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Biologia 2017D Livro de resumos I n t r o d u ç ã o à E c o l o g i a Sessão de painéis

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Biologia 2017D

Livro de resumos

Introdução à Ecologia

Sessão de painéis

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Biologia 2017D

CORPO DOCENTE:Dpto Biologia VegetalRafael Oliveira (responsável)Fábio PinheiroFernando MartinsCarlos JolyFlávio MäesPeter Groenendjik.

Dpto Biologia AnimalEleonore SetzMartín ParejaWesley SilvaWoodruff Benson

Monitores:Anna AbrahãoAndré GilesAndré D’AngioliEdson Vieira FilhoPedro BergamoBeatriz AffonsoPaulo BittencourtBernardo FloresLuisa Lobo

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ATRIBUTOS FUNCIONAIS BIOMECÂNICOS DA ALGA Sargassum sp. SOB INFLUÊNCIA

DA INTENSIDADE DAS ONDAS

AMANDA DE BARROS PIFFER, DANIEL AUGUSTO DE TOLEDO TEIXEIRA, GABRIEL

PIASSA, LIRIAM SAMEJIMA TEIXEIRA, LUCIENE SILVA DOS SANTOS, RAFAEL DE

OLIVEIRA BONALDO

Orientadores: Luísa Lobo, Anna Abrahão

Caracteres morfológicos e a história de vida são essenciais para o sucesso no estabelecimento,

sobrevivência e reprodução das espécies. Pressões seletivas diferentes selecionam estados de

caracteres distintos. Nesse sentido, inferimos que a quantidade de energia de ondas que

atingem os costões rochosos pode ser considerada uma pressão seletiva para atributos

funcionais distintos de organismos que necessitam se fixar, captar luz e resistir à ação das

ondas. Portanto, investigamos se diferentes intensidades de ondas no costão rochoso agem

como fator seletivo para diferentes fenótipos da alga Sargassum sp. Nós esperávamos que

algas de praias com maior intensidade de ondas possuíssem uma maior capacidade de fixação,

fossem menores de modo a evitar o arrasto e que fossem mais ramificadas para compensar o

menor tamanho. Analisamos atributos biomecânicos como comprimento, largura, número de

flutuadores, tamanho do apressório e número de ramificações de 30 indivíduos em cada praia,

uma refletiva (alta intensidade de ondas) e uma dissipativa (baixa intensidade de ondas) no

município de Ubatuba, SP. Na praia refletiva encontramos Sargassum sp. com apressórios

maiores, grande número de ramificações e menor comprimento. A força das ondas é

determinante para este padrão estrutural, uma vez que, algas maiores podem ser mais

facilmente arrancadas pela força das ondas do que algas menores. Entretanto, o tamanho

reduzido da alga em praias refletivas diminui a área de captação de luz para fotossíntese. Para

compensar o tamanho, foram favorecidas as algas com maior número de ramificações.

Sugerimos que a presença de flutuadores apenas na praia dissipativa é uma estratégia que

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melhora o ângulo de interceptação solar. Portanto, os atributos funcionais de Sargassum sp.

foram selecionados em resposta à intensidade da força das ondas, conferindo ao grupo,

diferentes morfologias em praias refletivas e dissipativa.

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INFLUÊNCIA DA ATMOSFERA SALINA NA DIVERSIDADE FUNCIONAL DE COMUNIDADES

VEGETAIS

BEATRIZ ARIDA, BRUNA MARCONATO, ISABELLA CONTI, PAMELA CARLSON, PEDRO

CAMPOS, RHAISSA GODOI, THYELEN ENGEL

Orientadores: André Giles, André D'Angioli e Rafael Oliveira

Ambientes distintos apresentam características bióticas e abióticas diversas que em condições

extremas podem causar estresse na vegetação. Plantas apresentam diferenças

morfofisiológicas como estratégias que auxiliam na sobrevivência a estas diferentes condições.

A salinidade atmosférica é um fator especialmente relevante para comunidades vegetais

próximas ao mar. O aumento do potencial osmótico da atmosfera pode levar a maior perda de

água das folhas, e favorecer modificações na morfofisiologia das plantas. O objetivo deste

trabalho foi verificar como comunidades vegetais próximas ao mar lidam com estresse causado

pela atmosfera salina. Nossa hipótese é de que no ambiente com maior estresse salino

(próximo ao mar), as plantas investem mais em massa foliar e suculência, assim, haveria uma

convergência de estratégias para lidar com o estresse. Para isso, medimos massa foliar por

área e espessura foliar das espécies dominantes em dois ambientes distintos ao longo do Rio

Itamambuca (mata de encosta - confluência entre o rio e o mar e mata fechada - 2 km à

montante), com diferentes níveis de salinidade atmosférica. A massa foliar por área e

suculência foram maiores na comunidade próxima ao mar, porém, foi observado uma maior

diversidade funcional neste ambiente estressante. Dessa forma, concluímos que, ao invés de

uma convergência morfológica para lidar com o estresse, houve uma divergência. Isso deve-se

às diferentes estratégias existentes para lidar com o estresse salino. Por se tratar de ambiente

mais heterogêneo e com distintas condições, o perfil da comunidade vegetal dessas áreas

culminam em uma maior diversidade morfológica. A maior massa foliar por área e suculência na

comunidade próxima ao mar podem favorecer a diluição de solutos e minimizar danos

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relacionados ao estresse salino. Entretanto, a maior heterogeneidade nesse ambiente favorece

uma maior diversidade de estratégias na área.

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RIQUEZA DE GALHAS ENTOMÓGENAS EM Psychotria nuda NAS CONDIÇÕES DE BORDA

E INTERIOR DA FLORESTA

AFONSO MACHI; ANA PAULA SAMOGIM; ISABELLA SPINELLA; LAURA BARBON DE

ABREU; LUÍSA MODOLO; MAYARA ROQUETTO

Orientadores: Pedro J Bergamos e Wesley R. da Silva

Galhas são alterações do tecido vegetal em resposta à oviposição de insetos galhadores.

Essas modificações são sésseis, de fácil visualização e cada tipo possui um hospedeiro

específico. A distribuição de insetos galhadores pode ser alterada em ambientes sujeitos a

diferentes condições e há diversas hipóteses para explicar esses padrões. A partir dessas

informações, observamos galhas em Psychotria nuda em borda e interior de floresta,

questionando se sua riqueza nessa espécie de hospedeiro variava entre as duas condições.

Esperava-se uma diferença na riqueza, entre os dois locais, já que galhas são influenciadas por

diferentes condições ambientais. A expectativa era de uma maior riqueza na borda do que no

interior, pois insetos galhadores geralmente preferem ambientes com menor umidade. O projeto

foi realizado em uma área de floresta de terra firme no Sertão da Praia Dura, em Ubatuba - SP.

Registramos galhas de 30 indivíduos de Psychotria nuda nas condições de borda e interior de

floresta, além de valores de umidade e temperatura no momento de cada coleta. Em cada

indivíduo, recolhemos todas as folhas com galhas até 2 m de altura. Ao todo, identificamos

nove morfotipos de galhas e registramos dados sobre a frequência com que apareceram nos

dois ambientes, além da riqueza de morfotipos em cada indivíduo coletado. A riqueza de

morfotipos por indivíduo hospedeiro não apresentou diferença entre borda e interior, embora

mais galhas tenham sido encontradas na borda. Além disso, dois morfotipos foram mais

frequentes, em ambas as condições, sendo que a borda possui diversos morfotipos raros. Em

relação às variáveis medidas, constatou-se que a média de temperatura e umidade não

apresentou diferença nos ambientes. Portanto, a riqueza de galhas não foi diferente entre os

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ambientes, indicando que as condições de borda e interior não influenciam diretamente.

Contudo, houve maior quantidade de galhas raras na borda, mostrando que há outros fatores

que afetam sua riqueza e frequência, por exemplo a luz mais intensa na borda ou hospedeiros

mais suscetíveis, e não a preferência por ambientes menos úmidos. Logo, é possível que

outros fatores abióticos e bióticos modulem os padrões de distribuição de galhas.

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VARIAÇÃO NOS ATRIBUTOS FUNCIONAIS DE BROMÉLIAS Neoregelia johannis EM UM

GRADIENTE DE LUZ E SALINIDADE

BRUNA M. P. CAMPOS, GABRIELA OLIVEIRA, GIULIANA PORTELLA, ELYARA O. SAFRA,

JULIANA S. FRARE, LUANA LUCHI, MARIANA R.DA SILVA

Orientadores: Bernardo Flores e Peter S. Groenendyk

Sobreviver ao estresse em ambientes sob alta exposição à luz solar e concentração salina

demanda adaptações que possibilitem principalmente aquisição de água e nutrientes.

Bromélias-tanque são plantas geralmente epífitas que conseguem viver nessas condições, por

terem atributos funcionais como tanques de armazenamento de água (muitas vezes com

acúmulo de matéria orgânica), suculência e angulação das folhas, além de realizarem

opcionalmente fotossíntese CAM. Estudar as variações nestes atributos funcionais é uma ótima

abordagem para entender os mecanismos de adaptação de plantas a condições ambientais.

Neste estudo, analisamos a relação de atributos funcionais foliares de bromélias Neoregelia

johannis, na mata de restinga do Rio Escuro, Ubatuba - SP, com as condições de luminosidade,

estresse hídrico e salino de cada indivíduo. Comparamos indivíduos terrestres e epífitos para

testar a hipótese de que as condições de maior salinidade e luz levariam a uma maior pressão

de seleção por atributos de reserva de água. Selecionamos aleatoriamente 24 indivíduos (11

terrestres e 13 epífitos), dos quais medimos o volume do tanque, a angulação das folhas do

tanque, a suculência foliar, a abertura do dossel acima da planta e a altura da base de plantas

epífitas. Não encontramos diferença significativa entre o volume do tanque de bromélias epífitas

e terrestres, possivelmente porque no solo da restinga o teor salino é alto, fazendo com que a

quantidade de água livre seja baixa tanto para as plantas arbóreas quanto terrestres. Também

não encontramos relação entre a suculência das folhas e a abertura de dossel, assim como

entre a angulação foliar e a abertura de dossel. Uma hipótese para explicar esses resultados

seria a existência de alta umidade no ar na restinga, tornando a fotossíntese CAM

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desnecessária, e consequentemente a suculência e a necessidade de alterar o ângulo das

folhas, mesmo diante da variação na luminosidade. Sugerimos como trabalho futuro, a análise

destas mesmas variáveis, porém medindo a salinidade do solo e umidade do ar e utilizando um

número amostral maior.

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O EFEITO DA SALINIDADE NO ESTOQUE DE CARBONO NO SOLO DE MANGUES

ADRIANA MARTINS, ISABELLA B. GROSSI, LETÍCIA F. SILVA, LORENA L. T. DE MELO,

LUANA MACIEL, THALIA F. MARTINS, VICTORIA D. GRUBER

Orientadores: André Giles, André D'Angioli e Rafael Oliveira

Durante a decomposição, processos como a imobilização e a fermentação da matéria orgânica

são responsáveis pelo estoque de carbono no solo, seja na forma de biomassa microbiana ou

de húmus. A comunidade microbiana, responsável pela decomposição, é influenciada por

fatores abióticos, os quais podem gerar significativas consequências no estoque de carbono no

solo. Nesse contexto, mangues representam um sistema de interesse por possuírem solo com

elevada concentração salina e anóxia. A salinidade causa estresse osmótico e pode reduzir a

biomassa microbiana e interferir na ação de certas enzimas responsáveis pela decomposição.

A baixa concentração de oxigênio (anóxia), implica em uma microfauna de decompositores que

realiza majoritariamente processos de quebra parcial de cadeias carbônicas, gerando, assim,

maior formação de húmus. Portanto, espera-se que a salinidade e condições de anóxia atuem

no aumento da formação de húmus e, consequentemente, no aumento do estoque de carbono.

O presente estudo visou testar se o estoque de carbono no solo dos manguezais aumenta

proporcionalmente à sua concentração salina. Para tanto, coletamos 30 amostras de solo ao

longo de dois transectos de 150 metros no mangue da Praia Dura, em Ubatuba - SP, com

variação na quantidade de matéria orgânica, sal e água no solo. Tais amostras foram

submetidas a análises de salinidade, quantificação de água e de carbono no húmus e na

biomassa microbiana. Não encontramos relação entre salinidade e estoque de carbono do solo,

nem entre salinidade e abundância de microorganismos no solo, em mangues. Esses

resultados indicam que o estoque de carbono não é influenciado pela abundância de

organismos e que comunidades microbianas passam por um processo adaptativo à salinidade,

e por isso sua abundância não é afetada pela salinidade e condições anóxicas. Dessa forma,

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pode-se afirmar que esses fatores abióticos não representam fatores estressantes em solos de

manguezais.

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INFLUÊNCIA DE FATORES ABIÓTICOS NA DENSIDADE DE BROMÉLIAS DO GÊNERO

Nidularum sp. NA RESTINGA DO MANGUE DO RIO ESCURO

ALINE OLIVEIRA ALBUQUERQUE, GIOVANNA SELLEGHIN VEIGA, ISABEL DE MORAIS

MÁXIMO, LUCAS OLIVEIRA MELLO, MARCELO DE OLIVEIRA, MATEUS GOMES FLORES

Orientador: Fábio Pinheiro

A vegetação de restinga está localizada na planície litorânea, próxima de corpos de água

salobra, contendo um gradiente de salinidade do solo que diminui com a distância do rio ou

mar. Nesse local, encontram-se plantas da família Bromeliaceae, que assumem forma de epífita

ou terrícola e são importantes para as interações ecológicas nessas comunidades. O objetivo

deste estudo é verificar se fatores abióticos influenciam a densidade de bromélias. Nossa

hipótese é que, quanto mais distante da borda da restinga, havendo menor salinidade e maior a

cobertura do dossel, a densidade das bromélias epífitas e terrícolas será maior. O estudo foi

realizado na área de restinga do manguezal do rio escuro, na Praia Dura em Ubatuba. Foram

demarcadas nove parcelas de nove metros quadrados a partir do aparecimento das bromélias

do gênero Nidularium sp., constituindo três linhas em um gradiente da borda do mangue para o

interior da restinga. Contamos a quantidade de bromélias que estavam dentro da parcela,

diferenciando as epífitas e terrícolas, assim como medimos a abertura do dossel com o

densiômetro. Os resultados foram analisados utilizando o teste ANOVA para verificar a

diferença das médias de densidade de bromélias entre as três linhas do gradiente da borda

para o interior. Uma regressão foi usada para determinar se existe relação entre as variáveis:

abertura do dossel e densidade de bromélias, quantidade de indivíduos crescendo como

epífitas e terrícolas. Os resultados dos testes demonstraram que não há relações significativas

entre a salinidade do solo ou abertura de dossel e a densidade de bromélias. Contudo, vimos

que existe uma relação linear positiva entre o número de indivíduos crescendo como epífitas e

terrícolas. Concluímos que não foram encontradas relações significativas quanto aos fatores

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abióticos, possivelmente devido à instabilidade da área. Sugerimos, para trabalhos futuros, o

estudo de variáveis que não foram medidas, como a composição química do solo e a influência

das marés. A relação entre bromélias epífitas e terrícolas pode ser explicada por uma

característica da Nidularium sp., a qual coloniza a área com indivíduos em forma epífita, que, a

partir do brotamento, colonizam o solo ao redor de sua localização.

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INFLUÊNCIA DE FATORES ABIÓTICOS NA APTIDÃO DE EPÍFITAS EM ÁRVORES DO

MANGUE

AMANDA TOGNOLI, BRENO PEDRONI, JANAÍNA MASUMOTO, JULIANA PRODONOFF,

MARIA URSINI, MARIANA CIRINO,

Orientadores: Paulo Bittencourt, Beatriz Affonso

Os mangues são ecótonos entre ambientes marinhos e continentais sujeitos às marés, gerando

um ambiente instável com solos salinos e de baixo pH. O único microambiente tipicamente

florestal nos mangues são os troncos das árvores acima do nível de influência das marés, onde

ocorre uma rica comunidade de epífitas, sujeitas à influência do spray salino e variações

luminosas, dependendo da altura nas árvores e sua direção cardinal. Aqui, estudamos como

fatores abióticos influenciam a aptidão de diferentes epífitas avasculares nas árvores do

mangue. Testamos se a altura da árvore e sua direção cardinal afetam a distribuição de

epífitas. Avaliamos as seguintes hipóteses: 1) a cobertura de epífitas avasculares aumenta com

a distância do solo; 2) essa cobertura diference com a direção cardinal. Para isso, medimos a

cobertura de cada espécie de epífita, de 60cm a 2,2m de altura, nas 4 direções cardinais em 25

indivíduos de Avicennia. Utilizamos análise de variância para verificar diferenças de cobertura

de epífitas relativa às alturas e direções medidas. Não há gradiente de distribuição de epífitas

com altura, mas ocorrem menos musgos (p < 0.001) e líquens vermelhos próximo ao solo (p <

0.0001) enquanto líquens brancos permanecem inalterados pela altura. Líquens brancos não

preferem uma direção, enquanto líquens vermelhos preferem as direções N e L, indicando que

estes requerem maior luminosidade para sobreviver, pois, no hemisfério Sul, essas faces

recebem mais luz durante o dia. Musgos preferem S (p > 0.05), indicando que não requerem

tanta luz quanto os líquens ou possuem maior sensibilidade a estresse hídrico. Refutamos a

hipótese do gradiente de cobertura de epífitas relativo à altura. Todavia, nossos dados sugerem

um possível gradiente de salinidade nas alturas mais baixas e em uma escala espacial mais

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fina que a usada. Sugerem também que líquens brancos resistem mais à salinidade que

musgos e líquens vermelhos.

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EFEITOS DA EXPOSIÇÃO ÀS ONDAS NA AGREGAÇÃO E MORFOLOGIA EM MEXILHÕES

Brachidontes solisianus (BIVALVIA, MYTILIDAE) EM COSTÕES ROCHOSOS DE

UBATUBA-SP

AUGUSTO JÚLIO CAMARGO, BRUNNA LETHICIA DOS SANTOS TOLEDO, DANIELE PIRES

DE LIMA, ELOÁ THEODORO DA SILVA, GUILHERME DE MORAES NOBREGA, JENNIFER

WELLEN SILVA SIQUEIRA

Orientadores: Edson Oliveira Filho, Eleonore Zulnara Freire Setz

As ondas exercem grande estresse físico para muitos organismos da região mesolitoral em

costões rochosos, podendo atuar como força seletiva, levando a variações nos atributos desses

organismos e garantindo, assim, sua sobrevivência. Neste estudo analisamos o efeito de

diferentes exposições às ondas em Brachidontes solisianus (Bivalvia, Mytilidae), mexilhões que

habitam o mesolitoral de costões rochosos e são abundantes em toda a costa brasileira. As

áreas de estudo foram escolhidas de acordo com a exposição às ondas, sendo a Praia Grande

a com maior batimento e a Praia da Fortaleza, a mais protegida. Além da comparação entre

praias, realizamos comparações dentro de cada praia, coletando em diferentes rochas em cada

local 10 parcelas de 100 cm2 de mexilhões presentes na face exposta e outras 10 na face

abrigada ao batimento das ondas. Quantificamos o número de indivíduos por área como uma

estimativa de agregação e, em seguida, separamos de 3 a 5 indivíduos para avaliarmos a

densidade, o formato dos indivíduos, e resistência e investimento em concha. Esperávamos

encontrar indivíduos mais agregados, com maior investimento em concha e conchas mais

densas, resistentes e achatadas numa situação de maior exposição às ondas. O batimento de

ondas não afetou todos os atributos avaliados, entretanto os indivíduos na praia mais exposta,

e indivíduos na face exposta da praia abrigada, investem mais em concha do que em parte

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mole, além de serem proporcionalmente mais achatados na praia exposta. O investimento em

concha pode garantir uma maior proteção ao impacto das ondas enquanto o formato mais oval

da concha pode conferir uma maior dissipação energética. Concluímos que o batimento de

ondas pode levar a variações morfológicas, conferindo aos Brachidontes maior probabilidade de

sobrevivência em uma situação de maior incidência e dinamismo de ondas.

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INFLUÊNCIA DA MASSA DA ARANHA Argiope argentata NA ALTURA RELATIVA AO SOLO

E ÁREA DE SUAS TEIAS E TAMANHO DE MALHAS

ALISSA KEI CHEN, DJALMA COSTA, DUGUAY R. MONTEIRO, JULLYANE DE JESUS, LUIZ

FERNANDO G. FERNANDES, FABRICIO MAIORINO, GIANLUCA ALMEIDA

Orientador: Woodruff Benson

Aranhas da espécie Argiope argentata (Fabricius 1775) tem ampla distribuição geográfica e

ocorrem na América toda, com exceção do Canadá. Membros dessa espécie caçam a partir de

suas teias orbiculares, enrolando suas presas rapidamente em fios de seda. Características da

teia, como tamanho total e do poro da malha podem influenciar no sucesso de captura de

presas. Entretanto, não se sabe quais fatores podem determinam as variações na arquitetura

das teias. Neste estudo testamos as seguintes hipóteses: i) o aumento de massa corpórea da

aranha é acompanhado pelo aumento de área da teia; ii) o aumento de massa corpórea da

aranha é acompanhado pelo aumento do poro da malha; e iii) a distância da base da teia em

relação ao solo sofre aumento quando a massa corpórea da aranha aumenta. Coletamos

indivíduos de Argiope Argentata em uma área de mata atlântica na região da praia dura e

medimos a massa das aranhas, o tamanho de suas respectivas teias e a distância destas em

relação ao solo. O tamanho do poro da malha e a distância da base da teia não variaram com o

aumento da massa das aranhas. Entretanto, aranhas com maior massa produziram teias com

maior área. Esses resultados sugerem que a massa corporal de aranhas é um importante

atributo que pode definir características da teia, que por sua vez podem influenciar o tipo de

presa que será capturada e o sucesso da captura.