livro das histórias populares

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Trabalho Realizado para a disciplina Literatura e Educação no Departamento de Educação - Campus I na Universidade do Estado da Bahia.

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Page 1: Livro das Histórias Populares
Page 2: Livro das Histórias Populares

SUMÁRIO

Page 3: Livro das Histórias Populares

A RevoltaPor Claudio Barbosa

Page 4: Livro das Histórias Populares

Era uma vez, uns ratos que

viviam em uma casa, que onde

também morava um gato; eles

estavam muito aborrecidos de tanta

insistência do gato em persegui-los;

resolveram fazer uma assembleia

para terminarem de vez com esse

problema que tanto os incomodavam.

Page 5: Livro das Histórias Populares
Page 6: Livro das Histórias Populares

Jovem e JuventinoPor Ddijane Vieira

Page 7: Livro das Histórias Populares

Em um lugar muito distante do centro, numa cidadezinha dointerior morava em uma casinha muito modesta um casal desenhores que tinham dois filhos gêmeos, Jovem e Joventino. Elescriavam dois cavalos, viviam de maneira muito simples, sem luxos,nem uso de tecnologias muito avançada e todos se amavam muito.

Ao completar 18 anos os dois meninos resolveram quequeriam sair para conhecer o mundo. Isto causou muita tristezaaos seus pais que choraram bastante até se conformar. Antes queos filhos fossem embora eles lhes deu de presente uma espadamágica. E lhes disseram:

­ Filhos nunca se separem destas espadas, porque elas oslivrarão de todos os perigos.

Jovem e Joventino seguiram a estrada, cada um com seucavalo, conheceram muitos lugares e pessoas, passaram pormuitas experiências novas, até que um belo dia enquanto andavampor um caminho apareceu uma bifurcação e cada um queria seguirpor um lado. Tomaram a decisão de se separar e Joventino disseao irmão:

­ Irmão nos separamos aqui, mas se você correr perigo aminha espada pingará sangue e se eu correr perigo a sua espadapingará sangue.

Seguiram então, cada um por um lado.

Page 8: Livro das Histórias Populares

Jovem chegou a um lago e resolveu parar para se banhar, aodescer do cavalo avistou uma jovem mulher muito bonita amarradaa um banco próximo ao lago. Desamarrou­a e perguntou o motivode ela estar ali daquela maneira, ao que ela respondeu.

­ Você não pode me desamarrar, estou aqui para salvar meupovo. Existe uma fera muito poderosa que ameaçou matar a todosem meu reino se não me dessem em sacrifício.

Enquanto os dois conversavam a fera aproximou­se. Jovementão ordenou à sua espada:

­ Corta minha espada em sete línguas de carne esta fera.A espada então cortou a fera em sete pedaços. Ao ver o que

aconteceu a jovem ficou muito agradecida, pois Jovem não tinhasalvado apenas sua vida e sim a de todo um povoado.

Jovem levou a moça para casa. Ao chegar lá, descobriu queela era a princesa do reino e seu pai, o rei, permitiu que os dois secasassem.

Page 9: Livro das Histórias Populares

Os dois se casaram e um belo dia ao olhar da janela de suacasa Jovem viu uma fumaça ao longe e perguntou a sua esposa:

­ Amor o que é aquela fumaça?A esposa respondeu:

­ Aquela é a fumacinha da Fera do Vai Não Torna. Lá é muitoperigoso, ninguém jamais foi até lá e retornou.

Após ouvir a história contada pela esposa, Jovem resolveuque ia àquele lugar. Mesmo sob os protestos de sua amada,arrumou suas coisas e partiu em viagem.

Ao chegar lá encontrou uma senhora de cabelos muito longosque lhe falou de maneira muito simpática:

­ Ô meu filho, você por aqui?Ele respondeu:­Eu por aqui minha vozinha. Posso chegar a frente?Ela falou:­ Tenho medo do seu animal e de sua espada. Posso te dá um

fio do meu cabelo para que você os prenda? Daí ficarei maistranquila.

Jovem acreditando na bondade da velhinha e no fato de queum fio de cabelo nunca seguraria realmente a espada e o cavalo,então, aceitou a proposta.

Page 10: Livro das Histórias Populares

Assim que Jovem amarrou o cabelo a velhinha que

na verdade era uma fera, falou:

­ Se transforma meu cabelo numa forte corrente de

bronze.

Assim Jovem ficou preso com a Fera do Vai não

Torna. No mesmo momento a espada de Joventino

pingou sangue.

Quando Joventino foi procurar o irmão descobriu

que ele havia se casado, pois ao chegar à cidade a

esposa de Jovem correu para ele muito alegre pensando

ser seu marido. Joventino fingiu ser Jovem para

descobrir o que tinha acontecido. Na manhã seguinte

chegando à janela e avistando a fumaça perguntou a

mulher do que se tratava. Ela ficou confusa, perguntando

se ele não tinha ido até lá. Joventino percebeu onde seu

irmão estava e seguiu viagem.

Page 11: Livro das Histórias Populares

Chegando lá a velhinha apareceu e ofereceu os cabelos para prender a espada

dele. Joventino fingiu amarrar e quando a ferra ordenou que o cabelo se

transformasse em corrente de bronze ele gritou.

­ Corta minha espada em sete línguas de carne esta ferra.

A espada cortou a fera em sete pedaços e Joventino salvou seu irmão.

Ao voltar para casa, a esposa de Jovem ficou surpresa ao ver os dois.

Os irmãos resolveram não mais se separar e foram buscar os pais para

morar ali naquele reino com eles.

Page 12: Livro das Histórias Populares

O Chupa­CabraPor Denilton Santos

Page 13: Livro das Histórias Populares

Um dia conversando com meus amigos na rua, descobri o nome de um

bicho que estava deixando todo mundo, de adulto a criança preocupados. O

nome desse tal bicho era "CHUPA­CABRA.

O Chupa­cabra era um bicho que ninguém via, ela só andava de noite e

atacava as cabras a noite para chupar o sangue delas.

Em outro dia, assistindo a um programa na televisão, vi uma reportagem

que fala que alguém havia visto o Chupa­cabra e que inclusive haviam criado

um retrado­falado dele.

Segundo o retrado, o Chupa­cabras era um bicho horrivel com grandes

dentes e olhieras de cachorro. Ele não atacava humanos, somente as cabras.

Page 14: Livro das Histórias Populares

A partir desse dia, todo mundo só falava de Chupa­cabras. Na televisão

jornais e programas entrevistavam pessoas que haviam visto o bicho. As

pessoas diziam que ele parecia o lobisomen , outros diziam que ele parecia um

cachorro.

As canais de noticias apresentavam os locais onde o Chupa­cabras

havia passado e atacado, mostravam as fotos das cabras sem vida.

Lembro que comecei a ficar com medo, quando soube que o Chupa­

cabras estava atacando cabras de diferentes regiões do país e que parecia

estar caminhando em direção ao meu estado, pois estava ficando constante o

número de relatos de cabras mortes e que seguiam sempre para Brasília ­

cidade onde morava.

A polícia começava a procurar o bicho, as conversas sobre o surgimento

do Chupa­cabras estavam sendo debatidas nas escolas e nas casas.

Uma dessas histórias dizia que na verdade o Chupa­cabras era um

homem que matou toda a sua família e que perambúla por ai matando as

cabras para se livrar do sofrimento.

Outra história da origem do Chupa­cabras diz que ele era também um

homem e que toda noite se transforma em um bicho que precisa de sangue

para sobreviver.

Page 15: Livro das Histórias Populares

Certa noite, ouvimos dizer que o Chupa­cabras havia chegado a

Brasília e como lá não existem cabras em todos os lugares, o bicho resolver

matar cachorros. Foram vários cachorros mortos em vários pontos da cidade.

Mas isso foi por pouco tempo, pois em um dia, todos estavamos assistindo

televisão para saber notícias do Chupa­cabras, quando passou que moradores

haviam encontrado e tentado matá­lo. Só que ele conseguiu fugir.

Depois desse dia, nunca mais o Chupa­cabras apareceu e ninguém teve

notícias de cabras ou cachorros mortos.

Page 16: Livro das Histórias Populares

CaiporaPor Marcelo de Jesus

Page 17: Livro das Histórias Populares

Ainda na infância, Santo Amaro era o destino das minhas férias. Lá moravaparte da minha família, entretanto era na casa da minha tia Dina que eusempre me hospedava. Com meus três primos a diversão era garantida,

especialmente quando minha tia e meu tio iam trabalhar à noite. Nestasnoites ficávamos até tarde brincando, assistindo televisão e contando

histórias.

Eu sempre fui o mais medroso dos quatro e meus primos se faziam valerdesta minha característica para se divertirem às minhas custas. A hora dashistórias era uma excelente oportunidade a qual eles nunca perdiam, as

histórias que me contavam sempre me faziam tremer e os sustos eramsempre seguidos de longas risadas, até que eu pedisse para a brincadeira

parar aos prantos e debulhados em lágrimas que corriam como cascata.

As histórias que meus primos contavam sempre tinham como cenário omorro que dava pra ser visto da casa da minha tia, logo depois de umas

casinhas que ficavam atrás do trilho do trem. O morro era perto, e avegetação que o cobria além de dar margem às partes mais assustadoras

das histórias me fazia acreditar que a qualquer hora o lobisomem, acaipora, a mula sem cabeça ou outros seres horripilantes poderiam vir me

pegar a qualquer momento, pois sempre estavam atrás de pessoasmedrosas, teimosas ou meninos traquinas.

Page 18: Livro das Histórias Populares

Lembro-me muito bem da vez em que um homem foi à floresta eassoviou para provocar a caipora, ele não acreditava nela, e por istofora a floresta provar sua inexistência. A caipora só apareceria se apessoa assoviasse três vezes, e assim ele o fez. Eis que então aoterceiro assovio, o mato em volta do homem se fechou, ficando com asfolhas duras como aço e cortantes como vidro. O homem tentara sair atodo custo, sem sucesso, se cortando cada vez mais. Desprecavido, elenão levara fumo, alho ou pedaços de galinha (especiarias que tantoagradavam a caipora que ela libertava quem a agraciava com taisoferendas). O homem continuou tentando sair, correndo pelo mato quemais parecia um labirinto, se cortando, chorando, gritando, pedindoajuda, chamando pela sua mãe, mas ninguém o ouvia, apenas acaipora. O homem ficou preso por muito tempo, até que seus amigos,sentindo sua falta foram procurá-lo e ao perceber a formação peculiarda vegetação colocaram num toco de árvore fumo e um pedaço degalinha cozida. Aos poucos a mata foi voltando ao normal e elespuderam resgatar o homem que já estava em desespero há muito.Nunca mais ele duvidou da existência dos seres da floresta, bem comonunca mais adentrou naquele lugar. Até hoje ele tem o corpo todomarcado, e quando as pessoas o perguntam ele conta a históriahorripilante que lhe ocorrera.

Page 19: Livro das Histórias Populares

Muitas foram as histórias que adentravam na noite. Histórias comoesta me tiravam o sono, e eu só conseguia dormir quando meus tioschegavam. Hoje damos risadas de tudo isto, mas na época... Lembrei-me agora da vez em que o lobisomem foi perseguiu o menino chorão,porém esta história fica para outra vez.

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A História do BotoPor Raiane Novais

Page 21: Livro das Histórias Populares

Essa historia é sobre um cão chamado Boto. Quando meu pai era

criança e a rua ainda não era asfaltada, os moleques faziam muita

bagunça. Corriam feito loucos na ladeira de barro. Nessa rua tinha uma

vizinha, chamada Dona Nira. Ela vivia incomodada com a correria da

molecada. Toda vez que os meninos desciam alvoroçados pela ladeira a

dona Nira gritava do portão:

–Não quero molequeira na minha porta, meninos danados da peste!

Mas os garotos pareciam não se importar. Muito incomodada com

essa situação, dona Nira resolveu fazer queixa aos familiares dos meninos

e, apesar deles terem recebido muitos castigos, continuaram a fazer as

mesmas brincadeiras.

Um dia fazendo algazarra próximo a casa da vizinha, os meninos

ouviram latidos insistentes vindo do portão. Era um cão. Parecia ser um

cão bravo mas, como o cachorro estava preso, eles nem deram muita

importância e continuaram a brincar. Outro dia, muito chateada com a

bagunça dos meninos, a vizinha voltou a gritar do portão:

–Não quero molequeira na minha porta! Se vocês não saírem, vocês

vão ver! Vou soltar o Boto pra pegar vocês “tudinho”, seus “peste”!

Page 22: Livro das Histórias Populares

Novamente a molecada nem ligou. O cachorro continuou latindo,

um latido muito forte e insistente. Quando D. Nira percebeu que os

garotos não tinham se importado com o aviso, começou a liberar os

trincos do portão. Dessa vez, diante do cão desconhecido a molecada

começou a correr desesperadamente para suas casas. Foi aquela gritaria!

Foi menino pulando muro, menino pulando janela e aquele fuzuê. Nem

sequer olharam para trás. Desde esse evento, os meninos passaram a

evitar brincar nas proximidades da casa da dona Nira.

Page 23: Livro das Histórias Populares

Algum tempo depois, quando os meninos já não eram tão meninos

assim e a ladeira já não era mais de barro, uma notícia muito triste

é recebida pelos moradores: Dona Nira havia falecido. Sem parentes

próximos e sem muitos amigos, a única coisa que restou da vizinha

ranzinza foi o tal do cão Boto. Com a morte dela, os amigos

inevitavelmente acabaram por reviver a história do cão e deram

muitas gargalhadas ao lembrar-se das brincadeiras da infância e do

quanto eles tinham medo daquele cachorro. Diante da situação, eles

chegaram a conclusão de que Boto, fazia parte daquele grupo tanto

quanto cada um deles e por isso todos se comprometeram a cuidar

do pobre cachorro até o último dia da vida dele.

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