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LITERATURA DE CONSUMO NO CONTEXTO ESCOLAR

Nair Pecetti1

Orientador: Prof. Cleverson Ribas Carneiro2

INTRODUÇÃO

Gomes et.al. (2012) em seu texto denominado “A publicidade

audiovisual literária como incentivo à leitura infanto-juvenil” descreve que a

indústria do entretenimento proporcionada pelas multiplataformas, jogos,

televisão, internet e cinema com realidade virtual, colocaram a literatura para

escanteio, neste sentido os autores ressaltam que a indústria literária também

teve que adaptar-se a este novo panorama, para que conseguisse sobreviver

em meio a tantas opções de diversão instantâneas.

Os autores ainda abordam que as produções literárias têm sido

reguladas pelas leis mercadológicas e por novas formas de produções culturais

que influenciam inclusive o espaço pedagógico da literatura na escola, onde

esta sempre esteve associada a leituras obrigatórias e paradidáticas.

Para que a indústria literária sobreviva frente às tecnologias, ela criou

estratégias tecnológicas para atrair a atenção dos jovens para a literatura, entre

estas novidades tem-se o book trailer.

O book trailer é uma forma de divulgação de livros por meio eletrônico,

utilizando para este fim a tecnologia aliada à interatividade do leitor com o

produto, na verdade ocupa a mesma função que os trailers de filmes.

Dentro deste contexto tecnológico, a literatura juvenil contemporânea

tem como aliada os meios de comunicação, principalmente a internet que

possibilita aos leitores de uma determina obra interagirem através do espaço

cibernético a respeito das obras lidas, este movimento denomina-se

Fancultura.

Tomando tais premissas, este trabalho tem como objetivo demonstrar a

importância da inserção da literatura denominada de “consumo” no contexto

escolar, os objetivos específicos referem-se à necessidade de demonstrar que

1 Professora da Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná, na disciplina de Língua Portuguesa, município Araucária – Paraná. 2 Professor orientador – Universidade Federal do Paraná - UFPR

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o exercício da literatura pode ser despertado no educando utilizando-se

referenciais literários contemporâneos, sem a vinculação academicista da

literatura de obras clássicas; também procurou-se demonstrar que é possível

desenvolver-se conteúdos relacionados aos gêneros textuais utilizando-se este

tipo de literatura em sala de aula.

O trabalho foi desenvolvido juntamente com os alunos do 3º ano do

Ensino Médio, matutino, do Colégio Estadual Professor Julio Szymanski, na

cidade de Araucária.

Como estratégias de ação, os alunos criaram um blog para

desenvolverem a construção de textos utilizando os livros da escritora

australiana Emily Rodda, que já ganhou vários prêmios literários internacionais,

sendo reconhecida mundialmente como uma das escritoras mais populares

entre o público juvenil.

As obras de Emily Rodda constituem uma coleção da série Deltora

Quest composta por quinze livros que compõem o conjunto da história. Em

cada história há uma continuidade da anterior. Os livros contam uma trama que

envolve poderes mágicos, a luta do Bem contra o Mal, a luta pelo poder. Os

livros remetem o leitor a cenários presentes em produções cinematográficas

como as Crônicas de Nárnia.

A escolha destas obras como referenciais literários para o trabalho com

os alunos deu-se primeiramente ao fato de que a literatura apresenta-se

apropriada para ambos os sexos, posto que hoje existe no universo literário um

diferencial de literatura adolescente que envolvem temas femininos e

masculinos.

Outro fator é a possibilidade de continuidade das literaturas

oportunizadas por cada obra, embora um único livro apresente em sua história

um enredo com início e final, o mesmo segue os roteiros de trilogias

cinematográficas com o início de uma nova aventura que será descrita na obra

seguinte. O fator facilidade de leitura e linguagem adequada ao público juvenil

também foram fatores determinantes para a escolha dos livros.

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LITERATURA JUVENIL CONTEMPORÂNEA

De acordo com Duarte e Alcântara (2011) desde que a tecnologia

passou a dominar os vários campos, houve a necessidade de reconfiguração e

atualização de vários contextos – entre elas a literatura, ou melhor, a forma

como esta é propagada.

Desde que a internet e a digitalização de textos passaram a fazer parte

da vida cotidiana das pessoas, o assunto tomou conta de reportagens

jornalísticas, livros, publicações acadêmicas e uma série de outros meios.

(MACHADO apud DUARTE e ALCANTARA, 2011, p.191)

Sobre esta questão Duarte e Alcântara (2011) ressaltam que as novas

formas de literatura principalmente a denominada “literatura digital”, publicada

na internet é vista com certo preconceito pelos críticos literários, principalmente

porque ela vai de encontro ao tradicionalismo dos clássicos literários apontados

como indispensáveis para a formação de um “bom leitor”.

Esta questão é muito evidente no contexto escolar, quando tenta-se

introduzir no processo de formação de leitores obras que podem ser acessadas

de forma virtual ou ainda que através da leitura oportunizam ao aluno interagir

virtualmente nos espaços cibernéticos sobre certa leitura realizada – criando e

recriando personagens e cenários concernentes às obras lidas.

A abordagem da literatura no contexto escolar, principalmente para os

alunos adolescentes é bastante intrigante, primeiramente porque há a

necessidade de discutir-se quais literaturas devem ser oportunizadas. Qual o

universo literário que compõem o rol de leitura dos adolescentes? A literatura

clássica é necessária? Sobre estas questões cabe ressaltar uma indagação

bastante pertinente de Paulino (2004, p.54):

Que marcas caracterizam a escolha escolar de obras literárias que se tornou hegemônica no Brasil? Em primeiro lugar, há “gêneros” que predominam na composição dos cânones escolares: o romance de enigma, englobando aventura, suspense, e o romance-ternura, narrando histórias comoventes, “poéticas”. Raramente se permite a presença de histórias satíricas ou de denúncia social. O caráter esquemático desses gêneros preferidos já demonstra uma limitação no modo de lidar com literatura.

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Picanço e Castro (2011, p.107) reforçam tal preposição, lançando as

seguintes interrogativas:

A propósito, quem são os “grandes nomes” da literatura brasileira? Quais os nossos “clássicos”? Que autores e autoras podemos (deveríamos?) colocar no horizonte de leituras dos estudantes? Que textos constituem hoje um referencial mínimo para o conhecimento da história literária brasileira?

Beividas e Farias (2006) fazem uma análise histórica a respeito da

inserção dos considerados “clássicos da literatura” no contexto escolar.

Partindo da conceituação da expressão “bom gosto”, estes autores

demonstram que a leitura das obras de Machado de Assis ou Mário de

Andrade, por exemplo, estão enraizadas na questão da expressão “bom gosto”,

o que denotaria que os leitores dessas obras apresentam certa ascensão

social.

Quando é solicitado ao aluno utilizar a norma padrão e a ler os cânones da nossa literatura, o motivo não pode ser meramente torná-lo sujeito de bom gosto e, por causa disso, ascender socialmente. A leitura e a apreciação de um texto dependem, ainda, de sua contextualização, ou seja, a leitura de qualquer texto precisa levar em consideração suas condições de produção: a época, o lugar e o conjunto de textos. Desse modo, poderemos entender com maior amplidão o sentido e os gestos verbais contidos numa poesia ou numa crônica, por exemplo. Entender as condições de produção, isto é, o contexto em que o texto está inserido, é condição para entender, inclusive, as classificações de bom e de mau gosto. (BEIVIDAS e FARIAS, 2006, p.09)

De acordo com Beividas e Farias (2006) as atuais tendências da

literatura infanto-juvenil baseiam-se em duas concepções apontadas por

Bakthin: dialogismo e polifonia.

A polifonia é entendida como a voz do autor-herói, e foi concebida por

Bakthin a partir da análise da obra Problemas da Poética de Dostoievski. A

principal característica da polifonia é a expressividade de cada personagem de

forma individualizada.

Os textos polifônicos se caracterizam pela falta de acabamento e de

solução do herói. A posição do autor em relação ao herói é dialógica,

proporcionando, do início ao fim, autonomia e liberdade interna.

(SOERENSEN, 2009, p.03)

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A voz do herói sobre si mesmo e o mundo é tão plena como a palavra comum do autor; não está subordinada à imagem objetificada do herói como uma de suas características, mas tampouco serve de intérprete da voz do autor. Ela possui independência excepcional na estrutura da obra, é como se soasse ao lado da palavra do autor coadunando-se de modo especial com ela e com as vozes plenivalentes de outros heróis. (BAKHTIN apud SOERENSEN, 2009, p.03)

O dialogismo é o elo entre a linguagem e o texto, sendo sua principal

característica é o sociointeracionismo da linguagem proposto por Bakthin.

De acordo com Soerensen (2009, p.05) a concepção de linguagem

bakhtiniana – entendida como processo de interação social – fundamenta-se

três princípios essenciais:

a) Diálogo com o outro: relaciona-se à idéia de sujeito social, histórica e

ideologicamente situado, que se constitui na interação com o outro.

b) A unidade das diferenças: noção de que a linguagem é heterogênea e, por

isso, marcada pela presença do outro. Nesse caso, esta heterogeneidade é

marcada de forma sutil pelo locutor, que fará com que o texto adquira uma

determinada unidade, seja pela harmonia das vozes (polifonia) ou pelo

apagamento das vozes discordantes (monofonia).

c) Discursividade – simples e complexa: essa terceira questão refere-se aos

gêneros do discurso e é conseqüência das duas primeiras, pois sua definição

pressupõe também uma concepção de linguagem assentada no princípio da

interação social.

Para Herskovic (2011) a literatura infanto-juvenil do século XXI é

marcada por uma evolução dos livros impressos para ilustrações que

acompanham a evolução das técnicas gráficas e dos estilos artísticos.

Saldanha (2006) acrescenta que na atualidade as práticas e produções

literárias principalmente aquelas relacionadas com as novas demandas

tecnológicas devem ser consideradas como elementos de ruptura com o

tradicionalismo, sendo também uma característica dos novos processos

históricos marcados pela tecnologia e pela globalização digital.

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HIPERTEXTOS E LITERATURA NO CONTEXTO ESCOLAR

A internet promoveu uma revolução em vários setores, sejam nos

aspectos sociais, psicológicos e afetivos (com o uso das redes sociais como

meio de interação), seja nos setores econômicos (com a disseminação das

compras pela internet, ou mesmo pelas reuniões de trabalho agora em tempo

real sincronizada a vários espaços geográficos diferenciados, sejam pelo

volume de negociações financeiras realizados diariamente), enfim hoje é quase

impossível não estar-se conectado.

Desta forma, a escrita e a leitura também foram fortemente influenciadas

pelo uso da internet, principalmente pela criação dos denominados gêneros

textuais digitais e também pelo uso do hipertexto.

O hipertexto, produzido coletivamente pelos usuários da internet, modifica a relação leitor-escritor, tornando imprecisa a fronteira que os separava, uma vez que, agora, o “leitor-navegador não é um mero consumidor passivo, mas um produtor do texto que está lendo, um coautor ativo, capaz de ligar os diferentes materiais disponíveis, escolhendo seu próprio itinerário de navegação”. (COSTA, 2000, p. 4). Com o texto digital, escrita e leitura se estruturam hipertextualmente, através dos nós e dos links, em um novo suporte: a tela do computador. A partir de agora, o leitor pode escolher o melhor caminho da leitura e o conteúdo a ser lido, explorando o espaço virtual de acordo com seus interesses e suas necessidades e construindo seu conhecimento com base nas escolhas que vai realizando. Agora, “a partir do hipertexto, toda leitura é uma escrita potencial”. (LÉVY, 1999, p. 264). (MAGNABOSCO, 2009, p.49)

Para Marcuschi (apud MAGNABOSCO, 2009) o uso indiscriminado de

hipertextos nos ambientes virtuais apresenta três aspectos que influenciam no

uso da escrita e da linguagem: 1) apresentam uma linguagem minimalista e

bizarra acompanhadas de uma escrita semialfabética; 2) tem no contexto onde

estão inseridas as semioses necessárias para a interação; 3) envolve o uso de

gêneros textuais já existentes, mesclando com outros criados a partir do

ambiente virtual.

Mediante esta característica, o hipertexto rompe com as seqüências estáticas e lineares de caminhos únicos, com início, meio e fim prefixados. Com a existência de infinitas possibilidades de escolha do usuário, cada qual formula um movimento singular ao interligar as informações de sua seleção configurando um caminho único em sua leitura. No seu processo de interação cada usuário depara-se com uma realidade arquitetada sobre um conjunto de linguagens. As

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informações textuais são combinadas com imagens (animadas ou fixas) e sons. O hipertexto altera fundamentalmente nossa noção de textualidade, pois se constitui num texto plural, sem centro discursivo, sem margens, sendo produzido por um ou vários autores e, como texto eletrônico, está sempre mudando e recomeçando, de forma associativa, cumulativa, multilinear e instável. (DIAS apud ARAÙJO, 2008, p.06)

Neste sentido a construção de gêneros textuais virtuais caracteriza-se

como produções sociais e históricas reguladas conforme aponta Araújo (2006)

por parâmetros sociais relacionadas a interação dos sujeitos em um

determinado momento utilizando para isto os suportes midiáticos.

Desta forma os gêneros textuais virtuais não devem ser

desconsiderados como um gênero textual, embora haja por parte da maioria

dos especialistas em linguagem certo receio na consolidação deste tipo de

escrita e leitura uma vez que estas não seguem à priori os padrões normativos

da língua.

LITERATURA FANDOM: FORMANDO NOVOS LEITORES ATRAVÉS DO CIBERESPAÇO

Atualmente, a indústria da literatura voltada ao público infanto-juvenil

tem uma forte influência dos meios de comunicação, principalmente pela

disseminação do movimento denominado fancultura.

Miranda (2009) aponta que a fancultura é um movimento que ampliou-

se com a disseminação da cultura de massa, principalmente a televisão, mas

também tem fortes influências das produções cinematográficas.

O movimento “fandom”, como é denominado, caracteriza-se pela

representação de um grupo de fãs de determinados personagens.

Miranda (2009) acrescenta que recentemente este movimento tem sido

mais fortemente influenciado pelos livros e pela disseminação digital de

informações entre os integrantes desses movimentos.

A perspectiva mudou e podemos dizer que na era digital foram os livros que passaram a criar comunidades de fãs na internet. Essas comunidades interativas de fãs de textos literários substituem os “círculos de leitores” por uma “dobra barroca” (DELEUZE, 1991) de leituras possíveis, utilizando-se do imediatismo e da mediação digital. Muitas vezes, com a aparência de um jogo virtual, os aficionados por

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livros construíram e constroem uma cultura específica, denominada por seus próprios membros de fandom. (MIRANDA, 2009, p.52)

O fandom se caracteriza por ser um movimento de disseminação de

conhecimento universal da literatura através do uso do mundo virtual.

Burke (apud MIRANDA, 2009, p.53) ressalta que o movimento fandom

é uma biblioteca sem paredes.

Nesse contexto, é possível criar competências de leitura e escritura mesmo para aqueles que não têm “paciência” para ler um livro, pois a leitura pode estar em assistir um filme feito por fãs sobre o livro que deu origem à comunidade. Com isso, um “não-leitor”, que entrou na comunidade de um determinado fandom para fazer amigos, acaba compartilhando experiências de leituras e atualizando suas vivências de leitor dentro dessas experiências. Para quem tem acesso à internet, o fandom torna-se um espaço democrático de leitura e exibição de textos. Existem, como em todas as comunidades que se querem diferenciais, espaços em que os determinados conteúdos textuais não estão acessíveis a todos os não-membros das comunidades. São lugares formados por fãs que reservadamente trocam histórias entre si e raramente aceitam novos participantes. Um dos motivos para esta segregação são os temas tratados, por exemplo, diferenciação por faixas etárias. (MIRANDA, 2009, p.53)

Miranda (2009, p.54, 57) descreve as seguintes características dos

fandoms:

- são espaços próprios criados em ambiente virtual em relação a um

determinado livro ou um personagem;

- os sites podem conter textos, vídeos ou imagens;

- podem constituir-se por ambientes de acesso a índex de livros, filmes,

seriados de televisão, mangá e anime;

- os fóruns dos fandoms em geral têm enorme participação;

- a escrita dos fandoms é denominada de fanfics;

- há processos de revisão e correção que são efetuados geralmente por uma

beta-reader;

- os erros de ortografia e gramaticais são tolerados, mas a descaracterização

de uma personagem e a self-insertion (que é o autor se colocar como

personagem na própria história) são consideradas imperdoáveis, sendo essas

fanfics consideradas badfics.

Miranda (2009) ao descrever a relação entre a literatura e os fandoms

observa que a obra literária neste contexto é uma obra de ficção, é que o

objetivo dos fandoms é transformar estes textos literários em novas ficções.

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Iser (apud MIRANDA, 2009) afirma que esta dinâmica possibilitada

pelo espaço virtual oportuniza ao leitor organizar mentalmente um texto e

externá-lo da forma que entendeu. Essa organização mental da

intencionalidade do texto a ser escrito transforma-se no mundo virtual em

comunicação e possibilita ao leitor/escritor compreender o sentido da obra.

Tudo isso são formas de organização e de aprendizado, em que os leitores se dispõem a interpretar a obra literária com a ajuda/parceria de uma comunidade (fandom). Esse auxílio permite que o leitor/fã não se sinta um invasor do espaço alheio (de um autor) e nem meramente seu colaborador (no caso das hiperficções). Como um fã, o leitor se sente parte integrante do seu livro favorito: um admirador ativo, que pode erguer, ao texto que lhe agrada, um monumento de combinações, associações, restrições que fazem do mundo do autor/origem um mundo leitor/vertigem. A “fancultura” permite esta cooperação entre as autorias do autor e dos fãs, pois deixa bem claro a sua intenção: compartilhar leituras e impressões do livro de uma maneira especifica que se faz pelo e para o entretenimento dos próprios fãs. (MIRANDA, 2009, p.56)

Miranda (2009) acrescenta que a literatura das comunidades fandoms

não encaixam-se nas estruturas dos textos literários e suas conotações

semânticas, embora o mesmo reconheça este tipo de literatura deve ser

reconhecida como um gênero literário, neste sentido o que deve ser levado em

conta é o seu aspecto estético e a sua intencionalidade literária.

O ciberespaço se constitui como um espaço de construção de autores anônimos, lugar de onde emergem novas discursividades; constitui-se, ainda, como um ambiente que se propõe a pensar os sentidos e os sujeitos em sua relação com a língua, a cultura e a história. A noção de autoria na (re)escrita hipertextual, na qual a idéia de completude e unidade, ainda que como efeito, parece se diluir no espaço constituído pelo ciberespaço, o sujeito-autor, enquanto enunciador, assume uma posição determinada (por condições sócio-ideológicas), revelando, a partir da unidade que tenta conferir ao seu texto, que é parte de um hipertexto, a sua própria unidade enquanto sujeito. Nessa perspectiva, a função-autor, ao (re)estruturar o discurso do outro, produz textualidade, ou seja, confere ao texto um efeito de unidade imaginário e cria também um efeito de transparência dos sentidos, dissimulando, desse modo, a dispersão e a incompletude constitutivas do sujeito e do discurso. (NEVES, 2011, p.162)

Os fanfics são organizados por tipo, considerando público e faixa

etária. Abaixo segue as características dos tipos de fanfics, de acordo com

Neves (2011, p.163):

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a. Doujinshi

Fanficção japonesa, baseada nos mangás, escritos e desenhados por fãs

destas séries, como se fosse uma fanzine de um mangá. O termo deriva de

Doujin ou grupo literário, que era a forma tradicional de produção, e Shi, que

significa revista ou distribuição. Alguns podem considerar trabalhos de

aficcionados (fanwork), para muitos são simplesmente publicações de mangá

de pequena tiragem.

b. Mary Sue

Alguns tipos de fanficções são chamadas pelo estilo Mary Sue, um formato

mais "açucarado" em forma de conto, romance ou novela, melodramática e

apelativa. O nome do estilo é uma homenagem à Tenente Mary Sue, uma

personagem de fanfics de Jornada das Estrelas dos anos 80 que definiu o

arquétipo da personagem perfeita altamente idealizada.

Também são chamados Mary Sue (ou Gary Stu, na versão masculina) as

fanfictions onde o personagem principal é praticamente onipresente, sendo

completamente inatingível.

c. Outros Tipos

Darkfic: Fanfic abundante em cenas depressivas, atmosferas sombrias e

situações angustiantes. É o contrário das fanfics definidas pelo termo "waffy".

Deathfic: Onde os personagens principais morrem.

Slash: Fanfic cujo tema principal concentra-se na relação (amorosa, de

amizade etc.) entre dois personagens centrais.

Femeslash: Fanfic com relacionamento homossexual feminino.

Fanon: Indica a presença de idéias já propagadas em outras fanfics e que se

tornaram tão populares quanto à obra original.

Lemon: Fanfic com cenas de sexo entre homens (detalhada).

Orange: Fanfic com cenas de sexo entre mulheres (detalhada).

Yaoi: Fanfic com romance entre dois homens.

Yuri: Fanfic com romance entre duas mulheres.

Shonen-ai: Fanfic com romance entre dois homens (leve).

Shoujo-ai: Fanfic com romance entre duas mulheres (leve).

Shotacon: Fanfic com romance entre um homem mais velho com um mais

novo.

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Lolicon: Fanfic com romance entre uma mulher mais nova e uma mulher /

homem mais velho (a) - O termo deriva da estória "Lolita".

Hentai: Fanfic com cenas de sexo (explicitamente).

Citrus: Fanfic de romance adulto pode ou não conter cenas de sexo.

Canon: Segue o "Cânone". Refere-se à fanfics que sigam fielmente a história,

principalmente em termos de shippers (casais) e caracterização de

personagens.

Oneshot: Fanfic que contém somente um capítulo seja ele curto e postado de

uma só vez, ou longo e postado em partes.

Songfic: Quando a fanfic segue acompanhada da letra (e/ou tradução) da

música, escolhida pela autora, como trilha sonora. Geralmente seu gênero é

drama e são Oneshots.

U.A. (Universo Alternativo): Quando a fanfic se passa num mundo diferente do

criado pelo (a) autor (a) original da série, mas utilizando os personagens já

existentes na história, na maioria das vezes buscando não alterar as

características físicas e psicológicas das personagens.

Neves (2011) considera que os fanfics fazem parte do movimento de

mass entertainment contemporâneo onde os atos dos sujeitos, suas criações,

anseios e desejos extrapolam a vida privada tornando-se um atrativo coletivo.

Para este autor o cotidiano está relacionado diretamente com o

contexto do ciberespaço transformando-se num espaço de convergência

literária universal.

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO NA ESCOLA

O projeto de intervenção pedagógica foi desenvolvido com os alunos do

2º ano do Ensino Médio, turmas A e B, do Colégio Estadual Professor Júlio

Szymanski na cidade de Araucária.

Inicialmente foi explicado aos alunos a intencionalidade do projeto,

depois abordou-se com os mesmos os conceitos de comunidades virtuais,

espaços virtuais e literatura fanfics.

Foi colocado aos alunos que os trabalhos de produção textual seria de

forma virtual, através de um blog que seria criado juntamente com os alunos,

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no qual todos teriam acesso para postagem das histórias criadas a partir da

literatura dos referenciais escolhidos para este fim.

Para subsidiar os trabalhos de leitura foi escolhida a coleção Deltora

Quest, escrita pela australiana Emilly Rodda, publicada pela Editora

Fundamento.

A Editora Fundamento, responsável pela série Deltora Quest, como

apontam Gomes et.al. (2012) inovou na criação de capas e propagandas

publicitárias de seus livros.

A Editora Fundamento teve um papel essencial neste molde publicitário, investindo constantemente em divulgações de seus lançamentos. Produzidas pela Olelê Filmes e criadas por Alessandra Moretti, as peças audiovisuais consagraram séries de livros como Rangers e Deltora Quest como best-sellers no mercado brasileiro. Até hoje, muitos destes livros se tornaram carros-chefes da editora para este tipo de público, elevando o status da empresa como um todo através deste suporte comunicacional. (GOMES, et.al., 2012, p.06)

No site http://www.deltora.com.br/home.htm é possível ter acesso a

informações e sinopses referentes a cada livro que compõem a coleção.

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Foram escolhidos oito livros da série Deltora:

As Florestas do Silêncio No primeiro livro da série, o jovem Lief surpreende-se com as revelações de seu pai e aceita a missão de encontrar as sete pedras mágicas que pertenciam ao cinturão sagrado, destruído pelo Senhor das Sombras. Junto com seus novos e fiéis amigos, Barda (um antigo guarda real) e Jasmine (uma garota rebelde e corajosa que conversa com plantas e animais) ele parte em busca da primeira pedra nas arrepiantes Florestas do Silêncio.

O Lago das Lágrimas O território da bruxa Theagan e seus monstruosos filhos é um péssimo lugar para se viajar. É lá que os três heróis terão que penetrar para encontrar a segunda pedra. Mesmo com a ajuda do habilidoso e pitoresco povo de Raladin, Lief e seus amigos terão sérios problemas quando ficarem frente a frente com o guardião do encantado Lago das Lágrimas, e com todas as outras criaturas bizzaras que habitam suas águas.

A Cidade dos Ratos O poder das duas pedras recuperadas fortaleceu Lief, Barda e Jasmine, encorajando-os a encontrar a terceira pedra. Mas o Senhor das Sombras é o mestre do medo e possui muitos lacaios, além de um poderoso exército de desalmados Guardas Cinzas. Capturar a terceira gema só será possível com a ajuda dos mirabolantes inventos de Tom, o negociante. E se os três amigos acham muito estranha a cidade e o povo de Noratz, o que dirão quando entrarem na infecta e impiedosa Cidade dos Ratos?

As Dunas Quando as sete pedras preciosas do mágico Cinturão de Deltora foram roubadas, o maligno Senhor das Sombras invadiu o reino e escravizou o seu povo. Determinados a livrar o reino do tirano, Lief, Barda e Jasmine saíram numa perigosa busca para encontrar as pedras perdidas agora escondidas em locais aterrorizantes em todo o reino. Eles já encontraram três pedras e agora precisam encontrar a quarta, oculta em um deserto desolado e iridiscente, mantido zelosamente por um guardião desconhecido. Separação, destruição e inimigos aterrorizantes e estranhos os aguardam na horripilante experiência nas Dunas.

A Montanha do Medo Lief, Barda e Jasmine saíram em uma perigosa busca para encontrar as sete pedras perdidas do mágico Cinturão de Deltora. Mas o seu reino somente será libertado do poder do cruel Senhor das Sombras quando todas as pedras tiverem sido e colocadas no Cinturão.Quatro pedras foram encontradas. Agora, embora notícias perturbadoras de casa tenham chegado até Lief e ele esteja ansioso por retornar, a busca precisa prosseguir. Para encontrar a quinta pedra, os heróis devem se aventurar até quase a fronteira das Terras das Sombras, e mergulhar na escuridão e no terror do reino do monstruoso sapo Gellick — a Montanha do Medo.

O Labirinto da Besta O cruel Senhor das Sombras tomou conhecimento de que Lief, Barda e Jasmine estão à procura das sete pedras perdidas do mágico Cinturão de Deltora. Ele sabe que, se as pedras forem recolocadas no Cinturão, o seu poder irá representar uma ameaça à sua tirania. Cinco pedras já foram recuperadas. A próxima encontra-se escondida no covil submerso do terrível e feroz Glus. Já exaustos e perseguidos pelos servos do Senhor das Sombras, os três companheiros precisarão de todas as suas forças e coragem para enfrentar o Labirinto da Besta.

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O Vale dos Perdidos Lief, Barda e Jasmine estão à procura das sete pedras perdidas do mágico Cinturão de Deltora e estão perto de atingir a sua meta. Seis pedras brilham agora no Cinturão, e a última deve ser encontrada para que Deltora possa ser libertada da tirania do perverso Senhor das Sombras. Os companheiros enfrentaram vários terrores com força e coragem. Agora estão prestes a conhecer os sombrios mistérios que não podem ser derrotados somente com força e coragem. Se falharem, a sua busca estará perdida, e eles ficarão aprisionados para sempre na atordoante névoa do Vale dos Perdidos.

O Retorno a Diel As sete pedras preciosas foram recolocadas no Cinturão de Deltora. Agora, Lief, Barda e Jasmine precisam encontrar o herdeiro do trono do reino. Eles sabem que somente o verdadeiro herdeiro pode usar a magia do Cinturão a fim de sobrepujar o maligno Senhor das Sombras. Entretanto, o herdeiro tem estado bem escondido desde o nascimento e somente o Cinturão poderá revelar onde ele se encontra. As surpresas se sucedem à medida que a busca de Deltora chega ao seu emocionante clímax e a fúria e o poder do próprio Senhor das Sombras ameaça destruir os três heróis e tudo o que amam.

Os alunos tiveram dois meses para ler um dos livros da série, alguns

alunos adquiriram os mesmos para a realização das leituras.

Durante o período de leitura, outros trabalhos foram desenvolvidos como

a criação do blog para postagem de histórias baseadas nos fanfics.

O blog foi criado através do provedor gmail@ e os alunos participantes

do projeto têm acesso para postagem e visualização dos textos dos colegas. O

blog teve 39 postagens desde abril até junho.

As postagens dos textos encontram-se no blogger:

http://www.blogger.com/blogger.g?

blogID=4556929267075239858#overview/src=dashboard.

Primeiramente para postagem no blog, foi trabalhada a questão da

escrita e leitura no espaço virtual e a escrita e leitura de acordo com as normas

lingüísticas. Após a explicação dos conteúdos relacionados aos gêneros

textuais, os alunos realizaram as postagens no blog sendo que cada aluno

fazia as interferências devidas nos textos dos colegas. Ao todo os alunos

realizaram 39 postagens de histórias baseadas tanto nos livros dispostos para

a leitura, bem como os mesmos trouxeram já textos de suas produções

pessoais em outros blogs de histórias. Para a construção do site e postagem

dos trabalhos os alunos utilizaram o laboratório da escola, e os alunos que

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tinham possibilidade trouxeram seus notebooks e seus aparelhos de internet

móvel para a realização dos trabalhos.

Figura 1 – Visualização do blog durante a realização do projeto

Algumas dificuldades para a realização dos trabalhos refere-se a

produção textual no blog, posto que alguns alunos realizaram postagens de

textos já disponíveis na internet, outros não postaram os textos com as

correções ortográficas realizadas em sala.

Cabe salientar que embora tenham ocorridos essas dificuldades, a

realização desde do início do projeto foi bem aceita pelos alunos, a maioria leu

pelo menos dois livros da série, outros adquiriram os livros para dar

continuidade as leituras.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As literaturas contemporâneas e as suas formas de leitura

principalmente as direcionadas ao público juvenil, ainda causam certa

estranheza a muitos docentes no contexto escolar, isto porque foge ao

conhecimento que muitos docentes vezes já têm enraizados sobre determinado

autor ou obra.

Cabe aqui ressaltar o que Levy (apud MAGNABOSCO, 2009, p.56)

observa sobre esta questão: “... o professor na era da cibercultura tem que ser

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um arquiteto cognitivo e engenheiro do conhecimento; deve ser um profissional

que estimule a troca de conhecimentos entre os alunos; que desenvolva

estratégias metodológicas que os levem a construir um aprendizado contínuo,

de forma autônoma e integrada e os habilitem, ainda, para a utilização crítica

das tecnologias”.

Em relação principalmente a literatura fandom observa-se que muitos

alunos já fazem parte deste contexto de letramento digital, posto que na

dimensão do ciberespaço, é possível realizar interações, produzir textos sem a

rigorosidade exigida em sala de aula, também possibilita criar mundos que não

são possíveis de serem transcritos nas produções de textos solicitadas em sala

de aula.

Enfim a literatura virtual oportuniza ao aluno aprimorar a sua

criatividade para além da rigorosidade das produções de textos e leituras

impostas no contexto escolar.

REFERÊNCIAS

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