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Literatura Infantil e Escola Profª Drª Catia Toledo

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Page 1: Literatura Infantil e Escola contato com novas possibilidades de uso da língua. T. S. Eliot- a função social da poesia. Teresa Colomer- a primeira função da literatura→o indivíduo

Literatura Infantil e

Escola Profª Drª Catia Toledo

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Letramento literário

A necessidade e de ensinar a ler o teto literário.

A construção do sentido se faz a partir do repertório de cada leitor: reativa, no ato de leitura, suas aquisições culturais anteriores.

O bom texto literário tem os vazios que devem ser preenchidos pelo leitor.

A sequência didática de Rilso Cosson:

- Motivação

-Introdução

-Leitura

Atividades avaliativas.

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O texto literário

A linguagem

Características

O real x verossímil

O contato com novas possibilidades de uso da língua.

T. S. Eliot- a função social da poesia.

Teresa Colomer- a primeira função da literatura→o indivíduo.

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A literatura

As várias possibilidades de ver o mundo.

O questionamento→ a formação do indivíduo.

A falta de compromisso com as receitas prontas.

Cigamiga/Formigarra – Glória Kirinus

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Formigarra Cigamiga

Quando a cigarra era

Só cigarra

Cigarra sem a miga

Da formiga

Era uma cigarra

Só cantadeira

Só seresteira

Só sonhadeira

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Formigarra Cigamiga

Agora a cigarra

Amiga da miga

Da formiga

A cigamiga

É também pipoqueira

É também livreira

É também engenheira (…)

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Formigarra Cigamiga

A formigarra

A cigamiga

Andam por aí

Na terra

No ar

Trocando histórias

De outros tempos

De quando a formiga era só formiga

De quando a cigarra era só cigarra.

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O texto literário X Utilitário

No texto literário é o leitor que atribui uma função- cada leitor lê de

acordo com seu repertório. É plurissignificativo.

A arte e sua função estética- o prazer de ler.

No texto utilitário a sua função é determinada no ato da criação:

para que serve? O que ensina? Para que foi escrito?

O utilitário está ligado à cobrança de informações : o paradidático.

Há grandes diferenças entre o literário e o paradidático.

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Introdução à arte de ser menino

Paulo Venturelli

Por que banho?

Ora!

Para que a água

Passando por meu corpo

Leve um pouco de mim

Ao mar sem fim. (p.20)

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Sai, sujeira!

Um bom banho todos os dias deixa a gente limpinho e cheiroso!

Conforme crescemos, nosso corpo produz cheiros que podem ser muito fortes.

Você correu bastante, ficou quente e suado…

Que tal um banho refrescante?

Sai, sujeira! (p.14/15)

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Sobre textos

“Difícil não conferir razão a meu pai em seus momentos de anjo. Ele pendia a cabeça para a esquerda, como se escutando o coração e falava sem labirintos. Dizia frases claras, acordando sorrisos e caminhos. (Ler, escrever e fazer conta de cabeça- Bartolomeu Campos Queirós)

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Sobre textos Literários

As coisas

muito claras

me noturnam.

Com as palavras

Se podem multiplicar

Os silêncios

(O fazedor de amanhecer- Manuel de Barros)

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Sobre textos

Elegia

Minha vida é uma colcha de retalhos

Todos da mesma cor. (Mário Quintana)

31 de março/1º de abril

Dúvida revolucionária

ontem foi hoje?

ou hoje é que é ontem? (José Paulo Paes)

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Sobre textos utilitários

“O avião plano

O avião é tão grande que precisa ser fabricado em

partes. Começa a partir de um de um rolo de

chapa de alumínio. Depois, enormes prensas

cortam e formam as partes da asa, da fuselagem,

etc”(O treco de Noá- Como se fabricam as coisas)

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Ruth Rocha

Eu tenho um irmãozinho que se chama Pedro. A gente chama ele de Pedrinho.

Ele é bem bonitinho e eu gosto muito dele. Acho que eu gosto.

Antes que ele nascesse eu vivia chateando a minha mãe pra ela me arranjar

um irmãozinho. Eu até andava pra trás, porque quando uma criança anda pra

trás, é porque ela vai ganhar um irmãozinho.

E fui eu que escolhi o nome dele: Pedro, que é o nome do meu melhor amigo.

E no dia que ele nasceu, eu fui no hospital visitar minha mãe e meu pai botou

ele no meu colo! E ele era tão pequenininho! Eu até achei que eu tinha que

tomar conta dele sempre!

Mas às vezes, meu irmãozinho me atrapalha

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Ele é muito pequeno e não sabe brincar das coisas que eu sei!

E ele se mete nas minhas brincadeiras e atrapalha tudo!

E a minha mãe fica me enchendo, que ela quer que eu leve ele pra todo lugar

que eu vou: pra brincar na areia, pras festas de aniversário, pra ir ao

shopping com meu pai.

Quando a gente sai na rua, todo mundo fica dizendo:

“Que bonitinho!”

“Que engraçadinho!”

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Eu não acho graça nenhuma, que eu quero andar depressa e ele não sabe

andar depressa...

E se eu quero comprar alguma coisa a minha mãe diz:

“Você já ganhou um presente hoje! Agora é a vez do Pedrinho!”

Antigamente, meu pai me contava uma história, antes de dormir.

Mas agora, ele não quer fazer barulho, pro Pedrinho não acordar!

Então ele me leva pra sala, pra contar histórias, e eu acabo dormindo no sofá!

E os meus tios e os meus primos, quando eu chego na casa da vovó, só ficam

brincando com o Pedrinho e não ligam mais pra mim...

E quando o Pedrinho fica doente? Todo mundo só quer saber dele, só manda

eu ficar quieto, pra não acordar ele, e todo mundo traz presentes pra ele e

esquece de me trazer presentes...

Mas no outro dia eu estava um pouquinho doente

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Aí minha mãe nem foi trabalhar pra ficar comigo e a minha tia passou o dia

todo me agradando e meu pai me trouxe um monte de brinquedos.

É! Aquele dia foi bom!

Também foi bom no outro dia, quando a vovó veio lá em casa, e todo mundo

estava fazendo festa pro Pedrinho, e ela disse:

“Eu quero é ver o Miguel! Que eu gosto muito do Miguel!”

Aí minha avó me pegou no colo, me contou um monte de histórias e disse que

eu já estava ficando muito grande e muito bonito!

Ela até falou que ela gostava de brincar comigo, porque eu sei brincar de uma

porção de coisas, que o Pedrinho ainda não sabe.

E quando meu amigo veio na minha casa e disse que não queria brincar com o

Pedrinho que ele era chato, eu fiquei louco da vida e disse que meu irmão

não era chato, nada! Só se fosse o irmão dele!

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Porque o Pedrinho é bem bacana!

Ele anda de um jeito diferente, e ele fala umas coisas engraçadas. Ele brinca

comigo de carrinho e de pegador e a gente joga bola junto

E eu boto ele no carrinho de brinquedo e empurro pela casa toda, e ele ri

muito e eu também.

Está certo que às vezes criança pequena atrapalha.

Mas também, às vezes, criança pequena é bem divertida!

E sabe de uma coisa?

Eu não acho que eu gosto dele. Eu sei que eu gosto muito, muito mesmo do

meu irmãozinho!

Ruth Rocha

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Sobre leitura na Escola

Quais as propostas?

Os livros de leitura do início do século XX- as ligações entre Escola e Literatura : Olavo Bilac, Júlia Lopes de Almeida, Coelho Neto, Hilário Ribeiro→nacionalismo, relatos edificantes, pedagogismo.

O conceito de leitura→ decodificação.

Conceito de literatura infantil- ensino de valores

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A pobre cega- Júlia Lopes de Almeida

A POBRE CEGA

JÚLIA LOPES DE ALMEIDA

Na cidade de Vitória, no Espírito Santo, havia uma ceguinha que, por ser muito amiga de crianças, ia todos os dias sentar-se perto de uma escola, num caminho ensombrado por bambus. Entretinha-se ouvindo as conversas da pequenada que subia para as aulas.(...)

Um dia, dois dos estudantes mais velhos, já homenzinhos, desciam para o colégio, quando verificaram ser ainda muito cedo, e sentaram-se também numas pedras, a pequena distância da mendiga.(...)

A cega, satisfeita por aquela inesperada diversão, abriu os ouvidos à voz clara de um dos meninos que dizia assim:

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A pobre cega

A civilização adoça os costumes e tem por objetivo tornar os homens melhores, disse-me ontem o meu professor, obrigando-me a refletir sobre o que somos agora e o que eram os selvagens antes do descobrimento do Brasil.Eu estudei história como um papagaio, sem penetrar nas suas idéias, levado só por palavras. Vou meditar sobre muita coisa que li. Que eram os selvagens, ou índios, como impropriamente os chamamos? Homens impetuosos, guerreiros com instintos de animal feroz. Entregues absolutamente à natureza, de que tudo sugavam e a que por modo algum procuravam nutrir e auxiliar (...).

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A pobre cega

Desafiava o perigo. Embriagava-se com sangue e desconhecia a caridade. As mulheres eram como escravas, submissas, mas igualmente sanguinárias. Não seriam muito feios se não achatassem os narizes e não deformassem a boca, furando os beiços. (...)

Que alegria invade o meu espírito quando penso na felicidade de ter nascido quatrocentos anos depois desse tempo, em que o homem era uma fera, indigno da terra que devastava, e como estremeço de gratidão pelas multidões que vieram redimir essa terra, cavando-a com sua ambição, regando-a com seu sangue, salvando-a com a sua cruz!

Graças a elas, agora, em vez de devastar, cultivamos, e socorremo-nos e amamo-nos uns aos outros!”

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A PÁTRIA

Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!

Criança! Não verás nenhum país como este!

Olha que céu! Que mar! Que rios! Que floresta!

A natureza, aqui, perpertuamente em festa,

É um seio de mãe a transbordar carinhos.

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A Pátria

Vê que vida há no chão!vê que vida há nos ninhos

Que balançam no ar, entre os ramos inquietos!

Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!

Vê que grande extensão de matas, onde impera

Fecunda e luminosa, a eterna primavera!

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A Pátria

Boa terra! Jamais negou a quem trabalha

O pão que mata a fome, o teto que agasalha...

Quem com seu suor a fecunda e umedece,

Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!

Criança! Não verás país nenhum como este:

Imita na grandeza a terra em que nasceste!

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Sobre Literatura Infantil

A identificação entre o leitor e o personagem.

A perspectiva do autor adulto X o leitor criança.

A presença de animais→ criar um distanciamento entre leitor e personagem.

Os personagens fantásticos: economia de detalhes

Os monstros: outro tipo de fantástico: angústias interiores, pesadelos, terrores, etc...

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Sobre Literatura Infantil

Formas prefixadas da literatura: parlendas, fábulas, narrativas encadeadas, circulares, poemas,etc

-Amanhã é domingo, pede cachimbo. O cachimbo é de ouro, bate no touro. O touro é valente, bate na gente. A gente é fraco, cai no buraco. O buraco é fundo, acabou-se o mundo.

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Poemas para brincar

José Paulo Paes- Convite

Poesia

É brincar com palavras

Como se brinca

Com bola, papagaio, pião.

Só que

Bola, papagaio, pião

De tanto brincar

Se gastam.

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Convite

As palavras não:

Quanto mais se brinca

Com elas

Mais novas ficam.

Como a água do rio

Que é água sempre nova

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Convite

Como cada dia

Que é sempre um novo dia.

Vamos brincar de poesia?

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Bia e Pio- Sérgio Capparelli

Pio, sem pios,

dizia pra Bia:

“Pingam na pia

pencas de pios!”

Bia arrepia:

“O bico do pinto

é pingue de pios

e piam na pia

pingos e pingos”.

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E Pio arrepia:

“Pingam da pipa

Pingos de pinga

E bicam a pipa

Os pintos aos pios”.

E Bia, na pia, espia o Pio

e na nuca a penugem

já se arrepia.

Pio, sem pios,

Também arrepia:

Com pingos da pia

E os pios de Bia.

Ah, Pio e Bia!

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Menino irritado

(muito irritado) Ding dong ding dong ding dong

Dum dum dum Ding dong ding dong ding dong Dum dum dum

cronch crach crich crunch Vvvrrrrruuuuunnnnnnnnn!

Vvvrrrrruuuuunnnnnnnnn!

Crinch crach croch crunch

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Ding dong ding dong ding dong

Bbzbzbzbzbzbzbzbzbzbzb

Bzzzzbzzzzzz

Zzzz

Zz

z

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Quadrilha (Carlos Drummond de

Andrade)

João amava Teresa que amava Raimundo que

amava Maria que amava Joaquim que amava Lili

que não amava ninguém.

João foi para o Estados Unidos, Teresa para o

convento, Raimundo morreu de desastre, Maria

ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou

com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na

história.

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A cozinheira (Roseana Murray)

As panelas se alinham

Desejando temperos.

Das mãos da cozinheira

Vai saindo um mundo de cheiros.

Tudo em rápida transformação,

Como se pela cozinha

Passassem dez fadas-rainhas

Com seus mistérios e varinhas.

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A cozinheira

A cozinheira distribui fartos

Pedaços de magia,

Florestas de cores e segredos

Entre frutas e pimentas.

E depois de tudo pronto e servido

Vai guardando os elogios no bolso,

Como alguém guarda provisoriamente

Peixes dourados num aquário.

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Sobre histórias ouvidas

A capacidade de estabelecer causas e nexos é maior entre as crianças que tenham ouvido muitas histórias.

Podem ser contadas “em capítulos”.

O professor como contador de histórias: Celso Sisto

A valorização do significado da história é muito importante para o aprendizado infantil- Bruno Bettelhein.

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Sobre contos de fadas

A importância de contar as versões mais próximas do original.

Os arquétipos e a elaboração infantil dos problemas- Diana Corso: Fadas no divã

As versões pasteurizadas, a substituição de finais, o politicamente correto.

Narrativa mítica sagrada, verbal, conhecida apenas por pessoas especiais: “a mulher fiava e tecia, tanto o tecido das roupas como o texto das narrativas”- Mariza Mendes..

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Contar histórias, ouvir histórias

Walter Benjamim- O narrador

Contar com o coração…

Por que contar histórias?

Para quê?

Um treino para as emoções

A possibilidade de os ouvintes criarem o cenário, a música, as cores.

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Contar histórias…

“Contar histórias pressupõe deixar de lado algumas técnicas

pedagógicas aprendidas e ir em busca de algo que foi esquecido, e

que permanece em algum lugar de nosso ser, como um conteúdo

arquetípico, recebido da herança de nossos antecessores.” Cléo

busato

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Contar histórias

Momento mágico- uma arte

Para o tempo e apresenta um outro tempo- mítico

Desenvolvimento do afeto entre o contador e o ouvinte.

“Desperta e corporifica o simbólico”

Diferente de ler histórias.

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O momento da contação de histórias

É uma atividade importantíssima.

Deve fazer parte do planejamento.

A escolha do texto deve levar em conta o “para quem” se conta.

Ouvir histórias “ensina” muita coisa:

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Ouvir histórias: o que ensina ?

Ouvir.

A perceber a estrutura narrativa:início, meio e fim.

Aumenta o vocabulário: ativo e passivo.

Contribui para a formação do repertório das crianças.

Estimula a imaginação

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Ouvir histórias…

A memória afetiva.

Contribui para a formação do leitor.

Propicia o contato com outras culturas-diversidade cultural prevista pelo MEC.

Outras maneiras de ver o mundo- o olhar poético dos povos sobre a sua

cultura

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Contar e encantar

“ E a história termina e vem o depois. É para desenhar? É para cantar? É para

recontar? É para criar? É para responder o que se perguntar? E não pode ser só

para calar e perdurar o que é de se encantar? (Celso Sisto)

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Preparação para a contação de histórias

Escolha do texto: deve ser um texto de que o contador goste.

Procurar perceber a ideologia subjacente.

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Preparando a contação

A escolha do texto:

Conflitos instigantes,

Personagens bem delineados

Estrutura narrativa bem armada

Linguagem bem construída

Duração entre 5 e 10 minutos

Apresentar possibilidades de interpretação nas entrelinhas

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Escolhendo o texto

Não ser óbvio , nem didático, nem moralista, nem doutrinário, nem

preconceituoso (sem preocupação de passar uma mensagem para o ouvinte)

Celso Sisto

Contos de tradição oral ou histórias de autoria?

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Tradição oral ou autoria?

A tradição oral e a liberdade de adapatar.

A autoria e a necessidade de se manter as palavras do autor.

A tradição oral: a cultura trazida pela voz popular, a distância dos modelos literários consagrados: linguagem simples, estrutura previsível.

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Tradição oral

As diversas mitologias- a cosmogonia

Valores se alteram com o tempo- narrativas também se alteram.

Categorias da literatura oral: mitos, lendas, fábulas, contos de fadas,

contos de encantamento,

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Critérios para seleção do texto literário

A linguagem- há inovação? Figuras de linguagem (metáforas)

Há clichês? Lugares comuns?

A visão de mundo é positiva ?

A perspectiva do texto é a do autor ou a da criança?

Há espaços em branco para o leitor complementar?

Como o autor trata o leitor?

Como são as ilustrações?

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Diga-me o que lês que te direi quem és...

Eliana Yunes.