livro 03 11 2010

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    NAVIO NEGREIRO

    PRTIC

    AS

    EDUCACIONAIS

    EAESCOMUNITRIAS

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    Autores:Gloria Moura

    Lilia K. Moritz SchwarczErnst W. Hamburger

    texto parcial do livreto da Exposio "Emtorno de Zumbi"

    Diagramao: Francisco Bryan

    abril de 2003

    Alunos:

    Ana Cristina S. Gam23107Ana Lucia F. S. Santan22257Edimar de Paula Bisp22378Eldinete R. Silva 22763Guilherme S. Carvalh23536

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    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente gostaramos de agradecer aDeus por termos conseguido realizar tal projeto.Tambm s nossas famlias que torceram desde oprimeiro momento e compreenderam as vezes emque tivemos que abrir mo do aconchego familiarpara estudar e aos nossos professores pelo apoio

    incondicional.

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    SUMRIO1. Contexto Histrico 4

    2. Escravos Urbanos 8

    3. Escravos Rurais 8

    4. Escravos Domsticos 9

    5. Escravos Mineradores 96. Alimentao 10

    7. Casamento 11

    8. Moradia 11

    9. Roupas 12

    10.Os Libertos 1211.Marcas 13

    12.Reinveno da Identidade 13

    13.A conquista da Liberdade: A Rebelio de Cada Um 14

    14. Castigos 1415. Fim da Viagem? 1516. Referncias 16

    1.2.

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    O Brasil carrega uma triste marca: a

    de ter sido a ltima nao do mundo aabolir a escravido. Presente j naAntiguidade, o cativeiro humano recriado, junto com o capitalismo comerciale o movimento de expanso colonial, etem em nosso pas um local depreferncia. Entre a segunda metade do

    sculo XVI e o ano de 1850, data daabolio definitiva do trfico negreiro, onmero de cativos africanos importados avaliado em 3,6 milhes de homens.

    Nosso pas transforma-se em umterritrio negro e mestio. Entendido comopea, como coisa, o escravo perde sua

    origem e sua personalidade para setransformar em um sujeito sem corpo,antepassados, nome ou bens prprios.

    Esta exposio conta a histriadesses homens que no s lutaram porsua sobrevivncia, como reinventaram suaprpria existncia. Dar voz a essa fala

    silenciada um mistrio, nem sempre fcilde ser desvendado.

    1.CONTEXTO HISTRICO

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    Aprendemos a conhecer a frica por meio dos marcos dahistria europia. Na pr-histria este continente aparececomo o local onde viveram nossos primeirosantepassados; na Idade Antiga, surge como o bero da

    civilizao egpcia. Por fim, s reaparece a partir do sculoXV, como um apndice do mundo moderno europeu. Africa, porm, tem uma histria para contar. por meio datradio oral que os historiadores tentam hoje reconstruiros fragmentos da memria desse continente todilacerado pelo intenso trfico de escravos e pela partilhacolonial.

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    Nunca saberemos ao certo quantos

    africanos foram arrancados de sua terra natal.Para o Brasil vieram negros de dois grandesgrupos tnicos: os bantos, predominantementeoriginrios do Sudoeste e Sudeste africanos, etambm os sudaneses, procedentes do Noroestedo continente. Da Costa da Mina partiramsobretudo os sudaneses, dentre os quais

    destacam-se os iorubas ou nags, os jejes e osfanti-achantis. Por sua vez, de So Paulo deLuanda vieram os bantos, sendo as maioreslevas compostas pelos angolas, caanjes ebengalas.

    Com o acelerado despovoamento,desorganizaram-se a poltica e a economia dassociedades africanas. Antes da chegada dosportugueses, escravos eram prisioneiros deguerra que se incorporavam ao grupo que oscapturava. Bem diversa foi a escravido impostapelos europeus, orientada pelo lucro. Abre-seassim um importante setor do trfico mercantil: ocomrcio de seres humanos. As proas dosnavios negreiros voltam-se com toda fora para o

    novo continente.

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    Mal alimentados e vitimados pelas epidemias que

    grassavam a bordo dos navios, os negros morriamcom facilidade. Nos pores, aglomeravam-se detrezentas a quinhentas pessoas para uma viagemque leva de trinta a cinqenta dias. Comfreqncia, 10% a 20% das peas no chegavama seu destino. O trfico negreiro para o Brasil foiintenso at 1850, quando acabou sendo suspenso

    aps uma longa polmica com a Inglaterra.

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    2.ESCRAVOS URBANOSO universo do trabalho resumia-se ao mundo dos

    escravos. Vendedores ambulantes, negrasquituteiras, negros de ganho oferecendo-se comopedreiros, barbeiros, alfaiates, funileiros oucarpinteiros eram figuras obrigatrias nas ruasdas cidades.

    3.ESCRAVOS RURAISOs escravos rurais correspondiam imensamaioria dos cativos. Suas condies de trabalhoe a possibilidade de conseguir alforria eraminferiores s de seus parceiros da cidade. Nocampo, o poder e a autoridade do senhor nopossuam limites.Na zona rural, a jornada de trabalho era extensa:as atividades comeavam antes do nascer do sole, na poca de colheita, estendiam-se at asonze horas da noite. Existiam ainda os escravospastoris, numerosos nos campos do Sul do pas,que, em virtude da sua ocupao, ficavam menos

    sujeitos vigilncia senhoral.

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    4.ESCRAVOS DOMSTICOSDiferente era a condio dos escravos domsticos.Escolhidos segundo sua aparncia, eram sempre os

    mais bem vestidos e bem tratados. Esse o universodas mucamas, pajens, amas-de-leite, amas-secas,cozinheiras, cocheiros, lavadeiras, copeiros e garotosde recado. No entanto, esses cativos representavamuma minoria e no raro distanciavam-se dos demais.Uma velha ladainha dizia: "Negro no eito vira copeiro,no ia mais para o seu parceiro.

    5.ESCRAVOS MINERADORESNo sculo XVIII, com a decadncia da cana, muitoscativos do Nordeste foram enviados para as zonas deminerao. O trabalho do escravo minerador eramenos vigiado e por vezes a sorte de seu senhorpodia lhe valer uma carta de alforria. Este documento,embora raro e com freqncia anulvel, representouum sonho de liberdade para esses cativos.

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    6.ALIMENTAO sabido que no Brasil colonial todos passavam fome: nocaso dos cativos a situao era ainda pior. Comentam os

    viajantes que boa parte dos escravos recebiamunicamente feijo cozido, servido em cuias, uma vez aodia. provvel que a origem da feijoada esteja ligada triste sina desses homens que, a fim de engrossar o caldoralo, buscavam no lixo de seus senhores as partesdesprezadas do porco: lngua, rabo, ps e orelhas.Verdade ou no, at hoje a feijoada considerada umprato tpico brasileiro. Estranho caminho esse que faz dehbitos tnicos smbolos nacionais.

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    7.CASAMENTOA desproporo entre os sexos contribua para dificultar oscasamentos entre escravos. Alm disso, essas unieseram mal toleradas pelos senhores, que preferiam ignor-las. S tardiamente a legislao preocupou-se em garantir

    a famlia escrava: em 1869 proibiu-se que o marido fosseseparado da mulher, bem como dos filhos menores dequinze anos. No entanto, ligaes extraconjugais, filhosnaturais e cenas de cimes fizeram parte do cenrio locale criaram situaes ambguas e revoltantes. Aescravizao de filhos pelos pais ou das prprias mespelos filhos no eram cenas estranhas a esse contexto.

    8.MORADIA

    A casa-grande e a senzala representavam plos opostosdesta sociedade. A resistncia do senhor era o centro deirradiao de toda atividade econmica e social. Vastamanso trrea, distinguia-se pelo estilo sbrio eimponente. As senzalas eram construes de pau a pique,cobertas de sap, sem janelas e com uma nica porta.Ficavam prximas da casa-grande para que as fugas,

    bastante freqentes, pudessem ser controladas.

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    9.ROUPASO escravo que labutava no campo recebia dois conjuntosde roupas por ano. As baetas vinham do Rio de Janeiro,enquanto os panos grossos e as chitas chegavam deLondres. Os trajes eram trocados aos domingos e lavadosuma vez por semana. Expostos ao sol e s chuvas,convertiam-se em andrajos, razo pela qual os relatos depoca descrevem com freqncia negros esfarrapados eseminus.

    10.OS LIBERTOSNo era fcil ser liberto em um mundo onde as distnciassociais no eram sequer discutidas. Os libertos nopodiam votar nem ter cargos pblicos; eram tambmfacilmente reconduzidos sua antiga condio, porinfidelidade aos seus senhores ou por suspeita deescravo.

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    11.MARCASOs instrumentos de ferro eram variados. Enquantocorrentes e libambos impediam a movimentao doescravo, gargalheiras, golilhas e golinhas, colarescolocados no pescoo, evitavam fugas e expunham o

    cativo humilhao. As calcetas eram argolas de ferro quese prendiam ao tornozelo dificultando o passo, e o vira-mundo cumpria funo semelhante do tronco. Outraprtica comum era marcar os negros com ferro em brasanas coxas, nos braos, no ventre, no peito ou at na face.Esses sinais serviam como marca de propriedade.

    12.A REINVENO DA IDENTIDADESentimos a fora da presena africana nos quatro cantosdo brasil. O samba, a capoeira e o candombl soatualmente admitidos como registradas do pas. Aexistncia at hoje desta manifestaes o fruto de uma

    longa batalha por autonomia e reconhecimento culturaltravada pelos escravos. A mesma estratgia dedissimulao foi utilizada na adorao dos deusesafricanos em "terra de branco". Nos calundus e nas casasde candombl os negros, para poder cultuar seus orixsem paz, os relacionavam aos santos cristos. Existiamainda os batuques. Nas festas religiosas das irmandades

    catlicas negras, como as de So Benedito e de NossaSenhora do Rosrio, os atabaques batiam para os homense para os deuses.

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    13.A CONQUISTA DA LIBERDADE: AREBELIO DE CADA UM

    Durante muito tempo acreditou-se no carterpacfico e cordial da escravido brasileira. No entanto,no s os castigos fizeram parte desse sistema, comotambm as fugas, os abortos e os suicdios. O banzo um dos mais conhecidos de atos de suicdio: escravos,com saudades da frica, ingeriam terra diariamente, oque lhes causava uma morte lenta. Contra essa prtica

    adotavam-se as terrveis mscaras de Flandres, queimpediam ainda o vcio da bebida. A escrava Anastciapermanece na memria popular como uma mulher que,ao reagir ao cativeiro, foi obrigada a usarpermanentemente uma dessas mscaras.

    14.CASTIGOS

    O tronco talvez o mais antigo dos instrumentosde punio. Formado por duas peas de madeira ou deferro, o condenado era preso aos aparelhos pelospulsos, tornozelos e s vezes pelo pescoo. Alm deficar em uma posio incmoda, o suplicadopermanecia merc do ataque de insetos.

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    15.FIM DA VIAGEM?

    No Brasil convivem duas imagens opostas: de um lado omito da democracia racial; de outro a representao de umpas com larga experincia escravocrata. O resultado uma forma especfica de convivncia racial: "umpreconceito de ter preconceito", como dizia FlorestanFernandes. Em nosso pas, apesar de todos se dizeremavessos ao racismo, no h quem no conhea cenas de

    discriminao ou no saiba uma boa piada sobre o tema.Ainda hoje o trabalho manual considerado aviltante e ahierarquia social reproduz uma diviso que data da pocado cativeiro. Com naturalidade absorvemos a idia de umelevador de servio ou de lugares que se transformam emverdadeiros guetos raciais. por isso que no bastacondenar a histria, ou encontrar heris delimitados.Zumbi existe em cada um de ns. passado e presente.

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    Referncia Bibliogrfica:

    MOURA, Gloria; SCHWARCZ, Lilia K. Moritz;

    HAMBURGER, Ernst W.. Navio Negreiro.Disponvel em:. Acesso em: 18 set. 2010.