linguagem do cinema especificidades e comparação com as linguagens da fotografia e do teatro
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Linguagem do CinemaEspecificidades e Comparação com as Linguagens da Fotografia e do Teatro
Linguagem? Sistema que diz? Unidades mínimas? Metodologias?
Roland Barthes: FOTOGRAFIA:
Nova categoria espaço-tempo; “local imediata e temporal anterior”; “conjunção ilógica do aqui e do outrora”; Mostragem de uma realidade anterior e
estática; Documento de uma “realidade de que
estamos protegidos”.
Cinema:
Provoca a projecção do sujeito naquilo que assiste; integra-se na história;
Não é a evocação de uma realidade passada, mas uma ficção;
Impressão de realidade imaginária.
O cinema não copia de um modo objectivo, naturalista ou contínuo uma realidade que lhe é proposta: corta sequências, isola planos, estuda as cenas e recombina-as através de uma montagem
“O cinema não reproduz coisas: manipula-as, organiza-as, estrutura-as” (Julia Kristeva)
O cinema é comparável à escrita hieroglífica (Eisenstein):
Cada elemento só adquire sentido, quando integrado na estrutura total; isolado, perde-o.
O cinema procura ser uma linguagem independente
É possuidor de sintaxe, de lógica na disposição das suas unidades: o sintagma alternante:
Alternância de cenas, de enfoques, vistos sob diversos ângulos e trazidos de diversos lados
Tendência oposta à da montagem: pano-travelling:
Os planos não são cortados e depois organizados, o plano é uma sequência, um movimento livre da câmara de filmar: como se o filme renunciasse a mostrar a sintaxe da sua língua. Casos de Antonioni, Visconti…
Christian Metz:
Nega a identificação de unidades mínimas: não há nada que possa ser comparado com o fonema nem com a palavra.
Muitas vezes, considera-se a imagem equivalente a uma palavra, e a sequência a uma frase, mas Metz entende a imagem como equivalente a uma ou mais frases a imagem é “sempre fala nunca unidade da língua”
Metodologias:
Semiótica sintagmática: estudo da organização dos elementos no seio de um conjunto sincrónico;
Semiótica paradigmática: a lista das unidades psíquicas desencadeadas a partir da visualização da cadeia fílmica.
Metodologias:
Semiótica da denotação: estudo do enquadramento, dos movimentos do aparelho, dos efeitos de luz;
Semiótica da conotação: descobrir as diferentes significações, atmosferas, despertadas a partir de um segmento fílmico.
Pontos comuns com o cinema: Mega-linguagem, no sentido em que
recorrem a: cenários (pintura, arquitectura, escultura, decoração), gestos, quinésica, iluminação, música, vestuário, voz, entoação;
Suporte textual; Linearidade; Recurso a máquinas.
Pontos divergentes com o cinema:
Cinema permite a rectificação, a repetição cénica, de modo a obter a optimização da encenação das personagens; o teatro não o permite, visto o decurso das cenas ser in loco perante o espectador. Também não permite a montagem.