linguagem viva - 25 anos · flauta de papel, testamento de pasárgada e meus poemas preferidos, de...

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Ano XXIV agosto de 2014 300 A 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, organizada pela Câmara Brasileira do Livro, será realizada de 22 a 31 de agosto, no Pavilhão de Exposições Anhembi, em São Paulo. Horário: De segunda a sexta, das 9 às 22 horas, aos sábados e domingos, das 10 às 22 horas. No dia 31 encerrará às 21 horas. Ingresso: O valor para sexta, sábado ou domingo é R$ 14,00 (in- teiro) e R$ 7,00 (meia-entrada); de segunda à quinta, R$ 12,00 (valor inteiro) e R$ 6,00 (valor de meia-en- trada). Pagam meia estudantes e alu- nos do EJA, mediante apresentação de documento. Entrada gratuita para bibliotecá- rios, escritores, profissionais da ca- deia produtiva do livro, grupos de estudantes de escolas particulares e públicas previamente inscritos, crian- ças até 12 anos e adultos maiores de 60 anos. Transporte: Ônibus gratuitos a partir da estação Tietê do metrô (to- dos os dias da semana) e do termi- nal Barra Funda (apenas nos finais de semana). Es tacionam ento: R$ 40,00 (carros e vans) e R$ 30,00 (motos). w w w .bienaldolivrosp.com.br A Amazon.com.br , estande L 698, disponibilizará e-readers Kindle e Kindle Paperw hite com preços es- peciais para os visitantes do evento. O Kindle é o e-readers mais vendido do mercado. A Loja Kindle Brasil disponibiliza mais de 35 mil títulos em português, mais de dois milhões de livros à venda em reais e 2.500 li- vros gratuitos. A plataforma de autopublicação Kindle Direct Publishing (KDP) permite a publica- ção de obras sem custo e garante ganhos de até 70% em royalties. A Fundação Dorina Nowill para Cegos lançará na Bienal do Livro, Rua A 430, o DDReader - Dorina Daisy Reader para Android, aplicativo que permite, às pessoas com parcial ou total ausência de vi- são, a leitura de livros digitais para tablets e smartphones em formato Daisy. O aplicativo, primeiro no Bra- sil para Android, era apenas dispo- nível para desktop. Bienal Internacional do Livro Linguagem Viva estará pre- sente no estande do SinBiesp - Sin- dicato dos Bibliotecários no Estado de São Paulo, Rua O 301. Será ofe- recido como cortesia aos bibliotecá- rios e outros profissionais que visita- rem o estande. O SinBiesp - Sindicato dos Bi- bliotecários no Estado de São Paulo -, com estande na Rua O 301, esta- rá expondo sua livraria especializa- da das mais importantes editoras do setor para os profissionais da infor- mação. O Espaço Scortecci, com estande localizado na Avenida 1 - Rua J da Bienal Internacional do Li- vro, abrigará a Scortecci Editora, a Canon e a REBRA. Maria de Lourdes Alba lança- Chuva na minha Seara, poemas, no dia 23 de agosto, das 17 às 19 horas, no estande da UBE, N 601. A Turma da Mônica, da Mau- ricio de Sousa Produções, lançará 27 publicações por meio de sete editoras nacionais. Flauta de papel, Testamento de Pasárgada e Meus poemas preferidos , de Manuel Bandeira, serão relançados pela Global Edito- ra. A ABEU - Associação Brasileira das Editoras Universitárias -, com um estande coletivo de 300 m², abriga- rá 48 editoras associadas. Fondo de Cultura Econômi- ca, ins tituição editorial do governo mexicano que edita, produz e pro- move obras da cultura ibero-ameri- cana e mundial, estará presente no estande J 381. A Paulinas, estande I 498, que completará em 2015 um século de fundação, mostrará na Bienal seus mais de 2,5 mil títulos. Linguagem Viva - 25 Anos Xavier Selo 25 anos Linguagem Viva completará em setembro 25 anos de circulação mensal ininterupta. Fundado por Rosani Abou Adal e Adriano Nogueira (1928 - 2004) em setembro de 1989. O selo comemorativo aos 25 anos de fundação foi criado por Xavier (www.xavi.com.br) - artista plástico, caricaturista e chargista -, que tam- bém criou o logo e demais selos do jornal. Encartado em A Trib una Piracicabana e distribuído a as sinantes , en- tidades , academ ias de letras , univers idades , bibliotecas , entre outros . Tem versão imprensa e online www.linguagemviva.com.br O jornal recebeu Voto de Jubilo da Câmara Municipal de São Paulo pelo aniversário de 20 anos. Foi agraciado com diplom a de Mérito Cultural e medalha à Rosani do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais - MG. Os editores receberam moção da Câmara dos Vereadores de Piracicaba pelos serviços que vêm prestando à cultura. Em agosto de 1995 recebeu certificado da International Writers and Artists de participação da International Literary Magazine. Em maio de 1997, os editores receberam diploma de Mérito Cultural da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro pelos serviços presta- dos à Literatura. No dia 15 de julho do mês passado os editores foram homenageados pelo Sarau Literário Piracicabano. O evento comemorativo aos 25 anos de fundação do jornal será rea- lizado no dia 29 de setembro, segunda-feira, das 19h30 às 22 horas, no auditório Wladimir Herzog do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, Rua Rego Freitas, 530 - sobreloja, em São Paulo. Asolenidade contará com o apoio do Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo, da Associação Brasileira de Im prensa, do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo, do Sindicato dos Bibliotecários no Estado de São Paulo e da Vinícola Aurora.

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Ano XXIV agosto de 2014 Nº 300

A 23ª Bienal Internacional doLivr o de São Paulo, organizadapela Câmara Brasileira do Livro, serárealizada de 22 a 31 de agosto, noPavilhão de Exposições Anhembi, emSão Paulo.

Horário: De segunda a sexta,das 9 às 22 horas, aos sábados edomingos, das 10 às 22 horas. Nodia 31 encerrará às 21 horas.

Ingresso: O valor para sexta,sábado ou domingo é R$ 14,00 (in-teiro) e R$ 7,00 (meia-entrada); desegunda à quinta, R$ 12,00 (valorinteiro) e R$ 6,00 (valor de meia-en-trada). Pagam meia estudantes e alu-nos do EJA, mediante apresentaçãode documento.

Entrada gratuita para bibliotecá-rios, escritores, profissionais da ca-deia produtiva do livro, grupos deestudantes de escolas particulares epúblicas previamente inscritos, crian-ças até 12 anos e adultos maioresde 60 anos.

Transporte: Ônibus gratuitos apartir da estação Tietê do metrô (to-dos os dias da semana) e do termi-nal Barra Funda (apenas nos f inaisde semana).

Es tacionam ento: R$ 40,00(carros e vans) e R$ 30,00 (motos).w ww.bienaldolivrosp.com.br

A Amazon.com.br, estande L698, disponibilizará e-readers Kindlee Kindle Paperw hite com preços es-peciais para os visitantes do evento.O Kindle é o e-readers mais vendidodo mercado. A Loja Kindle Bras ildisponibiliza mais de 35 mil títulos emportuguês, mais de dois milhões delivros à venda em reais e 2.500 li-v ros gratuitos .  A plataf orma deautopublicação Kindle Direc tPublishing (KDP) permite a publica-ção de obras sem custo e garanteganhos de até 70% em royalties.

A Fundação Dorina Nowillpara Cegos lançará na Bienal doLiv ro, Rua A 430, o DDReader -Dorina Daisy Reader para Android,aplicativo que permite, às pessoascom parcial ou total ausência de vi-são, a leitura de livros digitais paratablets e smartphones em formatoDaisy. O aplicativo, primeiro no Bra-sil para Android, era apenas dispo-nível para desktop.

Bienal Internacional do Livro

Linguagem Viva estará pre-sente no estande do SinBiesp - Sin-dicato dos Bibliotecários no Estadode São Paulo, Rua O 301. Será ofe-recido como cortesia aos bibliotecá-rios e outros prof issionais que visita-rem o estande.

O SinBiesp - Sindicato dos Bi-bliotecários no Estado de São Paulo-, com estande na Rua O 301, esta-rá expondo sua livraria especializa-da das mais importantes editoras dosetor para os profissionais da infor-mação.

O Es paço Scor tecci, comestande localizado na Avenida 1 -Rua J da Bienal Internacional do Li-vro, abrigará a Scortecci Editora, aCanon e a REBRA.

Maria de Lourdes Alba lança-rá Chuva na minha Seara, poemas,no dia 23 de agosto, das 17 às 19horas, no estande da UBE, N 601.

A Turma da Mônica, da Mau-ricio de Sousa Produções, lançará27 publicações por meio de seteeditoras nacionais.

Flauta de papel, Testamentode Pasárgada e Meus poemaspre feridos, de Manuel Bandeira,serão relançados pela Global Edito-ra.

A ABEU - Associação Brasileiradas Editoras Universitárias -, com umestande coletivo de 300 m², abriga-rá 48 editoras associadas.

Fondo de Cultura Econômi-ca, ins tituição editorial do governomexicano que edita, produz e pro-move obras da cultura ibero-ameri-cana e mundial, estará presente noestande J 381.

A Paulinas, estande I 498, quecompletará em 2015 um século defundação, mostrará na Bienal seusmais de 2,5 mil títulos.

Linguagem Viva - 25 Anos

Xavier

Selo 25 anos

Linguagem Viva completará em setembro 25 anos de circulaçãomensal ininterupta.

Fundado por Rosani Abou Adal e Adriano Nogueira (1928 - 2004) emsetembro de 1989.

O selo com emorativo aos 25 anos de fundação foi criado por Xavier(www.xavi.com.br) - artis ta plástico, caricaturis ta e chargis ta -, que tam-bém criou o logo e demais selos do jornal.

Encartado em A Trib una Piracicabana e distribuído a assinantes , en-tidades , academ ias de letras , univers idades , bibliotecas , entre outros .

Tem versão imprensa e online www.linguagemviva.com.brO jornal recebeu Voto de Jubilo da Câm ara Municipal de São Paulo

pelo aniversário de 20 anos. Foi agraciado com diplom a de Mérito Culturale medalha à Rosani do Instituto Bras ileiro de Culturas Internacionais - MG.

Os editores receberam moção da Câmara dos Vereadores dePiracicaba pelos serviços que vêm pres tando à cultura.

Em agosto de 1995 recebeu certificado da International Writers andArtis ts de participação da International Literary Magazine.

Em maio de 1997, os editores receberam diplom a de Mérito Culturalda União Bras ileira de Escritores do Rio de Janeiro pelos serviços pres ta-dos à Literatura. No dia 15 de julho do mês passado os editores foramhomenageados pelo Sarau Literário Piracicabano.

O evento com em orativo aos 25 anos de fundação do jornal será rea-lizado no dia 29 de setembro, segunda-feira, das 19h30 às 22 horas, noauditório Wladimir Herzog do Sindicato dos Jornalistas Profiss ionais doEstado de São Paulo, Rua Rego Freitas , 530 - sobreloja, em São Paulo.

A solenidade contará com o apoio do Sindicato dos Jornalistas noEs tado de São Paulo, da As sociação Brasileira de Im prensa, do Sindicatodos Escritores no Estado de São Paulo, do Sindicato dos Bibliotecários noEstado de São Paulo e da Vinícola Aurora.

Página 2 - agosto de 2014

Profa. Sonia Adal da Costa

Revisão - Aulas Particulares - Digitação

Tel.: (11) 2796-5716 - [email protected]

Leda Coletti, Madalena Tricânico, Ruth Assunção, Rosani Abou Adal,Wilma Gorgulho, Lidia Sendin, Carmen Pilotto, Iv ana Negri, Raquel

Delv aje, Aracy Ferrari, Esio Antonio Pezzato e João Baptista Athayde

O Clip - Centro Literário de Piracicaba prestou homenagem a AdrianoNogueira na reunião do dia 26 de julho, que foi realizada na BibliotecaMunicipal de Piracicaba.

Membros do Clip realizaram leituras de textos e poem as do home-nageado.

És io Pesato, Ivana França de Negri, João Negreiros Athayde e RosaniAbou Adal falaram sobre a vida e obra do hom enageado.

Homenagens a Rosani e Adriano em Piracicaba

di vulgação

Adriano Nogueira (1928 - 2004)e Ros ani Abou Adal, editores do Lin-guagem Viva, foram hom enageadospelo Sarau Literá rio Piracicabano, nodia 15 de julho, no Museu His tóricoPedagógico Prudente de Moraes,Rua Santo Antônio, 641, Centro dePiracicaba.

O Sarau é coordenado por AnaMarly de Oliveira Jacobino, que tam -bém apresentou o evento.

Evaldo Vicente, proprietário deA Trib una Piracicabana, fa lou s obreo hom enageado e sobre o jornal Lin-guagem Viva.

Rosani fez a leitura de poemasde sua autoria e de Adriano Noguei-ra .

Eduardo Nogueira, irmão deAdriano, e sua esposa Célia, repre-sentaram a família Nogueira.

Programação

O evento contou com as parti-cipações dos poetas e escritoresLeda Coletti, Luzia Stocco, Ana Lú-cia Patern ian i, Cam ilo IrineuQuartarollo, Angela Reyes Ram irez,entre outros convidados .

Apresentações

Grupo Caleidoscópio: CarlosRoberto Furlan (violão e voz) e SuziFurlan (voz e timba); Ana Paterniani(flauta e voz), China (percussão).

Musical de Receita Caseira:maestro Osvaldo Nogueira, MuriloBeltrame, Eloísa Moraes, MirnaAdam oli de Barros, Ariadne Teixeira,Angela Bonnatuppy e MarciaBeltram e.

Dança do ventre com JosianyLongatto.

Contação de his tór ia porCarm elina Toledo Piza.

Rosani Abou Adal encerroucom a apresentação performáticado poema Fertilidade, que foi tra-duzido para o francês por GenésioCândido Pereira Filho.

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di vulgação

Ev aldo Vicente Ana Marly de Oliv eira Jacobino

Célia e Eduardo Nogueira

Rosani Abou Adal

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Página 3 - agosto de 2014

“Os rios de hoje passam pelos labirintosda razão antes de desaguar nos oceanos.”

(Rodolfo Konder, Amazônia revisitada)

Na conjugação entre a audácia, a força e acombatividade do jornalista e a linguagem figu-rativa das sutilezas e entrelinhas plenas deliterariedade que se esculpe o perf il de um pen-samento e do extraordinário legado de RodolfoKonder (1938-2014), também prof essor, tradu-tor e conferencista que, por mais de cinco déca-das, nos inspirou e nos iluminou a todos, seusleitores e amigos, com seus elevados critérioséticos e estéticos.

V islumbramos em todas as tr ilhas deKonder f ios tecidos de enredo vibrátil/vibrante,rico, intenso e polifônico. Com obra literária re-conhecida pela crítica, importantes prêmios e acarreira jornalística consolidada, que acabou porse tornar uma referência em nosso país, RodolfoKonder jamais abandonou o ativismo político, adefesa intransigente da liberdade, dos direitoshumanos e de todos valores que compõem ademocracia e a sociedade plural e polifônica denossa era.

No híbridismo muito bem f er tilizado pelavasta cultura e diversif icada experiência profis-sional (cinco décadas de jornalismo exercido comética e coragem em vários veículos da impren-sa escrita, falada, no videojornalismo, no Brasile também no Canadá), Rodolfo Konder desen-volveu trajetória inigualável no cenário cultural.Trinta e três livros publicados, entre os quaisAnistia Internacional: uma Porta para o Futuro,Orio da nossa loucura,As Portas do Tempo, Pala-vras Aladas, Hóspede da Solidão (Prêmio Jabutide 2001), Labirintos de Pedra, Rastros na Neve,Sombras no Espelho, Cassados e Caçados, AsAreias de Ontem, Luz e Sombra, Política e Jor-nalismo, Espel hos Turvos – em mais de trintaanos de produção literária – revelam a habilida-de narrativa de um mestre. Contista e cronista,regente soberano da narrativa breve, teceu, emseus livros, um panorama que pode ser lidocomo um imensoum mosaico (trans)metafór icode memórias re/c riadas e entretecidas em fei-xes polif ônicos – fatos reais, pensamentos,ideias, personagens.

A força narrativa de Konder se insere na lin-guagem composta por altas doses f igurativas e,embora seus textos estejam predominantemen-te centrados no relato e na análise de fatos qua-se sempre verídicos, pessoais ou históricos, ins-tauram processos autorreflex ivos, em especialsobre ética, dignidade e tolerânc ia, temas de

RODOLFO KONDER, LUZ, TEMPO E MEMÓRIABeatriz H. Ramos Amaral inconteste per tinência e de

extrema relevância para todopensador de nosso tempo,e, concomitantemente, co-move o leitor, atraindo-o paraa teia densa de ironias ,hipérboles , sutilmente de-senvolvidas, que explodemno jogo estético e estilísticoinconfundível. Caracteriza-se, deste modo sua trajetó-ria de pensador/criador, umtraço que se alterna entre opoético, o político e o profé-tico.

A pergunta que repro-duz tantas vezes é a nossaatualíss ima indagação detodos os dias: por que abarbárie ainda tem presença em nosso tempo epor que não se consegue erradicá-la?Esta inda-gação de natureza schilleriana, recorrente no pen-samento do autor, convive com os recortes pes-soais, de cunho lírico, com que vai conduzindo otecido narrativo e dando voz às perplex idadescom que se defronta sua ótica sensível. Seu textotambém se enriquece das frequentes camadasde non sense, as quais dialogam muito bem comas revisitas às reminiscências históricas, os tonsextraídos do realismo mágico e as constantesreferências a Jorge Luiz Borges, uma de suasmaiores fontes de inspiração literária.

No rico e pr ivilegiado tear da memór ia,Rodolfo Konder alimenta o f luxo do rio-palavra,constituindo a singularidade e a própria identida-de do narrador.Em diálogo e contraponto, escul-pem-se os recortes de caleidoscópicas paisa-gens do líder sindical (anos sessenta), jornalis-ta, um dos criadores da Anistia Internacional noBrasil (da qual foi presidente e vice-presidente,por dez anos), Diretor da Representação da ABI(A ssociação Brasileira de Imprensa) em SãoPaulo, Conselheiro da Fundação Padre Anchieta,Editor -Chefe e apresentador do Jornal da TVCultura, Secretário Municipal de Cultural de SãoPaulo, Membro do Conselho Municipal de Edu-cação, sempre orientando-se em direção à vozda pluralidade, da multiplicidade de tendênciasestéticas, idiomas e estilos.

No vibrante plâncton da concretude, RodolfoKonder foi o primeiro brasileiro a denunciar ocaso Herzog, em 1975, lançando luzes clarassobre um lodo de trevas e arbitrariedades quecobria o Brasil, naquela triste década, inserindosua coragem e seus princípios éticos numa açãobem calibrada e incessante em prol da demo-cracia e da liberdade. Com a audácia de suaconduta, teve papel fundamental no processo deredemocratização do país.Suas ações éticas e

combativas lhe custaram caro. Custaram- lhe aliberdade e dois longos exílios, vividos no Méxicoe no Uruguai (1964-1965) e nos Estados Unidose no Canadá (1976-1978).

Mas o tempo consolidou a trajetória do es-critor-jornalista, que jamais cessou as crít icasàs injustiças cometidas pelas oligarquias. Com-bateu a tirania e os tiranos, as ditaduras e osditadores, dando-lhes, em seus primorosos tex-tos, a dimensão de bestialidade que realmentetem. E refinou o pincel estético com que cons-truiu narrativas breves inesquecíveis,como “AInvasão”, “A cidade de gelo”, O tigre que medita-va” , entre centenas de outras. As qualidadesestilísticas de seu texto, entre as quais se so-bressaem a poeticidade da linguagem e o ritmopreciso, são aliadas da essência de sua obra: areflexão crítica humanista, o pensamento a ser-viço da possível reconstrução da his tória, emdireção às portas do futuro.

Konder sempre soube e sempre repetiu quetodo maniqueísmo é es treito, noc ivo, limitado.Sempre navegou na ins tabilidade das marés,remando para a frente, no rio-palavra, no r io-memória, na expansão do rio-vida. Sempre ilu-minou seus leitores, alunos, admiradores e sualegião de amigos, lembrando que

“Durante o que resta da noite, uma vezmais, todos serão um só: homens, animais, pe-dras – e a montanha, da qual receberão a me-mória irrevogável de todos os dias já transcorri-dos e a lucidez bravia de quem constrói a liber-dade. De manhã, às margens do Apurimac, jun-to às suas águas arrojadas, os combatentes di-rão: somos es te r io.” (“A seita – uma fábulaandina).

Beatriz H. Ramos Amaral é poeta, Mestreem Literatura, autora de Planagem, Alqui-

mia dos Círculos e Luas de Júpiter .

Rosani Abou Adal

Rodolfo Konder

Página 4 - agosto de 2014

Ao entrarm os emcontacto com osobjetos que amemória de Elizabeth

Gontijo evoca, reconduzindo amagia rural à dicção urbana, emCorpo à vela (Rio de Janeiro: 7Letras, 2014), fonte da riquezavocabular da poeta, nos damosconta da temática que sustenta aprodução lírica. É forte o pais agis modos poemas. Descrevem estes osmomentos íntimos do espírito embusca do consolo oculto nas form asvisíveis e na harmonia das palavras.

Regem-nos as cores, as luzes,tudo enfim envolvido de sinaisnostálgicos. A poeta também sem ostra um a aquarelista. Outrora sefaziam crom os para esse efeito, ouseja, para elaborar poes ia descritivade uma cena ou paisagem , plantas,flores .

O texto vem a ser um tecidofino, traçado por uma sensibilidadeque transcende o aparato vocabular.

Elizabeth Gontijo res gata a artepoética dedicada à expressãosingela, pejada da eloquência dopassado de tudo aquilo que seperdeu, mas que, entretanto, ficouapris ionado ao poder dam anifes tação verbal.

O meio-tom é da elegia. Oprazer da leitura advém da arteinerente ao canto das palavras, àssugestões que em anam do culto dapassagem do tem po ou da retençãodos traços que compõem a belezae ambição de ousar a eternidade.

São belas as lembranças daavó (p .15), da m ãe (p.16), damaturidade (p.29).

É comum, entre os melhorespoetas, o verso final, quem sabe achave de ouro, fecho independentea des afiar o contexto dacomposição. O grito do coraçãoferido, da mente incons olada. “Portoqualquer” é assim (p.74); “CantoCalado” também (p.78).

Bens Naturais sob a tutelade Elizabeth Gontijo

Fábio Lucas

A obra se apresenta ilustrada,o que regala o leitor com o prazeradicional do requinte plástico. Aleitura se torna igualmente umculto. O culto da beleza estéticaformada de espaços e tempos.

Corpo à vela ingressa nasLetras sob o pálio da melhorcompanhia: Guimarães Rosa,Jacques Prévert. A m etalinguagemacode para consolidar conceitosque enaltecem a Poesia (“Solo”, porexemplo, à p. 29). Temos umacoleção de reminiscências de umacriança ou de uma adolescente demente enérgica. Incontáveis são ospoemas confessionais (exemplo:“O s ol o s al”, p. 51) e “Intervalo” (p.54). Sombras, mis térios e facetasdo medo ocorrem nos poemas decunho intimista. Se me coubessesugestão, à p. 63 trocaria “umcampo/ pleno de flor” por “umcampo/ pleno de flores .” E à p. 83o verbo “ancora” viraria “alça”. Maisum a vez, Elizabeth Gontijo dignificaa expressão lírica.

Fábio Lucas é escritor, críticoliterário e membro da AcademiaPaulista de Letras e da Acade-

mia Mineira de Letras.

A ÁRVORE DESERTA

Ia sempre lá e f icava sentado junto ao tronco da árvore, deserta nodescampado, cercada de capim rasteiro. Árvores de s itiantescercavam-na. Longe, muito longe. Admirava-se de ninguém

aparecer no belo descampado. Vez ou outra alguém ou algum animalsurgia e desaparecia.

Naquela manhã, girando em torno da árvore, num exerc ício banal,ela apareceu. Nova como ele, bonita, sorridente. Não lhe perguntou o nome.Conversaram, sorr iram, cor reram em torno da árvore. Sentaram-secansados. Fizeram amizade e voltaram a se encontrar continuadamente.Giravam em torno da árvore, abraçavam-se, rolavam nas folhas secas eiam além dos beijos.

Abraçavam-se e giravam tanto no chão que, um dia, um espinho feriuo olho dela. Fisgada rápida. Ela gritou, levantou-se estonteada, ar de choro,e se foi cor rendo, mão tapando o olho. Chamou-a, chamou-a, e elacontinuou correndo e desapareceu nas árvores distantes.

Procurou-a por onde pôde. Voltou à arvore diariamente. Nada. Nãose conformava:

- Onde ela se meteu?Saudade enorme. Lágrimas vinham aos olhos. Ia então perdendo o

interesse de retornar à árvore solitária.O tempo passou e trouxe a expansão da cidade, levando consigo a

árvore deserta e as dis tantes, que a cercavam.Não lhe fugia da memória o ponto exato da árvore deserta: um poste

de iluminação pública e gente e carros circulando nos dois sentidos.E na manhã enevoada retornou, mais uma vez, para junto ao poste.Uma mulher, bem agasalhada, tampo escuro cobr indo o olho

esquerdo, parou junto dele, segredou baixinho:- Voltei.A surpresa foi tanta que ele se viu entre folhas caídas, sob a árvore

deserta, e rolarem no chão, aos beijos continuados.

Caio Porfírio Carneiro

Caio Porfírio Carneiro é escritor, contista, historiador e membro doInstituto Histórico e Geográfico de São Paulo.

di vulgação

Elizabeth Gontijo

Página 5 - agosto de 2014

Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETA

Trovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVAS

Haicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOL

Débora Novaes de Castro

Opções de compra: Livraria virtual TodaCultura: www.todacultura.com.brvia telefax: (11)5031-5463 - E-mail:[email protected] - Correio:

Rua Ática, 119 - ap. 122 - São Paulo - SP - Cep 04634-040.

Poemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMENTOS- CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO –

COLETÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA - MARES AFORA...

Antologias:

Haicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES -CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROS

Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...

Trovas: DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO

Antes quase ausentes,representadas por rarasexceções, as mulheres

assumiram destacada presença naliteratura brasileira a partir dos anos30 do século passado, em númeroque cresce a cada dia. Foi a partirdaquela década que vozes como ade Rachel de Queiroz , A dalgisaNery, Ondina Ferreira, Lúc iaBenedetti, Dinah Silveira Queiroz ,Ligia Fagundes Teles e tantas maispassaram a ser ouv idas erespeitadas pela publicação deobras marcantes . Integram essageração escritoras que alcançaramsucesso quando de seuaparecimento, mas que entretantopouco mais produziram. É o casodas cariocas Lia Correa Dutra(1908- 1989) e Leda Mar iaAlbuquerque (1919), vencedorasdo concurso de contos promovidopela Livraria José Olympio Editoraem 1941 e julgadas por umacomissão respeitável integrada porRachel de Queiroz , Almir Andrade,Aníbal Machado, Peregrino Júnior,José Lins do Rego e Herman Lima.

O primeiro lugar do certamecoube a Lia Cor rea Dutra, com“Nav io sem porto”, caracterizadopor prosa segura e enredos ondea imaginação transf igura arealidade, que em nadademons tram se tratar de umaestreante no gênero. Antes a novaf iccionista já conquistara prêmio daAcademia Brasileira de Letras como volume de versos “Sombra e Luz”,publicado em 1930. Ao analisar acoletânea vencedora, WilsonMartins apontou a f alta dehomogeneidade entre as diversasnarrativas, sem prejuízo porem dasqualidades indiv iduais de cada

PREMIADAS E ESQUECIDASRui Ribeiro

Leda Maria de Albuquerque Noronha

Rui Ribeiro é escritor, advogadoe autor de Notas de Realejo -

estudos sobre literatura e MPB,entre outros livros.

uma. No entender do c rí t ico, hápáginas que revelam influênc ia deMachado de Assis, como em “A f inadadona Aninha” e “O negro”, diferentesdas demais , onde predominapersonalidade estilística própria, comdestaque para “O trem” e “Banho derio”.

A autora retorna à f icção em 1969alcançando o terceiro lugar no PrêmioNacional Walmap com “Memóriasde um saudosista “ , no qual confirmaseu talento criativo. Mescla de históriae fantasia, o romance é produto delonga maturação, tendo como núcleoinspirador o conto “A finada donaAninha” já mencionado. A trama sepassa num casarão no bair ro deBotafogo, onde a escritora nasceu ev iveu a inf ânc ia. De permeio, oambiente do Rio de Janeiro dos anos20 do século passado e de suaevolução nas décadas seguintes, comremissão a cenas dos temposimper iais. Personagem pr inc ipal, oindeciso menino Bernardo vive dramacomovente entre personagensfemininas: a jovem mãe viúva, a tiaindependente, a avó autoritária e aempregada doméstica s implória. Emcenário maior, a cidade carioca longeda verticalização, ostentando aindacasarões com jardins e amplosquintais guarnec idos com árvoresfrutíferas. Constam ainda do legadode Lia Cor rea Dutra o ensaio “Oromance bras ileiro e José Lins doRego” (1938), “His toria de umpracinha” (1947) e os livros de poesia“Fim de festa” (s/d) e “Em compassode espera” (1977).

Se obteve menção honrosa noconcurso da Livraria José OlympioEditora, “A semana de miss Smith”, deLeda Maria Albuquerque ,conquistouo Prêmio Afonso Ar inos, da AcademiaBrasileira de Letras em 1944, um anoapós sua publicação. Escritos por

uma jovem de 22 anos, em estilof luente e elegante, os sete contosenfeixados na coletânea revelampersonalidade e desenvoltura daprincipiante tanto nas tramas bemurdidas como na estruturação dasfiguras que nela se mov imentam.Nota-se no desenrolar das narrativasa criadora condoída com a sorte dascriaturas, penetrando no cerne desuas emoções. A s personagensigualmente externam sentimentos depiedade, como os da bailarina Wandaem “Maria cachaça” . Na história quedá nome ao livro a infeliz Miss Smithampara-se em seus fortes princípiospresbiterianos para sofrear revoltasante reveses sofridos. Ao mesmotempo procura ajudar os alunos, aosquais ministra aulas particulares deinglês , na solução de problemaspessoais que os af ligem.

Em 1944 a escr itora reafirmasua vocação com “Zumbi dosPalmares” , obra talvez pioneirasobre tema que, até hoje, teminspirado numerosas produções noscampos da historiografia, músicapopular, artes plás ticas, literatura eem manif estaçõesafrodescendentes. A luta do líderheroico pela liber tação de seu povoé desc rita de forma romanceada,inc lusive pela substituição da f alatruncada dos escravos incultos porlinguagem de pessoas civilizadas.Valor izado pelas ilus trações deNoêmia Mourão Moacyr e capa deSanta Rosa, o liv ro mereceuexaus tiva aná lise por par te daProf essora Karla Crist ina EitererSantana no trabalho exposto, em2012, no VI Simpós io de Literatura,Crít ica e Cultura, patrocinado pelaUniversidade Federal de Juiz de Fora. Lançaria ainda, na área do teatro,as peças “Júlio Dez”, com Maria LuizaCastelo Branco, e “Princesa Isabel”,

com Elza Pinho Osborne, além dear tigos estampados nas extintasrevistas “A Cigarra” e “O Cruzeiro”.A partir daí, as c iênc ias jurídicassobrepujariam a ar te literária dandolugar à advogada e à militantepolítica ao lado do marido, Dr. OscarNoronha Filho, que conhecera emCambuquira durante uma temporadapara tratamento hidroterápico damãe.

Lúcida e ativa aos 94 anos, aDra Leda Mar ia de A lbuquerqueNoronha v ive no Rio de Janeiro,onde ainda mantém escr itório deadvocacia. Recorda-se dos temposna faculdade , onde f oi colega deClarice Lispector, que na ocasiãopublicava “Per to do coraçãoselvagem” , seu primeiro livro.Partindo da mesma encruzilhada, asduas es tudantes tomaram rumosdiferentes, que os anos conf irmariamirreversíveis. Uma preteriu o direitopela literatura, outra deixou aliteratura pelo direito.

di vulgação

Página 6 - agosto de 2014

Indicador Profissional

I

Do fundo do sepulcro os ossos falam ,Com seu s ilêncio de osso, eles falam ,O verbo é a im agem das suas tibiezas :Eis o pó a que tudo se resume,O pó, a essência última das coisas ,A subs tância alquímica dos deuses,O segredo vis ível m as não vis to.E falam m ais da vida que da morte:Eis os ossos de reis e de rainhas ,Os ossos de grão-duques e de servos ,Os ossos dos primeiros e dos últimos...São ossos iguais a ossos, ossos sãoNão mais que ossos-irmãos: foram cozidosDe um mesmo barro e pelas mesmas mãos.

II

A eloqüência dos ossos, s ilenciosa,Traz muito m ais verdades que provérbiosE salmos. Sábia é a voz dos ossos mudos.O verbo é a im agem das suas tibiezas ,E a imagem pronuncia o branco ósseo.Com seu s ilêncio de osso, eles falam ,E contam -nos segredos em parábolas:“Quando ossos fecundam outros ossos,Quando ossos enterram outros ossos,E não vêem o seu sangue em outros ossos ,Quando ossos comem carne e deixam ossosA outros ossos. Quando ossos matam ossos...É tem po de cegar a carne, e ouvirO s ilêncio dos vossos próprios ossos.”

(DO LIVRO A CRUZ E A FORCA)

Os OssosDaniel Mazza

Daniel Mazza é poeta, médico e escritor, Doutorando pelaUniversidade de São Paulo. É autor de Fim de Tarde (Ribeirão

Preto: Editora Funpec, 2004) e A Cruz e a Forca (2007).

07cachoeirasverdesmata moinhod’águasaudade!

08Brasil-Sulcachoeirasnaturezavéusdenoiva!

09buquêsdemanacásnaturezaesplêndidaSerra do Mar!

10pescadelambarisanzóisdainfância

ALDRAVIAS IIIDébora Novaes de Castro

In: O LIVRO II DAS ALDRAVIAS, pp.100, 101, Aldrava Letras e Artes,Mariana - MG – 2013.

Débora Nov aes de Castro émembro da Academia Cristã deLetras, da Academia Paulista

Ev angélica de Le tras e Mestre emComunicação e Semiótica:

Intersemiose na Literatura e nasArtes - Dissertação: O HAICAI NO

BRASIL: Comunicação& Cultura , Puc-SP.

Ao tempo a posse me levaEmpoça teu corpo eleva

Destino que trazes de longeDestino que me tem ao longe

Na caminhada se passaO verbo passa presente

A rasteira se faz no momento

Destino que me pegaDestino que peças me prega

Destino vem me levar

A vida é um espetáculode curta duração.Repentinamentefecham-se as cortinas,apagam-se as luzes da ribaltae o silêncio patéticoinstala-se no palcopara espanto da platéia.

DESTINOMaria de Lourdes Alba

Maria de Lourdes Alba éescritora, jornalista, poeta,contista e pós-graduada em

Jornalismo.

A VIDARaymundo Farias de Oliveira

Raymundo Farias de Oliveira éescritor, poeta, advogado e

Procurador do Estadoaposentado.

Página 7 - agosto de 2014

LivrosNicolau Sevce nk o ,

escr itor, historiador, Doutorem História da cultura pelaFFLCH-USP com pós-douto-rado em histór ia da culturana Universidade de Londres,faleceu no dia 13 agosto,aos 62 anos, v ít ima deinfarto, em sua residência nobairro Belenzinho, em SãoPaulo. Nasceu em 1952 emSão Vicente. Filho de imi-grantes ucranianos foi casa-do com a editora Crist inaCarletti. Lecionou na PUC deSão Paulo, Unicamp e USP efoi professor titular da Universidadede Harvard, nos Estados Unidos. Eramembro honorár io do Instituto deEstudos Latino-americanos da Uni-versidade de Londres. Tradutor deLew is Carrol para o português e au-tor de A corrida para o século XXI,Orfeu extático na metrópole, Litera-tura como missão e A revolta da va-cina.

Guido Fidelis, escritor, jorna-lista, cronista e advogado, faleceuno dia 16 de agosto, aos 75 anos,no Hospital Samaritano, em São Pau-lo, vítima de uma série de complica-ções após uma cirurgia para corre-ção de uma fratura na coluna. Nas-ceu em Altinópolis, em 25 de feve-reiro de 1939, e radicado desde ainfância em Santo André. Autor demais de 30 livros, entre f icção, pen-samentos e obras técnicas. Partici-pou de antologias importantes comoHistórias sobre Ética e coleção ParaGostar de Ler. Trabalhou na sucur-sal do jornal Última Hora, em SantoAndré e assinou crônicas semanaisno Diário do Grande ABC. Casadohá 50 anos com a jornalista, escrito-ra e advogada Virginia Pezzolo. Dei-xa a f ilha Lara Pezzolo Fidelis, escri-tora e jornalista, e os netos gêmeosVictor e Maria Eugênia. Um livro iné-dito de pensamentos e pequenoscontos será editado pela f ilha e RGEditores.

Rubem Alves , educador, teó-logo, psicanalista e escritor brasilei-ro, faleceu em 9 de julho, em Cam-pinas (SP), vítima de falência múlti-pla do órgãos, aos 80 anos. Nasceuem 15 de setembro de 1933, em BoaEsperança, Campinas, em São Pau-lo. É autor de livros religiosos, edu-cacionais , existenciais e infantis. Foiprofessor da Universidade Estadualde Campinas e um dos fundadoresda Teologia da Libertação.

João Ubaldo Osório PimentelRibeiro faleceu em 18 de julho, noRio de Janeiro, em decorrência deuma embolia pulmonar. Nasceu em 23de janeiro de 1941, em Itaparica (RJ).Escr itor, advogado, jornalista,roteirista e professor foi laureado como Prêmio Camões, em 2008.

Membro da Academia Brasileirade Letras e autor dos romances Sar-gento Getúlio, O Sorriso do Lagarto,A Casa dos Budas Ditosos e Viva oPovo Brasileiro, obra que foi desta-cada como samba-enredo pela esco-la de samba Impér io da Tijuca, noCarnaval de 1987.

Ariano (V ilar) Suassuna faleceuaos 87 anos, no dia 23 de julho, emRecife (PE), vítima de parada cardía-ca. O advogado, escritor, romancis-ta, ensaísta, poeta, dramaturgo eautor de Auto da Compadecida nas-ceu em João Pessoa, em 16 de junhode 1927.

O idealizador do Mov imentoArmorial exerceu os cargos de secre-tário da Cultura de Pernambuco (1994- 1998) e de Assessoria do governa-dor Eduardo Campos até abril de2014. Autor de O Romance d’A Pedrado Reino e o Príncipe do Sangue doVai-e-Volta, entre outras obras.

Foi membro da AcademiaParaibana de Letras e da AcademiaPernambucana de Letras . DoutorHonoris Causa pela Univers idadeFederal do Rio Grande do Norte(2000), Universidade Federal daParaíba (Resolução Nº 10/2001) -tendo recebido a honraria no dia 29de junho de 2002 -, Universidade Fe-deral Rural de Pernambuco (2005),Universidade de Passo Fundo (2005)e Univers idade Federal do Ceará(2006), tendo recebido a honraria em10 de junho de 2010 às vésperas decompletar 83 anos.

Efemérides Literárias

Nicolau Sevcenkodi vulg

ação

Una Casa bien abierta - Uma Casabem aberta, de Car los Alber to PessoaRosa, Pequeno Editor, 32 páginas, BuenosAires, A rgentina. As ilustrações são deClaudia Legnazzi.

O auotr é escritor, poeta, médico e edi-tor do Meio Tom w w w.meiotom.art.br. Au-tor de Mistérios Invisíveis que não brotamigual ao seio, literatura infanto-juvenil, agra-ciado com Menção Honrosa pelo PrêmioMario Quintana, em 2005.

Uma criança está sozinha na praia, um dia chuvoso. Brincar, pensarna palavra "casa", escreve na areia, mastiga em sua imaginação. Por ummomento o sonho de uma casa é tão grande quanto à família mundial. Emseguida voltar para o jogo. Uma história em que a simplicidade das pala-vras e a força da ilustração emociona e gera empatia. Faz trazer as crian-ças para a vida de outras crianças.

Pequeno Editor: http://w w w.pequenoeditor.com

Entre Desertos, poemas de Lina Tâmega Pei-xoto, Ibis Libris, Rio de Janeiro, 100 páginas.

A autora é professora, poeta, crítica de literatu-ra, fundadora da revista literária Meia-Pataca, mem-bro-fundador da Associação Nacional de Escritores- ANE e membro da Academia de Letras do Brasil edo Pen-Clube do Brasil.

Segundo Affonso Romano de Sant’Anna, “Deu-me muito prazer a leitura de seus poemas . Rara-mente encontramos poesia na poesia que nos man-dam, você sabe disto, porque é do ramo. Fui lendo epensando por essa mulher não é mais divulgada? Aelegância, a singularidade, a maestria, tudo está ali.”

Ibis Libris: w w w.ibislibris.net

Silêncios (ensaios brevíssimos para odes míni-mas ), poemas de New man Ribeiro Simões, Ediçãodo A utor, Piracicaba, SP, 127 páginas ilustradas. Acapa é de Juliana Mesquita.

O autor é poeta, escritor, professor e Mestre emestatística pela Universidade de São Paulo.

Segundo Cimara Pereira Prada, “Como sempre,em sua escrita, New man Simões revela-se criteriosoe elegante, usando os recursos sonoros e as metáfo-ras de modo intenso e comedido, em poemas rápi-dos e densos.

Newman Simões: new [email protected]

Página 8 - agosto de 2014

Prof. Sonia

Notícias

Nelly Novaes Coelho, esc ri-tora, crítica literária, doutora em Le-tras (USP, 1967), liv re docência(USP, 1977), professora-adjunta(USP, 1981) e professora titular deLiteratura Portuguesa (USP, 1985)e colaboradora do jornal LinguagemViva, com a obra Escritores Brasi-lei ros do Século XX – Um Tes ta-mento Crí tico, está inscrita paraconcorrer ao Prêmio Intelectual doAno - Troféu Juca Pato, promovidopela União Brasileira de Escritores.Também está inscrito o cineasta eesc ritor João Batista de A ndrade,com o romance Confinados. O pe-ríodo de eleição vai até o dia 15 desetembro. Poderão votar escritores(f iliados ou não à UBE), represen-tantes de entidades como academi-as de letras e universidades. Osvotos poderão ser enviados pormeio de mensagem para o [email protected] ou via cor-reio: UBE – União Brasileira de Es-critores - A/C: Secretaria, Rua RegoFreitas, 454 - cj. 121, Vila Buarque,São Paulo – SP- 01220-010. Tel.:(11) 3231-4447.

Fr ei Bet to lançou Começo,meio e fim, pela Rocco Jovens Lei-tores. É o primeiro título infantil doautor. A s ilus trações são deVanessa Prezoto.

A Academ ia Paraibana de Le-t r as Jur ídicas , pres idida porRicardo Bezerra, es tá com insc ri-ções abertas para as cadeiras denúmeros 31, 32 e 33, até o dia 11de setembro, no Centro de EstudosJurídicos e Sociais, Av. Rio Grandedo Sul, nº 1411, Bairro dos Estados- João Pessoa - PB - [email protected]

Ricardo Viveiros lançou A vilaque descobriu o Brasil: a incrível his-tória de Santana de Parnaíba, pelaEditora Geração.

O Decreto 8297/14, de 15 deagosto de 2014, assinado pela pre-sidente Dilma Roussef, aprova oEstatuto e o Quadro Demonstrativodos Cargos em Comissão e dasFunções de Confiança da FundaçãoBiblioteca Nacional (Art. 1º ); alteraos Anexos I e II ao Decreto no 7.743,de 31 de maio de 2012, que aprovaa Estrutura Regimental e o QuadroDemons trativo dos Cargos em Co-missão e das Funções Gratif icadasdo Ministério da Cultura; e altera osDecretos no 519 e no 520, de 13 demaio de 1992, que tratam do Pro-grama Nacional de Incentivo à Lei-tura e do Sistema Nacional de Bibli-otecas Públicas.

O S.O.S Literatura – Prontoatendimento, realizado pelo Cen-tro de Apoio ao Escritor da Casa dasRosas – Espaço Haroldo de Cam-pos de Poesia e Literatura, da Se-cretaria da Cultura do Estado deSão Paulo, será realizado nos dias23 e 24 de agosto, das 14 às 16horas, na Avenida Paulista, 37, emSão Paulo. O S.O.S. é um plantãoliterário que orientará sobre publica-ções, direitos autorais, edição de li-vros, produção gráf ica, e-books,entre outros assuntos.Informações:(11) 3285-6986 e 3288-9447.w w w.casadasrosas.org.br

Duas Geladeiras de Livros,idealizadas por alunos do curso depublic idade e propaganda do Cen-tro Universitário Franciscano (San-ta Maria, RS), disponibiliza 500 títu-los que são dis tribuídos gratuita-mente aos passageiros dos ônibus.As geladeiras f icam fixadas nospontos de paradas. O projeto temcomo objetivo estimular o hábito daleitura entre a população.

TRANSFUSÃO – Encontr ode Tradutores da Casa Guilher-me de Almeida, promovido peloCentro de Estudos de Tradução Li-terár ia da Casa Guilherme deAlmeida, com a curadoria de Mar-celo Tápia e Simone Homem deMello, será realizado no dia 4 desetembro, às 19 horas. As inscri-ções vão até o dia 2 de [email protected].: (11) 3673-1883 e 3672-1391.

Andr e ia Donadon Leal eJosé Bene dito Donadon Leal,educadores e escritores aldravistas,f irmaram parceria com a Secreta-r ia Munic ipal de Educação deMariana, para ministrarem oficinasde produção de textos literárioscom os alunos da Educação de Jo-vens e Adultos – EJA (Ensino Fun-damental e Médio), no 2º semestrede 2014. O projeto tem objetivo dedescobrir talentos, aguçando o gos-to pela leitura e produção de textospoéticos . Os poemas criados nasofic inas têm divulgação e publica-ção na internet, pelo facebook“aldravia”.

Daniel Mazza lança A SINFO-NIA DO TEMPO: Primeiro livro deFil osofia, pela Escr ituras Editora, com prefácio de Alexei Bueno.

O Fe s tival Inte r nacionalTarrafa Literária será realizado de26 a 28 de setembro, a part ir das14 horas, no Teatro Guarany - Pra-ça dos Andradas, 10, em Santos(SP) . O evento é gratuito e os in-gressos deverão ser retirados com30 minutos de antecedência. http://w w w .tarrafaliteraria.com.br . Tel.:(13) 3289-4935.

Edson Simões , Presidente doTribunal de Contas do Município deSão Paulo, lança Tribunais de Con-tas: controle externo das contas pú-blicas, pela Editora Saraiva. A obraanalisa o funcionamento dos tribu-nais de contas e a questão do con-trole externo.

di vulgação

Nelly Nov aes Coelho

Carlos Aberto Torres, um dosfundadores do Instituto Paulo Freire,lançou Dialogo e práxis educativa –Uma leitura crítica de Paulo Freire,pela Edições Loyola, no dia 16 deagosto, na Livraria Cortez, em SãoPaulo.

Celso de Alencar lançou Ocoração dos outros , pelo seloPantemporâneo, na Livraria MartinsFontes, em São Paulo. Na noite deautógrafos também foi realizado umbate-papo entre o autor e os poetasClaudio Willer e Paulo Rober toSposati Or tiz.

Manoel Lobato lançou o livrode memórias Cartas na mesa, pelaAteliê Editorial.

O Brasil será o país homena-geado da Feira Internacional do Li-vro de Gotemburgo - Suécia 2014,que será realizada de 25 a 29 de se-tembro.

O 56º Prêmio Jabuti, promo-vido pela Câmara Brasileira do Li-vro, divulgará os 10 f inalis tas decada categoria no dia 17 de setem-bro.

João Batista M elo lançou oromance Malditas fronteiras , peloSelo Benvirá do Grupo Saraiva. Aobra tem como pano de fundo a Se-gunda Guerra Mundial e a ditadurabrasileira.

Coleção José M arques deMelo de Literetaura de Cordel,mostra que reúne peças da coleçãode 652 folhetos de cordel do profes-sor emérito da USP José Marquesde Melo, es tará em expos ição naCasa da Xilogravura de 14 de agos-to a 29 de setembro. A coleção seráintegrada ao acervo da Casa daXilogravura.