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Livro de Resumos

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V Simpósio de Pesquisa em Mata Atlântica - 2019Copyright©2019Instituto Zoobotânico de Morro AzulHélio Freitas Santos - Diretor-Presidente - Professor de Ciências Fí�sicas e Biológicas.Maria Cecília R. M. Santos - Coordenadora Pedagógica e Diretora FinanceiraLucia Cordeiro Gonçalves - Diretora-Executiva

Este é o livro de resumos do V Simpósio de Pesquisa em Mata Atlântica, Engenheiro Paulo de Frontin, RJ, editado pela Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP-UERJ) e co-editado pelo Instituto Zoobotânico de Morro Azul (IZMA), registrado sob o ISBN nº 978-85-5654-016-4

Editoração Eletrônica:AntSoft Systems On Demand - www.antsoft.com.br

Criação e Digramação

www.antsoft.com.br

Todos os direitos de publicação reservados ao Instituto Zoobotânico de Morro Azul (IZMA) - CNPJ: 01.620.691/0001-99 Estrada do Pau Ferro 3066, Morro Azul, Eng. Paulo de Frontin, RJCEP: 26.650-000e-mail: [email protected]: www.izma.org.br

Site do Simpósio: http://simposio.izma.org.br

Comissão Organizadora:Profa. MSc Annelise Frazão Nunes - USPBióloga Ana Carolina ClementeProf. Esp. Angelo Mendonça - IZMAProf. Alex Braz Iacone Santos - CTURProfa Bianca de Oliveira MonsoresProfa Claudiene G. de Oliveira PanzaSra. Celma Assumpção da Silva NunesProfa. Fabiana Fernandes dos Santos - Secretaria de Meio

Ambiente de Paty do Alferes RJProf Esp. Fábio M. Quintão - SEEDUC RJProf. MSc Guilherme Furusawa - UFRRJProf. MSc Hélio Freitas Santos - UFRRJ /IZMAProfa. MSc Lúcia Cordeiro - SEEDUC/IZMALeandro Feijó - Secretaria de Meio Ambiente de Paty do

Alferes RJLetí�cia Monteiro Santos - UFFProf. Dr Luis Henrique Soares Alves - SEEDUC RJProfa Esp Maria Cecí�lia R M Santos - IZMAMariana Oliveira - UFRRJProf. Dr Marcelo Guerra Santos - FFP-UERJDr William Costa Rodrigues - Methodos Consultoria

Agronômica e AmbientalProf. MSc Sérgio Nogueira Pereira - SEAPPA-RJBiólogo Ví�tor de Souza Ferreira - Pé de Planta, Miguel PereiraVitória Lyra UFRJ - Cederj

Comissão Científica:Presidente de honra Prof. Dr Adriano Lúcio Peracchi - UFRRJVice-Presidente de honra Prof. Dr Paulo Cesar R. Cassino

Prof. Dr João Luiz Horacio Faccini - UFRRJProf. Dr Hermes Ribeiro Luz - USPProf. Dr Luiz José Soares Pinto - Museu Nacional UFRJProf. Dr Marcelo Guerra Santos FFP - UERJProfa. Dra Maria Cristina Ferreira dos Santos - FFP-UERJProf. Dr Reinildes Silva Filho – EcoSystems JardinsDr William Costa Rodrigues - Methodos Consultoria

Agronômica e AmbientalProfa. MSc Annelise Frazão Nunes - USP

Prof. MSc Hélio Freitas Santos - UFRRJ / IZMAProf. MSc. Sérgio Nogueira Pereira - SEAPPA-RJBiólogo Ví�tor de Souza Ferreira - Pé de Planta, Miguel Pereira

Comissão de Apoio:Letí�cia Monteiro – UFRJ/IFRJ Profª. Claudiene Gonçalves O. Panza- SEEDUC-RJProfª. Bianca M. de OliveiraCelma Assumpçãobio. MSc Samara Macedo Pinto (UFF)Profa Nadjara Correa – SEEDUC-RJ

Colaboradores:Prof. Dr Walter Flausino - UFRRJProfa Dra Kátia Maria Famadas - UFRRJMSc Samara Macedo Pinto - UFFMSc Profa Nadjara de Medeiros CorreiaProf. MSc Alvaro Alberto M. Sá dos Passos - Universidade de

VassourasViní�cius Nunes Ribeiro de Melo - Unidade de Conservação

Apa Estadual do Rio GuanduMarcelo Cateysson - FotógrafoMSc Shery Duque PinheiroProf. Pedro Paulo de SouzaProf. Dra Luiza Corral Martins de Oliveira Ponciano - Geotales

UNIRIOMarc Alexandre Petroff - Presidente da Pró CorujasRicardo Nogueira - FLONA Mário XavierLeandro Travassos - Rebio TinguáProfa Valéria Chaves - CTURIsabela Bernardes Lima - Unidade de Conservação, Reserva

Biológica de Araras

Organização do Livro de Resumos:William Costa Rodrigues Maria Cecí�lia Rangel Monteiro SantosHélio Freitas Santos

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WILLIAM COSTA RODRIGUESMARIA CECI�LIA RANGEL MONTEIRO SANTOS

HE� LIO FREITAS SANTOS ORGANIZADORES

V SIMPO� SIO DE PESQUISA EM MATA ATLA� NTICAENGENHEIRO PAULO DE FRONTIN, RJ

LIVRO DE RESUMOS

1ª. EDIÇA� OEng. Paulo de Frontin, RJ

FFP-UERJIZMA2019

ISBN nº 978-85-5654-016-4

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SUMÁRIO“COLORINDO A MATA ATLÂNTICA”, RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EDUCATIVA

NO INSTITUTO ZOOBOTÂNICO DE MORRO AZUL- IZMA .......................................01INFLUÊNCIA DE VARIÁVEIS AMBIENTAIS SOBRE A ABUNDÂNCIA DE Wasmannia

auropunctata (ROGER 1863) (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) ...................................03BIODIVERSIDADE: LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO AMBIENTAL NA RESERVA

ECOLÓGICA DE GUAPIAÇU - RIO DE JANEIRO ..........................................................05ARACEAE NA SERRA DA TIRIRICA, NITERÓI/MARICÁ, RJ, BRASIL ......................07ESTRATÉGIAS PARA APERFEIÇOAMENTO DA ARMADILHA MODELO SEMIFUNIL

NA CAPTURA DE COLEOBROCAS EM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA ...09ESTUDO SOBRE PERCEPÇÃO AMBIENTAL: O CASO DOS VISITANTES DO PARQUE

NACIONAL DA TIJUCA (PNT) ............................................................................................... 11INVESTIGAÇÃO DOS IMPACTOS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NA TRILHA DO

ESTUDANTE SITUADA NO PARQUE NACIONAL DA TIJUCA ...................................13CRIMES AMBIENTAIS NAS UCS FEDERAIS DE SANTA CATARINA ..........................15CARRAPATOS COLETADOS NA APA DE PALMARES, PATY DO ALFERES, RJ.

RESULTADOS PRELIMINARES ...........................................................................................17EVOLUÇÃO E ACÚMULO DE C-CO2 EM AGREGADOS BIOGÊNICOS EM

DIFERENTES CLASSES DE SOLOS DA BACIA GUAPI-MACACU, RJ .....................19ESTUDO SOBRE ESPÉCIES EXÓTICAS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO .............................................................................................21CONTRIBUIÇÕES DE ATIVIDADES AMBIENTAIS PARA A FORMAÇÃO DO

ENGENHEIRO AMBIENTAL ..................................................................................................23AGREGAÇÃO E CARBONO ORGÂNICO EM UMA TOPOSSEQUÊNCIA NO CAMPUS

DA UFRRJ ....................................................................................................................................25IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS DO GÊNERO MALASSEZIA E DETECÇÃO DE

BACTÉRIAS DA ESPÉCIE EHRLICHIA CANIS EM CARRAPATOS PROVENIENTES DE CÃES DE ASSENTAMENTOS RURAIS DO MUNICÍPIO DE PIRAÍ, ESTADO DO RIO DE JANEIRO ......................................................................................................................27

AMPLIAÇÃO DA ÁREA DE OCORRÊNCIA DA JIBÓIA BOA CONSTRICTOR LINNAEUS, 1758 (SERPENTES: BOIDAE), COM REGISTRO NO MUNICÍPIO DE ENGENHEIRO PAULO DE FRONTIN, RJ ..........................................................................29

DOCUMENTÁRIOS AMBIENTAIS SOBRE O PARQUE NACIONAL DA TIJUCA: UMA PRODUÇÃO COLABORATIVA ..............................................................................................31

ATRIBUTOS QUÍMICOS DE AGREGADOS SOB DIFERENTES TIPOS DE COBERTURAS VEGETAIS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO-RJ ....................33

FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES EM ÁREAS SOB PASTAGEM E REGENERAÇÃO FLORESTAL ..............................................................................................35

FAUNA EPÍGEA EM ÁREAS DE CULTIVO ORGÂNICO DE BERINJELA (Solanum melongena, L.) COM PLANTAS DE COBERTURA ..............................................................37

ESTABILIDADE DE AGREGADOS SOB DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO - RJ .............................................................................39

COMPARAÇÃO DA TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA EM ÁREAS DE PASTAGEM, CAPOEIRA E FLORESTA ATLÂNTICA, REGIÃO CENTRO SUL DO RIO DE JANEIRO ......................................................................................................................41

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PROJETO PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA ESTAÇÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM MATA ATLÂNTICA VESTIGIAL NO CAMBIRI – FERRAZ DE VASCONCELOS (SP): UMA PARCERIA IFSP-SUZANO E ASSOCIAÇÃO DE ANEMIA FALCIFORME DO ESTADO DE SÃO PAULO (AAFESP) .............................................................................43

FRAÇÃO LEVE LIVRE DA MATÉRIA ORGÂNICA EM AGREGADOS SOB DIFERENTES COBERTURAS VEGETAIS, PINHEIRAL-RJ .........................................45

ORIENTAÇÃO NO PARQUE ESTADUAL DO CUNHAMBEBE: ALTERNATIVA TURÍSTICA - PEDAGÓGICA, CIENTÍFICA E CULTURAL ..........................................47

BRIÓFITAS DA FLORESTA NACIONAL MÁRIO XAVIER (FLONA MX), SEROPÉDICA - RJ, BRASIL ................................................................................................................................49

PARASITISMO POR Amblyomma aureolatum PALLAS, 1772 (ACARI: IXODIDAE) EM CÃO DOMÉSTICO A 2.010 METROS DE ALTITUDE EM ÁREA DO PARQUE NACIONAL DE ITATIAIA, MG ..............................................................................................51

COLONIZAÇÃO DE SUBSTRATO NATURAL ROCHOSO EM DOIS TRECHOS DO RIO MARAMBAIA, ILHA DA MARAMBAIA, MANGARATIBA, RJ ...........................53

IDENTIFICAÇÃO DE COCCÍDIOS DA FAMÍLIA EIMERIIDAE EM AVIFAUNA NA REGIÃO DO MÉDIO PARAÍBA, RJ ......................................................................................55

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE GALHAS FOLIARES EM ESPÉCIES DE Microgramma C. PRESL (POLYPODIACEAE) NA MATA ATLÂNTICA ........................57

QUIZ MATA ATLÂNTICA: APRENDIZAGEM POR MEIO DE JOGOS EDUCACIONAIS ........................................................................................................................59

CONCHAS DE ARCIDAE (MOLLUSCA, BIVALVIA) NAS PRAIAS DA ILHA DA MARAMBAIA, BAÍA DE SEPETIBA, MANGARATIBA, RJ ...........................................61

PREFERÊNCIA DE MICROHABITAT POR LARVAS DE ODONATA (INSECTA) DA ILHA DA MARAMBAIA, RIO DE JANEIRO, BRASIL .....................................................63

CLASSIFICAÇÃO DE TRILHAS DA ILHA DA MARAMBAIA, BAÍA DE SEPETIBA, RIO DE JANEIRO ......................................................................................................................65

MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS COMO FERRAMENTA EM CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA ............................................................67

PESQUISA DE HEMOPARASITOS DE CARRAPATOS COLETADOS EM AVES PASSERIFORMES EM FRAGMENTO DA MATA ATLÂNTICA DO MUNICÍPIO DE PIRAÍ, RJ ......................................................................................................................................69

ESTOQUE DE CARBONO ORGÂNICO EM ÁREAS SOB DIFERENTES COBERTURAS VEGETAIS NO PARQUE ESTADUAL NOVA BADEN, MG .............................................71

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO E QUALIDADE DE ESPÉCIES NATIVAS BASEADO EM DIFERENTES FORMULAÇÕES DE SUBSTRATOS .................................................73

FERTILIDADE DO SOLO SOB TRÊS COBERTURAS VEGETAIS NO PARQUE ESTADUAL NOVA BADEN, MG .............................................................................................75

EFEITO DE BORDA EM FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL, PIRAÍ-RJ ....77BIOMASSA MICROBIANA E CARBONO ORGÂNICO COMO INDICADORES DA

RESTAURACAO DE SOLO DEGRADADO EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS, EM SAPUCAIA-RJ.............................................................................................................................79

CONTINUIDADE ESPACIAL DE ATRIBUTOS QUÍMICOS EM ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO, NUM FRAGMENTO FLORESTAL DE MATA ATLÂNTICA ................................................................................................................................81

ANIMAIS SOBRE RODAS – ANÁLISE DA PRESENÇA DE ANIMAIS EM ADESIVOS

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DE MOTO CLUBES E MOTO GRUPOS EM PENEDO, ITATIAIA, RJ ........................83MATA ATLÂNTICA: UMA INTERPRETAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM UM

FRAGMENTO FLORESTAL NA REGIÃO SUL FLUMINENSE, POR ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DA REDE ESTADUAL DE ENSINO ......................................................85

INVENTÁRIO PRELIMINAR DOS AUCHENORRHYNCHA (INSECTA: HEMIPTERA) OCORRENTES EM UM FRAGMENTO DE MATA NO DISTRITO DE VILA DA FUMAÇA, RESENDE, ESTADO DO RIO DE JANEIRO ..................................................87

ESPÉCIMES BOTÂNICOS NATIVOS E EXÓTICOS PRESENTES NO INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CAMPUS ENGENHEIRO PAULO DE FRONTIN 89

BIODIVERSIDADE DE TYPHLOCYBINAE (INSECTA: HEMIPTERA: CICADELLIDAE) NO DISTRITO DE PENEDO, ITATIAIA, RJ, COM BASE NO RECOLHIMENTO DE EXEMPLARES ATRAÍDOS POR ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL ....................................91

CARACTERIZAÇÃO DAS POPULAÇÕES DO SAPO-PULGA Brachycephalus didactylus E DO SAPO-PINGO-DE-OURO Brachycephalus margaritatus EM ENGENHEIRO PAULO DE FRONTIN E PETRÓPOLIS, RJ .......................................................................................93

PROJETO “AVES DO TINGUÁ”: HISTÓRIA E PERSPECTIVAS ....................................95COMPOSIÇÃO DA AVIFAUNA, FRUGIVORIA E DISPERSÃO DE SEMENTES POR

AVES EM REMANESCENTE DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL NO MUNICÍPIO DE PIRAÍ, RJ ......................................................................................................97

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Resumo Apresentado no V Simpósio de Pesquisa em Mata Atlântica - 20 e 21 de setembro de 2019Este resumo também está disponível em http://simposio.izma.org.br - Copyright©2019, IZMA

INTRODUÇÃO

Esta ação pedagógica social no campo da educação ambiental tem como embasamento os princípios da Ecopedagogia, uma proposta nascida dentro da rede articulada na sociedade civil, objetivando relevar as contribuições dos atores sociais na construção dos direitos e de um futuro para o meio ambiente. Este trabalho foi desenvolvido durante a vigência do projeto “A importância da Serra do Pau-Ferro para a manutenção das populações de Propyrrhura maracana (psitaciformes - psittacidae) por meio de fomento do Ministério da Justiça, convênio 014/2008 CFDD/SDE/MJ, com o Instituto Zoobotânico de Morro Azul, no período de julho de 2008 a maio de 2009, no município de Eng. Paulo de Frontin, RJ. A proposta teve por base gerar estratégias de conservação em preservar a área estudada, a Serra do Pau Ferro, um fragmento de floresta atlântica situado na APA Estadual do Rio Guandu, RJ, que apresenta histórico de perturbações antrópicas, e serve de uso para ave vulgarmente conhecida como maracanã.

MATERIAL E MÉTODOS

A meta foi uma campanha educativa em visitas às escolas muncipais, para a distribuição de cartilha educativa nas séries iniciais, pré-escolar, alunos com necessidades especiais, carentes e comunidades de difícil acesso. A cartilha “Colorindo a Mata Atlântica”, aborda a Serra do Pau Ferro e sua biodiversidade, sensibilizando os participantes quanto à importância da Mata Atlântica para a manutenção das populações da ararinha Maracanã, e da troca de informações sobre a Fauna e Flora da região. A filosofia da ação pedagógica foi embasada na Educação Ambiental Crítica que segundo (GUIMARÃES, In: BRASIL,

2004:34) se torna viável metodologicamente através de projetos que se voltem para além das salas de aula, desde que os educadores que a realizam, conquistem em seu cotidiano a práxis de um ambiente educativo de caráter crítico.Recursos: Flip Shart formato A3, histórias da Mata atlântica, por meio da interação da comunidade local.Leitura e interpretação, desenho e pintura. Na implementação da práxis da ação educativa, a Educação é concebida dentro de uma concepção freireana de reflexão sobre a realidade, busca de identidade e sob este ponto de vista a ação transformadora sobre esta realidade é um caminho para a emancipação do sujeito (FREIRE, 1987:39). Segundo Loureiro ( 2004), a Educação Ambiental transformadora se fundamenta no exercício da cidadania e na construção de valores para a definição democrática das relações sustentáveis à vida em cada contexto histórico.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram impressos 1.100 (mil e cem) exemplares. A atividade realça competências de leitura e interpretação dos alunos de primeiro segmento da educação fundamental e também as habilidades psicomotoras para desenho e pintura, além de oferecer treinamento para o corpo docente em técnicas para a prática pedagógica em sala de aula.. As escolas estaduais da região demonstraram interesse na aplicação da atividade com a cartilha, o que gerou a expectativa de que os professores que atuassem nas duas esferas (município e estado), que tivessem já participado durante o projeto, pudessem aplicá-la como multiplicadores nas escolas interessadas.A grande maioria dos professores do Ensino Fundamental e Pré-escolar participou ativamente junto com os alunos. Diretores, pais, funcionários e visitantes das comunidades do entorno de cada escola, também

“COLORINDO A MATA ATLÂNTICA”, RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EDUCATIVA NO INSTITUTO ZOOBOTÂNICO DE MORRO AZUL- IZMA

Maria Cecília Rangel Monteiro Santos - 1,2; Letícia Monteiro Santos - 3; Hélio Freitas Santos - 11. Instituto Zoobotânico de Morro Azul - IZMA 2. Universidade do Estado do Rio de Janeiro 3. Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-Chaves: Educação; ecopedagogia; ararinha maracanã.Tema: Educação

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estiveram presentes. Essa participação corrobora a afirmação de que ações educativas nascidas dentro da rede articulada na sociedade civil, embasadas filosoficamente na Ecopedagia, relevam as contribuições dos atores sociais na construção dos direitos e de um futuro para o meio ambiente.

CONCLUSÃO

Foram distribuídas 1007 cartilhas educativas para os participantes, para o acervo das bibliotecas das escolas, familiares dos alunos, alunos do EJA (Ensino para jovens e adultos) por meio de suas professoras multiplicadoras da atividade, filhos de funcionários e visitantes das escolas.Público atingido diretamente: 791 pessoas; Público atingido indiretamente: 216 pessoas. O registro foi feito com assinaturas em livro próprio e registro fotográfico digital organizado em programas de apresentação de slides.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério do Meio Ambiente, Identidades da Educação Ambiental Brasileira, Edições MMA, Brasília, 2004, ISBN 85-87166-67-0.FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 17a edição. 1987.

LOUREIRO, C.F.B. Trajetória e Fundamentos da Educação Ambiental. São Paulo: Cortez, 2004.

Apoio: Ministério da Justiça, Secretaria de Direito Econômico, Conselho Federal dos Direitos Difusos

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INTRODUÇÃO

As populações de formigas são afetadas pelas características dos habitats, incluindo variações em fatores como a temperatura do ar, os atributos da vegetação e da serapilheira (GOMES et al., 2013). A espécie Wasmannia auropunctata (Roger 1863) (Hymenoptera: Formicidae) (pequena-formiga-de-fogo) é abundante em diversos locais no Bioma Mata Atlântica. Essa espécie é conhecida pela agressividade e por ter sido introduzida em diversos países, onde pode provocar a redução da biodiversidade nativa (LE BRETON et al., 2003). Também causa problemas em áreas agrícolas (WETTERER; PORTER, 2003). É importante avaliar a influência de variáveis ambientais sobre essa espécie para prever quais regiões podem apresentar condições adequadas para a formiga, podendo apresentar maiores densidades populacionais. Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência de variáveis ambientais sobre a abundância de W. auropunctata em fragmentos florestais da Mata Atlântica.

MATERIAL E MÉTODOS

A coleta de dados foi realizada em seis fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual, três no município de Três Rios e três em Paraíba do Sul, Região Centro Sul Fluminense, Estado do Rio de janeiro. As coletas das formigas operárias foram realizadas em 15 pontos amostrais, onde iscas de sardinha foram dispostas sobe o solo e no tronco de árvores. A distância entre pontos amostrais foi de 10 m. Após uma hora de exposição das iscas as formigas foram coletadas, com o auxílio de pinças e pinceis, e alocadas em frascos contendo álcool 70%. No laboratório as formigas foram identificadas e obteve-se o número de pontos amostrais em que a espécie

W. auropunctata foi coletada em cada fragmento florestal. A frequência de ocorrência nas amostras foi usada como indicativa da abundância da formiga (PEREIRA et al., 2016). Foram obtidas a temperatura do ar, a luminosidade ao nível do solo e a profundidade da serapilheira, todas ao lado de cada ponto amostral. Também obteve-se o tamanho do fragmento florestal e seu nível de isolamento, sendo calculada a média da distância para os três fragmentos florestais mais próximos. A relação da abundância de W. auropunctata e as variáveis ambientais foi avaliada através da regressão múltipla passo-a-passo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A formiga W. auropunctata ocorreu em todos os fragmentos de floresta utilizados no estudo. A abundância da espécie foi influenciada pela luminosidade a altura do solo (F = 10,71; R2 = 0,73; p = 0,03). O modelo matemático com a luminosidade a altura do solo e a temperatura do ar explicou aproximadamente 90% da variação da abundância da formiga (F = 11,04; R2 = 0,88; p = 0,04). O aumento dessas variáveis ambientais reduziu a abundância da pequena-formiga-de-fogo. As demais variáveis ambientais não influenciaram significativamente a abundância de W. auropunctata. Os menores valores de luminosidade e temperatura nos fragmentos florestais foram observados em fragmentos florestais em estágio mais avançado de sucessão ecológica.

CONCLUSÃO

A abundância de W. auropunctata aumenta em fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual com menor luminosidade e temperatura ao nível do solo, estando relacionada com o estágio sucessional da floresta.

INFLUÊNCIA DE VARIÁVEIS AMBIENTAIS SOBRE A ABUNDÂNCIA DE Wasmannia auropunctata (ROGER 1863) (HYMENOPTERA: FORMICIDAE)

Nathália Couto Romanelli Lobo - 1; Larissa Miranda Ribeiro - 1; Fábio Souto Almeida -11. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Palavras Chaves: Biodiversidade; fatores ambientais; formiga

Tema: Ecologia

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REFERÊNCIAS

GOMES, D.S.; ALMEIDA, F.S.; VARGAS, A.B.; QUEIROZ, J.M. Resposta da assembleia de formigas na interface solo-serapilheira a um gradiente de alteração ambiental. Iheringia. Série Zoologia, Porto Alegre, v. 103, p.104-109, 2013.

LE BRETON, J.; CHAZEAU J. ; JOURDAN, H. Immediate impacts of invasion by Wasmannia auropunctata (Hymenoptera: Formicidae) on native litter ant fauna in a New Caledonian rainforest. Austral Ecology, Armidale, v.28, p.204–209, 2003.

PEREIRA, L.P.C.; ALMEIDA, F.S.; VARGAS, A.B.; ARAÚJO, M.S.; MAYHÉ-NUNES, A.J.; QUEIROZ, J.M. Seasonal Analysis of Taxonomic Functional Diversity of Poneromorph Ant Assemblages in the Amazon Forest. Sociobiology, Feira de Santana, v.63, n.3, p.941-949, 2016.

WETTERER, J.K.; PORTER, S.D. The Little Fire Ant, Wasmannia auropunctata: Distribution, ImpactControl. Sociobiology, Feira de Santana, v.42, p.1-41, 2003.

Apoio: Agradecemos à UFRRJ e ao CNPQ pelas bolsas de estudos (PIBIC) concedidas às duas primeiras autoras.

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INTRODUÇÃO

A Mata Atlântica é formada por diferentes fitofisionomias (JOLY et al., 2012). Atualmente, no território nacional, restam apenas 12,4% da floresta original (SOS MATA ATLÂNTICA, 2018). A floresta encontra-se em um estado de intensa fragmentação, com área reduzida a poucos fragmentos descontínuos. Nesse cenário encontra-se a Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA) que tem como princípio a preservação da fauna e flora dos ecossistemas ali presentes. Esse trabalho tem como objetivo a criação de um guia de campo digital sobre a biodiversidade da fauna da área em questão. O guia utilizará a fotografia como proposta de documentação dos aspectos do meio ambiente sob o ponto de vista técnico e científico, como um recurso para o ensino e a pesquisa (ANJOS, 2014), sendo caracterizado pela aquisição e utilização de imagens em abordagens naturais visando o processo de produção científica (BELZ, 2011).

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado na Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA) (22° 27’S, 42° 46’W), localizada no município de Cachoeiras de Macacu, Estado do Rio de Janeiro, Brasil com uma área de 7.600ha (ROCHA et al., 2003). O levantamento fotográfico foi realizado por meio de amostragem livre e sistemática. O método livre consiste em caminhadas pelas trilhas denominadas Amarela e Marrom. O método sistemático, empregado para medir os parâmetros da biodiversidade, foi realizado através do estabelecimento de um transecto de 200m percorrido em 100min na trilha Marrom. Esse percurso foi coberto por quatro integrantes divididos em dois grupos, registando os organismos encontrados. Para identificação

das espécies registradas o grupo contou com o auxilio de especialistas. Para o gerenciamento e tratamento das imagens foram utilizados os softwares Adobe Photoshop Lightroom® e Adobe Photoshop®, e para a confecção do guia de campo o programa iBooks Author.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após 20horas/homem de amostragem foram registrados 46 animais, das seguintes classes, mammalia, amphibia, ave, aracnidea, reptilia e insecta, para produção do guia de campo sobre biodiversidade de fauna para a Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA). O guia está organizado de forma a apresentar: nome popular e científico, uma ou mais imagens do animal em seu habitat natural, além da ocorrência e status da sua conservação. Até o momento, segundo a Lista de Espécies Ameaçadas do Brasil (MMA, 2014) nenhum animal registrado encontra-se nessas condições. O guia de campo, é de fácil manuseio e entendimento ao leitor, tem como intuito a divulgação científica através da percepção visual, usando para isso a fotografia. Técnica de trabalho que permite aproximar o observador do objeto registrado, sensibilizando visitantes e pesquisadores, sobre a fauna que habita a Mata Atlântica presente na REGUA, com intuito de transmitir a importância de cada espécie e seu papel ecológico no ecossistema.

CONCLUSÃO

Através desse material visitantes do local e pesquisadores terão a sua disposição um guia de identificação da biodiversidade dos animais observados ali presentes.

REFERÊNCIAS

ANJOS, M. R. Relatório Curso de Fotografia

BIODIVERSIDADE: LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO AMBIENTAL NA RESERVA ECOLÓGICA DE GUAPIAÇU - RIO DE JANEIRO

Ana Carolina Leite Salles - 1; Carla Cristina Taborda Fernandes Martins - 1; Karinny de Moura Castro - 1; Luiza da Fonseca Mitidieri Bastos - 1; Luiz Antonio da Costa Rodrigues - 2; Antônio Carlos de Freitas - 31. Graduanda de Ciências Biológicas do Centro Universitário Celso Lisboa; 2. Professor do Centro Universitário Celso Lisboa; 3. Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Palavras Chaves: Biodiversidade; Mata Atlântica; Fotografia Científica AmbientalTema: Ecologia

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Científica. 2014. Disponível em https://ppbio.inpa.gov.br/sites/default/files/marcelo_anjos.pdf. Acesso em 11/04/2019. BELZ C. E. A Fotografia Científica. 2011. Disponível em: http://lebioufpr.wixsite.com/lebio/single-post/2013/05/01/A-Fotografia-Cient%C3%ADfica. Acesso em 11/04/2019. Joly, C.A. et al. Florística e fitossociologia em parcelas permanentes da Mata Atlântica do sudeste do Brasil ao longo de um gradiente altitudinal. Biota Neotropica. v.12 n.(1). 2012. Disponível em: http://www.biotaneotropica.org.br/v12n1/pt/abstract?article+bn01812012012. Acesso em 11/04/2019. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE . Portaria nº 43, de 31 de janeiro de 2014. Disponível em http://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/Portaria/2014/p_mma_444_2014_lista_esp%C3%A9cies_ame%C3%A7adas_extin%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acessado em: 05/07/2019. ROCHA, C.F.D., BERGALLO, H.G., ALVES, M.A.S. & VAN SLUYS S. A Biodiversidade nos Grandes Remanescentes Florestais do Estado do Rio de Janeiro e nas Restingas da Mata Atlântica. RiMa, São Carlos, 2003, 160p. SOS MATA ATLÂNTICA. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. 2018. Disponível em https://www.sosma.org.br/projeto/atlas-da-mata-atlantica/dados- mais-recentes/. Acesso em 11/04/2019.

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INTRODUÇÃO

Araceae está inserida em Alismatales, compreendendo cerca de 144 gêneros e 3.645 espécies (BOYCE; CROAT, 2011). A família ocorre em todos os biomas brasileiros e, na Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro, são registrados 103 táxons distribuídos em 20 gêneros (COELHO et al., 2014). Apresentam-se, principalmente, como ervas, epífitas e hemiepífitas e tem como principal característica a inflorescência composta por espádice, onde estão reunidas pequenas flores e por espata, que é uma bráctea modificada. Espádice é composto por flores bissexuadas ou unissexuadas, pistiladas na base e estaminadas no ápice, podendo ter transição estéril (MAYO et al. 1997). O presente trabalho tem como objetivo inventariar as espécies de Araceae ocorrentes na Serra da Tiririca, Niterói/Maricá, estado do Rio de Janeiro, Brasil.

MATERIAL E MÉTODOS

A Serra da Tiririca se localiza entre os municípios de Niterói e Maricá, no estado do Rio de Janeiro (22°48’-23°00’S; 42°57’-43°02’W). A área encontra-se inserida dentro do Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET) e é formada por um conjunto de montanhas com altitude média aproximada de 258,75 m: Pedra do Elefante (412 m), Morro do Telégrafo (387 m), Alto Mourão (369 m), Morro do Catumbi (344 m), Morro da Serrinha (277 m), Morro do Cordovil (256 m), Costão de Itacoatiara (217 m) e Morro da Penha (128 m). A Mata Atlântica que a recobre é classificada como Floresta Ombrófila Densa Submontana e de Terras Baixas, além de alguns trechos com vegetação de afloramento rochoso (BARROS et al., 2009). A metodologia empregada consiste em coletas de plantas férteis, nativas e exóticas,

nas trilhas da Serra da Tiririca para aumentar e complementar as já realizadas anteriormente. As plantas coletadas foram herborizadas, segundo técnicas usuais em botânica (PEIXOTO; MAIA, 2013) e incorporadas aos Herbários da Faculdade de Formação de Professores da UERJ (RFFP), com duplicatas no Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB). Os indivíduos coletados foram identificados com auxílio de bibliografia especializada. O estudo taxonômico também abrangeu consultas (online) aos herbários FCAB, GUA, HB, HRJ, HUNI, R, RB, RBR, RFA e RFFP, acrônimos conforme Thiers (2019).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Até o momento, foram registradas a presença de 31 espécies de Araceae distribuídas em dez gêneros. Deles, Anthurium é o mais rico (11 spp.), seguido de Philodendron (10 spp.); Asterostigma e Syngonium (2 spp., cada), Caladium, Dieffenbachia, Epipremnum, Heteropsis, Monstera e Pistia (1 spp., cada). Entre as espécies de Anthurium foram inventariadas A. comtum Schott, A. coriaceum (Graham) G.Don, A. intermedium Kunth, A. lucidum Kunth, A. luschnathianum Kunth, A. maximilianii Schott, A. microphyllum (Raf.) G.Don, A. parasiticum (Vell.) Stellfeld, A. pentaphyllum (Aubl.) G.Don, A. scandens subsp. scandens (Aubl.) Engl., A. validinervium Engl.. Dentro de Philodendron, P. bipennifolium Schott, P. corcovadense Kunth, P. cordatum Kunth ex Schott, P. crassinervium Lindl., P. hederaceum (Jacq.) Schott, P. nadruzianum Sakur., P. oblongum (Vell.) Kunth, P. ornatum Schott, P. pedatum (Hook.) Kunth, P. propinquum Schott. Em Asterostigma, encontram-se A. lividum (Lodd.) Engl. e A. lombardii E.G.Gonç. Em Syngonium, S. podophyllum Schott e S. vellozianum Schott. Os demais gêneros estão representados por

ARACEAE NA SERRA DA TIRIRICA, NITERÓI/MARICÁ, RJ, BRASIL

Daniel Luiz da Silva Dutra Junior - 1; Marcus Alberto Nadruz Coelho - 2; Ana Angélica Monteiro de Barros - 1; Davi Nepomuceno da Silva Machado - 1.1. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Formação de Professores; 2. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Palavras Chaves: Alismatales; Taxonomia; Afloramento Rochoso.Tema: Botânica

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Caladium bicolor (Aiton) Vent., Dieffenbachia seguine (Jacq.) Schott, Epipremnum pinnatum (L.) Engl., Heteropsis rigidifolia Engl., Monstera adansonii var. klotzschiana (Schott) Madison, Pistia stratiotes L. Dentre as espécies inventariadas, aquelas que estão ameaçadas de extinção correspondem a: A. microphyllum, A. luschnathianum e P. nadruzianum categorizadas como em perigo (EN) e A. lucidum categorizada como criticamente em perigo (CR) (COELHO et al., 2014; 2018). Dentre elas, destacam-se como novas ocorrências de espécies nativas: A. lividum, C. bicolor, P. nadruzianum e P. stratiotes e das exóticas: E. pinnatum, P. hederaceum, S. podophyllum. A Serra da Tiririca é o local de segunda ocorrência de P. nadruzianum, antes registrado apenas na Reserva Ecológica Darcy Ribeiro, também inserida no Parque Estadual da Serra da Tiririca (SAKURAGUI, 2012). A. lucidum, A. luschnathianum, A. validinervium e P. nadruzianum são espécies endêmicas da Mata Atlântica, tendo sua distribuição restrita ao estado do Rio de Janeiro. Do total inventariado, quatro são exóticas (D. seguine, E. pinnatum, P. hederaceum, S. podophyllum) e a presença dessas é preocupante devido aos impactos ambientais que podem causar (COELHO et al., 2018).

CONCLUSÃO

Com o trabalho, o conhecimento sobre a família está sendo ampliado mostrando novas ocorrências e espécies submetidas a diferentes categorias de ameaça. Outras quatro espécies são exóticas e sua distribuição deve ser considerada na revisão do plano de manejo da Unidade de Conservação. Devido à constante alteração da vegetação da área estudada, algumas espécies de Araceae vêm sofrendo redução nas suas populações ao ponto de algumas espécies coletadas anteriormente não apresentarem registro atual.

REFERÊNCIAS

BARROS, A.A.M.; RIBAS, L.A.; ARAUJO, D.S.D. 2009. Trepadeiras do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 60 (3): 681-694. BOYCE, P. C.; CROAT, T. B. 2011. The Überlist of Araceae, Totals for PublishedEstimated Number of Species in Aroid Genera. In: <http://

www.aroid.org/genera/180211uberlist.pdf>. COELHO, M.A.N.; MORAES, L.; WIMMER, F.; MENEZES, V.; AMORIM, T.; NOVAES, L. Araceae. In: MARTINELLI, G.; MARTINS, E.; MORAES, M.; LOYOLA, R.; AMARO, R. (Org.). Livro Vermelho da Flora Endêmica do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2018. p. 137 – 143. COELHO, M.A.N.; SAKURAGUI, C.M.; CALAZANS, L. 2014. Araceae. Catálogo das espécies de plantas vasculares e briófitas do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico. Disponível em: <http://florariojaneiro.jbrj.gov.br> Acesso em: 11 de abr. de 2019. MAYO, S.J.; BOGNER, J.; BOYCE, P.C. 1997. The genera of Araceae. Royal Botanic Gardens, Kew. 370p. PEIXOTO, A. L.; MAIA, L. C. Manual de procedimentos para herbários. INCT–Herbário virtual para a Flora e os Fungos. Recife: Editora Universitária UFPE, 2013. 102 p. THIERS, B. Index Herbariorum: The Herbaria of the world. Disponível em <http://sweetgum.nybg.org/ih/>. Acesso em 09/04/2019. SAKURAGUI, C.M. 2012. Two new species of Philodendrona revised key for species of Philodendron section Schyzophyllum Schott (Araceae). Systematic Botany, 37(1): 43-47.Apoio: CETREINA

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INTRODUÇÃO

A madeira serve de alimento para uma série de organismos denominados xilófagos. Embora possam causar prejuízos econômicos, também atuam em relevantes processos ecológicos. Dentre esses organismos, os grupos Scolytinae, Platypodinae e Bostrichidae, ocorrem em árvores estressadas e madeira recém-abatida, construindo galerias para alimentação e reprodução. Desse modo, o monitoramento populacional é parte das estratégias para auxiliar no manejo dessas pragas florestais, visando avaliar a dinâmica populacional. Armadilhas iscadas com etanol são comumente utilizadas para realizar o monitoramento desses grupos. Portanto, entende-se como relevante desenvolver armadilhas que sejam eficientes e de baixo custo. Logo, proceder alterações estruturais nesses equipamentos pode aumentar a eficiência de captura. Carvalho & Trevisan (2015) descrevem um equipamento com essas características, sendo o objetivo deste trabalho realizar modificações estruturais neste, para otimizar sua eficiência.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado em duas fases, onde, na primeira, adotou-se como estratégia para aperfeiçoar a eficiência de captura da armadilha Semifunil descrita por Carvalho & Trevisan (2015), a incorporação de elementos de madeira, que por ser higroscópica, poderia aumentar a volatilização do álcool. Utilizou-se ripas de madeira de Eucalyptus urophylla e tiras laminadas de Cedrela spp., que foram colocadas em contato com o álcool do frasco coletor e no interior da mangueira porta isca. Coletas semanais foram realizadas entre maio a setembro de 2018. Na segunda, a estratégia foi aumentar

a área de interceptação do voo da armadilha Semifunil (área=480 cm²) incorporando-se um painel de captura extra, configurando a Semifunil modificada (área =1200 cm²). Também, como forma comparativa, considerou-se outro modelo de armadilha, descrito por Murari (2012), a Pet- Santa Maria (área=550 cm²). Coletas semanais foram realizadas entre dezembro de 2018 a abril de 2019. Nas duas fases foram utilizadas seis armadilhas, sendo duas de cada modelo descrito. Todos os indivíduos coletados nas duas fases, foram destinados ao Laboratório de Biodeterioração da Madeira da UFRRJ para identificação entre os grupos: Scolytinae, Platypodinae e Bostrichidae. A normalidade foi conferida pelo teste de Lilliefors a 5% e devido à ausência de distribuição normal, os dados foram comparados mediante teste de Kruskal-Walls (p < 0,05), através do programa BioStat® 5.3 (AYRES et al., 2007).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na primeira fase do experimento capturou-se 886 brocas de madeira, sendo 869 escolitineos (98,1%) e 17 bostriquídeos (1,9%). As armadilhas modificadas com a incorporação da ripa de madeira, as com ripa e a fita de madeira e as sem modificação, capturaram 7,8±6,2; 7,7±5,0; 7,3±3,8 escolitineos médios, respectivamente. Esses valores, quando comparados pelo teste de Dunn (p<0,05) não apresentaram diferença, o que evidencia que nenhuma dessas estratégias serviu para agregar eficiência de captura à armadilha. Na segunda fase do experimento capturou-se 3632 insetos, sendo a subfamília Scolytinae a mais coletada com 3485 (96%) indivíduos, seguido de Bostrichidae com 139 (3,8%) e Platypodinae com 8 (0,2%) indivíduos coletados. A armadilha Semifunil modificada capturou 42,7±20,5

ESTRATÉGIAS PARA APERFEIÇOAMENTO DA ARMADILHA MODELO SEMIFUNIL NA CAPTURA DE COLEOBROCAS EM FRAGMENTO DE MATA

ATLÂNTICA

Carlos Antonio Alves dos Santos -1; Henrique Trevisan -1; Thiago Sampaio de Souza - 11. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Palavras Chaves: Coleoptera; xilófagos; monitoramentoTema: Outros

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escolitineos médios, já a armadilha Semifunil modelo original capturou 28,6±12,6 e a armadilha modelo Pet-Santa Maria capturou 20,4±10,4 indivíduos. Esses valores, quando comparados pelo teste de Dunn (p<0,05) apresentaram-se diferentes, evidenciando que a estratégia de ampliar a área da armadilha foi eficiente para otimizar a captura dos insetos no modelo Semifunil. Evidencia, ainda, que a armadilha Semifunil, mesmo sem modificação, demonstrou-se mais eficiente em comparação ao modelo Pet- Santa Maria.

CONCLUSÃO

Nas condições em que os experimentos foram realizados, conclui-se que a estratégia de incorporar elementos de madeira na armadilha Semifunil, visando o aumento da eficácia de captura, com a maximização da volatilização do álcool, não se mostrou efetiva. Já a estratégia de ampliar a área de intercepção dos insetos, através da incorporação de mais um painel de captura, demonstra ser um procedimento eficiente para aumentar o número de brocas capturadas pela armadilha.

REFERÊNCIAS

AYRES, M.; AYRES JR, M.; AYRES, D. L.; SANTOS, A. A. S. BioEstat 5.0 – Aplicações Estatísticas nas Áreas das Ciências Biológicas e Médicas. Sociedade Civil Mamirauá, Tefé, 2007. 380p.

CARVALHO, A. G.; TREVISAN, H. Novo modelo de armadilha para captura de Scolytinae e Platypodinae (Insecta, Coleoptera). Floresta e Ambiente, v. 22, n. 4, p. 575- 578, 2015.

MURARI, Augusto Bolson et al. Modelo de armadilha etanólica de interceptação de voo para captura de escolitíneos (Curculionidae: Scolytinae). Brazilian Journal of Forest Research/Pesquisa Florestal Brasileira, v. 32, n. 69, 2012.

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INTRODUÇÃO

Embora o Brasil seja um dos 17 países mais diversos do mundo (MITTERMEIER et al., 1997), vem sofrendo com a constante degradação de seus recursos naturais. A Lei 9.985/2000 implementou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) com o intuito de preservar e restaurar a biodiversidade de ecossistemas que sofrem devastação. O Parque Nacional da Tijuca (PNT) é uma Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral que possui uma intensa dinâmica de visitação. Em 2017, foi a UC mais visitada (BRASIL, 2017) e, em 2018, o campeão de movimentação continuou sendo o PNT (BRASIL, 2018). O presente estudo teve o objetivo de reconhecer a percepção dos visitantes sobre a gestão do PNT, a relação destas pessoas com a UC, identificar a existência de impactos (ruídos, vandalismo, pisoteio e compactação do solo, alimentar os animais) provenientes da visitação e a importância de alguns aspectos (lixeiras, placas informativas, fiscalização, segurança) para a conservação do Parque.

MATERIAL E MÉTODOS

O Parque Nacional da Tijuca está localizado no município do Rio de Janeiro, tendo acesso pelas Zonas Norte, Sul e Oeste, possui 3.953 hectares e abriga a maior floresta urbana replantada do mundo, pertencente ao bioma Mata Atlântica. É dividido em quatro setores: Floresta, Serra da Carioca, Pedra Bonita/Pedra da Gávea e Pretos Forros/Covanca (ICMBio, 2019), possuindo assim diversos tipos de atrações para os visitantes. A aplicação de questionários foi realizada, nos dias 23/02/2019 e 30/03/2019, no Setor Floresta do PNT. Os visitantes responderam aos questionários na entrada do Parque, no estacionamento e no

centro de visitantes. Ao todo, foram respondidos 65 questionários, contendo sete perguntas abertas e 19 questões fechadas utilizando a Escala Likert. Com o intuito de expressar, numérica e visualmente, os resultados das questões fechadas foram elaborados gráficos em Excel. E, para a análise das respostas abertas será utilizada a análise de conteúdo (BARDIN, 2011). Vale ressaltar que os dados qualitativos da pesquisa estão em fase de análise, desta forma será apresentada apenas a análise de uma resposta aberta.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise dos resultados quantitativos demonstrou que 56,92% dos respondentes pertenciam ao sexo masculino, 35,94% tinham 40 anos ou mais e 37,29% possuíam o ensino médio completo (menor nível de escolaridade encontrado). Além disso, constatou-se que 81,54% dos entrevistados já tinham conhecimento de que o PNT é uma Unidade de Conservação e 63 pessoas o consideraram importante. Quanto a destinação incorreta de resíduos no Parque, observou-se que 66,67% dos respondentes identificaram algum impacto decorrente deste ato e 71,88% consideraram esta atividade como de alto impacto negativo para o Setor Floresta. Ainda sobre as atividades humanas com potencial de impacto ao ecossistema local, notou-se que 41,54% e 38,46% admitiram, respectivamente, que os ruídos e o pisoteio e compactação do solo têm um alto impacto. Constatou-se também que 66,15% e 47,69% julgaram, nesta ordem, o vandalismo e o ato de alimentar os animais como práticas de alto impacto. No tocante à infraestrutura do local, os usuários consideraram a inserção de lixeiras (68,25%), placas informativas (67,19%), uma maior fiscalização (70,31%) e o acréscimo de seguranças (76,56%) como aspectos muito

ESTUDO SOBRE PERCEPÇÃO AMBIENTAL: O CASO DOS VISITANTES DO PARQUE NACIONAL DA TIJUCA (PNT)

Juliane Pereira Zago -1; Marcelo Borges Rocha -21. Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ) / Curso de Graduação em Engenharia Ambiental, [email protected]; 2. Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ) / Departamento de Engenharia Ambiental (DEAMB), [email protected]

Palavras Chaves: Parque Nacional da Tijuca; percepção ambiental; impactos.Tema: Ciências ambientais

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importantes para a conservação do PNT. Em relação à implementação de estabelecimentos comerciais na área do Parque, a maioria dos respondentes declarou concordar com a instalação de quiosques (37,10%), restaurantes (37,10%) e cafeteria (46,77%). Por fim, sobre a gestão do Parque Nacional da Tijuca, 58,73% dos respondentes a consideraram boa; o equivalente a 37 pessoas. Para a análise qualitativa, as respostas dos visitantes foram numeradas de um à 65 e divididas em categorias não excludentes, ou seja, uma mesma resposta poderia pertencer a mais de uma categoria simultaneamente. Como comprovação de que as respostas se enquadravam nas categorias definidas, foram destacadas as unidades de registo (palavras ou expressões que são a chave para reconhecer a visão do usuário e estabelecer sua(s) categoria(s)) e as unidades de contexto (frase que demonstra o contexto em que as unidades de registro foram empregadas). Dentre as perguntas abertas realizadas pode-se destacar: “o que é uma Unidade de Conservação (UC) para você?” e, para ela, a partir das respostas dos visitantes foram criadas sete categorias: preservação/conservação, biodiversidade, lazer, limpeza, ameaçado(a), não sei e não responderam. Sendo exemplos de unidades de registro e contexto do grupo preservação/conservação, respectivamente, “proteção” e “são áreas destinadas à proteção considerando sua importância biológica com relação à biodiversidade e recursos naturais”. Entretanto, esta resposta do visitante nº 16 está na intersecção de dois conjuntos, ou seja, além pertencer à categoria citada faz parte também do agrupamento denominado biodiversidade, conforme pode-se perceber através de sua unidade de contexto. Portanto, com base nestas etapas de análise será possível interpretar as demais explicações dos visitantes.

CONCLUSÃO

Estudos na área ambiental são de suma importância tendo em vista a proteção de áreas com relevante interesse ecológico, a manutenção da biodiversidade e dos recursos naturais. A partir dos resultados até aqui analisados, foi possível reconhecer o nível de entendimento dos participantes sobre possíveis impactos causados no PNT decorrentes das visitações, identificar suas percepções quanto a gestão do Parque.

Além disso, identificou-se a importância de determinados elementos, por exemplo, instalação de lixeiras, implementação de mais segurança, inserção de placas informativas e fiscalização, para a conservação do Parque.

REFERÊNCIAS

BARDIN, L. Análise de conteúdo. 1. ed. São Paulo: EDIÇÕES 70 - BRASIL, 2011.

BRASIL. Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9985.htm>. Acesso em: 19 de abril de 2019.

BRASIL. Ministério do Turismo. Parque Nacional da Tijuca foi o mais visitado em 2017. 2017. ICMBio. Disponível em: <http://w w w. t u r i s m o . g o v. b r / % C 3 % B A l t i m a s -not%C3%ADcias/11228-parque-nacional-da-tijuca-foi-o-mais-visitado-em-2018.html>. Acesso em: 19 de abril de 2019.

BRASIL. Ministério do Turismo. Visitação em parques nacionais bate novo recorde. 2018. ICMBio. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/12415-v i s i t a%C3%A7%C3%A3o-em-pa rques -nacionais-bate-novo-recorde.html>. Acesso em: 19 de abril de 2019.

ICMBio. Ministério do Meio Ambiente. Parque Nacional da Tijuca. Disponível em: <http://parquenacionaldatijuca.rio/>. Acesso em: 28 de abril de 2019.

MITTERMEIER, R.A.; GIL, P.R.; MITTERMEIER, C.G. 1997. Megadiversity: Earth’s Biologically Wealthiest Nations. Conservation International, Cemex.Apoio: Os autores agradecem a instituição de fomento Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e ao o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do CEFET/RJ pelo apoio a este projeto de pesquisa.

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INTRODUÇÃO

A irresponsabilidade no descarte e gestão de resíduos sólidos pode ter um sério impacto no meio ambiente, como a poluição das águas subterrâneas, a poluição do solo e a dificuldade no tratamento do esgoto. Por meio da análise da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sob a Lei nº 12.305, o presente trabalho teve como objetivo fazer um levantamento dos impactos de resíduos sólidos na Trilha do Estudante, localizada no Setor Floresta do Parque Nacional da Tijuca (PNT). Aliado a PNRS, está a gestão de resíduos sólidos em UCs, que são abertas à visitação pública, tendo assim, um papel de extrema importância para o turismo ecológico e na promoção da educação e interpretação ambiental, contudo estão expostas as atividades irresponsáveis de alguns visitantes, que muitas vezes despejam resíduos sólidos no meio ambiente, ocasionando transmissão de doenças para os animais, assim como à proliferação de vetores em razão do acúmulo de água parada.

MATERIAL E MÉTODOS

A escolha da Trilha do Estudante, no Parque Nacional da Tijuca, para este estudo decorre de seu número significativo de visitantes, assim como de seu fácil acesso. Devido ao baixo grau de dificuldade e de sua popularidade, aliada ao seu curto tempo médio de caminhada, de aproximadamente trinta minutos (Parque da Tijuca, 2018), a Trilha tem as características que a tornam uma área de estudo ideal para o presente estudo. A coleta dos dados aconteceu nos dias 02 de setembro de 2017, 15 de novembro de 2017, 22 de setembro de 2018, 15 de dezembro de 2018, 23 de fevereiro de 2019 e 30 de março de 2019, permitindo a análise em diferentes épocas do ano. Para a coleta foram utilizadas uma câmera

fotográfica para o registro das imagens dos resíduos despejados ao longo da Trilha e uma ficha de campo para auxiliar na anotação das características dos resíduos sólidos identificados. Os dados de todos os resíduos foram anexados em uma planilha com o objetivo de identificá-los e organizá-los. Posteriormente, estes resíduos foram reunidos de acordo com a matéria-prima de cada um, como por exemplo alumínio, plástico, vidro, tecido. Essa categorização possibilitou separar os materiais identificados pelo tempo de decomposição de cada um no solo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao longo de toda a extensão da Trilha, havia mais de 150 resíduos despejados de maneira incorreta e de difícil decomposição, gerando graves prejuízos para o ecossistema local, como por exemplo, a presença de carvão vegetal, embalagens plásticas, latas de alumínio, parafina, pilhas e vidro. As pilhas, por exemplo, contêm substâncias químicas como mercúrio (Hg), chumbo (Pb) e cádmio (Cd). O mercúrio, se absorvido pelos vegetais da região ou ingerido pelos animais, tem potencial de gerar alterações genéticas, além de afetar os rins, à medula óssea e o sistema nervoso dos mamíferos. Sendo capaz de causar câncer nos mamíferos que o consomem. Já a ingestão de cádmio pode causar anemia, osteoporose, além do desenvolvimento de câncer de pulmão (BOCCHI, FERRACIN e BAGGIO, 2000). Também foi detectada a presença de resíduos de papel alumínio e latas de alumínio, que são derivados da matéria-prima alumínio (Al). Este elemento químico, quando lançado no meio ambiente de forma ilegal, contamina o solo e a água do lençol freático. Quando há chuva ácida, os prótons da água podem reagir com o hidróxido de alumínio, que é insolúvel, ocasionando a liberação de íons

INVESTIGAÇÃO DOS IMPACTOS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NA TRILHA DO ESTUDANTE SITUADA NO PARQUE NACIONAL DA TIJUCA

Stéfano Bruno Vieira Gomes-1; Marcelo Borges Rocha-21.Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ) / Curso de Graduação em Engenharia Ambiental, [email protected]; 2.Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ) / Departamento de Engenharia Ambiental (DEAMB), [email protected]

Palavras Chaves: Resíduos sólidos; Impacto ambiental; Parque Nacional da Tijuca.Tema: Ciências ambientais

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de alumínio no solo da região, sendo capturados pelas raízes dos vegetais. A sua decomposição no solo demora cerca de 200 a 500 anos (Ministério do Meio Ambiente, 2005). O descarte deste resíduo na Trilha do Estudante, em detrimento de sua reutilização ou reciclagem, incentiva ainda mais a produção de alumínio, grande emissora de gases poluentes como o gás carbônico (CO2) e os perfluorcarbonetos (PFCs) no ar atmosférico durante a extração de óxidos de alumínio, como a bauxita (HENRIQUES; PORTO, 2013). A presença de parafinas, ao longo da Trilha do Estudante, por meio da constatação de três velas, que para sua fabricação utiliza-se hidrocarbonetos saturados (carbono e hidrogênio), contribui para o impacto no ecossistema. Por ser derivada do petróleo, torna-se uma substância insolúvel em água. Sua decomposição gera consequências para o meio ambiente, como a alteração do pH do solo, bem como a diminuição da permeabilidade em regiões próximas ao resíduo (HEDLUND, 2013). Há uma área de lazer na Trilha, que conta com a presença de uma churrasqueira muito utilizada pelos visitantes do Parque há uma churrasqueira muito utilizada pelos visitantes do parque. Infelizmente, alguns despejam o carvão vegetal de forma inadequada. Sendo este último fabricado por meio da carbonização de matéria orgânica, tornando difícil a sua degradação, necessitando de mais de 80 anos para a decomposição do carvão vegetal no solo (ROSA, 2012). Foi encontrada uma quantidade significativa de produtos à base de petróleo, como copos plásticos descartáveis, sacos de supermercados e garrafas pet, com potencial de acúmulo de água parada, além da liberação gradual de substâncias tóxicas provenientes do petróleo para o solo da região. O seu tempo de decomposição no meio ambiente é de aproximadamente 400 anos (COMPAM, 2015).

CONCLUSÃO

A partir do presente estudo, foi possível perceber como as ações antrópicas têm potencial de impacto em uma região natural, podendo gerar poluição das águas subterrâneas e a poluição do solo. A crescente visitação pública em Unidades de Conservação reforça a necessidade urgente de uma gestão voltada para a sensibilização dos visitantes sobre a necessidade de manutenção dos recursos naturais, despertando a responsabilidade

que cada cidadão deve ter para a conservação da biodiversidade.

REFERÊNCIAS

BOCCHI, N.; FERRACIN, L. C.; BAGGIO, S. R. Pilhas e baterias: funcionamento e impacto ambiental. Química Nova na Escola, v. 11, 2000COMPAM. Tempo de decomposição dos resíduos. Disponível em: <http://www.compam.com.br/decomposicao.htm>. Acessado em: 18 Mai. 2019

HEDLUND, T. A. (2013). A redução dos impactos ambientais como proposta para o desenvolvimento de luminária a partir de resíduos de MDF. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí.HENRIQUES, A. B.; PORTO, M. F. S. A insustentável leveza do alumínio: impactos socioambientais da inserção do Brasil no mercado mundial de alumínio primário. Ciênc. saúde coletiva vol.18 no.11 Rio de Janeiro Nov. 2013.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Consumo Sustentável: Manual de Educação, 2005, 160p.

PARQUE DA TIJUCA. TRILHA DOS ESTUDANTES. 2018. Disponível em: <http://www.parquedatijuca.com.br/#atracao?id=51>. Acessado em: 12 mai. 2019.

ROSA, R. A. Qualidade do carvão vegetal, para uso doméstico, comercializado em três municípios do estado do Espírito Santo. Universidade Federal do Espírito Santo. Departamento de engenharia florestal do centro de ciências agrárias, 2010.Apoio: Os autores agradecem a instituição de fomento Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e ao o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do CEFET/RJ pelo apoio a este projeto de pesquisa.

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INTRODUÇÃO

O Bioma Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do mundo, contando atualmente com cerca de 7% da sua cobertura vegetal original (GALETTI, 2001). Uma das estratégias utilizadas no planejamento ambiental para frear as intervenções antrópicas é a criação de espaços territoriais especialmente protegidos, como as unidades de conservação (UC). Na escala federal, o Sistema Nacional de Unidades da Conservação (SNUC) é gerido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), criado pela Lei nº 11.516 de 28 de agosto de 2007. Dentre as suas competências está a gestão e fiscalização das infrações ambientais cometidas no interior de UC, amparado pela aplicação da Lei de Crimes Ambientais (BRASIL, 1998). Neste contexto, objetiva-se avaliar a atuação do ICMBio na fiscalização dos crimes ambientais nas UC federais de Santa Catarina, identificando os tipos de infrações ambientais, além da sua distribuição espacial e temporal.

MATERIAL E MÉTODOS

O levantamento dos autos de infração lavrados nas UC federais de Santa Catarina foi realizado através da base de dados disponibilizada pelo ICMBio. Foram selecionadas as infrações ambientais cometidas entre 2009 e 2018. Os autos de infração foram classificados e analisados quanto à UC de ocorrência, ao ano e tipo de infração cometida (de acordo com o Decreto nº 6514 de 2008). O mapeamento da distribuição espacial foi realizado no programa ArcGis 10.1.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No total foram identificadas 1700 infrações ambientais cometidas no interior de UC federais

de Santa Catarina, sendo 1038 ocorridas em UC do grupo Proteção Integral e 662 em UC do grupo Uso Sustentável. O maior número de autuações em localidades mais restritivas ao uso pode estar relacionado com uma atuação mais efetiva do ICMBio nestas localidades, por essência mais proibitivas ao uso humano (BRASIL, 2000). A atuação da fiscalização ambiental no interior da UC de Santa Catarina foi crescente nos quatro primeiros após a criação do ICMBio (2009 a 2012), entretanto se observa uma tendência a redução da fiscalização nos últimos quatro anos. O padrão observado está diretamente alinhado com o ritmo do orçamento destinado ao longo destes anos para o Ministério do Meio Ambiente, que caiu mais de 25% nos últimos cinco anos (WWF, 2018). Os crimes ambientais mais recorrentes estão relacionados à fauna e à flora. Destaca-se a pesca em período de defeso, em área não autorizada, com apetrechos de coleta proibidos, em tamanho inferior ao permitido ou com abuso de licença. Em relação à flora, Santa Catarina esteve como o estado que mais suprimiu a vegetação nativa no bioma Mata Atlântica entre os anos 2000 e 2008, totalizando 45.500ha (Fundação SOS Mata Atlântica; INPE, 2008). As UC, por possuírem maiores extensões contínuas de florestas de Mata Atlântica, são localidades sensíveis às pressões antrópicas. Na área urbana as principais ameaças são provenientes da construção civil e de loteamentos, enquanto no meio rural o reflorestamento com culturas homogêneas, lavoura e pecuária exercem maior impacto (SMINSKI; FANTINI, 2010).

CONCLUSÃO

A maior ocorrência de infrações ambientais foi constatada nas UC federais enquadradas como Proteção Integral, denotando o caráter

CRIMES AMBIENTAIS NAS UCS FEDERAIS DE SANTA CATARINA

Karine Resende Corrêa Florentino 1; Ana Barros da Silva 1; Alex Braz Iacone Santos 21. Curso Técnico em Meio Ambiente / Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, [email protected]; 2. Professor do Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro CTUR/UFRRJ, [email protected]

Palavras Chaves: Unidade de Conservação; ICMBio; infração.Tema: Ciências ambientais

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mais restritivo ao uso conforme apregoado pela legislação ambiental. A atuação do ICMBio nas ações de fiscalização ambiental aparenta estar diretamente relacionada com a disponibilidade do orçamento destinado ao Ministério do Meio Ambiente. Os crimes ambientais mais comuns na UC de Santa Catarina estão relacionados à fauna (atividade pesqueira) e à flora (desmatamento).

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei n. 9.985 de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Brasília, DF. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm> Acesso em: mai. 2019.

BRASIL. Lei n. 9.605 de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm> Acesso em: mai. 2019.

Fundação SOS Mata Atlântica; Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 2008. Atlas dos remanescentes Florestais da Mata Atlântica Período 2000-2005. 157pp.

GALETTI, M. The future of Atlantic forest. Conserv. Biol., vol. 15, p. 4-5. 2001.

SIMINSKI, A.; FANTINI, A. C. A Mata Atlântica cede lugar a outros usos da terra em Santa Catarina. Biotemas, v. 23, n. 2, p. 51-59, 2010.

World Wide Fund for Nature. 2018. Cortes no orçamento da União para 2018 atingem Unidades de Conservação e combate ao desmatamento. Disponível em: <https://www.wwf.org.br/informacoes/bliblioteca/?61542/Cortes-no-oramento-da-Unio-atingem-Unidades-de-Conservao-e-combate-ao-desmatamento> Acesso em: mai. 2019.Apoio: Colégio Técnico da UFRRJ

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INTRODUÇÃO

Os carrapatos são artrópodes parasitos, transmissores de agentes patogênicos que causam doenças a humanos e animais. No Brasil, o cão doméstico é hospedeiro para várias espécies de carrapatos. Rhipicephalus sanguineus,é a principal espécie que parasita o cão doméstico nos centros urbanos e cidades localizadas na zona rural. Nas cidades localizadas nas zonas rurais e próximas a florestas, varias espécies de Amblyomma, com destaque para A. ovale e A.aureolatum também parasitam o cão.

MATERIAL E MÉTODOS

A área de Proteção Ambiental de Palmares – APA Palmares localiza-se no município de Paty do Alferes-RJ, na coordenada centróide 22°27’22” S e 43°24’27” W. A cobertura vegetal consiste principalmente de floresta secundária em vários estágios sucessionais. Os moradores e proprietários de um grande número de sítios frequentados nos finais de semana e feriados prolongados, possuem cães, que adentram frequentemente a floresta conservada no entorno das habitações. Como parte de um projeto científico com o objetivo de avaliar a relação carrapatos-cães nesta APA, foram feitas, até o presente, três campanhas ao local de pesquisa nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2019 e cada campanha durou três dias. Os carrapatos foram coletados manualmente com a ajuda de pinças após contenção dos cães por mordaça, procedimento padrão para cães dóceis e durante a inspeção detalhada dos hospedeiros. As coletas nos hospedeiros são complementadas com coletas dos estágios de vida livre, realizadas nos mesmos locais e através da técnica de arrasto descrita no Manual de Vigilância Acarológica da Superintendência de Controle de Endemias/SP

(VIEIRA et al., 2004). Os carrapatos coletados foram conservados em álcool isopropílico e transportados ao Laboratório de Acarologia Veterinária do Departamento de Parasitologia Animal da UFRRJ, onde foram identificados com o uso de chaves dicotômicas específicas (Barros-Battesti et al. 2006).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o período de pesquisa foram examinados 119 cães e desses, 38 (31,9%) estavam parasitados. Coletou-se 73 carrapatos; 32 (43,8%) da espécie Amblyomma aureolatum, sendo 16 fêmeas (50%) e 16 machos (50%); 40 (54,8%) da espécie Rhipicephalus sanguineus, 22 fêmeas (55%), 17 machos (42,5%), e 1 ninfa (2,5%); e uma fêmea de Amblyomma ovale. Ambas espécies, A. aureolatum e A. ovale são parasitos comuns de mamíferos silvestres. A primeira tem preferência por canídeos silvestres enquanto a segunda, por felídeos silvestres ( Guglielmone et al. 2003). Os cães parasitados por A.aureolatum, são aqueles que adentram frequentemente a floresta, enquanto que R. sanguineus, parasito comum de cães domésticos, foi coletado em cães que permanecem em seus domicílios.ConclusãoOs resultados obtidos, embora preliminares, indicam que os cães que adentram a floresta adjacente a seus domicílios, correm o risco de serem infestados por espécies de carrapatos parasitos naturais de animais silvestres.

REFERÊNCIAS

BARROS-BATTESTI, D. M.; ARZUA, M.; BECHARA, G. H. Carrapatos de importância médico-veterinária da região neotropical: um guia ilustrado para identificação de espécies. São Paulo: Vox/ICTTD-3/Butantan, 2006. 223 p.

CARRAPATOS COLETADOS NA APA DE PALMARES, PATY DO ALFERES, RJ. RESULTADOS PRELIMINARES

Hélio Freitas Santos; Walter Flausino; Guilherme Pinheiro Furusawa; João Luiz Horacio FacciniPrograma de Pós Graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ.

Palavras Chaves: carrapatos; cães; Floresta Atlântica; RJ.Tema: Outros

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GUGLIELMONE, A. A.; A. ESTRADA-PEÑA, A. J.; MANGOLD, D. M.; BARROS-BATESTI, M. B.; LABRUNA, J. R.; MARTINS, J. M.; VENZAL, M.; ARZUA, M.J. E. KEIRANS. Amblyomma aureolatum (Pallas, 1772)Amblyomma ovale Kock, 1844: hosts, distribution16S rDNA sequences. Vet. Parasitol. 113: 273-288. 2003 VIEIRA, A.M.L.; SOUZA, C.E.; LABRUNA, M.B.; MAYO, R.C.; SOUZA, S.S.L. & CAMARGO-NEVE, V.L.F. Manual de vigilância acarológica São Paulo. São Paulo: A Secretaria. 2004.

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INTRODUÇÃO

Na Bacia Guapi-Macacu encontra-se uma grande diversidade de classes de solos localizados na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro. Segundo Fidalgo et al. (2008), estas classes são ocupadas por florestas (45%) do tipo Ombrófila Densa, entretanto, 43,6% da Bacia são cobertos por áreas de pastagem plantada. Os diferentes tipos de cobertura vegetal observados influenciam diretamente na dinâmica da matéria orgânica do solo (MOS), principalmente nos compartimentos mais lábeis. Um dos métodos mais eficientes para a quantificação do compartimento lábil da MOS consiste na determinação do carbono mineralizável (CM), sendo este originado da quebra de moléculas orgânicas, convertendo-o em biomassa e energia através da respiração microbiana, representando a atividade da microbiota edáfica na decomposição da MOS (Pinto et al., 2018). Sendo assim, o objetivo deste estudo foi quantificar o teor de CM em agregados biogênicos de diferentes classes de solos da Bacia Guapi-Macacu, RJ.

MATERIAL E MÉTODOS

A coleta de amostras indeformadas foi realizada na profundidade de 0,00-0,20m em setembro de 2018, sendo a amostradas cinco classes de solos, todos sob vegetação de pastagem plantada, a saber: Planossolo Háplico (SX), Nitossolo Bruno (NB), Argissolo Vermelho (PV), Latossolo Vermelho-Amarelo (LVA) e Gleissolo Melânico (GM), localizados na Bacia Guapi-Macacu, RJ. Após a coleta, as amostras foram submetidas a peneiramento, sendo utilizado um conjunto de peneiras de 9,7 e 8,0 mm, tendo sido avaliados somente os agregados neste intervalo. Esses foram levados para o laboratório, examinados sob lupa e separados manualmente de acordo com as

definições propostas por Bullock et al. (1985), e classificados em biogênicos e fisiogênicos. Somente os agregados formados pela via biogênica foram usados nesse estudo. Os agregados foram reumedecidos mediante pulverização com água, duas vezes por dia ao longo de duas semanas, para reativar a atividade dos organismos (Gonçalves et al., 2002). A evolução do C-CO2 foi avaliada em laboratório, de acordo com o método elaborado por Mendonça e Matos (2005). As avaliações foram realizadas de Novembro a Dezembro de 2018, em intervalos de 24 horas durante os primeiros 7 dias, de 48 horas entre o 8° e o 17° dia e de 96 horas entre o 18° e o 37° dia. Os resultados foram submetidos à analise descritiva (média e erro padrão, com n=3), sendo o gráfico de evolução C-CO2 foi confeccionado no EXCEL.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De modo geral, os agregados biogênicos provenientes do GM apresentaram as maiores taxas diárias de mineralização do C em relação aos agregados das demais classes de solos. Foram verificadas que as menores taxas de liberação de C-CO2 ocorreram nos agregados do SX, e as demais (NB, LVA, PV) apresentaram padrão similar nas taxas de mineralização. Entre as classes de solos ocorreu uma oscilação dos valores de mineralização do C caracterizado por aumento seguido de diminuição logo após o início da incubação até aproximadamente o 18º dia. A partir deste dia foi verificado um aumento considerável da evolução de C-CO2, sendo esse padrão mantido até o 22º dia em todas as classes. Segundo Carvalho et al. (2008), esta oscilação da evolução do C-CO2 é ocasionada pelo consumo da MOS pela ação da microbiota edáfica. Estes microrganismos ao decomporem a MOS mais lábil, emitem C-CO2, culminando nos valores de liberação observados.

EVOLUÇÃO E ACÚMULO DE C-CO2 EM AGREGADOS BIOGÊNICOS EM DIFERENTES CLASSES DE SOLOS DA BACIA GUAPI-MACACU, RJ

Luiz Alberto da Silva Rodrigues Pinto- 1; Melania Merlo Ziviani - 1; Igor de Sousa Morais - 1; Wanderson Farias da Silva Junior - 1; Pedro Henrique Silvério da Silva -1; Marcos Gervasio Pereira - 1.1. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

Palavras Chaves: carbono mineralizável; vias de formação; incubação Tema: Ciências ambientais

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De acordo com Pinto et al. (2018), essa liberação ocorre até que haja um esgotamento do substrato e a morte dos microrganismos e dessa maneira a evolução C-CO2 diminui. Os microrganismos mortos serão posteriormente utilizados como fonte de energia pela microbiota edáfica mais resistente, que aumentará sua população gerando novos valores de evolução de C-CO2 (Carvalho et al., 2008). A partir do 22º até aproximadamente o 26º dia ocorreu uma redução drástica no consumo de C pelos microrganismos edáficos em todas as classes estudas, sendo constatada posteriormente uma tendência à estabilização da evolução de C-CO2, exceto no GM. Quanto ao acúmulo de C-CO2 (mg C-CO2/25 g de solo) após os 38 dias de incubação, os maiores teores foram observados no GM (94,69) e PV (50,90) e o menor teor no SX (30,68). As classes LVA e NB apresentaram teores similares de acúmulo de C-CO2 (37,13 e 36, 39; respectivamente). Os agregados das classes GM e PV foram coletados em horizontes com elevado conteúdo de carbono orgânico (H hístico e A húmico, respectivamente), influenciando assim nos elevados teores de mineralização acumulada do C.

CONCLUSÃO

Nos agregados biogênicos provenientes do Gleissolo Melânico foi observado o maior valor de evolução de C-CO2. Todas as classes de solos avaliadas apresentaram o valor máximo de evolução C-CO2 a partir do 18º dia de incubação e redução após o 22º dia. Os agregados do Gleissolo Melânico não tenderam à estabilização da evolução de C-CO2 durante o período de incubação. As classes Gleissolo Melânico e Argissolo Vermelho apresentaram os maiores acúmulos de C-CO2 quando comparada as demais classes avaliadas, o que pode ser atribuído os maiores valores de COT dos horizontes H hístico e A húmico, respectivamente.

REFERÊNCIAS

BULLOCK, P.; FEDEROFF, N.; JONGERIUS, A.; STOOPS, G.; TURSINA, T. Handbook for soil thin section description. Albrighton, England: Waine Res. Pub. p.152, 1985.

CARVALHO, A. M.; VALE, H. M.; FERREIRA, E. M.; CORDERO, A. F.; BARROS, N. F.; Y

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FIDALGO, E. C. C.; PEDREIRA, B. C. C. G.; ABREU, M. B.; MOURA, I. B.; GODOY,M. D. P. Uso e cobertura da terra na bacia hidrográfica do rio Guapi-Macacu. Rio de Janeiro: Embrapa Solos (Embrapa Solos. Documentos, 105). 2008.

GONÇALVES, A. S.; MONTEIRO, M. T.; GUERRA, J. G. M.; DE-POLLI, H. Biomassa microbiana em amostras de solos secadas ao ar e reumidecidas. Pesq. Agropec. Bras. 37(5):651-658, 2002.

MENDONÇA, E. S.; MATOS, E. S. Matéria orgânica do solo: métodos de análises. 1ª ed. Ponte Nova: DM Gráfica e Editora Ltda. 2005.107 p.

PINTO, L. A. S. R.; MENDONÇA, O. V. T.; ROSSI, C. Q.; PEREIRA, M. G.; BARROS, F. C. Evolución y acumulación de C-CO2 en agregados biogénicos y fisiogénicos presentes en diferentes tipos de manejos agroecológicos. Rev. Acta Agron. 67: 494-500, 2018.Apoio: CAPES, PPGA-CS e CNPq

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INTRODUÇÃO

Há algum tempo, espécies de diversos grupos taxonômicos têm sido transportadas pelo homem para além das barreiras naturais que delimitavam sua distribuição. Esse transporte vem ocorrendo por diversos motivos, como para produção de alimento, usos comerciais, paisagismo, criação de animais de estimação e até para fins ambientais (SAMPAIO; SCHMIDT, 2013). Segundo Ziller (2001), o processo de invasão de um ecossistema acontece quando uma espécie que não é nativa de determinado ambiente se consolida passando a alterá-lo, seja por superposição de nichos ecológicos ou por competição. O Programa Global de Espécies Invasoras (GISP, 2005) aponta que a ocorrência de espécies exóticas invasoras é considerada a segunda maior ameaça à biodiversidade, ficando atrás apenas das atividades antrópicas. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento sobre a ocorrência de espécies exóticas da fauna e flora nas Unidades de Conservação federais e estaduais do Estado do Rio de Janeiro.

MATERIAL E MÉTODOS

No Estado do Rio de Janeiro existem atualmente 55 Unidades de Conservação (UCs), sendo 19 federais e 36 estaduais. Inicialmente, houve uma consulta aos planos de manejo das UCs existentes, através dos sites do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Estadual do Ambiente (INEA). Com o intuito de sistematizar os dados analisados foram criadas quatro categorias referentes aos planos de manejo das UCs. Categoria 1: sem plano de manejo; categoria 2: sem plano de manejo, mas que possuem um decreto que institui a elaboração de documento oficial; categoria 3: com plano

de manejo, porém não é citada qualquer tipo de espécie exótica; categoria 4: com plano de manejo, onde são citadas espécies exóticas. Esta pesquisa, que foi realizada entre agosto de 2018 e maio de 2019, teve como base estudo realizado em Minas Gerais, onde se buscou avaliar a presença de espécies exóticas em UCs do Estado (ROCHA et al., 2017).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentre as categorias analisadas, encontramos 18 UCs na categoria 1: Reserva Ecológica Estadual da Juatinga; Reserva Biológica Praia do Sul; Parque Estadual Serra da Concórdia; Parque Estadual da Costa do Sol; Parque Estadual Lagoa do Açu; Parque Estadual do Mendanha; Refúgio de Vida Silvestre do Médio Paraíba; Área de Proteção Ambiental de Gericinó-Mendanha; Área de Proteção Ambiental do Rio Guandu; Área de Proteção Ambiental do Rio Macacu; Área de Proteção Ambiental da Bacia dos Frades; Área de Proteção Ambiental de Sepetiba II; Área de Proteção Ambiental Do Alto Iguaçu; Reserva Extrativista de Arraial do Cabo; Reserva Extrativista do Itaipu; Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Aventureiro; Floresta Nacional Mário Xavier; Monumento Natural do Arquipélago das Ilhas Cagarras; Na categoria 2 encontramos 5 UCs: Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil; Área de Proteção Ambiental da Serra de Sapiatiba; Área de Proteção Ambiental de Massambaba; Área de Proteção Ambiental de Maricá; Área de Proteção Ambiental de Tamoios. Na categoria 3 encontramos 2 UCs: Área de Proteção Ambiental de Cairuçu; Floresta Estadual José Zago. Já na categoria 4 foram 30 UCs: Estação Ecológica Nacional de Tamoios; Estação Ecológica Nacional de Guanabara; Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba; Parque Nacional da

ESTUDO SOBRE ESPÉCIES EXÓTICAS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Rafael de Oliveira Rocha - 1; Marcelo Borges Rocha - 21.Curso de Engenharia Ambiental do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ); 2. Departamento de Engenharia Ambiental do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ)

Palavras Chaves: Unidades de Conservação; espécies exóticas; impacto ambientalTema: Ecologia

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Restinga de Jurubatiba; Parque Nacional da Serra da Bocaina; Parque Nacional da Tijuca; Parque Nacional de Itatiaia; Parque Nacional da Serra dos Órgãos; Parque Estadual Da Ilha Grande; Parque Estadual Cunhambebe; Parque Estadual da Pedra Branca; Parque Estadual dos Três Picos; Parque Estadual Serra da Tiririca; Parque Estadual do Grajaú; Parque Estadual da Chacrinha; Parque Estadual do Desengano; Parque Estadual da Pedra Selada; Reserva Biológica do Tinguá; Reserva Biológica do Poço das Antas; Reserva Biológica União; Reserva Biológica de Guaratiba; Reserva Biológica Araras; Área de Proteção Ambiental de Guapimirim; Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira; Área de Proteção Ambiental de Petrópolis; Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João/Mico Leão Dourado; Área de Proteção Ambiental de Mangaratiba; Área de Proteção Ambiental de Macaé de Cima; Área de Relevante Interesse Ecológico Floresta da Cicuta; Refúgio da Vida Silvestre da Turfeira. Destaca-se que das 30 UCs na categoria 4, 6 abordam somente espécies animais, 5 somente espécies vegetais e 19 tratam tanto de espécies animais quanto vegetais. Dentre as espécies animais comuns a essas UCs destacam-se: o mico-estrela-tufo-branco (Callithrix jacchus Linnaeus, 1758), encontrado em 10 UCs, a tilápia (Tilapia rendalli Boulenger, 1896), encontrada em 9 UCs e a lagartixa de parede (Hemidactylus mabouia Duméril & Bibron, 1836), encontrada em 9 UCs. Já as espécies vegetais que se destacam são: jaqueira (Artocarpus spp Linnaeus, 1753), encontrada em 14 UCs, mangueira (Mangifera indica Linnaeus, 1753), encontrada em 12 UCs e bananeira (Musa spp. Linnaeus, 1753), encontrada em 11 UCs.

CONCLUSÃO

Este estudo forneceu informações e um relato sobre o padrão de distribuição, nas UCs federais e estaduais do Estado do Rio de Janeiro, de espécies que tem capacidade de causar alterações negativas em diferentes ecossistemas. Chama-se atenção para a necessidade de estratégias de controle e monitoramento das espécies exóticas invasoras.

REFERÊNCIAS

Global Invasive Species Programme (GISP). South America Invaded: The growing danger of invasive alien species. GISP Secretariat, Cape

Town, RSA, 2005.

ROCHA, L. F.; LIMA, G. S.; MARTINS, S. V.; TORRES, F. T. P.; REIS, C. R. Avaliação da presença de espécies exóticas em unidades de conservação estaduais de Minas Gerais.Revista de Ciências Agroambientais, v. 15, n. 2, p. 238-248, 2017.

SAMPAIO, A. B.; SCHMIDT, I. B. Espécies exóticas invasoras em unidades de conservação federais do Brasil. Biodiversidade Brasileira, Brasília, v. 3, n. 2, p. 32-49, 2013.

ZILLER, S. R. Plantas Exóticas Invasoras: a Ameaça da Contaminação Biológica. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, v. 30, n.178, p.77-79, 2001.Apoio: Os autores agradecem a instituição de fomento Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e ao o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do CEFET/RJ pelo apoio a este projeto de pesquisa.

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INTRODUÇÃO

Este estudo objetivou investigar as contribuições de uma sequência de atividades ambientais, incluindo um trabalho de campo na Trilha do Estudante, Parque Nacional da Tijuca (PNT), para estudantes do curso de Engenharia Ambiental do CEFET/RJ, visando demonstrar a importância da utilização dessa metodologia como facilitadora, sendo um ótimo recurso estratégico para tornar didático o processo de aprendizagem. As atividades foram realizadas com alunos do segundo período, cursistas da disciplina de Ecologia. Com este estudo buscamos ainda, destacar a importância de aproximar o conteúdo trabalhado em sala de aula com a prática destes futuros profissionais. As informações e enfoques no trabalho de campo estão ligados à percepção com a qual o ambiente natural proporciona, a partir de orientações primordiais.

MATERIAL E MÉTODOS

Participaram desta pesquisa 27 estudantes do Curso de Engenharia Ambiental do CEFET/RJ. O pré-campo, no dia 19/03/2019, incluiu uma exposição oral sobre: importância do trabalho de campo, conceito de Unidades de Conservação (UC), informações sobre o PNT, Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e Plano de Manejo; aplicação de um questionário semiestruturado contendo 7 perguntas abertas e 7 fechadas acerca das percepções sobre UC, Trilhas Ecológicas e Meio Ambiente; e, por fim, orientações para a atividade de campo. O trabalho de campo foi realizado em um sábado, 08/05/2019, na Trilha do Estudante, PNT. Os estudantes foram divididos em 3 grupos, com diferentes atividades pautadas nos temas: uso público, resíduos sólidos e espécies exóticas invasoras em UC. Cada grupo

foi orientado por dois integrantes do Projeto de Pesquisa “Educatrilhas”. O pós-campo foi realizado em sala de aula. Cada grupo apresentou seus resultados do trabalho de campo para a turma e foi aplicado um outro questionário buscando comparar com os resultados obtidos no pré-campo. Neste estudo, serão apresentados os resultados parciais referentes às análises quantitativas dos dados do pré-campo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após coleta de dados, obteve-se 27 questionários, dos quais 17 foram respondidos por jovens entre 18 e 21 anos, o que é esperado por estarem no 2° período da faculdade; 8 residem na Zona Norte, RJ. O curso ser da área tecnológica (engenharia) parece influenciar para que a maioria (13) seja masculina (SARDENBERG e COSTA, 2002), no entanto, ressalta-se que a presença de mulheres vem aumentando nessa área (BAHIA e LAUDARES, 2013). Dos investigados, 19 não conheciam sobre o SNUC, porém, indicaram suas crenças sobre os objetivos importantes da lei, sendo: 20 indicações em “contribuir para a manutenção da biodiversidade biológica”, 16 na proteção dos “recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente”, 13 “promover o desenvolvimento sustentável” e, 12 “valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica”. Mesmo que ainda insipiente, os estudantes demonstram preocupação e dar importância aos cuidados com as áreas de proteção ambiental. Sobre as posturas em um trabalho de campo, evidencia-se que quase a totalidade dos participantes (24) acha importante “respeitar as instruções do guia”, 18 “não alimentar os animais”, 15 “não realizar pisoteio indevido” e 9 “não fazer barulho”. Na

CONTRIBUIÇÕES DE ATIVIDADES AMBIENTAIS PARA A FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO AMBIENTAL

Caroline da Silva Fernandes -1; Marcelo Borges Rocha -2; Mylena Guedes Passeri -3 1.Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ)

Palavras Chaves: Trabalho de campo; Educação Ambiental; Engenharia Ambiental.Tema: Ciências ambientais

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análise, a resposta “conservação da massa com o que entrou e não retirar nada” não ficou clara, não sendo entendido o seu significado no contexto explicitado. Essas atitudes são valiosas em saídas de campo ou ações em ambientes naturais, pois ajudam na preservação do meio e no aumento da sensibilização ambiental. Acredita-se que as aulas de campo associadas ao ensino de ciências e contextualizadas aos saberes curriculares possuem valiosas potencialidades para a sensibilização ambiental e a construção de múltiplos conhecimentos (MONTEIRO e CAMPOS, 2017). Sobre os aspectos mais importantes na saída de campo que favorecerem a formação acadêmica, 24 informam que seja “aplicar a teoria na prática”; 22 o “entendimento e compreensão facilitada”; 18 “aula interativa”; 10 “contato com o contexto histórico”; os atributos de “passeio com propósito” e “contribuição pedagógica” foram indicados por 9 pessoas cada; por fim, 4 “espairecer”. Uma função não selecionada por nenhum estudante foi “diversão”; o que pode ter sido influenciado pela abordagem didática e acadêmica dada às atividades. As aulas de campo se mostram como estratégias importantes na compreensão de conceitos pelos alunos e o uso de técnicas diversas de coleta de dados com posterior interpretação e discussão, permite uma interação muito maior do estudante com o assunto que está sendo ensinado (HENCKLEIN, 2013).

CONCLUSÃO

A partir dos dados até aqui analisados, foi possível perceber que a maior parte dos estudantes não possuía o conhecimento dos principais aspectos sobre UC. Possivelmente, este fato pode estar relacionado a maioria nunca ter realizado visitas à espaços naturais como esses. Ainda, constatamos que muitos estudantes não conheciam a Lei do SNUC. Na saída de campo realizada pelo projeto, permitiu-se obter o primeiro contato de muitos deles com o ambiente natural no qual poderiam trabalhar como futuros profissionais. Dando continuidade à análise, serão investigadas as atividades realizadas no campo e no pós-campo, buscando comparar os resultados obtidos e entender como as atividades possam ter influenciado em mudanças no entendimento dos estudantes sobre os aspectos tratados.

REFERÊNCIAS

BAHIA, M. M; LAUDARES B. J. A Engenharia e a inserção feminina. Atas… Seminário Internacional Fazendo Gênero 10 (Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2013.

HENCKLEIN, A. F. Aulas de campo: uma estratégia de ensino necessária? Atas... do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, Águas de Lindóia, SP, 2013.

MONTEIRO, C. D; CAMPOS, P. R. C. Percepções ambientais em uma aula de campo no ensino de ciências: o que dizem os estudantes. Atas.... XI Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, Florianópolis, SC, 2017.

SARDENBERG, Cecília Maria Bacellar; COSTA, Ana Alice Alcântara. (Orgs). Feminismo, ciências e tecnologia. Salvador, REDOR/NEIM-FFCH/UFBA, p.11-21, 2002.Apoio: Os autores agradecem a Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES).

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INTRODUÇÃO

O relevo é um dos fatores de formação dos solos sendo responsável pelos fluxos de água e transporte de material particulado e dissolvido. Considerado como um agente modificador, o relevo influencia na distribuição dos solos ao longo de uma paisagem, na vegetação associada e consequentemente nos teores de matéria orgânica aportada, sendo que esta pode influenciar na gênese dos agregados. Os agregados do solo podem ser classificados de acordo com a sua gênese em biogênicos (formados a partir de processos biológicos) ou fisiogênicos (formados mediante reações físicas e químicas) sendo essa identificação baseada em padrões morfológicos que definem suas vias de formação (Loss et al., 2014). O objetivo desse estudo foi identificar as vias de formação de agregados e o teor de carbono orgânico total (COT) dos mesmos, em uma topossequência localizada no campus da UFRRJ.Material e MétodosA área de estudo localiza-se no campus principal da UFRRJ, Seropédica (RJ). Foi selecionada uma topossequência e coletada amostras em quatro pontos distintos a saber: terço superior, terço médio, terço inferior e baixada. A cobertura vegetal foi identificada como floresta tropical subcaducifólia. Foram identificadas, quatro classes de solos ao longo da topossequência: Argissolo Vermelho-Amarelo (terço superior) (PVA); Argissolo Amarelo (PA) terço médio da encosta, Planossolo Háplico (SX) no terço inferior da encosta,); e na parte mais baixa da paisagem, Gleissolo Háplico (GX). A amostragem foi realizada na profundidade 0,00-0,10 m sendo feita cinco repetições para cada classe de solo. Após a coleta as amostras foram passadas por peneiras de 9,7 e 8,0 mm, sendo os agregados retidos nesse intervalo utilizados para a identificação das vias

de formação. A contribuição relativa, em massa, de cada tipo de agregado foi determinada com a pesagem de 100 g de agregados. Estes foram examinados sob lupa e separados manualmente conforme o método proposto por Pulleman et al. (2005) a partir dos padrões estabelecidos por Bullock et al. (1985), e classificados em biogênicos e fisiogênicos. O carbono orgânico total (COT) foi determinado segundo Yeomans & Bremner (1988). Os resultados foram submetidos à análise de variância (teste F) e os valores médios comparados pelo teste Tukey a 5% de significância.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em todas classes de solos ao longo da topossequência foi observado o predomínio de agregados biogênicos, com proporção maior que 90%. Segundo Bronick & Lal (2005), entre os fatores que podem influenciar a gênese e a composição química dos agregados, o tipo de vegetação é preponderante, principalmente pela ação mecânica das raízes e/ou pela liberação de substâncias com ação cimentante. Além disso, o sombreamento das árvores em uma floresta forma um ambiente que favorece a preservação da umidade do solo, condição que beneficia a fauna edáfica, a qual influencia diretamente na via biogênica. Quanto aos teores de COT, na comparação entre as classes de solos, para os agregados do solo GX foram verificados os maiores valores nos dois tipos de agregados, biogênicos 34,10 g kg-1 e fisiogênicos 29,27 g kg-

1. As condições de anaerobiose sob os quais são encontrados os Gleissolos, favorece o acúmulo de matéria orgânica, influenciando nos teores de COT (Coletti et al., 2013). Para as classes PVA, SX e PA não foram verificadas diferenças estatística, sendo os valores de COT nos agregados biogênicos,

AGREGAÇÃO E CARBONO ORGÂNICO EM UMA TOPOSSEQUÊNCIA NO CAMPUS DA UFRRJ

Igor de Sousa Morais - 1; Matheus da Silva Afonso - 2; Robert Ferreira - 3; Luiz Alberto da Silva Rodrigues Pinto - 4 Melania Merlo Ziviani - 5; Marcos Gervasio Pereira - 61. Graduando de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; 2. Graduando de Agronomia,Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro ; 3. Graduando de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro ; 4. Mestrando em Agronomia,Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro ; 5. Mestrando em Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro ; 6. Professor Titular, Departamento de Solos, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Palavras Chaves: matéria orgânica; gênese; cobertura vegetalTema: Ciências ambientais

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20,44; 18,80 e 16,62 g kg-1 respectivamente. Na classe SX foi quantificado o menor teor médio de COT, 10,46 g kg-1 nos agregados fisiogênicos, o que pode ser decorrente da textura mais arenosa desse solo, que propicia uma decomposição mais rápida e um menor acúmulo de carbono. Vale ressaltar, que a diferença nos teores de COT nos extremos da topossequência (PVA-GX) foi de 13,66 g kg-1 nos agregados biogênicos, e 10,73 g kg-1 nos agregados fisiogênicos. Na comparação entre os tipos de agregados foi observado que os agregados biogênicos apresentaram teores superiores de COT em relação aos fisiogênicos nas classes GX, SX e PA. Os resultados encontrados são corroborados pelos estudos de Fernandes et al. (2017), que ao avaliarem agregados do solo em fragmentos de Mata Atlântica em diferentes estágios de regeneração, verificaram que biogênicos apresentaram estoque de COT superior aos fisiogênicos, demonstrando que os teores de carbono orgânico estão diretamente associados a gênese dos agregados.

CONCLUSÃO

Foi observada uma maior proporção de agregados biogênicos nos solos estudados. Os maiores valores de COT foram quantificados no Gleissolo Háplico nas duas vias de formação. Com excessão ao Argissolo Vermelho-Amarelo, o conteúdo de COT foi superior nos agregados biogênicos.

REFERÊNCIAS

BRAGA, F. V. A.; REICHERT, J. M.; MENTGES, M. I.; VOGELMANN, E. S.; PADRON, R. A. R. Propriedades mecânicas e permeabilidade ao ar em topossequência argissolo-gleissolo: variação no perfil e efeito de compressão. Rev. Bras. Ci. Solo, 39:1025-1035, 2015. BRONICK, C.J.; LAL, R. Soil structure management: a review. Geoderma, v.124, p.3-22, 2005. BULLOCK, P.; FEDEROFF, N.; JONGERIUS, A.; STOOPS, G.; TURSINA, T. Handbook for soil thin section description. Albrighton, England: Waine Res. Pub. p.152, 1985. COLETTI, J. Z. et al. Hydrological controls on carbon metabolism in wetlands. Ecological

Modelling, v.249, p. 3–18, 2013. FERNANDES, J.C.F.; PEREIRA, M.G.; SILVA NETO, E.C.; CORREA NETO, T.A. Caracterização de agregados biogênicos, intermediários e fisiogênicos em áreas sob domínio da Mata Atlântica. Revista Caatinga, v.30, p.59-67, 2017. JENNY H. Factors of soil formation. New York: McGraw-Hill; 1941. LOSS, A.; PERERIA, M. G.; COSTA, E. L.; BEUTLER, S. J. Soil fertility, physicalchemical organic matter fractions, natural 13C15N abundance in biogenicphysicogenic aggregates in areas under different land use systems. Soil Research. v.52, p.685-697, 2014. PULLEMAN, M. M.; SIX, J.; MARINISSEN, J. C. Y.; JONGMANS, A. G.; Earthwormsmanagement affect organic matter incorporationmicroaggregate formation in agricultural soils. Applied Soil Ecology Amsterdam, v. 29, n. 1, p. 1-15, 2005. YEOMANS, J.C.; BREMNER, J. M. A rapidprecise method for routine determination of organic carbon in soil. Commun Soil Sci Plant Anal. 9:1467-1476, 1988.Apoio: UFRRJ, CAPES E CNPq

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INTRODUÇÃO

Carrapatos da espécie Rhipicephalus sanguineus são os principais transmissores de Ehrlichia canis, causando um quadro debilitante em cães conhecido como erliquiose monocítica canina (GROVES et al., 1975). Além dos cães, seres humanos também podem ser acometidos pela bactéria, concedendo um aspecto zoonótico ao agente (UNVER et al., 2001). Fungos do gênero Malassezia fazem parte da microbiota de animais de sangue quente, contudo podem se tornar patogênicos quando ocorre algum desequilíbrio no tecido cutâneo ou imunossupressão (PROHIC et al., 2016). Os assentamentos Roseli Nunes e Terra da Paz, localizados no município de Piraí, estado do Rio de Janeiro, possuem um vasto fragmento de Mata Atlântica e albergam produtores familiares junto aos seus animais domésticos havendo, por vezes, contato destes com a fauna silvestre local. O objetivo do presente estudo foi realizar a identificação e detecção de agentes zoonóticos em carrapatos de cães em dois assentamentos no município de Piraí.

MATERIAL E MÉTODOS

Para a realização deste estudo, foram coletados manualmente 40 carrapatos de 14 cães dos assentamentos Roseli Nunes e Terra da Paz, localizados no município de Piraí, estado do Rio de Janeiro, durante uma campanha extensionista de atendimento aos animais promovida pela empresa júnior OrganoVet Jr. em parceria com os hospitais veterinários da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Os artrópodes foram identificados em nível de espécie (ARAGÃO, 1936), separados em grupos de machos e fêmeas com 20 exemplares em cada. Foi realizada a confecção de lâminas a partir da hemolinfa proveniente da secção das patas dos carrapatos com auxílio de tesoura e pinça oftalmológicas, seguindo metodologia proposta por Carneiro & Deamon (1996). As lâminas foram fixadas em metanol por 3 minutos, coradas pelo método de Giemsa à 10% por 25 minutos, e visualizadas em microscopia óptica com aumento de 1000X em óleo de imersão. Posteriormente foram submetidos à extração

de ácido desoxirribonucleico (DNA) pelo método com fenol-clorofórmio (WALLACE, 1987) e à técnica de “Polymerase Chain Reaction” (PCR) para amplificar um fragmento de 843 pares de base (pb) do gene p28, que caracteriza e permite a detecção de bactérias da espécie E. canis, seguindo o protocolo proposto por Nakaghi et al. (2010).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Todos os carrapatos foram identificados como sendo pertencentes à espécie R. sanguineus. Na microscopia óptica foi possível observar a presença de fungos do gênero Malassezia em uma alta concentração em todos os pools analisados, provavelmente provenientes da superfície dos artrópodes, atrelado ao fato de que os carrapatos apresentavam um odor característico desse fungo. Como animais submetidos ao estresse podem estar susceptíveis ao desenvolvimento de Malassezia sp. como agente patogênico (FERREIRA et al., 2008), pode-se dizer que há um risco do desenvolvimento de dermatite por Malassezia spp. nos cães dos assentamentos por conta da considerável infestação por carrapatos que estes apresentavam, o que pode aumentar a irritabilidade desses animais e consequentemente deixá-los com o sistema imune debilitado, permitindo a instalação da doença. Sugere-se também que os carrapatos possam mecanicamente carrear o fungo para outros animais ao subir nestes quando realizam o repasto sanguíneo. Das 20 fêmeas de R. sanguineus testadas para o gene p28, 7 apresentaram resultado positivo para E. canis (35%), enquanto que apenas 1 exemplar dos 20 machos de R. sanguineus testados foi positivo (5%). Não apenas os cães domésticos são acometidos por E. canis. Mamíferos como a onça pintada (Panthera onca) e o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), apresentaram resultados positivos para o mesmo agente na sorologia em trabalhos anteriores (ANDRÉ, 2008; ARRAIS, 2013). Ambos já foram vistos por moradores no assentamento Terra da Paz. Algumas aves silvestres, como a cambacica (Coereba flaveola), já foram encontradas sendo parasitadas por R. sanguineus (SZABÓ et al., 2008), lembrando

IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS DO GÊNERO MALASSEZIA E DETECÇÃO DE BACTÉRIAS DA ESPÉCIE EHRLICHIA CANIS EM CARRAPATOS PROVENIENTES DE CÃES DE ASSENTAMENTOS RURAIS DO MUNICÍPIO DE PIRAÍ, ESTADO DO

RIO DE JANEIROFigueiroa, T.-1; Caneschi, R. F.-2; Silva, C. B.-3; Silva, C. R.-4; Garrido, A.-5; Fonseca, A. H.-6 1 UFRRJ, Discente de Medicina Veterinária – [email protected] 2 UFRRJ, Discente de Medicina Veterinária – [email protected] 3 UFRRJ, Professora do Departamento de Parasitologia Animal – [email protected] 4 UFRRJ, Discente de Medicina Veterinária – [email protected] 5 UFRRJ, Discente de Medicina Veterinária – [email protected] 6 UFRRJ, Professor do Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública – [email protected] Palavras Chaves: epidemiologia; ixodídeos; ecologia.Tema: Medicina veterinária

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que esta espécie já foi identificada em fragmentos de Mata Atlântica (DÁRIO et al., 2002). Também no assentamento Terra da Paz, próximo aos cães, um exemplar de seriema (Cariama cristata) é visto com frequência, no entanto ainda não há constatação de que esta ave esteja sendo parasitada por R. sanguineus.

CONCLUSÃO

Por meio deste trabalho, foi possível identificar a presença de fungos do gênero Malassezia e detectar molecularmente a presença de E. canis em material advindo de carrapatos da espécie R. sanguineus, demonstrando a importância desta espécie de ixodídeo na manutenção da cadeia epidemiológica de agentes zoonóticos e denotando preocupação no contexto de saúde única, já que ocorre interação de espécimes da mata atlântica com os cães nos assentamentos e moradores da região.

REFERÊNCIAS

ANDRÉ, M. R. Detecção molecular e sorológica de Ehrlichia canis e Babesia canis em felídeos silvestres brasileiros mantidos em cativeiro [Tese de Mestrado]. São Paulo: Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP; 2008.

ARAGÃO, H. B. Ixodidas brasileiros e de alguns paizes limitrophes. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v.31, n.4, p. 759-843, 1936.

ARRAIS, R. C. Ocorrência de patógenos transmitidos por carrapatos (Anaplasma spp, Babesia spp, Ehrlichia spp, Hepatozoon spp, Rickettsia spp) em lobos guará (Chrysocyon brachyurus) e cães domésticos na região do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais, Brasil [Tese de Mestrado]. São Paulo: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP; 2013.

DÁRIO, F. R.; VINCENZO, M. C. V.; ALMEIDA, A. F. Avifauna em Fragmentos da Mata Atlântica. Ciência Rural, v. 32, n. 6, p. 989-996, 2002.

CARNEIRO. M.E. & E. DAEMON. 1997. Caracterização dos tipos celulares presentes na hemolinfa de adultos de Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806) (Ixodoidea: Ixodidae) em diferentes estados nutricionais. Revista Brasileira de Zoologia, v. 13, n. 3, p. 609-620, 1996.

FERREIRA, M. M. G.; AVANTE, M. L.; ROSA, B. R. T.; MARTIN, I. S.; FILHO, D. Z. Dermatite por Malassezia sp. em um cão relacionada com o estresse: relato de caso. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, a. 6, n. 11, p. 1-5, 2008.

GROVES, M. G.; DENNIS, G. L.; AMYX, H. L.; HUXSOLL, D. L. Transmission of Ehrlichia canis to dogs by ticks (Rhipicephalus sanguineus). American Journal of Veterinary Research, v. 36, n. 7, p. 937-940, 1975.

NAKAGHI, A. C. H.; MACHADO, R. Z.; FERRO, J. A.; LABRUNA, M. B.; CHRYSSAFIDIS, A. L.; ANDRÉ, M. R.; BALDANI, C. D. Sensitivity evaluation of a single-step PCR assay using Ehrlichia canis p28 gene as a targetits application in diagnosis of canine ehrlichiosis. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, Jabuticabal, v. 19, n. 2, p. 75-79, 2010.

PROHIC, A.; JOVOVIC-SADIKOVIC, T.; KRUPALIJA-FAZLIC, M.; KUSKUNOVIC-VLAHOVLJAK, S. Malassezia species in healthy skinin dermatological conditions. International Journal of Dermatology, v. 55, n. 5, p. 494-504, 2016.

SZABÓ, M. P. J.; PASCOLI, G. V. T.; MARÇAL-JÚNIOR, O.; FRANCHIN, A. G.; TORGA, K. Brown dog tick Rhipicephalus sanguineus parasitizing the bird Coereba flaveola in the Brazilian cerrado. Ciência Rural, v. 38, n. 2, p. 543-545, 2008.

UNVER, A.; PEREZ, M.; ORELLANA, N.; HUANG, H.; RIKIHISA, Y. Molecularantigenic comparison of Ehrlichia canis isolates from dogs, ticks,a human in Venezuela. Journal of Clinical Microbiology. v. 39, n. 8, p. 2788-2793, 2001.

WALLACE, D. M. Largesmall scale phenol extractions. Methods in Enzymology, v. 152, n. 4, p. 33-41, 1987.

Apoio: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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INTRODUÇÃO

No Brasil já foram registradas 371 espécies de serpentes (BÉRNILS 2010) e, apesar dessa grande diversidade, informações acerca de distribuição e biologia ainda são insipientes (SAZIMA & HADDAD 1992; SAWAYA et al., 2008; HUSSAM, 2011). Dentre as serpentes brasileiras mais conhecidas, há um destaque às jibóias, dado ao seu valor atribuído por caçadores e traficantes de animais. Isso se dá pela ausência de peçonha, valor do couro, relativa docilidade que lhe permite ser apreciada como animal pet, em um comércio majoritariamente ilegal. Essas serpentes se caracterizam por apresentarem porte de médio a grande, com escamas pequenas na cabeça, esporões próximos à cloaca e dentição áglifa. Seu comportamento pode ser arborícola e terrestre, com hábitos predominantemente noturnos e hábitos alimentares generalistas (MARQUES et al., 2001). O trabalho em tela objetivou relatar a ocorrência da serpente Boa constrictor L., no município de Engenheiro Paulo de Frontin, região Centro Sul-fluminense.

MATERIAL E MÉTODOS

O local da observação foi no Município de Engenheiro Paulo de Frontin, que apresenta 48,3% de sua área com cobertura de Mata Atlântica (SOS-MATA ATLÂNTICA, 2017). Apresenta altitude média de 400m e clima subtropical úmido (Cfa). Apresenta ainda temperatura média de 23.9 °C e pluviosidade média anual de 1.455 mm. Ao longo do ano as temperaturas médias variam 6.1 °C, sendo fevereiro o mês mais quente e julho o mês mais frio (CLIMATE-DATA, 2017). A observação se deu no mês de novembro de 2017, no bairro 14, localizado em área rural, inserida no domínio Mata Atlântica de Floresta Ombrófila Densa Sub-montana. A identificação foi baseada na descrição de Argôlo (2004).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A serpente foi identificada como sendo uma fêmea adulta de Boa constrictor constrictor (Stull, 1932). No Brasil, até o momento, foram descritas duas subespécies: B. c. constrictor, com ocorrência na Floresta Amazônica, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, e B. c. amarali (Forcart, 1960) no Cerrado (HENDERSON & POWELL, 2007; COSTA & BÉRNILS, 2015). Outros dados como peso ou comprimento rostro-cloacal, não foram aferidos, pois o espécime encontrava-se em estado de putrefação na ocasião da nossa observação, o que alteraria os resultados. O animal havia sido sacrificado por moradores locais que, com outros moradores, afirmaram nunca terem observado essa espécie em área do município ou próximas. Esta espécie ocupa diversos domínios morfoclimáticos, distribuindo-se ao longo de um intervalo de 66 graus de latitude, com registro máximo de 1.500m de altitude (HENDERSON et al. 1995; BOBACK, 2005; HENDERSON e POWELL, 2007), estando amplamente espalhada por toda região Neotropical, ocorrendo desde o México até a Argentina, ocupando também ilhas, tanto continentais como oceânicas, onde habita campos, matas e cerrados, raramente encontrada em ambientes urbanos. Dessa forma, buscando compreender a regionalização das serpentes no bioma Mata Atlântica, Moura et al. (2016) inventariaram 198 espécies em 218 áreas distribuídas dentro deste domínio, ignorando apenas as endêmicas de ilhas ou aquelas de encontro considerado muito raro. Esse estudo demonstrou que as comunidades de serpentes na Mata Atlântica distribuem-se de forma regionalizada, com exceção para um pequeno grupo de serpentes que consegue se distribuir por quase todo o bioma, a exemplo das Jibóias. Ainda assim, em área fluminense essa espécie foi predominantemente relatada em locais de baixas altitudes e restingas. Através de inventário recente, realizado na cidade de Duque de Caxias, valendo-se

AMPLIAÇÃO DA ÁREA DE OCORRÊNCIA DA JIBÓIA BOA CONSTRICTOR LINNAEUS, 1758 (SERPENTES: BOIDAE), COM REGISTRO NO MUNICÍPIO DE

ENGENHEIRO PAULO DE FRONTIN, RJ

Guilherme Pinheiro Furusawa - 1; Hélio Freitas Santos - 1 1- Instituto Zoobotânico de Morro Azul (IZMA), Eng. Paulo de Frontin, RJ, Brasil; Discentes no PPGCV, UFRuralRJ, Seropédica, RJ, Brasil.

Palavras Chaves: Zoologia; Herpetologia; Ocorrência.Tema: Zoologia

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de observações, tanto na literatura quanto in loco, constatou-se a presença desta espécie (SALLES & SILVA-SOARES, 2010), não tendo sido assinalada em inventário realizado no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (GONÇALVES et al. 2007). Segundo Pontes & Rocha (2008), esta serpente é encontrada com mais frequência nas matas secundárias de baixada, muito embora, na década de 60, Barth (1958) tenha registrado sua presença na parte baixa do Parque Nacional de Itatiaia, assinalando-a como de ocorrência rara no local.

CONCLUSÃO

Concluímos que até o momento este é o primeiro registro desta espécie no município de Eng. Paulo de Frontin, Rio de Janeiro. O que pode significar uma ampliação ou deslocamento de sua área de ocorrência por diversos motivos. Além da necessidade de implementação de políticas que visem a preservação de espécies nativas e Educação Ambiental.

REFERÊNCIAS

ARGÔLO, A. J. S. As serpentes dos cacauais do sudeste da Bahia. Editus, Ilhéus, Bahia, 2004.

BARTH, R. A fauna do Parque Nacional de Itatiaia. Boletim do Parque Nacional de Itatiaia, 6:1-150, 1958.

BÉRNILS, R. S. (org.). Brazilian reptiles – List of species, Sociedade Brasileira de Herpetologia, 2015. Disponível em: <http://www. sbherpetologia.org.br/>. Acesso em 17 de nov. de 2017.

BOBACK, S.M. Natural HistoryConservation of Island Boas (Boa constrictor) in Belize. Copeia, 2005:879-884, 2005.

CLIMATE-DATA. Clima: Engenheiro Paulo de Frontin. Disponível em: https://pt.climate-data.org/location/33675/. Acessado em 13 de dezembro de 2017.

COSTA, H. C. & BÉRNILS, R. S. Répteis Brasileiros: Lista de espécies. Herpetologia Brasileira, 4:75-93, 2015.

GONÇALVES, M.A.P.L.; AGUIAR, F.V.O.; CAMARGO, J.V.C.; BARROS FILHO, J.D. & CARVALHO E SILVA, S.P. Levantamento preliminar da fauna de répteis do Parque Nacional Serra dos Órgãos. In Ciência e Conservação na Serra dos órgãos

(C. Cronemberger & E.B. Viveiros de Castro, eds.). Ibama, Brasília, DF, 2007.

HUSSAM, Z.; BARBO, F. E.; MARTÍNEZ, P. S.; NOGUEIRA, C.; RODRIGUES, M. T. & SAWAYA, R. J. Répteis do Estado de São Paulo: conhecimento atual e perspectivas. Biota Neotrop. 11:1-15, 2011.

HENDERSON, R. W.; MICUCCI, T. W. P.; PUORTO, G.; BOURGEOIS, W. Ecological correlatespatterns in the distribution of neotropical boines (Serpentes: Boidae): a preliminary assessment. Herpetological Natural History, Stanford, Conn., 3:15–27, 1995.

HENDERSON, R.W. & POWELL, R. The biology of boaspythons: a retrospective look to the future. In: Henderson, R.W. & Powell, R. (Eds) Biology of the BoasPythons. Eagle Mountain Publishing, Utah, USA, 2007.

MARQUES, O. A. V., ETEROVIC, A. & SAZIMA, I. Serpentes da Mata Atlântica. Guia ilustrado para a Serra do Mar. Holos Editora. Ribeirão Preto, 2001.MOURA, M. R.; ARGÔLO, A. J. & COSTA, H. C. Historicalcontemporary correlates of snake biogeographical subregions in the Atlantic Forest hotspot. Journal of Biogrography, 44:640-650, 2016.

PONTES, J. A.L. & ROCHA, C. F. D. Serpentes da Serra do Mendanha, Rio de Janeiro, RJ. Technical Books Editora, 2008.

SALLES, R. de O. L. & SILVA-SOARES, T. Répteis do município de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, Sudeste do Brasil. Biotemas, 23:135-144, 2010.

SAWAYA, R.J., MARQUES, O.A.V. & MARTINS, M. Composição e história natural das serpentes do Cerrado de Itirapina, São Paulo, sudeste do Brasil. Biota Neotrop. 8:127-149, 2008.

SAZIMA, I. & HADDAD, C. F. B. Répteis da Serra do Japi: notas sobre história natural. In Morellato, L. P. C. (org.). História natural da Serra do Japi: ecologia e preservação de uma área florestal no Sudeste do Brasil. Editora da UNICAMP/FAPESP, Campinas, 1992.

SOS-Mata Atlântica, Fundação. Atlas da Mata Atlântica faz radiografia do desmatamento no Rio de Janeiro. Disponível em: https://www.sosma.org.br/wp-content/uploads/2016/12/Atlas-municipios-SOS-Rio-de-Janeiro.pdf. Acesso em 13 de dez. de 2017.

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INTRODUÇÃO

O interesse da população pela problemática ambiental envolve a preocupação com o que já foi feito, o que se pode fazer para evitar os problemas ambientais e qual o papel de cada cidadão para minimizar os efeitos destes impactos na sociedade. Assim, pensamos a educomunicação como um recurso propulsor de informação e conhecimento. Parte-se do pressuposto que, com produções de vídeos, jornais e documentários, torna-se possível atingir um grande número de pessoas. Vieira e Rosso (2011) argumentam que o uso de documentários permite a incorporação de valores para promover a mudança de atitudes frente ao meio ambiente. Serra e Arroio (2009) afirmam que a partir do uso de recursos audiovisuais como ferramenta pedagógica e de disseminação da informação há o estabelecimento de uma interação entre o indivíduo e o meio. Assim delimitamos como objetivo deste trabalho produzir documentários sobre uma importante Unidade de Conservação na Mata Atlântica, o Parque Nacional da Tijuca.

MATERIAL E MÉTODOS

A área de estudo selecionada para a coletânea de documentários foi o Parque Nacional da Tijuca (PNT). A escolha foi feita por se tratar de uma Unidade de Conservação localizada em uma grande metrópole, de fácil acesso, com potencial educativo, pela presença de exposições interativas e ser espaço de conservação de grande parte da Mata Atlântica remanescente. Todas as etapas desde a idealização, elaboração dos roteiros, reconhecimento das áreas de estudo, captura de imagens, edições e finalizações foram realizadas inteiramente pelos alunos do Curso de Gestão Ambiental do CEFET e pela equipe técnica. Na

fase de pré-produção foram elaborados roteiros durante as reuniões semanais do grupo, que foram utilizados como guias para a captura das imagens. Após as reuniões iniciais, a equipe realizou visitas técnicas para legitimar as escolhas de pontos de filmagem e a disponibilidade de entrevistados, como os funcionários do parque, assim como a percepção dos indivíduos mais adequados para relatar as informações desejadas sobre o local. A captura de imagens, que constitui a fase de produção, foi realizada em três visitas realizadas no PNT, com auxílio e entrevistas de representantes do parque previamente contactados e outros quatro dias de filmagens externas em locais combinados e convenientes aos especialistas entrevistados. As fases de produção e pós-produção foram realizadas utilizando recursos e suporte técnico da TV-CEFET. O programa utilizado para a edição foi o Adobe Premiere.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Abreu (2008) expõe um trabalho de produção de material multimídia, defendendo essa prática como uma estratégia de divulgação de informações e mobilização acerca da relação do homem com áreas protegidas e seu uso adequado, a fim de mitigar os impactos negativos e a degradação ambiental. Dessa maneira, o trabalho da autora se equipara ao presente estudo que utilizou metodologia semelhante para alcançar esse objetivo. A produção dos documentários pelos estudantes de graduação da Gestão Ambiental, almejou contribuir para a qualidade de vida da população do Rio de Janeiro, uma vez que enalteceram e valorizaram a Mata Atlântica. Desse modo, incentivam a frequência dos habitantes a esse espaço natural e busca sensibilizar, influenciando possivelmente na qualidade ambiental da região uma vez que os visitantes tenham um novo olhar para a

DOCUMENTÁRIOS AMBIENTAIS SOBRE O PARQUE NACIONAL DA TIJUCA: UMA PRODUÇÃO COLABORATIVA

Marcelo Borges Rocha -1; Alexander Ramos Carvalho -11. Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - CEFET/RJ

Palavras Chaves: Documentários; Educomunicação; Mata Atlântica.Tema: Educação

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importância da preservação local. No âmbito da atuação dos estudantes participantes do projeto, pudemos avaliar sua participação como positiva e enriquecedora, percebendo através do desempenho dos mesmo o desenvolvimento de competências e habilidades. Em cada tarefa executada, desde a pesquisa, elaboração de roteiros e perguntas, atuação nas gravações e edições do material, pudemos notar sua evolução. Le Boterf (2006) legitima a validação dos conhecimentos adquiridos através da experiência, contemplando o estímulo às habilidades e competências. A divulgação foi também um dos objetivos do projeto, que buscou através da sensibilização estimular o contato dos cidadãos com espaço naturais e a compreensão da magnitude de relações ecológicas que o mesmo abriga. Os documentários estão disponíveis no site Youtube e no site do laboratório onde participam os pesquisadores deste estudo (http://portalabdec.wixsite.com/labdec/materiais-didaticos), além das redes sociais. Segundo Cerati e Lazarini (2009) esse apelo à consciência crítica de grupos sociais circundantes é considerado uma ação efetiva para a proteção desses locais naturais. Sendo assim, a produção e o uso de documentários com enfoque na Educação Ambiental representam um avanço, uma vez que através dos vídeos, os telespectadores terão conhecimento dos ambientes naturais e dos seus problemas intrínsecos. Desta forma, por meio de atividades educativas poder-se-á contribuir para a formação de pessoas mais conscientes acerca da importância de se preservar o meio ambiente.

CONCLUSÃO

O desenvolvimento de novas tecnologias da comunicação tem fornecido possibilidades de ampliar a interação entre os indivíduos e o conhecimento científico. Além disso, esses recursos proporcionam uma maior sensibilização, sobretudo quando se trata das questões ambientais. Desta forma, observa-se que o documentário ambiental permite a aproximação da realidade, de situações e lugares que parecem distantes e pela constituição de um importante recurso pedagógico imagético.

REFERÊNCIAS

ABREU, P. C. Produção multimídia de Educação Ambiental como ferramenta da gestão participativa de áreas protegidas. Circuito de

Iniciação Científica, 2008.

CERATI, T. M.; LAZARINI, R. A. M. A pesquisa-ação em educação ambiental: uma experiência no entorno de uma unidade de conservação urbana. Ciência & Educação, v. 15, n. 2, p. 383-92, 2009.

LE BOTERF, G. Três dimensões a explorar. Pessoal, v. 6, p. 60-63, 2006.

SERRA, G.; ARROIO, A. O meio ambiente apresentado em filmes de ficção e documentários. Enseñanza de las Ciencias, Número Extra VIII Congreso Internacional sobre Investigación en Didáctica de las Ciencias, Barcelona, 2009. pp. 2797-2802

VIEIRA, F. Z.; ROSSO, A. J. O cinema como componente didático da educação ambiental. Revista Diálogo Educacional, v. 11, n. 33, p. 547-5

Apoio: Agradecemos ao fomento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio a esta pesquisa.

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INTRODUÇÃO

Os agregados são componentes da estrutura do solo, formados a partir de interações entre processos biológicos, físicos e/ou químicos. Para a formação do agregado, é necessário que os colóides do solo se encontrem floculados e que todos os componentes do agregado sejam posteriormente estabilizados por algum agente cimentante (Hillel et al., 1980). Entretanto, as alterações que ocorrem na agregação do solo oriundas de práticas de manejo adotadas, podem resultar também em mudanças nas vias de formação dos agregados (Loss et al., 2014) e nas características químicas e físicas dos mesmos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os atributos químicos de agregados em áreas submetidas a diferentes tipos de coberturas vegetais e sistemas de cultivo no município do Rio de Janeiro-RJ.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado em área de Organossolos Tiomórficos (OJ), localizados em Santa Cruz-RJ. Foram selecionadas três áreas submetidas a diferentes coberturas vegetais e sistemas de cultivo: área com cultivo de mandioca sob constante revolvimento do solo (MAN); área de mata antropizada sem revolvimento há 20 anos (MAA); e área com cultivo de coqueiros há 15 anos com plantio de mandioca na entrelinha (COQ). A amostragem foi realizada em abril de 2019 sendo coletadas três tipos de amostras de agregados: coprólitos de minhocas (agregados biogênicos) (AGREG1), coletados por catação manual na superfície; amostras indeformadas nas camadas 0-5 cm (AGREG2) e 5-10 cm (AGREG3) de profundidade. Foram realizadas 4 repetições por área para cada tipo de amostra. Após a coleta, as amostras passaram por peneiramento em conjunto

de tamis de 8,0 e 4,0 mm, sendo analisados os agregados retidos neste intervalo. Estes foram destorroados e passados por peneira de 2,0 mm de malha, obtendo-se assim a terra fina seca ao ar (TFSA). Nesse material foram determinados os valores de pH em água, e teores de Ca+2, Mg+2, Al+3, K+, Na+, H+Al e P, conforme Teixeira et al. (2018). O carbono total (CT) dos agregados do solo foi determinado pelo método de combustão a seco em analisador elementar Perkin Elmer 2400 CHN. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância com aplicação do teste F e os valores médios comparados entre si pelo teste Tukey a 5% de significância com auxílio do programa SISVAR.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De maneira geral, nas amostras de agregados AGREG1 da área MAA foram observados os maiores teores de cátions básicos trocáveis. Segundo Silva Neto et al. (2010), os coprólitos de minhocas são formados a partir de processos genéticos peculiares, contribuindo assim para que existam diferenças nos atributos químicos quando comparados aos agregados formados por outros mecanismos. Na comparação entre as áreas, na área de MAA foram observados os maiores teores de Ca2+, Mg2+ e K+ nos três tipos de agregados. A área da MAA encontra-se aproximadamente há 20 anos sem revolvimento da superfície do solo, o que possibilita a formação de agregados com elevada saturação por bases (S). A área MAN, com maior intensidade de manejo da camada superficial, não diferiu estatisticamente da área COQ para a maior parte dos atributos avaliados, exceto para P. Os teores de P encontrados nos três tipos de agregados na área MAN foram estatisticamente maiores quando comparado aos teores das amostras de agregados das demais áreas. Contudo, as amostras

ATRIBUTOS QUÍMICOS DE AGREGADOS SOB DIFERENTES TIPOS DE COBERTURAS VEGETAIS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO-RJ

Wanderson Farias da Silva Junior - 1; Robert Ferreira - 2; Igor de Souza Morais - 3; Luiz Alberto da Silva Rodrigues Pinto - 4; Otavio Augusto Queiroz dos Santos - 5; Marcos Gervasio Pereira – 61. UFRRJ, Curso de Engenharia Florestal ; 2. UFRRJ, Curso de Agronomia; 3. UFRRJ, Curso de Agronomia; 4. UFRRJ, Mestrando em Agronomia; 5. Mestrando em Agronomia; 6. Professor Titular, Departamento de Solos

Palavras Chaves: manejo do solo; agregados biogênicos; coprólitos.Tema: Ciências ambientais

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dos agregados da área COQ apresentaram maior acidez potencial (valor H), na comparação entre as áreas, influenciando nos valores superiores de capacidade de troca catiônica (valor T), como observado. O conteúdo de CT das áreas MAA e COQ foi superior ao observado na área MAN nas três amostras de agregados. Na comparação entre as amostras de agregados, em geral, foi observado que os AGREG1 apresentaram maiores teores de Ca2+, Mg2+ e K+ e os menores teores de Al3+ na área MAA, em sequência na área COQ, sendo estas as áreas com menor intensidade de manejo. Os elevados teores de Ca2+ nos coprólitos podem decorrentes do enriquecimento do material durante o processamento pelo aparelho digestivo das minhocas em função da presença de glândulas calcíferas (Schrader & Zhang, 1997, citado por Silva Neto et al., 2010). Os maiores teores de K+ nos coprólitos podem ser decorrentes da liberação deste elemento dos materiais orgânicos, a partir da fragmentação ocorrida durante a digestão (Noguera et al., 2010). Consequentemente, a soma de bases (valor S) e a capacidade de troca catiônica (valor T) dos agregados AGREG1 apresentaram valores médios superiores nas mesmas áreas citadas. Para os agregados AGREG1 verificaram-se os maiores teores de CT nas áreas MAA e COQ em comparação aos agregados AGREG2 e AGREG3. Segundo Fiuza et al (2011), a ingestão de materiais minerais e orgânicos pelas minhocas, possibilita que seus coprólitos apresentem elevados teores nutricionais, sendo assim, usados como potenciais indicadores da qualidade do solo, em virtude de sua sensibilidade aos diferentes sistemas de uso e manejo do solo (Loss et al., 2014).

CONCLUSÃO

O fato de não haver revolvimento na área MAA há 20 anos, favoreceu que a mesma apresentasse de forma geral maiores valores relacionados ao complexo sortivo e ao CT quando comparada as outras duas áreas. Na comparação entre os agregados, os coprólitos apresentam os maiores teores de CT, Ca2+, Mg2+ e K+ e os menores teores de Al3+. Os coprólitos de minhocas apresentam maiores teores nutricionais e de carbono total, podendo então ser usados como potenciais indicadores de qualidade do solo.

REFERÊNCIAS

FIUZA, S. S.; KUNDRA, J. F.; FURTADO, D. T. Caracterização quimica e atividade microbiana de coprólitos de Chibui bari (Oligochaeta) e do solo adjacente. Rev. Bras. Ci. Solo, 35:723-728.2011. HILLEL, D. Fundamentals of soil physics. New York, Academic Press, 1980. 413p. LOSS, A.; PERERIA, M. G.; COSTA, E. L.; BEUTLER, S. J. Soil fertility, physicalchemical organic matter fractions, natural 13C15N abundance in biogenicphysicogenic aggregates in areas under different land use systems. Soil Research. v.52, p.685-697, 2014. SILVA NETO, L. F; SILVA, I. F; INDA, A. V; NASCIMENTO, P. C; BORTOLO, L. Atributos físicos e químicos de agregados pedogênicos e de coprólitos de minhocas em diferentes classes de solos da Paraíba. Ciência agrotécnica. v.34, n.6, p.1365-1371, 2010. TEIXEIRA, P.C.; DONAGEMA, G. K.; FONTANA, A.; TEIXEIRA, W. G. (Org.). Manual de métodos de análise de solos. 3.ed. Brasília: Embrapa, 2017. 573p.Apoio: Capes, CNPq, UFRRJ

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INTRODUÇÃO

Os sistemas agroflorestais regenerativos análogos (SAFRA) são sistemas de alta complexidade, multiestratificados (Cardoso, 2009), no qual a medida em que ocorre o aumento da estrutura arbórea e o fechamento do dossel, as espécies agrícolas deixam de ser cultivadas, favorecendo a regeneração natural (RN) de espécies florestais nativas (Fávero et al., 2008). Os estudos que avaliam a influência da RN, a partir da implantação de SAFRA, na microbiota do solo, em especial na comunidade de fungos micorrízicos arbusculares (FMAs), são escassos. Os FMAs são importantes componentes da biota do solo e, em função dos benefícios proporcionados tanto as plantas quanto ao solo, vêm sendo utilizados como indicadores biológicos da qualidade edáfica (Silva et al., 2016). O objetivo do estudo foi avaliar o impacto de uma área de regeneração florestal natural, proporcionada pela implantação de SAFRA, sobre a abundância e diversidade da comunidade de FMAs no solo, comparado a uma área de pastagem.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado na Fazendinha Agroecológica do km 47, no município de Seropédica, RJ. Duas áreas, uma área de pastagem e uma área de regeneração florestal natural (regeneração), foram selecionadas. A área de pastagem é formada por Pannicum maximum e Urochloa brizantha e circunda a área de regeneração. A área de regeneração resulta de modificações florísticas que têm ocorrido após anos de manejo em uma área de SAFRA, que foi implantada em fevereiro de 2005, em uma área que anteriormente era ocupada por P. maximum. Em cada área, foram coletadas 10 amostras simples de

terra, na camada de 0-5 cm, no início da estação chuvosa (outubro) de 2016. Os esporos de FMAs foram extraídos segundo Gerdemann & Nicolson (1963), e posteriormente contados e identificados de acordo com suas características morfológicas (INVAM - International Culture Collection of (Vesicular) Arbuscular Mycorrhizal Fungi). Os seguintes atributos da comunidade foram estimados: abundância de esporos (AE); riqueza média (RM); Índice de Margalef (IM=[(n-1)]/ln N, em que IM é a diversidade, n é o número de espécies presentes, e N é o número total de indivíduos encontrados); e o coeficiente de Sorensen (CS = 2j/(a ??+ b), em que j é o número total de espécies de FMAs, a é o número total de espécies na área de pastagem, e b é o número total de espécies na área de regeneração). Os dados de AE e RM foram submetidos à análise de variância e ao teste paramétrico T ou não-paramétrico de Mann-Whitney (p < 0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A abundância de esporos de FMAs foi significativamente maior na área de pastagem (649 indivíduos 50 cm-3 de solo) em relação à área de regeneração (26 indivíduos 50 cm-3 de solo). A maior densidade de raízes finas, bem como maiores valores de temperatura e intensidade luminosa, provavelmente contribuíram para a maior esporulação de FMA na área de pastagem. A presença de gramíneas e de condições microclimáticas mais estressantes influenciaram o maior número de esporos em áreas de pastagem, como uma estratégia de sobrevivência destes microrganismos, em relação a áreas de Mata Atlântica em diferentes estágios de sucessão (Silva et al., 2016). Algumas espécies de FMAs sobrevivem com baixa esporulação, em ambientes mais estáveis, cujas camadas superficiais são

FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES EM ÁREAS SOB PASTAGEM E REGENERAÇÃO FLORESTAL

Cristiane Figueira da Silva - 1; Rodrigo Câmara de Souza - 1; Gilsonley Lopes dos Santos - 2; Gabriel Santos Aguiar - 3; Camila Santos da Silva - 4; Marcos Gervasio Pereira - 5; Eliane Maria Ribeiro da Silva - 6 1. UFRRJ, Pós-Doutorando(a)/Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais – [email protected]; [email protected]. 2. UFRRJ, Pós-Doutorando/Programa de Pós-Graduação em Agronomia Ciência do Solo – [email protected]. 3. UFRRJ, Mestre/Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais - [email protected]. 4. UFRRJ, Doutoranda/Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais – [email protected]. 5. UFRRJ, Professor Titular, Departamento de Solos - [email protected]. 6. Embrapa Agrobiologia, Pesquisadora, Laboratório de Micorrizas – [email protected] Palavras Chaves: Diversidade; indicador de qualidade do solo; sistema agroflorestal regenerativo análogoTema: Ciências ambientais

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mais protegidas contra grandes modificações (Santos et al., 2018), o que se aplica à área de regeneração, em detrimento da área de pastagem, no presente estudo. Verificaram-se maiores valores de IM (2,45 e 1,08 respectivamente) e RM (3,6 e 1,7, respectivamente) de FMAs na área de regeneração, em relação à área de pastagem. De acordo com Margalef (1991), valores de IM inferiores a 2,0, tal como observado na área de pastagem, denotam baixa diversidade, em geral como resultado de ações antrópicas. Foi observado um total de 12 taxas de FMAs, dos quais oito ocorreram na área de pastagem, e nove na área de regeneração, sendo que cinco taxas (41,7%) foram comuns a ambas as áreas. De acordo com o CS, a similaridade da composição da comunidade de FMAs, entre as duas áreas, foi de 0,58. Este resultado sugere que a regeneração modifica a composição da comunidade de FMAs em relação a área de pastagem.

CONCLUSÃO

A composição da comunidade de fungos micorrízicos arbusculares é modificada com a regeneração florestal natural, em relação à pastagem. A abundância de esporos de FMAs diminui na área de regeneração, enquanto a diversidade e a riqueza média aumentam, quando comparado com a área de pastagem.

REFERÊNCIAS

CARDOSO, J. H. Diálogo de vidas: a ciência dos sistemas agroflorestais complexos. 2009. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_4/dialogo/index.htm>. Acesso em: 6/6/2019

FÁVERO, C.; LOVO, I. C.; MENDONÇA, E. S. Recuperação de área degradada com sistema agroflorestal no Vale do Rio Doce, Minas Gerais. Rev. Árvore, 32:861-868, 2008.

GERDEMANN, J. W.; NICOLSON, T. H. Spores of mycorrhizal endogone species extracted from soil by wet-sievingdecanting. Trans. Br. Mycol. Soc., 46:235-244, 1963.

MARGALEF, R. 1991. Ecologia. Barcelona, Omega, XXVII. 951p.

SANTOS, V. L. S.; SILVA, C. F.; PEREIRA, M. G.; BERBARA, R. L. L. Comunidade de fungos micorrízicos arbusculares e glomalina em ecossistemas de Mata Seca, Brasil. Rev. Fac. Agron. (La Plata), 117:13-21, 2018.

SILVA, C. F.; PEREIRA, M. G.; SANTOS, V. L.; MIGUEL, D. L.; SILVA, E. M. R. Fungos micorrízicos arbusculares: composição, comprimento de micélio extrarradicular e glomalina em áreas de mata atlântica, rio de janeiro. Ci. Fl., 26:419-433, 2016.Apoio: UFRRJ/PPGCAF/Embrapa Agrobiologia/CAPES

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INTRODUÇÃO

As práticas de manejo do solo provocam alterações nos atributos físicos, químicos e biológicos, significando perda de qualidade e afetando a sustentabilidade ambiental e agrícola (Niero et al., 2010). Diante disso, a utilização de plantas de cobertura e manejo conservacionista do solo são práticas essenciais para preservação ambiental. O conjunto dessas ações é de fundamental importância em sistemas orgânicos, pois promovem condições para o desenvolvimento da comunidade de organismos do solo, que atua em diversos processos no ambiente edáfico. Os organismos que compõem a fauna do solo são sensíveis e respondem rapidamente ao manejo do solo (Silva et al., 2011), além do importante papel na avaliação das atividades antrópicas, sendo um importante indicador para o monitoramento da qualidade do solo. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de diferentes plantas de cobertura, em relação à fauna epígea em área de cultivo orgânico de produção com berinjela (Solanum melongena, L.).

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido no Sítio do Sol, propriedade orgânica certificada, em parceria com o Laboratório de Solos e Plantas (LSP) do Departamento de Solos da UFRRJ, Seropédica, RJ. Foi adotado deliniamento experimental em blocos ao acaso, com três tratamentos de plantas de cobertura: milheto (Pennisetum americanum, L.), sem cobertura e um coquetel composto por crotalária (Crotalaria juncea, L.), braquiária (Urochloa brizantha, Stapf.) e milheto (Pennisetum americanum, L.), a cultura nessas áreas foi berinjela (Solanum melongena, L.), além disso, foi utilizada uma área de floresta secundária,

com quatro repetições por tratamento. Para a amostragem da fauna utilizou-se o método de armadilhas “Pitfall”, que consistia em recipientes plásticos com 10 cm de diâmetro e 10 cm de altura. As armadilhas permaneceram na área por cinco dias, sendo necessário o uso de formaldeído a 4% (200mL) para conservação dos organismos. As armadilhas foram retiradas e levadas para laboratório, posteriormente a identificação foi feita com auxílio de lupa binocular. Os organismos foram identificados ao nível de grandes grupos taxonômicos, ordem, classe ou família. Após a identificação e quantificação dos organismos foi calculado o número de indivíduos armadilha dia (ind arm-1dia-1), os índices de diversidade de Shannon (H = -Spi.log pi; onde pi = ni/N; ni = densidade de cada grupo, N = S da densidade de todos os grupos), equitabilidade de Pielou: e = H/log R; em que: R = riqueza e riqueza média.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em relação ao número de indivíduos por armadilha/dia a área sem cobertura foi a que apresentou o maior número de indivíduos. Quanto aos valores de riqueza, as áreas apresentaram valores decrescente sendo o maior valor observado para a área de milheto, enquanto na área sem cobertura observou-se o menor valor. Para os índices ecológicos de Shannon e Pielou, na área em que foi utilizado plantas de cobertura o coquetel se destacou por apresentar melhores índices, seguido do milheto. Lima et al. (2016) também verificaram maior diversidade de grupos da fauna do solo e atribuíram o padrão observado ao manejo com plantas de cobertura em área com consórcio com leguminosas. Por outro lado, na área sem cobertura verificou-se uma baixa diversidade e equitabilidade, podendo esse padrão ser explicado pelo elevado número de indivíduos

FAUNA EPÍGEA EM ÁREAS DE CULTIVO ORGÂNICO DE BERINJELA (Solanum melongena, L.) COM PLANTAS DE COBERTURA

Cyndi dos Santos Ferreira - 1; Sandra Santana de Lima - 2; Derique Biassi - 3; Everaldo Zonta - 4; Marcos Gervasio Pereira - 51. UFRRJ, Curso de Agronomia - [email protected]; 2. UFRRJ, Professora Substituta, Departamento de Solos - [email protected]; 3. UFRRJ, Doutorando em Ciência do Solo - [email protected]; 4. UFRRJ, Professor Associado, Departamento de Solos - [email protected]; 5. UFRRJ, Professor Titular, Departamento de Solos - [email protected]

Palavras Chaves: Invertebrados do solo; Plantas de cobertura; Manejo do solo.Tema: Outros

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do grupo Poduromorpha, o que resultou em baixos valores de uniformidade. Para as áreas de coquetel e milheto também foi observado grande incidência do grupo Poduromorpha, bem como Entomobryomorpha, que exercem importante função detritívora, contribuindo para a decomposição da matéria orgânica e o controle das populações de microrganismos (Melo et al., 2009). É importante destacar que os grupos Formicidae e Coleoptera, embora coletados em menor frequência nas áreas, apresentam importantes funções ecológicas no processo de fragmentação, organização física do solo e controle biológico. Na área de floresta secundária, utilizada como referência, foram registrados os maiores diversidade e equitabilidade dos índices de Shannon e Pielou, assim como maiores valores de riqueza média e riqueza total, indicando uniformidade dos importantes grupos da fauna distribuídos.

CONCLUSÃO

O manejo do solo nas áreas de milheto e coquetel promoveram melhores condições para a manutenção dos organismos da fauna epígea, favorecendo maiores índices ecológicos de diversidade e uniformidade.

REFERÊNCIAS

LIMA, S. S.; AQUINO, A. M.; ASSUNCAO, S. A.; PEREIRA, M. G. Efeito da palhada da aveia preta na diversidade da macrofauna invertebrada do solo após desastre ambiental. Tecnologia Educacional., v.31, p.137 - 143, 2016. MELO, F. V. de; BROWN, G. G.; CONSTANTINO, R.; LOUZADA, J. N. C.; LUIZÃO, F. J.; MORAIS, J. W. de; ZANETTI, R. A. A importância da meso e macrofauna do solo na fertilidade e como biondicadores. Boletim Informativo da SBCS, 2009. NIERO, L. A. C.; DECHEN, S. C. F.; COELHO, R. M. & MARIA, I. C. Avaliações visuais como índice de qualidade do solo e sua validação por análises físicas e químicas em um Latossolo Vermelho distroférrico com usos e manejos distintos. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 34, n. 4, p. 1271-1282, 2010.

SILVA, R.F. da; GUIMARÃES, M. de F.; AQUINO, A.M. de; MERCANTE, F.M. Análise conjunta de atributos físicos e biológicos do solo sob sistema de integração lavoura-pecuaria. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.46, p.1277-1283, 2011.

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INTRODUÇÃO

A formação e a estabilidade dos agregados estão diretamente relacionadas à qualidade do solo (Fernandes et al., 2017), exercendo grande influência na dinâmica do carbono e de nutrientes, nos fluxos d’água, na difusão de gases, na penetração das raízes e na capacidade de resistir aos processos erosivos (Portugal et al., 2010). A presença da macrofauna edáfica, como as minhocas, também é importante para estabilização dos agregados. Adicionalmente os coprólitos produzidos contribuem para uma melhoria na agregação das camadas superficiais. Entretanto, certas práticas agrícolas, como aração e gradagem, quando realizadas de forma excessiva e/ou com o conteúdo de água no solo não adequado são prejudiciais à agregação do solo, podendo promover a destruição dos agregados. A partir do exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a estabilidade de agregados em áreas com diferentes tipos de coberturas vegetais e sistemas de cultivo no município do Rio de Janeiro-RJ.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado em área de Organossolos Tiomórficos (OJ), localizada em Santa Cruz-RJ. Foram selecionadas três áreas com diferentes coberturas vegetais e sistemas de cultivo, a saber: área com cultivo de mandioca sob constante revolvimento do solo (MAN); área de mata antropizada sem revolvimento há 20 anos (MAA); e área com cultivo de coqueiros há 15 anos com plantio de mandioca na entrelinha (COQ). Foram coletadas três tipos de amostras de agregados: coprólitos de minhocas (agregados biogênicos) (AGREG1), coletados por catação manual na superfície; e amostras indeformadas nas camadas 0-5 cm (AGREG2) e 5-10 cm

(AGREG3) de profundidade. Foram realizadas 4 repetições por área para cada tipo de amostra. Após a coleta, as amostras foram submetidas a peneiramento em conjunto de tamis de 8,0 e 4,0 mm, sendo analisados os agregados retidos neste intervalo. Estes foram submetidos à análise da estabilidade em água, e a partir dos resultados da massa dos agregados foi calculado o diâmetro médio ponderado (DMP) dos agregados (Teixeira et al., 2018). Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância com aplicação do teste F e os valores médios comparados entre si pelo teste Tukey a 5% de significância com auxílio do programa SISVAR.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na comparação entre as áreas, em MAA e a COQ, foram verificados os maiores valores de DMP em AGREG1, sendo observados agregados mais estáveis, por estas áreas serem submetidas a pouco ou nenhum revolvimento. De forma geral, o revolvimento prejudica o equilíbrio do solo, por romper os agregados e expor a matéria orgânica protegida do processo de oxidação. O revolvimento também é indiretamente responsável pela aceleração dos processos erosivos, visto que, ao promover a destruição dos agregados reduz a infiltração de água favorecendo erosão hídrica (Skaraboto et al., 2018). Para a comparação entre as amostras de agregados, verificou-se que a amostra AGREG1 apresentou os maiores valores de DMP nas áreas MAA e COQ, indicando maior estabilidade dos coprólitos quando submetidos ao peneiramento por via úmida. As minhocas, presentes na macrofauna edáfica, tem papel fundamental na formação e estabilização dos agregados. Esses animais alimentam-se de partículas do substrato ao mesmo tempo em que se movimentam no solo, deixando o solo mais

ESTABILIDADE DE AGREGADOS SOB DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO - RJ

Robert Ferreira - 1; Wanderson Farias da Silva Junior - 2; Igor de Sousa Morais - 3; Luiz Alberto da Silva Rodrigues Pinto - 4; Otavio Augusto Queiroz dos Santos - 5; Marcos Gervasio Pereira - 61. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Curso de Agronomia; 2. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Curso de Engenharia Florestal; 3. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Curso de Agronomia; 4. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Mestrando em Agronomia; 5. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Mestrando em Agronomia; 6. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Professor Titular, Departamento de Solos

Palavras Chaves: manejo do solo; diâmetro médio ponderado; agregação .Tema: Ciências ambientais

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poroso criando espaços por onde o ar e a água circulam livremente (Bartz et al., 2007). Além disso, seus excrementos (coprólitos) são parte fundamental na formação de agregados estáveis e resistentes a forças desagregadoras. Segundo Fernandes et al. (2017) os agregados biogênicos têm potencial para serem enquadrados como indicadores de qualidade do solo, associados a ambientes mais estruturados, capazes de manter os processos intrínsecos a sua formação. Vale ressaltar, que os menores valores de DMP foram observados na área MAN. Esse padrão pode ser decorrente da camada superficial do solo nessa área ser submetida à constante revolvimento, que contribui para a destruição dos agregados.

CONCLUSÃO

Tanto na comparação entre as áreas, como na entre os agregados, para os coprólitos foram verificados os maiores valores de DMP nas áreas com menor intensidade de manejo.

REFERÊNCIAS

BARTZ, M.L.C; BROWN, G.G.; SOUZAJÚNIOR, I.G.; COSTA, A.C. S.; Micronutrientes em Coprólitos de Minhocas Produzidos em um Latossolo Vermelho Distroférrico sob Diferentes Sistemas de Manejo. XXXI Congresso Brasileiro de Ciência do solo, 5-10 ago., 2007. FERNANDES J. C. F.; PEREIRA, M. G.; NETO, E. C. S.; NETO, T. A. C.; Caracterização de agregados biogênicos, intermediários e fisiogênicos em áreas sob domínio de mata atlântica. Revista Caatinga, v. 30, n. 1, jan.-mar., 2017. PORTUGAL, A. F.; JUNCKSH, I.; SCHAEFER, C. E. R. G.; NEVES, J. C. L.; Estabilidade de agregados em argissolo sob diferentes usos, comparado com mata. Rev. Ceres, Viçosa, v. 57, n.4, p. 545-553, jul/ago, 2010. SKARABOTO, F. F.; LOPES, R. A. P.; PEREIRA, G. S.; SILVA, R. V.; Influência do tipo de preparo nas propriedades físicas do solo e da cultura da mandioca (euphorbiaceae). Revista Terra & Cultura: Cadernos de Ensino e Pesquisa, [S.l.], v. 34, n. esp., p. 269-281, set. 2018. 271p.

TEIXEIRA, P.C.; DONAGEMA, G. K.; FONTANA, A.; TEIXEIRA, W. G. (Org.). Manual de métodos de análise de solos. 3.ed. Brasília: Embrapa, 2017. 573p.Apoio: UFRRJ, CAPES e CNPq

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Resumo Apresentado no V Simpósio de Pesquisa em Mata Atlântica - 20 e 21 de setembro de 2019Este resumo também está disponível em http://simposio.izma.org.br - Copyright©2019, IZMA

INTRODUÇÃO

Ocupando cerca de 7% da superfície terrestre, as florestas tropicais abrigam mais da metade das espécies conhecidas (Primack e Rodrigues,2002). Na Mata Atlântica, a criação de pastagens, de áreas agrícolas e ações de desmatamento ocasionaram a perda de grandes áreas florestais no Brasil (Dean,1996), tornando a Mata Atlântica um dos ecossistemas mais degradados do planeta (Myers et al., 2000). Apesar de toda a destruição, muitas áreas foram abandonadas, permitindo a formação de florestas secundárias (Tanizaki,2000) com isso surgem diferentes tipos de vegetação e cada uma delas com um microclima diferente. O microclima é influenciado de diferentes formas pela cobertura vegetal, seja na entrada de luz, na umidade relativa e nas variações de temperatura (Coltri, 2006). O objetivo deste estudo foi comparar a temperatura e a umidade relativa em pastagens, capoeiras e áreas de floresta atlântica.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado na fazenda Alto da Conceição, município de Miguel Pereira, RJ (22º26’54.35”S 43º30’21.05”) e no Instituto Zoobotânico de Morro Azul (IZMA), município de Engenheiro Paulo de Frontin, RJ ( 22º29’41.53”S 43º34’03.12”O). Em cada propriedade foram instalados três data loggers da marca Icel Ht4010. Cada equipamento foi colocado em um tipo de cobertura vegetal: pasto, capoeira e floresta, coletando os dados no intervalo de 30 minutos, durante 20 dias consecutivos em períodos diferentes para cada propriedade estudada, dentro da estação outono. Para proteção dos aparelhos, foram improvisados abrigos meteorológicos de PVC (caixa sifonada), conforme usado e testado por Castelhano e Roseghini (2011). Os

dados coletados foram baixados no software Ht Communication Tool e no Excell. Na fazenda, a pastagem está ativa e a altitude é de 845 metros, a capoeira tem aproximadamente 15 anos e altitude de 870 metros e a área de Mata Atlântica se encontra em bom estágio de conservação, com mais de 60 anos de abandono, com altitude de 930 metros. No IZMA, a pastagem se encontra ativa, com altitude de 660 metros, a capoeira tem aproximadamente 38 anos e altitude de 700 metros. A floresta do Instituto se encontra em bom estágio de conservação, com mais de 50 anos de abandono e tem altitude de 720 metros.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na fazenda Alto da Conceição, a temperatura foi mais alta na capoeira (21,48 ± 0,85) e na pastagem (21,05 ± 0,55) e mais baixa na floresta (19,67 ± 0,26). No Instituto Zoobotânico de Morro Azul (IZMA) a temperatura também foi similar na pastagem (21,12 ± 0,72) e na capoeira (21,11 ± 0,69) e mais baixa na floresta (19,27 ± 0,26). Quanto á umidade, na fazenda, a capoeira (87,22 ± 02,60) e a pastagem (87,62 ± 2,15) foram similares, mas na floresta foi mais alta (94,51 ± 0,64). No IZMA o padrão é semelhante com a capoeira (83,81 ± 1,97) igual com a pastagem (81,87 ± 2,30) e mais alta na floresta (91,25 ± 0,54). Avaliando a variação ao longo do dia é possível identificar que as diferenças entre as áreas de pastagem e capoeira, em relação á floresta, são mais fortes das 09:00h as 18:00h quando a vegetação da floresta protege o ambiente e é menos afetada pelo calor intenso. Os resultados deste estudo corroboram com os achados por Lopes et al. (2011) e Fontinele et al. (2013) que encontraram temperaturas menores em áreas com vegetação preservada em comparação com capoeiras e áreas desmatadas. Herbele et al. (2017), também encontraram temperaturas

COMPARAÇÃO DA TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA EM ÁREAS DE PASTAGEM, CAPOEIRA E FLORESTA ATLÂNTICA, REGIÃO CENTRO SUL DO

RIO DE JANEIRO

Mendonça, A.R. - 1; Voltolini, J.C. - 21. Instituto Zoobotânico de Morro Azul (IZMA), Eng. Paulo de Frontin, RJ 2. Grupo de Pesquisa e Ensino em Biologia da Conservação (ECOTROP), Departamento de Biologia, Universidade de Taubaté, Taubaté, SP

Palavras Chaves: Microclima; mata atlântica; sucessão ecológica.Tema: Ecologia

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mais amenas e umidade mais alta nas áreas com cobertura vegetal em comparação á áreas abertas. Salim Neto (2017), registrou dados de temperatura menores, comparando áreas de dossel mais fechado com áreas de dossel mais aberto e White e Silva (2018), estudando áreas distintas dentro de um mesmo fragmento florestal, encontraram um microclima mais estável nas áreas com vegetação mais preservada.

CONCLUSÃO

Nas duas localidades estudadas a temperatura e a umidade relativa foram semelhantes nas áreas mais degradadas com menos árvores e dossel mais aberto, evidenciando ambientes mais secos e mais quentes do que a floresta. Além disso, o estudo revela como a conservação de florestas pode proteger a paisagem inteira gerando um equilíbrio climático.

REFERÊNCIAS

CASTELHANO, F.J.; ROSEGHINI, W.F.F. A utilização de policloreto de vinila (PVC) na construção de mini-abrigos meteorológicos para aplicação em campo. Revista Brasileira de Climatologia, nº 9, 2011.

COLTRI, P.P. Influência do uso e cobertura do solo no clima de Piracicaba, São Paulo: análise de séries históricas, ilhas de calor e técnicas de sensoriamento remoto. Dissertação de Mestrado – Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2006. disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/ . Acesso em: 01/06/2019.

DEAN, W. A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. Companhia das Letras, São Paulo, SP. 484p, 1996.

FONTINELE, G.A.; FERREIRA, S.J.F.; MARQUES FILHO, A.O. Estudo comparativo da temperatura e de nutrientes no solo entre floresta primária e área desmatada em área de terra firme. II Congresso de Iniciação Científica PIBIC/CNPq - PAIC/FAPEAM, Manaus, 2013.

HERBELE, M.; COSTA DA SILVA, B.M.; SOUZA LIMA, C.; QUINTAL, R.S.; REMPEL, C.; DALZOCHIO, M.S. Variações no microclima e características do soloem paisagens com

diferentes coberturas vegetais: Ação de campo junto ao morro da harmonia – Teutônia/RS. Destaques acadêmicos, Lajeado, V.9, nº2, p. 283-295. 2017.

LOPES, R.M.;MARIANO, Z.F.; CABRAL, J.B.P.; ROCHA, J.R.R. Análise microclimática da reserva particular do patrimônio natural pousada das araras, Serranópolis-GO. Revista Geográfica de América Central, número especial EGAL, p.1-16, Costa Rica, 2011.

MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A.; MITTERMEIER, C.G.; FONSECA, G.A.B.; KENT, J. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature. Vol 403. P. 853-858, 2000.PRIMARK, R.; RODRIGUES, E. Biologia da Conservação. Londrina, PR: ed. Sinauer, 2002.SALIM NETO, S.C. Microclima em diferentes fitofisionomias de floresta de altitude na mata atlântica. Tese de doutorado, Universidade Federal do Espírito Santo, 2017.

TANIZAKI, K. F. Impacto do Uso da Terra no Estoque e Fluxo de Carbono na Área de Domínio da Mata Atlântica: Estudo de Caso Estado do Rio de Janeiro. Universidade Federal Fluminense (UFF), 2000.

WHITE, B.L.A.;SILVA, M.F.A. Variações microclimáticas e perigo de ocorrência de incêndios florestais em fragmentos de Mata Atlântica no município de São Cristovão, Sergipe. Nativa, Sinop, Pesquisas Agrárias e Ambientais, v. 6, n. especial, p. 729-736, 2018.

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INTRODUÇÃO

A Mata Atlântica vem sendo sistematicamente dizimada e estima-se que a floresta já perdeu 93% da sua área total (VILELA et al. , 2005), e preservar os vestígios desse bioma passou a ser vital. Por outro lado, as trilhas ecológicas em espaços naturais têm sido apontadas como alternativa viável para promover a preservação, por meio da educação ambiental (VASCONCELLOS, 2006; Di TULLIO, 2009; FERRARESE, CORRÊA E ROCHA, 2019; LOPES E FARIA, 2014). Em 2018, a coordenação da AAFESP dirigiu-se ao IFSP-Suzano para elaborar um projeto em educação ambiental, uma das suas missões institucional. A Associação possui sua sede em meio a 53 mil m2 de área vestigial de Mata Atlântica, adensada entre área urbana e rural, sob forte ameaça de desmatamento. Avalia que aliar a educação ambiental aos interesses de seus associados, abrindo à comunidade local, possa ajudar a garantir a preservação da área com responsabilidade socioambiental.

MATERIAL E MÉTODOS

O IFSP por meio do LIB (Laboratório Integrado de Biologia), passou a elaborar e executar ações para viabilizar o estudo. Inicialmente foi criado um projeto de extensão para que dois alunos, um de licenciatura em química e outro do técnico em administração, recebessem uma bolsa para se dedicar ao estudo do problema. Em seguida o LIB fez algumas visitas técnicas objetivando caracterizar a área quanto a sua delimitação física, estado de conservação e biodiversidade, levantamento do espaço para atividades práticas e estudo da possibilidade de elaboração de trilhas ecológicas. Uma vez caracterizada e verificado a viabilidade do projeto, passou-se a estudar

e executar a abertura da trilha para visitação, levando-se em consideração aspectos como segurança para o trânsito de crianças de diversas faixa etárias aliada ao mínimo impacto na área a ser utilizada. Paralelamente a esse processo de criação da trilha, foi levada uma proposta aos alunos da disciplina Biologia aplicada ao ensino de Ciências do curso de Licenciatura em Química do IFSP-Suzano para que elaborassem sequências didáticas voltadas para a educação ambiental. Foi ainda elaborado um plano de levantamento de fauna e flora e produção materiais para um museu de Biologia visando enriquecer didaticamente a visitação das crianças.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados das visitas técnicas indicam ser a área de grande vulnerabilidade uma vez que as bordas são fortemente delimitadas por desmatamento e existem espaços similares com ocupação irregular para moradias, observou-se descarte de carcaças de carros na borda da mata apontando para a necessidade de intervenção urgente. Por meio de caminhada, uso de GPS e de imagens por satélite pode-se confirmar a área e verificar que há a comunicação com outros espaços em bom estado de conservação existindo ainda o corredor para fluxo gênico. Verificou-se que na flora podem ser encontradas espécies endêmicas da Mata Atlântica em bom estado de preservação, há muitos vestígios da fauna de mamíferos e a de artrópodes é visualmente rica. Todo esse material necessita ainda de levantamento para catalogação, projetos que estão em andamento. Observou-se que a área tem grande e importante potencial hídrico e que as nascentes ali existentes precisam ser melhor preservadas, para isso está sendo criado uma proposta de limpeza e proteção uma vez que as nascentes são utilizadas para abastecimento de

PROJETO PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA ESTAÇÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM MATA ATLÂNTICA VESTIGIAL NO CAMBIRI – FERRAZ DE VASCONCELOS (SP): UMA PARCERIA IFSP-SUZANO E ASSOCIAÇÃO DE ANEMIA FALCIFORME

DO ESTADO DE SÃO PAULO (AAFESP)Jairo José Matozinho Cubas([email protected]) -1; Emerson Barão Rodrigues Soldado([email protected])-1;Débora Alves de Lira ([email protected]) -1; Larissa de Oliveira Sena([email protected]) -1; Berenice Assumpção Kikuchi ([email protected])-2

1- Instituto Federal de São Paulo - Suzano ; 2- Associação da Anemia Falciforme do Estado de São PauloPalavras Chaves: Preservação ambiental; trilha; estudo de campo.Tema: Educação

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água da sede da associação, desta forma propôs-se a reorganização dos mecanismos de captação de água com troca e retirada de vestígios de encanamentos já abandonados. No momento, os alunos do curso de licenciatura estão apresentando as propostas de atividades em educação ambiental. Com a trilha já demarcada estão sendo confeccionadas placas de identificação e orientação; para estudo da fauna estão sendo instaladas câmeras de captura de imagens e realizados estudo botânicos iniciais. Um projeto de levantamento entomológico está sendo elaborado para aplicação na área. Os próximos passos do projeto serão a revitalização da área de convívio com a criação de um museu de biologia e educação ambiental além de adequação desta área para trabalhos didáticos com alunos. A secretaria de educação do município de Ferraz de Vasconcelos já foi contatada para que seja estudado a viabilidade da organização de visitação dos alunos. Foi realizada uma reunião inicial com políticos e a sociedade civil organizada visando a busca de parcerias para a viabilidade econômica do projeto. Espera-se que no final do terceiro trimestre de 2019 a trilha esteja totalmente identificada e pronta para visitação e ainda que as visitações possam se iniciar experimentalmente já no quarto trimestre de 2019 para ajustes e aprimoramento dos trabalhos. As expectativas são que no início de 2020 possa se ter a área de convívio adequadas para a implantação do museu de biologia, bem como os espaços de trabalhos didáticos finalizados. Consideramos que esse conjunto de ações de pesquisa e educação possam criar um ambiente e uma atmosfera que chamem a atenção e promovam a preocupação real da sociedade na preservação dessas áreas que são patrimônios das comunidades, mas infelizmente ainda não reconhecidas.

CONCLUSÃO

A Mata Atlântica está fortemente ameaçada, os vestígios que sobram podem não ser suficientes para se auto sustentar, em especial pela perda dos corredores ecológicos para fluxo gênico. A criação de parques e áreas de proteção permanente, aliado ao trabalho de educação ambiental direcionada, pode ser uma saída para preservar o que resta e garantir a continuidade da existência desse Bioma. É nesse sentido que o IFSP- Suzano e AAFESP se unem para promover o projeto de implantação de

uma estação de Educação Ambiental na região do Cambiri no município de Ferraz de Vasconcelos-SP. Ainda que existam diversos desafios a serem enfrentados para que o projeto se concretize, as etapas já cumpridas apontam para a viabilidade da estação aliada a educação visando a preservação da área.

REFERÊNCIAS

LOPES, L.A.; FARIA M.B. Educação Ambiental como ferramenta para a conservação da Mata Atlântica da zona da mata de Minas Gerais. Revista da Faculdade de Ciências Gerenciais de Manhuaçu – FACIG , Manhuaçu, MG, v. 10, n. 1, 2014.

FERRARESE, M.D. ; CORRÊA, L.R.; ROCHA, G.L.; Ribeiro, R.C.Trilha interpretativa como instrumento de comunicação ambiental: uma experiência no Parque Natural Municipal dos Morros, Santa Maria (RS) .Revista Brasileira de Ecoturismo, São Paulo, v.12, n.2, mai/jul 2019.

VILELA, N. J. et al. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica Brasileira. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 132–138, 2005.

VASCONCELLOS, J. M. de O. Educação e Interpretação Ambiental em Unidades de Conservação. Cadernos de Conservação, ano 3, n 4. Curitiba, PR. Fundação O Boticário de Proteção à Natureza. 2006. 86p.

DI TULLIO, A. A abordagem participativa na construção de uma trilha interpretativa como uma estratégia de educação ambiental em São José do Rio Pardo-SP. 207. Rev. eletrônica Mestr. Educ. Ambient. ISSN 1517-1256, v. 23, julho a dezembro de 2009. 367 Dissertação de Mestrado em Ciências da Engenharia Ambiental. Universidade de São Paulo, São Carlos, 2005.Apoio: Instituto Federal de São Paulo - Suzano

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INTRODUÇÃO

O desenvolvimento econômico ocorrido sobre as regiões cobertas por vegetação natural de Mata Atlântica ocasionou a sua substituição ao longo da sua ocupação. Atualmente, grande parte desse bioma, após ciclos de exploração, foi transformado em áreas de pastagens (Carvalho et al. , 2010). Essas transformações ocasionam mudanças nas propriedades edáficas. Entre os atributos que permitem avaliar a qualidade do solo, destaca-se a agregação. Os agregados podem ser classificados quanto suas vias de formação como fisiogênicos (formados a partir de reações físicas e químicas), biogênicos (formados mediante processos biológicos) (Loss et al. , 2014) e intermediários (formados quando as reações físicas e químicas atuam juntas aos processos biológicos) (Batista, 2011). Sendo assim, o objetivo do estudo foi quantificar o aporte da fração leve livre em agregados fisiogênicos, intermediários e biogênicos, de áreas sob diferentes coberturas vegetais no município de Pinheiral, RJ.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram coletadas seis amostras indeformadas de solo na profundidade de 0-10 cm, em um Cambissolo Háplico Tb Distrófico, sob duas coberturas vegetais, a saber: área de floresta secundária em estádio sucessional avançado (FSEA) e área de pasto misto manejado (PMM) na região do Médio Vale do Paraíba Fluminense, Pinheiral-RJ. Após a coleta, as amostras indeformadas foram passadas por peneiras de 9,7 e 8,0 mm, sendo os agregados retidos nesse intervalo utilizados para a identificação das vias de formação. Estes foram examinados sob lupa e separados manualmente de acordo com as definições propostas por Bullock et al. (1985), e classificados em fisiogênicos

(FIS), intermediários (INT) e biogênicos (BIO). Posteriormente, os agregados foram destorroados, passados por peneira de 2 mm de malha e submetidos ao fracionamento físico densimétrico da matéria orgânica do solo (MOS). A fração leve livre (FLL) foi determinada segundo Sohi et al. (2001). Esse método separa os resíduos orgânicos pouco alterados do material orgânico mais humificado através da densidade. Os resultados foram submetidos à análise de variância (teste F) e os valores médios comparados pelo teste Tukey a 5% de significância.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De maneira geral, os agregados FIS, INT e BIO provenientes das áreas cobertas por PMM apresentaram quantidades quase duas vezes maiores de FLL (29,06; 31,66 e 34,74 g kg-1) quando comparados aos agregados da área FSEA (15,40; 18,09 e 20,52 g kg-1), respectivamente. Os padrões observados podem estar relacionados com a dinâmica da quantidade de deposição de resíduos vegetais adicionados via renovação do sistema radicular das espécies da família Poaceae. O sistema radicular das gramíneas em especial o da Brachiaria sp., além de abundante e volumoso, apresenta contínua renovação e elevado efeito rizosférico (Souza et al. , 2010), que quando manejadas adequadamente, proporcionam elevado teor de matéria orgânica e densa massa radicular, favorecendo o aporte das frações leves da MOS. Vale ressaltar, que as áreas de florestas tendem, ao longo do tempo, estabelecer um equilíbrio da vegetação e com isso o fluxo de material orgânico também é estabilizado afetando diretamente no aporte de FLL. Não se observou diferenças significativas entre as vias de formação dos agregados. Porém, verificou-se um padrão similar entre os agregados FIS, INT e BIO. Tanto na área

FRAÇÃO LEVE LIVRE DA MATÉRIA ORGÂNICA EM AGREGADOS SOB DIFERENTES COBERTURAS VEGETAIS, PINHEIRAL-RJ

Ziviani, M. M. - 1; Pinto, L. A. S. R. - 1; Silva Junior, W. F - 1; Rocha, F. de S. - 1; Silva Neto, E. C. - 1; Corrêa Neto, T. A. - 1; Pereira, M. G. - 1 1. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Palavras Chaves: Fracionamento físico densimétrico; Vias de formação; Agregação.Tema: Ciências ambientais

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PMM e quanto na FSEA houve um leve aumento na quantidade de aporte de FLL em função do tipo de agregado. Na área PMM, os agregados BIO apresentaram um aumento de 6 e 3% da FLL em relação aos agregados FIS e INT, respectivamente. E foram verificados aumentos de 9 e 5% da FLL nos agregados BIO quando comparados aos FIS e INT na área FSEA. A dinâmica da FLL está relacionada com a quantidade e qualidade do material vegetal adicionado pelo tipo de cobertura vegetal, tornando-a assim mais sensível as variações espaciais e sazonais que as demais frações da MOS, podendo então ser considerada um excelente indicador de qualidade do solo (Vezani & Mielniczuk 2009).

CONCLUSÃO

Maiores quantidades de fração leve livre foram encontradas nos agregados na área de pasto misto manejado. Esse padrão se deve a grande produção de biomassa das gramíneas. A fração leve livre foi influenciada pelo tipo de cobertura vegetal, sendo assim mais sensível as variações de manejo, podendo ser utilizada como indicador de qualidade do solo.

REFERÊNCIAS

BATISTA, I. Atributos edáficos e fauna do solo em áreas de integração lavoura pecuária no bioma Cerrado, Mato Grosso do Sul. 2011. 86p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2011.

BRONICK, C.J.; LAL, R. Soil structuremanagement: a review. Geoderma, v.124, p.3-22, 2005.

CARVALHO, J. L. N. et al. Potencial de sequestro de carbono em diferentes biomas do Brasil. Revista Brasileira de Ciência Solo, Viçosa, v. 34, n. 2, p. 277-290, 2010.

FERNANDES, J. C. F.; PEREIRA, M. G.; NETO, E. C. da S.; NETO, T. de A. C. Characterization of biogenic, intermediatephysicogenic soil aggregates of areas in the Brazilian Atlantic Forest. Revista Caatinga, Mossoró, v. 30, n. 1, p. 59 – 67, 2017.

LOSS, A.; PERERIA, M. G.; COSTA, E. L.;

BEUTLER, S. J. Soil fertility, physicalchemical organic matter fractions, natural 13C15N abundance in biogenicphysicogenic aggregates in areas under different land use systems. Soil Research. v.52, p.685-697, 2014.

SOHI, S. P.; MAHIEU, N.; ARAH, J. R. M.; POWLSON, D.S., MADARI, B.; GAUNT, J. L. A procedure for isolating soil organic matter fractions suitable for modelling. Soil Science Society of America Journal, v. 65, p.1121-1128, 2001.

SOUZA, E. D.; COSTA, S. E. V. G. A.; ANGHINONI, I.; LIMA, C.V. S. D.; CARVALHO, P. C. D. F.; MARTINS, A. P. Biomassa microbiana do solo em sistema de integração lavoura-pecuária em plantio direto, submetido a intensidades de pastejo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 34, n. 1, p. 79-88, 2010.

VEZZANI, F. M. & MIELNICZUK, J. Uma visão sobre qualidade do solo. Revista brasileira de ciência do solo, 33:743-755, 2009.Apoio: CAPES, PPGA-CS e CNPq

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INTRODUÇÃO

A Orientação, esporte conhecido como “desporto da floresta”, é dividida em quatro vertentes: competitiva, ambiental, pedagógica e turística. No Brasil, o esporte já consta no ensino escolar de Colégios Militares e, por sua interdisciplinaridade, é reconhecido pela Confederação Brasileira de Orientação como facilitador de conteúdos biossociais imprescindíveis ao desenvolvimento humano em escolas das regiões Sul e Sudeste. O objetivo desse estudo consiste na compreensão das possíveis aplicações pedagógicas da Orientação. O Parque Estadual do Cunhambebe (PEC) tem aproximadamente 95% de área preservada composta por vegetação nativa e fauna características da Mata Atlântica. Escultura representativa de anel olímpico construído durante os Jogos Olímpicos de 2016 e de forte apelo à cultura do movimento, recursos hídricos, geológicos, históricos e culturais preservados conferem ao parque alto potencial educacional e turístico.

MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo se fundamenta em revisão bibliográfica de relatos de experiência em corridas de orientação, estudos correlatos e análise documental das diretrizes oficiais do esporte, normas e condutas propostas pela confederação desportiva do país em suas regras oficiais de orientação pedestre, além de políticas públicas de educação ambiental e ecoturismo em Unidades de Conservação e entornos. Assim, foram propostas atividades pedagógicas e turísticas baseadas nos fundamentos do Esporte de Orientação com enfoque no capítulo “Consciência Ecológica”, disposto nas regras oficiais e voltado à sensibilização ambiental.

A pesquisa investigou nesses documentos e estudos possibilidades de desdobramentos dessas atividades em escolas e no Parque por meio de organizações não governamentais, centros de estudos e pesquisas sustentáveis e demais atores interessados no desenvolvimento do Parque Estadual do Cunhambebe.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O conjunto de regras oficiais do esporte de orientação pedestre possui um viés ambientalista de conservação do meio em que a prática ocorre, descrito no capítulo “Consciência Ecológica” das regras oficiais (COB, 2019) composto por doze princípios. A eficácia do esporte em sua vertente pedagógica experimentada em ambiente escolar no ensino de Geografia, Matemática, Física, Educação Física e outras disciplinas como apontam CARMONA (2014), SILVA (2011), SILVA (2013) e SOARES (2013) sugere a transversalidade disciplinar também requerida na educação ambiental, seja em Unidades de Conservação ou em escolas no entorno. As políticas públicas para Educação Ambiental e seus desdobramentos no ambiente escolar e no turismo científico, pedagógico e ecológico versam sobre a sensibilização às questões ambientais para conservação do meio assim como os princípios da “Consciência Ecológica” da Orientação buscam a manutenção da preservação da natureza. Portanto, sendo objetivo do PEC, unidade permissiva à visitação pública, possibilitar a interação com áreas naturais preservadas e fomentar sua conservação, acreditamos nessa sensibilização dos turistas, desportistas e comunidade escolar a partir do fomento do esporte de orientação e seus princípios ecológicos. Um mapa de orientação destaca pontos a serem visitados, como em um mapa de roteiros turísticos, mas também descreve

ORIENTAÇÃO NO PARQUE ESTADUAL DO CUNHAMBEBE: ALTERNATIVA TURÍSTICA - PEDAGÓGICA, CIENTÍFICA E CULTURAL

Camila Reis Tomaz - 1; Daniel Fonseca de Andrade - 2.1. Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

Palavras Chaves: Orientação; Educação Ambiental; Ecoturismo.Tema: Gestão ambiental

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tipo de vegetação, relevo, construções e acidentes naturais, convidando o praticante a se apropriar dos conceitos e especificidades da região ilustrada. Relatos de experiência sugerem que essa aproximação tende a fortalecer a identidade com o local, estreitando laços e auxiliando na defesa dos territórios protegidos, sua cultura e recursos naturais. Por ser uma Unidade de Conservação (UC), a realização de provas podem ser condicionadas pelos gestores à presença de fiscais em locais de circulação proibida e limite de participantes. Entretanto, este não deve ser um fator desmotivador à prática em sua vertente competitiva, visto que os inscritos podem se apropriar ainda mais das questões ambientais e da importância das UCs por meio de palestras, mutirões de reflorestamento, manejo de trilha, etc. A vertente competitiva viabiliza ainda a capacitação, participação e desenvolvimento econômico local, seja com moradores atuando na fiscalização da prova, no traçar dos percursos ou na escolha de pontos de controle em sítios de relevante valor histórico, geológico e cultural.

CONCLUSÃO

O esporte, palco de disputas territoriais desde a Grécia Antiga, torna a busca por apropriação dos territórios protegidos como parte da identidade de atores iniciados. No “Desporto da Floresta”, seja em ambiente escolar, de recreação ou formação, seu viés ambientalista aplicado em propostas pedagógicas sugere um despertar do sujeito ecológico naqueles que passam a conhecer e praticar orientação, convertendo a modalidade em mais um braço de resistência e defesa contra a cultura de uso e ocupação indiscriminada de territórios naturais.

REFERÊNCIAS

BRASIL. LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.

BRASIL. LEI Nº 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências.

CARMONA, Eduardo Klein et al. O esporte de orientação: possibilidades e perspectivas. Educação Física em Revista, v. 7, n. 3, 2014.

CBO, Confederação Brasileira de Orientação. Regras de Orientação Pedestre. Guará I, Brasília – DF, 2019.

INEA, Instituto Estadual do Ambiente. Plano de Manejo do Parque Estadual do Cunhambebe. Rio de Janeiro, 2015.

CONAMA, Conselho Nacional do Meio Ambiente. RESOLUÇÃO Nº 422 DE 23 DE MARÇO DE 2010. Estabelece diretrizes para as campanhas, ações e projetos de Educação Ambiental, conforme Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, e dá outras providências.

IRVING, M.; MATTOS, F.; RODRIGUES, CGO. Rede TAPIS (Rede Turismo, Áreas Protegidas e Inclusão Social): inovando na construção compartilhada de conhecimento. Turismo, áreas protegidas e inclusão social: diálogos entre saberes e fazeres. 1ª ed, Rio de Janeiro: Folio Digital: Letra e Imagem, p. 21-50, 2015.

MEC, Ministério da Educação. RESOLUÇÃO Nº 2, DE 15 DE JUNHO DE 2012. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental.

SILVA, Daniel Araújo. Atividade esportiva no ensino de geografia: Experiência a partir da corrida de orientação na escola. GEOSABERES: Revista de Estudos Geoeducacionais, v. 4, n. 8, p. 86-99, 2013.

SILVA, Marco Antonio Ferreira da. Esporte orientação: conceituação, resumo histórico e proposta pedagógica interdisciplinar para o currículo escolar. 2011. Monografia disponível em https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/32293.

SOARES, Suelen Silva. Uma história do esporte de orientação no Rio Grande do Sul. 2013. Monografia disponível em https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/79472.

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INTRODUÇÃO

A Floresta Atlântica, área com elevada diversidade de espécies e alto grau de endemismo, atualmente possui apenas de 11 a 16% da floresta original distribuída como um mosaico de fragmentos (Ribeiro et al. 2009). No estado do Rio de Janeiro, esses fragmentos representam ca. 18,7% do território (Fundação SOS Mata Atlântica 2018). As briófitas (grupo parafilético composto por hepáticas, musgos e antóceros) possuem papel de grande importância na colonização do ambiente terrestre pelos organismos vivos (Goffinet & Shaw 2008), e representam o grupo mais diverso de plantas sem flores. Para o estado do Rio de Janeiro, são reconhecidas 892 espécies, sendo 369 hepáticas, 516 musgos e sete antóceros (Flora do Brasil 2020 em construção). Considerando-se que os municípios da Baixada Fluminense constituem áreas pouco conhecidas do ponto de vista da flora de briófitas (Costa et al. 2005; Costa & Faria 2008), está sendo realizada a análise das assembleias de briófitas dessa região.

MATERIAL E MÉTODOS

A Floresta Nacional Mário Xavier (FLONA MX), localizada no município de Seropédica - RJ, Brasil, 22°43’54.94”S e 43°42’26.99”O, é uma área de aproximadamente 496 ha (ICMBio 2018) criada em 1986 com o intuito de proteger um dos raros fragmentos de floresta secundárias ainda existentes no município. A vegetação local é fragmentada em áreas de Floresta de Baixada - remanescente da cobertura original - áreas plantadas com espécies nativas, e plantações de Eucalyptus sp. para uso múltiplo e sustentável (Oliveira et al. 1999), característica desse tipo de Unidade de Conservação. Para a amostragem das briófitas, foram estabelecidas seis parcelas de 10 x 10 m dispostas aleatoriamente, e as coletas realizadas a partir dos diferentes substratos disponíveis nas parcelas, no sub-bosque com altura máxima de 2 m. As técnicas adotadas para coleta, herborização e preservação do material botânico estiveram de acordo com Yano (1984), a classificação taxonômica adotada

foi a proposta em Goffinet & Shaw (2008), as formas de vida seguiram as propostas por Bates (1998), e os domínios e padrões fitogeográficos dos táxons foram retirados da literatura específica disponível (Gradstein et al. 2001; Molinaro & Costa 2001; Gradstein & Costa 2003; Flora do Brasil 2020 em construção). Todas as amostras serão depositadas no Herbário R do Museu Nacional.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram coletadas 107 amostras, totalizando 488 espécimes identificados. Destes, 279 foram de hepáticas e 209 de musgos, distribuídos em 14 famílias (seis hepáticas; oito musgos), 23 gêneros (12; 11) e 28 espécies (16; 12). Nenhum antócero foi encontrado no local. As famílias de hepáticas mais abundantes foram Lejeuneaceae (165 ocorrências; seis gêneros; 11 espécies) e Frullaniaceae (37; dois; duas), e de musgos Sematophyllaceae (81; dois; duas) e Hypnaceae (56; um; duas). Os gêneros mais frequentes de hepáticas foram Lejeunea (80 ocorrências; cinco espécies) e Microlejeunea (38; uma), e de musgos Brittonodoxa (63; uma) e Isopterygium (56; duas). As hepáticas Microlejeunea bullata (Taylor) Steph. (38 – 7,8%) e Lejeunea flava (Sw.) Nees (37 ocorrências – 7,6%), e os musgos Brittonodoxa subpinnata (Brid.) W.R. Buck, P.E.A.S. Câmara & Carv.-Silva (63 – 12,9%) e Isopterygium tenerifolium Mitt. (35 – 7,2%) foram os táxons mais frequentes, somando aproximadamente 35,4% de todos os espécimes analisados. Cinco tipos de substratos são colonizados pelas briófitas, sendo eles: tronco vivo (397 espécimes ocorrendo nesse substrato), tronco em decomposição (72), raiz de árvore (11), solo (cinco) e artificiais (três). Dezessete espécies são generalistas com relação ao substrato e 11 são especialistas. As principais famílias corticícolas (em tronco vivo) são Lejeuneaceae (158 espécimes ocorrendo nesse substrato – 32,3%), Sematophyllaceae (60 – 12,3%) e Hypnaceae (43 – 8,8%), representando os grupos mais frequentes na área. Como especialistas, destacam-se as espécies Stereophyllum radiculosum (Hook.) Mitt. (exclusiva

BRIÓFITAS DA FLORESTA NACIONAL MÁRIO XAVIER (FLONA MX), SEROPÉDICA - RJ, BRASIL

Ramon Guedes de Oliveira - 1; Mayara Bernardino Wienskoski - 21. Museu Nacional - Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Palavras Chaves: Baixada Fluminense; Fitogeografia; Floresta Atlântica; Hepáticas; Inventário florístico; Musgos.Tema: Botânica

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em raízes de árvores), Drepanolejeunea bidens (Prantl) A. Evans (exclusiva em tronco em decomposição), e Cololejeunea camillei (Lehm.) A. Evans (exclusiva em tronco vivo). Nenhuma espécie foi encontrada exclusivamente sobre substratos artificiais ou solo, assim como não foi observado nenhum espécime sobre folhas ou rochas. A forma de vida mais frequente foi tapete, com 360 ocorrências em 25 espécies, seguido de flabelado, com 43 ocorrências em duas espécies, tufo, com 40 ocorrências em três espécies, talosa, com 25 ocorrências em uma espécie, e trama, com 20 ocorrências em oito espécies. Todas as espécies encontradas nessa área ocorrem na Floresta Atlântica, e nenhuma é exclusiva desse domínio fitogeográfico. Vinte e cinco espécies distribuem-se na Floresta Atlântica e Amazônia, e também são amplamente distribuídas nos outros domínios fitogeográficos brasileiros, sendo 25 no Cerrado, 19 no Pantanal, 16 na Caatinga e oito no Pampa. Com relação aos padrões fitogeográficos, a maioria das espécies apresenta distribuição Neotropical (13), oito são Pantropicais, quatro de distribuição Ampla, e três disjuntas: Lejeunea laetevirens Nees & Mont. (Holártico e Neotrópico), Erpodium glaziovii Hampe (América Central, América do Sul, México e Península Arábica), e Haplocladium microphyllum (Hedw.) Broth. (América Tropical e Subtropical, e sudeste da Ásia).

CONCLUSÃO

O trabalho apresenta os primeiros dados sobre riqueza, composição florística e fitogeografia da flora de briófitas do município de Seropédica, os quais fazem parte do projeto “Briófitas como bioindicadoras de qualidade ambiental: análise funcional ao longo de um gradiente de perturbação antrópica em fragmentos de Floresta Atlântica”. O uso das briófitas como bioindicadoras possibilitará um alerta precoce da influência dos impactos antrópicos sobre a biodiversidade relacionada, além de contribuir com conhecimentos ecológicos sobre a relação entre espécies e ambiente. A contribuição deste projeto está, ainda, diretamente ligada à elaboração de um diagnóstico ambiental que possa auxiliar os gestores da FLONA MX na execução das metas propostas no plano de manejo da UC.

REFERÊNCIAS

Bates JW. 1998. Is ‘life-form’ a useful concept in bryophyte ecology? Oikos 82: 223-237.

Costa DP & Faria CP. 2008. Conservation priorities for the bryophytes of Rio de Janeiro State, Brazil. Journal of Bryology 30: 133-142.

Costa DP, Imbassahy CAA & Silva VPAV. 2005. Diversidade e importância das espécies de briófitas na conservação dos ecossistemas do Estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia 56: 13-49.

Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso em: 28 Abr. 2019.

Fundação SOS Mata Atlântica. 2018. Projeto Atlas da Mata Atlântica. Disponível em: <https://www.sosma.org.br/projeto/atlas-da-mata-atlantica/>. Acesso em 28 Abr. 2019.

Goffinet B & Shaw AJ. 2008. Bryophyte Biology. 2nd ed. New York: Cambridge University Press.Gradstein ST & Costa DP. 2003. The HepaticaeAnthocerotae of Brazil. Memoirs of the New York Botanical Garden 87: 1-301.

Gradstein SR, Churchill SP & Salazar-Allen N. 2001. Guide to the Bryophytes of Tropical America. Memoirs of the New York Botanical Garden 86: 1-577.

ICMBio. 2018. http://www.icmbio.gov.br/portal/unidadesdeconservacao/biomas-bras i le i ros /mata-atlantica/unidades-de-conservacao-mata-atlantica/2359-flona-mario-xavier

Molinaro LC & Costa DP. 2001. Briofitas do arboreto do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Rodriguésia 52(81): 107-124.

Oliveira RT, Bloomfield VK & Magalhães LMS. 1999. Trilha auto guiada: proposta de implantação e interpretação na Floresta Nacional Mário Xavier Sandra Regina da Costa. Floresta e Ambiente 6(1): 138-143.

Ribeiro MC, Metzger JP, Martensen AC, Ponzoni FJ & Hirota MM. 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left,how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biological Conservation 142: 1141-1153.

Yano O. 1984. Briófitas. In: Fidalgo O, Bononi VLR. (eds.). Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico. São Paulo. Instituto de Botânica 4: 27-30.

Apoio: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)

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INTRODUÇÃO

O carrapato Amblyomma aureolatum apresenta uma ampla distribuição em áreas de Mata Atlântica do sul e sudeste brasileiro, predominando em altitudes superiores a 700m. O Parque Nacional de Itatiaia (PNI) é uma importante área de conservação da Mata Atlântica com relevo variando de 600 a 2.791 metros. Nota-se que, em virtude dessa variação de altitude, a biodiversidade se distribui de forma bastante distinta (GRYTENES & MCCAIN, 2007). Ensaios acerca da distribuição altitudinal das espécies se justificam pela ampliação da compreensão ecológica dessas populações e ganham maior importância quando a população em questão apresenta potencial zoonótico, como é o caso do carrapato assinalado, conhecido vetor da Rickettsia rickettsii, agente da Febre Maculosa Brasileira, a mais importante zoonose transmitida por carrapatos (OGRZEWALSKA et al. 2012). O estudo em tela apresenta um relato de parasitismo por A. aureolatum em cão doméstico na altitude de 2.010 metros no PNI.

MATERIAL E MÉTODOS

Os carrapatos foram coletados manualmente, pelo método de busca ativa visual, parasitando um cão doméstico, Canis lupus familiaris L, aparentemente aninhado próximo ao abrigo Casa de Pedra no Parque Nacional de Itatiaia, em oito de outubro de 2018. Este abrigo localiza-se no Km 6 da BR 485, caminho do Planalto das Agulhas Negras, Itamonte, MG, extensão conhecida como Parte Alta do PNI, em área de Floresta Ombrófila Densa com Formação Altomontana (IBDF/FBCN, 1982), integrando a Serra da Mantiqueira. As coordenadas geográficas e altitude foram obtidas com auxílio do aplicativo GPS Data®

versão 3.6.0 para smartphone e os dados climáticos do PNI foram adquiridos através da Estação Automática Itatiaia - Parque Nacional (RJ), do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Dados acerca da origem do hospedeiro foram obtidos através de entrevistas informais com funcionários do PNI e livro de registro destinado aos usuários do abrigo. Os carrapatos

coletados foram acondicionados em tubos tipo Falcon de 50 mL, com álcool etílico a 70% e posteriormente identificados em microscópio estereoscópico com uso de chave dicotômica proposta por Barros-Battesti et al. (2006). Os carrapatos identificados encontram-se alocados no Laboratório de Parasitologia de Artrópodes (LAPAR), Departamento de Parasitologia Animal, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As observações se deram em um cão, fêmea, jovem, sem raça definida, de onde foram coletados 06 carrapatos adultos, 02 machos e 04 fêmeas, todos reconhecidos como Amblyomma aureolatum (Pallas), além de 14 larvas ainda não identificadas. Os exemplares adultos foram coletados ao longo do dorso, pescoço, pavilhão auricular e espaço interdigital, enquanto as larvas foram coletadas apenas do pavilhão auricular do hospedeiro. A origem do animal é incerta e tudo indica que se aninhou na proximidade do abrigo pela disponibilidade de alimento possivelmente oferecido por usuários do alojamento. No livro de registro do abrigo havia relato da presença do animal já há alguns dias, tempo suficiente para se aninhar em uma cova escavada em área de mata, a cerca de 20 metros do abrigo. Da mesma forma, funcionários sediados no Posto Marco Antônio Moura Botelho já haviam nos alertado da presença deste cão quando do momento de nossa entrada no PNI. A área urbana mais próxima da Casa de Pedra é a Garganta do registro, dista aproximadamente seis quilômetros pela BR 485, possível porta de entrada do hospedeiro. A altitude assinalada no local foi de 2.010 metros, entre as coordenadas 22°22’07.2”S e 44°44’43.5”W. O A. aureolatum é comumente encontrado parasitando, em suas fases de larva e ninfa, aves e pequenos mamíferos, principalmente roedores e marsupiais. Quando adultos, predominam em vertebrados da ordem Carnivora como hospedeiros primários (SZABÓ et al. , 2013). Esse carrapato distribui-se em regiões de Mata Atlântica do sul e sudeste brasileiro, muito embora já tenha sido observado na região do Pampa gaúcho (PINTO et al. ,

PARASITISMO POR Amblyomma aureolatum PALLAS, 1772 (ACARI: IXODIDAE) EM CÃO DOMÉSTICO A 2.010 METROS DE ALTITUDE EM ÁREA DO PARQUE

NACIONAL DE ITATIAIA, MG

Walter Flausino-1; Guilherme P. Furusawa-2; Hélio F. Santos-2; Kátia M. Famadas-1.1- Departamento de Parasitologia Animal, UFRRJ. 2- Discente do PPGCV/UFRRJ.

Palavras Chaves: Amblyomma aureolatum; cão domestico; Parque Nacional de Itatiaia.Tema: Ecologia

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2018) e Planalto Serrano catarinense (LAVINA et al. , 2015). Ocorre predominantemente em altitudes acima dos 700m sendo que, a maior altitude assinalada até o momento foi de 1.628m, no Estado de São Paulo (BARBIERI et al. , 2015). No PNI, Luz et al. (2017) já haviam registrado ninfas e larvas parasitando aves, em altitudes que variaram de 530 a 1.052m. No Parque Estadual da Pedra Selada, que é área de amortecimento do PNI (IBDF/FBCN, 2012), Luz et al. (2016) coletearam esta espécie, em vida livre e em cães semidomiciliados na área, com cerca de 1.000m de altitude. Entretanto, em cães não havia, até o momento, registro de A. aureolatum em altitudes próximas de 2.000m. Vale ressaltar que nessas altitudes as temperaturas no PNI no mês de outubro de 2018 variaram entre 0,4 e 18,7°C máx. e 3,2 a 20,3°C min. (INMET, 2019). Mesmo na primavera, em decorrência da altitude, as temperaturas no PNI podem ser bastante baixas. Assim, com o registro da presença desse cão, aninhado há alguns dias nas proximidades do abrigo, nos faz crer que ele tenha adquirido a infestação na área em questão. Além disso, é provável que esse carrapato em vida livre seja bastante tolerante às temperaturas baixas, conforme sugerem outras publicações. Estudos em laboratório em condições controladas para simular tais situações devem ser realizados.

CONCLUSÃO

Concluímos ser a altitude de 2.010m a maior registrada até o momento para ocorrência de A. aureolatum tendo o cão doméstico como hospedeiro.

REFERÊNCIAS

BARBIERI, J.M.; DA ROCHA, C.M.B.M.; BRUHN, F.R.P.; CARDOSO, D.L.; PINTER, A,; LABRUNA, M. B. Altitudinal Assessment of Amblyomma aureolatumAmblyomma ovale (Acari: Ixodidae), vectors of Spotted Fever Group Rickettsiosis in the State of São Paulo, Brazil. Journal of Medical Entomology, 52(5): 1170–1174, 2015

BARROS-BATTESTI, D.M.; ARZUA, M. & BECHARA, G.M. Carrapatos de importância Médico-Veterinária da Região Neotropical: Um guia ilustrado para identificação de espécies. São Paulo, Vox/ICTTD-3/Inst. Butantan, 2006.

CAGLIONI, E.; UHLMANN, A.; CURCIO, G. R.; RAMOS, M. R.; BONNET, A.; JUNCKES, A. R. Altitude e solos determinam variações abruptas da vegetação em gradiente altitudinal de Mata Atlântica. Rodriguésia, Rio de Janeiro, 69(4):2055-2068, 2018.

GRYTNES, J.A.; MCCAIN, C.M. Elevational trends in biodiversity. Encyclopedia of Biofoversity, 2007.

Disponível em: https://spot.colorado.edu/~mccainc/PDFs/Grytnes_McCain_2007.pdf. Acesso em: 22 de mai. 2019.

IBDF/FBCN. Plano de Manejo do Parque Nacional do Itatiaia. Brasília: IBDF-FBCN, 1982.

___________. Plano de Manejo do Parque Nacional do Itatiaia: Encarte 2 - Análise Regional. Brasília: IBDF-FBCN, 2012.

INMET. Consulta Dados da Estação Automática: Itatiaia - Parque Nacional (RJ), dados referentes ao mês de outubro de 2018. Instituto Nacional de Meteorologia INMET. Disponível em: http://www.inmet.gov.br/sonabra/pg_dspDadosCodigo_sim.php?QTYzNQ. Acesso em 18 de jun. de 2019.

LUZ, H.R.; FACCINI, J.L.H.; MCINTOSH, D. Molecular analyses reveal an abundant diversity of ticksrickettsial agents associated with wild birds in two regions of primary Brazilian Atlantic Rainforest. TicksTick-borne Diseases, 8: 657–665, 2017.

LUZ, H.R.; FURUSAWA, G.P.; FLAUSINO, W.; FACCINI, J.L.H. Ticks parasitizing dogs that inhabit the highlands of Atlantic Forest in southeast Brazil.In: Anais do XIX Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária, Belém - PA,V.1, P.356, 2016.

OGRZEWALSKA, M.; SARAIVA, D. G.; MORAES-FILHO, J; MARTINS, T.F.; COSTA, F.B.; PINTER,A.; LABRUNA, M.B.. Epidemiology of Brazilian spotted fever in the Atlantic Forest, state of Sao Paulo, Brazil. Parasitology, 139: 1283–1300, 2012.

LAVINA, M.S.; SOUZA, A.P. de; SARTOR, A.A.; MOURA, A.B. de. Ixodids in wild animals of the mountainous plateau Region of Santa Catarina State, Brazil. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, 36(5):3173-3180, 2015.

PINTO, D.M.; AGUIAR, C.LG; MARTINS, N.S.; BECKER, M.; DAMBORIARENA, P.A.; TAVARES, N.C.; ANTUNES, T. DE A.; SANTOS, T.G. DOS S. Ocorrência de Amblyomma aureolatum (Pallas, 1772) (Acari: Ixodidae) em cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) (Linnaeus, 1766), na região do bioma Pampa. Science And Animal Health. 6(1):20-28, 2018.

SZABÓ, M.P.J.; PINTER, A.; LABRUNA, M.B. Ecology, biologydistribution of spotted-fever tick vectors in Brazil. Front Cell Infect Microbiol., 3: 27, 2013.

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INTRODUÇÃO

A heterogeneidade dos ambientes aquáticos lóticos é um dos principais fatores da diversidade encontrada nesses ambientes. Desta forma, a variação do tipo de substrato pode ser o fator chave para a diversidade de rios e córregos (LEITE-ROSSI et al. 2015). Assim, a colonização desses substratos está diretamente relacionada com a composição física dos mesmos, sendo a fauna colonizadora, adaptada as condições e variações bióticas e abióticas desse substrato. O processo de colonização se inicia pelos microorganismos, mas são os macroinverterbados os principais grupos a colonizar esses ambientes. Estudos de colonização de substratos artificiais podem fornecer informações importantes sobre a dinâmica desses ambientes, a estrutura da comunidade, bem como as etapas de sucessão de ambientes aquáticos tropicais (PEREIRA et al. 2010). Desta forma, o objetivo deste trabalho foi verificar o processo de colonização (de um) em substrato rochoso em duas áreas do Rio Marambaia, na Ilha da Marambaia.

MATERIAL E MÉTODOS

Inicialmente, foram confeccionados 14 substratos utilizando rochas previamente selecionadas no rio e posteriormente lavadas. Cada substrato era formado por um conjunto de nove rochas de mesmo tamanho (8 cm x 6 cm x 2,5 cm) e envoltas em uma tela de arame, de modo que todas ficassem juntas. No dia 24/01/2006 os substratos foram colocados em duas áreas, sete em uma de correnteza, e outros sete em uma área de remanso com grande quantidade de folhiço de fundo. Todos os substratos foram amarrados na vegetação marginal, para que não fossem carreados pela correnteza. Réplicas de cada habitat foram recolhidas após o 1º, 3º, 6º, 12°, 18°, 24° e 30º dias. Os substratos eram

recolhidos e conservados dentro de um saco contendo formol a 10%. No laboratório as rochas foram minuciosamente examinadas, bem como o líquido onde estava armazenado o substrato. O material foi identificado em nível de família e pós-fixados em álcool 70%. O teste T pareado foi utilizado para verificar se havia diferença entre as duas amostras, para tanto, utilizou-se o programa PAST 3.25 (HAMMER et al. 2001).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Um total de 225 organismos foi amostrado (coletado, foi amostrado pelo substrato, não foi coletado – substituir por amostrado), distribuídos entre os Filos Plathyhelmintes (4,2%) e Arthropoda (95,8%). Os Plathyhelmintes foram representados pela família Planariidae, com exemplares ocorrendo em ambos os habitat, com pico de ocorrência ocorrência no sexto dia (terceira retirada). Os Arthropoda tiveram maior representatividade, sendo representados pelos os subfilos Crustacea (Palaemonidae, n=7), Chelicerata (Araneidae, n=4) e Hexapoda (Insecta, n=195). Em relação aos picos de abundância e colonização, estes ocorreram no 12º dia (4ª retirada) no substrato em remanso e no 18º (5ª retirada) na correnteza. As menores abundâncias foram encontradas no primeiro dia (n=16) e no 24° (n=1). Na última retirada, ao 30º dia, os substratos não foram encontrados; acredita-se que os mesmos tenham sido carreados rio abaixo, pois uma chuva muito forte ocorreu no intervalo entre o 24º e 30º dias. Em relação à colonização nas duas áreas onde os substratos foram colocados, não houve diferença significativa entre as duas amostras (p = 0,71); entretanto, a abundância de organismos foi maior nos substratos acondicionados nas áreas de corredeira (n = 120). Apesar de nessas áreas adaptações para suportar o drift sejam cruciais, a

COLONIZAÇÃO DE SUBSTRATO NATURAL ROCHOSO EM DOIS TRECHOS DO RIO MARAMBAIA, ILHA DA MARAMBAIA, MANGARATIBA, RJ

Fernanda Avelino-Capistrano -1 ; Gisele Luziane de Almeida - 1; Danielle Anjos-Santos - 21. Laboratório de Zoologia, Faculdades São José, Curso de Ciências Biológicas. 2. Laboratorio de Investigaciones en Ecología y Sistemática Animal (LIESA). Centro de Investigación Esquel de Montaña y Estepa Patagónica - CIEMEP (CONICET/UNPSJB)

Palavras Chaves: bentos; folhiço de correnteza; macroinvertebrados. Tema: Ecologia

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taxa de oxigenação é maior frente as áreas onde há folhiço depositado. Em compensação, áreas de remanso exigem adaptações para a restrição da baixa oxigenação. No presente estudo, imaturos de Leptophlebiidae (Ephemeroptera) e Chironomidae (Diptera) foram os únicos constantes em todas as amostragens, sendo também os mais abundantes: Leptophlebiidae (n=84), com maior ocorrência em áreas de remanso e, Chironomidae (n=56), com maior ocorrência em áreas de corredeira. A grande prevalência desses dois grupos é corroborada com outros autores (BRUNO et al. 2012, CARVALHO & UIEDA, 2008). De acordo com Da-Silva et al. (2010), os Leptophlebiidae são insetos que colonizam tanto ambientes rochosos, como áreas com deposito de folhiço, o que justifica a grande abundância desses insetos em ambos os tipos de substratos. Entretanto, Chironomidae tem maior teve maior prevalência em área de correnteza, o que destoa de outros autores, que encontram mais dessas larvas em áreas de com grande concentração de matéria orgânica vegetal (LEITE-ROSSI et al. 2015).

CONCLUSÃO

No presente estudo, a colonização de substratos idênticos em duas áreas de diferente composição, demonstrou não haver diferenças entre a abundancia, mas sim em relação à composição da comunidade biológica. O processo de sucessão teve seu ápice entre o 12º e 18º dia de colonização, corroborando com outros estudos realizados na mesma metodologia. Entretanto, a presença constante de imaturos de Chironomidae em áreas de correnteza, aparece como uma variante frente a outros estudos.

REFERÊNCIAS

BRUNO, C.G.C.; BATISTA, J.E.; SOUZA, J.R.; PAULA, S.M.; BRITO, B.A.; CAMELO, F.R,B.; JACOBUCCI, G.B. Comparação entre a eficiência de amostragem de dois tipos de substratos artificiais instalados em córregos do Cerrado. Revista Brasileira de Zoociêncas, 14(1-3): 123-134, 2012.

CARVALHO, E.M.; UIEDA, V.S. Colonização por macroinvertabrados bentônicos em substrato artificial e natural em um riacho da serra de Itatinga, São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de

Zoologia, 21(2): 287-293, 2004.

DA-SILVA, E.R., NESSIMIAN, J.L. & COELHO, L.B.N. Leptophlebiidae from Rio de Janeiro State, Brazil: nymphal habitats, mesohabitats,habits (Insecta: Ephemeroptera). Biota Neotrop. 10(4): http://www.biotaneotropica.org.br/v10n4/en/abstract?article+bn01410042010, 2010.

HAMMER, Ø.; HARPER, D.A.T.; RYAN, P.D.. PAST: Paleontological statistics software package for educationdata analysis. Palaeontologia Electronica 4(1): 9pp. 2001. Disponível em: http://palaeo-electronica.org/2001_1/past/issue1_01.htm

LEITE-ROSSI, L.A.; RODRIGUES, G.N.; TRIVINHO-STRIXINO, S. Aquatic macroinvertebrate of artificial substrates in low-order streams. Revista Biotemas, 28(3): 69-77, 2015.

PEREIRA, D.; MANSUR, M.C.D.; VOLKMER-RIBEIRO, C.; OLIVEIRA, M.D.; SANTOS, C.P., BERGONCI, P.E.A. Colonização de substrato artificial por macroinvertebrados límnicos, no delta di rio Jacuí (RS, Brasil).Revista Biotemas, 23(1): 101-110, 2010.Apoio: CNPQ, CAPES

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INTRODUÇÃO

Os coccídios são uma subclasse de protozoários do infrafilo Apicomplexa que obrigatoriamente passam por uma fase de parasitismo intestinal em seu ciclo de vida. Possuem distribuição cosmopolita e um ciclo biológico consistindo em merogonia, gametogonia e esporogonia (DUSZYNSKI; COUCH & UPTON, 2000). A enfermidade decorrente desse parasitismo é denominada coccidiose e pode acometer aves, além de todos outros vertebrados e alguns invertebrados acarretando em morbidade, mortalidade ou relação comensal dependendo do grau de parasitismo, patogenicidade e do estado imunológico dos hospedeiros (FAYER, 1980). Este trabalho é resultado de um projeto de pesquisa que visa quantificar e identificar especificamente coccídios da família Eimeriidae parasitas de aves silvestres da Região do Médio Paraíba no Estado do Rio de Janeiro.

MATERIAL E MÉTODOS

Três localidades contemplaram a região do Médio Paraíba: Parque Nacional de Itatiaia; sítio em Barra Mansa com resquício preservado de Mata Atlântica e Campus IFRJ do município de Pinheiral (comunidade secundária de reflorestamento). Coordenadas: 22°27’4’’S 44°36’51’’O em 02/06/2017; 27°29’48.3’’S 44°09’45.0’’W em 27/07/2018; e 22°31’24.06’’S 43°59’39.09’’W em 04/08/2018 respectivamente. As aves foram capturadas com redes de neblina, identificadas, fotografadas, inspecionadas para obtenção de dados biométricos e biológicos, e marcadas com anilhas do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE). Para a coleta das amostras fecais as aves foram acondicionadas em pequenas caixas

com papel absorvente, com posterior soltura no mesmo ambiente de captura. Cada amostra foi depositada em tubos de centrífuga contendo solução de dicromato de potássio (K2Cr2O7) à 2,5% e transportadas ao Laboratório de Biologia de Coccídios (LABICOC) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), sendo estas processadas pelo método de centrífugo-flutuação em solução de sacarose de Sheather (DUSZYNSKI & WILBER, 1997). O diagnóstico é preferencialmente conduzido através da identificação de oocistos obtidos em amostras fecais do hospedeiro definitivo. A taxonomia e identificação específica são primariamente associadas a morfologia do oocisto, o qual é a estrutura de resistência liberada no ambiente, infecciosa quando esporulada (BERTO et al. , 2014).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram capturadas 90 aves de 43 espécies diferentes distribuídas em 18 famílias distintas. Thraupidae foi predominante. A espécie de mais capturada foi Manacus manacus; entretanto, Platyrinchus mystaceus foi a mais parasitada alcançando um OoPD de 931,5 em média por amostra. Das 90 aves, 23 foram positivas para oocistos de eimerídeos e 67 negativas (prevalência de 25,5%). Das 23 aves positivas a família com maior prevalência foi novamente Thraupidae, com 9 representantes (39,1%) o que pode ser explicado pelo hábito alimentar onívoro e ampla distribuição na estratificação florestal, incluindo solo (DOLNIK et al. , 2010). Emagrecimento, caquexia e enterite acompanhada de diarreia são as principais manifestações clínicas da coccidiose (ATKINSON et al. , 2008). Obstante a isso, é interessante analisar a interação ecológica existente entre as aves e

IDENTIFICAÇÃO DE COCCÍDIOS DA FAMÍLIA EIMERIIDAE EM AVIFAUNA NA REGIÃO DO MÉDIO PARAÍBA, RJ

ORTUZAR-FERREIRA, C. N. -1; OLIVEIRA, M. S. - 2; TAVARES, G. M. - 3; GENOVEZ-OLIVEIRA, J. L. - 4; THODE-FILHO, S. - 5; BERTO, B. P. - 61. Discente de graduação em Medicina Veterinária, IV/UFRRJ. E-mail:[email protected] 2. Discente de doutorado em Biologia Animal, ICBS/UFRRJ. Seropédica, RJ. 23897-000. E-mail:[email protected] 3. Discente de graduação em Ciências Biológicas, CEDERJ/UFRJ. Campus Volta Redonda, E-mail:[email protected] 4. Discente de mestrado em Biologia Animal, ICBS/UFRRJ. E-mail:[email protected] 5. Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro. E-mail:[email protected] 6. Docente do Departamento de Biologia Animal, ICBS/UFRRJ. Palavras Chaves: protozoologia; avifauna; parasitismo.Tema: Zoologia

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esses protozoários e ressaltar que a manifestação clínica ou aparecimento do quadro de patológico, é dependente da relação parasita-hospedeiro-ambiente com condições que possibilitem tal fato. É possível inferir também que nessas localidades esse tipo de parasitismo não atuou interferindo na atividade comportamental dessas aves uma vez que se encontravam aparentemente saudáveis. Foram identificadas dez espécies de Eimeriidae previamente descritas, além de alguns morfotipos não relacionados na literatura científica, os quais são provavelmente novas espécies. Isospora lopesi e Isospora attilae foram identificadas de Platyrinchus mystaceus. Isospora sabiai foi encontrada em Turdus albicollis, Turdus rufiventris, Turdus amaurochalinus e Turdus flavipes, enquanto que Isospora massardi apenas em Turdus flavipes. Isospora parnaitatiaiensis, bem como Eimeria sicki parasitavam Pyriglena leucoptera. Dysithamnus mentalis também albergava Isospora parnaitatiaiensis. Eimeria sicki foi ainda encontrada em amostras de Cnemotriccus fuscatus, Lathrotriccus euleri e Thamnophilus caerulescens. Isospora ramphoceli foi visualizada em amostras de Ramphocelus bresilius. Isospora sepetibensis em Tachyphonus coronatus. Isospora sanhaci apenas em Tangara sayaca, e Isospora coerebae em Coereba flaveola. O concebimento de uma expressiva maior quantificação de achados de Isospora spp. se explica pela predileção parasitária destas espécies por Passeriformes. Já Eimeria spp. são comumente encontradas em outras ordens como Columbiformes e Galliformes (BERTO & LOPES, 2013).

CONCLUSÃO

Após a avaliação dos resultados pôde-se concluir que as localidades da Região do Médio Paraíba selecionadas para este estudo possuíram moderada prevalência de coccídios em aves silvestres, sendo a família Thraupidae mais capturada e também prevalente. Diferentes espécies de Eimeria, mas principalmente de Isospora, foram identificadas, além de outras que provavelmente precisam ser descritas como novas espécies.

REFERÊNCIAS

ATKINSON, C. T.; THOMAS, N. J.; HUNTER, D. B. Parasitic diseases of wild birds. Singapore:

Wiley-Blackwell. 595 p, 2008.

BERTO, B. P.LOPES, C. W. G. Distributiondispersion of coccidia in wild passerines of the Americas. In: Ruiz LIglesias L (eds). Birds: evolutionbehavior, breeding strategies, migrationspread of disease. New York, NY: Nova Science Publishers. 47-66, 2013.

BERTO, B. P.; MCINTOSH, D.; LOPES, C. W. G. Studies on coccidian oocysts (Apicomplexa: Eucoccidiorida). Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v. 23, p. 1-15, 2014.

DOLNIK, O. V.; DOLNIK, V. R.; BAIRLEN, F. The effect of host foraging ecology on the prevalenceintensity of coccidian infection in wild passerine birds. Ardea, v. 98, n. 1, p. 97-103, 2010.

DUSZYNSKI, D.W.; COUCH, L; UPTON, S.J. The Coccidia of the World. Disponível em: https://www.k-state.edu/parasitology/worldcoccidia, 2000. (acessado em 01 de maio de 2019).

DUSZYNSKI, D. W.; WILBER, P. G. A guideline for the preparation of species descriptions in the Eimeridae. Journal of Parasitology, v. 83, p. 333-336, 1997.

FAYER, R. Epidemiology of protozoan infection: the Coccidia. Veterinary Parasitology 6, 75-103, 1980.Apoio: Agradecimentos: O presente trabalho foi realizado com apoio do CNPq (proc. nº 302437/2016-9 e nº 120107/2018-0); Faperj (proc. E-26/203.200/2016); CAPES (código nº 001)

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INTRODUÇÃO

Galhas são estruturas vegetais neoformadas pela hiperplasia e hipertrofia celular. Os ácaros e os insetos se destacam pela diversidade de galhas que podem induzir nas plantas (Raman, 2007).Microgramma C.Presl é um gênero de samambaia epífita. Galhas caulinares e foliares já foram registradas em três espécies: M. squamulosa (Kaulf.) de la Sota e M. vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) Copel., ambas no Brasil, e M. percussa (Cav.) de la Sota na Costa Rica (Santos et al. , 2019). Arriola et al. (2016) propõe que a distribuição do inseto galhador/galha é similar a da planta hospedeira. Autores também apontam para a importância da análise de exsicatas de herbários e coleções virtuais para auxiliar no conhecimento da distribuição geográfica das galhas/galhadores. O objetivo do presente estudo foi identificar a presença de galhas foliares em Microgramma spp. depositadas em herbário, com a finalidade de ampliar o conhecimento da distribuição geográfica das galhas.

MATERIAL E MÉTODOS

As galhas foliares foram registradas a partir da análise da coleção de Microgramma depositada no herbário da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (RFFP). Os dados de distribuição geográfica das galhas foram complementados por meio da análise virtual de fotografias de exsicatas digitalizadas do (Sistema de Gerenciamento de Coleções Botânicas) do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (<http://rb.jbrj.gov.br/v2/consulta.php>).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram examinadas 54 exsicatas no herbário RFFP, e galhas foliares foram registradas em seis espécies: Microgramma crispata (Fée) R.M.Tryon & A.F.Tryon, M. squamulosa (Kaulf.) de la Sota, M. geminata (Schrad.) R.M.Tryon & A.F.Tryon, M. lycopodioides (L.) Copel., M. percussa (Cav.) de la Sota e M. vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) Copel. Santos et al. (2019) relatam para o Brasil um morfotipo de galha foliar cônica em M. squamulosa e lenticular em M. vacciniifolia. O galhador ainda não foi identificado, mas provavelmente trata-se de um Cecidomyiidae (Diptera). No material de herbário o morfotipo lenticular foi registrado nas espécies M. vacciniifolia, M. crispata, M. lycopodioides, M. geminata e M. percussa, e o morfotipo cônico apenas em M. squamulosa. Todos os registros de galhas em Microgramma no Brasil foram realizados apenas para hospedeiros coletados na Mata Atlântica dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Entretanto, as espécies possuem ampla distribuição no Brasil (Flora do Brasil 2020). Para ampliar o conhecimento da distribuição geográfica das galhas/galhador dessas seis espécies de Microgramma, um total de 430 exsicatas da coleção virtual do Jabot foram examinadas. Em 165 exsicatas (38,3%) foram registradas galhas, 118 para a região Sudeste, 14 região Sul, 17 Nordeste, 11 Norte e cinco Centro-oeste. M. vaccinifolia possui distribuição geográfica nas regiões Sudeste, Sul, Centro-oeste e Nordeste e sua respectiva galha em todas as regiões onde há a planta hospedeira. M. squamulosa tem distribuição nas regiões Sudeste, Sul, Centro-oeste e Nordeste e sua galha no Sul, Sudeste e Nordeste. M. geminata ocorre nas regiões Nordeste e Sudeste e sua galha em ambas as regiões. M. crispata ocorre nas regiões Sudeste e Nordeste e sua galha, apenas no Sudeste. M. percussa se distribui em todas as

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE GALHAS FOLIARES EM ESPÉCIES DE Microgramma C. PRESL (POLYPODIACEAE) NA MATA ATLÂNTICA

Gabriela Fraga Porto; Fernanda Gomes Batista; Ana Carolina Ribeiro de Noronha; Isabella Rodrigues Lancellotti; Marcelo Guerra SantosLaboratório de Biodiversidade, Faculdade de Formação de Professores, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, São Gonçalo, Rio de Janeiro.

Palavras Chaves: Samambaias; galhas; herbário.Tema: Ecologia

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regiões, assim como, sua galha. M. lycopodioides possui distribuição nas regiões Sudeste, Nordeste, Centro-oeste e Norte, enquanto sua galha ocorre no Sudeste, Norte e Nordeste. Todas as espécies de Microgramma apresentaram galhas na Mata Atlântica. Para o Cerrado foram registradas galhas em M. vacciniifolia e M. squamulosa; Caatinga, M. squamulosa, M. geminata e M. lycopodioides; Amazônia, M. lycopodioides e M. percussa. A espécie com maior registro de galhas foi M. vacciniifolia, em 97 exsicatas, ou seja, 58,7% do total examinado, tendo, sobretudo, maior ocorrência na região Sudeste. Este resultado pode ser devido a maior frequência de coleta dessa espécie na região. Diferente das outras espécies, onde a maioria das galhas ocorre em folhas estéreis, em M. percussa e M. geminata a frequência das galhas foi a mesma nas folhas férteis e estéreis. Ambas as espécies são caracterizadas por apresentarem folhas monomorfas (Almeida, 2014), enquanto as outras espécies possuem folhas dimorfas, sendo as férteis menores que as estéreis. Esses resultados sugerem que pode haver uma correlação entre a frequência das galhas e o tamanho foliar.

CONCLUSÃO

Nossos resultados indicam que as espécies de Microgramma apresentam galhas ao longo de toda sua distribuição geográfica. Dados de outros herbários do Brasil, assim como, de outras espécies de Microgramma deverão ser analisados para ampliar e estabelecer modelos de distribuição geográfica das galhas/galhador. Os dados aqui fornecidos também irão nortear trabalhos de campo para localizar, criar e identificar os insetos galhadores.

REFERÊNCIAS

Almeida T.E; 2014. Estudos sistemáticos e filogenéticos no gênero Microgramma C.Presl (Polypodiaceae-Polypodiopsida). Tese de Doutorado UFMG.

Arriola, I.A.; Júnior, J.C.F.M.; Mouga, D.M.D.S.; Isaias, R.M.S.; Costa, E.C. 2016. Where host plant goes, galls go too: new records of the Neotropical galling Cecidomyiidae (Diptera) associated with Calophyllum brasiliense Cambess. (Calophyllaceae). Check List 12(4): 1924.

Flora do Brasil 2020 em construção. 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.http://floradobrasil.jbrj.gov.br/. (acessado em 08 Junho 2019).

Raman, A., 2007. Insect-induced plant galls of India: unresolved questions. Curr. Sci. 92, 748–757.

Santos, M.G., Hanson, P., Maia, V.C., Mehltreter, K., 2019. A review of galls on ferns and lycophytes. Environmental Entomolomology 48, 53–60.

Apoio: CNPq, FAPERJ, PROCIENCIA-UERJ

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INTRODUÇÃO

De acordo com o pesquisador Marc Presnky (2001), autor do termo “nativos digitais”, os alunos de hoje não são os mesmos para os quais o sistema educacional foi criado. Para este autor, os estudantes processam informações muito rapidamente, são capazes de realizar múltiplas tarefas e têm sucesso com gratificações instantâneas e frequentes. Assim, para esta geração, o uso de jogos eletrônicos pode ser um grande aliado ao ensino dos mais variados temas, por ser uma linguagem com a qual estes estudantes já estão familiarizados. Para Freire et al (2018) jogos com a temática ambiental podem contribuir para que o jogador reflita e consolide seu conhecimento, integrando o formato lúdico da atividade com importantes questões ambientais. Assim sendo, o Quiz Mata Atlântica foi desenvolvido com o objetivo de ser um objeto de aprendizagem interativo cuja finalidade é despertar o interesse dos estudantes sobre o tema meio ambiente, envolvendo os conceitos do ecossistema de mesmo nome.

MATERIAL E MÉTODOS

Após a produção do Quiz Mata Atlântica, esse foi submetido a um teste de qualidade seguindo a metodologia INTERA de Objeto de Aprendizagem (OA) por meio de sua aplicação a um grupo de estudantes do Ensino Médio de uma escola particular na cidade de Niterói-RJ. De acordo com Braga (2015) os testes devem ocorrer, em geral, durante o desenvolvimento do OA, após o desenvolvimento, e antes de seu uso efetivo. Ainda segundo a autora, os testes têm como objetivo mostrar se o objeto de aprendizagem faz exatamente aquilo para o que ele foi proposto e descobrir seus defeitos antes

da sua utilização (BRAGA, 2015). Sendo assim, com a devida autorização da direção da escola e com o consentimento dos alunos, o quiz foi aplicado durante uma aula onde os alunos, por meio do próprio celular, acessaram o link para o jogo. Após jogarem o quiz, foi aplicado um questionário de opinião para analisar a percepção dos alunos acerca do aproveitamento do recurso e sobre as experiências de uso do quiz.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a aplicação do jogo, com 48 alunos, foi aplicado um questionário aos participantes, com o intuito de avaliar o aproveitamento da atividade, a usabilidade, praticidade, finalidade e influência do uso de jogos digitais. Pelas respostas dos participantes, cujo gênero era 50% masculino e 50% feminino, quase 96% deste total costumam jogar jogos digitais. Isso reflete uma característica da geração atual de estudantes, tendo em vista que o advento dos smartphones e dispositivos móveis possibilitam interação com o mundo digital e seus atrativos, bem como a amplitude de informação que ele dispõe. Percebeu-se que a frequência com que esses usuários fazem uso de jogos digitais também é alta, com destaque para 50% dos entrevistados que jogam várias vezes por semana e quase 30% que jogam diariamente. Quando questionados se já haviam jogado algum jogo de cunho educacional, 85% responderam que sim, o que denota que esta modalidade de jogos está se popularizando e conquistando adeptos.Sobre o uso de jogos online como ferramenta de aprendizado, as respostas foram muito positivas, totalizando 95% que sinalizaram que estes tipos de jogos deveriam ser utilizados, pois ampliam o interesse no conteúdo apresentado, estimulam o aprendizado e são mais interessantes que aulas expositivas. Para 95% dos participantes, as

QUIZ MATA ATLÂNTICA: APRENDIZAGEM POR MEIO DE JOGOS EDUCACIONAIS

Gustavo de Oliveira Andrade - 1,2; Marcelo Borges Rocha - 1; Gabriel Mendes de Almeida - 3; Luíza Melo de Aguiar Lira - 4;1. CEFET/RJ; 2. IFRJ; 3.SEEDUC; 4. UFRJ.

Palavras Chaves: Jogos; Mata Atlântica; TIC.Tema: Educação

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perguntas apresentadas no Quiz ajudaram a rever conteúdos importantes, já que é uma temática de currículo oficial, mas pouco discutida de forma efetiva e inserida no cotidiano. Observa-se que tal porcentagem foi ao encontro a uma das questões discursivas apresentadas no final para os participantes, onde relataram que “jogos chamam a atenção e estimulam o gosto pela matéria estudada” (aluno A); “jogos são novos meios de aprendizagem, que proporcionam mais incentivos e fixam melhor o conteúdo” (aluno B) e, “jogos são melhores do que exposição tradicional de conteúdos, além de facilitar a aprendizagem por ser mais dinâmico e atrativo, despertando mais o interesse do aluno” (aluno C).

CONCLUSÃO

A maioria dos estudantes (95%) afirmou que recomendaria o jogo Quiz Mata Atlântica para colegas e conhecidos. Embora bem avaliado pela maioria, os alunos pontuaram algumas contribuições e sugestões de melhorias e aperfeiçoamento do jogo, tais como: mostrar a opção correta e explicar o motivo pelo qual a resposta está correta ou não, ou ainda apresentar dicas para as questões mais difíceis; além de apresentar mais ilustrações, músicas e curiosidades sobre a mata atlântica. Por fim, acreditamos que a pesquisa reflete uma necessidade educacional que decorre do uso da tecnologia como ferramenta educacional para melhorar a aprendizagem e despertar o interesse dos alunos pelos conteúdos de ciências e meio ambiente.

REFERÊNCIAS

BRAGA, Juliana (Org.). Objetos de Aprendizagem Volume 1: introdução e fundamentos. Santo André: UFABC, 2015.

FREIRE, Bruno Araújo; BUENO, Cecília; NAMEN, Anderson Amendoeira. Uma proposta diferenciada de um jogo digital para educação ambiental de crianças. Revista Educação Ambiental em Ação. No 62. 2018.

PRENSKY, Marc. Nativos Digitais, Imigrantes Digitais. On the Horizon, NCB University Press, vol 9 no 5, outubro, 2001.

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INTRODUÇÃO

Conchas são estruturas produzidas pelos animais do filo Mollusca que chamam atenção por suas formas e cores peculiares. Essa estrutura é secretada por muitas espécies desse filo e funciona como proteção e sustentação do corpo desses animais. Os Arcidae são moluscos bivalves filtradores, dióicos encontrados em ambientes marinhos de oceanos tropicais, desde a zona intermareal ao mar profundo (Francisco, 2015). No mundo são conhecidas mais de 250 espécies distribuídas em 31 gêneros, enquanto que no Brasil existem 36 espécies e oito gêneros, sendo 14 delas fósseis. Na Baía de Sepetiba são encontradas seis espécies da família Arcidae (Coelho & Campos, 1975). Apresentam conchas sólidas de formato trapezoidal a circular, externamente ornamentada e envolvida com forte perióstraco (Francisco, 2015). Sendo assim o objetivo deste trabalho é realizar um levantamento conquiológico em praias da Ilha da Marambaia, verificando as espécies mais freqüentes das conchas da família Arcidae.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram realizadas coletadas quantitativas em onze praias, de modo que fossem coletadas em três linhas imaginárias ao longo do prisma praial emerso: uma na face da praia e as outras duas na pós-praia (berma anterior e berma posterior), totalizando uma média de 20 km de extensão. As conchas foram coletadas e adicionadas em sacolas para posterior identificação, análise e contagem. No laboratório, as conchas foram lavadas em água corrente para retirar resíduos de areia e posteriormente os espécimes foram identificados com o auxilio do catálogo disponível no site Conquilogistas do Brasil (CdB) e do guia de Thomé et al. (2004). Em seguida, foram fotografadas

para a criação de um futuro catálogo de conchas presentes na região da Ilha da Marambaia.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Um total de 224 conchas foi coletado, distribuídos em três gêneros, com uma espécie cada: Anadara notabilis (Roding, 1798), se destacou sendo espécie mais coletada com 165 exemplares, seguida por Scapharca chemnitzii (Philippi, 1851), com 36 exemplares e Lunarca ovalis (Bruguière, 1789), com 23 exemplares. Exemplares de Arcidae foram encontrados em dez das 11 praias amostradas, sendo a praia da Pescaria Velha com a maior abundância (n = 108) e riqueza (r = 3), seguida pela Praia da Armação (n = 38 e r = 2) e Praia do Sítio (n = 27 e r = 2). Na Praia do Cadim, nenhuma concha de Arcidae foi encontrada no período coletado. No Brasil, a família Arcidae é representada por 22 espécies distribuídas em dez gêneros (Francisco, 2015). Anadara notabilis pode ser encontrada em todo o litoral brasileiro, ocorrendo em águas rasas e protegidas por recifes; caracteriza-se conquiologicamente pela presença da aurícula na região dorsal posterior (Francisco, 2015). Scapharca chemnitizii também é uma espécie amplamente distribuída pelo litoral brasileiro, em praias de fundo arenoso, entretanto em áreas mais profundas (14-25 m). Lunarca ovalis se distribui por todo Oceano Atlântico Ocidental Tropical e Temperado, em ambientes costeiros rasos dominados por sedimentos arenosos e embaixo de rochas; essa espécie tem como característica o padrão circular (Francisco, 2015). Registros pretéritos indicam a ocorrência de A. notabilis, S. chemnitizii e L. ovalis na Baía de Sepetiba (Coelho & Campos, 1975) e na Baía de Ilha Grande (Santos et al. 2007). Souza et al. (2010) também encontrou registros destas três espécies em diversos sítios

CONCHAS DE ARCIDAE (MOLLUSCA, BIVALVIA) NAS PRAIAS DA ILHA DA MARAMBAIA, BAÍA DE SEPETIBA, MANGARATIBA, RJ

Jéssica Furtado de Andrade 1; Arize Duarte Vieira 1; Evaldo Alves Joaquim Junior 1, 2; Leandro Gouvêa Ferreira 1; Gisele Luziane de Almeida 1; Fernanda Avelino-Capistrano 11. Faculdades São José, Curso de Ciências Biológicas; 2 Laboratório de Biodiversidade Entomológica, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brazil.

Palavras Chaves: biodiversidade; conquilogia; malacologia.Tema: Zoologia

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de sambaquis depositados na costa do Estado do Rio de Janeiro. Entretanto, apenas A. notabilis foi encontrada em sambaquis da Baía de Ilha Grande. Apenas L. ovalis possui registro para a restinga da Marambaia, sendo as demais espécies registradas para as praias de Sahy (A. notabilis) e D. Luzia (S. chemnitizii) (Coelho & Campos, 1975). As espécies previamente registradas para a Baía de de Sepetiba, Arca umbonata Lamarck, 1819, Cucullaearca candida (Helbling,1779) e Scapharca brasiliana (Lamarck, 1819), não foram encontradas no presente estudo. Apesar de ser uma família com uma cosmopolita, poucos estudos são realizados e há muita discordância sobre a taxonomia do grupo (Francisco, 2015) destaca a escassez de trabalhos regionais, sendo este o primeiro estudo na Ilha da Marambaia.

CONCLUSÃO

Apesar de muito abundante por todo o litoral brasileiro, espécies de Arcidae ainda são poucos estudadas. As espécies amostradas no presente estudo complementam informações de possíveis ocorrências desses moluscos na Baía de Sepetiba. Entretanto, como apenas estudaram-se as conchas encontradas nas praias, não é possível afirmar dados populacionais das espécies.

REFERÊNCIAS

CdB. Conquiliologistas do Brasil. Disponível em <http://www.conchasbrasil.org.br>. Acesso em: 10 jun. 2019.COELHO, A.C.S. & CAMPOS, D.R.B. Contribuições ao conhecimento dos moluscos do Rio de Janeiro. 1 – Bivalvia, Pteriomorpha, Arcoida, Arcoidea. Arquivos do Museu Nacional, 55:35-57. 1975.

FRANCISCO, J. A. Taxonomia das Espécies da Família Arcidae (Bivalvia: Pteriomorpha) no Brasil, Recife, 2004.

SANTOS, F.N., CAETANO, C.H.S., ABSALÃO, R.S., PAULA, T.S. Capítulo 8. Mollusca de substrato não consolidado. p. 207-236. In: Creed, J.C., Pires, D.O., Figueiredo, M.A.O. Biodiversidade marinha da Baía de Ilha Grande. 417 p, 2015.

SOUZA, R.C.C.L., LIMA, T.A., SILVA, E.P. Holocene molluscs from Rio de Janeiro state coast, Brazil. Check List, 6(2): 301-308. 2010.

THOMÉ, J. W.; BERBONCI. P. E. & GIL. G. M. As Conchas das Nossas Praias; Guia Ilustrado. Pelotas, RS: Useb, 2004.

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INTRODUÇÃO

Os insetos da ordem Odonata, são popularmente conhecidos como lavadeiras ou libélulas. São insetos hemimetábolos, sendo as larvas aquáticas e os adultos terrestre-aéreos. A larva se desenvolve através de diversas mudas ou ecdises, até que haja a emergência, onde a larva faz a última muda, se transformando no adulto alado. Os imaturos habitam os mais diversos ambientes aquáticos (lênticos e lóticos). Os fatores para a escolha de habitat dos imaturos ainda são pouco conhecidos, podendo estar relacionados à obtenção de comida, ou a camuflagem, afim de evitar possíveis predadores (CORBET, 1983). Podem habitar sedimentos como areia, silte e argila ou folhiços, superfície de rochas, pedaços de madeira ou plantas (CORBET, 1983). No presente trabalho, dados preliminares sobre a preferência de habitat são apresentados para a área do estudo.

MATERIAL E MÉTODOS

Coletas foram realizadas mensalmente em três trechos do Rio Marambaia, na Ilha da Marambaia que se localiza na Baia de Sepetiba (23°04’S / 43°53’O), entre maio 2018 a maio 2019. Cada trecho possuía uma extensão de 100 m. As coletas dos imaturos foram realizadas com o auxílio peneiras e pinças em cinco diferentes substratos: areia, folhiço de fundo, folhiço retido, rocha fixa e rocha rolada. Todo o material coletado foi previamente fixado em álcool 70%, posteriormente levado ao laboratório, onde foi triado, identificado em nível de família utilizando a chave de Souza et al. (2007), contabilizado e por fim armazenado em álcool 98%. A análise de espécies indicadoras foi utilizada para verificar a preferência de habitat das larvas, utilizando o programa PCOrd (MCCUNE & MEFFORD,

1999).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Um total de 71 larvas foram coletadas, estão distribuídas em seis famílias: Aeshnidae (sete exemplares), Coenagrionidae (45 exemplares), Corduliidae (três exemplares), Gomphidae (dois exemplares), Megapodagrionidae (11 exemplares), Perilestidae (três exemplares). Em relação à preferência de hábitats, a Análise de Espécies Indicadoras demonstrou que há correlação significativa entre as larvas de Coenagrionidae com o substrato rocha rolada (p = 0,01). De acordo Carvalho & Nessimian (1998), as larvas têm hábitos (modos de comportamento) e habitats (ambiente no qual residem) o que varia de acordo com o gênero/espécie, um mesmo indivíduo pode ter preferência por mais de um habitat e apresentar mais de um hábito. As larvas de Coenagrionidade podem ser encontradas em macrófitas, sedimentos (pedras) e apresentam hábito escalador, agarrador ou reptante; Corduliidae, por sua vez, correlacionaram-se positivamente com o substrato areia (p = 0,01) e de acordo com os mesmos autores, os Corduliidae possuem hábito semelhante aos Coenagrionidae, podendo ser encontrados em macrófitas, sedimentos (pedras, areia) e apresentam hábito reptante, fossador ou agarrador. As famílias Aeshnidae, Megapodagrionidae, Perilestidae e Gomphidae não obtiveram resultados significativos, mas ainda sim possuem uma correlação com os substratos ‘folhiço de fundo’ e ‘areia’, aos quais estão relacionados. De acordo com Carvalho & Nessimian (1998) os Megapodagrionidae tem como microhabitat sedimentos (pedras) e apresentam hábito agarrador e/ou reptante; os Perilestidae tem como microhabitat sedimentos (pedras) e apresentam habito escalador e/

PREFERÊNCIA DE MICROHABITAT POR LARVAS DE ODONATA (INSECTA) DA ILHA DA MARAMBAIA, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Karoline O. de Souza - 1,3; Evaldo A. Joaquim -1,2; Jéssica F. de Andrade - 1; Leandro F. Gouvêa - 1; Gisele L. de Almeida - 1; Fernanda Avelino-Capistrano - 11 Laboratório de Zoologia, Faculdades São José, Curso de Ciências Biológicas, 2 Laboratório de Biodiversidade Entomológica, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil. 3 Laboratório de Odonata e Entomologia Cultural, Museu Nacional – UFRJ.

Palavras Chaves: Coenagrionidae; Imaturos; Náiades.Tema: Zoologia

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ou nadador; a família Aaeshnidae tem como microhabitat macrófitas, sedimentos (areia, pedras, silte, argila) e apresentam hábito escalador, agarrador ou reptante; a família Gomphidae tem como microhabitat sedimentos (areia, silte, argila) e apresentam habito fossador e/ou reptante (CARVALHO & NESSIMIAN, 1998). Apesar da identificação ainda se encontrar em nível de família, estas informações servem para compreender a preferência de habitat de cada família encontrada na região. Assim, o refinamento das identificações poderá fornecer informações mais precisas sobre a ecologia dos Odonata da Ilha da Marambaia.

CONCLUSÃO

Neste estudo foi verificado que as famílias apresentadas coletadas possuem preferencias por determinados tipos de microhabitats, podendo ser o hábito um fator determinante para essa escolha. Para a obtenção de maiores evidências a respeito dessas preferencias é necessário a continuidade do trabalho e a identificação em nível de genérico/específico dos indivíduos coletados.

REFERÊNCIAS

ANJOS-SANTOS, D. AND J.M. COSTA. 2006. A revised checklist of Odonata (Insecta) from Marambaia, Rio de Janeiro, Brazil with eight new records.

CARVALHO, A. L. & J. L. NESSIMIAN. 1998. Odonata do Estado do Rio de Janeiro, Brasil: Hábitats e hábitos das larvas, pp. 03-28. In Nessimian J. L. & A. L. Carvalho (eds). Ecologia de Insetos Aquáticos. Series Oecologia Brasiliensis vol. V. PPGE-UFRJ Rio de Janeiro, Brasil.

CORBET, P. S. 1983. A biology of dragonflies. Faringdon, Classey Publishers.

MCCUNE, B. & MEFFORD, M.J. (1999). PC-ORD. Multivariate Analysis of Ecological Data, Version 4. MjM Software Design, Gleneden Beach, Oregon, USA. pp. 237.

SOUZA, L.O.I.; COSTA, J. M. & OLDRINI, B. B. 2007. Odonata. In: Guia on-line: Identificação de larvas de Insetos Aquáticos do Estado de São

Paulo. Froehlich, C.G. (org.). Disponível em: http://sites.ffclrp.usp.br/aguadoce/Guia_onlineApoio: Faculdades São José; Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

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INTRODUÇÃO

Trilhas são caminhos terrestres rudimentares utilizados durante muitos anos pelo homem para se deslocar (MTT, 2018). Com a urbanização, as trilhas se restringiram as regiões rurais ou a áreas dentro de unidades de conservação, sendo essas últimas, foco do nosso objeto de estudo. A Ilha da Marambaia é uma área de acesso restrito, onde apenas militares das forças armadas, civis residentes (caiçaras e famílias dos militares), visitantes com permissão da marinha e pesquisadores podem acessar a região (Pereira et al. 1990). A ilha não possui sistema de transporte terrestre, sendo o deslocamento realizado através de trilhas. Apesar de existirem placas indicando algumas informações sobre as trilhas, dados sobre a fauna, flora, informações geológicas, esforço e entre outras, não são indicados. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento de informações pertinentes a fim de gerar placas indicativas e cartilhas com mapas para melhor orientação de todos os frequentadores.

MATERIAL E MÉTODOS

O levantamento de dados foi realizado durante as expedições do Projeto Insetos Aquáticos da Ilha da Marambaia, com o objetivo inicial de verificar as condições de deslocamento dentro do CADIM (CENTRO DE ADESTRAMENTO DA ILHA DA MARAMBAIA). Nesse sentido, foram investigadas as trilhas que regularmente são utilizadas para interligar o CADIM as doze praias, bem como a trilha de acesso a Gruta da Santa. Para facilitar a classificação, as trilhas foram agrupadas em quatro circuitos: 1. Circuito Sino, composto pelas trilhas que conectam o CADIM a praia do Sino; 2. Circuito Sítio: as trilhas que conectam o CADIM a praia do Sítio;

3. Circuito Vacaria: conjunto de trilhas que ficam na parte de trás das instalações do CADIM; e 4. Circuito Gruta: trilha da Gruta da Santa. Pontos de interesse ecológicos e geológicos, como plantas, animais e/ou aspectos da paisagem foram inventariados para observação dos visitantes. Estes serão fotografados, georreferenciados e descritos em suas características. Todas as trilhas foram analisadas conforme documento de Avaliação das Trilhas da NBR 15.505 (ABNT, 2008) e da FEMERJ (2015). Após a finalização do tratamento das informações, placas serão elaboradas onde serão inseridas as informações obtidas no processo de levantamento de dados. Por fim, panfletos com informações sobre a trilha também serão formulados e disponibilizados junto ao hotel de trânsito e ao centro de informações para os visitantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Até o presente momento, três circuitos foram mapeados – Circuito Gruta, Sítio e Sino, totalizando aproximadamente 20 km de trilhas. O Circuito Gruta, foi composto por uma trilha única, de fácil orientação, com 460 m de extensão, com tempo médio de caminhada de 15 minutos e classificada com grau de dificuldade Leve Superior, devido a sua inclinação (elevação de 75 m). Quanto aos riscos, a trilha apresenta obstáculos poucos e simples e piso ligeiramente irregular, o que a classifica como de exposição moderada. A taxa de insolação é baixa, tendo em vista que esta se trata de uma trilha por dentro da mata. O Circuito Sítio foi composto por seis trilhas que conectam as praias que as intermeiam. A extensão total da trilha tem 5.500 m, com elevação média de 20,6 m, com tempo total de caminhada de 65 min. Apesar de as trilhas deste circuito serem de fácil orientação, as trilhas classificam-se entre Leve a

CLASSIFICAÇÃO DE TRILHAS DA ILHA DA MARAMBAIA, BAÍA DE SEPETIBA, RIO DE JANEIRO

Leandro Gouvêa Ferreira -1; Jéssica Furtado de Andrade -1; Arize Duarte Vieira -1; Evaldo Alves Joaquim Junior -1,2; Gisele Luziane de Almeida1; Fernanda Avelino-Capistrano -1.1. Faculdades São José, Curso de Ciências Biológicas. 2. Laboratório de Biodiversidade Entomológica, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brazil.

Palavras Chaves: Trilha; orientação; dificuldade.Tema: Ecoturismo

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Moderada devido a presença de obstáculos (poucos e simples), taxa de insolação (média a alta) e a presença de um piso irregular. O Circuito Sino foi composto por seis trilhas que também conectam as praias que as intermeiam. Sua extensão total foi de 4.600 m, com elevação média de 22,5 m, e com tempo total de caminhada de 60 min. As trilhas deste circuito também são de fácil orientação, entretanto, o grau de dificuldade é um pouco maior, classificando-se em média de Leve Superior a Moderada, tendo em vista o piso ligeiramente irregular, a presença de obstáculos e a taxa média de insolação. Destaca-se a presença de animais peçonhentos e hematófagos, como aracnídeos, escorpiões, cobras, dípteros e himenópteros ao longo de todas as trilhas. Entretanto, nas trilhas florestadas (ex. Trilha da Gruta), esse risco é grandemente aumentado. Apesar de a NBR 15.505 trazer uma série de informações sobre possíveis riscos no uso de trilhas, a mesma não aborda o risco de acidentes com animais peçonhentos. De acordo com o Ministério da Saúde (Brasil, 2019), entre 2007 e 2017 foram notificados no Brasil mais de 95.000 casos de acidentes com animais peçonhentos, com um aumento de 35% ao longo do período amostrado. Apesar de a maioria dos casos estar relacionado com trabalhadores rurais, atividades de turismo ecológico também são um fator de risco para tais acidentes devido à pouca experiência dos participantes. O trabalho que ainda está em andamento faz parte de um projeto que está sendo desenvolvido na região em conjunto com Marinha do Brasil e a UFFRJ, e fornecerá informações sobre as trilhas da região da Marambaia para que o visitante tenha mais acesso sobre o local que desejar, despertando o interesse em preservar o meio ambiente local. Os panfletos e as placas serão feitos em parceria com a Marinha para sinalização dos locais.

CONCLUSÃO

Nos últimos anos a ilha tem recebido um grande número de visitantes, tanto de famílias de militares, como também de parentes de pescadores. Com a criação de um guia de trilha da Marambaia, esperamos trazer para os visitantes, informações relevantes. Serão doze praias e uma gruta exploradas, mapeadas e orientadas para diversos níveis de dificuldade, para aproximar as pessoas com o contato com a natureza pouco

explorada, e servirá para auxiliar os visitantes a conhecer melhor a região.

REFERÊNCIAS

ABNT 15505-2. Turismo com atividades de caminhada Parte 2: Classificação de percursos. 1ª Ed., Rio de Janeiro, 20 p., 2008.

BRASIL. Acidentes de trabalho por animais peçonhentos entre trabalhadores do campo, Floresta e águas, Brasil 2007 a 2017. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico 11, 50: 1-14, 2019.

FEMERJ. Metodologia de Classificação de Trilhas. Documento on-line. 53 pp. 2015. Acesso em: janeiro de 2019. Disponível em: http://www.femerj.org/wp-content/uploads/classifica%C3%A7%C3%A3o-trilhas-v6.1.pdf.

MTT. Movimento Trilha Transcarioca, 2018. Trilha Transcarioca. Disponível em: http://trilhatranscarioca.com.br/ Acesso: 20/03/2018.Pereira, L.A., Xerez, R. & Pereira, A.M.C. Ilha da Marambaia (Baía de Sepetiba, RJ): resumo fisiográfico, histórico e importância ecológica atual, Revista Ciência e Cultura, 42 (5-6): 384-389. 1990.

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INTRODUÇÃO

Os ecossistemas aquáticos têm sido alterados de forma significativa em função de múltiplos impactos ambientais, gerando preocupação em relação à disponibilidade e qualidade das águas (VÖRÖSMARTY et al., 2010). As características ambientais dos rios e suas comunidades biológicas, são afetadas por ações antrópicas, resultando em alterações físicas, químicas e biológicas (GICHANA et al., 2015). Nos últimos anos, houve aumento no número de estudos que utilizam macroinvertebrados bentônicos para monitorar a qualidade da água (BAPTISTA, 2008; RIBEIRO et al., 2009; DIAS-SILVA et al., 2013), devido à sua importância como bioindicador. Segundo Candau (1999), as oficinas pedagógicas são importantes para a troca de experiências, baseada na construção coletiva do saber. Diante disso, o objetivo do projeto é sensibilizar as crianças que farão parte das próximas gerações sobre a importância da preservação da qualidade das águas dos rios e dos macroinvertebrados como bioindicadores de poluição.

MATERIAL E MÉTODOS

Para a realização desta pesquisa, foram utilizadas 3 turmas (3°, 4° e 5° ano) do Ensino Fundamental I da Escola Municipal Alto da Boa Vista no município de Duque de Caxias/RJ, no dia 17 de junho de 2019. Foi realizada uma oficina sobre biomonitoramento utilizando macroinvertebrados bentônicos, baseada no Índice Biológico para Voluntário (IBVOL) (BUSS, 2008), onde também discutiu-se a importância do trabalho científico realizado pela comunidade, da preservação de ecossistemas aquáticos e do papel desempenhado por alguns destes macroinvertebrados em suas comunidades, sempre buscando inserir a realidade

dos alunos nas discussões. Durante a oficina, exemplares de macroinvertebrados (fixados em álcool 70%) foram apresentados aos alunos para contextualização dos assuntos abordados. Após a oficina, foi realizada uma atividade lúdica e avaliativa onde os alunos simulavam ser agentes ativos no processo de monitoramento ambiental e através da escala do IBVOL, avaliavam a qualidade de um rio hipotético. Essas atividades permitiram analisar a percepção dos alunos acerca dos processos abordados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante a realização da oficina, muitos alunos relataram a existência de rios poluídos, popularmente conhecidos como “Valões”, próximos de suas residências, o que os permitiu (re) observarem suas realidades e despertarem uma criticidade sobre seu entorno. Essas observações do cotidiano somadas às análises realizadas nas atividades lúdicas, permitiram a reflexão sobre a responsabilidade da sociedade na preservação ambiental e na qualidade dos recursos hídricos. Através da atividade lúdica, foi possível observar que o IBVOL e o uso de macroinvertebrados aquáticos para análise da qualidade da água dos rios são importantes ferramentas de conscientização ambiental, visto que grande parte dos alunos conseguiu realizar as atividades de identificação dos organismos apresentados e gerar “diagnósticos ambientais” sem grandes dificuldades. Vale destacar que a atividade possuiu importante retorno nas turmas de 4° e 5° ano, mas a turma de 3° ano apresentou certa dificuldade na realização da atividade, em especial, pelo não domínio da leitura e escrita de muitos alunos, sendo este um desafio para trabalhos futuros, onde há a necessidade de se adequar os materiais para públicos mais diversos. Apesar deste fato, pôde-se

MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS COMO FERRAMENTA EM CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA

Michele Siqueira MUZY 1, 3 ; Natália Freitas de SOUZA 2, 3; Alexandre Aguiar ARAUJO 1, 3; Luiza Regina Pacheco de FARIA 1, 3; Vinicius dos Santos MORAES 31 Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2 Universidade Federal do Rio de Janeiro; 3 Consórcio CEDERJ

Palavras Chaves: Macroinvertebrados; educação ambiental; biomonitores .Tema: Educação

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perceber grande entusiasmo por parte dos alunos desta turma durante as discussões e observações dos organismos. Conforme Candau (1999) reforça em suas discussões, a experiência do método científico e o primeiro contato com este novo universo são um importante aprendizado. Estes resultados da junção do ensino teórico e lúdico, que englobam a articulação de conceitos, pressupostos e noções, com ações concretas vividas pelos alunos e a apropriação ou construção coletiva de saberes (PAVIANI; FONTANA, 2009), demonstraram que a oficina pedagógica, utilizando os macroinvertebrados bentônicos, é eficaz para análise e construção do conhecimento na preservação dos recursos hídricos.

CONCLUSÃO

A oficina pedagógica nas escolas, unindo os aspectos teórico e lúdico, mostrou-se uma ferramenta útil para a construção do conhecimento com foco na ação. Ações de sensibilização sobre a degradação dos recursos hídricos como consequência das atividades antrópicas podem utilizar os macroinvertebrados como ferramenta biológica para as crianças analisarem a qualidade de recursos hídricos.

REFERÊNCIAS

VÖRÖSMARTY, C.J et al. Global threats to human water securityriver biodiversity. A natureresearch journal, Nature 467, 30 set. 2010. Nature 467.

GICHANA, Zipporah et al. Effects of human activities on benthic macroinvertebrate community compositionwater quality in the upper catchment of the Mara River Basin, Kenya. Lakes & Reservoirs, Lakes & Reservoirs 20, 2015.

BAPTISTA, Darcilio Fernandes. THE USE OF MACROINVERTEBRATES IN BIOMONITORING AQUATIC ECOSYSTEMS. Monitoramento biológico em ecossistemas aquáticos continentais, Oecologia Brasiliensis, 2008.

RIBEIRO, Ludmilla Oliveira et al. COMPOSIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE INSETOS AQUÁTICOS NO RIO VACACAÍ-MIRIM, SANTA MARIA, RIO GRANDE DO SUL. UFSM, CIÊNCIA E

NATURA, 2009.DIAS-SILVA, Karina et al. Distribuição de Heteroptera Aquáticos (Insecta) em Diferentes Tipos de Substratos de Córregos do Cerrado Matogrossense. Periódico ebrasilis, EntomoBrasilis, 2013.

CANDAU, Vera Maria. Oficinas Aprendendo e Ensinando Direitos Humanos EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS: UMA PROPOSTA DE TRABALHO. Rede Nacional de Direitos Humanos, DHnet - Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos, 1999. Disponível em: http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/veracandau/candau_edh_proposta_trabalho.pdf. Acesso em: 16 maio 2019.

BUSS, Daniel Forsin. Tese de Doutorado em Ciências na área da Saúde Pública. 2008. Desenvolvimento de Protocolos de Bioavaliação Rápida da qualidade da água de rios e seu uso por agentes comunitários na gestão de recursos hídricos (ENSP) - Fiocruz, Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: https://bvssp.icict.fiocruz.br/pdf/bussdfd2.pdf. Acesso em: 9 maio 2019.

PAVIANI, Neires Maria Soldatelli; FONTANA, Niura Maria. Oficinas pedagógicas: relato de uma experiência. Educação e Linguagem, Conjectura: Filosofia e Educação, 2009.

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INTRODUÇÃO

A Mata Atlântica é um bioma com grande diversificação ambiental, abrigando cerca de 600 espécies de aves, sendo 160 endêmicas (WFF, 2011). Naturalmente, as aves apresentam ectoparasitos, que são vetores de doenças de grande importância ambiental. Os carrapatos são ectoparasitos que se alimentam do sangue de seus hospedeiros para completar o ciclo biológico. As formas de larvas e ninfas são frequentemente encontradas em aves (ROJAS et al., 1999). Dessa forma, é importante identificar e associar o carrapato com seu hospedeiro, relacionando à saúde pública, devido ao potencial de transmitir patógenos (SPONCHIADO et al., 2015). Portanto, conhecer os agentes infecciosos e/ou parasitários nos animais silvestres contribui para o conhecimento de biodiversidade, detecção de hospedeiros vertebrados e potenciais sentinelas. O presente estudo visa identificar agentes encontrados em carrapatos coletados de aves no município de Piraí, Rio de Janeiro.

MATERIAL E MÉTODOS

Os pássaros foram capturados em três áreas dentro do bairro de Cacaria, distrito de Vila Monumento, município de Piraí, estado do Rio de Janeiro, no período de junho de 2016 a abril de 2017. As capturas ocorreram com o uso de 10 redes de neblina. Os carrapatos coletados foram colocados individualmente em recipientes contendo álcool etílico 70%, sendo posteriormente levados ao Laboratório de Doenças Parasitárias da UFRRJ, onde foram observados à luz da microscopia óptica e identificados com base em Barros-Battesti et al. (2006) e Martins et al. (2010). As amostras foram conservadas em álcool e em solução RNAlater®, congelados em freezer -20º C até o momento da extração do DNA, que foi realizada através da técnica de Feno/Fenol-clorofórmio-Isoamílico adaptada por Santolin (2014). Para ectoparasitos na fase de larva e de ninfa foi seguido o protocolo “hotshot” descrito por Horta et al. (2005), que também foi utilizado para confirmação do DNA, amplificando o gene 16S do rDNA por meio da PCR.

Foi feita a Reação em Cadeia Polimerase (PCR) para avaliar a infecção por Borrelia spp., Rickettsia spp., Ehrlichia spp. e Babesia spp., cujos primers utilizados foram, respectivamente: BorFlaF1/BorFlaR1/BorFlaF2/BorFlaR2; CS239/CS1069; DSB-330/DSB-380/DSB-720; BT-F3 (PACHECO et al., 2019). Após cada PCR, 12,5 µl do material final foram submetidos à eletroforese em gel de agarose a 1,5% (Sigma) sob 70V por 40 minutos, corado por brometo de etídio e observado em luz de ultravioleta.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No total, foram encontrados 38 carrapatos, sendo 21 das amostras identificadas como ninfas de Amblyomma parkeri, 10 como Amblyomma longirostre e 7 eram larvas de Amblyomma spp. Para todos os agentes testados, as amostras foram negativas. No entanto, há estudos em que carrapatos de aves do gênero Amblyomma apresentaram positividade para Borrelia spp. (BRUM et al., 2016) e Rickettsia spp (OGRZEWALSKA et al., 2010). Não há trabalhos sobre a detecção positiva de Ehrlichia spp. e Babesia spp. em carrapatos do gênero Amblyomma. Contudo, dos carrapatos coletados neste estudo, 100% foram negativos a esses agentes. Em um estudo mais recente foi comprovado que bactérias dos gêneros Borrelia e Rickettsia podem ser encontradas em Amblyomma longirostre de aves silvestres no estado do Rio de Janeiro, estando os mesmos negativos para os gêneros Babesia, Anaplasma e Ehrlichia (PACHECO et al., 2019). As aves migratórias possuem papel importante ao servirem de reservatórios de bactérias e parasitos, além de transportarem os carrapatos infectados. As hemoparasitoses em aves podem causar quadros que variam de diarreia, caquexia, depressão e apatia (SANTOS et al., 2008). Assim, o diagnóstico de doenças parasitárias que causam afecções em aves permite fornecer o conhecimento para a criação de programas de controle, visando o tratamento e a profilaxia. O homem, ao se expandir territorialmente devido ao efeito da urbanização, acaba se expondo cada vez mais a doenças transmitidas por carrapatos, o que

PESQUISA DE HEMOPARASITOS DE CARRAPATOS COLETADOS EM AVES PASSERIFORMES EM FRAGMENTO DA MATA ATLÂNTICA DO MUNICÍPIO DE

PIRAÍ, RJ

JÁCOME, Fernanda Mattoso - 1; ARAÚJO, Izabela Mesquita - 1; FIGUEIROA, Thays - 1; MATOS-MAGALHÃES, Paulo Cesar - 2; SOARES, Sabrina dos Santos - 1; FONSECA, Adivaldo Henrique da - 1; CORDEIRO, Matheus Dias - 11 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ 2 Universidade da Amazônia – UNAMA

Palavras Chaves: Biologia molecular; aves; artrópodes.Tema: Medicina veterinária

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vem aumentando o risco de infecções por patógenos pelos quais são suscetíveis. É de grande importância salientar que devem ser feitos estudos parasitológicos em aves silvestres em outras regiões, aumentando assim o conhecimento para a fomentação de novas pesquisas que se direcionem para a preservação dos animais em seu habitat de origem, além de estudos sobre possíveis doenças transmissíveis a outros animais presentes na área, sendo essenciais para a elaboração de projetos de manejo e de conservação.

CONCLUSÃO

Nos carrapatos coletados, não houve amplificação de DNA para os agentes Borrelia spp., Rickettsia spp., Ehrlichia spp. e Babesia spp. No entanto, estudos em regiões próximas mostraram que há positividade para os gêneros Borrelia e Rickettsia. É necessário que mais trabalhos sejam feitos para que o conhecimento sobre ectoparasitos e hemoparasitos de aves se torne expandido, visto que são essenciais para a criação de projetos que visem o manejo e a conservação de biomas e seus animais silvestres.

REFERÊNCIAS

BARROS-BATTESTI, D.M.; ARZUA, M.; BECHARA, G.H. Carrapatos de Importância Médico-veterinária da Região Neotropical: Um Guia Ilustrado para Identificação de Espécies. São Paulo: Vox/ International Consortium on TicksTick-borne Diseases (ICTTD-3) Butantan, p. 223, 2006.

BRUM, W.M.; PEREIRA, M.A.V.; VITA, G.F.; FERREIRA, I.; MELLO, E.R.; AURNHEIMER, R.C.M.; SANAVRIA, A.; PADUA, E.D. Parasitismo em aves silvestres residentes e migratórias da Ilha da Marambaia, Estado do Rio de Janeiro. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 36, n. 11, p. 1101-1108, 2016.

HORTA, M. C.; PINTER, A.; CORTEZ, A.; SOARES, R. M.; GENNARI, S. M.; SCHUMAKER, T. T. S.; LABRUNA, M. B. Rickettsia felis (Rickettsiales: Rickettsiaceae) in Ctenocephalides felis felis (Siphonaptera: Pulicidae) in the State of São Paulo, Brazil. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 57, n. 332, p. 1-325, 2005.

MARTINS, T.F.; ONOFRIO, V.C.; BARROS-BATTESTI, D.M.; LABRUNA, M.B. Nymphs of the genus Amblyomma (Acari: Ixodidae) of Brazil: descriptions, redescriptions,identification key. Ticks Tick-borne Dis. v.1, n. 2: p.75-99, 2010.

OGRZEWALSKA M, UEZU, A; LABRUNA, M.

B. Ticks (Acari: Ixodidae) infesting wild birds in the eastern Amazon, northern Brazil, with notes on rickettsial infection in ticks. Parasitol Res; v. 106, n. 4, p. 809-816, 2010.

PACHECO, A.; CORDEIRO, M. D.; CEPEDA, M. B.; LUZ, H. R.; CARDOZO, S. V.; BERTO, B. P.; GUTERRES, A.; FONSECA, A. H; Hemoparasitos em carrapatos de aves silvestres do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, estado do Rio de Janeiro, Brasil. Braz. J. Vet. Parasitol., Jaboticabal, v. 28, n. 2, p. 238-244, 2019.

ROJAS, R.; MARINI, M. A.; COUTINHO, M. T. Z. Wild birds as hosts of Amblyomma cajennense (Fabricius, 1787) (Acari: Ixodidae). Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 94, p. 315-322, 1999.

SANTOLIN, I. D. A. C. Estudo de carrapatos associados com aves no entorno do Tinguá, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil; detecção de Rickettsia spp., e o desenvolvimento de métodos moleculares para análise de interações carrapato-microrganismo. Tese (doutorado) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Curso de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, 2014.

SANTOS, G. C; MATUELLA, G. A.; CORAIOLA, A. M.; SILVA, L. C.; LANGE, R. R; SANTIN, E. Doenças de aves selvagens diagnosticadas na Universidade Federal do Paraná, Brasil (2003-2007). Pesquisa Veterinária Brasileira, v.28, p. 565-570, 2008.

SPONCHIADO, J.; MELO, G.L.; MARTINS, T.F.; KRAWCZAK, F.S.; LABRUNA, M.B.; CÁCERES, N.C. Association patterns of ticks (Acari: Ixodida: Ixodidae, Argasidae) of small mammals in Cerrado fragments, western Brazil. Exp. Appl. Acarology, v. 65, p. 389-401, 2015.

WWF, disponível em: https://www.wwf.org.br/informacoes/bliblioteca/?26722/Guia-de-aves-Mata-Atlantica-Paulista. Acesso em 27/05/2019.

Apoio: Agência de Fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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INTRODUÇÃO

Grande parte dos estudos em fragmentos florestais, que objetivam avaliar o acúmulo de carbono orgânico (C.O.), concentram-se na quantificação dos teores desse elemento na biomassa aérea das árvores. Entretanto, o Intergovernmental Panel on Climate Change (2008) destaca a importância da estimativa do estoque desse elemento em todos compartimentos nos quais ele está presente, incluindo o solo (Goulartet al. , 2012). O conhecimento do estoque de C.O no solo em ambientes naturais ou florestas plantadas é de extrema importância para o desenvolvimento ambiental e para o direcionamento de projeto de recuperação de áreas degradadas. No Parque Estadual Nova Baden (PENB), localizado em Lambari (MG), são verificados diferentes tipos de cobertura vegetal que contribuem através da deposição de serapilheira com a manutenção e/ou aumento do conteúdo de carbono no solo. A partir do exposto o objetivo desse estudo foi avaliar o estoque de carbono no solo sob estas distintas coberturas vegetais.

MATERIAL E MÉTODOS

O Parque Estadual Nova Baden (PENB) localiza-se em Lambari-MG entre os meridianos 45º 00’ e 46º 00’ oeste e paralelos 21º 30 ‘e 22º 00’ sul, possui 214,47 ha de área e está inserido em um grande fragmento remanescente de Mata Atlântica continua, tendo aos seus limites a serra das águas de Lambari e duas áreas de proteção ambiental a reserva de Santa Clara em Cambuquira-MG e o engenho velho em Campanha-MG. Para o estudo foram selecionadas três áreas a saber: área de plantio de eucalipto com sub-bosque de vegetação regenerante (EU), área de ecótono (EC) na qual se observa espécies em regeneração

associadas com eucalipto e uma área de floresta (F). Em cada uma das áreas foi estabelecido um transecto de 50 m, sendo coletadas a cada 10m cinco amostras simples, para a formação de uma amostra composta, perfazendo um total de cinco amostras compostas por área. Foram coletadas amostras deformadas para quantificação do conteúdo de carbono orgânico total (COT) e indeformadas com o auxílio de um anel de Kopeck para a determinação da densidade do solo (Ds). Os teores de COT foram determinados segundo Yeomans & Bremner (1988) e a Ds de acordo com (Teixeira et al., 2017). A partir dos valores de COT, Ds e espessura da camada amostrada (e) em cm calculou-se o estoque de carbono total (Estc) a partir da seguinte equação: Estc = (COT x Ds x e)/10, Os resultados foram submetidos a análises estatística com o emprego do pacote estatístico SISVAR da Universidade Federal de Lavras.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores de Ds apresentaram uma amplitude de variação de 0,87 a 1,03 Mg m3, sendo o maior valor observado na área F e o menor valor na área de EU, valor intermediário (0,94 Mg m-3) foi verificado para a área (EC). Os valores quantificados foram inferiores aos observados por Sattler (2006), 1,43 Mg m-3, que avaliou a Ds em uma área de vegetação nativa na bacia hidrográfica do Itapemirim. Em todas as áreas os valores de Ds podem ser considerados baixos em função da pequena ação antrópica observada nas áreas do PENB. Quanto aos valores de COT estes variaram de 34,25 a 44, 67 g kg-1 na camada superficial (0-10 cm) e de 18, 53 a 28,09 g kg-1 na camada subsuperficial (10-20 cm). Os maiores valores de COT foram verificados na área de EU não havendo diferenças entre as áreas EC e F, sendo esse padrão também observado para a camada

ESTOQUE DE CARBONO ORGÂNICO EM ÁREAS SOB DIFERENTES COBERTURAS VEGETAIS NO PARQUE ESTADUAL NOVA BADEN, MG

Ariovaldo Machado Fonseca Júnior - 1; Marcos Gervasio Pereira -1; Luiz Alberto da Silva Rodrigues Pinto -1; Gilsonley Lopes dos Santos -1; Shirlei Almeida Assunção -1; Belmira Evania Mendes Marques de Santana; Victoria Maria Monteiro Mendonça -1.1. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; 2. Instituto Estadual de Florestas - Parque Estadual Nova Baden

Palavras Chaves: Matéria orgânica; Áreas protegidas; Qualidade do solo.Tema: Ciências ambientais

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subsuperficial (10-20 cm). O padrão verificado nesse estudo difere do observado por Denardin et al. (2014) estudando o estoque de carbono no solo sob diferentes formações florestais, Chapecó – SC, em que os autores quantificaram maiores valores de COT nas áreas de mata (45,59 g kg-

1) em comparação à área de plantio de eucalipto (23,53 g kg-1). Uma possível explicação para a diferença seria que no estudo de Denardin et al. (2014) a área de eucalipto apresentava apenas 8 anos de instalação enquanto nesse estudo o plantio de eucalipto conta com mais de 50 anos. Outro favor para o padrão de maiores valores de COT na área de EU deve-se a posição na paisagem onde esta área localiza-se. A área de EU situa-se numa posição de parte baixa de paisagem fazendo com que a água que converge das partes mais altas permaneça por mais tempo favorecendo um ambiente que retarda a decomposição da matéria orgânica, promovendo o seu acúmulo. Em contrapartida as áreas EC e F localizam-se em pontos da paisagem de maior declividade, favorecendo o fluxo de água e consequentemente acelerando o processo de decomposição da matéria orgânica. Quanto os valores de Estc, esses foram determinados somente para a camada superficial (0-10cm) variando entre 32,11 a 39,07 Mg ha-1, sendo os maiores valores de Estc quantificados na área F. Não foram verificadas diferenças entre as áreas EU e F, sendo os menores de Estc observados na área E. Os valores de Estc determinados para a área F se aproximam daqueles quantificados por Denardin et al. (2014) em que os autores quantificaram um valor aproximado de 32,02 Mg ha-1 para os primeiros 10 cm de profundidade.

CONCLUSÃO

De maneira geral verificou-se que as diferentes coberturas vegetais estão contribuindo para a manutenção da qualidade do solo nas áreas do PENB. Os maiores valores de carbono foram quantificados na área de eucalipto, já os maiores valores de Estc foram verificados nas áreas de floresta e eucalipto não havendo diferenças entre estas. Verifica-se que o longo de tempo de implantação do plantio de eucalipto bem como o processo de sucessão natural, estão contribuindo para o aumento dos teores e estoques de carbono no solo. Na área de eucalipto esse padrão pode estar sendo favorecido pela sua localização que

contribui para que a decomposição da matéria orgânica ocorra de forma mais lenta propiciando esse acúmulo.

REFERÊNCIAS

DENARDIN, R. B. N.; MATTIAS, J. L.; WILDNER, L. do P.; NESI, C. N.; SORDI, A.; KOLLING, D. F.; BUSNELLO, F. J.; CERUTTI, T. Estoque de carbono no solo sob diferentes formações florestais, Chapecó - SC. Ciência Florestal, v.24, p.59-69, 2014. INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMAT CHANGE. Guidelines for national greenhouse gas inventories, prepared by the national greenhouse gas inventories. Hayama: IGES, 2008. 20 p. Disponível em: <http://www.ipcc-nggip.iges.or.jp/support/Primer_2006GLs.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2013 GOULART, A. C.; MONTEIRO, J. M. G.; COELHO, M. R.; FONTANA, A.; GONCALVES, A. O. Estoque de carbono e nutrientes na Serapilheira e solos de fragmentos florestais da Mata Atlântica do Estado Rio de Janeiro. (Embrapa Solos. Comunicado técnico, 67). Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2012. 6p. SATTLER, M.A. Variabilidade espacial de atributos de um Argissolo Vermelho-Amarelo sob pastagem e vegetação nativa na bacia hidrográfica do Itapemirim. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal). Universidade Federal do Espírito Santo. Alegre/ES. 2006. TEIXEIRA, P.C.; DONAGEMA, G. K.; FONTANA, A.; TEIXEIRA, W. G. (Org.). Manual de métodos de análise de solos. 3.ed. Brasília: Embrapa, 2017. 573p. YEOMANS, J.C.; BREMNER, J.M. A rapidprecise method for routine determination of organic carbon in soil. Communications in Soil SciencePlant Analysis, v.19, p.1467-1476, 1988.

Apoio: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior; Parque Estadual Nova Baden

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INTRODUÇÃO

O bioma Mata Atlântica atualmente vem sendo submetido à um intenso processo de degradação ambiental aumentando a demanda de serviços que visam a recuperação de áreas degradadas, sendo um dos principais como a produção de mudas florestais (Almeida, 2016). Para obtenção de mudas de qualidade, destaca-se o substrato que age como um excelente insumo por sua influência direta no desempenho das plantas suprindo suas necessidades iniciais. Métodos de recomposição florestal têm visado trabalhar com diversidade de espécies florestais, como a utilização de nativas, com um grande destaque devido ao rápido crescimento inicial, facilidade de obtenção de sementes e produção das mudas quando comparado a outras espécies florestais (Leles, et al., 2006) com destaque para o Sobrasil (Colubrina Glandulosa Perkins, Rhamnaceae). A partir do exposto este trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento e conteúdo nutricional de mudas de Colubrina Glandulosa Perkins em diferentes formulações de substratos.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado em casa de vegetação durante um período de 90 dias. A dormência das sementes de Colubrina Glandulosa Perkins, foi quebrada através de escarificação química, utilizando ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado. Posteriormente, estas foram transplantadas para vasos plásticos recicláveis de 1,7 L, tendo irrigação controlada duas vezes ao dia. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado (DIC), sendo quatro tratamentos e 24 repetições/tratamento, sendo o tratamento 1: terra de horizonte A - 80% e esterco bovino - 20%; tratamento 2: terra de horizonte A - 90% e

esterco bovino - 10%; tratamento 3: 60% - terra de horizonte A, 20% - esterco e 20% - vermiculita; e tratamento 4: 60% - terra de horizonte A, 10% - esterco bovino e 30% - de vermiculita. Foram feitas as avaliações de altura (H), diâmetro do coleto (DC) aos 30, 60 e 90 dias e da massa seca da parte aérea e a massa seca da raiz, para o cálculo da relação massa seca total (MST) a partir da equação do índice de qualidade de mudas de Dickson aos 90 dias. Após essa etapa, o material foi moído e submetido à digestão sulfúrica (Tedesco et al., 1995), para a quantificação dos teores de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K) e cálcio (Ca). Com os teores nutricionais e o produto dos dados de massa seca, calculou-se o conteúdo dos nutrientes na parte aérea e raiz.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Analisando os dados em relação à altura e diâmetro de coleto durante ao longo do período do experimento, verifica-se que o tratamento que mais se destacou foi o T3 (60% - terra de horizonte A, 20% - esterco e 20% - vermiculita), apresentando as plantas 5,41 cm aos 30 dias, 21,06 cm aos 60 dias e 36,48 cm aos 90 dias em relação à altura e 1,49 cm³ aos 30 dias , 6,36 cm³ aos 60 dias e 8,78 cm³ aos 90 dias em relação ao diâmetro de coleto. Para os tratamentos T1 (terra de horizonte A - 80% e esterco bovino - 20%) e T4 (60% - terra de horizonte A, 10% - esterco bovino e 30% - de vermiculita) também foram verificados bons resultados de desenvolvimento, com maiores valores comparados ao T2, que se destacou negativamente nessa avaliação, apresentando 4,08 cm aos 90 dias, 14,85 aos 60 dias e 29,65 cm aos 90 dias em relação à altura e 1,26 cm³ aos 30 dias, 4,62 cm³ aos 60 dias e aos 90 dias, 7,97 cm³ de diâmetro de coleto. Esse resultado pode ser explicado pela composição de cada substrato

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO E QUALIDADE DE ESPÉCIES NATIVAS BASEADO EM DIFERENTES FORMULAÇÕES DE SUBSTRATOS

Vitória Duarte Salvador da Silva - 1; Victória Maria Monteiro Mendonça -2; Ariovaldo Machado Fonseca Junior - 3; Marcos Gervasio Pereira - 41. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; 2.Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; 3. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; 4. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Palavras Chaves: Recipiente reciclável; recuperação de áreas degradadas; Mata Atlântica.Tema: Ciências ambientais

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existente nos tratamentos, visto que o T2 contou com 90% de horizonte A e 10% de esterco bovino apenas, o que dificultou no desenvolvimento inicial radicular e do folículo primário nas primeiras semanas de desenvolvimento por ser mais compactado, diferente dos outros tratamentos, que contaram com uma melhor distribuição de seus componentes e consequentemente, melhores condições em relação à aeração e drenagem (Mesquita, et al., 2012). Em relação às massas obtidas, os tratamentos com substratos de maior aeração apresentaram melhores resultados, estatisticamente, segundo o IQD, sendo eles T3 com 3,14 g e T4 com 3,08 g. Houve também uma diferença significativa para todos os tratamentos e nutrientes; para os teores de N os valores variam entre 11,34 no T4 e 15, 58 no T1 na parte aérea e 9,14 em T3 e 12,43 em T1 na raiz; nos níveis de P, 0,75 para T4 e 1,21 para T3 na parte aérea e 12,48 no T2 e 2,97 no T3 e por fim os valores de K que variaram entre 0,03 no T2 e 0,04 nos T1, T3 e T4 na parte aérea e na raiz, 0,03 em T2 e 0,04 em T, todos com teores médios em g kg-1.

CONCLUSÃO

O tratamento T3 apresentou maiores teores de N, P e K, juntamente com T1 e T4, também apresentando maiores valores de altura e diâmetro do coleto. O tratamento T2 proporcionou menor teor nutricional, altura e diâmetro do coleto.

REFERÊNCIAS

MESQUITA, E. F.; CHAVES, L. H. G.; FREITAS, B. V.; SILVA, G. A.; SOUSA, M. V. R.; ANDRADE, R.; Produção de mudas de mamoeiro em função de substratos contendo esterco bovino e volume de recipientes. Rev. Bras. Ci. Agrárias, v.7, n.1, p.58-65, jan.-mar., 2012. TEDESCO, M. J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C. A.; BOHNEN, H.; VOLKWEISS, S. J. Análise de solo, plantas e outros materiais. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2 ed. 1995, 147 p. (Boletim técnico, 5). LELES, P. S. S.; LISBOA, A. C.; NETO, S. N. O.; GRUGIKI, M. A.; FERREIRA, M. A.; Qualidade de mudas de quatro espécies florestais produzidas em diferentes tubetes. Rev. Floresta e Ambiente, v.13, n.1, p.69-78, 2006.

ALMEIDA, D, S.; Recuperação ambiental da Mata Atlântica. 3rd Ed. Ver. And enl. Ilhéus, BA. Editus, 2016, 200p.

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INTRODUÇÃO

Atualmente são realizados com mais intensidade estudos que avaliam os impactos de diferentes coberturas vegetais na qualidade nutricional do solo, sendo este segundo Lima et al. (2007), um componente fundamental do ecossistema terrestre principal substrato utilizado pelas plantas para o seu crescimento e disseminação, adicionalmente diversas outras pesquisas visam estudar as alterações da substituição das florestas primárias ou mesmo a fragmentação desta. Segundo Viana & Pinheiro (1998) estes estudos reforçam a hipótese de que fragmentos florestais não são autossustentáveis e sua degradação é resultado da complexa interação entre fatores inerentes ao processo de fragmentação. No Parque Estadual Nova Baden (PENB), em Lambari (MG), é possível observar diferentes tipos de cobertura vegetal, que através do aporte de serapilheira tendem a modificar os aspectos da fertilidade do solo. O objetivo deste estudo é avaliar a fertilidade do solo em três áreas com coberturas vegetais distintas.

MATERIAL E MÉTODOS

O Parque Estadual Nova Baden criado pelo Decreto estadual 36069 (Minas Gerais,1994) localiza-se na cidade de Lambari MG entre os meridianos 45º 00’ e 46º 00’ oeste e paralelos 21º 30 ‘e 22º 00’ sul, sendo inserido em um grande fragmento remanescente de Mata Atlântica continua, onde seus limites encontram a serra da aguas de Lambari e as áreas de proteção ambiental, reserva Santa Clara em Cambuquira-MG e o Engenho Velho em Campanha-MG. Para este estudo foram selecionadas três áreas, uma área com um plantio antigo de eucaliptos com sub-bosque de vegetação regenerante (EU), uma área

de Floresta (F) e uma área de ecótono entre elas com associação de eucaliptos e espécies ligadas a regeneração florestal (ECO). Em cada uma das áreas foi estabelecido um transecto de 50 m, sendo coletadas a cada 10 m cinco amostras compostas de 5 simples, para duas profundidades de 0-10 cm e 10-20 cm, perfazendo um total de dez amostras compostas por área sendo 5 compostas para a profundidade de 0-10 cm e 5 compostas para a profundidade 10-20 cm. Após isso as amostras foram levadas a laboratório sendo submetidas a seguintes análises Ca, Mg, Al trocáveis extraídos com KCl 1 mol L-1, analisados por titulometria; P, K+ e Na extraídos pelo extrator Mehlich-1 e analisados por colorimetria (P) e fotometria de chama (K e Na). Os resultados foram submetidos a análises estatística com o emprego do pacote estatístico SISVAR da Universidade Federal de Lavras.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quanto aos teores de Ca e Mg foi possível observar que os maiores valores médios para as duas profundidades ocorreram na área F, sendo estes 7,03 (0-10 cm) e 4,51 cmolc kg-1 (10-20 cm), porém aplicando o teste estatístico de Tukey apenas para a profundidade de 10 a 20 cm foi verificada diferença significativa entre as áreas, o mesmo padrão também foi observado para os valores de Ca, sendo os maiores valores médios, quantificados nas 2 profundidades, observados na área de F, 4,69 (0-10 cm) e 1,49 cmolc kg-1 (10-20 cm). Os valores quantificados de Ca nesse estudo foram maiores quando comparados aos verificados em um estudo realizado por Britez et al. (1997), onde os autores compararam os nutrientes do solo de duas florestas da planície litorânea da Ilha do Mel em Paranaguá-PR. Já para os teores de Al, os maiores valores foram observados na área E onde

FERTILIDADE DO SOLO SOB TRÊS COBERTURAS VEGETAIS NO PARQUE ESTADUAL NOVA BADEN, MG

Ariovaldo Machado Fonseca Júnior -1; Marcos Gervasio Pereira -1; Daniel Costa de Carvalho -1; Gilsonley Lopes dos Santos -1; Shirlei Almeida Assunção -1; Belmira Evania Mendes Marques Santana -2.1. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ; 2- Instituto Estadual de Florestas - Parque Estadual Nova Baden

Palavras Chaves: Atributos edáficos; Florestas; Bioma Mata Atlântica.Tema: Ciências ambientais

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estes chegaram a ser o dobro dos quantificados na área F. Seguindo o mesmo padrão observado para os teores de Ca e Mg, para o K os maiores valores médios também foram verificados na área F em ambas profundidades 0,20 (0-10 cm) e 0,13 cmolc kg-1 (10-20cm), sendo possível observar diferença significativa entre as áreas. Para esse nutriente os maiores valores foram quantificados na área de F seguida pela E nas duas profundidades. Com relação aos teores de P, esses foram baixos, sendo os maiores valores médias observadas foram na área E; 4,0 (0-10 cm) e 1,0 mg kg-1 (10-20cm). Para o P também foi verificada diferença significativa nas duas profundidades não havendo diferença significativa entre as áreas EU e F e desta com a ECO. Em um estudo onde avaliaram a ciclagem e balanço de nutrientes em povoamentos de eucalipto na região Norte Fluminense, Zaia & Gama-Rodrigues (2004) verificaram menores valores do teor de P para profundidade de 0-10 cm e valores superiores na profundidade de 10-20 cm, quando comparados aos observados nesse estudo.

CONCLUSÃO

Não foram verificadas grande diferenças quanto à fertilidade dos solos das áreas estudadas, porém na área de Floresta foi observada uma maior disponibilidade dos nutrientes Ca, Mg e K, em contrapartida na área de Eucalipto foram observados os maiores valores de P.

REFERÊNCIAS

LIMA, V. C.; LIMA, M. R. de; MELO, V. de F. O solo no meio ambiente: abordagem para professores do ensino fundamental e médio e alunos do ensino médio. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, Departamento de Solos e Engenharia Agrícola, 2007. 130 p. MINAS GERAIS. Decreto nº 36069, de 27 de setembro de 1994. Altera a categoria de manejo das reservas biológicas de Mar de Espanha e de Nova Baden e fixa os seus limites. Belo Horizonte, MG, set 1994. BRITEZ, R. M.; SANTOS FILHO, A.; REISSMANN, C. B.; SILVA, S. M.; ATHAYDE, S. F.; LIMA, R. X.; QUADROS, R. M. B. Nutrientes no solo de duas florestas da Planície

Litorânea da Ilha do Mel, Paranaguá, PR. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, 21:625-634, 1997. VIANA,V. M.; PINHEIRO, L. A. F. V. Conservação da biodiversidade em fragmentos florestais. Série Técnica IPEF v. 12, n. 32, p. 25-42, dez. 1998. ZAIA, F. C., GAMA-RODRIGUES, A. C. Ciclagem e balanço de nutrientes em povoamentos de eucalipto na região Norte Fluminense. Revista Brasileira de Ciência do Solo [en linea] 2004, 28 (Sin mes) : [Fecha de consulta: 20 de junio de 2019] Disponible en:<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=180214235007> ISSN 0100-0683.Apoio: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior; Parque Estadual Nova Baden

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INTRODUÇÃO

No estado do Rio de Janeiro, 80% da área original de Mata Atlântica foi desmatado para fins agropecuários, e as áreas remanescentes foram restritas, principalmente, a fragmentos florestais muito pequenos, isolados, desconectados e cuja borda está em contato com a matriz antrópica (Tabarelli et al., 2005). Nas bordas recém-criadas, verificam-se modificações microclimáticas, denominadas “efeito de borda”, que acarretam alterações na estrutura e composição da comunidade arbórea (Lima-Ribeiro, 2008). Com isto, a ciclagem de nutrientes pode ser modificada no gradiente borda-interior dos fragmentos florestais (Portela & Santos, 2007; Pereira et al., 2013). O presente estudo objetivou avaliar o efeito de borda sobre as condições microclimáticas do solo, estoque de serapilheira e conteúdo de carbono orgânico do solo, em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual, no município de Pinheiral, RJ.

MATERIAL E MÉTODOS

No início de junho de 2019 (estação seca), foram delineadas faixas de 50 metros, a partir de quatro distâncias da borda do fragmento florestal, paralelas a esta: (1) 0 metros; (2) 50 metros; (3) 100 metros; e (4) 160 metros. Em cada faixa, estabeleceram-se cinco pontos amostrais, espaçados 10 m entre si, para o registro da temperatura do solo (0-5 cm), por meio de termômetro geotérmico digital; a coleta de amostras compostas de terra, cada uma delas formada por três amostras simples (0-5 cm). Nestas amostras, determinou-se o conteúdo de água no solo, pelo método da umidade gravimétrica (Teixeira et al., 2017) e o carbono total orgânico (Yeomans & Bremner, 1988). O estoque de serapilheira foi coletado na

área útil (0,0625 m2) circunscrita a uma moldura de madeira lançada cinco vezes, em cada faixa. Após secagem em estufa de circulação (65 ºC, 72 h), a massa de matéria seca do estoque foi pesada. Os dados obtidos foram submetidos às análises multivariadas de componentes principais, e de agrupamento hierárquico, pelo método da distância de Ward, com a versão 2.17c do programa PAST.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise de componentes principais indicou que os atributos apresentaram elevados valores de correlação (> 0,70) com o eixo principal 1. Este eixo explicou 82,54% da variabilidade dos dados, ao passo que o eixo principal 2, 16,53% da variabilidade dos dados. Segundo esta mesma análise, as distâncias de 0 e 50 m da borda, que se localizaram à direita do eixo 1 (autovetores positivos), associaram-se a maiores valores de estoque de serapilheira, carbono orgânico total e umidade gravimétrica. Por outro lado, as distâncias de 100 e 160 m da borda localizaram-se à esquerda do eixo 1 (autovetores negativos). A distância de 160 m associou-se à maiores valores de temperatura, e a distância de 100 m não se associou a nenhuma das variáveis estudadas. Nas distâncias próximas à borda, ocorre a dominância de espécies pioneiras (Lima-Ribeiro, 2008), as quais apresentam ciclo de vida mais rápido. Estas espécies, portanto, aportam grandes quantidades de serapilheira foliar, mas com menores teores de nutrientes devido ao eficiente mecanismo de retranslocação (Machado et al., 2016). Assim, a serapilheira na borda apresenta decomposição mais lenta, quando comparado com o interior de fragmentos florestais (Pereira et al., 2013). Como resultado, nas distâncias próximas à borda, verifica-se maior estoque de serapilheira (Portela

EFEITO DE BORDA EM FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL, PIRAÍ-RJ

Tiago Paula da Silva -1; Rodrigo Camara -1; Cristiane Figueira da SIlva -1; Luiz Alberto da Silva Rodrigues Pinto -1; Igor de Sousa Morais -1; Robert Ferreira -1; Marcos Gervasio Pereira -11.Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Palavras Chaves: Serapilheira; Atributos microclimáticos; Fragmentação floresta.Tema: Ciências ambientais

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& Santos, 2007), que se reflete em maiores valores de carbono orgânico total do solo (Silva et al., 2012). O maior estoque de serapilheira sobre a superfície do solo provavelmente minimizou a incidência direta da radiação solar, fato que contribuiu para os maiores valores de umidade do solo, nas distâncias de 0 e 50 m da borda. Os maiores valores de temperatura do solo na distância mais afastada da borda (160 m) podem ter sido ocasionados por um dossel mais aberto, próximo dos pontos de coleta. A análise do dendrograma de agrupamento hierárquico demonstrou que as distâncias de 0 e 50 m da borda, que formaram um grupamento, se distanciaram entre si por um valor inferior a 3. Em contrapartida, as distâncias de 100 e 160 m da borda formaram um outro agrupamento, dentro do qual estas áreas se distanciaram entre si por um valor aproximadamente igual a 6. Tais resultados evidenciaram a elevada similaridade entre as distâncias de 0 e 50 m, e entre as distâncias de 100 e 160 m. No entanto, estes dois grupamentos se distanciaram entre si por um valor de aproximadamente 21, que sugeriu uma relativa dissimilaridade entre os mesmos.

CONCLUSÃO

O efeito de borda foi observado entre as distâncias de 0 e 50 m, nas quais foi quantificado maior estoque de serapilheira, que favoreceu maiores valores de umidade e conteúdo de carbono orgânico do solo. Tais distâncias apresentaram elevada similaridade entre si, na comparação com as maiores distâncias a partir da borda do fragmento florestal (100 e 160 m da borda). A maior distância da borda (160 m) caracterizou-se por maiores valores de temperatura do solo, provavelmente devido a aberturas no dossel.

REFERÊNCIAS

LIMA-RIBEIRO, MS. Efeitos de borda sobre a vegetação e estruturação populacional em fragmentos de Cerradão no Sudoeste Goiano, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 22(2):535-545, 2008. MACHADO, M.R.; SAMPAIO, P.T.B; CAMARA, R.; PEREIRA, M.G. Nutrient retranslocation in forest species in the Brazilian Amazon. Acta Scientiarum, Agronomy, 38(1):93-101, 2016.

PEREIRA, G.H.A.; PEREIRA, M.G.; ANJOS, L.H.C.; MENEZES, C.E.G. Decomposição da serrapilheira, diversidade e funcionalidade de invertebrados do solo em um fragmento de Floresta Atlântica. Bioscience Journal, 29(5):1317-1327, 2013. PORTELA, R.C.Q; SANTOS, F.A.M. Produção e espessura da serapilheira na borda e interior de fragmentos florestais de Mata Atlântica de diferentes tamanhos. Revista Brasileira de Botânica, 30(2):271-280, 2007. SILVA, M.S.C.; SILVA, E.M.R.; PEREIRA, M.G.; SILVA, C.F. Estoque de serapilheira e atividade microbiana em solo sob sistemas agroflorestais. Floresta e Ambiente, 19(4):431-441, 2012. TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.MC.; HIROTA, M.M.; BEDÊ, L.C. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira. Megadiversidade, 1(1):132-138, 2005. TEIXEIRA, P.C.; DONAGEMA, G. K.; FONTANA, A.; TEIXEIRA, W. G. (Org.). Manual de métodos de análise de solos. 3.ed. Brasília: Embrapa, 2017. 573p YEOMANS, J.C; BREMNER, J.M. A rapidprecise method for routine determination of organic carbon in soil. Communications in Soil SciencePlant Analysis 19(13):1467-1476, 1988.Apoio: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

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INTRODUÇÃO

A degradação dos solos associada à agricultura é uma questão importante em todo o Brasil, mas principalmente no domínio do bioma Mata Atlântica. Os sistemas agroflorestais (SAFs), associados à biodiversidade, oferecem uma ferramenta promissora para restaurar solos degradados, ao mesmo tempo em que apoiam a produção agrícola. O objetivo desta pesquisa foi avaliar o potencial dos sistemas agroflorestais na restauração de solo degradado, utilizando como indicadores de qualidade, o carbono da biomassa microbiana e o carbono orgânico total do solo.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido na Estação Experimental Agroecológica localizada na Fazenda Arca de Noé, Município de Sapucaia - RJ, Região Centro-Sul Fluminense. Foram avaliados três sistemas SAFs, com diferentes tipos de cultivos (SAF1: café, banana e oito espécies arbóreas; SAF 2: diferentes cultivares de banana e seis espécies arbóreas; e SAF 3: banana e cinco espécies arbóreas) e um fragmento florestal de Mata Atlântica em sucessão secundária (área usada como referência). Em cada área, foram lançadas quatro parcelas, sendo que em cada parcela foram coletadas cinco amostras simples de solo para formar uma amostra composta, em um total de quatro amostras compostas por área, na camada de 0-10 cm. As coletas foram realizadas em Abril (final da estação chuvosa) e setembro (final da estação seca) de 2018. As amostras foram processadas como terra fina seca ao ar (TFSA) para determinação de carbono orgânico total (COT) (YEOMANS & BREMNER, 1988), e carbono da biomassa microbiana (CBM) pelo método de fumigação-extração (FE) (BARTLETT

& ROSS, 1988). O quociente microbiano (qMIC) foi estimado pela relação entre o CBM e o COT. Foi realizada análise de variância e o teste T de Bonferroni a 5% de probabilidade, para comparação de médias, pelo software R.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os SAFs, no que se refere ao COT, não apresentaram diferenças significativas em relação a floresta secundária, nas duas épocas avaliadas. Isso pode estar relacionado ao reduzido revolvimento e manejo do solo, bem como ao aporte de serapilheira nos três tipos de SAFs (COSTA et al., 2013) e, ao estoque de carbono por meio do sistema radicular bem desenvolvido inerente às culturas adotadas no manejo (MARCHIORI JR. & MELO, 1999). Não houve diferença estatística entre épocas para esta variável. Em relação ao CBM, apenas na época chuvosa foram verificadas diferenças entre os sistemas, tendo o SAF1 apresentado maior teor quando comparado a floresta secundária, enquanto os demais não diferiram significativamente. Para essa variável geralmente se observam os maiores valores para floresta quando comparada a agrossistemas (Mercante, 2001; Perez et al., 2004). No entanto, sistemas que resultam em incrementos no conteúdo de matéria orgânica do solo, como os SAFs (Buteschoen et al., 2011) tendem a apresentar valores equivalentes ou mais elevados de biomassa e atividade microbiana em relação a floresta (Tavares et al., 2018; Cattelan & Vidor, 1990). Na comparação entre épocas, todos os sistemas apresentaram maiores teores de CBM em relação a época chuvosa. O quociente microbiano (qMIC) não diferiu entre os SAFs e a floresta secundária em ambas as épocas. Em contrapartida, foi mais elevado na época seca, em relação a época chuvosa. Neste sentido, valores mais elevados de qMIC representam um acúmulo

BIOMASSA MICROBIANA E CARBONO ORGÂNICO COMO INDICADORES DA RESTAURACAO DE SOLO DEGRADADO EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS, EM

SAPUCAIA-RJJulia Barra Netto-Ferreira - 1 ; Priscila Silva Matos - 2; Cristiane Figueira da Silva - 3; Fernanda Palmeira Gabetto - 4; Felipe da Costa Brasil - 5 ; Ricardo Martinez Tarré - 6; Everaldo Zonta - 71 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) - [email protected]; 2 UFRRJ - [email protected]; 3 UFRRJ - [email protected]; 4 UFRRJ - [email protected] ; 5 Universidade Veiga de Almeida - [email protected]; 6 Ambiente Brasil Engenharia Tecnologia e Desenvolvimento de Soluções Limpas. - [email protected] ; 7 UFRRJ - [email protected]

Palavras Chaves: Qualidade do solo; bioindicadores; quociente microbiano.Tema: Agroecologia

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de C no solo, enquanto valores mais reduzidos indicam uma perda de C no solo, ao longo do tempo (Mercante, 2001).

CONCLUSÃO

Os sistemas agroflorestais permitem níveis de carbono da biomassa microbiana e carbono orgânico total do solo similares ou maiores em relação a floresta secundária, apresentando potencial para restauração destes atributos em solo degradado.

REFERÊNCIAS

BUTENSCHOEN, O.; SCHEU, S.; EISENHAUER, N. Interactive effects of warming, soil humidityplant diversity on litter decompositionmicrobial activity. Soil BiologyBiochemistry, v. 43, p. 1902-1907, 2011. CATTELAN, A. J.; VIDOR, C. Flutuações na biomassa, atividade e população microbiana do solo, em função de variações ambientais. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 14, n. 2, p. 133-142, maio/ago. 1990. COSTA, E. M.; SILVA, H. F.; RIBEIRO, P. R. A. Matéria orgânica do solo e seu papel na manuten ção e produtividade dos sistemas agrícolas. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 9, n. 17, p. 1842 - 1860, 2013. MARCHIORI JÚNIOR, M.; MELO, W. J. Carbono, carbono da biomassa microbiana e atividade enzimática em um solo sob mata natural, pastagem e cultura do algodoeiro. Revista Brasileira de Ciência do Solo, p. 257-263, 1999. MERCANTE, Fábio Martins. Os microrganismos do solo e a dinâmica da matéria orgânica em sistemas de produção de grãos e pastagem. Embrapa Agropecuária Oeste-Sistema de Produção (INFOTECA-E), 2001. PEREZ, Kátia Sueli Sivek; RAMOS, Maria Lucrécia Gerosa; MCMANUS, Concepta. Carbono da biomassa microbiana em solo cultivado com soja sob diferentes sistemas de manejo nos Cerrados. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 39, n. 6, p. 567-573, 2004.

TAVARES, P. D.; SILVA, C. F.; PEREIRA, M. G.; BIELUCZYK, W.; Freo, V; SILVA, E. M. R. Soil quality under agroforestry systemstraditional agriculture in the atlantic forest biome. Revista Caatinga, v. 31, p. 954-962, 2018.Apoio: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ)

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INTRODUÇÃO

O solo é o produto dos fatores de formação, sendo um deles os organismos (flora e fauna). Os organismos contribuem, entre outros processos, na ciclagem de nutrientes, favorecendo a absorção de nutrientes que se encontram nas camadas mais profundas e que posteriormente serão depositados nas camadas superficiais. Uma parte desses nutrientes, que não é utilizada pelos vegetais, pode ser translocada para horizontes e/ou camadas mais profundas. Através de análises geoestatísticas, essa variação em profundidade pode ser modelada, permitindo estimativas espaciais utilizando a dependência espacial entre os pontos coletados, podendo reduzir o número de amostras ou análises, tornando assim o processo menos oneroso. Desta forma, o objetivo desse trabalho é analisar a estrutura de dependência espacial de atributos químicos em um perfil de solo, presente em um fragmento de Mata Atlântica localizado no Município de Seropédica-RJ

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado em um perfil de solo em um fragmento florestal de 2,2 hectares localizado próximo ao Instituto de Florestas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, no município de Seropédica-RJ. A vegetação encontra-se em estágio sucessional médio e possui contínua regeneração das espécies (OLIVEIRA et al., 2018). O solo foi classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo (SANTOS et al., 2018). Foram coletadas 64 amostras de solo de forma sistemática ao longo do perfil e submetidas a análise para quantificação dos seguintes atributos: pH, Ca2+, Mg2+, Al3+, K+, Na+, P e H+Al (DONAGEMMA et al., 2011) e carbono orgânico total (COT) (YEOMANS; BREMNER, 1998).

Para os resultados foram obtidas as estatísticas descritivas e realizado teste de normalidade de Shapiro-Wilk. Em seguida, avaliou-se a continuidade espacial dos atributos químicos do solo através da análise semivariográfica e ajuste dos modelos exponencial, esférico e gaussiano, pelo método da máxima verossimilhança. Na análise geoestatística, utilizou-se o pacote GeoR (RIBEIRO JÚNIOR; DIGGLE, 2001) no software R (R CORE TEAM, 2015). Os critérios de avaliação da qualidade dos ajustes foram: o critério de informação de Akaike (AIC), o índice de dependência espacial (IDE), erro absoluto (EA), erro médio reduzido (ER) e o desvio padrão dos erros reduzidos (Ser). Na presença de dependência espacial da variável foi realizado o processo de interpolação utilizando a krigagem ordinária no software ArcGis 10.5.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentre as variáveis analisadas, o cálcio e magnésio (Ca+Mg) e a acidez potencial (H+Al) apresentaram valores de média semelhantes, sendo esses os maiores valores médios entre todas as variáveis. Entretanto, para os valores de H+Al verificou-se maior homogeneidade dos dados, com menores valores de desvio-padrão e coeficiente de variação. Os valores de pH variaram de 3,7 e 5,4, caracterizando o solo como ácido. As maiores variações foram encontradas para os teores de fósforo (P), carbono (C) e potássio (K), com valores iguais a 74,94%, 50,84% e 49,19% respectivamentee as menores para a saturação por bases (%V) com valores de H+Al de 6,60% e 10,62% respectivamente. Quanto à normalidade dos dados, somente as variáveis magnésio (Mg) e o %V não apresentaram distribuição normal pelo teste de Shapiro-Wilk com 95% de confiança. De forma geral, a maioria das variáveis apresentaram

CONTINUIDADE ESPACIAL DE ATRIBUTOS QUÍMICOS EM ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO, NUM FRAGMENTO FLORESTAL DE MATA ATLÂNTICA

Hugo de Souza Fagundes-1; Vitória Duarte Salvador da Silva-1; Otavio Augusto Queiroz dos Santos-1; Pedro Vaz da Rocha-1; Danilo Henrique dos Santos Ataíde-1; Emanuel José Gomes Araújo-1; Marcos Gervasio Pereira-11. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Palavras Chaves: geoestastística; fertilidade; argissolo.Tema: Ciências ambientais

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índice de dependência espacial classificado como moderada ou forte. O IDE pode ser classificado como fraco, com valores abaixo de 0,25, moderado entre 0,25 e 0,75, e forte com valores acima de 0,75 (CAMBARDELLA et al., 1994). Uma exceção a esse padrão foi verificada para o Mg, que para todos os modelos ajustados gerou IDE abaixo de 3,6, demonstrando uma fraca dependência espacial. Esse resultado pode ser explicado pela forma de mensuração dessa variável, que é obtida pela diferença entre a quantidade total de Ca+Mg com a de Ca. O modelo de melhor ajuste para todas as variáveis foi o esférico, onde observaram-se os melhores resultados utilizando como critério principal os menores valores de AIC. Quando a diferença entre os valores de AIC foi inferior a 2, os modelos foram considerados estatisticamente semelhantes (BURNHAM; ANDERSON, 2002). Neste caso, foram utilizados como parâmetros o EA, ER e o Ser para a seleção do modelo. Não foi possível realizar a validação cruzada do modelo gaussiano para o Mg, C e pH em água, sendo necessário selecionar um dos demais modelos restantes. Através dos mapas de interpolação das variáveis foi verificado uma alta concentração das variáveis Ca, Ca+Mg, P, H+Al, K e C até 30 cm de profundidade, corroborando com o mapa de soma de bases e a capacidade de trocas catiônicas total. Os maiores valores dessas variáveis nas camadas superficiais do perfil podem ser explicados pela deposição da serapilheira e ciclagem de nutrientes, que ocorrem de forma mais intensa na superfície do solo. Para o sódio (Na) verificou-se maior concentração nas camadas superiores e inferiores do perfil, e na parte central uma menor concentração.

CONCLUSÃO

O modelo esférico apresentou o melhor ajuste para todas as variáveis analisadas, permitindo a espacialização dos atributos edáficos do perfil com precisão e possibilitando a análise da distribuição espacial das variáveis, com exceção a esse padrão o magnésio.

REFERÊNCIAS

ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P. C.; GONÇANLVES, J. L. M.; SPAROVEK, G. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrif, v. 22, n. 6, p. 711-

728, 2014.

BURNHAM, K. P.; ANDERSON, D. R. Model ionmultimodel inference: a practical information-theoretic approach. 2 ed. New York, Springer, 2002. 515p.

CAMBARDELLA, C. A.; MOORMAN, T. B.; NOVAK, J. M.; PARKIN, T. B.; KARLEN, D. L.; TURCO, R. F.; KONOPKA, A. E. Field-Scale Variability of Soil Properties in Central Iowa Soils. Soil Science Society of America Journal, v. 58, n. 5, p. 1501, 1994.

DONAGEMA, G. K.; CAMPOS, D. V. B.; CALDERANO, S. B.; TEIXEIRA, W. G.; VIANA, J. H. M. Manual de métodos de análise de solo. 2.ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2011. 230p.

OLIVEIRA, J. M. D.; GUILHERME, S. S.; SOUZA, V. F. M.; ROCHA, P. V.; MONTE, M. A.; ARAÚJO, E. J. G. Diversidade e estrutura da vegetação arbórea em fragmento de floresta inequiânea no campus da UFRRJ. In: X Simpósio Brasileiro de Pós-Graduação em Ciências Florestais – XSIMPOS, 2018, Natal, RN. Anais ... Natal, RN, 2018.

R CORE TEAM. R: A languageenvironment for statistical computing.Vienna, Austria. R Foundation for Statistical Computing, 2015.RIBEIRO JÚNIOR, P. J.; DIGGLE, P. J. GeoR: a package for geostatistical analysis. RNEWS, v. 1, n. 2, p. 15–18, 2001.

SANTOS, H. G.; JACOMINE, P. K. T.; ANJOS, L. H. C.; OLIVEIRA, V. A.; LUMBRERAS, J. F.; COELHO, M. R.; ALMEIDA, J. A.; ARAÚJO FILHO, J. C.; OLIVEIRA, J. B.; CUNHA, T. J. F. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 5 ed. Brasília, Embrapa, 2018. 590p.

YEOMANS, J. C.; BREMNER, J. M. A rapidprecise method for routine determination of organic carbon in soil. Comm. Soil Sci. Plant Anal., v. 19, n.13, p. 1467-1476, 1988.

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INTRODUÇÃO

A preservação ambiental é uma urgência dos dias atuais, visto que o crescimento das metrópoles e o consumismo exagerado levam ao aumento dos ataques ao meio ambiente, pondo em risco as espécies (GARZONI; PELLIN, 2010). Há diversos projetos de preservação da fauna, sem os quais ocorreria um agravo na situação (BENEVIDES; FRANCO; BRAZ, 2017). A diminuição dos hábitats é a principal causa da redução da biodiversidade mundial e a Mata Atlântica, com apenas 12,4% da sua área original preservados (SOS MATA ATLÂNTICA, 2019), não é exceção. Esse bioma, um dos grandes hotspots de biodiversidade, se estende por 17 estados do Brasil (CAMPANILI; SCHAFFER, 2010). Um modo de educar a população para a preservação do ambiente é a zoologia cultural, o estudo de animais em manifestações culturais (DA-SILVA; COELHO, 2016; DA-SILVA, 2018). Este trabalho visa a contribuir para a educação ambiental através da análise de uma manifestação cultural, os adesivos de moto clubes (MC) e moto grupos (MG).

MATERIAL E MÉTODOS

Para a realização deste estudo, foram observados e fotografados 653 adesivos presentes em um estabelecimento localizado na rua principal de Penedo, Itatiaia, RJ, denominado “Casa do Chocolate”. Na localidade, há predominância da Mata atlântica, estando próxima à uma grande área de preservação da mesma, conhecido como Parque Nacional do Itatiaia. Após o registro fotográfico, os adesivos foram classificados quanto à presença de animais inteiros ou apenas parte deles, bem como se a imagem é mais estilizada ou se é mais fiel à realidade zoológica. Também foi considerado se

há referência ao animal no nome do MC ou do MG, se há destaque para a imagem, bem como qual é a classificação taxonômica e se o táxon tem ocorrência no bioma de Mata Atlântica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos 653 adesivos analisados, 34 foram eliminados por serem propagandas ou estarem deteriorados, impossibilitando a identificação. Foram encontradas 288 referências a animais em figura ou no nome, sendo 123 referenciados na denominação do MC ou MG (um deles com apenas nome e sem associação à imagem). Dos animais encontrados, 159 estavam presentes de corpo completo; 63 apresentavam apenas asas; 61 com apenas a cabeça; um com cabeça e dorso; um com cabeça e asa; e uma pegada. O uso de partes do corpo, em detrimento do animal inteiro, pode ser devido ao fato dos adesivos serem, em média, pequenos e, por isso, sem espaço para uma representação zoológica mais fidedigna. Nas representações, a grande maioria (257 figuras) encontra-se com traços estilizados, sendo apenas 29 com imagens reais ou ilustrações fiéis ao animal. Segundo Bruinelli (2009), o uso de símbolos é um método eficaz para a comunicação humana, sendo através deles possível demonstrar desejos e anseios de uma forma mais aprazível. Isso inclui suas modificações para a antropomorfização, como ocorre em diversos adesivos em que apareceram animais com corpos humanoides pilotando motocicletas. Ademais, 204 figuras estavam posicionadas em destaque, enquanto 82 eram utilizadas apenas para composição, sendo cultural que isso ocorra na representação de um ambiente para compor a cena. Foram observadas 11 classes representadas nos adesivos, sendo elas: 144 Aves (50,2%); 91 Mammalia (31,7%); 14 Reptilia (4,9%); cinco Chondrichtyes

ANIMAIS SOBRE RODAS – ANÁLISE DA PRESENÇA DE ANIMAIS EM ADESIVOS DE MOTO CLUBES E MOTO GRUPOS EM PENEDO, ITATIAIA, RJ

Vinícius de Menezes Estrela Santiago - 1; Ligia Maria Rosalino Martins - 2; Elidiomar Ribeiro Da-Silva - 3; Luci Boa Nova Coelho - 4;1 - Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, UNIRIO; [email protected] 2 - Setor de Neuropsicologia, Instituto de Psicologia, UFRJ; [email protected] 3 - Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, UNIRIO; [email protected] 4 - Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, UFRJ; [email protected]

Palavras Chaves: Biodiversidade; divulgação científica; zoologia cultural.Tema: Zoologia

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(1,7%); quatro Insecta (1,4%); três Pisces (1%); três Amphibia (1%); três Arachnida (1%); dois Molusca (0,7%); um Crustacea (0,3%); 1 Myriapoda (0,3%); foram observados também 16 animais mitológicos (5,6%). Entretanto, retirando as figuras que apresentaram apenas asas, por ser difícil diferenciar a ave a quem pertencem, o número de aves é reduzido para 83, resultando nos mamíferos como a classe com mais representações. A grande presença de asas pode estar ligada à simbologia de proteção e liberdade. Isso justifica o fato das águias, com 47 aparições, terem sido os animais mais representados, seguidos pelo bode, com 19 aparições, pelo cão, com 14, e pelo lobo, com 11. A maior representatividade de certos animais pode se dar por, além de cativantes, serem usualmente associados a atributos de liberdade, agressividade e proteção, o que representaria o estilo de vida almejado por boa parte dos motociclistas de estrada. Excluindo-se os seres mitológicos e as asas não identificadas, do total de animais, 63 ocorrem na Mata Atlântica, enquanto que 149 não ocorrem nesse bioma. Dentre aqueles, estão representados a onça-pintada, o lobo-guará, o muriqui, a harpia e a preguiça, que estão ameaçados de extinção, de acordo com a IUCN (2019). O uso da representação desses animais da forma como MC e MG utilizaram está dentro do escopo da zoologia cultural, e pode colaborar para a popularização da Ciência, e logo, para a preservação da biodiversidade (CODÁ; TRINDADE; DA-SILVA et al., 2018).

CONCLUSÃO

O presente estudo pode ajudar na educação ambiental e na preservação dos animais, considerando que os adesivos facilitam a comunicação com a população por serem um atrativo visual e cultural. A divulgação nos MC/MG pode levar ao aumento da utilização de animais em extinção e ajudar na causa preservacionista. A visibilidade dos adesivos, comumente expostos em restaurantes de estradas, é uma interessante aliada à divulgação científica.

REFERÊNCIAS

BENEVIDES, F. C. M.; FRANCO, J. L. A.; BRAZ, V. S. História dos projetos de conservação de espécies da fauna no Brasil. História Revista, Goiânia, v. 22, n. 2, p. 83-106, 2017.

BRUINELLI, T. O. Simbologia animal: a pomba e o corvo nos bestiários medievais. Aedos, Porto Alegre, v. 2, n. 2, p. 230-239, 2009.

CAMPANILI, M. & SCHAFFER, W. B. Mata Atlântica, patrimônio nacional dos brasileiros. Brasília: MMA, 2010.

CODÁ, V.; TRINDADE, D. P.; DA-SILVA, E. R.; COELHO, L. B. N. A fauna brasileira presente em adesivos de grupos de motociclistas no munícipio de Piraí, RJ. In: MÔNICO, A. T.; FREITAS, J.; LOPES, L. N. R. M. M.; CIPRIANO, R. S. & BETZEL, R. L. (Org.). Anais do VII Simpósio sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica (SIMBIOMA): conservação e uso sustentável da Mata Atlântica. Santa Teresa: INMA, 2018. p. 483-488.

DA-SILVA, E. R. Retrospectiva 2018: o ano de consolidação da Biologia Cultural – e jamais isso foi tão necessário. A Bruxa, Rio de Janeiro, v. 2, n. 6, p. 1-8, 2018.

DA-SILVA, E. R.; COELHO, L. B. N. Zoologia Cultural, com ênfase na presença de personagens inspirados em artrópodes na cultura pop. In: DA-SILVA, E. R.; PASSOS, M. I. S.; AGUIAR, V. M.; LESSA, C. S. S.; COELHO, L. B. N. (Org.). Anais do III Simpósio de Entomologia do Rio de Janeiro (EntomoRio). Rio de Janeiro: UNIRIO, 2016. p. 24-34.

IUNC. IUCN, International Union for Conservation of Nature. Disponível em: < https://www.iucn.org>. Acesso em: 22 jun. 2019.

GARZONI, E. C. & PELLLIN A. A educação ambiental como ferramenta de mobilização social no processo de implementação do Corredor de Biodiversidade Miranda - Serra da Bodoquena (Mato Grosso do Sul, Brasil). INGEPRO – Inovação, Gestão e Produção, Ponta Grossa, v. 2, n. 6, p. 69-81, 2010.

SOS MATA ATLÂNTICA. Mata Atlântica. Disponível em <https://www.sosma.org.br/nossas-causas/mata-atlantica>. Acesso em 22 jun. 2019.

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INTRODUÇÃO

Desde a década de 1970 temos observado no cenário internacional a crescente busca por atividades alternativas, que fujam do tradicional, procurando novos caminhos que propiciem melhores níveis de conscientização e percepção da comunidade escolar na perspectiva da conscientização ambiental. A interdisciplinaridade, aliada a novas metodologias voltadas para a educação e conservação ambiental, apresentaram-se como ferramenta eficaz de conscientização. Desse modo, dentro da área da Geografia, tem-se a percepção, a valoração e a interpretação da paisagem como alicerce eficaz nessa sensibilização, de forma construtiva e interdisciplinar (LIMA-GUIMARÃES, 2010). O trabalho em tela é o relato de uma experiência com alunos do Ensino Médio Integral, no Parque Arqueológico e Ambiental São João Marcos, onde, através de observações os alunos foram protagonistas na construção dos valores necessários para uma nova visão do ambiente e da necessidade de preservação.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido com 51alunos das turmas 1002 e 1002, 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Dr. João Nery, de Mendes-RJ, participantes de uma excursão ao Parque Arqueológico e Ambiental São João Marcos na cidade de Rio Claro, Vale do Paraíba Fluminense, onde esses alunos, além de uma caminhada pela antiga estrada imperial realizaram um passeio pelas ruínas da antiga cidade de São João Marcos, visitaram em pequeno museu no Centro de Memória e receberam ainda informações acerca das formas alternativas de produção de energia elétrica e de economia, tendo em vista que hoje o

Parque é administrado pela Light S.A. Cada aluno recebeu, após a excursão, um questionário com dez perguntas e um espaço para manifestar suas percepções com suas palavras. As questões 1, 2 e 5 foram utilizadas para avaliarmos a percepção dos alunos acerca da fragmentação das áreas florestadas, realidade da Mata Atlântica nessa região; As questões 3 e 4 estão relacionadas à percepção de características relacionadas ao Bioma Mata Atlântica; A questão 7 relaciona-se com a percepção da biodiversidade; As questões 6 e8 relacionam-se à percepção da ação antrópica direta nestes ambientes; A questão 9 avalia a percepção interdisciplinar entre os assuntos abordados e, a questão 10 inquire o aluno de sua percepção quanto a possibilidade desses assuntos terem contribuído para sua vida escolar e social. Após, um espaço para que o aluno pudesse se manifestar livremente acerca de suas percepções.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Todos os alunos observaram aspectos da fragmentação florestal e, destes, a quase totalidade, 91%, ressaltaram integralmente a fragmentação florestal por ação antrópica como pastagens e construções urbanas. Todos os alunos perceberam características relacionadas ao Bioma Mata Atlântica e notaram o aumento da biodiversidade nas áreas mais florestadas, assim como a presença ou ausência direta de ação antrópica, como automóveis, ruídos urbanos, lixo, e sua interferência no meio. Por fim, através das explanações acerca da História narrada sobre a construção do Parque Arqueológico, os alunos conseguiram observar a relação existente entre as ações humanas ao longo do tempo e a construção da paisagem. Ainda assim, assinalamos que essa aula consolidou diversos temas trabalhados em disciplinas como a Geografia, Biologia, Física

MATA ATLÂNTICA: UMA INTERPRETAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM UM FRAGMENTO FLORESTAL NA REGIÃO SUL FLUMINENSE, POR ALUNOS DO

ENSINO MÉDIO DA REDE ESTADUAL DE ENSINO

Fábio Moreira Quintão; Guilherme Pinheiro FurusawaSEEDUC/RJ

Palavras Chaves: Geografia; Mata Atlântica; Ensino Médio.Tema: Educação

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e História, de forma interessante e dinâmica, fugindo ao convencional. Algo semelhante já havia sido assinalado por Mattos & Camelo (2014), que ainda concluíramafirmando que a geografia no ensino básico tem o papel de fazer com que o aluno consigadesenvolver a capacidade de observar, analisar e interpretar as transformações sofridasna paisagem e nas sociedades e dessa forma, fazer com que o educandocompreenda que a atividade humana é um dos componentes de estruturação dapaisagem.Da mesma forma, com basenas observações de Peres & Azevedo (2014), temos que o uso da paisagem é um instrumento de apoio para os estudos dentro e fora de sala de aula, sobre asatividades humanas e seus impactos no ambiente, contribuindo exponencialmente paraa aplicação e o ensino da Educação Ambiental nas escolas. E finalmente, observamos nesse trabalho o compromisso com o pensamento crítico inspirado por Paulo Freire observado na narrativa de Demmer & Pereira (2011), onde afirmam que, se a escola sempre esteve presente de forma a atender necessidades econômicas e sociaisde sua época, no presente requer uma atenção maior: a humanização, ou seja, trabalhar com as emoções, dando valor ao sujeito, seu conhecimento, sua tradição, sua cultura, enxergando no outro não somente mais um, mas um ser único e especial, com pensamento próprio, advindo de uma bagagem construída através de uma trajetória. Portanto, percebemos que é dentro da escola (e além desses muros) que boa parte da formação do sujeito se constrói e, por assim dizer, a função da educação é primordial para que se possa impulsionar o educando a uma prática cidadã mais consciente e convicta da necessidade de começarmos a avançar da teoria para a ação, para que possamos viver de forma harmoniosa e conjunta ao meio-ambiente. O trabalho em tela foi um ensaio para a proposta de uma escola que vá além de seus muros.

CONCLUSÃO

Conclui-se que o momento de transição pelo qual a humanidade passa traduz uma crescente necessidade de atualização de conhecimento, com novas maneiras de se explorar os assuntos acadêmicos. Por se encontrar em estágio inicial, o trabalho ainda não apresenta algum resultado concreto, caracterizando-se como uma proposta a ser implantada no ensino básico. Porém, pode-

se mencionar aqui os resultados preliminares. A pesquisa de cunho qualitativa com aspectos quantitativos serviu de apoio para entender as percepções dos alunos de escola pública em diferentes aspectos de estudo, seja natural, social e ambiental e a importância de visitas em parques como espaço fora dos muros escolares e sua contribuição de construção de conhecimento.

REFERÊNCIAS

DEMMER, B. C.; PEREIRA, Y.C.C. Educação ambiental e estudo da paisagem: a percepção para a responsabilidade socioambiental. Olhar de professor, Ponta Grossa, 14(2):255-272, 2011.

LIMA-GUIMARÃES, S.T. Trilhas Interpretativas e Vivências na Natureza: aspectos relacionados à percepção e interpretação da paisagem. Caderno de Geografia, 20(33):8-19, 2010.

MATTOS, B. S. de; CAMELO, T.R. O ensino de Educação Ambiental dentro da Geografia como ferramenta parafacilitar a assimilação dos conteúdos geográficos e capacitar os educandos noprocesso de identificação de áreas de suscetibilidade ambiental. In: VI Congresso Brasileiro de Geógrafos, 2014, Vitória ES.Anais do VII CBG, 2014.

PERES, W.M.T.; AZEVEDO, R.C.G. As implicações da paisagem no auxílio da EducaçãoAmbiental. In: VI Congresso Brasileiro de Geógrafos, 2014, Vitória ES. Anais do VII CBG, 2014.

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INTRODUÇÃO

Popularmente conhecidos como cigarrinhas, os Auchenorrhyncha correspondem a um grande grupo de insetos de importância para a agricultura, seja pela retirada direta de seiva de plantas de significância econômica, seja por indiretamente trazerem danos às plantações pela transmissão de patógenos (FREYTAG; SHARKEY, 2002). Cicadellidae é a família de maior destaque, com cerca de 22.000 espécies descritas, o que estabelece o grupo como o maior da ordem Hemiptera (KNIGHT; WEBB, 1993). Na Região Neotropical, há cerca de 5.000 espécies descritas e muitas ainda por descrever (NIELSON; KNIGHT, 2000). O presente trabalho tem como objetivo reportar os táxons de Auchenorrhyncha ocorrentes em um remanescente de mata à borda de uma estrada no município de Resende, sul do Estado do Rio de Janeiro. Destaca-se que, das cerca de 350 espécies de Cicadellidae reportadas para o Estado do Rio de Janeiro, apenas 15 foram registradas para o município de Resende (MEJDALANI; COELHO; GONÇALVES et al., 2009).

MATERIAL E MÉTODOS

Coletas mensais foram realizadas entre outubro de 2016 e junho de 2017, no início de cada mês, em um remanescente de mata à borda da rodovia RJ-151, que liga os distritos de Falcão (no município de Quatis) e Vila da Fumaça (município de Resende), sul do Estado do Rio de Janeiro, totalizando nove coletas ao fim do estudo. O sítio de coletas (22,285 S; 44,275 W) é uma pequena mancha florestada residual na margem da estrada (não asfaltada), que apresenta elementos de Mata Atlântica secundária, capoeirões e gramíneas. A mancha de vegetação está localizada à beira de uma encosta, com um rio em seu lado oposto (DA-SILVA; COELHO; TRINDADE, 2017). A Vila da Fumaça foi assim nomeada em 1983 por conta da cachoeira existente no local (a maior do Estado do Rio de Janeiro, localizada dentro da área de proteção da Serra da Mantiqueira). Em cada coleta, três coletores, utilizando um aspirador manual cada, percorreram a área de estudo determinada por um período de 15

minutos, durante os quais foram coletados todos os espécimes de cigarrinhas visualmente detectáveis na vegetação. Os indivíduos coletados foram então triados e classificados taxonomicamente ao menor nível possível (espécie ou gênero, na maioria dos casos). Os exemplares, acondicionados em envelopes entomológicos, encontram-se depositados no Laboratório de Entomologia Urbana e Cultural, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (SANTOS, 2017).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao fim dos 9 meses de coletas, foram coletados 233 indivíduos, sendo esses pertencentes a 33 gêneros e 39 espécies (31 de Cicadellidae). Dentre as espécies coletadas (novos registros para o município de Resende marcados com um asterisco, novos registros para o Estado do Rio de Janeiro marcados com dois asteriscos), Sibovia sagata*, Versigonalia ruficauda, Diedrocephala bimaculata*, Scopogonalia subolivacea*, Macugonalia leucomelas* (Cicadellidae: Cicadellinae) e Agallia sp.1 (Agalliinae) foram consideradas constantes, enquanto a única espécie considerada acessória foi Amblyscartidia albofasciata* (Cicadellinae). Todas as demais foram classificadas como espécies acidentais: Caragonalia tarsalis*, Macugonalia cavifrons*, Fonsecaiulus flavovittata*, Tylozygus geometricus*, Coronigoniella osborni*, Hortensia similis*, Erythrogonia hertha* (Cicadellinae), Menosoma taeniata*, Copididonus hyalinipennis*, Osbornellus sp., Balclutha sp. (Deltocephalinae), Agallia cucata*, Agallia sp.2, Agallia sp.3, Agalliopsis sp. (Agalliinae), Xestocephalus sp. (Xestocephalinae), Reticana sp. (Gyponinae), Parallaxis vacillans**, Parallaxis sp., Empoasca sp, Typhlocybella sp., Joruma sp. 1, Joruma sp. 2, Rhabdotalebra octolineata** (Typhlocybinae), Neoperkinsiella testacea (Delphacidae), Cedusa sp. (Derbidae) e as espécies de Mambracidae, Achilidae e Dyctiopharidae. Conforme pode ser observado, a maior parte dos táxons registrados pertence à subfamília Cicadellinae. Isso não é resultado de uma

INVENTÁRIO PRELIMINAR DOS AUCHENORRHYNCHA (INSECTA: HEMIPTERA) OCORRENTES EM UM FRAGMENTO DE MATA NO DISTRITO DE VILA DA

FUMAÇA, RESENDE, ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Elidiomar Ribeiro Da-Silva - 1; Luci Boa Nova Coelho - 2 1. UNIRIO, Departamento de Zoologia, [email protected]; 2. UFRJ, Departamento de Zoologia, [email protected]

Palavras Chaves: Biodiversidade; Cigarrinhas; Levantamento entomofaunístico.Tema: Zoologia

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diversidade distintamente maior dos Cicadellinae, mas no fato dessa subfamília incluir as cigarrinhas de maior tamanho (MEJDALANI, 1998) e, frequentemente, com padrões vistosos e contrastantes de coloração (cf. WILSON; TURNER, 2007; MEJDALANI; COELHO; GONÇALVES et al., 2009), o que os torna mais encontradiços. Por outro lado, dentre os Typhlocybinae são encontradas as cigarrinhas de menor porte (DIETRICH, 2005; COELHO, 2006), dificultando a sua localização visual. Por sinal, os dois novos registros ao nível estadual, detectados pelo presente trabalho, se referem exatamente a essa última subfamília, denotando a necessidade de procedimentos de inventário centrados no grupo. O único exemplar de Delphacidae obtido nos procedimentos de inventário do presente trabalho, uma fêmea de N. testacea, representou o primeiro registro formal do gênero Neoperkinsiella para o Brasil (DA-SILVA; COELHO; TRINDADE, 2017).

CONCLUSÃO

Com base nos resultados do presente inventário, o número de espécies de Cicadellidae registradas para o município de Resende mais que dobrou, sendo agora de 32. Isso faz com que Resende esteja entre os municípios fluminenses mais especiosos no que se refere aos Cicadellidae (cf. MEJDALANI; COELHO; GONÇALVES et al., 2009). A diversidade de gêneros e espécies observada na Vila da Fumaça pode ser comparada à de outras localidades do Estado do Rio de Janeiro.

REFERÊNCIAS

COELHO, L. B. N. Typhlocybinae (Hemiptera: Cicadellidae) ocorrentes na Mata do Paraíso, Viçosa, Minas Gerais, Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ, 2006.

DA-SILVA, E. R.; COELHO, L. B. N.; TRINDADE, D. P. Primeiro registro de Neoperkinsiella Muir, 1926 no Estado do Rio de Janeiro: descrição da fêmea de N. testacea (Fowler, 1905) (Insecta: Hemiptera: Delphacidae). In: MÔNICO, A. T.; FREITAS, J.; LOPES, M. M.; CIPRIANO, R. S.; BETZEL, R. L.; VOLPI, T. A.; KLOSS, T. G. & SOARES, T. S. (Org.). Anais do VI Simpósio sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica (SIMBIOMA), “Lacunas de Conhecimento em um Bioma Megadiverso e Ameaçado”. Santa Teresa: INMA, 2017. p. 343-347.

DIETRICH, C. H. Keys to the families of Cicadomorphasubfamiliestribes of Cicadellidae (Hemiptera: Auchenorrhyncha). Florida Entomologist, Lutz, v. 88, p. 502-517, 2005.

FREYTAG, P. H.; SHARKEY, M. J. A preliminary list of the leafhoppers (Homoptera: Cicadellidae) of Colombia. Biota Colombiana, Bogotá, v. 3, n. 2, p. 235-283, 2002.

KNIGHT, W. J.; WEBB, M. D. The phylogenetic relationships between virus vectorother genera of macrosteline leafhoppers, including descriptions of new taxa (Homoptera: Cicadellidae: Deltocephalinae). Systematic Entomology, Oxford, v. 18, p. 11-55, 1993.

MEJDALANI, G. Morfologia externa dos Cicadellinae (Homoptera, Cicadellidae): comparação entre Versigonalia ruficauda (Walker) (Cicadellini) e Tretogonia cribrata Melichar (Proconiini), com notas sobre outras espécies e análise da terminologia. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 15, p. 451-544, 1998.

MEJDALANI, G.; COELHO, L. B. N.; GONÇALVES, A. C.; CARVALHO, R. A.; RODRIGUES, L. G. N.; COSTA, L. A. A.; FELIX, M. & DA-SILVA, E. R. Espécies de cigarrinhas (Hemiptera, Membracoidea, Cicadellidae) registradas no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v. 67, n. 3-4, p. 155-171, 2009.

NIELSON, M. W.; KNIGHT, W. J. Distributional patternspossible origin of leafhoppers (Homoptera, Cicadellidae). Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 17, p. 81-156, 2000.

SANTOS, V. G. P. Aspectos da biologia populacional das cigarrinhas (Hemiptera: Cicadellidae) ocorrentes em fragmento de mata no distrito de Fumaça, Resende, RJ. Rio de Janeiro: UNIRIO, 2017.

WILSON, M. R.; TURNER, J. A. Progress in the study of sharpshooter leafhoppers (Hemiptera: Auchenorrhyncha: Cicadellidae) over 150 years: monographs, museumsindividuals. Tijdschrift voor Entomologie, Amsterdam, v. 150, p. 289-303, 2007.

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INTRODUÇÃO

O Instituto Federal do Rio de Janeiro campus Engenheiro Paulo de Frontin (IFRJ CEPF) localiza-se no distrito de Sacra Família do Tinguá, a qual possui 54,6% de Mata Atlântica em seu entorno (SIMÕES, 2013). Diversas plantas nativas do Brasil estão relacionadas à história e desenvolvimento econômico e social do país. Além das plantas nativas, muitas espécies presentes na flora brasileira são exóticas, as quais foram trazidas das mais variadas regiões do mundo representando papéis religiosos, políticos, sociais, econômicos e culturais (LORENZI, 1992, 2003). O uso das plantas é uma constante para as diversas culturas afro-indígenas e está presente em vários itan, owé (provérbios iorubas) e ensinamentos (VERGER, 1995). O trabalho tem como objetivo identificar plantas nativas e exóticas presentes na faixada do IFRJ CEPF e compartilhar informações biológicas, culturais e históricas sobre seus usos medicinais, religiosos, ornamentais e alimentícios.

MATERIAL E MÉTODOS

Para identificação biológica das plantas foram utilizados os critérios morfológicos e taxonômicos observados e chaves-de-identificação específicas. As identificações biológicas ocorreram entre novembro de 2017 e maio de 2019. Foi realizada revisão de literatura baseada nos resultados encontrados no Google Acadêmico, Scielo e Pubmed. As entrevistas com a comunidade local e descendentes de povos escravizados e indígenas estão sendo realizadas utilizando a metodologia da História Oral, com roteiro semi-aberto. As informações coletadas serão divulgadas através de placas de identificação fixadas no campus e por um site. O site está sendo criado com a

utilização dos softwares Adobe XD e Adobe Dreamweaver. Os layouts estão sendo produzidos com a utilização dos softwares Adobe Photoshop, Adobe Illustrator e ClipStudio Paint.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A proposta de identificação de plantas presentes no IFRJ CEPF busca pesquisar e compartilhar o conhecimento sobre as mesmas através de sua catalogação biológica e revisão de literatura, e resgatar e reconhecer a Memória Social. Compartilhar os conhecimentos acerca da biodiversidade presente em nossa região é uma importante ferramenta para o desenvolvimento de uma consciência socioambiental e conservação da Mata Atlântica. Foram identificados 172 indivíduos presentes no campus, totalizando 39 espécies. Das 39 espécies identificadas, apenas 7 são nativas e 32 são exóticas. No Rio de Janeiro, cerca de 80% das plantas utilizadas para fins religiosos e medicinais são provenientes da Mata Atlântica (AZEVEDO; SILVA, 2006). Dentre as espécies identificadas no campus, 11 são utilizadas para fins religiosos, 13 têm fins alimentícios, 21 apresentam propriedades medicinais e 31 são ornamentais. Dentre as espécies exóticas, Rosa spp (rosa) é a mais abundante, com 22 exemplares. Seu principal uso no IFRJ CEPF é ornamental. A família Rosaceae agrupa 95 gêneros, sendo que o gênero Rosa apresenta em torno de 150 espécies de alta complexidade taxonômica devido à hibridizações, poliploidia e apomixia (BARBIERI; STUMPF, 2005). Análises moleculares indicam que as rosas devam existir há cerca de 200 milhões de anos, sendo provável que tenham sido cultivadas pela primeira vez na China, durante a Dinastia Shen Nung, entre 2.737 e 2.697 a.C (BARBIERI; STUMPF, 2005). As rosas foram trazidas para o Brasil entre 1560-

ESPÉCIMES BOTÂNICOS NATIVOS E EXÓTICOS PRESENTES NO INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CAMPUS ENGENHEIRO PAULO DE FRONTIN

Vanessa Jacob Victorino - 1; Nathan de Freitas Alves - 2; Isabella Trindade Menezes -31- Professora de Biologia, IFRJ campus Engenheiro Paulo de Frontin. Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: [email protected]; 2- Bolsista PIBITI, Graduando em Jogos Digitais, IFRJ campus Engenheiro Paulo de Frontin. Rio de Janeiro, Brasil; 3- Professora de História, IFRJ campus Engenheiro Paulo de Frontin. Rio de Janeiro, Brasil.

Palavras Chaves: Plantas; Etnossaberes; Educação Ambiental.Tema: Educação

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1570, pelos jesuítas. Além do uso ornamental, as rosas são utilizadas para perfumar ambientes, para extração de óleos e estão relacionadas à diversos mitos (BARBIERI; STUMPF, 2005). Dentre as espécies nativas, Psidium guajava (LORENZI, 1992) é a mais abundante, com 7 indivíduos. A goiabeira é uma árvore nativa frutífera, pertencente à família Myrtaceae, que foi amplamente utilizada no Peru no período pré-colombiano (MORAIS-BRAGA et al., 2016). É uma planta medicinal e de uso tradicional e científico no tratamento de diarreia, infecções e acne, e apresenta ação contra doenças parasitárias e metabólicas, tosse, tem efeito antioxidante e antitumoral, hipotensivo e cardioprotetor, anti-hiperglicemico, anti-inflamatório e analgésico, e é utilizada no tratamento de feridas (DASWANI et al., 2008). Os frutos são amplamente utilizados pela indústria alimentícia para fabricação de geleias, sucos, compotas, doces, licores, etc (BÄRTELS et al., 2007). Uma entrevista realizada com um membro da comunidade local e descendente de pessoas escravizadas está em fase de edição e análise. Durante a entrevista foi possível identificar uma resistência nas falas do entrevistado em relacionar o etnossaber à sua ancestralidade e religiosidade, mostrando que sua fala é marcada pela eurocentricidade das práticas escolares. O site para divulgação das informações está em fase de criação e sendo alimentado com textos, imagens e entrevistas sobre as plantas presentes no IFRJ CEPF.

CONCLUSÃO

A partir da identificação das plantas presentes no IFRJ CEPF constata-se predominância de plantas exóticas, com função ornamental. Destaca-se a importância do planejamento para priorizar o plantio de árvores nativas para preservação e conservação do patrimônio cultural e ambiental, e a importância de se resgatar da memória social da comunidade os conhecimentos tradicionais sobre como as plantas são usadas como recursos, afim de compartilhar e gerar novas formas de conhecimentos.

REFERÊNCIAS

BARBIERI, Rosa Lia; STUMPF, Elisabeth Regina Tempel. Origem, evolução e história das rosas cultivadas. Pelotas, RS: Revista Brasileira de

Agrociência, v. 11, n. 3, p. 267-271, 2005.BÄRTELS, Andreas; DA VEIGA SOARES, Cecília Beatriz; BRITO, Antonio Luiz Vieira Toscano. Guia de plantas tropicais: plantas ornamentais, plantas úteis, frutos exóticos. Rio de Janeiro, RJ: Lexikon, 2007. 384p.

DASWANI, Poonam G.; GHOLKAR, Manasi S.; BIRDI, Tannaz J. Psidium guajava: A single plant for multiple health problems of rural Indian population. [S.I]: Pharmacognosy reviews, v. 11, n. 22, p. 167, 2017.

DE AZEVEDO, Sheila Karla Santos; SILVA, Inês Machline. Plantas medicinais e de uso religioso comercializadas em mercados e feiras livres no Rio de Janeiro, RJ, Brasil. [S.I]: Acta Bot Bras, v. 20, n. 1, p. 185-94, 2006.

GUTIÉRREZ, Rosa Martha Pérez; MITCHELL, Sylvia; SOLIS, Rosario Vargas. Psidium guajava: a review of its traditional uses, phytochemistrypharmacology. [S.I]: Journal of ethnopharmacology, v. 117, n. 1, p. 1-27, 2008.

LORENZI, Harri. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa, SP: Editora Plantarum. 1992. 352p.

LORENZI, Harri. Árvores exóticas no Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum. 2003. 368p.

MORAIS-BRAGA, Maria Flaviana B. et al. Psidium guajava L., from ethnobiology to scientific evaluation: Elucidating bioactivity against pathogenic microorganisms. [S.I]: Journal of ethnopharmacology, v. 194, p. 1140-1152, 2016.

SIMÕES, Flávio (dir.). Plano Regional de Saneamento com Base Municipalizada. Engenheiro Paulo De Frontin–RJ. Caracterização do Município Projeto Aplicado de Comunicação e Mobilização Social. Taubaté, SP: 2013. 92p.

VERGER, Pierre F. Ewé – o uso das plantas na Sociedade Ioruba. Pedra de Guaratiba, RJ: Companhia das Letras. 1995. 143p.

Apoio: IFRJ; CNPq.

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INTRODUÇÃO

Os Cicadellidae (Hemiptera: Auchenorrhyncha), comumente conhecidos como cigarrinhas, formam um grupo cosmopolita, de elevada abundância de indivíduos e riqueza específica, estando entre as 10 famílias mais numerosas de insetos, com cerca de 22.000 espécies descritas (BALME, 2007). Estima-se que, quando toda a fauna de Cicadellidae for conhecida, o número total de espécies possa superar 200.000 (MEJDALANI; COELHO; GONÇALVES et al., 2009). As cigarrinhas da subfamília Typhlocybinae são pequenas (2 a 4 mm) e delicadas, podendo ocorrer em árvores, arbustos, herbáceas e gramíneas. Várias espécies estão envolvidas na transmissão de patógenos a diferentes cultivos vegetais. Visando o conhecimento das cigarrinhas ocorrentes em áreas urbanas do Estado do Rio de Janeiro, coletas realizadas no perímetro urbano de um distrito de Itatiaia, sul do Estado do Rio de Janeiro, possibilitaram o inventário das espécies de Typhlocybinae.

MATERIAL E MÉTODOS

Os exemplares estudados são procedentes de Penedo, um distrito do município fluminense de Itatiaia com destacada frequência turística. Realizadas em 2015, as amostragens consistiram no recolhimento manual das cigarrinhas já mortas, aprisionadas em lustres com lâmpadas fluorescentes de uma galeria de lojas, de um restaurante e de um hotel, todos na área urbana da localidade. O esforço de coleta foi quinzenal, visando minimizar os danos morfológicos por ressecamento e quebra. Posteriormente à triagem do material, em laboratório e com auxílio de microscópios estereoscópicos, os exemplares foram preparados para a identificação, onde

as características da genitália de machos são de grande importância. Para tal, o abdome dos indivíduos foi retirado e imerso em hidróxido de potássio a 10%, pré-aquecido. Uma vez que as estruturas estivessem clarificadas, as peças internas da genitália foram retiradas e, com auxílio de microscópio óptico, analisadas (COELHO; DA-SILVA; FERREIRA, 2016). A partir das identificações obtidas e de fotografias de exemplares representantes de cada espécie, foi formado um banco de dados para a região. Os exemplares obtidos estão depositados na Coleção Entomológica José Alfredo Pinheiro Dutra, da UFRJ.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentre os Cicadellidae, Typhlocybinae é uma das subfamílias de maior diversidade específica. Porém, seu pequeno porte e o fato dos exemplares serem, via de regra, muito ativos, contribuem para que o grupo seja negligenciado na maior parte dos inventários entomofaunísticos. No presente trabalho, após 1 ano de coleta, foram contabilizados quatro tribos, 10 gêneros e 24 espécies, a saber (novos registros para o Estado do Rio de Janeiro com um asterisco): Alconeura sp. 1, Alconeura sp. 2, Alconeura sp. 3, Kunzeana sp., Parallaxis vacillans*, P. respersa*, Typhlocybella mínima* (Dikraneurini), Empoasca sp. 1, Empoasca sp. 2, Empoasca sp. 3, Empoasca sp. 4, Empoasca sp. 5, Empoasca sp. 6 (Empoascini), Joruma sp. 1, Joruma sp. 2, Joruma sp. 3 (Jorumini), Albera picea*, Omegalebra sp., Protalebrella brasiliensis, P. quarta*, Rhabdotalebra flava*, R. hambletoni*, R. litoralensis* e R. octolineata* (Alebrini). Todos esses táxons são, pela primeira vez, registrados para Itatiaia. O estudo de Coelho (2006), realizado com base em exemplares de Typhlocybinae igualmente obtidos devido à

BIODIVERSIDADE DE TYPHLOCYBINAE (INSECTA: HEMIPTERA: CICADELLIDAE) NO DISTRITO DE PENEDO, ITATIAIA, RJ, COM BASE NO

RECOLHIMENTO DE EXEMPLARES ATRAÍDOS POR ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL

Luci Boa Nova Coelho - 1; Elidiomar Ribeiro Da-Silva - 21. UFRJ, Departamento de Zoologia; [email protected]; 2. UNIRIO, Departamento de Zoologia; [email protected]

Palavras Chaves: Auchenorrhyncha; cigarrinhas; inventário entomofaunístico.Tema: Zoologia

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atratividade luminosa (só que com armadilhas do tipo Luiz de Queiroz e não em deposição em lustres), se deu em uma pequena área de Mata Atlântica na Zona da Mata do Estado de Minas Gerais (uma reserva de menos de 200 hectares), revelando uma diversidade algo maior (36 espécies). Apesar do uso da atratibilidade luminosa apresentar bons resultados (cf. COELHO, 2006; GONÇALVES, 2006), o acréscimo de outras técnicas de coleta, como aspiradores manuais e armadilhas Malaise (LARA; PERIOTO; FREITAS, 2007) deve resultar no aumento da diversidade de espécies obtidas. Mas, ressalve-se, por seu pequeno porte em relação aos demais Cicadellidae, a biodiversidade de Typhlocybinae tende a ser subestimada quando se usam métodos de coleta não atrativos. Dados sistematizados acerca da distribuição dos Cicadellidae no Estado do Rio de Janeiro (MEJDALANI; COELHO; GONÇALVES et al., 2009) indicam que até mesmo municípios com maior quantitativo de amostragens e coletas, têm poucos registros de Typhlocybinae (no caso de Itatiaia, até este trabalho nenhuma espécie do grupo havia sido registrada). Com os dados do presente trabalho, além de pela primeira vez registrar-se a ocorrência da subfamília em território itatiaiense, são acrescidas nove novas ocorrências no Estado do Rio de Janeiro.

CONCLUSÃO

O aprisionamento em lustres danifica morfologicamente alguns exemplares e os torna inviáveis à identificação. Porém, levando-se em conta a dificuldade de se enxergar insetos de porte diminuto, os métodos de atração são os mais adequados a inventários da fauna de Typhocybinae. Destaca-se ainda que, além do número expressivo de táxons obtidos, com mínimo esforço de coleta, um material biológico que certamente seria descartado passou a ser aproveitado para gerar conhecimento.

REFERÊNCIAS

BALME, G. R, PhylogenySystematics of the Leafhopper Subfamily Typhlocybinae (Insecta: Hemiptera: Cicadellidae). Raleigh: North Carolina State University, 2007.

COELHO, L. B. N. Typhlocybinae (Hemiptera:

Cicadellidae) ocorrentes na Mata do Paraíso, Viçosa, Minas Gerais, Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ, 2006.

COELHO, L. B. N.; DA-SILVA, E. R. & FERREIRA, P. S. F. Two new species of genus Joruma McAtee (Hemiptera: Cicadellidae: Typhlocybinae) from Viçosa, Minas Gerais State, Brazil. Zootaxa, Auckland, v. 4162, n. 2, p. 304–312, 2016.

GONÇALVES, A. C. Contribuição ao conhecimento taxonômico dos gêneros Agalliota Oman, 1936, Agalliopsis Kirkaldy, 1907 e Agallia Curtis, 1833 do Sudeste do Brasil (Insecta: Hemiptera: Cicadellidae: Agalliinae). Rio de Janeiro: UFRJ, 2006.

LARA, R. I. R.; PERIOTO, N. W.; FREITAS, S. Amostragem de cigarrinhas (Hemiptera, Cicadellidae) através de armadilhas de Moericke em cafeeiro arábica. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 74, p. 239-244, 2007.

MEJDALANI, G.; COELHO, L. B. N.; GONÇALVES, A. C.; CARVALHO, R. A.; RODRIGUES, L. G. N.; COSTA, L. A. A.; FELIX, M. & DA-SILVA, E. R. Espécies de cigarrinhas (Hemiptera, Membracoidea, Cicadellidae) registradas no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v. 67, n. 3-4, p. 155-171, 2009.

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INTRODUÇÃO

O município de Engenheiro Paulo de Frontin, estado do Rio de Janeiro, foi historicamente alvo de estudos herpetológicos que resultaram na descrição de novas espécies de anfíbios. O sapo-pulga, Brachycephalus didactylus (Izecksohn, 1971), classificado como terceiro menor vertebrado do mundo (Rittmeyer et al., 2012), e o sapo-pingo-de-ouro, Brachycephalus margaritatus (Pombal & Izecksohn, 2011), são anfíbios de hábitos diurnos descritos a partir de material coletado na região. Ambos possuem hábitos associados a microambientes úmidos no chão das florestas, onde reproduzem-se por desenvolvimento direto, sem passar pelo estágio de larva aquática, comum à maioria dos anuros (Pombal et al., 1994). Devido ao alto grau de especificidade de habitat, pequeno tamanho, e no geral pequena área de distribuição, são consideradas espécies sensíveis a alterações ambientais. Pretende-se neste estudo avaliar a ocorrência atual dessas espécies na região e o status de conservação de suas populações.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram realizadas buscas durante os dias 28 de janeiro a 02 de fevereiro de 2019 nos municípios de Engenheiro Paulo de Frontin e Petrópolis, estado do Rio de Janeiro. As localidades amostradas foram escolhidas através de imagens de satélite, segundo os critérios de proximidade com as áreas amostradas historicamente e condições de tamanho, conectividade e grau de preservação dos remanescentes florestais na região. As áreas foram localizadas em campo e cuidadosamente inspecionadas por procura visual e auditiva durante o dia, sendo o esforço de amostragem medido em horas/homem de procura (Heyer et al., 1994). A procura visual consistiu na busca

por espécimes em microhabitats de possível ocorrência das espécies, enquanto que a procura auditiva foi guiada pelo canto de anúncio emitido pelos machos. Para cada exemplar encontrado foram obtidas informações como a coordenada exata e altitude do registro, informações gerais sobre o habitat e microhabitat, horário de atividade e condições climáticas. Espécimes testemunho foram coletados em conformidade com as autorizações de captura, coleta e transporte obtidas junto aos Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio/IBAMA, SISBIO 65847-1). Amostras de tecido foram coletadas para confirmação taxonômica através de análises moleculares e os exemplares coletados foram depositados na Coleção de Anfíbios Célio F. B. Haddad (CFBH), Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP/Rio Claro).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quatro áreas foram escolhidas para a amostragem na região: (1) Colônia de Férias Kinderland, estrada velha do Morro Azul, município de Engenheiro Paulo de Frontin, RJ (43° 36’ 08” W, 22° 28’ 36” S; 584 metros de altitude); (2) proximidades da Fazenda JOA, município de Engenheiro Paulo de Frontin, RJ (43° 30’ 54” W, 22° 32’ 56” S; 699 metros de altitude); (3) Sítio do Pau-Ferro, Instituto Zoobotânico de Morro Azul, município de Engenheiro Paulo de Frontin, RJ (43° 34’ 09” W, 22° 30’ 02” S; 732 metros de altitude); e (4) Cachoeira da Escuridão, nas proximidades da Reserva Biológica do Tinguá, município de Petrópolis, RJ (43° 17’ 47” W, 22° 29’ 16” S; 1.058 metros de altitude). Não foram encontrados exemplares de Brachycephalus nas duas primeiras áreas. No Sítio do Pau-Ferro foram encontrados seis indivíduos de B. margaritatus, enquanto que na Cachoeira da Escuridão foram

CARACTERIZAÇÃO DAS POPULAÇÕES DO SAPO-PULGA Brachycephalus didactylus E DO SAPO-PINGO-DE-OURO Brachycephalus margaritatus EM ENGENHEIRO PAULO

DE FRONTIN E PETRÓPOLIS, RJ

Thais Helena Condez – 1; Juliane Petry de Carli Monteiro – 2; Eli Carlos de Nardin – 2; Célio Fernando Baptista Haddad - 21. Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), E-mail: [email protected]; 2. Laboratório de Herpetologia, Departamento de Zoologia e Centro de Aquicultura (CAUNESP), Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista (UNESP).

Palavras Chaves: anfíbios; altitude; Mata Atlântica.Tema: Zoologia

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encontrados seis indivíduos de B. didactylus e cinco indivíduos de B. cf. margaritatus (exemplares coletados para identificação taxonômica). Adicionalmente foram registradas na região as seguintes espécies de anfíbios: Adenomera marmorata, Haddadus binotatus, Hylodes pipilans, Ischnocnema guentheri, Ischnocnema parva, Ischnocnema sp. (aff. parva), Megaelosia cf. goeldi, Proceratophrys cf. appendiculata, Rhinella ornata e Zachaenus parvulus. Os remanescentes florestais da região, com exceção das áreas do Sítio do Pau-Ferro e da Cachoeira da Escuridão, caracterizam-se como áreas alteradas localizadas em uma paisagem extremamente fragmentada, decorrente provavelmente do longo histórico de uso e ocupação do solo na região. Assim sendo, essas áreas provavelmente não comportam a ocorrência das espécies de anfíbios de interesse neste estudo. No sítio do Pau-Ferro, B. margaritatus ocorre em condições de menor umidade em relação aos seus congêneres que vivem associados a florestas úmidas distribuídas em vertentes de áreas montanhosas voltadas para o mar. No entanto, a população encontrada parece adaptada às condições locais. Apesar de prevista, não foi registrada na área do Sítio do Pau-Ferro a ocorrência sintópica do sapo-pulga B. didactylus. Esta espécie, no presente estudo apenas encontrada no município de Petrópolis, pode estar desaparecida da região de Engenheiro Paulo de Frontin onde foi coletada na década de 70. Como informações sobre história natural, ecologia e conservação dessas espécies são inexistentes, nossos resultados sugerem a necessidade de novos estudos e do monitoramento das populações da região, aliados a iniciativas de conservação das áreas em que foram encontradas.

CONCLUSÃO

O status de conservação, bem como as principais ameaças às quais as populações naturais estão expostas, nunca foram formalmente avaliados para a maioria das espécies de Brachycephalus. Devido às suas características únicas, mesmo espécies com distribuição não restrita à localidade-tipo e arredores, como é o caso do sapo-pulga B. didactylus, podem estar sujeitas a declínios populacionais e extinções locais decorrente das alterações nas condições do ambiente em que ocorrem.

REFERÊNCIAS

HEYER, R., DONNELLY, M. A., MCDIARMID, R. W., HAYEK, L. C. & FOSTER, M. S. (Eds.). Measuringmonitoring biological diversity. Standard methods for amphibians. Washington, DC: Smithsonian Institution Press, 1994. 384 p.

IZECKSOHN, E. Novo gênero e nova espécie de Brachycephalidae do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Boletim do Museu Nacional, Rio de Janeiro, n. 280, p. 1-12, jan. 1971.

POMBAL, J. P. & IZECKSOHN, E. Uma nova espécie de Brachycephalus (Anura: Brachycephalidae) do estado do Rio de Janeiro. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 51, n. 28, p. 443-451, dez. 2011.

POMBAL, J. P., SAZIMA I. & HADDAD C. F. B. Breeding behavior of the pumpkin toadlet, Brachycephalus ephippium (Brachycephalidae). Journal of Herpetology, United States, v. 28, p. 516-519, jul. 1994.

RITTMEYER, E. N., ALLISON, A., GRÜNDLER, M. C., THOMPSON, D. K. & AUSTIN, C. C. Ecological guild evolutionthe discovery of the world’s smallest vertebrate. PLoS one, United States, v. 7, n. 1, e29797, jan. 2012.Apoio: Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (#2013/50741-7, #2014/23677-9, #2014/50342-8, #2015/00641-1, #2016/16871-9, #2018/09691-0).

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INTRODUÇÃO

A ReBio do Tinguá abriga um dos maiores e mais bem preservados remanescentes de Mata Atlântica do Rio de Janeiro (SCOTT, 1985), classificada como uma das 234 Áreas Importantes para Conservações das Aves no Brasil, BR190 (BIRDLIFE, 2017). Poucos estudos ornitológicos existentes para a região destacaram uma riqueza excepcional, com 288 espécies, 29% destas endêmicas da Mata Atlântica (SCOTT, 1985), podendo ser uma das maiores concentrações de aves endêmicas e ameaçadas do Bioma (COLLAR, 1997; MANNE, 1999). A última expedição ornitológica de grande escala realizada na área da Serra do Tinguá, 1980/81, resultou em descobertas marcantes para avifauna brasileira (ALVES,2009; SCOTT,1985; SICK,1997). Entretanto, há uma enorme carência em estudos de avifauna desde o estabelecimento da ReBio do Tinguá na região (ALVES, 2009). Baseado nesses indicativos, associados ao contexto histórico de Tinguá, surge um projeto que visa resgatar o conhecimento da real diversidade e o status da avifauna na Rebio.

MATERIAL E MÉTODOS

As coletas de dados são realizadas através de dois métodos distintos e complementares: censo por observação direta e capturas com redes de neblina. O censo por observação direta é realizado pelas técnicas de contagem por transecção de linha e ponto fixo (BIBBY, 2000). Algumas observações diretas ocorrem associadas a gravações de vocalizações durante as caminhadas. As capturas ocorrem com o uso de rede de neblina (12x2,5m;#36mm), em alguns casos excepcionais, uso de armadilhas especificas para aves de rapina (gaviões e corujas). Eventualmente algumas aves migratórias, endêmicas ou ameaçadas estão sendo devidamente anilhadas, conforme normas do IBAMA (1994). Devido a dificuldade em alcançar algumas espécies de aves com o uso de rede de neblina, seja pelo nicho ecológico, habitat ou tamanho corpóreo, utilizamos armas (carabina de pressão) para coletar essas espécies (SUTHERLAND, 2004). Quanto ao material coletado, todos os espécimes estão sendo

depositados na Coleção de Aves do Museu Nacional/UFRJ. Ninhos abandonados, ovos e penas encontrados durante as expedições, serão coletas pontuais, afim de suprir o déficit de dados de determinadas espécies. Todo método de manejo/extração/coleta em campo segue Sutherland (2004). Dados sonoros registrados em campo (vocalização e sonações) das aves, serão depositados no ASEC/IB/UFRJ e/ou no banco de dados online do Macaulay Library (www.macaulaylibrary.org).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Apesar do Corredor da Serra do Mar ser uma das regiões mais inventariadas da Mata Atlântica, há uma carência muito grande de material da Serra do Tinguá (ALVES, 2009), o que dificulta e inviabiliza muitos estudos subsequentes a filogeografia. Inúmeras espécies de aves apresentam limites de distribuição (norte/sul) na porção central do estado do RJ, o que torna a região de Tinguá extremamente importante a estudos filogeográficos. Estudos anteriores de avifauna na região da Serra do Tinguá apresentaram uma riqueza extremamente alta e relevante em endemismo florestal. Apesar disso, o mesmo estudo apontou dois grandes problemas, que já na época incidiam fortemente sobre a biodiversidade na Serra do Tinguá, desmatamento e caça predatória (SCOTT, 1985). Quase quatro décadas depois da realização desses estudos na Serra do Tinguá, o presente estudo, ainda que incipiente, tem revelado uma riqueza e diversidade extraordinária. Sabemos que pressões sobre os limites da Reserva tais como desmatamentos, avanços imobiliários desordenados e urbanizações foram crescentes nesses últimos anos e que problemas com caça predatória, em especial comercio ilegal massivo de aves, ainda são alarmantes na região (MMA/IBAMA, 2006). Os impactos dessas pressões sobre a avifauna da Reserva Biológica do Tinguá nessas últimas décadas aos poucos estão sendo esclarecidas. Embora o trabalho mais representativo no estudo de avifauna, Scott (1985), tenha apresentado apenas 288 espécies de aves para a Serra do Tinguá, houve uma limitação de habitats explorados na

PROJETO “AVES DO TINGUÁ”: HISTÓRIA E PERSPECTIVAS

Odirlei Vieira da Fonseca - 11 - Museu Nacional do Rio de Janeiro/UFRJ

Palavras Chaves: Avifauna; Mata Atlântica; Tinguá.Tema: Zoologia

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região estudada. Em 2003 foi realizado um trabalho de Avaliação Ecológica Rápida que registrou 219 espécies de aves para a Rebio do Tinguá (LIMA, 2006). Contudo, ainda que este último trabalho tenha contado com um período de campo bem menor, 43 espécies foram registradas além da lista de Scott (1985). De maneira geral, a riqueza de avifauna local é maior e ainda subestimada, devido as limitações de ambientes explorados e tempo de campo dos trabalhos anteriores. Inserida na Zona de amortecimento da Rebio Tinguá, a Reserva Ecológica dos Petroleiros (Sindipetro Caxias), uma propriedade privada com aproximadamente 55ha de área, apresenta uma lista de 226 espécies de aves. A riqueza na comunidade de aves é bem sustentada por algumas espécies seriamente ameaçadas de extinção no Estado do Rio de Janeiro tais como Tinamus solitarius, Cairina moschata, Amadonastur lacernulatus, Pyrrhura leucotis, Sporophila frontalis e outros (FONSECA, 2018). Em 2016 foi registrado um incomum migrante neartico em território nacional, Setophaga striata, sendo o terceiro migrante neartico terrestre registrado até o momento para a região do Tinguá (VIEIRA, 2018). Em seus quase 26.000ha de extensão, uma enorme área intangível compreende a ReBio, onde possivelmente nenhum dos estudos de avifauna anteriores ainda abrangeram. Estimamos mapear a avifauna da ReBio pelos próximos três anos.

CONCLUSÃO

Em 1980/1981 ocorreu um grande projeto de monitoramento em algumas áreas-chaves de endemismo de aves no Sudeste do Brasil pelo BOU - British Ornithologist’s Union -em parceria com o WWF - World Wild Found - e a Serra do Tinguá foi considerada a região em destaque pelo estudo. Espécies endêmicas e seriamente ameaçadas, tais como Lipaugus conditus, já foram registradas durante as ultimas expedições as mata nebulares da Reserva. Resultados preliminares de expedições e estudos recentes do Projeto apontam que a riqueza e diversidade da região ainda são subestimadas, sendo muito maior.

REFERÊNCIAS

ALVES, M.A.S. et al. Aves nos remanescentes florestais de Mata Atlântica e ecossistemas associados no Estado do Rio de Janeiro. In: Estratégias e ações para a conservação da biodiversidade no Estado do Rio de Janeiro. Bergallo, H.G. et al.. Rio de Janeiro. Instituto Biomas. 2009. 344p BIBBY, C. et al. Birds Census Techniques. Academic Press. 302p. 2000

BIRDLIFE INTERNATIONAL. Important Bird Areas factsheet: Serra do Tinguá. 2017 <http://www.birdlife.org>. Acesso em 22 jul 2019 COLLAR, N. J. et al. Patternscauses of endangerment in the New World avifauna. Ornithological Monographs. 48: 237-260pp. 1997 FONSECA, O. V. et al. Reserva Ecológica dos Petroleiros: Divulgando a Ciência em Tinguá. In: VIII Encontro de Pesquisadores da Reserva Biológica do Tinguá. 2018. Museu Nacional/UFRJ. Rio de Janeiro IBAMA. Manual de anilhamento de aves silvestres. 2ª ed. rev. amp. Ibama. Brasilia. 1994 LIMA, A.L. et al. Avifauna. In: Plano de manejo da Reserva Biológica do Tinguá - RJ. MMA/IBAMA. 2006. MANNE, L. L. et al. Relative risk of extinction of passerine birds on continentsislands. Nature. 399: 258-261pp. 1999 MMA/IBAMA. Plano de manejo da Reserva Biológica do Tinguá - RJ. 2006 SCOTT, D. A. et al. The endangered avifauna of southeastern Brazil: a report on the BOU/WWF expeditions of 1980/811981/82. pp. 115-139. In: Diamond, A. W., & Lovejoy, T.E. (Eds.). Conservation of tropical forest birds. Cambridge: International Council for Bird Preservation. ICBP Technical Publication 4. 1985 SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira. 912p. 1997 SUTHERLAND, W. et al. Bird EcologyConservation - Handbook of Techniques. Oxford University Press. 408p. 2004 VIEIRA, O. et al. Um visitante do norte - Primeiro registro da mariquita-de-perna-clara (Setophaga striata) em Tinguá - RJ. In: VIII Encontro de Pesquisadores da Reserva Biológica do Tinguá. 2018. Museu Nacional/UFRJ. Rio de Janeiro

Apoio: Museu Nacional do Rio de Janeiro/UFRJ

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INTRODUÇÃO

As aves são importantes na determinação do grau de conservação dos remanescentes florestais e desempenham importante papel na dispersão de sementes (JORDANO et al., 2006). Estudos que investiguem a composição e estrutura da avifauna, bem como sua interação com plantas frutíferas são essenciais. Essas interações podem ser estudadas por meio de redes de interação, que auxiliam no conhecimento sobre quais espécies de aves e de plantas interagem entre si, constituindo-se uma ferramenta essencial na detecção de padrões de organização das interações entre esses grupos em uma determinada comunidade (PURIFICAÇÃO, 2013). Além disso, podem auxiliar na conservação da fauna e flora ao gerar informações essenciais para a manutenção das interações existentes entre elas (JORDANO et al., 2003). Objetivou-se realizar o levantamento da avifauna e analisar as interações entre aves frugívoras e plantas frutíferas em um remanescente de Floresta Estacional Semidecidual (FES) localizado em Piraí, RJ.

MATERIAL E MÉTODOS

O inventário da avifauna foi realizado durante o ano de 2016, enquanto a investigação das interações ave frugívora-planta ocorreu ao longo do ano de 2017. Para o inventário da avifauna utilizou-se o método de busca ativa através de trilhas no interior dos remanescentes florestais, capoeiras e cursos d’água, registrando-se as espécies vistas e/ou ouvidas. As buscas foram realizadas pela manhã e fim da tarde, além de incursões oportunas no período da noite. Utilizou-se, também, o método de ponto fixo, onde um observador permaneceu parado em locais estratégicos por 20 minutos, registrando todas as aves visualizadas e/ou ouvidas. Os habitats foram divididos em pastagem abandonada, capoeira, remanescentes em estágio médio e avançado de sucessão, além de ambientes aquáticos. Para os dados de frugivoria, considerou-se como interação ave-planta qualquer interação que consistisse no consumo de recurso (fruto, semente e/

ou arilo) por uma ave. Registrou-se as espécies de aves consumidoras de recursos e as espécies vegetais consumidas. Calculou-se o índice de importância para cada espécie de planta e de ave. A estrutura da rede de interações foi investigada através do cálculo do aninhamento e da conectância (MURRAY, 2000). Investigou-se, também, a sazonalidade de frutificação das espécies consumidas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram registradas 302 espécies de aves, distribuídas em 23 ordens e 59 famílias. A ordem Passeriformes totalizou 178 espécies, sendo Thraupidae (38 spp.), Tyrannidae (32), Furnariidae (16) e Thamnophilidae (16), as famílias mais representativas. Dentre os não passeriformes, Trochilidae (23 spp.), Accipitridae (15), Picidae (9) e Ardeidae (8) foram as famílias mais ricas em espécies. O grande número de espécies registradas evidencia que o fragmento está inserido em uma área com remanescentes conservados. Constatou-se a presença de 78 espécies endêmicas da Mata Atlântica e 11 espécies sob algum grau de ameaça de extinção. Outras espécies de importância para conservação registradas foram: insetívoros florestais especializados; frugívoros de médio e grande porte; frugívoros de sub-bosque; rapinantes florestais; seguidores de formigas; espécies perseguidas por traficantes. O registro de espécies endêmicas de Mata Atlântica e ameaçadas evidencia a importância da conservação desse remanescente para a manutenção de populações dessas aves, já que estas estão entre as mais suscetíveis à extinção local em razão da fragmentação, perda de habitats, degradação da cobertura florestal e isolamento de outros fragmentos (BUENO, 2013). Os habitats mais utilizados pelas aves foram os remanescentes em estágio médio e em estágio avançado de sucessão, o que pode ser explicado pela conexão destes com uma grande área florestada, localizada no entorno da Represa de Ribeirão das Lajes, que ajudaria a incrementar o número de espécies, já que os grandes remanescentes florestais são capazes de manter um número elevado de espécies e aumentam

COMPOSIÇÃO DA AVIFAUNA, FRUGIVORIA E DISPERSÃO DE SEMENTES POR AVES EM REMANESCENTE DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL NO

MUNICÍPIO DE PIRAÍ, RJ

Jovani Pereira Barbosa Monteiro - 1; Sávio Freire Bruno - 21. UFF Discente do curso de Ciências Biológicas - [email protected]; 2. UFF Docente do curso de Ciências Biológicas – [email protected]

Palavras Chaves: animal frugívoro; mata atlântica; ornitologiaTema: Ecologia

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o fluxo gênico (KAMINSKI, 2011). As guildas tróficas mais representativas foram a dos insetívoros, onívoros e frugívoros, respectivamente, corroborando com resultados encontrados em outras áreas de Mata Atlântica (AGNELLO, 2007). Foram registradas 1058 interações envolvendo um total de 247 espécies, sendo 124 de aves e 123 de plantas. Entre as espécies de aves que consumiram frutos, 94 podem ser consideradas potenciais dispersoras das espécies de plantas com as quais interagiram. Do total de interações registradas, 87% apresentaram potencialidade de dispersão. As interações foram realizadas principalmente entre aves e plantas generalistas, seguindo um padrão encontrado em diversos estudos de frugivoria em florestas tropicais, apesar de aves de médio e grande porte terem sido bastante representativas nos processos de dispersão da comunidade. A rede de interações apresentou-se bastante aninhada e conectada, demonstrando a rigidez das interações, corroborando outros estudos em florestas tropicais (BASCOMPTE et al. 2003; PURIFICAÇÃO, 2013; ATHIÊ, 2014). As plantas anemocóricas apresentaram maior frutificação na estação seca, enquanto as ornitocóricas apresentaram frutificação distribuída ao longo dos meses, o que implica em oferta de alimentos para a avifauna frugívora durante o ano todo (SMITHE, 1970).

CONCLUSÃO

O presente estudo demonstrou que o remanescente estudado abriga uma avifauna muito rica, a qual realiza uma complexa rede de interações com a vegetação local, e foi de fundamental importância para o conhecimento da composição da comunidade de aves e das interações entre aves frugívoras e plantas em um remanescente de vegetação inserido no corredor de biodiversidade tinguá-bocaina, uma região relevante para a manutenção do fluxo gênico da mata atlântica e que ainda carece de estudos como o este.

REFERÊNCIAS

AGNELLO, Sandra. Composição, estrutura e conservação da comunidade de aves da mata atlântica no Parque Estadual da Serra do Mar- Núcleo Cubatão, São Paulo. Dissertação para obtenção do título de Mestre em Recursos Florestais. Piracicaba. 2007.

ATHIÊ, Samira. Composição da avifauna, frugivoria e dispersão de sementes por aves em área de floresta estacional semidecidual e cerrado, no Parque Estadual Porto Ferreira, SP. Tese para obtenção do título de Doutora em Ciências. São Carlos- SP. 2014. BASCOMPTE, J.; JORDANO, P.; MELIÁN, C. J.; OLESEN, J. M. The nested assembly of plant-animal

mutualistic networks. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, Washington, v. 100, n. 16, p. 9383-9387, 2003.

BUENO, Camila de Cássia Silva. 2013. 101 p. Diversidade de aves em uma paisagem fragmentada de Mata Atlântica inserida em uma matriz urbana. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Curso de Pós-Graduação em Biologia Animal.

JORDANO, P.; BASCOMPTE, J.; OLESEN, J. M. Invariant properties in coevolutionary networks of plant-animal interactions. Ecology Letters, Montpellier. V. 6, p. 69-81, 2003.

JORDANO, P.M.; GALETTI, M.; PIZO, M.A. & SILVA, W.R. 2006. Ligando frugivoria e dispersão de sementes à biologia da conservação, p. 411-436. In: DUARTE, C.F.; BERGALLO, H.G.; DOS SANTOS, M.A & VA, A.E. (eds.). Biologia da conservação: essências. São Paulo, Editorial Rima.

KAMINSKI, NICHOLAS. Avifauna da fazenda santa alice, planalto norte catarinense: composição e interações ave-planta em áreas com diferentes métodos de manejo de pinus. Dissertação para a obtenção do título de Mestre em Ciências Florestais. Curitiba. 2011.

MURRAY, K. G. 2000. The importance of different bird species as seed dispersers, p. 294-295 In NADKARNI, N. M. & N. T. WHEELWRIGHT (Eds.) Monteverde: ecologyconservation of a tropical cloud forest. New York, Oxford University Press, 573p.

PURIFICAÇÃO, Keila N. Interações entre aves frugívoras e plantas: um estudo comparativo em formações savânicas e florestais do cerrado. Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Ecologia e Conservação. Mato Grosso. 2013.

SMITHE, N. 1970. Relationship between fruiting seas onsseed dispersal methods in a neotropical forest. Am. Nat. 104: 25-35.