livro da guarda municipal

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1 O livro “O que você precisa saber sobre a Guarda Municipal e nunca teve a quem perguntar” é uma obra que captura a história do direito à segurança, no âmbito municipal. Para tanto, a iniciativa de Claudio Frederico de Carvalho retrocede à formação das polícias urbanas no Brasil do Século XVIII e vai culminar na complexa missão da Defesa Social em Curitiba no Século XXI. Neste sentido, o livro será um guia para orientar as pesquisas e os estudos, sempre na direção de ampliar a consciência profissional no exercício da sua função. O Guarda Municipal como protagonista da segurança local – por sua presença e mobilidade permanente pela cidade – inibe o crime e a violência, aumentando o bem-estar e a tranqüilidade dos centros urbanos. Este oportuno material é algo que nos motiva e alegra. Com a disseminação do seu conteúdo, juntamente com o processo de implementação do Plano Nacional de Segurança Pública SENASP/MJ, estimulará uma nova reflexão sobre as ações estaduais integradas, especialmente as práticas articuladas de planejamento e gestão de segurança e defesa social. A possibilidade de conhecer para melhor valorizar a importante função societal da Guarda Municipal, com ênfase na mediação de conflitos e no diálogo cotidiano, faz deste livro uma leitura obrigatória, não só pelos administradores públicos, como por todos aqueles que acreditam na construção de cidades mais seguras e humanizadas. Rose Mary Gimenez Gonçalves Docente de Direitos Humanos, Ética e Cidadania Escola Superior de Polícia Civil do Paraná

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Page 1: Livro Da Guarda Municipal

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O livro “O que você precisa saber sobre a Guarda Municipal e nunca teve a quem perguntar” é uma obra que captura

a história do direito à segurança, no âmbito municipal. Para tanto, a iniciativa de Claudio Frederico de Carvalho

retrocede à formação das polícias urbanas no Brasil do Século XVIII e vai culminar na complexa missão da Defesa Social em

Curitiba no Século XXI. Neste sentido, o livro será um guia

para orientar as pesquisas e os estudos,

sempre na direção de ampliar a consciência profissional no exercício da sua função. O Guarda Municipal como

protagonista da segurança local – por sua presença e mobilidade permanente pela cidade – inibe o crime e a violência,

aumentando o bem-estar e a tranqüilidade dos centros urbanos.

Este oportuno material é algo que

nos motiva e alegra. Com a disseminação do seu conteúdo, juntamente com o processo de implementação do Plano

Nacional de Segurança Pública – SENASP/MJ, estimulará uma nova reflexão sobre as ações estaduais integradas,

especialmente as práticas articuladas de planejamento e gestão de segurança e defesa social.

A possibilidade de conhecer para melhor valorizar a importante função societal da Guarda Municipal, com ênfase

na mediação de conflitos e no diálogo cotidiano, faz deste livro uma leitura obrigatória, não só pelos administradores

públicos, como por todos aqueles que acreditam na construção de cidades mais seguras e humanizadas.

Rose Mary Gimenez Gonçalves Docente de Direitos Humanos, Ética e Cidadania

Escola Superior de Polícia Civil do Paraná

Page 2: Livro Da Guarda Municipal

Claudio Frederico de Carvalho

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE

GUARDA MUNICIPAL

E NUNCA TEVE A QUEM PERGUNTAR

CURITIBA - 2005

Page 3: Livro Da Guarda Municipal

“PROMETO RESPEITAR AS AUTORIDADES CONSTITUÍDAS, MEUS SUPERIORES

HIERÁRQUICOS, PROTEGER O PATRIMÔNIO PÚBLICO MUNICIPAL E TRATAR

COM ALTRUÍSMO, DEDICAÇÃO E URBANIDADE A POPULAÇÃO DE CURITIBA”.

(Juramento do Guarda Municipal de Curitiba)

Page 4: Livro Da Guarda Municipal

DEDICATÓRIA

Dedico esta obra aos Honrosos Policiais com suas diversas denominações

em todo o Brasil e em especial aos Guardas Municipais, que nestes últimos dois séculos

vêm procurando trazer a paz e a harmonia em uma sociedade conturbada pelos

momentos políticos, aspectos socioculturais e econômicos de uma nação em

desenvolvimento.

Seus serviços, prestados quase sempre no anonimato, refletem de maneira

significativa para a garantia do exercício de cidadania em seus Municípios, Estados e na

União.

Quando executam uma missão com êxito raramente são lembrados, pois

para muitos cumpriram apenas com o seu dever funcional. Contudo, quando cometem

uma pequena falha, correm o risco de: 1- MORRER, por deixar-se surpreender pelo

criminoso; 2- ser PROCESSADO, por abusar do exercício de sua função; ou 3-

DESMORALIZAR-SE, por ser rígido em momentos inoportunos ou por omitir-se quando

deveria tomar uma postura mais rígida.

Page 5: Livro Da Guarda Municipal

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Grande Arquiteto do Universo, por nos dar inspiração para redigir

esta obra, pois Ele é o criador de tudo e de todos.

Agradeço ao meu filho Lucas, pela compreensão em ser privado da minha

companhia nos momentos que dediquei à elaboração deste trabalho, bem como a minha

esposa Viviane, que sempre esteve ao meu lado, quer na digitação, pesquisa, produção e,

principalmente, no incentivo para a concretização deste livro.

Agradeço ao meu amigo Cel. PMRR Helio Gomes de Meirelles, que sabiamente

soube conduzir a Guarda Municipal de Curitiba, tornando-a um exemplo de corporação.

Trabalhando ao seu lado, tive a oportunidade de ser designado diversas vezes, a fim de

elaborar estudos futuristas, buscando a real “identidade” das Guardas Municipais.

Agradeço a todos os Ex-Comandantes do Departamento da Guarda Municipal de

Curitiba e em especial in memorian ao Cel. PMRR Darci Dalmas, o qual, mesmo com seu

falecimento prematuro, conseguiu contribuir significativamente, em pouco menos de um

ano, dando continuidade ao processo evolutivo, trazendo novos horizontes para esta

Corporação.

Agradeço ao 2º Sargento Infante Luciano Andrade Alves, da 5ª Companhia de

Polícia do Exército e ao Cabo de Material Bélico Euclides Ferreira Neto da Companhia de

Comando, ambos pertencentes a 5ª Região Militar, que contribuíram de maneira

expressiva, fornecendo material indispensável, a fim de ressaltar e resgatar a memória do

Marechal Zenóbio da Costa, demonstrando a importância deste grande vulto nacional

frente a todas as corporações policiais da atualidade.

Agradeço ao leitor que me privilegia com a leitura desta obra e, mais ainda,

àquele que me avisar se este livro lhe trouxer algum proveito, através do meu endereço

eletrônico: [email protected]

Quero registrar, ainda, o agradecimento aos amigos e professores Kellen Adriane

da Silva Patruni de Lima, Izabel Augusta Fischer da Silva, Luís Carlos Xavier, João Henrique

Vilela da Silveira, Rose Mary Gimenez Gonçalves, Reginaldo Cezar Lima e Ana Maria Kohler

Pires pela leitura do original, exposição gramatical e sugestões.

Por fim, agradeço a Rafael Greca e Margarita Pericás Sansone por acreditarem na

importância deste trabalho, tornando-o realidade.

Page 6: Livro Da Guarda Municipal

PREFÁCIO

A obra apresentada pelo autor resgata a importância da Guarda Municipal em

nosso país, cuja existência remonta a 1531, no Governo Geral de Martim Afonso de Souza,

até a sua extinção, ocorrida em 1937.

Dos homens que serviram nas fileiras da Guarda Municipal, destaca-se o

comandante do Corpo de Guardas Municipais Permanentes da Corte, o Major Luiz Alves de

Lima e Silva, Duque de Caxias, como também a bravura de vários homens que morreram

na defesa da pátria quando da Guerra do Paraguai.

Com a promulgação da nova carta constitucional, em 1988, os municípios

voltaram a ter o poder de criar as suas Guardas Municipais, e em Curitiba, por meio da Lei

7356/89, foi recriada a sua Guarda Municipal, com o lema “Pro lege semper vigilans”.

Para que alguma coisa se perpetue na história, faz-se necessário o seu resgate,

guardar a sua origem, preservar o seu passado, para que todos saibam de onde veio, como

veio e para que veio. O autor, membro integrante e atuante da referida Guarda Municipal,

com grande senso de visão apresenta o resumo histórico e principalmente a evolução da

Guarda Municipal de Curitiba, bem como distingue, pelas atribuições, as competências da

polícia civil e da polícia militar, que possuem peculiaridades próprias.

O curriculum do autor, apresentado com a sua obra, mostra que após galgar

posições dentro dos quadros da Guarda Municipal, exerce atualmente a de Inspetor,

mostrando ser pessoa não acostumada a permanecer impassível às dificuldades e,

preocupado com a cultura e a formação de seus comandados, participou de vários cursos,

congressos e seminários, somando ainda à grande qualidade de ser um formador de

opinião, como docente.

Page 7: Livro Da Guarda Municipal

Pelo seu histórico, o autor passou a integrar os quadros da Guarda Municipal

após a Constituição de 1988, conquistando sua ascensão promocional. É um lutador que

vem vencendo todos os níveis de sua carreira, sabendo valorizar as conquistas realizadas,

tendo uma visão plena das necessidades e dificuldades dessa nova instituição, sem se

distanciar do lado humano.

“O que você precisa saber sobre a Guarda Municipal e nunca teve a quem

perguntar” se constitui numa resposta às perguntas e anseios da população, oferecida por

alguém que vive plenamente a sua profissão e está preocupado em esclarecer a

comunidade.

Sinto-me orgulhoso em apresentar o autor à comunidade e honrado em haver

participado, modestamente, de sua formação acadêmica, como professor. É na qualidade

de professor/instrutor que o autor passará seu conhecimento aos demais comandados,

resgatando o verdadeiro sentido de cidadania.

Parabenizo pela iniciativa de apresentar à população o histórico da Guarda

Municipal, o que é, qual sua finalidade e atribuições, em linguajar simples, de fácil

entendimento, mostrando aos cidadãos paranaenses que esta instituição vem sendo

modelo para outros Estados da Federação.

Curitiba, 26 de agosto de 2004.

Luís Carlos Xavier

Juiz de Direito e

Prof. da UTP

Page 8: Livro Da Guarda Municipal

APRESENTAÇÃO

“...Se o Senhor não guardar a Cidade, em vão vigiam as sentinelas...”

Caíram os muros,

as cidades já não têm portas,

estão motorizadas as sentinelas.

No entanto, a advertência dos livros sagrados,

paira ainda hoje sobre as modernas cidades.

Mais que nunca, as populações urbanas estimam e sonham com eficientes

Guardas Municipais.

Na última campanha para Prefeito de Curitiba o tema foi debatido à exaustão.

Falou-se da integração com as Polícias Militar e Civil. A população cobrou de nossas

autoridades, com veemência, uma segurança que tem se tornado sempre mais escassa.

Escassa na exata proporção do crescimento da injustiça social, agravada pelas

altas taxas de juros, pelo crescimento do desemprego, por fatores quase sempre alheios à

esfera de decisões dos vereadores e do Prefeito.

Este livro é um minucioso trabalho.

Obra de um Guarda Municipal exemplar.

Claudio Frederico de Carvalho dedicou-se à pesquisa histórica e legal e, por uma

conjugação de amor à Cidade e à instituição, escreveu obra de referência, destinada a

enriquecer a bibliografia da capital do Paraná.

“O que você precisa saber sobre a Guarda Municipal e nunca teve a quem

perguntar” será com certeza imprescindível à formação de novos profissionais.

Será também importante para reforçar a auto-estima de todos os que servem à

nossa Curitiba nesta importante função pública.

Será, ainda, manual de conhecimento sobre a fascinante profissão de vigiar a

Cidade, seus bens culturais, suas escolas, seus parques, sua gente.

Nos dias felizes em que pude servir ao nosso povo na condição de Prefeito de

Curitiba, entre 1993 e 1996, a Guarda Municipal jamais me faltou. Esteve sempre comigo,

na defesa da Cidade. Contra as invasões desabusadas – que desorganizavam o espaço

Page 9: Livro Da Guarda Municipal

urbano, a pretexto de uma solidariedade com os despossuídos que jamais seus mentores

praticaram.

Na proteção das crianças e dos jovens contra o tráfico de drogas, na porta das

escolas, dentro dos Faróis do Saber – também eles, postos da Guarda Municipal.

Os Faróis do Saber eram bibliotecas e pontos de vigilância de bairro, mais tarde

desvirtuados desta função pelo meu sucessor no Executivo Municipal.

Aqui estão memória histórica, legislação atualizada, e sonhos de futuro. O livro

não se esgota no passado.

É também um projeto de segurança para Curitiba e demais cidades brasileiras.

Cumpre a determinação do grande Joaquim Nabuco:

“A vida não é senão a posse do futuro pela confiança”

Rafael Greca

Foi Prefeito dos 300 anos de Curitiba.

1993 – 1996

Ministro de Estado.

1999 – 2000

Deputado Federal.

2000 – 2002

Deputado Estadual.

2003 – 2006

Membro da Academia Paranaense de Letras.

Ganhou o Prêmio Mundial do Habitat

da ONU em 1996, pela sua gestão em Curitiba.

Page 10: Livro Da Guarda Municipal

PALAVRAS DO PREFEITO DE CURITIBA

Claudio Frederico de Carvalho, valoroso servidor da nossa Guarda Municipal,

contribui de modo importante para a configuração da história de nossa cidade com sua

obra “O que você precisa saber sobre Guarda Municipal e nunca teve a quem perguntar”. O

título é extenso, como longa e minuciosa foi sua dedicação ao pesquisar a origem, nos

alvoreceres do Brasil, o desenvolvimento ao longo do tempo e as atuais funções desse

grupo de segurança pública, preconizadas na Carta Magna de 1988.

Em Curitiba, da extinção da corporação nos anos 70, sua refundação em 1986 e

a definição de seu papel legal e institucional, conforme a Constituição, a história recente de

nossa Guarda Municipal armazena marcas de absoluta dedicação à cidade e a seu

patrimônio – natural ou erguido pelos curitibanos. E isso Frederico nos conta à perfeição.

O papel reservado à Guarda Municipal em nossa administração remeterá, além

da proteção aos bens públicos, à cidadania em seu sentido mais amplo. Nossa Guarda

estará sempre presente em toda a cidade, agora também integrada às forças estaduais de

segurança. E, o mais marcante, estará em nossas escolas municipais, a partir das quais,

com a segurança que todas as famílias esperam, começaremos a construir a cidade do

futuro.

Ao saudar o lançamento do livro de Claudio Frederico de Carvalho, desejo

externar meu mais sincero sentimento de que estamos, de nossa parte, contribuindo para

mais um capítulo de sua obra.

Beto Richa

Prefeito de Curitiba

Março de 2005.

Page 11: Livro Da Guarda Municipal

INTRODUÇÃO

Ao elaborar este livro, dois foram os objetivos escolhidos: o primeiro, compilar e

coletar o maior número possível de material útil e existente sobre o tão importante

assunto que é a Guarda Municipal; o segundo, informar, principalmente aos interessados

em Segurança Pública no âmbito municipal, a maneira prática e objetiva pela qual podem

guiar-se, a fim de que venham a ter embasamento nas múltiplas e complexas missões de

Defesa Social, dentro dos princípios fundamentais da LEI e do DIREITO.

A presente obra, conforme pode-se verificar, em absoluto tem pretensões de ser

uma “obra completa”, requintada de dotes literários ou eminentemente original, pois a

maior parte da mesma é fruto de estudos com base em trabalhos e coletânea de obras já

existentes, bem como, legislação em processo evolutivo no país.

Na atualidade, torna-se necessário aprimorar cada dia mais os conhecimentos

de segurança pública e das organizações policiais, pois foram estas os baluartes da ordem

e da segurança interna das Nações, lutando constantemente contra o crime, fazendo

cumprir a lei, zelando pelos interesses individuais e coletivos, protegendo

sistematicamente o patrimônio. Aliás, desde os primórdios dos agrupamentos humanos,

tornou-se o sustentáculo imperecível da civilização universal.

Antes de se falar propriamente em Guarda Municipal, temos que ter alguns

conceitos claros, a fim de tirar quaisquer dúvidas quanto a sua real interpretação. Por

exemplo, para conceituar Segurança Pública, devemos antes questionar: O que a

População espera da Segurança Pública?

As respostas mais freqüentes são: uma polícia bem paga (que não seja

corrupta), bem preparada e que possa dar resposta aos anseios da população, onde as

pessoas possam andar nas ruas e sentir a sensação de segurança, seus filhos possam

brincar lá fora sem a preocupação do que possa acontecer, onde o cidadão possa parar o

carro no sinaleiro tranqüilamente sem temer o delinqüente, e por fim, ao sair de casa em

direção ao trabalho, tenha a certeza de que ao retornar encontrará sua residência sem

que a mesma tenha sido violada.

Partindo dessa premissa, sobre polícia podemos fazer o mesmo

questionamento: O que é Polícia?

Page 12: Livro Da Guarda Municipal

Tendo como resposta, segundo Luiz Otavio de O. AMARAL, na obra “Direito e

Segurança Pública” (p. 23), “É a atividade do Estado consiste em limitar o exercício dos

direitos individuais em benefício do interesse público. É a atividade da polícia/policial em

geral”.

“Antes, a ordem pública se restringia à segurança pública e o poder de polícia

era, então, sinônimo de segurança coletiva/pública. Modernamente, porém, o Estado

assumiu novas atribuições e o conceito de ordem pública envolve, agora, a ordem

econômica e social. Assim ampliou-se o poder de polícia.”

Para ser mais específico, etimologicamente falando, Policiar é o ato de

civilizar. O termo Polícia tem origem em 1791, no ordenamento jurídico da França, onde

concomitantemente dividiu a polícia em administrativa e judiciária. Contudo, já em Roma

Antiga tínhamos as “polícias”, onde, em virtude de sua natureza, eram divididas em Civita

ou Militare.

CIVITA ⇒ Civil ⇒ derivação de cidade ⇒ cives ⇒ moradores da cidade.

MILITARE ⇒ Militar ⇒ combatente na guerra ⇒ moravam fora do limite das

cidades ⇒ permissão do governo para adentrar nas cidades.

Como podemos perceber, não é tão fácil quanto parece definir o que é polícia

sem observarmos os aspectos de evolução de uma sociedade. Para o Brasil, por exemplo,

este conceito tem vários sentidos, onde infelizmente, muitas vezes por desconhecimento,

acaba-se confundindo o termo polícia-função (sentido original) com polícia-

denominação (sentido usual).

Para melhor expor a idéia segue abaixo o gráfico:

1. Função (Atividade) Polícia Judiciária/Repressiva (Tipicamente estatal) Polícia Ostensiva/Preventiva

POLÍCIA (Conceito) 2. Denominação (Corporação)

(Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Guarda Municipal)

***

Terminando esta nota introdutória, digo simplesmente que ficarei satisfeito se,

ao menos em parte, esta obra for lida por todos aqueles que exercem conscientemente a

nobre missão de conduzir e representar o povo, abraçada com o fim de bem servir ao

próximo.

Page 13: Livro Da Guarda Municipal

ÍNDICE

1. BREVE HISTÓRICO DA GUARDA MUNICIPAL NO BRASIL ............................... 001 2. HISTÓRICO DA GUARDA MUNICIPAL DE CURITIBA (1986) ........................... 008 2.1. ORGANOGRAMA SMDS – GMC ............................................................ 029 2.2. GESTÕES MUNICIPAIS ....................................................................... 030 3. A GUARDA MUNICIPAL E O PODER PÚBLICO FEDERAL ................................ 034 3.1. SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA – 2003 ................... 034 3.1.1. SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA – SUSP ........................ 034 3.2. PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA ....................................... 035 3.3. PROJETO SEGURANÇA PÚBLICA PARA O BRASIL ................................. 044 3.4. MANUAL DE REFERÊNCIA ESTRUTURAÇÃO DAS GUARDAS MUNICIPAIS. 048 4. A GUARDA MUNICIPAL E A LEGISLAÇÃO FEDERAL ...................................... 061 4.1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL .................................................................. 061 4.2. PROJETO DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL (PEC – 534/02) ...... 062 4.3. MEDIDA PROVISÓRIA N.º 2.029, DE 20 DE JUNHO DE 2000 .................. 077 4.4. LEI N.º 10.201, DE 14 DE FEVEREIRO DE 2001 ...................................... 079 4.5. LEI N.º 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003 ...................................... 082 4.6. MEDIDA PROVISÓRIA N.º 157, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2003 ............... 084 4.7. LEI N.º 10.867, DE 12 DE MAIO DE 2004 .............................................. 084 4.8. LEI N.º 10.884, DE 17 JUNHO DE 2004 ................................................. 085 4.9. DECRETO N.º 5.123, DE 1º JULHO DE 2004 ........................................... 087 4.10. PROJETO DE LEI N.º 1.332, DE 2003 ................................................... 094 5. A GUARDA MUNICIPAL E O PODER JUDICIÁRIO .............................................. 113 6. A GUARDA MUNICIPAL E O GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ ..................... 121 7. A GUARDA MUNICIPAL DE CURITIBA E A LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ................ 122 7.1. LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO .............................................................. 122 7.2. LEI DE CRIAÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL DE CURITIBA ......................... 122 7.3. PRIMEIRO REGULAMENTO DA GUARDA MUNICIPAL DE CURITIBA ........... 124 7.4. LEI N.º 10.630, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2002 ........................................ 137 7.5. DECRETO N.º 100, DE 29 DE JANEIRO DE 2003 ...................................... 148 8. AS GUARDAS MUNICIPAIS NO BRASIL ............................................................. 157 8.1. GUARDA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO – RJ ....................................... 157 8.2. GUARDA MUNICIPAL DE BELÉM - PA ....................................................... 162 8.3. GUARDA MUNICIPAL DE FORTALEZA - CE ............................................... 164 8.4. GUARDA CIVIL DE PIRACICABA - SP ....................................................... 169 9. REPORTAGENS E ENTREVISTAS SOBRE A SEGURANÇA MUNICIPAL .................. 172 9.1. GUARDA MUNICIPAL E A SEGURANÇA PÚBLICA ....................................... 172 9.2. O PAPEL DOS MUNICÍPIOS NA POLÍTICA DE SEGURANÇA ........................ 174 9.3. “O GUARDA BELO” ................................................................................. 178 9.4 ACADÊMICOS DEFENDEM GUARDA MUNICIPAL NO COMBATE À VIOLÊNCIA 179

Page 14: Livro Da Guarda Municipal

10. DA FORMAÇÃO DO GUARDA MUNICIPAL ......................................................... 182 10.1. ACADEMIA DE FORMAÇÃO ..................................................................... 182 10.2. CURRÍCULO DE FORMAÇÃO .................................................................. 183 10.3. CORPO DOCENTE ................................................................................. 184 10.4. ENSINO CONTINUADO ......................................................................... 184 10.5. PALESTRAS E ATIVIDADES EDUCATIVAS ............................................... 186 11. A GUARDA MUNICIPAL E A COMPETÊNCIA SOBRE O TRÂNSITO ................... 187 12. REGULAMENTO DE UNIFORMES ................................................................. 188 12.1. HIERARQUIA E GRADUAÇÕES ............................................................. 189 12.2. DISTINTIVOS E MEDALHAS ................................................................ 192 12.3. GRATIFICAÇÃO DE AQUISIÇÃO DE UNIFORME .................................... 193 12.4. GRUPAMENTO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL .......................................... 200 13. A GUARDA MUNICIPAL E A LEI DO DESARMAMENTO ................................... 201 13.1. OUVIDORIA ....................................................................................... 202 13.2. CORREGEDORIA ................................................................................. 202 13.3. CADASTRO DAS ARMAS ..................................................................... 203 13.3.1. INSTITUCIONAL ............................................................................ 203 13.3.2. PARTICULAR ................................................................................. 205 14. A GUARDA MUNICIPAL E O SERVIÇO TÁTICO-OPERACIONAL ........................ 207 15. A GUARDA MUNICIPAL E O SOCORRO A VÍTIMAS ......................................... 208 16. A GUARDA MUNICIPAL E O ESPORTE ........................................................... 211 17. A GUARDA MUNICIPAL E A COMUNIDADE ESCOLAR ..................................... 212 18. A GUARDA MUNICIPAL E A LEI DA FOCINHEIRA ........................................... 217 19. PERFIL DO COMANDO DAS GUARDAS MUNICIPAIS ....................................... 220 20. OTIMIZAÇÃO DAS GUARDAS MUNICIPAIS ..................................................... 222 20.1. REGIMENTO DISCIPLINAR .................................................................... 222 20.2. REINTEGRAÇÃO DE POSSE .................................................................... 223 20.3. SUBSISTEMA DE INTELIGÊNCIA ............................................................. 223 20.4. RELUZ ................................................................................................... 223 20.5. POLÍCIA NÃO LETAL .............................................................................. 224 20.6. APOIO PSICOLÓGICO E JURÍDICO ......................................................... 225 20.7. POLÍCIA COMUNITÁRIA ......................................................................... 225 21. POR QUE MANTER A GUARDA MUNICIPAL .................................................... 226 22. CARTA DE FORTALEZA ................................................................................ 229 23. A FALA DE UM POLICIAL ............................................................................. 232 24. CONCLUSÃO ............................................................................................... 234

MUITAS VEZES ............................................................................................ 236 O AUTOR ..................................................................................................... 237 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 240

Page 15: Livro Da Guarda Municipal

1. BREVE HISTÓRICO DA GUARDA MUNICIPAL NO BRASIL

No Governo Geral de Martin Afonso de Souza, em 1531, estabeleceram-se as

primeiras diretrizes destinadas à ordem pública e à realização da justiça em território

brasileiro, com a Carta de D. João III, Rei de Portugal, que delegava competência civil e

penal para todas as questões.

Pouco depois, Duarte Coelho, em 1550, na Capitania de Pernambuco, propôs-se

a estabelecer uma Polícia rigorosa e uma Justiça de escarmento, um sistema de repressão

contra os facínoras que invadiam as zonas povoadas. Os livros das Ordenações Afonsinas,

Manuelinas e, finalmente o Livro V das Ordenações Filipinas, que enumeravam os crimes e

as penas e dispunham sobre a forma do processo de apuração, representaram

importância extraordinária para a vida jurídica do Brasil.

As Ordenações Filipinas deram os primeiros passos para a criação e

desenvolvimento de Polícias Urbanas no Brasil, ao disporem sobre os serviços

gratuitos de polícia. Esses serviços eram exercidos pelos moradores, sendo organizados

por quadros ou quarteirões e controlados primeiramente pelos alcaides e mais tarde, pelos

juízes da terra.

No Livro I, das Ordenações Filipinas, em seu título LXXIII, tratava-se da figura

dos Quadrilheiros que estavam presentes em vilas, cidades e lugares para prender os

malfeitores. Esses “policiais” eram moradores dessas cidades, dentre os quais 20 eram

eleitos por Juízes e Vereadores das Câmaras Municipais, sendo ordenado, neste ato, um

como Oficial Inferior de Justiça, a fim de representar os demais integrantes, servindo

todos gratuitamente durante três anos como Quadrilheiros.

Essa “Polícia” foi caindo em desuso, de modo que os Quadrilheiros foram

substituídos progressivamente por Pedestres, Guardas Municipais, Corpos de Milícias e

Serviços de Ordenanças, sendo que na Legislação Brasileira, a partir de 31 de março de

1742, nunca mais se ouviu falar dos Quadrilheiros, possivelmente substituídos pelos atuais

Oficiais de Justiça.

Uma vez fixada no Brasil a Corte Portuguesa com D. João VI, foi criado o cargo

de Intendente Geral de Polícia, através do Alvará de 10 de maio de 1808.

Page 16: Livro Da Guarda Municipal

De forma mais específica ao que se refere às Guardas Municipais, um Decreto

de 13 de maio de 1809 criou a Divisão Militar da Guarda Real no Rio de Janeiro. Este

Decreto homologou a existência das Guardas Municipais Permanentes no Brasil, ocasião

em que o Príncipe Regente percebeu a necessidade de uma organização de caráter policial

para o provimento da segurança e tranqüilidade pública na cidade do Rio de Janeiro e

demais províncias.

A Guarda passou a ser subordinada ao Governador das Armas da Corte, sendo

este comandante da força militar e sujeito ao Intendente Geral de Polícia, como

autoridade Policial.

Em 14 de junho de 1831, foi reorganizado em cada Distrito de Paz um Corpo de

Guardas Municipais, sendo os mesmos divididos em esquadras.

Neste mesmo momento histórico, em 18 de agosto de 1831, em virtude do

Novo Governo, D. Pedro I abdica do trono, deixando em seu lugar o Príncipe Herdeiro, seu

filho menor, D. Pedro II. O Brasil passa a ser governado, então, pela Regência Trina.

É nesta ocasião, após a lei que tratava da tutela do Imperador e de suas

Augustas irmãs, que é editada a lei que instituiu a Guarda Nacional, sendo extintas no

mesmo ato as Guardas Municipais, Corpos de Milícias e Serviços de Ordenanças.

Conseqüentemente, a fim de manter a ordem pública nos municípios, em 10 de

outubro do mesmo ano – data em que se comemora o Dia Nacional das Guardas

Municipais – foram novamente reorganizados os Corpos de Guardas Municipais

Voluntários no Rio de Janeiro e nas demais Províncias, sendo este um dos atos mais

valorosos realizados pelo então, Regente Feijó, o qual tornou pública tamanha satisfação,

ao dirigir-se ao Senado em 1839, afirmando que:

“Lembrarei ao Senado que, entre os poucos serviços que fiz em 1831 e 1832,

ainda hoje dou muita importância à criação do Corpo Municipal Permanente; fui tão feliz

na organização que dei, acertei tanto nas escolhas dos oficiais, que até hoje é esse corpo

o modelo da obediência e disciplina, e a quem se deve a paz e a tranqüilidade de que

goza esta corte”.

Ainda no ano de 1831, sendo um período conturbado, no dia 25 de novembro,

foi extinto o lugar de Comandante Geral das Guardas Municipais Permanentes do Brasil.

Em Curitiba, neste período, a Câmara Municipal era a responsável pelo

alistamento dos referidos Guardas Municipais que atuavam no policiamento da cidade e

Page 17: Livro Da Guarda Municipal

freguesias, inclusive com destacamentos na Lapa, tendo sido de grande valia na defesa do

Cerco da Lapa.

Em 05 de junho de 1832, as Guardas Municipais passaram a ter em seu Corpo o

posto de Major, ano este em que o Major Luiz Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias),

no dia 18 de outubro, foi nomeado Comandante do Corpo de Guardas Municipais

Permanentes da Corte, após ter atuado no subcomando deste corpo, desde 07 de junho.

Duque de Caxias comandou bravamente a Guarda Municipal durante oito anos,

vindo a passar o comando da mesma ao ser nomeado Coronel, no final de dezembro de

1839, para seguir novas funções públicas. Ao se despedir dos seus subordinados fez a

seguinte afirmação:

“Camaradas! Nomeado presidente e comandante das Armas da Província do

Maranhão, vos venho deixar, e não é sem saudades que o faço: o vosso comandante e

companheiro por mais de oito anos, eu fui testemunha de vossa ilibada conduta e bons

serviços prestados à pátria, não só mantendo o sossego público desta grande capital,

como voando voluntariamente a todos os pontos do Império, onde o governo imperial tem

precisado de nossos serviços (...). Quartel de Barbonos, 20/12/39. Luís Alves de Lima e

Silva”.

Em 1º de julho de 1842, fora criado o Regulamento Geral n.º 191, das Guardas

Municipais Permanentes do Brasil, padronizando atuação, patentes e uniformes.

Com a Emancipação Política do Paraná, em 10 de agosto de 1854, por meio da

Lei n.º 07/1854, a Província passou a contar com a nova Força Pública, vindo a somar no

policiamento de Curitiba com as Guardas Municipais.

Com as longas batalhas e revoltas, tanto internas como externas, que surgiam

no Brasil Imperial, como a Guerra do Paraguai, onde durante seis longos anos de combate

foram dizimados dois terços da população paraguaia e milhares de brasileiros perderam a

vida, tendo sido o conflito mais sangrento da América do Sul (morreram mais de 650.000

pessoas), defenderam bravamente as nossas fronteiras, na sua maioria Guardas

Municipais Permanentes e Voluntários, que juntos somavam-se aos Batalhões de

Infantaria da Guarda Nacional.

“Os voluntários da Pátria tomaram a mais brilhante parte na campanha, já

combatendo nos seus corpos, organizados ao primeiro chamamento do país em perigo,...”

(História Militar do Brasil – Capítulo VI – p. 74).

Page 18: Livro Da Guarda Municipal

“Com população de 87.491 habitantes, o Paraná contribuíra até o fim do

primeiro ano de guerra, com 1.239 soldados, sendo 517 voluntários da pátria, 416

guardas nacionais, 221 soldados de linha e 85 recrutas, o que correspondia a 1,42% da

sua população” (O Paraná na História Militar do Brasil – XXIII – p. 224).

No município de Curitiba, no ano de 1895, após a Proclamação da República,

mostrava-se claramente que, após a mudança da forma de governo, ainda as Guardas

Municipais permaneceram em pleno exercício, pois continuavam a ser contemplados, bem

como a ser direcionada a sua atuação nesta municipalidade.

Como podemos ver nas Posturas Municipais de 23 de novembro de 1895, em

seus artigos 341, 346, 347, 350 e 355, onde se atribuía aos Guardas Municipais a

competência de verificar se os comerciantes pagavam ou não os impostos devidos, e

ainda, determinava os guardas a fazer a exata correção trimestral, a fim de verificar se

eram observadas ou não as Posturas Municipais. Competia-lhes, ainda, a aplicação de

multas para os infratores, havendo inclusive a previsão de punição de multa, caso

ocorresse a omissão por parte dos guardas e não viessem a autuar os infratores. E por

fim, preconizava que “todo aquele que desobedecer ou injuriar os guardas municipais,

quando em exercício de suas funções, sofrerá a multa de 30$000, além das penas em que

incorrer”.

A fim de ampliar a segurança de Curitiba e periferias, em 17 de junho de 1911,

pelo Decreto Estadual n.º 262, foi criada a Guarda Civil do Paraná, órgão civil incumbido

de auxiliar na manutenção da ordem e segurança pública.

O Ato n.º 15, do município de Curitiba, assinado pelo Prefeito Moreira Garcez,

de 18 de fevereiro de 1927, nomeia para o Cargo de Guarda de 2ª Classe o Sr. Brasílio

Pery Moreira, sendo o ato seguinte a promoção por merecimento do Guarda de 2ª Classe,

Sr. Manoel de Oliveira Cravo, para o Cargo de Guarda de 1ª Classe.

Convém ressaltar que o Prefeito Ivo Arzua Pereira, quando em exercício, como

forma de reconhecimento para com os serviços prestados pelo Guarda Pery Moreira, deu o

seu nome à edificação onde se encontra atualmente a Sede da Procuradoria Geral do

Município de Curitiba.

Em agosto de 1932, a Guarda Civil, em decorrência da Revolução

Constitucionalista, veio a ser incorporada, servindo como força auxiliar do Exército.

Neste momento histórico, após seus atos de bravura frente à Revolução

Constitucionalista, o Marechal Zenóbio da Costa, oriundo do Exército, tendo sido um

Page 19: Livro Da Guarda Municipal

grande comandante e mobilizador das forças policiais, assumiu, de maio de 1935 até abril

de 1936, o cargo de Inspetor Geral da Polícia Municipal do Rio de Janeiro. Tornou-se

posteriormente o criador do Pelotão de Polícia Militar da FEB (Força Expedicionária

Brasileira), e após o término da Segunda Guerra Mundial, foi o responsável pela criação da

Polícia do Exército no Brasil.

Seu convívio junto a um corpo policial de caráter civil por diversas vezes, em

momentos distintos, tornou-o um exemplo de policial, o qual não media esforços para

atender a qualquer chamada da Nação, inclusive mobilizando, sempre que necessário, as

Guardas Civis. Desse modo, surgiu o Código de Honra do PE, pautado nos ensinamentos

do policiamento cidadão.

Em 1936, com o estabelecimento do que se chamou o “Estado Novo”, à feição

totalitária dos estados nazi-fascistas, não havia mais o que se falar em autonomia dos

Estados e Municípios, e portanto, em forças dissuasórias do poder central. Se a Guarda

Municipal e a Força Pública eram ainda úteis como instrumento de contenção popular, elas

iam perdendo a posição antes desfrutada para as Forças Armadas, em especial para o

Exército; para evitar rebeliões civil e policial contra o poder central, elas foram despindo-

se gradativamente de suas autonomias, por meio do poder público federal, que aos

poucos foi limitando cada vez mais suas atribuições, chegando ao ponto de torná-las

inúteis e onerosas.

Com o advento da Lei Estadual n.º 73, de 14 de dezembro de 1936, foram

transferidos os serviços públicos de Guarda Civil e Inspetoria de Tráfego do Município de

Curitiba, ambos desempenhados pela Guarda Municipal de Curitiba, para o Estado do

Paraná, sendo neste mesmo ato transferido o seu efetivo operacional.

Em 1939, o Exército dos Estados Unidos criou a Military Platoon Police “MP”,

polícia esta inserida dentro das Divisões de Infantaria, a fim de manter a ordem nos

acampamentos, bem como efetuar a guarda de presos de guerra, entre outros.

A Polícia do Exército não existia na organização militar brasileira até o ingresso

do Brasil na 2ª Guerra Mundial, quando seguindo os moldes da organização americana,

surgiu um Pelotão de Polícia Militar (MP), “dado o desconhecimento quase absoluto do

Exército sobre questões policiais e de tráfico pensou-se em aproveitar, de alguma

corporação já existente, a experiência necessária. Assim, do núcleo original formado por

Page 20: Livro Da Guarda Municipal

19 homens do Exército, formou-se um contingente de 44 voluntários, oriundos da Guarda

Civil de São Paulo”. (A Polícia do Exército Brasileiro – p. 26)

“A Guarda Civil do Estado de São Paulo, habituada aos problemas de tráfego

intenso na capital paulista, selecionou os 44 voluntários para completar o efetivo de 66

homens, entre aqueles de moral ilibada, de físico atlético e profissionalmente competentes

no uso de armas de defesa pessoal e combate corpo a corpo, incluindo-se 10 homens com

conhecimento das línguas alemã e italiana”. (História da Polícia do Exército – PE – p. 27)

Com o término da 2ª Guerra Mundial e o retorno das tropas brasileiras,

extinguiu-se a Força Expedicionária Brasileira. Contudo, sabedor da grande importância de

um corpo policial dentro da organização militar, o General Euclydes Zenóbio da Costa,

tendo implantado e comandado este Pelotão anteriormente, conseguiu por meio do

Estado-Maior do Exército, transformá-lo em 1ª Companhia de Polícia do Exército.

Com a promulgação da Constituição da República de 18 de setembro de 1946,

surgiram as “polícias militares, instituídas para a segurança interna e a manutenção da

ordem nos Estados”, sendo consideradas como forças auxiliares e reservas do Exército.

Desse modo, com a publicação do Decreto-Lei n.º 544, de 17 de dezembro de

1946, a Força Policial do Estado do Paraná passou a denominar-se Polícia Militar do Estado

do Paraná.

A partir de então, o Município de Curitiba, na tarefa de preservação da ordem

pública, passou a contar somente com os Inspetores de Quarteirão, os quais, em 03 de

outubro 1951, por meio da Lei Municipal n.º 357/51, foram reconhecidos novamente como

integrantes dos serviços públicos municipais, sendo denominados como Guarda Noturna.

Desencadeado pelo Golpe Militar, por meio dos Decretos–Lei Federais 667, de 2

julho de 1969 e 1070, de 30 de dezembro de 1969, os municípios tornaram-se

impossibilitados de exercer a segurança pública. Contudo, mesmo com todas essas

mudanças políticas, alguns mantiveram as suas Guardas Municipais, umas restritas à

banda municipal, outras à vigilância interna dos próprios. Entretanto em algumas cidades

apenas mudaram o nome das suas instituições para Guarda Civil Metropolitana,

mantendo-as até os dias de hoje.

Em 1969, a Guarda Civil pertencendo ao Governo do Estado do Paraná desde o

ano de 1937, passou então a estar diretamente subordinada à Polícia Militar do Estado,

sendo esta corporação efetivamente extinta em 17 de julho de 1970.

Page 21: Livro Da Guarda Municipal

Com a queda do Regime Militar e a segurança municipal deficitária, começou a

se cogitar a possibilidade de reorganizar as Guardas Municipais nas grandes cidades e

regiões metropolitanas.

Neste mesmo período, Curitiba enfrentava um aumento repentino de

criminalidade, bem como depredações em seus “próprios“ municipais, despertando a

necessidade de se criar um grupo diferenciado, onde proteção à população seria a sua

prioridade, pois “o povo em coro clama pela volta da Guarda Civil”.

Com este intuito, em 17 de junho de 1986, exatamente 16 anos após a sua

extinção, o Prefeito Municipal Roberto Requião sancionou, com aprovação da Câmara

Municipal dos Vereadores de Curitiba, conforme as prerrogativas inerentes ao seu cargo, o

Projeto de Lei n.º 56/84, de autoria do Vereador José Maria Correia, surgindo assim a Lei

n.º 6867, que criou o Serviço Municipal de Vigilância - VIGISERV.

A autonomia municipal se consolidou através da Carta Magna de 1988, que

conferiu aos municípios a faculdade de “criar novamente” as Guardas Municipais,

seguindo o estatuído em seu Artigo 144, § 8º.

Desse modo, aplicando o preceito legal da Constituição da República Federativa

do Brasil, a VIGISERV teve a sua denominação alterada por meio da Lei n.º 7356/89,

passando a ser denominada Guarda Municipal de Curitiba, com o lema: “PRO LEGE

SEMPER VIGILANS” (Pela Lei, Sempre Vigilantes) – lema este, oriundo da extinta Guarda

Civil do Paraná.

2. HISTÓRICO DA GUARDA MUNICIPAL DE CURITIBA (1986)

Em Curitiba, aos primeiros raios solares do dia 17 de julho de 1986,

antecedendo a Carta Magna vindoura, a Câmara Municipal de Curitiba, por meio do

Vereador José Maria Correia, atendendo ao pedido do Chefe do Executivo Municipal, o

Prefeito Roberto Requião, viu em votação e aprovação o projeto que viria a ser o embrião

da Guarda Municipal de Curitiba.

Modestamente, a fim de minimizar os índices de insegurança nesta

municipalidade, vindo com isso de encontro às necessidades e anseios dos cidadãos,

surgiu o VIGISERV (Serviço Municipal de Vigilância).

Page 22: Livro Da Guarda Municipal

Conforme a Lei n.º 6867, de 17 de julho de 1986, seguindo o ora estabelecido,

foi publicado o Edital de Regulamento do Concurso Público para VIGISERV, no dia 21 de

janeiro de 1988, normatizando os critérios para admissão com provas físicas, psicológicas,

culturais e antecedentes criminais. Essa avaliação limitava consideravelmente a margem

de escolha dos candidatos.

No início do ano de 1988, foi realizado o 1º Concurso da Guarda Municipal

de Curitiba, tendo como requisitos para o provimento do cargo os seguintes itens: ser

brasileiro nato ou naturalizado; apresentar título de eleitor; certificado de reservista de 1ª

categoria; possuir no ato da inscrição o 1º Grau completo; apresentar cédula de

identidade; apresentar atestado de antecedentes criminais; ter no mínimo 19 anos

completos e no máximo 35 anos completos; ter no mínimo 1,70m para homens e 1,60m

para mulheres.

O certame do concurso realizou-se da seguinte forma:

• 1ª fase: prova objetiva de conhecimentos, exame de saúde, aptidão física

(equilíbrio, salto em extensão, subida na corda, corrida de velocidade,

corrida aeróbica) e teste psicopatológico;

• 2ª fase: curso de formação técnico-profissional.

Em 04 de agosto de 1988, quando os candidatos encontravam-se ainda em

formação, iniciou-se a atividade da VIGISERV – “Guarda Municipal de Curitiba”, com

objetivo de prestar atendimento às praças, parques, bosques, creches, escolas, centros de

saúde, ciclovias, terminais de transportes e demais equipamentos do município,

representando nova proposta em termos de proteção do patrimônio público e defesa aos

cidadãos.

Nesta data, ocorreu a solenidade realizada no Edifício Presidente Castelo

Branco, localizado no Centro Cívico de Curitiba. A turma de formandos passou por um

concurso público, regido pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), onde realizaram

treinamento prático de patrulhamento, curso de defesa pessoal, primeiros-socorros,

instruções teóricas de princípios constitucionais e criminais, aulas de relações públicas e

comunicação, sempre baseados na disciplina.

O corpo era composto por 130 Guardas Municipais, sendo 100 homens e 30

mulheres, trajando um uniforme social na cor azul petróleo, camisa azul clara, quepe de

oito pontas, apito e cinto de guarnição com algemas e bastão PR-24.

Page 23: Livro Da Guarda Municipal

Os Guardas Municipais, de maneira educada e gentil, apresentavam-se à

população curitibana nos centros históricos, praças, parques, bosques e terminais de

transporte coletivo, atuando em conjunto com os demais organismos de Segurança

Pública, para garantir a segurança, prevenir acidentes, como também orientar e

aconselhar os munícipes.

Seus tratos finos e polidez tornaram a Guarda Municipal de Curitiba um exemplo

de policiamento cidadão, onde o combate era direcionado ao crime e não ao criminoso.

O Chefe do Executivo do Município, visando a implantação de um serviço de

segurança que viesse de encontro às necessidades municipais, bem como que estivesse

em sintonia com a vindoura Carta Constitucional. Com 35 dias de antecedência à

publicação da nova Constituição Federal, por meio do Decreto 387/88, o então Prefeito

Roberto Requião alterou a denominação da VIGISERV para Guarda Municipal de Curitiba e

isentou os seus integrantes do pagamento da tarifa do transporte coletivo no

município, desde que devidamente uniformizados.

O Regulamento Geral do Departamento do Serviço Municipal de Vigilância foi

aprovado em 30 de novembro de 1988, por meio do Decreto n.º 535/88 (1º Regulamento

da Guarda Municipal), o qual, mesmo sofrendo algumas alterações, continua parcialmente

em vigor.

A partir desta data, conforme art.39 do mesmo Decreto Municipal, os Guardas

Municipais em Curitiba passaram a trabalhar armados com revólveres calibre 38, a fim de

prestar a defesa da população curitibana, bem como para a sua segurança pessoal.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná, por meio da Escola de

Polícia Civil do Paraná, e a Prefeitura Municipal de Curitiba, em 28 de dezembro de 1988,

realizaram no Auditório Presidente Castelo Branco a Solenidade da 2ª Turma do Curso de

Formação Técnico-Profissional de Guarda Municipal, onde 57 novos guardas municipais,

após o curso de formação, estavam sendo entregues à comunidade curitibana para atuar

no policiamento das ruas, parques, bosques, terminais rodoviários e praças.

O Prefeito Roberto Requião, além de implantar o Serviço Municipal de Vigilância

(VIGISERV), iniciou ainda o processo de transformação do mesmo, nos moldes da

Constituição da República. No período de seis meses, realizou ainda dois Concursos

Públicos com objetivo de ver perpetuado o seu trabalho, o qual vinha ao encontro dos

Page 24: Livro Da Guarda Municipal

clamores públicos, tendo uma visão real sobre a responsabilidade do município em relação

à Segurança Pública.

Na gestão do Prefeito Jaime Lerner, em 11 de agosto de 1989, por meio do

Decreto 400/89, os componentes da Guarda Municipal passaram a receber o Risco de

Vida, inerente à profissão, onde foi incorporado um acréscimo de 30% no vencimento dos

servidores.

A Divisão de Vigilância foi criada através do Decreto n.º 428/89, em 29 de

agosto de 1989, inserindo os servidores da Prefeitura Municipal de Curitiba providos no

cargo de Guardião e Vigia, onde os mesmo passaram à subordinação direta da Guarda

Municipal de Curitiba.

Efetivamente, muito embora já existissem alguns decretos tratando da

VIGISERV - Serviço Municipal de Vigilância - como Guarda Municipal, em 05 de outubro de

1989, por meio da Lei n.º 7356/89, a VIGISERV passou a denominar-se efetivamente

Guarda Municipal de Curitiba.

Conforme a Lei n.º 7360, de 27 de outubro de 1989, as atribuições da Guarda

Municipal foram acrescidas, passando a ter prioridade o atendimento das escolas da

Rede Municipal de Ensino, sendo regulamentado, posteriormente, o Pelotão Escolar.

Após o Curso de Formação Técnico-Profissional de Guarda Municipal, em 02 de

janeiro de 1990, com a conclusão da 3ª Turma, formaram-se 104 guardas municipais que

foram direcionados para atender em caráter prioritário as escolas públicas municipais e as

estações-tubo do transporte coletivo que estavam sendo inauguradas.

Seguindo as diretrizes estabelecidas pela Constituição Federal, em 09 de janeiro

de 1991, por meio da Lei n.º 7600/91, os servidores regidos pela CLT (Consolidação das

Leis do Trabalho) optaram pelo novo Regime Jurídico Único. Desta forma, todos os

integrantes da Guarda Municipal de Curitiba passaram a ser estatutários.

Em 25 de março de 1991, formou-se a 4ª Turma de Guardas Municipais de

Curitiba, conforme Decreto n.º 507/91, o qual designou 24 servidores para a função de

Guarda Municipal, ficando lotados na Secretaria de Governo Municipal.

Por meio do Decreto n.º 400, em 20 de julho de 1991, foi criado o

Grupamento de Proteção Ambiental – Guarda Verde – uniformizados no estilo do

Policiamento Canadense, tendo por objetivo o exercício das atividades de policiamento e

proteção ao Meio Ambiente em bosques, parques e áreas florestais. O Grupamento de

Page 25: Livro Da Guarda Municipal

Proteção Ambiental, formado por guardas municipais, recebeu treinamento especial,

freqüentando cursos na Secretaria Municipal do Meio Ambiente e na Polícia Florestal

(Polícia Militar do Paraná - PMPR), tendo inclusive aulas de Ikebana, objetivando

conscientizar os treinandos da importância de um convívio de afeto e respeito com o Meio

Ambiente.

Atualmente, mesmo estando sem o uniforme verde, os guardas municipais,

divididos pelas nove Regionais de Curitiba, estão atendendo ininterruptamente os 30

parques e bosques de Curitiba, na sua grande maioria com o patrulhamento e o

policiamento motorizado (motociclistas), garantindo a segurança dos usuários e turistas.

A Guarda Municipal de Curitiba, seguindo o estatuído na Lei n.º 7360, agora

regulamentada pelo Decreto n.º 455, de 13 de agosto de 1990, implantou efetivamente o

Pelotão Escolar, sendo que o mesmo foi dividido entre as suas Distritais (atuais Núcleos

Regionais), tendo como finalidade a segurança, trânsito, orientação e acompanhamento

dos alunos da Rede Municipal de Ensino.

As escolas municipais passaram a contar no mínimo com um guarda fixo no

período de aulas, bem como com uma viatura por Regional específica para ronda nos

referidos equipamentos. Durante os horários ociosos, as escolas passaram a contar com o

sistema interno de monitoramento de alarmes, somado à ronda motorizada da viatura do

Pelotão Escolar.

Desta forma, a Guarda Municipal de Curitiba atende atualmente 376

equipamentos municipais da área da Educação, sendo eles: 167 Escolas Municipais e

Centros de Educação Integral, 24 Bibliotecas (Farol do Saber), 145 Centros Municipais de

Educação Infantil (Creche), 8 Centros de Atendimentos Especializados, 30 Programas de

Integração da Infância e Adolescência (Casa do Piá) e 2 Escolas de Educação Especial.

A 5ª Turma de Guardas Municipais formou-se em 23 de outubro de 1991, sendo

nomeados nesta data 56 novos integrantes que vieram a somar no trabalho

desempenhado pela Guarda Municipal de Curitiba, atuando prioritariamente na região do

anel central, vindo inclusive a inaugurar a Rua 24 Horas.

Com o advento do Decreto n.º 660, de 30 de outubro de 1991, a carreira da

Segurança Municipal foi alterada e revogado o Art. 13 do Decreto 535/88, no que diz

respeito as suas Graduações Internas. Desta forma, a Guarda Municipal passou a ter em

seus quadros as seguintes patentes: Inspetor de 1ª Classe, Inspetor de 2ª Classe,

Page 26: Livro Da Guarda Municipal

Inspetor de 3ª Classe, Sub-Inspetor, Supervisor, Guarda Municipal de 1ª Classe, Guarda

Municipal de 2ª Classe e Guarda Municipal de 3ª Classe.

Com isso, foram preenchidos todos os cargos em vacância por Guardas

Municipais de 3ª Classe, até a abertura de um Procedimento Seletivo Específico para

Promoção, que somente em 1994 veio a concretizar-se, pois até esta data muitos

servidores desempenharam a função de fato, sem efetivamente pertencerem às

correspondentes graduações.

Em 19 de março de 1992, a 6ª Turma de Guardas Municipais de Curitiba veio a

se formar conforme a Portaria n.º 671/92, a qual nomeou 232 novos integrantes em

virtude de habilitação em Concurso Público na Carreira de Guarda Municipal, na função de

Guarda Municipal de 3ª Classe, ficando lotados na Secretaria Municipal de Administração.

O Deputado Luciano Pizzato, em 08 de abril do ano de 1992, entra com projeto

na Assembléia Legislativa para alterar a Constituição Estadual, dando poder à Guarda

Municipal de atuar no Combate efetivo à criminalidade.

Ainda neste ano, em parceria com a Escola de Polícia Civil, os guardas

municipais passaram por um treinamento, onde aprenderam, dentre outras práticas de

alto risco, a desmontar bombas.

O Decreto n.º 428/92, de 07 de julho de 1992, considerou atividade perigosa o

exercício da função da Carreira de Segurança Municipal para os integrantes da Guarda

Municipal, Guardião e Vigilante, sendo mantida a gratificação por Risco de Vida.

O Regimento Interno da Secretaria Municipal de Administração foi aprovado no

dia 06 de agosto de 1992, por meio do Decreto n.º 538, e por fazer parte desta pasta o

Departamento da Guarda Municipal, o mesmo veio a ser reestruturado, sendo alterado

parcialmente o Decreto n.º 535/88 no que tange à estrutura organizacional da Guarda

Municipal.

O Departamento da Guarda Municipal de Curitiba, em 11 de janeiro de 1993,

conforme o Decreto n.º 239, foi transferido da Secretaria Municipal da Administração para

o Gabinete do Prefeito.

Pela primeira vez, foi nomeado como Secretário Executivo da Comissão

Municipal da Defesa Civil – COMDEC, o Comandante da Guarda Municipal, por meio

do Decreto n.º 255, de 22 de janeiro de 1993, iniciando uma nova realidade para o

Departamento da Guarda Municipal, pois além da atribuição inerente ao cargo de prestar

Page 27: Livro Da Guarda Municipal

colaboração a Defesa Civil, agora estava iniciando um novo marco na história, onde um

Comandante da GMC passou efetivamente a ser um membro da COMDEC, estando mais

próximo da população curitibana, que além da prestação de serviço continuada, ainda

recebia atendimento nas situações de emergência e estado de calamidade pública.

Em março de 1993, ao comemorar os 300 anos da cidade de Curitiba, o Prefeito

Rafael Greca, resgatou do acervo histórico o uniforme utilizado pela Guarda Municipal de

Curitiba, nos idos de 1780, tornando-o uniforme histórico a ser utilizado em datas

comemorativas.

A partir de 01 de maio de 1993, conforme a Lei n.º 8164, foram extintas as

Carreiras de Guardião e Vigilante na Prefeitura Municipal de Curitiba, com um total de

1.092 e 40 cargos respectivamente. Na mesma Lei, foi criada na Carreira da Segurança

Municipal o cargo de Agente de Segurança, com um total de 1.132 vagas remanescentes

do cargo anterior, cujo provimento inicial foram os integrantes da Carreira de Guardião e

Vigilante.

O Prefeito Rafael Greca, no uso de suas atribuições legais, por meio do Decreto

n.º 570, datado de 01 de junho de 1993, instala a Secretaria da Segurança Municipal –

SSM – de natureza extraordinária, com o propósito de estabelecer diretrizes, estudos e

projetos, objetivando a estruturação do setor responsável pela proteção dos bens, serviços

e instalações municipais.

Essa Secretaria passou a contar com estrutura técnica e operacional do

Departamento da Guarda Municipal, bem como com o Gabinete do Prefeito e o Instituto

Municipal da Administração Pública. Foi um marco precursor para o futuro a Guarda

Municipal estar vinculada efetivamente a uma secretaria destinada a sua área específica

de atuação, pois sendo uma Secretaria Extraordinária, tinha previsão legal para sua

extinção em 31 de maio de 1994.

Neste mesmo mês, implanta-se o plano de vigilância na Rua das Flores e

Largo da Ordem, onde foram instalados 01 módulo no Pelourinho (Praça Tiradentes), 06

guaritas ao longo do calçadão da Rua XV e 03 guaritas no Largo da Ordem, com duplas de

guardas circulando 24 horas por dia, no intuito de transformar a Rua das Flores e o Setor

Histórico em um espaço seguro a moradores, comerciantes e visitantes.

Considerando o parecer da Comissão de Racionalização de Despesas de Custeio

designada pelo Decreto n.º 582/93, foi concluído pela necessidade de reformulação dos

Page 28: Livro Da Guarda Municipal

critérios para a configuração do Risco de Vida ou Saúde, sendo por fim extinto o Risco de

Vida aos servidores da Guarda Municipal, conforme o Decreto n.º 658, de 01 de julho de

1993. Em 06 de julho de 1993, por meio do Decreto n.º 669, foi concedida a gratificação

pelo Desempenho de Funções de Segurança, vindo a substituir o Risco de Vida.

Na festa de “Comemoração de Cinco Anos da Corporação”, o Prefeito Rafael

Greca anunciou, no mês de agosto de 1993, que a Guarda Municipal deveria ganhar um

estatuto próprio de plano de carreira. Esta referência foi feita em Boletim Oficial, onde

foram analisados os objetivos da Guarda Municipal e os desafios que vinha enfrentando.

Nessa comemoração, houve homenagem por ato de bravura e serviços

humanitários em favor da população. Quatro guardas municipais foram homenageados

durante esse evento, sendo dois deles por auxiliar um parto de emergência em uma

viatura da Corporação; outro, em decorrência de estar trabalhando no armazém da

família, onde ocorreu um assalto e posterior tiroteio, vindo a ficar paraplégico; e por fim, o

último, quando em exercício da função, evitando a já instalada invasão na Cidade

Industrial, em virtude da represália, foi atingido por um tiro desferido por um dos

invasores.

No mês de outubro de 1993, foi aprovado projeto que dispunha sobre instalação

de módulos da Guarda Municipal nos bairros da Cidade, por iniciativa do Vereador

Mauro Moraes, que obteve aprovação unânime. A medida tinha objetivo de reforçar o

aparato de segurança pública, utilizando módulos que deveriam ser instalados em locais

estratégicos dos bairros. Cada módulo deveria ter funcionamento ininterrupto, equipado

com viatura e quatro guardas em cada turno. Os primeiros bairros a serem beneficiados

eram aqueles de maior densidade populacional e incidências de crimes.

Cumprindo o proposto no mês de agosto de 1993, o Prefeito Rafael Greca, no

dia 10 de dezembro, por meio da Lei n.º 8340, aprovou e alterou a Carreira de Segurança

Municipal, implantando os institutos de progressão e promoção, sendo nesse mesmo ato

reformulados os cargos da Guarda Municipal. Dando continuidade a esta reestruturação,

no dia 09 de fevereiro do ano seguinte, foi aprovado o Regulamento do Avanço Funcional

por Progressão e Promoção, com o Decreto n.º 62.

Como forma de reconhecimento pelos valorosos serviços prestados por

integrantes das instituições de segurança pública do Paraná e do Município de Curitiba, em

03 de março de 1994, por meio da Lei n.º 8369, instituiu o Título Honorífico do Município

de Curitiba, denominado Mérito Policial, devendo o mesmo ser concedido pela Câmara

Page 29: Livro Da Guarda Municipal

Municipal de Curitiba aos integrantes das unidades policiais civis e militares, incluindo-se

os do Corpo de Bombeiros e da Guarda Municipal que tenham sido reconhecidos em suas

respectivas corporações por atos de bravura no cumprimento do dever.

Dando continuidade à reestruturação dos cargos da Guarda Municipal, em 06 de

abril de 1994, por meio do Decreto n.º 189, foram aprovadas especificações, atribuições,

tarefas típicas, requisitos e demais características de Cargos e Classes da Carreira de

Segurança Municipal, sendo revogado o decreto n.º 660/91.

Aos dezoito dias do mês de abril de 1994, por meio do Decreto n.º 214, foi

designada a Comissão Executiva de Procedimento Seletivo Específico de Promoção para

Classe de Guarda Municipal na Carreira de Segurança Municipal.

A Secretaria de Segurança Municipal, em 30 de maio de 1994, por meio do

Decreto n.º 384, teve seu prazo de exercício prorrogado, passando a ter a previsão para

extinção em 31 de dezembro de 1995.

Após concluírem com êxito o 1º Curso de Formação de Supervisor da Guarda

Municipal, em 31 de maio de 1994, através de Procedimento Seletivo Específico, foi

concedido o Avanço Funcional por Promoção a funcionários da classe de Guarda Municipal

para a de Supervisor, num total de 25 graduados, conforme o Decreto n.º 395.

Em 13 de junho de 1994, por meio da Lei n.º 8470, foi instituída a

Gratificação de Segurança aos integrantes da Carreira de Segurança Municipal, sendo

revogado o Decreto n.º 669/93.

A 7ª Turma de Guardas Municipais de Curitiba formou-se em 07 de julho de

1994 e foram nomeados 57 novos integrantes em Concurso Público, na Carreira de

Guarda Municipal, na função de Guarda Municipal de 3ª Classe, ficando lotados na

Secretaria Municipal de Administração.

Baseado nos moldes dos Faróis de Alexandria, surgiu em Curitiba, no dia 19 de

novembro de 1994, o primeiro Farol do Saber, com o nome de Machado de Assis, em

homenagem ao patrono da Academia Brasileira de Letras, um dos maiores escritores da

língua portuguesa.

Este projeto inovador do Prefeito Rafael Greca, trouxe consigo a união da

Cultura e Segurança, junto à comunidade. Com uma construção modular em estrutura

metálica, tem 17 metros do térreo ao alto da torre-guarita e 98m2 de área construída. De

longe, avista-se a construção, pintada em vermelho, amarelo e azul.

Page 30: Livro Da Guarda Municipal

Toda a edificação é protegida por isolamento térmico à base de lã de vidro. Sua

divisão interna é simples: o andar térreo - com os livros, um mezanino e uma escada em

caracol, que conduz ao topo da torre, onde fica a guarita, coberta por abóbada metálica e,

em cima, um galo. À noite, o Farol do Saber contribui para a segurança do bairro,

lançando sinais luminosos.

Os Faróis do Saber foram construídos em locais centrais dos bairros, onde, além

de ofertar a cultura através dos livros e computadores com acesso a Internet, ainda

forneciam a segurança de um Guarda Municipal aos moradores do seu redor e derredor.

Em 07 de fevereiro de 1995, foi ratificado o Decreto n.º 181, o qual tratava

sobre as especificações, atribuições, tarefas típicas, requisitos e demais características dos

Cargos da Administração Direta da Municipalidade de Curitiba aos integrantes da Carreira

de Segurança Municipal, e foi mantido o que estava disposto no Decreto n.º 189/94.

No ano de 1995, no Dia Nacional das Guardas Municipais - 10 de outubro,

Curitiba comemorou também a formatura da 8ª Turma de Guardas Municipais, com 78

novos integrantes. A cerimônia foi realizada no Cine Ritz, contando com a presença de

representantes das Forças Armadas, das Polícias Civil e Militar do Estado do Paraná.

Os novos guardas reforçaram a proteção nos parques, praças, ciclovias,

terminais de transportes coletivos e outros patrimônios públicos municipais. Com esta

formatura, a Guarda Municipal elevou o número de seu efetivo para 1.600 integrantes.

Novamente, em 22 de dezembro de 1995, conforme o Decreto n.º 1164, foi

prorrogado o prazo de vigência da Secretaria de Segurança Municipal para 31 de

dezembro de 1996, a qual cumprido o prazo legal, veio efetivamente a ser extinta.

Durante o ano de 1996, após decisão judicial em virtude do 1º Procedimento

Seletivo Específico, foi concedido o Avanço Funcional por Promoção a funcionários da

classe de Guarda Municipal para a de Supervisor, num total de 06 novos graduados,

conforme Portaria n.º 1900.

Com a mudança de Governo Municipal, o Departamento da Guarda Municipal foi

transferido, em 30 de janeiro de 1997, por meio do Decreto n.º 283, retornando do

Gabinete do Prefeito para a Secretaria Municipal de Administração.

No dia 25 de julho de 1997, foi designado como Secretário Executivo da

Comissão da Defesa Civil – COMDEC, o Diretor da Guarda Municipal de Curitiba,

permanecendo esta atribuição extensivamente a todos os integrantes da Corporação,

dando continuidade às ações de Defesa Civil já em vigência.

Page 31: Livro Da Guarda Municipal

Em 1997, novas responsabilidades foram atribuídas aos integrantes da Guarda

Municipal, que, além das suas atribuições normais, ainda prestariam atendimentos de

socorro a vítimas domésticas e traumas simples. Com isso, os guardas municipais

receberam treinamento especial para atendimento de primeiros-socorros, acidentes

domésticos e outros serviços de apoio à população. A idéia principal do Prefeito Cássio

Taniguchi era de manter a integração da Guarda Municipal com a comunidade.

Conforme decisão judicial, em virtude do 1º Procedimento Seletivo Específico,

foi concedido o Avanço Funcional por Promoção a funcionários da classe de Guarda

Municipal para a de Supervisor, passando a contar com mais 02 novos graduados,

conforme Portaria n.º 1630/97, totalizando 33 Supervisores na Carreira.

Durante o curso do ano de 1997, o Departamento da Guarda Municipal de

Curitiba, recebeu o acompanhamento de acadêmicas do último ano do Curso de Psicologia

da Universidade Tuiuti do Paraná, a fim de realizar estágio, analisando os integrantes da

Guarda Municipal, de acordo com o exercício da sua função, seu relacionamento

interpessoal e os reflexos na sua vida pessoal e familiar.

Em junho de 1998, a fim de agilizar os serviços internos da Guarda Municipal de

Curitiba, foi realizada uma busca minuciosa sobre as Leis e Decretos Municipais que

tratavam sobre a Guarda Municipal, sobre funcionários municipais e competências do

município na área de segurança.

Desta forma, a Divisão de Instrução da Guarda Municipal de Curitiba, em

trabalho pioneiro, confeccionou a Coletânea de Leis e Decretos Municipais, catalogando 72

leis do período de 1950 a 1997 e 110 decretos do período de 1984 a 1997, os quais, de

um modo em geral, estavam diretamente relacionados ao Departamento da Guarda

Municipal.

No mês de agosto de 1998, em virtude da dedicação e empenho de alguns

guardas municipais, os quais participavam de diversas competições de rua, buscando

sempre levar o nome da sua instituição aos outros Municípios e Estados, após diversas

vitórias, conquistaram a maior, que foi inserir a Corrida da Guarda Municipal de Curitiba

no calendário da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, na 4ª Etapa do Campeonato

Adulto de Corrida de Rua.

Neste mesmo período, a Guarda Municipal de Curitiba, buscando extinguir o

cargo de Agente de Segurança na Carreira de Segurança Municipal, iniciou primeiramente

Page 32: Livro Da Guarda Municipal

a extinção dos respectivos uniformes, que eram calça na cor cinza, camisa azul clara e

boné cinza.

Desse modo, todos os Agentes de Segurança que estavam em plenas condições

físicas passaram a ter cursos de aperfeiçoamento ministrados por guardas municipais,

sendo que os mesmos passaram a integrar o Pelotão Escolar e usar o uniforme da Guarda

Municipal, apenas com a diferença no cinturão (sem coldre e sem porta algemas), bem

como a tarja de identificação braçal em meia lua escrito AGENTE DE SEGURANÇA.

Em virtude de diversas ocorrências de ataques de cães nos parques, praças e

vias públicas municipais, em 15 de abril de 1999, surgiu a Lei Municipal n.º 9493 - Lei da

Focinheira, a qual passou a disciplinar sobre o trânsito de cães de raça notoriamente

violentos e perigosos, sendo determinado aos seus proprietários algumas normas de

conduta e prevendo punições aos infratores.

Dando continuidade à integração da Guarda Municipal com a comunidade, em

27 de outubro de 1999, haja vista um fato isolado em determinada escola da Rede Pública

de Ensino Municipal, surgiu a necessidade da Guarda Municipal, por meio da Divisão de

Instrução, ministrar palestra nesta escola sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, a

fim de minimizar os problemas locais.

A palestra foi realizada de maneira interativa, unindo palestrante, teatro de

fantoche e alunos, onde todos interagiam, tratando o tema complexo com uma linguagem

simples e clara, de certa forma descontraída. Desse modo, tanto os professores quanto os

seus alunos ficaram satisfeitos com o resultado obtido. Assim, surgiu mais uma nova

atribuição para a Guarda Municipal, que seria ministrar palestras para crianças e

adolescentes tratando sobre diversos temas, principalmente sobre direitos, deveres e

obrigações, tanto nas escolas públicas quanto nas particulares.

Em virtude das Palestras sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente serem

realizadas na grande maioria das escolas municipais, a Guarda Municipal passou a se

integrar com os docentes. Com a vinda do Projeto “Justiça se Aprende na Escola”,

elaborado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, uma das escolas municipais, ao

ser convidada para participar do 1º Júri Simulado, em 25 de maio de 2000, solicitou à

Equipe da Divisão de Instrução que auxiliasse na explicação, elaboração e aplicação do

Júri na própria escola, a fim de que viesse a realizar a sua apresentação pública no

Tribunal do Júri da Comarca de Curitiba.

Page 33: Livro Da Guarda Municipal

Após o 2º Curso de Formação de Supervisor, realizado em virtude do

Procedimento Seletivo Específico para Promoção, em 26 de junho de 2000, foi concedido o

Avanço Funcional a funcionários da Classe de Guarda Municipal para a de Supervisor, num

total de 12 novos graduados, conforme Decreto n.º 352.

Com a implantação do Fundo Nacional de Segurança Pública, em 04 de julho de

2000, em convênio com a Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP/MJ, a

Guarda Municipal de Curitiba, buscando a redução da violência urbana, encaminhou ao

Ministério da Justiça propostas para aplicação dos recursos financeiros a serem

disponibilizados para esse Departamento, tendo como metas: criar um programa

permanente de capacitação, desenvolver uma política integrada e intersetorial de

Segurança Pública, promover o desenvolvimento institucional, divulgar as atividades

desenvolvidas para a comunidade, promover o ingresso de mais servidores na carreira,

equipar adequadamente, de acordo com as demandas, e criar uma Ouvidoria,

fortalecendo a democracia e cidadania.

Inovando na área de segurança e entrando no sistema de monitoramento por

câmeras, em outubro de 2000, foi dado o início ao monitoramento ininterrupto da Rua XV

de Novembro no centro de Curitiba, que é um “calçadão” destinado ao trânsito de

pedestres, passando o mesmo a contar com 14 câmeras de vídeo, a fim de monitorar e

trazer mais segurança e tranqüilidade aos seus transeuntes.

Em dezembro de 2000, seguindo as diretrizes estabelecidas pela Portaria

Ministerial n.º 017, do Departamento do Material Bélico do Mistério do Exército, de 26 de

agosto de 1996 (atual Comando do Exército pertencente ao Ministério da Defesa), foi

submetido à análise e posterior aprovação do Comando da 5ª Região Militar – Heróis da

Lapa, o qual em despacho no Ofício n.º 025/GPM, consolidou o 1º Regulamento de

Uniformes da Guarda Municipal de Curitiba.

Com a reeleição do Prefeito Cássio Taniguchi, em janeiro de 2001, por meio do

Decreto n.º 022, foi instalada a Secretaria Municipal Extraordinária da Defesa Social -

SEDS, com a finalidade de coordenar as ações de defesa social do município articulando-

se com as instâncias públicas, estadual e federal e com a sociedade. Essa Secretaria

visava potencializar as ações e resultados na área de segurança pública, implantar e

coordenar os Núcleos de Proteção ao Cidadão, manter atualizado e monitorar o mapa da

violência, elaborar e implementar em conjunto com os diversos órgãos envolvidos o Plano

Municipal de Segurança Urbana, realizar convênios, contratos e parcerias necessários à

Page 34: Livro Da Guarda Municipal

execução de suas atividades, sendo ainda vinculado a esta pasta o Departamento da

Guarda Municipal.

A Secretaria ora criada tinha a duração de dois anos, contados da data de sua

instalação, podendo este prazo ser prorrogado; porém, veio a efetivar-se no ano de 2003

como Secretaria Municipal da Defesa Social.

Com a implantação da Secretaria Extraordinária da Defesa Social - SEDS, surgiu

a necessidade de adequar as atividades desempenhadas pelo Departamento da Guarda

Municipal de Curitiba junto à comunidade. Com este intuito, em março de 2001, por meio

do Instituto Municipal de Administração Pública – IMAP, graduados da Guarda Municipal

de Curitiba e representantes da SEDS, realizou-se uma oficina (Workshop) buscando

desenvolver e implantar políticas que viessem a promover a proteção do cidadão,

articulando e integrando os organismos governamentais e a sociedade de forma

motivadora, visando organizar e ampliar a capacidade de uma defesa ágil e solidária das

comunidades de Curitiba e dos próprios municipais.

Com este “Workshop”, resultaram alguns projetos, os quais em sua grande

maioria estão em aplicação, sendo eles: Defesa Ágil e Solidária das Comunidades, Plano

Municipal de Defesa Civil, Cidade Segura, Ampliar a Capacidade de Defesa dos Próprios

Municipais e Comunidade Participativa.

Com o advento do Decreto n.º 642, de 30 de abril de 2001, que veio a

regulamentar a Lei n.º 9493/99, a Guarda Municipal, como órgão responsável pelo

controle da aplicação da lei, passou a advertir, notificar e autuar os infratores proprietários

de cães de raça, notoriamente violentos e perigosos, podendo inclusive apreender os seus

animais.

Buscando uma melhoria na comunicação interna, bem como uma proximidade

nas solicitações de área, foi implantada, em julho de 2001, a Rede de Telefonia Celular

Inteligente. Este sistema operacional disponibilizou um aparelho celular para cada viatura

e Grupamento de Segurança Regional (atual Núcleo), que veio a funcionar como um ramal

telefônico, recebendo ligações externas e internas, podendo originar ligações apenas para

a Rede da Guarda Municipal, a fim de não gerar gastos alheios ao serviço. Por sua vez, a

comunidade local, de posse do número telefônico da viatura da sua região, passou a

poder acioná-la diretamente sem necessitar de uma triagem, otimizando o pronto

atendimento da Guarda Municipal.

Page 35: Livro Da Guarda Municipal

Em cumprimento ao Plano Estratégico de Governo do Prefeito Cássio Taniguchi,

em 06 de dezembro de 2001, concluíram-se os estudos sobre o Departamento da Guarda

Municipal de Curitiba, os quais originaram a proposta de Readequação da Estrutura,

Funções, Cargos e Efetivo, sob a coordenação do Diretor do Departamento da Guarda

Municipal de Curitiba Cel. PMRR Darci Dalmas.

Muito embora já estivesse ocorrendo esta parceria entre os Poderes Públicos no

Município de Curitiba, efetivamente em 26 de março de 2002, foi celebrado o convênio da

FISCALIZAÇÃO INTEGRADA (Operação Integrada), sendo uma iniciativa de diversos

órgãos Federais, Estaduais e Municipais, que se uniram com o objetivo de elaborar um

projeto para redução dos delitos, envolvendo os estabelecimentos comerciais considerados

críticos e reincidentes, prevenindo e protegendo a população usuária e sua vizinhança.

Ao invés de agir de forma isolada, os organismos participantes uniram esforços

para trabalhar em ações conjuntas, multiplicando os benefícios para a comunidade e

mostrando para a sociedade o verdadeiro controle sobre as ações delituosas. Assim, em

uma parceria pioneira no Brasil, surgiu a Operação Integrada, na qual duas vezes por

semana realizam-se fiscalizações em Curitiba, envolvendo os seguintes órgãos: Conselho

Tutelar, Ministério Público do Trabalho e Ministério Público da Infância e Adolescência,

Fundação de Ação Social, Secretaria Municipal da Saúde – Vigilância Sanitária, Secretaria

Municipal do Meio Ambiente – Poluição Sonora, Secretaria Municipal do Urbanismo,

Secretaria Municipal da Defesa Social – Guarda Municipal, Secretaria do Estado da

Segurança Pública – Polícia Civil e Polícia Militar (Comando do Policiamento da Capital,

Canil e Corpo de Bombeiros).

Após estudos realizados por órgãos da Prefeitura Municipal de Curitiba, em 04

de junho de 2002, com o advento do Decreto n.º 347, foi alterada a estrutura orgânica e

funcional do Departamento da Guarda Municipal, substituindo os Grupamentos de

Segurança e as Divisões Administrativas por oito Gerências Regionais de Defesa Social,

três Gerências Administrativas e uma Gerência Operacional.

No período de 06 de novembro a 18 de dezembro de 2002, o Instituto Municipal

de Administração Pública – IMAP, em parceria com a Escola Superior de Policia Civil,

realizou o 1º Curso de Formação Técnico-Profissional de Guarda Municipal para

integrantes da Carreira de Segurança Municipal de Curitiba. Os ex-agentes de segurança

estavam sendo preparados para assumir a sua nova função na carreira de segurança

Page 36: Livro Da Guarda Municipal

municipal, conforme o projeto de lei que estava tramitando na Câmara Municipal e que

veio a ser aprovado em 30 de dezembro do mesmo ano.

No final do ano de 2002, foi firmado Convênio entre a Prefeitura Municipal de

Curitiba e algumas Prefeituras da Região Metropolitana, com o objetivo de criar Guardas

Municipais nestas cidades que integram a grande Curitiba, uma vez que, quando o crime é

combatido em uma grande Capital, ao diminuir o índice de criminalidade nesta,

conseqüentemente irá aumentar nos seus derredores. Desta forma, foram realizados

Cursos de Formação Técnico-Profissional de Guardas Municipais para as cidades de

Mandirituba, Fazenda Rio Grande e Araucária, onde, de acordo com a disponibilidade de

local, foram ministradas aulas em parceria com a Escola Superior de Polícia Civil e com o

Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praça da Academia Militar do Guatupê da

Polícia Militar do Paraná. Participaram desta formação, na grande maioria, Graduados da

Guarda Municipal de Curitiba, bem como instrutores do quadro permanente das

instituições acolhedoras.

Com o advento da Lei n.º 10630, de 30 de dezembro de 2002, foi transformada

a Carreira de Segurança Municipal, criando um único Cargo de Guarda Municipal dividido

em três níveis, elevando também o nível de escolaridade dos servidores para o de Ensino

Médio. A referida lei tratava ainda sobre promoção, remuneração, qualificação profissional

e demais assuntos referentes à carreira. Por fim, passou a permitir, em consonância com a

Legislação Federal, referendando o Decreto n.º 535/88, o porte de arma pelos integrantes

da Carreira de Segurança Municipal em todo o território do município, para assegurar a

proteção da população, dos próprios municipais e para autodefesa, quando no exercício

das atribuições inerentes ao Cargo de Guarda Municipal.

Dando continuidade ao Fundo Nacional de Segurança Pública, no ano de 2003,

em convênio com a Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP/MJ e a Guarda

Municipal de Curitiba, foi elaborado o Projeto das Justificativas para captação dos recursos

necessários à continuidade e ao desenvolvimento da segurança no Município de Curitiba,

em obediência ao Plano Nacional de Segurança Pública.

Conforme a legislação nova, que remodelou o perfil do profissional da Guarda

Municipal, em 29 de janeiro de 2003, por meio do Decreto n.º 100, aprovaram as

especificações, atribuições, tarefas típicas, requisitos e demais características do Cargo da

Carreira de Segurança Municipal.

Page 37: Livro Da Guarda Municipal

Ao ser publicado o Decreto n.º 151, de 12 de fevereiro de 2003, o número de

vagas no quadro de funcionários da Carreira de Segurança Municipal passou a compor-se

da seguinte forma: Parte Especial - 1.175 vagas (servidores que deveriam efetuar a

transição); Parte Permanente - 1.125 vagas, sendo ocupadas por 42 Guardas Nível II

(Supervisores), estando em aberto 1.083 vagas para os que deverão transitar nos

próximos anos.

Convém ressaltar, conforme a Lei n.º 10.630/02, que a Parte Permanente é

composta por servidores com formação em nível médio e curso de formação técnico-

profissional para Guarda Municipal, e, por conseguinte, a Parte Especial é composta pelos

ocupantes do extinto cargo de Agente de Segurança e Guarda Municipal, cuja escolaridade

é de nível básico, devendo ser progressivamente extinto.

Com a nova legislação em vigor, no dia 13 de fevereiro de 2003, desencadeou-

se o Procedimento Específico de Transição da Parte Especial para a Parte Permanente da

Carreira de Segurança Municipal, por meio do Decreto 156.

Efetivamente, em 03 de abril de 2003, por meio da Lei n.º 10644, foi criada a

Secretaria Municipal da Defesa Social, com a missão de desenvolver e implantar políticas

que promovam a proteção do cidadão, articulando e integrando os organismos

governamentais e a sociedade de forma motivadora, visando organizar e ampliar a

capacidade de Defesa ágil e solidária das comunidades de Curitiba e dos próprios

municipais, passando a ter as seguintes atribuições: o planejamento operacional, a

definição e a execução da política de defesa social do Município; a coordenação das ações

de defesa social; a articulação com as instâncias públicas federal e estadual e com a

sociedade, visando potencializar as ações e os resultados na área de segurança pública; a

atualização e monitoramento de sistema de informações estratégicas de defesa social; a

administração dos mecanismos de proteção do patrimônio público municipal e de seus

usuários; a implementação, em conjunto com os demais órgãos envolvidos, do Plano

Municipal de Segurança; e a coordenação das ações de defesa civil no Município,

articulando os esforços das instituições públicas e da sociedade, fazendo parte desta pasta

o Departamento da Guarda Municipal de Curitiba.

A fim de concretizar a estrutura organizacional e os níveis hierárquicos,

orgânicos e funcionais da Secretaria Municipal da Defesa Social, entrou em vigor o

Decreto n.º 373, de 14 de abril de 2003.

Page 38: Livro Da Guarda Municipal

Ainda dando continuidade à estrutura organizacional, em 23 de abril de 2003,

por meio do Decreto n.º 380, criou-se na estrutura da Supervisão de Núcleos de

Assessoramento Jurídico da Procuradoria Geral do Município o Núcleo de Assessoramento

Jurídico na Secretaria Municipal de Defesa Social.

Buscando regulamentar os Procedimentos de Crescimento Horizontal e

Crescimento Vertical por Merecimento, para os servidores da Carreira de Segurança

Municipal, conforme estatuído pela Lei n.º 10630/02, em 12 de novembro de 2003, entrou

em vigor o Decreto n.º 1070.

No período de 28 de outubro a 16 de dezembro de 2003, o Instituto Municipal

de Administração Pública – IMAP, realizou o 2º Curso de Formação Técnico-Profissional de

Guarda Municipal para integrantes da Carreira de Segurança Municipal de Curitiba,

contemplando os ex-agentes de segurança que estavam sendo preparados para assumir a

sua nova função na Carreira de Segurança Municipal, conforme a Lei 10630/02.

Depois de participarem do Curso de Formação Técnico-Profissional de Guarda

Municipal, promovido pelo Instituto Municipal de Administração Pública – IMAP e

Secretaria Municipal da Defesa Social - SMDS, em parceria com a Fundação de Estudos

Sociais do Paraná - FESP, no dia 06 de abril de 2004 formou-se a 9ª Turma de Guardas

Municipais, sendo que, a partir desta, exige-se, para o ingresso na carreira, a conclusão

do Ensino Médio e a Carteira Nacional de Habilitação. A Cerimônia de Formatura foi

realizada no Teatro Ópera de Arame, sendo nomeados 114 novos guardas municipais.

O Decreto n.º 205, de 18 de março de 2004 revogou o Decreto n.º 1070/03,

vindo a regulamentar os Procedimentos de Crescimento Horizontal e Crescimento Vertical

por Merecimento, para os servidores da Carreira de Segurança Municipal, sendo publicado

o Edital n.º 06/04 – SMRH, a fim de estabelecer as normas para o certame de

Crescimento Horizontal (crescimento da referência salarial no mesmo nível).

Para o Crescimento Vertical por Merecimento, devido a alguns ajustes de ordem

legal, ambos os decretos anteriores (1070/03 e 205/04) foram revogados, vindo a entrar

em vigor o Decreto nº 342, de 10 de maio de 2004, aplicando o estabelecido pelo Edital

n.º 09, de 12 de maio de 2004, da Secretaria Municipal de Recursos Humanos, a fim de

normatizar o Procedimento Seletivo Específico de Crescimento Vertical da Guarda

Municipal (promoção em nível hierárquico). Neste certame, galgaram êxito 67 servidores,

onde 27 Guardas Municipais do Nível II (Supervisor) foram promovidos para o Nível III

(Inspetor) e 40 Guardas Municipais do Nível I (Guarda) foram promovidos para o Nível II

Page 39: Livro Da Guarda Municipal

(Supervisor), elevando desta forma a Carreira Hierárquica da Guarda Municipal de

Curitiba, contando com 82 Guardas Municipais Graduados.

Após participarem do Concurso Público, foram nomeados no mês de julho, 40

novos guardas municipais, formados pelo Curso de Formação Técnico-Profissional de

Guarda Municipal, promovido pelo Instituto Municipal de Administração Pública - IMAP e

pela Secretaria Municipal da Defesa Social - SMDS, constituindo-se como a 10ª Turma de

Guardas Municipais de Curitiba.

Em 14 de setembro de 2004, conforme determinação da Agência Nacional de

Telecomunicações - ANATEL, com o intuito de facilitar a memorização dos números

telefônicos de emergência para a população em todo o país, o número telefônico das

Guardas Municipais passou de 1532 para 153.

***

Atualmente - janeiro de 2005, o Departamento da Guarda Municipal de Curitiba

está inserido na Secretaria Municipal da Defesa Social - SMDS, tendo em seu efetivo 753

servidores que integram a Parte Permanente, sendo estes: 27 Guardas Nível III

(Inspetores), 55 Guardas Nível II (Supervisores) e 710 Guardas Nível I (Guardas

Municipais); na Parte Especial são 535 Guardas Municipais (Quadro Especial), totalizando

1.327 integrantes, dando ênfase ao lema:

“SALVAGGUUAARRDDAANDO A VIDA, NOSSO MAIOR PATRIMÔNIO”

2.1. ORGANOGRAMA SMDS - GMC

Page 40: Livro Da Guarda Municipal

Secretário

Gerência de Informações Estratégicas

Centro de Operações de Defesa Social

Superintendência

Diretor da Guarda

Municipal

Assistência

Gerência de Segurança Patrimonial

Gerência de Operações Especiais

Gerência de Instrução

Gerência de Apoio

Logístico

Armas e Munições

Prevenção e Monitoramento de Áreas de

Risco e Vigilância Eletrônica

Planos de Segurança Patrimonial

Transporte e Comunicação

Controle de Uniforme

Diretor de Promoção da

Defesa Comunitária

Assistência

Gerência de Organização da

Defesa Comunitária

Coordenação de Projeto I

Coordenação de Projeto II

Coordenação de Projeto II

Coordenação de Projeto IV

Coordenação de Projeto II

Núcleo Cajuru Núcleo PortãoNúcleo Boqueirão

Núcleo Santa Felicidade

Núcleo Boa VistaNúcleo Matriz Núcleo

PinheirinhoNúcleo Bairro

Novo

Guarda e Proteção

Proteção Ambiental

Proteção Escolar

Guarda e Proteção

Proteção Ambiental

Proteção Escolar

Guarda e Proteção

Proteção Ambiental

Proteção Escolar

Guarda e Proteção

Proteção Ambiental

Proteção Escolar

Guarda e Proteção

Proteção Ambiental

Proteção Escolar

Guarda e Proteção

Proteção Ambiental

Proteção Escolar

Guarda e Proteção

Proteção Ambiental

Proteção Escolar

Guarda e Proteção

Proteção Ambiental

Proteção Escolar

ORGANOGRAMA DA SMDS, CONFORME DECRETO Nº 373, DE 14 DE ABRIL DE 2003PUBLICADO NO DOM Nº 29 DE 15 DE ABRIL DE 2003

Dispõe sobre a estrura organizacional, níveis hierárquicos, orgânicos e funcionais da Secretaria Municipal da Defesa Social.

CFC

ProtocoloAssistência

Gabinete do Secretário

Assessor

Assessor

Coordenadoria Técnica de Defesa Civil

Coordenadoria Acompanhamento

Técnico em Ocorrências

Apoio Técnico Administrativo

2.2. GESTÕES MUNICIPAIS

Page 41: Livro Da Guarda Municipal

A Guarda Municipal de Curitiba, nesses dezoito anos de existência, cresceu

muito, vindo a atingir sua circunspecção. Tal fato se faz presente em virtude de cada

gestor público, que trazia consigo uma bagagem subjetiva do que significava o termo e a

função da Guarda Municipal. Desse modo, superando as dificuldades históricas e vencendo

os novos obstáculos, esta Corporação acabou adquirindo a sua maturidade.

Hoje, serve como um dos modelos para a implantação de Guardas Municipais

em outros municípios, tendo inclusive sido considerada uma das três melhores Guardas

Municipais do Brasil.

Tudo isso foi possível em virtude dos seus dirigentes, que vieram a influenciar

na busca de uma identidade própria, pautada nos moldes da legislação federal,

principalmente na Constituição da República Federativa do Brasil.

Desde a implantação da Guarda Municipal em Curitiba, sendo eleitos

diretamente pelo povo e representando o interesse da coletividade, foram chefes do

Executivo Municipal, os seguintes Prefeitos:

• ROBERTO REQUIÃO - 1986 a 1988;

• JAIME LERNER - 1989 a 1992;

• RAFAEL GRECA - 1993 a 1996;

• CASSIO TANIGUCHI - 1997 a 2004.

A fim de não cometer nenhuma impassibilidade, em razão dos momentos

histórico-políticos e do período diferenciado de gestão correspondente ao Governo

Municipal, não serão apresentadas sinopses dos Prefeitos, mas sim, um ensaio do ocorrido

a partir de 2001, lembrando que tudo isso, faz parte de um processo evolutivo, que foi

desencadeado pelo primeiro Prefeito eleito pelo Voto Direto, após o Regime Militar.

Em janeiro de 2001, a Guarda Municipal de Curitiba contava com o seguinte efetivo:

GRADUAÇÃO SERVIDORES

Supervisor 42

Guarda Municipal 395

Agente de Segurança 804

TOTAL DO EFETIVO 1241

Prestando atendimento neste período aos seguintes órgãos públicos municipais,

com postos fixos, conforme tabela abaixo:

Page 42: Livro Da Guarda Municipal

ÓRGÃO EQUIPAMENTOS EXISTENTES

POSTOS ATENDIDOS

POSTOS NÃO ATENDIDOS

ASMUC 1 1 0 CIC 7 6 1 CMC 2 0 2

COHAB 2 1 1 FAS 163 21 142 FCC 62 8 54 ICS 1 0 1

IMAP 2 2 0 IPMC 1 0 1 IPPUC 1 0 1 PGM 1 1 0 SEAM 1 0 1 SGM 30 9 21 SMAB 255 16 239 SMAD 4 4 0 SMCr 187 16 171 SME 202 149 53 SMEL 25 12 13 SMMA 169 46 123 SMOP 16 7 9 SMS 124 103 21 SMU 2 2 0 URBS 32 11 21

TOTAL 1290 415 875

ASMUC – Associação dos Servidores Municipais de Curitiba; CIC - Companhia de Desenvolvimento de Curitiba; CMC – Câmara Municipal de Curitiba; COHAB – Companhia de Habitação Popular de Curitiba; FAS – Fundação de Ação Social; FCC – Fundação Cultural de Curitiba; ICS – Instituto Curitiba de Saúde; IMAP – Instituto Municipal de Administração Pública; IPMC – Instituto de Previdência do Município de Curitiba; IPPUC – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba; PGM – Procuradoria Geral do Município; SEAM – Secretaria Extraordinária de Assuntos Metropolitanos; SGM – Secretaria do Governo Municipal; SMAB - Secretaria Municipal do Abastecimento; SMAD – Secretaria Municipal da Administração; SMCr – Secretaria Municipal da Criança (extinta); SME - Secretaria Municipal da Educação; SMEL - Secretaria Municipal do Esporte e Lazer; SMMA - Secretaria Municipal do Meio Ambiente; SMOP - Secretaria Municipal de Obras Públicas; SMS - Secretaria Municipal da Saúde; SMU - Secretaria Municipal de Urbanismo; URBS – Urbanização de Curitiba S/A.

Após iniciar um processo de tabulação de todos atendimentos prestados à

população curitibana e aos equipamentos públicos, pode-se evidenciar que de 7.005

ocorrências registradas em 2001, no ano seguinte elevou-se o gráfico para 42.983

ocorrências atendidas. Não é apenas um dado de que a Guarda Municipal ampliou a sua

Page 43: Livro Da Guarda Municipal

capacidade de atuação, mas sim que as ocorrências atendidas pelos servidores, os quais

consideravam-nas irrelevantes, passaram a ser registradas, mostrando claramente o

serviço prestado por esta Corporação à comunidade.

- Em 2002, os servidores da Guarda Municipal, por meio do Teatro de

Fantoches, realizaram apresentações com temas educativos e preventivos a 57 entidades

de ensino, atingindo um público alvo de 17.954 pessoas, entre crianças, adolescentes e

comunidade.

- Ainda, realizaram palestras sobre a educação no trânsito, para a comunidade

escolar, atingindo um público de 5.959 pessoas, entre crianças, adolescentes e corpo

docente.

- Atuando na prevenção ao vandalismo nos dias de jogos de futebol, ocorreu

um decréscimo de 90% nas depredações de terminais viários e transporte coletivo. Ainda,

durante os dias normais, atendeu a 336 estações tubos e 21 terminais viários, sendo

realizadas 2.538 ações preventivas, diversas detenções e encaminhamentos à Delegacia

de Polícia.

- Com o objetivo de combater a pichação, a Guarda Municipal iniciou rondas

preventivas nos pontos de maior incidência, onde resultou na detenção de 51 infratores,

os quais foram encaminhados à Delegacia Especializada, sendo esta geralmente a

Delegacia do Adolescente.

- Foram encaminhadas aos hospitais, pronto-socorros, unidades de saúde,

albergues e casas de recuperação 3.157 pessoas, necessitadas deste tipo de atendimento.

- As ações de Defesa Civil, realizadas pelos servidores da Guarda Municipal,

totalizaram 313, na sua maioria, de socorro, assistência e auxílio aos necessitados.

- Na prevenção das áreas pertencentes ao município de Curitiba, que, pela sua

característica peculiar, tornam-se um ponto possível de ocupação irregular, a Guarda

Municipal realizou atendimento imediato e fiscalização nesses locais, evitando

contratempos futuros.

- Mantendo o serviço terceirizado de monitoramento de alarme, a Guarda

Municipal apoiou, operacionalmente, 721 ocorrências de violação de equipamentos

públicos municipais.

- Foram atendidas, no curso do ano de 2002, em média, 5.000 ocorrências de

caráter eminentemente policial, tais como: furto, roubo, extorsão, danos ao patrimônio,

Page 44: Livro Da Guarda Municipal

estelionato, comércio ilegal, embriaguez, vias de fato, porte ilegal de arma e direção

perigosa.

- A Guarda Municipal de Curitiba, em conjunto com as Polícias Civil e Militar e

demais órgãos públicos, realizou 57 ações integradas de fiscalização urbana, totalizando

684 vistorias em estabelecimentos comerciais no ano de 2002.

Page 45: Livro Da Guarda Municipal

3. A GUARDA MUNICIPAL E O PODER PÚBLICO FEDERAL

3.1. SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA – 2003

A Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) é responsável pela

formulação, articulação e indução da política nacional de segurança pública, norteada pelo

Plano Nacional de Segurança Pública. Entre as incumbências da Secretaria estão a

administração dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública e a estruturação e

implantação do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP).

No atual governo, a SENASP teve suas atribuições redefinidas e passou a ser

responsável pela criação e implantação da Política Nacional de Segurança Pública, tendo

como principal diretriz o redesenho do aparelho policial brasileiro. Para isso, a SENASP

transformou o Fundo Nacional de Segurança Pública em instrumento indutor da política de

segurança e, em lugar de projetos isolados, passou a privilegiar planos que contenham

planejamento, metas, avaliação e monitoramento, e que serão o alicerce da polícia do

futuro que começou a ser construída a partir do início do governo.

3.1.1. SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA – SUSP

Com o objetivo de operar a nova política nacional de segurança, foi criado o

SUSP, que traça as linhas mestras da ação da polícia. A principal finalidade do Sistema

Único é articular as ações das instituições federais, estaduais e municipais no campo da

segurança e da Justiça Criminal. A integração das polícias, na opinião unânime de

especialistas do setor, é a maneira mais adequada de eliminar a fragmentação desta

atividade típica de Estado, especialmente num período em que o crime está cada vez mais

organizado, com ramificações interestaduais e até mesmo transnacionais.

Até agora, 25 estados mais o Distrito Federal já aderiram ao Sistema Único de

Segurança Pública. Cerca de R$ 108 milhões já foram liberados para Estados e Municípios

investirem em implementação do sistema de segurança pública, prevenção e repressão ao

crime, reestruturação e reaparelhamento das polícias estaduais e guardas municipais, em

projetos de combate às organizações criminosas e análise criminal e estatística.

Os Estados que receberam verbas no ano de 2003 foram: Amazonas, Goiás,

Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte,

Page 46: Livro Da Guarda Municipal

Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Entre os Municípios estão São Paulo e Diadema, no

Estado de São Paulo, e Resende e Paracambi, no Rio de Janeiro.

A principal mudança instituída pelo SUSP na relação entre as polícias é a

implantação do Gabinete de Gestão Integrada (GGIs), que está operando no Espírito

Santo, Mato Grosso, Paraíba, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Os GGIs auxiliam

na integração das ações das secretarias estaduais de Segurança Pública, de

representantes do Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia Federal, Polícia Rodoviária

Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Guardas Municipais, que definem, por consenso,

ações focadas principalmente no combate ao crime organizado.

Em Pernambuco, a integração de práticas de segurança pública promovida pelo

SUSP já está em curso com o Consórcio Metropolitano de Segurança Urbana e Prevenção

à Violência da Região Metropolitana de Recife, que reúne 14 Municípios (Olinda, Jaboatão

dos Guararapes, Camaragibe, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Igarassú, Paulista,

Moreno, Ilha de Itamaracá, São Lourenço da Mata, Araçoiaba, Abreu e Lima, Itapessuma

e a própria capital pernambucana). O projeto tem como objetivo desenvolver e

implementar novas práticas de planejamento e gestão integrada para a prevenção da

violência entre os três níveis de governo, seus órgãos setoriais e com a sociedade civil,

além de deflagrar e gerenciar um processo sustentado de redução dos índices de violência

e criminalidade na região.

3.2 PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA

O Governo Federal, por meio do Ministério da Justiça, em junho de 2000,

implantou o Plano Nacional de Segurança Pública, com o objetivo de aperfeiçoar o sistema

de segurança pública brasileiro, vindo a assegurar um dos direitos fundamentais do

cidadão: o direito à segurança - por meio de propostas que integram políticas de

segurança, políticas sociais e ações comunitárias, de forma a reprimir e prevenir o crime e

reduzir a impunidade, aumentando a segurança e a tranqüilidade do cidadão brasileiro.

Ciente de que não existem soluções milagrosas para enfrentar a violência, a

intenção deste Plano foi a de aglutinar esforços nas áreas de segurança pública que

pudessem propiciar melhorias imediatas na segurança do cidadão, tanto quanto o fomento

de iniciativas de intervenção nas múltiplas e complexas causas que estão ligadas ao

fenômeno da criminalidade. Contudo, para se alcançar esta meta e torná-la possível há

Page 47: Livro Da Guarda Municipal

que se conseguir o estreitamento da cooperação com Estados, Municípios, demais

Poderes e sociedade civil organizada - de forma firme e permanente.

Desse modo, dentro da sua parcela de responsabilidade, compete aos

Municípios e às Guardas Municipais as metas abaixo arroladas, conforme compromissos

propostos pelo Plano Nacional de Segurança Pública:

Compromisso Nº3

Repressão ao Roubo de Cargas e Melhorias da Segurança nas Estradas

Ação 30 – Socorro a Vítimas de acidentes ou crimes

“Estabelecer programas específicos de treinamento para socorro a vítimas de

acidentes ou crimes, bem como apoiar projetos dessa natureza de iniciativa local.”

Ação 36 – Campanhas Educativas

“Promover e apoiar a realização de campanhas educativas e informativas para

prevenir acidentes, assaltos e roubos de cargas.”

Compromisso Nº4

Implementação do Subsistema de Inteligência de Segurança Pública

Ação 41 - Atuação dos Núcleos Estaduais do Subsistema de Inteligência de

Segurança Pública

“Desenvolver, prioritariamente, as atividades de coleta e busca de dados de

Inteligência, estabelecidos pela ABIN, que permitam o acompanhamento e a elaboração

de análise de temas, dentre os quais o crime organizado, o narcotráfico e delitos conexos,

a violência urbana e rural, estruturas de segurança pública e ameaças potenciais a

instituições democráticas e à sociedade.”

Compromisso Nº7

Redução da Violência Urbana

“A violência aumentou. Isto é um fato incontestável e que assusta toda a

sociedade. O cidadão brasileiro tem sido, nos últimos tempos, exposto a muitas formas de

violência: crimes, assaltos, lesões e inúmeras outras violações. Na maioria das vezes,

essas práticas têm levado, prematuramente, milhares de vidas humanas, atingindo

patamares inaceitáveis.

Page 48: Livro Da Guarda Municipal

Não é sem razão que o crime se situa entre as mais importantes preocupações

do cidadão brasileiro.

Sua presença cada vez mais evidente no cotidiano de nossa sociedade exige do

Poder Público um esforço coletivo no sentido de se estabelecer, de uma vez por todas,

limites a esta situação, e combater as ações criminosas. É uma responsabilidade da qual

os Órgãos Públicos de todas as esferas e níveis de poder não podem se furtar.”

(Grifei)

“As ações propostas congregam estados e municípios, e especialmente

grandes centros urbanos que apresentam altas taxas de criminalidade, em torno de

estratégias que levem a reduzir, de forma drástica, as taxas de assaltos, homicídios e

outras graves violações à pessoa.” (Grifei)

Ação 51 -Intensificação do Policiamento Integrado

“Apoiar, inclusive financeiramente, estados que implantarem programas de

policiamento integrados entre a Polícia Civil e Militar, prioritariamente para a Grande São

Paulo, Grande Rio de Janeiro, Salvador, Belém, Recife, Brasília e entorno, além de

estimular a participação dos poderes públicos municipais nas atividades das polícias

estaduais”. (Grifei)

Ação 56 -Guardas Municipais

“Apoiar e incentivar a criação de Guardas Municipais desmilitarizadas

e desvinculadas da força policial, estabelecendo atribuições nas atividades de

segurança pública e adequada capacitação, inclusive para a área de trânsito.”

(grifei e sublinhei)

Ação 57 -Combate à Violência como Prioridade também do Município

“Sensibilizar e apoiar financeiramente projetos municipais que invistam na

qualidade de vida de populações que vivem em periferias, favelas e zonas de carência, na

instalação de equipamentos sociais que reduzam circunstâncias ou situações que facilitam

a ação criminosa.”

Ação 58 -Pontos Críticos no Trânsito

“Criar uma fiscalização intensiva naqueles pontos críticos de cidades onde os

registros mostram acidentes fatais de trânsito, punindo com rigor os responsáveis por

essas mortes, com vistas a reduzir a impunidade, o desrespeito à vida e o compromisso

falho que essas pessoas demonstram com os direitos e deveres da cidadania.”

Ação 59 -Estratégias Comunitárias

Page 49: Livro Da Guarda Municipal

“Estimular debates que abram canais permanentes de diálogo com as lideranças

e os movimentos comunitários legítimos, especialmente aqueles organizados em periferias

e favelas de grandes centros urbanos, com o propósito de construir alianças capazes de

ao mesmo tempo mudar o comportamento da Polícia em relação a essas populações e

combater o crime, livrando essas comunidades do poder dos marginais e dos falsos

benefícios dos bandidos, bem como investir em organização e gestão comunitária e na

aliança entre os movimentos sociais e a escola.”

Ação 60 -Reluz

“Implantar em cooperação com os governos estaduais e municipais o

Programa Reluz: um amplo e massivo programa de iluminação pública.” (Grifei)

Compromisso Nº8

Inibição de Gangues e Combate à Desordem Social

“Espaços urbanos concentrados, como são as atuais grandes metrópoles

brasileiras, concentram também manifestações de violência e ameaças ao convívio social

pacífico.

Nesse contexto, os jovens, especialmente aqueles situados na faixa etária de 14

a 24 anos, se apresentam ao mesmo tempo como as vítimas mais prováveis da violência,

mas também como os violentos mais prováveis. A sociedade brasileira não foge a essa

tendência moderna.

O Brasil está cheio de exemplos recentes que expressam omissão ou

superproteção das famílias, da escola e dos poderes públicos, que não conseguem

construir, principalmente com a participação dos jovens, uma perspectiva de futuro.

Para mudar esse triste quadro, as ações propostas logo a seguir procuram, ao

lado de conferir cada vez mais praticidade ao Estatuto da Criança e do Adolescente,

caminhar na direção principal de reinserir os jovens em suas comunidades, despertando-

os para uma efetiva participação que inclua o sentido de responsabilidade, sonhos,

desejos de realização e felicidade.”

Ação 61 -Redução do Consumo de Bebidas Alcoólicas

“Adotar campanhas sistemáticas nas áreas da saúde e educação buscando

conscientizar e prevenir os jovens em relação aos riscos e efeitos do consumo de bebidas

alcoólicas, bem como reforçar a fiscalização de venda dos mesmos a menores.”

Ação 66 -Recuperação do Espaço Público

Page 50: Livro Da Guarda Municipal

“Mapear os espaços públicos importantes para a comunidade que estejam

deteriorados, com ênfase em zonas de maior carência social e urbana, visando sua

recuperação estética e moral. A partir da restauração de sua representação comunitária,

evitar que sejam tolerados, por toda a comunidade, agressões como: grafitismos,

depredações, uso inadequados de praças, brinquedos, telefones públicos, lixeiras, etc.

Estimular atitudes positivas de preservação e que materializem a idéia de que o espaço

público é a representação da própria comunidade e que esta se assenta no respeito e no

cumprimento da lei que, nesse caso, é, principalmente, o dever de cada um com os

demais.”

Ação 67 -Resgate de Profissões Comunitárias

“Estimular a elaboração, por parte dos estados e municípios, de projetos

comunitários que elevem a auto-estima de profissionais comunitários, tais como agentes

comunitários, educadores, policiais, bombeiros, etc, a fim de que eles possam ao mesmo

tempo ser multiplicadores de valores comunitários e objeto de identificação e valorização

pela comunidade que integram.”

Ação 69 -Ética e Cidadania

“Distribuição massiva nas escolas públicas do kit "Ética e Cidadania", preparado

pelo Ministério da Educação.”

Compromisso Nº9

Eliminação de Chacinas e Execuções Sumárias

Ação 75 -Fechamento de Estabelecimentos Comerciais

Cassar sumariamente os licenciamentos daqueles estabelecimentos

responsáveis por contratação de grupos de extermínio, justiceiros ou pistoleiros, além do

competente indiciamento penal dos sócios-proprietários.

Compromisso Nº11

Intensificação das Ações do Programa Nacional de Direitos Humanos

“O fenômeno da violência, como é sabido, é complexo e de múltiplas causas.

Uma política consistente de segurança pública deve, necessariamente, incorporar ações

sociais de caráter preventivo que, integradas à esfera policial e repressiva e ao

funcionamento enérgico e célere do Poder Judiciário e Ministério Público, proporcionarão

um enfrentamento mais efetivo do problema em toda sua totalidade e complexidade.

Page 51: Livro Da Guarda Municipal

O Programa Nacional de Direitos Humanos, lançado em 1995, vem sendo

implementado pelo Governo Federal, com a finalidade de estabelecer no País uma cultura

de paz e de não-violência, com intervenção num leque amplo das possíveis causas da

violência.

A violência se distribui de forma desigual em nossa sociedade, concentrando-se

mais na periferia dos grandes centros, marcados pela degradação sócio-econômica. Os

programas de prevenção realizados por intermédio de políticas integradas devem, assim,

respeitar as necessidades de cada uma das regiões críticas, dando ênfase à revitalização

do espaço urbano e á maximização das oportunidades de convívio social pacífico, por meio

de incentivos a projetos de esporte e lazer, programas de manutenção dos estudantes na

escola e requalificação profissional, assim como a iniciativas voltadas à resolução pacífica

de conflitos.“

Ação 81 -Escola na prevenção da violência

“Ampliar o projeto "Paz na Escola" do Ministério da Justiça, incluir no programa

"TV Escola" o tema "Violência e Direitos Humanos" e incentivar, junto a organizações da

sociedade civil, o desenvolvimento de projetos voltados para a juventude, de cunho

educacional e direcionados para a prevenção da violência, especialmente em áreas de

periferia urbanas e que apresentam aguda situação de carência e exclusão.”

Ação 92 -Programas Comunitários de Combate à Criminalidade

“Incentivar ações de articulação e cooperação entre a comunidade e

autoridades públicas com vistas ao surgimento de grupos de autoproteção comunitária

que possam desenvolver estratégias de ajuda mútua e de requisição de serviços policiais,

com o objetivo de proteção da integridade física das pessoas e dos bens da comunidade,

fornecendo pistas e testemunhos que ajudem o trabalho de investigação e da Justiça.”

Compromisso Nº12

Capacitação Profissional e Reaparelhamento das Polícias

“A qualificação e a valorização do profissional de segurança pública são pilares

de qualquer programa consistente de redução da criminalidade. A evolução do crime exige

constante aperfeiçoamento dos equipamentos e conhecimentos policiais. Por outro lado, o

policial deve ser permanentemente capacitado para servir sua comunidade. É hoje

consenso em todo o mundo que a eficiência da polícia está diretamente ligada a sua

Page 52: Livro Da Guarda Municipal

proximidade da população e ao grau de confiança alcançado junto à comunidade. Será

esta a ênfase dos programas de capacitação na área de segurança pública.”

Ação 93 -Criação do Fundo Nacional de Segurança Pública

“Criar, no âmbito do Governo Federal, um Fundo Nacional de Segurança Pública

destinado a apoiar financeiramente o reaparelhamento, reestruturação e qualificação

das polícias estaduais e as ações previstas neste Plano, especialmente aquelas

voltadas para a implantação de polícias comunitárias, seu intercâmbio nacional e

internacional com polícias e líderes comunitários, delegacias especializadas, sistemas de

produção e coleta de dados, núcleos de combate à impunidade, investigações de

homicídios, chacinas, missões especiais de patrulhamento integrado e estratégias

comunitárias.” (Grifei)

Ação 94 -Apoio à Capacitação das Polícias Estaduais e Incentivo às Polícias

Comunitárias

“Apoiar e padronizar a capacitação das polícias estaduais, particularmente na

gestão de segurança pública, mediação de conflitos, operações que envolvam o

policiamento de manifestações de massa e investigação policial e, especialmente, na

implantação de polícias comunitárias, além de promover a integração entre as academias

de polícia civil e militar.”

Ação 95 -Programas de Apoio aos Policiais

“Incentivar a criação de seguro de vida em favor da família dos policiais mortos

em serviço, estabelecer programas especiais para aquisição da casa própria, em terrenos

públicos, bem como estimular a educação formal, a pesquisa científica e a

profissionalização do policial.”

Ação 97 -Ouvidorias de Polícia e Mecanismos de Controle Externos

“Apoiar a criação e a instalação de Ouvidorias de Polícia, em todas as

instâncias, e outros mecanismos civis que possam ajudar no controle das atividades da

polícia, inclusive pelo Ministério Público.” (Grifei)

Ação 99 -Núcleo Especial de Combate à Impunidade

“Coordenar os esforços do Poder Executivo Federal para a repressão ao crime

organizado, via articulação com os Poderes Legislativo e Judiciário, além de estimular a

criação de núcleos estaduais e municipais de combate à impunidade.” (Grifei)

Page 53: Livro Da Guarda Municipal

“Todas as medidas aqui selecionadas visam devolver ao povo brasileiro a idéia

precisa de segurança e justiça, bem como, a percepção da presença e o sentimento de

confiança no Poder Público, restituindo-lhe valores fundamentais ao desenvolvimento de

uma sociedade organizada e democrática.”

“Contudo, somente o desejo e a determinação do Governo não é o suficiente.

Mais uma vez é preciso afirmar que esta é uma luta que necessita de um esforço

conjunto, um direcionamento comum, por parte de diferentes segmentos governamentais

- numa articulação produtiva entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e o

Ministério Público - e da sociedade civil em geral, pois só assim conseguiremos, de forma

sustentável, impor limites às pressões cotidianas da violência. Este Plano serve para nos

dar as referências e o horizonte de como e para onde desejamos chegar, mas a

consecução de seus resultados exige um compromisso efetivo de todos.”

Alguns dos Resultados Esperados Pelo Governo Federal com a Implantação do

PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA

“- Redução anual dos crimes contra a pessoa no país.

- Fiscalização em pontos críticos no trânsito funcionando de forma mais eficiente e eficaz.

- Policiamento intensificado e funcionando de forma integrada.

- Redução anual da violência nos bairros.

- Restabelecimento da confiança nas forças policiais.

- Cidades, bairros de periferia e favelas mais bem iluminados.

- Redução de conflitos entre policiais e populações de periferia e moradores de favelas.

- Guardas Municipais criadas e monitoradas.

- Redução dos atos de vandalismo praticados por jovens em espaços públicos.

- Redução das gangues e grupos de jovens formados para práticas violentas.

- Programas de apoio a famílias, criados e funcionando nas principais capitais do País.

- Projetos de integração e restabelecimento da auto-estima de profissionais comunitários

implantados.

- Redução da violência familiar.

- Redução das chacinas e das mortes por "justiciamento" e pistolagem.

- Redução do envolvimento de policiais em crimes desse tipo.

- Normas e regulamentos mais rígidos e eficazes no combate a esse tipo de crime.

- Serviços de denúncia instalados.

Page 54: Livro Da Guarda Municipal

- Investigação de crimes de chacinas, pistolagem e "justiciamento" mais adequada e mais

eficiente.

- Comunidades mais seguras e em melhores condições de infra-estrutura física.

- Serviço Civil Voluntário instalado em todos os estados.

- Redução do consumo de drogas pelos adolescentes.

- Programa Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano implantado em periferias

com elevados índices de violência.

- Programa de Erradicação do Trabalho Infantil ampliado para zonas urbanas com altos

índices de envolvimento de crianças com o tráfico de drogas e a prostituição infantil

- Programa Pelotões Mirins ampliando para zonas de carência e exclusão.

- Polícias mais qualificadas e com resultado mais eficaz.

- Polícias atuando de forma crescentemente integrada.

- Redução de casos de envolvimento de policiais envolvidos em atividades criminosas.

- Redução de policiais vitimados em ação.

- Ouvidorias implantadas em todo o País.

- Programas de apoio e motivação de policiais implementados nos estados.

- Polícias aparelhadas adequadamente.

- Número de policiais na rua aumentado.”

***

É um trabalho árduo e que exige a mobilização de todos, pois somente assim o

“Brasil Dirá Não à Violência”.

As capitais, como exemplo, o Município de Curitiba através da Guarda Municipal,

têm contribuído de maneira significativa frente ao Plano Nacional de Segurança Pública,

podendo dar continuidade a essas ações de maneira ágil e solidária, de acordo com o

interesse público, bastando apenas a iniciativa dos seus dirigentes.

Em janeiro de 2002, por meio do Convênio n.º 182, do SENASP com a SEDS, a

Guarda Municipal de Curitiba recebeu e aplicou R$ 550.000,00 (quinhentos e cinqüenta mil

reais) e demais rendimentos, para o seu reaparelhamento e instrução do Quadro

Funcional, provenientes do Fundo Nacional de Segurança Pública.

Em setembro de 2004, foi disponibilizada mais uma receita proveniente do

Fundo Nacional de Segurança Pública, a qual deverá ser aplicada diretamente na Guarda

Municipal de Curitiba, seguindo as metas estatuídas pelo Plano Nacional de Segurança

Pública.

Page 55: Livro Da Guarda Municipal

3.3. PROJETO SEGURANÇA PÚBLICA PARA O BRASIL

(Fonte: Instituto Cidadania – Fundação Djalma Guimarães)

Reformas substantivas na esfera municipal:

Segurança pública no município

A Guarda Municipal

“O primeiro problema para a definição de uma política de segurança municipal

não está propriamente na identificação das dinâmicas criminais e das formas da violência,

ou na análise de sua gênese e de suas interconexões perversas com processos sociais

determinados, até porque esses passos não se distinguem das etapas de trabalho com

que se defrontam os agentes convencionais da segurança pública estadual. O primeiro

problema está na construção de instrumentos operacionais. De que adianta identificar

fenômenos e delimitar focos de ação, quando faltam recursos para realiza-la?

A mesma carência produz efeitos no âmbito do diagnóstico e da formulação.

Essa deficiência pode, no entanto, mais facilmente ser suprida com competências e

recursos já instalados em outros setores institucionais. A falta de instrumentos

operacionais é que constitui a fonte das dificuldades mais urgentes e imediatas.

Nos municípios, o único instrumento especificamente voltado para a segurança,

atualmente, são as guardas municipais – quando elas existem. Hoje, muitas Guardas não

têm metas claras e compartilhadas, não atuam segundo padrões comuns, não

experimentam uma identidade institucional, que poderia ser a base para uma autoestima

coletiva elevada, e tampouco têm sido objeto de questionamento ou alvo de propostas

reformadoras. Várias guardas sequer dispõem de um organograma bem composto,

transparente, articulado a uma dinâmica de fluxos racionalizados e apoiado em um

regimento disciplinar moderno e funcional. Diversas não têm hierarquia, cadeia de

comando ou gerenciamento adequado de informações. Faltam, em muitas, os

fundamentos mínimos para que a organização mereça esse nome e se governe pelos

princípios do planejamento, que supõem diagnósticos consistentes e avaliações regulares.

Não há controle interno ou externo, nem transparência, nem mecanismos de

legitimidade/confiabilidade/eficiência. Não há testes de rotinas ou recrutamento, formação

e requalificação orientados por finalidades públicas e identidade profissional reconhecida.

Page 56: Livro Da Guarda Municipal

O acesso à tecnologia de informação e comunicação, freqüentemente, é precário e

contingente. Os equipamentos e a preparação física são precários. Não há, em tantos

casos, símbolos distintivos, rituais próprios, uma linguagem particular e uma metodologia

de comunicação com a sociedade. Os regimes de trabalho nas guardas de vários

municípios não estão padronizados e não há uniformização nem mesmo no plano do

vestuário ou no acesso a armamento – esse acesso, aliás, pode provocar uma tragédia, a

qualquer momento, pois geralmente não é condicionado a treinamento profissional

adequado.

Não havendo uma instituição, no sentido pleno da palavra, não é de espantar

que inexista um relacionamento sistemático desse amálgama difuso e confuso – a

despeito dos valorosos e competentes funcionários – com as forças estaduais da

segurança pública. Em suma, falta praticamente tudo, na maioria das nossas guardas

municipais.

Mas, antes e acima de tudo, falta uma política que as constitua como

protagonistas da segurança municipal e lhes determine um perfil, uma identidade

institucional, um horizonte de ação, um conjunto de funções e, muito particularmente,

lhes atribua metas claras, publicamente reconhecidas. (grifei)

Modificações nas guardas municipais

A modelagem desejável da Guarda Municipal

deve contemplar os seguintes eixos:

1) os guardas municipais serão gestores e operadores da segurança pública, na

esfera municipal. Serão os profissionais habilitados a compreender a complexidade

pluridimensional da problemática da segurança pública e a agir em conformidade com esta

compreensão, atuando, portanto, como “solucionadores de problemas”.

Essa sensibilidade supõe múltiplas competências, tais como:

a) capacidade para diagnosticar situações-problema, identificando causas imediatas e

remotas;

Page 57: Livro Da Guarda Municipal

b) aptidão para produzir diagnósticos mediante o levantamento dos dados

pertinentes, de natureza diversa, e o exercício do diálogo (que exige competência

para a comunicação) sensível à relativização contextualizadora, que deriva de um

distanciamento analítico capaz de perceber interesses, motivações, valores,

estigmas e preconceitos em jogo;

c) competência para formular, interativamente, estratégias de solução, em múltiplas

esferas, o que envolve a capacidade de mobilizar os recursos multissetoriais

apropriados (policiais, sociais, econômicos, políticos e culturais ou simbólicos) e a

aptidão para negociar sua aplicação;

2) a atribuição aos guardas de tais funções requer sua mobilidade permanente

pela cidade, porém regularmente repetida, para que sua presença iniba o crime e a

violência, e lhe faculte o acesso aos problemas vividos pelas comunidades, nos bairros e

nas vilas, através do diálogo cotidiano;

3) essa circulação constante deve ser acompanhada pelo uso de tecnologia leve

e ágil de comunicação com a central de monitoramento da Guarda, integrada ao núcleo de

despacho da Polícia Militar. A ênfase no treinamento em artes marciais apresenta muitas

vantagens práticas e culturais, ajudando a infundir na corporação seu compromisso com a

paz e o uso comedido da força, sempre compatível com o respeito aos direitos civis e

humanos;

4) a metodologia prioritária, ainda que não exclusiva, será a mediação de

conflitos;

5) esse conjunto de atributos e papéis implica relativa autonomização do

trabalho na ponta; a valorização e a responsabilização do profissional subalterno; e a

descentralização da estrutura de tomada de decisões operacionais, sem prejuízo da

integração sistemática, a partir de uma plataforma gerencial orientada para o

planejamento e a avaliação sistemática, base para o monitoramento corretivo

permanente;

6) a Guarda disporá de um núcleo de coleta, organização, processamento,

análise e difusão de dados, que adotará a metodologia do geoprocessamento;

7) ao núcleo de gestão da informação se vinculará uma rotina de planejamento

e avaliação participativos, envolvendo todas as unidades, à semelhança do CompStat

norte-americano (Computorized Statistics – Estatística Computadorizada: sistema

informatizado de geoprocessamento dos dados criminais, articulado a modelo participativo

Page 58: Livro Da Guarda Municipal

e rigoroso de gestão, fundado na combinação entre planejamento coletivo e

monitoramento permanente);

8) o controle interno deverá ser supracorporativo, envolvendo representantes de

várias instituições e membros da própria Guarda, em rodízio, para evitar estigmatizações

ou prejuízos na progressão da carreira;

9) o controle externo será exercido por uma ouvidoria independente, com poder

investigativo próprio, e por conselhos comunitários, que também serão consultados no

processo de planejamento e avaliação;

10) além do controle, será importante enfatizar formas de indução positiva, pelo

reconhecimento dos êxitos e dos comportamentos exemplares, através dos mesmos

mecanismos de acompanhamento crítico (sobretudo os externos);

11) o recrutamento será rigoroso quanto aos aspectos técnicos, psicológicos e

ético-legais. Será estimulada a incorporação de mulheres e de representantes das

minorias. A hipótese de se adotar um sistema de cotas deverá ser discutida com a

sociedade, especialmente com as entidades representativas das mulheres e das minorias;

12) a formação será um processo permanente e multidisciplinar, devendo ser

oferecida pelas universidades e por Organizações Não Governamentais especializadas nos

temas pertinentes, com ênfase em mediação de conflitos, nos direitos humanos, nos

direitos civis, na crítica à misoginia, ao racismo, à homofobia, na defesa do Estatuto da

Criança e do Adolescente (ECA), na especificidade da problemática que envolve a

juventude, as drogas e as armas, e nas questões relativas à violência doméstica, à

violência contra as mulheres (incluíndo-se o estudo do ciclo da violência doméstica) e

contra as crianças. Além das matérias diretamente técnicas, policiais e legais, haverá uma

focalização especial das artes marciais e no estudo prático e teórico do gradiente do uso

da força. As disciplinas incluirão elementos introdutórios de sociologia, história,

antropologia, psicologia, comunicação, computação, português / redação / retórica oral,

teatro e direito. O método didático prioritário será o estudo de casos, nacionais e

internacionais, com seminários, debates e simulações;

13) os mecanismos de comunicação interna e externa merecerão especial

atenção;

14) a identidade institucional se apoiará em uma hierarquia baseada no mérito,

rigorosa o suficiente para sustentar a disciplina indispensável a uma organização que zela

Page 59: Livro Da Guarda Municipal

pela ordem pública cidadã e democrática. Por outro lado, a mobilidade ascendente será

ilimitada, em razão da natureza meritocrática da hierarquia;

15) haverá uma estrutura de apoio psicológico permanente e os guardas que se

envolverem em conflitos graves serão afastados do trabalho ostensivo, por um período de

dois meses, para acompanhamento psicológico intensivo e investimento concentrado em

atividades ligadas à qualificação profissional. Além da saúde mental, a saúde física

também merecerá atenção constante, voltando-se ambas para a prevenção da

drogadicção, inclusive do alcoolismo;

16) o plano de cargos e salários terá de ser compatível com as ambições do

projeto e o regime de trabalho deverá ser de expediente corrido de oito horas, proibindo o

segundo emprego, o que será viabilizado pelo bom nível dos salários e pagamento de

horas-extras, quando necessário;

17) serão criados Centros de Referência nos quais a Guarda e entidades da

sociedade civil formularão agendas comuns de problemas, identificarão prioridades,

estabelecerão focos para intervenção e avaliarão seus resultados;

18) a articulação com a Polícia Militar (e também com a Polícia Civil) assumirá

elevada importância. A interação com as secretarias de Justiça e Segurança do Estado

será indispensável, norteando-se por uma praxe suprapartidária, orientada pelo interesse

público;

19) criação de uma rede com a segurança privada (caso esta venha a ser

reconhecida e aprovada por uma fiscalização rigorosa e por uma regulamentação que

imponha transparência e treinamento dos profissionais nas agências da segurança pública;

garantindo a acesso a informações sobre localização, atuação e suas características) em

benefício da maximização dos recursos e do potencial de ação da segurança pública,

invertendo o quadro atual;

20) as mudanças estruturais aqui esboçadas devem se constituir no pressuposto

para a concessão do poder de polícia para as guardas municipais.”

3.4. MANUAL DE REFERÊNCIA PARA ESTRUTURAÇÃO DAS GUARDAS MUNICIPAIS

No Encontro Nacional das Guardas Municipais, no ano de 2001, realizado pelo

Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública nas cidades

de Atibaia e Jaguariúna, no Estado de São Paulo, reunindo Governo Federal e

Page 60: Livro Da Guarda Municipal

Comandantes ou representantes das Guardas Municipais do Brasil, surgiu o presente

manual.

“REFERENCIAIS CURRICULARES PARA OS CURSOS DE FORMAÇÃO DAS

GUARDAS MUNICIPAIS

1. Apresentação

Este documento destina-se a fornecer subsídios para elaboração dos currículos

e do planejamento dos cursos de formação dos profissionais das guardas municipais.

2. Princípios Legais

Todas as ações da formação dos profissionais das Guardas Municipais deverão

estar pautadas nos seguintes parâmetros legais:

Constituição Federal de 1988

Constituições estaduais

Leis orgânicas municipais

Leis de criação e funcionamento das guardas

3. Competências Básicas

Norteadas pelos princípios legais destacados, o grupo consultivo definiu como

competências básicas os seguintes aspectos:

Controlar e fiscalizar o trânsito, de acordo com a lei no 9.503, de 23/09/1997

(Código de Trânsito Brasileiro)

Auxiliar, informar e orientar o público

Garantir o funcionamento dos serviços públicos municipais

Proteger e preservar a incolumidade pública, prevenindo ou reprimindo

atividades que violem normas de defesa da saúde, do sossego, da higiene, da segurança

pública, da continuidade dos serviços públicos, dos costumes, do meio ambiente, ou que

infrinjam direitos individuais e coletivos

Apoiar as atividades de socorro e proteção às vítimas de calamidades públicas,

participando das atividades de Defesa Civil

Desempenhar missões eminentemente preventivas, zelando pelo respeito à

Constituição, às leis e à proteção do patrimônio público municipal

Page 61: Livro Da Guarda Municipal

Prevenir as infrações penais

Interagir com os agentes de proteção ambiental, protegendo o meio ambiente,

bem de uso comum do povo, conforme determina o art. 225 da Constituição Federal

Apoiar os agentes municipais a fazer cessar, quando no exercício do poder de

polícia administrativa, as atividades que violarem as normas de saúde, sossego, higiene,

funcionalidade, estética, moralidade e outras de interesse da coletividade

Praticar segurança em eventos

Praticar segurança de autoridades municipais

Prestar pronto-socorrismo

Garantir a proteção aos serviços de transporte coletivo e terminais viários

Apoiar as ações preventivas - educativas: prevenção à violência, uso de drogas,

ECA, trânsito, etc.

Proteger funcionários públicos no exercício de sua função

Exercer a segurança sobre os próprios municipais, principalmente parques,

jardins, escolas, teatros, museus, bibliotecas, cemitérios, mercados, feiras livres e todo o

patrimônio histórico, no sentido de:

a) protegê-los dos crimes contra o patrimônio

b) orientar e proteger o público

c) prevenir a ocorrência, interna e externamente de qualquer infração penal

d) controlar o trânsito de veículos

e) prevenir sinistros, atos de vandalismo e danos ao patrimônio

f) prestar assistências diversas

Colaborar com as ações preventivas de segurança pública

Exercitar sua função ostensiva, por meio de condutas, tais como:

a) prender quem seja encontrado em flagrante delito, nos exatos termos dos

artigos 301 a 303 do Código de Processo Penal, fundado no inciso LXI, do artigo 5o da

Constituição Federal.

b) agir em legítima defesa de direito seu, ou de outrem, mormente em defesa

dos direitos assegurados pela Constituição Federal, ressaltando-se os direitos à vida, à

liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, todos insertos no caput do art. 5o da

CF/88.

4. Currículo Básico dos Cursos de Formação

Núcleo de Formação Básica

Page 62: Livro Da Guarda Municipal

Relacões interpessoais e dinâmica de grupo; Sociologia; direito administrativo

municipal; direito administrativo; direito constitucional; direito processual penal; direito do

consumidor; leis especiais; português aplicado e redação oficial; direitos humanos; direito

penal; direito de trânsito; ética; criminalística; criminologia; medicina legal; organização

policial brasileira; educação ambiental e políticas sociais.

Núcleo de Formação Profissional

Defesa pessoal; armamento e tiro; sistemas de comunicação; processamento

de dados; pronto-socorrismo; escoltas; prevenção e combate a incêndios; história da

cidade; educação física, segurança preventiva e segurança comunitária.

Complemento Educacional - Ciclo de Palestras

O Poder Executivo; o Poder Legislativo; o Poder Judiciário; a Polícia Civil; a

Polícia Militar; a Polícia Federal; a Polícia Rodoviária Federal; o Ministério Público; o

Conselho Tutelar e o Comissariado de Menores; a Ordem dos Advogados do Brasil e

ONGs.

Obs.1: A disciplina Relações Interpessoais e Dinâmica de Grupo deverá estar

presente no desenvolvimento do curso.

Obs.2: Direitos Humanos não deverá ser considerado apenas uma disciplina,

mas um tema que deverá perpassar o conteúdo de todas as disciplinas.

Obs.3: Os cursos de formação deverão ter o acompanhamento de um(a)

pedagogo(a) ou especialista em Educação.

5. Ementas das disciplinas

5.5. Conteúdo programático do currículo dos cursos de formação

5.5.1 – Disciplinas de Formação Básica

Relações interpessoais e dinâmica de grupo: funcionamento da mente;

personalidade humana; comportamento; relação homem/grupo, aspectos facilitadores do

trabalho em equipe, inteligência emocional e jogos; dinâmica de grupo;.

Sociologia: o homem como ser social; aspectos inerentes à vida em

sociedade; complexidade social; violência; aspectos da comunidade (características da

comunidade local); o Guarda Municipal e o seu papel na comunidade.

Direitos Humanos: Importância da disciplina na formação do Guarda

Municipal. Cidadão em sentido amplo; Declaração Universal dos Direitos Humanos;

Page 63: Livro Da Guarda Municipal

Conceito e principais direitos fundamentais do homem; Cidadão em sentido amplo.

Sentido e evolução dos Direitos Humanos. O Direito e a geração dos Direitos. Documentos

de fixação dos Direitos Humanos. Os instrumentos internacionais de proteção aos Direitos

Humanos.: Pacto dos Direitos Civis e Políticos, o Pacto dos Direitos Econômicos Sociais e

Culturais e outras convenções; O sistema internacional de Proteção aos Direitos Humanos

e a redefinição da cidadania no Brasil. Políticas de Proteção dos Direitos Humanos. A

Constituição brasileira de 1988 e os tratados internacionais de proteção aos Direitos

Humanos. Os organismos policiais como preservadores dos Direitos Humanos. Abuso de

autoridade e tortura.

Educação ambiental: Aspectos históricos e filosóficos; metodologia e

abordagem; relações humanas; cuidados com resíduos sólidos - 3R (reduzir, reutilizar e

reciclar); cidadania e meio ambiente e crimes ambientais.

Direito constitucional: conceito de Constituição; princípios fundamentais;

direitos constitucionais.

Direito Penal: Razão do Direito Penal; Direito Penal; Crime e Contravenção;

Tipicidade; Antijuridicidade; Culpabilidade; Punibilidade; Dolo e Culpa; Das penas; A

suspensão condicional da pena; Homicídio; Induzimento, instigação e auxílio ao suicídio;

Infanticídio; Aborto; Furto e Roubo; Invasão de Domicílio; Apropriação Indébita;

Estelionato; Receptação; Estupro; Tráfico de Entorpecente; Abuso de Autoridade.

Direito de Trânsito: Direção defensiva; Métodos de prevenção de acidentes;

Engenharia e policiamento; Condições adversas: luz, tempo, estrada, trânsito, veículo e

motorista; Velocidade e segurança; Classificação das vias públicas de acordo com sua

utilização; Velocidades mínimas e máximas permitidas; Acidente evitável e inevitável,

percepção, reação e frenagem; Condições desfavoráveis à segurança; Como evitar

colisões, colisão traseira, colisão dianteira, colisão em cruzamento, A arte de ultrapassar e

se deixar ultrapassar, Regras gerais de trânsito, O acidente misterioso: choque, colisão,

tombamento, capotamento, hidroplanagem, iluminação carente, nevoeiro e fumaça, cinto

de segurança, estado de conservação do veículo; Código de Trânsito Brasileiro;

Direito administrativo: da administração pública direta e indireta; serviços

públicos: bens públicos, processos administrativos, poder de polícia e servidores públicos.

Direito administrativo municipal: organização administrativa do município;

leis específicas do Município; instrumentos de fiscalização e autoridades municipais.

Page 64: Livro Da Guarda Municipal

Direito processual penal: princípios do processo penal; persecução criminal

extrajudicial; ação penal; flagrante delito; procedimentos operacionais de acordo com a

legislação.

Direito do consumidor: o Código de Defesa do Consumidor; o consumidor; a

atuação da Guarda Municipal na defesa do consumidor.

Ética: Considerações preliminares a respeito dos objetivos da disciplina; Moral,

conceito, mutabilidade; As normas morais, conceito e importância; Ética, conceito;

Diferenças entre normas éticas e morais, importância; Ética policial, importância,

definição, necessidade de sua observância; Contribuição para a boa imagem da

instituição; O policial como servidor público. Seu compromisso profissional; Seu modo de

ser e os vários aspectos de seu relacionamento; Deveres do Guarda Municipal; As

transgressões disciplinares. Distinção; Importância do conhecimento e da observância.

Criminalística: Evolução conceitual da Criminalística, - conceito de Luís

Sandoval Smart, - conceito de José Del Picchia Filho, - Conceito de Cátedra, - breve

análise crítica destes conceitos; Conceitos fundamentais de interesse criminalístico, -

conceito de local do fato, - conceito de local do irrelevante penal, - conceito de local da

infração penal, - classificação técnica do local do fato, - preservação e isolamento do local

do fato, - local prejudicado para perícia, - interdição do local do fato; Perícias

criminalísticas em geral, - conceitos genéricos, - classificação, - modalidades de perícias:

criminalísticas e médico-legais; Peritos em geral, - conceito genérico, - classificação, -

intervenção no foro penal, - número que intervém na realização da perícia; Corpo de

delito e exame de corpo de delito, - conceitos de corpo de delito, - modalidades de exame

de corpo de delito no âmbito da criminalística, - realização do exame de corpo de delito, -

importância do exame de corpo de delito; Prova técnica em criminalística, - conceito

genérico, - classificação, - conceito técnico de vestígio, - conceito técnico de indício;

Documentos em criminalística, - conceito de laudo-técnico pericial,- estrutura do laudo

pericial e os Códigos de Processo, - conceito de parecer técnico-pericial; Ensaios

laboratoriais de interesse criminalístico, - conceito histológico de bioquímico de sangue, -

aspectos técnicos: perícia, - conceito bioquímico de sêmen total, - aspectos técnicos:

perícia, - conceito de residuografia. Residuograma, - docimácias.

Criminologia: Conceito de Criminologia, - objeto, natureza e divisão, -

principais escolas criminológicas; Definição de delito, - aspectos físicos, - aspectos

Page 65: Livro Da Guarda Municipal

psicológicos – psicoses, - tipos de personalidades, - dissociais, autissociais; Causas sociais,

- fatores econômicos, - malvivência, - prostituição, - desorganização social; Classificação

dos criminosos, - biotipologia, - exame criminológico, - prognóstico: reincidência e

periculosidade; Prevenção criminológica, - família, violência doméstica - saúde, -

educação, - readaptação social do reeducando.

Medicina Legal: conceitos, posição sistemática entre as ciências médicas e

jurídicas, aplicação nos diversos ramos do direito (civil, penal, trabalhista, etc.); Perito,

conceito, perito oficial e nomeado, competência dos peritos no tempo e no espaço;

Documentos médico-legais, laudos, pareceres, atestados, depoimento oral dos peritos;

Objetivos e técnicas do exame pericial em medicina legal, no campo criminal, tanatologia,

clínica médico-legal, sexologia, legitimações de idade e sexo, psiquiatria forense,

toxicologia forense; Lesões produzidas por instrumentos mecânicos de ação simples,

ferimentos punctórios, inciso e contuso; Lesões produzidas por instrumentos mecânicos de

ação combinada, ferimentos pérfuro-incisos, pérfuro-contuso e corto-contuso; Ferimentos

produzidos por projéteis de arma de fogo, características gerais e indicação de distância;

Queimaduras por calor, conceito, avaliação de intensidade e da gravidade; Asfixias,

conceitos, sinais sugestivos, classificação; Sufocação direta, sufocação indireta,

enforcamento, estrangulamento e esganadura; Afogamento, soterramento e

confinamento; Drogas psicoativas, conceito, classificação, tolerância, dependência.

Organização Policial Brasileira: Conceito de Polícia; Polícia Federal; Polícia

Ferroviária Federal; Polícia Rodoviária Federal; Polícia Civil; Polícia Militar; Polícia Militar

Rodoviária; Guarda Municipal, finalidades básicas, organograma e Lei Orgânica,

atribuições de cada emprego, ingresso, promoção, outras considerações.

Português aplicado e redação oficial: Noções sobre atos administrativos;

Características do texto oficial; O estilo nas comunicações oficiais; Revisão gramatical,

ortografia, sintaxe de concordância, sintaxe de regência, sintaxe de colocação, pontuação;

Formas de tratamento; Abreviaturas, símbolos e siglas; Redação de textos oficiais;

Redação de peças informativas – Relatórios; Preenchimento de impressos utilizados pela

Guarda Municipal; Distribuição do texto no papel.

Políticas sociais: Conceito de Políticas Sociais; Relações Humanas; Histórico;

O desenvolvimento das relações humanas com a evolução do ser humano; A necessidade

do outro: EU X TU = NÓS; Conceito de comunicação; comunicação formal e informal;

Page 66: Livro Da Guarda Municipal

Utilização dos veículos de comunicação de massa e sua importância; Conceito de público,

formas de atendimento externo, solicitude, educação, atenção, ética, formas de

atendimento interno, colaboração, amizade, obediência à hierarquia, Resposta do homem

ao meio social, através do conhecimento dos tipos de liderança: democracia, autocrática,

laissez-faire, carismática. (Meneur); Importância da boa imagem do policial perante o

público; Motivação, abordagem neurolingüística, abordagem psicolingüística; O campo de

atuação do policial e sua realidade social local. Grupos vulneráveis: idoso, mulher, criança

e adolescente e demais agrupamentos sociais vítimas de discriminação. Hábitos

alimentares e Doenças Sexualmente Transmissíveis.

Leis especiais: Lei de Porte de Arma; Código de Defesa do Consumidor;

Estatuto da Criança e do Adolescente; Lei de Abuso de Autoridade; Lei dos Crimes

Hediondos; Lei de Repressão ao Crime Organizado; Lei dos Crimes de Menor Potencial

Ofensivo; Lei de Contravenções Penais; Lei de Tóxicos e Entorpecentes.

5.5.2 – Disciplinas de Formação Profissional

Segurança Preventiva: Objetivo da disciplina e requisitos profissionais, a.

considerações sobre prevenção criminal, b. credibilidade institucional, c. conscientização

profissional do policial, d. espírito de corpo e preservação de princípios, e. disciplina e

hierarquia funcionais, Fundamento Legal da disciplina e organismos concorrentes, a. Lei

Orgânica da Guarda Municipal, b. atribuições básicas da Guarda Municipal, Organismos

concorrentes à prevenção criminal: Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Guardas

Municipais, Empresas Particulares de Segurança, d. conflitos decorrentes - orientação

normativa; Informações Criminais - registro e processamento, a. a ocorrência de natureza

policial – delito, b. reclamações de natureza social, c. registro de informações - Polícia

territorial, d. boletim de ocorrência e seu fundamento, e. autoria conhecida e

desconhecida, f. a difusão de informações, g. as informações de caráter reservado; Dados

fundamentais no registro de ocorrências, a. local do fato, b. data e horário, c. quantidade

de delinqüentes, d. tipo de incidência criminal – natureza, e. características físicas dos

delinqüentes – descrição, f. vestimentas e disfarces, g. uso de armas e outros

instrumentos, h. uso de veículos - identificação – placas, i. lideranças identificadas;

Planejamento e execução de operações, a1. mapeamento da área – levantamento, a2.

geopoliciamento, b. objetivos da operação - diminuição de incidência criminal, c.

Page 67: Livro Da Guarda Municipal

dispositivos empregados – compatibilidade, d. discrição do grupo - uso de armas e

algemas, e. apoio operacional - comunicações, obstáculos, etc.,f. celeridade da ação -

constrangimento mínimo, g. cautelas especiais - quebra da rotina e urbanidade, h.

deslocamentos rápidos e prudentes; Técnicas de operação, a. prisões - estratégias e

oportunidade, b. abordagem - interna e externa, c. custódias, d. triagens, e. buscas de

partícipes, f. objetos apreendidos - produtos e instrumentos, g. comunicação e registros

incidentes, h. socorros eventualmente decorrentes; Violência Urbana - causas e efeitos, a.

a violência nos grandes centros, b. a atuação policial prevenindo e reprimindo, c. fatores

determinantes da incidência - regra geral, d. a política criminal como fator de incidência,

e. a legislação penal vigente, f. o sistema penitenciário no Brasil, g. a desorganização

social – habitação, h. fatores de ordem social, i. sentimento de impunidade - estímulo pela

mídia, j. coação econômica - comparsas, patrono, etc.; A Prevenção nos crimes de roubo,

a. a ação do delinqüente – predisposição, b. o uso de armas e ingestão tóxica, c. o perfil

do delinqüente - características, hábitos, etc., d. a ação policial – prisões, e. ocorrências

com reféns - cautelas especiais, f. preservação máxima do local, g. o veículo como meio

de locomoção, h. a apuração - a família e a comunidade como aliados; Furto de veículos -

prevenção e repressão, a. modus operandi - formas de ação, b. preparação de veículos -

locais, etc., c. formas de comercialização - vendas, trocas, etc., d. composição de

quadrilhas e o perfil destes, e. processo de adulteração de veículos - oficinas,

desmanches, f. formas de legalização - documentos, sinistros, etc., g. prevenção -

ostensividade, divulgação, prisões, etc.; A prevenção nos delitos de furto em residência, a.

a ação do delinqüente, b. o uso de instrumentos – petrechos, c. o transporte do produto

do crime, d. a destinação do produto – receptadores, e. a participação de menores na

ação, f. prevenção - ostensividade em locais de incidência, divulgação, etc.; A prevenção

nos delitos de furto no interior de veículos, a. modus operandi - formas de ação, b. o

disfarce como guardadores de carros na via pública, c. o perfil do delinqüente, d. o uso de

instrumentos para a violação de veículos, e. o transporte do produto - toca-fitas, f. a

destinação da res furtiva – receptação, g. a participação de menores infratores, h. os

expedientes preventivos - ostensividade - abordagem, etc.; A prevenção nos delitos de

entorpecentes, a. crime permanente - estado de flagrância. b. modus operandi –

clandestinidade, c. o perfil do envolvido - características e hábitos, d. antecedentes e

evidências, e. laudo pericial - provisório e definitivo, f. pontos de recebimentos de

entorpecentes, terminais rodoviários, ferroviários, portuários, hotéis e aeroportos, g.

Page 68: Livro Da Guarda Municipal

pontos de venda ou passagem de entorpecentes, bares de pouca iluminação, boates,

fliperamas, clubes prives, proximidade de estabelecimentos do ensino, h. formas de

prevenção - campanhas educativas; Prédios Públicos Municipais, a. crime de dano ao

patrimônio público, b. perfil do delinqüente, c. vandalismo, d. Gangues. Ecologia e meio

ambiente.

Segurança comunitária: Conceitos (com fundamento na polícia comunitária):

base constitucional; parâmetros para realização da segurança comunitária; o guarda

municipal e a segurança comunitária; aspectos preventivos da segurança comunitária.

Mobilização comunitária: a participação da sociedade; organizações comunitárias

existentes no Brasil. Planos para mobilização comunitária: planos e aspectos preventivos.

Defesa Pessoal: Pontos vulneráveis do corpo humano; sensíveis ao

traumatismo, sensíveis à compressão, perda dos sentidos; Defesa das agressões:

agarramento, estrangulamento: frontal, por trás, lateral com gravata; Ataques e golpes

contra o agressor: com dedos, com as mãos, punhos cerrados, cotovelos, com chutes,

pernas e pés; Chaves, de braço, de pernas, de joelhos; Defesa de armas: armas brancas

(faca, punhal, adagas, estilete, etc.), paulada, cassetete, bengala, etc., arma de fogo;

Revistas do detido; Uso de algemas.

Armamento e Tiro: Definição de arma de fogo; Munição e sua classificação,

quanto: à forma dos projéteis, ao encamisamento ou jaqueta dos projéteis, a

expansividade, à velocidade relativa ao som; Descrição do revólver e pistola:

municiamento e desmuniciamento; Mecânica do disparo e tipos de acionamento da arma

de fogo (ação dupla e ação simples); Limpeza e manutenção da arma de fogo; Uso policial

da carabina puma, espingarda calibre 12 e submetralhadora; Normas de segurança;

Técnica de tiro de combate, posição básica: tiro a seco em ação dupla; Exercício prático

de tiro de combate com munição à distância sucessiva de 2, 3, 4 e 5 metros; Técnica de

tiro de visada em ação dupla, posição de tiro à distância mínima de 5 metros,

enquadramento do alvo usando-se o sistema de pontaria, tiro a seco; Técnica de tiro de

visada em ação simples, posição de tiro à distância mínima de 12 metros, enquadramento

do alvo usando-se o sistema de pontaria, tiro a seco à distância sucessiva de 12, 13, 24 e

15 metros; Exercício de tiro de visada em ação simples, com munição, às mesmas

distâncias; Exercício de tiro mesclando a técnica de combate e visada, em que cada aluno

passa a disparar em, pelo menos, quatro alvos à distância variada, sendo obrigatório a

Page 69: Livro Da Guarda Municipal

desmuniciar e remuniciar uma vez entre a série de disparos; Exercício prático com as

técnicas de tiro em que cada aluno passa a efetuar disparos em 5 alvos diferentes e em

distâncias alternadas, usando em uma seqüência a mão direita empunhando a arma e em

outra seqüência a mão esquerda; Exercício prático com as técnicas ensinadas, usando-se

6 alvos em diferentes distâncias, variando as posições de tiro: em pé, ajoelhado e deitado.

Alguns alvos devem estar parcialmente expostos e ao lado de alvos reféns que não podem

ser atingidos; Exercício prático simulando a entrada em uma residência guarnecida por

assaltantes que temem seu poder um ou dois reféns. Em pelo menos 2 alvos o aluno só

poderá efetuar disparos se estiver em movimento; Exercício prático de tiro em condições

mínimas de luminosidade.Disparos com carabina e calibre 12; Armas não letais: conceitos,

espécies e utilização por guardas municipais. Código de Conduta da ONU para funcionários

encarregados de fazer cumprir a lei.

Sistemas de comunicação: Comunicação e Telecomunicação: conceitos;

Breve resumo sobre a evolução histórica das telecomunicações; Código Brasileiro de

Telecomunicações; Código Penal Brasileiro; Responsabilidades administrativas e penais;

Noções sobre os organismos de telecomunicações policiais; Códigos utilizados: código “Q”,

código de ocorrências, alfabeto fonético; VHF. Propagação. Modulação. Redes

operacionais - simplex e duplex; Estações repetidoras. Estações fixas e móveis;

Equipamentos portáteis; Disciplina de rede; Prioridades na rede; Cuidados com os

equipamentos; Demonstração prática do sistema.

Processamento de dados: Ciência da Computação: Definição de Informática;

O que é Computador; As gerações de micro computadores; Diferença entre Hardware e

Software; Configuração básica de um microcomputador; Periféricos de Entrada e Saída;

Definição de Arquivo, Diretórios e Árvore; Microsoft Windows - Conceitos Básicos:

Conceito de Sistema Operacional; Elementos da Tela Principal; Janela; Ícone; Diferença

entre Janela e Caixa de Dialogo; Partes que compõem a Janela; Partes que compõem uma

Caixa de Dialogo; Barras de Tarefa e Menu Iniciar; Usando Menus e Caixa de Diálogos;

Gerenciador de Arquivo – Windows Explorer; Microsoft Word - Conceitos Básicos: Janela

Principal; Partes que compõem a janela principal; Como criar, salvar e localizar

Documentos; Recursos de Digitação: Copiar, Colar e Recortar; Formatação: Parágrafos;

Fontes; Acrescentar Bordas e Moldura; Inserir: Cabeçalhos e Rodapés, Notas de Rodapé e

Notas de Final, Tabelas, Figuras, Recursos para Impressão; Internet: Definição; Padrões

de Endereços; Janela Principal – Internet Explorer; Acessando e Navegando na Internet;

Page 70: Livro Da Guarda Municipal

localização de informações; Salvar arquivos e imagens; Enviando e Recebendo

Mensagens; Usando um livro de Endereços.

Pronto-socorrismo: Aspectos gerais de anatomia e fisiologia do corpo

humano; Primeiros socorros, conceitos, métodos de aplicação, importância e aspectos

legais; Reanimação cárdio-pulmonar, respiração artificial, desobstrução das vias aéreas,

massagem cardíaca; Hemorragias; Ferimentos; Convulsão, desmaio, epilepsia; Fraturas:

tipos, características e gravidade; Toxicoses; Queimaduras. Choque elétrico; Insolação e

intermação; Parto.

Escoltas: Escolta de presos, aspectos gerais, segurança, Escolta de dignitários,

aspectos gerais, isolamento da área; escolta de veículos, segurança.

Educação Física: Importância da atividade física; orientações nutricionais;

atividades aeróbicas e anaeróbicas; Atividades localizadas.

5.5.3 – Complementação Educacional

Círculo de Palestras: O Poder Executivo; O Poder Legislativo; O Poder

Judiciário; A Polícia Civil; A Polícia Militar; O Ministério Público; O Conselho Tutelar e o

Comissariado de Menores; A Ordem dos Advogados do Brasil.

6. Orientações para o trabalho pedagógico

1. A carga horaria deverá ser distribuída intercalando teoria e prática, bem

como momentos de atividades/repouso para facilitar o aprendizado.

2. A carga horária da atividade de estágio deverá ser adequada para possibilitar

uma avaliação ainda no processo de formação e a aplicação dos objetivos do curso.

3. Recomenda-se uma carga horária mínima de 600 horas para as disciplinas do

Currículo Básico dos Cursos de Formação, excluindo o estágio.

4. Recomenda-se para o estágio 40% da carga horária do curso de formação.

5. Recomenda-se que os professores sejam selecionados considerando os

seguintes aspectos: nível superior, cultura em guarda municipal comprovada e habilidades

de instrutoria.

6. Deve ser estimulado o convênio com universidades, consultorias e órgãos

afins.

7. Os métodos de ensino deverão prestigiar:

Page 71: Livro Da Guarda Municipal

• a realidade como referencial a ser explorado

• conteúdos voltados para a prática

• a vivência do aluno mediante levantamento de expectativas

• a pesquisa comunitária como fonte de dados

• técnicas de ensino (dinâmicas de grupo, seminários de temas, estudos de

caso, aulas expositivas participativas e júri simulado)

7. Referências bibliográficas (deverá ser completada contemplando

cada disciplina)

BRASIL., Constituição da República Federativa do Brasil / 1988

BRAGA, Carlos Alexandre. Guarda Municipal: manual de criação, organização e

manutenção, orientações administrativas e legais. São Paulo: Ed. Juarez de Oliveira, 1999.

MORAES, Benedito A. A. de. A Guarda Municipal e a Segurança Pública.

Piracibada, 1995.

MORAES, Bismael B. Segurança Pública e Direitos Individuais. Ed. Juarez de

Oliveira, São Paulo, 2000.

CRETELLA JÚNIOR, José. Parecer sobre Guarda Municipal na Constituição.

1990.

SILVA SANTOS, Antônio Jeová da e STURARO, Zair. Guarda Municipal na

Constituição. Americana: Gráfica Mazieira, 1991.

EMENTAS DA OAB. Decisão de 21/06/1999 do 1o Grupo de Câmaras da OAB-

SP, requerente Carlos Alexandre Braga. Ementa federal sobre o mesmo assunto e mesmo

requerente. (As ementas tratam do indeferimento de inscrição no quadro de advogados

formulado pelo requerente, bacharel em Direito, que ocupa o cargo de Inspetor da Guarda

Municipal de São Paulo, por ser considerada atividade incompatível com base no artigo 28,

inciso V, da Lei Federal 8.906/94).”

Page 72: Livro Da Guarda Municipal

4. A GUARDA MUNICIPAL E À LEGISLAÇÃO FEDERAL

4.1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A Guarda Municipal é um dos poucos órgãos, senão o único, de prestação de

serviço público municipal, que está inserida na Constituição Federal, tamanha a sua

importância frente à segurança pública local.

Na Carta Magna, em seu artigo 144, § 8º, ao estabelecer atividades, órgãos e

atuação frente à Segurança Pública e à incolumidade das pessoas e do patrimônio,

preconiza a responsabilidade de todos, e principalmente do “Estado” (União, Estados,

Distrito Federal e Municípios), sendo um direito e responsabilidade de todos.

“Art. 144 – A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de

todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e

do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

§ 8º Os municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção

de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.”

1 - Cabe lembrar que a leitura de todo o texto deve ser interpretada utilizando-

se das técnicas jurídicas existentes, lembrando que, quando o Código Civil trata sobre

bens, é de maneira extensiva, abrangendo a vida e o corpo das pessoas (bens corpóreos

e incorpóreos), pois o maior bem do município são os seus munícipes. Vejamos:

Conforme Leib Soibelman, em Enciclopédia do Advogado, “Bem é um conceito

muito mais amplo que o de coisa. Bem é todo valor representativo para a vida humana,

de ordem material ou imaterial. Nem tudo que no mundo material é coisa adquire a

mesma categoria no mundo jurídico, como acontece por exemplo com o corpo do homem

vivo, considerado elemento essencial da personalidade e sujeito de direito, já que não é

possível separar na pessoa viva o corpo da personalidade. Os direitos também não são

coisas embora freqüentemente sejam mencionados como ”coisas incorpóreas”.

Juridicamente não existem coisas imateriais. Se desta natureza, o mais admitido hoje é

falar em bens incorpóreos. A palavra coisa refere-se sempre aos bens materiais, corpóreos

tangíveis, sensíveis. Coisa é o que não sendo pessoa pode ser tocado, ou pelo menos

sentido como as energias. Todo o valor que representa um bem para uma sociedade, e

Page 73: Livro Da Guarda Municipal

cuja distribuição, segundo os padrões nela vigentes pode provocar injusta competição,

torna-se objeto do direito”.

2 - Quanto à proteção dos seus serviços, cabe lembrar que na esfera de

atuação do poder público municipal, tal a sua abrangência na prestação de serviços, desde

a área de Educação, Saúde, Trânsito, Meio Ambiente, ainda, temos um número quase que

incalculável de atribuições e atividades desempenhadas pela municipalidade, onde, para

fornecer segurança a todos esses serviços, efetivamente o Guarda Municipal estará

realizando o policiamento ostensivo/preventivo.

3 - Sobre instalações, cabe lembrar que este item sim trata do aspecto

patrimonial, pois refere-se às edificações pertencentes ou sob a guarda do poder público

municipal.

4 - Por fim, quando menciona “conforme dispuser a lei”, pelo fato de ser a

Constituição da República Federativa que trata deste item, ela quer dizer lei federal, ou

seja, uma norma regulamentadora oriunda do Congresso Nacional e sancionada pelo

Presidente da República.

4.2. PROJETO DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL (PEC – 534/02)

Em virtude da falha de interpretação do texto Constitucional, visando reafirmar

o acima exposto, em 1999, o Senador Romeu Tuma propôs a alteração da Constituição

Federal em seu Art. 144, § 8º, vindo a trazer claramente no bojo do texto legal a

atribuição do município de criar Guardas Municipais com o objetivo, além dos já

elencados, de proteção à população e aos logradouros públicos, todos conforme Lei

Federal.

Em 22 de maio de 2002, a PEC 00087/99 e suas apensadas vieram a ser todas

apensadas à PEC 00534/02, a qual manteve estes preceitos e criou outros mais, tais

como: a criação da Guarda Nacional, pois assim como o município, a União também

necessita de um Corpo Uniformizado, de caráter civil e armado, a fim de manter a

Segurança Pública Nacional, lembrando que para a Soberania Nacional já existem os

órgãos competentes, sendo estes Marinha, Exército e Aeronáutica.

Dessa forma, a PEC 00534/02, passou a dispor da seguinte forma: “Altera o

artigo 144 da constituição federal, para dispor sobre as competências da guarda municipal

e criação da guarda nacional. alterando a nova constituição federal”.

Page 74: Livro Da Guarda Municipal

Propondo a alteração do texto Constitucional, conforme segue: “Alteração,

Constituição Federal, segurança pública, autorização, municípios, criação, guarda

municipal, proteção, população, logradouro público, bens, serviços. Competência,

união federal, criação, organização, guarda nacional, proteção, bens, serviço, instalações,

poder público”.(grifei)

O texto final da PEC 0087/99, após votação em 1º Turno, teve 65 votos

favoráveis, 03 contrários e 01 abstenção; teve em seu 2º Turno 60 votos favoráveis,

nenhum voto contrário e nenhuma abstenção, ficando deste modo com a seguinte

redação, à qual foi devidamente apensada a PEC 00534/02.

“As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:

Altera o art. 144 da Constituição Federal, para dispor sobre as

competências da guarda municipal e criação da guarda nacional. Art. 1º O § 8º do art. 144 da Constituição Federal passa a vigorar com a

seguinte redação: “Art.144................................................ ............................................................ § 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à

proteção de suas populações, de seus bens, serviços, instalações e logradourospúblicos municipais, conforme dispuser lei federal.(grifei)

......................................................”(NR) Art. 2º O art. 144 da Constituição Federal passa a vigorar acrescido do

seguinte § 10: “Art.144................................................ ............................................................ § 10. Compete à União criar, organizar e manter a guarda nacional, com

atribuição, além de outras que a lei estabelecer, de proteger seus bens, serviços e instalações.”

Senado Federal, em de abril de 2002

Senador Ramez Tebet Presidente do Senado Federal

Ess/Pec99087”

***

Page 75: Livro Da Guarda Municipal

Encontrando-se atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, na

Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, a COMISSÃO ESPECIAL – CESP, tendo

como Relator o Deputado Federal Arnaldo Faria de Sá, onde proferiu o seguinte parecer:

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECER À PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 534, DE 2002, DO SENADO FEDERAL, QUE “ALTERA O ART. 144 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, PARA DISPOR SOBRE AS COMPETÊNCIAS DA GUARDA MUNICIPAL E CRIAÇÃO DA GUARDA NACIONAL”

PARECER À PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 534, DE 2002, DO SENADO FEDERAL

(Apensas as Propostas de Emenda à Constituição nos. 95, de 1995; 247, de 1995; 343, de 1996; 392, de 1996; 409, de 1996; 87, de 1999; 124, de 1999; 154, de 1999; 240, de 2000; 250, de 2000; 266, de 2000; 275, de 2000; 276, de 2000; 280, de 2000; 284, de 2000; 291, de 2000; 317, de 2000; 449, de 2001; 532, de 2002; e 49, de 2003)

Altera o art. 144 da Constituição Federal, para dispor sobre as competências da guarda municipal e criação da guarda nacional. Autor: Senado Federal Relator: Deputado Arnaldo Faria de Sá

I – RELATÓRIO A Proposta de Emenda à Constituição nº 534, de 2002, do Senado Federal,

altera a redação do § 8º do art. 144, da Constituição Federal, definindo uma nova competência para as guardas municipais, que é a de realizar a proteção de suas populações, e insere um § 10 a este dispositivo constitucional, atribuindo à União competência para criar, organizar e manter a guarda nacional, com a missão, entre outras, de proteger seus bens, serviços e instalações.

O texto original da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), do Senado Federal, teve como justificativa para sua propositura a possibilidade de os Municípios poderem cooperar com os Estados no terreno da segurança pública, porque os Estados não contam com recursos suficientes para atuar de forma satisfatória nos denominados fundões da periferia. Na discussão e votação da matéria, no Plenário daquela Casa Legislativa, foi aprovada uma emenda ao texto da PEC inserindo a criação da guarda nacional.

Aprovada no Senado Federal, a proposição foi encaminhada à Câmara dos Deputados, sendo a ela apensadas, inicialmente, as Propostas de Emenda à Constituição a seguir discriminadas, que se encontravam em tramitação nesta Casa, as quais terão seus conteúdo e justificativa apresentados de forma sintética.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 87, de 1999, do Deputado Wanderley Martins e outros, substitui a expressão “guardas municipais” pela expressão “polícias municipais”, incluindo este novo órgão no sistema de segurança pública brasileiro, e

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autoriza a criação das polícias municipais nos Municípios brasileiros, observadas as restrições que especifica. O primeiro signatário justifica que tal procedimento corrigiria a incapacidade do sistema de segurança pública, estabelecido no texto constitucional, em promover a efetiva prevenção e repressão de uma criminalidade crescente.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 124, de 1999, do Deputado Félix Mendonça e outros, cria as polícias civis municipais, dirigidas por delegados eleitos pela comunidade, com competência para realizar as ações de polícia ostensiva e de polícia judiciária que especifica, no âmbito dos Municípios, e para atuar supletivamente ou em auxílio às polícias civil e militar estaduais e à polícia federal. O conteúdo da proposição foi justificada na experiência americana de pequeno e médio porte que, segundo o primeiro signatário, por aproximar a polícia do condado ou do distrito da população facilita a ação policial no combate à criminalidade.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 154, de 1999, do Deputado Rodrigo Maia e outros, transfere a competência para realizar a segurança pública das cidades com mais de dois milhões de habitantes para a autoridade municipal e determina aos Estados a transferência de efetivos e recursos estaduais aplicados em segurança pública na circunscrição do Município para o controle municipal. A fundamentação da mudança proposta situou-se no âmbito da maior integração entre polícias e população e no aumento da eficácia das ações policiais, a exemplo do que ocorreu em cidades como Nova Iorque.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 240, de 2000, do Deputado Rubens Furlan e outros, cria as polícias civis e militares municipais, transfere o comando e os integrantes das polícias civis e militares, nos Municípios com mais de duzentos mil habitantes, para os Municípios e determina a transferência de dois por cento da arrecadação, pela União, dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados para a manutenção das polícias civis e militares municipais. Justifica a proposta com base nas vantagens da descentralização administrativa e nas dificuldades financeiras dos Estados para a manutenção de ações policiais.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 250, de 2000, do Deputado Ronaldo Vasconcellos e outros, insere as guardas municipais no sistema de segurança público brasileiro e confere-lhes, concorrentemente com as polícias civil e militar, atribuições de polícia judiciária e de polícia ostensiva, nos termos em que dispuser a lei que disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, prevista no art. 144, § 7º, da Constituição Federal. Fundamenta a mudança proposta na necessidade de aproximar e valorizar a relação cidadão-policial, como forma de reduzir a sensação de insegurança.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 266, de 2000, do Deputado Wilson Santos e outros, dá às guardas municipais atribuições de forças locais de segurança pública e destina aos Municípios com mais de cem mil habitantes um por cento da arrecadação, pela União, dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados para a manutenção das polícias. Recorrendo à etimologia

Page 77: Livro Da Guarda Municipal

da palavra “polícia”, o primeiro signatário, na justificação da proposição, sustenta que a idéia de polícia liga-se diretamente às cidades, o que no Brasil teve ressonância nas antigas guardas civis, e que é possível a colaboração das guardas municipais nas ações relacionadas com a segurança pública.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 275, de 2000, da Deputada Luíza Erundina e outros, possibilita que os Municípios com mais de quinhentos mil habitantes criem polícias civis e militares, com as mesmas competências de suas correspondentes estaduais, devendo, em um primeiro momento, ser celebrado convênio entre o Estado e o Município para que sejam transferidos para estes últimos o efetivo, o equipamento e todo o acervo patrimonial de ambos os órgãos policiais estaduais, que estejam na circunscrição territorial do Município. Na justificação da proposição, a primeira signatária sustenta que a possibilidade dos Municípios constituírem polícias civis e militares conduzirá a uma efetiva integração dos órgãos policiais com a comunidade, possibilitando o aumento da eficiência e o aprimoramento dos serviços policiais.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 276, de 2000, do Deputado Cunha Bueno e outros, atribui às guardas municipais dos Municípios com mais de um milhão de habitantes, de forma excludente em relação às polícias civil e militar, as funções de polícia judiciária e de apuração das infrações penais e de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública. O primeiro signatário sustenta as mudanças propostas com base nos benefícios decorrentes da descentralização administrativa em matéria de segurança pública, em face das diferenças locais de cada Município.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 280, de 2000, do Deputado Antonio Palocci e outros, estabelece que, na forma de lei municipal, poderão as polícias civis e militares estar subordinadas ao prefeito municipal. A justificativa da proposição é a municipalização da segurança pública.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 284, de 2000, do Deputado Rubem Medina e outros, prevê a possibilidade das guardas municipais desenvolverem ações de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, nos termos de lei complementar federal. É destacado na justificação da proposição que as polícias militares têm-se mostrado incapazes de atender as necessidades de segurança pública dos munícipes e que o emprego da guarda municipal em ações de polícia ostensiva e preservação da ordem pública, em conjunto com as polícias militares, irá oferecer à população um serviço de segurança pública de melhor qualidade.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 291, de 2000, do Deputado Mauro Benevides e outros, prevê que as guardas municipais dos Municípios com mais de dois milhões de habitantes integrem o sistema de segurança pública brasileiro e atuem de forma complementar às polícias civis e militares no exercício da função de polícia judiciária e na apuração das infrações penais e nas ações de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública. Na justificação da proposição, o primeiro signatário sustenta que o distanciamento entre os órgãos policiais e os cidadãos contribui para a baixa eficácia das ações policiais e que a possibilidade de as guardas municipais atuarem na segurança pública propiciará soluções compatíveis com a realidade local.

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A Proposta de Emenda à Constituição nº 317, de 2000, do Deputado Francisco Garcia e outros, permite aos Municípios com mais de quinhentos mil habitantes atribuir às suas guardas municipais atividades de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, assegurando-lhes cooperação técnica e financeira da União e dos Estados. Em sua justificação, o primeiro signatário associa o crescimento da violência nas grandes cidades à falta de participação do Município nas ações de segurança pública e destaca que são os Municípios que conhecem as reais necessidades de seus cidadãos.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 449, de 2001, do Deputado Edmar Moreira e outros, extingue as guardas municipais. A justificação da proposição fundou-se na necessidade de se pôr fim aos conflitos hoje existentes entre as polícias civil e militar e as guardas municipais.

A proposição principal e as proposições apensadas, anteriormente indicadas, foram apreciadas pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania, então denominada de Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, sendo o Parecer pela sua admissibilidade aprovado por unanimidade.

Após o encaminhamento da Proposta de Emenda à Constituição nº 534, de 2002, com seus apensos, para esta Comissão Especial manifestar-se sobre o seu mérito, foi determinado, pela Presidência da Câmara que lhe fossem apensadas mais as seguintes proposições:

a) a Proposta de Emenda à Constituição nº 532, de 2002, do Deputado João Herrmann e outros;

b) a Proposta de Emenda à Constituição nº 49, de 2003, do Deputado Carlos Souza e outros; e

c) a Proposta de Emenda à Constituição nº 95, de 1995, do Deputado Fernando Zuppo e outros, com seus respectivos apensos – Proposta de Emenda à Constituição nos.

247, de 1995, do Deputado Alexandre Ceranto e outros, 343, de 1996, do Deputado Jorge Anders e outros, 392, de 1996, do Deputado Corauci Sobrinho e outros, e 409, de 1996, do Deputado Régis de Oliveira e outros.

O conteúdo destas proposições é a seguir apresentado. A Proposta de Emenda à Constituição nº 532, de 2002, do Deputado João

Herrmann prevê a possibilidade de participação das guardas municipais nas ações de policiamento ostensivo e preventivo. Sustenta o primeiro signatário, em sua justificação, que a decisão sobre a possibilidade de emprego das guardas municipais nas ações de polícia ostensiva deveria caber à lei estadual, que definiria, também, a forma dessa participação, e que a descentralização na área de segurança pública traria benefícios para a população.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 49, de 2003, do Deputado Carlos Souza e outros, possibilita a participação das guardas municipais nas ações de segurança pública de policiamento ostensivo e preventivo, nos termos de lei complementar federal. A justificação da proposição funda-se na necessidade de suprir-se a deficiência operacional das polícias militares pelo emprego dos guardas municipais, que conhecem melhor os hábitos e a forma de vida dos cidadãos municipais.

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A Proposta de Emenda à Constituição nº 95, de 1995, do Deputado Fernando Zuppo e outros, autoriza os Municípios a criarem polícias municipais com as competências das guardas municipais e com a atribuição de proteção da incolumidade das pessoas e do patrimônio. A justificação da proposição centra-se na idéia de que o Município é o responsável pelo bem comum do cidadão, porém não possui meios próprios para prover o mais elementar do itens do bem comum que é a segurança.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 247, de 1995, do Deputado Alexandre Ceranto e outros, considera as guardas municipais como forças auxiliares de segurança pública. Citando a experiência de outros países, o primeiro signatário justifica a modificação proposta no entendimento de que o combate e a prevenção à criminalidade ganha maior eficácia quando existe atuação das polícias municipais.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 343, de 1996, do Deputado Jorge Anders e outros, autoriza as guardas municipais a atuarem como forças complementares dos órgãos de segurança pública. Na justificação da proposição sustenta-se que a concessão às guardas municipais da condição de órgão de segurança pública, com ampliação de suas competências, trará ganhos qualitativos para as comunidades municipais, no que tange ao combate à criminalidade.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 392, de 1996, do Deputado Corauci Sobrinho e outros, inclui as guardas municipais entre os órgãos de segurança pública, atribuindo-lhes a competência para atuar em ações complementares de segurança pública. Citando, como exemplo, guardas municipais que já colaboram com as polícias civis e militares, o primeiro signatário sustenta que a alteração proposta tão-somente ajusta a legislação a situações de fato existentes em todo o País.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 409, de 1996, do Deputado Régis de Oliveira e outros, determina que os Municípios com mais de duzentos mil habitantes assumirão as polícias civis e militares estaduais, disciplinando-as por lei municipal, e estabelece que serão transferidos dois por cento da arrecadação, pela União, dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados para a manutenção dessas polícias civis e militares, incorporadas pelos Municípios. A justificação da proposição centra-se na impossibilidade de o Estado propiciar a devida segurança para os cidadãos, por falta de recursos, e no entendimento de que as polícias seriam mais efetivas sob organização e orientação dos Municípios.

Estas sete emendas não foram objeto de apreciação pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania, sob o aspecto de admissibilidade.

No âmbito da Comissão Especial foi apresentada, pelos Deputados Zenaldo Coutinho, Vic Pires, Alberto Fraga, Cabo Júlio e outros, uma emenda à Proposta de Emenda à Constituição nº 534, de 2002.

Nessa emenda, os Autores transferem para a lei estadual a definição da possibilidade das guardas municipais colaborarem na execução de policiamento ostensivo, sob coordenação da polícia militar, nos termos de convênio a ser firmado entre o Município e o Estado. Em sua justificação, sustenta-se que a escassez de recursos humanos e materiais contra-indica uma superposição de competências, o que ocorrerá se

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r rt.

as guardas municipais, de forma autônoma, exercerem as competências policiais hoje atribuídas aos órgãos estaduais de segurança pública. Por isso, a emenda propõe que o texto constitucional preveja a celebração de um convênio entre os entes estatais, o que evitará discussões judiciais e permitirá melhores resultados devido à flexibilidade para o estabelecimento de regras de cooperação mútua.

É o relatório.

II – VOTO DO RELATOR II.1 Da Admissibilidade das Propostas de Emenda à Constituição nos. 532, de 2002; 49, de 2003; 95, de 1995; 247, de 1995; 343, de 1996; 392, de 1996; 409, de 1996; e da Emenda nº 1, de 2003.

Não tendo sido apreciadas, quanto à admissibilidade, pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania, cabe a esta Comissão Especial nos te mos do a 34, § 2º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, manifestar-se sobre a matéria, em relação às seguintes proposições: Propostas de Emenda à Constituição nos. 532, de 2002; 49, de 2003; 95, de 1995; 247, de 1995; 343, de 1996; 392, de 1996; 409, de 1996. Igualmente, é competência desta Comissão Especial manifestar-se sobre a admissibilidade da Emenda nº 1, de 2003, juridicidade e técnica legislativa.

Quanto à legitimidade ativa para a apresentação de emendas à Constituição, as propostas foram apoiadas por mais de um terço dos membros da Câmara dos Deputados, conforme atestado pela Secretaria-Geral da Mesa, atendendo o disposto no art. 60, I, da Constituição Federal, dispositivo reproduzido no art. 201, I, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Da mesma forma, a Emenda nº 1, de 2003, apresentou o apoiamento constitucional e regimentalmente exigido.

No que concerne ao respeito às limitações materiais explícitas do poder constituinte derivado, consignadas no art. 60, § 4º, quais sejam, impossibilidade de alteração tendente a abolir a forma federativa de Estado, o voto direto universal e periódico, a separação dos poderes e os direitos e garantias individuais, como o conteúdo dessas proposições é, em tudo, semelhante aos das propostas de emenda à Constituição consideradas constitucionais pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania, não vislumbramos qualquer ofensa a essas matérias, denominadas juridicamente de cláusulas pétreas.

Prosseguindo na análise da admissibilidade das proposições indicadas ao início deste subtítulo, não se verifica ofensa às limitações circunstanciais do poder constituinte derivado, uma vez que não estão em vigência as medidas excepcionais da intervenção federal, estado de defesa ou estado de sítio.

Da análise feita, conclui-se que as proposições atendem os pressupostos constitucionais e regimentais para sua apreciação.

Com relação à técnica legislativa, reforçam-se as observações feitas no Parecer da douta Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania, no que se refere às imperfeições de técnica legislativa, que se repetem, em gênero, nas proposições sob apreciação. Adota-se, por sua razoabilidade, a mesma posição assumida por aquela Comissão Permanente,

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remetendo-se para a fase de consolidação do texto final a ser votado, a promoção das alterações destinadas a corrigir as imperfeições de técnica legislativa.

Com fundamento nos argumentos anteriormente esposados, votamos pela admissibilidade das Propostas de Emenda à Constituição nos. 532, de 2002; 49, de 2003; 95, de 1995; 247, de 1995; 343, de 1996; 392, de 1996; 409, de 1996; e da Emenda nº 1, de 2003.

II.2 Do Mérito A avaliação do mérito da Proposta de Emenda à Constituição nº 534, de 2002,

far-se-á em duas etapas. A primeira será dedicada à análise de seu art. 1º, que versa sobre as atribuições das guardas municipais; a segunda, tratará do art. 2º, que cria a guarda nacional.

A matéria constante do art. 1º da Proposta de Emenda à Constituição nº 534, de 2002, do Senado Federal, e seus apensos, vem sendo objeto de preocupação por parte de diversos Deputados ao longo de quase uma década. Porém, sempre houve nesta Casa uma forte resistência ao simples estabelecimento de uma discussão séria sobre o tema. Prova disso é o fato de que estamos avaliando o mérito de propostas de emendas à constituição que alteram as competências das guardas municipais que foram apresentadas em 1995.

Como ponto inicial da avaliação de mérito do art. 1º da Proposta de Emenda à Constituição nº 534, de 2002, do Senado Federal, é importante ressaltar que a discussão em torno do tema não pode ser distorcida, convertendo-se em uma disputa de poder entre o nível estadual e o nível municipal. Tampouco cabe abordá-lo sob a ótica de que o aumento de competências das guardas municipais se constitui em um instrumento para a promoção de uma redução de poder ou de perda de competência das polícias civis e militares. O foco principal da análise de mérito deste importante tema deve ser a segurança do cidadão. Este é o ponto principal a ser considerado, quando se for avaliar a conveniência e a oportunidade de se alterar o texto constitucional, para inserirem-se as guardas municipais no sistema de segurança pública brasileiro, atribuindo-lhes competência para a execução de atividades hoje privativas dos órgãos policiais.

Definidos os parâmetros de nossa abordagem, alguns pontos importantes devem ser preliminarmente destacados.

É público e notório que o Estado brasileiro passa por uma forte crise na área de segurança pública. Esta crise pode ser analisada sob duas óticas: falência do modelo de organização do sistema brasileiro de segurança pública e falta de capacidade federal e estadual para investimentos e para a manutenção da atividade de segurança pública.

Embora sejam aparentemente duas abordagens distintas, elas, na prática, se intercomunicam e os problemas apresentados em uma delas estimulam e multiplicam as dificuldades enfrentadas pela outra.

Para entendermos essa relação de reciprocidade e de mútua influência, verifiquemos que ao excluir os Municípios do sistema de segurança público brasileiro, o texto constitucional sobrecarregou, principalmente, os Estados, que passaram a ter a seu encargo a manutenção da ordem e a apuração das infrações penais na área urbana e na

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área rural. Com a proliferação de Municípios, com o crescimento urbano desordenado nas cidades médias e grandes e com o agravamento da crise social, decorrente de problemas econômicos e de distribuição de renda, ampliaram-se, de forma considerável, os focos de violência e criminalidade, enquanto a base organizacional e orçamentária – o nível estadual – permaneceu constante.

Se acrescentarmos a esse quadro dois novos fatores – a violência na área rural, em decorrência de disputas pela ocupação de propriedades por integrantes de movimentos sociais, e o crescimento das ações relacionadas com o denominado crime organizado – verifica-se que é impossível atender-se à crescente demanda por ações preventivas e repressivas com uma organização do sistema de segurança pública que exclui os Municípios, impedindo que se amplie a oferta de meios para fazer frente ao crescimento da violência urbana e rural.

Diante da irrefutável constatação de que, em 2004, não se repetem as condições que inspiraram o Constituinte de 1988, na definição do sistema nacional de segurança pública, não se pode negar a falência do modelo e a necessidade imperiosa de sua reformulação.

Como também se constata, de forma quase direta, a falência do modelo tem reflexos na falta de capacidade para investimentos e manutenção das atividades de segurança pública.

A exclusão dos Municípios do sistema nacional de segurança pública sobrecarrega de maneira sensível os Estados. É de se recordar que o ente estadual tem políticas públicas a implementar com vistas ao oferecimento de emprego, à melhoria das ações de seguridade social (ações de assistência social, saúde e previdência), de urbanismo e saneamento e, também, de segurança pública. Diante da escassez de recursos para atender a todas essas demandas, o que se observa, normalmente, é a inexistência de investimentos e a redução de recursos para a manutenção da atividade policial. Essa rotina só é quebrada diante de um evento criminoso de maior magnitude, quando há uma reação pontual e episódica do Poder Público, como resposta imediata e com vistas, simplesmente, a satisfazer a indignação geral, mas que, superado o trauma, é abandonada, retornando-se à normalidade das carências cotidianas.

Nesse sentido, a inclusão dos Municípios no sistema de segurança pública concorrerá para o aumento de pessoal e de recursos materiais e orçamentários para o desenvolvimento das ações necessárias para a efetiva redução da criminalidade e para o aumento da qualidade do serviço e do nível de segurança oferecidos à população.

Assim, também sob essa ótica, inquestionável a necessidade de reformulação do sistema nacional de segurança pública com a inclusão do ente municipal, o que se fará pela inclusão das guardas municipais no sistema e pela ampliação de suas competências.

Reconhecida a necessidade inafastável de se reconhecerem as guardas municipais como órgãos de segurança pública e de atribuir-lhes funções policiais, resta definir a forma como isso se dará.

A partir da avaliação do conteúdo das Propostas de Emenda à Constituição sob análise e do conteúdo da emenda apresentada nesta Comissão Especial, pode-se afirmar

Page 83: Livro Da Guarda Municipal

que quatro aspectos básicos foram abordados na definição dos modelos de inserção das guardas municipais no sistema de segurança pública. Estes quatro aspectos básicos são: autonomia operacional – com ou sem subordinação operacional aos Estados; autonomia financeira – mantida apenas com recursos do Município, mantida com recursos do Município e do Estado, mantida com recursos da União; forma de normatização – lei federal ou complementar, lei estadual e convênio estadual, lei municipal; limite populacional – exigência de número mínimo de habitantes para a atuação da guarda municipal como órgão de segurança pública e inexistência de exigência com base em população.

Identificados os elementos básicos envolvidos na definição do modelo a ser adotado para a inserção das guardas municipais no sistema nacional de segurança pública, passamos à análise de cada um deles.

Com relação à autonomia operacional, entendemos que o modelo deve permitir que os Municípios planejem, organizem e executem suas ações de segurança pública sem subordinação de qualquer natureza ao plano estadual – seja pela atuação como órgão complementar ou subsidiário dos órgãos de segurança pública estadual, seja pelo controle estadual, sob qualquer modalidade (subordinação, supervisão, coordenação, convênio etc.).

Fundamentamos nossa posição no princípio federativo adotado pelo Estado brasileiro.

O princípio federativo tem como um dos seus elementos essenciais, como já foi anteriormente apontado neste Parecer, a autonomia dos entes federados. Essa autonomia se manifesta em quatro campos: a autonomia política, a autonomia normativa, a autonomia administrativa e a autonomia financeira.

É o aspecto da autonomia administrativa mais relevante para esta questão. Em sendo atribuídas competências de segurança pública ao Município, compete a ele organizar e prestar esse serviço público para pleno e eficaz atendimento das necessidades da população municipal. Ora, se for subordinada a atuação dos Municípios, na área de segurança pública, ao controle estadual, estar-se-á transformando as guardas municipais em mero apêndice dos órgãos de segurança pública estadual, o que desvirtuará a modificação que ora se pretende promover no sistema nacional de segurança pública. Ao integrar esse sistema, o Município não pode ser tratado como um ente federado de segunda categoria, cabendo o reconhecimento de sua importância no mesmo nível já reconhecido pelo próprio Constituinte de 1988.

Sempre é bom lembrar que não se pode reproduzir em relação às guardas municipais o que ocorreu na relação entre o plano federal e plano estadual, especificamente quanto ao controle das polícias militares estaduais pelo Exército.

Falo com conhecimento de causa, porque, em muitas oportunidades, nesta Casa, defendi a autonomia estadual, no que concerne às ações de segurança pública. Assim, por questão de coerência a princípios defendidos em oportunidades anteriores, não posso agora, em relação às guardas municipais, entender que são pertinentes restrições à sua autonomia operacional, o que significaria restringir a autonomia do próprio Município.

Page 84: Livro Da Guarda Municipal

Ao analisarmos o sistema de segurança pública, destacamos a falta de capacidade federal e estatal para investimentos e para a manutenção da atividade de segurança pública como um dos motivos de falência do sistema.

A partir desta constatação, no que se refere à autonomia financeira, não nos parece adequada a previsão de que seja subsidiada a atuação do Município, na área de segurança pública, com pessoal ou recursos materiais e orçamentários da União ou dos Estados.

Se pretendemos ampliar a oferta de recursos para fazer frente à demanda por ações de segurança pública, em proveito da população, não se mostra coerente conceder-se ao ente municipal autonomia operacional, quando ele não pode arcar, por conta própria com os gastos decorrentes dessa competência. Se a União e os Estados dispõem de recursos que possam ser transferidos para as guardas municipais, significa que elas podem investir em seus próprios órgãos policiais e na melhoria dos serviços que prestam.

Como isso não ocorre, a transferência de recursos dos níveis federal e estadual para o nível municipal significará a redução de meios daqueles entes e a queda de qualidade dos serviços por eles prestados.

Por isso, na definição do modelo, devem ser afastadas as propostas que impliquem transferências de pessoal ou de meios materiais ou orçamentários para os Municípios. Assim, somente instituirão guardas municipais os Municípios que tiverem condições próprias para mantê-las.

Com relação à normatização do funcionamento das guardas municipais, pelos argumentos já expendidos na análise do aspecto de autonomia operacional, defendemos que a disciplina legal do tema não pode ser estadual, seja por lei, seja por convênio. Por outro lado, por coerência com o disposto no art. 144, § 8º, e em face da necessidade de coordenação legal das ações de segurança pública estadual e municipal, entendemos que deve ser de competência federal a norma relativa à definição das atribuições da guarda municipal como órgão de segurança pública. A disciplina legal da matéria deverá ser feita por lei ordinária, não por lei complementar, uma vez que seria destituído de coerência exigir-se uma lei complementar para disciplinar as guardas municipais, quando a Constituição Federal estabeleceu que uma lei ordinária disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

Por fim, com relação à exigência de um número mínimo de habitantes para a atuação da guarda municipal como órgão de segurança pública, não nos parece ser este um critério razoável. Número de habitantes não define necessidades de segurança pública, nem qualifica o atendimento dessas necessidades pelos órgãos estaduais. Recentes assaltos contra instituições financeiras localizadas em cidades pequenas, mas com elevado volume de recursos decorrentes de agronegócios desenvolvidos na região, mostram que as necessidades de segurança dos cidadãos não são definidas pelo tamanho do Município. Por outro lado, a guarnição estadual existente nestas cidades mostrou-se mais do que insuficiente para garantir a manutenção da ordem pública em face de um evento criminoso de maiores proporções. Resta, portanto, mais do que demonstrado,

Page 85: Livro Da Guarda Municipal

faticamente, que o número de habitantes não se constitui em critério razoável para a definição do uso das guardas municipais em ações de segurança pública.

Aduza-se ainda que a necessidade de capacidade financeira do Município para a manutenção de sua guarda municipal será, por si só, um elemento limitador para a sua criação.

Definidos os parâmetros do modelo a ser adotado, passamos ao enquadramento das Propostas de Emenda à Constituição sob análise a eles.

A Proposta de Emenda à Constituição nº 534, de 2002, em seu art. 1º, atende a todos os requisitos que entendemos importantes para a definição do modelo de inserção das guardas municipais no sistema nacional de segurança pública, razão pela qual somos, no mérito, pela aprovação desse dispositivo.

Quanto às demais Propostas de Emenda à Constituição, analisadas à luz do conteúdo dos requisitos anteriormente indicados, relativos à guarda municipal, somos pela sua rejeição pelos motivos a seguir expostos:

Proposta de Emenda à Constituição nº 95, de 1995 - por não atender ao requisito de forma de normatização;

Proposta de Emenda à Constituição nº 247, de 1995 - por não atender ao requisito de autonomia operacional;

Proposta de Emenda à Constituição nº 343, de 1995 - por não atender ao requisito de autonomia operacional;

Proposta de Emenda à Constituição nº 392, de 1996 - por não atender aos requisitos de autonomia operacional, autonomia financeira e forma de normatização e pela exigência de número mínimo de habitantes;

Proposta de Emenda à Constituição nº 409, de 1996 - por não atender aos requisitos de autonomia financeira e de forma de normatização e pela exigência do número mínimo de habitantes;

Proposta de Emenda à Constituição nº 87, de 1999 - por não atender ao requisito de forma de normatização e pela exigência de número mínimo de habitantes;

Proposta de Emenda à Constituição nº 124, de 1999 - por não atender ao requisito de forma de normatização;

Proposta de Emenda à Constituição nº 154, de 1999 - por não atender ao requisito de autonomia financeira e pela exigência de número mínimo de habitantes;

Proposta de Emenda à Constituição nº 240, de 2000 - por não atender aos requisitos de autonomia financeira e de forma de normatização e pela exigência de número mínimo de habitantes;

Proposta de Emenda à Constituição nº 250, de 2000 - por não atender ao requisito de forma de normatização;

Proposta de Emenda à Constituição nº 266, de 2000 - por não atender ao requisito de forma de normatização e pela exigência de número mínimo de habitantes;

Proposta de Emenda à Constituição nº 275, de 2000 - por não atender ao requisito de autonomia financeira e pela exigência de número mínimo de habitantes;

Page 86: Livro Da Guarda Municipal

.

Proposta de Emenda à Constituição nº 276, de 2000 - por não atender ao requisito de forma de normatização e pela exigência de número mínimo de habitantes;

Proposta de Emenda à Constituição nº 280, de 2000 - por não atender ao requisito de forma de normatização e pela exigência de número mínimo de habitantes;

Proposta de Emenda à Constituição nº 284, de 2000 - por não atender ao requisito de forma de normatização;

Proposta de Emenda à Constituição nº 291, de 2000 - pela exigência de número mínimo de habitantes;

Proposta de Emenda à Constituição nº 317, de 2000 - por não atender ao requisito de autonomia financeira e pela exigência de número mínimo de habitantes;

Proposta de Emenda à Constituição nº 532, de 2002 - por não atender ao requisito de forma de normatização; e

Proposta de Emenda à Constituição nº 49, de 2003 - por não atender ao requisito de forma de normatização.

Somos pela rejeição, ainda da Proposta de Emenda à Constituição nº 449, de 2001, porque, ao invés de modernizar a estrutura do sistema nacional de segurança pública brasileiro, ela, ao propor a extinção das guardas municipais, atua em sentido contrário, propugnando pela adoção de medida que irá prejudicar ainda mais a população brasileira, no que concerne à segurança pública.

Quanto à Emenda nº 1, de 2003, somos pela sua rejeição, no mérito, por não atender aos requisitos de autonomia operacional e de forma de normatização.

Com relação ao art. 2º da Proposta de Emenda à Constituição nº 534, de 2002, do Senado Federal, que atribui à União a competência para criar, organizar e manter a guarda nacional, com a missão, entre outras a serem definidas em lei, de proteger seus bens, serviços e instalações, somos do entendimento que a criação de mais um órgão de segurança pública federal é inconveniente, uma vez que, os benefícios que pudessem decorrer da criação desse órgão não justificariam os investimentos para a sua implantação e os gastos com a sua manutenção.

Por essa razão, nos posicionamos pela supressão do art. 2º da Proposta de Emenda à Constituição nº 534, de 2002, nos termos da emenda supressiva, em anexo.

Assim, com fundamento nos argumentos anteriormente apresentados, VOTO: a) pela admissibilidade das Propostas de Emenda à Constituição nos.

532, de 2002; 49, de 2003; 95, de 1995; 247, de 1995; 343, de 1996; 392, de 1996; 409, de 1996; e da Emenda nº 1, de 2003; e

b) no mérito, pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 534, de 2000,

do Senado Federal, com a emenda supressiva, em anexo, e pela rejeição das Propostas de Emenda à Constituição nos 95, de 1995;

247, de 1995; 343, de 1995; 392, de 1996; 409, de 1996; 87, de 1999; 124, de 1999; 154, de 1999; 240, de 2000; 250, de 2000; 266, de 2000; 275, de 2000; 276, de 2000; 280, de 2000; 284, de 2000;

Page 87: Livro Da Guarda Municipal

291, de 2000; 317, de 2000; 449, de 2001; 532, de 2002; e 49, de 2003, e da Emenda nº 1, de 2003.

Sala da Comissão, em 12 de maio de 2004.

DEPUTADO ARNALDO FARIA DE SÁ RELATOR

PARECER À PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 534, DE 2002, DO SENADO FEDERAL

(Apensas as Propostas de Emenda à Constituição nos. 95, de 1995; 247, de 1995; 343, de 1996; 392, de 1996; 409, de 1996; 87, de 1999; 124, de 1999; 154, de 1999; 240, de 2000; 250, de 2000; 266, de 2000; 275, de 2000; 276, de 2000; 280, de 2000; 284, de 2000; 291, de 2000; 317, de 2000; 449, de 2001; 532, de 2002; e 49, de 2003)

Altera o art. 144 da Constituição Federal, para dispor sobre as competências da guarda municipal e criação da guarda nacional. Autor: Senado Federal Relator: Deputado Arnaldo Faria de Sá

EMENDA SUPRESSIVA

Art. único. Suprima-se o art. 2º da Proposta de Emenda à Constituição nº 534, de 2002, do Senado Federal.

Sala da Comissão, em 12 de maio de 2004.

DEPUTADO ARNALDO FARIA DE SÁ RELATOR

Page 88: Livro Da Guarda Municipal

4.3. MEDIDA PROVISÓRIA N.º 2.029, DE 20 DE JUNHO DE 2000

“O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da

Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

Art. 1º Fica instituído, no âmbito do Ministério da Justiça, o Fundo Nacional de

Segurança Pública - FNSP, com o objetivo de apoiar projetos de responsabilidade dos

Governos dos Estados e do Distrito Federal, na área de segurança pública, e dos

Municípios, onde haja guardas municipais. (Grifei)

Art. 2º Constituem recursos do FNSP:

I - os consignados na Lei Orçamentária Anual e nos seus créditos adicionais;

II - as doações, auxílios e subvenções de entidades públicas ou privadas;

III - os decorrentes de empréstimo;

IV - as receitas decorrentes das aplicações de seus recursos orçamentários e extra-

orçamentários, observada a legislação aplicável; e

V - outras receitas.

Art. 3º O FNSP será administrado por um Conselho Gestor, com a seguinte

composição:

I - dois representantes do Ministério da Justiça, um dos quais será o seu presidente;

II - um representante de cada órgão a seguir indicado:

a) Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;

b) Casa Civil da Presidência da República;

c) Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;

d) Procuradoria-Geral da República.

Parágrafo único. As decisões do Conselho Gestor serão aprovadas pelo Ministro de

Estado da Justiça.

Art. 4º O FNSP apoiará projetos na área de segurança pública, destinados, dentre

outros, a: (grifei)

I - reequipamento das polícias estaduais;

II - treinamento e qualificação de polícias civis e militares e de guardas

municipais;(grifei)

III - sistemas de informações e estatísticas policiais;(grifei)

IV - programas de polícia comunitária; e (grifei)

Page 89: Livro Da Guarda Municipal

V - polícia técnica e científica.

§ 1º Os projetos serão examinados e aprovados pelo Conselho Gestor.

§ 2º Na avaliação dos projetos, o Conselho Gestor priorizará, dentre outros

aspectos, o ente federado ou Município que se comprometer com os seguintes

resultados: (grifei)

I - redução do índice de criminalidade; (grifei)

II - aumento do índice de apuração de crimes sancionados com pena de reclusão;

III - desenvolvimento de ações integradas das polícias civil e militar; e

IV - aperfeiçoamento do contingente policial ou da guarda municipal, em

prazo pré-estabelecido. (grifei)

§ 3º Só terão acesso aos recursos do FNSP o ente federado que tenha instituído, em

seu âmbito, plano de segurança pública, ou o Município que mantenha guarda

municipal, visando à obtenção dos resultados a que se refere o parágrafo

anterior. (grifei)

§ 4º Os projetos habilitados a receber recursos do FNSP não poderão ter prazo

superior a dois anos.

Art. 5º Os entes federados e os Municípios, no que couber, beneficiados com

recursos do FNSP prestarão, periodicamente, ao Conselho Gestor, informações, em

planilha própria, sobre o desempenho de suas ações de segurança pública,

especialmente quanto ao treinamento, controles e resultados. (grifei)

Art. 6º Fica suspenso, até 31 de dezembro de 2000, o registro de arma de fogo a

que se refere o art. 3º da Lei nº 9.437, de 20 de fevereiro de 1997, salvo para: (Grifei)

I - as Forças Armadas;

II - os órgãos de segurança pública federais e estaduais, as guardas municipais e

o órgão de inteligência federal; (grifei)

III - as empresas de segurança privada regularmente constituídas, nos termos da

legislação específica.

Art. 7o As vedações temporárias, de qualquer natureza, constantes de lei não

incidirão na transferência voluntária de recursos da União aos Estados, ao Distrito

Federal e aos Municípios, e dos Estados aos Municípios, destinados a garantir a

segurança pública, a execução da Lei Penal, a preservação da ordem pública, da

incolumidade das pessoas e do patrimônio, bem assim a manutenção do sistema

penitenciário.

Page 90: Livro Da Guarda Municipal

Art. 8o O Arquivo Nacional e a Imprensa Nacional passam a integrar a estrutura

básica da Casa Civil da Presidência da República.

§ 1o Ficam transferidos para a Casa Civil da Presidência da República o quadro de

servidores e o acervo patrimonial dos órgãos referidos neste artigo.

§ 2o É o Poder Executivo autorizado a remanejar, transpor, transferir ou utilizar as

dotações orçamentárias aprovadas na Lei Orçamentária de 2000, em favor dos órgãos

de que trata o caput, mantidos os respectivos detalhamentos por esfera orçamentária,

grupos de despesas, fontes de recursos, modalidades de aplicação e identificadores de

uso.

Art. 9o Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 20 de junho de 2000; 179o da Independência e 112o da República.

MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA MACIEL

José Gregori

Publicado no D.O. de 21.6.2000”

Observações

A Medida Provisória n.º 2029 foi revogada, e a seguir convalidada pela MP 2045-1,

de 28/06/2000. Seguindo esta tramitação e com o mesmo teor, surgiram outras Medidas

Provisórias, até a publicação da Lei n.º 10201/01, que veio a convalidar a Medida

Provisória n.º 2120-8, de 27 de dezembro de 2000.

4.4. LEI N.º 10.201, DE 14 DE FEVEREIRO DE 2001

“Institui o Fundo Nacional de Segurança

Pública - FNSP, e dá outras providências.

Faço saber que o Presidente da República adotou a Medida Provisória n.º 2.120-9, de

2001, que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Antonio Carlos Magalhães, Presidente,

para os efeitos do disposto no parágrafo único do art. 62 da Constituição Federal,

promulgo a seguinte Lei:

Page 91: Livro Da Guarda Municipal

Art. 1º Fica instituído, no âmbito do Ministério da Justiça, o Fundo Nacional de

Segurança Pública - FNSP, com o objetivo de apoiar projetos de responsabilidade

dos Governos dos Estados e do Distrito Federal, na área de segurança pública, e dos

Municípios, onde haja guardas municipais. (grifei)

Parágrafo único. O FNSP poderá apoiar, também, projetos sociais de prevenção à

violência, desde que enquadrados no Plano Nacional de Segurança Pública e

recomendados pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República ao

Conselho Gestor do Fundo.

Art. 2º Constituem recursos do FNSP:

I - os consignados na Lei Orçamentária Anual e nos seus créditos adicionais;

II - as doações, auxílios e subvenções de entidades públicas ou privadas;

III - os decorrentes de empréstimo;

IV - as receitas decorrentes das aplicações de seus recursos orçamentários e extra-

orçamentários, observada a legislação aplicável; e

V - outras receitas.

Art. 3º O FNSP será administrado por um Conselho Gestor, com a seguinte

composição:

I - dois representantes do Ministério da Justiça, um dos quais será o seu presidente;

II - um representante de cada órgão a seguir indicado:

a) Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;

b) Casa Civil da Presidência da República;

c) Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;

d) Procuradoria-Geral da República.

Parágrafo único. As decisões do Conselho Gestor serão aprovadas pelo Ministro de

Estado da Justiça.

Art. 4º O FNSP apoiará projetos na área de segurança pública, destinados, dentre

outros, a: (grifei)

I - reequipamento das polícias estaduais;

II - treinamento e qualificação de polícias civis e militares e de guardas

municipais; (grifei)

III - sistemas de informações e estatísticas policiais; (grifei)

IV - programas de polícia comunitária; e (grifei)

V - polícia técnica e científica.

Page 92: Livro Da Guarda Municipal

§ 1º Os projetos serão examinados e aprovados pelo Conselho Gestor.

§ 2º Na avaliação dos projetos, o Conselho Gestor priorizará, dentre outros aspectos,

o ente federado ou Município que se comprometer com os seguintes resultados:

I - redução do índice de criminalidade; (grifei)

II - aumento do índice de apuração de crimes sancionados com pena de reclusão;

III - desenvolvimento de ações integradas das polícias civil e militar; e

IV - aperfeiçoamento do contingente policial ou da guarda municipal, em

prazo pré-estabelecido. (grifei)

§ 3º Só terão acesso aos recursos do FNSP o ente federado que tenha instituído,

em seu âmbito, plano de segurança pública, ou o Município que mantenha guarda

municipal, visando à obtenção dos resultados a que se refere o parágrafo

anterior. (grifei)

§ 4º Os projetos habilitados a receber recursos do FNSP não poderão ter prazo

superior a dois anos.

Art. 5º Os entes federados e os Municípios, no que couber, beneficiados com

recursos do FNSP prestarão, periodicamente, ao Conselho Gestor, informações, em

planilha própria, sobre o desempenho de suas ações de segurança pública,

especialmente quanto ao treinamento, controles e resultados. (grifei)

Art. 6º As vedações temporárias, de qualquer natureza, constantes de lei não

incidirão na transferência voluntária de recursos da União aos Estados, ao Distrito

Federal e aos Municípios, e dos Estados aos Municípios, destinados a garantir a

segurança pública, a execução da Lei Penal, a preservação da ordem pública, da

incolumidade das pessoas e do patrimônio, bem assim a manutenção do sistema

penitenciário.

Art. 7º Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória no

2.120-8, de 27 de dezembro de 2000.

Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Congresso Nacional, em 14 de fevereiro de 2001.

Senador Antonio Carlos Magalhães Presidente

Page 93: Livro Da Guarda Municipal

4.5. LEI N.º 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003

“Dispõe sobre registro, posse e

comercialização de armas de fogo e munição,

sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm,

define crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no

âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.

........

CAPÍTULO II

DO REGISTRO

Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.

Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do

Exército, na forma do regulamento desta Lei.

........

CAPÍTULO III

DO PORTE

Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo

para os casos previstos em legislação própria e para: (grifei)

........

III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos

Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições

estabelecidas no regulamento desta Lei; (grifei)

IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de

50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,

quando em serviço; (Alterada pela Lei nº 10867, de 12/05/04). (grifei)

........

Page 94: Livro Da Guarda Municipal

§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI deste artigo terão direito de

portar arma de fogo fornecida pela respectiva corporação ou instituição,

mesmo fora de serviço, na forma do regulamento, aplicando-se nos casos de armas

de fogo de propriedade particular os dispositivos do regulamento desta Lei. (grifei)

........

§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está

condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos

de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fiscalização e de

controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a

supervisão do Ministério da Justiça. (Alterada pela Lei n.º 10884, de 17.06.2004). (grifei)

........

§ 6º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram

regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em

serviço. (parágrafo acrescido pela Lei nº 10867, de 12/05/04). (grifei)

........

Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o

território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida

após autorização do Sinarm. (grifei)

........

§ 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá

automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado

de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.

Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta

Lei, pela prestação de serviços relativos:

.........

§ 2º As taxas previstas neste artigo serão isentas para os proprietários de que trata

o § 5º do art. 6º e para os integrantes dos incisos I, II, III, IV, V, VI e VII do art.

6º, nos limites do regulamento desta Lei. (grifei)

Art. 36. É revogada a Lei n.º 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.

Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182º da Independência e 115º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Márcio Thomaz Bastos

José Viegas Filho Marina Silva”

Page 95: Livro Da Guarda Municipal

4.6. MEDIDA PROVISÓRIANº 157, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2003

“Altera o inciso IV do art. 6º da Lei no

10.826, de 22 de dezembro de 2003, que

dispõe sobre registro, posse e comercialização

de armas de fogo e munição, sobre o Sistema

Nacional de Armas - Sinarm e define crimes

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da

Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

Art. 1º O inciso IV do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, passa a

vigorar com a seguinte redação:

"IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de

cinqüenta mil e menos de quinhentos mil habitantes, quando em serviço;" (NR)

Art. 2º Esta Medida Provisória entra em vigor na data da sua publicação. (grifei)

Brasília, 23 de dezembro de 2003; 182º da Independência e 115º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Márcio Thomaz Bastos”

4.7. LEI Nº 10.867, DE 12 DE MAIO DE 2004

“Altera o art. 6º da Lei n.º 10.826, de 22 de

dezembro de 2003, que dispõe sobre registro,

posse e comercialização de armas de fogo e

munição, sobre o Sistema Nacional de Armas –

Sinarm, define crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

Page 96: Livro Da Guarda Municipal

Art. 1º O art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, passa a vigorar com

a seguinte redação:

"Art. 6º.....................................................................

....................................................................

IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de

50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,

quando em serviço; (grifei)

....................................................................

§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está

condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino

de atividade policial e à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno,

nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a supervisão do

Comando do Exército. (Alterada pela Lei nº 10867, de 12 de maio de 2004) (grifei)

....................................................................

§ 6º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram

regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em

serviço." (NR) (grifei)

Art. 2º (VETADO)

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 12 de maio de 2004; 183º da Independência e 116º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto”

4.8. LEI Nº 10.884, DE 17 DE JUNHO DE 2004

“Altera os prazos previstos nos arts. 29, 30 e

32 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de

2003, e os arts. 5º e 6º da referida Lei e dá

outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Page 97: Livro Da Guarda Municipal

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O termo inicial dos prazos previstos nos arts. 29, 30 e 32 da Lei nº 10.826, de

22 de dezembro de 2003, passa a fluir a partir da publicação do decreto que os

regulamentar, não ultrapassando, para ter efeito, a data limite de 23 de junho de 2004.

Art. 2º O art. 5º e o § 3º do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003,

passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território

nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior

de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de

trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou

empresa.

........................................................................................." (NR)

"Art. 6º ................................................................

................................................................

§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está

condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de

ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fiscalização e de

controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada

a supervisão do Ministério da Justiça. (grifei)

................................................................" (NR)

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de junho de 2004; 183º da Independência e 116º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Márcio Thomaz Bastos

José Viegas Filho”

Page 98: Livro Da Guarda Municipal

4.9. DECRETO Nº 5.123, DE 1º DE JULHO DE 2004

“Regulamenta a Lei nº 10.826, de 22 de

dezembro de 2003, que dispõe sobre registro,

posse e comercialização de armas de fogo e

munição, sobre o Sistema Nacional de Armas -

SINARM e define crimes

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,

inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 10.826, de 22 de

dezembro de 2003,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DOS SISTEMAS DE CONTROLE DE ARMAS DE FOGO

Art. 1º O Sistema Nacional de Armas - SINARM, instituído no Ministério da Justiça,

no âmbito da Polícia Federal, com circunscrição em todo o território nacional e

competência estabelecida pelo caput e incisos do art. 2º da Lei nº 10.826, de 22 de

dezembro de 2003, tem por finalidade manter cadastro geral, integrado e

permanente das armas de fogo importadas, produzidas e vendidas no país, de

competência do SINARM, e o controle dos registros dessas armas. (grifei)

§ 1º Serão cadastradas no SINARM: (grifei)

I as armas de fogo institucionais, constantes de registros próprios: (grifei)

............

f) das Guardas Municipais; e (grifei)

.........

Art. 2º O SIGMA, instituído no Ministério da Defesa, no âmbito do Comando do

Exército, com circunscrição em todo o território nacional, tem por finalidade manter

cadastro geral, permanente e integrado das armas de fogo importadas, produzidas e

vendidas no país, de competência do SIGMA, e das armas de fogo que constem dos

registros próprios. (grifei)

...........

Page 99: Livro Da Guarda Municipal

Art. 3º Entende-se por registros próprios, para os fins deste Decreto, os feitos

pelas instituições, órgãos e corporações em documentos oficiais de caráter

permanente. (grifei)

Art. 4º A aquisição de armas de fogo, diretamente da fábrica, será precedida de

autorização do Comando do Exército.

..............

CAPÍTULO II

DA ARMA DE FOGO

Seção I

Das Definições

Art. 10 Arma de fogo de uso permitido é aquela cuja utilização é autorizada a

pessoas físicas, bem como a pessoas jurídicas, de acordo com as normas do Comando

do Exército e nas condições previstas na Lei nº 10.826, de 2003. (grifei)

Art. 11 Arma de fogo de uso restrito é aquela de uso exclusivo das Forças

Armadas, de instituições de segurança pública e de pessoas físicas e jurídicas

habilitadas, devidamente autorizadas pelo Comando do Exército, de acordo com

legislação específica. (grifei)

Seção II

Da Aquisição e do Registro da Arma de Fogo de Uso Permitido

Art. 12. ............

Art. 14 É obrigatório o registro da arma de fogo, no SINARM ou no SIGMA,

excetuadas as obsoletas.

...............

Art. 17 O proprietário de arma de fogo é obrigado a comunicar, imediatamente, à

Unidade Policial local, o extravio, furto ou roubo de arma de fogo ou do seu documento

de registro, bem como a sua recuperação. (grifei)

§ 1º ..........

§ 2º No caso de arma de fogo de uso restrito, a Polícia Federal deverá repassar as

informações ao Comando do Exército, para registro no SIGMA.

§ 3º Nos casos previstos no caput, o proprietário deverá, também, comunicar o

ocorrido à Polícia Federal ou ao Comando do Exército, encaminhando, se for o caso,

cópia do Boletim de Ocorrência.

Page 100: Livro Da Guarda Municipal

Seção III

Da Aquisição e Registro da Arma de Fogo de Uso Restrito

Art. 18 Compete ao Comando do Exército autorizar a aquisição e registrar as armas

de fogo de uso restrito. (grifei)

§ 1º As armas de que trata o caput serão cadastradas no SIGMA e no SINARM,

conforme o caso.

CAPÍTULO III

DO PORTE E DO TRÂNSITO DA ARMA DE FOGO

Seção I

Do Porte

Art. 22 ................

Art. 23 O Porte de Arma de Fogo é documento obrigatório para a condução da arma

e deverá conter os seguintes dados:

I abrangência territorial; (grifei)

II eficácia temporal;

III características da arma;

IV número do registro da arma no SINARM ou SIGMA;

V identificação do proprietário da arma; e

VI assinatura, cargo e função da autoridade concedente. (grifei)

Art. 24 O Porte de Arma de Fogo é pessoal, intransferível e revogável a

qualquer tempo, sendo válido apenas com a apresentação do documento de identidade

do portador. (grifei)

Art. 25 ...............

Art. 26 O titular de Porte de Arma de Fogo não poderá conduzi-la ostensivamente ou

com ela adentrar ou permanecer em locais públicos, tais como igrejas, escolas, estádios

desportivos, clubes ou outros locais onde haja aglomeração de pessoas, em virtude de

eventos de qualquer natureza.

§ 1º A inobservância do disposto neste artigo implicará na cassação do Porte de

Arma de Fogo e na apreensão da arma, pela autoridade competente, que adotará as

medidas legais pertinentes.

§ 2º Aplica-se o disposto no §1º deste artigo, quando o titular do Porte de Arma de

Fogo esteja portando o armamento em estado de embriaguez ou sob o efeito de

Page 101: Livro Da Guarda Municipal

drogas ou medicamentos que provoquem alteração do desempenho

intelectual ou motor. (grifei)

Subseção III

Dos Integrantes e das Instituições Mencionadas no Art. 6º da Lei nº 10.826,

de 2003

Art. 33 O Porte de Arma de Fogo é deferido aos militares das Forças Armadas,

aos policiais federais e estaduais e do Distrito Federal, civis e militares, aos Corpos de

Bombeiros Militares, bem como aos policiais da Câmara dos Deputados e do Senado

Federal em razão do desempenho de suas funções institucionais. (grifei)

§ 1º O Porte de Arma de Fogo das praças das Forças Armadas e dos Policiais e

Corpos de Bombeiros Militares é regulado em norma específica, por atos dos

Comandantes das Forças Singulares e dos Comandantes-Gerais das Corporações.

§ 2º Os integrantes das polícias civis estaduais e das Forças Auxiliares, quando no

exercício de suas funções institucionais ou em trânsito, poderão portar arma de fogo

fora da respectiva unidade federativa, desde que expressamente autorizados pela

instituição a que pertençam, por prazo determinado, conforme estabelecido em normas

próprias.

Art. 34 Os órgãos, instituições e corporações mencionados nos incisos I, II, III,

V e VI do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, estabelecerão, em normas próprias, os

procedimentos relativos às condições para a utilização das armas de fogo de sua

propriedade, ainda que fora do serviço. (grifei)

§ 1º As instituições mencionadas no inciso IV do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003,

estabelecerão em normas próprias os procedimentos relativos às condições para a

utilização, em serviço, das armas de fogo de sua propriedade.

§ 2º As instituições, órgãos e corporações nos procedimentos descritos no

caput, disciplinarão as normas gerais de uso de arma de fogo de sua propriedade,

fora do serviço, quando se tratar de locais onde haja aglomeração de pessoas, em

virtude de evento de qualquer natureza, tais como no interior de igrejas, escolas,

estádios desportivos, clubes, públicos e privados. (grifei)

...............

Art. 36 A capacidade técnica e a aptidão psicológica para o manuseio de armas

de fogo, para os integrantes das instituições descritas nos incisos III, IV, V, VI e

VII do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, serão atestadas pela própria instituição,

Page 102: Livro Da Guarda Municipal

depois de cumpridos os requisitos técnicos e psicológicos estabelecidos pela Polícia

Federal. (grifei)

Parágrafo único. Caberá a Polícia Federal avaliar a capacidade técnica e a aptidão

psicológica, bem como expedir o Porte de Arma de Fogo para os guardas portuários.

..............

Subseção V

Das guardas Municipais

Art. 40 Cabe ao Ministério da Justiça, diretamente ou mediante convênio com

as Secretarias de Segurança Pública dos Estados ou Prefeituras, nos termos do §3º do

art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003: (grifei)

I conceder autorização para o funcionamento dos cursos de formação de guardas

municipais; (grifei)

II fixar o currículo dos cursos de formação; (grifei)

III conceder Porte de Arma de Fogo; (grifei)

IV fiscalizar os cursos mencionados no inciso II; e (grifei)

V fiscalizar e controlar o armamento e a munição utilizados. (grifei)

Parágrafo único. As competências previstas nos incisos I e II deste artigo

não serão objeto de convênio. (grifei)

Art. 41 Compete ao Comando do Exército autorizar a aquisição de armas de

fogo e de munições para as Guardas Municipais. (grifei)

Art. 42 O Porte de Arma de Fogo aos profissionais citados nos incisos III e IV,

do art. 6º, da Lei nº 10.826, de 2003, será concedido desde que comprovada a

realização de treinamento técnico de, no mínimo, sessenta horas para armas de

repetição e cem horas para arma semi-automática. (grifei)

§ 1º O treinamento de que trata o caput desse artigo deverá ter, no mínimo,

sessenta e cinco por cento de conteúdo prático.

§ 2º O curso de formação dos profissionais das Guardas Municipais deverá conter

técnicas de tiro defensivo e defesa pessoal. (grifei)

§ 3º Os profissionais da Guarda Municipal deverão ser submetidos a estágio

de qualificação profissional por, no mínimo, oitenta horas ao ano. (grifei)

§ 4º Não será concedido aos profissionais das Guardas Municipais Porte de

Arma de Fogo de calibre restrito, privativos das forças policiais e forças armadas. (grifei)

Page 103: Livro Da Guarda Municipal

Art. 43 O profissional da Guarda Municipal com Porte de Arma de Fogo deverá

ser submetido, a cada dois anos, a teste de capacidade psicológica e, sempre que

estiver envolvido em evento de disparo de arma de fogo em via pública, com ou sem

vítimas, deverá apresentar relatório circunstanciado, ao Comando da Guarda Civil

e ao Órgão Corregedor para justificar o motivo da utilização da arma. (grifei)

Art. 44 A Polícia Federal poderá conceder Porte de Arma de Fogo, nos termos

no §3º do art. 6º, da Lei nº 10.826, de 2003, às Guardas Municipais dos municípios

que tenham criado corregedoria própria e autônoma, para a apuração de

infrações disciplinares atribuídas aos servidores integrantes do Quadro da Guarda

Municipal. (grifei)

Parágrafo único. A concessão a que se refere o caput dependerá, também, da

existência de Ouvidoria, como órgão permanente, autônomo e independente,

com competência para fiscalizar, investigar, auditorar e propor políticas de qualificação

das atividades desenvolvidas pelos integrantes das Guardas Municipais. (grifei)

Art. 45 A autorização de Porte de Arma de Fogo pertencente às Guardas

Municipais terá validade somente nos limites territoriais do respectivo

município. (grifei)

Parágrafo único. Poderá ser autorizado o Porte de Arma de Fogo para os

integrantes das Guardas Municipais previstos no inciso III do art. 6º da Lei nº

10.826, de 2003, nos deslocamentos para sua residência, quando esta estiver

localizada em outro município. (grifei)

CAPÍTULO IV

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS, FINAIS E TRANSITÓRIAS

Seção I

Das Disposições Gerais

Art. 46 O Ministro da Justiça designará as autoridades policiais competentes, no

âmbito da Polícia Federal, para autorizar a aquisição e conceder o Porte de Arma de

Fogo, que terá validade máxima de cinco anos.

.................

Art. 49 A classificação legal, técnica e geral e a definição das armas de fogo e demais

produtos controlados, de uso restrito ou permitido são as constantes do

Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados e sua legislação

complementar. (grifei)

Page 104: Livro Da Guarda Municipal

Parágrafo único. Compete ao Comando do Exército promover a alteração do

Regulamento mencionado no caput, com o fim de adequá-lo aos termos deste Decreto.

Art. 50 Compete, ainda, ao Comando do Exército:

I.................

II estabelecer as dotações em armamento e munição das corporações e órgãos

previstos nos incisos II, III, IV, V, VI e VII do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003; e

(grifei)

................

Art. 65 ..............

§ 1º É vedada a doação, acautelamento ou qualquer outra forma de cessão para

órgão, corporação ou instituição, exceto as doações de arma de fogo de valor

histórico ou obsoletas para museus das Forças Armadas ou das instituições policiais.

(grifei)

Seção II

Das Disposições Finais e Transitórias

Art. 68 ......................

Art. 73 Não serão cobradas as taxas previstas no art. 11 da Lei nº 10.826, de

2003, dos integrantes dos órgãos mencionados nos incisos I, II, III, IV, V, VI e VII

do art. 6º. (grifei)

§ 1º ................

§ 2º A isenção das taxas para os integrantes dos órgãos mencionados no

caput, quando se tratar de arma de fogo de propriedade particular, restringir-se-á a

duas armas. (grifei)

.....................

Art. 76 Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 77 Ficam revogados os Decretos nos 2.222, de 8 de maio de 1997, 2.532, de 30

de março de 1998, e 3.305, de 23 de dezembro 1999.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA”

Page 105: Livro Da Guarda Municipal

4.10. PROJETO DE LEI Nº 1.332, DE 2003

Dispõe sobre as atribuições e competências comuns das Guardas Municipais do Brasil, Regulamenta e disciplina a Constituição, atuação e manutenção das Guardas Civis Municipais como Órgãos de Segurança Pública em todo o Território Nacional e dá outras providências.

JUSTIFICATIVA Do Projeto de Lei Nº 1.332 de 2003

(Do Sr. Arnaldo Faria de Sá )

Parte da proposição ora apresentada é oriunda da proposta elaborada pelo III Congresso Nacional de Guardas Municipais, realizado em Curitiba na data de 17 de setembro de 1992.

O Art. 144, § 8º, da Carta Magna permitiu que os municípios brasileiros criassem guardas municipais, destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações. Nenhum artigo de lei deve ser interpretado, exclusivamente, em sua literalidade. A hermenêutica ensina que a interpretação mais completa é a sistemática, que interpreta o dispositivo, dentro do contexto que se insere.

O nosso Código Civil, não deixa margem à dúvidas quando assevera que os bens de uso comum do povo são: entre outros, no âmbito do Município, as ruas, praças, jardins, logradouros públicos, lagos, rios navegáveis, circunscritos ao território municipal que não estejam, por qualquer título, no domínio da União, do Estado ou do particular.

De há muito perdida, a segurança coletiva continua sendo a aspiração de todos, muito embora este seja um setor do Estado atingido por elevado grau de ineficiência. Delinqüentes sentem-se à vontade, transitando livremente pelos bens de uso comum do povo para atacar suas indefesas vítimas. Neste mister, crianças e velhos não são poupados. A escola, outrora destinada ao ensino tranqüilo, tem-se tornado uma preocupação permanente para os pais. Comerciantes contratam seguranças particulares, substituindo a atividade da polícia. Casas transformam-se em fortalezas, quando não em canis. Como a carência de polícia é patente, tornando a ordem pública sobremaneira frágil, estudantes armam-se para ir à escola.

No regime federativo vigente no país, o poder de polícia se distribui pelas três esferas de poder: a União, os Estados membros e os Municípios. A polícia não nasce da natureza. Como criação jurídica, necessário se faz que o constituinte e até mesmo o legislador infra-constitucional, enfrentem com mais arrojo a participação ativa, utilizando-se de uma linguagem que seja ao mesmo tempo clara e abrangente, já que o Estado – membro, até aqui, tem-se mostrado impotente para baixar a criminalidade a níveis suportáveis para a população.

Page 106: Livro Da Guarda Municipal

Considerando que a segurança pública é dever do estado, direito e responsabilidade de todos, os Municípios, através de suas respectivas Guardas Municipais, deverão dar proteção mais ampla possível aos bens, serviços e instalações, devendo, nesse caso, tolher toda ação nefasta de indivíduos, preventiva e repressivamente, quando se trata da preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas, do patrimônio e dos serviços comunais.

PORQUE PEDIMOS A PROMULGAÇÃO DA LEI COMPLEMENTAR:

Desde a promulgação da Constituição de 1988, as Guardas Municipais vêm se multiplicando em larga escala por todo o país, especialmente no Estado de São Paulo, o mais rico da nação, que hoje já conta com mais de 300 corporações (mais da metade das existentes no Brasil).

Aliados a esse crescimento multiplicaram-se também, os problemas que a falta de regulamentação da atividade das Guardas Municipais por conseqüência trouxe a sociedade. Os cotidianos conflitos entre os órgãos públicos integrantes do aparelho policial do Estado e as Guardas Municipais, se não foram previstos pelos constituintes de 88, aos menos não tiveram deles a preocupação em evitá-los.

Sempre que o assunto Guarda Municipal é colocado em pauta, é possível notar com certa freqüência, que a sociedade e seus representantes (classe política) desconhecem o tema, e por conseqüência a essência da proposta apresentada. Entendemos ter sido este o principal obstáculo para sua aprovação até o presente momento. A desmistificação do tema possibilitará a derrubada de alguns dogmas a respeito. Dentre eles:

1) As Guardas Municipais têm poder de polícia? 2) Por que não se propôs um projeto de lei ao Congresso Nacional visando à

ampliação das atribuições das Guardas Municipais como já foi proposto no Senado Federal, por exemplo?

3) Este texto não é inconstitucional? 4) Por que não se iniciou este trabalho pela assembléia legislativa ou pelas

próprias Câmaras Municipais? O grupo de trabalho constituído para a elaboração da presente proposta teve a

preocupação de abordar as questões referentes à regulamentação da ATUAL ATIVIDADE das Guardas Municipais e não da ampliação de suas atribuições.

Por outro vértice, diversos projetos sobre o tema já tramitam no Congresso Nacional visando regular ou alterar a matéria, porém, há muitos anos sem sucesso. Apesar da polêmica discussão e das dificuldades de aprovação de uma emenda constitucional, as Guardas Municipais crescem a cada dia e por serem instituições públicas prevista constitucionalmente no capítulo da SEGURANÇA PÚBLICA, vêm encontrando respaldo para continuarem suas atividades de policiamento a critério e interpretação da lei por parte de cada prefeito municipal.

Page 107: Livro Da Guarda Municipal

Por todas as razões expostas, entendemos que o texto apresentado em nada se confronta com a Constituição Federal, e, considerando que ele apenas objetiva regular o que a própria Constituição já prevê em existência, mas, que por não regulamentar suas estruturas orgânicas nem definir o perfil profissional de seus componentes, considerando que o Guarda Municipal passa por formação específica diferenciada dos demais servidores municipais encontrará respaldo jurídico para tal propositura.

Por último buscou-se a gestão do Governo Federal justamente nos três Ministérios diretamente envolvidos na questão que são:

a) Ministério da Justiça – acompanhamento e registro da criação das atribuições e competências das Guardas Civis;

b) Ministério do Trabalho – Carreira, direitos e benefícios de seus membros; c) Ministério da educação – Instituição da profissão e órgãos reguladores para

criação dos cursos e escolas oficiais de formação. Entendemos que todas estas missões estariam fora da alçada do Estado

membro e das Câmaras Municipais.

DO CONSELHO FEDERAL E SEUS ÓRGÃOS REPRESENTADOS NO CONSELHO:

Três membros do Ministério da Justiça: O Ministério da Justiça após a criação da SENASP - Secretaria Nacional de

Segurança Pública, vem assumindo aos poucos a difícil responsabilidade de elaborar e executar as macro-políticas de segurança pública do país. A edição da Medida Provisória n.º 2.045 que instituiu o FUNDO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA deu a este órgão poderes para ditar métodos de gerenciamento das políticas de segurança pública nos estados e municípios condicionando sua aplicação à liberação de recursos do fundo. Todavia é oportuno lembrar que um país continental como o Brasil possui realidades bastante diferenciadas nos Estados, e, que dirá nos municípios!

Entendemos que tais projetos não devem ser analisados somente no momento em que se solicita o recurso e sim durante todo sua gestão. A participação dos representantes do Ministério da Justiça neste órgão seria muito mais uma forma de interação direta de que de fiscalização.

Não apenas por isto, mas se faz necessário criar mecanismos que garantam a eficácia da aplicação dos recursos, outro fator que sem fiscalização federal tenderá a inviabilizar a iniciativa e impedir que as Guardas se tornem polícias particulares de seus prefeitos. Todavia, justifica-se a fiscalização externa na proporção que se aumentam às prerrogativas e poderes, deva-se aumentar também as responsabilidades.

Um membro do Ministério do Exército: O Ministério do Exército é a autoridade responsável pela autorização da compra

de todo tipo de armamento de fogo comercializado no território nacional, além da fiscalização juntamente com a Polícia Federal da montagem de stands de tiro e escolas

Page 108: Livro Da Guarda Municipal

preparatórias de profissionais de segurança além da comercialização de material para produção de munição e explosivos em geral.

A proposta da participação do exército brasileiro seria importante até visando uma importante integração entre as forças de segurança do país.

Um membro da Polícia Federal: Seguindo o mesmo princípio da integração, sabemos que a ação da Polícia

Federal se faz ou deveria se fazer fundamentalmente presente nos portos e aeroportos brasileiros e nas áreas de fronteiras, fato que pela insuficiência de efetivo não vem ocorrendo com a devida eficácia.

A integração da Polícia Federal e da Guarda Municipal poderá ser uma importante aliada no combate as organizações criminosas atenuando o grave problema de efetivo de policiais federais. A descoberta dos cativeiros de dois, dos quatro mais importantes recentes sequestros do país mostra o quanto pode ser útil à investigação de grandes criminosos a participação dos agentes de policia das comunidades. No entanto as Guardas não devem estar subordinadas a PF e por esta razão a PF deve fazer parte deste Conselho, órgão máximo de resolução das macro-políticas de emprego na atividade destas corporações.

Três membros da UNGCM: Proibir que policiais se organizem em associações classistas ou sindicatos é o

mesmo que querer proibir o sonho de qualquer pessoa de ter uma vida melhor. Mais que isto, seria um afronto a cláusulas pétreas e a própria Constituição Federal.

Para garantir a soberania da categoria e a legitimidade das decisões deste órgão supremo a UNGCM única associação com representatividade a nível nacional indicaria seus membros de carreira como representantes dos Guardas Municipais no Conselho Federal através dos Congressos Nacionais realizados anualmente pela entidade.

Estas vagas garantiriam não só a participação dos próprios Guardas Municipais nas decisões que envolvem o futuro da própria categoria, mas um passo histórico na relação de empregados e empregadores em prol de objetivos comuns, a Segurança Pública.

Três membros do Conselho Nacional de Comandantes: O Conselho Nacional das Guardas Civis indicaria seus representantes através de

seus congressos que também são realizados anualmente. Este órgão que é mais um fórum permanente do que uma entidade civil, já que não possui sede nem recursos próprios para subsistir, é composto basicamente por comandantes de Guardas Municipais ou Secretários Municipais de Segurança que em sua maioria não são membros da carreira.

A indicação dos membros do Conselho Nacional das Guardas garantirá a representação dos prefeitos municipais fechando assim todos os órgãos e níveis de participação do processo.

Total de 11 membros.

Page 109: Livro Da Guarda Municipal

POR QUE NÃO FORAM INDICADOS MEMBROS DA POLÍCIA CIVIL E MILITAR?

O texto do projeto fala da criação do Conselho Federal das Guardas Municipais, porém com previsão para a criação dos Conselhos Regionais no âmbito das Secretarias de Segurança Pública. Nesta ocasião caberá aos Secretários indicarem seus representantes que poderão ser da PM, da Polícia Civil, da Ouvidoria de Polícia etc. A idéia é que a Constituição orgânica destes Conselhos seja desenvolvida pelo próprio Conselho Federal após sua criação.

ARCABOUÇO JURÍDICO

Pesquisando a existência de algum tipo de legislação federal que desse normas e padrões a atividade das Guardas Municipais, descobrimos simplesmente que ela não existe. A legislação hoje existente permite através da composição das doutrinas jurídicas, códigos e normas gerais dos demais órgãos de segurança, sua extensão por mera interpretação as ações das Guardas Municipais em atividade.

Os procedimentos hoje adotados para a criação ou extinção de uma Guarda Municipal, não seguem orientação constitucional específica, cabendo destaque ao fato de que as regras impostas pelo Estado Membro para autorizar um Guarda Municipal a portar arma de fogo, são iguais a de um cidadão comum, e com um agravante, de que ao ter a autorização para o porte, o cidadão comum a tem nas 24 horas do dia, enquanto que o “servidor policial” da Guarda Municipal só o tem durante o horário de serviço, fato que ao nosso ver é no mínimo uma incoerência.

No campo funcional, as Guardas tem o mesmo tratamento dos servidores públicos civis. O tratamento diferenciado pela função policial acaba ficando a critério de cada prefeito e seus comandantes nomeados, que como sabemos na grande maioria das vezes são PMs e acabam tendo que servir a dois comandos distintos: Governador (comandante geral da PM) e prefeito.

A conclusão é que, guardada a autonomia municipal, urge a necessidade de se dar norma a alguns procedimentos que devam ser comuns a todas as Guardas Municipais no país. E por que? Ninguém se intitula médico estudando o que quiser da forma e durante o tempo em que quiser, também não estando os já formados, livres para em nome de suas profissões fazerem o que queiram com seus bisturis. Assim, podemos falar dos engenheiros, advogados, professores, jornalistas e tantas outras atividades profissionais que são regidas por leis e órgãos reguladores e credenciadores de seus profissionais.

Por derradeiro, proporcionar a profissionalização da atividade policial dos Guardas Municipais é o norte e o conceito em que fundamentamos a idéia da proposta desta Lei.

Se quisermos dar as Guardas Municipais as mínimas condições para colaborarem com as polícias estaduais no combate a criminalidade, devemos tomar

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iniciativas que extingam a existência de corporações que ainda atuem baseadas na clandestinidade ou para quem preferir, amadorismo, ilegalidade, no improviso, com o nome que quiserem dar, porém em muitas cidades pela obstinação de alguns homens que as dirigem, elas vêm mostrando justificada eficácia por estarem próximas e integradas as necessidades e cultura locais.

Em última análise podemos afirmar que a “democratização eficiente” do sistema de segurança pública e em especial do aparelho policial de um país, traduz a consolidação do Estado Democrático de Direito, e para tanto, é necessário que as forças vivas da sociedade através de seus órgãos representativos, desenvolvam políticas de segurança pública para suas cidades com o apoio de suas Guardas Municipais, ocasião em que, as peculiaridades econômicas, culturais, sociais e geográficas serão plenamente respeitadas e não mais ditadas por um comando central vindo da capital cuja vocação natural está ligada as macro-políticas de Segurança Pública.

Na 51.ª Legislatura esta regulamentação, fora apresentada pelo Deputado Nelo Rodolfo - SP.

Quando a Proposta de Emenda Constitucional do Senado, foi enviada a Câmara, empenhei-me em ser o Relator, por conhecer a estrutura da Guarda Civil de São Paulo, que esteve sob meu comando em 2000, quando assumi a Secretaria de Governo, a corporação tinha 3000 componentes, sendo que 1000 fora de atividade, imediatamente os 3000 passaram a atuar na segurança, pois a população vivia a sensação de insegurança, e em apenas seis meses deixamos a Guarda Civil se São Paulo com cinco mil componentes, e o comando fez operações impondo horário de fechamento de bares com alto índice de periculosidade nas madrugadas, lacrando desmanches de veículos, proibindo comercialização nos faróis de transito e várias outras atividades que cada cidade conhece melhor que o Estado e muito melhor que a União. Por essas e outras razões temos que aprovar este Projeto.

Sala das Sessões, em 24 de junho de 2003.

Arnaldo Faria de Sá Deputado Federal - São Paulo

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COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO

PROJETO DE LEI Nº 1.332, DE 2003 (Apensado o Projeto de Lei nº 2.857, de 2004)

Dispõe sobre as atribuições e

competências comuns das Guardas Municipais

do Brasil. Regulamenta e disciplina a

constituição, atuação e manutenção das

Guardas Civis Municipais como órgãos de

segurança pública em todo o Território Nacional

e dá outras providências.

Autor: Deputado Arnaldo Faria de Sá

Relator: Deputado Ronaldo Vasconcellos

I - RELATÓRIO

O projeto de lei em epígrafe, de autoria do Deputado Arnaldo Faria de Sá, disciplina o funcionamento e a organização das Guardas Municipais, por meio das seguintes disposições:

a) reconhece, aos guardas municipais, a condição de servidores policiais e de agentes da autoridade policial, para todos os efeitos legais, estabelecendo entre as suas competências o exercício de poder de polícia administrativo e de funções de polícia ostensiva, de natureza preventiva e repressiva;

b) determina que o regime jurídico das Guardas Municipais será o de servidor civil e que o órgão integrará o sistema de segurança pública brasileiro, uma vez que lhe caberá zelar pela segurança pública na circunscrição com o município;

c) subordina as Guardas Municipais ao Chefe do Poder Executivo municipal, cria a possibilidade de sua participação em atividades policiais de envergadura realizadas por outros órgãos policiais na circunscrição do município e incentiva a troca de informações operacionais entre a Guarda Municipal e outros órgãos de segurança pública;

d) denomina os integrantes das Guardas Municipais de guardas civis, cometendo-lhes as obrigações de cooperação com autoridades competentes em matéria de meio ambiente, criança e adolescente e dando-lhes competência para atendimento de ocorrências emergenciais;

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e) concede linha telefônica de serviço e freqüência de rádio exclusivas para as Guardas Municipais;

f) concede porte de arma ao guarda municipal, nas condições que estabelece; g) cria possibilidade de controle externo das Guardas Municipais pelos

Conselhos Municipais de Segurança; h) assegura prisão especial para os guardas municipais; i) trata do treinamento, de formas de aprimoramento profissional e do

credenciamento dos guardas municipais; j) cria, no âmbito do Ministério da Justiça, um Conselho Federal das Guardas

Civis, responsável, entre outras atribuições, pelo credenciamento dos guardas municipais e registro das Guardas Municipais;

l) estabelece repasses do Fundo Nacional de Segurança Pública para as Guardas Municipais, nas condições que especifica.

Em sua justificação, o ilustre Autor esclarece que a proposição é parcialmente baseada em proposta elaborada como resultado do III Congresso Nacional de Guardas Municipais, faz uma breve análise do poder de polícia, no âmbito dos níveis de poder – federal, estadual e municipal – e sustenta que, por ser a segurança pública um dever do Estado e direito e responsabilidade de todos, é necessário reconhecimento de competência das Guardas Municipais para atuarem preventiva e repressivamente na preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas, do patrimônio e dos serviços comunais.

Em seguida, é feita a apresentação: a) de argumentos sobre a constitucionalidade do projeto de lei, fundados,

basicamente, na referência sobre as Guardas Municipais estarem, na Constituição Federal, no Capítulo da Segurança Pública e nas situações de fato hoje existentes em diversos municípios do Brasil;

b) da justificativa sobre a composição do Conselho Federal das Guardas Civis, com justificativa sobre a não inclusão de representantes das Polícias Civil e Militar no Conselho;

c) da necessidade de aprovação de uma lei que padronize a criação de Guardas Municipais com o objetivo de proporcionar profissionalização da atividade policial dos guardas municipais e melhorar as condições para que as Guardas Municipais colaborem com as polícias estaduais no combate à criminalidade.

O nobre Deputado Arnaldo Faria de Sá conclui sua justificação expondo sua experiência pessoal como Secretário de Governo e relatando a atuação da Guarda Civil em São Paulo em operações de fechamento de bares com altos índices de periculosidade nas madrugadas e de locais de desmanche de veículos, proibição de comercialização nos faróis de trânsito e várias outras atividades”.

A esta proposição foram apresentados dois substitutivos. O primeiro substitutivo, de autoria do Deputado Alberto Fraga, especifica as

atividades a serem desenvolvidas pelas Guardas Municipais, todas, direta ou indiretamente, relativas à proteção do patrimônio público municipal ou em atividades de

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proteção do meio ambiente e do bem-estar da criança e do adolescente, restringindo a possibilidade delas realizarem ações de policiamento ostensivo, salvo nas hipóteses de colaboração, nos termos de lei e de convênio estadual, sob a coordenação da Polícia Militar. Prevê, ainda, a possibilidade de convocação ou mobilização pelo Estado-membro, a submissão das Guardas Municipais a uma corregedoria estadual e o controle do efetivo e regulamentação da compra e registro de armas das Guardas Municipais pela Secretaria de Segurança Pública estadual.

Em sua justificativa, o ilustre Autor sustenta que a missão constitucional das Guardas Municipais não lhes permite atuar nas ações de policiamento ostensivo e que o substitutivo promove as alterações necessárias para permitir a compatibilidade do projeto de lei com a Constituição Federal.

O segundo substitutivo, de autoria do nobre Deputado Cabo Júlio: a) disciplina as condições de acesso à Guarda Municipal e a forma de nomeação

de seu diretor; b) transforma o cargo de direção da Guarda Municipal em cargo de interesse

policial militar; c) limita o efetivo das Guardas Municipais e disciplina o seu uniforme e

símbolos; d) especifica as cores dos carros da Guarda Municipal; e) define os níveis hierárquicos das Guardas Municipais, proibindo a utilização

de denominações iguais às das Forças Armadas e das Polícias Militares; f) estabelece os direitos dos integrantes das Guardas Municipais; g) cria a oportunidade de as Guardas Municipais, mediante convênio com os

Estados-membros, atuarem em ações de policiamento ostensivo, em cooperação com a Polícia Militar;

h) estabelece os locais de interesse da municipalidade que deverão ser objeto de proteção pelas Guardas Municipais.

A justificação da proposição segue a mesma linha do Substitutivo apresentado pelo Deputado Alberto Fraga, centrando sua argumentação na inconstitucionalidade de se atribuir às Guardas Municipais funções de polícia ostensiva.

Ao Projeto de Lei nº 1.332, de 2003, foram apensados os Projetos de Lei nos. 2.857 e 3.854, ambos de 2004.

O Projeto de Lei nº 2.857, de 2004, do Deputado Nelson Marquezelli, altera a lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, permitindo que os integrantes da Guarda Municipal tenham porte de arma quando em serviço.

Em sua justificação do ilustre Deputado Nelson Marquezelli sustenta que a utilização do número de habitantes como referência para a concessão de porte de arma aos integrantes da Guarda Municipal mostra-se equivocada porque “o crime não escolhe o município em que é praticado pela quantidade de seus habitantes”. Além disso, a manutenção dessa restrição criaria um paradoxo, uma vez que os vigilantes privados, responsáveis pela segurança de propriedade de particulares, teriam porte de arma, nos

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termos da Lei 7.102/83, ao passo que os guardas municipais, responsáveis pela segurança de propriedades públicas, não o teriam.

Por sua vez, o Projeto de Lei nº 3.854, de 2004, do nobre Deputado Carlos Sampaio, altera a redação do inciso II e suprime o inciso IV, ambos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, também para conceder, sem restrições, porte de arma para os integrantes das guardas municipais.

Em sua justificação, o insigne Parlamentar destaca a importância dos guardas municipais, em todo o Brasil, em especial nos pequenos municípios, pelo desenvolvimento de ações destinadas à defesa do patrimônio e à preservação da qualidade de vida municipais, de rondas escolares, de auxílio em resgates e combates a incêndio e socorro a vítimas de enchentes. Sustenta que, no desenvolvimento de suas atividades, os guardas municipais contrariam interesses ilícitos e podem entrar em confronto com criminosos. Assim, a concessão de porte de arma aos guardas municipais com restrições baseadas em número de habitantes do município, além de caracterizar um tratamento discriminatório, poria em risco a integridade física desses servidores. Conclui afirmando que a sua proposição – que suprime as discriminações apontadas – faria “justiça a uma categoria de servidores públicos que, em muito, tem contribuído para restaurar a segurança dos munícipes”.

Cabe a esta Comissão analisar o mérito da proposição nos limites definidos pelo art. 32, XVI, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.

É o relatório.

II - VOTO DO RELATOR

O primeiro ponto relevante para a análise do mérito desta proposição é destacar-se que, desde a promulgação do texto constitucional de 1988, o Brasil passou por intensas transformações, em diversas áreas de atuação do Estado.

Assim, não só no campo sócio-econômico operaram-se mudanças sensíveis no modelo desenhado no texto constitucional, com a abertura do mercado interno brasileiro a empresas estrangeiras e a possibilidade de privatização de atividades, antes de exploração monopolista pelo Estado, mas também nas condições de segurança pública, nas áreas urbanas e rurais ocorreram grandes transformações – resultantes de fatores sociais internos e de fatores externos, relativos à globalização de atividades criminosas, como o narcotráfico e o contrabando de armas e o terrorismo – as quais foram determinantes da falência do modelo adotado pela Constituição Federal de 1988 para o sistema de segurança pública.

Uma melhor compreensão do problema nos remete à definição do sistema de segurança pública, formalizada no Capítulo III, do Título V, da Constituição Federal.

Os Constituintes de 1988 padeceram, com relação à definição do sistema de segurança pública, dos mesmos problemas que teve em relação a outros temas polêmicos,

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como os juros bancários, o direito de propriedade, a definição dos fundamentos da atividade econômica. Pressionados por diferentes grupos de interesse., desenharam no art. 144, caput e seus parágrafos, uma estrutura organizacional absolutamente assistêmica. Em especial, no nível estadual, a falta de definição de limites precisos de competência dos órgãos estaduais de segurança pública em associação com a manutenção, por questionáveis motivos históricos, de uma estrutura operacionalmente irracional, uma vez que divide artificialmente o ciclo de persecução criminal entre dois órgãos autônomos, provocou, e provoca, ainda hoje, conflitos intermináveis relativos a disputas de competência, mais das vezes acirradas por vaidades pessoais.

Em complemento, o Constituinte, reduzindo a importância do reconhecimento do município como um ente da Federação brasileira, mas também premido por pressões locais, inseriu no Capítulo da Segurança Pública um órgão municipal, que assumiu um papel híbrido, uma vez que não foi listado como órgão de segurança pública, mas recebeu atribuições de policiamento ostensivo dos bens, serviços e patrimônios municipais – o que tem por corolário o reconhecimento de uma competência material implícita ou resultante para realizar ações de manutenção da ordem pública, como uma pronta resposta contra atos ilícitos que ponham em risco esses bens, patrimônios e serviços. Tal competência tem respaldo na melhor doutrina sobre os elementos essenciais do princípio federativo, em especial no que concerne ao sistema de distribuição de competências entre os entes federativos. Aduza-se, ainda, que o reconhecimento de que as Guardas Municipais possuem uma competência implícita de policiamento ostensivo e de manutenção da ordem pública é juridicamente sustentável, sem maiores esforços.

A par das discussões acadêmicas, a realidade fática, de há muito, superou questionamentos estéreis sobre a atuação das Guardas Municipais na segurança pública.

Como ensina Manoel Gonçalves Filho, relembrando as eternas lições de Ferdinand Lassale, há que se distinguir legalidade de legitimidade. Assim, uma norma legal, entre elas as normas constitucionais, para ter eficácia no mundo real – ou seja, fora do mundo de papel das leis em tese – necessita do reconhecimento de sua legitimidade pela comunidade à qual ela é dirigida.

E a realidade fática, em um grande número de municípios brasileiros, é a de que as Guardas Municipais já atuam, em grande escala, no exercício de sua competência material implícita ou resultante de realizar ações de policiamento ostensivo e de manutenção da ordem pública, algumas vezes agindo além dos limites determinados pela defesa do patrimônio municipal. E isso ocorre por uma razão simples: elas ocupam os espaços deixados pela omissão dos órgãos estaduais de segurança pública. E o fazem com total respaldo da população – portanto, legitimadas pela vontade popular, isto é, pela vontade do detentor da titularidade do poder constituinte originário – a quem não interessa saber a cor do uniforme ou da viatura, o regime jurídico ou os limites legais de competência daquele que a socorre em um momento de dificuldade, principalmente, quando a atuação deste agente público resulta em proteção de sua integridade física ou de seu patrimônio.

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Assim, nesta Comissão que analisa o mérito da proposição em seu específico reflexo sobre a segurança pública, mostra-se inadequada a discussão sobre a constitucionalidade das competências que estão sendo conferidas às Guardas Municipais. O que se deve analisar são os seus impactos em termos da elevação da qualidade dos serviços de segurança pública a serem oferecidos aos munícipes.

Sob esta ótica, é inegável que se trata de uma proposição que merece ser aprovada, com algumas alterações que promovam seu aperfeiçoamento.

A primeira alteração é substituir na ementa e no texto da proposição a expressão “guarda civil” pela expressão “Guarda Municipal”, para adaptar a proposição à Constituição Federal.

O artigo terceiro repete, em sua primeira parte, parcialmente, o que já foi estabelecido no caput do artigo primeiro. Além disso, disciplina o porte de arma pelos guardas municipais, matéria já disciplinada, recentemente, na Lei que reformulou o Sistema Nacional de Armas. O artigo primeiro, por sua vez, não especifica que as Guardas Municipais serão civis.

Assim, estamos sugerindo para os dispositivos citados as seguintes redações: Art. 1º Às Guardas Municipais, cujos integrantes são servidores policiais civis e agentes da autoridade policial, para todos os efeitos legais, no âmbito do território municipal onde servem, compete: ........................................................... Art. 3º As Guardas Municipais, além da execução de atividades voltadas para a segurança e apoio aos cidadãos, as quais serão realizadas com observância dos princípios de respeito aos direitos humanos, da garantia dos direitos individuais e coletivos e do exercício da cidadania e proteção das liberdades públicas, desenvolverão atividades de caráter social, devendo, desde sua formação, estarem comprometidas com a evolução social da comunidade. A artigo quarto do projeto de lei define a existência de competência concorrente

entre municípios e o Estado, nas ações de segurança pública. Não nos parece o texto mais adequado. Melhor seria atribuir às Guardas Municipais competência para garantir a segurança pública no limite de seus territórios e deixar para a lei prevista no art. 144, § 7º, da Constituição Federal, a definição da coordenação do funcionamento das Guardas Municipais em face dos órgãos estaduais de segurança pública. Em decorrência, ter-se-ia para o artigo quarto a seguinte redação:

Art. 4º Aos municípios compete zelar pela segurança pública nos limites de seus territórios. Parágrafo único. A lei prevista no art. 144, § 7º, da Constituição Federal, definirá as regras relativas à coordenação das ações da Guarda Municipal e dos órgãos estaduais de segurança pública, com vistas a garantir a eficiência de suas atividades.

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Em face do disposto no parágrafo único do artigo quarto se está propondo a supressão do parágrafo segundo do artigo sétimo e renomeando-se o parágrafo primeiro para parágrafo único.

O artigo onze dá atribuições a órgão da Administração Indireta do Poder Executivo. A melhor redação do dispositivo seria indicar a ação a ser realizada e deixar a determinação do órgão responsável pela sua execução a cargo do próprio Poder Executivo. Em conseqüência, o texto do artigo onze passa a ser o seguinte:

Art. 11. Serão garantidas às prefeituras municipais dos municípios que tenham ou venham a criar Guarda Municipal, pelo órgão competente do Poder Executivo, uma linha telefônica, preferencialmente de número 1532, e uma faixa exclusiva de freqüência de rádio, para uso exclusivo da Guarda Municipal.

Em face da do disposto no parágrafo único do artigo quarto se está propondo a supressão do parágrafo segundo do artigo sétimo e renomeando-se o parágrafo primeiro para parágrafo único.

Os artigos doze e treze devem ser suprimidos pelos motivos a seguir expostos, renumerando-se os artigos que se seguem.

O artigo doze trata do porte de armas de defesa pessoal, pelos guardas municipais, matéria já disciplinada recentemente pela Lei nº 10.867, de 12 de maio de 2004, que alterou o art. 6º, da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003.

O artigo treze, por sua vez, interfere na competência municipal, especificamente na sua autonomia administrativa, de organizar os seus serviços, de acordo com o sistema de execução direta de serviços, adotado pelo Estado brasileiro. Além do que, se o município não tivesse competência para efetuar o controle externo de sua Guarda Municipal, não seria a autorização dada por uma lei federal que garantiria essa competência.

O artigo quinze deve também ser suprimido, tendo em vista que a matéria está disciplinada na Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003.

O artigo dezessete, agora renomeado como artigo quatorze, poderá tratar do credenciamento dos guardas municipais por um Conselho Federal das Guardas Municipais, a ser instituído no âmbito do Poder Executivo federal. Não deve haver referência direta à existência de um Conselho Regional, uma vez que a lei federal, em respeito ao princípio federativo, não pode impor a existência de um Conselho Regional aos Estados. É possível, no entanto, a previsão da possibilidade de delegação de competências do Conselho Federal para Conselhos Regionais, onde eles existirem.

Por outro lado, o artigo dezoito da proposição é, em razão de seu conteúdo, um complemento do artigo anterior, podendo por isso, reunir-se os dois dispositivos em um só.

Por fim, o artigo dezenove deveria ser o caput do artigo quatorze, transformando-se os atuais artigos dezessete e dezoito em parágrafos desse artigo quatorze. Com relação ao texto do artigo dezenove é possível tratar-se da sua existência, mas sem definir-se sua composição ou sua inserção dentro da Administração Direta, uma vez que, em sendo de iniciativa parlamentar, a proposição não pode invadir a competência

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do Poder Executivo de auto-organizar-se, uma conseqüência direta do princípio de separação de poderes, inscrito no art. 2º, da Constituição Federal.

Assim o artigo quatorze do Substitutivo, teria a seguinte redação: Art. 14. Sendo criado um Conselho Federal das Guardas Municipais, no âmbito do Poder Executivo federal, a este caberá, entre outras competências que lhe venham a ser atribuídas: I – realizar o registro e acompanhamento das Guardas Municipais; II – credenciar os guardas municipais devendo constar do credenciamento a identificação da Guarda Municipal, a qualificação e a graduação do guarda municipal e a autorização para o porte de arma; III – estabelecer diretrizes, padrões, normas e procedimentos pertinentes ao ingresso, à carreira, à formação básica e ao emprego operacional das Guardas Municipais, respeitadas a autonomia e as peculiaridades de cada município; § 1º O Conselho Federal das Guardas Municipais terá ainda um caráter consultivo, indicativo e de acompanhamento, junto à direção das Guardas Municipais, em consonância com as políticas municipais de segurança. § 2º O credenciamento de que trata o inciso II deste artigo será por tempo indeterminado, observando-se ainda os seguintes aspectos: I – a validade se estenderá pelo tempo em que o credenciado pertencer ao efetivo de sua corporação, sendo mantido o credenciamento se o credenciado se aposentar como Guarda Municipal; II – concedido gratuitamente e legalmente e reconhecido em todo o território nacional como documento funcional e pessoal. § 3º As competências previstas nos incisos I e II deste artigo poderão ser delegadas aos Conselhos Regionais das Guardas Municipais, onde houver, os quais, quando criados, mediante convênio entre os Estados, terão suas competências próprias definidas no convênio, observadas as competências cometidas ao Conselho Federal. § 4º O funcionamento e o emprego das Guardas Municipais dar-se-ão após registro, por tempo indeterminado, no Conselho Federal das Guardas Municipais. O artigo vinte da proposição pode ser suprimido, uma vez que a matéria já tem

previsão na legislação que disciplina o Fundo Nacional de Segurança Púbica. Por fim, o artigo vinte e um merece duas alterações. A primeira é que a regulamentação de lei ordinária, no âmbito do Poder

Executivo, se faz por decreto, no uso do seu poder administrativo denominado “poder normativo ou poder regulamentar” e não por lei complementar. A lei complementar é um ato normativo primário cuja matéria é expressamente reservada pela Constituição Federal, não se prestando à regulamentação de lei ordinária.

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A segunda é que não é possível estabelecer, em lei ordinária, prazo para o Poder Executivo praticar ato de sua estrita competência, sob pena de se estar ferindo a independência dos Poderes.

Por isso, estamos propondo para o artigo vinte e um, que passa a ser numerado como artigo quinze, no Substitutivo, a seguinte redação:

Art. 15. O Poder Executivo regulamentará esta lei. No artigo vinte e dois, que passa a ser numerado como artigo dezesseis, deve

ser suprimida a expressão “revogadas as disposições em contrário”. Com relação ao Substitutivo apresentado pelo nobre Deputado Alberto Fraga,

entendemos que ele deva ser rejeitado, porque sua motivação principal está em dissonância com a idéia que motivou a proposição, que é a de empregar, de forma autônoma, as Guardas Municipais nas ações de segurança pública.

O Substitutivo, em sua maior parte, repete, apenas com alteração de redação, o conteúdo do Projeto de Lei nº 1.332, de 2003, do Deputado Arnaldo Faria de Sá. No mérito, as alterações promovidas, a título de corrigir uma eventual inconstitucionalidade do emprego das Guardas Municipais em ações de polícia ostensiva e manutenção da ordem pública, restringe a competência das Guardas Municipais às ações de proteção de seus bens, serviços e instalações e de educação, orientação, fiscalização e controle de trânsito nas vias e logradouros municipais.

Porém, de forma contraditória, prevê a possibilidade de as Guardas Municipais serem empregadas, sob a coordenação da Polícia Militar, em ações de policiamento ostensivo, desde que haja convênio entre o município e o Estado-membro. Ora, se a competência de policiamento ostensivo, no âmbito estadual, é, como sustenta o Autor do Substitutivo, exclusiva da Polícia Militar, por força de disposição constitucional, não poderá um convênio – ato infraconstitucional – delegar essa competência para a Guarda Municipal. Assim, a solução apontada pelo Substitutivo como forma de corrigir uma alegada inconstitucionalidade do projeto de lei sob análise seria também inconstitucional.

Como a redação original do Projeto de Lei nº 1.332, de 2003, com as alterações que sugerimos, mostra-se mais adequada para o atendimento das reais necessidades da população residente nos municípios brasileiros, impõe-se a rejeição do Substitutivo do ilustre Deputado Alberto Fraga.

Em essência, pelas mesmas razões apresentadas para a rejeição do Substitutivo do Deputado Alberto Fraga, entendemos que deve ser rejeitado, também, o Substitutivo proposto pelo insigne Deputado Cabo Júlio, com a agravante de que este Substitutivo disciplina questões que se inserem na competência administrativo-financeira do município, como por exemplo, fixação de número de guardas municipais em razão do número de habitantes do município.

Por fim, os Projetos de Lei nos. 2.857 e 3.854, ambos de 2004, versam sobre matéria que já foi disciplinada pela Lei nº 10.867, de 12 de maio de 2004, que alterou a Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Assim, está superada a discussão sobre o tema, motivo pelo qual estas proposições devem ser rejeitadas.

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Em face do exposto, voto:

a) pela aprovação do Projeto de Lei nº 1.332, de 2003, nos termos do Substitutivo em anexo; e

b) pela rejeição: do Substitutivo ao Projeto de Lei nº 1.332, de 2003, apresentado pelo Deputado Alberto Fraga, do Substitutivo ao Projeto de Lei nº 1.332, de 2003, apresentado pelo Deputado Cabo Júlio, e dos Projetos de Lei nos. 2.857, de 2004, e 3.854, de 2004.

Sala da Comissão, em de de 2004.

Deputado Ronaldo Vasconcellos Relator

COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI Nº 1.332, DE 2003

Dispõe sobre as atribuições e

competências comuns das Guardas Municipais

do Brasil; regulamenta e disciplina a

constituição, atuação e manutenção das

Guardas Municipais como órgãos de

segurança pública em todo o Território Nacional

e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º Às Guardas Municipais, cujos integrantes são servidores

policiais civis e agentes da autoridade policial, para todos os efeitos legais, no

âmbito do território municipal onde servem, compete:

I – prevenir, proibir, inibir e restringir ações nefastas de pessoas que atentem

contra os bens, serviços e instalações municipais;

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II – educar, orientar, fiscalizar, controlar e policiar o trânsito nas vias e

logradouros municipais, visando a segurança e a fluidez no tráfego;

III – vigiar e proteger o patrimônio ecológico, cultural, arquitetônico e ambiental

do Município, adotando medidas educativas e preventivas;

IV – exercer o poder de polícia com o objetivo de proteger a tranqüilidade e

segurança dos cidadãos;

V – colaborar, com os órgãos estaduais para o desenvolvimento e o provimento

da Segurança Pública no Município, visando o cessamento das atividades que violarem as

normas de saúde, de higiene e de segurança e a funcionalidade, a moralidade ou

quaisquer outros aspectos relacionados com o interesse do Município;

VI – participar das atividades de Defesa Civil.

Parágrafo Único – Para efeito do disposto nos incisos II, V e VI, as Guardas

Municipais poderão receber cooperação técnico-financeira do Estado e da União, através

da celebração de Convênios entre as respectivas Prefeituras dos municípios e os órgãos

competentes do Poder Público Estadual e/ou Federal, objetivando atendimento pleno das

necessidades municipais.

Art. 2º As Guardas Municipais desempenharão missões eminentemente

preventivas, zelando pelo respeito à Constituição, às leis e a proteção do patrimônio

público municipal.

Art. 3º As Guardas Municipais, além da execução de atividades voltadas

para a segurança e apoio aos cidadãos, as quais serão realizadas com

observância dos princípios de respeito aos direitos humanos, da garantia dos

direitos individuais e coletivos e do exercício da cidadania e proteção das

liberdades públicas, desenvolverão atividades de caráter social, devendo, desde

sua formação, estarem comprometidas com a evolução social da comunidade.

Art. 4º Aos municípios compete zelar pela segurança pública nos

limites de seus territórios.

Parágrafo único. A lei prevista no art. 144, § 7º, da Constituição

Federal, definirá as regras relativas à coordenação das ações da Guarda

Municipal e dos órgãos estaduais de segurança pública, com vistas a garantir a

eficiência de suas atividades.

Art. 5º As Guardas Municipais são subordinadas aos respectivos Prefeitos

Municipais.

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Art. 6º As Guardas Municipais colaborarão com as autoridades que estejam

atuando nos municípios, especialmente no que tange à proteção do meio ambiente,

ecologicamente equilibrado, e ao bem-estar da criança e do adolescente, quando

solicitadas.

Art. 7º Sendo solicitados para o atendimento de ocorrências emergenciais, ou

deparando-se com elas, os Guardas Municipais deverão dar atendimento imediato.

Parágrafo único. Caso o fato caracterize infração penal, os guardas

municipais encaminharão os envolvidos, diretamente, à autoridade policial competente.

Art. 8º As Guardas Municipais poderão integrar as atividades policiais de

envergadura realizadas no Município, quando planejadas conjuntamente.

Parágrafo único. Na realização dessas atividades, as Guardas Municipais

manterão a chefia de suas frações, com a finalidade precípua de harmonizar e transmitir

ordens pertinentes à consecução dos objetivos comuns.

Art. 9º Respeitadas a autonomia e as peculiaridades de cada uma das

organizações, com atuação no município, poderão os responsáveis trocar informações

sobre os campos de atuação de seus comandos.

Art. 10. As Guardas Municipais serão regidas por regimentos próprios, que

regularão seu funcionamento.

Art. 11. Serão garantidas às prefeituras municipais dos municípios que

tenham ou venham a criar Guarda Municipal, pelo órgão competente do Poder

Executivo, uma linha telefônica, preferencialmente de número 1532, e uma

faixa exclusiva de freqüência de rádio, para uso exclusivo da Guarda Municipal.

Art. 12. Fica assegurado aos guardas municipais, a prisão em cela

especial, isolados dos demais presos, a fim de garantir a sua segurança, quando

sujeitos a medida restritiva de liberdade antes de condenação definitiva.

Art. 13. Os órgãos policiais Estaduais e Federais, quando solicitados pelos

Comandos das Guardas Municipais, poderão, em coordenação com as Prefeituras

Municipais interessadas, desenvolver ciclos de debates e treinamento em conjunto,

visando o aprimoramento profissional e operacional do serviço de segurança a ser

realizado pelas Guardas Municipais.

Art. 14. Sendo criado um Conselho Federal das Guardas Municipais, no

âmbito do Poder Executivo federal, a este caberá, entre outras competências,

que lhe venham a ser atribuídas:

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I – realizar o registro e acompanhamento das Guardas Municipais;

II – credenciar os guardas municipais devendo constar do

credenciamento a identificação da Guarda Municipal, a qualificação e a

graduação do guarda municipal e a autorização para o porte de arma;

III – estabelecer diretrizes, padrões, normas e procedimentos

pertinentes ao ingresso, à carreira, à formação básica e ao emprego

operacional das Guardas Municipais, respeitadas a autonomia e as

peculiaridades de cada município;

§ 1º O Conselho Federal das Guardas Municipais terá ainda um caráter

consultivo, indicativo e de acompanhamento, junto à direção das Guardas

Municipais, em consonância com as políticas municipais de segurança.

§ 2º O credenciamento de que trata o inciso II deste artigo será por

tempo indeterminado, observando-se ainda os seguintes aspectos:

I – a validade se estenderá pelo tempo em que o credenciado

pertencer ao efetivo de sua corporação, sendo mantido o credenciamento se o

credenciado se aposentar como guarda municipal;

II – concedido gratuitamente e legalmente e reconhecido em todo o

território nacional como documento funcional e pessoal.

§ 3º As competências previstas nos incisos I e II deste artigo poderão

ser delegadas aos Conselhos Regionais das Guardas Municipais, onde houver,

os quais, quando criados, mediante convênio entre os Estados, terão suas

competências próprias definidas no convênio, observadas as competências

cometidas ao Conselho Federal.

§ 4º O funcionamento e o emprego das Guardas Municipais dar-se-ão

após registro, por tempo indeterminado, no Conselho Federal das Guardas

Municipais.

Art. 15. O Poder Executivo regulamentará esta lei.

Art. 16. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Sala da Comissão, em de de 2004.

Deputado Ronaldo Vasconcellos

Relator

Page 124: Livro Da Guarda Municipal

5. A GUARDA MUNICIPAL E O PODER JUDICIARIO

1 - RHC 11938/SP; RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS 2001/0127472-8

Relator(a)

Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA (1106)

Orgão Julgador - T5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento - 11/06/2002

Data da Publicação/Fonte - DJ 01.07.2002 p.00354

Ementa

"RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PRISÃO

PREVENTIVA.

Prisão cautelar decretada, com esteio no artigo 312, do CPP, ao fundamento da

necessidade de garantia da ordem pública e aplicação da lei penal. Paciente foragido do

distrito de acusação.

Impetração e razões recursais que alvejam, exclusivamente ilegalidade na

atuação de guardas municipais e de um policial, que ingressaram na residência do

paciente, sem mandado, e efetivaram apreensão de cocaína. Argüição que não possui o

condão de elidir a custódia prévia imposta. Não se trata de auto de prisão em flagrante".

(grifei)

Recurso desprovido.

Acórdão

Por unanimidade, negar provimento ao recurso. (grifei)

Referência Legislativa

LEG:FED DEL:003689 ANO:1941

***** CPP-41 CODIGO DE PROCESSO PENAL - ART:00312

Doutrina

OBRA : CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ANOTADO, 15ª ED. , SARAIVA, P. 219

AUTOR : DAMÁSIO DE JESUS

Veja STJ - RHC 492-PE

2 - RHC 11396/SP; RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS 2001/0060928-4

Relator(a)

Ministro FELIX FISCHER (1109)

Page 125: Livro Da Guarda Municipal

Orgão Julgador - T5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento - 07/08/2001

Data da Publicação/Fonte - DJ 03.09.2001 p.00230

Ementa

PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DESACATO

(ART. 331, CP). TIPICIDADE.

O crime de desacato (conforme dicção do art. 331 do Código Penal, parte final)

configura-se, em tese, mesmo quando o funcionário público não está no regular exercício

de suas atribuições, e é ofendido em razão de sua condição funcional.

Recurso desprovido.

Acórdão

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,

acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por

unanimidade, negar provimento ao recurso. Os Srs. Ministros Gilson Dipp, Jorge

Scartezzini, Edson Vidigal e José Arnaldo da Fonseca votaram com o Sr. Ministro Relator.

Resumo Estruturado

DESCABIMENTO, TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL, ACUSADO, CRIME,

DESACATO, ALEGAÇÃO, CONDUTA ATIPICA, HIPOTESE, VITIMA, GUARDA MUNICIPAL,

ATRIBUIÇÃO, POLICIA MILITAR, IRRELEVANCIA, IRREGULARIDADE, EXERCICIO, FUNÇÃO

PUBLICA, DECORRENCIA, CARACTERIZAÇÃO, CRIME CONTRA FUNCIONARIO PUBLICO

EM RAZÃO DA FUNÇÃO.

Referência Legislativa

LEG:FED DEL:002848 ANO:1940

***** CP-40 CODIGO PENAL - ART:00331 ART:00327

Doutrina

OBRA : LIÇÕES DE DIREITO PENAL, FORENSE, PARTE ESPECIAL, V. 2

AUTOR : HELENO CLAUDIO FRAGOSO

3 - RHC 9142/SP; RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS 1999/0088332-2

Relator(a)

Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA (1106)

Orgão Julgador - T5 - QUINTA TURMA

Data do Julgamento - 22/02/2000

Page 126: Livro Da Guarda Municipal

Data da Publicação/Fonte - DJ 20.03.2000 p.00082LEXSTJ VOL.:00130 p.00286

RT VOL.:00779 p.00524

Ementa

HABEAS CORPUS. PRISÃO EM FLAGRANTE. GUARDA MUNICIPAL.

ENTORPECENTE. BUSCA E APREENSÃO. CRIME PERMANENTE. Em se tratando de delito

de natureza permanente, é prescindível a apresentação de mandado para o efeito de

apreensão da substância entorpecente e prisão do portador ou depositário. Recurso

desprovido.

Acórdão

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA

TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas

taquigráficas a seguir, por unanimidade, negar provimento ao recurso. Votaram com o

Relator os Ministros EDSON VIDIGAL, FELIX FISCHER, GILSON DIPP e JORGE

SCARTEZZINI.

Resumo Estruturado

DESCABIMENTO, RELAXAMENTO DE PRISÃO, DENUNCIADO, TRAFICO DE

ENTORPECENTE, HIPOTESE, GUARDA MUNICIPAL, REALIZAÇÃO, PRISÃO EM

FLAGRANTE, DECORRENCIA, BUSCA E APREENSÃO, ENTORPECENTE, RESIDENCIA, REU,

INDEPENDENCIA, EXISTENCIA, MANDADO JUDICIAL, INEXISTENCIA,

CONSTRANGIMENTO ILEGAL, CARACTERIZAÇÃO, CRIME PERMANENTE.

Referência Legislativa

LEG:FED CFD:****** ANO:1988

***** CF-88 CONSTITUIÇÃO FEDERAL

ART:00005 INC:00011 ART:00144 PAR:00008 LEG:FED LEI:006368

ANO:1976

***** LT-76 LEI DE TOXICOS

ART:00012 LEG:FED DEL:003689 ANO:1941

***** CPP-41 CODIGO DE PROCESSO PENAL

ART:00301 ART:00303 LEG:FED DEL:002848 ANO:1940

***** CP-40 CODIGO PENAL

ART:00180

Doutrina

OBRA:

Page 127: Livro Da Guarda Municipal

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL INTERPRETADO, ATLAS, 4ª ED., P. 350

AUTOR: JULIO F. MIRABETE

OBRA :

PROCESSO PENAL, ATLAS, 3ª ED., 1994, P. 362

AUTOR:

JULIO F. MIRABETE

4 - RHC 7916/SP; RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS 1998/0066804-7

Relator(a)

Ministro FERNANDO GONÇALVES (1107)

Orgão Julgador -T6 - SEXTA TURMA

Data do Julgamento - 15/10/1998

Data da Publicação/Fonte - DJ 09.11.1998 p.00175 LEXSTJ VOL.:00115 p.00302

Ementa

RHC. PRISÃO EM FLAGRANTE. GUARDA MUNICIPAL. APREENSÃO DE COISAS.

LEGALIDADE. DELITO PERMANENTE.

1. A guarda municipal, a teor do disposto no § 8°, do art. 144, da Constituição

Federal, tem como tarefa precípua a proteção do patrimônio do municipio, limitação que

não exclui nem retira de seus integrantes a condição de agentes da autoridade,

legitimados, dentro do princípio de auto-defesa da sociedade, a fazer cessar eventual

prática criminosa, prendendo quem se encontra em flagrante delito, como de resto

facultado a qualquer do povo pela norma do art. 301 do Código de Processo Penal. (grifei)

2. Nestas circunstâncias, se a lei autoriza a prisão em flagrante, evidentemente

que faculta - também - a apreensão de coisas, objeto do crime.

3. Apenas o auto de prisão em flagrante e o termo de apreensão serão lavrados

pela autoridade policial.

4. Argüição de nulidade rejeitada, visto que os acusados, quando detidos,

estavam em situação de flagrância, na prática do crime previsto no art. 12, da Lei nº

6.368/76 - modalidade guardar substância entorpecente.

5. RHC improvido.

Acórdão

Por unanimidade, negar provimento ao recurso.

Resumo Estruturado

Page 128: Livro Da Guarda Municipal

LEGALIDADE, PRISÃO EM FLAGRANTE, APREENSÃO, ENTORPECENTE,

HIPOTESE, GUARDA MUNICIPAL, PERSEGUIÇÃO, REU, APRESENTAÇÃO, AUTORIDADE

POLICIAL, LAVRATURA, APREENSÃO, AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, CRIME,

GUARDA, ENTORPECENTE, CRIME PERMANENTE.

Referência Legislativa

LEG:FED CFD:****** ANO:1988

***** CF-88 CONSTITUIÇÃO FEDERAL

ART:00144 PAR:00008 LEG:FED DEL:003689 ANO:1941

***** CPP-41 CODIGO DE PROCESSO PENAL

ART:00301

Doutrina

OBRA: CÓDIGO DE PROCESSO PENAL INTERPRETADO, 4ª ED., ATLAS, P. 350

AUTOR : MIRABETE

5 - CC 4276 / SP ; CONFLITO DE COMPETENCIA 1993/0003678-5

Relator(a)

Ministro EDSON VIDIGAL (1074)

Orgão Julgador - S3 - TERCEIRA SEÇÃO

Data do Julgamento - 16/09/1993

Data da Publicação/Fonte - DJ 04.10.1993 p.20494 RT VOL.:00702 p.00413

Ementa

GUARDA METROPOLITANO. CRIME COMUM. COMPETENCIA.

1. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 144, PAR. 8, AUTORIZA O MUNICIPIO A

CONSTITUIR GUARDA MUNICIPAL DESTINADA A PROTEÇÃO DE SEUS BENS, SERVIÇOS E

INSTALAÇÕES.

2. NÃO SENDO OS INTEGRANTES DA GUARDA METROPOLITANA DE SÃO

PAULO, CAPITAL, POLICIAIS MILITARES, NEM BOMBEIROS MILITARES, OS CRIMES

QUE LHES SEJAM IMPUTADOS SERÃO SEMPRE DA COMPETENCIA DA JUSTIÇA

COMUM, AINDA QUE PRATICADOS NO HORARIO DE SERVIÇO. (grifei)

3. CONFLITO CONHECIDO; COMPETENCIA DO JUIZO SUSCITADO.

Acórdão

Page 129: Livro Da Guarda Municipal

POR UNANIMIDADE, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR COMPETENTE O

SUSCITADO, JUIZO DE DIREITO DA 2A. VARA CRIMINAL DO FORO REGIONAL DE SÃO

MIGUEL PAULISTA-SP.

Resumo Estruturado

COMPETENCIA JURISDICIONAL, JUSTIÇA COMUM, JULGAMENTO, GUARDA

MUNICIPAL, SP, HIPOTESE, AGRESSÃO FISICA, VITIMA, VIA PUBLICA, IRRELEVANCIA,

OCORRENCIA, CRIME, HORARIO, SERVIÇO, DECORRENCIA FALTA, INTEGRAÇÃO,

QUADRO DE CARREIRA, POLICIA MILITAR, AFASTAMENTO, COMPETENCIA, JUSTIÇA

MILITAR.

Referência Legislativa

LEG:FED CFD:000000 ANO:1988

***** CF-88 CONSTITUIÇÃO FEDERAL

ART:00125 PAR:00004 ART:00144 PAR:00008

6 - SUSPENSÃO DE SEGURANÇA Nº 1.314 - SP (2003/0237037-0)

Relator(a)

Ministro NILSON NAVES

Data da Publicação - DJ 09.03.2004

DECISÃO

O Município de Campinas, com fulcro no art. 25 da Lei nº 8.038/90, vem

requerer a suspensão da medida liminar concedida nos autos do Mandado de Segurança

nº 353.758.5/7, em trâmite no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. ...... ...e

outros impetraram mandado de segurança com pedido liminar contra ato judicial exarado

pelo Juiz da 2ª Vara Cível de Campinas, que julgou improcedente o pedido feito nos autos

da Ação Popular nº 2.375/2003, ajuizada pelos ora impetrantes. A finalidade da ação

popular era impedir a instalação, por parte da municipalidade, de base da Guarda

Municipal na praça Santa Rosa, localizada no Distrito de Souzas, em Campinas. Para tanto,

alegaram que houve desvirtuamento da finalidade do bem, visto que a praça se trata de

bem público, isto é, de uso comum do povo. Assim, a medida liminar foi deferida nos

seguintes termos (fls. 31 e 32): " (retirei o nome do autor da ação)

Vistos.

1. Trata-se de Mandado de Segurança impetrado por ...... ...e outros,

contra os efeitos da sentença proferida pelo MM. Juiz de Direito da 2ª Vara Cível da

Page 130: Livro Da Guarda Municipal

Comarca de Campinas, julgando improcedente ação popular ajuizada pelos impetrantes,

visando a suspensão da edificação de posto policial, na Praça Santa Rosa, situada do

Distrito de Souzas, em Campinas, considerando haver desvirtuamento do bem de uso

comum do povo. Questionam o decisório judicial, que partiria de premissa equivocada e

diante do prejuízo público com o reinício da obra, orçado em R$ 800.000,00 (oitocentos

mil reais), já que revogada a liminar deferida de início. Pedem liminar, levando em conta

não haver recurso para suspender aquela obra. (retirei o nome do autor da ação)

2. A título provisório, relegando para oportunidade ulterior o exame da

adequação do mandado em pauta, verifica-se que, em princípio, não estando previsto o

efeito suspensivo para sentença, como a proferida, em tese, mostra-se possível a

mandamental para questionar as conseqüências do reinício da obra aludida, ao menos,

alerte-se, até que a C. Turma Julgadora avalie, de forma mais aprofundada, o direito dos

impetrantes, donde a natureza parcial da cautela. Presentes, os requisitos legais, defiro,

em parte, a liminar, até reanálise da questão pelo eminente relator a ser sorteado.

"Sustenta, em síntese, o requerente que a decisão impugnada tem o condão de causar

lesão à segurança e à economia públicas. A uma, porque impede a administração de

proporcionar à população a segurança devida com a instalação de Guardas Municipais. A

duas, porque o material de construção já foi adquirido e encontra-se estocado no

armazém da empresa contratada, no entanto as placas de madeira tendem a perecer com

a suspensão das obras, o que certamente trará dano aos cofres municipais (fl. 11).

Instado a se manifestar, o Ministério Público Federal, na pessoa da Subprocuradora-Geral

Maria Caetana Cintra Santos, opina pelo deferimento da suspensão, ao fundamento da

"potencialidade lesiva da manutenção da liminar concedida, no que tange à

incolumidade da população, e à integridade da economia pública" (fl. 163). (grifei)

Relatei. Decido.

Com efeito, a drástica medida da suspensão de liminar deferida em mandado de

segurança somente tem vez quando demonstrado que da decisão atacada resulta sério

dano a pelo menos um dos bens tutelados pela norma de regência. Tenho que, na

hipótese, restou demonstrada a potencialidade danosa da decisão questionada,

consoante os argumentos trazidos à baila pelo requerente, sobretudo no que concerne

à segurança pública. Conforme se infere dos autos, a própria população de Campinas

clama pela instalação dos postos de guarda, manifestando-se em favor disso por meio de

abaixo-assinado e de ofício da Secretaria de Estado da Educação. Todavia a medida

Page 131: Livro Da Guarda Municipal

urgente foi concedida em favor do interesse de particulares, em detrimento do interesse

do restante da população, o que por si só embasa a concessão da contracautela aqui

pleiteada. (grifei)

Diante do exposto, defiro o pedido a fim de sobrestar os efeitos da decisão

proferida nos autos do Mandado de Segurança nº 353.758.5/7, em trâmite no Tribunal de

Justiça do Estado de São Paulo.

Comunique-se com urgência.

Intime-se.

Brasília, 1º de março de 2004.

Ministro Nilson Naves

Presidente

Page 132: Livro Da Guarda Municipal

6. A GUARDA MUNICIPAL E O GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

Atualmente, no Estado do Paraná, muito embora haja empenho por parte dos

Deputados Estaduais no que diz respeito à Segurança Pública, quanto à Guarda Municipal,

a mesma continua alheia à Constituição Estadual, diferente de alguns estados que já

inseriram esta Corporação nos seus Ordenamentos Jurídicos.

Provavelmente, com o advento da vindoura Emenda Constitucional (Constituição

Federal), tenhamos também o texto já reformado no seio da Constituição do Estado do

Paraná.

Quanto aos Projetos de Lei, por tratar-se de matéria de competência do

Legislativo Federal, no Parlamento Estadual, existem alguns em tramitação, sendo

Projetos na fase embrionária, os quais aguardam complementações por parte de uma

Legislação Federal.

Page 133: Livro Da Guarda Municipal

7. A GUARDA MUNICIPAL DE CURITIBA E A LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

7.1. LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO

A Lei Orgânica do Município de Curitiba, promulgada em 05 de abril de 1990,

em seu artigo 102, seguindo a facultas agendi originária do artigo 144, § 8º, da

Constituição da República Federativa do Brasil, inseriu o presente texto:

“Art. 102 O Município manterá uma guarda municipal para a proteção de seus

bens, serviços e instalações, conforme disposto em lei”. (grifei)

O Município de Curitiba através da Assembléia Municipal Constituinte,

demonstrando respeito para com o cidadão curitibano, acolheu esta faculdade emanada

da Assembléia Constituinte Federal, onde não apenas trouxe parte do texto constitucional,

mas também optou em não apenas considerar a manutenção da Guarda Municipal uma

faculdade, mas sim, tornando-a uma norma agendi.

7.2. LEI DE CRIAÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL DE CURITIBA

Lei 6867/ 86

"Autoriza a criação da ¹Guarda Municipal e

dá providências correlatas".

A Câmara Municipal de Curitiba, Capital do Estado do Paraná, decretou e eu,

Prefeito Municipal sanciono a seguinte lei:

Art. 1º Fica o Chefe do Poder Executivo autorizado a criar Guarda Municipal.

Art. 2º São atribuições da Guarda Municipal: I. exercer a vigilância interna e externa sobre os próprios municipais, parques,

jardins, escolas, teatros, museus, bibliotecas, cemitérios, mercados, feiras-livres, no

sentido de:

Page 134: Livro Da Guarda Municipal

a) protegê-los dos crimes contra o patrimônio;

b) orientar o público e o trânsito de veículos, em caráter auxiliar à Policia

Militar;

c) prevenir a ocorrência, internamente, de qualquer ilícito penal;

d) controlar a entrada e a saída de veículos;

e) prevenir sinistros, atos de vandalismo e danos ao patrimônio.

II. Garantir os serviços de responsabilidade do Município e, bem assim, sua

ação fiscalizadora no desempenho de atividade de polícia administrativa, nos termos

das Constituições Federal e Estadual e da Lei Orgânica.

§ 1º A Guarda Municipal deverá atuar em sintonia com os organismos

policiais do Estado, dentro de suas atribuições específicas.

§ 2º A Guarda Municipal colaborará, quando solicitado, com as tarefas

atribuídas à defesa civil na ocorrência de calamidades públicas e grandes sinistros.

§ 3º Será atribuição da Guarda Municipal, igualmente o desempenho das

tarefas enumeradas no “caput” deste Artigo no âmbito das autarquias, fundações e

empresas de economia mista municipais.

²§ 4º - O efetivo de pessoal da Guarda Municipal será prioritariamente

empregado na vigilância das escolas da Rede Municipal de Ensino, atendendo-se às

demais atribuições previstas neste artigo, apenas na medida da disponibilidade

remanescente de pessoal.

²§ 5º - Para atender a vigilância das escolas, utilizar-se-á preferencialmente,

integrante da Guarda Municipal que resida próximo à unidade escolar respectiva.

Art. 3º A Guarda Municipal será chefiado por um Diretor, cargo de provimento

em comissão.

Parágrafo único. 0 Serviço será dividido em tantos agrupamentos quantos se

fizerem necessários ao desempenho de suas tarefas, com respectivas Chefias

Art. 4º o efetivo de pessoal da Guarda Municipal terá seu número

previamente fixado em Decreto do Chefe do Executivo.

§ 1º O pessoal admitido para a Guarda Municipal reger-se-á pela

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pelo Regulamento Geral próprio.

§ 2º A admissão far-se-á. de modo a avaliar-se as condições físicas,

Page 135: Livro Da Guarda Municipal

psicológicas e culturais dos candidatos, assim como seus antecedentes,

indispensáveis ao desempenho de sua missão.

§ 3º O pessoal admitido será devidamente treinado, podendo, para tanto, ser

firmado convênios com organismos policiais do Estado do Paraná ou com outras

entidades públicas.

Art. 5º O Regulamento Geral da Guarda Municipal dispondo sobre a

distribuição e coordenação de suas atividades, as atribuições específicas das

unidades que o constituem, bem como as normas próprias aplicáveis ao seu pessoal,

será expedido, mediante Decreto, pelo Prefeito Municipal.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

PALÁCIO 29 MARÇO, em 17 de julho de 1986.

Roberto Requião de Mello e Silva

Prefeito Municipal

1 Lei 7356/89: dá nova redação ¹Guarda Municipal

2- Lei 7360/89 Acrescenta parágrafos 4° e 5º ao Art. 2º.

7.3. PRIMEIRO REGULAMENTO DA GUARDA MUNICIPAL DE CURITIBA

Decreto nº 535/88

Aprova o Regulamento Geral

do Departamento do Serviço

Municipal de Vigilância.

O PREFEITO MUNICIPAL DE CURITIBA, CAPITAL DO ESTADO DO

PARANÁ, no uso de suas atribuições legais, com fundamento na Lei Orgânica do

município e na Lei 6867, de 17 de julho de 1986, decreta:

Art. 1º Fica aprovado o Regulamento Geral do Departamento do Serviço

Page 136: Livro Da Guarda Municipal

Municipal de Vigilância, constante do anexo ao presente decreto.

Art. 2º Este decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

PALÁCIO 29 DE MARÇO, em 30 de novembro de 1988.

Roberto Requião de Mello e Silva Prefeito Municipal

Erickson Diotalevi Secretário Municipal Da Administração

ANEXO I

REGULAMENTO GERAL DO DEPARTAMENTO DO SERVIÇO MUNICIPAL DE

VIGILÂNCIA (GUARDA MUNICIPAL)

CAPÍTULO I

Da Denominação

Art. 1º O presente Regulamento Geral disciplina o funcionamento e dispõe

sobre a estrutura básica do Departamento do Serviço Municipal de Vigilância.

CAPÍTULO II

Dos Objetivos

Art. 2º O Departamento do Serviço Municipal de Vigilância tem por objetivos:

I. Garantir o funcionamento dos serviços de responsabilidade do Município, e ,

bem como, a sua ação fiscalizadora no desempenho de atividades de polícia

administrativa.

II. Exercer a vigilância interna e externa sobre os próprios municipais, estações

e terminais viários, parques, jardins, escolas, creches, teatros, postos de saúde, museus,

bibliotecas, cemitérios, mercados, feiras-livres e áreas de estacionamento no sentido de:

a) protegê-los dos crimes contra o patrimônio;

b) prevenir a ocorrência, internamente, de qualquer ilícito penal;

c) controlar a entrada e a saída de veículos;

d) prevenir sinistros;

Page 137: Livro Da Guarda Municipal

e) coibir atos de vandalismo e danos ao patrimônio.

III. Prestar colaboração à defesa civil, bem como, na prevenção e combate a

incêndios, inundações e outras atividades de vigilância e fiscalização que lhe forem

atribuídas.

IV. Orientar o público e o trânsito de veículos, em caráter auxiliar à Polícia

Militar.

Art. 3º As atividades do Departamento do Serviço Municipal de Vigilância

enumeradas neste Capítulo abrangem os edifícios dos órgãos da administração indireta

do Município de Curitiba.

Art. 4º O Departamento do Serviço Municipal de Vigilância, da Secretaria de

Governo Municipal, tem a seguinte estrutura orgânica funcional:

DEPARTAMENTO DO SERVIÇO MUNICIPAL DE VIGILÂNCIA GM C-2 Diretor

Secretaria Executiva GM -1 FG-3 Chefe da Secretaria

Assistência da Direção GM -2 FG-3 Assistente

Divisão de Operações Gerais GM -3 FG-3 Chefe da Divisão

Serviço de Controle de Trânsito GM –3.1 FG-2 Chefe de Serviço

Serviço de Proteção GM –3.2 FG-2 Chefe de Serviço

Seção de Proteção à Freguesia da Matriz GM –3.2.1 FG-1 Chefe de Seção

Seção de Proteção à Freguesia do Portão GM -3.2.2 FG-1 Chefe de Seção

Seção de Proteção à Freguesia do Boqueirão GM -3.2.3 FG-1 Chefe de Seção

Seção de Proteção à Freguesia do Cajurú GM -3.2.4 FG-1 Chefe de Seção

Seção de Proteção à Freguesia do Pinheirinho GM -3.2.5 FG-1 Chefe de Seção

Seção de Proteção à Freguesia do Umbará GM -3.2.6 FG-1 Chefe de Seção

Seção de Proteção à Freguesia do Boa Vista GM -3.2.7 FG-1 Chefe de Seção

Seção de Proteção à Freguesia de Santa Felicidade GM -3.2.8 FG-1 Chefe de Seção

Seção de Proteção à Freguesia de Campo Comprido GM -3.2.9 FG-1 Chefe de Seção

Serviço de Vigilância GM –3.3 FG-2 Chefe de Serviço

Divisão de Apoio Logistico GM -4 FG-3 Chefe da Divisão

Page 138: Livro Da Guarda Municipal

Serviço de Comunicação GM –4.1 FG-2 Chefe de Serviço

Seção de Armas e Munições GM –4.1.1 FG-1 Chefe de Seção

Divisão Administrativa GM -5 FG-3 Chefe da Divisão

Serviço de Controle de Pessoal GM –5.1 FG-2 Chefe de Serviço

Seção de Cadastro GM –5.1.1 FG-1 Chefe de Seção

Seção de Direitos e Deveres GM –5.1.2 FG-1 Chefe de Seção

Serviço de Bens Patrimoniais GM –5.2 FG-2 Chefe de Serviço

Serviço Financeiro GM –5.3 FG-2 Chefe de Serviço

Serviço de Material GM –5.4 FG-2 Chefe de Serviço

Serviço de Documentação e Arquivo GM –5.5 FG-2 Chefe de Serviço

Serviço de Transportes GM –5.6 FG-2 Chefe de Serviço

Serviço Gerais GM –5.7 FG-2 Chefe de Serviço

Seção de Protocolo GM –5.7.1 FG-1 Chefe de Seção

Seção de Cantina GM –5.7.2 FG-1 Chefe de Seção

Seção de Limpeza GM –5.7.3 FG-1 Chefe de Seção

Divisão de Instrução GM -6 FG-3 Chefe da Divisão

Serviço de Ensino GM –6.1 FG-2 Chefe de Serviço

Serviço de Instrução Policial e Técnica GM –6.2 FG-2 Chefe de Serviço

Divisão Técnica GM -7 FG-3 Chefe da Divisão

Serviço de Planejamento e Avaliação GM –7.1 FG-2 Chefe de Serviço

Serviço de Orientação e Acompanhamento GM –7.2 FG-2 Chefe de Serviço

Parágrafo único. Ficam criadas as funções gratificadas mencionadas neste

artigo.

CAPÍTULO IV

Das Atribuições

SEÇÃO I

Page 139: Livro Da Guarda Municipal

Das Diretoria

Art. 5º A Diretoria do Departamento do Serviço Municipal de Vigilância,

compete:

a) a direção geral do Departamento;

b) a coordenação de todas as atividades do Departamento;

c) a supervisão das tarefas atribuídas às divisões do Departamento;

d) a decisão final nas questões decorrentes de deliberações tomadas pelas

chefias subordinadas.

SUB-SEÇÃO ÚNICA

Da Secretaria Executiva

Art. 6º À Secretaria Executiva compete o desenvolvimento de todas as

atividades do Secretariado.

SEÇÃO II

Da Assistência da Direção

Art. 7º À Assistência da Direção, compete:

a) estudar, preparar, instruir e minutar os processos e expedientes internos e

externos a serem encaminhados à decisão do Diretor do Departamento;

b) assistir o Diretor do Departamento em seus atos e na aplicação de

penalidades;

c) elaborara a proposta orçamentária do Departamento, com o assessoramento

do serviço financeiro da Divisão Administrativa;

d) controlar e acompanhar a execução das dotações orçamentárias do

Departamento;

e) colher e prestar as informações em processos administrativos e de compras,

indispensáveis à melhor decisão da Direção do Departamento;

f) coligir as críticas, sugestões, reclamações e solicitações originárias de fontes

externas, relativas ao Departamento para encaminhá-las à Diretoria para solução.

SEÇÃO III

Das Divisões

SUB-SEÇÃO I

Divisão de Operações Gerais

Art. 8º À Divisão de Operações Gerais, compete:

Page 140: Livro Da Guarda Municipal

a) executar os serviços de controle de trânsito;

b) coordenar as atividades de proteção na área das freguesias;

c) coordenar as atividades de vigilância em geral;

d) empregar racionalmente os recursos humanos e materiais disponíveis, no

sentido de aprimorar o atendimento aos que necessitarem dos seus serviços;

e) manter um agrupamento de operações de atendimento para eventos

especiais, antecedendo o emprego das forças policiais;

f) solicitar à Divisão de Instrução, sempre que necessário a reciclagem de

conhecimentos técnicos e de condicionamento físico de seu pessoal;

g) atuar em consonância com a Divisão Técnica;

h) solicitar à Divisão de Apoio Logístico os serviços e o equipamento de que

necessitar;

i) solicitar à Divisão Administrativa o abastecimento de material e o

fornecimento de veículos, para vestir e transportar o seu pessoal;

j) elaborar relatórios mensais e anuais, relativos às suas atividades;

k) exercer outras atribuições determinadas pela Direção do Departamento.

SUB-SEÇÃO II Divisão de Apoio Logístico

Art. 9º À Divisão de Apoio Logístico, compete:

a) executar os serviços de comunicação entre a Direção do Departamento e a

Divisão de Operações Gerais;

b) coordenar os serviços de comunicação entre os elementos da Divisão de

Operações Gerais;

c) prover a Divisão de Operações Gerais do armamento e das munições

necessários;

d) elaborar relatórios mensais e anuais, relativos às suas atividades;

e) exercer outras atividades determinadas pela Direção do Departamento.

SUB-SEÇÃO III

Divisão Administrativa

Art. 10 À Divisão Administrativa, compete:

a) manter o cadastro atualizado de todos os servidores do Departamento, bem

como, controlar a freqüência dos mesmos;

Page 141: Livro Da Guarda Municipal

b) acompanhar o exercício dos direitos e deveres do pessoal do

Departamento;

c) executar a programação das atividades da administração de pessoal;

d) registrar os bens patrimoniais do Departamento:

e) executar todas as atividades financeiras do Departamento;

f) colaborar com a Assistência da Direção na elaboração da proposta

orçamentária;

g) exercer o controle, manutenção e fornecimento do material;

h) organizar e manter atualizado o arquivo de documentos do Departamento;

i) organizar a biblioteca do Departamento;

j) prestar os serviços de transporte necessários à Direção e a todas as

Divisões do Departamento;

k) controlar a movimentação dos veículos do Departamento;

l) manter os veículos em condições de funcionamento;

m) executar as atividades de protocolo;

n) administrar a cantina do Departamento;

o) executar os serviços de limpeza das instalações do Departamento;

p) executar outros serviços gerais que se fizerem necessários;

q) elaborar relatórios mensais e anuais, relativos às suas atividades;

r) exercer outras atividades determinadas pela Direção do Departamento.

SUB-SEÇÃO IV

Divisão de Instrução

Art. 11 À Divisão de Instrução, compete:

a) programar e ministrar o ensino relativo aos integrantes da carreira de

guarda Municipal;

b) preparar e executar as provas de habilitação, para os candidatos à carreira

de Guarda Municipal;

c) controlar a freqüência às aulas ministradas pela Divisão;

d) avaliar o aproveitamento do pessoal na formação teórica e na instrução

policial;

e) realizar cursos de treinamento e aperfeiçoamento;

f) submeter à reciclagem de conhecimentos técnicos e de condicionamento

físico, os elementos indicados pela Divisão de Operações Gerais;

g) dar instrução física aos integrantes da carreira de Guarda Municipal;

Page 142: Livro Da Guarda Municipal

h) ministrar conhecimentos técnicos de segurança e defesa pessoal;

i) fornecer conhecimentos gerais sobre legislação penal, civil, administrativa e

de trânsito;

j) elaborar relatórios mensais e anuais, relativos às suas atividades;

k) exercer outras atividades determinadas pela Direção do Departamento.

SUB-SEÇÃO V

Divisão Técnica

Art. 12 À Divisão Técnica, compete:

a) planejar e avaliar as atividades operacionais do Departamento;

b) orientar e acompanhar as atividades operacionais do Departamento, a

serem desenvolvidas pelas Divisões de Operações Gerais e de Apoio Logístico;

c) elaborar relatórios mensais e anuais, relativos às suas atividades;

d) exercer outras atividades determinadas pela Direção do Departamento.

CAPÍTULO V

Da Carreira de Guarda Municipal SEÇÃO I

Constituição

Art. 13 A carreira da Guarda Municipal é constituída das seguintes classes:

(nominadas pela ordem hierárquica decrescente).

I. Guarda Municipal de 3ª. Classe.

II. Guarda Municipal de 2ª. Classe.

III. Guarda Municipal de 1ª. Classe.

IV. Sub-Inspetor.

V. Inspetor.

VI. Inspetor de Área.

SEÇÃO II

Admissão

Art. 14 A admissão para a carreira de Guarda Municipal será feita através de

concurso público e o ingresso dar-se-á no nível inicial da Classe de Guarda Municipal de

3ª. Classe.

Page 143: Livro Da Guarda Municipal

Parágrafo único. O concurso público de que trata este artigo será constituído

por duas fases:

I. Provas escritas de conhecimentos e exame de investigação de conduta,

exame patológico, exame de saúde e exame de aptidão física.

II. Curso de Formação técnico-profissional.

Art. 15 Na inscrição para o concurso público previsto no artigo antecedente,

serão admitidos candidatos do sexo masculino e do sexo feminino, de conformidade com

o número de vagas previamente fixado.

Art. 16 O edital de abertura das inscrições para o ingresso na carreira de

Guarda Municipal, conterá o respectivo prazo e as condições gerais.

Art. 17 As condições gerais exigidas dos candidatos à inscrição no concurso

previsto no art.15, são as seguintes:

I. Ser brasileiro nato ou naturalizado.

II. Possuir certificado de reservista de 1ª. Categoria (para candidatos do

sexo masculino).

III. Estar apto física e mentalmente.

IV. Ser eleitor.

V. Ter bons antecedentes.

VI. Haver concluído o 1º Grau de Escolaridade.

VII. Possuir, no mínimo, 1,70m de altura.

VIII. Haver completado 18 anos de idade, e, ter no máximo, 35 anos no ato

da inscrição.

SEÇÃO III

Atribuições Específicas

Art. 18 Ao Inspetor de Área, compete:

a) coordenar e supervisionar as atividades dos Guardas Municipais da área de

jurisdição da Freguesia respectiva, no Município de Curitiba;

b) manter intercâmbio com os servidores dos órgãos públicos existentes na

sua área;

c) propor medidas para o aperfeiçoamento da Guarda municipal;

d) dar conhecimento aos seus subordinados, das ordens emanadas da

Direção da guarda municipal;

e) elaborar relatórios mensais e anuais, relativos às suas atividades;

f) exercer outras atividades técnicas determinadas pela Direção do

Page 144: Livro Da Guarda Municipal

Departamento;

Art. 19 Ao Inspetor compete:

a) distribuir as tarefas dos Sub-Inspetores, e transmitir a estes as ordens

emanadas da Direção da Corporação, conhecidas através do Inspetor de Área de sua

jurisdição;

b) elaborar as escalas de serviço dos Guardas Municipais em atividades na

Freguesia a que pertence;

c) fiscalizar o policiamento na área de sua jurisdição;

d) fiscalizar o trato dos Guardas Municipais para com o público;

e) inspecionar o emprego do armamento;

f) encaminhar ao Inspetor de Área as dúvidas e os conflitos que não possa

solucionar;

g) participar da instrução dos Guardas municipais que exercerão atividades na

sua Freguesia;

h) fazer rondas periódicas nos postos de policiamento da Guarda Municipal,

da área de sua jurisdição;

i) substituir o Inspetor de Área na ausência;

j) prestar assistência ao Inspetor de Área quando este solicitar;

k) elaborar relatórios mensais e anuais, relativos às suas atividades;

l) exercer outras atividades técnicas determinadas pela Direção do

Departamento;

Art. 20. Ao Sub-Inspetor compete:

a) distribuir as tarefas dos Guardas Municipais, e transmitir a estes as ordens

emanadas da Direção mencionadas na alínea “a” do art.19;

b) elaborar as escalas de serviços;

c) inspecionar o emprego do armamento;

d) fazer rondas permanentes nos postos de policiamento;

e) orientar diretamente os Guardas Municipais nas situações decorrentes de

suas atividades;

f) fiscalizar a atuação dos Guardas Municipais;

g) inspecionar a apresentação dos Guardas Municipais;

h) intermediar a colaboração entre os Guardas Municipais e os servidores de

outros órgãos públicos;

i) dar toda a orientação possível aos Guardas municipais no desempenho de

suas atribuições;

Page 145: Livro Da Guarda Municipal

j) prestar assistência direta aos Inspetores de sua área de jurisdição;

k) prestar assistência subsidiária ao Inspetor de área da Freguesia onde

presta serviço;

l) elaborar relatórios mensais e anuais, relativos às suas atividades;

m) exercer outras atividades técnicas determinadas pela Direção do

Departamento;

Art. 21. Ao Guarda Municipal de 1ª. ,2ª. E 3ª. Classes, respeitada a ordem

hierárquica, compete:

a) executar o policiamento ostensivo, preventivo, uniformizado e armado;

b) exercer a vigilância interna e externa prevista no inciso II, do art. 2º, do

presente regulamento;

c) garantir o funcionamento dos serviços da responsabilidade do Município de

Curitiba;

d) dar garantia às atividades de polícia administrativa no âmbito do Município;

e) prestar colaboração à defesa civil;

f) colaborar na prevenção e combate de incêndios e inundações;

g) orientar o público em geral, quando for necessário;

h) orientar, fiscalizar e controlar o trânsito municipal de pedestres e veículos;

i) colaborar com diversos órgãos públicos nas atividades que lhe digam

respeito;

j) cumprir fielmente as ordens emanadas de seus superiores hierárquicos;

k) exercer outras atividades determinadas pela Direção do Departamento.

SEÇÃO IV Ascensão Funcional

Art. 22 Ao ascensão funcional do Guarda Municipal de 3ª Classe aos cargos

imediatamente superiores na escala hierárquica estabelecida pelo art. 13, obedecerá a

critérios de acesso fixadas em decreto.

SEÇÃO V Regime Jurídico

Art. 23 Os integrantes da carreira de Guarda Municipal serão Regidos da

Consolidação das Leis do Trabalho-CLT.

Page 146: Livro Da Guarda Municipal

Art. 24 Além dos direitos trabalhistas que lhe são garantidos pela CLT, os

membros da Guarda Municipal terão direito a porte de arma, devidamente regularizado.

Art. 25 Além dos deveres estipulados pela CLT, cabe aos ocupantes dos cargos

da carreira de Guarda Municipal, cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as

ordens de serviço.

SEÇÃO VI Cursos

Art. 26 Os integrantes da carreira de Guarda Municipal deverão participar de

cursos de caráter periódico e permanente, além dos de formação.

§ 1º São cursos de caráter periódico:

a) de treinamento;

b) de aperfeiçoamento ou especialização;

c) de reciclagem de conhecimentos técnicos e de condicionamento físico.

§ 2º São cursos de caráter permanente:

a) de técnicas de segurança e de defesa pessoal;

b) de instrução policial.

Art. 27 Independentemente da participação nos cursos mencionados no artigo

anterior, será ministrada instrução física freqüente aos integrantes da carreira de Guarda

Municipal.

SEÇÃO VII Uniforme

Art. 28 A definição e o uso dos uniformes da carreira de Guarda Municipal e

seus acessórios constarão de regulamento próprio.

CAPÍTULO VI Da Composição das Chefias do Departamento

Art. 29 No Departamento do Serviço Municipal de Vigilância (Guarda Municipal)

existirão as seguintes chefias:

I Diretor.

II Assistente da Direção.

III Chefe de Divisão.

IV Chefe de Serviço.

V Chefe de Seção.

Page 147: Livro Da Guarda Municipal

V Secretaria-Executiva.

Art. 30 Para ocupar o cargo de Diretor, serão exigidos os seguintes requisitos:

a) formação superior de Bacharel em Direito;

b) experiência na área de segurança pública;

c) conduta ilibada notória.

Art. 31 A sub-chefia do Departamento (Assistência da Direção), será exercida

por um Inspetor de Área.

Art. 32 As chefias das Divisões serão exercidas por Inspetores de Área.

Parágrafo único. Em caráter especial, a chefia das Divisões Administrativa e de

Instrução poderá ser exercida por profissional especializado na respectiva área.

Art. 33 As Chefias do Serviços e das Seções, das Divisões Administrativa e

Técnica da Guarda Municipal serão exercidas por servidores da Prefeitura que

preencherem os requisitos exigidos.

Art. 34 As Chefias dos Serviços e Seções das demais Divisões, serão exercidas

por Inspetores.

Parágrafo único. As chefias dos Setores que vierem a ser criadas na Seção de

Proteção às Freguesias, serão exercidas por Sub-Inspetores.

Art. 35 Para a função de Secretaria Executiva dar-se-á preferência a servidor de

curso de secretariado.

CAPÍTULO VII Disposições Transitórias

Art. 36 O provimento inicial dos cargos de Inspetor e Sub-Inspetor dar-se-á, em

caráter precário, com o aproveito dos 12 (doze) primeiros Guardas Municipais aprovados

no concurso público para a classe (3a.), por ordem de classificação, e nas avaliações

periódicas, posteriormente, realizadas pela Direção do Departamento do Serviço Municipal

de Vigilância.

§ 1º Os Guardas Municipais de que trata esse artigo serão designados para

ocupar as funções gratificadas-FG, respectivamente, nas Divisões de Apoio Logístico, de

Operações Gerais e de Instrução, e, sob o título de Supervisores, através de portaria.

Art. 37 Enquanto inexistirem ocupantes do cargo de Inspetor de Área, a função

gratificada de Assistente da Direção poderá ser exercida, a título precário, por pessoa que

preencha os requisitos estabelecidos no artigo 30.

Page 148: Livro Da Guarda Municipal

CAPÍTULO VIII Disposições Gerais

Art. 38 Fazem parte integrante deste Regulamento Geral, os Anexos I e II,

relativos, respectivamente às matérias contidas nos artigos 13 e 29.

Art. 39 Os integrantes da Carreira de Guarda Municipal poderão portar armas,

em todo o território do Município, para a defesa da população, quando no exercício das

atribuições inerentes ao seu cargo.

§ 1º No documento de identificação dos integrantes da carreira de Guarda

Municipal, deverá constar expressamente a autorização de porte de arma de que trata

este artigo.

§ 2º As armas aludidas neste artigo, bem como o seu respectivo porte, ficarão

sob o controle da Direção do Departamento do Serviço Municipal de Vigilância.

Art. 40 Os níveis que constituirão as diversas classes da carreira de Guarda

Municipal são as constantes do anexo I, referido no artigo 13, identificados por algarismos

arábicos, seguindo o símbolo GMG.

Art. 41 O salário dos integrantes da carreira de Guarda Municipal constarão em

tabela própria nos decretos de sua fixação baixadas pelo Prefeito.

Art. 42 Este regulamento entrará em vigor na data da publicação do decreto de

sua aprovação.

7.4. LEI Nº 10.630, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2002

"Transforma a carreira de Segurança

Municipal, da Administração Direta,

prevista na Lei Municipal nº 7670/91 e

suas alterações."

A CÂMARA MUNICIPAL DE CURITIBA, CAPITAL DO ESTADO DO PARANÁ,

aprovou e eu , Prefeito Municipal, sanciono a seguinte lei:

Page 149: Livro Da Guarda Municipal

CAPÍTULO I

DA ESTRUTURA DA CARREIRA E SUAS DIRETRIZES BÁSICAS

Art. 1º. Fica transformada, na Administração Municipal, a Carreira de Segurança

Municipal prevista na Lei nº 7670, de 10 de junho de 1991 e suas alterações.

Art. 2º. A Carreira de Segurança Municipal está voltada para a valorização e

incentivo ao profissional que apresentar resultados para a melhoria da qualidade da

segurança municipal, na proteção à população, aos bens, serviços e próprios do Município

de Curitiba.

Art. 3º. Para efeitos desta lei entende-se por:

I - Segurança Municipal - o conjunto formado pelos titulares do cargo único de

Guarda Municipal;

II - Guarda Municipal - o servidor investido no cargo, que exerce atividades de

planejamento, coordenação, execução, controle, orientação e fiscalização inerentes à

política de segurança do Município, objetivando a proteção da população e dos próprios

municipais.

III - Quadro - quantitativo de cargos, composto por:

a) Parte Permanente - estruturada em 03 (três) níveis de igual natureza e

crescente complexidade, composta por servidores com formação em nível médio e curso

de formação técnico-profissional para Guarda Municipal;

b) Parte Especial - a ser progressivamente extinta, conforme art. 24, desta lei,

composta pelos atuais ocupantes dos cargos de Agente de Segurança e Guarda Municipal,

cuja escolaridade é de nível básico.

IV - Carreira - o conjunto de níveis de natureza operacional semelhante,

dispostos em ordem crescente, segundo a complexidade das atribuições e o merecimento

do servidor.

V - Cargo - a vaga no quadro, correspondente ao conjunto de atribuições e

responsabilidades, prevista na estrutura da carreira.

VI - Nível - conjunto de atribuições diferenciadas, de acordo com o grau de

complexidade e responsabilidade, das atividades;

VII - Crescimento Horizontal - passagem de uma referência para a seguinte,

dentro do mesmo nível, mediante procedimento específico;

VIII - Crescimento Vertical por Merecimento - passagem de um nível para outro

imediatamente superior, mediante procedimento específico;

Page 150: Livro Da Guarda Municipal

IX - Padrão - a faixa de vencimentos composta de várias referências;

X - Referência - a posição distinta na faixa de vencimentos de cada padrão,

ocupada pelos respectivos titulares do cargo, na tabela salarial;

XI - Formulário de Gestão Profissional - instrumento no qual estão contidos os

dados que envolvem aspectos referentes ao desempenho das atividades próprias do

cargo, bem como aspectos de desenvolvimento profissional contínuo de cada servidor,

previstos para a realização e obtenção do crescimento horizontal;

XII - Formulário de Avaliação de Reconhecimento Pessoal e Profissional -

instrumento no qual estão contidas as informações necessárias à aferição dos aspectos

referentes às atividades efetivamente desenvolvidas pelo servidor, que possam conduzir à

promoção por merecimento, considerando aspectos de complexidade, responsabilidade,

criação e inovação, previstos para a realização e obtenção do crescimento vertical;

XIII - Formulário de Avaliação Funcional - instrumento no qual estão contidas as

informações necessárias à aferição dos aspectos referentes à área de atividade e às

obrigações funcionais do servidor, previstas para a participação no Procedimento de

Transição.

Art. 4º. A Carreira de Segurança Municipal tem como princípios básicos:

I - a mobilidade que permita ao Guarda Municipal, nos limites legais vigentes, a

prestação de serviços de segurança de excelência;

II - o desenvolvimento profissional co-responsável, que possibilite o

estabelecimento de trajetórias na carreira;

III - o crescimento horizontal e vertical por merecimento, de acordo com a

regulamentação da presente lei.

CAPÍTULO II

DA ESTRUTURA DA CARREIRA

Art. 5º. A Carreira da Segurança Municipal é constituída pelo cargo único de

Guarda Municipal, estruturado em 3 (três) níveis:

I - Nível I - formação de nível médio e curso de Formação Técnico-Profissional

para Guarda Municipal;

II - Nível II - formação de nível médio, curso de Formação Técnico-Profissional e

Aperfeiçoamento para Guarda Municipal;

Page 151: Livro Da Guarda Municipal

III - Nível III - formação de nível médio, curso de Formação Técnico-

Profissional, Aperfeiçoamento para Guarda Municipal e cursos adicionais voltados ao

exercício do cargo.

Parágrafo único. No desenvolvimento das atividades típicas de Guarda Municipal

os integrantes do Nivel II terão hierarquia sobre o Nível I e os do Nível III sobre os Níveis

II e I, na forma do regimento interno específico.

Art. 6º. O curso de Formação Técnico-Profissional a que alude o inciso I do art.

5º será ofertado a todos os titulares do cargo, como capacitação em serviço,

imediatamente após a investidura.

Parágrafo único. O conteúdo mínimo para o curso previsto neste artigo, será

definido na regulamentação da presente lei.

CAPÍTULO III

DA INVESTIDURA

Art. 7º. A investidura no cargo dar-se-á por concurso público, no Nível I da

Parte Permanente, com escolaridade de nível médio.

Parágrafo único. O vencimento básico inicial será o indicado para a Parte

Permanente na tabela constante no Anexo I da presente lei.

Art. 8º. O concurso público de que trata o art. 7º, deverá ser composto das

seguintes fases, de caráter eliminatório e/ou classificatório:

I - prova escrita de conhecimentos;

II - prova de aptidão física;

III - avaliação psicológica, inclusive com análise de perfil para o cargo e

habilitação para porte de arma;

IV - investigação de conduta;

V - exame médico ocupacional.

§ 1º. As fases acima relacionadas poderão ser realizadas em etapas distintas

conforme edital específico.

§ 2º. O edital de concurso público determinará, entre os candidatos classificados

em cada etapa, o número daqueles que poderão participar das etapas posteriores,

observada sempre a ordem classificatória.

Page 152: Livro Da Guarda Municipal

CAPÍTULO IV

DO CRESCIMENTO HORIZONTAL E VERTICAL POR MERECIMENTO

Seção I

Do Crescimento Horizontal

Art. 9º. O crescimento horizontal consiste na passagem de uma referência para

a seguinte, de acordo com o número de vagas ofertadas, dentro do mesmo nível.

Parágrafo único. As condições para a realização deste procedimento serão as

contidas nesta seção, bem como na regulamentação específica.

Art. 10. Poderão concorrer ao crescimento horizontal os servidores ativos,

ocupantes do cargo de Guarda Municipal, pertencentes tanto à parte Permanente quanto

à Parte Especial, desde que preenchidas as seguintes condições:

I - estabilidade no cargo;

II - cumprimento dos deveres funcionais;

III - efetivo exercício das atribuições no cargo;

IV - atingimento da pontuação mínima no Formulário de Gestão Profissional.

§ 1º. Os procedimentos específicos de crescimento horizontal ocorrerão a cada

2 (dois) anos.

§ 2º. O servidor ocupante do cargo de Guarda Municipal, em efetivo exercício

das atribuições do cargo, que obtiver a classificação para o crescimento horizontal,

avançará 01 (uma) referência na tabela salarial a cada procedimento.

§ 3º. A Administração garantirá, mediante inserção em tópico específico da Lei

de Diretrizes Orçamentárias, o mínimo de vagas para o crescimento horizontal,

considerando sempre 80% (oitenta por cento) do total do quadro de servidores ocupantes

do cargo.

§ 4º. Para participar do procedimento de crescimento horizontal o servidor

ocupante do cargo de Guarda Municipal deverá apresentar, devidamente preenchido, o

formulário de Gestão Profissional cujo conteúdo será regulamentado em decreto

específico.

§ 5º. O primeiro procedimento de que trata o "caput" deste artigo será

deflagrado em até 12 (doze) meses contados da vigência desta lei.

Page 153: Livro Da Guarda Municipal

Seção II

Do Crescimento Vertical por Merecimento

Art. 11. O crescimento vertical consiste na passagem de um nível para outro

superior, condicionado à disponibilidade orçamentária e abertura de Procedimento Seletivo

Específico pela Administração, de acordo com a regulamentação da presente lei.

Art. 12. Para participação no crescimento vertical deverão ser preenchidas as

seguintes condições:

I - ser estável;

II - estar em efetivo exercício das atribuições do cargo, na Parte Permanente do

quadro;

III - ter cumprido com os deveres funcionais;

Art. 13. O procedimento de crescimento vertical será composto das seguintes

fases, de caráter eliminatório e/ou classificatório:

I - aferição de conhecimentos compatíveis com o acréscimo de responsabilidade

e complexidade existente entre o nível ocupado e o pretendido;

II - prova de títulos

III - pontuação mínima no Formulário de Avaliação de Reconhecimento Pessoal

e Profissional;

IV - exame médico-ocupacional;

Art. 14. O servidor que obtiver classificação para o crescimento vertical, passará

para o nível seguinte com ganho de 8,636% (oito vírgula seiscentos e trinta e seis por

cento) sobre a referência que ocupava.

Art. 15. Para a realização de cada procedimento de crescimento vertical, a

Administração fixará mediante inserção em tópico específico de Lei Orçamentária, o

número de vagas a serem ofertadas.

Art. 16. Para a realização do procedimento seletivo específico de crescimento

vertical, fica a Administração Municipal autorizada a proceder a transferência e distribuição

do total de vagas previstas no art. 20, entre os níveis da carreira de Segurança Municipal,

desde que precedida de definição na Lei Orçamentária daquele mesmo exercício.

Art. 17. O primeiro procedimento de Crescimento Vertical por Merecimento será

deflagrado em até 18 (dezoito) meses, contados da vigência da presente lei.

Page 154: Livro Da Guarda Municipal

Seção III

Da Qualificação Profissional

Art. 18. O integrante da carreira de Segurança Municipal deverá qualificar-se,

aperfeiçoar-se e especializar-se na área própria de sua carreira, objetivando a capacitação

permanente através de programas de formação e aperfeiçoamento de caráter obrigatório

e desenvolvimento continuado.

Parágrafo único. A Secretaria Extraordinária de Defesa Social deverá garantir

oportunidades de condicionamento físico permanente a todos os integrantes da carreira

de Segurança Municipal.

CAPÍTULO V

DA REMUNERAÇÃO

Seção I Dos Vencimentos

Art. 19. A remuneração do servidor enquadrado no cargo de Guarda Municipal

em decorrência desta lei, corresponderá ao padrão e referência da tabela constante no

Anexo I, Parte Especial ou Parte Permanente, de valor igual ou imediatamente superior ao

seu vencimento básico atual, acrescida das vantagens pecuniárias a que fizer jus.

Art. 20. O número total de vagas do Quadro da carreira de Segurança Municipal

fica fixado em 2.300 (duas mil e trezentas), assim distribuídas I - Parte Especial - 1.179

(uma mil, cento e setenta e nove); II - Parte Permanente - 1.121 (uma mil cento e vinte e

uma), sendo: a) ocupadas - 42 (quarenta e duas); b) em aberto - 1.079 (uma mil e

setenta e nove).

Parágrafo único. Os números constantes neste artigo serão atualizados por

decreto, com base no quantitativo total existente na data da publicação da presente lei.

Seção II

Dos Procedimentos Iniciais e da Sistemática de Reenquadramento

Art. 21. O processo de reenquadramento previsto nesta lei, Anexo II, na Parte

Especial ou na Parte Permanente, será efetivado observando os seguintes critérios:

I - serão reenquadrados na Parte Especial os ocupantes dos cargos de Guarda

Municipal e de Agente de Segurança cuja investidura tenha observado qualificação de 1º

grau completo ou 4ª série do 1º grau, respectivamente, conforme a Lei Municipal nº

7670/91;

Page 155: Livro Da Guarda Municipal

II - serão reenquadrados na Parte Permanente, Nível II, os Guardas Municipais

que ocupam atualmente, conforme Lei nº 7670/91, o cargo de Supervisor.

§ 1º. O reenquadramento previsto neste artigo será realizado sem prejuízo dos

vencimentos dos servidores reenquadrados.

§ 2º. Os Guardas Municipais que ocupam atualmente, conforme Lei nº 7670/91,

o cargo de Supervisor serão reenquadrados no Nível II, Padrão 132, Referência "D", da

tabela constante no Anexo I.

Art. 22. Aos atuais inativos e benefícios decorrentes da carreira de Segurança

Municipal, fica assegurada a reclassificação de acordo com o cargo em que se deu a

aposentadoria.

Art. 23. Quando da publicação da presente lei, os integrantes do cargo de

Agente de Segurança, na Lei 7670/91, ativos e inativos, serão reenquadrados 02 (duas)

referências acima daquela em que se encontrarem.

CAPÍTULO VI

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 24. Fica assegurada aos servidores ativos, enquadrados na Parte Especial

do Quadro, a mudança para a Parte Permanente, observadas as seguintes condições:

I - para aqueles que de acordo com a Lei Municipal nº 7670/91 ocupavam o

cargo de Guarda Municipal:

a) comprovação de escolaridade de ensino médio completo;

b) prova escrita de conhecimentos relativos ao conteúdo de escolaridade de

nível médio;

c) atingimento de pontuação mínima no Formulário de Avaliação Funcional;

II - para aqueles que de acordo com a Lei Municipal nº 7670/91 ocupavam o

cargo de Agente de Segurança:

a) comprovação de escolaridade de ensino médio completo;

b) prova escrita de conhecimentos relativos ao conteúdo de escolaridade de

nível médio;

c) atingimento de pontuação mínima no Formulário de Avaliação Funcional;

d) curso de Formação Técnico-Profissional, abrangendo conteúdos de legislação,

técnicas operacionais, avaliação psicológica para porte de arma em serviço e dinâmicas

relacionais;

Page 156: Livro Da Guarda Municipal

§ 1º. A mudança da Parte Especial para a Parte Permanente será efetivada

através de Procedimento Específico de Transição que deverá ser deflagrado anualmente,

até dezembro de 2010, observadas as condições previstas na regulamentação da presente

lei.

§ 2º. Os ocupantes do cargo de Agente de Segurança aprovados no

Procedimento Específico de Transição, passarão à Parte Permanente do Quadro, sendo

reenquadrados no Nível I, Padrão 129, Referência D.

§ 3º. Os ocupantes do cargo de Guarda Municipal aprovados no Procedimento

Específico de Transição, passarão à Parte Permanente do Quadro, sendo reenquadrados

no Nível I, Padrão 129, Referência D.

§ 4º. Os servidores aprovados no Procedimento Específico de Transição, relativo

ao cargo de Guarda Municipal I, deverão ficar 02 (dois) anos, no mínimo, em efetivo

exercício das atribuições próprias do cargo, na Secretaria Extraordinária de Defesa Social.

§ 5º. Após a homologação de cada Procedimento Específico de Transição

realizado, serão extintos os cargos ocupados na Parte Especial pelos servidores que

participaram do processo e as respectivas vagas remanejadas para a Parte Permanente do

Quadro, até a total extinção da Parte Especial.

§ 6º. O cargo ocupado na Parte Especial que se tornar vago em conseqüência

de aposentadoria, exoneração, demissão ou óbito, será imediatamente transferido para a

Parte Permanente do Quadro.

§ 7º. Não haverá limite de vagas, quando da realização de cada procedimento

de transição.

§ 8º. Todos os efeitos funcionais e financeiros decorrentes do Procedimento de

Transição se produzirão a partir do primeiro dia do mês subseqüente à homologação do

procedimento.

Art. 25. As normas referentes ao crescimento horizontal constante da Seção I do

Capítulo IV desta lei se aplicam também à Parte Especial do Quadro.

Art. 26. Os decretos necessários à regulamentação da presente lei deverão ser

editados no prazo de 60 (sessenta) dias a partir da data de sua publicação.

Art. 27. Contra os atos determinados por esta lei, o ocupante do cargo de

Guarda Municipal poderá interpor recurso administrativo junto ao Núcleo de Recursos

Humanos da Secretaria Municipal de Administração, dentro do prazo de 60 (sessenta)

dias, contado a partir da data da sua publicação.

Page 157: Livro Da Guarda Municipal

Art. 28. Fica vedada aos atuais inativos decorrentes do quadro de Segurança

Municipal anterior à presente lei, qualquer das formas de crescimento e movimentação

previstas neste diploma.

Art. 29. Terá direito a participar dos procedimentos de crescimento vertical e

horizontal somente o servidor ocupante do cargo de Guarda Municipal que estiver

desenvolvendo suas atividades na Secretaria Extraordinária de Defesa Social.

Art. 30. Será criada, por portaria do Secretário Municipal de Recursos Humanos,

uma Comissão Executiva para a realização dos procedimentos de Transição e de

Crescimento Horizontal e Vertical por Merecimento.

Parágrafo único. A comissão será constituída por representantes da Secretaria

Municipal de Recursos Humanos, Secretaria Extraordinária de Defesa Social, 01 (um)

representante da Procuradoria Geral do Município e 01 (um) membro representante da

categoria da Guarda Municipal.

Art. 31. As despesas decorrentes da aplicação desta lei, correrão por conta do

orçamento próprio do Poder Executivo.

Art. 32. O servidor ocupante do cargo de Guarda Municipal que for indiciado por

autoridade policial pela prática de crime, deverá ser de imediato afastado do desempenho

das atribuições próprias do cargo, exceto as administrativas e burocráticas, com a

finalidade exclusiva de proteção ao interesse público.

§ 1º. Verificada a hipótese prevista no "caput" deste artigo, o titular da

Secretaria Extraordinária de Defesa Social deverá comunicar o fato à Procuradoria Geral

do Município, para instauração de processo administrativo disciplinar.

§ 2º. Na hipótese de servidor em estágio probatório aplicar-se-á o disposto no

"caput" deste artigo, bem como o preceituado no art. 3º da Lei Municipal nº 9723/99, com

remessa à Procuradoria Geral do Município para apuração em caráter prioritário.

Art. 33. Fica assegurado à pessoa portadora de deficiência o direito de se

inscrever nos concursos públicos a serem realizados para provimento do cargo de Guarda

Municipal I, em igualdade de condições com os demais candidatos, observadas as

disposições contidas no Decreto Municipal nº 252/2002.

Art. 34. Aos candidatos portadores de deficiência que, no momento da inscrição

do concurso, declararem, sob as penas da lei, estar enquadrados na definição do art. 4º

do Decreto Municipal nº 252/2002, será reservado 5% (cinco por cento) do total das

vagas ofertadas no edital.

Page 158: Livro Da Guarda Municipal

Art. 35. A investidura no cargo de Guarda Municipal a candidatos portadores de

deficiência que tenham participado do concurso público específico e obtido classificação

em vagas reservadas, estará condicionada à comprovação de aptidão plena para o

exercício do cargo, a ser aferida em avaliação específica, nos termos dos arts. 13 e 14 do

Decreto Municipal nº 252/2002 e disposições aplicáveis desta lei.

Art. 36. A Secretaria Municipal de Recursos Humanos deverá realizar,

periodicamente, avaliação de aptidão física e psicológica ocupacional, em todos os

integrantes da Carreira de Segurança Municipal.

Art. 37. Os integrantes da Carreira de Segurança Municipal poderão portar

armas, em todo o território do Município, para a proteção da população, dos próprios

municipais e para autodefesa, quando no exercício das atribuições inerentes ao cargo de

Guarda Municipal.

§ 1º. A autorização prevista no "caput" deste artigo deverá ser mencionada

expressamente no documento de identificação dos integrantes da Carreira de Segurança

Municipal, nos seguintes termos: "PORTE DE ARMA EXCLUSIVAMENTE EM SERVIÇO,

AUTORIZADO PELO ART. 37, DA LEI MUNICIPAL ...."

§ 2º. A obtenção do porte de armas ficará condicionada a aprovação em

avaliação psicológica para habilitação ao porte e uso de armas em serviço.

§ 3º. Estão dispensados da avaliação mencionada no parágrafo anterior os

servidores que, antes da vigência desta lei, eram detentores do cargo de Guarda

Municipal, por já terem passado pela aferição específica.

§ 4º. A Secretaria Municipal de Recursos Humanos deverá realizar, em

periodicidade a ser estabelecida pela Administração, avaliação psicológica para habilitação

ao porte e uso de armas em serviço.

Art. 38. Não serão aplicáveis à Carreira de Segurança Municipal criada por esta

lei, as seguintes disposições legais:

I - Lei nº 6.867, de 17 de julho de 1986;

II - Lei nº 7.356, de 05 de outubro de 1989;

III - Lei nº 7.360, de 27 de outubro de 1989;

IV - arts. 5º e 6º da Lei nº 8.164, de 11 de maio de 1993;

V - Lei nº 8.340, de 10 de dezembro de 1993;

VI - Lei nº 7.670, de 10 de junho de 1991;

VII - Lei nº 7.703, de 23 de agosto de 1991;

Page 159: Livro Da Guarda Municipal

VIII - art. 1º, da Lei nº 8.542, de 10 de outubro de 1994;

IX - art. 1º, da Lei nº 8.579, de 27 de dezembro de 1994;

X - art. 7º, da Lei nº 8.606, de 17 de abril de 1995;

XI - Decreto nº 452, de 12 de agosto de 1991;

XII - Decreto nº 140, de 18 de março de 1992;

XIII - Anexo I-G do Decreto nº 196, de 14 de fevereiro de 1995;

XIV - Decreto nº 181, de 07 de fevereiro de 1995.

Art. 39. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

PALÁCIO 29 DE MARÇO, em 30 de dezembro de 2002.

Cassio Taniguchi Prefeito Municipal

7.5 DECRETO Nº 100, DE 29 DE JANEIRO DE 2003

“Aprova especificações, atribuições, tarefas

típicas, requisitos e demais características do

cargo da carreira de Segurança Municipal.”

O PREFEITO MUNICIPAL DE CURITIBA, CAPITAL DOS ESTADO DO PARANÁ, no

uso de suas atribuições legais, considerando o disposto no Art. 39, da Constituição

Federal, Art. 33, da Constituição do Estado do Paraná e no Art. 88, da Lei Orgânica do

Município de Curitiba, decreta:

Art. 1º Ficam aprovadas as especificações, atribuições, tarefas típicas,

requisitos e demais características pertinentes ao cargo de Guarda Municipal, da

carreira de Segurança Municipal, do Quadro de Pessoal da Administração Direta, na

forma do anexo, que passa a fazer parte integrante deste decreto.

Art. 2º Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições referentes aos cargos de Agente de Segurança, Guarda Municipal,

Supervisor, Subinspetor e Inspetor do Decreto no 181/95.

Page 160: Livro Da Guarda Municipal

PALÁCIO 29 DE MARÇO, em 29 de janeiro de 2003.

Cassio Taniguchi PREFEITO MUNICIPAL

Marisa Cardoso Marés De Souza

SECRETÁRIA MUNICIPAL DE RECURSOS HUMANOS

Sanderson Diotalevi

SECRETÁRIO MUNICIPAL EXTRAORDINÁRIO

DA DEFESA SOCIAL

ANEXO DECRETO Nº 100/03

CARREIRA

SEGURANÇA MUNICIPAL

CARGO

GUARDA MUNICIPAL

NÍVEL CARGA HORÁRIA SEMANAL

ESPECIAL (A SER EXTINTA CONFORME DISPOSTO

NO ART. 24 DA LEI Nº 10.630/02) 40 horas

SUMÁRIO DAS ATRIBUIÇÕES

Executar a guarda e vigilância dos prédios próprios municipais e suas imediações, além

de outros equipamentos municipais.

Executar o policiamento ostensivo, preventivo, uniformizado e armado, exercendo a

segurança interna e externa dos próprios municipais.

TAREFAS TÍPICAS

Exercer a vigilância de edifícios públicos municipais, controlando a entrada de pessoas,

adotando providências tendentes a evitar roubos, furtos, incêndios e outras danificações

na área sob a sua guarda.

Page 161: Livro Da Guarda Municipal

Efetuar rondas periódicas de inspeção nos prédios municipais e imediações,

examinando portas, janelas e portões, para assegurar-se de que estão devidamente

fechados.

Impedir a entrada, no prédio ou em áreas adjacentes, de pessoas estranhas ou sem

autorização, fora de horário de trabalho, convidando-as a se retirarem como medida de

segurança.

Comunicar à chefia imediata qualquer irregularidade ocorrida durante seu plantão,

para que sejam tomadas as devidas providências.

Zelar pelo prédio e suas instalações (jardins, pátios, cercas, muros, portões, sistemas

de iluminação e outros) levando ao conhecimento de seu superior qualquer fato que

dependa de serviços especializados para reparo e manutenção.

Inspecionar as dependências dos próprios, fazendo rondas nos períodos diurno e

noturno. fiscalizando portões de entrada e saída, controlando pessoas e veículos.

Executar a proteção interna e externa dos próprios municipais.

Prestar colaboração à defesa civil.

Colaborar na prevenção e combate de incêndios e inundações.

Orientar o público em geral, quando necessário.

Orientar, fiscalizar e controlar o trânsito municipal de pedestres e veículos, na área de

suas atribuições.

Colaborar com os diversos órgãos públicos nas atividades que lhe dizem respeito.

Operar equipamentos de comunicação.

Dirigir viaturas, conforme escala de serviço.

Fazer a manutenção do armamento.

Cumprir fielmente as ordens emanadas de seus superiores hierárquicos.

Elaborar relatórios relativos às suas atividades.

Desempenhar outras atividades correlatas.

ESCOLARIDADE

Ensino Fundamental.

OUTROS REQUISITOS

Disponibilidade para trabalhar em regime de escala de serviço.

Aptidão plena para o exercício do cargo.

*****

Page 162: Livro Da Guarda Municipal

CARREIRA

SEGURANÇA MUNICIPAL

CARGO

GUARDA MUNICIPAL

NÍVEL CARGA HORÁRIA SEMANAL

I 40 horas

SUMÁRIO DAS ATRIBUIÇÕES

Executar policiamento ostensivo, preventivo, uniformizado e armado, na proteção à

população, bens, serviços e instalações do Município de Curitiba.

TAREFAS TÍPICAS

Desempenhar atividades de proteção do patrimônio público municipal no sentido de

prevenir a ocorrência interna e externa de qualquer infração penal, inspecionando as

dependências dos próprios, fazendo rondas nos períodos diurno e noturno, fiscalizando a

entrada e saída, controlando o acesso de pessoas, veículos e equipamentos.

Prestar colaboração e orientar o público em geral, quando necessário.

Apoiar e garantir as ações fiscalizadoras e o funcionamento dos serviços de

responsabilidade do Município.

Executar atividades de socorro e proteção às vítimas de calamidades públicas,

participando das ações de defesa civil.

Orientar, fiscalizar e controlar o trânsito municipal de pedestres e veículos na área de

suas atribuições.

Efetuar a segurança de autoridades municipais, quando necessário.

Colaborar na prevenção e combate de incêndios e no suporte básico da vida, quando

necessário.

Colaborar com os diversos Órgãos Públicos, nas atividades que lhe dizem respeito.

Operar equipamentos de comunicações.

Dirigir viaturas, conforme escala de serviço.

Fazer manutenção do armamento de 1º escalão.

Elaborar relatórios de suas atividades.

Cumprir fielmente as ordens emanadas de seus superiores hierárquicos.

Desempenhar outras atividades correlatas.

Page 163: Livro Da Guarda Municipal

ESCOLARIDADE

Ensino médio completo.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Curso de Formação Técnico-Profissional para Guarda Municipal.

Noções básicas de microinformática, envolvendo sistema operacional e aplicativos.

OUTROS REQUISITOS

Carteira Nacional de Habilitação.

Disponibilidade para trabalho em regime de escala de serviço.

Aptidão plena para o exercício do cargo.

*****

CARREIRA

SEGURANÇA MUNICIPAL

CARGO

GUARDA MUNICIPAL

NÍVEL CARGA HORÁRIA SEMANAL

II 40 horas

SUMÁRIO DAS ATRIBUIÇÕES

Executar policiamento ostensivo, preventivo, uniformizado e armado, na proteção à

população, bens, serviços e instalações do Município.

Desempenhar atividades de supervisão e ronda nos postos de policiamento da Guarda

Municipal de Curitiba.

TAREFAS TÍPICAS

Desempenhar atividades de supervisão e rondas nos próprios do Município.

Distribuir as tarefas aos seus subordinados – integrantes da Guarda Municipal I e Parte

Especial –e/ou transmitir ordens e orientação de seus superiores hierárquicos.

Orientar e fiscalizar a atuação dos seus subordinados - integrantes da Guarda

Municipal I e Parte Especial – no trato com o público e nas situações decorrentes de suas

atividades.

Elaborar escalas de serviço.

Inspecionar o armamento e os equipamentos que serão utilizados.

Page 164: Livro Da Guarda Municipal

Apurar os fatos disciplinares de que tiver conhecimento, através de “Procedimento

Sumário”, propondo as medidas que se fizerem necessárias, ao seu superior hierárquico.

Escriturar o “Livro de Registro de Atividades” da área a que está jurisdicionado,

zelando pela exatidão das informações.

Inspecionar a apresentação individual dos seus subordinados – integrantes da Guarda

Municipal I e Parte Especial – e tomar as providências necessárias.

Operar equipamentos tecnológicos que proporcionem maior segurança aos próprios

municipais, como: sistema de monitoramento de alarmes, câmeras de vídeo, etc.

Zelar pela disciplina de seus subordinados – integrantes da Guarda Municipal I e Parte

Especial.

Desenvolver ações educativas e preventivas de defesa social junto à comunidade em

geral.

Desempenhar atividades de proteção ao patrimônio público municipal, no sentido de

prevenir a ocorrência interna e externa de qualquer infração penal, inspecionando as

depe4ndências dos próprios, fazendo rondas nos períodos diurno e noturno.

Prestar colaboração e orientar o público em geral, quando necessário.

Apoiar e garantir as ações fiscalizadoras e o funcionamento dos serviços de

responsabilidade do Município.

Apoiar as ações de socorro e proteção às vítimas de calamidades públicas, participando

das ações de defesa civil.

Orientar, fiscalizar e controlar o trânsito municipal de pedestres e veículos na área de

suas atribuições, quando necessário.

Efetuar a segurança de autoridades municipais, quando necessário.

Colaborar na prevenção e combate de incêndios e no suporte básico da vida, quando

necessário.

Colaborar com os diversos Órgãos Públicos, nas atividades que lhe dizem respeito.

Operar equipamentos de comunicações.

Dirigir viaturas, quando necessário.

Elaborar relatórios de suas atividades.

Cumprir fielmente as ordens emanadas de seus superiores hierárquicos.

Desempenhar outras atividades correlatas.

Page 165: Livro Da Guarda Municipal

ESCOLARIDADE

Ensino médio completo.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Curso de Aperfeiçoamento para Guarda Municipal.

OUTROS REQUISITOS

Disponibilidade para trabalho em regime de escala de serviço.

Aptidão plena para o exercício do cargo.

*****

CARREIRA

SEGURANÇA MUNICIPAL

CARGO

GUARDA MUNICIPAL

NÍVEL CARGA HORÁRIA SEMANAL

III 40 horas

SUMÁRIO DAS ATRIBUIÇÕES

Executar policiamento ostensivo, preventivo, uniformizado e armado, na proteção à

população, bens, serviços e instalações do Município.

Desempenhar atividades de supervisão e ronda nos postos de policiamento da Guarda

Municipal de Curitiba.

Desempenhar atividades de planejamento, gerenciamento e coordenação, das ações

de defesa social do Município de Curitiba.

TAREFAS TÍPICAS

Planejar e gerenciar o emprego do efetivo de sua responsabilidade para fazer frente às

necessidades de segurança do Município.

Atuar como consultor de defesa social, propondo e desenvolvendo ações de co-

responsabilidade entre os órgãos públicos, sociedade civil e comunidade em geral.

Orientar diretamente os seus subordinados – integrantes da Guarda Municipal II,

Guarda Municipal I e Parte Especial – nas situações decorrentes de suas atividades.

Page 166: Livro Da Guarda Municipal

Intermediar a colaboração entre os seus subordinados, – integrantes da Guarda

Municipal II, Guarda Municipal I e Parte Especial – servidores de outros órgãos públicos e

a comunidade em geral.

Planejar e coordenar os serviços e operações de sua área de jurisdição.

Supervisionar a elaboração das escalas de serviço.

Estudar, propor e desenvolver medidas para o aperfeiçoamento de seus subordinados

– integrantes da Guarda Municipal II, Guarda Municipal I e Parte Especial.

Inspecionar o emprego de armamentos e equipamentos utilizados.

Apurar os fatos disciplinares de que tiver conhecimento, através de “Procedimento

Sumário”, propondo as medidas que se fizerem necessárias, ao seu superior hierárquico.

Desempenhar atividades de supervisão e rondas nos próprios do município, se

necessário.

Distribuir as tarefas aos seus subordinados – integrantes da Guarda Municipal, Guarda

Municipal II e Parte Especial – e/ou transmitir as ordens e orientações de seus superiores

hierárquicos.

Orientar e fiscalizar a atuação dos seus subordinados, – integrantes da Guarda

Municipal II, Guarda Municipal I e Parte Especial – no trato com o público e nas situações

decorrentes de suas atividades.

Inspecionar a apresentação individual dos seus subordinados – integrantes da Guarda

Municipal II, Guarda Municipal I e Parte Especial – e tomar as providências necessárias.

Planejar a implementação de equipamentos tecnológicos que proporcionem maior

segurança aos próprios municipais, tais como: sistema de monitoramento de alarmes,

câmeras de vídeo, etc.

Zelar pela disciplina de seus subordinados – integrantes da Guarda Municipal II,

Guarda Municipal I e Parte Especial .

Planejar e coordenar ações educativas e preventivas de defesa social junto à

comunidade em geral.

Prestar colaboração e orientar o público em geral, quando necessário.

Apoiar e garantir as ações fiscalizadoras e o funcionamento dos serviços de

responsabilidade do Município.

Apoiar e coordenar as ações de socorro e proteção às vítimas de calamidades públicas,

participando das ações de defesa civil.

Page 167: Livro Da Guarda Municipal

Gerir e supervisionar ações de controle do trânsito municipal de pedestres e veículos

na área de suas atribuições, quando necessário.

Coordenar a segurança de autoridades municipais, quando necessário.

Coordenar as ações de prevenção e combate a incêndios e no suporte básico da vida,

quando necessário.

Colaborar com os diversos Órgãos Públicos, nas atividades que lhe dizem respeito.

Elaborar relatórios de suas atividades.

Cumprir fielmente as ordens emanadas de seus superiores hierárquicos.

Desempenhar outras atividades correlatas.

ESCOLARIDADE

Ensino médio completo.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Cursos adicionais voltados ao exercício do cargo.

OUTROS REQUISITOS

Disponibilidade para trabalhar em regime de escala de serviço.

Aptidão plena para o exercício do cargo.

Page 168: Livro Da Guarda Municipal

8. AS GUARDAS MUNICIPAIS NO BRASIL

8.1.GUARDA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO – RJ

http://www.rio.rj.gov.br/gmrio/

1 – Grupamento de Cães de Guarda

O Grupamento de Cães de Guarda (GCG) foi criado em 24 de março de 1994

com a finalidade de auxiliar patrulhas em ruas, monumentos e prédios públicos do Centro

e Zona Sul. O programa foi iniciado com seis pastores alemães sem pedigree. Hoje, são 44

animais – 38 pastores alemães com pedigree, quatro labradores, um rotweiller e um fox

paulistinha - e uma estrutura de 48 boxes instalados na sede do grupo, no antigo

Cemitério de Cães do Município, em São Cristóvão.

Para cuidar dos cães, a Guarda conta com 67

agentes (sendo cinco mulheres), entre eles 42

adestradores formados no Curso de Adestramento

ministrado por profissionais da Polícia Militar do Estado do

Rio, Polícia do Exército e da área jurídica, com aulas de

legislação de animais. Desde 2001, com a chegada da atual administração da GM-Rio, o

Canil passou a contar em sua equipe com dois veterinários.

A prioridade do GCG é o patrulhamento no Aterro do Flamengo (MAM e Orla 3),

Praça Salgado Filho (entorno do Aeroporto Santos

Dumont), Passeio Público, Parque dos Patins e Corte

do Cantagalo (na Lagoa), Praça Afonso Pena (na

Tijuca) e Centro Administrativo São Sebastião (sede da

Prefeitura do Rio). A jornada dos cães é de oito horas

diárias, envolvendo um total de 16 animais por dia.

Também em 2001, foi criada a Equipe de Showdog - com seis dos 38 pastores

alemães - que faz demonstração em praças, parques e outros pontos públicos, mostrando

Page 169: Livro Da Guarda Municipal

brincadeiras e truques que fazem parte do treinamento, como atividades de obediência

com guia e sem guia. Recorrendo a atividades recreativas, o programa busca integrar

ainda mais as comunidades com a Guarda Municipal, através das ações do Grupamento de

Cães de Guarda. A Equipe de Showdog já se apresentou em diversos bairros, como Tijuca,

Méier, Barra da Tijuca, Lagoa Rodrigo de Freitas, Glória, entre outros. Acompanhe a

agenda e assista a apresentação dos cães em escolas, torneios, festivais e eventos em

geral.

Em projeto inédito, o GCG está adestrando quatro labradores para auxiliar a

Defesa Civil Municipal nas buscas de vítimas de deslizamentos e desabamentos e no

resgate de pessoas perdidas em matas. Os animais foram adquiridos em julho de 2003 e

iniciaram o treinamento, aperfeiçoando o faro para busca de pessoas em escombros e

outras situações que possam ser usadas em apoio à Defesa Civil. Com grande poder de

faro, os labradores são treinados através de brincadeiras tipo esconde-esconde, onde um

recipiente com odores de sangue, suor e tecidos de cadáver é enterrado para que os cães,

estimulados pelos guardas condutores, tentem localiza-lo.

Grupamento de Cães de Guarda

Endereço: Rua Bartolomeu de Gusmão, 1.100, Mangueira

Telefone: 2569-5292

2 – Grupamento de Ações Especiais

O Grupamento de Ações Especiais (GAE) foi criado em 15 de setembro de 1994

como uma força tarefa atuante em situações de emergência de alto risco, calamidades

públicas ou de apoio à Defesa Civil. Desde outubro de 2002, seus guardas vêm

participando das operações diárias de fiscalização do comércio ambulante no Centro da

cidade, em apoio ao Grupamento Tático Móvel (GTM).

Para enfrentar a reação de camelôs em situação

irregular, os guardas do GAE – assim como os do GTM –

utilizam equipamentos de proteção, como coletes

antimotim feitos de policarbonato e revestidos com lona

para amenizar a força de golpes. Eles usam ainda capacetes de fibra de carbono com

Page 170: Livro Da Guarda Municipal

protetor de nuca, caneleiras, cotoveleiras, escudo, bastão longo e tonfa, também um tipo

de bastão, só que com recursos para dar mais agilidade, articulação e mobilidade ao

guarda nas técnicas de defesa e imobilização.

Especialmente treinados, os guardas do GAE

passaram por técnicas de montanhismo - para efetuar

resgates em lugares de difícil acesso -, primeiros socorros e

atendimento pré-hospitalar, proteção e escolta de autoridades

públicas, inteligência e informações, noções de combate a

incêndio e técnicas de abordagem, entre outros. Com sete

carros, três microônibus e uma motocicleta, o GAE conta com 80 guardas e realiza uma

média anual de 800 ocorrências diversas, de atendimento ao público a ações de controle

urbano.

Endereço: Avenida Pedro II, 111, São Cristóvão

Telefone: 3891-3185

3 – Grupamento Especial de Trânsito

Para atuar como unidade de auxílio, a Guarda Municipal criou, em 26 de

setembro de 1994, o Grupamento Especial de Trânsito (GET). Com o início da vigência do

novo Código de Trânsito Brasileiro em 9 de outubro de 1997, o GET passou a controlar e

fiscalizar o trânsito em toda a cidade a partir de janeiro de 1998, então dividido em GET1

(Zona Sul) e GET2 (Zona Norte).

Mas as atribuições não pararam de crescer e, para dar conta das diversificadas

missões, o grupamento foi transformado em Coordenadoria de Trânsito (Ctran) em maio

de 2001, contando com o maior efetivo de toda a GM-Rio. São 648 guardas (entre eles, 85

mulheres), além de 26 funcionários administrativos, com um total de 674 pessoas.

Para agilizar e facilitar o atendimento, foram

implantadas oito Subinspetorias Regionais de Trânsito em

diversas áreas do Rio e uma equipe com quatro motociclistas

destacados para verificar qualquer denúncia de

Page 171: Livro Da Guarda Municipal

irregularidade feita pela população através da Ouvidoria ou pelo Disque-Guarda: 0800-

211532. Os motociclistas ficam de prontidão na base operacional de São Cristóvão, de

onde se deslocam com mais rapidez para os pontos com problemas.

Com o objetivo de zelar pela qualidade vida do cidadão, a Coordenadoria de

Trânsito assumiu ainda a função preventiva, realizando - ao longo do ano e na Semana

Nacional de Trânsito, que acontece em setembro - campanhas educativas voltadas à

conscientização dos motoristas. Somente em 2002 foram aplicadas 456.236 multas. Diante

desse dado, foi elaborada a campanha direcionada para orientar e educar motoristas e

coibir as infrações mais freqüentes, que incomodam a população ou representam risco de

vida, como estacionamento irregular, falta do uso do cinto de segurança, uso de celular ao

volante e excesso de velocidade.

Em 2003, a Ctran registrou 4.477 acidentes de trânsito na cidade. Com base em

levantamentos e estatísticas, técnicos identificaram os

pontos com os maiores índices. As avenidas Ayrton Senna e

das Américas (na Barra da Tijuca) ficaram em primeiro e

segundo lugares respectivamente, seguidas das Avenidas

Borges de Medeiros (na Lagoa) e Atlântica (Copacabana) e

Radial Oeste, no Maracanã. No entanto, para minimizar o índice de acidentes, guardas de

trânsito fazem a distribuição de folhetos a motoristas alertando sobre os riscos de

dirigirem alcoolizados.

Estudos da Secretaria Especial de Prevenção à Dependência Química – órgão

que fornece os folhetos à GM-Rio - comprovaram que consumir sete latas de cerveja, por

exemplo, afeta a capacidade de raciocínio de quem dirige, aumentando em 25 vezes a

possibilidade de acontecer um acidente. Outra constatação foi de que 45% dos jovens

entre 13 e 19 anos envolvidos em acidentes estavam alcoolizados. Para atingir esse

público, a Ctran optou por realizar as campanhas em áreas que registram concentração de

quiosques, bares, boates e restaurantes, pontos onde é normalmente grande o consumo

de bebidas.

Endereço: Avenida Pedro II, 111, São Cristóvão

Telefones: 3891-3191/ 3891-3192

Page 172: Livro Da Guarda Municipal

4 - O que é a Academia da Guarda Municipal

Um espaço exclusivamente voltado ao aprendizado e ao aperfeiçoamento

profissional, onde guardas municipais possam estudar - in loco ou à distância -, trocar

experiências, treinar e promover intercâmbios com outras instituições. Estes são alguns

dos projetos da Academia da Guarda Municipal do Rio de Janeiro, que acaba de ser

implantada na unidade operacional da Avenida Pedro II, 111, em São Cristóvão.

Projeto inédito orçado em R$ 1 milhão, a Academia da GM-Rio é a primeira no

Brasil planejada para atender as necessidades relacionadas à educação corporativa de

Guardas Municipais desarmadas. Com cerca de 1.700m2 de área construída, ela é duas

vezes maior do que a antiga estrutura de ensino, que contava com cinco salas de aula e

alguns setores administrativos na sede de Botafogo, na Rua Bambina.

Com um moderno projeto arquitetônico, o novo complexo consegue ter em um

mesmo espaço um ambiente amplo e agradável, sendo um

verdadeiro convite aos estudos. A Academia dispõe de oito

salas de aula com capacidade para 40 alunos cada, auditório

no estilo anfiteatro com 70 lugares, centro de estudos com

equipamentos multimídia e biblioteca, além de refeitório,

alojamentos, vestiários e gabinetes para os instrutores da Coordenadoria de

Desenvolvimento de Pessoal, responsável pela gerência do “campus”.

Para enfrentar o desgaste natural de seus agentes provocado pelo dia-a-dia das

ruas que exige muito condicionamento, a Academia reservou uma área especial para a

preparação física. Um dojô foi construído para que os guardas recebam treinamento de

Defesa Pessoal, servindo também a atividades do curso de judô desenvolvido na GM-Rio

para crianças e adolescentes. Mas não pára por aí. A previsão é de, a médio prazo,

expandir o programa com a implantação de um centro de fitness voltado especificamente

ao aprimoramento físico dos guardas.

Curso de Formação - Projeto muito aguardado

pelo comando da GM-Rio, a Academia já tem cronograma

definido até o fim de 2004, quando terão passado por lá

todos os mil novos candidatos a guardas municipais que

Page 173: Livro Da Guarda Municipal

venceram quatro das cinco etapas do concurso público realizado pela Prefeitura. Com 250

alunos, a primeira turma dos aprovados ocupa a Academia no Curso de Formação que

durante três meses irá transmitir as 15 matérias imprescindíveis ao guarda, como Ética e

Disciplina, Relacionamento Interpessoal e Primeiros Socorros.

Esta é apenas uma das frentes da Academia, criada para funcionar como

universidade corporativa, oferecendo inúmeras atividades de aperfeiçoamento e

atualização profissional, assim como intercâmbio com outras instituições. A longo prazo,

os planos são ambiciosos: transformar a Guarda em pólo de excelência em pesquisa,

produção e difusão de material técnico e didático na área de segurança, além de envolver

90% do efetivo da GM-Rio em alguma atividade acadêmica.

Aperfeiçoamento contínuo - Segundo o diretor de RH da GM-Rio, Paulo

Storani, a Academia permite suprir a necessidade contínua do guarda em compartilhar

novos conhecimentos – em razão da velocidade das informações –, evitando ao máximo

que interfira em seu dia-a-dia de trabalho. Novas técnicas de ensino foram criadas

seguindo metodologia de aulas semipresenciais (em sala de aula e por apostila) e à

distância, onde o guarda terá, sem deixar o posto, material para desenvolver os temas. “O

modelo tradicional de educação e treinamento se mostra ineficaz para nossos objetivos,

pois não abrange toda a capacitação do efetivo, não dá continuidade às ações e não

dispõe de indicadores de resultados. Além de preencher estas deficiências, a Academia

adota abordagem construtivista para melhorar o desempenho e a auto-estima de nossos

funcionários”, explica Storani.

8.2. GUARDA MUNICIPAL DE BELÉM – PA

http://www.belem.pa.gov.br/guarda

1 – Histórico

Criada em 14 de Outubro de 1996, pela Lei 7346 a Guarda Municipal de Belém

tem hoje um efetivo de 638 Servidores; sendo deste total um contingente de 489 homens

e 105 mulheres, contando ainda com um corpo de 41 funcionários respondendo pelo

Page 174: Livro Da Guarda Municipal

cargo de DAS e três funcionários oriundos de outras secretarias e incorporados à folha da

GBel.

Desde sua implantação em 27 de Setembro de 1991, a Guarda Municipal vinha

sendo comandada pôr militares, fato este que, passou pôr uma mudança na atual

administração, pois ao assumir o Cargo, o Prefeito de Belém Edmilson Rodrigues nomeou

como Assessor Especial para a Guarda Municipal, um civil, que dá início a um processo de

desmilitarização dentro da instituição. (grifei)

2 - Projeto Coral da Gbel

Com cerca de 30 integrantes o coral da Guarda Municipal de Belém, visa a

valorização cultural na área musical. Muito bem regido, proporcionando atuações

brilhantes o coral tem atuado principalmente nos eventos patrocinados pela Prefeitura de

Belém, contribuindo para a valorização do Servidor Publico Municipal.

Coordenação: Guarda - Joana Darc Melo da Silva e Silva

(Regente) Antonino Alves da Silva

Page 175: Livro Da Guarda Municipal

8.3. GUARDA MUNICIPAL DE FORTALEZA – CE

http://www.gmf.fortaleza.ce.gov.br/site/

1.- MISSÃO

A Guarda Municipal de Fortaleza - GMF -, corporação uniformizada e equipada,

órgão da Administração Direta Centralizada do Poder Executivo Municipal, subordinada ao

Gabinete do Prefeito, tem como missão a proteção preventiva e ostensiva dos bens,

serviços e instalações do Município, a segurança de autoridades, a prestação de serviços

de segurança e auxílio à população, bem como o desenvolvimento de atividades

preventivas de serviços públicos e de cidadania no âmbito municipal.

2 - AREAS DE ATUAÇÃO

A GMF atua em todo o Município, especificamente nos Órgãos Públicos

Municipais, dentre os quais destacamos o Paço Municipal, Gabinete do Prefeito, Gabinete

do Vice-Prefeito, Secretarias Municipais, Secretarias Regionais, Hospitais Públicos

Municipais, Museus, Bibliotecas, Escolas de Ensino Fundamental e Ensino Médio, Escolas

de Educação Infantil e Creches Municipais.

A GMF também está presente nas praias, logradouros, terminais de transportes

coletivos urbanos, praças, parques e jardins da cidade.

3 - ATRIBUIÇÕES

» Promover a preservação dos bens patrimoniais da Prefeitura Municipal de

Fortaleza;

» Executar serviços de vigilância diuturna;

» Atuar como corpo voluntário no combate a incêndios;

» Manter a segurança pessoal do Prefeito e Vice-Prefeito;

» Auxiliar a Defesa Civil do Município;

» Exercer a proteção ao meio ambiente, ao patrimônio histórico, cultural,

ecológico e paisagístico incluindo os logradouros, praças e jardins da cidade;

» Executar o serviço de apoio às promoções de incentivo ao turismo local;

Page 176: Livro Da Guarda Municipal

» Auxiliar no serviço de orientação e salvamento de banhistas nas praias e

parques de Fortaleza; e

» Auxiliar no controle das filas de usuários nos terminais de transportes

coletivos urbanos.

4 - LOGISTICA

A Guarda Municipal de Fortaleza efetuou, no ano de 2002, com recursos do

FNSP, do Ministério da Justiça, a compra de equipamentos de comunicação, fardamentos,

viaturas, bicicletas, micro-ônibus, computadores e outros meios necessários a sua

modernização.

Atualmente, a GMF possui 01 Micro Ônibus, 01 Caminhão Baú, 02 Kombis, 02

Land s Rover, 06 Viaturas (tipo Gol), 04 Viaturas (tipo UNO), 03 Viaturas (tipo Pálio) 10

Motocicletas e 28 Bicicletas, contando ainda com outros equipamentos, tais como:

capacetes, escudos, cassetetes tipo tonfa e cassetetes elétricos, dentre outros.

5 - AÇÕES MAIS RECENTES

A Guarda Municipal de Fortaleza investiu no seu pessoal, realizando, no período

de maio a agosto de 2002, o Curso Especial de Atualização e Reciclagem, que teve como

propósitos a capacitação técnica e adequação do Corpo da Guarda Municipal às suas

funções institucionais, atualizando e reciclando 160 profissionais já existentes, com foco

para os temas: Higiene e Primeiros Socorros, Qualidade no Atendimento, Prevenção e

Combate a Incêndio, Armamento e Tiro, Rádio Comunicação, Chefia e Liderança,

Atividades da Prefeitura, Legislação e Regulamento, Prática Esportiva, Ordem Unida e

Instrução Técnica Profissional.

Numa segunda etapa, a Prefeitura realizou

Concurso Público para admissão de novos profissionais,

sendo selecionados 114 Subinspetores e 444 Guardas,

submetidos a exames intelectual, psicológico e físico.

Dando prosseguimento, realizamos o Curso de Formação

Profissional de Subinspetores e Guardas Municipais para

todos os aprovados, divididos em 03 (três) turmas. Os componentes das três turmas já

Page 177: Livro Da Guarda Municipal

foram nomeados e se encontram em plena atividade. A última turma teve sua formatura

em 03 de outubro de 2003.

O Curso de Formação para Subinspetores e Guardas Municipais foi realizado

através do Instituto Municipal de Pesquisas, Administração e Recursos Humanos (IMPARH)

e do Instituto de Estudos, Pesquisas e Projetos (IEPRO), este último vinculado à

Universidade Estadual do Ceará, órgãos oficiais que deram todo o respaldo necessário ao

bom andamento das atividades de preparação dos novos profissionais. Cumprindo

orientações do Ministério da Justiça, voltadas para a capacitação das Guardas Municipais,

procuramos trabalhar com um corpo docente qualificado e especializado nas respectivas

áreas de atuação. No campo da capacitação operacional, buscamos aliar o preparo

técnico-profissional do professor à sua experiência em atividades correlatas exercidas em

órgãos oficiais a nível federal, estadual e municipal, visando a uma maior integração dos

futuros Guardas e Subinspetores, no exercício de suas funções. Quanto à capacitação

técnica e tática procuramos uma total participação dos integrantes da área de Segurança

Pública, em particular os das Polícias Militar e Civil e do Corpo de Bombeiros Militar, cujo

objetivo é propiciar uma maior interação entre a Guarda Municipal e os demais órgãos

responsáveis pela segurança pública no Município.

o possíveis conflitos e buscando

ndemos, dessa forma, dotar a nossa

Guarda Municipal de novos profissionais bem

dos novos Subinspetores e Guardas Municipais, passaremos

a contar c

Todo o trabalho que ora desenvolvemos busca atender à atual política de

reformulação das Guardas Municipais, orientada pelo Ministério da Justiça, como parte do

processo de implementação de um Sistema de Segurança Pública mais eficiente para a

nossa Cidade, onde o preparo técnico-profissional, aliado ao respeito aos direitos

humanos, permita uma atuação integrada com os demais gestores da segurança, de

forma que possamos agir de forma eficaz, mediand

prevenir a violência e a criminalidade.

Prete

preparados, nos aspectos intelectual, psicológico,

físico, técnico e que saibam agir de forma integrada

em benefício da comunidade fortalezense e em apoio

às forças policiais do Estado.

Com um acréscimo

om um efetivo razoável, considerando os 490 (quatrocentos e noventa) guardas

já existentes e mais os componentes da Defesa Civil , incorporada à Guarda Municipal,

Page 178: Livro Da Guarda Municipal

além do efetivo de Agentes de Cidadania, em número de 150(cento e cinqüenta) homens,

que antes trabalhavam em outro Órgão da Prefeitura.

6 - POLICIAMENTO EM PRAÇAS PÚBLICAS

A Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) considera prioridade garantir a

7 - SEGURANÇA ESCOLAR SABER, SAÚDE E SEGURANÇA

crescente onda de criminalidade que ora se observa

em todo

8 – NOVOS EQUIPAMENTOS

ecentemente, foram adquiridos, com recursos oriundos

do Plano N

9 - PELOTÃO ESPECIAL (PE)

Pelotão Especial (PE) foi criado em outubro de 2003 com o objetivo de conter

e controlar manifestações de desordem, a fim de garantir a segurança da população em

segurança dos cidadãos e turistas que circulam nas praças

públicas, assegurando-lhes o direito de ir e vir com

tranqüilidade, contribuindo para a minimização dos índices

de criminalidade e violência e, de forma direta, para a

melhoria da qualidade de vida dos fortalezenses...

A

o país vem suscitando as mais diversas formas de

repressão, por parte do aparato de segurança do Estado, com

realce para a prevenção e a dissuasão. Neste último caso, com a

conscientização de toda a sociedade e a participação da

comunidade nos programas sociais e também nos de segurança...

R

acional de Segurança Pública, novas viaturas - entre elas

motos e automóveis - destinados ao exercício funcional de guardas

e subinspetores em suas tarefas rotineiras. Com os novos

equipamentos, esses profissionais podem executar mais facilmente

suas atividades.

O

Page 179: Livro Da Guarda Municipal

situações de crise, defendendo a ordem e a democracia. Atua também junto à Defesa

Civil, no patrulhamento e policiamento em praças, órgãos públicos municipais e

logradouros, na escolta de valores para a Prefeitura, no confronto com vândalos que

dificultam o trabalho da GMF nas praças públicas, na segurança do Prefeito e demais

autoridades municipais, no apoio a eventos da Prefeitura que congregam uma quantidade

significativa de pessoas e em áreas com alto índice de criminalidade.

Comandado pelos Subinspetores de 1ª classe Alaílson e F. Alencar, comandante

e subcomandante respectivamente, o PE possui atualmente um efetivo de 36 (trinta e

seis) hom

ens, que se dividem em 04 (quatro) equipes atuando pela manhã e 04 (quatro)

equipes à tarde. Em cada turno de serviço, as equipes são assim dispostas: 03(três)

equipes com quatro componentes em viaturas equipadas com rádio veicular, HTs, material

de CDC (Controle de Distúrbios Civis) e 01 (uma) equipe de apoio comandada pelo Cmte

ou SubCmte do PE, também com 04 (quatro) componentes e uma dupla de motociclistas.

O Pelotão está em constante treinamento, que inclui Defesa Pessoal, Controle

de Distúrbios Civis, Educação Física e avaliações de atuação, com o objetivo de

Page 180: Livro Da Guarda Municipal

melhoram

multos e manifestações em frente a órgãos públicos municipais;

ios e agentes políticos no exercício de suas

funções;

s;

colta e segurança do Prefeito e demais autoridades;

inalidade;

;

icada; e

a - GMF -

criado pa e vem desempenhando

seu pape

já convivia com a problemática da

violência oriunda do rápido crescimento populacional que se instalava no município. Seus

cidadãos

ento das atividades. Inclusive, é oportuno mencionar que o PE iniciou novos

treinamentos no dia 31 de maio de 2004, sendo que essas atividades se estendem até dia

16 de julho, tendo como local de realização a 10ª Companhia de Guardas. Os

treinamentos são de DPT (Defesa Pessoal e Técnica Policial), CDC (Controle de Distúrbios

Civis) e o de Abordagem.

Dentre as atribuições do PE estão:

» Controle de tu

» Garantir a segurança de funcionár

» Patrulhamento e policiamento em praças, órgãos públicos municipais e

logradouro

» Apoio em ações de reintegração de posse;

» Es

» Operações em áreas de maior índice de crim

» Segurança em grandes eventos realizados pelo Município

» Saturação em áreas onde a atuação da GMF esta prejud

» Outras missões a critério do Cmte Geral da GMF.

O Pelotão Especial (PE) da Guarda Municipal de Fortalez

ra atuar especificamente em situações de cris

l de maneira a não temer as dificuldades que surgem diariamente e

tendo como resultado a diminuição da criminalidade nas áreas onde atua.

8.4. GUARDA CIVIL DE PIRACICABA – SP

http://www.guardacivilpiracicaba.com.br

No início do século passado, Piracicaba

clamavam por maior controle da violência local, foi então que a Câmara

Municipal, através de seu presidente Dr, Paulo de Moraes Barros apresentou um projeto

de criação do Corpo de Guarda e Polícia Municipal, baseado no artigo 58 da Lei n.º 16, de

13 de novembro de 1891, que foi aprovado no dia 25 de abril de 1903.

Page 181: Livro Da Guarda Municipal

a evolução dos

tempos se colocando como defensora dos interesses da comunidade local. Desde seu

aparecime

rda Noturna de Piracicaba Corpo de Vigilante

Noturno, Guarda Noturna Municipal de Piracicaba, Guarda Municipal e Guarda Civil do

Município

Nascido em 16 de julho de 1866 nesta cidade, um dos vultos mais notáveis da

Moraes Barros. Formou-se pela Faculdade de

Medicina do Rio de Janeiro. Retornando a Piracicaba dedicou-se ao exercício da medicina,

instalando

Desde o início do século, esta instituição teve a ética da segurança voltada para

a defesa da cidadania, sempre ao lado da comunidade acompanhou

nto passou por diversas transformações, o que muito contribuiu para seu

aprimoramento como coadjutora das ações de Segurança Pública no âmbito municipal.

Sua história se confunde com a evolução histórica, cultural e industrial de Piracicaba

colocando-a como parceira da sociedade, e como atores participando de um processo de

reestruturação da cidadania municipal.

Desde sua criação, passou por diversas transformações ao longo da história,

assumindo denominações como: Gua

de Piracicaba. Na década de 90, foram criados o Pelotão Escolar, Pelotão

Ambiental e o primeiro Pelotão Feminino, e em 2003 implanta-se o patrulhamento

ciclístico. Com a evolução tecnológica, as Guardas Municipais em todo o pais passaram a

desfrutar de importante papel nas ações municipais como órgãos de defesa da cidadania.

Sobre o Dr. Paulo de Moraes Barros:

história de Piracicaba, o doutor Paulo de

seu consultório na Rua São José. Exerceu prestigioso cargos na vida pública,

desde vereador a intendente municipal, chefe do Partido Republicano Paulista em

Piracicaba, deputado federal, secretário de Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo

(19)2-1915) reelegeu-se deputado federal em 1927. Revolucionário, em 1930 ocupou

interinamente o Ministério da Aviação e Obras Públicas. Durante a Revolução

Constitucionalista foi secretário do governo paulista. No exercício do cargo de vereador e

presidente da Câmara, por diversas vezes reeleito, prestou os mais relevantes serviços à

Piracicaba. Em 16 de dezembro de 1940, aos 74 anos de idade faleceu em São Paulo onde

se achava, trazido à Piracicaba, seu corpo foi inumado no Cemitério da Saudade.

Page 182: Livro Da Guarda Municipal

PELOTÃO FEMININO

Foi criado em 1992, com 17 guardas civis femininas, que passaram a atuar nos diversos

postos que compõe a escala de serviço da guarda Civil de Piracicaba. Hoje o Pelotão Feminino conta com 43 guardas femininas, sendo 4 classe distintas e 2 subinspetoras

PELOTÃO ESCOLAR

Atualmente composto de 22 guardas civis, o Pelotão Escolar atende tanto escolas municipais como estaduais, fazendo

patrulhamento nos três períodos de aula, travessia de alunos, ministram palestras sobre

prevenção ao uso de drogas e sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente.

PELOTÃO AMBIENTAL

Com sua base situada no bairro Bosque da

cupaÁgua Branca, o Pelotão ambiental possui a

preo ção principal de zelar pela riqueza do meio ambiente de nossa cidade, como por

exemplo as margens do Rio Piracicaba, onde

respeito às leis de pesca e a preservação do há um patrulhamento efetivo, visando o

rio. GRUPO DE PATRULHAMENTO

MOTOCICLÍSTICO

Criado em 2002, esse grupo de patrulhamento motociclístico vem

desempenhando com grande desenvoltura o atendimento de auxílio ao público, com ações preventivas voltadas à diminuição dos índices de violência nas áreas centrais do município.

GRUPO DE PATRULHAMENTO CICLÍSTICO

Em 1º de abril de 2003 inicio o patrulhamento ciclístico, composto por 8 guardas civis. Esse

patrulhamento tem como objetivo a prevenção, atuando na Praça José Bonifácio e

Parque da Rua do Porto.

Page 183: Livro Da Guarda Municipal

9. REPORTAGENS E ENTREVISTAS SOBRE A SEGURANÇA MUNICIPAL

9.1. A GUARDA MUNICIPAL E A SEGURANÇA PÚBLICA

liézer Rizzo de Oliveira

“Mantidas pelos municípios, as Guardas Municipais devem participar

iante do

aumento da criminalidade e do número de pessoas feridas e mortas em

conseqüência da guerra social em curso, movida com o pano de fundo do

narcotrá evem, de

um modo

ada há de novo em reivindicar segurança para os cidadãos, vivam

eles no c

iais,

estrutura

egurança pública está em processo de mudança no Brasil. A

populaçã

E

da Segurança Pública em todos os seus campos constitutivos. D

fico e do crime organizado, todos os organismos do Estado d

ou de outro, participar do combate à violência e à delinqüência.

N

ampo ou na cidade, sejam quais forem as suas condições sociais. A

segurança dos cidadãos é um direito constitucional e consta dos Direitos

Humanos da ONU. É um bem público, uma responsabilidade à qual os

governos, o municipal em primeiro lugar, devem responder com políticas

públicas bem concatenadas. Isto é, políticas com objetivos, doutrina (incluindo

o respeito democrático à cidadania e aos direitos humanos), meios mater

, recursos humanos e financeiros. Para tanto, as Guardas Municipais

devem estar sujeitas à fiscalização interna e externa. Caso contrário, tenderão

ao arbítrio.

Haverá quem reitere não caber à Guarda Municipal tal ou qual tipo de

policiamento, que já seria da responsabilidade de uma polícia ou de outra. Os

tipos de ação policial cabem, sim, à Guarda Municipal enquanto coadjuvante

que por vezes tem grande capacidade de presença e mobilidade no território

municipal. Mas um ator coadjuvante qualificado, capaz de prestar serviços

relevantes, merecedor do apoio da comunidade.

A s

o, isto é, a cidadania não se conforma com a falta de segurança e,

quando pode, busca no âmbito privado o que não lhe é garantido pelos

Page 184: Livro Da Guarda Municipal

nicipais. Falta consenso sobre

isto, ma

providenciado. Se faltam instalações, que sejam

construíd

é a sua referência, não existe outra. Um guarda não é transferido

para out

governos. Daí a proliferação da indústria da segurança. De outro lado, a área

política está tomando iniciativas que promovem mudanças nos papéis policiais

tradicionais. Tramita no Legislativo em Brasília um número elevado de projetos

que reconhecem o papel policial das Guardas Mu

s juristas de renome advogam uma interpretação constitucional

favorável ao papel mais ativo da Guardas Municipais. Pois a expressão

"destinadas à proteção de seus (dos municípios) bens, serviços e instalações"

(do artigo 144, § 8º da Constituição Federal) não conflitaria com as funções

constitucionais da Polícia Militar e da Polícia Civil. A questão seria muito mais

de integração e coordenação com estas polícias do que da exclusão da Guarda

Municipal do âmbito da segurança pública, que é o título do capítulo no qual se

inscreve o referido artigo.

A insegurança chegou a tal ponto que os prefeitos e prefeitas não têm

mais como fugir do problema. Não basta que sejam sensíveis, que busquem

recursos, que debatam o problema. Nada disto conta se não colocarem a mão

na massa.

A Guarda Municipal de Campinas poderá ser um eficiente laboratório

de política pública de segurança. Se os guardas não passaram por treinamento

específico, que este seja

as. Se faltam guardas, que sejam contratados. Não há impedimento

senão de natureza política.

A Guarda Municipal tem a grande característica da identidade com a

cidade. Esta

ra cidade. A Prefeitura poderá suprir necessidades (habitacionais, por

exemplo; de estudos também) de seus guardas como as demais polícias não

têm condições de fazer. Assim, será factível exigir mais deste corpo que é

policial, pois é da sua natureza e da sua finalidade. Por exemplo, exigir uma

disciplina exemplar.

A este respeito, não é admissível que membros da Guarda Municipal

tenham deixado de prestar as devidas honras à Prefeita de Campinas em

recente episódio de insubordinação. A demissão do diretor da corporação foi

um ato reparador, mas faltou a punição exemplar aos funcionários fardados

rebelados. Se querem ter funções mais amplas, se pretendem associar as

Page 185: Livro Da Guarda Municipal

blicos de segurança.

ciado e pesquisador do Núcleo

de Estu

NÇA

acqueline Muniz

rança interna”,

ora como um “assunto de competência exclusiva das polícias”. Em ambos os enfoques

privilegia-se e reivindica-se, unicamente, os recursos e as intervenções provenientes das

esferas fe las forças

armadas, pelas polícias, pelo sistema criminal, etc. Note-se, que este tipo de mentalidade

restritiva encontra-se de tal modo enraizada entre nós, que freqüentemente

subestima

armas às suas fardas, é essencial que cumpram à risca a disciplina que é

própria dos corpos pú

Do contrário, a Guarda Municipal estará conspirando contra a

segurança pública, contribuindo assim para ampliar a sensação de insegurança

da população de Campinas.”

(Texto publicado no Correio Popular, 17.10.01, pág. 03)

Eliezer Rizzo é Professor-asso

dos Estratégicos da Unicamp e professor-convidado do

Mestrado de Direito da Unip; pesquisador do CNPq-Fapesp.

9.2. O PAPEL DOS MUNICÍPIOS NA POLÍTICA DE SEGURA

J

“Tradicionalmente, os problemas relacionados à segurança pública no Brasil têm

sido enquadrados ora como uma questão de “soberania nacional” e “segu

deral e estadual, uma vez que são estas as instâncias responsáveis pe

mos a importância estratégica do poder municipal na produção de “segurança

pública”. Ainda hoje é comum ouvir que a “prefeitura pouco pode fazer porque não

controla as polícias” ou que a "constituição de 1988 reserva aos estados a

responsabilidade exclusiva de prover segurança aos cidadãos". Em verdade, estas

considerações reforçam uma perspectiva ultrapassada que se mostra incapaz de atender

aos desafios colocados pelo provimento de uma ordem pública democrática e

contemporânea. De fato, o desconhecimento sobre o papel decisivo dos municípios nas

políticas públicas de segurança no Brasil, tem comprometido, de forma substantiva, os

esforços de se construir e enraizar políticas e programas tecnicamente adequados e

conseqüentes no âmbito da segurança pública. Idéias criativas e experiências bem

Page 186: Livro Da Guarda Municipal

n

sucedidas como, por exemplo, os projetos de polícia comunitária, têm enfrentado

inúmeros obstáculos para a sua institucionalização. E, sem exagero, pode-se dizer que boa

parte dessas dificuldades está relacionada ao distanciamento e, até mesmo, à indiferença

do poder local. As polícias, que possuem um papel executivo e direto na gestão da

segurança pública, são as agências públicas que mais se ressentem da ausência de uma

ação articulada com as prefeituras. Conforme demonstram diversos estudos nacionais e

internacionais, a ausência ou a fragilidade de interações regulares entre a administração

municipal e as polícias, é um dos principais fatores que contribuem para limitar a eficácia,

eficiência e efetividade destas últimas. Não é demais salientar que as intervenções

policiais preventivas, dissuasivas e repressivas implementadas de forma exclusiva e, por

conseguinte, dissociadas das políticas urbanas desenhadas pelos municípios, tem ajudado

a produzir toda sorte de desperdícios no emprego diuturno dos escassos recursos policiais.

Afinal, por mais e melhor que as polícias estaduais possam fazer, elas sozinhas são, por

definição, incapazes de responder ás demandas por segurança experimentadas nos

centros urbanos. Tal limitação resulta da evidência de que nem todas as questões de

segurança pública são problemas propriamente policiais. Ao contrário, a oferta de uma

segurança pública democrática que atenda aos imperativos de um mercado da cidadania

em crescente expansão, ultrapassa a esfera de ação exclusiva das organizações policiais,

requerendo a incorporação de outros atores tão fundamentais quanto os meios de força

comedida. Cabe mencionar, que parte expressiva dos problemas que alimentam a

sensação generalizada de insegurança e propiciam o agravamento do temor coletivo

reporta-se a fatos difusos que não necessariamente podem ser enquadrados como atos

criminosos propriamente ditos. Mas, que se não forem devidamente trabalhados por

outras agências além das polícias, podem estimular a ocorrência de práticas delituosas

futuras e o recurso individual à violência como uma forma de resolução de problemas.

Refiro-me, sobretudo, aos conflitos, desordens, incivilidades e litígios experimentados nos

espaços públicos que desembocam, quase que exclusivamente, nos balcões das

delegacias e no atendimento emergencial realizado pelas PMs. Os policiais civis e

militares de várias polícias brasileiras, orie tados pelos seus conhecimentos práticos,

sabem disso. Expressões cotidianas tais como "a polícia não é poste de luz", "a polícia

não é cerca", " o policial é um faz tudo" ou " sempre acaba sobrando só para a polícia",

usualmente empregadas pelos profissionais da ponta da linha, indicam uma crítica às

mentalidades e convicções do passado que merecem ser discutidas e desmitificadas, em

Page 187: Livro Da Guarda Municipal

nome de uma perspectiva que efetivamente considere as formas pelos quais os problemas

da insegurança são vividos pelos cidadãos. Ora, se os cidadãos vivem nas cidades, ou

melhor, em algum bairro ou em alguma comunidade, então as questões associadas a

insegurança só podem ser também experimentadas e resolvidas no âmbito das

localidades. Por conta desta constatação irrefutável, parece não fazer qualquer sentido

buscar mascarar ou reduzir a responsabilidade do poder local na co-gestão da segurança

pública, utilizando-se como recurso retórico o apego formal ao desenho político-

administrativo vigente. Não se trata aqui de defender a municipalização das polícias

estaduais. Mas, antes, de se procurar superar entraves oriundos de convicções e doutrinas

inadequadas á realidade contemporânea da segurança pública. Creio que hoje estamos

vivendo um momento rico no que diz respeito à superação de visões arcaicas e amadoras

de enfrentamento da crise da segurança pública. Intervenções desconexas, isoladas,

espetaculares e superficiais, ainda que bem intencionadas, revelaram-se fracassadas e

onerosas. Com o tempo, elas demonstraram sua incapacidade de produzir respostas

consistentes e estáveis já não foram mais além do que tentar "apagar incêndios" e

"enxugar gelo". Se isto se impõe como uma aguda evidência, é preciso caminhar rumo

uma visão sistêmica, integrada e aberta da problemática da segurança pública que esteja

realmente em sintonia com a natureza, diversidade e intensidade dos problemas de

segurança vividos nas ruas. Uma concepção mais realista e sensata da segurança pública

reconhece a necessidade de se ultrapassar o campo de atuação exclusiva das forças

policiais e de outros órgãos do sistema criminal, através da incorporação na gestão da

segurança pública das comunidades e de outras agências públicas e civis prestadoras de

serviços essenciais à população. Uma vez que o provimento eficaz de segurança pública

depende sobremaneira de variáveis extra-policiais, tais como o ambiente comunitário, os

equipamentos coletivos, a infra-estrutura social e urbana, os serviços de utilidade pública,

etc., não se pode prescindir de se estabelecer instâncias efetivas de cooperação e

participação sobretudo com a administração municipal. Se, por um lado, as agências

policiais pertencem aos governos estaduais, por outro, uma parte expressiva dos

instrumentos úteis e indispensáveis ao provimento de segurança pública está sob o

controle do município. A título de ilustração cabe mencionar, entre outros, a manutenção

e ampliação dos equipamentos coletivos, o ordenamento e fiscalização da ocupação do

solo urbano, a coleta regular de lixo, iluminação e manutenção dos espaços públicos, o

controle e fiscalização do trânsito, obras de saneamento básico, fiscalização dos

Page 188: Livro Da Guarda Municipal

o

Junho de 2000

Belo Horizonte

transportes coletivos, a melhoria da malha urbana, a expedição de alvarás e a fiscalização

dos espaços coletivos de lazer, etc. Particularmente no campo da prevenção primária -

ainda muito pouco explorada no Brasil -, os municípios possuem um papel decisivo. Há

muito para se fazer. Suas políticas urbanas e sociais constituem a infra-estrutura da

segurança pública as quais, por sua vez, operam como medidas auxiliares e

complementares às ações de polícia. Como se pode perceber os municípios possuem um

vasto campo de atuação que não se restringe a criação das guardas municipais. Ainda que

pareça repetitivo, vale insistir que fatos urbanos corriqueiros como a falta de iluminação, a

acumulação de lixo, o caos no trânsito, a má conservação dos espaços de lazer e demais

locais de uso comum, têm uma significativa relação com o “varejo” do crime e seu

adensamento em certas regiões da cidade: os assaltos, furtos, conflitos e distúrbios que

ocorrem nos espaços coletivos não são simples produtos da “crescente audácia dos

bandidos”, da “falta de policiamento nas ruas” e de doutrinas e métodos policiais arcaicos.

São, ainda, o resultado do abandono do poder público e da sua incipiente interlocução

com a sociedade civil, sobretudo no que se refere à administração dos bens urbanos. A

esta altura parece evidente que a administração municipal emerge como um nexo

essencial na orquestração das comunidades c m as atividades governamentais estaduais e

federais voltadas para a gestão democrática da ordem pública. É, pois, o Município que

possui a responsabilidade mais direta pela qualidade de vida da população em seus

aspectos mais básicos. É, portanto, a Prefeitura que detém as ferramentas e órgãos de

serviços públicos mais próximos à vida cotidiana das pessoas. Se isto procede, parece

inadiável que o poder local se inscreva como um parceiro na tarefa de construção de uma

administração estratégica da ordem pública.”

(Texto publicado no Site: http://www.spcv.org.br/OldSite/index.HTM )

Jacqueline Muniz

Centro de Estudos de Segurança e Cidadania - UCAM

Page 189: Livro Da Guarda Municipal

9.3. “O GUARDA BELO”

De autoria do Codi

“Dizem que a primeira impressão é a que fica, e é um bom

tenho de um policial, jamais soube o seu nome, mas a garotada o chamava de guarda

belo em alusão ao desenho infantil do gato Manda Chuva e sua turma, onde havia um

guarda muito tolerante e bondoso, isto lá por volta de 1962, no colégio Caetano de

Campos, na Praça da Republica em São Paulo, quando aquela praça era transitável.

nte ao colégio, nos dizia bom dia,

nos atravessava pelas mãos e desejava boa aula e que nos comportássemos, na ida e na

volta ele e

uanto

durante a

ntão o que posso dizer, os responsabilizo, mais ao estado, que

agora ten

a todos há

muito tem

rimeira impressão é a que fica e resta a sociedade

resgatar m

De autoria do Codinome: BRAZIL NEWS

nome: BRAZIL NEWS

registro que eu

O guarda Belo atravessava as crianças em fre

stava presente.

A guarda Civil aquela época usava um uniforme azul marinho, distintivo no

quepe e um bonito distintivo a vista na lapela, e isto nunca me saiu da cabeça.

Ao longo dos tempos assisti uma regressão de todo o sistema, depreciada pelo

estado e com mudanças constantes impostas pelo estado tanto durante a ditadura q

o regime dito democrático.

Eu mesmo assisti e sofri algumas arbitrariedades e mais de uma vez presenciei

agressão entre policiais, e

ta impedi-los de associar e de entrar em greve querendo impor-lhes o ato e

direito universal como deserção, embora o próprio estado tenha abandonado

po e assistimos os maiores desfalques sem que um sequer tenha parado atrás

das grades ou recebido a devida pena.

Mas é como eu disse a p

uito dos seus valores e fim.”

Texto Disponível na Internet no Site: http://groups.google.com.br

Data: 30 de julho de 2001

Page 190: Livro Da Guarda Municipal

9.4 ACADÊMICOS DEFENDEM GUARDA MUNICIPAL NO COMBATE À

VIOL

Claudia Silva Jacobs

Uma polícia mais próxima da

comunidade, armada ou não, e que tenha

apontam

desenvolvimento das guardas municipais,

apontadas pelos acadêmicos como uma boa

arma no combate à violência.

ialista em segurança pública no

a guarda municipal pode ser o

ícias brasileiras.

delo para a polícia que queremos

é possível ensinar, de maneira

,

,

pode ser uma solução, porque o nível de

enfrentamento entre delinqüentes e policiais é

ÊNCIA

credibilidade junto à população. Especialistas

essas características como base do

O pesquisador Jean-François Deluchey, espec

Brasil da Universidade Sorbonne, na França, diz que

exemplo para um projeto de reformulação total das pol

"A guarda municipal poderia até ser um mo

para o Brasil. Porque é uma polícia nova, porque

completamente diferente do que se ensinou nas polícia

afirma o pesquisador.

s estaduais nos últimos 20 anos"

"E também os quadros da guarda municipal poderiam ser formados por pessoas

realmente envolvidas em questões de direitos humanos e na busca dos verdadeiros

suspeitos, e não na repressão em todos os cantos."

Armas

Recentemente, o governo federal aprovou a resolução que permite o porte de

armas para membros de guardas municipais. Para Deluchey, no entanto, este não é o

ponto principal.

Governo federal autorizou porte de armas para guardas

“Esta polícia não tem a "A questão de os guardas andarem

armados ou não é um debate local, depende de

cada situação. No Rio de Janeiro, por exemplo

fama de repressão. Eles são uma força policial muito mais preventiva, muita maispróxima à comunidade, muito menos ameaçadora.” Fiona McCaulay, pesquisadora do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford muito grande."

Page 191: Livro Da Guarda Municipal

inglesa. "E

que (a guarda municipal)

não precis

Cooperação

experimentos com

policiamen

r a prender os traficantes e

começar a

les se retiram e, na manhã seguinte, os

moradores r

d des estão

pal. Porque esta polícia não tem a fama

, é um erro dos governos só pensar nas grandes

questões.

or.

“Os municípios devem trabalhar também em

prevenção, conhecem bem a

o.” tro de

Para justificar a sua posição, Deluchey cita o exemplo da polícia metropolitana

les não tiveram armas durante muito tempo e fizeram o trabalho bem", afirma o

francês.

"Se tiver o mínimo de credibilidade em uma área, acho

a andar armada, mas se não tiver nenhuma, o porte de armas pode dar um

pouco de credibilidade."

De acordo com Fiona McCaulay, pesquisadora do Centro de Estudos Brasileiros

da Universidade de Oxford, na Inglaterra, a credibilidade na polícia e o apoio da população

são fundamentais.

"Há muitos

to comunitário e tudo mostra que,

se você tem cooperação da população local, aí

você pode começa

questões ligadas à criminalidade, porque eles possuem mecanismos de

reduzir a violência social", afirma.

"Mas, se a polícia é muito distante e

só entra na favela com armas, fazendo blitz,

como você vai construir uma relação

permanente com blitz? Não é possível. E

cidade e conhecem as ferramentas de atuaçãClaudio Beato, do CenEstudos em Criminalidade e Segurança Pública, de Belo Horizonte

ainda são vítimas dos traficantes", ac

"O que eu acho interessante hoje em

experimentando a possibilidade da guarda munici

de repressão. Eles são uma força policial muito mais preventiva, muita mais próxima à

comunidade, muito menos ameaçadora."

escenta McCaulay.

ia no Brasil é que algumas cida

Estrutura

Já para Claudio Beato, do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança

Pública, em Belo Horizonte, é clara a necessidade de se estruturar a guarda municipal ou

a polícia comunitária. Na opinião de Beato

"Uma das coisas que eu considero importante é que os municípios devem

trabalhar também em questões ligadas à criminalidade, porque eles possuem mecanismos

de prevenção, conhecem bem a cidade e conhecem as ferramentas de atuação", afirma o

pesquisad

Page 192: Livro Da Guarda Municipal

idade de Guarulhos, por exemplo, tem sido apontada por especialistas como

um bom e

Londres para falar das

experiênci

mento em algumas regiões da cidade e, ao

mesmo te

mos periodicamente as ações e como as polícias devem atuar,

acompanh

ww.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc)

11 de agosto de 2004

O professor Hans Bodemer, do centro de estudos latino-americanos da

Universidade de Hamburgo, na Alemanha, descreve algumas experiências realizadas em

São Paulo como positivas no trabalho de prevenção à violência.

A c

xemplo de combate à violência e tem como um dos carros-chefe de sua política

de segurança o incentivo à guarda municipal.

O prefeito do município, Elói Pietá, que esteve em

as realizadas na cidade, diz que a polícia precisa trabalhar ao lado da população.

"Ampliamos a guarda municipal e ela passou a ser mais atuante no município",

afirma o prefeito. "Descentralizamos o policia

mpo, fizemos um programa de ação social de apoio a juventude e ao

desempregado."

"Além disso, fizemos um conselho municipal de segurança, dirigido por mim,

com representantes da Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e

representantes da comunidade", acrescenta.

"Avalia

ando os índices de criminalidade na região", conclui Pietá.

(Texto publicado no Site: http://w

Claudia Silva Jacobs

Centro de Estudos de Segurança e Cidadania - UCAM

BBC BRASIL.com

Page 193: Livro Da Guarda Municipal

0. DA FORMAÇÃO DO GUARDA MUNICIPAL

O Curso de Formação Técnico-Profissional de um Guarda Municipal, muito

o do profissional é que irá moldá-lo para

uma prestação de serviço de excelência. Convém lembrar que a atividade primordial da

Segurança Pública está baseada na proteção dos direitos e garantias fundamentais da

pessoa h

seus

dezoito an

Aperfeiçoamento de Praças da Polícia Militar do Paraná e

as bases C

de Guardas Municipais de Curitiba e de algumas cidades da Região

Metropolit

ACADEMIA DE FORMAÇÃO

mínimo deveria ser

realizada em tempo integral e em dois momentos: o primeiro, em um período de

formação vos de aulas teóricas; o segundo, dividido

1

embora seja oneroso, é necessário, pois a formaçã

umana. Colocar nas ruas profissionais precariamente preparados na área de

segurança torna-se tão perigoso quanto deixar a população à mercê da criminalidade.

Partindo deste princípio, deve-se prover uma formação para os guardas

municipais, assemelhada às instituições de Segurança Pública do país, visando um

resultado positivo e satisfatório.

Seguindo esta temática, a Guarda Municipal de Curitiba, ao longo dos

os de existência, vem ano após ano acrescendo na formação e qualificação dos

seus profissionais, seguindo os currículos da Escola Superior de Polícia Civil do Estado do

Paraná, do Centro de Formação e

urriculares para a Formação dos Profissionais da Área de Segurança do Cidadão,

conforme Diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Justiça – Secretaria Nacional de

Segurança Pública.

Por diversas vezes, tem firmado convênios com ambas as instituições de ensino

policial do Estado do Paraná, fornecendo em média grande parte dos docentes,

adequando-os ao currículo e disciplinas da instituição mantenedora, a fim de formar ou

qualificar o quadro

ana.

Não menos importante que a formação é também a continuidade do ensino, o

qual será tratado com maiores propriedades nos próximos tópicos.

10.1.

Em virtude da formação do guarda municipal, que no

não inferior a cento e vinte dias leti

Page 194: Livro Da Guarda Municipal

em dois períodos: um para aulas teóricas e o outro em estágio supervisionado, concluindo

deste mo

ursos de formação”, os

currículos

d

licial”. Assim, percebe-se claramente que caso

seja firma

situação política vigente. O curso por meio de

m

urrículo fixado por este mesmo órgão federal.

cipais deverá ser seguido

exclusivamente pelo Mistério da Justiça, onde fixará todas as disciplinas e carga horária, a

fim de fo qualificado para desempenhar o efetivo

exercício da função.

direitos humanos, nos direitos civis, na crítica à misoginia, ao racismo, à homofobia, na

do, uma formação de duzentos e quarenta dias em tempo integral, sendo que

destes 75% em aulas teóricas e 25% em estágio supervisionado.

Provavelmente, com o advento do Decreto Federal nº 5123, de 1º de julho de

2004, conforme Art. 40 em seu Parágrafo Único, por tornar-se competência exclusiva do

Ministério da Justiça, “conceder autorização para o funcionamento dos cursos de

formação de guardas municipais” e “fixar o currículo dos c

vindouros estejam próximos da realidade estimada, necessitando com isso, de

alguns ajustes para os já existentes. (grifei)

Por sua vez, convém ressaltar que a Lei Federal nº 10826, de 22 de dezembro

e 2003, em seu Art 6º, § 3 º, preconiza que “A autorização para o porte de arma de fogo

das guardas municipais esta condicionada à formação funcional de seus integrantes em

estabelecimentos de ensino de atividade po

do convênio para a formação dos novos integrantes da carreira, as prefeituras

de um modo geral terão poucas opções e, por sua vez, geralmente ficará à mercê da

convênio poderá ser mais oneroso do que

ontar nos grandes centros urbanos Academias de Formação de Guarda Municipal, onde,

além da formação, podem ainda ser ministrados os ensinos continuados para estes

profissionais.

Diante do acima exposto, quando falamos de uma Academia de Formação de

Guarda Municipal, estamos efetivamente tratando sobre um estabelecimento de ensino de

atividade policial, autorizado pelo Ministério da Justiça, para este fim específico, baseado

ainda em um c

10.2. CURRÍCULO DE FORMAÇÃO

O Currículo de Formação para Guardas Muni

rmar e manter um profissional apto e

Conforme o Projeto Segurança Pública para o Brasil, provavelmente o currículo

seja fixado com as seguintes disciplinas e temas pertinentes: “mediação de conflitos, nos

Page 195: Livro Da Guarda Municipal

ntude, as drogas e as armas, e nas questões relativas à violência

doméstic

d

n

a

m as relações de equilíbrio

internas e

cíficas (a cada seis meses)

ra o exercício de suas funções

(instrumen

Ainda, adicionando a este currículo, temos o estatuído pelo Decreto nº 5123, de

junho de técnicas de tiro

defensivo,

automáticas, com sessenta e cinco por cento de conteúdo prático, e também, devendo

conter defesa pessoal, necessitando para tanto as prefeituras que possuírem Academias

de Forma

defesa do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), na especificidade da problemática

que envolve a juve

a, à violência contra as mulheres (incluíndo-se o estudo do ciclo da violência

doméstica) e contra as crianças. Além das matérias diretamente técnicas, policiais e

legais, haverá uma focalização especial das artes marciais e no estudo prático e teórico do

gradiente do uso da força. As disciplinas incluirão elementos introdutórios de sociologia,

história, antropologia, psicologia, comunicação, computação, português / redação /

retórica oral, teatro e direito. O método didático prioritário será o estudo de casos,

nacionais e internacionais, com seminários, debates e simulações”.

Lembrando ainda que, segundo os estudos realizados pela Secretaria Nacional

e Segurança Pública, no Encontro das Guardas Municipais, o ideal é que este currículo

ão seja apenas para formação do Guarda Municipal, mas também para o seu

primoramento, seguindo o cronograma abaixo:

“a) Científica e Tecnológica (a cada dois anos)

Acompanhamento das evoluções científicas e tecnológicas no âmbito do Direito,

Administração e da Segurança Eletrônica.

b) Relações Humanas (a cada um ano)

Tem por objetivo trabalhar as questões que envolve

entre a Administração e a sociedade.

c) Atividades práticas e Espe

Tem por objetivo treinar o efetivo pa

tal, técnico e operacional).”

2004, em seu artigo 42, o qual determina treinamento de

de sessenta horas para armas de repetição e cem horas para armas semi-

ção para Guarda Municipal virem a se adequar ao currículo proposto pela

Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça.

Page 196: Livro Da Guarda Municipal

Justiça, o que estará

faltando será apenas a fixação do seu Corpo Docente.

uardas municipais, os municípios deverão, ainda,

preocupar-se com o ensino continuado, mantendo um corpo docente condizente com as

necessida

tilizam para o seu corpo docente

membros

nº 10826, de 22 de dezembro de

2003, em

ção está baseada no que estatui o artigo 42, § 3º do

Decreto nº 5123/04, onde determina que “Os profissionais da Guarda Municipal” devem

“ser submetidos a um estágio de qualificação profissional, por no mínimo, oitenta horas ao

ano”.

s

10.3. CORPO DOCENTE

Com a criação de uma Academia de Formação para Guarda Municipal nos

grandes centros urbanos e estando nos moldes do Ministério da

Além da formação dos g

des existentes. Desse modo, seguindo as instituições de ensino policial, como

exemplo, a da Academia Militar do Guatupê da Polícia Militar do Paraná e a Escola

Superior de Polícia Civil do Estado do Paraná, onde u

preparados da sua própria corporação, bem como firmando convênios e

intercâmbios com outras instituições de ensino policial.

Seguindo essas premissas, as Academias de Formação de Guarda Municipal

estarão com o seu corpo docente permanente, preparado e atualizado, ou seja, apto a

ministrarem aulas com qualidade e aproveitamento, indispensável para o exercício da

função do policial.

Por sua vez, as exigências impostas pela Lei

seu artigo 6º, § 3º, e Decreto nº 5123, de 1º de julho de 2004, em seus artigos

40, incisos I, II e IV, e artigo 42, parágrafos 1º, 2º e 3º, estarão sendo cumpridas, como

determinam estas legislações.

10.4. ENSINO CONTINUADO

Tratando ainda, sobre a necessidade de se criar uma Academia própria para a

Guarda Municipal, esta afirma

Considerando como exemplo a Guarda Municipal de Curitiba, com o efetivo atual

de 1.327 guardas municipais, em horas de estágio, isto irá corresponder no mínimo a

106.160 (cento e seis mil, cento e sessenta) horas/aula por ano ao seu quadro de

ervidores.

Page 197: Livro Da Guarda Municipal

veitamento é aquele realizado de forma prolongada e não em período integral.

o:

funçõ

atividades anuais, seus planos de aperfeiçoamento, recic

ação de servi

1

Um dos requisitos para o exercício da função de Guarda Municipal, em virtude

da sua proximidade com a população, é ministrar palestras, bem como desempenhar

atividades ça e defesa civil, fazendo-

se mister preparar os servidores para este fim, tornando-os multiplicadores nas suas áreas

de atuaçã

Além da formação do profissional da guarda municipal, o município deve manter

um ensino de oitenta horas aula por ano, o que corresponde em média a um mês de

curso em regime de meio período, pois o ensino que fornece condições adequadas de um

melhor apro

Adicionando a essas premissas, devemos lembrar que para se prestar um

serviço com qualidade e eficiência, 80 horas/aula por ano ainda é insuficiente, além de

que as disciplinas e os temas trabalhados no curso deste período devem ser atuais e

globalizados.

Corroborando tais pensamentos, a Secretaria Nacional de Segurança Pública, no

Encontro das Guardas Municipais do Brasil no Estado de São Paulo, quando em estudo

para elaborar o Manual de Referência para Estruturação das Guardas Municipais, fez a

seguinte citaçã

“A informação e o conhecimento científico são tão dinâmicos quanto a própria humanidade. Um estudo feito pela Universidade de Harvard, apontou que um profissional com mais de dois anos sem participar de cursos de capacitação, atualização profissional ou de aperfeiçoamento estarão tecnicamente inaptos para exercerem suas

es. Por esta razão as atividades de capacitação e aperfeiçoamento

se tornam tão importantes quanto a própria formação do indivíduo que o manterá, técnico, humano e politicamente atualizado.

É imperativo que as Guardas Municipais conceituem como parte de suas

lagem e capacitação de seus efetivos, como forma de explorar as potencialidades infinitas reservadas em cada ser humano, permitindo assim estimular, motivar e entusiasmar a voc

r em cada Guarda Municipal.”

0.5. PALESTRAS E ATIVIDADES EDUCATIVAS

educativas e preventivas voltadas à área de seguran

o.

Page 198: Livro Da Guarda Municipal

om o advento da Lei n.º 9503, de 23 de setembro de 1997 - Código de

eassumindo a

responsabilidade diretamente relacionada com a fiscalização e o controle de tráfico

veicular nos seus municípios.

ndo estes servidores Agentes da Autoridade de Trânsito.

al

de Segur

nsito em seus municípios.

as.

áter civil, uniformizado e armado, o qual é reconhecido pelo exercício da sua

função, pe

11. A GUARDA MUNICIPAL E A COMPETENCIA SOBRE O TRÂNSITO

C

Trânsito Brasileiro, os municípios passaram a ter mais uma competência, r

Deste modo, adequando-se à legislação supracitada, alguns municípios criaram

uma Diretoria específica, sendo um órgão executivo, onde para a atividade operacional foi

delegada a função de fiscalização do controle de trânsito de veículos e pedestres para as

suas Guardas Municipais, torna

Esta iniciativa veio de encontro aos anseios do Plano Nacional de Segurança

Pública, que preconiza a adequada capacitação das Guardas Municipais, inclusive para a

área de trânsito.

Lembrando ainda que, segundo os estudos realizados pela Secretaria Nacion

ança Pública, no Encontro das Guardas Municipais, e conforme o que foi

debatido, o ideal é que os guardas municipais estejam capacitados para o controle e

fiscalização do trâ

Com o controle de trânsito viário municipal, inerente à atividade do Poder de

Polícia Administrativa, torna-se desconexo criar outros organismos, inclusive firmando

parceria com empresas de economia mista, a fim de exercer a função específica do Poder

Público.

Não se delega a terceiros, muito menos a empresas privadas, atividades

exclusivas dos Poderes Públicos Constituídos. Como exemplo, não se contrata uma

empresa de consultoria a fim de criar projetos de lei e encaminhá-las às Casas

Legislativ

Do mesmo modo, quanto ao efetivo exercício do Poder de Polícia Administrativo

do Município, em relação ao controle e fiscalização de trânsito, torna-se desnecessária a

criação e manutenção de outro organismo para exercer uma função típica de um corpo

policial de car

rante a população, como é o caso das Guardas Municipais.

Page 199: Livro Da Guarda Municipal

12. REGULAMENTO DE UNIFORMES

Uma das principais necessidades das Guardas Municipais está na padronização

os seus uniformes e patentes hierárquicas, onde ao encontrarmos um Guarda Municipal

ue se trata de um servidor de segurança pública

unicipal, podendo, com facilidade, identificar o município que representa e qual a sua

graduação

o de metal acima do bolso esquerdo da camisa, contando

ainda com

ICIPAL DE CURITIBA

d

em qualquer cidade do país, saibamos q

m

nesta instituição.

As Guardas Municipais na sua maioria adotaram o uniforme social na cor azul-

marinho, com botões dourados, quase sempre tendo o cunho do brasão do município no

interior dos mesmos, a bandeira do município no braço direito, o brasão da instituição no

braço esquerdo e o distintiv

o fiel (cordão de apito) no braço direito, na cor branca para os guardas e na

cor amarela para os graduados, o quepe para os homens e o casquete para as mulheres.

O fato é que esta padronização nem sempre vem sendo seguida, pois por falta

de uma regulamentação da União ou de regulamentações internas, alguns comandantes

acabam inserindo ou retirando detalhes do uniforme, o que leva a mudar a originalidade e

prejudicar inclusive a própria identidade da corporação.

Como exemplo, podemos observar os distintivos de peito da Guarda Municipal

de Curitiba e suas mudanças nos poucos dezoito anos de existência.

DISTINTIVOS DE PEITO DA GUARDA MUN

1988 a 1997 Para todos os servidores.

Contava com o número de identificação do

Guarda Municipal no espaço amarelo.

1994 a 1997 Exclusivo dos Supervisores.

Contava com o número de identificação do graduado na parte

inferior.

1997 a 2001 Para todos os servidores.

Não mantinha mais o número de identificação

do Guarda Municipal.

2001 em diante Para todos os servidores.

No lugar ocupado pelo número de

identificação, passou a ter o termo

“DEFESA SOCIAL”.

Page 200: Livro Da Guarda Municipal

RARQU UAÇ

Mu l nec

das suas graduações e respectivas divisas, tendo uma padronização de âmbito nacional,

para que, al, graduado ou não, seja reconhecido

pela função que exerce e o município a que pertence.

12.1. HIE IA E GRAD ÕES

As Guardas nicipais no Brasi essitam com urgência de regulamentação

onde quer que esteja o guarda municip

A Guarda Municipal de Curitiba, tentando adequar as suas esferas gerenciais,

supervisora e operativa, de acordo com os seus momentos de desenvolvimento, acabou

vindo a inserir e alterar as suas graduações, conforme tabelas abaixo:

GRADUAÇÕES E DIVISAS 1988 a 1994

Inspetor de 1ª Inspetor de 2ª Inspetor de 3ª Sub-Inspetor

Supervisor Guarda de 1ª Guarda de 2ª Guarda de 3ª

1994 a 1997 1997 a 2004

Supervisor

Page 201: Livro Da Guarda Municipal

NOVAS GRADUAÇÕES E DIVISAS APÓS A LEI Nº 10.630/02

Inspetor GM de 1ª Inspetor GM de 2ª Inspetor GM de 3ª

Supervisor GM de 1ª Supervisor GM de 2ª Supervisor GM de 3ª

Guarda Municipal

dGuarda Municipal

eGuarda Municipal Guarda Municipal

special

Desse modo, vemos que algumas Guardas Municipais estão buscando implantar,

na esfera de ação do seu efetivo, os níveis hierárquicos com as devidas distinções de

graduações, preenchendo assim esta carência que é a diferenciação dos servidores de

acordo com sua área de atuação.

e 1ª d 2ª de 3ª Quadro E

Page 202: Livro Da Guarda Municipal

A hierarquia é um poder de caráter social que define o poder sobre as vidas, os

recursos e os destinos de outras pessoas, conferidas por uma posição na sociedade ou em

uma de suas organizações. Um membro de uma hierarquia sempre tem acesso a seu

superior imediato e aos colegas da mesma graduação na organização, e é normalmente

obedecido por seus subordinados diretos e indiretos.

Para que se tenha a disciplina em um corpo civil, faz-se necessário que, dentro

do princípio da legalidade, seja implantado regulamento próprio, destinado a fixar limites e

tribuições dos superiores e de seus subordinados. De um modo geral, as prefeituras,

através de leis ou decretos, vêm disciplinando esta matéria, contudo, sem que haja uma

padronização entre todas as Guardas Municipais do Brasil.

Encontro das Guardas Municipais do Brasil, quando em estudo para elaborar o Manual de

Referência para Estruturação das Guardas Municipais, concluiu-se que:

“independente da estrutura, efetivo ou número de graduações de uma

destas áreas de ação.

1. Esfera de ação GERENCIAL

Nível de Direção e comando da Guarda Municipal, responsável pelo

planejamento estratégico estabelecendo diretrizes de ação e métodos. Responsável pela

elaboração da planificação dos projetos políticos de segurança pública afetas a Guarda

Municipal.

Nível intermediário de comando. Responsável pela fiscalização das ações

operativas e intermediação das ações de comando junto a base.

3. Esfera de ação OPERATIVA

Nível de aplicação de todas as atividades inerentes a função do Guarda

Municipal.”

Depreende-se daí que as Guardas Municipais, implantando o seu sistema

hierárquico, a fim de manter a disciplina em seu próprio corpo, estão corretas, desde que

não busquem patentes e formas de ação de instituições de caráter militar. Desse modo, a

fim de evitar disparate de algumas corporações, o ideal seria que houvesse uma

Legislação Federal padronizando níveis hierárquicos, graduações e forma de ascensão.

a

Conforme estudos realizados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, no

corporação policial as esferas de ação de seu efetivo estarão situadas sempre entre uma

2. Esfera de ação SUPERVISORA

Page 203: Livro Da Guarda Municipal

1

Da mesma forma que as Guardas Municipais carecem de uma padronização em

relação à

padronizados os distintivos e as medalhas a nível federal.

2.2. DISTINTIVOS E MEDALHAS

hierarquia e graduações, é também de suma importância que sejam

Em relação aos distintivos, como vimos anteriormente, por motivos alheios,

muitas vezes vêm a ser alterados, perdendo a sua própria finalidade.

A Guarda Municipal de Curitiba, procurando implantar uma forma de

identificação eficiente, acrescentou nos uniformes o distintivo de braço e a bandeira do

município, conforme segue abaixo:

Tratando-se das medalhas, a Câmara Municipal de Curitiba, por meio da Lei n.º

8369/94, instituiu o Mérito Policial para o integrante das Polícias Civil, Militar e Guarda

Municipal, que tiverem sido reconhecidos por ato de bravura no cumprimento do dever.

Este título honorífico é transmitido na forma de placa metálica. O interessante seria que

houvesse uma medalha representando o referido mérito, pois ao encontrar um policial

ostentando-a, pudesse ser feita uma leitura imediata do que representa a insígnia.

Page 204: Livro Da Guarda Municipal

Por fim, tratando dos distintivos, ainda, as Guardas Municipais de um modo

geral mantêm o distintivo de cobertura, que é utilizado nos quepes, casquetes, bonés e

capacetes, sendo os dois primeiros em metal e os dois últimos em adesivo autocolante.

A Guarda Municipal de Curitiba teve apenas dois distintivos de cobertura, sendo

que o primeiro veio a ser melhorado na sua forma visual, sem perder a sua originalidade,

conforme segue abaixo:

DISTINTIVOS DE COBERTURA DA GUARDA MUNICIPAL DE CURITIBA

1988 a 1997 Utilizado em todas as

coberturas dos servidores sem distinção.

1997 em diante O mesmo que o anterior, sendo

acrescidas as bordas com folhas de louro.

12.3. GRATIFICAÇÃO DE AQUISIÇÃO DE UNIFORME

Em virtude das dificuldades e entraves burocráticos no curso da previsão da

verba orçamentária, para a sua efetiva aplicação no uso do uniforme pelos Guardas

Municipais, hoje faz-se necessário criar mecanismos de defesa ágeis e previstos em lei,

seguindo

(estar devidamente uniformizado).

esse modo, com base em estudos realizados em conjunto com a Sra. Joana

Sirlei lação

vigente na Polícia Militar do Estado do Paraná, seguindo ainda as tipicidades dos

municípios, apresento um modelo de gratificação de aquisição de uniforme, seguido da

justificativa legal, Projeto de Lei Municipal e Decreto de Regulamentação.

os já aplicados por outras instituições policiais, as quais têm, no uso do

uniforme, a base para o exercício das suas funções, bem como no que tange à questão

disciplinar do seu quadro

D

de Moraes (funcionária da Prefeitura Municipal de Curitiba), frente à Legis

Page 205: Livro Da Guarda Municipal

JUSTIFICATIVA

A Gratificação de Aquisição de Uniformes faz-se necessária devido à

peculiaridade da Guarda Municipal de ............................., no que diz respeito à prestação

de serviços à comunidade, que sempre deverá ser realizada através dos seus servidores

devidamente uniformizados.

Assim, para o des atribu ores pertencentes a esta

Corporação, a utilização do uniforme é um requisito indispensável.

Considerando u is ora mencionados não

consta de maneira específica em dotação orçamentária, surge com isso a necessidade de

criar esta gratificação com a finalidade de suprir tal carência.

sobre o vencimento

básico do servidor, tal medida se faz necessária, devido a uma fixação do valor da

gratificaçã

es, vem a ser o organismo

responsáv

res da Guarda

Municipal, será feita de maneira mais rápida e eficaz, além de ter um preço mais acessível

(devido processo de licitação), res padrão de qualidade do material,

anter-se-á uma uniformização padronizada na instituição.

m sempre as necessidades imediatas desta

corporação são supridas em tempo.

processo natural de desgaste do uniforme, necessitando, neste caso, a reposição

empenho das ições dos servid

que atualmente a aq isição dos materia

Com relação ao percentual de 15% (quinze por cento),

o, bem como, segundo constatou-se em estudos realizados na Guarda Municipal

de ............................., sobre a receita e a despesa, o custo do uniforme estará próximo

ao percentual proposto, considerando que a quantidade anual de uniformes por servidor

será de no mínimo 02 (dois) uniformes completos, neste caso, sendo material de boa

qualidade que venha a resistir ao uso constante e prolongado.

Quanto ao Conselho de Administração de Uniform

el pela aquisição, manutenção e distribuição dos mesmos. Ao ser direcionada

esta gratificação ao conselho, este deverá administrá-la, responsabilizando-se pelos seus

atos.

Se focarmos o assunto através do prisma de que a aquisição de uniformes,

realizada pelo Conselho de Administração de Uniformes aos servido

peitando assim, o

m

Atualmente, a forma de aquisição de uniformes é realizada através da

dependência de recursos disponíveis da Secretaria Municipal de ................. Tal maneira

se mostra ineficaz, assim como a demora para a aquisição dos uniformes se faz presente,

pois, devido aos procedimentos normais, ne

Como decorrência deste fato, devido ao uso constante dos materiais, ocorre o

Page 206: Livro Da Guarda Municipal

periódica,

de .........., com os seus

servidores

entrega, não haverá como suprir as necessidades reais da Guarda Municipal em

tempo há

............................................

da Guarda Municipal (CAU-GM), e dá outras

Art. 1º Fica instituída a Gratificação de Aquisição de Uniforme (GAU), aos

servidores

para que assim possa o servidor estar sempre bem apresentado, a fim de

cumprir com as suas tarefas funcionais, o que nem sempre ocorre devido à realidade

atual.

Ainda, é de se observar que o servidor uniformizado, devidamente trajado, além

de transmitir respeito e segurança pela instituição, acaba indiretamente servindo como um

modelo de disciplina, bem como demonstrando que o órgão público que representa está

estruturado, a fim de atender às necessidades da população.

De tudo que se expôs acima, infere-se que a Gratificação de Aquisição de

Uniforme, assim como a criação do Conselho de Administração de Uniformes, são medidas

que se fazem necessárias para manter a Guarda Municipal

devidamente uniformizados.

Se, por outro lado, a forma de aquisição de uniformes continuar sendo realizada

como ocorre nos dias de hoje, com a morosidade entre a carência do material e a sua

efetiva

bil.

***

LEI N.º ..............................

Data: ...............................

“Institui a Gratificação de Aquisição de Uniforme

(GAU) para a Guarda Municipal de .................,

cria o Conselho de Administração de Uniformes

providências”.

A Câmara Municipal de ................., capital do Estado do ....................,

aprovou e eu, Prefeito Municipal, sanciono e promulgo a seguinte lei:

lotados na Guarda Municipal de .............................

§ 1º A Gratificação ora instituída será paga mensalmente ao servidor da ativa,

no percentual de 15% (quinze por cento) sobre o vencimento básico.

Page 207: Livro Da Guarda Municipal

ecursos instituídos no artigo anterior, bem como

para exer

cargos de: Secretário Municipal da ...........................; Secretário Municipal

de .....................; Dirigente da Guarda Municipal; Chefe da ................ de Apoio Logístico;

o Chefe da ............ de Controle de Uniformes; e um representante de classe.

Art. 3º O servidor d portância equivalente a 15%

(quinze por cento) sobre o venc

§ 1º A quantia estabelecida no caput deste artigo será retida e recolhida ao

Conselho de Administração de Uniforme

qual manterá conta corrente em rede b

aquisição e fornecimento das peças de

competente.

§ 2º Sobre a Gratificação de A iforme (GAU) não poderão incidir

tributações referentes ao Imposto de Renda, descontos Previdenciários, assim como

Pensão Ali

baixará decreto de

regulamen

e Aquisição de Uniforme

repassado

§ 2º A Gratificação de Aquisição de Uniforme (GAU) tem como objetivo a

aquisição e utilização do referido material, por ser este parte essencial ao desempenho

das funções dos servidores da Guarda Municipal.

Art. 2º Para aplicação dos r

cer a fiscalização de toda a receita e despesa da Guarda Municipal de ...........,

referente aos uniformes dos servidores, fica criado o Conselho de Administração de

Uniformes da Guarda Municipal de ..................... (CAU-GM), que será composto pelos

ocupantes dos

a Guarda Municipal faz jus à im

imento básico para aquisição de uniformes.

s da Guarda Municipal de ............ (CAU-GM), o

ancária autorizada, que será movimentada para

uniformes específicos, por meio de seu órgão

quisição de Un

mentícia.

Art. 4º Dentro de 90 (noventa) dias, o Prefeito Municipal

tação do Conselho de que trata o Art. 2º desta lei.

Art. 5º A prestação de contas da Gratificação d

s pelo município à Guarda Municipal será processada pela Secretaria Municipal

de Finanças, observadas as normas em vigor.

Art. 6º As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta de dotações

normais do orçamento do município, ou por créditos especiais ou extraordinários que

venham a ser abertos.

Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

.............................., em ..........de...................................

***

Page 208: Livro Da Guarda Municipal

a Gratificação

refeito Municipal de .............., do Estado do .................., no uso da sua

atribuição

Gratificação de Aquisição de Uniforme (GAU) destina-se a prover

recursos p

ste artigo será depositada

mensalme

mencionados no artigo anterior.

§ 2

tificação de Aquisição de Uniforme (GAU) será administrada pelo

Conselho d

Municipal ........................, será o Presidente;

ente;

I. O Dirigente da Guarda Municipal de .............., será o Secretário-Executivo;

IV. Os Chefes de Apoio Logístico e de Controle de Uniformes e o representante

de classe, todos pertencen s do Conselho.

arágrafo único: A investidura dos cargos acima mencionados far-se-á

automaticamente, conforme Decreto de n

Art. 3º O Conselho de Admi

ordinária, mensalmente, para deliberar s

Municipal de ...................., bem como

anterior e extraordinariamente quando co

DECRETO N.º ..............................

Regulamenta a Lei n.º..........., de ... de

.................de 2004, que institui

de Aquisição de Uniforme (GAU), e que cria o

Conselho de Administração de Uniformes da

Guarda Municipal de ............... (CAU-GM).

O P

que lhe confere o artigo ...., da Lei Orgânica do Município de ..............., com

fundamento na Lei n.º de ....de .........................de 2004, decreta:

Art. 1º A

ara aquisição de uniformes ao efetivo da Guarda Municipal.

§ 1º A gratificação de que trata o caput de

nte pelo Tesouro Municipal, no Banco do ..................................., na conta

especial “CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DE UNIFORMES DA GUARDA MUNICIPAL DE

......................... (CAU-GM)”, com os recursos

.º A aplicação dos recursos obedecerá à classificação de despesas

estabelecidas pela Legislação Federal.

Art. 2º A Gra

e Administração de Uniformes, composto pelos seguintes membros:

I. O Secretário

II. O Secretário Municipal ......................., será o Vice-Presid

II

tes à Guarda Municipal, como membro

P

omeação das respectivas funções públicas.

nistração de Uniformes reunir-se-á em seção

obre assuntos relativos a uniformes da Guarda

para verificação das contas relativas ao mês

nvocados pelo Presidente.

Page 209: Livro Da Guarda Municipal

ecretário-

Executivo,

licados para aquisição de uniformes, em benefício

dos servid

Secretário-

Executivo, dos recursos da

Gratificaçã

...............

cação de

Aquisição

de bens, para os fins

previstos n

de Aquisição de Uniforme;

§ 1º As reuniões do Conselho serão determinadas pelo Presidente e anunciadas

por meio de memorandos expedidos pelo Secretário-Executivo, com o prazo mínimo de 24

horas de antecedência.

§ 2º As decisões do Conselho serão tomadas por maioria de seus membros,

cabendo ao Presidente o voto de desempate.

§ 3º Das reuniões do Conselho o Secretário-Executivo lavrará Atas, as quais

serão, ao final, assinadas por todos os membros e tornadas públicas aos servidores da

Guarda Municipal de ..............., juntamente com o balancete de verificação mensal.

Art. 4º Cabe ao Presidente do Conselho, em conjunto com o S

a administração dos recursos provenientes da Gratificação de Aquisição de

Uniforme, os quais só poderão ser ap

ores da Guarda Municipal de ..............................

Parágrafo único: O Presidente do Conselho, juntamente com o

prestarão contas, mensalmente, do recebimento e aplicação

o de Aquisição de Uniforme.

Art. 5º Ao Conselho de Administração de Uniformes da Guarda Municipal de

....... (CAU-GM) compete:

I. Definir as prioridades de aplicação dos recursos da Gratifi

de Uniforme;

II. Elaborar o plano anual de aplicação de recursos;

III. Encaminhar à Secretaria Municipal de Finanças, em época fixada, o

programa de trabalho para viabilizar a proposta orçamentária referente às atividades do

Conselho;

IV. Cumprir as disposições legais, referentes à aquisição

o artigo 1º deste regulamento;

V. Assumir compromissos até o limite dos recursos efetivamente arrecadados,

por meio da Gratificação

VI. Velar pela observância das disposições deste regulamento e demais atos

pertinentes.

Art. 6º Ao Presidente do conselho, compete:

I. Convocar e presidir as reuniões do conselho;

II. Orientar e fiscalizar as resoluções;

Page 210: Livro Da Guarda Municipal

resoluções aprovadas pelo

colegiado;

quando na função os atos a ele inerentes.

nas questões administrativas de ordem interna do

Conselho,

r as reuniões, fazendo lavrar as respectivas Atas;

contas;

ordenadas pela Secretaria Municipal de Finanças, nos processos de prestação

de contas;

m as instruções do Presidente, as medidas

compleme e

de Uniformes da Guarda Municipal de ................ (CAU-GM), conforme as

deliberaçõ

s pelo conselho, no regular

exercício d

, apresentar emendas ou substitutivos às questões

apresentad

dia da reunião, bem como a preferência nas votações ou na discussão de

determina

s por

prazo dete

III. Assinar com o Secretário-Executivo os cheques de movimentação dos

recursos provenientes da gratificação;

IV. Velar pela observância das disposições deste regulamento e demais

disposições pertinentes, promovendo o cumprimento das

Art. 7º Ao Vice-Presidente do conselho compete substituir o Presidente em suas

faltas e impedimentos, podendo praticar

Art. 8º Ao Secretário-Executivo do conselho compete:

I. Auxiliar o Presidente

executando as ordens imediatas, instruções e resoluções emanadas;

II. Secretaria

III. Receber, examinar, acompanhar, tramitar e processar as prestações de

IV. Cumprir e fazer cumprir, dentro dos respectivos prazos, as decisões ou

diligências

V. Providenciar de acordo co

ntar s para a convocação e a realização das reuniões ordinárias e

extraordinárias;

VI. Movimentar junto com o Presidente a conta bancária do Conselho de

Administração

es;

VII. Outras atividades que lhe forem designada

e sua função.

Art. 9º Aos membros do Conselho competem:

I. Participar das discussões

as;

II. Requerer urgência para discussão e votação de processos não incluídos na

ordem do

do assunto;

III. Votar a matéria em discussão, podendo pedir vistas dos processo

rminado;

Page 211: Livro Da Guarda Municipal

anualmente, o

plano de

previstos e o saldo do exercício anterior se houver, e o encaminhará até a

segunda q

rt. 11 O Presidente do Conselho prestará contas à Secretaria Municipal de

Finanças,

A Guarda Municipal de ................., prestará ao Conselho o necessário

apoio técn

13 Os integrantes do Conselho de Administração de Uniformes da Guarda

Municipal d

ecreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposiçõe

Prefeito Municipal

92, o Grupamento de Proteção Ambiental, composto por integrantes

da Guarda

s mesmos se embrenharem nas áreas verdes (parques e

bosques);

orme

na cor verde, com lenço de escoteiro, chapéu canadense e coturno, diferenciando assim,

do uniforme social na cor azul-marinho, com sapato e cobertura.

IV. Desempenhar os encargos para os quais tenham sido incumbidos pelo

conselho ou seu Presidente.

Art. 10 O Conselho, por proposta de seu Presidente, organizará

aplicação da gratificação de Aquisição de Uniforme (GAU), nele incluídos os

recursos

uinzena do mês de janeiro de cada exercício financeiro à Secretaria Municipal de

Finanças, para exame, parecer e posterior aprovação pelo chefe do Poder Executivo.

A

até 31 de março de cada ano, das aplicações dos recursos da Gratificação de

Aquisição de Uniforme (GAU) referentes ao exercício anterior.

Art. 12

ico administrativo, auxiliado, quando necessário, pela Secretaria Municipal

...............................

Art.

e ..................... (CAU-GM) não serão remunerados em virtude desta função.

Art. 14 Este D

s em contrário.

...................., em ..........de.......................................de 2004.

12.4. GRUPAMENTO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

Tendo em vista a preocupação com o Meio Ambiente, a Prefeitura Municipal de

Curitiba criou, em 19

Municipal de Curitiba. Os servidores utilizavam uniforme específico para este

tipo de serviço, haja vista o

contudo, os seus distintivos e insígnias eram idênticos aos demais membros da

corporação.

Essa é uma forma correta de se distinguir a área de atuação, bem como

adequar o servidor às condições de serviço que serão desenvolvidas pelo mesmo.

O uniforme da Guarda Verde, como o seu próprio nome já diz, era um unif

Page 212: Livro Da Guarda Municipal

fera da legalidade, impreterivelmente, terão que se afeiçoar ao

estatuído p

os

integrante

a pelo Ministério da Justiça.

conforme a quantidade populacional do m

dades, existem dois tipos de porte de

arma para uncional (pessoa jurídica).

Vejamos:

a Guarda Municipal, passaram a ter direito aos portes de arma pessoal

(particular

que não

tenham u

O que merece um cuidado especial diz respeito às armas da própria corporação,

o a liberação destas armas

os seus integrantes, podendo ser exclusivamente durante o turno de serviço ou sem

restrição q

13. A GUARDA MUNICIPAL E A LEI DO DESARMAMENTO

Com a nova legislação em vigor, é mister que as instituições policiais venham a

se adequar aos preceitos legais. Desta forma, as Guardas Municipais, para que continuem

atuando dentro da es

ela Lei Federal n.º 10826/03 e Decreto Federal n.º 5123/04.

Seguindo esta temática, convém ressaltar que a formação funcional d

s das Guardas Municipais terá que ser realizada em estabelecimento de ensino de

atividade policial, autorizad

Ainda, outro item de suma importância trata dos tipos de porte de arma,

unicípio.

Deste modo, considerando as suas peculiari

as Guardas Municipais: a pessoal (pessoa física) e a f

Para as capitais dos Estados e os municípios com mais de 500.000 habitantes,

os integrantes da Guarda Municipal passaram a ter direito aos portes de arma pessoal

(particular) e funcional (institucional), sendo que, para o último, independente de estar ou

não em serviço;

• Para os municípios com mais de 50.000 e menos de 500.000 habitantes, os

integrantes d

) e funcional (institucional), sendo que este último, somente em serviço;

• Para os municípios que integram a Região Metropolitana, desde

ma população acima de 500.000 habitantes, cabe aos seus integrantes o direito

aos portes de arma pessoal (particular) e funcional (institucional), sendo que este último,

também somente em serviço.

que poderão ou não obter autorização para aquisição, bem com

a

uanto ao porte das mesmas.

Cabe lembrar que, caso as Guardas Municipais venham efetivamente a exercer o

seu direito do porte de arma, faz-se antes necessário preencher os requisitos, os quais

serão comentados nos próximos tópicos.

Page 213: Livro Da Guarda Municipal

ico do Dec. n.º 5123/04, “... da

existência

e propor políticas de qualificação das

atividade

da existência de uma Ouvidoria, como órgão autônomo e permanente, tendo o

poder in sti

egurança, dentre outros.

tu

anto a

possível ra

o, para evitar estigmatizações ou prejuízos na

progressã e estudos realizados pelo Instituto Cidadania – Fundação

Djalma Guimarães, os quais serviram como balizadores para edição da presente

legislação

i

e antes da corporação,

mantendo uma autonomia em relação à Guarda Municipal.

13.1. OUVIDORIA

Conforme preceitua o Art. 44, Parágrafo Ún

de Ouvidoria, como órgão permanente, autônomo e independente, com

competência para fiscalizar, investigar, auditorar

s desenvolvidas pelos integrantes das Guardas Municipais.”

Entende-se que as Guardas Municipais, a fim de manter o controle externo,

necessitam

ve gatório próprio.

Por tratar-se de um controle externo, o mesmo deverá ser independente,

podendo ser representado por membros do Ministério Público e dos Conselhos

Comunitários de S

A almente, este tipo de serviço, vem sendo desempenhado pelas prefeituras

através do “disque-reclamação”, não tendo, contudo, a capacidade legal de fiscalizar,

auditorar e propor políticas, servindo apenas como instrumento de reclamação qu

inf ção funcional.

13.2. CORREGEDORIA

Do mesmo modo, pautado no Dec. n.º 5123/04, em seu Art. 44, “... as Guardas

Municipais dos municípios que tenham criado Corregedoria própria e autônoma, para

apuração de infrações disciplinares atribuídas aos servidores integrantes do Quadro da

Guarda Municipal.”

Tratando-se da Corregedoria, sendo este um mecanismo de controle interno,

o mesmo “deverá ser supracorporativo, envolvendo representantes de várias instituições e

membros da própria Guarda, em rodízi

o da carreira”, conform

.

Convém ressaltar que a Corregedoria está direcionada para a apuração de

nfrações disciplinares, bem como aplicação das medidas cabíveis, devendo, entretanto,

ste organismo de controle ser próprio e específico para os integr

Page 214: Livro Da Guarda Municipal

Quadro da Guarda Municipal.

al de Armas – SINARM, instituído no Ministério da Justiça, no

âmbito da Polícia Federal, tendo circunscrição em todo o território nacional, tem

competência legal para cadastrar as armas de fogo institucionais, constantes de registro

próprio das Guardas Municipais.

d

da munição utilizados pelas Guardas Municipais, podendo neste caso firmar convênio com

as própria

M

C

e uso permitido à pessoa física

e o outro

assando aos seus integrantes.

Atualmente, alguns municípios mantêm nas Procuradorias setor responsável em

apurar e aplicar punição aos seus servidores de maneira geral, sem distinção de sua

função pública.

Com a vigência da presente legislação federal, faz-se necessário, ao menos

nestas Procuradorias, a criação de uma Corregedoria, sendo esta própria para apurar e

aplicar punição aos servidores específicos do

13.3. CADASTRO DAS ARMAS

O Sistema Nacion

Cabe ressaltar que registros próprios são os realizados pela corporação, em

ocumento oficial e de caráter permanente.

Compete ainda ao Ministério da Justiça a fiscalização e controle do armamento e

s prefeituras ou secretarias de segurança pública estaduais.

Por fim, quanto à aquisição das armas de fogo e munições para as Guardas

unicipais, convém ressaltar que a competência legal para expedir autorização é do

omando do Exército, e a aquisição de armas de fogo pelos integrantes das guardas

municipais na categoria de defesa pessoal é realizada através do Ministério da Justiça.

13.3.1. INSTITUCIONAL

Com o advento da Lei n.º 10826/03, dois institutos foram apontados através da

sua regulamentação, um tratando sobre o porte de arma d

à pessoa jurídica. Sobre a pessoa jurídica, cabe lembrar que se trata do porte de

arma “funcional”, onde a instituição policial tem o direito de adquirir o referido

armamento, rep

Este porte de arma recai à pessoa jurídica, que por sua vez delega o “uso” e o

“porte” da arma de fogo ao seu funcionário habilitado, podendo ambos virem a responder

solidariamente pelo uso indevido do respectivo instrumento de trabalho.

Page 215: Livro Da Guarda Municipal

s Guardas Municipais das capitais dos Estados e dos municípios com mais

500.000 habitantes passaram a ter direito ao porte de arma “funcional”, durante e após o

serviço. Em outras palavras, as que estiverem preenchendo os requisitos estatuídos pela

legislação

dade, inclusive para o uso da mesma fora de serviço.

s guardas municipais residentes em outros

município

os municípios com

mais de 5

ara que os integrantes das Guardas Municipais mencionadas acima possam

fazer uso do respectivo armamento da sua corporação, faz-se necessário que, além da

existência da Corregedoria e da Ouvidoria em seu município, tenham os mesmos realizado

treinamen

testada pela sua

própria in

função.

A

em vigor, poderão adquirir o armamento de acordo com seu efetivo total,

acautelando individualmente os mesmos aos seus guardas municipais; devendo, contudo,

disciplinar em normas próprias os procedimentos relativos às condições para a utilização

das armas de fogo de sua proprie

Cabe lembrar que para o porte de arma “funcional” existe a limitação territorial

dentro do respectivo município, sendo que o

s poderão deslocar-se para as suas moradias ou retornarem ao seu trabalho,

com o referido armamento, necessitando apenas a autorização para este deslocamento.

Quanto às Guardas Municipais da Região Metropolitana e d

0.000 e menos de 500.000 habitantes, passaram a ter apenas o direito ao porte

de arma “funcional” estritamente em serviço, ou seja, estas corporações podem repassar

o armamento aos seus guardas municipais, desde que os mesmos estejam em serviço,

sendo vedada a utilização fora da sua jornada de trabalho.

P

to técnico de no mínimo 60 horas para arma de repetição e 100 horas para

arma semi-automática.

A corporação deve submeter o seu funcionário a teste de capacidade psicológica

a cada dois anos e sempre que o mesmo estiver envolvido em evento de disparo de arma

de fogo em via pública.

Por fim, depois de cumpridos os requisitos técnicos e psicológicos, estabelecidos

pela Polícia Federal, a capacidade técnica e a aptidão psicológica para o manuseio de

armas de fogo aos integrantes das Guardas Municipais deverá ser a

stituição.

Sobre o porte de arma “funcional”, cabem algumas considerações:

Tratando das demais Guardas Municipais, as quais não foram abrangidas pelo

texto legal em virtude de não se tratar de capital, Região Metropolitana ou município com

população superior a 50.000 habitantes, há um tratamento desigual para a mesma

Page 216: Livro Da Guarda Municipal

as

vezes, até

s

Guardas

de insegurança, conseqüentemente, terá ao seu derredor um

possível ín

§ 2º, da Lei n.º 10826/03, além de ser permitida a seus integrantes a

aquisição de taxas de

prestação

Cabe lembrar que, conforme Art. 28 da citada lei, exceto aos integrantes das

Guardas M

Cabe lembrar que nos municípios pequenos, muitas vezes, o Estado não dispõe

de efetivo e equipamento policial a fim de guarnecer esta localidade. Diante isso, muit

os “delegados” são cargos de confiança exercidos por pessoas que sequer têm

conhecimento na área de segurança e as delegacias destas pequenas comarcas são

“vigiadas” por presos de confiança ou funcionários da prefeitura.

Percebe-se, claramente, a necessidade destes municípios em terem nas sua

Municipais o efetivo exercício do poder de polícia, vindo a contar com seus

integrantes no combate e prevenção ao crime.

Não é a quantidade populacional, mas sim, a localização do município, a renda

“per capita” e principalmente a atividade econômica desta cidade que podem trazer um

diagnóstico claro e preciso sobre o índice de insegurança.

Quanto às Guardas Municipais da Região Metropolitana e cidades com menos de

500.000 habitantes, o ideal é que estes municípios venham a ser assemelhados às capitais

e grandes centros urbanos, no que tange ao porte de arma ‘funcional”, pois, além do

acima exposto, ainda, existe o detalhe de que uma capital ou município bem policiado,

com redução no índice

dice de criminalidade acrescido, aonde o delinqüente acaba fugindo dos grandes

centros, buscando abrigo e “trabalho” em outras localidades.

13.3.2. PARTICULAR

Quanto ao porte de arma particular aos guardas municipais, conforme está

previsto no Art. 11,

e porte de arma de fogo, ainda, estão isentos do recolhimento

de serviços relativos tanto ao registro, renovação e segunda via, quanto à

expedição do porte federal de arma, renovação e segunda via, restringindo-se esta

isenção a duas armas por servidor.

unicipais das capitais e cidades com mais de 500.000 habitantes, fica vedado

adquirir arma de fogo, tendo idade inferior a vinte e cinco anos, aos demais integrantes

das Guardas Municipais dos municípios, onde a sua população seja inferior a 500.000 e

superior a 50.000 habitantes.

Page 217: Livro Da Guarda Municipal

a vez que se trata de um porte de arma

federal, se

seus servidores, mantendo com

isso um co

devendo este preceito estar

previsto na regulamentação interna quanto ao uso do respectivo armamento.

Cabe lembrar que se trata de uma infração administrativa, a qual prevê a

sanção de perda do respectivo porte de arma, bem como apreensão da mesma pela

autoridade

ensa por exceder a pontuação máxima prevista.

Tratando-se do porte de arma “particular” ⎯ categoria defesa pessoal, aos

guardas municipais acima mencionados, convém ressaltar que o referido porte não tem

limitação territorial em relação ao município, um

ndo fornecido para uma arma particular e não pertencente à corporação.

Torna-se prudente que as Guardas Municipais venham a manter em seus

cadastros internos a relação do armamento particular dos

ntrole indireto sobre as respectivas armas.

Convém salientar que, independente da arma ser pertencente à corporação ou

ao servidor, quando houver uma ocorrência (tanto interna quanto externa), envolvendo o

guarda municipal de posse de arma de fogo, encontrando-se este em estado de

embriaguez, sob efeitos de substâncias químicas, alucinógenas ou medicamentos que

provoquem alteração do desempenho intelectual ou motor, faz-se necessário o imediato

afastamento das suas funções para tratamento especializado,

competente.

Por sua vez, caso o referido guarda municipal venha a ser surpreendido em uma

das situações acima elencados, o mesmo vindo a perder o direito ao porte de arma,

poderá, perante a sua corporação, tornar-se um servidor temporariamente inapto para

efetivo exercício da função, assemelhando-se ao condutor de viatura que tem a sua

Carteira Nacional de Habilitação susp

Page 218: Livro Da Guarda Municipal

Sendo a Guarda Municipal gestora e operadora de segurança pública na esfera

municipal, atuando desta forma como “solucionadora de problemas” locais, faz-se mister

neste tipo de instituição, além dos serviços operacionais comuns, ainda, a manutenção do

Serviço Tático-Operacional, visando o pronto-emprego de guardas municipais

especializados para a solução de problemas imediatos e específicos, como tumulto, turba,

desastres, emergências de alto risco, calamidades públicas, defesa civil, etc.

Longe de afirmar que o seu efetivo operacional, de um modo geral, não esteja

preparado para o enfrentamento de situações desta natureza, mas sim, com o objetivo de

manter um serviço de excelência, em determinadas situações de emergência é necessário o

emprego de profissionais altamente qualificados para este fim.

Desse modo, torna-se imprescindível que as Guardas Municipais mantenham um

grupo de servidores diferenciados, voltados para a atuação nos serviços tático-

operacionais, devendo estruturar-se, baseado no comando único, direcionando o seu foco

de atuação para as buscas, resgates e apoio operacional.

Os Comandos Operacionais de Buscas, Resgates e Apoio ― COBRA ―

(contribuição do GM Luiz Ilário Wachpolz), devem atuar nas grandes cidades, no apoio

operacional aos demais serviços essenciais nos momentos de normalidade, somando os

esforços na busca da recuperação do “Espaço Público”, realizando rondas nas praças,

parques, bosques e logradouros, onde o índice de vandalismo e/ou criminalidade estejam

atingindo proporções alarmantes.

Por sua vez, nos momentos de anormalidade, estes servidores deverão direcionar

sua atuação no pronto-emprego, buscando a solução mais rápida e eficaz, a fim de

minimizar a situação-problema. Neste caso, convém ressaltar a necessidade deste grupo

estar distribuído de maneira ordenada, a fim de cumprir com a sua função específica.

Ainda, para que esses servidores sejam bem empregados na busca e resgate de

pessoas desaparecidas em intempéries ou acidentes, nos lugares de difícil acesso, bem

como no apoio operacional nas situações de defesa civil ou de suporte à prestação de

serviço emergencial, é necessário que este grupo de servidores esteja em constante

treinamento e aprimoramento, realizando inclusive cursos na área de pronto-socorrismo,

salva-vida

14. A GUARDA MUNICIPAL E O SERVIÇO TÁTICO-OPERACIONAL

s, técnicas de alpinismo, combate e prevenção a incêndio, controle de distúrbio

civil, entre outros mais.

Page 219: Livro Da Guarda Municipal

inuir consideravelmente, no

que tange

ica, traumática ou psiquiátrica, quando ocorrem fora do

ambiente

aúde.

Neste con

diminuir significativamente o índice de mortes precoces.”

Atualmente, as organizações policiais, estando ou não equipadas, têm prestado

lemas relacionados à área de

aúde, sendo na sua maioria problemas cárdio-respiratórios, intoxicação, trauma, maus

tratos, trabalhos de parto, tentativas de suicídio, acidentes com vítimas e com produtos

15. A GUARDA MUNICIPAL E O SOCORRO A VÍTIMAS

Com a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU),

projeto desenvolvido pelo Ministério da Saúde, a fim de ofertar no âmbito do Sistema Único

de Saúde (SUS) a assistência pré-hospitalar, conseqüentemente, o atendimento de

emergência médica realizado pelas Guardas Municipais irá dim

ao encaminhamento hospitalar. Contudo, no pronto atendimento no local da

ocorrência, esta atividade continuará sendo exercida pelos integrantes da Guarda

Municipal, em virtude da sua característica peculiar de estar prestando serviço na ponta,

direto com o cidadão.

Portanto, a manutenção dos cursos e preparação voltada ao suporte básico de

vida e ao atendimento de ocorrências, envolvendo traumas, partos, entre outros, devem

ser mantidos e incentivados nestas corporações.

Quanto ao SAMU, cabe ressaltar que “o atendimento pré-hospitalar pode ser

definido como a assistência prestada, em um primeiro nível de atenção, aos portadores de

quadros agudos, de natureza clín

hospitalar, podendo acarretar sofrimento, seqüelas ou mesmo a morte”.

Ainda, conforme menciona o Ministério da Saúde, “a organização de uma rede de

atenção integral para atendimento às urgências, organizando o fluxo dos pacientes da

atenção básica até a alta complexidade, é uma das prioridades do Ministério da S

texto, o SAMU tem um forte potencial ordenador da assistência, como forma de

responder a todas demandas de urgência, sejam elas no domicílio, no local de trabalho, em

vias públicas ou onde o paciente vier a precisar do SUS. Todos os recursos necessários

podem ser oferecidos, independentemente de sua complexidade”.

“O atendimento rápido a quadros agudos de natureza traumática e clínica,

através do envio de ambulâncias de suporte básico e avançado (UTIs Móveis) com equipes

de saúde, contribui para

serviço na área social, em especial no que se refere a prob

s

Page 220: Livro Da Guarda Municipal

perigosos

altar que, ao prestar um serviço de urgência, conforme diretrizes

estabeleci

empenhadas, as mesmas devem estar

voltadas p

ivas, sob

supervisã

t

o

M

liar a cena do evento,

identifican

tação da

equipe d

ulso

e consciê

. Essas situações contribuem para uma experiência cotidiana na vida policial.

Ao ser implantado o SAMU, as Guardas Municipais não perderão as suas

atribuições no que tange ao pronto-socorrismo, podem continuar auxiliando de forma

integrada a prestação de socorro de urgência, ou então, passando a compor a equipe de

estrutura do próprio Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, pois saúde e segurança

trabalham de maneira integrada, um necessitando do outro para a complementação das

suas funções, na área de atendimento de emergência médica.

Convém ress

das pelo Ministério da Saúde, no item 1.2.4 - “Profissionais Responsáveis pela

Segurança”, torna-se evidente a necessidade de servidores dessa área.

Quanto às atividades por estes des

raticamente para o que já realizam cotidianamente, ou seja, “na identificação de

situações de risco, exercendo a proteção das vítimas e dos profissionais envolvidos no

atendimento. Fazem resgate de vítimas de locais ou situações que impossibilitam o acesso

da equipe de saúde. Podem realizar suporte básico de vida, com ações não invas

o médica direta ou à distância, sempre que a vítima esteja em situação que

impossibilite o acesso e manuseio pela equipe de saúde”.

Tratando-se das atribuições dos integrantes das Guardas Municipais, no que

ange ao pronto atendimento nas situações de emergência, sendo estas realizadas direta

u indiretamente com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, conforme menciona o

istério da Saúde, as mesmas deverão ser: “comunicar imediatamente a existência da

ocorrência à Central de Regulação Médica de Urgências; ava

do as circunstâncias da ocorrência e reportando-as ao médico regulador ou à

equipe de saúde por ele designada; identificar e gerenciar situações de risco na cena do

acidente, estabelecer a segurança da área de operação e orientar a movimen

e saúde; realizar manobras de suporte básico de vida sob orientação do médico

regulador; remover as vítimas para local seguro onde possa receber o atendimento da

equipe de saúde; estabilizar veículos acidentados; realizar manobras de desencarceramento

e extração manual ou com emprego de equipamentos próprios; avaliar as condições da

vítima, observando e comunicando ao médico regulador as condições de respiração, p

ncia; transmitir, via rádio, ao médico regulador, a correta descrição da vítima e da

cena; conhecer as técnicas de transporte do paciente traumatizado; manter vias aéreas

pérveas com manobras manuais e não invasivas, administrar oxigênio e realizar ventilação

Page 221: Livro Da Guarda Municipal

tes com proteção da coluna

vertebral,

r manobras básicas

ao recém

s informações do atendimento à

equipe de

e

d

i

c

p

artificial; realizar circulação artificial pela técnica de compressão torácica externa; controlar

sangramento externo por pressão direta, elevação do membro e ponto de pressão,

utilizando curativos e bandagens; mobilizar e remover pacien

utilizando pranchas e outros equipamentos de imobilização e transporte; aplicar

curativos e bandagens; imobilizar fraturas, utilizando os equipamentos disponíveis em seus

veículos; dar assistência ao parto normal em período expulsivo e realiza

nato e parturiente; prestar primeiro atendimento à intoxicações, sob orientação

do médico regulador; conhecer e saber operar todos os equipamentos e materiais

pertencentes ao veículo de atendimento; conhecer e usar os equipamentos de bioproteção

individual; preencher os formulários e registros obrigatórios do sistema de atenção às

urgências e do serviço; manter-se em contato com a Central de Regulação,repassando os

informes sobre a situação da cena e do paciente ao médico regulador, para decisão e

monitoramento do atendimento pelo mesmo; repassar a

saúde designada pelo médico regulador para atuar no local do evento”.

Desse modo, a fim de evitar a duplicidade de serviços prestados, bem como a

dicotomia na área de segurança, destinada ao pronto-atendimento-médico de emergência,

as Guardas Municipais podem ser também empregadas nestas atividades, somando à

quipe do SAMU, onde, na sua esfera de atuação, poderão compor o grupo.

Por sua vez, caso os municípios mantenham ambos os serviços de maneira

istinta, convém ressaltar a importância de se conservar o sistema de comunicação

ntegrado entre as centrais, bem como que os integrantes das Guardas Municipais

ontinuem se aperfeiçoando na área de suporte básico de vida, para que estejam aptos a

restar o pronto-atendimento em suas ocorrências cotidianas.

Page 222: Livro Da Guarda Municipal

16. A GUARDA MUNICIPAL E O ESPORTE

c

i

c

o

ras do

atletismo,

ário anual da

Prefeitura

Visando levar não mais apenas a bandeira da Guarda Municipal, mas sim da

refeitura Municipal de Curitiba, no ano de 1999, na gestão do prefeito Cássio Taniguchi,

or meio da Secretaria de Governo Municipal, iniciou-se uma integração de todas as

ecretarias, galgando com isso, além da união e integração com os servidores desta

unicipalidade, ainda vitórias como o 1º Lugar Geral no ano de 1999 e Vice-Campeão

eral nos anos de 2000 e 2001. Com essas vitórias, podemos observar que não só os

uardas Municipais, mas também os servidores desta prefeitura, demonstraram ter

teresse em realizar atividades físicas, a fim de se manterem saudáveis, bastando para

so um pouco de incentivo por parte do poder público municipal.

A existência e implantação de uma atividade envolvendo a integração dos

ervidores públicos com os de outros setores, bem como voltada efetivamente ao bem-

que haja maior valorização, integração e

spírito de corpo entre estes funcionários, pois, para termos qualidade na prestação de

serviço a comunidades, necessitamos de servidores estimulados, saudáveis e felizes.

A Guarda Municipal de Curitiba, como exemplo, desde a sua criação, tendo

omo característica para o exercício da sua função o condicionamento físico, acabou

niciando disputas desportivas internas (Torneio Interno) e externas do seu ambiente

omum de trabalho, adquirindo com isso uma maior integração entre os seus servidores e

s demais servidores e cidadãos deste grandioso Brasil.

Dentre estas, ressaltamos duas atividades que se tornaram precurso

no seio desta corporação: a corrida de rua e os Torneios da Associação dos

Servidores Públicos do Paraná - ASPP.

A primeira, após diversas competições e vitórias, com a participação e o

incentivo da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, foi inserida no calend

Municipal de Curitiba a Corrida da Guarda Municipal, a qual, ano após ano, vem

adquirindo cada vez mais participantes.

Quanto aos Torneios da Associação dos Servidores Públicos do Paraná, há a

integração com os demais servidores dos órgãos públicos das esferas municipal, estadual

e federal.

P

p

s

m

G

G

in

is

s

estar do servidor, faz-se necessária, a fim de

e

Page 223: Livro Da Guarda Municipal

as instituições de segurança que

estão mai

unidade onde trabalha, certamente teremos uma

redução d

ou o povo isoladamente, mas nunca conseguirá

vencer o p

duzindo o índice de criminalidade local com ações preventivas e integrando

efetivame

17. A GUARDA MUNICIPAL E A COMUNIDADE ESCOLAR

As Guardas municipais, de um modo geral, são

s próximas da comunidade local, principalmente das comunidades de bairros e

escolares. Partindo deste princípio, pode-se afirmar que, se otimizada a prestação de

serviço deste guarda municipal na com

o índice de criminalidade, sem a necessidade de impor o Poder Coercitivo do

Estado. Com a educação e a integração dos órgãos de segurança na comunidade, previne-

se grande parte dos possíveis focos de criminalidade.

O crime pode vencer a polícia

ovo e a polícia integrados. Há que se inverter o atual quadro, onde a polícia tem

medo do povo e o povo da polícia; ambos devem agir integrados, com o mesmo objetivo

comum, re

nte a comunidade e o poder público no combate ao crime.

Conforme Sir Robert Peele (1928), Lord inglês e pai do policiamento moderno,

“o povo é a polícia e a polícia é o povo”, adicionando ainda, “que a polícia nada mais é

que aqueles, pagos e uniformizados, para fazer aquilo que é o dever de todos nós”.

***

TRABALHOS DE ORIENTAÇÃO - Envolver a comunidade através de

“Trabalhos de Orientação”, para a concretização de ações solidárias, visando diminuir as

situações de insegurança.

AÇÕES:

- Integrar a comunidade por meio de palestras educativas, com temas diversos,

pertinentes à área de segurança e áreas social, cultural e outras afins;

- Realizar Blitz educativas de trânsito;

- Promover campanhas, fóruns e debates;

- Realizar cadastro de voluntários.

cionários e comunidade.

LOCAL: Unidades Escolares da Rede de Ensino Público Municipal.

***

PÚBLICO ALVO: Alunos, familiares, professores, fun

Page 224: Livro Da Guarda Municipal

CANCHAS ESPORTIVAS - Otimizar o espaço das canchas esportivas das

escolas, nos finais de semana e feriados.

AÇÕES: - Observar as peculiaridades do local;

- Com administração da Direção do estabelecimento escolar e a Guarda

Municipal, em parceria com as lideranças locais, mediante prévio agendamento, ficando o

solicitante responsável pelo uso do local;

- Solicitar aos órgãos competentes a melhoria das instalações para atender a

demanda.

PÚBLICO ALVO: Alunos, funcionários e comunidade em geral.

LOCAL: Unidades Escolares da Rede de Ensino Público Municipal, que possuam

disponibilidade de canchas esportivas.

***

AÇÕES CÍVICAS - Promover “Ações Cívicas” nas Escolas Públicas Municipais.

AÇÕES: - Orientar e fazer o hasteamento e arriamento das bandeiras nos

estabele

tações gerais sobre civismo;

tir noções de cidadania.

ipal.

cimentos de ensino da Rede Pública Municipal;

- Estimular os estudantes e professores a participarem da execução dos hinos;

- Promover orien

- Transmi

PÚBLICO ALVO: Alunos, professores e funcionários.

LOCAL: Unidades Escolares da Rede de Ensino Público Munic

***

atar a participação da família na escola.

- Organizar mutirões de conservação, reformas e limpeza, visando a

racionali

as escolas, criando um cadastro de voluntários;

har a entrada e saída de alunos;

migos de estudantes, para colaborarem

com palestras e parcerias diversas;

FAMÍLIA PARTICIPATIVA - Resg

AÇÕES: - Incentivar a participação da família em atividades nas escolas.

zação do uso de energia, água, materiais e outros.

- Credenciar os colaboradores d

- Acompan

- Incentivar a participação de pais e a

Page 225: Livro Da Guarda Municipal

Rede de Ensino Público Municipal.

- Estimular e orientar como fazer ou proceder em situações de ilícitos.

PÚBLICO ALVO: Alunos, professores, funcionários e comunidade.

LOCAL: Unidades Escolares da

***

VIZINHANÇA PACÍFICA - Recuperar a tranqüilidade n as adjacências

escolares.

- Promover ações fiscalizadoras nas proximidades de estabelecimentos

escolares, visando inibir atividades ilegais, tais como: venda de bebidas alcoólicas e

cigarros ,

sinuca, fliperama e outros), comercialização de drogas em geral (bocas de fumo ou ponto

de drogas

ários e comunidade.

a Rede de Ensino Público Municipal e

proximida

AÇÕES:

a crianças e adolescentes, casas de jogos de azar (jogos do bicho, pebolim

), casas de prostituição, terrenos baldios, pontos de desmanche de carros,

abandono de lixo;

- Incentivar a comunidade a denunciar atividades irregulares.

PÚBLICO ALVO: Alunos, professores, funcion

LOCAL: Unidades Escolares d

des.

***

VIZINHO SOLIDÁRIO - Estimular ações de co-responsabilidade mútua.

r a participação de pais e amigos em ações de integração com a

comunida

serem to do na ausência de seus pais ou

responsáv

familiares, professores, funcionários e comunidade.

icipal e

proximida

AÇÕES: - Incentiva

de;

- Acompanhar e orientar alunos e moradores nas proximidades de sua

residência;

- Auxiliar em ações de orientação e encaminhamentos nos procedimentos a

mados por crianças e adolescentes, quan

eis.

PÚBLICO ALVO: Alunos,

LOCAL: Unidades Escolares da Rede de Ensino Público Mun

des.

***

Page 226: Livro Da Guarda Municipal

AMIGO DO QUARTEIRÃO – Incentivar que membros da comunidade

participem em ações preventivas.

Organizar grupos voluntários para atuação nos quarteirões/bairros, visando

observar e denunciar quaisquer situações irregulares, tais como: “suspeitos” nas

esquinas, r

O ALVO: Cadastrar voluntários, comunidade, familiares de alunos,

professore

djacências.

AÇÕES: -

t aficantes nas proximidades das escolas, excessos de barulho, carros

abandonados, pichadores, abandono de lixo, depredação de patrimônio, quebra de

lâmpadas, de telefones públicos, vidro e outros, para que sejam tomadas medidas

cabíveis para resolução do problema;

- Identificar os locais com maior risco de ilícitos.

PÚBLIC

s e funcionários.

LOCAL: Unidades Escolares da Rede de Ensino Público Municipal e a

***

MOTIVADOR ESPORTIVO E CULTURAL – Estimular a colaboração de

profissionais e voluntários para incentivo ao esporte e à cultura.

ÇÕES: er as

crianças, adolescentes e adultos em competições, gincanas, torneios, recreações

organizad

senvolver ações de incentivo a trabalhos voluntários de estímulo ao esporte

e à cultura

alorizar o espaço coletivo na localidade onde estudam e residem;

LICO ALVO: Alunos e comunidade.

A- Fazer parceria para que colaboradores organizem maneiras de envolv

as e outros, visando aproveitar o tempo ocioso;

- De

;

- V

- Incentivar participações de cunho cultural, tais como: música, dança, teatro,

pintura, trabalhos artesanais e outros.

PÚB

LOCAL: Unidades Escolares da Rede de Ensino Público Municipal.

***

TRÂNSITO COMUNITÁRIO – Visa desenvolver ações para auxiliar o fluxo

ordenado do trânsito.

ÇÕES:

as e imediações;

A- Estimular que pais e amigos voluntários participem orientando a entrada e

saída de alunos na frente de escol

Page 227: Livro Da Guarda Municipal

- Propiciar que monitores auxiliem os estudantes na travessia das vias de

trânsito, dando-lhes orientações básicas e meios de execução.

PÚBLICO ALVO: Alunos, pais, professores e funcionários.

LOCAL: Unidades Escolares da Rede de Ensino Público Municipal.

***

BRINQUEDO DA PAZ – Desenvolver ações estimuladores que visem atitudes

de paz, co

moção de campanhas, visando a substituição de brinquedos

que incen

de agressividade na escola e comunidade;

nidades Escolares da Rede de Ensino Público Municipal.

laboração e bom relacionamento.

AÇÕES:

- Incentivar a pro

tivam a violência por brinquedos educativos e esportivos, amenizando atitudes

- Estimular formas de ações para que os alunos brinquem sem agressividade.

PÚBLICO ALVO: Alunos e comunidade.

LOCAL: U

***

ESPAÇOS ALTERNATIVOS - Otimizar espaços disponíveis na cidade.

estinar espaços alternativos para que a comunidade utilize em promoções e

concursos

munidade em geral.

nsino Público Municipal.

AÇÕES: - D de grafitagem, visando diminuir o índice de pichação;

- Desenvolver pessoas para expor seus trabalhos artísticos.

PÚBLICO ALVO: Alunos, co

LOCAL: Unidades Escolares da Rede de E

***

“ECO-LÓGICA” COMUNIDAD Despertar na comunidade ações de

conscien

r ações visando a preservação do meio ambiente;

de manutenção e recuperação do

ecossistem

icipal e adjacências.

E -

tização sobre a importância da preservação do meio ambiente.

AÇÕES: - Promove

- Orientar a comunidade a conservar os locais de uso particular e coletivo;

- Desenvolver mutirões e campanhas

a.

PÚBLICO ALVO: Alunos e comunidade.

LOCAL: Unidades Escolares da Rede de Ensino Público Mun

***

Page 228: Livro Da Guarda Municipal

18. A GU

as de segurança nesse sentido.

e

1999, a q segurança nos animais que transitam

em parqu urgiu com o

advento do Decreto n.º 642, de 30 de abril 01, para a efetiva aplicabilidade e demais

sanções administrativas.

ara o bem da segurança pública, fica autorizado o serviço de guarda,

ou policia

de risco, que estiverem

transitand

e regulamentação, mais uma

atribuição guns ajustes,

sendo um dos mais importantes o fato da apreensão do animal.

a fim de estarem

aptos para enfrentar as diversas situações decorrentes de um cão agressivo ou em

eminente animal, requer-se,

principalm

do de propriedade do município, e assim ter o destino que seja

mais co lusive ser sacrificado ou doado a

entidade

possibilidade de que os animais descritos n artigo e que ainda estiverem em idade de

destramento, pudessem vir a ser doados para instituições de segurança, como a Guarda

r no combate à criminalidade.

ARDA MUNICIPAL E A LEI DA FOCINHEIRA

Devido ao ocorrido no Parque Barigüi, em Curitiba, no dia 26 de fevereiro de

2001, quando um freqüentador foi atacado por um cão da raça Rottweiller, desencadeou-

se uma cobrança maciça da mídia por medid

Nesta data, já se encontrava em vigência a Lei n.º 9493, de 15 de abril d

ual prevê a utilização de equipamento de

es, praças e vias públicas. Faltava sua regulamentação, que s

de 20

Quanto à lei propriamente dita, cabem algumas considerações:

“Art. 3º P

mento, nos parques ou vias públicas, a interferir, apreendendo ou acionando o

setor competente do Município, para apreensão dos animais

o sem a “focinheira”.”

Esse artigo trouxe consigo, conforme decreto d

para a Guarda Municipal de Curitiba; contudo, ainda carece de al

Para que o cão venha a ser apreendido, faz-se necessário lembrar de que

especificamente os guardas municipais necessitam realizar um curso,

ataque, pois é sabido que para se conter e até imobilizar um

ente, técnica e equipamentos adequados.

Quanto ao Art. 5º da presente lei, o animal apreendido passa a ser

“...considera

nveniente à sociedade, podendo inc

de pesquisa”. Infelizmente, ao regulamentarem este preceito, ignorou-se a

este

a

Municipal, a Polícia Civil e a Polícia Militar, a fim de auxilia

Page 229: Livro Da Guarda Municipal

Com isso,

ões de ordem

prática, co

muitas vezes, com o objetivo de que seu animal realize suas

necessida demais usuários

dos parque

d

n

animal. Cabe ressaltar que, além de denegrir a imagem do espaço público, é um incômodo

para os tr

s vezes, quando o canil

municipal

rda municipal, em virtude da falta de

técnica e

P

go a segurança alheia;

conseqüentemente, cabe apenas o sacrifício ou doação à entidade de pesquisa,

para os animais apreendidos e considerados abandonados.

Sobre a regulamentação da presente lei, cabem algumas observaç

m as quais os servidores da Guarda Municipal se deparam constantemente nos

patrulhamentos dos parques e correlatos. São elas:

a) Uma questão de Saúde Pública, a qual não foi mencionada na Lei 9493/99,

deve ter uma especial atenção, pois os freqüentadores dos parques e correlatos levam

seus cães para passear,

des fisiológicas; contudo, os detritos fecais ficam expostos aos

s e correlatos, sem que sejam removidos. O que se deve regulamentar é o fato

e que, ao levar o cão para passear, o seu condutor deverá levar consigo equipamentos

ecessários a fim de realizar a coleta e devida destinação dos excrementos fecais do seu

anseuntes e um fator de possível transmissão de doenças.

b) Ainda, uma situação atual que não pode permanecer omissa é o fato de que

possivelmente em virtude do efetivo e/ou da distância, muita

é acionado para atender uma solicitação, geralmente por não dar atendimento

imediato, acaba contribuindo para a impunidade dos infratores.

c) Por fim, uma situação de risco ocorrida nos parques e vias públicas, onde o

dono do cão, sabendo estar em desacordo com a presente lei, acaba utilizando o seu cão

como forma de autodefesa. Desse modo, para o gua

de equipamento, torna-se um tanto difícil realizar a apreensão do animal ou a

detenção do dono.

Por fim, sobre a legislação em pauta, temos ainda a Lei das Contravenções

enais que, em seu artigo 31, tipifica como infração penal a omissão de cautela na

guarda ou condução de animais, conforme segue abaixo:

“Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não

guardar com a devida cautela animal perigoso:

Pena – prisão simples, de 10 (dez) dias a 2 (dois) meses, ou multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:

a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia a

pessoa inexperiente;

b) excita ou irrita animal, expondo a peri

Page 230: Livro Da Guarda Municipal

c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia.”

Atualmente, somente após a consumação do perigo (dano), ou seja, agressão

física do animal contra terceiros, é que se tenta punir o seu dono, quando este é

detido e encaminhado à delegacia policial, juntamente com a vítima e o animal agressor

ou a guia de recolhimento do mesmo.

Conclui-se com isso que, mesmo havendo dispositivos legais, torna-se

necessária uma melhor qualificação dos guardas municipais, bem como equipamentos, a

fim de que se faça cumprir fielmente a presente lei.

Page 231: Livro Da Guarda Municipal

omo bem vimos, o Plano Nacional de Segurança Pública – 2003 – preconiza

que as Guardas Municipais deverão ser “desmilitarizadas e desvinculadas da força

policial”, mesmo sendo gestores e operadores de segurança pública municipal, tendo

ainda como meta a articulação com as polícias civil e militar e a interação com as

Secretarias de Justiça e Segurança do Estado. Em específico, o Comando das Guardas

Municipais do Brasil deve ser exercido por profissionais alheios a outras instituições

policiais, justamente para não trazer consigo tendências da própria carreira.

eguindo estas diretrizes, algumas Guardas Municipais já iniciaram este

processo, onde graduados da própria corporação estão assumindo o comando efetivo,

provando competência para tal. Como exemplo, temos a Guarda Municipal de Curitiba

onde modestamente, em 1992, um graduado da carreira assumiu interinamente a função

de Comandante da Guarda Municipal de Curitiba.

pós esta participação bem sucedida, nos anos seguintes, os graduados desta

instituição passaram a galgar diversos cargos, vindo nos dias de hoje a ocupar as chefias

de núcleos regionais, direção e superintendência da secretaria. Contudo, faltando

efetivamente para findar o comando matricial da Guarda Municipal, virem a assumir o

cargo de dirigente da pasta.

ratando-se da desmilitarização, lembramos primeiramente que nos quadros

dos comandos das Guardas Municipais, há pouco tempo atrás, 70% eram provenientes de

Oficiais da reserva remunerada das Polícias Militares. Traziam, por sua vez, conceitos e

princípios da caserna, os quais acarretavam conflitos com a instituição (que é de caráter

eminentemente civil), afetando, com isso, várias esferas de desenvolvimento das Guardas

Municipais, inclusive incorporando estatutos e normas, entre outros, não condizentes com

a verdadeira atuação das Guardas Municipais, conforme os preceitos constitucionais.

Preconiza ainda que a Guarda Municipal seja desvinculada da força policial

rdas Municipais geralmente

são oriundos da Polícia Civil, sendo Delegados de Polícia aposentados, os quais trazem

consigo, o policiamento direcionado à área investigatória. Neste caso, o seu comando

19. PERFIL DO COMANDO DAS GUARDAS MUNICIPAIS

C

S

A

T

estadual, lembrando-se que 20% dos comandantes das Gua

Page 232: Livro Da Guarda Municipal

estará vol

, no país.

produtivas no processo de crescimento desta corporação,

pois não i

das Municipais e para com os seus

integrante

tado para a sua área de atuação, fugindo do exercício do dever legal do guarda

municipal que é o policiamento ostensivo/preventivo.

Por fim, algumas cidades, seguindo os preceitos do Plano Nacional de

Segurança Pública, bem como cientes da necessidade de um comando imparcial do corpo

de Guardas Municipais, optou em nomear para função de comando das ditas instituições

membros da própria corporação com formação jurídica, ou então civis oriundos do poder

judiciário. Atualmente, isso corresponde a 10%, em média, desses comandos

A maior parte das Guardas Municipais no Brasil adquiriu maturidade suficiente

para ter em seu corpo comandante próprio da carreira, sendo desnecessário trazer

comandante de outras corporações policiais, onde cada qual já possui sua identidade

própria e que, muitas vezes, acaba prejudicando o processo da busca pela própria

identidade das Guardas Municipais.

É sabido que inconscientemente existem premissas e tendências subjetivas dos

comandantes, sendo esta a bagagem intransferível que se traz de uma para outra

instituição. Assim sendo, torna-se inviável e, de certo modo, prejudicial, nomear para o

comando das Guardas Municipais profissionais altamente capacitados na sua esfera de

atuação, contudo, pessoas im

rão contribuir de maneira significativa ou de acordo com o esperado.

Cabe lembrar que há pouco tempo atrás as Polícias Militares do país eram

comandadas por Oficiais Generais de Exército, onde, em virtude da diferença de atuação,

surgiram diversos conflitos, pois o comandante tinha a formação específica para a

Soberania Nacional e, por sua vez, seus comandados estavam no exercício da função de

Segurança Pública. Assim, após diversos conflitos internos, as Polícias Militares

conseguiram assumir o comando das suas instituições.

Quanto ao comando de uma Secretaria de Estado, um exemplo de respeito para

com as Polícias Civil e Militar foi o que o Governador Roberto Requião realizou na

Secretaria Estadual de Segurança Pública, onde, em lugar de nomear um membro de uma

ou outra instituição, optou em empossar como Secretário desta pasta um representante

do Ministério Público.

Nada mais justo e certo para com as Guar

s que o Comandante seja alguém oriundo da própria corporação, desde que

tenha formação em Direito, ou da esfera jurídica, haja vista a sua atuação estar

diretamente relacionada com a aplicação da lei.

Page 233: Livro Da Guarda Municipal

racterísticas peculiares de cada município.

resultado

significativ

e trabalho, e principalmente, sobre a

anutenção de uma identidade institucional.

es, os Comandos das Guardas Municipais

stão sendo exercidos por integrantes da própria carreira, onde conhecem suas

eculiaridades e suas atribuições legais, mantendo assim o desenvolvimento, a ordem e a

20. OTIMIZAÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL

Dentro da esfera de atuação das Guardas Municipais, existe um leque

incomensurável de atribuições que estas corporações podem desenvolver na sua

municipalidade, de acordo com as ca

Convém ressaltar que, de modo algum, utilizados de maneira otimizada os

serviços públicos municipais na sua esfera de competência, essas instituições estarão

atuando à margem da lei.

Ainda cabe lembrar, no que tange à Segurança Pública, que muitas são as

formas de atuação, buscando a diminuição do índice de insegurança, lembrando sempre

que as maneiras preventivas, geralmente, são as que mais apresentam um

o, afinal, a máxima popular “é melhor prevenir, que remediar” impera como

realidade cotidiana no trabalho da Guarda Municipal.

Por fim, ciente de que diversos são os meios que levam ao mesmo fim, visando

buscar uma forma de minimizar o índice de insegurança nos municípios, seguem abaixo

alguns esboços em prol da segurança pública municipal.

20.1. REGIMENTO DISCIPLINAR

As Guardas Municipais de um modo geral, atualmente, carecem de um

regimento disciplinar moderno e funcional, baseado na “Lei do Desarmamento”

(regulamento próprio).

Lembrando que este regimento deve tratar também sobre a cadeia de

comando, sobre uma hierarquia fundamentada no mérito, sobre o plano de cargos e

salários, sobre o regime de trabalho, sendo este diferenciado dos demais serviços públicos

municipais no que diz respeito aos turnos d

m

Cabe salientar que, em algumas cidad

e

p

Page 234: Livro Da Guarda Municipal

disciplina,

por dever

especializa

sua função pública.

evitando com isso o assentamento

desordena

ipal.

m 27 de abril de 2004, em virtude de uma ocupação desordenada em área de

risco, per ua Guarda Municipal recebeu através dos

autos 196/04, da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Curitiba, a incumbência de

efetuar a

do geopro

fornecedoras de energia, a fim de coibir o roubo de energia, cabos aéreos e subterrâneos,

onde os mesmos, após atuarem em todos os escalões hierárquicos, podem vir a

assumir o comando das ditas instituições.

Quanto à valorização financeira, sendo um servidor que tem

r-se e atualizar-se cada vez mais, é prudente que o mesmo venha a ter um

vencimento equivalente a sua atividade, evitando com isso o segundo emprego ou a

desestimulação para com a

20.2. REINTEGRAÇÃO DE POSSE

De um modo geral, as Guardas Municipais já vêm atuando no impedimento de

invasão de áreas pertencentes aos seus municípios,

do e a posterior desapropriação dos seus “invasores”.

Em Curitiba, somente nos últimos anos, foram realizadas mais de 300 ações de

impedimentos desta natureza, por meio da Guarda Munic

E

tencente ao Município de Curitiba, a s

reintegração de posse, sendo deferido pelo eminente Juiz de Direito, o uso da

Guarda Municipal para desocupação dessa área.

20.3. SUBSISTEMA DE INTELIGÊNCIA

Uma vez que as Guardas Municipais atuam com diversas informações na área

de segurança pública, faz-se necessária a implantação e integração de um núcleo de

coleta, organização, processamento, análise e difusão de dados, adotando a metodologia

cessamento.

Desse modo, suas informações estarão sendo compartilhadas com outros

organismos de segurança, somando assim os esforços no combate à criminalidade local.

20.4. RELUZ

O Projeto “Reluz” visa implantar uma política integrada às instituições

Page 235: Livro Da Guarda Municipal

manutenção o mais breve possível nesta localidade, evitando com isso os possíveis focos

de aglom assim os logradouros iluminados e mais

seguros.

os uma legislação própria

tratando d

cados e equipados se viram reféns de

“agricultores”, os quais, utilizando a criatividade, venceram moral e psicologicamente este

grande ex

onvém ressaltar que o objetivo primordial das forças policiais, ao contrário dos

combaten

legal de julgar os atos por este praticado.

r

evitados com a utilização das armas não-letais, onde, ao imobilizar efetivamente o

opressor, impossibilita-o de oferecer reação a esta ação policial.

xistem atualmente diversas armas não-letais, sendo elas antipessoais e

antimater

bem como acresce a este a possibilidade das Guardas Municipais de informar diretamente

aos órgãos responsáveis quanto à carência da iluminação pública, a fim de que se faça

eração de “desocupados”, mantendo

20.5. POLÍCIA NÃO-LETAL

Um dos assuntos mais discutidos internacionalmente, o desarmamento, tomou

um vulto de tamanha importância que hoje, no Brasil, tem

este item.

O conceito de armas não-letais iniciou nos campos de batalha, com o fim da

guerra fria, a queda do muro de Berlim e a Guerra do Vietnã, cada caso trazendo as suas

experiências, sendo muita delas desfavoráveis ao grande poderio bélico, como exemplo,

no Vietnã, onde os soldados altamente qualifi

ército.

C

tes de guerra, está no combate ao crime e não ao criminoso. Desse modo,

percebe-se claramente a diferença, pois o soldado luta para eliminar (matar) o inimigo e o

policial, por sua vez, para prender e limitar o criminoso, levando-o ao Poder Judiciário, o

qual tem a incumbência

A utilização da arma de fogo como um instrumento de trabalho do policial, é

imprescindível; contudo, 90% dos confrontos policiais envolvendo tiroteio poderiam se

E

iais. Como exemplo, pode-se citar as armas físicas (balas de borracha/plástico,

redes/veicular e pessoal,...); arma química (irritantes, spray de pimenta,

corante/identificadores,...); e de energia dirigida (eletromagnética: luzes estonteantes,

laser não cegante,..., acústica: ruidosas, ..., antimaterial: pulso de energia, feixes de

partícula, ...).

Page 236: Livro Da Guarda Municipal

ntos esta nova concepção de armamento, onde, em determinado caso concreto,

teriam a alternativa de escolher entre um ou outro equipamento de acordo com a situação

específica, evitando com isso o uso excessivo, tanto da força quanto do material utilizado,

sendo esta também uma alternativa plausível para as Guardas Municipais, onde tenha em

seu munic

IO PSICOLÓGICO E JURÍDICO

no que diz respeito às ocorrências mormente atendidas, geralmente os

guardas m

uscar cada vez mais a

integração

***

As Guardas Municipais, estando armadas, podem vir a somar aos seus

equipame

ípio população inferior a 50.000 habitantes.

20.6. APO

Em virtude da tipicidade do serviço, faz-se necessária aos integrantes das

Guardas Municipais a implantação de um apoio psicológico permanente, objetivando a

manutenção da saúde mental e física, voltada para a prevenção da drogadição e

alcoolismo.

Ainda,

unicipais acabam sendo solicitados pela Autoridade Judiciária, a fim de prestar

depoimento. Por sua vez, em determinadas situações, o referido servidor acaba

necessitando de um procurador legal, com o intuito de defendê-lo em razão do

cumprimento da sua função.

20.7. POLÍCIA COMUNITÁRIA

Estando esta atividade em franco processo de expansão, as Guardas Municipais,

uma vez que se encontram próximas à população, devem b

com os Conselhos de Segurança Comunitária e Associações de Bairros.

O policiamento-comunitário, atualmente, apresenta-se como uma das ações

mais eficazes para a redução da criminalidade a médio e longo prazo, fato comprovado

por diversas experiências no exterior e também no Brasil.

Cabe lembrar que, nos processos de revisão e reestruturação, devemos ter o

cuidado de não nos tornarmos reféns de “guetos” ou “nichos” de interesses casuísticos,

que nada agregam em prol da sociedade, apenas usam-na para perpetuação de seus

interesses pessoais.

Page 237: Livro Da Guarda Municipal

Guarda Municipal pode ser mais que apenas uma corporação, pode ser

principalm

istem vários programas das Guardas Municipais no Brasil que estão

apresenta

maior dilema da Guarda Municipal, enquanto prestadora de serviço de

Segurança Pública Municipal, na esfera municipal, não é encontrar resistência frente à

legislação vigente, doutrina ou jurisprudência, mas na intransigência de alguns dirigentes

que a vêe

as na

clandestin

ir a competência na área de

segurança pública por parte dos municípios.

Como podemos observar, em um determinado estado brasileiro, através da

Diretriz nº

como, aqueles a serem adotados junto ao poder público

e houver pretensão de criação dessas instituições

a desestimular iniciativas nesse

sentido.” grifo nosso).

21. POR QUE MANTER A GUARDA MUNICIPAL

A

ente solidária, dinâmica e uma grande prestadora de atendimentos de excelência

em várias áreas de atuação para a população, trazendo benefícios com idéias simples e

com um custo quase que inexistente.

Ex

ndo resultados positivos junto a sua localidade. Em virtude da sua atuação direta

com a comunidade, as Guardas Municipais passam a conhecer as tipicidades dos bairros, a

ponto de, em determinadas regiões, onde a insegurança era premissa máxima, agora o

cidadão já pode dizer: “eu estou me sentindo mais seguro, quando caminho pela minha

cidade”.

O

m como uma concorrente.

Cabe lembrar que quanto mais precária é a segurança oferecida pelo Poder

Estatal, maior será o número de prestadoras de serviço de segurança particular, muit

idade, onde acabam colocando em risco seus próprios contratantes.

À medida que a criminalidade aumenta no país em proporções assustadoras,

surgem tendências político-partidárias querendo diminu

PM3-001/02/01, editada em janeiro de 2001, pelo comando geral, a finalidade

era repassar aos comandos locais o que segue abaixo:

“Padronizar os procedimentos das OPM em relação às guardas municipais

existentes, bem

municipal nos municípios em qu

e outras providências a serem adotadas par

(

Page 238: Livro Da Guarda Municipal

básicas da comunidade. O medo maior está na

concorrên

-se ocupados, optaram em começar a se preocupar com a existência e

manutenç

anizando cada vez mais, a ponto de tornar o povo e

a polícia r

e ao crime, cada um respeitando a sua área

de atuaçã

Guarda Municipal de Curitiba, com

demais órg

m

a

cumprindo com a sua função constitucional e buscando minimizar os índices de

inseguran

Percebe-se claramente que a preocupação deste comando não está voltada à

área de Segurança Pública dos municípios em pauta, mas sim, nas lacunas deixadas por

esta instituição, em virtude do seu sistema metódico e de certo modo arcaico, onde torna-

se ineficiente frente às necessidades

cia de um órgão público municipal capaz de diminuir os índices de insegurança

local.

Anteriormente, a preocupação estava centrada no estado, em virtude da

dicotomia policial. O governo federal, buscando pôr um fim a esse dilema, iniciou o

processo de integração das instituições policiais. Para alguns comandantes retrógrados

manterem

ão das Guardas Municipais, esquecendo da sua principal função que é oferecer

Segurança Pública de qualidade.

Por outro lado, enquanto estes comandantes digladiam-se politicamente, a

criminalidade vem crescendo e se org

eféns em suas próprias casas e casernas. O crime nas grandes cidades tornou-se

insustentável. O criminoso passou a desafiar as próprias instituições de segurança, que

acabam por ser invadidas ou tornam-se objetos de atentados.

No Estado do Paraná, por sua vez, as organizações policiais têm adotado um

relacionamento mais profissional, onde policiais civis e militares, junto com os guardas

municipais, trabalham lado a lado no combat

o e, quando necessário, dando apoio à outra instituição.

Servindo como exemplo está a Operação Integrada, onde, juntos, Polícia Militar,

Polícia Civil, Corpo de Bombeiro, Ministério Público e a

ãos da Prefeitura Municipal de Curitiba, vêm trabalhando semanalmente, há

ais de três anos, nas fiscalizações de estabelecimentos comerciais da grande Curitiba.

Deste modo, não há o que se falar de milícias, mas de Guardas Municipais

tuando em sintonia com os poderes públicos constituídos e sob a exegese da lei,

ça nesta Capital.

Por sua vez, cabe lembrar que a Guarda Municipal não está exclusivamente

voltada para a segurança pública, conforme os moldes do Regime Militar, mas sim para

atuação na área de defesa social que corresponde a uma parcela significativa da prestação

Page 239: Livro Da Guarda Municipal

ntre outras ações do poder público.

ra de serviço que trabalha

diuturnam

quisas norte-americanas

realizadas

m

questões

ços de assistência social, como partos”. (grifo nosso)

utros mais.

de serviço à comunidade de maneira extensiva, o qual abrange segurança pública, defesa

civil, e

Defesa Social é a concepção de justiça criminal como ação social de proteção e

prevenção, caracterizando-se pela aceitação da mutação de acordo com a evolução da

sociedade. O Direito Criminal é, então, parte da polícia social; o crime está na sociedade, o

homem apenas o revela. A eficácia do Direito Penal e da polícia em geral no controle da

criminalidade é apenas de relativa importância. A prevenção prevalece sobre a

repressão.

A criminalidade não se resolve no contexto restrito da Segurança Pública, mas

em um programa de ampla defesa social, isto é, numa política social que envolva o punir

(quando útil e justo) e o tratamento ressocializante do criminoso e do foco social de onde

emerge.

Desta forma, a Guarda Municipal, sendo a prestado

ente representando o Poder Público Municipal, em todos os bairros e periferias,

torna-se uma das poucas instituições do município capaz de dar o pronto-atendimento às

necessidades locais.

Por fim, conforme Theodomiro Dias Neto comenta, “Pes

durante os anos de 60 e 70 revelaram que embora a cultura e estrutura policial

estivessem inteiramente voltadas à repressão policial, parte significativa dos pedidos de

assistência referia-se a pequenos conflitos. Hoje é fato conhecido que a polícia,

mesmo em contexto de alta criminalidade, chega a consumir 80% de seu tempo co

como excesso de ruído, desentendimento entre vizinhos ou casais,

distúrbios causados por pessoas alcoolizadas ou doentes mentais, problemas de

trânsito, vandalismo de adolescentes, condutas ofensivas à moral, uso indevido do

espaço público, ou servi

Como vimos na pesquisa, o que nos Estados Unidos era realidade nos anos 60 e

70, aqui no Brasil continua sendo uma rotina, a qual necessita, com uma certa urgência,

ser revista pelos Poderes Públicos constituídos.

As Guardas Municipais têm contribuído de maneira significativa nestes diversos

tipos de atendimento acima citados, entre o

Page 240: Livro Da Guarda Municipal

Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio

Grande d

r

nicipal

do Comit

ios, a Confederação Nacional de Municípios

e o Conse

a destinação de pelo menos 20%

dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública, para financiamento de projetos

municipais, em especial aqueles voltados ao fortalecimento de ações preventivas das

Guardas Civis, integradas a políticas públicas sociais e urbanas, proposta esta já aprovada

no Grupo de Segurança Municipal do Comitê de Articulação Federativa;

o da Justiça, quando do repasse de recursos do Fundo

Nacional de Segurança Pública aos Estados, priorize o financiamento de projetos de

Estados que repassam informações e estatísticas criminais aos Municípios;

22. CARTA DE FORTALEZA

As Guardas Civis Municipais de 79 Municípios, dos Estados do Alagoas,

Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará,

Paraíba,

o Sul, Santa Catarina, São Paulo e do Distrito Federal, reunidos no XV Congresso

Nacional das Guardas Municipais, realizado em Fortaleza, Ceará, nos dias 7, 8 e 9 de

junho de 2004, aprovam na sua Assembléia de Encerramento a Carta de Fortaleza, nos

seguintes termos:

Reafirmam o seu compromisso de trabalhar para a inserção das Guardas

Municipais do Brasil no Sistema Único de Segurança Publica - SUSP, idealizado pelo

Programa de Segurança do Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva.

Enfatizam que a concretização do Sistema Único de Segurança Publica não pode

prescindir da inclusão dos municípios em todas as políticas integradas de segurança,

sobretudo aquelas voltadas para ações preventivas.

Decidem encaminhar, por meio do Conselho Nacional das Gua das Municipais,

ao Governo Federal, as seguintes solicitações:

1. Que se retomem as atividades do Grupo de Trabalho de Segurança Mu

ê de Articulação Federativa, instituído por iniciativa do Ministério da Casa Civil,

que reunia, além deste, o Ministério da Justiça, o Ministério das Cidades, a Frente Nacional

de Prefeitos, a Associação Brasileira de Municíp

lho Nacional das Guardas Municipais;

2. Que o Ministério da Justiça regulamente

3. Que o Ministéri

Page 241: Livro Da Guarda Municipal

idoria, fiscalização de cursos, controle do uso de arma de fogo, sejam

estendidas

o na Câmara

dos Depu

poio ao Projeto de Lei Federal que

regulamen

aos respec

do Congre

tica de segurança

municipal;

a valorização

profissiona

uardas Civis Municipais;

4. Que se altere o Protocolo de adesão ao SUSP, incluindo-se a participação dos

Municípios, através de suas Guardas Municipais, nos Gabinetes de Gestão Integrada dos

Estados, reconhecendo que a participação dos Municípios é fundamental para a

efetividade do Sistema Único de Segurança Publica;

5. Que as exigências previstas na Minuta de Regulamentação da Lei do Estatuto

do Desarmamento relativas às Guardas Municipais, tais como Corregedoria autônoma e

independente, Ouv

às polícias estaduais e às policias da União;

6. Que o Governo Federal manifeste, por meio de suas lideranças na Câmara e

no Senado Federal, apoio à regulamentação da PEC n 534-02, em tramitaçã

tados, que estabelece o reconhecimento das Guardas Municipais como polícias

municipais preventivas e comunitárias, ampliando suas atribuições constitucionais; e

7. Que o Governo Federal manifeste a

te as Guardas Civis Municipais do país como polícias municipais preventivas e

comunitárias, instituições complementares do Sistema de Segurança Pública subordinadas

tivos Executivos Municipais.

Decidem encaminhar, por meio do Conselho Nacional das Guardas Municipais,

ao Congresso Nacional, uma moção de reconhecimento pela inclusão das Guardas

Municipais no Estatuto do Desarmamento e, tendo em vista as eleições municipais em

todo território nacional no ano corrente, solicitar que seja colocada na agenda de votação

sso Nacional, em caráter prioritário, a PEC 534-02 e o Projeto de Lei de

Regulamentação das Guardas Municipais.

As Guardas Municipais reunidas no XV Congresso recomendam aos Poderes

Públicos de Municípios que tenham Guardas Civis Municipais que, gradativamente:

Criem, caso ainda não tenham, um órgão gestor da polí

Instituam Planos de Cargos, Salários e Carreira, tendo como princípios a carreira

única, a participação de mulheres em todos os níveis hierárquicos e

l;

Fortaleçam mecanismos de fiscalização, controle, criando corregedorias

autônomas e independentes e Ouvidorias, e qualificando a formação, com vista à

qualificação da ação preventiva e comunitária das G

Page 242: Livro Da Guarda Municipal

e mental dos guardas municipais.

o das

Guardas M

Priorizem a aquisição de equipamentos de proteção da integridade física do

efetivo de suas Guardas, bem como a aquisição de equipamentos adequados à ação

preventiva e comunitária; e

Instituam programas de apoio a saúde física

As Guardas Civis Municipais presentes no XV Congresso, por meio do Conselho

Nacional das Guardas Municipais, reafirmam, ainda, o compromisso de respaldar e

fortalecer as iniciativas que visem à participação da comunidade, a integração com as

policias estaduais e federais, a construção de um padrão mínimo de formaçã

unicipais, um padrão mínimo de código de conduta, um padrão mínimo de

órgão de controle e fiscalização, na perspectiva do respeito à dignidade humana, a

legalidade democrática e a consolidação da atuação preventiva e comunitária das Guardas

Municipais.

Por fim, os Secretários Municipais, Comandantes e Diretores de Guardas

Municipais aprovam alterações no Estatuto do Conselho Nacional das Guardas Municipais e

deliberaram que a Cidade de Foz do Iguaçu sediará o XVI Congresso Nacional das

Guardas Municipais, no ano de 2005.

Fortaleza – Ceará, 9 de junho de 2004

Page 243: Livro Da Guarda Municipal

2

ro perfeitamente na categoria em que o senhor me colocou. Eu sou

estereotip

m meu inimigo tradicional: o criminoso.

O senhor me acusa de contemporizar com os criminosos, até que eu apanhe um

de seus f a hora para almoçar e

interromp or dia, mas me considera um relapso se

paro para tomar uma xícara.

o, mas nem pisca quando interrompe

minhas refeições com seus problemas. O senhor fica fulo quando alguém o fecha no

trânsito, mas se eu o pegar fazendo a mesma coisa, estarei sendo arbitrário.

ânsito, nunca porta os documentos

obrigatórios. O senhor acha que é um abuso se eu dirijo em alta velocidade para atender

uma ocorrência, mas sobe pelas paredes se eu demoro dez segundos para atender um

chamado seu.

truculência da polícia se eu reajo a uma agressão. O senhor nem cogita em dizer ao seu

dentista como arrancar um dente, ou ao seu médico como extirpar seu apêndice, mas

está sempre me ensinando como aplicar a lei.

tem o nariz na sua vida, mas não quer

que ninguém saiba disso. O senhor brada: É preciso fazer algo urgente para combater a

idade para a minha profissão, mas certamente ela se

do carro de sua esposa, ou conduzir seu

rro patrulha, talvez se salvar a vida de seu filho com uma

3. A FALA DE UM POLICIAL

MITCHELL BROWN, da polícia estadual de Virginia (Eua)

“Muito bem, senhor cidadão, eu creio que o senhor já me rotulou. Acredito que

me enquad

ado, padronizado, marcado, corporativista e sempre bitolado.

Infelizmente, a recíproca é verdadeira. Eu não vou rotulá-lo. Mas, o senhor diz a

seus filhos, desde que eles nascem, que eu sou um bicho-papão e depois o senhor fica

chocado quando eles se identificam co

ilhos em alguma falta. O senhor é capaz de gastar um

e o serviço para tomar muitos cafés p

O senhor se orgulha de seu refinament

O senhor conhece todo o Código de Tr

O Senhor acha que é parte do meu trabalho se alguém me fere, mas diz que é

O senhor quer que eu o livre dos que me

criminalidade.

O senhor não vê util

tornará valiosa se eu trocar um pneu furado

menino no banco de traz do ca

Page 244: Livro Da Guarda Municipal

respiraçã ilha que

sumiu.

a família e até sua

vida depe

O policial Mitchell Brown foi assassina

p

o boca-a-boca ou trabalhar muitas horas extras procurando por sua f

Assim, senhor cidadão, o senhor pode levantar, esmurrar a mesa, dizer

impropérios e se enfurecer pela maneira como executo o meu trabalho, dizendo todos os

nomes feios possíveis, mas nunca se esqueça que sua prosperidade, su

ndem de mim e de meus colegas.

Sim senhor, cidadão, eu sou um Policial.”

do por um bandido que reagiu à

risão, dois meses após publicação desta crônica.

Page 245: Livro Da Guarda Municipal

2

ública municipal, em virtude das

restritas e errôneas interpretações, acabam, por conseguinte, contribuindo indiretamente

para com objetivos escusos, tais como: 1- transferir a parcela de culpa pela insegurança

local, direcionando a escalões superiores; 2- negar a parcela de responsabilidade dos

dirigentes municipais na área de segurança pública; 3- motivar o uso da insegurança dos

municípios como tablóide político; 4- beneficiar a manutenção do “status quo” de alguns

em detrimento do índice alarmante da falta de segurança generalizada (Lei da Oferta e da

procura ― uto, mais caro será); 5- incentivar a

ampliação do serviço paralelo de segurança, sendo este atividade eminentemente de

natureza privada, com fins lucrativos; e por fim, 6- permitir o crescimento da

criminalidade, voltado à sensação de impunidade do Estado, para com o infrator.

abe lembrar que Segurança Pública é uma atividade exclusiva do Poder

Estatal, sendo desenvolvida pela União, Estados Membros, Distrito Federal e Municípios,

todos tendo o dever legal de fornecer dentro da sua esfera de atuação, uma prestação de

serviço de excelência, minimizando desta forma os índices de insegurança.

elegar esta função a instituições privadas é o mesmo que transferir o poder

familiar de um filho a um desconhecido. As atividades próprias do Estado são indelegáveis,

pois só diretamente ele as pode exercer; dentre elas se inserem o exercício do poder de

polícia de segurança pública e o controle do trânsito de veículos. Desta forma torna-se

prejudicada a outorgada à pessoa jurídica de direito privado o exercício do poder de

polícia, sendo essa delegação contrária às disposições da Constituição Federal.

tualmente, encontramos no serviço de segurança privada quase que o triplo do

contingente policial existente no país, mostrando claramente a ausência dos poderes

públicos constituídos na resolução dos problemas.

Convém ressaltar que, muitas vezes, em virtude da ausência de políticas de

is, integradas às demais ações dos organismos de segurança estadual

e federal, surgem em determinadas regiões crises que acabam tomando proporções

assustadoras, como no exemplo da cidade do Rio de Janeiro – RJ, que há alguns anos

4. CONCLUSÃO

As pessoas que se recusam em admitir que as Guardas Municipais, dentro da

sua função institucional, são organismos de segurança p

quanto mais escasso e procurado o prod

C

D

A

segurança municipa

Page 246: Livro Da Guarda Municipal

acabou se

prir, de

maneira s

local.

própria, vindo uma a acrescer com a

existência

Dr. Luiz Otavio de O. Amaral

ndo veiculada na mídia nacional e internacional “como a cidade tomada pelo

crime, onde a população acabou tornando-se refém do criminoso em suas próprias

residências”.

Diante desses fatos, conclui-se que os municípios devem, por meio dos seus

dirigentes, abdicar desta posição cômoda de aguardar providências superiores para os

problemas locais.

A falha na segurança pública, até pouco tempo atrás, estava relacionada com a

ausência de sintonia e sinergia entre as esferas públicas, no âmbito municipal, estadual e

federal, onde cada qual transferia a sua parcela de responsabilidade para um ou para

outro segmento.

Após muitos estudos sobre o assunto, foi diagnosticado o problema,

desencadeando-se então, por meio do governo federal, medidas que visam su

ignificativa, estes focos globais e locais, com o emprego das Guardas Municipais.

Assim, com o advento do Plano Nacional de Segurança Pública, iniciou-se nova

etapa na existência das Guardas Municipais, onde estas corporações passaram a assumir,

cada vez mais, a sua parcela de responsabilidade frente à segurança pública

Atualmente, com a “Lei do Desarmamento”, além de ressaltar a função das

Guardas Municipais como corporações voltadas à área de segurança pública municipal,

ainda passou a tratar os seus integrantes de maneira diferenciada aos demais servidores

públicos municipais, determinando a criação de mecanismos de controle interno

(Corregedoria) e externo (Ouvidoria), bem como quanto aos requisitos para a formação e

aprimoramento dos seus quadros.

Desse modo, cabe lembrar que a individualidade e o respeito de cada

corporação que atua na esfera policial está efetivamente na valorização dos seus

integrantes e na manutenção de uma identidade

da outra.

***

“O policial é um profissional do Direito, tanto quanto o juiz, o advogado, o

promotor de justiça, jamais um profissional da guerra. O policial não deve ter quartel

porque não há de esperar para entrar em ação, ele deve estar permanentemente bem

distribuído”.

Page 247: Livro Da Guarda Municipal

uando enfrentamos as batalhas da vida e, infelizmente, perdemos

quase desistimos, por ser difícil vencer todas as barreiras, precisamos persistir e

Muitas

Que nos ensina sobre nós mesmos, com as derrotas, mas que comemora junto

Que nos põe à prova, verificando o tamanho de nossa fé, mas que empunha a

e

mundo em que decidimos habitar.

as agruras, o cerca de flores e estrelas para que nunca esqueçamos de

que, seja nas coisas simples ou alt

Ele sempre estará presente, com a força e o sorriso de um verdadeiro Pai.

Muitas Vezes...

Muitas vezes, q

muitas delas, precisamos recordar e acreditar nas vitórias.

Muitas vezes, quando estamos à procura de algo em que realmente acreditamos, e

vencer os receios de tentar e arriscar.

vezes, quando nos envolvemos com tantos problemas, nossos e alheios,

sentindo o peso do fardo que nos é dado a carregar e pensamos em esmorecer,

precisamos reunir as forças, retomar a coragem e prosseguir.

Muitas vezes, quando cansados da jornada, nem temos tempo e ânimo de erguer

os olhos e contemplar as estrelas, precisamos sentir a energia do Universo, que

conspira a nosso favor,

Pois há, acima de tudo isso, um Deus que é Pai, que é Amor!

conosco as vitórias.

spada para nos defender dos perigos, quando decidimos acreditar;

Que nos dá oportunidades para mostrarmos nosso valor, e abre as portas do

E, apesar d

ivas,

Kellen Adriane da Silva Patruni de Lima

Page 248: Livro Da Guarda Municipal

GRADUAÇÃO _____________________________________________________ •

• a Escola Superior de Gu

• Pós-Graduação em Ciência Política e Desenvolvimento Estratégico - Instituto Martinus de Educação e Cultura (IMEC) – 2001

• Habilitaçã CARREIRA PROFISSIONAL __________________________________________ • • • Guarda Municipal de 3ª Classe em Curitiba, em 19 de março de 1992. CARGOS EXERCIDOS ______________________________________________ • Coordena• • • Chefe de Serviço de Guarda e Proteção Santa Felicidade – março 2004 • Chefe de Serviço de Aperfeiçoamento Técnico – junho 2002 • • Chefe de Serviço de Aperfeiçoamento Técnico – março 2001 • Chefe CURSOS ________________________________________________________ • Técnicas e Táticas de Abordagem e Defesa Pessoal - 2004 • ACS Atualização e Capacitação Sistêmica em Gestão – Construindo um Legado - 2004 • • Capacitação em Form• Capacitação em Segurança Patrimonial - 2003 • Me• Poder de Policia e Abuso de Autoridade - 2001 • Gestão para Resul• Segurança de Edificações – 1998 • Licitação e Contratos Administrativos

• Criminologia do Direito - 1997

O AUTOR

Estágio Intensivo de Mobilização Nacional – Ministério da Defesa / Escola Superior de Guerra - 2004 XXX CEPE – Ciclo de Estudos de Política e Estratégia - Associação dos Diplomados d

erra (ADESG) – 2001

Bacharel em Direito pela Universidade Tuiuti do Paraná - 1997 Habilitação em Direito Civil

o em Direito Penal

Inspetor da Guarda Municipal de Curitiba, em 23 de junho de 2004. Supervisor da Guarda Municipal de Curitiba, em 26 de junho de 2000.

dor de Acompanhamento Técnico em Ocorrências – março 2005 Chefe do Núcleo Regional de Defesa Social Boa Vista – janeiro 2005 Chefe de Serviço de Guarda e Proteção Boa Vista – julho 2004

Assessor de Equipe de Apoio Técnico e Administrativo – dezembro 2001

de Serviço de Guarda e Vigilância Boqueirão – março 1999

Capacitação em Desenvolvimento Gerencial - 2003 ação de Instrutores - 2003

diação e Liderança de Equipes - 2003

tados no Setor Público - 1999

- 1998 • Mediações Institucionais - 1997

Page 249: Livro Da Guarda Municipal

• lógicos e Novas Epistemologias - 1997

• rro Profissional” - 1995

4 Economia e Ciência Política - 1993

___________ a/Privada - 2002

XIII Congresso Nacional de Guardas Municipais – 2002

________________ - 2002

- 1998

ipal de Curitiba – Disciplinas:

a Municipal de Curitiba – Disciplinas:

s Municipais de Mandirituba – Disciplina

Supervisor da Guarda Municipal de

sional para Guarda Municipal de Curitiba – Disciplinas:

ofissional para Guarda Municipal de Mandirituba – – Academia Militar do Guatupê - 2002 fissional para Guarda Municipal de Curitiba – Disciplina

• Direito Penal Econômico - 1997 Paradigmas Eco

• Direito Penitenciário e Lei de Execução Penal - 1997 Direitos Humanos e Globalização - 1996

• Estatuto da Criança e Adolescente - 1996 Ética, Responsabilidade e Reparação “E

• História do Direito - 1994 • Metodologia do Direito - 199• Psicologia Forense - 1993 •• Melhorias de Qualidade na Prestação de Serviços - 1992 CONGRESSOS _________________________________________• VII Congresso Brasileiro de Municípios e Seminário de Segurança Públic•• Congresso Latino-Americano de Direitos Humanos – 1993 • III Congresso Nacional de Guardas Municipais - 1992 SEMINÁRIO _____________________________________• Workshop para Gestores Municipais “Um Novo Modelo de Gestão Pública• Evento Científico do CONEFOPP/PR - 2002 • V Evento Científico do FOPP/PR - 2000 • “Como se Governa Curitiba” – Fórum Sobre Gestão da Cidade• “Segurança Pública e Cidadania” - 1998 DOCÊNCIA ______________________________________________________ • Curso de Formação Técnico-Profissional para Guarda Munic

Direito Penal e Termo Circunstanciado – Academia Militar do Guatupê - 2005 • Curso de Formação Técnico-Profissional para Guard

Direito Penal e Termo Circunstanciado – 2004 • Curso de Atualização para Inspetores e Guarda

Direitos Humanos – 2004 • Curso de Formação Técnico-Profissional para

Curitiba – Disciplina Direito Constitucional – 2004• Curso de Formação Técnico-Profis

Direito Penal e Termo Circunstanciado – 2003• Curso de Formação Técnico-Pr

Disciplina Direito Constitucional• Curso de Formação Técnico-Pro

Direito Penal – Escola Superior de Polícia Civil - 2002

Page 250: Livro Da Guarda Municipal

nicipal - 1998 a 2000 Escolar - 1998

_________________ il e Militar” – 2003

” - Prefeitura Municipal de Mandirituba - 2002 do: Tema - "Justiça se Aprende na Escola". Parceria com o

retaria Municipal da Educação - maio 2000 Municipal - 1998 a 2000

Estande da Guarda Municipal para a Comunidade - 1998 a 2000

ados com Região Metropolitana 003

gradas de Fiscalização Urbana” - 2002

tégica para os Estudos de Readequação da Guarda Municipal de Curitiba - 2001

nistério da Justiça ional de Segurança Pública - 2001

Elaboração em conjunto do Projeto Paz nas Escolas - Curitiba - 2001

• Municipais sobre a Guarda Municipal de

• al para Guarda Municipal - 2005

• NASP – SEDS/PMC - 2003

• (CEDEC) - 1998

lia - 1990

• Legislação e Direito para os Servidores da Guarda Mu• Curso de Aperfeiçoamento para o Pelotão PALESTRAS MINISTRADAS _________________________• “Unificação das Polícias Civ• “A criação da Guarda Municipal• Orientador do Júri Simula

Tribunal de Justiça do Paraná e Sec• “Estatuto da Criança e do Adolescente” - Rede de Ensino • OUTRAS ATIVIDADES DESEMPENHADAS _______________________________ • Elaboração em conjunto do Projeto e dos Convênios firm

de Curitiba, para Criação de Guardas Municipais - 2002 e 2• Elaboração em conjunto no Convênio das “Ações Inte

• Elaboração em conjunto do Projeto para a implantação da Secretaria Municipal deDefesa Social da Prefeitura Municipal de Curitiba - 2001 e 2002

• Elaboração em conjunto da Proposta EstraEstrutura, Funções, Cargos e Efetivo da

• Elaboração em conjunto do Projeto e do Convênio firmado com o Mipara captação de recursos do Fundo Nac

•• Elaboração, Implantação do Sistema de Comunicação Interna “Rede Inteligente” – 2001• Coordenador Jurídico da Equipe da Prefeitura Municipal de Curitiba nos Jogos dos

Servidores Públicos da ASPP - 1999 a 2001 • Elaboração do Regulamento de Uniformes da Guarda Municipal de Curitiba - 2000

Elaboração da Coletânea de Leis e Decretos Curitiba - 1997

MÉRITOS _______________________________________________________ Paraninfo do Curso de Formação Técnico-Profission

• Menção Honrosa – PMPR – Comando do Policiamento da Capital - 2004 Voto de Louvor e Agradecimento – Convênio SE

• Voto de Louvor e Agradecimento – Evento Cívico – SEDS/PMC - 2003 Voto de Louvor e Agradecimento – SIPAT – SEDS/PMC - 2001

• Honra ao Mérito - Prefeitura Municipal de Curitiba - XLVIII JSPP - 1999 Relevantes Serviços e Auxílio Prestados a Defesa Civil

• Diploma Águia - Titulo Águia - 1ª Companhia de Policia - BPEB - 1990 • Honra ao Mérito - Batalhão de Polícia do Exército de Brasí

Page 251: Livro Da Guarda Municipal

AM icidade

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VARGAS, Túlio. “O Conselheiro Zacarias”

Page 253: Livro Da Guarda Municipal

certo lapso temporal. A demora da leitura deve ter dobrada cautela e atenção

o, a obra de Claudio Frederico

análise, face a escassez do tempo, atinge

diretos da Guarda Municipal de Curitiba. O livro, como apresentado, é de ímpar

conhecimento deste honrado braço da

feito com amor, o ifica,

tempo o seu trabalho fica.” Este trabalho transcende o lado

a totalmente aos braços do sentimentalismo com que foi concebido, eis que sustenta o respeito à

lei e à ética e torna a Guarda Municipal mais conhecida.

Compete-me dizer obrigado ao autor, a

honra de propiciar-me participar de tão inigualável livro.

João Henrique Vilela da Silveira Promotor de Justiça

Ministério Público do Estado do Paraná

º REGISTRO: 345.645

OLHA:305 29 de março de 2005-07-20 Fundação Biblioteca Nacional Escritório de Direitos Autorais Titulo: “O que você precisa saber sobre a Guarda Municipal e

administração pública municipal.

Este estudo me lembra certo pensamento: “Quando

Para prefaciar uma obra demanda-se

profundas de todo seu teor, visando

alcançar toda sua mensagem. Todavia, a pressa da vida moderna

impede que assim seja.

Neste casde Carvalho, embora com perfunctória

o fim proposto. A obra esclarece aspectos

valia àqueles que se interessam pelo

trabalho permanece, modtransforma. E embora passe o homem e o

científico e se entreg

NLIVRO: 636 F

nunca teve a quem perguntar.”