linguística i saussure

87
Linguística I – 2º. sem 2014 Prof. Dra. Águida Ap. Gava [email protected]

Upload: guida-gava

Post on 25-May-2015

2.289 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: Linguística i  saussure

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 2

Linguiacutestica I - Conteuacutedobull Saussurebull O Signobull A liacutenguabull Liacutengua e Linguagembull Paradigmas linguiacutesticos

Quatro dicotomias saussurianas bull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

bull Em sala Filme NELL ndash Jodie Foster (1994) x cap I a IV debate em sala ndash levantamento de questotildees

apoio bibliograacuteficobull SAUSSURE Ferdinand de (1969)

Curso de linguumliacutestica geral Satildeo Paulo Cultrix 2006bull FIORIN et al Saussure a invenccedilatildeo

da Linguiacutestica Ed Contexto 2013bull Apostila prof Evani Viotti (USP)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 3

Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas

bull Pesquisas empiacutericas A LIacuteNGUA EXTERNALIZADAbull Anaacutelise de corpus ndash da linguiacutestica escrita e falada (a base corpus)bull Sociolinguiacutesticabull Pragmaacuteticabull Linguiacutestica aplicada EXPERIEcircNCIAS

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 4

Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas

bull Pesquisas introspectivas A LIacuteNGUA INTERNALIZADA

bull ESTRUTURALISMObull GERATIVISMObull FUNCIONALISMO

BASE INTUICcedilAtildeO DO PESQUISADOR SOBRE O FUNCIONAMENTO DO PROPRIO CEacuteREBRO

Obs A linguiacutestica computacional utiliza resultados de pesquisas introspectivas

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 5

O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussure

bull O suiacuteccedilo Ferdinand de Saussure- o pai da linguiacutestica moderna bull Ministrou trecircs cursos na Universidade de Genebra na Suiacuteccedila nos anos

de 1907 1908 e 1910bull Anotaccedilotildees de Saussure e anotaccedilotildees de alunos em suas aulas e em

1916 dois grandes linguistas Albert Sechehaye (1870 ndash 1946) e Charles Bally (1965-1947)(editores) reuniram o material e publicaram a famosa obra intitulada Curso de Linguiacutestica Geral (CLG) retratando o pensamento de Saussure bull Obra poacutestuma ndash falecera em 1913

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 6

O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussure

bull Com Saussure os estudos linguiacutesticos passam a se interessar pela liacutengua como um sistema de valores estruturado e autocircnomo bull para toda e qualquer produccedilatildeo linguiacutestica seja ela feita em

portuguecircs em inglecircs em francecircs em libras ou em qualquer outra liacutenguabull A linguiacutestica eacute concebida como uma ciecircncia ela natildeo soacute descreve fatos

linguiacutesticos mas busca uma explicaccedilatildeo coerente para sua ocorrecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 7

O pensamento de Saussure SIGNO

bull Um signo assume seu valor em oposiccedilatildeo aos outros valores que poderiam assumir bull Eacute como o sol de veratildeo queimando

no peitobull Conjunccedilatildeo sol e sol eacute fogobull Soluccedilatildeo de emaconhado eacute tapar o

sol com a peneirabull Enquanto houver sol ainda haveraacutebull Please dont take my sunshine away

SOL

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 8

O pensamento de Saussure SIGNO

bull O signobull O signo linguiacutestico (palavra) eacute composto de duas partes chamadas SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull 1 Significante parte fiacutesica da palavra( grafia + som) bull 2 Significado conceito

transmitido pelo significante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 9

O pensamento de Saussure SIGNO

bull De forma geral pode-se dizer que o signo linguiacutestico eacute arbitraacuterio porque eacute sempre uma convenccedilatildeo reconhecida pelos falantes de uma liacutengua

bull natildeo existe uma relaccedilatildeo natural entre a realidade foneacutetica de um signo linguiacutestico e o seu significado

bull significante e significado natildeo apresentam relaccedilatildeo loacutegica entre si principalmente em relaccedilatildeo ao som (pense na palavra copo para vaacuterias liacutenguas)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 10

O pensamento de Saussure LINGUAGEM

bull Linguagem faculdade humana uma capacidade que os homens tecircm para produzir desenvolver compreender a liacutengua e outras manifestaccedilotildees simboacutelicas semelhantes agrave liacutengua bull A linguagem eacute heterogecircnea e multifacetada bull ela tem aspectos fiacutesicos fisioloacutegicos e psiacutequicos ebull pertence tanto ao domiacutenio individual quanto ao domiacutenio

social12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 11

A LIacuteNGUA

bull A liacutengua eacute diferente parte definida e essencial da faculdade da linguagem bull Ela eacute um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de

convenccedilotildees necessaacuterias estabelecidas e adotadas por um grupo social para o exerciacutecio da faculdade da linguagem bull A liacutengua eacute uma unidade por si soacute bull Para Saussure ela eacute a norma para todas as demais manifestaccedilotildees da

linguagem bull Princiacutepio de classificaccedilatildeo pelo qual eacute possiacutevel estabelecer uma certa

ordem na faculdade da linguagem 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 12

LIacuteNGUA E LINGUAGEM

bull A linguagem eacute a capacidade atraveacutes da qual os homens podem produzir sistemas simboacutelicos ou seja sistemas de conceitos associados a uma determinada forma como a liacutengua as artes plaacutesticas o cinema o teatro a danccedilabull A capacidade da linguagem natildeo pode ser o objeto de estudo de uma

uacutenica ciecircncia como a linguiacutestica bull tem caracteriacutesticas de naturezas diversas fiacutesica fisioloacutegica

antropoloacutegica etc bull O objeto da linguiacutestica deve ser a liacutengua que eacute um produto social da

faculdade da linguagem

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 13

A LIacuteNGUA

bull

12022014

bull Produto social da faculdade da linguagembull Fenocircmeno que estaacute aleacutem do domiacutenio individual de cada

um de noacutes bull Produto de uma comunidade parte do domiacutenio dessa

comunidadebull O portuguecircs brasileiro eacute a liacutengua de uma grande comunidade

de pessoas ouvintes brasileiros bull A libras eacute a liacutengua de uma grande comunidade de pessoas

surdas nascidas no Brasil

bull Elas natildeo se limitam a uma ou outra pessoa Elas nascem e se desenvolvem no acircmbito de um grupo social natildeo no acircmbito individual

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 14

A LIacuteNGUA

bull ela existe e se manteacutem por um acordo coletivo taacutecito entre os falantes bull Um falante de uma liacutengua natildeo pode fazer modificaccedilotildees nessa liacutengua a seu bel

prazer bull De todas as manifestaccedilotildees da faculdade da linguagem a liacutengua eacute a que mais

bem se presta a uma definiccedilatildeo autocircnoma bull Ocupa um lugar de destaque entre as manifestaccedilotildees da linguagem12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 15

LINGUAGEM E LIacuteNGUA

bull Resumatildeo A liacutengua e linguagem satildeo bastante diferentes a linguagem eacute uma capacidade humana da qual a liacutengua eacute um produto A liacutengua eacute um fenocircmeno social e convencional

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 16

Dicotomias Saussurianas

bull Os estudos linguiacutesticos modernos que analisam a obra de Saussure usam o termo ldquodicotomiardquo para denominar quatro pares de conceitos centrais em sua teoriabull Dicotomia divisatildeo loacutegica de um conceito em dois outros

conceitos em geral contraacuterios que lhe esgotam a extensatildeo (AUREacuteLIO)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 2: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 2

Linguiacutestica I - Conteuacutedobull Saussurebull O Signobull A liacutenguabull Liacutengua e Linguagembull Paradigmas linguiacutesticos

Quatro dicotomias saussurianas bull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

bull Em sala Filme NELL ndash Jodie Foster (1994) x cap I a IV debate em sala ndash levantamento de questotildees

apoio bibliograacuteficobull SAUSSURE Ferdinand de (1969)

Curso de linguumliacutestica geral Satildeo Paulo Cultrix 2006bull FIORIN et al Saussure a invenccedilatildeo

da Linguiacutestica Ed Contexto 2013bull Apostila prof Evani Viotti (USP)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 3

Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas

bull Pesquisas empiacutericas A LIacuteNGUA EXTERNALIZADAbull Anaacutelise de corpus ndash da linguiacutestica escrita e falada (a base corpus)bull Sociolinguiacutesticabull Pragmaacuteticabull Linguiacutestica aplicada EXPERIEcircNCIAS

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 4

Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas

bull Pesquisas introspectivas A LIacuteNGUA INTERNALIZADA

bull ESTRUTURALISMObull GERATIVISMObull FUNCIONALISMO

BASE INTUICcedilAtildeO DO PESQUISADOR SOBRE O FUNCIONAMENTO DO PROPRIO CEacuteREBRO

Obs A linguiacutestica computacional utiliza resultados de pesquisas introspectivas

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 5

O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussure

bull O suiacuteccedilo Ferdinand de Saussure- o pai da linguiacutestica moderna bull Ministrou trecircs cursos na Universidade de Genebra na Suiacuteccedila nos anos

de 1907 1908 e 1910bull Anotaccedilotildees de Saussure e anotaccedilotildees de alunos em suas aulas e em

1916 dois grandes linguistas Albert Sechehaye (1870 ndash 1946) e Charles Bally (1965-1947)(editores) reuniram o material e publicaram a famosa obra intitulada Curso de Linguiacutestica Geral (CLG) retratando o pensamento de Saussure bull Obra poacutestuma ndash falecera em 1913

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 6

O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussure

bull Com Saussure os estudos linguiacutesticos passam a se interessar pela liacutengua como um sistema de valores estruturado e autocircnomo bull para toda e qualquer produccedilatildeo linguiacutestica seja ela feita em

portuguecircs em inglecircs em francecircs em libras ou em qualquer outra liacutenguabull A linguiacutestica eacute concebida como uma ciecircncia ela natildeo soacute descreve fatos

linguiacutesticos mas busca uma explicaccedilatildeo coerente para sua ocorrecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 7

O pensamento de Saussure SIGNO

bull Um signo assume seu valor em oposiccedilatildeo aos outros valores que poderiam assumir bull Eacute como o sol de veratildeo queimando

no peitobull Conjunccedilatildeo sol e sol eacute fogobull Soluccedilatildeo de emaconhado eacute tapar o

sol com a peneirabull Enquanto houver sol ainda haveraacutebull Please dont take my sunshine away

SOL

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 8

O pensamento de Saussure SIGNO

bull O signobull O signo linguiacutestico (palavra) eacute composto de duas partes chamadas SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull 1 Significante parte fiacutesica da palavra( grafia + som) bull 2 Significado conceito

transmitido pelo significante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 9

O pensamento de Saussure SIGNO

bull De forma geral pode-se dizer que o signo linguiacutestico eacute arbitraacuterio porque eacute sempre uma convenccedilatildeo reconhecida pelos falantes de uma liacutengua

bull natildeo existe uma relaccedilatildeo natural entre a realidade foneacutetica de um signo linguiacutestico e o seu significado

bull significante e significado natildeo apresentam relaccedilatildeo loacutegica entre si principalmente em relaccedilatildeo ao som (pense na palavra copo para vaacuterias liacutenguas)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 10

O pensamento de Saussure LINGUAGEM

bull Linguagem faculdade humana uma capacidade que os homens tecircm para produzir desenvolver compreender a liacutengua e outras manifestaccedilotildees simboacutelicas semelhantes agrave liacutengua bull A linguagem eacute heterogecircnea e multifacetada bull ela tem aspectos fiacutesicos fisioloacutegicos e psiacutequicos ebull pertence tanto ao domiacutenio individual quanto ao domiacutenio

social12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 11

A LIacuteNGUA

bull A liacutengua eacute diferente parte definida e essencial da faculdade da linguagem bull Ela eacute um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de

convenccedilotildees necessaacuterias estabelecidas e adotadas por um grupo social para o exerciacutecio da faculdade da linguagem bull A liacutengua eacute uma unidade por si soacute bull Para Saussure ela eacute a norma para todas as demais manifestaccedilotildees da

linguagem bull Princiacutepio de classificaccedilatildeo pelo qual eacute possiacutevel estabelecer uma certa

ordem na faculdade da linguagem 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 12

LIacuteNGUA E LINGUAGEM

bull A linguagem eacute a capacidade atraveacutes da qual os homens podem produzir sistemas simboacutelicos ou seja sistemas de conceitos associados a uma determinada forma como a liacutengua as artes plaacutesticas o cinema o teatro a danccedilabull A capacidade da linguagem natildeo pode ser o objeto de estudo de uma

uacutenica ciecircncia como a linguiacutestica bull tem caracteriacutesticas de naturezas diversas fiacutesica fisioloacutegica

antropoloacutegica etc bull O objeto da linguiacutestica deve ser a liacutengua que eacute um produto social da

faculdade da linguagem

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 13

A LIacuteNGUA

bull

12022014

bull Produto social da faculdade da linguagembull Fenocircmeno que estaacute aleacutem do domiacutenio individual de cada

um de noacutes bull Produto de uma comunidade parte do domiacutenio dessa

comunidadebull O portuguecircs brasileiro eacute a liacutengua de uma grande comunidade

de pessoas ouvintes brasileiros bull A libras eacute a liacutengua de uma grande comunidade de pessoas

surdas nascidas no Brasil

bull Elas natildeo se limitam a uma ou outra pessoa Elas nascem e se desenvolvem no acircmbito de um grupo social natildeo no acircmbito individual

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 14

A LIacuteNGUA

bull ela existe e se manteacutem por um acordo coletivo taacutecito entre os falantes bull Um falante de uma liacutengua natildeo pode fazer modificaccedilotildees nessa liacutengua a seu bel

prazer bull De todas as manifestaccedilotildees da faculdade da linguagem a liacutengua eacute a que mais

bem se presta a uma definiccedilatildeo autocircnoma bull Ocupa um lugar de destaque entre as manifestaccedilotildees da linguagem12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 15

LINGUAGEM E LIacuteNGUA

bull Resumatildeo A liacutengua e linguagem satildeo bastante diferentes a linguagem eacute uma capacidade humana da qual a liacutengua eacute um produto A liacutengua eacute um fenocircmeno social e convencional

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 16

Dicotomias Saussurianas

bull Os estudos linguiacutesticos modernos que analisam a obra de Saussure usam o termo ldquodicotomiardquo para denominar quatro pares de conceitos centrais em sua teoriabull Dicotomia divisatildeo loacutegica de um conceito em dois outros

conceitos em geral contraacuterios que lhe esgotam a extensatildeo (AUREacuteLIO)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 3: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 3

Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas

bull Pesquisas empiacutericas A LIacuteNGUA EXTERNALIZADAbull Anaacutelise de corpus ndash da linguiacutestica escrita e falada (a base corpus)bull Sociolinguiacutesticabull Pragmaacuteticabull Linguiacutestica aplicada EXPERIEcircNCIAS

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 4

Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas

bull Pesquisas introspectivas A LIacuteNGUA INTERNALIZADA

bull ESTRUTURALISMObull GERATIVISMObull FUNCIONALISMO

BASE INTUICcedilAtildeO DO PESQUISADOR SOBRE O FUNCIONAMENTO DO PROPRIO CEacuteREBRO

Obs A linguiacutestica computacional utiliza resultados de pesquisas introspectivas

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 5

O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussure

bull O suiacuteccedilo Ferdinand de Saussure- o pai da linguiacutestica moderna bull Ministrou trecircs cursos na Universidade de Genebra na Suiacuteccedila nos anos

de 1907 1908 e 1910bull Anotaccedilotildees de Saussure e anotaccedilotildees de alunos em suas aulas e em

1916 dois grandes linguistas Albert Sechehaye (1870 ndash 1946) e Charles Bally (1965-1947)(editores) reuniram o material e publicaram a famosa obra intitulada Curso de Linguiacutestica Geral (CLG) retratando o pensamento de Saussure bull Obra poacutestuma ndash falecera em 1913

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 6

O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussure

bull Com Saussure os estudos linguiacutesticos passam a se interessar pela liacutengua como um sistema de valores estruturado e autocircnomo bull para toda e qualquer produccedilatildeo linguiacutestica seja ela feita em

portuguecircs em inglecircs em francecircs em libras ou em qualquer outra liacutenguabull A linguiacutestica eacute concebida como uma ciecircncia ela natildeo soacute descreve fatos

linguiacutesticos mas busca uma explicaccedilatildeo coerente para sua ocorrecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 7

O pensamento de Saussure SIGNO

bull Um signo assume seu valor em oposiccedilatildeo aos outros valores que poderiam assumir bull Eacute como o sol de veratildeo queimando

no peitobull Conjunccedilatildeo sol e sol eacute fogobull Soluccedilatildeo de emaconhado eacute tapar o

sol com a peneirabull Enquanto houver sol ainda haveraacutebull Please dont take my sunshine away

SOL

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 8

O pensamento de Saussure SIGNO

bull O signobull O signo linguiacutestico (palavra) eacute composto de duas partes chamadas SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull 1 Significante parte fiacutesica da palavra( grafia + som) bull 2 Significado conceito

transmitido pelo significante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 9

O pensamento de Saussure SIGNO

bull De forma geral pode-se dizer que o signo linguiacutestico eacute arbitraacuterio porque eacute sempre uma convenccedilatildeo reconhecida pelos falantes de uma liacutengua

bull natildeo existe uma relaccedilatildeo natural entre a realidade foneacutetica de um signo linguiacutestico e o seu significado

bull significante e significado natildeo apresentam relaccedilatildeo loacutegica entre si principalmente em relaccedilatildeo ao som (pense na palavra copo para vaacuterias liacutenguas)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 10

O pensamento de Saussure LINGUAGEM

bull Linguagem faculdade humana uma capacidade que os homens tecircm para produzir desenvolver compreender a liacutengua e outras manifestaccedilotildees simboacutelicas semelhantes agrave liacutengua bull A linguagem eacute heterogecircnea e multifacetada bull ela tem aspectos fiacutesicos fisioloacutegicos e psiacutequicos ebull pertence tanto ao domiacutenio individual quanto ao domiacutenio

social12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 11

A LIacuteNGUA

bull A liacutengua eacute diferente parte definida e essencial da faculdade da linguagem bull Ela eacute um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de

convenccedilotildees necessaacuterias estabelecidas e adotadas por um grupo social para o exerciacutecio da faculdade da linguagem bull A liacutengua eacute uma unidade por si soacute bull Para Saussure ela eacute a norma para todas as demais manifestaccedilotildees da

linguagem bull Princiacutepio de classificaccedilatildeo pelo qual eacute possiacutevel estabelecer uma certa

ordem na faculdade da linguagem 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 12

LIacuteNGUA E LINGUAGEM

bull A linguagem eacute a capacidade atraveacutes da qual os homens podem produzir sistemas simboacutelicos ou seja sistemas de conceitos associados a uma determinada forma como a liacutengua as artes plaacutesticas o cinema o teatro a danccedilabull A capacidade da linguagem natildeo pode ser o objeto de estudo de uma

uacutenica ciecircncia como a linguiacutestica bull tem caracteriacutesticas de naturezas diversas fiacutesica fisioloacutegica

antropoloacutegica etc bull O objeto da linguiacutestica deve ser a liacutengua que eacute um produto social da

faculdade da linguagem

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 13

A LIacuteNGUA

bull

12022014

bull Produto social da faculdade da linguagembull Fenocircmeno que estaacute aleacutem do domiacutenio individual de cada

um de noacutes bull Produto de uma comunidade parte do domiacutenio dessa

comunidadebull O portuguecircs brasileiro eacute a liacutengua de uma grande comunidade

de pessoas ouvintes brasileiros bull A libras eacute a liacutengua de uma grande comunidade de pessoas

surdas nascidas no Brasil

bull Elas natildeo se limitam a uma ou outra pessoa Elas nascem e se desenvolvem no acircmbito de um grupo social natildeo no acircmbito individual

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 14

A LIacuteNGUA

bull ela existe e se manteacutem por um acordo coletivo taacutecito entre os falantes bull Um falante de uma liacutengua natildeo pode fazer modificaccedilotildees nessa liacutengua a seu bel

prazer bull De todas as manifestaccedilotildees da faculdade da linguagem a liacutengua eacute a que mais

bem se presta a uma definiccedilatildeo autocircnoma bull Ocupa um lugar de destaque entre as manifestaccedilotildees da linguagem12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 15

LINGUAGEM E LIacuteNGUA

bull Resumatildeo A liacutengua e linguagem satildeo bastante diferentes a linguagem eacute uma capacidade humana da qual a liacutengua eacute um produto A liacutengua eacute um fenocircmeno social e convencional

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 16

Dicotomias Saussurianas

bull Os estudos linguiacutesticos modernos que analisam a obra de Saussure usam o termo ldquodicotomiardquo para denominar quatro pares de conceitos centrais em sua teoriabull Dicotomia divisatildeo loacutegica de um conceito em dois outros

conceitos em geral contraacuterios que lhe esgotam a extensatildeo (AUREacuteLIO)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 4: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 4

Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas

bull Pesquisas introspectivas A LIacuteNGUA INTERNALIZADA

bull ESTRUTURALISMObull GERATIVISMObull FUNCIONALISMO

BASE INTUICcedilAtildeO DO PESQUISADOR SOBRE O FUNCIONAMENTO DO PROPRIO CEacuteREBRO

Obs A linguiacutestica computacional utiliza resultados de pesquisas introspectivas

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 5

O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussure

bull O suiacuteccedilo Ferdinand de Saussure- o pai da linguiacutestica moderna bull Ministrou trecircs cursos na Universidade de Genebra na Suiacuteccedila nos anos

de 1907 1908 e 1910bull Anotaccedilotildees de Saussure e anotaccedilotildees de alunos em suas aulas e em

1916 dois grandes linguistas Albert Sechehaye (1870 ndash 1946) e Charles Bally (1965-1947)(editores) reuniram o material e publicaram a famosa obra intitulada Curso de Linguiacutestica Geral (CLG) retratando o pensamento de Saussure bull Obra poacutestuma ndash falecera em 1913

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 6

O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussure

bull Com Saussure os estudos linguiacutesticos passam a se interessar pela liacutengua como um sistema de valores estruturado e autocircnomo bull para toda e qualquer produccedilatildeo linguiacutestica seja ela feita em

portuguecircs em inglecircs em francecircs em libras ou em qualquer outra liacutenguabull A linguiacutestica eacute concebida como uma ciecircncia ela natildeo soacute descreve fatos

linguiacutesticos mas busca uma explicaccedilatildeo coerente para sua ocorrecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 7

O pensamento de Saussure SIGNO

bull Um signo assume seu valor em oposiccedilatildeo aos outros valores que poderiam assumir bull Eacute como o sol de veratildeo queimando

no peitobull Conjunccedilatildeo sol e sol eacute fogobull Soluccedilatildeo de emaconhado eacute tapar o

sol com a peneirabull Enquanto houver sol ainda haveraacutebull Please dont take my sunshine away

SOL

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 8

O pensamento de Saussure SIGNO

bull O signobull O signo linguiacutestico (palavra) eacute composto de duas partes chamadas SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull 1 Significante parte fiacutesica da palavra( grafia + som) bull 2 Significado conceito

transmitido pelo significante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 9

O pensamento de Saussure SIGNO

bull De forma geral pode-se dizer que o signo linguiacutestico eacute arbitraacuterio porque eacute sempre uma convenccedilatildeo reconhecida pelos falantes de uma liacutengua

bull natildeo existe uma relaccedilatildeo natural entre a realidade foneacutetica de um signo linguiacutestico e o seu significado

bull significante e significado natildeo apresentam relaccedilatildeo loacutegica entre si principalmente em relaccedilatildeo ao som (pense na palavra copo para vaacuterias liacutenguas)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 10

O pensamento de Saussure LINGUAGEM

bull Linguagem faculdade humana uma capacidade que os homens tecircm para produzir desenvolver compreender a liacutengua e outras manifestaccedilotildees simboacutelicas semelhantes agrave liacutengua bull A linguagem eacute heterogecircnea e multifacetada bull ela tem aspectos fiacutesicos fisioloacutegicos e psiacutequicos ebull pertence tanto ao domiacutenio individual quanto ao domiacutenio

social12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 11

A LIacuteNGUA

bull A liacutengua eacute diferente parte definida e essencial da faculdade da linguagem bull Ela eacute um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de

convenccedilotildees necessaacuterias estabelecidas e adotadas por um grupo social para o exerciacutecio da faculdade da linguagem bull A liacutengua eacute uma unidade por si soacute bull Para Saussure ela eacute a norma para todas as demais manifestaccedilotildees da

linguagem bull Princiacutepio de classificaccedilatildeo pelo qual eacute possiacutevel estabelecer uma certa

ordem na faculdade da linguagem 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 12

LIacuteNGUA E LINGUAGEM

bull A linguagem eacute a capacidade atraveacutes da qual os homens podem produzir sistemas simboacutelicos ou seja sistemas de conceitos associados a uma determinada forma como a liacutengua as artes plaacutesticas o cinema o teatro a danccedilabull A capacidade da linguagem natildeo pode ser o objeto de estudo de uma

uacutenica ciecircncia como a linguiacutestica bull tem caracteriacutesticas de naturezas diversas fiacutesica fisioloacutegica

antropoloacutegica etc bull O objeto da linguiacutestica deve ser a liacutengua que eacute um produto social da

faculdade da linguagem

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 13

A LIacuteNGUA

bull

12022014

bull Produto social da faculdade da linguagembull Fenocircmeno que estaacute aleacutem do domiacutenio individual de cada

um de noacutes bull Produto de uma comunidade parte do domiacutenio dessa

comunidadebull O portuguecircs brasileiro eacute a liacutengua de uma grande comunidade

de pessoas ouvintes brasileiros bull A libras eacute a liacutengua de uma grande comunidade de pessoas

surdas nascidas no Brasil

bull Elas natildeo se limitam a uma ou outra pessoa Elas nascem e se desenvolvem no acircmbito de um grupo social natildeo no acircmbito individual

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 14

A LIacuteNGUA

bull ela existe e se manteacutem por um acordo coletivo taacutecito entre os falantes bull Um falante de uma liacutengua natildeo pode fazer modificaccedilotildees nessa liacutengua a seu bel

prazer bull De todas as manifestaccedilotildees da faculdade da linguagem a liacutengua eacute a que mais

bem se presta a uma definiccedilatildeo autocircnoma bull Ocupa um lugar de destaque entre as manifestaccedilotildees da linguagem12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 15

LINGUAGEM E LIacuteNGUA

bull Resumatildeo A liacutengua e linguagem satildeo bastante diferentes a linguagem eacute uma capacidade humana da qual a liacutengua eacute um produto A liacutengua eacute um fenocircmeno social e convencional

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 16

Dicotomias Saussurianas

bull Os estudos linguiacutesticos modernos que analisam a obra de Saussure usam o termo ldquodicotomiardquo para denominar quatro pares de conceitos centrais em sua teoriabull Dicotomia divisatildeo loacutegica de um conceito em dois outros

conceitos em geral contraacuterios que lhe esgotam a extensatildeo (AUREacuteLIO)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 5: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 5

O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussure

bull O suiacuteccedilo Ferdinand de Saussure- o pai da linguiacutestica moderna bull Ministrou trecircs cursos na Universidade de Genebra na Suiacuteccedila nos anos

de 1907 1908 e 1910bull Anotaccedilotildees de Saussure e anotaccedilotildees de alunos em suas aulas e em

1916 dois grandes linguistas Albert Sechehaye (1870 ndash 1946) e Charles Bally (1965-1947)(editores) reuniram o material e publicaram a famosa obra intitulada Curso de Linguiacutestica Geral (CLG) retratando o pensamento de Saussure bull Obra poacutestuma ndash falecera em 1913

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 6

O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussure

bull Com Saussure os estudos linguiacutesticos passam a se interessar pela liacutengua como um sistema de valores estruturado e autocircnomo bull para toda e qualquer produccedilatildeo linguiacutestica seja ela feita em

portuguecircs em inglecircs em francecircs em libras ou em qualquer outra liacutenguabull A linguiacutestica eacute concebida como uma ciecircncia ela natildeo soacute descreve fatos

linguiacutesticos mas busca uma explicaccedilatildeo coerente para sua ocorrecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 7

O pensamento de Saussure SIGNO

bull Um signo assume seu valor em oposiccedilatildeo aos outros valores que poderiam assumir bull Eacute como o sol de veratildeo queimando

no peitobull Conjunccedilatildeo sol e sol eacute fogobull Soluccedilatildeo de emaconhado eacute tapar o

sol com a peneirabull Enquanto houver sol ainda haveraacutebull Please dont take my sunshine away

SOL

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 8

O pensamento de Saussure SIGNO

bull O signobull O signo linguiacutestico (palavra) eacute composto de duas partes chamadas SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull 1 Significante parte fiacutesica da palavra( grafia + som) bull 2 Significado conceito

transmitido pelo significante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 9

O pensamento de Saussure SIGNO

bull De forma geral pode-se dizer que o signo linguiacutestico eacute arbitraacuterio porque eacute sempre uma convenccedilatildeo reconhecida pelos falantes de uma liacutengua

bull natildeo existe uma relaccedilatildeo natural entre a realidade foneacutetica de um signo linguiacutestico e o seu significado

bull significante e significado natildeo apresentam relaccedilatildeo loacutegica entre si principalmente em relaccedilatildeo ao som (pense na palavra copo para vaacuterias liacutenguas)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 10

O pensamento de Saussure LINGUAGEM

bull Linguagem faculdade humana uma capacidade que os homens tecircm para produzir desenvolver compreender a liacutengua e outras manifestaccedilotildees simboacutelicas semelhantes agrave liacutengua bull A linguagem eacute heterogecircnea e multifacetada bull ela tem aspectos fiacutesicos fisioloacutegicos e psiacutequicos ebull pertence tanto ao domiacutenio individual quanto ao domiacutenio

social12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 11

A LIacuteNGUA

bull A liacutengua eacute diferente parte definida e essencial da faculdade da linguagem bull Ela eacute um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de

convenccedilotildees necessaacuterias estabelecidas e adotadas por um grupo social para o exerciacutecio da faculdade da linguagem bull A liacutengua eacute uma unidade por si soacute bull Para Saussure ela eacute a norma para todas as demais manifestaccedilotildees da

linguagem bull Princiacutepio de classificaccedilatildeo pelo qual eacute possiacutevel estabelecer uma certa

ordem na faculdade da linguagem 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 12

LIacuteNGUA E LINGUAGEM

bull A linguagem eacute a capacidade atraveacutes da qual os homens podem produzir sistemas simboacutelicos ou seja sistemas de conceitos associados a uma determinada forma como a liacutengua as artes plaacutesticas o cinema o teatro a danccedilabull A capacidade da linguagem natildeo pode ser o objeto de estudo de uma

uacutenica ciecircncia como a linguiacutestica bull tem caracteriacutesticas de naturezas diversas fiacutesica fisioloacutegica

antropoloacutegica etc bull O objeto da linguiacutestica deve ser a liacutengua que eacute um produto social da

faculdade da linguagem

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 13

A LIacuteNGUA

bull

12022014

bull Produto social da faculdade da linguagembull Fenocircmeno que estaacute aleacutem do domiacutenio individual de cada

um de noacutes bull Produto de uma comunidade parte do domiacutenio dessa

comunidadebull O portuguecircs brasileiro eacute a liacutengua de uma grande comunidade

de pessoas ouvintes brasileiros bull A libras eacute a liacutengua de uma grande comunidade de pessoas

surdas nascidas no Brasil

bull Elas natildeo se limitam a uma ou outra pessoa Elas nascem e se desenvolvem no acircmbito de um grupo social natildeo no acircmbito individual

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 14

A LIacuteNGUA

bull ela existe e se manteacutem por um acordo coletivo taacutecito entre os falantes bull Um falante de uma liacutengua natildeo pode fazer modificaccedilotildees nessa liacutengua a seu bel

prazer bull De todas as manifestaccedilotildees da faculdade da linguagem a liacutengua eacute a que mais

bem se presta a uma definiccedilatildeo autocircnoma bull Ocupa um lugar de destaque entre as manifestaccedilotildees da linguagem12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 15

LINGUAGEM E LIacuteNGUA

bull Resumatildeo A liacutengua e linguagem satildeo bastante diferentes a linguagem eacute uma capacidade humana da qual a liacutengua eacute um produto A liacutengua eacute um fenocircmeno social e convencional

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 16

Dicotomias Saussurianas

bull Os estudos linguiacutesticos modernos que analisam a obra de Saussure usam o termo ldquodicotomiardquo para denominar quatro pares de conceitos centrais em sua teoriabull Dicotomia divisatildeo loacutegica de um conceito em dois outros

conceitos em geral contraacuterios que lhe esgotam a extensatildeo (AUREacuteLIO)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 6: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 6

O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussure

bull Com Saussure os estudos linguiacutesticos passam a se interessar pela liacutengua como um sistema de valores estruturado e autocircnomo bull para toda e qualquer produccedilatildeo linguiacutestica seja ela feita em

portuguecircs em inglecircs em francecircs em libras ou em qualquer outra liacutenguabull A linguiacutestica eacute concebida como uma ciecircncia ela natildeo soacute descreve fatos

linguiacutesticos mas busca uma explicaccedilatildeo coerente para sua ocorrecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 7

O pensamento de Saussure SIGNO

bull Um signo assume seu valor em oposiccedilatildeo aos outros valores que poderiam assumir bull Eacute como o sol de veratildeo queimando

no peitobull Conjunccedilatildeo sol e sol eacute fogobull Soluccedilatildeo de emaconhado eacute tapar o

sol com a peneirabull Enquanto houver sol ainda haveraacutebull Please dont take my sunshine away

SOL

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 8

O pensamento de Saussure SIGNO

bull O signobull O signo linguiacutestico (palavra) eacute composto de duas partes chamadas SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull 1 Significante parte fiacutesica da palavra( grafia + som) bull 2 Significado conceito

transmitido pelo significante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 9

O pensamento de Saussure SIGNO

bull De forma geral pode-se dizer que o signo linguiacutestico eacute arbitraacuterio porque eacute sempre uma convenccedilatildeo reconhecida pelos falantes de uma liacutengua

bull natildeo existe uma relaccedilatildeo natural entre a realidade foneacutetica de um signo linguiacutestico e o seu significado

bull significante e significado natildeo apresentam relaccedilatildeo loacutegica entre si principalmente em relaccedilatildeo ao som (pense na palavra copo para vaacuterias liacutenguas)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 10

O pensamento de Saussure LINGUAGEM

bull Linguagem faculdade humana uma capacidade que os homens tecircm para produzir desenvolver compreender a liacutengua e outras manifestaccedilotildees simboacutelicas semelhantes agrave liacutengua bull A linguagem eacute heterogecircnea e multifacetada bull ela tem aspectos fiacutesicos fisioloacutegicos e psiacutequicos ebull pertence tanto ao domiacutenio individual quanto ao domiacutenio

social12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 11

A LIacuteNGUA

bull A liacutengua eacute diferente parte definida e essencial da faculdade da linguagem bull Ela eacute um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de

convenccedilotildees necessaacuterias estabelecidas e adotadas por um grupo social para o exerciacutecio da faculdade da linguagem bull A liacutengua eacute uma unidade por si soacute bull Para Saussure ela eacute a norma para todas as demais manifestaccedilotildees da

linguagem bull Princiacutepio de classificaccedilatildeo pelo qual eacute possiacutevel estabelecer uma certa

ordem na faculdade da linguagem 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 12

LIacuteNGUA E LINGUAGEM

bull A linguagem eacute a capacidade atraveacutes da qual os homens podem produzir sistemas simboacutelicos ou seja sistemas de conceitos associados a uma determinada forma como a liacutengua as artes plaacutesticas o cinema o teatro a danccedilabull A capacidade da linguagem natildeo pode ser o objeto de estudo de uma

uacutenica ciecircncia como a linguiacutestica bull tem caracteriacutesticas de naturezas diversas fiacutesica fisioloacutegica

antropoloacutegica etc bull O objeto da linguiacutestica deve ser a liacutengua que eacute um produto social da

faculdade da linguagem

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 13

A LIacuteNGUA

bull

12022014

bull Produto social da faculdade da linguagembull Fenocircmeno que estaacute aleacutem do domiacutenio individual de cada

um de noacutes bull Produto de uma comunidade parte do domiacutenio dessa

comunidadebull O portuguecircs brasileiro eacute a liacutengua de uma grande comunidade

de pessoas ouvintes brasileiros bull A libras eacute a liacutengua de uma grande comunidade de pessoas

surdas nascidas no Brasil

bull Elas natildeo se limitam a uma ou outra pessoa Elas nascem e se desenvolvem no acircmbito de um grupo social natildeo no acircmbito individual

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 14

A LIacuteNGUA

bull ela existe e se manteacutem por um acordo coletivo taacutecito entre os falantes bull Um falante de uma liacutengua natildeo pode fazer modificaccedilotildees nessa liacutengua a seu bel

prazer bull De todas as manifestaccedilotildees da faculdade da linguagem a liacutengua eacute a que mais

bem se presta a uma definiccedilatildeo autocircnoma bull Ocupa um lugar de destaque entre as manifestaccedilotildees da linguagem12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 15

LINGUAGEM E LIacuteNGUA

bull Resumatildeo A liacutengua e linguagem satildeo bastante diferentes a linguagem eacute uma capacidade humana da qual a liacutengua eacute um produto A liacutengua eacute um fenocircmeno social e convencional

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 16

Dicotomias Saussurianas

bull Os estudos linguiacutesticos modernos que analisam a obra de Saussure usam o termo ldquodicotomiardquo para denominar quatro pares de conceitos centrais em sua teoriabull Dicotomia divisatildeo loacutegica de um conceito em dois outros

conceitos em geral contraacuterios que lhe esgotam a extensatildeo (AUREacuteLIO)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 7: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 7

O pensamento de Saussure SIGNO

bull Um signo assume seu valor em oposiccedilatildeo aos outros valores que poderiam assumir bull Eacute como o sol de veratildeo queimando

no peitobull Conjunccedilatildeo sol e sol eacute fogobull Soluccedilatildeo de emaconhado eacute tapar o

sol com a peneirabull Enquanto houver sol ainda haveraacutebull Please dont take my sunshine away

SOL

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 8

O pensamento de Saussure SIGNO

bull O signobull O signo linguiacutestico (palavra) eacute composto de duas partes chamadas SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull 1 Significante parte fiacutesica da palavra( grafia + som) bull 2 Significado conceito

transmitido pelo significante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 9

O pensamento de Saussure SIGNO

bull De forma geral pode-se dizer que o signo linguiacutestico eacute arbitraacuterio porque eacute sempre uma convenccedilatildeo reconhecida pelos falantes de uma liacutengua

bull natildeo existe uma relaccedilatildeo natural entre a realidade foneacutetica de um signo linguiacutestico e o seu significado

bull significante e significado natildeo apresentam relaccedilatildeo loacutegica entre si principalmente em relaccedilatildeo ao som (pense na palavra copo para vaacuterias liacutenguas)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 10

O pensamento de Saussure LINGUAGEM

bull Linguagem faculdade humana uma capacidade que os homens tecircm para produzir desenvolver compreender a liacutengua e outras manifestaccedilotildees simboacutelicas semelhantes agrave liacutengua bull A linguagem eacute heterogecircnea e multifacetada bull ela tem aspectos fiacutesicos fisioloacutegicos e psiacutequicos ebull pertence tanto ao domiacutenio individual quanto ao domiacutenio

social12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 11

A LIacuteNGUA

bull A liacutengua eacute diferente parte definida e essencial da faculdade da linguagem bull Ela eacute um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de

convenccedilotildees necessaacuterias estabelecidas e adotadas por um grupo social para o exerciacutecio da faculdade da linguagem bull A liacutengua eacute uma unidade por si soacute bull Para Saussure ela eacute a norma para todas as demais manifestaccedilotildees da

linguagem bull Princiacutepio de classificaccedilatildeo pelo qual eacute possiacutevel estabelecer uma certa

ordem na faculdade da linguagem 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 12

LIacuteNGUA E LINGUAGEM

bull A linguagem eacute a capacidade atraveacutes da qual os homens podem produzir sistemas simboacutelicos ou seja sistemas de conceitos associados a uma determinada forma como a liacutengua as artes plaacutesticas o cinema o teatro a danccedilabull A capacidade da linguagem natildeo pode ser o objeto de estudo de uma

uacutenica ciecircncia como a linguiacutestica bull tem caracteriacutesticas de naturezas diversas fiacutesica fisioloacutegica

antropoloacutegica etc bull O objeto da linguiacutestica deve ser a liacutengua que eacute um produto social da

faculdade da linguagem

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 13

A LIacuteNGUA

bull

12022014

bull Produto social da faculdade da linguagembull Fenocircmeno que estaacute aleacutem do domiacutenio individual de cada

um de noacutes bull Produto de uma comunidade parte do domiacutenio dessa

comunidadebull O portuguecircs brasileiro eacute a liacutengua de uma grande comunidade

de pessoas ouvintes brasileiros bull A libras eacute a liacutengua de uma grande comunidade de pessoas

surdas nascidas no Brasil

bull Elas natildeo se limitam a uma ou outra pessoa Elas nascem e se desenvolvem no acircmbito de um grupo social natildeo no acircmbito individual

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 14

A LIacuteNGUA

bull ela existe e se manteacutem por um acordo coletivo taacutecito entre os falantes bull Um falante de uma liacutengua natildeo pode fazer modificaccedilotildees nessa liacutengua a seu bel

prazer bull De todas as manifestaccedilotildees da faculdade da linguagem a liacutengua eacute a que mais

bem se presta a uma definiccedilatildeo autocircnoma bull Ocupa um lugar de destaque entre as manifestaccedilotildees da linguagem12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 15

LINGUAGEM E LIacuteNGUA

bull Resumatildeo A liacutengua e linguagem satildeo bastante diferentes a linguagem eacute uma capacidade humana da qual a liacutengua eacute um produto A liacutengua eacute um fenocircmeno social e convencional

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 16

Dicotomias Saussurianas

bull Os estudos linguiacutesticos modernos que analisam a obra de Saussure usam o termo ldquodicotomiardquo para denominar quatro pares de conceitos centrais em sua teoriabull Dicotomia divisatildeo loacutegica de um conceito em dois outros

conceitos em geral contraacuterios que lhe esgotam a extensatildeo (AUREacuteLIO)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 8: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 8

O pensamento de Saussure SIGNO

bull O signobull O signo linguiacutestico (palavra) eacute composto de duas partes chamadas SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull 1 Significante parte fiacutesica da palavra( grafia + som) bull 2 Significado conceito

transmitido pelo significante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 9

O pensamento de Saussure SIGNO

bull De forma geral pode-se dizer que o signo linguiacutestico eacute arbitraacuterio porque eacute sempre uma convenccedilatildeo reconhecida pelos falantes de uma liacutengua

bull natildeo existe uma relaccedilatildeo natural entre a realidade foneacutetica de um signo linguiacutestico e o seu significado

bull significante e significado natildeo apresentam relaccedilatildeo loacutegica entre si principalmente em relaccedilatildeo ao som (pense na palavra copo para vaacuterias liacutenguas)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 10

O pensamento de Saussure LINGUAGEM

bull Linguagem faculdade humana uma capacidade que os homens tecircm para produzir desenvolver compreender a liacutengua e outras manifestaccedilotildees simboacutelicas semelhantes agrave liacutengua bull A linguagem eacute heterogecircnea e multifacetada bull ela tem aspectos fiacutesicos fisioloacutegicos e psiacutequicos ebull pertence tanto ao domiacutenio individual quanto ao domiacutenio

social12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 11

A LIacuteNGUA

bull A liacutengua eacute diferente parte definida e essencial da faculdade da linguagem bull Ela eacute um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de

convenccedilotildees necessaacuterias estabelecidas e adotadas por um grupo social para o exerciacutecio da faculdade da linguagem bull A liacutengua eacute uma unidade por si soacute bull Para Saussure ela eacute a norma para todas as demais manifestaccedilotildees da

linguagem bull Princiacutepio de classificaccedilatildeo pelo qual eacute possiacutevel estabelecer uma certa

ordem na faculdade da linguagem 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 12

LIacuteNGUA E LINGUAGEM

bull A linguagem eacute a capacidade atraveacutes da qual os homens podem produzir sistemas simboacutelicos ou seja sistemas de conceitos associados a uma determinada forma como a liacutengua as artes plaacutesticas o cinema o teatro a danccedilabull A capacidade da linguagem natildeo pode ser o objeto de estudo de uma

uacutenica ciecircncia como a linguiacutestica bull tem caracteriacutesticas de naturezas diversas fiacutesica fisioloacutegica

antropoloacutegica etc bull O objeto da linguiacutestica deve ser a liacutengua que eacute um produto social da

faculdade da linguagem

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 13

A LIacuteNGUA

bull

12022014

bull Produto social da faculdade da linguagembull Fenocircmeno que estaacute aleacutem do domiacutenio individual de cada

um de noacutes bull Produto de uma comunidade parte do domiacutenio dessa

comunidadebull O portuguecircs brasileiro eacute a liacutengua de uma grande comunidade

de pessoas ouvintes brasileiros bull A libras eacute a liacutengua de uma grande comunidade de pessoas

surdas nascidas no Brasil

bull Elas natildeo se limitam a uma ou outra pessoa Elas nascem e se desenvolvem no acircmbito de um grupo social natildeo no acircmbito individual

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 14

A LIacuteNGUA

bull ela existe e se manteacutem por um acordo coletivo taacutecito entre os falantes bull Um falante de uma liacutengua natildeo pode fazer modificaccedilotildees nessa liacutengua a seu bel

prazer bull De todas as manifestaccedilotildees da faculdade da linguagem a liacutengua eacute a que mais

bem se presta a uma definiccedilatildeo autocircnoma bull Ocupa um lugar de destaque entre as manifestaccedilotildees da linguagem12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 15

LINGUAGEM E LIacuteNGUA

bull Resumatildeo A liacutengua e linguagem satildeo bastante diferentes a linguagem eacute uma capacidade humana da qual a liacutengua eacute um produto A liacutengua eacute um fenocircmeno social e convencional

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 16

Dicotomias Saussurianas

bull Os estudos linguiacutesticos modernos que analisam a obra de Saussure usam o termo ldquodicotomiardquo para denominar quatro pares de conceitos centrais em sua teoriabull Dicotomia divisatildeo loacutegica de um conceito em dois outros

conceitos em geral contraacuterios que lhe esgotam a extensatildeo (AUREacuteLIO)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 9: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 9

O pensamento de Saussure SIGNO

bull De forma geral pode-se dizer que o signo linguiacutestico eacute arbitraacuterio porque eacute sempre uma convenccedilatildeo reconhecida pelos falantes de uma liacutengua

bull natildeo existe uma relaccedilatildeo natural entre a realidade foneacutetica de um signo linguiacutestico e o seu significado

bull significante e significado natildeo apresentam relaccedilatildeo loacutegica entre si principalmente em relaccedilatildeo ao som (pense na palavra copo para vaacuterias liacutenguas)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 10

O pensamento de Saussure LINGUAGEM

bull Linguagem faculdade humana uma capacidade que os homens tecircm para produzir desenvolver compreender a liacutengua e outras manifestaccedilotildees simboacutelicas semelhantes agrave liacutengua bull A linguagem eacute heterogecircnea e multifacetada bull ela tem aspectos fiacutesicos fisioloacutegicos e psiacutequicos ebull pertence tanto ao domiacutenio individual quanto ao domiacutenio

social12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 11

A LIacuteNGUA

bull A liacutengua eacute diferente parte definida e essencial da faculdade da linguagem bull Ela eacute um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de

convenccedilotildees necessaacuterias estabelecidas e adotadas por um grupo social para o exerciacutecio da faculdade da linguagem bull A liacutengua eacute uma unidade por si soacute bull Para Saussure ela eacute a norma para todas as demais manifestaccedilotildees da

linguagem bull Princiacutepio de classificaccedilatildeo pelo qual eacute possiacutevel estabelecer uma certa

ordem na faculdade da linguagem 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 12

LIacuteNGUA E LINGUAGEM

bull A linguagem eacute a capacidade atraveacutes da qual os homens podem produzir sistemas simboacutelicos ou seja sistemas de conceitos associados a uma determinada forma como a liacutengua as artes plaacutesticas o cinema o teatro a danccedilabull A capacidade da linguagem natildeo pode ser o objeto de estudo de uma

uacutenica ciecircncia como a linguiacutestica bull tem caracteriacutesticas de naturezas diversas fiacutesica fisioloacutegica

antropoloacutegica etc bull O objeto da linguiacutestica deve ser a liacutengua que eacute um produto social da

faculdade da linguagem

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 13

A LIacuteNGUA

bull

12022014

bull Produto social da faculdade da linguagembull Fenocircmeno que estaacute aleacutem do domiacutenio individual de cada

um de noacutes bull Produto de uma comunidade parte do domiacutenio dessa

comunidadebull O portuguecircs brasileiro eacute a liacutengua de uma grande comunidade

de pessoas ouvintes brasileiros bull A libras eacute a liacutengua de uma grande comunidade de pessoas

surdas nascidas no Brasil

bull Elas natildeo se limitam a uma ou outra pessoa Elas nascem e se desenvolvem no acircmbito de um grupo social natildeo no acircmbito individual

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 14

A LIacuteNGUA

bull ela existe e se manteacutem por um acordo coletivo taacutecito entre os falantes bull Um falante de uma liacutengua natildeo pode fazer modificaccedilotildees nessa liacutengua a seu bel

prazer bull De todas as manifestaccedilotildees da faculdade da linguagem a liacutengua eacute a que mais

bem se presta a uma definiccedilatildeo autocircnoma bull Ocupa um lugar de destaque entre as manifestaccedilotildees da linguagem12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 15

LINGUAGEM E LIacuteNGUA

bull Resumatildeo A liacutengua e linguagem satildeo bastante diferentes a linguagem eacute uma capacidade humana da qual a liacutengua eacute um produto A liacutengua eacute um fenocircmeno social e convencional

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 16

Dicotomias Saussurianas

bull Os estudos linguiacutesticos modernos que analisam a obra de Saussure usam o termo ldquodicotomiardquo para denominar quatro pares de conceitos centrais em sua teoriabull Dicotomia divisatildeo loacutegica de um conceito em dois outros

conceitos em geral contraacuterios que lhe esgotam a extensatildeo (AUREacuteLIO)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 10: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 10

O pensamento de Saussure LINGUAGEM

bull Linguagem faculdade humana uma capacidade que os homens tecircm para produzir desenvolver compreender a liacutengua e outras manifestaccedilotildees simboacutelicas semelhantes agrave liacutengua bull A linguagem eacute heterogecircnea e multifacetada bull ela tem aspectos fiacutesicos fisioloacutegicos e psiacutequicos ebull pertence tanto ao domiacutenio individual quanto ao domiacutenio

social12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 11

A LIacuteNGUA

bull A liacutengua eacute diferente parte definida e essencial da faculdade da linguagem bull Ela eacute um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de

convenccedilotildees necessaacuterias estabelecidas e adotadas por um grupo social para o exerciacutecio da faculdade da linguagem bull A liacutengua eacute uma unidade por si soacute bull Para Saussure ela eacute a norma para todas as demais manifestaccedilotildees da

linguagem bull Princiacutepio de classificaccedilatildeo pelo qual eacute possiacutevel estabelecer uma certa

ordem na faculdade da linguagem 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 12

LIacuteNGUA E LINGUAGEM

bull A linguagem eacute a capacidade atraveacutes da qual os homens podem produzir sistemas simboacutelicos ou seja sistemas de conceitos associados a uma determinada forma como a liacutengua as artes plaacutesticas o cinema o teatro a danccedilabull A capacidade da linguagem natildeo pode ser o objeto de estudo de uma

uacutenica ciecircncia como a linguiacutestica bull tem caracteriacutesticas de naturezas diversas fiacutesica fisioloacutegica

antropoloacutegica etc bull O objeto da linguiacutestica deve ser a liacutengua que eacute um produto social da

faculdade da linguagem

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 13

A LIacuteNGUA

bull

12022014

bull Produto social da faculdade da linguagembull Fenocircmeno que estaacute aleacutem do domiacutenio individual de cada

um de noacutes bull Produto de uma comunidade parte do domiacutenio dessa

comunidadebull O portuguecircs brasileiro eacute a liacutengua de uma grande comunidade

de pessoas ouvintes brasileiros bull A libras eacute a liacutengua de uma grande comunidade de pessoas

surdas nascidas no Brasil

bull Elas natildeo se limitam a uma ou outra pessoa Elas nascem e se desenvolvem no acircmbito de um grupo social natildeo no acircmbito individual

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 14

A LIacuteNGUA

bull ela existe e se manteacutem por um acordo coletivo taacutecito entre os falantes bull Um falante de uma liacutengua natildeo pode fazer modificaccedilotildees nessa liacutengua a seu bel

prazer bull De todas as manifestaccedilotildees da faculdade da linguagem a liacutengua eacute a que mais

bem se presta a uma definiccedilatildeo autocircnoma bull Ocupa um lugar de destaque entre as manifestaccedilotildees da linguagem12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 15

LINGUAGEM E LIacuteNGUA

bull Resumatildeo A liacutengua e linguagem satildeo bastante diferentes a linguagem eacute uma capacidade humana da qual a liacutengua eacute um produto A liacutengua eacute um fenocircmeno social e convencional

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 16

Dicotomias Saussurianas

bull Os estudos linguiacutesticos modernos que analisam a obra de Saussure usam o termo ldquodicotomiardquo para denominar quatro pares de conceitos centrais em sua teoriabull Dicotomia divisatildeo loacutegica de um conceito em dois outros

conceitos em geral contraacuterios que lhe esgotam a extensatildeo (AUREacuteLIO)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 11: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 11

A LIacuteNGUA

bull A liacutengua eacute diferente parte definida e essencial da faculdade da linguagem bull Ela eacute um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de

convenccedilotildees necessaacuterias estabelecidas e adotadas por um grupo social para o exerciacutecio da faculdade da linguagem bull A liacutengua eacute uma unidade por si soacute bull Para Saussure ela eacute a norma para todas as demais manifestaccedilotildees da

linguagem bull Princiacutepio de classificaccedilatildeo pelo qual eacute possiacutevel estabelecer uma certa

ordem na faculdade da linguagem 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 12

LIacuteNGUA E LINGUAGEM

bull A linguagem eacute a capacidade atraveacutes da qual os homens podem produzir sistemas simboacutelicos ou seja sistemas de conceitos associados a uma determinada forma como a liacutengua as artes plaacutesticas o cinema o teatro a danccedilabull A capacidade da linguagem natildeo pode ser o objeto de estudo de uma

uacutenica ciecircncia como a linguiacutestica bull tem caracteriacutesticas de naturezas diversas fiacutesica fisioloacutegica

antropoloacutegica etc bull O objeto da linguiacutestica deve ser a liacutengua que eacute um produto social da

faculdade da linguagem

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 13

A LIacuteNGUA

bull

12022014

bull Produto social da faculdade da linguagembull Fenocircmeno que estaacute aleacutem do domiacutenio individual de cada

um de noacutes bull Produto de uma comunidade parte do domiacutenio dessa

comunidadebull O portuguecircs brasileiro eacute a liacutengua de uma grande comunidade

de pessoas ouvintes brasileiros bull A libras eacute a liacutengua de uma grande comunidade de pessoas

surdas nascidas no Brasil

bull Elas natildeo se limitam a uma ou outra pessoa Elas nascem e se desenvolvem no acircmbito de um grupo social natildeo no acircmbito individual

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 14

A LIacuteNGUA

bull ela existe e se manteacutem por um acordo coletivo taacutecito entre os falantes bull Um falante de uma liacutengua natildeo pode fazer modificaccedilotildees nessa liacutengua a seu bel

prazer bull De todas as manifestaccedilotildees da faculdade da linguagem a liacutengua eacute a que mais

bem se presta a uma definiccedilatildeo autocircnoma bull Ocupa um lugar de destaque entre as manifestaccedilotildees da linguagem12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 15

LINGUAGEM E LIacuteNGUA

bull Resumatildeo A liacutengua e linguagem satildeo bastante diferentes a linguagem eacute uma capacidade humana da qual a liacutengua eacute um produto A liacutengua eacute um fenocircmeno social e convencional

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 16

Dicotomias Saussurianas

bull Os estudos linguiacutesticos modernos que analisam a obra de Saussure usam o termo ldquodicotomiardquo para denominar quatro pares de conceitos centrais em sua teoriabull Dicotomia divisatildeo loacutegica de um conceito em dois outros

conceitos em geral contraacuterios que lhe esgotam a extensatildeo (AUREacuteLIO)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 12: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 12

LIacuteNGUA E LINGUAGEM

bull A linguagem eacute a capacidade atraveacutes da qual os homens podem produzir sistemas simboacutelicos ou seja sistemas de conceitos associados a uma determinada forma como a liacutengua as artes plaacutesticas o cinema o teatro a danccedilabull A capacidade da linguagem natildeo pode ser o objeto de estudo de uma

uacutenica ciecircncia como a linguiacutestica bull tem caracteriacutesticas de naturezas diversas fiacutesica fisioloacutegica

antropoloacutegica etc bull O objeto da linguiacutestica deve ser a liacutengua que eacute um produto social da

faculdade da linguagem

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 13

A LIacuteNGUA

bull

12022014

bull Produto social da faculdade da linguagembull Fenocircmeno que estaacute aleacutem do domiacutenio individual de cada

um de noacutes bull Produto de uma comunidade parte do domiacutenio dessa

comunidadebull O portuguecircs brasileiro eacute a liacutengua de uma grande comunidade

de pessoas ouvintes brasileiros bull A libras eacute a liacutengua de uma grande comunidade de pessoas

surdas nascidas no Brasil

bull Elas natildeo se limitam a uma ou outra pessoa Elas nascem e se desenvolvem no acircmbito de um grupo social natildeo no acircmbito individual

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 14

A LIacuteNGUA

bull ela existe e se manteacutem por um acordo coletivo taacutecito entre os falantes bull Um falante de uma liacutengua natildeo pode fazer modificaccedilotildees nessa liacutengua a seu bel

prazer bull De todas as manifestaccedilotildees da faculdade da linguagem a liacutengua eacute a que mais

bem se presta a uma definiccedilatildeo autocircnoma bull Ocupa um lugar de destaque entre as manifestaccedilotildees da linguagem12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 15

LINGUAGEM E LIacuteNGUA

bull Resumatildeo A liacutengua e linguagem satildeo bastante diferentes a linguagem eacute uma capacidade humana da qual a liacutengua eacute um produto A liacutengua eacute um fenocircmeno social e convencional

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 16

Dicotomias Saussurianas

bull Os estudos linguiacutesticos modernos que analisam a obra de Saussure usam o termo ldquodicotomiardquo para denominar quatro pares de conceitos centrais em sua teoriabull Dicotomia divisatildeo loacutegica de um conceito em dois outros

conceitos em geral contraacuterios que lhe esgotam a extensatildeo (AUREacuteLIO)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 13: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 13

A LIacuteNGUA

bull

12022014

bull Produto social da faculdade da linguagembull Fenocircmeno que estaacute aleacutem do domiacutenio individual de cada

um de noacutes bull Produto de uma comunidade parte do domiacutenio dessa

comunidadebull O portuguecircs brasileiro eacute a liacutengua de uma grande comunidade

de pessoas ouvintes brasileiros bull A libras eacute a liacutengua de uma grande comunidade de pessoas

surdas nascidas no Brasil

bull Elas natildeo se limitam a uma ou outra pessoa Elas nascem e se desenvolvem no acircmbito de um grupo social natildeo no acircmbito individual

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 14

A LIacuteNGUA

bull ela existe e se manteacutem por um acordo coletivo taacutecito entre os falantes bull Um falante de uma liacutengua natildeo pode fazer modificaccedilotildees nessa liacutengua a seu bel

prazer bull De todas as manifestaccedilotildees da faculdade da linguagem a liacutengua eacute a que mais

bem se presta a uma definiccedilatildeo autocircnoma bull Ocupa um lugar de destaque entre as manifestaccedilotildees da linguagem12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 15

LINGUAGEM E LIacuteNGUA

bull Resumatildeo A liacutengua e linguagem satildeo bastante diferentes a linguagem eacute uma capacidade humana da qual a liacutengua eacute um produto A liacutengua eacute um fenocircmeno social e convencional

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 16

Dicotomias Saussurianas

bull Os estudos linguiacutesticos modernos que analisam a obra de Saussure usam o termo ldquodicotomiardquo para denominar quatro pares de conceitos centrais em sua teoriabull Dicotomia divisatildeo loacutegica de um conceito em dois outros

conceitos em geral contraacuterios que lhe esgotam a extensatildeo (AUREacuteLIO)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 14: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 14

A LIacuteNGUA

bull ela existe e se manteacutem por um acordo coletivo taacutecito entre os falantes bull Um falante de uma liacutengua natildeo pode fazer modificaccedilotildees nessa liacutengua a seu bel

prazer bull De todas as manifestaccedilotildees da faculdade da linguagem a liacutengua eacute a que mais

bem se presta a uma definiccedilatildeo autocircnoma bull Ocupa um lugar de destaque entre as manifestaccedilotildees da linguagem12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 15

LINGUAGEM E LIacuteNGUA

bull Resumatildeo A liacutengua e linguagem satildeo bastante diferentes a linguagem eacute uma capacidade humana da qual a liacutengua eacute um produto A liacutengua eacute um fenocircmeno social e convencional

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 16

Dicotomias Saussurianas

bull Os estudos linguiacutesticos modernos que analisam a obra de Saussure usam o termo ldquodicotomiardquo para denominar quatro pares de conceitos centrais em sua teoriabull Dicotomia divisatildeo loacutegica de um conceito em dois outros

conceitos em geral contraacuterios que lhe esgotam a extensatildeo (AUREacuteLIO)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 15: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 15

LINGUAGEM E LIacuteNGUA

bull Resumatildeo A liacutengua e linguagem satildeo bastante diferentes a linguagem eacute uma capacidade humana da qual a liacutengua eacute um produto A liacutengua eacute um fenocircmeno social e convencional

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 16

Dicotomias Saussurianas

bull Os estudos linguiacutesticos modernos que analisam a obra de Saussure usam o termo ldquodicotomiardquo para denominar quatro pares de conceitos centrais em sua teoriabull Dicotomia divisatildeo loacutegica de um conceito em dois outros

conceitos em geral contraacuterios que lhe esgotam a extensatildeo (AUREacuteLIO)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 16: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 16

Dicotomias Saussurianas

bull Os estudos linguiacutesticos modernos que analisam a obra de Saussure usam o termo ldquodicotomiardquo para denominar quatro pares de conceitos centrais em sua teoriabull Dicotomia divisatildeo loacutegica de um conceito em dois outros

conceitos em geral contraacuterios que lhe esgotam a extensatildeo (AUREacuteLIO)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 17: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 17

Dicotomias Saussurianas

bull Nas dicotomias saussurianasbull os conceitos dicotocircmicos se opotildeembull um soacute pode ser entendido em relaccedilatildeo ao outro e bull juntos formam um conceito maior que eacute bull central para o entendimento do que eacute a liacutengua humana

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 18: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 18

Dicotomias Saussurianas

Dicotomias saussurianasbull liacutengua e fala bull significante e significado bull sincronia e diacronia bull e paradigma e sintagma

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 19: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 19

Liacutengua x Fala(Langue x Parole)

bull Liacutengua coletiva e socialLiacutengua nela estaacute o que eacute essencial A liacutengua natildeo eacute uma funccedilatildeo do falante bull Cada pessoa nascida no Brasil que

tem o portuguecircs como liacutengua materna pode narrar o mesmo acontecimento de maneiras muito diferentes produzindo falas diferentes mas na mesma liacutengua fato que faz com que as pessoas consigam se comunicar

12022014

bull Fala a manifestaccedilatildeo ou concretizaccedilatildeo da liacutengua por um indiviacuteduobull na fala estaacute o que eacute acessoacuterio e

mais ou menos acidental bull A fala diferentemente eacute um ato

individual de vontade ao falar bull o falante precisa fazer opccedilotildees por

uma ou outra maneira de dizer a mesma coisa (escolhe o vocabulaacuterio que vai usar entre outras coisas)

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 20: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 20

LIacuteNGUA E FALA

A fala eacute a liacutengua posta em uso

Ela eacute a praacutetica da liacutengua e apresenta vaacuterias propriedades que vatildeo muito aleacutem do som do

gesto ou da grafia

Para Saussure a fala natildeo devia ser estudada pela linguiacutestica

justamente porque ele pensava que ela era secundaacuteria e

assistemaacutetica

Ele natildeo deixa de considerar a possibilidade de fatos da fala

interferirem na liacutengua a ponto de causar algumas mudanccedilas

no sistema

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 21: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 21

Liacutengua e Fala - exemplobull Um exemplo claacutessico do portuguecircs eacute o do

aparecimento nessa liacutengua dos fonemas yen e macr grafados -lh e -nh respectivamente

bull Eles natildeo existiam em latim Sua origem eacute fruto da palatalizaccedilatildeo das consoantes l e n diante de i que deu como resultado a pronuacutencia [fiyenu] para o latim filiu e a pronuacutencia [vimacra] para o latim vinia

bull Enquanto essas mudanccedilas se mantinham no niacutevel foneacutetico elas estavam no domiacutenio da fala Com o passar dos anos no portuguecircs elas chegaram a alterar o sistema passando a adquirir um caraacuteter distintivo

bull yen e l galo - galho bull macr e n pena e penha Essa distinccedilatildeo agora eacute parte

da liacutengua 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 22: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 22

LIacuteNGUA E FALACada teoria linguiacutestica define liacutengua de uma maneira diferente

A noccedilatildeo de liacutengua de Saussure eacute uma entre vaacuterias noccedilotildees de liacutengua com as quais a linguiacutestica moderna opera Para Saussure a liacutengua eacute um sistema

Um sistema eacute um conjunto organizado de elementos que se define pelas caracteriacutesticas desses elementos e no qual cada elemento se define pelas diferenccedilas que apresenta em relaccedilatildeo a outro elemento e por sua relaccedilatildeo com todo o conjunto

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 23: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 23

LIacuteNGUA E FALAbull Pensando em uma escola bull conjunto de elementos os estudantes - elementos de uma escola bull Definiccedilatildeo de sistema o conjunto (escola) definido por sua relaccedilatildeo com

as partes (estudantes) e bull as partes (estudantes) definidas por sua relaccedilatildeo com o todo (escola) bull Cada grupo de estudante pode ser definido por oposiccedilatildeo a um outro

grupo de estudante bull os da 1ordf seacuterie satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos da 2ordf seacuterie os do periacuteodo

da manhatilde satildeo definidos por oposiccedilatildeo aos do periacuteodo da tarde e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 24: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 24

LIacuteNGUA E FALAbull Metaacutefora da rede de pescar bull A rede eacute formada de noacutes e cada noacute se

relaciona com todos os outros noacutes da rede A rede que eacute o conjunto eacute definida como um sistema de noacutes os noacutes que satildeo as partes satildeo definidos por sua relaccedilatildeo com o todo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 25: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 25

Exemplo

bull Pensem na palavra pata bull Definindo o fonema p bull Eu posso dizer que ele natildeo eacute b pelo qual

eu obtenho outra palavra bata bull Eu tambeacutem posso dizer que p natildeo eacute m

Porque seria mata bull Eu posso ir aleacutem e dizer que p natildeo eacute l

Se eu substituir por que seria lata

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 26: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 26

bull Verbo como cantar composto de dois morfemas cant- e -ar bull oposiccedilatildeo com bord- que forma o verbo bordar bull oposiccedilatildeo com danccedil- que forma o verbo danccedilar bull E como definir o morfema ndashar Por sua oposiccedilatildeo com o morfema -er

(beber) oposiccedilatildeo com o morfema -ir (partir) bull Assim p tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua diferenccedila em

relaccedilatildeo a b a m a l bull O morfema cant- tem seu valor linguiacutestico estabelecido pela oposiccedilatildeo

que faz a danccedil- a bord- E o morfema -ar tem seu valor estabelecido por sua diferenccedila em relaccedilatildeo a -er e -ir

12022014

EXEMPLOS

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 27: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 27

bull 1 ndash A partir de um verbo de accedilatildeo crie uma composiccedilatildeo e suas oposiccedilotildeesbull 2- Brinque com oposiccedilotildees em uma rede de frasesbull 3 ndash Para a rede de Saussure busque conexotildees e oposiccedilotildees em

idiomas de liacutenguas irmatildesbull 4- Trace oposiccedilotildees e conexotildees em uma situaccedilatildeo socialbull Resenha do texto Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias

da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112

12022014

EXERCIacuteCIO em sala

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 28: Linguística i  saussure

Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2Prof Dra Aacuteguida Ap Gava

guidaggmailcom

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 29: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 29

bull Para Saussure o conjunto de diferenccedilas que existe na liacutengua estaacute relacionado com a noccedilatildeo de valor Em todos os exemplos acima cada elemento analisado tem seu valor linguiacutestico estabelecido por sua relaccedilatildeo com os demais elementos da liacutengua que sejam da mesma natureza

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 30: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 30

Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala

bull A liacutengua eacute um sistema estruturado de elementos que se define por sua relaccedilatildeo com esses elementos esses elementos por sua vez se definem por sua relaccedilatildeo com o sistema e por sua relaccedilatildeo com os demais elementos que compotildeem o sistema (para Saussure na liacutengua soacute haacute diferenccedilas)

bull A diferenccedila que se estabelece entre cada elemento do sistema revela seu valor linguiacutestico bull A liacutengua eacute um produto essencial da faculdade da linguagem com base no qual todas as outras

manifestaccedilotildees da linguagem devem ser analisadas bull A liacutengua eacute social exterior ao indiviacuteduo Ela existe por uma convenccedilatildeo de uma comunidade

Natildeo pode ser nem criada nem modificada por um indiviacuteduo Nesse sentido a liacutengua difere da fala que eacute individual 12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 31: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 31

2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

bull A noccedilatildeo de valor introduzida por Saussure trata das diferenccedilas de que se constitui o sistema linguiacutestico eacute de extrema importacircncia na consideraccedilatildeo dos dois elementos bull As ideiasbull sons oubull gestosbull

12022014

Entram na constituiccedilatildeo do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 32: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 32

E o que eacute um signo linguiacutestico

bull Signos satildeo unidades linguiacutesticas que significam alguma coisa bull Por exemplo mesa eacute um signo do portuguecircsbull Arvoredo - composta de dois outros signos menores arvor- (aacutervore) e -

edo que significa conjunto de alguma coisa

bull Sentenccedilas tambeacutem satildeo signos do portuguecircs porque significam alguma coisabull Textos tambeacutem satildeo grandes signos na medida em que possuem uma

significaccedilatildeo proacutepria bull poemas obras literaacuterias

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 33: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 33

E o que eacute um siacutembolo

bull A palavra siacutembolo eacute utilizada para designar o signo linguiacutestico ou mais exatamente o que chamamos de significantebull O siacutembolo tem como caracteriacutestica natildeo ser jamais completamente

arbitraacuterio ele natildeo estaacute vazio existe um rudimento de viacutenculo natural entre o significante e o significadobull O siacutembolo da justiccedila a balanccedila natildeo poderia ser subsiacutedio por um

objeto qualquer um carro por exemplo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 34: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 34

Teoria saussuriana Sistema

bull A noccedilatildeo de valor eacute muito importante bull Um signo se define pelas diferenccedilas que ele tem quando comparado a

outros signos Cada signo tem um valor e eacute esse valor que permite contrastaacute-lo com outros signos e defini-lobull Saussure (1969131)

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 35: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 35

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 36: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 36

bull temos a impressatildeo de que os signos satildeo uma mera nomenclatura das coisas que existem no mundo bull Com a ideia de que o nosso mundo estaacute

repleto de coisas e que a liacutengua eacute criada para nomeaacute-las bull Entatildeo as coisas jaacute existiriam antes da

liacutengua

Significante e significado

12022014

Saussure se opotildee frontalmente a essa visatildeo Para ele nossas ideias a respeito do que as coisas satildeo dependem da liacutengua A seu ver natildeo existem ideias estabelecidas anteriormente agrave liacutengua Antes da liacutengua nosso pensamento eacute uma massa amorfa indistinta como uma nebulosa

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 37: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 37

bull Do mesmo modo antes da liacutengua a substacircncia focircnica ou gestual que participa da constituiccedilatildeo dos signos tambeacutem eacute uma massa amorfa constituiacuteda de maneira desordenada de todos os sons ou gestos que o ser humano eacute capaz de produzir

Significante e significado

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 38: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 38

bull A liacutengua eacute uma relaccedilatildeo que associa a massa amorfa do pensamento agrave massa amorfa focircnicagestual formatando-as e delimitando-as de uma maneira particularbull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa

amorfa do pensamento a liacutengua cria o significado que eacute um conceito

Significante e significado

12022014

bull Ao impor uma formataccedilatildeo agrave massa amorfa focircnicagestual a liacutengua cria o significante que eacute uma imagem acuacutestica (no caso das liacutenguas

orais) ou oacutetica (no caso das liacutenguas de sinais) bull Juntos significante e significado formam o signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 39: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 39

bull A formataccedilatildeo das massas amorfas do pensamento e dos sonsgestos acontece ao mesmo tempo bull metaacutefora de Saussure da folha

de papel bull o pensamento eacute a frente da

folha e o somgesto eacute o versobull Natildeo podemos cortar um sem

cortar o outro bull Portanto A LIacuteNGUA CRIA

SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO AO MESMO TEMPO

Pensamento Sonsgestos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 40: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 40

bull Ao criar os signos a liacutengua impotildee uma organizaccedilatildeo tanto na massa amorfa do pensamento quanto na massa amorfa focircnicagestual Cada signo adquire um valor que vai demarcar seus limites e contrapocirc-lo a outros signos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 41: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 41

signo pigsigno pork

Signo pig que eacute o animal que noacutes chamamos de porcosigno pork que eacute a carne do animal porco

Inglecircs

Signo Porco

signo porcoSignificado nosso conceito do animal [PORCO]Significante porku

Portuguecircs

12022014

Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 42: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 42

bull enquanto em portuguecircs o signo ldquoporcordquo se opotildee a outros animais e suas carnes bull em inglecircs o signo pig se opotildee a outros animais mas tambeacutem ao

signo pork que eacute a carne do porcobull Essa diferenccedila entre os recortes feitos pelo inglecircs e pelo portuguecircs

pode tambeacutem ser vista em outras categorizaccedilotildees bull O signo carneiro animal e carne o inglecircs tem novamente os signos

sheep para o animal e mutton para sua carne bull O signo vaca conceito do animal e de sua carne no inglecircs satildeo dois

signos cow e beef para o animal e para a carne respectivamente

12022014

Teoria saussuriana Sistema

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 43: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 43

bull Para cores alguns povos ainda tecircm apenas dois signos para todas as cores um deles compreende o que para noacutes seria o preto o azul o verde e o cinza o outro compreende o que para noacutes seria o branco o amarelo o laranja e o vermelhobull Os esquimoacutes possuem mais 66 tons de neve

para descrevecirc-la

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 44: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 44

Para Saussure entatildeo cada liacutengua ldquocriardquo um mundo diferente do mundo fiacutesico real

Eacute com esse mundo criado pela liacutengua que noacutes operamos

Vejam que de todos os sons ou gestos que os seres humanos satildeo capazes de

produzir cada liacutengua escolhe um subconjunto deles

12022014

Significante e significado

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 45: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 45

bull Mas o que acontece na massa amorfa focircnica ou gestualbull Como eacute que as liacutenguas fazem recortes nessa massa focircnica ou gestual

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 46: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 46

bull No modelo de Saussure podemos dizer que na formataccedilatildeo que o inglecircs faz da massa amorfa focircnica um valor foi atribuiacutedo aos sons [T] e [D] de modo que eles fazem parte do sistema linguiacutestico do inglecircs

bull No sistema do portuguecircs esses sons natildeo tecircm valor bull Fenocircmenos semelhantes devem acontecer nas liacutenguas de sinais De todas as

configuraccedilotildees de matildeo possiacuteveis de todos os pontos de articulaccedilatildeo possiacuteveis cada liacutengua de sinais deve escolher um subconjunto de configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo e dar valor aos membros desse subconjunto deixando vaacuterias configuraccedilotildees e pontos de articulaccedilatildeo de fora

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 47: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 47

bull ao fazer as delimitaccedilotildees nas massas amorfas do pensamento e do sonsgestos a liacutengua produz uma forma

gt FORMA

gtsignificante

significado

substacircncia

substacircncia

12022014

bull Ou seja de uma substacircncia amorfa de pensamento e de uma substacircncia amorfa focircnicagestual a liacutengua cria uma formabull Significante e significado satildeo formas natildeo substacircncias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 48: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 48

Linguiacutestica - ciecircncia

A linguiacutestica tem por objeto o estudo da forma do significante e da forma do significado natildeo da substacircncia

Para Saussure o estudo da substacircncia do significado eacute objeto de estudo da psicologia e o estudo da substacircncia do significante eacute a foneacutetica acuacutestica e articulatoacuteria

Saussure estava tentando lanccedilar as bases de uma ciecircncia Por isso ele precisava ser radical no estabelecimento dos limites do objeto dessa ciecircncia

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 49: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 49

sequecircncia linear

o significante das liacutenguas por ser de natureza acuacutestica soacute poderia se desenvolver em uma sequecircncia linear

Ou seja seus elementos se apresentariam um apoacutes o outro em uma linha no tempo

Em outras palavras para Saussure na liacutengua natildeo existe simultaneidade Ele chega a dizer que no caso do acento que se sobrepotildee a uma siacutelaba diferenciando as siacutelabas tocircnicas das siacutelabas aacutetonas dentro de uma mesma palavra natildeo haacute simultaneidade de elementos significativos diferentes

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 50: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 50

bull Entretanto tal visatildeo eacute questionada por um grande nuacutemero de linguistas bull Primeiro porque ela natildeo se aplica tatildeo categoricamente agraves liacutenguas de

sinais bull Segundo porque ela deixa de lado muitos fenocircmenos das liacutenguas orais

que ocorrem simultaneamente agrave cadeia linear de significantesbull ( Em algumas liacutenguas orais como o portuguecircs por exemplo o acento da

palavra pode distinguirbull Significado signos saacutebia sabia sabiaacute bull O acento eacute algo que ocorre simultaneamente agrave pronuacutencia de sons

vocaacutelicos

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 51: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 51

bull A entonaccedilatildeo tambeacutem eacute distintiva de significado e ela ocorre simultaneamente a uma sequecircncia de significantes bull A sentenccedila Vocecirc foi ao cinema ontem e Vocecirc foi ao cinema ontembull Nas liacutenguas de sinais a simultaneidade eacute um fato bastante comum bull eacute possiacutevel se realizar um signo com uma matildeo e outro com a outra ao mesmo tempo

bull Aleacutem disso enquanto as matildeos estatildeo realizando sinais lexicais a posiccedilatildeo do tronco e da cabeccedila a direccedilatildeo do olhar as expressotildees faciais estatildeo fornecendo informaccedilotildees discursivas e gramaticais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 52: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 52

bullMesmo assim nas liacutenguas de sinais haacute linearidade em todos os niacuteveis de anaacutelise do fonoloacutegico ao discursivo (INEGAacuteVEL)bull apesar das propriedades de simultaneidade que

ela exibe existe muita linearidade em todas as liacutenguas de sinais

12022014

sequecircncia linear

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 53: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 53

3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA bull dicotomia sintagma

versus paradigmabull Noacutes podemos pensar

em sintagma e paradigma como dois eixos bull o primeiro

corresponde a um eixo horizontal bull o segundo a um eixo

vertical

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 54: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 54

SINTAGMA

bull O eixo sintagmaacutetico ou horizontal eacute o eixo da linearidadebull O exame dos elementos

linguiacutesticos nesse eixo envolve o contraste entre elementos que estatildeo adjacentes agrave ele na cadeia de elementos que ocupa a linha horizontalbull Na mesma linha completando seu

sentido12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 55: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 55

SINTAGMAPor exemplo em portuguecircs a palavra inconstitucional eacute formada de

quatro signos ou morfemas in- bull constitu- bull -cion- ebull -al Cada um desses signos adquire um valor porque se opotildee ao signo que o precede ou que o sucede ou aos dois

No niacutevel fonoloacutegico Por exemplo em uma palavra do portuguecircs como bota o fonema b tem seu valor estabelecido pela relaccedilatildeo que estabelece com o fonema o que por sua vez tem seu valor estabelecido pelas relaccedilotildees que estabelece tanto com o fonema b quanto com o fonema t e assim por diante

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 56: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 56

SINTAGMAO mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

Cada termo dessas expressotildees complexas ganha valor pela oposiccedilatildeo que faz aos termos precedentes ou seguintes e a toda a expressatildeo

12022014

Denominamos relaccedilotildees sintagmaacuteticas ou combinatoacuterias

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 57: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 57

EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)O mesmo acontece com certas expressotildees forccedilar a barra (insistir) Ou natildeo dar bola (natildeo dar importacircncia)

em portuguecircs um artigo sempre vem antes do substantivo como em o menino um cachorro Na fonologia tambeacutem haacute algum

12022014

Na fonologia tambeacutem haacute algumas ordens limitadas Por exemplo depois do fonema b podemos ter uma vogal (como em bebe bicho boca burro) e podemos ter as consoantes r e l (como em brasa blusa) mas natildeo podemos ter outras consoantes como pt s etc

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 58: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 58

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

12022014

bull Segundo Saussure os signos que tecircm algo em comum se associam em nossa memoacuteria formando gruposbull Dentro desses grupos as relaccedilotildees que se estabelecem

podem ser de vaacuterios tipos

Tomemos uma palavra do portuguecircs como demonstraccedilatildeo

Essa palavra se associa a muitas outras no que diz respeito agrave semelhanccedila de significados

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 59: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 59

O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)

bull formando assim um paradigma com outras palavras como exibiccedilatildeo amostragem exposiccedilatildeo etc bull Ela tambeacutem se associa a outras palavras pela semelhanccedila

do radicalbull formando um paradigma com palavras como demonstrar

demonstraccedilatildeo demonstraacutevel etc

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 60: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 60

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de

significadosSemelhanccedila

de radical

exibiccedilatildeo exposiccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

amostragem

demonstrar demonstraccedilatildeo demonstraacutevel

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 61: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 61

O eixo paradigmaacutetico

semelhanccedila de palavras pelo sufixo

constituiccedilatildeo

raccedilatildeo

Semelhanccedila dos

significantes

monstro traccedilatildeo

educaccedilatildeo construccedilatildeo

demonstraccedilatildeo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 62: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 62

arbitrariedade do signo linguiacutesticobull Quando tratamos de sintagma e paradigma precisamos discutir uma

outra noccedilatildeo que eacute bastante enfatizada na teoria saussurianabull a arbitrariedade do signo linguiacutestico

12022014

Saussure trata do signo linguiacutestico e da relaccedilatildeo entre significante e significado da seguinte forma o significante de um signo ou seja sua imagem acuacutestica ou gestual eacute imotivado

Saussure quer dizer que natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo de semelhanccedila entre essa imagem acuacutestica ou gestual e o conceito associado a essa imagem

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 63: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 63

bull Para ele o significante mar do signo mar natildeo tem nenhuma relaccedilatildeo com o conceito ao qual estaacute associado bull O som natildeo nos daacute a ideia de mar bull O fato de o som [maR] nos levar ao conceito que temos de [MAR] eacute

resultado de uma convenccedilatildeo aceita pelos falantes do portuguecircsbull Ahhhh Todo sentido

12022014

arbitrariedade do signo linguiacutestico

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 64: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 64

Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA

bull Para Saussure a linguiacutestica eacute um tipo de ciecircncia que deve se construir sobre dois eixos bull o do estado eixo sincrocircnico a liacutengua eacute estudada como ela se

apresenta em um determinado momento de sua histoacuteria Toda intervenccedilatildeo do tempo eacute excluiacuteda bull das evoluccedilotildees eixo diacrocircnico a liacutengua eacute analisada como um

produto de uma seacuterie de transformaccedilotildees que ocorrem ao longo do tempo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 65: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 65

Significado para a liacutengua

bull sincrocircnica ndash que aborda cada momento estaacutetico da partida como um evento e a diacrocircnica ndash que aborda a sucessatildeo desses mesmos

eventos encadeados cronologicamente

bull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquoDito de outro modo eacute no acircmbito metodoloacutegico que podemos separar

o eixo das simultaneidades (a sincronia) do eixo das sucessotildees (a diacronia) como mostra Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 66: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 66

SINCRONIA E DIACRONIA

bull estudando o portuguecircs bull Se o estudo for sincrocircnico bull analisamos o portuguecircs da maneira como ele eacute hoje bull natildeo nos interessa saber quais os estaacutegios de evoluccedilatildeo pelo

qual essa liacutengua passou desde o latim ateacute os nossos dias bull Se o estudo for diacrocircnico procuramos entender o que foi

que aconteceu na liacutengua ao longo de sua histoacuteria para que ela tivesse as caracteriacutesticas que tem em uma determinada eacutepoca

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 67: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 67

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Cada posiccedilatildeo do jogo corresponde a um estado da liacutengua bull O valor das peccedilas depende de sua posiccedilatildeo no tabuleirobull Da mesma maneira na liacutengua cada elemento tem seu valor pela

oposiccedilatildeo que estabelece em relaccedilatildeo a outros elementos

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 68: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 68

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

bull Natildeo eacute necessaacuterio que se mude mais que uma peccedila Entretanto essa mudanccedila tem efeitos em todo o jogo

bull Natildeo haacute como prever com exatidatildeo quais satildeo esses efeitos mas o deslocamento de uma peccedila acaba por ter consequecircncias sobre as peccedilas que natildeo foram movidas

12022014

bull Cada estado desses quer do jogo de xadrez quer do sistema linguiacutestico eacute sempre momentacircneo

bull Para passar de um momento a outro ou de um estado a outro uma peccedila eacute deslocada

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 69: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 69

bull Tanto no xadrez quanto na liacutengua eacute preciso diferenciar claramente os deslocamentos de um lado dos estados de equiliacutebrio que os antecedem ou que os sucedem de outro bull Quando o jogador estaacute pensando sobre o

jogo ele analisa sucessivamente os diversos estados pelos quais o jogo passa

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 70: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 70

bull Ele natildeo fica se preocupando em lembrar como a configuraccedilatildeo do tabuleiro chegou ao estado a que chegoubull O mesmo acontece com a liacutengua O

falante de uma liacutengua conhece essa liacutengua da maneira como ela se apresenta durante seu tempo de vida bull Ele natildeo se preocupa com sua evoluccedilatildeo ao

longo dos seacuteculos

12022014

SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 71: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 71

Ressalva

bull Saussure faz apenas uma ressalvabull no jogo o jogador tem a intenccedilatildeo de mover uma peccedila e assim

alterar o estado do jogo Na liacutengua isso natildeo acontece bull As mudanccedilas na liacutengua natildeo satildeo intencionais bull A liacutengua muda naturalmente bull Em alguns poucos casos existem algumas pressotildees externas que

provocam uma mudanccedila linguiacutestica Essas pressotildees podem ser consequecircncia de contato com outras liacutenguas ou podem ser devidas a algumas mudanccedilas sociais

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 72: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 72

Ressalva

bull Mas muitas vezes as liacutenguas mudam por razotildees internas agrave proacutepria liacutengua bull Como dos fonemas fonemas yen (-lh-)e macr (-nh-) Elas parecem ter

sido mudanccedilas espontacircneas e fortuitasbull Tais questotildees seratildeo aprofundadas na disciplina de Sociolinguiacutestica

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 73: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 73

Etimologia de ldquoDiacroniardquo e etimologia de ldquoHistoacuteriardquobull Diacronia lt Grego dia lsquoatraveacutes dersquo + chronos lsquoo temporsquobull O termo diacronia remete a chronos pela junccedilatildeo de dia lsquoatraveacutes dersquo ndash chronos ou seja

lsquoatraveacutes do temporsquo bull Na cosmologia grega Chronos eacute fruto da uniatildeo entre o Ceacuteu (Urano) e a Terra (Gaia) ndash mas

tambeacutem fruto da cisatildeo fundamental entre ambos uma vez que eacute ao conseguir separar-se violentamente do abraccedilo de Urano que Gaia consegue dar agrave luz a Chronos e assim originar o proacuteprio cosmo

bull O lsquonascimentorsquo de Chronos (ou seja a separaccedilatildeo entre o ceacuteu e a terra) eacute que possibilita a abertura do espaccedilo o correr do tempo a sucessatildeo das geraccedilotildees Mas Chronos natildeo lsquoeacutersquo o lsquotemporsquo e sim possibilita nossa percepccedilatildeo do desenrolar dos acontecimentos em uma dimensatildeo sucessiva fora da uniatildeo original que foge agrave nossa percepccedilatildeo

bull O proacuteprio Chronos por sua vez tem uma histoacuteria violenta devora seus filhos ao nascerem (o que tem sido interpretado como uma alegoria da passagem linear do tempo ndash os seacuteculos engolem os anos que engolem os dias que engolem as horas) A ideia de cronologia de cronoloacutegico remete assim pela etimologia grega fundamentalmente agrave noccedilatildeo de sucessatildeo e linearidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 74: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 74

1 O que e quais satildeo as Dicotomias Saussurianas2 Diferencie liacutengua de linguagem 3 Explique um sistema de valores de acordo com Saussure4 O caacutelculo do valor dos elementos linguiacutesticos deve ser feito levando em conta dois

eixos quais satildeo e como se daacute5 Qual a diferenccedila entre liacutengua e fala6 O que eacute um signo linguiacutestico 7 Explique significante e significado8 Explique massa amorfa focircnicagestual9 Explique a frase ldquoA constituiccedilatildeo do signo pode ser motivada mas eacute sempre

convencionalrdquo10 De acordo com a dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA como a liacutengua pode ser

estudada em sua dimensatildeo estaacutetica e em sua dimensatildeo evolutiva ou histoacuterica11 Pesquise analise e escreva sobre a metaacutefora do jogo de xadrez e sobre a metaacutefora

da rede12022014

Responda

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 75: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 75

bull Outras consideraccedilotildees de Saussure

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 76: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 76

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Linguiacutestica externa ldquoSe ocupa todavia de coisas importantes e eacute sobretudo nelas que se acutepensa quando se aborda o estudo da linguagembull Incluem nela primeiramente todos os pontos em que a Linguiacutestica

confina com a Etnologia todas relaccedilotildees que podem existir entrebull histoacuteria de uma liacutenguabull histoacuteria de uma raccedila ou civilizaccedilatildeordquo

12022014

Essas duas histoacuterias mantem reciprocidade

Os costumes duma naccedilatildeo tecircm repercussatildeo na liacutengua e por outro lado eacute a liacutengua que

constitui a Naccedilatildeo

1

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 77: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 77

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

bull Liacutengua e Histoacuteria poliacutetica acordos colonizaccedilatildeo conquistasbull Ex Nheengatu inserccedilatildeo do inglecircs na rede nacional de ensino

12022014

As relaccedilotildees da liacutengua com instituiccedilotildees de toda espeacutecie

bull A liacutengua literaacuteria ultrapassa em todas as partes os limites que parecem lhe traccedilar a literatura

bull Provoca e estabelece conflito com ela e os dialetos locais

23

Ligadas ao desenvolvimento literaacuterio da liacutengua

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 78: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 78

Se um dia nois se gostasseSe um dia nois se queresseSe nois dois se empareasseSe juntim nois dois vivesseSe juntim nois dois morasseSe juntim nois dois drumisseSe juntim nois dois morresseSe pro ceacuteu nois laacute subisseMas poreacutem acontecesse de Satildeo Pedro natildeo abrisse a porta do ceacuteu efosse te dizer qualquer toliceE se eu ariminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do ceacuteu furasse Taveacutes que nois dois ficasseTaveacutes que nois dois caisseE o ceacuteu furado arriasse e as virgi toda fugisse 12022014

httpwwwyoutubecomwatchv=ReVVuq0SnlY

AI SE SEcircSSEZeacute da Luz ndash Cordel do fogo encantado

>

Ai Se Sesse

Cordel do Fogo Encantado

Cordel do Fogo Encantado track 18

World

12374631

eng -

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 79: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 79

Elementos internos e elementos externos da liacutengua

12022014

bull Extensotildees geograacuteficas bull Fracionamento Dialetal

O linguista deve examinar tais relaccedilotildees liacutengua literaacuteria (produto da cultura) x liacutengua corrente (esfera natural ndash liacutengua falada)

Estaacute associado agrave existecircncia de qualquer liacutengua mas eacute fenocircmeno externo

NAtildeO AFETA O ORGANISMO INTERNO DO IDIOMA

4bull Semelhante agrave constituiccedilatildeo orgacircnica de

uma aacutervore natildeo se altera

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 80: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 80

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Natildeo eacute nunca dispensaacutevel conhecer as circunstacircncias em meio as quais se desenvolveu uma liacutengua (p 31 cap V)

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute internoldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 81: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 81

Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma falada

Liacutengua e escrita SISTEMAS DISTINTOS DE SIacuteGNOSO SEGUNDO EXISTE PARA REPRESENTAR O PRIMEIRODOIS SISTEMAS DE ESCRITA Sistema ideograacutefico sistema foneacutetico

O linguista estaacute obrigado a conhecer o maior nuacutemero possiacutevel delas para tirar por observaccedilatildeo comparaccedilatildeo o que nelas exista de universal

Eacute interno ldquoTUDO QUANTO PROVOCA MUDANCcedilAS DO SISTEMA EM QUALQUER GRAUrdquo

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 82: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 82

Algumas pessoas se opuseram a Saussurebull afirmando que as onomatopeias satildeo motivadas Por exemplo ao falarmos do

tic-tac de um reloacutegio estariacuteamos capturando a semelhanccedila que existe entre o signo tic-tac e o barulho feito pelo reloacutegio bull A defesa de Saussure a essa criacutetica se fundamenta em dois argumentos

bull 1- que as onomatopeias satildeo raras nas liacutenguas bull 2- que sua escolha jaacute eacute arbitraacuteria na medida em que elas apenas se aproximam dos

sons que ouvimos bull 3- a arbitrariedade desses signos tambeacutem se revelaria no fato de que as onomatopeias

se conformam a todo o sistema foneacutetico-fonoloacutegico da liacutengua

bull Isso significa que por mais que tentemos criar signos por imitaccedilatildeo aos sons e ruiacutedos que ouvimos vamos fazer essas imitaccedilotildees valendo-nos do sistema do portuguecircs e natildeo realizando sons que natildeo satildeo proacuteprios dessa liacutengua

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 83: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 83

Arbitrariedade

bull Saussure jaacute fazia uma diferenccedila entre arbitrariedade absoluta e arbitrariedade relativa do signo linguiacutestico bull um signo como vinte eacute totalmente arbitraacuterio ou imotivado bull Mas um signo como dezenove eacute apenas parcialmente arbitraacuterio bull faz lembrar os signos que entram em sua composiccedilatildeo (dez e nove) bull O mesmo acontece com o signo pereira que lembra o signo pecircra e

cujo sufixo remete a outras aacutervores como cerejeira macieira jaqueira etc bull Se compararmos esses nomes de aacutervores a eucalipto ou carvalho

vemos que os primeiros satildeo mais motivados do que os uacuteltimos12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 84: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 84

o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma

bull A motivaccedilatildeo parcial de um signo linguiacutestico se explica por dois princiacutepios bull pela anaacutelise de um signo em signos menores o que evidencia uma relaccedilatildeo

sintagmaacutetica bull pela associaccedilatildeo desses signos a outros signos o que evidencia uma relaccedilatildeo

paradigmaacutetica bull Vejam que em um signo como cerejeira natildeo soacute a divisatildeobull sintagmaacutetica em dois morfemas - cereja- e -eira ndash bull e o sentido dessas unidades eacute facilmente percebido na medida em que elas

participam de relaccedilotildees paradigmaacuteticas bastante claras pecircra se associa a cereja a maccedilatilde a laranja a banana bull e -eira recebe seu valor a partir de sua associaccedilatildeo com outros morfemas como -al

em bananal jaboticabal laranjal etc12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 85: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 85

Arbitrariedade

bull Saussure chega mesmo a afirmar que natildeo existe liacutengua em que nada seja motivadobull As liacutenguas se colocam entre dois polosbull miacutenimo de arbitrariedade ebull maacuteximo de arbitrariedade bull algumas tendendo mais para um poacutelo outras tendendo mais para

outro bull Saussure natildeo estaacute nem de longe pensando na forte iconicidade que

as liacutenguas de sinais apresentam

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 86: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 86

Arbitrariedade

bull Dentro da noccedilatildeo de arbitrariedade que Saussure desenvolve estaacute a noccedilatildeo de convencionalidade bull Caracteriacutestica forte de todas as liacutenguas humanas bull Os signos linguiacutesticos sempre satildeo convencionais mesmo quando satildeo

icocircnicos bull Ser convencional significa que eles natildeo satildeo previsiacuteveis ou seja noacutes

natildeo podemos adivinhar antecipadamente como vai ser em uma liacutengua ou em outra o signo que se refere a uma determinada entidade

12022014

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares
Page 87: Linguística i  saussure

UFMT - Instituto de Linguagem - Cuiabaacute -MT 87

Textos complementares

bull Conversa com Linguistas Virtudes e controveacutersias da Linguiacutestica Rodolfo Ilari pg 97 ndash 112bull A Linguiacutestica Computacionalbull A Semioacuteticabull As novas Tendecircncias da Linguiacutestica uma orientaccedilatildeo agrave linguiacutestica moderna

Bertil Malmberg traduccedilatildeo Francisco da Silva Borba 2 ed bull O formal e o funcional na teoria variacionista Roberto Gomes Camacho

XLIX Seminaacuterio do GEL Mariacutelia de 24 a 26 de maio de 2001bull A linguiacutestica antes d Saussure - bull Proacutelogo Miacutedia preconceito e revoluccedilatildeo Marcos Bagno 2003

12022014

  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 Prof Dra Aacuteguida Ap Gava guidag
  • Linguiacutestica I - Conteuacutedo
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas
  • Linguiacutestica ndash temos dois grandes paradigmas (2)
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu
  • O Curso de Linguiacutestica Geral A liacutengua para Ferdinand de Saussu (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO
  • O pensamento de Saussure SIGNO (2)
  • O pensamento de Saussure SIGNO (3)
  • O pensamento de Saussure LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA
  • LIacuteNGUA E LINGUAGEM
  • A LIacuteNGUA (2)
  • A LIacuteNGUA (3)
  • LINGUAGEM E LIacuteNGUA
  • Dicotomias Saussurianas
  • Dicotomias Saussurianas (2)
  • Dicotomias Saussurianas (3)
  • Liacutengua x Fala (Langue x Parole)
  • LIacuteNGUA E FALA
  • Liacutengua e Fala - exemplo
  • LIacuteNGUA E FALA (2)
  • LIacuteNGUA E FALA (3)
  • LIacuteNGUA E FALA (4)
  • Exemplo
  • Slide 26
  • Slide 27
  • Linguiacutestica I ndash 2ordm sem 2014 ndash aula 2 Prof Dra Aacuteguida Ap Ga
  • Slide 29
  • Resumatildeo 1ordf dicotomia liacutengua e fala
  • 2ordf dicotomia saussuriana SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
  • E o que eacute um signo linguiacutestico
  • E o que eacute um siacutembolo
  • Teoria saussuriana Sistema
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema
  • Significante e significado
  • Significante e significado (2)
  • Significante e significado (3)
  • Slide 39
  • Slide 40
  • Nas duas liacutenguas temos o mesmo esquema (2)
  • Teoria saussuriana Sistema (2)
  • Significante e significado (4)
  • Significante e significado (5)
  • Slide 45
  • Slide 46
  • Slide 47
  • Linguiacutestica - ciecircncia
  • sequecircncia linear
  • sequecircncia linear (2)
  • Slide 51
  • Slide 52
  • 3ordf Dicotomia SINTAGMA E PARADIGMA
  • SINTAGMA
  • SINTAGMA (2)
  • SINTAGMA (3)
  • EIXO SINTAGMAacuteTICO (ou das relaccedilotildees combinatoacuteria)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas)
  • O eixo paradigmaacutetico (eixo vertical - relaccedilotildees associativas) (2)
  • O eixo paradigmaacutetico
  • O eixo paradigmaacutetico (2)
  • arbitrariedade do signo linguiacutestico
  • Slide 63
  • Ultima dicotomia SINCRONIA E DIACRONIA
  • Significado para a liacutengua
  • SINCRONIA E DIACRONIA
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (2)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (3)
  • SINCRONIA E DIACRONIA metaacutefora do jogo de xadrez (4)
  • Ressalva
  • Ressalva (2)
  • Slide 73
  • Responda
  • Slide 75
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (2)
  • Elementos internos e elementos externos da liacutengua (3)
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa
  • Prestiacutegio da escrita causas de seu predomiacutenio sobre a forma fa (2)
  • Algumas pessoas se opuseram a Saussure
  • Arbitrariedade
  • o que isso tem a ver com a dicotomia sintagma e paradigma
  • Arbitrariedade (2)
  • Arbitrariedade (3)
  • Textos complementares