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DESIGN para ler

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Livro acadêmico Design Para Ler, de Guilherme Serpa, 2012

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  • DESIGN para ler

  • Guilherme SerpaDesign 2A

    Graduao em DesignFundamentos de GrficaProf. Mara Martha RobertoComunicao e LinguagemProf. Eduardo MunerattiHistria do DesignProf. Patricia Amorim

    DESIGN para ler

  • introduo

    de

    sig

    n p

    ar

    a l

    erA elaborao deste portiflio tem como finalidade pro-mover uma atividade interdisciplinar realizada no 2

    semestre do curso de Design.A disciplina Comunicao e Linguagem tratou de

    orientar a pesquisa sobre as Interfaces do Design, bem como a redao dos textos que compem este portiflio.

    Antes das abordagens sobre as interfaces do Design, apresentamos algumas consideraes sobre a importn-cia do desenvolvimento da linguagem escrita para o de-signer em seu desempenho profissional, como por exem-plo a necessidade do conhecimento da prtico de escrita para uma boa elaborao de materiais de comunicao em massa efetivos.

    E tambm, por considerar imprescindvel, um breve desdobramento da frase da designer Emilie Chamie : "A matria-prima do design a cultura", mostrando que a cultura, seja ela geral ou especfica sobre algum assunto, essencial para compor o repertrio de um designer: fer-ramenta necessria para o sucesso do design.

    Em seguida sero apresentados os textos sobre algu-mas das interfaces do design: Design e Tecnologia, uma breve associao de Design com as novas tecnologias e sua necessidade; Design e Marketing que ir abordar a estreita relao entre o Design e conceitos presentes no Marketing: fundamental para a aplicao do Design; Design e Arte, uma interface que aborda a juno de dois conceitos, muitas vezes confundidos como opostos, mas que so iminentemente complementares; e Design e Meio Ambiente com a necessidade contempornea do designer se preocupar com as questes de reciclagem, sustentabilidades, poluio e etc, presentes na esfera do Meio Ambiente.

    Anexa a este portiflio est tambm a pesquisa so-bre o designer Antnio Maluf, cuja proposta maior a realizao de um folder para avaliao na disciplina Histria do Design.

    Alm da preocupao com a elaborao dos textos, h outra atividade na construo do portiflio,que est liga-da esttica. Encontrar uma forma estratgica de comu-nicar as ideias sobre cada tema pode ser feita por meio da tipografia,da organizao dos textos,da diagramao de cada pgina e nas cores escolhidas para a capa. Todos es-ses detalhes foram orientados pela disciplina Fundamen-tos da Grfica,que fecha o trio de disciplinas envolvidas neste projeto.

    Nas consideraes finais,foi feito um parecer crtico so-bre a realizao do trabalho e , em particular sobre cada um dos temas abordados nas interfaces.

  • sumrio

    de

    sig

    n p

    ar

    a l

    erDesign e Suas Interfaces

    design e tecnologia ................................................................ 5design e meio ambiente ........................................................ 7design e arte ......................................................................... 10desing e marketing .............................................................. 12design e escrita .................................................................... 15

    Design e Histriabiografia e histria .............................................................. 19anlises .................................................................................. 21bibliografia ........................................................................... 24

    Consideraes Finais ...................................................... 25

  • DESIGN E SUAS INTERFACES1

    design e arte caminharo sempre juntos,

    complementares, opostos, unidos

  • DESIGN PARA LER ESPM 5

    Tecnologia e Design, mais do que em qualquer outra profisso, tem uma relao ntima e inseparvel.

    Quando se pensa em alguma cincia da area de humanas, por exemplo, o Direito, conclui-se que a tecnologia, apesar de presente, visto que vivemos num perodo em que tudo e todos sem movem um funao desta, no tem uma abrangncia to grande, quanto a capacidade de alterar ou dar novos rumos algum rea de atuao.

    O mesmo ocorre com vrias outras atividades, as quais no sofrem alteraes significantes quanto ao seu estudo, aplicao e etc. quando alguma novidade ou descoberta tecnolgica divulgada.

    Contudo, no Design, visto que a tecnologia e suas ferramentas se tornaram essenciais, qualquer mudana que ocorra nesta ltima afeta diretamente a vida do designer. Isso fica claro quando se observa a evoluo da produo no Design, acompanhada da evoluo da prpria tecnologia.

    A forma de pensar, planejar e produzir do designer, foi e ainda afetada diretamente pelas mudanas ocorridas na tecnologia. A utilizao do prprio computador, mtodos de impresso, softwares, ajudam a tornar a unio Design e Tecnologia inseparvel.

    DESIGN &

    TEC

    NO

    LOG

    IA

  • O conhecimento sobre softwares de computador indispensvel

    para a compreenso da linguagem contempornea do design.

    Ferramentas digitais so cada vez mais presentes no cotidiano do designer.

    A forma de pensar, planejar e produzir do designer, foi e

    ainda afetada diretamente pelas

    mudanas ocorridas na tecnologia

  • DESIGN PARA LER ESPM 7

    Observando todos os caminhos que um designer pode seguir, conclumos que sua influncia se expande para vrias reas. Logo, uma questo como o Meio Ambiente, se torna preocupao dos profissionais do Design.

    Desde o planejamento at a realizao de um projeto, o designer deve ter em mente, principalmente nos dia de hoje, questes como poluio, sustentabilidade e reciclagem, por exemplo. O tipo de material utilizado, o destino do que for produzido aps sua utilizao, so algumas das preocupaes que o designer deve ter, para que a relao do Design com o Meio Ambiente seja saudvel.

    Entre as produes de um designer, esto papis, embalagens, caixas, livros e muitos outros produtos que, se no forem pensados estrategicamente, podem prejudicar o Meio Ambiente, portanto, fica como responsabilidade do designer cuidar para que seu trabalho ajude a populao em geral a cuidar de um bem to precioso para todos.

    DESIGN &

    me

    io a

    mb

    ien

    te

  • A utilizao de papis reciclados so uma forma do designer trabalhar de

    uma maneira que no agrida o meio ambiente, sem atrapalhar a utilizao

    de alguma ferramenta.

    O tipo de material utilizado, o destino do que for produzido aps sua utilizao,

    so algumas das preocupaes que o

    designer deve ter

  • o designer deve ter em mente, principalmente nos

    dia de hoje, questes como poluio,

    sustentabilidade e reciclagem

  • DESIGN PARA LER ESPM 10

    O Design, talvez por seu recente reconhecimento como profisso (quando comparado a outras como medicina, direito, etc), pode, e comum que acontea, ser mal entendido e interpretado. Para podermos, entretando, atribuir ao Desing caractersticas, necessrio um contemplamento de todas as suas possveis vertentes.

    Chamar o Design de arte, ou o contrrio, afast-lo desta definio, de maneira absoluta praticamente impossvel, considerando a prpria origem da profisso com a conhecemos hoje, e sua principais atividades, ligados tanto a produes quase que completamente artsticas, at trabalhos que so inteiramente submetidos a regras e padres, suprimindo as qualidades de arte, e realando contudo conhecimentos tcnicos.

    A Escola Bauhaus, fonte inspiradora at hoje para designers de todo mundo e cone quando se fala sobre o design, em todos os seus caminhos, foi a primeira que, do modo claro e organizado, determinou o design como uma juno insolvel de arte e tcnica; artistas e artesos produzindo juntos, e formando o que seriam os designers ideais: conhecimentos tcnicos absolutos, empregados em trabalhos que esbanjam arte.

    Logo, importante sempre considerar diversos caminhos para uma boa anlise da questo design e arte, mas, indenpendente do que for dito, design e arte caminharo sempre juntos, complementares, opostos, unidos.

    DESIGN &

    ar

    te

  • A utilizao de papis reciclados so uma forma do designer trabalhar de

    uma maneira que no agrida o meio ambiente, sem atrapalhar a utilizao

    de alguma ferramenta.

    Chamar o Design de arte, ou o contrrio, afast-lo desta

    definio, de maneira absoluta praticamente

    impossvel

  • DESIGN PARA LER ESPM 12

    O Marketing e o Desing, ainda que no parea a primeira vista, tem uma estrita relao de dependncia e coexistncia. Para analisarmos e explicarmos tal relao entretanto, necessrio primeiramente um conhecimento sobre o funcionamento e a razo de existir de ambos.

    O Marketing, traz consigo uma srie de conceitos e ideias somente quando pronunciado seu nome, muitas delas relacionadas a uma cincia plenamente racional e estratgica. Porm, quando verificamos sua origem, vemos que contemporneo da criao do prprio mercado capitalista, como o conhecemos hoje.

    Estratgias de marketing, planos, pensamentos, so todos recursos j utilizados por comerciantes mesmo antes do conhecimento da palavra marketing; e sua existncia essencial para que haja o dinamismo e movimento essencial para o capitalismo.

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    ma

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  • Logo, estudando estratgias de marketing, mesmo que superficialmente, percebemos que para que sejam executadas, so necessrias ferramentas e recursos diversos, muitos deles caractersticos de um trabalho de design.

    Desde a placa mais simples dizendo pague 1 leve 2, at a embalagem decorativa mais especial, recursos do marketing, so empregados conceito de design (grfico, de produto, de embalagem, digital, etc.), mesmo que incocientemente.

    Conclumos que o design, uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de planos de marketing, e este, fundamental para que seja dado ao desing, uma razo de produzir, dentro de tantas outras.

  • Anncios, cartazes e outdoors so algumas ferramentas de marketing

    empregadas no cotidiano comumente elaborados por designers .

    Desde a placa mais simples dizendo pague 1 leve 2, at a embalagem

    decorativa mais especial, recursos do marketing,

    so empregados conceito de design

  • DESIGN PARA LER ESPM 15

    O ato da escrita, ferramenta utilizada h tanto tempo e com tanta frequncia pelo homem, separadora de guas para a histria da humanidade, considerada ainda hoje como o maior salto na evoluo da comunicao.

    Logo, o Designer, comunicador nato, deve ter como prioridade em suas qualificaes a habilidade da escrita. No mundo contemporneo, tudo se d atravs da comunicao, e esta, essencialmente atravs de escrita.

    No deixando de lado a comunicao atravs de smbolos, cones e imagens, a escrita se destaca por sua efetividade e abrangncia, e, consequentemente seu uso prioritrio. O designer deve no s dominar a arte da escrita, como saber utiliz-la apropriadamente, de acordo com o contexto de sua produo.

    Conclumos que a importncia da escrita para o designer grande, dependendo entretanto do material produzido.

    DESIGN &

    es

    cr

    ita

  • a escrita uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento de trabalhos

    de desing: desde livros at materiais publicitrios

    O designer deve no s dominar a arte da escrita, como saber utiliz-la apropriadamente, de

    acordo com o contexto de sua produo

  • DESIGN E histria2

    design e arte caminharo sempre juntos,

    complementares, opostos, unidos

  • Antnio maluf

  • DESIGN PARA LER ESPM 19

    biografia e histria

    An

    tn

    io M

    alu

    fAntnio Maluf nasceu em So Paulo, no ano de 1926. Iniciou seus estudos com o curso de engenharia civil, mas aps ter contato com a escultura Unidade Tripartida, de Max Bill, exposta no MASP em 1950, passa a ter inte-resse pelo estilo concreto de arte, o qual foi oficializado no pas com a obra mencionada (que viria a ganhar o prmio internacional de escultura na I Bienal do Museu de Arte Moderna da So Paulo, em 1951), dando incio aos seus estudos na Escola Livre de Artes Plsticas.

    Desde 1920, no Brasil, pintores modernos j apresenta-vam sinais de abstrao e geometrizao em suas obras, mas na dcada de 30 foi inaugurada a linguagem cons-trutivo-geomtrica no pas, dando origem a um cenrio receptivo para o estilo concreto, o qual se fixaria poste-riormente com a criao do grupo Ruptura, em 1952, a partir da exposio homnima.

    A partir destes eventos, Maluf passou a integrar o mo-vimento concretista, se diferenciando dos demais artistas da poca, pois, apesar de tambm possuir uma lingua-gem construtivista, no se vinculou a nenhum grupo ofi-cialmente.

    Neste cenrio de produes essencialmente abstratas e geomtricas, destacam-se das obras de Maluf painis e fachadas, os quais ele produziu em parcerias com diver-sos arquitetos.

    Maluf acreditava na relao insolvel entre os suportes em que trabalhava (paredes, azulejos, etc.), e a forma final de sua arte, sempre tentando os relacionar, se apegando ao conceito presente na maioria de suas obras: a equao dos movimentos.

    Dentre suas produes, que variam de cartazes, facha-das e padres txteis at logos e planejamentos de out-doors, destacam-se trs a serem analisadas: a srie Pro-gresses Crescentes e Decrescentes, o obra Caminho Sem Fim e a obra Matrizes de Azulejos.

  • Neste cenrio de produes essencialmente abstratas e geomtricas, destacam-se

    das obras de Maluf painis e fachadas

  • DESIGN PARA LER ESPM 21

    anlise

    An

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    io m

    alu

    fEquao dos Desenvolvimentos em Progresses Crescentes e Decrescentes

    (29 x 20cm) 1951

    Um dos primeiros trabalhos concretos do artista, o painel elaborado em maro de 1951 foi posteriormente adaptado para um cartaz (96 x 65cm), o qual foi exposto e ganhou o prmio do concurso de cartazes da I Bienal do Museu de Arte Moderna de So Paulo, dando ao artista projeo nacional, e oferecendo ele o convite para participar da I Exposio de Arte Abstrata, em Petrpolis.

    Composta por traos e cores chapadas, a obra de Maluf a primeira do estilo que segue as obras posteriores: padres matemticos, frmulas e projees baseadas puramente em sequncias lgicas, estilo este que daria origem a diversos grupos de obras, (Progresses com verde e vermelho; Progresses crescentes e decrescentes com tringulos coloridos; Progresses crescentes e decrescentes em espiral; com curvas; no quadrado), produzidos at a dcada de 60.

  • DESIGN PARA LER ESPM 22

    an

    tn

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    alu

    f

    anlise

    Caminho Sem Fim

    (65,6 x 65,6cm) 1959

    Esta obra marca um perodo em que as produes do artista, apesar de continuar com seu aspecto matemtico, passaram a obter algum carter figurativo, somado sua composio abstrata. Caminho Sem Fim, formado por uma progresso elaborada atravs de mdulos regulares, quadrados e retangulares, sejam pelas cores utilizadas, ou pela forma final da obra, um dos primeiros trabalhos de Maluf em que se visualmente relacionada uma sensao, um sentimento: um caminho sem fim (atravs do espiral contnuo).

    Inspirou um trabalho no edifcio do Sindicato dos Motoristas, em So Paulo

  • DESIGN PARA LER ESPM 23

    an

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    anlise

    Matrizes de Azulejos

    (11 x 11cm cada mdulo) 1962

    Em uma estrutura ortogonal, dividida em partes iguais atravs de diagonais e ortogonais, Maluf executa numa superfcie caracterstica de suas obras, os azulejos, um painel infinito.

    Destaque da produo de Maluf, as estruturas arquitetnicas, sejam elas painis, fachadas, padres de azulejos, so o estilo predominante na produo concreta do artista, como por exemplo o mural baseado na obra Caminho Sem Fim, na entrada do edifcio do Sindicato dos Motoristas em So Paulo, projetado em parceria com Vilanova Artigas.

    Matrizes de Azulejos explora a tcnica de se produzir uma matriz, que pode ser repetida o quanto for necessrio, em azulejos, que podem ser aplicados de maneira adaptvel.

  • DESIGN PARA LER ESPM 24

    bibliografia

    an

    tn

    io m

    alf

    Enciclopdia Ita Cultural Artes VisuaisMaluf, Antnio (1926 - 2005)Biografia, Comentrio Crtico e Histrico

    Dissertao de MestradoMaria Helosa M. MarmoA Arte Concreta de Antnio Maluf e Sua Relao com o DesignSo Paulo, 2007

    Dissertao de MestradoStella Elia Martins SantiafoAntnio Maluf: Arte Concreta na Arquitetura Moderna Paulista (1960/70)So Paulo, 2009

  • DESIGN PARA LER ESPM 25

    consideraes finais

    de

    sig

    n p

    ar

    a l

    er extremamente necessrio que, no curso de Design, possamos perceber o grau de integrao entre as disci-

    plinas, antes de iniciarmos a prtica profissional.Nessa orientao, surgiu a proposta de elaborao de

    um portiflio com algumas interfaces do design.A observao entre os pontos comuns que h entre

    Design e Tecnologia revelou que a relao insolvel de ambos sujeita sempre as novidades que a esfera de tec-nologia tem a oferecer, aplicadas ao design.

    A pesquisa feita para a elaborao do texto sobre De-sign e Marketing deixou registrado como importante o conhecimento de aspectos do marketing para o bom de-senvolvimento do desing na rea comercial.

    A interface Design e Meio Ambiente propiciou a opor-tunidade de conhecer a necessidade do designer ser preu-cupar no s com o meio ambiente, mas com formas de intergir saudavelmente com ele.

    Ao relacionar Design e Arte fizemos referncia ao esta-belcimento de uma definio de ambos os conceitos, in-terligados e relacionados, sempre, entre si.

    O portiflio contm ainda a pesquisa feita na disciplina de Histria do Design, com o designer Antnio Maluf, e a sua importncia para o cenrio do desing no Brasil, tal como uma breve biografia, contexto histrico do perodo de sua atuao e anlise de algumas obras importantes.

    A elaborao do portiflio de textos sobre as interfaces do design,alm de compor a nota final da disciplina Comu-nicao e Linguagem I e parte da avaliao da disciplina Fundamentos da Grfica, motivou a procura por outras relaes questionadoras em que o Design aparece como fator relevante, pois o mundo visual est sempre presente, tornando-nos cmplices em sua leitura cotidiana.