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Lista exercícios Segundo Reinado e República Oligárquica Prof. David Nogueira Página 1 de 15 1. (Fgvrj 2013) A história da construção do Estado brasileiro na primeira metade do século XIX foi a história da tensão entre unidade e autonomia. Por outro lado, no interior do Estado, de elites com fortes vínculos com os interesses de sua região de origem e ao mesmo tempo comprometidas com uma determinada política nacional, pautada pela negociação destes interesses e pela manutenção da exclusão social, marcou não apenas o século XIX, como também o século XX. Através do parlamento essas elites regionais têm imposto uma determinada dinâmica para o jogo político que se materializa na imensa dificuldade de empreender reformas sociais profundas. Dolhnikoff, Miriam. O pacto imperial. As origens do federalismo no Brasil. São Paulo: Globo, 2005, p. 11-12. De acordo com o ponto de vista apresentado no texto, a) a história brasileira é marcada por práticas de tolerância política acentuadas nas últimas décadas com a redemocratização do país. b) o parlamento é a única instituição política imune aos interesses e ao controle das elites regionais brasileiras. c) as profundas reformas sociais só foram possíveis graças às transformações políticas ocorridas na primeira metade do século XIX no Brasil. d) a dinâmica política do Estado nacional se constituiu com base em negociações entre as elites regionais e a exclusão social de outros setores. e) as características descritas sobre o Estado revelam a supremacia do Poder Judiciário sobre o Poder Legislativo na história política brasileira. 2. (Unicamp 2013) Assinale a afirmação correta sobre a política no Segundo Reinado no Brasil. a) Tratava-se de um Estado centralizado, política e administrativamente, sem condições de promover a expansão das forças produtivas no país. b) O imperador se opunha ao sistema eleitoral e exercia os poderes Moderador e Executivo, monopolizando os elementos centrais do sistema político e jurídico. c) O surgimento do Partido Republicano, em 1870, institucionalizou uma proposta federalista que já existia em momentos anteriores. d) A política imigratória, o abolicionismo e a separação entre a Igreja e o Estado fortaleceram a monarquia e suas bases sociais, na década de 1870. 3. (Unesp 2013) [...] até a década de 1870, apesar das pressões, os escravos continuavam a ser a mão de obra fundamental para a lavoura brasileira, sendo que nessa época todos os 643 municípios do Império [...] ainda continham escravos. (Lilia Moritz Schwarcz. Retrato em branco e negro, 1987.) A redução da importância do trabalho escravo, ocorrida após 1870, deveu-se, entre outros fatores, a) ao aumento das fugas e rebeliões escravas e ao crescimento das correntes migratórias em direção ao Brasil. b) ao desinteresse dos cafeicultores do Vale do Paraíba em manter escravos e à intensa propaganda abolicionista direcionada aos próprios escravos. c) à firme oposição da Igreja Católica ao escravismo e ao temor de que se repetisse, no Brasil, uma revolução escrava como a que ocorrera em Cuba. d) à pressão inglesa e francesa pelo fim do tráfico e à dificuldade de adaptação do escravo ao trabalho na lavoura do café. e) à diminuição do preço do escravo no mercado interno e à atuação abolicionista da Guarda Nacional. 4. (Espcex (Aman) 2013) Os interesses na região platina levaram o Brasil a participar de três guerras: contra Oribe e Rosas (presidentes do Uruguai e da Argentina, respectivamente), contra Aguirre (do Uruguai) e a Guerra do Paraguai.(COTRIM, 2009)

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Lista exercícios Segundo Reinado e República Oligárquica – Prof. David Nogueira

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1. (Fgvrj 2013) A história da construção do Estado brasileiro na primeira metade do século XIX foi a história da tensão entre unidade e autonomia. Por outro lado, no interior do Estado, de elites com fortes vínculos com os interesses de sua região de origem e ao mesmo tempo comprometidas com uma determinada política nacional, pautada pela negociação destes interesses e pela manutenção da exclusão social, marcou não apenas o século XIX, como também o século XX. Através do parlamento essas elites regionais têm imposto uma determinada dinâmica para o jogo político que se materializa na imensa dificuldade de empreender reformas sociais profundas.

Dolhnikoff, Miriam. O pacto imperial. As origens do federalismo no Brasil. São Paulo: Globo, 2005, p. 11-12.

De acordo com o ponto de vista apresentado no texto, a) a história brasileira é marcada por práticas de tolerância política acentuadas nas últimas

décadas com a redemocratização do país. b) o parlamento é a única instituição política imune aos interesses e ao controle das elites

regionais brasileiras. c) as profundas reformas sociais só foram possíveis graças às transformações políticas

ocorridas na primeira metade do século XIX no Brasil. d) a dinâmica política do Estado nacional se constituiu com base em negociações entre as

elites regionais e a exclusão social de outros setores. e) as características descritas sobre o Estado revelam a supremacia do Poder Judiciário sobre

o Poder Legislativo na história política brasileira. 2. (Unicamp 2013) Assinale a afirmação correta sobre a política no Segundo Reinado no Brasil. a) Tratava-se de um Estado centralizado, política e administrativamente, sem condições de

promover a expansão das forças produtivas no país. b) O imperador se opunha ao sistema eleitoral e exercia os poderes Moderador e Executivo,

monopolizando os elementos centrais do sistema político e jurídico. c) O surgimento do Partido Republicano, em 1870, institucionalizou uma proposta federalista

que já existia em momentos anteriores. d) A política imigratória, o abolicionismo e a separação entre a Igreja e o Estado fortaleceram a

monarquia e suas bases sociais, na década de 1870. 3. (Unesp 2013) [...] até a década de 1870, apesar das pressões, os escravos continuavam a ser a mão de obra fundamental para a lavoura brasileira, sendo que nessa época todos os 643 municípios do Império [...] ainda continham escravos.

(Lilia Moritz Schwarcz. Retrato em branco e negro, 1987.)

A redução da importância do trabalho escravo, ocorrida após 1870, deveu-se, entre outros fatores, a) ao aumento das fugas e rebeliões escravas e ao crescimento das correntes migratórias em

direção ao Brasil. b) ao desinteresse dos cafeicultores do Vale do Paraíba em manter escravos e à intensa

propaganda abolicionista direcionada aos próprios escravos. c) à firme oposição da Igreja Católica ao escravismo e ao temor de que se repetisse, no Brasil,

uma revolução escrava como a que ocorrera em Cuba. d) à pressão inglesa e francesa pelo fim do tráfico e à dificuldade de adaptação do escravo ao

trabalho na lavoura do café. e) à diminuição do preço do escravo no mercado interno e à atuação abolicionista da Guarda

Nacional. 4. (Espcex (Aman) 2013) “Os interesses na região platina levaram o Brasil a participar de três guerras: contra Oribe e Rosas (presidentes do Uruguai e da Argentina, respectivamente), contra Aguirre (do Uruguai) e a Guerra do Paraguai.”

(COTRIM, 2009)

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Sobre esse tema, leia as afirmações abaixo: I. Garantir o direito de navegação pelo rio da Prata, formado pela junção dos rios Paraná e

Uruguai; II. Garantir a permanência de Solano Lopes na presidência do Paraguai; III. Manter o Uruguai como província; IV. Impedir que a Argentina anexasse o Uruguai; V. Conquistar uma saída para o Oceano Pacífico. Assinale a única alternativa que apresenta todas as afirmações corretas sobre os objetivos brasileiros nesses conflitos: a) I e IV. b) II, III e V. c) II e III. d) I, IV e V. e) I e III. 5. (Fuvest 2013) Durante os primeiros tempos de sua existência, o PCB prosseguiu em seu processo de diferenciação ideológica com o anarquismo, de onde provinha parte significativa de sua liderança e de sua militância. Nesse curso, foi necessário, no que se refere à questão parlamentar, também proceder a uma homogeneização de sua própria militância. Houve algumas tentativas de participação em eleições e de formulação de propostas a serem apresentadas à sociedade que se revelaram infrutíferas por questões conjunturais. A primeira vez em que isso ocorreu foi, em 1925, no município portuário paulista de Santos, onde os comunistas locais, apresentando-se pela legenda da Coligação Operária, tiveram um resultado pífio. No entanto, como todos os atos pioneiros, essa participação deixou uma importante herança: a presença na cena política brasileira dos trabalhadores e suas reivindicações. Estas, em particular, expressavam um acúmulo de anos de lutas do movimento operário brasileiro.

Dainis Karepovs. A classe operária vai ao Parlamento. São Paulo: Alameda, 2006, p.169. A partir do texto acima, pode-se afirmar corretamente que a) as eleições de representantes parlamentares advindos de grupos comunistas e anarquistas

foram frequentes, desde a Proclamação da República, e provocaram, inclusive, a chamada Revolução de 1930.

b) comunistas, anarquistas e outros grupos de representantes de trabalhadores eram formalmente proibidos de participar de eleições no Brasil desde a proclamação da República, cenário que só se modificaria com a Constituição de 1988.

c) as primeiras décadas do século XX representam um período de grande diversidade político-partidária no Brasil, o que favoreceu a emergência de variados grupos de esquerda, cuja excessiva divisão impediu-os de obter resultados eleitorais expressivos.

d) as experiências parlamentares envolvendo operários e camponeses, no Brasil da década de 1920, resultaram em sua presença dominante no cenário político nacional, após o colapso do primeiro regime encabeçado por Getúlio Vargas.

e) as primeiras participações eleitorais de candidatos trabalhadores ganharam importância histórica, uma vez que a política partidária brasileira da chamada Primeira República era dominada por grupos oriundos de grandes elites econômicas.

6. (Ufsc 2013) Leia. — Nós somos a geração do deserto! Como a nação dos judeus nós estamos neste deserto, em busca da Terra Prometida. Faz quase quatro anos que nós declaramos a Guerra Santa e estamos lutando para conquistar a nossa terra. Muita gente tem morrido, e os seus ossos estão apodrecendo nos descampados. Mas a Guerra Santa tem que continuar, porque nós somos a geração do deserto, os que devem ser sacrificados. A nossa geração tem que vencer esta guerra, nem que todos tenham que morrer. No tempo de Moisés ele também guiou o povo pelo deserto, e toda a geração velha morreu. Mas os que nasceram no deserto chegaram à Terra de Canaã, prometida por Deus. São José Maria também prometeu que o nosso povo ia ter uma

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terra. Este Contestado é um país enorme, do qual todos terão o seu pedaço. Mas para isso temos que lutar!

SASSI, Guido Wilmar. Geração do deserto. 5. ed. Porto Alegre: Movimento, 2012. p. 116-117. Considerando o trecho acima e a história do Movimento do Contestado (1912-1916), assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01) O monge José Maria ainda hoje é venerado por descendentes caboclos da região do sul do

país onde ocorreu a Guerra do Contestado. 02) Conduzido principalmente pela população de origem cabocla, o Contestado pode ser

reconhecido como um movimento messiânico de luta pela terra numa região disputada pelos estados de Santa Catarina e Paraná.

04) A extração de erva-mate e de madeira estava entre as principais atividades dos sertanejos do Contestado antes da construção da ferrovia São Paulo–Rio Grande do Sul pela companhia Brazil Railway.

08) Ao representar uma alternativa ao poder dos “coronéis”, o Movimento do Contestado era visto como um perigo que, segundo as elites, deveria ser eliminado.

16) Assim como ocorreu anos antes em Canudos (1893-1896), a Guerra do Contestado colocou em lados opostos a Igreja Católica e o governo brasileiro, razão pela qual muitos padres das mais diversas paróquias da região se armaram contra o exército republicano em defesa do retorno da família real brasileira ao comando do país.

32) A vitória dos seguidores do monge José Maria contra as tropas republicanas na Guerra do Contestado determinou a fragmentação dos grandes latifúndios da região do Contestado em pequenas propriedades, que ainda caracterizam o meio rural catarinense.

7. (Uerj 2013) É certo que a capa de um livro é a marca de um produto que quer atrair o leitor. A associação seria mais certeira se esse leitor a relacionasse ao contexto histórico dos anos 1920, em que se traçava o projeto modernista empenhado na construção de uma consciência do país, num processo de conhecimento da realidade brasileira. Os modernistas queriam mesmo “descobrir o Brasil”.

RENATO CORDEIRO GOMES Adaptado de www.revistadehistoria.com.br.

Por meio de manifestos, livros e exposições, os modernistas refletiram sobre a sociedade brasileira, avaliando suas principais características e propondo a revisão da identidade nacional. Essa revisão está baseada na proposta de: a) crítica da valorização romântica da natureza tropical b) desqualificação das heranças coloniais luso-africanas c) negação da cooperação cultural de artistas estrangeiros d) reformulação da composição multiétnica da população nativa 8. (Ufg 2012) Analise os mapas a seguir.

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No Brasil, entre 1822 e 1889, ocorreram mudanças nas unidades administrativas, fruto de uma política de Estado, conforme a representação gráfica dos mapas. Essas mudanças objetivavam a) a punição das províncias envolvidas em movimentos separatistas, como no caso da

Confederação do Equador, em Pernambuco. b) o alcance de maior equilíbrio político-administrativo entre as províncias, como no caso da

criação do Paraná com a divisão de São Paulo. c) o cumprimento de acordos diplomáticos externos, como no caso da concessão da província

da Cisplatina à Argentina. d) o aumento do controle fiscal nas regiões produtoras de ouro para garantir recursos ao

governo, como no caso de Goiás e Minas Gerais. e) a dinamização econômica dos espaços distantes do litoral com a criação de novos

territórios, como no caso da divisão da província do Grão-Pará. 9. (Uftm 2012) Observe a caricatura de Angelo Agostini, publicada na Revista Ilustrada, em 28 de julho de 1885.

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A imagem faz referência a) às revoltas populares, que impediam D. Pedro II e seus ministros de saírem às ruas. b) às dificuldades econômicas do governo, em função da Guerra do Paraguai, então em curso. c) ao enfraquecimento da monarquia frente às crises políticas e ao crescimento do

abolicionismo. d) ao temor do terceiro reinado, que levaria ao poder o marido da Princesa Isabel, o Conde

D’Eu. e) aos republicanos, que pregavam o fim da monarquia e a libertação incondicional dos

escravos. 10. (Unimontes 2012) Campos Sales governou o Brasil entre 1898 e 1902. Em sua presidência, foi consolidada a República Liberal Oligárquica Brasileira. Acerca de sua atuação no governo, pode-se afirmar que a) concebeu o arranjo que garantiu um acordo entre a União e os Estados, colocando fim nas

hostilidades entre Executivo e Legislativo. b) implantou a chamada política do “Café com leite”, que consistia na alternância de paulistas e

mineiros no poder. c) governou por meio de Decretos, marginalizando o poder legislativo e limitando o

funcionamento da Constituição de 1891. d) criou o sistema coronelista, garantindo a hegemonia política dos grandes proprietários de

terras. 11. (Pucrj 2012) “O movimento operário brasileiro viveu anos de fortalecimento entre 1917 e 1920, quando as principais cidades brasileiras foram sacudidas por greves. Vários grupos operários no Brasil e no mundo acreditavam que havia chegado o momento de colocar um fim à exploração capitalista e construir uma nova sociedade.”

Movimento Operário In: www.cpdoc.fgv.br

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a) Identifique um acontecimento mundial, à época, que se relacione diretamente com o fortalecimento do movimento operário no Brasil.

b) Caracterize duas propostas do movimento operário brasileiro, durante a Primeira República. 12. (Ufrn 2012) Na obra Raízes do Brasil, publicada pela primeira vez em 1936, Sérgio Buarque de Holanda, ao analisar o processo histórico de formação da nossa sociedade, afirma: Desde o período colonial, para os detentores dos cargos públicos, a gestão política apresentava-se como assunto de seus interesses particulares. Isso caracteriza justamente o que separa o funcionário patrimonial e o puro burocrata. Para o funcionário patrimonial, as funções, os empregos e os benefícios que deles recebe relacionam-se a direitos pessoais dos funcionários e não a interesses objetivos, como ocorre no verdadeiro Estado burocrático. Assim, no Brasil, pode-se dizer que só excepcionalmente tivemos um sistema administrativo e um corpo de funcionários puramente dedicados a interesses objetivos e fundados nesses interesses.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. [Adaptado].

Considerando as reflexões do autor e levando em conta práticas políticas constatadas no Brasil Republicano, é possível inferir que a) os limites entre os domínios do público e do privado, no âmbito da administração pública, se

confundem, não obstante as leis que visam a combater o patrimonialismo. b) o patrimonialismo está presente nas regiões mais carentes do País, em razão apenas do

baixo nível de formação dos quadros da administração pública. c) as estruturas do poder administrativo no Brasil permanecem as mesmas do período colonial,

daí a manutenção do patrimonialismo disseminado na sociedade. d) o predomínio do interesse particular sobre o interesse público, no Brasil, foi efetivamente

rompido com o êxito da Revolução de 1930. 13. (Udesc 2012) Leia o excerto e abaixo. “Tanto o episódio de Canudos quanto o da Revolta da Vacina, com suas evidentes afinidades, são dos mais exemplares para assinalar as condições que se impuseram com o advento do tempo republicano. Um tempo mais acelerado, em que a exigência de acertar os ponteiros brasileiros com o relógio global suscitou a hegemonia de discursos técnicos, confiantes em representar a vitória inelutável do progresso e por isso dispostos a fazer valer a modernização a ‘qualquer custo’. As ações concretas desencadeadas por esses discursos, como visto nesses dois exemplos, se traduziram em formas extremas de opressão quando voltadas para as populações destituídas de qualquer educação formal e alheadas dos processos decisórios. No afã do esforço modernizador, as novas elites se empenhavam em reduzir a complexa realidade social, singularizada pelas mazelas herdadas pelo colonialismo e pela escravidão, ao ajustamento em conformidade com padrões abstratos de gestão social aspirados dos modelos europeus ou norte-americanos. Os episódios de Canudos e da Revolta da Vacina revelam o quanto essa situação era precária para as camadas subordinadas da população. A autoridade pública permitia-se invadir e não raro destruir, seja o casebre sertanejo, seja o cortiço, o barraco ou o mocambo das cidades. Em suma, nem lares, nem âmbitos sagrados, nem corpos, tinham garantias quando se tratava de grupos populares.”

SEVCENKO, Nicolau. Introdução. O prelúdio republicano, astúcias da ordem e ilusões do progresso. SEVCENKO, Nicolau (org.) História da vida privada no Brasil. Vol. 3. São Paulo:

Companhia das Letras, 1998, p. 27-30 [Adaptado]. Considerando a análise realizada pelo historiador Nicolau Sevcenko sobre as relações sociais e de poder na Primeira República e os movimentos citados, analise as proposições abaixo. I. A Revolta da Vacina foi uma resposta da população do Rio de Janeiro à vacinação

obrigatória aprovada por decreto em 1904. As autoridades, por sua vez, reprimiram violentamente a revolta, deixando um saldo de dezenas de mortos, presos e feridos.

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II. Para Nicolau Sevcenko a Revolta da Vacina e de Canudos possuem evidentes afinidades, por exemplo, ambos os grupos eram compostos por pessoas pobres, excluídas e marginalizadas socialmente, que sofreram violenta repressão por parte das autoridades.

III. Para Nicolau Sevcenko, parte da violência cometida pelas autoridades republicanas às populações pobres pode ser explicada pelo projeto de modernização e progresso valorizado nos discursos republicanos. Em nome do progresso, as autoridades estavam dispostas a fazer valer a modernização a “qualquer custo”.

IV. Com a grave crise econômica e social que assolava o Nordeste, no final do século XIX, milhares de ex-escravos e sertanejos humildes seguiram Antônio Conselheiro, acreditando em uma salvação milagrosa que os pouparia dos flagelos do clima e da pobreza extrema. Pressionados por lideranças locais as autoridades republicanas empreenderam diferentes ações contra Antônio Conselheiro e seus seguidores. Dos confrontos havidos, estima-se que até 20 mil sertanejos tenham sido mortos.

Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. 14. (Ufba 2012) [...] Ao contrário da evolução ocorrida no mundo europeu, a indústria brasileira não resultou de um lento e progressivo desenvolvimento do artesanato e da pequena manufatura, mas já nasceu grande, na forma de fábricas modernas. Paradoxalmente, tal situação foi possível graças ao atraso econômico nacional. Na década de 1880, quando aqui começaram a ser implantadas as primeiras indústrias, a maquinaria fabril europeia já contava com cem anos de desenvolvimento técnico, e foi justamente com essa tecnologia importada que teve início nossa industrialização. Contudo, a aparente vantagem apresentava um gravíssimo inconveniente que deixa traços até os nossos dias: ela não estimulou o desenvolvimento de tecnologia industrial própria, muito necessária quando se quer construir máquinas que fazem máquinas ou simplesmente ajustar a produtividade aos padrões internacionais.

(PRIORE; VENANCIO, 2010, p. 235). Com base na análise do texto e nos conhecimentos sobre os sistemas econômicos existentes no Brasil, ao longo de sua história, pode-se concluir: 01) O “atraso econômico” a que se refere o texto tem sua origem no sistema econômico

colonial, quando as correntes do “exclusivo comercial” submetiam a produção e o comércio da colônia brasileira ao imediatismo da política econômica portuguesa.

02) A economia do Brasil Monárquico beneficiou-se, até a metade do século XIX, com a parceria, com os investimentos e com o volume da sua exportação de produtos industriais para os novos países da América Latina, cujos mercados também estavam em expansão.

04) A política econômica do início da república brasileira, popularmente conhecida como “encilhamento”, propiciou uma efetiva expansão dos recursos financeiros do país, gerando investimentos em empresas industriais que resultaram na ampliação do parque industrial nacional.

08) A característica essencialmente comercial da cidade do Salvador, no século XIX, a presença do trabalho escravo e os obstáculos advindos da economia internacional dominante, que não admitia concorrência, limitaram as possibilidades de instalação de indústrias na Província da Bahia.

16) O Brasil, além da importação de tecnologia industrial, importou também ideologias e práticas de organização do operariado, destacando-se o anarcossindicalismo e o socialismo/comunismo, que evoluiu para a formação do Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1922.

32) A economia brasileira, incapaz de se libertar das origens coloniais, manteve, até o final do século XX, sua característica dependente, marcada pela produção de matérias-primas para exportação, pela extensa importação de produtos industrializados, pelo mercado interno limitado e pelos baixos índices de urbanização.

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64) O avanço da tecnologia, da gestão administrativa e dos conhecimentos científicos ligados ao melhoramento genético de produtos agrícolas e de animais tem dado ao agronegócio, no Brasil, no século XXI, um caráter empresarial, que difere do antigo sistema agrícola para exportação, vigente em séculos passados.

15. (Upf 2012) A República Velha (1889-1930) no Brasil teve na chamada “Política dos Governadores” um dos seus elementos mais caracterizadores. O objetivo desta política era: a) Fortalecer o poder central diante do fortalecimento das oligarquias estaduais. b) Dissolver as oligarquias rurais, concentrando o poder nos governos estaduais. c) Promover o fortalecimento da Federação do Brasil, dividindo o poder entre Estados fortes e

fracos no país. d) Enfraquecer as alianças oligárquicas estaduais que comprometessem nas eleições a

sucessão presidencial. e) Harmonizar os interesses dos Estados mais ricos, ao mesmo tempo em que favorecia os

objetivos do poder central em relação à política nacional. 16. (Ufba 2011) Despojados de suas terras, inúmeros camponeses emigravam para a cidade, onde seriam clientes das famílias ricas ou iriam engrossar a massa de desocupados, pobres e famintos. (COTRIM, 1994, p. 99). O texto se refere a um fenômeno social que se construiu na antiga República Romana e cujo conceito — clientelismo — se estendeu a várias situações que relacionam poder e dependência, ao longo da história, inclusive na história do Brasil. Com base nessas considerações e nos conhecimentos sobre o assunto, indique um fator que favoreceu o florescimento do clientelismo na antiga República Romana e outro que favoreceu sua prática no Brasil. • Fator referente à Antiga República Romana: • Fator referente ao Brasil: 17. (Upe 2011) O período de duração da Primeira República (1889-1930), fase de implantação e consolidação do regime republicano no Brasil, foi marcado por várias inquietações culturais e sócio-políticas. O desenvolvimento da industrialização e da urbanização, mudanças sociais com o incremento do trabalho livre assalariado,chegada em massa de imigrantes europeus foram algumas das mudanças ocorridas neste período, porém ainda podemos destacar: ( ) a vitória final dos rebeldes do Arraial de Canudos sobre o exército republicano,

acentuando a desestruturação das forças armadas no contexto inicial da República. ( ) a realização da Semana de Arte Moderna em 1922, marcando uma renovação nas artes

e na cultura brasileira. ( ) a hegemonia das elites políticas do Nordeste na estruturação administrativa da jovem

república brasileira. ( ) o crescimento da indústria nacional, em especial durante a Primeira Guerra Mundial

(1914-1918), que fez com que regiões, como São Paulo e Rio de Janeiro, se tornassem referências internas de um Brasil moderno e industrial.

( ) a publicação das principais obras de Machado de Assis, em que o escritor fazia críticas ferozes ao regime republicano.

18. (Ufg 2010) Analise a imagem e leia o fragmento a seguir.

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Protesto contra a perseguição que se está fazendo à gente de Antônio Conselheiro […] Não se lhe conhecem discursos. Diz-se que tem consigo milhares de fanáticos […] Se na última batalha é certo haverem morrido novecentos deles e o resto não se desapega de tal apóstolo, é que algum vínculo moral e fortíssimo os prende até a morte. Que vínculo é este?

ASSIS, Machado de. Jornal Gazeta de Notícias, 31 jan. 1897. In: ASSIS, Machado de, 1839-1908. Obra Completa. Organização de Aluízio Leite Neto, Ana Lima Cecílio e Heloísa Jahn. Rio

de Janeiro: Nova Aguilar, 2008. p. 1365-1366. V. 2. A figura de Antônio Conselheiro está associada à Guerra de Canudos (1893-1897). Quatro expedições militares foram necessárias para destruir a comunidade de Belo Monte, na Bahia. Considerando o contexto das primeiras décadas republicanas, explique a) as críticas presentes na charge e no texto de Machado de Assis; b) o interesse do governo republicano em disseminar uma imagem negativa sobre a

comunidade liderada por Antônio Conselheiro. 19. (Fuvest 2010) No Sábado de Aleluia, os seringueiros do Alto-Purus desforram-se [com a

malhação de Judas] de seus dias tristes. Não tiveram missas solenes, nem procissões

luxuosas, nem lavapés tocantes, nem prédicas comovidas.

Toda a Semana Santa correu-lhes na mesmice torturante daquela existência imóvel, feita de

idênticos dias de penúrias, de meios jejuns permanentes, de tristezas e de pesares, que lhes

parecem uma interminável Sexta-Feira da Paixão, a estirar-se, angustiosamente, indefinida,

pelo ano todo afora.

Euclides da Cunha. A margem da Historia, 1909. Adaptado.

O texto descreve um aspecto da vida dos nordestinos na Amazônia. Em relação a esse tema,

discorra sobre:

a) a situação material dos nordestinos, em sua região de origem, e os fatores que estimularam

sua migração para a Amazônia, na segunda metade do século XIX.

b) as condições de vida dos seringueiros relacionadas à produção da borracha na Amazônia,

nessa época.

20. (Ufu 2010) […] anarquismo era uma forma política de pressionar diretamente os

dominadores através da utilização de conversas, debates, boicotes, sabotagens, denúncias,

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greves e levantes, numa escala de intensidade variável que não perdia de vista a abolição da

autoridade e da exploração.

[…] Em sentido estrito, anarquismo era a organização livre e espontânea dos trabalhadores em

associações, já que só assim o instrumento organizacional escaparia da armadilha e da

autoridade, para converter-se em alavanca da liberdade.

GOMES, Ângela de Castro. A invenção do trabalhismo. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1994,

p. 75.

Relacione a organização do anarco-sindicalismo na Primeira Republica ao ideário de ordem e

progresso vigente no Brasil.

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Gabarito: Resposta da questão 1: [D] A autora, no trecho citado, salienta o caráter elitista da vida política brasileira, com arranjos que excluíam a participação popular no processo político. O próprio fato de que durante parte considerável do Império (século XIX) o voto era censitário, restrito a uma limitadíssima parcela mais rica da população, reforça essa característica que a República não reverteu de imediato. Aspectos como o voto de cabresto e os currais eleitorais, típicos da República Velha, mostram exatamente esse predomínio das elites locais no uso da política em benefício apenas de seus interesses. Resposta da questão 2: [C] A maior ou menor centralização não está vinculada diretamente à expansão das forças de produção. De fato, o Imperador controlava a vida política, pois tinha em suas mãos os poderes Executivo e Moderador, mas não é possível dizer que se opunha “ao sistema eleitoral”; as eleições para o legislativo ocorriam normalmente. O movimento abolicionista e a oposição de setores religiosos ao Império enfraqueceram o poder imperial. A fundação do Partido Republicano procurou aglutinar as forças que defendiam o federalismo, ou seja, maior autonomia para as províncias, em detrimento do poder central. Resposta da questão 3: [A] Diversos fatores contribuíram para a substituição do trabalho escravo, principalmente após 1870, quando do fim da Guerra do Paraguai. Tradicionalmente, a historiografia dá maior destaque às pressões realizadas pela Inglaterra – iniciadas desde 1810 – no meio do exército, (influenciado pelos ideais positivistas), entre jornalistas e intelectuais e, ao mesmo tempo, dá pouco destaque às ações dos próprios escravos, com suas fugas e confrontos com os capitães do mato. Ao mesmo tempo o governo brasileiro iniciara uma política de incentivo a vinda de imigrantes, grande parte concentrada na lavoura cafeeira de São Paulo. Resposta da questão 4: [A] O discurso do governo brasileiro se alinhava com o inglês e possuía um tom liberal para a época, de liberdade de navegação, considerando o Rio da Prata como “águas internacionais”. Contra essa postura se rebelaram primeiro os argentinos, com o velho sonho de anexar o Uruguai e estabelecer controle sobre o rio, mais tarde o Paraguaia, devido à necessidade de uma saída para o mar. Resposta da questão 5: [E] O texto – que precisa ser lido com muita atenção – mostra as primeiras iniciativas de participação política de trabalhadores em meio ao processo eleitoral brasileiro característico da República Velha. Tal processo era marcado pelo voto de cabresto e pelo consequente controle das eleições por parte das elites ligadas à posse da terra. Em razão disso, as iniciativas dos trabalhadores tiveram resultados pífios, mas serviram de base para futuros questionamentos do sistema político vigente. Resposta da questão 6: 01 + 02 + 04 + 08 = 15.

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A questão do Contestado, assim como o ocorrido em Canudos anos antes, desagradou tanto a Igreja Católica brasileira, quanto o governo republicano do país. A Guerra do Contestado foi vencida pelo Governo Federal, e não pelos “cabeças peladas” – como eram conhecidos os sertanejos seguidores do monge José Maria. Resposta da questão 7: [A] Apesar de valorizarem os elementos nacionais em detrimento dos modelos e cópias do estrangeiro, os modernistas se utilizaram de elevado senso crítico, marcado pelo realismo e, dessa forma, rejeitaram a visão romântica sobre o índio e a natureza, idolatrados de forma superficial, sem a real compreensão de seu significado. Resposta da questão 8: [A] Entre 1822 e 1889, o Brasil viveu inúmeras revoltas que contestavam principalmente o absolutismo político exercido no período; tais conflitos foram duramente reprimidos. Uma das estratégias utilizadas para manter e/ou ampliar o controle sobre as províncias foi a (re)divisão territorial, como demonstram as representações cartográficas acima. Resposta da questão 9: [C] A imagem é bastante confusa e não permite por si só uma melhor apreciação. A alternativa é escolhida por exclusão e pela referência à data (1885), época de crise do regime monárquico. Resposta da questão 10: [A] Esta é uma questão bastante discutível. O gabarito aponta a alternativa [A], que realmente é correta, afinal, com a “Comissão Verificadora de Poderes”, Campos Sales, permitiu aos governadores controlar os legislativos estaduais. Esta “degola” permitiu a aplicação da Política dos Governadores, um acórdão entre as lideranças estaduais e locais e o governo federal. Porém, é possível encontrar autores que também destinam ao governo Campos Sales um papel importantíssimo quanto ao estabelecimento da alternância que caracterizou a política do Café com leite (alternativa [B]), de maneira a assegurar o poder dos coronéis (alternativa [D]). Resposta da questão 11:

a) O estudante deve identificar a Revolução Socialista na Rússia, em 1917 ou a criação da Internacional Comunista, que estimularam as organizações anticapitalistas pelo mundo afora. No Brasil, além de, em um primeiro momento, fomentar as ações dos grupos anarquistas, estimulou a criação de organizações comunistas.

b) Foram propostas do movimento operário durante a Primeira República: - um conjunto de direitos para a proteção do trabalho perante o capital. Entre eles, os candidatos podem identificar: o estabelecimento de uma jornada máxima de trabalho de 8 horas diárias, férias remuneradas após um ano de trabalho; regulamentação do trabalho feminino e infantil de forma a limitar os abusos em relação às mulheres e menores de idade; salários que permitissem a sobrevivência da família trabalhadora; direitos previdenciários que contemplassem aposentadoria, pensões e assistência médica; - a organização de associações políticas, como, por exemplo, o Partido Comunista e o Bloco Operário e Camponês; - a realização de ações como a “greve geral”, a criação da imprensa operária, entre outras; e,

- a realização de manifestações anarco-sindicalistas. Resposta da questão 12: [A]

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A análise do fragmento textual é fundamental, pois o papel a ser desempenhado pela questão é associado ao papel da Historiografia. Dessa maneira, o aluno consegue perceber que a miscigenação é uma situação ímpar no Brasil, pois conseguiu unir brancos, índios e negros, mesmo que, em contrapartida, o controle continuasse sobre a elite no período republicano. Resposta da questão 13: [E] Movimentos sociais urbanos (Revolta da Vacina) e rurais (Guerra de Canudos) de contestação da ordem vigente foram uma das marcas da chamada República Velha (1889/1930). Outra marca desse período foi a repressão promovida pelo governo aos que eram contrários ao seu projeto de modernização para o país. Resposta da questão 14: 01 + 08 + 16 + 64 = 89. [01] Correta. O sistema mercantilista foi uma ferramenta importante no processo de

colonização do Brasil, atendendo tão somente aos interesses econômicos da metrópole portuguesa.

[02] Incorreta. No final do império (fim do século XIX), a indústria brasileira passou por um “surto” de desenvolvimento, cuja figura principal foi o barão de Mauá. Porém, o progresso industrial não foi suficiente para revolucionar a face tradicional de nossa economia, tendo em vista que a estrutura econômica do Brasil colonial, pautada no latifúndio, na agricultura de exportação e no trabalho escravo, ainda se fazia presente.

[04] Incorreta. A política econômica implantada por Deodoro da Fonseca e executada pelo ministro da Fazenda, Rui Barbosa, tinha por objetivo principal promover o crescimento econômico nacional. Porém, o seu resultado foi desastroso, tendo em vista o crescimento da inflação e o aumento generalizado dos preços.

As alternativas [08], [16] e [64] estão corretas, tendo em vista que: no século XIX, o Brasil sofreu com a concorrência da economia internacional, inviabilizando assim o desenvolvimento industrial em diversas províncias. As péssimas condições de trabalho do operariado brasileiro no período da República Velha propiciaram o surgimento dos primeiros sindicatos e organizações operárias, como, por exemplo, o anarquismo. Já no século XXI, economicamente o Brasil apresenta um panorama diferente daquele cuja característica principal era a agricultura de exportação. Isso em decorrência, sobretudo, do desenvolvimento tecnológico e científico. Resposta da questão 15: [E] A “Política dos Governadores” foi um acordo que envolvia o governo federal – controlado por paulistas e mineiros – e os governos estaduais de outras regiões, com o intuito de apoio mútuo. Na verdade a presidência da República necessitava ter maioria no Congresso Nacional, formado por deputados e senadores de todos os estados brasileiros. Resposta da questão 16: Fatores referentes à Antiga República Romana: • guerras de conquistas na República Romana, propiciando a entrada de grande número de escravos nas áreas rurais e urbanas, fazendo concorrência ao trabalho livre dos plebeus. Empobrecidos e arruinados, esses plebeus migram para as cidades, engrossando a população da plebe urbana, tornando-se clientes dos patrícios; • grande concentração de plebeus empobrecidos nas cidades romanas, no período republicano, levando-os a se colocarem sob a proteção dos patrícios, em troca da execução de determinadas obrigações. Tornavam-se, assim, seus clientes; • dificuldades econômicas enfrentadas pelos plebeus após as guerras de conquistas ocorridas no período republicano, levando-os a se colocarem como clientes dos patrícios, de quem recebiam proteção e auxílio para sua sobrevivência, em troca da execução de determinadas obrigações.

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Fatores referentes ao Brasil: • Períodos colonial e monárquico: ― Estruturação da sociedade patriarcal fundamentada na posse da terra e de escravos, na qual os parentes pobres, pequenos proprietários e prestadores de serviços dependiam da proteção dos grandes senhores, de quem se tornavam clientes, em troca de fidelidade e obrigações. • Período republicano: ― Concentração do poder econômico nas mãos dos coronéis, que também assumiam grande poder político. Os que ficavam fora dessa esfera de poder, a exemplo dos componentes das classes desprivilegiadas, especialmente nas áreas rurais, dependiam de favores e proteção dos coronéis. Estes, por sua vez, exigiam fidelidade de voto e participação a seu lado nas disputas políticas ou de terras que aconteciam nessas áreas brasileiras. ― Laços de dependência fortalecidos também mediante as relações de compadrio. Questão de “História Comparada”, que trabalha sobre um determinado conceito, o clientelismo, percebido em dois momentos históricos muito distintos, em Roma Antiga e na História do Brasil, retratando a situação de dependência de determinados grupos sociais. Apesar de existir em diversos momentos da História do Brasil, optamos na classificação pela República Oligárquica pela importância que tal relação adquire nesse momento. Resposta da questão 17: F V F V F Apesar da tenacidade e de grande resistência, os rebeldes de canudos foram derrotados e o arraial completamente destruído. A república brasileira ficou sob controle das elites cafeeiras, principalmente de São Paulo e Minas Gerais. As principais obras de Machado de Assis (1839 – 1908) foram publicadas durante o Segundo Reinado e não no período republicano. Resposta da questão 18:

a) Na charge, há um jogo de palavras. A ironia de que Antônio Conselheiro “estaria pintando o diabo” estabelece uma relação com a religiosidade popular, que encara o diabo como a representação do mal. Nesse sentido, a crítica relaciona-se à demonização de Antônio Conselheiro, disseminada durante o período republicano, quando sua figura passa a ser associada ao Monarquismo e ao fanatismo religioso. Ao mesmo tempo, há a indicação de um líder resistente, que “está dando o que fazer” e “pintando o diabo”. No fragmento de Machado de Assis, a referência ao desconhecimento do discurso dos amotinados de Canudos indica que, na realidade, há indiferença quanto aos princípios que mobilizam os seguidores de Conselheiro. Ainda, quando faz tal crítica, Machado sugere que é preciso algo mais do que apenas adjetivar os seguidores de Conselheiro como fanáticos, propondo, então, uma reflexão sobre o vínculo estabelecido entre o Conselheiro e seus seguidores – vínculo, segundo ele, “moral e fortíssimo”.

b) Era importante para o governo republicano disseminar uma imagem negativa da comunidade de Canudos, visto que a resistência dessa comunidade às incursões militares associava a República à fraqueza político-administrativa. Esse movimento reforçava as dificuldades vividas, no decurso das primeiras décadas republicanas, quando assistia-se às várias mobilizações sociais no campo e na cidade, que exigiam do governo ações pontuais para controlar os descontentamentos. Além disso, as pregações de Antônio Conselheiro foram vinculadas ao monarquismo por introduzirem críticas às políticas implementadas pelo regime republicano, tais como o casamento e o registro civil, e a separação entre Igreja e Estado. Resposta da questão 19:

a) Os nordestinos, especificamente os do sertão, viviam em situação de miséria devido à

concentração fundiária e a intensa exploração a que eram submetidos, na condição de

trabalhadores camponeses, pelos fazendeiros locais. Tais condições, agravadas pelas

prolongadas secas verificadas no final do século XIX e o crescimento da extração de

borracha na Amazônia, devido a sua crescente importância na atividade industrial,

constituem fatores que levaram parte dos nordestinos a migrar para a região.

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b) Durante o Ciclo da Borracha, entre o final do século XIX e inicio do século XX, os seringueiros da Amazônia eram submetidos ao processo de produção chamado de “aviamento”, pelo qual se instalavam e trabalhavam nas terras de um seringalista e para quem destinavam a produção da borracha. Em troca recebiam equipamentos para o trabalho e gêneros necessários à subsistência. Os equipamentos e os gêneros eram sobrevalorizados em relação à borracha gerando dívidas para os seringueiros, o que na prática os levava a trabalhar gratuitamente para saldar a dívida. Eram ameaçados de morte no caso tentar desviar parte da produção ou empreender fuga e assim sendo, ficavam presos ao seringal, sem liberdade e em precárias condições de vida. Resposta da questão 20: A ideologia do anarco-sindicalismo implantada no Brasil durante a República Velha visava à substituição do Estado Burguês por uma forma de cooperação entre indivíduos livres. Os adeptos dessa ideologia vislumbravam uma sociedade marcada pela ordem e pelo progresso, porém não como o positivismo pensava no início da República, que era uma forma capitalista de entender a economia.