão liberal ou PMEs de serviços especializados ou de

consultadoria técnico-científica, geoconservação e/ou geoturismo; o Serviços de Proteção Civil.

Contactos Largo Marquês de Pombal Universidade de Coimbra 3000-272 Coimbra Tel.: 239 860 500 Fax : 239 860 501 eMail: [email protected] Web: www.dct.uc.pt

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ORIENTAÇÃO DOS TRABALHOS

Agrupamento de Escolas de Figueira Castelo Rodrigo Ana Perpétuo Agrupamento de Escolas de Samora Correia Ana Rola Escola Básica 2, 3 Marquês de Pombal Estefânia Pires Escola Básica n º2 da Lousã Armando Rocha, Carla Pratas Escola BI/JI Prof. Doutor Ferrer Correia (Senhor da Serra, Semide, Miranda

do Corvo) Luísa Fernandes Escola Secundária Alves Martins (Viseu) Ana Pereira Escola Secundária c/3º Amato Lusitano (Castelo Branco) José Tomé, Rui Duarte Escola Secundária c/3º Ciclo da Lousã Anabela Correia, Sónia Caetano Escola Secundária de D. Duarte (Coimbra) Paulo Magalhães Escola Secundária de Jaime Cortesão (Coimbra) Fernanda Palrinhas Escola Secundária de Seia Graça Moreira Escola Secundária José Falcão (Coimbra) Maria Lurdes Prior, Paula Paiva, Paulo Santos, Rute Pires Escola Secundária Nuno Álvares (Castelo Branco) Fátima Pires Instituto do Juncal

Ana Sílvia Malhado, Jorge Miguel Guilherme

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QUAIS OS FATORES DE RISCO E CONSEQUÊNCIAS DAS ARRIBAS?

Jorge Nabuco, Cristina Nunes, Mariana Rodrigues, Filipa Santos, Maryna

Sobolyeva

Agrupamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo Escola Secundária de Figueira de Castelo Rodrigo Avenida Heróis de Castelo Rodrigo Nº60, 6440-113

Figueira de Castelo Rodrigo

11º Ano, Turma A

Palavras-chave: Catástrofes; Desmoronamentos; Erosão; Ocupação desordenada e não planificada; Zonas costeiras. Este estudo surge do nosso interesse pelas arribas de Portugal e insere-se na disciplina de Geologia e Biologia, tema “Geologia, problemas e materiais do quotidiano”. Possuindo o nosso país uma extensa faixa litoral, com imensas zonas costeiras em arriba, formulámos o problema acima referido. Definimos os seguintes objetivos: saber quais os motivos da erosão e dos desmoronamentos nas arribas; associar a ocupação desordenada e não planificada nas arribas, que são áreas de elevado risco geológico, com as catástrofes que ocorrem frequentemente e localizar as zonas costeiras do país onde existem estas faixas escarpadas. Utilizámos a seguinte metodologia: 1) realizámos uma pesquisa para fazer a contextualização teórica; 2) construímos um modelo de uma arriba para vermos o desgaste/erosão de uma “rocha” e os desmoronamentos/destruição; 3) elaborámos um breve PowerPoint sobre o tema em questão. Para a construção da arriba utilizámos bacias, gesso, areia, água, luvas, detergente e bonecos. No sentido de diminuir o risco associado a estas áreas, é necessária uma ocupação planeada decorrente de um processo de ordenamento do território que tenha em conta a natureza das formas geológicas da área a ocupar, bem como os processos geológicos que conduziram à sua formação, e que condicionam a sua evolução. No verão de 2012 a revista SOL anunciou que 85 praias portuguesas estavam em alto risco devido à existência de arribas instáveis. Para a prevenção de acidentes nestas zonas aconselha-se que: a) se esteja atento à sinalização, b) se utilizem praias vigiadas, c) não se estacione no topo das arribas, d) manter um afastamento da parede da arriba se existirem pedras soltas ou fraturas e e) evitar permanecer na base das arribas, pois podem ocorrer desmoronamentos.

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QUAL O SOLO MAIS ADEQUADO À CONSTRUÇÃO DE UM ATERRO SANITÁRIO?

QUAL O SOLO MAIS PERMEÁVEL?

Daniela Ezequiel; Hugo Fonseca; Pedro Lopes; Maria Yllera

Agrupamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo

Escola Secundária de Figueira de Castelo Rodrigo Avenida Heróis de Castelo Rodrigo Nº60, 6440-113

Figueira de Castelo Rodrigo

12º Ano, Turma A

Palavras-chave: Água; Geologia; Permeabilidade; Solo. No âmbito da disciplina de Geologia do 12º ano,” A Terra Ontem, Hoje e Amanhã”, e a propósito das causas da degradação dos solos, formulámos a seguinte questão: “Qual será o solo menos permeável?”, pretendendo com isto encontrar o solo mais adequado para a construção de um aterro sanitário. Para resolver este problema, recolhemos várias amostras de solo (solo 1- agrícola; solo 2- argiloso; solo 3- arenoso), com vista a testar a sua permeabilidade. Para isso usámos o seguinte método: Colocámos cada uma das amostras de solo numa garrafa sem fundo suspensa num suporte e colocámos um gobelé por baixo do gargalo; medimos 100ml de água que adicionámos a cada amostra; retirámos a tampa e cronometrámos o tempo que a água demorou a atravessar cada amostra; medimos a quantidade de água que atravessou cada amostra e observámos a cor que a água apresentava. Concluímos que o solo mais permeável é o que se deixa atravessar pelos fluídos mais rapidamente (solo arenoso), enquanto o menos permeável é o que demora mais tempo a deixar-se atravessar (solo argiloso). Quanto à cor, observámos que a água que atravessa o solo 1 apresenta tonalidade amarela, sugerindo assim que uma grande quantidade de nutrientes foi lixiviada. A água recolhida no solo 3 apresenta cor esbranquiçada. Este resultado poderá remeter-nos para a falta de nutrientes e para a elevada velocidade com que a água atravessa o solo 3 causando lixiviação das partículas mais leves. A água transparente que atravessou o solo 2 remete-nos para uma baixa velocidade da passagem da água pelo solo, permitindo a deposição das partículas. Com esta investigação concluímos que o solo mais indicado para impermeabilizar a base de um aterro sanitário é o solo argiloso.

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QUAL O MELHOR SOLO PARA UM ATERRO SANITÁRIO?

Inês Aveiro, Ana Panta, Luís Ribeiro, Solange Teixeira

Agrupamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo Escola Secundária de Figueira de Castelo Rodrigo Avenida Heróis de Castelo Rodrigo Nº60, 6440-113

Figueira de Castelo Rodrigo

12º Ano, Turma A

Palavras-chave: Ácido; Aterro Sanitário; Geologia; Permeabilidade; Solo. Esta investigação tem como propósito a procura de respostas para a questão-problema “Qual o melhor solo para um aterro sanitário?”, tendo em vista a seleção do melhor solo para o revestimento de um aterro sanitário. Optámos por esta investigação por se enquadrar no âmbito da disciplina de Geologia do 12.º ano e porque tínhamos curiosidade de perceber as etapas da construção de aterros sanitários. Nesta investigação seguimos os passos seguintes: pesámos os solos até obter 277,5g em cada amostra; colocámos esses mesmos solos na estufa; seguidamente pesaram-se e crivaram-se; vedaram-se os gargalos das garrafas e colocámos a mesma quantidade de solo nas respetivas garrafas; colocaram-se as garrafas no suporte universal sem rolhas e com gobelés por baixo; de seguida introduziram-se 100ml de água e 45 ml de ácido clorídrico nas respetivas amostras; à medida que a água escorria para o gobelé mediamos o pH com a ajuda do medidor de pH; por fim acrescentámos água nas amostras até que o pH ficasse neutro. A água resultante dos solos 1 (solo arenoso), 2 (solo rico em nutrientes) atingiu um valor de pH igual a 7. O solo 3 (argiloso) não atingiu esse valor, podendo até nunca o atingir por mais que se lave o solo. Conclui-se que o melhor solo para a construção de um aterro é o solo 3, pois o ácido tem mais dificuldade em o atravessar. Assim, os ácidos resultantes das reações da água da chuva com os resíduos ficarão retidos na base dos aterros sanitários, podendo ser drenados e tratados de modo a não contaminarem quer os solos, quer as águas subterrâneas.

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BARRAGENS E ECOSSISTEMAS

Andreia Crisóstomo, Luís Lopes, André Martins, Vítor Seguro, Paulo Silva

Agrupamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo Avenida Heróis de Castelo Rodrigo, 6440-113 F.C.R.

11º Ano, Turma A

Palavras-chave: Barragens; Geologia; Leito dos rios; Riscos; Sedimentos. No âmbito da disciplina de Biologia e Geologia, propusemo-nos estudar o tema ‘’como as barragens alteram o leito dos rios.‘’ Decidimos então investigar o passado das barragens, principalmente na nossa zona. Ao longo dos anos, as barragens têm trazido muitos benefícios para as populações: abastecimento de água, regadio das terras agrícolas e aproveitamento de energia hidroelétrica. Contudo, na nossa região, o Douro, em anos de precipitação elevada, as albufeiras não têm capacidade de armazenar toda a água, pondo em risco algumas populações com as suas descargas súbitas. Com o passar do tempo, no fundo das albufeiras, vão-se depositando materiais transportados pela água dos rios. A acumulação de sedimentos faz diminuir a capacidade de armazenamento de água nas albufeiras e reduz consideravelmente a quantidade de detritos que se deveria acumular nos litorais e ao longo das margens, a jusante. A ação erosiva, a jusante das barragens, aumenta, fazendo com que o leito do rio fique mais fundo. Além disso, as barragens podem ter um impacto negativo nos ecossistemas aquáticos e terrestres da zona, pois quando as albufeiras ficam lotadas, levam à submersão de importantes comunidades biológicas. Um outro facto negativo das barragens é que dificulta as migrações de algumas espécies de peixes. Assim, podemos concluir que devido à existência das barragens, os sedimentos acumulam-se a montante fazendo com que os leitos dos rios se tornem ainda mais profundos a jusante e impedindo que se depositem ao longo dos litorais, o que provoca uma alteração dos ecossistemas costeiros.

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DE QUE FORMA PODEMOS MINIMIZAR OS RISCOS ASSOCIADOS À CONSTRUÇÃO DE ESTRADAS E

HABITAÇÕES EM ZONAS DE VERTENTE?

Carlos Teixeira; Márcio Nascimento; Nuno Palheiro; Sandra Silva; Viviana Ferreira

Agrupamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo

Escola Secundária de Figueira de Castelo Rodrigo Avenida Heróis de Castelo Rodrigo Nº60 6440-113 Figueira de Castelo

Rodrigo

11º Ano, Turma A

Palavras-chave: Movimentos de massa; Erosão; Desmoronamentos; Forças de resistência; Ordenamento do território. O nosso trabalho surge no âmbito da disciplina de Biologia e Geologia do 11º ano e pretende alertar as pessoas para o perigo da construção de habitações e estradas em zonas de vertente, as consequências que isso implica e medidas de contenção e estabilização. Neste sentido, formulámos o seguinte problema: De que forma é que podemos minimizar os riscos associados à construção de habitações e estradas em zonas de vertente? Definimos também os seguintes objetivos: perceber melhor a temática em estudo e conhecer melhor as causas e as consequências do movimento de massas. Para a realização deste trabalho usámos os seguintes métodos: realizámos uma pesquisa bibliográfica; elaborámos uma lista de medidas de prevenção e construímos uma maquete onde se evidenciam as referidas medidas. No sentido de diminuir os riscos associados a esta problemática, propomos as seguintes medidas de prevenção: não destruir da vegetação das vertentes; evitar a construção de habitações e de estradas em zonas com declives acentuados; fazer obras de contenção/estabilização em encostas problemáticas; ordenar melhor o território; evitar a construção em leitos de cheias e evitar a poluição.

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ZONAS DE VERTENTE: PERIGO OU PAISAGEM?

Andreina Cavaleiro, Diogo Lima, Vanessa Martins, André Quadrado, Ariane Romoaldo

Agrupamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo

Av. Heróis de Castelo Rodrigo, nº60 6440-113 Fig. Cast. Rodrigo

11º Ano, Turma A Palavras-chave: Água; Movimentos de massa; Solo; Vegetação; Vertentes Instáveis. No âmbito da disciplina de Biologia e Geologia e do estudo da Ocupação Antrópica e problemas de ordenamento do território, decidimos realizar um estudo sobre zonas de vertente. O objetivo é investigarmos a influência da vegetação na instabilidade das vertentes e nos movimentos de massa. Optámos por este projeto porque é fundamental compreender a natureza dos processos geológicos e porque estas zonas de vertente apresentam uma instabilidade geomorfológica, que se manifesta de diversos tipos, levando a perdas de vida e a avultados prejuízos. Para testarmos isso, colocámos 3 blocos de areia numa zona de vertente. Um dos blocos está coberto por vegetação enraizada no solo. Outro é um bloco coberto por folhagem solta e o terceiro é de areia sem vegetação. De seguida simulámos a precipitação para ver se as areias deslizavam e com que facilidade. Concluímos que o bloco de areia com vegetação sofria pouco alterações, ou seja, a vegetação que se encontra enraizada impedia que houvesse movimentos de massa. Na situação em que tínhamos um bloco coberto com folhagens, houve alguma instabilidade, mas não levou a que o bloco se alterasse totalmente, pois a folhagem que se encontrava em cima impediu que uma maior quantidade de água se infiltrasse no solo. Na última situação, apenas com o bloco de areia sem cobertura vegetal, o estado deste alterou-se de forma drástica, pois a água fez com que a areia deslizasse. Concluímos que a vegetação tem um papel importante na prevenção dos movimentos de massa ao longo das vertentes.

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“GÁS DE XISTO” O FUTURO DO MUNDO ENERGÉTICO?

João Bento, André Simões

Agrupamento de Escolas de Samora Correia

EB 2/3 Professor João Fernandes Pratas, Bairro das Acácias, Samora Correia

8º Ano, Turma C

Palavras-chave: Margas ricas em matéria orgânica, Bacia Lusitânica; Fracturação hidráulica; “Gás de xisto”; Recursos energéticos. Em momentos de crise económica e energética ocorre uma maior procura de recursos minerais energéticos, anteriormente esquecidos, mas passíveis de serem explorados com tecnologias mais avançadas. O tema do trabalho surgiu após leitura de uma notícia do jornal Expresso, na versão eletrónica. Após pesquisa em diversas fontes bibliográficas, definimos os seguintes objetivos: a) conhecer o que é o “gás de xisto” (shale gas); b) conhecer como se forma; c) investigar onde poderá ser explorado em Portugal. O “gás de xisto” corresponde ao gás natural formado a partir da matéria orgânica presente em argilitos ou margas, ou seja, em rochas sedimentares de grão fino, formadas em ambientes redutores. O “gás de xisto” explora-se por fracturação hidráulica (fracking), método desenvolvido nos anos 90 e consiste em fraturar as camadas de argilitos ricos em matéria orgânica. A perfuração faz-se através do bombeamento de milhões de litros de água, misturada com areia e produtos químicos, que quebra as rochas sedimentares e permite libertar o gás natural presente nos seus poros. Em Portugal, estudos recentes demonstraram que as unidades margosas do Jurássico Inferior da Bacia Lusitânica são detentoras de um elevado potencial, dada a sua riqueza em matéria orgânica. Apesar desse potencial, particularmente marcante no setor ocidental da referida bacia (região de Peniche-Figueira da Foz). A exploração do “gás de xisto” levanta algumas questões quanto à contaminação das reservas subterrâneas de água potável. Outro dos problemas prende-se com os processos de extração, que são caros e exigentes.

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ROCHAS E MINERAIS À DISTÂNCIA DE UM CLIQUE!

Alexandra Pereira, José Moreira, José Ribeiro, Rui Pereira

Agrupamento de Escolas de Samora Correia EB 2/3 Professor João Fernandes Pratas, Bairro das Acácias, Samora

Correia

8º Ano, Turma A

Palavras-chave: Coleção Escolar; Página eletrónica; Recurso Pedagógico. A nossa escola possui uma coleção de rochas e minerais recolhidas por um dos nossos professores durante aulas de campo e visitas pessoais, a diversos locais do país. Essa coleção está “escondida” numa arrecadação que serve de gabinete de apoio às aulas de Ciências Naturais. Apesar do professor ter registado o local de recolha, esta coleção encontra-se por catalogar, pelo que assumimos essa tarefa como objetivo deste trabalho, que será desenvolvido ao longo de praticamente todo o ano letivo. O catálogo incluirá a localização da amostra e o nome do mineral ou rocha. No caso dos minerais, será indicada a sua “família” (grupo) a constituição química e o sistema cristalográfico. Nas rochas será indicada a composição mineralógica, o tipo (sedimentar, ígnea ou metamórfica) e subtipos. Estas indicações podem ainda ser enriquecidas a qualquer momento com indicações do seu uso como recurso geológico ou com curiosidades sobre, por exemplo, a origem do nome ou histórias associadas ao mineral ou rocha, sempre muito pedagógicas pelo interesse que suscitam. Depois de devidamente catalogadas, pretendemos colocar as amostras de rochas e de minerais em exposição numa das salas de Ciências Naturais, para que os alunos possam ter acesso direto aos materiais e a possibilidade de os manipular e observar. É também nossa intenção construir uma base de dados digital. Para isso, cada amostra está a ser numerada e registada em fotografia, com uma escala. Toda a informação recolhida será disponibilizada numa página eletrónica, construída com recurso ao Google Sites, uma ferramenta gratuita para a criação de websites e wikis. No final do ano, o sítio construído funcionará como uma base de dados e será disponibilizado no sítio eletrónico da nossa Escola e no blogue da Biblioteca Escolar.

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O ABISMO (DES)CONHECIDO DA SERRA DE SICÓ

Nelson Rodrigues, Bruna Santos, Marta Santos, Rita Santos, Celina Valério

Escola Básica 2,3 Marquês de Pombal Rua dos Bombeiros Voluntários, 3100 - 481 Pombal

8º Ano, Turma A

Palavras-chave: Algar; Calcário; Meteorização química; Serra de Sicó. Nas paisagens é possível identificar diferentes elementos morfológicos em consonância com a geologia local. As paisagens calcárias apresentam aspetos muito característicos, devido ao predomínio da meteorização e erosão química sobre a mecânica. Como consequência, os maciços calcários encontram-se muitas vezes esculpidos, à superfície e em profundidade, apresentando sulcos e cavidades. O algar Abismo de Sicó é uma cavidade subterrânea que se situa na freguesia e concelho de Pombal, na parte meridional do Maciço Condeixa-Sicó. Esta área, também designada por Serra de Sicó, tem o seu ponto culminante no vértice geodésico, a 553 m de altitude. A cavidade está localizada à cota de 488 m, a cerca de 850 m a WNW, em plena vertente da serra. Caracteriza-se por ser o algar mais profundo deste maciço, com 107m de profundidade. Foi descoberto em 2005 por 3 espeleólogos do Núcleo de Espeleologia de Condeixa, com o auxílio do Grupo de Proteção Sicó (GPS). Sabendo isto, quisemos estudar este algar no âmbito do tema “Sustentabilidade na Terra - Gestão Sustentável dos Recursos”, da disciplina de Ciências Naturais, do 8.º ano de escolaridade. Para orientar o nosso estudo delimitamos as seguintes questões-problema: Como se forma um algar? Que características apresenta o algar Abismo de Sicó? Os objetivos principais do nosso trabalho foram: identificar algumas propriedades dos calcários e observar in situ calcários da Serra de Sicó. O nosso trabalho desenvolveu-se sobretudo com recursos à pesquisa bibliográfica, visita de campo à Serra de Sicó e à informação facultada pelo GPS. Os calcários são constituídos essencialmente por calcite e resultam da precipitação de carbonato de cálcio. O dióxido de carbono da atmosfera combina-se com a água para formar ácido carbónico, que reage com os calcários aumentando a intensidade da dissolução química. O poder corrosivo das águas gasocarbónicas aumenta sobretudo no no solo, uma vez que a água vai enriquece em dióxido de carbono, em virtude da atividade de plantas e microrganismos. O abismo de Sicó desenvolve-se na espessa série de calcários puros e compactos que caracterizam os andares centrais do Jurássico Médio (Bajociano-Batoniano), apresentam um fraco teor argiloso e uma elevada permeabilidade nas fraturas. Estas características justificam a presença, nestas unidades, de quase toda a gama de formas cársicas, superficiais e de profundidade. É um típico algar de infiltração, com um poço inicial elíptico de 85 m de desenvolvimento e com uma secção constante de 1,5 m. A progressão no seu interior é perigosa, em virtude da caducidade das suas paredes, frágeis ao mínimo toque. A 7 m de profundidade surge uma primeira sala com 10 m de comprimento, bastante concrecionada. Aos 75 m de profundidade, a presença de grandes blocos caídos forma uma plataforma plana que quase impede a progressão. A passagem apresenta aproximadamente 0,75x0,5 m e dá acesso a uma sala com 10x8x2,5 m. No extremo S da sala, após uma rampa em manto estalagmítico, existe um poço com 6 m, bastante concrecionado, que dá acesso ao poço final de 16 m de profundidade, cuja base se apresenta entulhada.

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ARMAZENAMENTO DE GÁS NATURAL NO CONCELHO DE POMBAL

Mariana Ferreira, Sofia Gaspar, Diogo Lopes, Fabiana Mendes, Isa Mota, Marisa Vieira

Escola Básica 2,3 Marquês de Pombal

Rua dos Bombeiros Voluntários, 3100-481 Pombal 8º Ano, Turma A

Palavras-chave: Armazenamento; Carriço (Pombal); Cavidades; Gás natural.

O Carriço, localidade do concelho de Pombal, possui 4 cavidades subterrâneas de armazenamento de gás natural, com capacidade para 180 milhões de metros cúbicos. Atualmente, a Galp e a REN comprometem-se a duplicar essa capacidade com a construção de 4 novas cavidades. Sabendo que existem estas cavidades de armazenamento de gás natural no nosso concelho, surgiu-nos as seguintes questões-problema: Como são construídas as cavidades subterrâneas para o armazenamento de gás natural? E porque selecionaram a localidade do Carriço-Pombal, para o armazenamento de gás natural? Existe algum impacte ambiental daí resultante? Para dar resposta a estas questões, definiram-se como objetivos: compreender como são construídas estas cavidades subterrâneas de armazenamento de gás natural; verificar se existe ou não algum impacte ambiental e observar in situ as características geológicas do local. Este trabalho enquadra-se nas Orientações Curriculares para o 8.º ano de escolaridade, no terceiro tema organizador “Sustentabilidade na Terra – Recursos naturais – Utilização e consequências”. A metodologia utilizada incluiu pesquisa na Internet, leitura e reflexão de textos informativos e saída de campo ao local referido. As cavidades de armazenamento de gás natural são construídas através de um processo de lixiviação ou de dissolução controlada, que corresponde à injeção de água em maciços de sal-gema, com a respetiva extração de salmoura resultante. A água utilizada na construção de cavernas é bombeada através de vários furos dissolvendo o sal-gema, criando o volume para posterior armazenamento do gás. A salmoura resultante é posteriormente aproveitada por uma empresa vizinha - a Renoeste. A localidade do Carriço, em Pombal, foi o local selecionado, pois tem um forte potencial de desenvolvimento de novas cavidades, dadas as suas características geológicas profundas, ligadas à existência de um domo evaporítico. Existe algum impacte ambiental devido à utilização de água doce, no entanto este é reduzido, pois é utilizada água imprópria para consumo, 80% da qual, uma vez usada, é depositada no mar. As cavidades de armazenagem têm forma cilíndrica, são construídas entre os 1000 m e os 1400 m de profundidade, cada uma com cerca de 300 m de altura e um diâmetro entre os 60 e os 70 m. O sistema de medição e de análise deste complexo permite realizar controlos precisos das quantidades e da qualidade do gás natural movimentado. O complexo do Carriço tem funcionado como opção preferencial para o depósito das reservas estratégicas de gás do país, sendo a sua utilização muito esporádica.

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UM DINOSSÁURIO DAS AMÉRICAS EM ANDRÉS (POMBAL)

Sara Fernandes, Corália Matos, Vanessa Silva, Ângela Soares

Escola Básica 2,3 Marquês de Pombal Rua dos Bombeiros Voluntários, 3100-481, Pombal

8º Ano, Turma F

Palavras-chave: Allosaurus fragilis; Andrés (Pombal); Jurássico superior. A espécie Allosaurus fragilis, até à data apenas conhecida da Formação Morrison (Jurássico superior), do Oeste dos Estados Unidos da América, é uma das mais bem conhecidas espécies de dinossáurios do grupo dos Theropoda (terópodes), o grupo que alberga todos os dinossáurios carnívoros não-avianos. Como resultado de um estudo realizado por uma equipa internacional, foi identificado em Portugal o primeiro fóssil de dinossáurio do Jurássico europeu, com características indiscutíveis de um terópode allosaurídeo. O espécime estudado, encontrado em 1998, proveniente da localidade de Andrés (Pombal-Leiria), constituiu a primeira ocorrência de restos de dinossáurios da espécie Allosaurus fragilis fora da América do Norte. Esta espécie tornou-se, assim, na primeira conhecida em dois continentes distintos. Este facto suscitou-nos as seguintes questões-problema: Que inferências se podem fazer a partir desta descoberta? E como se caracteriza morfologicamente este dinossáurio? Para dar resposta as estas questões definiram-se os seguintes objetivos: caracterizar a espécie Allosaurus fragilis e compreender a sua importância para explicar a dinâmica da Tectónica de Placas. O nosso estudo enquadra-se nas Orientações Curriculares para o 8.º ano de escolaridade no tema Sustentabilidade na Terra – Gestão Sustentável dos Recursos”. O presente trabalho foi elaborado em espaço extracurricular e seguiu a metodologia de projeto. A presença de Allosaurus em Portugal contribuiu para a confirmação de que há 150 milhões de anos, no Jurássico superior, haveria possibilidade de passagem de faunas terrestres entre a Península Ibérica e a América do Norte por, então, estarem bem mais próximas. Este espécime era um dinossáurio carnívoro, bípede e de grandes dimensões. Possuía grandes mandíbulas, repletas de grandes dentes serrilhados em forma de faca, e grandes garras curvas e afiadas nas mãos. Julga-se que seria um predador robusto, mas ao mesmo tempo ágil, podendo ter atingido velocidades elevadas em corrida. A descoberta de fósseis de Allosaurus em Portugal (em Andrés, concelho de Pombal, e em Cambelas, concelho de Torres Vedras) foi bastante interessante, pois este dinossauro era apenas conhecido dos EUA, e a sua descoberta em Portugal sugere a possível existência de uma rota migratória entre ambos os lados do Paleoatlântico, a qual seria praticável, sobretudo, durante intervalos de descida do nível médio da superfície oceânica.

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POLUIÇÃO POR PARTÍCULAS NA ÁREA DA ESCOLA 2,3 MARQUÊS DE POMBAL

Andreia Brito; Inês Ferreira; José Ferreira; Carina Pedrosa; Luísa Rodrigues

Escola Básica 2,3 Marquês de Pombal

Rua dos Bombeiros Voluntários, 3100-481, Pombal

8.º Ano, Turma F

Palavras-chave: Magnetismo Ambiental; Partículas; Poluição Automóvel. A poluição por partículas pode afetar a saúde e a qualidade de vida do ser humano e dos seres vivos em geral. As partículas finas com diâmetro inferior a 10 µm são inaláveis e nocivas, sobretudo para quem sofre de doenças respiratórias e cardiovasculares. Estas partículas provêm, sobretudo, do trafego automóvel que, por um lado, as emite e por outro coloca em movimento as partículas que estavam depositadas no pavimento. O Magnetismo Ambiental é o estudo das propriedades magnéticas dos materiais em estudos ambientais. Este método, quando comparado com outros métodos analíticos, apresenta vantagens, pois é fácil a preparação das amostras e as determinações dos parâmetros magnéticos. A sua utilização permite investigar e caraterizar paleosolos, paleoclimas, mesmo contaminações ambientais de origem natural ou por ação do ser humano. No sentido deste último ponto surgiu-nos a seguinte questão-problema: Como variam os níveis de partículas na área da nossa escola? Para dar resposta a esta questão definiram- se os seguintes objetivos: identificar os efeitos nocivos destas substâncias na saúde humana; avaliar os índices de poluição atmosférica, por partículas, na área da Escola 2,3 Marquês de Pombal e inferir sobre a qualidade do ar nesta área. O nosso estudo enquadra-se nas Orientações Curriculares para o 8.º ano de escolaridade, no tema organizador “Terra em Transformação - Recursos naturais - Utilização e consequências”. O trabalho foi elaborado em espaço extracurricular e seguiu a metodologia de projeto. Para avaliar a concentração das partículas utilizámos 10 esponjas coletoras com 10 cm de comprimento que foram colocadas a 05 m; 1m e 1,5 m de altura do solo, durante 1 mês (1 de janeiro a 1 de fevereiro). Todas as amostras foram enviadas para o Departamento Ciências da Terra da Universidade de Coimbra para avaliar os níveis de partículas, através do método de Magnetismo Ambiental. Como uma elevada percentagem das partículas poluentes são ferrimagnéticas são facilmente detetadas através dos parâmetros magnéticos. Estes permitem-nos concluir acerca do tipo de partículas, da sua composição e tamanho. No presente estudo concentrámo-nos nas partículas com diâmetro inferior a 10 micra (PM10). Da análise dos dados obtidos podemos concluir que, no intervalo de tempo em estudo, os valores obtidos não são muito elevados. Para os locais amostrados não foi possível definir um padrão relativamente à variação dos valores em função da altura das amostras. Assim, deveremos considerar as médias por local de amostragem. Em suma, concluímos, que a qualidade do ar na área considerada apresenta valores dentro dos parâmetros normais.

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DO BIG BANG À VIDA

Ana Antunes, Márcia Pires, Ana Santos, Mariana Soares

Escola Básica nº 2 da Lousã Rua Eng.º Gil D’Orey

8ª Ano, Turma C

Palavras-chave: Sistema Solar; Teorias; Terra; Universo; Vida. A participação no Congresso de Jovens Geocientistas é uma atividade que a nossa escola considera muito relevante, e o testemunho de colegas que já participaram desperta a vontade de participar. E assim foi. Quando a professora lançou o desafio, rapidamente o abraçámos. Passo seguinte, definição da situação-problema. A vida é a nossa essência enquanto seres vivos e a característica mais marcante do planeta Terra. A questão “De onde surgiu a Vida?” foi e continua a ser uma grande interrogação. A procura da resposta, com base em pesquisa bibliográfica, leva-nos ao nascimento da Terra, à formação do Sistema Solar e à origem próprio Universo, que tentamos compreender. O nascimento do Universo, de acordo com a teoria do Big Bang, ter-se-á dado há cerca de 15 a 20 mil milhões de anos e consistiu numa explosão que lançou matéria e energia em todas as direções. Após um aumento da densidade da matéria em determinados locais do Universo, iniciou-se a formação de galáxias. A galáxia onde se localiza o Sistema Solar denomina-se Via Láctea. A hipótese mais aceite para a formação do Sistema Solar é a Teoria Nebular, segundo a qual o Sistema Solar começa com a formação de uma nuvem primordial achatada, fria e em rotação, constituída por gases e matéria interestelar mas enriquecida com elementos pesados – o chamado disco protoplanetário. Há cerca de 4600 milhões de anos atrás, de entre a matéria que rodeava o Sol, teve início uma série de processos que culminaram na formação dos planetas, entre os quais se encontra a Terra, um dos planetas telúricos ou rochosos. As condições geológicas, químicas, físicas e ambientais da Terra evoluíram até permitir o aparecimento da Vida. A temperatura média, nomeadamente permitindo água no estado líquido, a composição inicial da atmosfera, os valores da gravidade, a crusta sólida e o efeito estufa são alguns dos fatores que contribuíram para o aparecimento da Vida na Terra. Existem várias hipóteses para explicar a origem da Vida: sobrenatural, geração espontânea, cosmozoica, autotrófica e heterotrófica. Atualmente, as teorias científicas mais aceites consideram que a Vida terá emergido na sequência de processos em que os primeiros compostos orgânicos foram sintetizados abioticamente na Terra, durante um longo período.

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EROSÃO COSTEIRA NO LITORAL CENTRO DE PORTUGAL – O CASO DO SETOR DE BUARCOS

Francisco Barreto, Bernardo Macedo, Guilherme Neves, Gonçalo Pessoa

Escola Básica nº 2 da Lousã

Rua Eng.º. Gil D’Orey

8º Ano, Turma D

Palavras-chave: Barragens; Cabo Mondego; Deriva costeira; Défice sedimentar; Ondulação. O Congresso de Jovens Geocientistas é uma atividade na qual a nossa escola se envolve com especial interesse, motivando-nos assim que o desafio é lançado. As férias de verão na Figueira da Foz sugeriram a situação-problema: Quais os fatores responsáveis pela intensa erosão costeira? A metodologia tem por base a pesquisa bibliográfica, a seleção e a organização da informação. No litoral entre o Cabo Mondego e Buarcos – o setor de Buarcos - ocorre uma intensa erosão, traduzida em progressiva perda de areia da praia e no desabamento da marginal oceânica. O Cabo Mondego é uma arriba articulada com uma plataforma rochosa de abrasão marinha. Para norte, há uma extensa praia arenosa que se prolonga até Espinho. No setor de Buarcos a costa inflete para NW-SE e diminui de altitude, alternando setores de arriba com trechos arenosos. A sul da embocadura retoma um traçado retilíneo NW-SE em costa arenosa. As ondas quase sempre atingem a costa obliquamente, o que nas praias arenosas gera um movimento em ziguezague das areias na face de praia, subindo com rebentação e descendo com o refluxo. Assim, gera-se um fluxo de água e areia ao longo da costa – a deriva litoral – cuja orientação depende de que lado se dá o ataque da onda. A praia é, pois, como um rio de água do mar e de areia! No caso da costa ocidental portuguesa, ao longo do ano predominam as ondas de noroeste, o que cria uma deriva litoral para sul. Assim, as areias provenientes de norte contornam o Cabo Mondego e alimentam o setor de Buarcos. Apenas nos meses de inverno a ondulação roda para oeste, situação em que o Cabo Mondego funciona como a quilha de um barco, com deriva para norte, a norte, e para sul no setor de Buarcos. Nos anos com características da agitação marítima típicas, a areia proveniente de norte na maior parte do ano compensa a que é retirada no inverno. Porém, bastante menos areia contorna o cabo nos anos em que a ondulação se mantém por mais tempo que o habitual de oeste. Deste modo, cria-se um défice sedimentar no setor de Buarcos e este entra em erosão. Para além da particularidade da orientação do setor de Buarcos, o problema é agravado pelo défice geral de areia na costa portuguesa, resultante da remoção de areias do trânsito sedimentar, essencialmente pelas barragens.

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A TERRA NO EOCÉNICO

Rui Matos, Tomás Regodeiro, Pedro Tomás

Escola Básica nº 2 da Lousã Rua Eng.º Gil D’Orey

8ª Ano, Turma C

Palavras-chave: Azolla; Clima; Correntes marinhas; Geodinâmica; Mamíferos. O interesse em participar no Congresso de Jovens Geocientistas levou-nos a

selecionar uma situação-problema. O estudo da temática“A Terra conta a sua

história” despertou um interesse específico sobre o período Eocénico. Assim,

procurámos dar resposta à questão: Quais as características da Terra no Eocénico? Este trabalho teve como objetivo compreender melhor a História da Terra, especificamente neste período, caracterizando o clima, a disposição dos continentes, a fauna e a flora. Para responder ao problema seguiu-se um trabalho de pesquisa bibliográfica, de visionamento de documentários e posterior seleção e organização da informação. O Eocénico é um Período geológico da Era Terciária. Seguiu-se ao Paleocénico e antecedeu o Oligocénico, portanto aproximadamente entre há 54 e 38 milhões de anos. A temperatura da Terra neste período foi em média superior à atual, o que favoreceu o desenvolvimento de florestas tropicais. O período inicia-se com um evento de intenso aquecimento global (o Máximo Térmico Eocénico), que durou cerca de 100.000 anos, mas foi suficiente para uma extinção em massa que revolucionou sobretudo a fauna. A fase quente do Eocénico inferior é conhecida como Ótimo Eocénico, mas incluiu o Evento Azolla, uma proliferação explosiva de pteridófitas marinhas de baixa salinidade, que terá contribuído para uma redução de 80% do dióxido de carbono e a um episódio de arrefecimento global. O Eocénico é também caracterizado por uma grande atividade geodinâmica. A separação da Antártida da Austrália modificou as correntes marinhas, e em meados do período o clima começou a sofrer um arrefecimento significativo. O clima tornou-se mais seco, diminuindo a distribuição dos bosques tropicais, que deram lugar a planícies mais abertas em diversas regiões do mundo. O aparecimento destas áreas abertas é relacionado com a evolução dos primeiros grandes mamíferos que se tornaram o grupo dominante: iniciaram a sua existência no Eocénico vários grupos de roedores, artiodáctilos, carnívoros, perissodáctilos, baleias e símios. No final do Eocénico, entre há 33 e 34 milhões de anos, a temperatura global diminuiu rapidamente, dando início ao processo de glaciação antártica. Esta mudança climática drástica terá sido a principal causa, embora não única, da extinção de cerca de 20% da fauna do planeta – a chamada “Grand Coupure” (Grande Corte).

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APRENDER GEOLOGIA A PARTIR DO CONTO “A AIA” DE EÇA DE QUEIRÓS

Pedro Rodrigues, Patrícia Santos, Rita Santos

Escola Básica nº 2 da Lousã

Rua Gil D`Orey - Lousã

9º Ano, Turma C

Palavras-chave: “A Aia”; Eça de Queirós; Minerais; Rochas. Eça de Queirós nasceu em Póvoa de Varzim, em 25 de Novembro de 1845, e faleceu em Paris, em 16 de Agosto de 1900. Formou-se em Direito, em Coimbra, e, mais tarde, foi cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e Paris. Apesar de mais conhecido pelos seus romances, também escreveu alguns contos, entre os quais “A Aia”, reunidos num só volume, em 1902. Neste conto, que faz parte do programa de Português do 9º ano de escolaridade, o autor usa palavras, algumas em sentido figurado, para designar conceitos habitualmente estudados em Geologia. Neste trabalho, desenvolvido no âmbito da disciplina de Ciências Naturais, pretendemos realçar os espaços principais, do interior do palácio, onde decorre a ação, em especial, a galeria de mármore e a câmara dos tesouros, para responder à questão: Podemos reconhecer conceitos geológicos no conto “A Aia” de Eça de Queirós? Os objetivos principais foram: procurar e assinalar os conceitos geológicos presentes no texto; encontrar a definição das palavras em livros de Geologia; pesquisar imagens associadas a alguns conceitos em livros e na Internet; e aprender Geologia, a partir do estudo deste conto. A metodologia utilizada incluiu: 1) leitura e análise do conto, com a ajuda do professor de Português; 2) seleção dos termos relacionados com a Geologia; e 3) determinação do seu significado. As palavras encontradas foram, por exemplo: esmeraldas, rubis, oiro, pérolas, diamantes, rocha, ferro, pedrarias, mármore e pedras preciosas, algumas dos quais usadas, no texto, mais do que uma vez. Alguns dos termos estão relacionados com os conteúdos estudados em Ciências Naturais, no 7º ano de escolaridade, mas outros não eram conhecidos em pormenor e foi necessário pesquisar o seu significado. No final do trabalho, concluímos que: o conto analisado inclui um conjunto de palavras do léxico geológico, em especial, relacionadas com os recursos geológicos, e aprendemos sobre Geologia, a partir do conto “A Aia” de Eça de Queirós.

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ROTEIRO VIRTUAL NA REGIÃO DA LOUSÃ

Edgar Lima, Guilherme Gaspar, Leonardo Duarte, Renato Simões

Escola Básica Nº 2 da Lousã; Rua Gil D´Orey – Lousã 8º Ano, Turma A

Palavras-chave: Aulas de campo; Carta Geológica de Portugal; Geologia; Google Earth. O trabalho que realizámos insere-se no âmbito do programa de Ciências Naturais do 7º ano de escolaridade: “Dinâmica externa da Terra – rochas, testemunhos da atividade da Terra e paisagens geológicas”. Para orientar o nosso trabalho delimitámos a seguinte questão: Qual o interesse da realização de um roteiro geológico e histórico-cultural multimédia da região da Lousã, para a nossa aprendizagem? Para desenvolver o trabalho definimos os seguintes objetivos: dar a conhecer, em formato multimédia a geologia e o património histórico da região da Lousã, através de um roteiro geológico, histórico e ambiental; desenvolver um trabalho colaborativo e de investigação das matérias curriculares associadas à utilização de ferramentas multimédia da Web 2.0, nomeadamente o Google Earth (GE); e, simultaneamente, partilhar informação na Internet. Para desenvolver o tema, recorremos a: 1) pesquisa bibliográfica sobre a geologia da serra da Lousã e sobre o património arquitetónico documentado; 2) consulta da Carta Geológica de Portugal, Folha 19-D (Coimbra-Lousã); 3) trabalho de campo com recolha de material fotográfico; 4) e ao apoio dos professores de Ciências Naturais e de História. O roteiro que pretendemos divulgar compreende a região da Senhora da Candosa e do Cabril – Lousã, com três paragens: 1 – Senhora da Candosa, com duas etapas, 2 – Cabril, com 5 etapas, 3- Lousã, Burgo, com 2 etapas. Este itinerário, desenvolvido no Google Earth (ficheiro Kmz), permite simular uma "visita guiada" em 3D, com o auxílio de fotografias e textos, que tentam ser o “guia” da visita. As fotografias permitem não só localizar as diversas paragens do percurso, mas também facilitar a compreensão dos processos apresentados. Ainda que os roteiros multimédia não substituam as aulas de campo, têm a vantagem de estar sempre disponíveis, não apresentando qualquer tipo de condicionantes, como, por exemplo, as condições atmosféricas e as dificuldades de acesso aos locais de interesse geológico. Para além de permitirem a inclusão de dados e de conteúdos (desde textos a fotos e animações, imagens 3D, caminhos, visitas guiadas, placemarks...), apresentam grande interatividade, permitindo viajar virtualmente pelos lugares identificados. Numa perspetiva transdisciplinar, o trabalho articulou-se particularmente com a disciplina de História, pois pretendemos fomentar o interesse, também, pelo património histórico e cultural, conduzindo-nos a refletir, investigar, divulgar e partilhar o património. Os trabalhos no campo permitem-nos contactar diretamente e interagir com os objetos geológicos, aumentando o nosso interesse pela Geologia. Uma alternativa possível é a utilização de percursos multimédia.

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POLUIÇÃO POR PARTÍCULAS NA VILA DA LOUSÃ II

Joana Barata, Ana Monteiro, Ana Trindade

Escola Básica Nº 2 da Lousã Rua Gil D´Orey, 3200-240 – Lousã

9º Ano, Turmas B e C

Palavras-chave: Magnetismo ambiental; Poluição; Tráfego rodoviário.

As partículas podem ter origens variadíssimas, podem ser naturais e artificiais, inorgânicas e orgânicas, e contribuem para poluir o ar. A qualidade do ar está relacionada com a ação que os valores da concentração dos vários poluentes têm,

na saúde humana. Em 2012, no VII Congresso dos Jovens Geocientistas, apresentámos o trabalho: Poluição por partículas na vila da Lousã. Utilizámos um método que nos permitiu relacionar os valores mais elevados, do parâmetro medido, com os locais de maior poluição. O parâmetro determinado foi a magnetização remanescente isotérmica a 1 tesla (MRI1 T) das partículas. Então, medimos amostras de líquenes de locais selecionados. Em 2013, para dar continuidade ao trabalho sobre a poluição por partículas na vila da Lousã, delimitámos a seguinte questão: Se utilizarmos outro método de amostragem, obteremos resultados idênticos? Procedemos a uma nova amostragem, recolhendo poeiras acumuladas nos pavimentos das ruas. Os objetivos foram os seguintes: comparar o nível de poluição nos locais amostrados e os resultados da poluição por partículas, encontrados nos líquenes e nas poeiras. Amostrámos as poeiras que se acumulam nas ruas da vila, próximo das árvores onde retirámos os líquenes, em 2012. Para obter estas partículas, usámos pincéis e folhas de papel. As amostras, depois de preparadas, foram medidas nos equipamentos de Magnetismo Ambiental do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra. Os resultados obtidos variaram entre um valor mínimo de MRI a 1T de 641,79 Am

-1kg

-1 (amostra 1.1) e um valor máximo de

10373,50 Am-1

kg-1

(amostra 1.6). Como esperado, as poeiras dos pavimentos acumulam maiores quantidades de partículas, com origem no tráfego automóvel, do que os líquenes. Dos locais amostrados, o que apresenta menores níveis de poluição é o que se localiza na rua da nossa Escola (Rua Pedro Lemos) e o valor mais elevado é relativo a um cruzamento da avenida principal, com muito trânsito. Para os 2 métodos de amostragem, os locais de menor e de maior nível de partículas poluentes são coincidentes.

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NAUFRÁGIO DO OCEANO AZUL

Ana Sequeira, Ana Vaz, Diana Raposo, Eloi Marques, Inês Rodrigues, Raul

Bastos, Sofia Santos

Escola BI/JI Prof. Doutor Ferrer Correia Senhor da Serra – Semide – Miranda do Corvo

9º Ano, Turma H

Palavras-chave: Ciclo da água; Clima Global; Poluição; Recursos Naturais; Sustentabilidade. Com a elaboração deste trabalho procurámos conhecer melhor a importância dos Oceanos, bem como avaliar e alertar para o impacto da ação do Homem. Para isso, utilizámos recursos bibliográficos e tecnológicos, incluindo análise e debate de textos e documentários. As águas oceânicas ocupam 71% da superfície da Terra, sendo o reservatório de maior importância no ciclo da água, pois contêm 97% de toda a água da superfície do planeta. As interações entre o oceano e a atmosfera são condicionantes fundamentais do clima, pois promovem correntes marinhas, a redistribuição do calor solar na Terra, sobretudo através da circulação termo-halina, e a proximidade do mar torna o clima mais húmido e a temperatura mais amena. Os oceanos desempenham um papel vital na regulação da vida do planeta, não só pela enorme biodiversidade – a maior do planeta corresponde aos mares costeiros tropicais - mas também porque 70% do oxigénio libertado para a atmosfera é produzido pelo fitoplâncton durante o processo fotossintético. Também o modo de vida do Homem depende do Mar. Anualmente, cerca de 100 milhões de toneladas de pescado são a principal fonte de proteína para 2.000 milhões de pessoas. Muitas algas e animais marinhos são utilizados para variadíssimos fins: industrial, fotográfico, alimentar, farmacêutico, medicinal, etc.. Do mar são extraídos minerais, como o magnésio, bromo e o cloreto de sódio. Mas a atividade humana está a colocar em risco as riquezas oceânicas. Entre os impactos mais significativos podem-se referir a poluição marinha por derrames industriais e petrolíferos, e os efluentes domésticos, agrícolas, industriais e mineiros. Além disso, o Homem ameaça a vida nos oceanos com a pesca intensiva e a destruição de habitats, sobretudo nas zonas costeiras, com a construção de portos e barragens em zonas cruciais para muitos ciclos de vida. O Oceano é um sistema natural complexo, e garante da qualidade de vida para as comunidades humanas, cuja maioria vive em zonas costeiras. Proteger os recursos marinhos é muitas vezes visto como uma questão ambiental, mas deve também ser encarado como questão económica e política. Só uma perspetiva de uso sustentável permite garantir que o Oceano funciona naturalmente, podendo gerar riqueza económica e qualidade de vida.

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ÁGUA, UM RECURSO A PARTILHAR!

Zita Alexandre, Tânia Correia, Inês Ferreira, Mariana Godinho, Samuel Santos, e Maria Sousa

Escola BI/JI Prof. Doutor Ferrer Correia

Senhor da Serra – Semide – Miranda do Corvo

9º Ano, Turma H

Palavras-chave: Água; Cooperação; Escassez; ONU. Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Geografia e com ele procurámos compreender a pertinência de a ONU proclamar 2013 como o ANO

INTERNACIONAL DA COOPERAÇÃO PELA ÁGUA. A metedologia utilizada incluiu a pesquisa bibliográfica e leitura e análise de textos disponíveis e selecionados na Internet. Dados da ONU indicam que, presentemente: 1) da água do Planeta Terra, apenas 0,4% estão disponíveis para utilização; 2) cerca de 20% da população mundial não tem acesso a água potável; 3) 40% não é servida por sistemas de saneamento básico; e 4) estima-se que 2 mil milhões de pessoas, distribuídas por mais de 40 países, já se deparam com problemas de escassez de água. De acordo com a visão prospetiva do Relatório de Desenvolvimento da ONU, em 2050, a probabilidade de um cidadão viver num país afetado por escassez crónica ou recorrente de água doce será de 25%. Desde a Conferência da ONU de 1977, na Argentina, até à Cimeira do Rio em 1992, tem sido dada uma ênfase crescente à problemática da água, enquanto recurso fundamental para a manutenção dos ecossistemas e para o desenvolvimento socioeconómico. O aumento significativo da população mundial e do consumo têm contribuído consideravelmente para a diminuição da disponibilidade de água per capita. A diminuição da quantidade e qualidade da água intensifica uma competição pela sua posse pelos diferentes utilizadores, situação que se torna ainda mais complexa quando este recurso fundamental tem que ser partilhado entre países. De acordo com a FAO, desde o ano 805 dC, foram assinados mais de 3600 Tratados relativos a recursos hídricos internacionais. A experiência acumulada ao longo dos últimos 50 anos, durante os quais foram assinados cerca de 150 Tratados, monstra que a partilha da água gera maioritariamente cooperações de sucesso. A proclamação de 2013 como Ano Internacional da Cooperação pela Água tem como objetivo alertar para as questões relacionadas com a água, ao nível quer das potencialidades para a cooperação entre nações e organizações, quer dos desafios que se colocam à gestão dos recursos hídricos. Por último, convém salientar que, sendo a água um recurso universal e transversal, a sua utilização deverá ser perspetivada numa ótica de Desenvolvimento Sustentável, substituindo a “competição” entre os Estados, pela “partilha”.

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EXPLORAÇÃO DAS ÁGUAS TERMAIS DE SÃO PEDRO DO

SUL E CARVALHAL (CASTRO DAIRE) EXEMPLOS DE EXPLORAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Andreia Reis, Bruno Oliveira, Catarina Parente, Rute Silva

Escola Secundária Alves Martins Av. Infante D. Henrique, 3514-507 Viseu

12º Ano, Turma A1 (Ensino Recorrente)

Palavras-chave: Água subterrânea; Água termal; Hidrogeologia; Termalismo. As águas subterrâneas podem ser exploradas com fins terapêuticos, como por exemplo nas termas (água termal), ou serem utilizadas para a produção de energia geotérmica, caso possuam uma temperatura suficientemente elevada. No âmbito da Geologia de 12º ano, enquadrado no capítulo “Exploração das águas superficiais e subterrâneas”, estudaremos o exemplo das termas de S. Pedro do Sul e Carvalhal, de maneira a conhecermos alguns aspetos geológicos e respetivas implicações socias. A zona de Dão Lafões possui uma grande variedade de termas sobre as quais poderíamos incidir o nosso trabalho, mas como no grupo existem elementos de Castro Daire e S. Pedro do Sul optámos por fazer uma comparação das termas do Carvalhal e S. Pedro do Sul, no que respeita ao enquadramento geológico, às características das águas termais e respetivas aplicações. A questão que inicialmente foi colocada e que nos despertou de imediato interesse foi: É possível relacionar as termas de S. Pedro do Sul e as termas do Carvalhal? Investigarmos sobre o assunto irá trazer-nos mais-valias. Para além de obtermos maior conhecimento sobre as termas da região, podemos conhecer melhor de que forma os conhecimentos de geologia são importantes para o nosso quotidiano, por exemplo, como ocorrem as águas termais e para que servem em termos medicinais. Os métodos utilizados para a obtenção de informação foram, essencialmente, a pesquisa em bibliografia de referência e na Internet e conhecimentos adquiridos anteriormente em contexto social. Concluímos que apesar das características das águas termais de S. Pedro do Sul e do Carvalhal não serem muito distintas (ambas são sulfúreas), muito devido às semelhanças no que concerne à geologia e estruturas geológicas da região (maciços graníticos recortados por falhas), há melhor aproveitamento dessa água em S. Pedro do Sul (termalismo e aproveitamento geotérmico). As termas de S. Pedro do Sul são mais conhecidas e frequentadas que as do Carvalhal, mas ambas tem um valor medicinal importante para quem as frequenta e no termalismo nacional (1º e 4º centro de termalismo em Portugal em 2010, no que se refere ao número de utentes).

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MONITORIZAÇÃO DOS NÍVEIS DE OZONO TROPOSFÉRICO REGISTADOS EM VILA VELHA DE RÓDÃO

Soraia Damas, Nuno Pais, Jéssica Rodrigues

Escola Secundária/3 Amato Lusitano

Av. Pedro Alvares Cabral, 6000-085 Castelo Branco

12º Ano, Turmas CT1 e CT3

Palavras-chave: Fita Química; Ozono; Poluição; Sensor; Vila Velha de Ródão. A presença de ozono na Troposfera traduz-se na sua consideração como um poluente que pode colocar em risco a saúde humana. Este gás é um poluente secundário que resulta da transformação fotoquímica de poluentes primários presentes na atmosfera, em particular dos óxidos de azoto (NOx) e dos compostos orgânicos voláteis (COV) sob o efeito da radiação ultravioleta. Sendo um poderoso oxidante, a sua excessiva exposição pode desencadear ou agravar as dificuldades respiratórias. Com o intuito de avaliar os níveis de ozono em Vila Velha de Ródão, deslocámo-nos a esta localidade nos dias 19 de dezembro de 2012 e 2 de janeiro de 2013, efetuando sempre as medições entre as 11:30 e as 12:30 horas. Par tal, uma fita química sensível à presença de ozono foi exposta ao ar livre durante uma hora, após o que foi inserida no scanner que procede à sua leitura. Obtivemos, respetivamente, os valores de 24 µg/m³ e 26 µg/m³. De acordo com a legislação em vigor (Diretiva 2002/3/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 12/02/2002 e DL nº 320/2003), o Limiar de Informação corresponde a 180 µg/m³ (média horária) enquanto o Limiar de Alerta é de 240 µg/m³ (média horária). Assim, no período relativo às duas análises não se atingiram valores de ozono considerados nefastos. Tal deve-se ao facto de Vila Velha do Ródão ser uma pequena vila do interior do país, onde o tráfico automóvel é reduzido e ao facto das medições terem sido feitas no inverno, quando a radiação que atinge a Terra é menor.

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ANÁLISES ÀS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E BATERIOLÓGICAS DA RIBEIRA DA LÍRIA A MONTANTE E A JUSANTE DA VILA DE ALCAINS (CASTELO BRANCO)

Ana Horta, Vanessa Leirinha, Sandrina Martins

Escola Secundária/3 Amato Lusitano

Av. Pedro Alvares Cabral, 6000-085 Castelo Branco

12º Ano, Turma CT3

Palavras-chave: Análises Físico-químicas e Bacteriológicas; Jusante; Montante; Qualidade da água; Ribeira da Líria. O percurso da Ribeira da Líria induziu a génese do núcleo do povoamento que é hoje a Vila de Alcains. Para além da atividade agrícola promovida nas suas margens, esta linha de água também recebe efluentes de origem doméstica e industrial e, como tal, propusemo-nos avaliar as caraterísticas físicas, químicas e bacteriológicas da água da ribeira, fazendo também uma comparação com base em duas amostras. A primeira foi recolhida a montante da Vila de Alcains e a segunda a jusante da povoação. Em laboratório procedemos às análises físicas, químicas e bacteriológicas com base nos seguintes parâmetros: pH, alumínio, cloretos, dureza, nitratos, nitritos, ferro, sulfatos, manganês, Coliformes totais, Escherichia coli, Estreptococos fecais e Coliformes fecais. Há, inequivocamente, alterações de natureza física e química da água da ribeira de montante para jusante da vila. Na verdade, verifica-se um aumento dos valores de alumínio e uma diminuição dos valores de cloretos e de dureza. A nível microbiológico, registaram-se valores elevados de Coliformes totais, Escherichia coli, Estreptococos fecais e Coliformes fecais nas duas amostras. No desenvolvimento do trabalho, propomo-nos averiguar as razões dos valores registados e enquadrar os resultados verificados nos parâmetros legais relativos às caraterísticas da água de linhas de fluviais.

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AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE ACIDEZ NA PRECIPITAÇÃO OCORRIDA EM CASTELO BRANCO NO OUTONO/INVERNO DE

2012-2013

Alexandra Lucas, Cristiana Ramos, Rita Ribeiro

Escola Secundária/3 Amato Lusitano Av. Pedro Alvares Cabral, 6000-085 Castelo Branco

12º Ano, Turma CT3, CT1

Palavras-chave: Castelo Branco; Chuva ácida; Precipitação; pH. Castelo Branco é uma cidade do interior de Portugal, como tal afastada das grandes áreas de concentração demográfica e industrial do país. Neste quadro geográfico, o propósito desta investigação é avaliar os níveis de acidez na precipitação atmosférica ocorrida no outono/inverno de 2012-2013, de modo a verificar a existência, ou não, de precipitação ácida. Para a realização desta investigação, iniciada em novembro de 2012, aquando de um fenómeno de precipitação atmosférica, a água foi recolhida numa tina previamente colocada ao ar livre. Quando a quantidade era suficiente, a água era vertida para um gobelé previamente lavado com água destilada. Com o sensor de pH foram sempre efetuadas três medições em cada recolha, a partir das quais se calculou a média aritmética. Consideramos como precipitação ácida os valores inferiores a 5,6 na escala pH. Foram efetuadas, entre o início do mês de novembro e o dia 10 de janeiro de 2013, um total de doze medições. O valor mais baixo foi obtido no dia 9 de janeiro, com 5,20. O valor mais elevado foi registado no dia 2 de novembro, com um valor de pH de 7,23. Nos meses de Dezembro de 2012 e janeiro de 2013, o valor correspondente à média indica que se registou chuva ácida na cidade de Castelo Branco. Na verdade, os valores de 5,3 e de 5,28 estão claramente abaixo do valor de referência de 5,6. No mês de novembro do ano anterior, a média dos registos não se enquadra nos parâmetros relativos à ocorrência de precipitação húmida na forma ácida.

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RAIOS X, GEOLOGIA E ÁGUA EM MARTE?

Maria Moreira, Joana Santos, Patrícia Saraiva

Escola Secundária c/3º de Amato Lusitano

Avenida Pedro Álvares Cabral, 6000-085 Castelo Branco

12º Ano, CT1 e CT3

Palavras-chave: Bragg; Difração de raios X; Minerais; Rochas; Rover Curiosity. Os raios X são radiações eletromagnéticas muito energéticas com um comprimento de onda de 10

-10 m e frequência de aproximadamente 10

18 Hz. Os

raios X encontram-se entre as radiações ionizantes, uma vez que a sua energia é suficiente para transformar em iões os átomos com que interagem. A aliança da física com a geologia deu origem a várias utilizações da radiação X. A difração de raios X (DRX) consiste na caraterização de substâncias pela sua estrutura cristalina, uma vez que cada substância tem o seu próprio padrão de difração da radiação. Deste modo, registando como os cristais interagem com este tipo de radiação, é possível revelar a sua estrutura e composição química. Comemora-se nesta transição 2012-2013 o centenário da publicação da fórmula básica deste método analítico por Sir William Lawrence Bragg (1890-1971), conhecida justamente como “Lei de Bragg”. Por esta descoberta, o seu autor recebeu o Prémio Nobel da Física em 1915, com 25 anos, sendo ainda hoje o mais jovem laureado Nobel. Esta técnica possibilitou aos investigadores a descoberta e caracterização de variadíssimos compostos minerais, não só no nosso planeta, como também mais recentemente em Marte. Assim, a integração desta técnica não destrutiva nos veículos de exploração (rovers) enviados a Marte permitiu à ciência a obtenção de novos conhecimentos, através da identificação dos minerais presentes nas rochas marcianas. Os primeiros dados de DRX recolhidos pelo Curiosity identificaram uma associação de minerais semelhantes aos de solos de alteração de basaltos, como os existentes no Havai. Por outro lado, imagens de alta resolução apontam para a existência de rochas sedimentares com estruturas formadas por fluxo de água (rios), bem como de minerais que se formam tendencialmente em ambientes com água líquida, como os sulfatos de cálcio hidratados (os minerais gesso ou bassanite) e argilas. A técnica de DRX será aplicada agora a amostras retiradas a alguns centímetros de profundidade, o que permitirá aos cientistas obter mais dados sobre a evolução geológica do planeta vermelho e confirmar, indiretamente, a existência no passado de água líquida na superfície desse planeta.

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A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO DA ÁGUA USADA PARA CONSUMO: PROCESSOS USADOS PARA A POTABILIZAÇÃO

DA ÁGUA DA BARRAGEM DE SANTA ÁGUEDA

Rita Ferreira, Inês Frade, João Lima

Escola Secundária/3 de Amato Lusitano Avenida Pedro Álvares Cabral, 6000-085 Castelo Branco

11ºAno, Turma CSE

Palavras-chave: Abastecimento de água; Análises Físico-Químicas e Bacteriológicas; ETA; Laboratório. No ano letivo 2011/2012 foi realizado um trabalho cuja finalidade era provar que é necessário que a água de abastecimento público sofra um tratamento adequado. Como tal, foram recolhidas duas amostras de água da Barragem de Santa Águeda, as quais foram sujeitas a análises físicas, químicas e bacteriológicas que demonstraram a sua não potabilidade. Concluiu-se, assim, que era necessário haver um processo de tratamento da água de abastecimento público para que a água das torneiras possa ser consumida. O objeto de estudo do atual trabalho é o conhecimento dos vários processos utilizados pela Estação de Tratamento de Águas (ETA) de Sta. Águeda, uma vez que esta é a entidade responsável por tratar a água da referida Barragem. A ETA foi feita para satisfazer as necessidades da população dos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Vila Velha de Rodão e Fundão. Os processos utilizados são a Captação/Elevação, o Arejamento/Pré-Oxidação, a Remineralização, a Coagulação/Floculação, a Decantação, a Filtração, o Ajuste de pH, a Desinfeção Final e o Armazenamento de Água Tratada.

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A PAISAGEM GEOLÓGICA DE CASTELO BRANCO

Sofia Graça, Maria Vicente

Escola Secundária c/3 de Amato Lusitano Avenida Pedro Álvares Cabral, 6000-085 Castelo Branco

8º Ano, Turma B

Palavras-chave: Geomorfologia; Petrologia; Granito; Metamorfismo; Pedra de construção. O presente trabalho tem como objetivo a identificação da paisagem geológica da cidade de Castelo Branco e a relação das rochas ocorrentes nesse território, em particular as dominantes, com o relevo. Este estudo foi realizado no âmbito de um trabalho de grupo para a disciplina de Ciências Naturais. Para isso foi realizada uma saída de campo em que essencialmente se procedeu à identificação das rochas, mas também à recolha de fotografias e análise da localização dos afloramentos na Carta Geológica de Portugal à escala 1/50.000 (folha 24-D). Foi ainda feito um estudo comparativo entre os tipos de rochas encontrados nos afloramentos e os encontrados no edificado. A encosta do monte onde se encontra o castelo e outros relevos secundários são formados por granito de grão grosseiro e duas micas (biotite e moscovite), com grandes cristais de feldspato, razão pela qual é conhecido como “dente de cavalo”. Esta rocha foi utilizada nas muralhas do castelo e da cerca medieval, tendo também sido encontrada na parede de habitações simples, junto à Sé. As igrejas, as casas senhoriais e o edifício da Câmara Municipal foram construídos com granito de grão mais fino. Este pode ser observado em zonas de contacto com as rochas metamórficas, por exemplo no Monte da Cardosa. Note-se que os locais mais elevados são ocupados por rochas metamórficas muito resistentes, os quartzitos, e que estas rochas só foram utilizadas na (re)construção da muralha do castelo. A oeste do castelo dominam as rochas xistosas, resultantes de metamorfismo regional, mas também com metamorfismo de contacto comprovado pela existência de xistos mosqueados e corneanas nas proximidades do granito. Concluímos que a paisagem geológica é constituída por rochas metamórficas (metamorfismo regional e de contacto) e magmáticas plutónicas (resultantes de magma que solidificou em profundidade), e que as construções da cidade de Castelo Branco utilizaram preferencialmente o granito. As rochas mais resistentes à erosão ocupam as zonas mais elevadas do território.

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RECURSOS ENERGÉTICOS NA LOUSÃ ENERGIA EÓLICA - GIRAR GERA UM MUNDO MELHOR?

Margarida Albino, Ana Alves, Eva Carvalho, Ana Duarte, Mafalda Fernandes,

Filipa Ferreira, Ana Marques, Ana Sequeira, Bruno Simões

Escola Secundária da Lousã c/ 3º ciclo Rua Dr. Antonino Henriques 3200-232 Lousã

11º Ano, Turma B

Palavras-chave: Eólica; Geologia; Recursos; Sustentabilidade. Num mundo cada vez mais industrializado, os recursos energéticos tornam-se vitais graças ao crescimento económico e ao aumento demográfico. Estes mesmos recursos podem ser classificados como renováveis e não renováveis. Atualmente, devido à grave situação da poluição e à sobre-exploração dos recursos naturais não renováveis da Terra, o Homem tem recorrido à energia eólica para garantir um desenvolvimento sustentável, utilizando aerogeradores para a produção de energia elétrica através da ação do vento. Na Serra da Lousã existe um parque eólico. Será que a energia produzida está a contribuir para o desenvolvimento sustentável da Lousã? Este é o nosso problema. Para lhe dar resposta definimos os seguintes objetivos: “O que saberão os habitantes da Lousã acerca das eólicas associadas ao seu património natural?”, “Será vantajoso em termos energéticos a produção de energia eólica?” e “Qual a utilidade da energia produzida?”. Numa primeira fase do projeto elaborámos e aplicámos um inquérito de opinião aos Lousanenses sobre o parque referido, utilizando uma amostra de cem pessoas. De seguida, fizemos várias pesquisas junto de várias entidades, nomeadamente, da Câmara Municipal da Lousã, da EDP e na Internet. Concluímos que a maioria da população julga saber o propósito, as vantagens e considera que o parque é uma das soluções para o desenvolvimento sustentável da Lousã, embora em termos económicos não seja tão vantajoso como aparenta.

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RECURSOS MINERAIS QUAIS OS RECURSOS MINERAIS DISPONÍVEIS NA LOUSÃ?

Laura Barros, João Catulo, Daniela Ferreira, Pedro Filipe, Luís Miguez, Mariana

Rossa, Eduarda Teixeira

Escola Secundária da Lousã c/ 3º ciclo Rua Dr. Antonino Henriques 3200-232 Lousã

11º Ano, Turma B

Palavras-chave: Geologia; Lousã; Mineralogia; Rochas; Serra. Como habitantes da Lousã, seja qual for o lado para que nos viremos temos a possibilidade de contemplar a enorme beleza natural da Serra bem como as marcas deixadas pelos seus residentes por toda a região. Todas estas evidências (aldeias, poços de neve, entre outros) foram edificadas utilizando os recursos minerais disponíveis nesta zona. Surge-nos, assim, o nosso problema: quais os recursos minerais disponíveis na Lousã e qual a sua distribuição. Para responder a este problema definimos os seguintes objetivos: conhecer o que são recursos minerais, identificar os vários tipos existentes na Lousã, localizá-los na região e estudar, à escala mesoscópica, algumas amostras de rochas encontradas no terreno. Para responder a estes objetivos recorremos ao estudo de cartas geológicas e militares, a saídas de campo para recolha de amostras de rochas na Serra da Lousã e ao seu estudo na sala de aula. Concluímos que a zona da Lousã não tem grande variedade de rochas, predominando, sobretudo, rochas sedimentares e metamórficas.

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RECURSOS MINERAIS – EXPLORAÇÃO E APLICAÇÃO NO CONCELHO DA LOUSÃ

Inês Almeida, João Curvelo, Marisa Ferreira, Rafaela Gonçalves, João Graça,

Mariana Martins

Escola Secundária da Lousã c/ 3º ciclo Rua Dr. Antonino Henriques 3200-232 Lousã

10º Ano, Turma A

Palavras-chave: Aplicação; Exploração; Geologia; Mineralogia; Recursos. Com este trabalho pretendemos descobrir quais os recursos minerais explorados e respetivas aplicações no concelho da Lousã. Para responder a este problema definimos os seguintes objetivos: conhecer o que são recursos minerais; identificar quais os existentes e quais os explorados no concelho da Lousã, bem como conhecer algumas das suas aplicações. O projeto incluiu as seguintes fases: definição do problema; identificação dos recursos minerais existentes no concelho da Lousã, através da observação da Folha 19D (Coimbra-Lousã) da Carta Geológica de Portugal, à escala 1:50000; pesquisa dos recursos minerais explorados no concelho da Lousã, através do acesso à Internet, à Câmara Municipal, à Biblioteca Municipal e à rádio; saída de campo aos locais de exploração de alguns recursos minerais e procura das suas aplicações no concelho. Os recursos minerais predominantes no concelho da Lousã são o xisto, a areia, o arenito, os conglomerados e argilas, nomeadamente o caulino, que são recursos minerais não metálicos. No entanto, os que são atualmente explorados são o caulino e o xisto. Deste modo, nem todos os recursos minerais estão a ser explorados, de onde se conclui que o concelho da Lousã não está a aproveitar completamente tudo o que a Terra lhe oferece, e consequentemente, estes não estão a ter uma contribuição muito significativa para o desenvolvimento deste concelho.

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RECURSOS ENERGÉTICOS NA LOUSÃ ENERGIA HIDROELÉTRICA

Ana Cruz, Sara Lucas, Daniela Martins, Beatriz Rocha, Bruno Simões

Escola Secundária da Lousã

Rua Dr. Antonino Henriques, 3200-232 Lousã

10º Ano, Turma A

Palavras-chave: Energias renováveis; Energia hidroelétrica; Sustentabilidade; Lousã. As energias renováveis incluem todo o tipo de energia que não se esgota. A água, um dos recursos mais ricos da Terra, é uma fonte de energia renovável. Para além de ser fundamental à vida tal como a conhecemos, à água também pode ser utilizada na produção de eletricidade. A energia hidroelétrica provém da força das águas, originada através do potencial existente num rio, refletido em desníveis naturais ou artificiais. A central de Nossa Senhora da Ermida é uma microcentral hidroelétrica instalada na Ribeira de S. João, na Lousã. Será que a exploração da energia hidroelétrica é importante para o desenvolvimento sustentável do concelho da Lousã? Para responder a este problema, definimos os seguintes objetivos: compreender o que são energias renováveis; testar os conhecimentos dos lousanenses sobre energias renováveis; caracterizar a energia hidroelétrica e a Central Hidroelétrica da Nossa Senhora da Ermida e identificar qual o destino da energia nela produzida. O projeto compreendeu as seguintes fases: definição do problema e das questões a investigar; planificação do trabalho; pesquisa, seleção e organização da informação junto da EDP e com base na internet; elaboração, distribuição, análise e interpretação dos inquéritos a uma amostra de cem indivíduos lousanenses. Concluiu-se que a população lousanense tem, no geral, uma boa noção da importância das energias renováveis, mas apenas cerca de sessenta por cento tem conhecimento da existência da central hidroelétrica. As pesquisas, feitas na internet e na EDP sobre a central hidroelétrica, permitiram-nos concluir que o concelho da Lousã faz um bom aproveitamento da energia fornecida pelas suas águas, tendo em conta as suas limitações em termos de caudal.

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O HOMEM E O CLIMA

Susana Carvalho, Ana Cruz, Bruna Martins

Escola Secundária de D. Duarte Rua António Augusto Gonçalves, Coimbra, 3040, Portugal

11º Ano, Turma A

Palavras-chave: Aquecimento global; Aumento do buraco na camada de ozono; Clima; Desertificação. Atualmente, um dos maiores problemas relacionados com o meio ambiente são, as bruscas e imprevisíveis alterações climáticas a nível global que têm vindo a ocorrer ao longo dos anos. Segundo estudos efetuados pela IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) - órgão das Nações Unidas responsável por produzir informações científicas sobre o clima - há 90% de certeza que estes fenómenos estão a ser causados pela “mão” do Homem. O excessivo abate de árvores leva à desertificação, a pecuária e a revolução industrial provocaram o aumento da libertação de dióxido de carbono, e a utilização de sprays, frigoríficos e ar-condicionado, levou ao aumento da libertação dos Clorofluorcarbonetos (CFC´s). A investigação que fizemos permite-nos concluir que as consequências mais graves e imediatas da ação humana para o meio ambiente, são o aquecimento global (aumento da temperatura média da Terra), o aumento do buraco na camada de ozono (a libertação de CFC´s provoca alterações na referida camada, deixando um maior número de radiações ultravioletas passar para a superfície terrestre) e a desertificação (alteração de um determinado solo em deserto). No entanto, há efeitos não imediatos. O aquecimento global origina secas e epidemias; a desertificação leva à extinção de animais por perda de alimento e/ou de habitat que, por sua vez, conduz à perda de biodiversidade e à quebra de equilíbrio nos ecossistemas; o aumento da quantidade dos raios ultravioleta pode ter como consequência o cancro da pele. Mesmo assim é possível ainda reverter alguns dos danos sofridos pela Terra, através de pequenos gestos feitos por todos.

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OS OCEANOS E O LITORAL

Carolina Mendes, Tiago Neves

Escola Secundária de D. Duarte Rua António Augusto Gonçalves, Coimbra, 3040, Portugal

11º Ano, Turma A

Palavras-chave: Geomorfologia oceânica; Litoral; Oceanos; Recursos minerais. No âmbito da participação no 8º Congresso dos Jovens Geocientistas, na disciplina de Biologia e Geologia do 11º ano, foi realizado um trabalho acerca da importância dos oceanos e do litoral. Os oceanos ocupam cerca de 71% da superfície terrestre. Através do estudo da geomorfologia oceânica, é possível distinguir as plataformas continentais, os taludes continentais, as planícies abissais, as cristas médio-oceânicas e as fossas oceânicas. Nos oceanos são explorados diversos recursos naturais, tais como a pesca, a aquacultura, a energia, os minerais e a água potável. Da pesca dependem direta ou indiretamente cerca de 140 milhões de pessoas, sendo capturadas por ano cerca de 100 milhões de toneladas de peixe. Cerca de 25% das espécies capturadas estão sobre exploradas, podendo levar à sua extinção. A aquacultura é responsável pelas atividades e pela cultura de animais e vegetais aquáticos, como, por exemplo, a ostra e o camarão. O oceano oferece soluções energéticas tanto renováveis como não renováveis. O solo marinho é rico em magnésio, cobalto, cobre, níquel, e zinco. Através da dessalinização é possível obter água potável, o que se torna uma solução para a falta de água doce, uma vez que a sua escassez já se verifica em algumas regiões do planeta. Contudo, atualmente este processo encontra-se pouco desenvolvido devido aos elevados custos. O litoral corresponde ao contacto entre a terra e o mar. A irregularidade do relevo do litoral deve-se à erosão. Existem dois tipos de costa: a costa de arriba e a costa arenosa. O turismo constitui uma fonte de rendimento para os países costeiros, já que contribui para um aumento da economia e do desenvolvimento comercial. O oceano é fundamental para o equilíbrio ecológico do planeta. As interações entre o oceano e a atmosfera condicionam o clima mundial, não só pela distribuição de calor no globo, através das correntes marinhas, como também pela sua importância no ciclo da água.

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O INTERIOR DA TERRA PARA LÁ DO VISÍVEL

Raquel Paulino

Escola Secundária de D. Duarte

Rua António Augusto Gonçalves, Coimbra 3040, Portugal

11º Ano, Turma A

Palavras-chave: Métodos diretos; Métodos indiretos; Modelo Físico; Modelo Químico. Para quê o estudo do interior da Terra? A estrutura interna da Terra pode parecer distante das nossas preocupações diárias, mas a verdade é que possui grande importância no que respeita às necessidades mais básicas da humanidade, tal como o fornecimento de água e de recursos minerais, a proteção contra desastres naturais e o controlo da degradação ambiental. O seu estudo baseia-se em dois tipos de métodos: i) os métodos diretos, que consistem na observação direta a partir da exploração de jazigos minerais, das sondagens, dos afloramentos, da natureza dos magmas e dos materiais vulcânicos e do estudo das paisagens geológicas; ii) os métodos indiretos, que se baseiam em cálculos e estudos que incluem a astrogeologia (ou geologia planetária, que se centra na geologia dos corpos celestes), a gravimetria (que se ocupa das variações do campo gravítico) o geomagnetismo (que estuda o campo magnético), a sismologia (que estuda o mecanismo dos sismos e a propagação das ondas sísmicas através do interior da Terra) e o geotermismo (que estuda o fluxo térmico). Com base nestes métodos, a estrutura interna da Terra é representada em modelos que se fundamentam em dois critérios diferentes: a composição química e as propriedades físicas. Segundo a sua composição química, o interior da Terra é formado por três unidades estruturais concêntricas - crosta, manto e núcleo - separadas por superfícies de descontinuidade. Com base nas suas propriedades físicas, o globo terrestre é constituído por quatro regiões - litosfera, astenosfera, mesosfera e endosfera.

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ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Mariana Marques; Joana Oliveira

Escola Secundária D. Duarte Rua António Augusto Gonçalves, Coimbra 3040, Portugal

11º Ano, Turma A

Palavras-chave: Alterações Climáticas; Camada de Ozono; Efeito de Estufa. Atualmente, as alterações climáticas são objeto de estudo devido ao grande impacto que produzem na Natureza. Neste trabalho, temos por objetivo dar a conhecer que as alterações climáticas são variações do clima à escala global ou regional, com mudanças na temperatura, precipitação, nebulosidade, entre outros processos climáticos. Podem ser de origem natural ou antropogénica. Entre as suas consequências destacam-se o aumento do buraco da camada do ozono e o aumento do efeito de estufa. A camada de ozono encontra-se na alta atmosfera (estratosfera) e rodeia a Terra, protegendo-a dos raios ultravioleta. Encontra-se atualmente comprometida, visto que os CFC’s produzidos pelo Homem são os principais responsáveis pela sua destruição. O efeito de estufa ocorre quando uma parte da radiação solar refletida pela Terra é absorvida por determinados gases presentes na atmosfera, como o metano (CH4) e o dióxido de carbono (CO2), ficando assim algum do calor retido. Dentro de determinados valores, é fundamental para a vida, tal como a conhecemos. O aumento da emissão dos gases de estufa pelas atividades humanas provoca um aumento do efeito de estufa e um aquecimento global. Estas alterações também têm consequências diretas e indiretas para o Homem. Algumas delas são a ocorrência de cheias e secas, períodos de chuva mais intensa no Inverno e aumento da frequência das ondas de calor no Verão. Estas modificações fazem-se notar na diminuição dos recursos hídricos e pescas, no acentuar da erosão das zonas costeiras, na desertificação e no aumento acentuado do risco de incêndio, no declínio da agricultura e das florestas e no surgimento de epidemias.

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O COZIDO DA ILHA DE SÃO MIGUEL

Joana Carvalho, Mariana Costa, Ana Mateus, Ana Pereira, Carolina Simões

Agrupamento de Escolas Coimbra Centro – Polo Jaime Cortesão Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes - Coimbra

10º Ano, Turma 1

Palavras-chave: Açores; Caldeira vulcânica; Culinária; Fumarolas; Geotermalismo. Os Açores são um arquipélago localizado sobre a dorsal médio-atlântica. Possuem um conjunto de caraterísticas que resultam da sua origem vulcânica, nomeadamente a paisagem e a grande atividade geotérmica. Estas caraterísticas, bem diferentes do Portugal Continental, atraíram a nossa atenção e levaram-nos a realizar este trabalho, para o qual recorremos a pesquisas bibliográficas, através da Internet e do nosso manual escolar. Pelo seu enquadramento geológico, estas ilhas apresentam atividade vulcânica secundária, formando nascentes termais e fumarolas. Na ilha de São Miguel, o mais importante campo de fumarolas são as chamadas Furnas, onde é tradicional e famoso um Cozido à Portuguesa, para o qual se aproveita o aumento da temperatura para cozinhar. Em termos práticos, colocam-se os ingredientes em recipientes que ficam enterrados no solo durante cerca de 6 horas, ao alcance dos gases vulcânicos ricos em vapor de água e enxofre. No final, quando são desenterrados, os alimentos estão cozidos e prontos a comer, com o sabor dos seus ingredientes salientados pela cozedura a vapor, mas também com um travo particular dado pelo enxofre. A ilha é um conjunto de complexos vulcânicos de idades diversas, mas geologicamente recentes, pelo que apresenta um elevado gradiente geotérmico (rápido aumento de temperatura em profundidade). No sul do complexo das Furnas ocorre uma caldeira vulcânica com cerca de 8 x 5,6 km de diâmetro, resultante do abatimento de um cone há cerca de 34 mil anos, devido ao seu peso, sobre a respetiva câmara magmática. Nesta caldeira se inclui o campo geotérmico e a lagoa das Furnas. Em suma, a beleza da paisagem (onde se observam cones vulcânicos, caldeiras e até mesmo campos de lava) e os fenómenos relacionados com o elevado gradiente geotérmico (nascentes termais e fumarolas), permitem um aproveitamento turístico, que pode contribuir para que o desenvolvimento económico e social da região seja ambientalmente sustentável.

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APROVEITAMENTO HIDROELETRICO DA SERRA DA ESTRELA

Ana Abreu, Francisca Borges, Inês Borges, Catarina Monteiro, Ana Neves, Inês Silva

Escola Secundária de Seia

Rua Alexandre Herculano, 6270-428 SEIA

10ºAno, Turma B Palavras-chave: Barragens; Clima; Recursos. Em Portugal a produção hidroelétrica teve início na Serra da Estrela nas décadas de 50 e 60 e tem vindo a aumentar, pelo que considerámos pertinente compreender as razões naturais que permitem o aproveitamento hídrico, o modo como é feito e as potencialidades ainda existentes. Como metodologia procurámos dados junto da EDP, de bibliografia e da análise de documentos (plantas do aproveitamento de água e cartas topográficas e pluviométricas). O aproveitamento hidroelétrico é favorecido pelo clima da Serra da Estrela onde sobressaem influências dos macroclimas temperado e mediterrânico. Porém, fatores como proximidade do Atlântico, o efeito de continentalidade, o efeito de barreira da serra, às massas de ar atlânticas, e a altitude são importantes nas caraterísticas climáticas. A precipitação é elevada, assim como a infiltração, que é facilitada pelo diaclasamento do granito. A serra constitui um importante centro de dispersão de água formado por várias lagoas de origem glaciar, e uma enorme rede hidrográfica onde se destacam os rios Zêzere, Alva e Mondego. Estas condições naturais e o acentuado desnível das vertentes foram facilitadoras para a implantação e o desenvolvimento do aproveitamento hidroelétrico. O sistema electroprodutor da Serra da Estrela é alimentado por um complexo sistema de albufeiras ligadas por um sistema de derivações em canal e em túnel. O sistema é em cascata e formado por 6 centrais de tipologias mistas (albufeira e fio-de-água). As albufeiras que alimentam estas centrais situam-se nas vertentes de montante da bacia do rio Alva. As ribeiras que fluem nas bacias hidrográficas dos rios Mondego e Zêzere não estão, por enquanto, a ser aproveitadas para este fim, embora existam projetos para o seu aproveitamento.

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O SISTEMA SOLAR E A TEORIA NEBULAR: QUAL A RELAÇÃO?

João Capucho, João Dias, João Garcia, Gonçalo Pereira, Gonçalo Santos

Escola Secundária de Seia

Rua Alexandre Herculano, 6270-428 SEIA

10ºAno, Turma B

Palavras-chave: Sistema Solar; Teoria Nebular. A teoria mais aceite para explicar a formação do Sistema Solar é a Teoria Nebular. Porém, em todas as teorias existem pontos de controvérsia e, assim, quisemos saber quais as relações existentes entre o Sistema Solar e esta teoria. Na realização do trabalho recorremos à pesquisa de informações em bibliografia e na Internet. Metodologicamente, considerámos importante conhecer a teoria nebular para compreendermos as relações com caraterísticas do sistema solar. A

Teoria Nebular, formulada por Laplace em 1796, muito popular no século XIX, foi

contestada pela descoberta que os planetas possuem 98% da totalidade do momento angular do sistema solar, possuindo o Sol apenas 2%. A posterior demonstração de que o Sol possuía um campo eletromagnético capaz de transferir o momento angular para os planetas levou à retoma da Teoria Nebular, mas reformulada. Esta Teoria Nebular reformulada é suportada por diversas caraterísticas do sistema solar entre as quais: 1) Todos os planetas realizam movimentos orbitais regulares, quase circulares, com a mesma direção e quase complanares, formando um disco. 2) A datação de vários materiais do Sistema Solar aponta para uma mesma idade da Terra e dos restantes corpos do

Sistema. 3) Os planetas mais próximos do Sol são formados por materiais mais

densos, com pontos de fusão mais altos e atmosferas pouco densas, enquanto os planetas mais afastados do Sol são ricos em elementos gasosos. 4) A existência de meteoritos, asteroides, cometas e crateras de impacto em Mercúrio, na Lua, em Marte e na Terra. Porém, ainda existem alguns aspetos controversos, nomeadamente a inclinação axial de Úrano e o lento e retrógrado movimento de rotação de Vénus.

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CAPELA DA SRA. DO ESPINHEIRO UM REFLEXO DA GEOLOGIA LOCAL

Catarina Aguiar, Inês Cruz, Ana Figueiredo, Sara Gouveia, Patrícia Marques,

Vilma Pinto

Escola Secundária de Seia Rua Alexandre Herculano, 6270-428 SEIA

10ºAno, Turma B

Palavras-chave: Construções; Litologia; Meio. Ao longo do tempo, o Homem foi condicionado, nas suas construções, pelas rochas aflorantes na região. O património construído é pois um excelente reflexo da diversidade litológica local. Considerámos, assim, que a análise das paredes da Capela da Sra. do Espinheiro, construída em 1382, nos ajudaria a identificar diferenças entre litologias existentes na região da Serra da Estrela. A Capela encontra-se junto da estrada nacional 339, entre Seia e Sabugueiro, a uma altitude de 1000 m. O trabalho foi desenvolvido com recurso a bibliografia sobre a geologia da Serra da Estrela e à carta geológica do Guia Geológico e Geomorfológico do Parque Natural da Serra da Estrela (Instituto da Conservação da Natureza). Foram feitas análises in situ e registos fotográficos das observações. A Capela da Sra. do Espinheiro foi edificada sobre o granito de Seia, que é essencialmente biotítico, com alguma moscovite, de grão grosseiro, porfiroide e com fenocristais de feldspato potássico. Na base da parede sul da Capela, o afloramento faz parte integrante da mesma e nele observam-se uma

falha com direção N35ºW e fenocristais de feldspato orientados na direção

N35ºW. Nas paredes predomina o mesmo granito e nele podemos encontrar

blocos com diferenciação pegmatítica e com encraves micáceos. Nas janelas frontais observa-se granito com minerais de epídoto. Há também blocos de aplito, de duas micas, embora com predomínio da biotite, que parece corresponder a outra fácies granítica existente na região. Estes granitos apresentam restitos. Também se observam granitos epissienitizados. Assim, a Capela apresenta granitos textural e mineralogicamente diferentes e com caraterísticas de duas das fácies graníticas da região. Na Serra existem outras variedades graníticas, mas a vários quilómetros deste local o que explicará a sua ausência.

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UM ROTEIRO DA MORFOLOGIA GLACIAR DA SERRA DA ESTRELA

Bruno Abreu; Marcelo Daniel; Pedro Mendes; Francisco Santos; Renato Santos;

João Tavares

Escola Secundária de Seia Rua Alexandre Herculano, 6270-428 SEIA

10º Ano, Turma B

Palavras-chave: Depósitos; Erosão; Geomorfologia glaciar; Geopatrimónio; Valorização. Os glaciares são enormes massas de gelo (podem atingir várias centenas de quilómetros de extensão) que, por ação da gravidade, sofrem lentos deslizamentos ao longo de superfícies inclinadas, originando formas erosivas e depósitos de detritos rochosos, que conferem à paisagem um modelado caraterístico. A última glaciação do Plistocénico, designada por Würm e que teve o seu máximo há cerca de 20.000 anos, afetou intensamente Portugal, deixando na Serra da Estrela importantes marcas da sua presença que devem ser consideradas como património natural. Este geopatrimónio, único no país com a sua riqueza e grandiosidade, merece ser divulgado para que possa ser valorizado. Com este objetivo, quisemos construir um roteiro de divulgação da diversidade da morfologia glaciar existente neste local. Para realização deste trabalho utilizámos a Internet, a consulta bibliográfica e visitámos diversos locais, tendo feito registos fotográficos dos mesmos. Selecionámos seis locais, tendo em conta, não só a diversidade de morfologias criadas pelo glaciar, mas também a beleza e imponência dos mesmos. Os dados apurados apresentam-se suportados por um mapa onde constam o percurso, as paragens e informação relativa a cada uma. Foram selecionados seis locais, nomeadamente: Covão do Curral, Lagoa Comprida, Vale de Loriga, Cântaro Magro, Nave de Santo António e Vale do Zêzere. Nestes locais podem ser apreciadas diversas formas erosivas, como sejam, circos glaciares, vales com perfis transversais em forma de U, vales com depressões (“ombilics”) e ferrolhos (“verrous”), rochas aborregadas, degraus de gigante, superfícies polidas e superfícies estriadas. Embora os depósitos glaciares, as moreias, possam ser observados em diferentes locais da Serra, destacámos as moreias da Nave de Santo António pela sua dimensão e diversidade.

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COMPARAÇÃO DE MOVIMENTOS DE MASSA EM COIMBRA

João Braz, Ruben Fonseca, Luís Grilo, João Rosa, Miguel Rosendo, Pedro Sousa

Escola Secundária José Falcão

Avenida Dom Afonso Henriques, 3001-654

11º Ano, Turma 1

Palavras-chave: Coimbra; deslizamentos rotacionais; movimentos em massa; queda de blocos; zonas de vertente. Na área urbana de Coimbra podem ser observados três tipos de movimentos de massa: queda de blocos, deslizamentos rotacionais e deslizamentos translacionais. Um movimento de massa é caracterizado por qualquer movimentação de rochas ou solo numa superfície inclinada, provocadas geralmente pela gravidade. Poderão, então, existir parâmetros observativos que sejam similares em diferentes tipos de processos geológicos. No decorrer do estudo das unidades geológicas de Coimbra, os locais visitados apresentavam indícios de processos geológicos relacionados com queda de blocos e deslizamentos rotacionais. Com a ajuda de um questionário previamente elaborado, pudemos aferir que em Coselhas, junto à Circular Externa (40º 22’37.54’’N; 8º 42’13.12’’W), existe uma zona de queda de blocos. Observámos que esta se tratava de uma encosta de elevado grau de inclinação e muita vegetação, impossibilitando assim a visualização de outros possíveis parâmetros geológicos. Em segundo lugar, observámos um local onde ocorreu um deslizamento rotacional, na zona da Circular Interna de Coimbra (40º 21’79.57’’N; 8º 42’13.12’’W), onde uma grande quantidade de matéria sólida deslizou pela vertente, devido à falta de vegetação e à atividade antrópica na vertente e no seu topo. Outra zona de queda de blocos nesta cidade situa-se na Rua de Aveiro (40º 21’67.14’’N, 8º 43’44.13’’W), onde se salientam blocos bem definidos na vertente, de onde muitas vezes se separam e caem. Este estudo procurou então encontrar, através de uma análise comparativa, a possível existência de parâmetros avaliativos comuns entre processos geológicos de queda de blocos e de deslizamentos rotacionais.

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ACHAS QUE DEVES USAR GUARDA-CHUVAS À PROVA DE MOVIMENTOS DE MASSA?

Maria Carreira, Mariana Gomes, Sara Mendes, Rita Pinto, Maria Silva, Hugo

Tellechea

Escola Secundária José Falcão Avenida Dom Afonso Henriques, 3001-654

11º Ano, Turma 1

Palavras-chave: Coimbra; deslizamentos rotacionais; movimentos em massa; queda de blocos; zonas de vertente. A geologia e orogenia da região de Coimbra tornam a zona urbana da cidade suscetível à ocorrência de processos geológicos, mais concretamente movimentos de massa. Adquire, portanto, especial importância a compreensão do papel das Geociências e, principalmente, de determinados processos geológicos, ligados a zonas de vertente, que são pontos mais sensíveis nas questões de ordenamento. Utilizando uma ficha de campo previamente elaborada, com parâmetros avaliativos de movimentos de massa, e adaptada à realidade geológica da cidade, foi realizada uma saída de campo a três locais: Coselhas, Circular Interna e Rua de Aveiro. O primeiro e terceiro locais são zonas de vertente onde há ocorrências de queda de blocos, enquanto na Circular Interna foi possível observar um local onde houve ocorrência de um deslizamento rotacional. Em cada um dos locais procedeu-se ao preenchimento da ficha de campo, utilizando uma classificação de “Sim”, “Não” ou “Não visível” para cada parâmetro. Posteriormente, as respostas foram comparadas para os três locais e para cada parâmetro, tendo em vista a determinação de parâmetros comuns aos dois locais de queda de blocos e da existência de parâmetros igualmente comuns ao local de deslizamento rotacional. O resultado final foi a elaboração e comparação dos parâmetros associados à queda de blocos, confrontando com definições existentes.

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ESTRATIGRAFIA TRANSATLÂNTICA: O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE LATERAL

Hugo Agante, Francisco Nunes, João Patrício

Escola Secundária José Falcão

Avenida Dom Afonso Henriques, 3001 Coimbra 11º Ano, Turma 1

Palavras-chave: Datação relativa; Litostratigrafia; Princípio da Continuidade Lateral. O presente trabalho pretende dar a conhecer o Princípio da Continuidade Lateral no contexto da Geologia de forma geral, e da Estratigrafia de forma particular. Este princípio estipula que os estratos tendem a formar-se numa extensão relativamente vasta, mantendo características de composição e organização interna semelhantes. Deste modo, mesmo que acontecimentos tectónicos ou erosivos separem partes de uma camada ou sequências verticais de estratos originalmente contínuas, a composição semelhante permite relaciona-las. Porém, esta relação não constitui prova da sua continuidade original. Vejamos um exemplo: numa região no sul da América, e noutra na África do Sul, encontrou-se uma sequência de 2 m com uma camada de calcário sobre uma camada de arenito. Com base no princípio da continuidade lateral, seria tentador estabelecer correlações de idade entre estas camadas de rochas, localizadas atualmente em locais tão distanciados, e admitindo que foram separadas pela abertura do Oceano Atlântico. Contudo, tal sucessão é muito frequente no registo sedimentar, pelo que poderiam ter idades e até origens bem diferentes. Por outro lado, outra limitação importante ao uso deste princípio é o facto de os estratos tendem a variar lateralmente as suas características, mesmo que por vezes de maneira subtil, devido a mudanças de energia, quimismo ou ecológicas. Assim, o Princípio da Continuidade Lateral pode ser usado diretamente apenas em circunstâncias muito claras, entre locais relativamente próximos, sendo frequentemente usado em conjugação com o Princípio da Identidade Paleontológica. Este princípio diz-nos que os fósseis de determinados grupos de seres vivos têm uma ordem definida nas várias formações rochosas e os estratos com os mesmos fósseis têm a mesma idade. Só assim se poderia, no nosso exemplo, deduzir que os estratos eram originalmente contínuos e se depositaram numa época em que a América do Sul e a África estariam unidas. O princípio da continuidade lateral, baseado na existência de caraterísticas litológicas, sedimentológicas e paleontológicas que se mantêm lateralmente constantes, contribui para estabelecer a estratigrafia baseadas nestas características materiais – a litostratigrafia - e para datação relativa das diferentes camadas de rochas.

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SIMPLESMENTE GENIAL: PRINCÍPIOS DA INTERSEÇÃO E DA INCLUSÃO

Beatriz Rebelo, Beatriz Tavares, Carolina Baena

Escola Secundária José Falcão

Avenida Dom Afonso Henriques, 3001 Coimbra

11ºAno, Turma 1

Palavras-chave: Datação relativa; Conceitos operacionais; Estratigrafia; Princípio da Inclusão; Princípio da Interseção. No âmbito da disciplina de Geologia, foi-nos possibilitada a oportunidade de participarmos no VIII Congresso de Jovens Geocientistas. O tema principal deste congresso é “Geociências e a sociedade” e o nosso subtema “A História da Geologia”. Sendo a história da Terra um dos objetivos fundamentais da Geologia, os cientistas desenvolveram um conjunto de conceitos denominados Princípios da Estratigrafia, que sistematizam, de modo simples e eficaz, as observações geológicas. Estes conceitos ajudam a determinar a ordem cronológica de determinados de acontecimentos, sendo essenciais para reconstituir a História da Terra e da Vida ao longo do tempo geológico. Com este trabalho pretendemos aprofundar os nossos conhecimentos destes conceitos, particularmente em relação aos Princípios da Interseção e da Inclusão. O Princípio da Interseção enuncia que sempre que uma entidade geológica é intersectada por outra, a que intersecta é mais recente. São exemplos de elementos intersetores filões, fraturas ou intrusões magmáticas, sempre posteriores às formações rochosas que atravessam. O Princípio da Inclusão enuncia que as entidades geológicas (p.e. fragmentos de rocha ígnea) englobadas numa outra entidade (p.e. uma rocha clástica) são mais antigas do que aquelas que os contêm. A construção de modelos à escala em muito contribui para a nossa perceção e assimilação dos princípios referidos.

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A VIDA COMO “RELÓGIO”: O PRINCÍPIO DA IDENTIDADE PALEONTOLÓGICA

Ana Amaral, Patrícia Girão, Ana Silva

Escola Secundária José Falcão

Avenida Dom Afonso Henriques, 3001 Coimbra

11º Ano, Turma 1

Palavras-chave: Biostratigrafia; Datação relativa; Fósseis de fácies; Fósseis de idade; Princípios da Estratigrafia. No âmbito da disciplina de Geologia, realizou-se um trabalho sobre os princípios estratigráficos. De entre estes, desenvolvemos o Princípio da Identidade Paleontológica. Os princípios estratigráficos são as bases conceptuais da datação relativa dos estratos rochoso ou de outras entidades geológicas – afinal, a sequência de vários acontecimentos na história da Terra. Embora se possam aplicar a uma vasta diversidade de situações em que se pretende analisar materiais sólidos, são conceitos aplicados, maioritariamente, ao estudo de rochas sedimentares. O Princípio da Identidade Paleontológica é o único que tem em conta o conteúdo paleontológico na correlação de estratos rochosos, podendo mesmo ser aplicado a nível global. Este princípio diz-nos que os fósseis de determinados grupos de seres vivos têm uma ordem definida nas várias formações rochosas e os estratos com os mesmos fósseis têm a mesma idade, pelo que se chama por vezes a este conceito o “Princípio do Sincronismo”. Fósseis são restos ou vestígios de seres vivos que ficaram preservados nas rochas sedimentares. Os chamados “fósseis de idade” são os mais eficazes para a aplicação deste princípio, permitindo datar as camadas que os contêm. Trata-se de vestígios ou restos de grupos de seres vivos que existiram durante um período (geologicamente) curto de tempo e tiveram uma grande dispersão geográfica, como por exemplo muitos dos géneros ou espécies de trilobites ou de amonites. Este princípio foi enunciado algumas décadas antes de Darwin ter publicado “A origem das Espécies”, sendo baseado essencialmente na cuidadosa observação e identificação dos fósseis nos vários estratos. Em todo o caso, na sua conceção atual este princípio geológico acaba por se articular como principio biológico que assume ser a evolução biológica unidirecional e irrepetível.

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INTERPRETANDO A HISTÓRIA DE ROCHAS: O PRINCÍPIO DA SOBREPOSIÇÃO

Elsa Carneiro; Ana Castelo Branco; Constança Oliveira; Catarina Rodrigues

Escola Secundária José Falcão

Av. D. Afonso Henriques 3001-654 Coimbra

11º Ano, Turma 1

Palavras-chave: Datação relativa; Estratigrafia; Conceitos operacionais; Princípio da Sobreposição. A Estratigrafia é a área científica da Geologia que pretende estabelecer as relações geométricas e cronológicas entre entidades geológicas, especialmente corpos estratiformes, bem como, a partir do estudo destes, deduzir a sequência dos acontecimentos registados por tais entidades. Como o próprio nome indica, os objetos preferencialmente estudados nesta disciplina são corpos estratiformes, o que remete, na grande maioria dos casos, para as rochas sedimentares. Com este trabalho de pesquisa sobre os Princípios Estratigráficos, nomeadamente o Princípio da Sobreposição, pretende-se perceber e dar a conhecer de que modo este conceito operacional é importante na datação relativa de estratos rochosos. O Princípio da Sobreposição corresponde à sistematização de inúmeras observações que revelam que, na imensa maioria dos casos, a sedimentação se dá sob ação da força de gravidade, formando camadas sucessivamente sobrepostas. Portanto, numa sequência estratigráfica não deformada, ou com deformação moderada, os estratos mais recentes sobrepõem-se aos mais antigos, ou seja, os estratos serão tanto mais antigos, quanto maior a profundidade a que se encontrarem e tanto mais recentes quanto mais superficialmente estiverem dispostos na sequência estratigráfica. Este princípio, não pode, naturalmente, ser aplicado a camadas deformadas em que se tenha invertido a sucessão estratigráfica normal dessas camadas, ou depositadas em zonas erodidas nas camadas mais antigas. Com exceção destas situações, a mera observação da posição dos estratos possibilita determinar a idade relativa dos mesmos. Trata-se, portanto, de um conceito muito simples, mas que permite atingir um dos objetivos fundamentais da Estratigrafia e mesmo da Geologia.

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O SONHO QUENTE

Luís Braga, Maria Ladeiras, Tânia Neto, Andreia Rebelo, Inês Santos

Escola Secundária José Falcão

Av. D. Afonso Henriques 3001-654 Coimbra

12º Ano, Turma 2 Palavras-chave: Energia Solar; Energias Renováveis; Estufa; Forno Solar. Face ao problema da escassez dos recursos não renováveis - os que não podem ser regenerados ou reutilizados a uma escala que possa sustentar a sua taxa de consumo - o melhor é utilizar aqueles que são renováveis - os que possibilitam a sua utilização sistemática sem o risco de se esgotarem. Mas qual a melhor opção? A escolha não é fácil! Sem menosprezar quaisquer outras das fontes renováveis de energia, neste trabalho optámos pela Energia Solar - todo o tipo de captação de energia luminosa e térmica, provenientes do Sol e sua posterior transformação numa energia possível de ser utilizada pelo Homem. A base do nosso projeto, e o nosso sonho, foi utilizar essa energia para uma atividade do dia a dia. Surgiu, então, a ideia de construir um Forno Solar. A sua construção baseou-se no uso de uma caixa de papelão com o interior coberto com folha de alumínio. A caixa, aberta, foi posicionada de modo a receber diretamente a radiação solar, refletindo essa radiação para um conjunto colocado no seu centro – copo com água coberto por uma cúpula transparente. Com o passar do tempo, como as condições meteorológicas eram favoráveis, foi possível observar, na cúpula transparente, a formação de gotículas de água. Estas gotículas resultaram da condensação do vapor que se libertou do copo devido ao aquecimento da água. Concluímos assim, ser possível a utilização prática desta energia, extremamente disponível, para um uso tão comum como cozinhar os alimentos.

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ENERGIA GEOTÉRMICA ARQUIPÉLAGO AÇORIANO

José Forte; Manuel Mendes; Maria Mesquita; Maria Reis; Mónica Silva

Escola Secundária José Falcão

Avenida Dom Afonso Henriques, 3001 Coimbra

12º Ano, Turma 2

Palavras-chave: Energia elétrica; Energia geotérmica; Energia Limpa; Gradiente geotérmico. A energia geotérmica é um recurso geológico que pode ser utilizado como fonte de energia limpa. As zonas de elevado gradiente geotérmico, com as zonas vulcânicas, são muito importantes para o aproveitamento deste tipo de energia. Este aproveitamento implica a existência de um fluido, normalmente a água, que transporta o calor do interior da Terra até à superfície. Uma vez que a temperatura do fluido geotérmico é muito elevada, o calor libertado pode ser aproveitado para a produção de energia elétrica. Um dos grandes exemplos encontra-se nos Açores, onde é feito o aproveitamento deste tipo de energia geotérmica de vapor de água a altas temperaturas, iniciado em 1980, nas proximidades da cidade da Ribeira Grande (São Miguel), com a construção da central geotérmica da Ribeira Grande. Concluindo, a energia geotérmica consiste na utilização do calor interno da Terra, sobretudo em locais onde o fluxo térmico ou o gradiente geotérmico apresenta valores elevados. Tanto num caso, como noutro, o calor pode ser utilizado para, o aquecimento da água que, após vaporização, movimenta turbinas, onde por fim se promove a produção de energia elétrica.

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A EVOLUÇÃO DOS DINOSSAUROS AO LONGO DO MESOZOICO

Pedro Dias, Inês Marques, João Melo, André Oliveira, João Silva

Escola Secundária José Falcão Avenida Dom Afonso Henriques, 3001 Coimbra

12º Ano, Turma 2

Palavras-chave: Dinossauros; Evolução; Extinção; Mesozoico. Como seres humanos somos só mais uma espécie neste planeta que já foi habitado por outras de muito maior porte e fisicamente mais resistentes. Torna-se então uma necessidade para a previsão da nossa sustentabilidade como espécie, tentarmos entender o que terá levado à extinção de muitas outras no passado, particularmente os dinossauros. O objetivo do presente trabalho reside no estudo da evolução das várias espécies de dinossauros ao longo do Mesozoico. Com o objetivo definido foi-se formulando um problema: o enquadramento do Mesozoico com as Épocas de vivência dos dinossauros, sempre com a preocupação de procurar uma explicação plausível que justifique a extinção das demais espécies de dinossauros. À medida que o tempo vai avançando, cada vez o homem tende a olhar mais para o passado como forma de compreender o presente e de prever o futuro. Inicialmente procurou-se estabelecer uma relação temporal entre os dinossauros e a Era em que viveram. Ter uma ideia temporal daquilo que se está a trabalhar favorece a compreensão das coisas. Depois de chegada a conclusão que as divisões das Eras se estabeleceram por extinções em massa com reflexo no registo fóssil, procedeu-se à procura de explicações plausíveis que as justificassem. Com base no trabalho desenvolvido conclui-se que a maioria das explicações para a extinção os dinossauros se encontra ligada a algum tipo de acontecimento natural, tal como a hipótese de colisão da Terra com corpos livres no espaço. Assim, podemos inferir que ou o homem desenvolve tecnologia capaz de prever acontecimentos e minimizar as perdas ou mesmo evitá-las, ou poderá acontecer à espécie humana o mesmo que aconteceu aos dinossauros.

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ESTRUTURA INTERNA DA TERRA FORMAÇÃO DE PEDRAS PRECIOSAS

Ana Bagulho, Daniel Miranda, Ana Neto, Ana Pereira, Lucas Santino

Escola Secundária José Falcão

Avenida Dom Afonso Henriques 3001 Coimbra, Portugal

12º Ano, Turma 2

Palavras-chave: Gemas; Génese; Geodinâmica; Mineralogia. A preocupação com a temática da formação das pedras preciosas, particularmente o diamante, o rubi e a safira esteve na génese deste trabalho, tendo os conhecimentos sido adquiridos, em especial, em anos anteriores, não só na disciplina de biologia e geologia, como também em diversas pesquisas. A formação de pedras preciosas está intimamente ligada à estrutura interna da Terra, como a composição das suas camadas e também aos fatores de pressão e temperatura, o que permite estabelecer dois modelos: o geoquímico e o modelo físico; no primeiro, a Terra é subdividida em três camadas: Crusta, Manto e Núcleo, sendo que a característica tida em conta para esta classificação é a composição química. No modelo físico, definem-se quatro camadas, respetivamente, litosfera, astenosfera, mesosfera e endosfera. Como o próprio nome indica, este modelo tem em consideração o estado físico dos materiais. Os processos geológicos responsáveis pela atividade magmática intrusiva e extrusiva e pelo metamorfismo influenciam a formação de gemas. Um pouco por todos os cinco continentes encontra-se uma grande variedade de pedras preciosas mas, em certas regiões, existe uma predominância de determinadas gemas, das quais se destacam o rubi, a safira e o diamante. Estas pedras preciosas tornam-se especiais pelo facto de serem bastante raras e resistentes, formando-se em condições únicas, como por exemplo, na região de Caxemira. Devido ao fecho do Mar de Tétis e consequente formação da cintura orogénica dos Himalaias, as rochas que se encontravam nesta região foram sujeitas a condições físicas favoráveis à formação do rubi e da safira. Com esta investigação foi-nos possível perceber a complexidade da formação das gemas e de que modo estas se diversificam por todo o mundo.

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AZURITE AO SERVIÇO DO HOMEM

Maria Cardoso, Maria Dias, Margarida Duarte, Mafalda Fagulha

Escola Secundária José Falcão

Avenida Afonso Henriques

12º Ano, Turma 2 Palavras-chave: Azul-vítreo; Azurite; Geologia; Homem; Mineralogia.

Ao longo de três anos de estudo, fomo-nos apercebendo que a Geologia não é uma ciência exata. Contra o senso comum, a Geologia não se dedica apenas ao estudo dos minerais e dos fósseis, mas é importante para a compreensão da história da Terra, incluindo a própria evolução dos seres vivos. Para além disso, tem um valor inestimável na otimização da exploração dos recursos naturais. Com a nossa participação neste “VIII Congresso dos Jovens Geocientistas”, pretendemos aumentar o nosso conhecimento sobre as diferentes aplicações dos materiais geológicos. Estas decorrem do uso de minerais, corpos sólidos, naturais e inorgânicos, com estrutura cristalina e composição química definida. Dentro dos inúmeros minerais conhecidos, selecionámos a azurite, pela sua rara beleza e importância na Antiguidade e mesmo na atualidade. A sua relevância permanece, visto que continua a ser usada em restauros. Para melhor conhecermos este mineral, apresentamos as suas características e propriedades físicas e químicas. Apesar de ter uma composição química fixa, a azurite pode apresentar-se com diferentes hábitos, mas sempre com aplicações úteis para o Homem: joalharia, pintura... Deste modo, concluímos que são os recursos geológicos que possibilitam a nossa existência tal como a conhecemos, logo a Geologia está ao serviço do Homem.

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EM TORNO DA EXTINÇÃO PÉRMICO/TRIÁSICO: A HIPÓTESE DOS HIDRATOS DE METANO

João Dias, Miguel Duarte

Escola Secundária Nuno Álvares

Castelo Branco

10º Ano, Turma E

Palavras-chave: Extinção; Hidratos de Metano; Pérmico/Triásico. A mais significativa extinção em massa ocorreu no último Período da Era Paleozoica, o Pérmico, há cerca de 251 milhões de anos. Em resultado de um evento de natureza catastrófica, terão desaparecido cerca de 95% das espécies então existentes, num intervalo de tempo relativamente curto. Na bibliografia científica atual são apresentadas várias hipóteses relativas à(s) sua(s) causa(s), nomeadamente a ocorrência de intensa atividade vulcânica e/ou impactos de asteroides ou cometas no nosso planeta. De entre as motivações apontadas para extinção, uma delas causou-nos alguma perplexidade, por não a conhecermos, mas também pelo facto de um fenómeno semelhante poder novamente ocorrer na atualidade. Na verdade, alguns autores consideram que uma extinção desta magnitude poderia ser causada pela libertação dos hidratos de metano acumulados nos taludes continentais. Este facto originaria num curto espaço de tempo, um progressivo aquecimento global e uma diminuição dos gradientes térmicos entre os polos e o equador. Em consequência, ter-se-ia originado um crescimento exponencial e oportunístico (“bloom”) de algas oceânicas, as quais teriam consumido uma fração significativa do oxigénio dissolvido nas águas do mar (anoxia). A proliferação de bactérias anaeróbias teria desencadeado a libertação de sulfuretos de hidrogénio para a atmosfera, os quais teriam degradado a camada de ozono. O aumento da radiação ultravioleta seria, em boa parte o fator responsável pela extinção nos organismos terrestres. A possibilidade do atual incremento do efeito de estufa por razões antrópicas poder desestabilizar os “clatratos” presentes nos sedimentos oceânicos exige uma maior atenção por parte da comunidade científica, com respeito também às suas potencialidades como recurso energético.

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QUESTÕES AMBIENTAIS DE EXPLORAÇÕES CALCÁRIAS – IMPACTE VS. REUTILIZAÇÃO DA PEDREIRA VALE DA CRUZ

(MOLIANOS, ALCOBAÇA)

João Alves, Rafael Carreira, Pedro Santos

Instituto Educativo do Juncal

Rua da Santo António, 2480-852 Juncal

12º Ano, Turma A

Palavras-Chave: Ecoturismo; Educação; Impacte ambiental; Maciço Calcário Estremenho; Pedreiras. A Pedreira Vale da Cruz explorou calcários junto à aldeia de Molianos, na freguesia dos Prazeres, concelho de Alcobaça, distrito de Leiria. Esta pedreira encontra-se dentro dos limites do Parque Natural das Serra de Aires e Candeeiros (PNSAC), constituído principalmente por rochas calcárias do Jurássico pertencentes ao Maciço Calcário Estremenho. Nos cerca de 900 km

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deste maciço abundam as pedreiras, muitas delas ativas dentro da área protegida do PNSAC, contribuindo para impactes ambientais negativos nas zonas envolventes. Outros impactes ambientais negativos resultam do abandono das explorações calcárias, muitas delas simplesmente deixadas às intempéries. Os principais destes impactes são: visual, queda de antigas escombreiras, formação de lagoas não controladas, instabilidade de antigas frentes de exploração (p.e. em declives verticais de até 20 metros de altura), a não cobertura com solos de modo a restaurar o ecossistema, abandono das instalações de logística da antiga pedreira, e ainda as perturbações remanescentes na fauna e na flora (p.e. por poeiras) e a poluição da água. A recuperação de antigas explorações minerais é um tema atual da sociedade e começa-se a conhecer diversos casos de sucesso através da comunicação social, como é o caso do reaproveitamento de antigas explorações para a construção do estádio do Sporting Clube de Braga, do Museu do Quartzo em Viseu e da nossa escola, o Instituto Educativo do Juncal, que foi construída numa antiga exploração de argila. Para o caso da pedreira Vale da Cruz propomos a sua reformulação para Ecoturismo, beneficiando da sua localização em termos de tranquilidade e paisagísticos (inclusive com vista para o mar), com a promoção de ecoeventos como passeios pedestres, geocaching, trekking, etc.. Pode ainda ser um polo de Educação Ambiental e Divulgação Científica. Tais atividades seriam associadas ao PNSAC, a escolas dos vários graus de ensino e a instituições de investigação.

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RISCO GEOLÓGICO RESULTANTES DE NOVAS INFRAESTRUTURAS RODOVIÁRIAS DA CIDADE DE LEIRIA

Nuno Agostinho, Paulo Carreira, João Carvalho, Catarina Oliveira

Instituto Educativo do Juncal

Rua de Santo António 2480-852 Juncal

12º Ano, Turma A

Palavras-chave: Condicionantes geológicas; Taludes; Urbanismo. Localizada a 39º 45′ N e 8º 48′ E, com altitude entre 50 e 110 m, a cidade de Leiria localiza-se no centro de Portugal, sendo sede de concelho e distrito. Em termos geológicos, localiza-se na convergência de duas grandes falhas crustais: o alinhamento Pombal-Leiria-Caldas da Rainha, orientado segundo NE-SW, e a estrutura de Monte Real. Sobre este cruzamento desenvolveu-se um anticlinal diapírico. Nos seus flancos é possível observar formações jurássicas (desde o Jurássico Médio), cretácicas e terciárias que apresentam declives elevados. No núcleo fraturado e erodido do anticlinal aflora o Jurássico Inferior (Hetangiano e Reciano) responsável pela halocinese, constituído por margas vermelhas ou cinzentas, com gesso, e calcários dolomíticos margosos, com uma extensa cobertura de Pliocénico siliciclástico. Ainda no núcleo emergem na paisagem relevos residuais de rochas ígneas (doleritos) da transição Jurássico-Cretácico. Sobre o ramo SW da falha das Caldas da Rainha o anticlinal tem um perfil assimétrico, com camadas verticais ou até mesmo invertidas no flanco ocidental, a que se pode associar uma compressão orientada SE-NW. Esta deformação (com dobras e falhas), não sendo atualmente intensa, considera-se ativa. A alteração da paisagem pelo desenvolvimento rodoviário criou perigosidade geológica em certos pontos, que, face à exposição de pessoas e bens, constitui maior risco. Por análise da carta geológica 1/50.000 e de imagens de Google Earth foram identificados quatro locais (1 a 4) com perigosidade geológica pela ocorrência de material heterogéneo, friável, não consolidado, em taludes rodoviários de grande dimensão e elevado declive: em 1) Azóia, perto do cemitério e 2) Alto do Vieiro, junto ao acesso à A19, areias argilosas com calhaus rolados, argilas arenosas e cascalheiras do Pliocénico; 3) Jurássico Inferior margoso e dolomítico em Leiria, junto à ponte da estrada para a Marinha Grande; 4) alternância de areias, conglomerados e argilas da Formação de Figueira da Foz, do Cretácico (Aptiano a Cenomaniano) em Ponte Cavaleiro, Cortes. Em conjugação com a ausência de vegetação, as vibrações causadas pelo tráfego e as modificações no regime de percolação da água, tais taludes apresentam um risco geológico médio/elevado, despoletado p.e. por precipitação intensa, sismicidade ou tráfego mais intenso.

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GEOPERCURSO PELO LITORAL – DE S. PEDRO DE MOEL À NAZARÉ

Miguel Alves, Gabriel Braz, Rodrigo Carreira, Pedro Cordeiro

Instituto Educativo do Juncal

Rua Santo António, 2480-852 Juncal 10º Ano, Turmas B e C

Palavras-chave: Datação Relativa; Estratigrafia; Paleontologia; Rocha Magmática; Rocha Sedimentar. Partindo dos conteúdos programáticos lecionados na disciplina de Biologia e Geologia, referentes ao estudo dos materiais da geosfera, este trabalho pretende expor os principais aspetos de interesse geológico no litoral entre S. Pedro de Moel e a Nazaré. Esta região pertence à Orla Meso-Cenozoica Ocidental Portuguesa e nela afloram depósitos da Bacia Lusitânica. Foi feita uma pesquisa bibliográfica, analisadas as cartas geológicas 1/50.000 da Marinha Grande (folha 22D) e de Alcobaça (f. 26B) e realizada uma saída de campo, na qual foi efetuada uma reportagem fotográfica. Dos inúmeros pontos de interesse, destacam-se quatro pelos seus importantes valores, científico, pedagógico e paisagístico, apresentados num percurso de norte para sul. A 1.ª paragem é na Praia Velha/Praia Dourada de S. Pedro de Moel, onde se pode observar um afloramento de rochas carbonatadas do Jurássico Inferior, que se estende por cerca de 5 km para sul, formado por margas e calcários margosos e bioclásticos com fósseis de invertebrados marinhos (sobretudo braquiópodes, cefalópodes e equinodermes) e excelentes exemplares de bioconstruções de estromatólitos. Os estratos estão muito basculados para oeste, pois formam o flanco ocidental do anticlinal diapírico de S. Pedro de Muel. A paragem seguinte corresponde à Praia do Vale Furado, onde é possível observar arenitos com estratificação entrecruzada da formação do Bom Sucesso (Eocénico). As arribas são afetadas por interessantes formas de erosão. A 3ª paragem permite a aplicação de princípios da estratigrafia nas unidades cretácicas do promontório da Nazaré, que inclui rochas sedimentares detríticas (conglomerados e arenitos) e quimiogénicas (margas e calcários bioclásticos, incluindo lamelibrânquios do extinto grupo dos rudistas), e rochas magmáticas (basalto), bem como interessantes paleocarsificações. Finalmente, o Monte de S. Bartolomeu é formado por gabro subofítico de grão médio, uma rocha magmática que intruiu ao longo da grande falha das Caldas Rainha, no limite Jurássico-Cretácico; tendo-se formado a alguma profundidade, aflorou por erosão das rochas envolventes. Este trabalho permitiu concluir que existem, na área em estudo, pontos de interesse geológico bastante diversificados e que importa conhecê-los e preservá-los.

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UM OLHAR SOBRE A GEOLOGIA DA PRAIA DO SALGADO (CONCELHO DA NAZARÉ)

Mariana Cardoso, Cristiana Casaleiro, Catarina Marques, Joana Paulino,

Carolina Ribeiro

Instituto Educativo do Juncal Rua Santo António, 2480-852 Juncal

11º Ano, Turma A

Palavras-chave: Arriba; Fósseis; Estratigrafia; Estruturas Sedimentares. A paisagem que nos envolve mudou muito ao longo da história da Terra. Alguns episódios dessa complexa história de milhões e milhões de anos permanecem registados nas rochas, particularmente nos minerais e fósseis que as integram. Quando essas rochas afloram, ficam a descoberto características que nos permitem reconstituir os ambientes geológicos, bem como o registo da evolução das formas de vida. Com o presente trabalho pretende-se analisar os aspetos geológicos e geomorfológicos mais relevantes da praia do Salgado (concelho da Nazaré). A faixa litoral situada entre a Nazaré e Peniche é um conjunto de estratos muito inclinados para NW formando um relevo de orientação NNE-SSW. Esta unidade geomorfológica corresponde ao flanco ocidental da estrutura anticlinal e diapírica das Caldas da Rainha. A arriba costeira é intercalada por praias arenosas nas reentrâncias em que arriba tem rochas de menor resistência ou fraturas. A área considerada apresenta diversas formas litorais, com 40% da linha de costa com sistemas de praia. No caso da praia do Salgado, o setor sul inclui dois cordões dunares longi-litorais, que a norte passam a um simples; este margina uma baixa inter a supramareal onde se localizam as antigas salinas que dão nome à praia. Nas arribas é possível observar rochas sedimentares detríticas e quimiogénicas, destacando-se fósseis como os oncólitos (atribuídos à atividade de algas), corais e invertebrados marinhos (lamelibrânquios e gastrópodes). É também possível observar estruturas sedimentares formadas pelo efeito da ondulação em areias finas (ripples marks), permitindo reconstituir o paleoambiente em que se formaram (aplicando o Princípio do Atualismo Geológico), e aplicar conhecimentos relativos à estratigrafia. Concluiu-se que a Praia do Salgado é um local apropriado para uma saída de campo a realizar por alunos de Ciências Naturais do 7.º ano, de Biologia e Geologia dos 10.º e 11.º anos, ou de Geologia do 12.º ano. Em campo é possível explorar um conjunto de aspetos relacionados com a geologia sedimentar e a paleontologia, amplamente abordados em sala de aula. Essa saída permitirá consciencializá-los para a importância da preservação do património geológico. Viver de forma sustentável pressupõe a preservação do que nos envolve, nomeadamente a geodiversidade, suporte da biodiversidade.

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PRAIA DAS PEDRAS NEGRAS, UMA SINGULARIDADE NA PAISAGEM DUNAR

André Coutinho, Francisco Coutinho, Rui Parrilha, Manuel Rosa

Instituto Educativo do Juncal

Rua Santo António, 2480-852 Juncal

11º Ano, Turma A

Palavras-chave: Afloramento rochoso; Duna; Gesso; Marga; Mineralogia. O trabalho insere-se no âmbito da disciplina de Biologia e Geologia, do 11.º ano, e compreende a caracterização de aspetos relacionados com a geologia e a litologia da Praia das Pedras Negras (a norte de S. Pedro de Moel, concelho da Marinha Grande). Após uma saída de campo ao litoral dos concelhos de Marinha Grande, Alcobaça e Nazaré, no decorrer da visita à Praia das Pedras Negras, ficou em aberto a seguinte questão: Que afloramentos se destacam na praia e sobressaem ao longo do cordão dunar? O registo fotográfico e a recolha de algumas amostras de rocha permitiu efetuar o levantamento de dados no campo, ao que se seguiu uma pesquisa bibliográfica, que permitisse interpretar esses mesmos dados. Assim, após pesquisa salientam-se os trabalhos do geólogo Paul Choffat (em particular a de 1882), que realizou inúmeros estudos na região, pelo que ainda hoje as suas publicações constituem uma referência para o estudo da evolução geomorfológica da área considerada. A partir da análise da Carta Geológica de Portugal, folha 22D, constatou-se que as formações geológicas que caracterizam a área em estudo fazem parte de uma extensa planície litoral, a sul da Serra da Boa Viagem, sendo constituídas por areias dunares holocénicas (a época geológica mais recente) e por terrenos mais antigos, do Plio-Pleistocénico, pertencentes à Orla Meso-Cenozoica Ocidental. Ao longo da duna destacam-se afloramentos rochosos do Jurássico (período da Era Mesozóica), constituídos por margas escuras e avermelhadas, contendo bastantes placas de gesso e fósseis. Essa singularidade na paisagem permitiu a toponímia para a praia em estudo, pois além do afloramento que sobressai da vegetação dunar, fragmentos destas “pedras negras” salpicam o areal. O gesso corresponde a um mineral de dureza 2, na escala de Mohs, e quimicamente é constituído por sulfato de cálcio hidratado (CaSO4.2H2O). Nos depósitos observados esse mineral encontra-se misturado com impurezas e materiais detríticos, que lhe conferem uma cor cinzenta e avermelhada, tão diferente das amostras cristalinas (selenite) que fazem parte do espólio da escola.

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CONFERÊNCIAS

No âmbito do VIII Congresso dos Jovens Geocientistas serão proferidas duas

conferências no âmbito das Geociências, demonstrando a importância deste

campo de conhecimento no passado, no presente e no futuro.

1. “Fazer (Geo)Ciência e Ensinar (Geo)Ciência: algumas refleções.”

Conferencista: Prof. Doutor Jorge Dinis

2. “Alunos de Seia e a Serra da Estrela no Congresso dos Jovens

Geocientistas”

Conferencista: Mestre Graça Pinto