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O pequeno livro Bowen

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  • O pequeno livro Bowen

  • Para Pierre Saine, o meu primeiro leitor e precioso colaborador, a todos os meus estudantes graas aos quais todos os dias eu aprendo e a Gaston Germain, que semeou a ideia deste livro no meu esprito.

  • O pequeno livro Bowenpara uma grande terapia manual

    Louise Tremblay

    traduzido do francs por Isabel Batista

  • altamente recomendvel consultar sempre um mdico antes de praticar as tcnicas ou de seguir os conselhos descritos neste livro, principalmente se tiver problemas de sade ou se sofrer de algumas afees. O autor no aceita qualquer respon-sabilidade no caso de leses ou outros problemas que podem resultar da prtica dos mtodos terapeticos mencionados neste llivro.

    Louise Tremblay, 2011. Todos os direitos reservados.

    No permitida a reproduo deste livro, no todo ou em parte, sob qualquer

    forma ou por qualquer meio eletrnico, mecnico, fotocopiado ou gravado sem

    prvia autorizao escrita do autor.

    Conceo grfica : Brbara Claus

    Traduo: Isabel Batista

    ISBN 978-2-9810114-0-4

    Dpt lgal Bibliothque et Archives nationales du Qubec, 2007

    Dpt lgal Bibliothque et Archives Canada, 2007

    Catalogao antes da publicao da Biblioteca e arquivos nacionais do Quebec e Biblioteca e arquivos do Canada

    Tremblay, Louise, 29 de abril de1960

    El manual Bowen : para una gran terapia manualIncluye ref. bibliogr.ISBN 978-2-9810114-0-41. Manipulacin (Teraputica). 2. Mesoterapia. 3. Dolor Medicinas alternativas. I. Ttulo

    RM724.T73 2007 615.82 C2007-941704-3

  • ndice Introduo 6

    Como utilizar este livro 8

    Captulo 1 Origem e filosofa 10

    Resenha histrica 12. O ambiente de trabalho ideal 14

    Uma sesso Bowen 18. Os benefcios da tcnica Bowen 22

    As contra-indicaes 26

    Captulo 2 Duas teorias para compreender 28

    O movimento Bowen 30 A teoria energtica 32

    A teoria neuromuscular 38 A pausa 44

    Reaes possveiss 48 Aps o tratamento 49

    Captulo 3 Os movimentos de base 50

    A abordagem do terapeuta 52 Relaxamento da parte inferior das costas

    54 Relaxamento das costas superior 56 Relaxamento do pescoo 58

    Captulo 4 As vrias tcnicas diferentes 60

    Tcnicas usuais 62 Tcnicas especficas 68

    Os exerccios 72

    Concluso 76

  • 6In t ro d u o

    No nosso mundo extremamente agitado de hoje, ra-

    ros so os momentos de verdadeira descontrao.

    Recebemos a toda a hora milhes de informaes

    sensoriais. Vrias formas de agresses exteriores

    como o rudo, os espaos restritos, a multido, a po-

    luio e a omnipresena dos meios eletrnicos assim

    como todos os tipos de stress que vivemos na nossa

    vida pessoal e profissional mantendo o nosso sistema

    nervoso simptico em atividade quase constante : no

    conseguimos descontrair

    Com a tcnica Bowen, aproximamo-nos muito per-

    to da limguagem do corpo. Este mtodo permite ao

    organismo tomar conscincia do seu estado de stress

    e inverter o processo estimulando a atividade para-

    simptica. O organismo pode ento gradualmente

    reconhecer e restaurar as suas funes de autoregu-

  • 7introduccin

    lao, que em consequncia iro regular o seu meta-

    bolismo e as suas funes neuromusculares.

    A tcnica Bowen um mtodo manual holstico que

    prope pr em tenso muito suavemente os msculos

    e os tecidos moles; d resultados surpeendentes em

    relao intensidade do trabalho efetuado pelo

    profissional. O seu slogan Less is more* define-a

    na perfeio.

    Apresentaremos a origem da tcnica bowen e tenta-

    remos explicar o seu funcionamento.Tambm iremos

    descrever ao leitor os procedimentos de base afim de

    se familiarizar com o trabalho do terapeuta Bowen.

    Espero que este livro sensibilize o maior nmero pos-

    svel de pessoas relativamente a esta tcnica maravil-

    hosa e que d uma melhor compreenso aos profissio-

    nais de todos os pases.

    *. Less is more : significa que quanto menos se faz, maior a sua eficcia.

  • 8Co m o u t I l I z a r e s t e l I v ro

    A tcnica Bowen um mtodo teraputico manual

    proposto aos terapeutas de diferentes disciplinas :

    kinesioterapeutas, osteopatas, fisioterapeutas e quirio-

    prticos, mas tambm massoterapeutas, enfermeiros,

    psiclogos, homeopatas e naturopatas, enfim, a todos

    os terapeutas de sade com abordagem tradicional ou

    alternativa.

    O organismo acreditado (ver formao) exige a todos

    os seus profissionais uma formao de base em ana-

    tomia e fisiologia. Embora este livro no tenha sido

    concebido como material de auto-aprendisagem,

    mas antes como um complemento num curso de

    formao, ele ser uma ajuda preciosa para se fami-

    liarizar com esta arte do bem estar e compreender o

    desenvolvimento Bowen com o seu profissional.

  • 9como utilizar este libro

    Ao longo deste livro, nas minhas explicaes relati-

    vas s fscias e ao sistema nervoso, uso termos que

    podem parecer repulsivos quando no se est dentro

    desta terminologia. Se o seu caso, dedique ainda

    assim, algum tempo a ler essas passagens lentamente

    e assim aprender mais do que aquilo que est a es-

    pera. O conhecimento acessvel a todos, basta parar

    um pouco e deixar-se envolver pelo sentido. No se

    preocupe, fique aberto e explore, no existe nenhum

    exame no fim do livro!

    Aos terapeutas manuais, praticando ou no Bowen,

    eu proponho algumas pistas de reflexo. As teorias

    enunciadas ainda so teorias e no pretendo ter en-

    contrado todas as explicaes. No entanto devemos

    tentar compreender, procurar, colocar hipteses e tes-

    tar. Eu proponho o meu ponto de vista atual, estou

    ansiosa para saber o seu.

  • 10

    Origem e filosofia

    Ca p t u lo 1

    Tom Bowen inspirou-se no princpio de que o corpo

    tem de conseguir autoregular-se. Para ele, a tcnica

    terapeutica de eleio ser aquela que estimularia o

    organismo a resolver ele mesmo as disfunes resul-

    tantes de pertubaes ao nvel do tecido.O princpio

    subjacente quer que a estrutura governe a funo.

    Assim sendo uma pertubao da estrutura de qual-

    quer tecido pertubaria o funcionamento desta e por

    isso o funcionamento do organismo inteiro.

  • 11

    O Sr. Bowen props como objetivo restaurar a inte-

    gridade estrutural do corpo de maneira a permitir um

    funcionamento otimal do organismo.

    Tambm acreditava na energia vital (Chi). Segundo a

    medicina tradicional chinesa, esta energia deve circu-

    lar livremente em todo o corpo afim de proporcionar

    uma boa sade. A genialidade de Tom Bowen foi a de

    descobrir um sistema de mobilizaes (moves) que

    reaviva o percurso natural desta energia.

  • 12

    origem e filosofia

    re s e n h a h I s t r I C a

    Thomas Ambrose Bowen nasceu na Austrlia em

    1916 e casou com Jessie McLean em 1941. No incio

    dos anos 50, ele deu-se conta que as crises de asma de

    que sofria a sua esposa, a qual necessitava de vrios

    internamentos hospitalares, variavam consideral-

    velmente consoante a sua alimentao. Aps alguns

    anos com um bom regime alimentar e com as mani-

    pulaes dos tecidos moles, que ele tinha desenvolvido

    para a aliviar, Jessie nunca mais sentiu necessidade de

    medicamentos nem de hospitalizao. Nessa altura, o

    seu encontro com Ernie Sauders, reputado terapeuta

    manual, marcou um ponto desicivo na sua vida. Foi

    no seguimento de vrios tratamentos com este homem

    que ele comeou pr prova a tcnica que iria ter o

    seu nome. Autodidata, Tom Bowen estudou anatomia

    e pouco a pouco, experimentando continuamente, ele

  • 13

    r e s e n h a h I s t r I C a

    desenvolveu um mtodo nico que lhe permitiu tratar

    eficazmente as dores de costas dos seus colegas de tra-

    balho. Por volta do fim dos anos cinquenta, perante

    um aumento da procura aos seus tratamentos, Tom

    Bowen decidiu abrir uma clnica e tambm trabalhar

    noite. Deixou de seguida o seu trabalho habitual

    para se dedicar a tempo inteiro sua prtica.

    Para comear usou o ttulo de osteopata, visto que, na

    sua opinio, era o que ele fazia; mais tarde, quando o

    nome de osteopata se tornou reservado, ele nomeou-

    se simplesmente de terapeuta manual. medida

    que a sua reputao foi crescendo, vrios profissionais

    de sade mostraram interesse por este novo mtodo.

    Do nmero destes observadores, Tom Bowen distin-

    guiu apenas seis de entre deles, pelas suas competn-

    cias ao pratic-la. Entre estes profissionais encontra-

    va-se um massoterapeuta (Oswald Rentsch), quatro

    quiroprticos (Keith Davis, Nigel Love, Kevin Neave

    and Romnery Smeeton) e um osteopata (Kevin Ryan).

  • 14

    o a m b I e n t e d e t r a ba l h o I d e a l

    origem e filosofia

    Para otimizar os efeitos do tratamento Bowen, es-

    sencial respeitar algumas regras de trabalho. Iremos

    descrever aqui o meio ideal de trabalho que encon-

    trar nos profissionais deste mtodo.

    As influncias exteriores

    Em primeiro lugar, um ambiente tranquilo o ele-

    mento chave a considerar. As influncias exteriores

    como o rudo, a msica (mesmo suave), sons am-

    bientes, aromas de incensos ou de leos essenciais,

    so todos elementos que reduzem os efeitos do tra-

    tamento. O sistema nervoso do cliente no deve ter

    que gerir estes estmulos parasitas. Durante o trata-

    mento Bowen, o terapeuta fala o menos possvel ao

    seu cliente. Todavia este ltimo convidado a expri-

    mir o que ele vai ressentindo durante a sesso, visto

  • 15

    o ambiente de trabalho ideal

    as suas reaes poderem ter uma influncia determi-

    nante para mais tarde. Recomendamos ao terapeuta

    que saia da sala entre cada sequncia de movimentos,

    afim de deixar a pessoa ressentir tranquilamente os

    efeitos profundos do tratamento durante as pausas.

    Isto nem sempre possvel e se o terapeuta permane-

    cer na sala, deve afastar-se da marquesa.

    O ambiente de trabalho

    O ambiente da sala de trabalho deve ser agradvel e

    caloroso, deve convidar ao relaxamento.

    A noo de calor muito importante. prefervel

    cobrir a pessoa que recebe o tratamento, mesmo que

    esta esteja vestida.

  • 16

    origem e filosofia

    A marquesa

    A maior parte dos terapeutas preferem trabalhar com

    uma marquesa sobre a qual eles usam um lenol lim-

    po para cada cliente. A marquesa deve ser confortvel

    e larga o suficiente para poder colocar os braos ao

    longo do corpo. Uma marquesa eltrica com altura

    regulvel pode ser til para profissionais que recebem

    vrias pessoas ao dia.

    O apoia cabea nem sempre aconselhvel, a me-

    nos que a posio deitado de bruos com a cabea

    virada seja demasiado desconfortvel para que a pes-

    soa consiga relaxar. Sugerimos aos terapeutas que

    utilizem tantas almofadas e travesseiros quantos os

    necessrios para dar o mximo de conforto possvel

    ao cliente durante a sesso. Se for impossvel para o

    cliente deitar-se, tambm eficaz praticar este mto-

    do sentado ou at mesmo em p.

  • 17

    o ambiente de trabalho ideal

    Roupa apropriada

    A tcnica Bowen pratica-se melhor diretamente na

    pele, mas um terapeuta experiente pode facilmente

    trabalhar sobre roupa fina e larga. Se a pessoa fi-

    car vestida claramente prefervel o uso de roupas

    confortveis s calas de ganga ou leggings.

    Otimizar resultados

    No podemos esquecer que queremos incitar o orga-

    nismo a passar dum modo simpatico (estado de stress)

    ao modo parasimpatico (estado de relaxamento pro-

    fundo), e isto s possvel se a pessoa estiver envolvida

    de calma, calor, conforto e de serenidade. Se estiver

    confiante ela poder relaxar e o terreno estar fa-

    vorvel para que os procedimentos do Bowen tenham

    mxima eficcia. Pertence assim ao terapeuta criar

    este clima calmante.

  • 18

    origem e filosofia

    um a s e s s o bow e n

    A tcnica Bowen estimula o organismo e permite-lhe

    normalizar-se por ele prprio.

    Anamenese

    Mesmo que o praticante do Bowen no esteja em al-

    gum caso autorizado a obter um diagnstico, desde a

    sua primeira visita ele deve informar-se do seu estado

    de sade em geral e ter o cuidado de anotar o historial

    clnico bem como, como a razo da sua consulta. Em

    caso de dvida, os clientes so convidados a consultar

    o seu mdico para uma avaliao do seu estado de

    sade.

    A sesso propriamente dita

    Uma sesso Bowen consiste numa srie de movi-

    mentos precisos (Os moves Bowen*) sobre zonas

    especficas do corpo.

    *. Moves : termo ingls utilizado, na generalidade e que descreve melhor o movimento que o terapeuta exerce na pele.

  • 19

    uma sesso Bowen

    As pausas adotadas entre cada srie de mobilizaes

    so frequentes e importantes, proporcionando assim

    ao corpo o tempo de responder na totalidade aos mo-

    vimentos. Utilizadas isoladamente, as mobilizaes

    podem levar a um efeito positivo, mas uma srie com-

    plementar de mobilizaes maximiza normalmente

    os resultados.

    O terapeuta comea o seu trabalho na regio lombar

    do cliente (que est em decbito ventral) e vai logo

    de seguida trabalhar a parte posterior das pernas.

    Continuar efetuando moves na regio dorsal, a

    seguir na regio das omoplatas. O cliente pode em

    seguida voltar-se para que o terapeuta efetue moves

    sobre os msculos do pescoo*. Mediante o motivo

    da consulta, este ltimo poder em seguida traba-

    lhar numa zona mais especfica do corpo respeitando

    sempre esta alternncia de moves e de pausas.

    *. Os profissionais Bowen nunca fazem manipulaes vertebrais do tipo quiroprtico, os msculos do pescoo so apenas suavemente solicitados.

  • 20

    origem e filosofia

    Cada sesso dura em mdia entre 45 a 50 minutos e

    s necessita de um nmero limitado de procedimen-

    tos; at porque a tcnica, sendo simples, bem tole-

    rada pelo paciente.

    Aps a sesso

    Por motivos que mais tarde iremos explicar no livro,

    na sequncia duma sesso Bowen o cliente convi-

    dado a descansar, a caminhar, a beber mais gua, a

    evitar aplicaes de gelo ou de calor, evitar os exerc-

    cios intensos, os banhos quentes ou spas e adiar por

    uma semana outra forma de terapia corporal. Alguns

    exerccios de alongamentos podem ser sugeridos.

    Se o cliente respeitar este protocolo, o estado de re-

    laxamento profundo, induzido pelos moves Bowen,

    pode ser sentido durante os quatro a cinco dias se-

    guintes.

  • 21

  • 22

    origem e filosofia

    os b e n e f C I o s da t C n I C a bow e n

    A tcnica Bowen beneficia a todos. Contribue para a

    manuteno da sade e preventiva. Parece permitir

    ao sistema nervoso central de detetar assim que ele

    est no estado parasimptico (em oposio do estado

    de stress), os desquilbrios frequentemente ainda as-

    simtomticos e de normalizar as suas funes antes

    que uma doena se instale.

    As funes mais frequentementes melhoradas so a

    respirao, a digesto, o sono, a circulao sangunea

    assim como a tenso arterial e o pulso, a circulao

    linftica, o sistema endcrino e o sistema imunitrio.

    Portanto, no precisa de estar doente para receber

    tratamentos Bowen.

  • 23

    os benefcios da tcnica Bowen

    Nalgumas condies, a tcnica Bowen revela-se uma

    arma eficaz. No procura tratar condies especfi-

    cas, mas pelo contrrio estimular o organismo a repor

    no seu lugar os seus prprios mecanismo de cura.

    Como j foi referido, os terapeutas Bowen nunca so

    autorizados a fazer qualquer tipo de diagnstico e o

    cliente deve consultar o seu mdico para avaliar o seu

    estado de sade. O terapeuta Bowen no deve intervir

    nos tratamentos prescritos pelo mdico.

    Esta lista aqui apresentada foi constituida com base

    em testemunhos de clientes nos quais a tcnica Bowen

    teve um efeito de alvio nos vrios problemas diagno-

    ticados pelo seu mdico.

  • 24

    origem e filosofia

    recuperao mais rpida de doenas, cirurgias

    ou leses (quer tenham ocorrido recentemente ou

    h mais tempo);

    dores osteomusculares sob forma aguda ou cr-

    nica, post-traumtica, post-cirrgica ou de origem

    artrtica, com perda de mobilidade ou espasmos

    musculares;

    leses desportivas : tornozelos, joelhos, entorses,

    tenses musculares, tenis elbow;

    problemas da cintura plvica : dores na anca,

    diferena de comprimento das pernas, tenso em

    certos msculos da regio plvica;

    problemas nos ombros : dores dos ombros e dos

    membros superiores, inchao dos braos, das mos,

    restries da mobilidade dos membros superiores,

    leso proveniente de movimentos repetitivos;

    problemas de pescoo : torcicolo, no seguimento

    de um acidente ou de uma m postura, restries

    da mobilidade do pescoo;

  • 25

    os benefcios da tcnica Bowen

    dores no cccix : no seguimento de uma queda

    ou de um parto;

    dores de cabea, enxaqueca : consequncia de

    stress e de tenses, ou de origem postural ou diges-

    tiva;

    maxilares : dores, tenses nos maxilares;

    problemas de citica : recente ou antiga;

    demonstra ser eficaz na recuperao do sn-

    drome da fadiga crnica e da fibromialgia;

    dores menstruais : ciclos irregulares, sndrome

    pre-menstrual, menopausa e golpes de calor;

    sndrome do tnel crpico;

    problemas digestivos : obstipao, diarreia, fla-

    tulncia;

    sintomas pseudo-asmticos, febre dos fenos,

    constipaes e gripe, congestes da sinusite;

    reteno dos lquidos, clculos renais.

  • 26

    origem e filosofia

    as C o n t r a- I n d I C a e s

    Com a experincia acumulada de alguns milhares de

    terapeutas, sem contar com Tom Bowen, que recebia

    anualmente na sua clnica uma quantidade impres-

    sionante de clientes, pode concluir-se que esta tcnica

    muito segura, tanto nos mais jovens como nos mais

    idosos ou invlidos e claro, nos atletas.

    Esta terapia no tem contra-indicaes, salvo casos

    graves que no esto dentro do nosso mbito de

    actuao e que enviaremos para o mdico, como as

    infees, febres fortes, fraturas e leses, hemorragias,

    problemas cutneos graves, doenas contagiosas, pro-

    blemas respiratrios graves, dores torcicas, cervicais

    e abdominais no diagnosticadas, assim como outras

    situaes urgentes.

  • 27

  • 28

    Ca p I t u lo 2

    Duas teorias para com-preender

    Vrias hipteses tentam explicar os efeitos sur-

    preendentes destes moves : poderamos compar-

    los a ao de um msico que quando belisca a corda

    da guitarra na posio e com a fora apropriada,

    produz uma vibrao que amplifica e se propaga por

    todo o instrumento. Assim, o feixe de ondas produ-

    zido pela ao do terapeuta atingir todas as partes

    do corpo, pelos meridianos segundo alguns, pelas fas-

    cias segundo outros. O terapeuta pra durante alguns

    minutos, para dar tempo a esta vibrao de ir dimi-

    nuindo por si prpria.

  • 29

    Uma outra interpretao pe em causa o estmulo

    de certos propriocetores como o tempo neuromuscu-

    lar, orgos tendinosos de Golgi e os recetores cines-

    tsicos das articulaes. O estmulo destes elementos

    neurolgicos, atravs da fibra muscular ou tendinosa,

    seria o ponto de partida duma informao sensitiva

    visando a reapropriao do esquema corporal pelo

    sistema nervoso central. Esta teoria no est provada

    cientificamente mas parece estar conforme a ao

    exercida pelo terapeuta Bowen.

  • 30

    duas teorias para compreender

    o m ov I m e n to bow e n

    O movimento Bowen em si prprio cheio de subti-

    leza. Identificamos com o polegar ou com os dedos a

    estrutura a tratar (por exemplo uma manga muscular,

    tendinosa ou nervosa). A pele que a cobre posta em

    tenso com uma trao suave na direo oposta a da

    mobilizao solicitada. Em seguida, o msculo soli-

    citado aplicando-lhe uma presso transversal suave

    na direo do movimento projetado. O movimento

    termina mobilizando a pele por cima da estrutura a

    tratar.

    Diferentes tipos de movimentos Bowen

    Certos movimentos Bowen tero um efeito semelhante

    corda esticada de uma guitarra, que assim que se

    liberta, produz esta sensao de vibrao. Outros mo-

    vimentos sero mais suaves, apenas percetveis, prin-

  • 31

    o movimento Bowen

    cipalmente aqueles efetuados nos locais onde a pele

    mais fina e delicada. Manteremos o tensionamento

    mais tempo nos stios dos tendes slidos e volumosos.

    Por vezes simples toques de presso sero suficiente

    para obter o resultado procurado. A tcnica Bowen

    que parece simples primeira vista requer muita des-

    treza e preciso por parte do terapeuta.

    O que o cliente sente

    frequente os clientes falarem da sensao de calor

    e de formigueiro. Praticamente todos descrevem um

    efeito de profundo relaxamento medida que a sesso

    vai progredindo. Alguns chegam mesmo a adormecer,

    o que cria alguma vantagem para deixar o campo

    aberto ao sistema nervoso neurovegetativo. Quando

    o profissional trabalha segundo as regras darte, raras

    so as pessoas que no sentem nenhum efeito durante

    a sesso Bowen ou nas horas que se seguem.

  • 32

    duas teorias para compreender

    a t e o r I a e n e rg t I C a

    Aqui vamo-nos debruar sobre dois aspectos da teoria

    energtica : primeiro o CHI , em seguida a fscia.

    O CHI

    Tom Bowen acreditava na energia universal chamada

    de Chi. Esta energia circula superfcie e no interior

    do corpo, ao longo duma srie de canais identifica-

    dos h vrios sculos na medicina tradicional chinesa.

    Estes catorze canais, os meridianos, so compostos

    por pontos, pontos de acupuntura, cuja estimulao

    influencia os orgos do corpo e suas funes.

    A maior parte dos movimentos da tcnica Bowen

    encontram-se sobre um meridiano e certos movimen-

    tos sobre um ponto de acupuntura preciso. Fazendo

    um move Bowen, o terapeuta estimula de facto o

  • 33

    a teoria energtica

    CHI contido nesse meridiano. Segundo a medicina

    tradicional chinesa, a livre circulao do CHI dentro

    do corpo humano essencial para manter uma boa

    sade. A histria no nos diz se Tom Bowen tinha

    conhecimentos suficientes da medicina chinesa para

    basear o seu conceito de procedimentos sobre esta.

    Apesar disso, os acupuntores que exercem o mtodo

    Bowen esto de acordo em afirmar que o CHI se mo-

    difica durante e aps o tratamento.

    A fascia

    Anatomicamente, a palavra fscia representa uma

    membrana de tecido conjuntivo. Preferimos refe-

    rir fscia tal como descrita pelos osteopatas : um

    conjunto membranoso muito extensivo no qual tudo

    est ligado, tudo est em continuidade. Esta noo

    tem como consequncia principal que a mnima ten-

    so ativa ou passiva se repercute sobre o conjunto da

  • 34

    duas teorias para compreender

    estrutura. Todas as peas anatmicas podem assim

    serem consideradas solidrias.

    A fscia um tecido conjuntivo em que ele prprio

    tem a mesma constituio de base que qualquer outro

    tecido conjuntivo :

    clulas que transformam duas proteinas de

    constituio : as fibras de colagnio e de elastina;

    A matriz celular : o espao livre entre as clulas

    chamado de substncia fundamental .

    Composta por lquido incompleto, proteinas (os pro-

    teiglicanos) e de grandes molculas (as glicosamino-

    glicanos) que tm por funo, entre outras, atrair e

    reter gua. Ela ocupa o espao entre as clulas e fixa

    as fibras.

    As mudanas de viscosidade da substncia fundamen-

    tal permite uma fixao de gua no espao tissulares,

    previne a disseminao das infees e influencia a ati-

    vidade metablica da clula.

  • 35

    a teoria energtica

    O lquido joga um papel vital. o lugar de uma

    imensa atividade metablica contm um grande n-

    mero de clulas nutritivas e ainda um maior nmero

    de clulas macrfagas, o que lhe confere um lugar pri-

    mordial na funo de nutrio celular e na funo de

    eliminao dos resduos metablicas.

    O lquido intersticial espalha-se nos tecidos e caminha

    entre os espaos intersticiais por derramamento .

    No se fala mais de circulao canalizada : o lquido

    propaga-se como uma mancha de leo graas ao des-

    lizamento dos tecidos uns sobre outros.

    Poderia dizer-se que todos os tecidos conjuntivos so

    fscia mais ou menos denso.No conjuntivo frouxo, as

    fibras tm espao e h bastante lquido intersticial.

    um tecido laboratrio visto conter bastante clu-

    las nutritivas e macrfagas. Dentro do tecido fibroso

    firme, tem muito menos : um simples tecido mec-

    nico.

  • 36

    duas teorias para compreender

    Assim as aponevroses, tendes, lminas fibrosas, cp-

    sulas e ligamentos fazem parte de um sistema mec-

    nico chamado de FSCIA.

    Todo este tecido conjuntivo, ou fscia, deve estar bem

    hidratado para assegurar as suas funes principais

    de circulao dos lquidos

    de proteo e amortecimento

    de sustentao e de suporte (a fscia engloba e

    compartimenta cada orgo)

    de troca bioqumica, e

    de defesa imunitria (primeira linha de defesa

    imunitria do organismo).

    fundamental, para o bom funcionamento do

    organismo, que o gel colodal do qual formada a

    substncia fundamental no esteja demasiada vis-

    cosa ou espessa . A tixotropia uma caracters-

    tica da subs tncia fundamental. Quer isto dizer que

    no seguimento de uma transferncia de energia este

  • 37

    a teoria energtica

    gel colodal transforma-se em lquido colodal para

    facilitar as trocas metablicas e a conduo eltrica.

    Todos os tipos de energia tm a capacidade de levar

    liquidificao do gel colodal, como energia calorfica,

    qumica, eltrica e eletromagntica. Mas parece que

    a energia mecnica tem esta propriedade num grau

    cinco vezes superior ao dos outros tipos de energia*.

    O terapeuta Bowen, graas s presses exercidas

    transversalmente sobre as bolsas fasciais dos mscu-

    los e sobre os ligamentos e tendes, influencia a hi-

    dratao da fscia num determinado ponto. Visto a

    fscia estar por todo o lado continuamente, poder

    presumir-se que esta energia mecnica, que fluidifica

    a substncia fundamental, altamente condutora, po-

    der transferir-se para a globalidade de fascia.

    *. As fscias - Papel dos tecidos na mecnica humana, Serge Paoletti, edies Sully.

  • 38

    duas teorias para compreender

    a t e o r I a n e u ro m u s C u l a r

    As sensaes propriocetivas so consequncia do grau

    de contrao dos msculos, da tenso dos tendes, da

    posio das articulaes e da orientao da cabea

    em relao ao solo. Os recetores da propriocepo

    so chamados propriocetores. Encontramo-los nos

    msculos esquelticos, nos tendes, articulaes, liga-

    mentos e tecido conjuntivo que cobre os ossos e os

    msculos. O crebro recebe sem parar infuxos nervo-

    sos relativos posio das diferentes partes do corpo e

    efetua os ajustes necessrios coordenao.

    Vamos apresentar trs tipos de propriocetores :

    Os feixes neuromusculares situados nos mscu-

    los esquelticos;

    Os orgos tendinosos de Golgi situados nos ten-

    des;

    Os recetores cinesttsicos das articulaes situa-

  • 39

    a teoria neuromuscular

    dos nas cpsulas articulares das articulaes sinu-

    viais.

    No havendo ainda provas cientficas sobre esta ques-

    to razovel acreditar que os movimentos Bowen

    tm uma ao direta sobre o sistema nervoso atravs

    dos propriocetores, especialmente atravs de certos

    meconorecetores.

    Feixes neuromusculares

    Os feixes neuromusculares detetam as variaes do

    comprimento dos msculos esquelticos. A infor-

    mao que eles emitem surge do cerebelo, onde ela

    promove a coordenao das contraes musculares,

    e no cortex cerebral, onde ela permite a perceo da

    posio dos membros.

    No movimento Bowen, o tensionamento perpendicu-

    lar sobre o corpo do msculo, com lentido e suavi-

    dade, permite aos feixes neuromusculares ativarem-se

  • 40

    duas teorias para compreender

    o suficiente para encaminhar impulsos nervosos ao

    cerebelo e ao cortex cerebral, mas no o suficiente

    para contrair o msculo. Quando um msculo esti-

    mulado com fora, uma oposio reflexo a este alon-

    gamento ocorre e provoca a contrao do musculo

    estimulado e o relaxamento dos msculos antagni-

    cos. No entanto, possvel que um tensionamento

    perpendicular do msculo suficientemente firme

    sem ser forte relaxe os msculos antagnicos sem os

    contrair. Isto poderia explicar o efeito de relaxamento

    do movimento Bowen assim que efetuado sobre o

    corpo do msculo.

    Os orgos tendinosos der Golgi

    Um orgo tendinoso de Golgi um propriocetor

    integrado, perto do ponto de interceo do msculo

    esqueltico. Assim que o tendo sofre uma tenso,

    os orgos tendinosos de Golgi produzem impulsos

  • 41

    a teoria neuromuscular

    nervosos que se propaguem at ao sistema nervoso

    central para o informar sobre as variaes da tenso

    muscular. Desencadeando os reflexos tendinosos, os

    orgos tendinosos de Golgi protegem os tendes e os

    msculos contra uma tenso excessiva podendo cau-

    sar leses. Os reflexos tendinosos provocam um re-

    laxamento dos msculos e uma diminuio da tenso

    muscular.

    Certos movimentos Bowen so efetuado sobre o pr-

    prio tendo. Estes movimentos tem a particularidade

    de se manterem vrios segundos pelo terapeuta. Com

    efeito, a adaptao dos orgos tendinosos de Golgi

    faz-se lentamente e para se chegar a ativar estas clu-

    las, o terapeuta deve manter o tensionamento do ten-

    do vrios segundos.

  • 42

    duas teorias para compreender

    Os recetores cinestsicos das articulaes

    Existem vrios tipos de recetores cinestsicos das arti-

    culaes no interior e volta das cpsulas articulares

    das articulaes sinoviais.

    Os corpsculos de Rufini esto situados na derme e

    dentro das articulaes, ancorados nos ligamentos.

    Estes recetores so recetores profundos sensveis

    presso e ao estiramento da pele.

    Os corpsculos de Pacini esto situados no tecido

    conjuntivo adjacente s cpsulas articulares assim

    como na derme e o tecido sub-cutneo. Estes rece-

    tores profundos so particularmente sensveis s

    vibraes. Eles reagem igualmente a uma presso

    intensa e somente primeira aplicao desta presso

    assim como a acelerao e desacelerao dos movi-

    mentos articulares.

  • 43

    a teoria neuromuscular

    Os ligamentos articulares contm recetores que regu-

    lam a inibio reflexa dos msculos adjacentes assim

    que a articulao sofre uma contrao excessiva.

    Muitos movimentos Bowen efetuam-se perto das arti-

    culaes. Os recetores cinestsicos das articulaes

    sero solicitados principalmente logo que os movi-

    mentos sejam aplicados sobre pequenas articulaes,

    como o punho ou o tornozelo. A tcnica Bowen no

    faz nenhuma manipulao forada, mas fazemos por

    vezes mover um membro, um p, um brao ou uma

    mo, com o objetivo de ativar estes recetores cinest-

    sicos.

  • 44

    duas teorias para compreender

    a pau s a

    Tal como o tensionamento do msculo, a sua durao

    e sua intensidade, mostra-se primordial para obter re-

    sultados, tal como essencial a pausa entre as sries

    de movimentos. esse o segredo, a chave da tcnica

    Bowen. Nenhuma outra terapia manual integra tais

    momentos de silncio, os quais permitem ao organis-

    mo de reagir aos nossos estmulos por um processo de

    feed-back. Este processo no deve ser interrompido

    por outros estmulos. Queremos apenas que o impul-

    so dado seja percebido pelo sistema nervoso central e

    que ele reaja apenas a este impulso, durante um certo

    lapso de tempo.

    No crebro, pelo sistema ativador reticular as-

    cendente que passa uma corrente continua de fluxo

    nervoso em direo ao cortex cerebral afim de o man-

    ter no estado de vigilncia.

  • 45

    a pausa

    Os fluxos provenientes dos grandes vasos sensitivos

    ascendentes chegam aos neuronios desse sistema,

    guardando-os em atividade e aumentando os seus

    efeitos excitores sobre o cortex cerebral. Diminuindo

    as estimulaes do ambiente exterior (como o rudo,

    as falas, a luz, os cheiros, as sensaes tcteis, a m-

    sica), diminuimos este efeito excitante.

    O sistema ativador reticular ascendente parece ser-

    vir de filtro a este afluxo de informaes sensoriais.

    Ele diminui os sinais repetitivos, familiares ou fracos

    e deixa chegar at consciencia os sinais inusitados,

    importantes ou intensos. O SRAA e o cortex cerebral

    negligenciam sem dvida 99% dos estimulos senso-

    riais gravadas pelos nossos recetores.

    Por exemplo, se caminhar na rua, muito provvel

    que o seu crebro percepcione prioritriamente o

    barulho dos carros vindos atras de si e no a cor da

    camisola da pessoa que est no outro passeio. Este fil-

  • 46

    duas teorias para compreender

    tro serve para dar prioridade s informaes.

    Os movimentos Bowen so na maior parte muito

    suaves. Perder-se-iam provavelmente num ema-

    ramhado de informaes se no se tiver o cuidado

    de os isolar. Assim, se houver apenas os movimentos

    Bowen a percepcionar, eles podem passar o filtro do

    SRAA e ser registados pelo cortex cerebral.

    A pausa tem uma durao de pelo menos dois minu-

    tos e por vezes, ao cabo de 30 a 60 segundos que

    o cliente comea a sentir calor ou os formigueiros

    frequentemente descritos. Esta pausa prolongar-se-

    tanto quanto o necessrio para que a pessoa sinta

    alguma coisa, sinal que o sistema nervoso ativado.

  • 47

  • 48

    duas teorias para compreender

    re a e s p o s s v e I s

    frequente haver reaes de desentoxicao no se-

    guimento de uma primeira sesso Bowen. Estes sinto-

    mas vo desde de uma ligeira dor de cabea a fadiga

    sbita. Podem-se observar estas reaes aps uma

    massagem ou tratamentos de osteopatia. O corpo

    descarrega as suas toxinas e os efeitos podem fazer

    sentir-se durante 24 a 48 horas. Nesse momento re-

    comenda-se beber mais gua e caminhar para aju-

    dar eliminao dos resduos metablicos. muito

    raro esta reao produzir-se ainda aps uma segunda

    sesso ou nas sesses subsequentes.

    Os efeitos positivos do tratamento Bowen podem-se

    manifestar logo aps a primeira sesso, ou demorar

    quatro a cinco dias a surgir. Por vezes, ao cabo de

    duas a trs semanas que a pessoa sente uma mudana.

  • 49

    aps o tratamento

    ap s o t r ata m e n to

    No ficar sentado (em casa, no trabalho ou no

    carro) mais de meia hora de uma s vez, caminhe

    um pouco e volta sentar-se. O movimento contri-

    bui para a autoregulao do corpo. Isto parti-

    cularmente importante para pacientes que sofram

    de dores lombares.

    Caminhar ajuda tambm estimulao da cir-

    culao sangunea e linftica.

    Beber mais gua durante os dias que se seguem.

    Esperar pelo menos cinco dias antes de receber

    uma outra forma de terapia manual. O tratamen-

    to Bowen pode chegar aos dez dias para completar

    a sua ao.

    Evitar aplicao de gelo ou de calor nos dias que

    se seguem ao tratamento.

  • 50

    Ca p t u lo 3

    Os movimentos de base

    Antes de descrever os movimentos de base da tcnica

    Bowen, importante rever os benefcios deste mto-

    do. Para alm de um relaxamento excecional, aqueles

    que recebem este tratamento sentem efeitos profun-

    dos e benfcos que se manifestam tanto na qualidade

    do sono como na regularizao dos sistemas osteo-

    musculares, digestivos, respiratrio e hormonal.

    Uma s sesso pode trazer um bem estar geral, mas

    geralmente necessria uma srie de sesses para

    obter resultados completos e duradouros.

  • 51

    As afees crnicas instaladas de longa data sero

    melhoradas por sesses regulares e escalonadas por

    um periodo mais longo. A cada sesso ou quase, o

    terapeuta recair sobre o que essencial para estimu-

    lar o sistema nervoso parasimptico e assim permitir

    ao organismo de se relaxar completamente.

    Os outros procedimentos tero como alvo uma zona

    em particular. As qualidades aptides do terapeuta

    so determinantes para para o sucesso do tratamento.

  • 52

    os movimentos de base

    a a b o r dag e m d o t e r a p e u ta

    conta da singularidade do mtodo Bowen, para

    alm das qualidades de empatia e de motivao

    necessrias a todos os terapeutas, aquele que prati-

    ca a tcnica Bowen deve possuir aquelas qualidades

    especficas que fazem dele um bom profissional do

    mtodo Bowen.

    A preciso: Cada movimento Bowen precisa de

    um grau de preciso tal que o resultado depende mui-

    tas vezes desta. Durante os estgios, a ateno do pro-

    fessor fulcral no aspeto da prtica. Cada move

    localizado segundo pontos de referncia anatomicas

    precisas.

    Uma sensibilidade tatil acentuada: Esta ad-

    quire-se com o tempo. importante para os tera-

    peutas, conseguirem sentir a tenso dos msculos e

    das fscias. Podem assim ajustar o tensionamento do

  • 53

    a abordagem do terapeuta

    msculo segundo o grau de tenso sentido ao nvel

    dos tecidos moles.

    A pacincia: Os terapeutas que aprendem este

    mtodo devem imperiosamente respeitar risca as

    pausas indicadas. No incio, esta tcnica pode pare-

    cer surpreendente, ou at mesmo bizarra, tanto para

    quem a pratica como para aquele que a recebe. O

    paciente passar a ser um grande aliado do terapeuta

    Bowen, visto que sem as pausas, no obteremos os

    resultados pretendidos.

    A humildade: O terapeuta Bowen deve ter em

    ateno que o seu trabalho s consiste em estimular

    certas zonas do corpo. O verdadeiro trabalho feito

    por aquele que recebe o tratamento. Os resultados

    no pertencem ao terapeuta, mas sim aplicao da

    tcnica e da reao do organismo a estes estimulos.

  • 54

    os movimentos de base

    re l a x a m e n to da pa rt e I n f e r I o r da s C o s ta s

    Utiliza-se este procedimento como preparao para

    todos os outros procedimentos que sero realizados

    na parte inferior do corpo, como o procedimento da

    bacia (plvico), do joelho ou dos tornozelos. Contribui

    para a auto regularizao geral do organismo e ser

    til para todas as afees lombares.

    A pessoa que recebe o tratamento est deitado de bar-

    riga para baixo. O terapeuta comea por colocar os

    dedos sobre os msculos paravertebrais, ao nvel da

    lombar, e efetua um move de cada lado da coluna

    vertebral. Prossegue com um move sobre os ms-

    culos dos glteos mdios de cada lado, habitualmente

    uma zona de tenso importante. Ele liga com uma

    pausa de pelo menos dois minutos.

  • 55

    relaxamento da parte inferior das costas

    Os seus dedos apoiam-se sobre o tendo comum dos

    isquiotibiais, O terapeuta faz em seguida um move

    rpido sobre o cabea longa do bceps femoral, se-

    guido de um move sobre a faixa iliotibial. Aps

    uma pausa de dois minutos, termina o procedimento

    repetindo o move sobre o glteo mdio. Este pro-

    cedimento aparentemente simples essencial para o

    relaxamento de todo o organismo.

  • 56

    os movimentos de base

    re l a x a m e n to da s C o s ta s s u p e r I o r e s

    Alm de contribuir a auto-regularizao geral de todo

    o organismo, o procedimento do relaxamento das

    costas superiores essencial para problemas osteo-

    musculares da regio cervical regio lombar e para

    problemas de ombros. Ser utilizado como prepara-

    o para outros procedimentos das costas superiores.

    O terapeuta coloca os dedos sobre os erectores da es-

    pinha ao nvel da ponta da omoplata. Ele efetua qua-

    tro moves que estimula sobre estes msculos antes

    de fazer uma pausa de dois minutos.

    A seguir, perto de cada omoplata, ele faz um move

    que estimula os trapzios mdios, os rombodes e os

    msculos angulares da omoplata, seguido de uma

    pausa de dois minutos.

  • 57

    relaxamento das costas superiores

    Enfim aps um move sobre os grandes dorsais,

    executar uma sries de moves sobre os msculos

    paraespinhais, partindo da regio lombar at regio

    torcica. Com isto completa o procedimento das cos-

    tas superiores.

  • 58

    os movimentos de base

    re l a x a m e n to d o p e s C o o

    Tal como os dois procedimento anteriores, o procedi-

    mento do pescoo contribui auto-regularizao do

    organismo. E mais, ele particularmente indicado

    para os problemas osteomuscular da regio cervical

    e da cintura escapular. tambm uma preparao

    para o procedimento utilizado para a cabea e articu-

    lao temporo-mandibular.

    A pessoa que recebe o tratamento est deitada de cos-

    tas. Delicadamente, o terapeuta aplica um move

    sobre os escalenos posteriores e mdios seguidos, sem

    pausa, de um move sobre o semispinalis da cabea,

    ao nvel occipital. Aps dois minutos de pausa, o pro-

    cedimento do pescoo termina com um move de

    cada lado sobre os trapzios superiores.

  • 59

  • 60

    Ca p t u lo 4

    As diferentes tcnicas

    A tcnica Bowen conta com uns quarenta procedi-

    mentos atuais diferentes, cada um destinado a uma

    articulao ou zona particular. Contamos tambm

    com mais de quarenta procedimentos especializados.

    Na sua primeira sesso com um cliente, o profissional

    ir frequentemente, executar a sequncia dos trs pro-

    cedimentos de relaxamento de base. Segundo a sen-

    sibilidade de cada um, poder, nas sesses seguintes,

    acrescentar um ou outro procedimento.

    Contudo, fundamental no esquecer que quanto

  • 61

    menos intervimos, mais somos eficazes. Com efeito,

    se o crebro recebe menos comandos, aplicar-se-

    melhor na tarefa.

    muito importante, tanto para quem recebe como

    para o terapeuta de compreender esta noo e de no

    sobrecarregar o organismo de estimulaes que pode-

    ro por em causa a informao essencial.

    Exerccios que podem ser recomendados pelo tera-

    peuta.

  • 62

    as diferentes tcnicas

    t C n I C a s at ua I s

    Tom Bowen desenvolveu um procedimento para cada

    articulao. Assim, depois de efetuar os procedientos

    de base, o terapeuta pode escolher acrescentar um

    procedimento como a da regio plvica. Este parti-

    cularmente eficaz para dores lombares e para melho-

    rar a circulao dos membros inferiores. Por exemplo,

    tornar mais flexvel o ligamento inguinal e a fscia

    ilaca, pelo ltimo movimento deste procedimento,

    melhorar a circulao venosa e arterial assim como

    a conduo nervosa sobre as fibras que inervam os

    membros inferiores.

    O procedimento da sacro ilaca tem por objetivo,

    entre outros, relaxar a tenso excessiva do ligamento

    sacro-tuberosa e os ligamentos lio-sacral posteriores

    permitindo assim ao sacro de se repor no lugar e de

    flutuar entre as asas ilacas.

  • 63

  • 64

    as diferentes tcnicas

    O procedimento da articulao temporo-mandibu-

    lar tem repercusses em todo o organismo, a partir

    dos movimentos que o terapeuta aplica sobre o nervo

    facial, o nervo vago e os ndulos linfticos cervicais.

    um procedimento linftico poderoso que se utiliza em

    caso de constipaes, sinusite, alergia e tambm en-

    xaqueca e vertigem. Ser obviamente til para tudo

    o que toca ao maxilar e problemas de malocluso

    dentria.

    O procedimento do ombro conhecido para des-

    vincular os ombros bloqueados em poucas sesses.

    O tensionamento dos msculos deltodes posteriores

    e tricep longo e o relaxamento destes tm um efeito

    direto sobre o nervo e a artria circundante que ca-

    minha de trs para a frente sob o deltode. O relaxa-

    mento do tricep longo tem por efeito libertar o nervo

    radial onde a compresso pode causar parastesias.

  • 65

  • 66

    as diferentes tcnicas

    Cada procedimento pode comportar de 2 a 15 movi-

    mentos, muitas vezes intercalados de pausas. O tra-

    balho pode-se efetuar sobre os dedos dos ps, os tor-

    nozelos, os joelhos, a bacia, os isquio-tibiais, o sacro,

    a parede antero-lateral do abdmen, os ombros, os

    cotovelos e os punhos, a coluna vertebral por inteira,

    articulao temporo-mandibular e a cabea. Com

    efeito, os procedimentos tocam todos os membros, o

    tronco e a cabea.

    Outra ao direta sobre a zona em questo, os movi-

    mentos Bowen tero um efeito global sobre o orga-

    nismo colocando em movimento o sistema nervoso

    parasimptico que permite ao organismo de se rege-

    nerar. Certos procedimentos tm tambm um efeito

    drenante importante.

    Nenhum procedimente se faz pela via interna. Todos

    so efetuados sobre a pele, atravs de roupa fina.

  • 67

  • 68

    as diferentes tcnicas

    as t C n I C a s e s p e C f I C a s

    Estes procedimentos sero utilizados para sintomas

    inusitados, persistentes ou que no responderam aos

    procedimentos correntes. As combinaes de procedi-

    mentos correntes devem ser exploradas antes de uti-

    lizar as tcnicas especializadas. Os profissionais que

    aprenderam as tcnicas especializadas so aqueles

    que adquiriram uma certa experincia variando de

    vrios meses a alguns anos de prtica quotidiana e

    que compreendem perfeitamente os benefcios das

    tcnicas correntes.

    Estes procedimentos so muito fortes e provocam

    uma resposta de todo o corpo. A reao e a ressonn-

    cia destes movimentos requerem longas pausas de in-

    tegrao, pelo menos 20 minutos, e frequentemente o

    cliente ter necessidade de ficar mais tempo deitado.

  • 69

    as tcnicas especficas

    Uma vez estas tcnicas aplicadas, recomendado de

    no fazer outros movimentos durante a sesso. Alguns

    destes procedimentos devem ser efetuados, isolados,

    sem nenhum outro move .

    Estes movimentos diferem ligeiramente dos movi-

    mentos correntes na sua execuo. Alguns necessitam

    de um tensionamento mais firme e mais longo e no

    de uma passagem transversal sobre o msculo. o

    caso do procedimento do psoas por exemplo.

    Para ajudar ao restabelecimento das dores lombares,

    o profissional pode executar o procedimento do psoas,

    msculo frequentemente responsvel pela lombalgia.

    Este procedimento poder ser til tambm nos pro-

    blemas respiratrios, tendo em conta a ligao fascial

    entre o ilio-psoas e o diafragma aproximadamente ao

    nvel da segunda vrtebra lombar.

  • 70

    as diferentes tcnicas

    Uma outra tcnica especializada consiste em esti-

    mular, simultneamente, a extremidade proximal e

    distal dum segmento de membro afim de provocar o

    reencontro das duas ondas de choque no meio desse

    segmento. o caso, entre outros, o do procedimento

    do grcil.

    O procedimento dos rombodes ser utilizado assim

    que haja desconforto ou dor na elevao e na aduo

    da omoplata assim como para aliviar os pontos dolo-

    rosos na regio sub-escapular.

    O procedimento do msculo solear ser til nos pro-

    blemas crnicos dos tornozelos (por exemplo; edema

    prximo do malolo interno com dificuldade de flec-

    tir o tornozelo), de dores com sensao de calor in-

    tenso no calcanhar ou de dores no tendo de Aquiles.

  • 71

  • 72

    as diferentes tcnicas

    os e x e rC C I o s

    Tom Bowen tinha por hbito de sugerir exerccios

    aos seus pacientes e insistia para que eles os fizessem.

    De facto, recusava continuar a tratar algum que no

    seguisse os seus conselhos.

    Estes exerccios so simples alongamentos, feitos uma

    a duas vezes por dia, sem forar, respeitando o limite

    de conforto de cada um. Um exerccio que provoca

    dor pode significar que os nocicetores (os recetores

    neurolgicos da dor) foram excitados e que o orga-

    nismo j no esteja em modo parasimptico; os pro-

    cessos de autoregulao no podem funcionar assim

    que o corpo entra em defesa, em modo simptico

  • 73

    os exerccios

    Trata-se ento de fazer os exerccios o melhor que se

    pode, tentando ir sempre um pouco mais longe assim

    que seja possvel e de parar logo que se ressinta um

    mal estar. Pode-se repetir estes movimentos mais que

    um vez ao dia; quanto mais se mobilizar uma articu-

    lao, de maneira aceitvel e agradvel para o corpo,

    mais sero as hipteses de recuperao.

    Os membros so feitos para mexer e os msculos

    para deslizarem uns sobre outros, para massajar os

    orgos internos, para estimular a circulao da linfa

    de maneira a eliminar eficazmente os resduos orgni-

    cos acumulados nos tecidos e para bombear o sangue

    venoso das extremidades em direo ao corao,

    entre outras funes. Tem de se mobilizar as articula-

    es para fazer circular o lquido sinovial lubrificante

    e para que o lquido se renove.

  • 74

    as diferentes tcnicas

    Desaconselha-se o excerccio prolongado na sequn-

    cia de sesses Bowen, visto comprometer os efeitos.

    Da mesma forma os banhos quentes, massagens, tra-

    tamentos Spa, tratamento de acupuntura ou outros

    tratamentos corporais e outras formas de estimulao

    exteriores intensas, mesmo de ordem emotiva, consti-

    tuem um risco de fazer cessar a ao subtil procurada

    pelos movimentos Bowen. importante ficar calmo e

    relaxado nos dias seguintes.

    Os exerccios propostos solicitam os ombros, os is-

    qui-tibiais, os joelhos e a bacia. No hesite em pedir

    aconselhamento ao terapeuta.

  • 75

  • 76

    Co n C lu s o

    Ainda muita coisa no foi dita sobre este mtodo

    pouco comum. Ainda muita coisa no foi descoberta.

    Ainda estamos a dar os primeiros passos que nos le-

    varo a uma nova forma de compreender e de agir

    no organismo. Esto a ser feitas pesquisas para tentar

    compreender melhor as reaes fisiolgicas induzidas

    pelos movimentos Bowen. Milhares de terapeutas em

    todo o mundo esto a investir na descoberta das apli-

    caes deste mtodo. E a lista das aplicaes vai-se

    estendendo.

    Aps ter praticado durante vrios anos a tcnica

    Bowen, ainda me surpreende os resultados obtidos a

    na sequncia de alguns moves .

  • 77

    concluso

    uma tcnica muito gratificante para um terapeuta

    manual, ela ultrapassa a nossa compreenso e fora a

    nossa admirao.

    Os ltimos anos de Tom Bowen foram difceis. Ele

    perdeu as pernas com poucos anos de diferena, na

    sequncia da diabetes o qual nunca se recomps.

    Apesar de tudo, ele deixou-nos um testemunho ex-

    traordinrio e props-nos uma maneira de a aplicar

    dentro da sua frase preferida* :

    S vou passar por esta vida uma vez,

    Se eu posso amar e ajudar os meus irmos,

    agora

    Sem nenhum atraso ou esquecimento;

    Porque no passarei mais por aqui

    *. Etienne de Grellet du Mabillier, 1773-1855

  • 79

    bI b l I o g r a f I a

    Barral J. P., Croibier A.. Manipulacin de los nervios perifricos, Paris: Elsevier; 2004 Bear M. F., Connors BW, Paradiso MA. Neurociencias. Hacia el descubrimiento del cerebro. Traduccin Nieoullon A. Rueil-Malmaison: Groupe Liaison S.A.; 2002 Bienfait M. Fascias y bombeos. Paris: Spek; 1995 Bouchet A., Cuilleret J. Anatoma topogrfica descriptiva y funcio-nal, 3a el miembro superior. Paris:Simep/Masson 1995 Bowtech. (1) Manual de aprendizaje de la tcnica Bowen. Traduccin Tremblay L. Montral: Louise Tremblay; 2005 (2) Site Internet: www.bowtech.com; La historia de Tom Bowen Crane B., La reflexoterapia Kln: Tashen; 2005 Edmonds H., Trigg P. the Tom Bowen Story. 2004 Guyton A. C., Neurociencia : neuroanatoma y neurofisiologa. Padoue, Italie: Piccin; 1996 Jarmey C. El Shiatsu. Kln: Tashen; 2006 Marieb E.N., Anatoma y fisiologa humana Saint Laurent: ditions du renouveau pdagogique; 1993 Paoletti S., Las fascias, role de los tejidos en la mecnica humana. Vannes, France: Editions Sully ; 2005 Quevauvilliers J., Diccionario mdico 4e dition. Paris: Masson ; 2004 Tortora Grabowski Principios de anatoma y de fisiologa Saint Laurent, Canada: ditions du renouveau pdagogique; 2001 Tremblay L., Site Web: www.techniquebowen.com

  • 80

    Agradecimientos de la autora

    Empec a escribir este libro en Paris; contine a Ouistreham en

    Normanda, a Grimsby en Nagara, a Anse-Pleureuse en Gaspsia

    y lo termin en Montreal todos lugares mgicos y de inspiracin.

    Aunque ste proyecto pudo realmente acabarse gracias a la gran

    ayuda de algunas personas. Gracias a Isabel, Brbara, Hlne,

    Pierre, Jol y Andr, Jordan, Marie, Tho y Luis, Julien y Odile.

    Gracias por el apoyo, consejos y presencia de todos. Poco importa

    donde estemos, son las personas que nos rodean que hacen la

    diferencia. Juntos, hemos conseguido hacer un maravilloso libro

    lleno de inspiracin del que podemos sentirnos orgullosos.

    Louise Tremblayinstructora senior Bowen Therapyinstructora Internacional do mtodo Niromatheestudi seis aos en osteopata en la Academia Sutherland de Osteopata de Quebecwww.techniquebowen.comwww.louisetremblay.comwww.aimtc.cawww.ibowen.calouise.tremblay@techniquebowen.com