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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 0

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 0

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 1

MARCELLO CRIVELLAPREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

CÉSAR BENJAMINSECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

MARIA DE NAZARETH MACHADO DE BARROS VASCONCELLOSSUBSECRETARIA DE ENSINO

KATIA REGINA DAS CHAGAS MOURAGERÊNCIA DE ENSINO FUNDAMENTAL

GINA PAULA BERNARDINO CAPITÃO MORSARA LUISA DE OLIVEIRA LOUREIRO ELABORAÇÃO

LEILA CUNHA DE OLIVIEIRAREVISÃO

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS(IMAGENS DA CAPA)MOANA MARTINS E EQUIPEORQUESTRA SINFÔNICA JUVENIL CARIOCAMULTIRIO

CONTATOS E/[email protected]@[email protected]

Telefones: 2976-2301 / 2976-2302

EDIGRÁFICAIMPRESSÃO

FÁBIO DA SILVAMARCELO ALVES COELHO JÚNIORDESIGN GRÁFICO

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 2

Bem- vindo ao terceiro bimestre!Caro Aluno, Cara Aluna, convidamos você a continuar sua viagem pela leitura. O cardápio de textos do

caderno está variado! Demos uma especial atenção ao universo dos textos literários. A cada bimestre os conceitosreferentes à linguagem literária já foram sendo apresentados e, agora, vamos retomá-los com textos de diferentesgêneros: poemas, letras de canções, crônica, conto... e até o trecho de um dos livros mais lidos no mundo.

Desta vez, o fio condutor do caderno será o modo de utilizar a língua portuguesa – para emocionar,convencer, criticar, contar... fazer rir... para dizer.

Nossa língua portuguesa, com seus recursos expressivos, é o foco. Boas leituras!

Texto 2Receita de acordar palavras

Palavras são como estrelasfacas ou floreselas têm raízes pétalas espinhossão lisas ásperas leves ou densaspara acordá-las basta um soproem sua almae como pássarosvão encontrar seu caminho

MURRAY, Roseana. Receitas de olhar. São Paulo:FTD,1997.

Leia os textos e se prepare para um primeiro desafio!

Escolha uma palavra que você gostaria de“ACORDAR”. Escreva-a no espaço ao lado e justifique asua escolha em um texto escrito em primeira pessoa.

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Texto 1A palavra

[...] ... Amo tanto aspalavras... As inesperadas... As queavidamente a gente espera, espreita até quede repente caem ... Vocábulos amados...Brilham como pedras coloridas, saltamcomo peixes de prata, são espuma, fio,metal, orvalho... Persigo algumas palavras...São tão belas que quero colocá-las todasem meu poema... [...]Tudo está na palavra...Uma ideia inteira muda porque uma palavramudou de lugar ou porque outra se sentoucomo uma rainha dentro de uma frase quenão a esperava e que a obedeceu [...]. Sãoantiquíssimas e recentíssimas. Vivem noféretro escondido e na flor apenasdesabrochada ... [...]

NERUDA, Pablo. Confesso que Vivi — Memórias. Rio de Janeiro: Difel, 1978.

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 3

ESPAÇOCRIAÇÃO

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Texto 3Santo remédio

A atriz e escritora LarissaMinghin resolveu materializar amáxima, quase um clichê, que correà miúda entre as pessoas quegostam de literatura e poesia: a deque a escrita é “um remédio para aalma”. Com o projeto “Poesia, umsanto remédio” produziu frascoscom 15 cápsulas com palavrasimpressas, com temas os maisvariados, uma bula para cada “tipode paciente”: amor, paixão,saudades, conquista, dor decotovelo, amizade, família, mães deprimeira viagem. “As pessoas estãotomando muito remédio para coisasque são possíveis de tratar de outramaneira”, afirma Larissa. A ideia émostrar que as palavras são “umaforma de tratamento para as afliçõescotidianas”. Simples e eficiente,ideal até para hipocondríacos.

Adaptado de Revista Metáfora. Ano 1. Número 7. Abril de 2012.

E o desafio continua... Faça associações, explore apalavra, seu conteúdo e sua forma

Você deve, utilizando a linguagem figurada e liberando aimaginação, criar palavras-remédio.

Para ajudar...a) O que você iria curar? Por quê?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Escreva um pequeno texto para funcionar como “bula”para a sua palavra-remédio. A bula, apresentada ao lado,pode servir como parâmetro. Utilize uma folha do seucaderno. Depois, leia a sua produção para os colegas.

Texto 4BULAForma farmacêutica e apresentações –DICLOFENACO SODICO comprimidogenérico Comprimidos revestidos de 50mg: embalagens com 20 e 200comprimidos.USO ADULTOComposição – Diclofenaco Sodico (...)Informações ao pacienteCuidados de armazenamento: Conservaro produto em temperatura ambiente (entre15 e 30 ºC), ao abrigo da umidade. Prazode validade: Não utilize o medicamento seo seu prazo de validade estiver vencido, oque pode ser verificado na embalagemexterna do produto.[...]Cuidados de administração: Siga aorientação do seu médico, respeitandosempre os horários, as doses e a duraçãodo tratamento. Reações adversas: Informeseu médico o aparecimento de reaçõesdesagradáveis.Posologia: Como regra, a dose diáriainicial é de 100 a 150 mg. Em casos maisleves, bem como para terapiasprolongadas, 75 a 100 mg por dia sãogeralmente suficientes. [...]

Adaptado de http://www.buladeremedio.com.br/termos/remedio

Me cria aí, vai!

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Leia a notícia e se inspire para criar.

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 4

Texto 5O livro da solidão

Os senhores todos conhecem a pergunta famosa universalmente repetida: "Que livro escolheria para levar consigo, se tivesse de partir parauma ilha deserta...?"[...]

Os que nunca tiveram tempo para fazer leituras grandes, pensam em obras de muitos volumes. É certo que numa ilha deserta é precisoencher o tempo... E lembram-se das Vidas de Plutarco, dos Ensaios de Montaigne, ou, se são mais cientistas que filósofos, da obra completa dePasteur. Se são uma boa mescla de vida e sonho, pensam em toda a produção de Goethe, de Dostoievski, de Ibsen. Ou na Bíblia. Ou nas Mil euma noites.

Pois eu creio que todos esses livros, embora esplêndidos, acabariam fatigando; e, se Deus me concedesse a mercê de morar numa ilhadeserta (deserta, mas com relativo conforto, está claro — poltronas, chá, luz elétrica, ar condicionado) o que levava comigo era um Dicionário.Dicionário de qualquer língua, até com algumas folhas soltas; mas um Dicionário.

Não sei se muita gente haverá reparado nisso — mas o Dicionário é um dos livros mais poéticos, se não mesmo o mais poético dos livros. ODicionário tem dentro de si o Universo completo.

Logo que uma noção humana toma forma de palavra — que é o que dá existência às noções — vai habitar o Dicionário. As noções velhasvão ficando, com seus sestros de gente antiga, suas rugas, seus vestidos fora de moda; as noções novas vão chegando, com suas petulâncias,seus arrebiques, às vezes, sua rusticidade, sua grosseria. E tudo se vai arrumando direitinho, não pela ordem de chegada, como os candidatos alugares nos ônibus, mas pela ordem alfabética, como nas listas de pessoas importantes, quando não se quer magoar ninguém...[...]

O Dicionário responde a todas as curiosidades, e tem caminhos para todas as filosofias. Vemos as famílias de palavras, longas, acomodadasna sua semelhança, — e de repente os vizinhos tão diversos! Nem sempre elegantes, nem sempre decentes, — mas obedecendo à lei das letras,cabalística como a dos números...

O Dicionário explica a alma dos vocábulos: a sua hereditariedade e as suas mutações.E as surpresas de palavras que nunca se tinham visto nem ouvido! Raridades, horrores, maravilhas...Tudo isto num dicionário barato — porque os outros têm exemplos, frases que se podem decorar, para empregar nos artigos ou nas

conversas eruditas, e assombrar os ouvintes e os leitores...[...]E como o bom uso das palavras e o bom uso do pensamento são uma coisa só e a mesma coisa, conhecer o sentido de cada uma é

conduzir-se entre claridades, é construir mundos tendo como laboratório o Dicionário, onde jazem, catalogados, todos os necessários elementos.Eu levaria o Dicionário para a ilha deserta. O tempo passaria docemente, enquanto eu passeasse por entre nomes conhecidos e

desconhecidos, nomes, sementes e pensamentos e sementes das flores de retórica.Poderia louvar melhor os amigos, e melhor perdoar os inimigos, porque o mecanismo da minha linguagem estaria mais ajustado nas suas

molas complicadíssimas. E sobretudo, sabendo que germes pode conter uma palavra, cultivaria o silêncio, privilégio dos deuses, e venturasuprema dos homens.

SÃO PAULO, FOLHA DA MANHÃ, 11 DE JULHO DE 1948.In:MEIRELES, Cecília. Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1. Nova Fronteira: Rio de Janeiro, 1998.http://www.releituras.com/cmeireles_olivro.asp

Vamos continuar falando de literatura, agora lendo Cecília Meireles.

Cecília Meireles (1901-1964) foi poetisa, professora, jornalista e pintora brasileira. Foi a primeira voz feminina degrande expressão na literatura brasileira, com mais de 50 obras publicadas.

https://www.ebiografia.com/cecilia_meireles/

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 5

1 - O texto se dirige aos leitores de modo formal ou informal? Justifique, citando um trecho do primeiro parágrafo:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 - "Os senhores todos conhecem a pergunta famosa universalmente repetida:" Que significado tem, no trecho, o termo destacado?_________________________________________________________________________________________________________________

3 – No trecho "Que livro escolheria para levar consigo, se tivesse de partir para uma ilha deserta...?" :a)O que o uso das aspas indica? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b)A forma verbal destacada indica uma situação real ou hipotética? Que outro termo reforça essa ideia expressa pelo verbo?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4 – Do terceiro parágrafo, destaque uma opinião. _________________________________________________________________________

5 – Para que são utilizados os parênteses no terceiro parágrafo? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6 – Que relação é estabelecida pelos termos destacados em: “E tudo se vai arrumando direitinho, não pela ordem de chegada, como oscandidatos a lugares nos ônibus, mas pela ordem alfabética, como nas listas de pessoas importantes, quando não se quer magoarninguém...” ?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7 – No trecho: “E como o bom uso das palavras e o bom uso do pensamento são uma coisa só e a mesma coisa, conhecer o sentido decada uma é conduzir-se entre claridades,” a que se refere o termo destacado? _________________________________________________

8 – Cite um motivo pelo qual o dicionário seria o livro escolhido para ser levado para uma ilha deserta:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 6

Texto 61 – Na tirinha, Mafalda observa seu pai. O que indica aexpressão da menina no primeiro e no terceiroquadrinhos?__________________________________________________________________________________________

2 – Como é construído o humor na história?_______________________________________________________________________________________________________________________________________

ESPAÇOCRIAÇÃO

QUINO. Toda a Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

O desafio agora é seu! Você, junto com seus colegas, vai elaborar a maleta literária da turma. Você e cada um de seus colegas devemresponder à pergunta feita no texto “Livro da solidão”: que livro vocês levariam para uma ilha deserta?

Elaborem, em conjunto, a “maleta literária” da turma com os títulos que vocês selecionaram.E viajem na leitura! Funcionará assim: cada um escreve uma resenha do livro que selecionou para a maleta.Desse modo, os colegas poderão escolher um dos livros para a viagem da leitura.Vocês estudaram o texto resenha crítica no caderno de apoio pedagógico do segundo bimestre. Se precisar, voltem a esse material e

consultem. O objetivo da sua resenha é apresentar o livro e conquistar o leitor.A viagem literária pode acontecer várias vezes! Aproveite!Que tal combinar com o(a) seu(sua) Professor(a) uma visita à Sala de Leitura?Combine toda a atividade com o(a) Professor(a).

9 – Por que o título do texto é “Livro da solidão”? Esse título tem a ver com as características do dicionário, segundo o texto?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Em outros momentos deste caderno, você vai ser convidado a ESCREVER novamente. Selecionamos alguns textos quetratam da escrita. Para começar, leia a opinião de Graciliano Ramos. Ele foi um mestre nessa arte!

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 7

Texto 7Graciliano Ramos (em entrevista a Homero Senna)

"Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seuofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou doriacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam etorcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a águacom a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra,torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elasdependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escreverdevia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; apalavra foi feita para dizer.”

RAMOS, Graciliano. Linhas tortas. Rio de Janeiro: Record, 2005.

1 – No texto de Graciliano Ramos, para tratar da escrita, o autor faz uma comparação. Explique essa comparação.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 – A partir do que você leu, no texto de Graciliano, escreva uma dica que você vai seguir quando for escrever seus textos:_________________________________________________________________________________________________________________

Texto 8Valter Hugo Mãe

Desde sempre, antes mesmo de entrar na escola aos quatro anos de idade, Valter Hugo Mãe brincava com as palavras, tentava

memorizá-las e fazia listas com as palavras favoritas – e “pirilampo” estava sempre no topo delas –, mas nunca pensou em se tornar escritor.

Escrever, para ele, era um caminho para desvendar e entender o que as palavras diziam. Hoje, com cinco romances publicados, Valter traz a

angústia de não encontrar palavras que digam algo que ainda não foi dito. Como escritor, seu grande desafio é encontrar alguma coisa que

acrescente, para que não escreva sempre o mesmo romance, diz ele.CASTELLO, José. CAETANO, Selma. Orgs. O livro das palavras: conversas com os vencedores do Prêmio Portugal Telecom. São Paulo: Leya, 2013.

Graciliano Ramos deOliveira (QuebranguloAL 1892 - Rio de JaneiroRJ 1953). Romancista,contista e cronista.Primogênito de 16irmãos [...].http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa2658/graciliano-ramos

Para saber mais, acesse o endereço:http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/inde

x.php?option=com_content&view=article&id=278

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 8

1 – Segundo o texto 8, o que Valter Hugo Mãe fazia com as palavras mesmo antes de ele entrar na escola?___________________________________________________________________________________________________________________

2 – Para ele, o que significava escrever?___________________________________________________________________________________________________________________

3 – Atualmente, qual o seu desafio como escritor?___________________________________________________________________________________________________________________

Texto 9A ficção por um fio

Marina Colasanti costuma brincar dizendo que já tem pronto seu epitáfio: “Aqui jaz a mulher que viveu a vida por um fio”. A referência aofio não se relaciona só à movimentação frequente pelo mundo, ao espírito combativo, à exposição aos riscos que sempre ditaram suaexistência pessoal. Mas, também, à maneira como ela concebe sua escrita: como um bordado. “A tessitura, a fiação, a costura, o tricô, obordado estão muito presentes na minha obra”, Marina diz. A imagem do fio é paradoxal. Como acontece no clássico conto de fadas A belaadormecida, é no contato com a agulha de um fuso, em que a princesa está condenada a picar o dedo, que se escondem não apenas ogrande perigo mas também suas chances de salvação. Daí o caráter não apenas de fio, mas de desafio tomado pela literatura de Marina.

A concepção de escrita como costura inclui uma prudente manipulação das palavras, realizada passo a passo, linha a linha, com aperseverança de quem domestica um animal selvagem ─ a própria língua. [...]

Escrever, para ela, é um trabalho lento, que exige esforço e constância. Que exige, sobretudo, serenidade. Diz:”O fio, como a escrita, setrabalha ponto a ponto, cada ponto necessitando do anterior e do seguinte para ganhar sentido.”

CASTELLO, José. CAETANO Selma. Orgs. O livro das palavras: conversas com os vencedores do Prêmio Portugal Telecom. São Paulo: Leya, 2013.

1 – Explique a relação da palavra FIO com a vida e com o trabalho da escritora Marina Colasanti:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 – A que Marina Colasanti compara a escrita?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3 – Por que, para ela, a “imagem do fio é paradoxal”?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Marina Colasanti

www.escritas.org

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 9

4 – Qual a sua concepção de escrita?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Texto 10O amanhã dos livrosGabriel Bocorny Guidotti

Sou um “livrólatra”. Tenho vício em livros. Começo um, devoro e parto para outros. Não posso evitar.Devo admitir que o momento de pós-leitura é melhor do que a leitura em si, pois passo a diagnosticar osmotivos pelos quais o enredo chegou ao clímax. Refletir faz parte dessa arte léxica. Assim posto, meu gostarde livros é condicionado: jamais cederei à literatura digital. A experiência não tem a mesma tenacidade, emminha opinião.

Durante a semana observei, dentro de um ônibus, alguns jovens usando aparelhos de e-books. Semtemer olhares paralelos, eles liam arquivos que outrora eram impressos e colocados com orgulho na estante.Parei para pensar. Será que os livros eletrônicos vão acabar com o bom e velho livro em sua forma ortodoxa?Será que todo papel, por uma questão de praticidade, será substituído por um link dentro de computadores?

Desde Gutenberg, fundador da prensa gráfica – que permitiu a propagação de um imenso universoliterário – o homem deu asas à criação. A comunicação escrita, restrita então às classes dominantes, viu naimpressão uma expansão por todos os cantos da Europa e do mundo. E tal evolução permanece emconstante movimento, pois os impressos, tidos como grande referência de conhecimento, tiveram de seadaptar às novas tendências, ganhando outros formatos e se propagando pelo meio digital.

E-books, desse modo, são a prensa gráfica do século XXI. Se eles vão amealhar corações e acabar coma forma tradicional de leitura? Bem, o futuro dirá. Jamais se pode condenar a tecnologia, pois ela surge paranos auxiliar. A inovação sempre será uma opção. Você pode utilizá-la ou não. Eu optei. Tocar o papel, sentir ocheiro de um livro novo, manusear as páginas do conhecimento… o livro impresso é mais do que meracircunstância de leitura.

Um livro digital pode ser carregado em um mínimo pen drive. Mais do que isso, dentro de leitoresdigitais é possível armazenar milhares de títulos e explorar universos que vão muito além da tela de cristallíquido. Os impressos, entretanto, são cult e carregam as memórias de um passado brilhante. Observar suascapas, escolher entre um e outro num jogo de encontros e desencontros são fatores diferenciais para leitoresassíduos como eu. Um caso de amor, diga-se de passagem, para a vida inteira.

http://gazetadotriangulo.com.br/tmp/noticias/artigo-de-opiniao-o-amanha-dos-livros/ 29 de março de 2016.

Continuando a perceber o modo de utilizar a língua portuguesa, você vai ler, agora, umartigo em que se expressa um ponto de vista e se defende esse ponto de vista com argumentos. 1 – Por que são utilizadas

aspas em “livrólatra”? Vocêconhece outras palavras quetenham formação semelhante?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 – O texto é um artigo deopinião e se organiza em tornode uma reflexão principal,sobre a qual se posicionao autor.a) Qual é essa reflexãoprincipal?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 10

b) Sublinhe, no primeiro parágrafo do texto, as marcas explícitas da opinião do autor.

3 – Envolva, no texto, as marcas do uso da primeira pessoa do discurso.

4 – Segundo o texto , qual a consequência da invenção da prensa gráfica, ou seja, da imprensa?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5 – Releia o parágrafo: “Sou um “livrólatra”. Tenho vício em livros. Começo um, devoro e parto para outros. Não posso evitar. Devo admitir que omomento de pós-leitura é melhor do que a leitura em si, pois passo a diagnosticar os motivos pelos quais o enredo chegou ao clímax. Refletirfaz parte dessa arte léxica. Assim posto, meu gostar de livros é condicionado: jamais cederei à literatura digital. A experiência não tem a mesmatenacidade, em minha opinião.”a) Que palavras retomam “livros” no terceiro período? _______________________________________________________________________b) Qual a relação estabelecida pelos termos sublinhados? ____________________________________________________________________

6 – Qual o significado da palavra destacada no trecho: “...eles liam arquivos que outrora eram impressos e colocados com orgulho na estante.”____________________________________________________________________________________________________________________

7 – O termo destacado no trecho “E tal evolução permanece em constante movimento...” serve para a coesão textual, a “costura” das ideias dotexto, pois retoma algo já citado. O que ele retoma? A que se refere?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7 – No trecho “Se eles vão amealhar corações e acabar com a forma tradicional de leitura? Bem, o futuro dirá.” , a pergunta feita não tem comoresposta uma certeza, só o “futuro dirá”. Que palavra é utilizada para estabelecer com o trecho anterior a relação de dúvida?____________________________________________________________________________________________________________________

8 – Nos dois últimos parágrafos, o autor reforça a sua opção pelos livros impressos. Cite dois argumentos utilizados para defender essa opinião:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9 – Ainda que opte pelo livro tradicional, o autor reconhece o valor do livro digital. Essa contraposição está no trecho destacado a seguir. Que palavra, ao “costurar” o texto, estabelece essa relação de oposição, de contraposição? Sublinhe essa palavra.“Um livro digital pode ser carregado em um mínimo pen drive. Mais do que isso, dentro de leitores digitais é possível armazenar milhares de títulos e explorar universos que vão muito além da tela de cristal líquido. Os impressos, entretanto, são cult e carregam as memórias de um passado brilhante.”

10 – Qual é a tese defendida no texto?_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 11

Texto 12DesencontráriosPaulo Leminski

Mandei a palavra rimar, ela não me obedeceu.

Falou em mar, em céu, em rosa,em grego, em silêncio, em prosa.

Parecia fora de si,a sílaba silenciosa.

Mandei a frase sonhar,e ela se foi num labirinto.

Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.Dar ordens a um exército,

para conquistar um império extinto.

LEMINSKI, Paulo. Distraídos venceremos. São Paulo: Brasiliense,1987.

O título desse poema é uma palavra inventada... Como você acha que se formou essa palavra? Oque o título faz você antecipar sobre o poema?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A palavra não obedeceu? Como você pode confirmar essa ideia no texto?______________________________________________________________________________________________________________________________________

De que se aproxima a poesia?___________________A imagem dos dois últimos versos afasta a poesia de que ideia?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

No texto literário, a palavra é utilizada de forma predominantemente artística, subjetiva e figurada.Vamos nos dedicar, agora, aos textos literários do gênero poema.E, para falar de poema, nada melhor do que recorrer... ao próprio poema. O que os poemas dizem sobre o poema? E

sobre a poesia? Poema... poesia... Siga refletindo...

Texto 11VIIITodo o mundo não me entendeEu sofro na tempestadeDe um naufrágio adolescente!Procuro um confidenteQue se apoete comigo.É tão curta a mocidade...Não tarde!

ORTHOF, Sylvia. Adolescente poesia. Rio de Janeiro: Rovelle, 2010.

1 – O poema associa à adolescência imagens...quais?_________________________________________________________________________

2 – O uso dessas imagens reforça uma ideia positiva ou negativa de adolescência? Explique.______________________________________________________________________________

3 – Qual o sentido de se “apoete”?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4 – Qual o efeito do uso das reticências?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5 – O que significa a expressão “Não tarde”?______________________________________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 12

Texto 13Paixão (trecho)“De vez em quando Deus me tira a poesia.Olho pedra, vejo pedra mesmo.O mundo, cheio de departamentos,não é a bola bonita caminhando solta no espaço.”

PRADO, Adélia. O coração disparado. Rio de Janeiro: Record, 2006.

Observe que esse trecho do poema nos fala do olhar poético. Como é esse olhar? ___________________________________________________________________

Como o eu poético enxerga sem o olhar da poesia?___________________________________________________________________

Texto 14No descomeço era o verbo.Só depois é que veio o delírio do verbo.O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som.Então se a criança muda a função de um verbo, eleDelira.E pois.Em poesia que é voz de poeta, que é voz de fazer Nascimentos –O verbo tem que pegar delírio.

BARROS, Manoel de. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Record, 2000.

Releia a palavra destacada nesse verso. Trata-se de uma palavra inventada.No poema, ela marca o tempo... Segundo o texto, descomeço marca quetempo?________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Como fazer um verbo “delirar”?______________________________________________________________________

O que seria uma voz de “fazer nascimentos”?____________________________________________________________________________________________________________________________________

Assista ao Morde a língua sobre poema. É o episódio 4 - O poeta é um fingidor: poesiahttp://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/assista/webtv/9345-o-poeta-%C3%A9-um-fingidor-poesia

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 13

1 – O texto 15 é um soneto. O soneto é um tipo de poema de forma fixa, que costuma ter o mesmonúmero de versos e estrofes. Leia o texto e deduza como o soneto se estrutura.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 – Na primeira estrofe, há várias ideias que se opõem, construindo o que chamamos de antítese.a) Sublinhe essas ideias opostas.b) Que efeito essas antíteses provocam? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3 – O que mais agrada ao eu lírico?________________________________________________________________________________

4 – No último terceto (estrofe de 3 versos), qual o significado de “lei de cada instante”?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Texto 15SONETO DO MAIOR AMORMaior amor nem mais estranho existeQue o meu, que não sossega a coisa amadaE quando a sente alegre, fica tristeE se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resisteO amado coração, e que se agradaMais da eterna aventura em que persisteQue de uma vida mal-aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fereE quando fere vibra, mas prefereFerir a fenecer - e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instanteDesassombrado, doido, deliranteNuma paixão de tudo e de si mesmo.

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Há rimas...

...nos provérbios:“Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.”

....na linguagem do dia a dia:“Sol e chuva, casamento de viúva; chuva e sol, casamento de espanhol.”

...na linguagem publicitária:“Amor com Primor se paga.”

...nos jogos e nas brincadeiras:“Uni, duni, têSalamê, minguêUm sorvete colorêO escolhido foi você! “

...nas trovas ou quadras populares:“Quem diz que de muitos gosta,Quem diz que a muitos quer bem,Finge carinhos a todos,Mas não gosta de ninguém.”

(quadra popular)

Adaptado de http://www.pucrs.br/gpt/poesia.php

Perceba que um recurso utilizado para a musicalidade do poema é a rima.Rima é a coincidência de sons no fim de palavras ou versos.Cuidado: há poemas sem rima e rimas não existem apenas nos poemas.

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 14

Texto 16

A principal razão da poesia é não ter uma razão imediata. Na boa definição do romancista Ivan Ângelo, o escritor, quando começa aescrever,não pensa em ser escritor, ele é escritor, não tem futuro, escreve no presente. Se ele é poeta essa caracterização serve, a meu ver, paraa vida inteira, pois os poetas correm por fora, ou correm entre os gêneros. Mesmo se a poesia for um inutensílio, como quis Leminski, o seupersonagem principal é a linguagem, pois ela é um instrumento de ponta da linguagem, é a chave mestra ou o pé de cabra que abre ou arrombaas portas menos óbvias: portas que, às vezes, se abrem para dentro, portas secretas, com segredo, e nem mesmo o poeta que as abriu sabemuito bem, ou não sabe nada, como chegou até elas, qual foi o caminho de ida, tampouco o de volta, e esqueceu também ou perdeu o segredodo segredo, já que além de tudo ele é mutável.

Armando Freitas Filho in:CASTELLO, José. CAETANO Selma. Orgs. O livro das palavras: conversas com os vencedores do Prêmio Portugal Telecom. São Paulo: Leya, 2013.

Texto 17O apanhador de poemas

Um poema sempre me pareceu algo assim como um pássaro engaiolado... E que, para apanhá-lo vivo, era preciso um cuidado infinito. Umpoema não se pega a tiro. Nem a laço. Nem a grito. Não, o grito é o que mais o espanta. Um poema, é preciso esperá-lo com paciência esilenciosamente como um gato. É preciso que lhe armemos ciladas: com rimas, que são o seu alpiste; há poemas que só se deixam apanhar comisto. Outros que só ficam presos atrás das quatorze grades de um soneto. É preciso esperá-lo com assonâncias e aliterações, para que ele cante.É preciso recebê-lo com ritmo, para que ele comece a dançar. E há os poemas livres, imprevisíveis. Para esses é preciso inventar, na hora,armadilhas imprevistas.

QUINTANA, Mario. Poemas para ler na escola – Mário Quintana. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

1 – Explique, com suas palavras, a primeira frase do texto 16: “A principal razão da poesia é não ter uma razão imediata.”

_____________________________________________________________________________________________________________________

2 – Transcreva do texto 16 duas opiniões:

_____________________________________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________________________________

3 – No texto 16, o que significa ser a linguagem o personagem principal da poesia?

_____________________________________________________________________________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 15

6 – A que é comparado o poema no texto 17?____________________________________________________________________________________________________________________

7 – Há, no texto 17, comparação e metáfora. Transcreva um exemplo de cada:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8 – Que armadilhas deve-se usar para “pegar” os poemas, segundo o texto 17?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9 – No texto 17, a que se referem as “quatorze grades de um soneto”?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10 – No texto 17, o verso “E há os poemas livres, imprevisíveis. Para esses é preciso inventar, na hora, armadilhas imprevistas.”, o que são os“poemas livres, imprevisíveis”?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11 – Qual o assunto do texto 17?____________________________________________________________________________________________________________________

4 – Ainda no texto 16, a que se referem as palavras destacadas em: “[...] pois ela é um instrumento de ponta da linguagem, é a chave mestra [...]”. ____________________________________________________________________________________________________________________

“[...] é a chave-mestra ou o pé de cabra que abre ou arromba as portas menos óbvias [...]” ____________________________________________________________________________________________________________________

5 – De que trata o texto 16? ____________________________________________________________________________________________________________________

Vamos continuar no mundo dos poemas! Vá lendo epensando...Os balões vão ajudar você a refletir, a estudar...

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 16

Texto 18Cantigas de lembranças

Como doido, vou cantandonum reino que não tem rei.E uma voz, de quando em quando,como alguém que não me ouvisse,murmura (donde nem sei)velhas frases que eu já disse,cantigas que eu já cantei!Paro, súbito. Procuro.– Quem será que canta assim?Nada vejo: é muito escuroo mundo em torno de mim.Nada vejo, mas prossigopelas terras do ninguém.Sei que levo alguém comigo,mas não posso saber quem.De repente o conhecido,sussurro de que faleitraz de novo a meus ouvidosuns sons de cristais partidos das risadas que já dei!Paro, à força de um desejo.− Quem dá risadas assim?

O texto tem várias perguntas. A quem elas se dirigem?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

O eu poético viaja...caminha...por onde? Ele vai a um lugar determinado? Será?

Marque, no texto, palavras e/ou expressões que se refiram a esse lugar

e... imagine!________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O que esse título faz você imaginar? Pela escolha das palavras, é possível antecipar o tema?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Olho em volta, mas não vejoquem ri tão perto de mim!Não vejo, entanto, caminho.E, a cada passo que dou, sinto que não vou sozinho: como se eu próprio voltasseà vida que já passou,percebo que em mim renasceo José que eu já não sou!..................................................Vida boa! só agoradescobri quem é o amigo

que, intransigente, a toda hora,caminha junto comigo:viva eu em paraísos,caminhe por entre infernos,palmilhe mundos sem fim,trarei sempre estes eternosmurmúrios feitos de risosem mistura com lembrança:a voz da eterna criançaque vive dentro de mim!

GULLAR, Ferreira. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Lacerda Editores, 2008.

Qual o efeito de sentidoprovocado pelo tracejado quesepara os duas estrofes?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Afinal, quem acompanha o eu poético?________________________________________________________________________________________________

Qual o tema do texto?__________________________________________________________________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 17

O próximo texto é uma letra de canção. Os textos desse gênero também se organizam em versos e estrofes.

Texto 19Uma criança com seu olharCharlie Brown Jr.

Aqui estou na difícil missão de levar a vocêUma mensagem que possa serComo uma luz ou um mantra, nós não somos mais criançasUm dia acontece, a gente tem que crescer

Temos que encarar a responsaEu não deixei de achar graça nas coisasSimplesmente hoje eu quero ser levado a sérioAs coisas mudam sempre mas a vida não é só como eu espero

Existe um dom natural que todos temosNossas escolhas vão dizer pra onde iremosMas se for pra falar de algo bomEu sempre vou lembrar de você

Difícil não lembrar do que nunca se esqueceuFácil perceber que seu amor é meuDifícil não lembrar do que nunca se esqueceuFácil perceber que meu amor é seu

Eu quero estar amanhã ao seu lado quando você acordarEu quero estar amanhã sossegado e continuar a te amarEu quero um sonho realizado, uma criança com seu olharEu quero estar sempre ao seu lado, você me traz paz

[...]Armadilhas do tempo são como o ventoLevando as folhas para lugares distantes,O meu pensamento é o mesmo que o seuMas hoje meu coração bate mais forte que antes

Certa vez na história,Eu vim de muito longe só pra ver você,Fui pra muito longe pra encontrar você,Eu te entreguei minha alma.

http://www.vagalume.com.br/charlie-brown-jr/uma-crianca-com-seu-olhar.html#ixzz3ZaKovP1a

1 – No poema “Cantigas de lembranças” você percebeu que o eu poético tinha um interlocutor muito especial? Na letra da canção “Uma criançacom seu olhar”, quem é o interlocutor do eu poético? Indique trechos que confirmem sua análise:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 – Na letra da canção há marcas do uso da linguagem informal. Retire dois versos que comprovem essa afirmação, exemplificando marcasdiferentes:___________________________________________________________________________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 18

3 – Indique, na letra da canção, um verso em que há uma relação de comparação:___________________________________________________________________________________________________________________

4 – Quando, num texto, são utilizadas palavras que representam sentidos opostos, constrói-se a figura de pensamento denominada Antítese.Cite, do texto, versos que apresentam antíteses, destacando as ideias opostas._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5 – Qual a relação estabelecida pelo termo destacado em “As coisas mudam sempre mas a vida não é só como eu espero” ?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6 – Pode-se afirmar que os textos “Cantiga de lembranças” e “Uma criança com seu olhar”, sendo diferentes, têm pontos de aproximação naforma e no conteúdo? Explique.______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Adaptado de www.macanudo.com.ar

Tudo segue igual.

Nada muda.

Posso me sentar aqui?

Sim.

1 – Observe a expressão fisionômica do menino nos dois primeiros quadrinhos. Como ele parece estar?_______________________________________________

2 – Qual a mudança que acontece no terceiro quadrinho? ________________________________________________________________________________________________________

3 – Que elementos não verbais estão relacionados a essa mudança no quarto quadrinho?________________________________________________________________________________________________________

4 – Que significados podem ter esses elementos ?______________________________________________________________________________________________________

Texto 20

Use seu olhar poético. Há poesia também em tirinhas! Sigaaprendendo sempre mais.

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 19

Texto 21QueroQuero que todos os dias do anotodos os dias da vidade meia em meia horade 5 em 5 minutosme digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,creio, no momento, que sou amado.No momento anteriore no seguinte, como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustãoque me amas que me amas que me amas.Do contrário evapora-se a amaçãopois ao não dizer: Eu te amo,desmentes apagasteu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.Não exijo senão isto,isto sempre, isto cada vez mais.

Quero ser amado por e em tua palavranem sei de outra maneira a não ser estade reconhecer o dom amoroso,

a perfeita maneira de saber-se amado:amor na raiz da palavrae na sua emissão,amor saltando da língua nacional,amor feito som vibração espacial.

No momento em que não me dizes:Eu te amo,inexoravelmente seique deixaste de amar-me,que nunca me amaste antes.

Se não me disseres urgente repetidoEu te amoamoamoamoamo,verdade fulminante que acabas de desentranhar,eu me precipito no caos,essa coleção de objetos de não-amor.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia Completa.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.

http://ww

w.revistabula.com

/391

Carlos Drummond de Andrade é um dos maiores poetas da língua portuguesa.No site http://www.memoriaviva.com.br/drummond/index2.htm

você consegue ouvir o próprio Drummond declamando alguns de seus poemas. É imperdível!

1 – O título do texto deixa claro que ele vairevelar um desejo do eu poético. Qual éesse desejo?______________________________________________________________________

2 – Releia a primeira estrofe. Nela o textose constrói com expressões em umagradação de um tempo muito grande –“todos os dias do ano/ todos os dias davida” – até um período bem curto – “de 5em 5 minutos”. Qual o efeito de sentidodessa gradação (aumento ou diminuiçãocontínua e gradual)?____________________________________________________________________________________________________________________________________________

3 – A que se refere o termo destacado em“sabê-lo” no último verso da segundaestrofe?______________________________________________________________________

4 – Qual o significado de “perene” notrecho: “Exijo de ti o perene comunicado.“?______________________________________________________________________

5 – Qual o sentido que é reforçado pelaescolha do verbo exigir na 4.ª estrofe?_________________________________________________________________________________________________________

Compare os assuntos dos próximos dois textos:

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 20

1 – A quem se refere o termo destacado no verso “E vocênada de me ouvir”? _______________________________________________

2 – Que verso da segunda estrofe orienta o interlocutor do eu lírico a ser realista?_______________________________________________

3 – Que característica marca o interlocutor do eu lírico? Sublinhe, no texto, versos que comprovem sua resposta.______________________________________________________________________________________________

4 - Sublinhe, no texto, versos que comprovem sua resposta.

5 – Que sentidos podem-se perceber no termo destacado no verso “Quem tanto bate um dia apanha”? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6 – A quem se refere o trecho “só e salvo e são” ?________________________________________________________________________________

7 – Retire um trecho da letra da canção que prove que houve PERSONIFICAÇÃO:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6 – Na terceira estrofe, o eu lírico cria um neologismo. Indique-o e explique:___________________________________________________________________________________________________________________

7 – Nas estrofes 4, 5 e 6, há palavras relacionadas à língua/ linguagem. Destaque-as:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8 – Que sentido pode-se dizer que é reforçado pela construção “amoamoamoamoamo”?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Texto 22Calma aí, coraçãoZeca Baleiro

Eu já falei tantas vezesE você nada de me ouvirVão-se os dias, anos e mesesE tudo que você sabe fazer é sentir

Quantas canções falam de vocêTantas paixões sem você não sãoNão pare nunca pra eu não morrerNem voe tão mais além do chão

Deixa, me deixa em paz, ó meu coraçãoChega, o que liberta é também prisãoDeixa, deixa assim, só e salvo e sãoQuem tanto bate um dia apanhaChega de manha, não me assanhaDoido, louco, maluco coração

Coração surdo não tem juízoNão ouve nunca a voz da razãoE razão você sabe, é precisoPra curar a sua loucura, coração

Bandido cansado de enganosHeróis de capa e espada na mãoEsquece metas, retas e planosVeleja no mar escuro da ilusão

http://www.vagalume.com.br/zeca-baleiro/calma-ai-coracao.html#ixzz44dJCGHLs

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 21

Texto 23Apelo

Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde,esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem derelance no espelho.

Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém osguardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui bebercom os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.

Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela,não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe,sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.

TREVISAN, Dalton. Mistérios de Curitiba. Rio de Janeiro: Editora Record,1979.1 – Quem é o narrador do texto? Confirme sua resposta com um trecho do texto:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 – A quem o narrador se dirige? Qual o tratamento escolhido para se dirigir ao interlocutor? Que efeito essa escolha provoca no texto?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3 – No primeiro e no segundo parágrafos, qual a função dos dois pontos? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4 – Qual o sentido da expressão: “dar parte de fraco” no segundo parágrafo do texto?___________________________________________________________________________________________________________________

5 - Que estratégia o texto utiliza para dar pistas de que o narrador e a mulher tinham intimidade e compartilhavam a vida?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6 – No trecho “Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham.” qual a relação estabelecida pelo termo destacado?___________________________________________________________________________________________________________________

7 – O que significa “Apelo” no texto? E que expressão reforça esse sentido no texto?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Ahhh, o amor! Leia este texto em prosa, um conto de Dalton Trevisan.

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 22

Texto 24O desaparecidoTarde fria, e então eu me sinto um daqueles velhos poetas de antigamente que sentiam frio na alma quando a tarde estava fria, e então eu

sinto uma saudade muito grande, uma saudade de noivo, e penso em ti devagar, bem devagar, com um bem-querer tão certo e limpo, tão fundoe bom que parece que estou te embalando dentro de mim.

Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas, bobagens para todo mundo me achar ridículo e talvez alguém pensar que naverdade estou aproveitando uma crônica muito antiga num dia sem assunto, uma crônica de rapaz; e, entretanto, eu hoje não me sinto rapaz,apenas um menino, com o amor teimoso de um menino, o amor burro e comprido de um menino lírico. Olho-me no espelho e percebo queestou envelhecendo rápida e definitivamente; com esses cabelos brancos parece que não vou morrer, apenas minha imagem vai-se apagando,vou ficando menos nítido, estou parecendo um desses clichês sempre feitos com fotografias antigas que os jornais publicam de umdesaparecido que a família procura em vão.

Sim, eu sou um desaparecido cuja esmaecida, inútil foto se publica num canto de uma página interior de jornal, eu sou o irreconhecível,irrecuperável desaparecido que não aparecerá mais nunca, mas só tu sabes que em alguma distante esquina de uma não lembrada cidadeestará de pé um homem perplexo, pensando em ti, pensando teimosamente, docemente em ti, meu amor.

BRAGA, Rubem. A Traição das Elegantes. Rio de Janeiro: Editora Sabiá, 1969.1 – O texto é escrito em primeira pessoa. Retire um trecho que confirme essa afirmativa:__________________________________________________________________________________________________________________

2 – O que significa uma “saudade de noivo”?__________________________________________________________________________________________________________________

3 – Qual o efeito da repetição no trecho “[...] e penso em ti devagar, bem devagar[...]”?__________________________________________________________________________________________________________________

4 – Você percebeu que, no trecho seguinte, também há uma repetição? E a estrutura também se repete, observe: “[...] com um bem-querertão certo e limpo, tão fundo e bom[...]” . Essas repetições ajudam a criar um ritmo para o texto. Esse ritmo é anunciado como umaconsequência. Releia o trecho em que isso é explicitado e escreva aqui.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5 – A quem o eu do texto se dirige? Que marcas linguísticas deixam isso claro?__________________________________________________________________________________________________________________

O próximo texto é uma crônica. Converse com seu (sua) Professor(a) e relembre o que você já aprendeu sobreCRÔNICAS.

Sugerimos que você assista ao Morde a língua episódio denominado “Um vídeo sobre a nossa vida: crônica”,disponível em

http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/assista/webtv/9349-um-v%C3%ADdeo-sobre-a-nossa-vida-cr%C3%B4nica

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 23

Texto 25Abra os olhos! Não perca os detalhes poéticos nas cenas da vidaClara Baccarin

É fim de tarde de outono, há uma nuvem enorme cor de rosa no céu e tudo em volta dela é amarelo ouro, um céu de baunilha brilha emcima de sua cabeça e você não vê. Absorvido pelo celular, perdeu o show gratuito.

As paredes descascadas daquela casa antiga que você passa todos os dias formam desenhos de bichos e rostos; a janela quebrada damesma casa é uma moldura para um jardim selvagem, mas você, imerso em preocupações, nunca olhou para o lado, não perde tempo comterrenos baldios.

No caminho ainda, há uma porta aberta para um brechó antigo e uma senhora idosa, talvez a dona do estabelecimento, toma chá numacadeira de balanço, quase tornando-se parte do insólito lugar. Mas você não se interessa por lugares tão escondidos, roupas tão velhas epessoas que já saíram de moda.

Na estrada para a praia, você no carro olhando pela janela e tudo parece monótono, mas as várias espécies de plantas – samambaias,trepadeiras, bromélias… – se emaranham, crescem, sobem umas nas outras, confundindo-se, criando um mutualismo loucamente brasileiro emvários tons de verde e ainda por cima nasce uma flor roxa no meio. Mas você não viu, porque, impaciente, matava o tempo jogando no celular.

Seu amigo fez a janta, colocou folhinhas de manjericão colhidas na hora em cima do simples macarrão com molho vermelho, você nemolhou a refeição que engolia quase sem paladar. Seu amor beijou seus olhos e suas mãos quando você se queixou da canseira do trabalho,mas você não tinha mais energia para sentir e perceber o gesto de carinho.

Uma criança cisma em chamar a sua atenção, subindo e descendo o rosto no banco do ônibus a sua frente, você quase se distrai, masrespira fundo, expira a monotonia que vem de dentro e volta a se embrenhar nas nuvens densas e importantes dos seus pensamentos.

Desenharam um coração com chocolate em pós no seu cappuccino, mas você só consegue ficar mergulhada na lembrança do seu coraçãomachucado.

Tanta coisa a ser resolvida, tanta coisa a ser digerida, é preciso foco no que importa, é preciso seguir rápido, é preciso pensar no amor, notrabalho, nas conquistas a serem atingidas, nas frustrações de não ter chegado aonde queria ainda, é preciso não se deixar perder naspequenas coisas, o tempo urge, a vida é curta, as pessoas se atropelam, a corrida é injusta, a canseira toma seu corpo e sua alma. É precisover a vida em preto e branco por todos os lados cegos que se olha até que, depois de muita luta, você conquiste finalmente o direito de selibertar e apreciar as singelezas da vida. Se é que até lá seu olhar saberá encantar-se novamente.

Mas agora, a vida, os detalhes, as pequenas belezas… ficam para quem tem tempo de se permitir ser criança para sempre. Não é mesmo?http://www.contioutra.com/

O próximo texto também é em prosa e faz um pedido ao leitor. Siga refletindo ...

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 24

1 – Retire do primeiro parágrafo do texto um trecho que confirme o diálogo com o leitor:__________________________________________________________________________________________________________________

2 – No primeiro parágrafo, qual a causa de não ser vista a tarde de outono?__________________________________________________________________________________________________________________

3 – A que se refere a expressão “show gratuito”?__________________________________________________________________________________________________________________

4 – Segundo o narrador do texto, no segundo parágrafo, outras coisas deixam de ser vistas... Qual a causa disso?__________________________________________________________________________________________________________________

5 – No quarto parágrafo, que relação é estabelecida com o trecho anterior pelo termo destacado em “Mas você não viu, porque, impaciente, matava o tempo jogando no celular.”?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6 – Observe a pontuação no trecho: “Tanta coisa a ser resolvida, tanta coisa a ser digerida, é preciso foco no que importa, é preciso seguirrápido, é preciso pensar no amor, no trabalho, nas conquistas a serem atingidas, nas frustrações de não ter chegado aonde queria ainda, épreciso não se deixar perder nas pequenas coisas, o tempo urge, a vida é curta, as pessoas se atropelam, a corrida é injusta, a canseiratoma seu corpo e sua alma.”Que efeito ela provoca?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7 – Volte ao título do texto. Qual o efeito provocado pelo uso do verbo e do ponto de exclamação?__________________________________________________________________________________________________________________

Seu desafio agora é escrever uma CRÔNICA , contando, de forma poética, uma cena do seu cotidiano.Pode ser algo que aconteceu no caminho até a escola. Prepare o seu olhar para prestar atenção aos detalhes

simples que, muitas vezes, passam sem que você perceba.Após a escrita, não se esqueça da revisão. Combine com seu (sua) Professor(a). Se desejar, apresente a sua

crônica para os colegas.

ESPAÇOCRIAÇÃO

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 25

Texto 26 Poema brasileiroFerreira GullarNo Piauí de cada 100 crianças que nascem78 morrem antes de completar 8 anos de idade

No Piauíde cada 100 crianças que nascem78 morrem antes de completar 8 anos de idade

No Piauíde cada 100 criançasque nascem78 morremantesde completar8 anos de idade

antes de completar 8 anos de idadeantes de completar 8 anos de idadeantes de completar 8 anos de idadeantes de completar 8 anos de idade

(1962)

GULLAR, Ferreira. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Lacerda Editores, 2008.

Para saber mais...

“As palavras podem criar imagens vívidas,

surpreendentes, marcantes, imagens que valem pelo que

têm de imagem. Nada explicam e parecem nunca parar de nos

dizer algo. Por outro lado, o próprio aspecto visual do

poema é importante. Quando abrimos a página, a primeira

coisa que vemos, antes de ler, é o formato do poema, a

mancha gráfica estendendo-se diante dos olhos, antes de

decifrarmos a primeira sílaba. Sentimos a presença visual do poema, no espaço da página,

antes de saboreá-lo no tempo.”

Bráulio Tavares. Revista Língua Portuguesa. Maio de 2008.

De volta aos poemas!A forma como uma mensagem está escrita pode transformar em poema uma simples frase.

Essa é a informação básica que vaiganhando forma poética.

Comparando as duas primeiras estrofes, percebe-seuma alteração quanto ao número de versos. O queisso provoca?______________________________________________________________________________________

Nesta estrofe, algo muda? Que efeito isso provoca?______________________________________________________________________________________________________

Qual o efeito dessa repetição?______________________________________________________________________________________________________________________________

Da difícil facilidadeÉ preciso escrever um poema várias vezes para que dê a impressão de que foi escrito pela primeira vez.

QUINTANA, Mario. Poemas para ler na escola – Mário Quintana. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 26

Texto 27

NEVES, Libério. Pedra solidão. Belo Horizonte: Movimento Perspectiva,1965.

1 – Observe a forma resultante dadisposição das palavras no poema.Que parte do poema se relacionaa essa forma?____________________________

2 – Como a musicalidade seconstrói nos três primeiros versosdo poema?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3 – Como é representada, nopoema, a queda do pássaro?____________________________________________________________________________________

Em alguns poemas, a própria imagem gráfica na página (o visual) provoca o leitor. Leia os dois exemplos:

CAMPOS, Augusto de. Outro. Perspectiva, 2015.

Texto 28

1 – Que concepção sobre poesia essetexto traz e que já foi anunciada em textosanteriores?____________________________________________________________________

2 – O eu do texto anuncia o desejo dedesaprender, esquecer, emudecer. Qual aconsequência dessas ações?______________________________________________________________________________________________________

3 – Que ideia a forma do poema pode darpara reforçar o seu sentido?______________________________________________________________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 27

Texto 31Canção de muito longe

Foi-por-causa-do-bar-quei-ro

E todas as noites, sob o velho céu arqueado de bugigangas,A mesma canção jubilosa se erguia.

A canoooavirouQuemfez elavirar? Uma voz perguntava.

Os luares extáticos...

A noite parada...

Foi por causa do barqueiroQue não soube remar.

QUINTANA, Mário. Canções seguido de Sapato floridoe A rua dos cataventos. Rio de Janeiro: Objetiva,2012.

1 – Com que outro texto esse poema de Mario Quintana temintertextualidade?___________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 – Qual o efeito provocado pela forma como está escrito oprimeiro verso e os versos 4 e 5?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

ESPAÇOCRIAÇÃO

Escolha uma palavra ou frase e brinque com ela. Construa seu texto,relacionando a forma e o conteúdo da palavra ou frase.

LEMINSKI, Paulo. Toda poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

LEMINSKI, Paulo. Toda poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

Texto 29

Texto 30

1 – Leia o texto. Formule umahipótese para as letrasembaralhadas que estão nomeio do texto.___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1 – Qual o efeito de sentidoprovocado pela forma comoestão escritas as palavras“pétala” e “despetalá-la”.________________________________________________________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 28

Texto 33Quadrilha da sujeira

João joga um palitinho de sorvete narua de Teresa que joga uma latinha derefrigerante na rua de Raimundo quejoga um saquinho plástico na rua deJoaquim que joga uma garrafinhavelha na rua de Lili.Lili joga um pedacinho de isopor narua de João que joga uma embalagenzinhade não sei o quê na rua de Teresa quejoga um lencinho de papel na rua deRaimundo que joga uma tampinha derefrigerante na rua de Joaquim que jogaum papelzinho de bala na rua de J.PintoFernandes que ainda nem tinhaentrado na história.

AZEVEDO, Ricardo. Você Diz que Sabe Muito Borboleta[Sabe Mais! Rio de Janeiro: Moderna, 2007.

1 – Qual o tema do texto?____________________________________________________________________________________________________

2 – Qual o efeito produzido pelo uso do diminutivo no texto?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3 – Como esse texto dialoga com o texto de Drummond?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Texto 32QuadrilhaJoão amava Teresa que amava Raimundoque amava Maria que amava Joaquim que amava Lilique não amava ninguém.João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandesque não tinha entrado na história.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

1 – Qual o tema do poema?__________________________________________________________________________________________________________________________

2 – Pode-se dizer que poema se organiza em duas partes. O que a segunda parte representa em relação à primeira?__________________________________________________________________________________________________________________________

3 – Leia o verbete e responda: por que o título do texto é quadrilha?qua·dri·lha (espanhol cuadrilla)substantivo feminino[...]5. Grupo de quatro pares que executam um bailado.6. Dança figurada de quatro ou mais pares que se defrontam uns com os outros. = CONTRADANÇA [...]Adaptado de Dicionário Priberam da Língua Portuguesa https://www.priberam.pt/dlpo/quadrilha

__________________________________________________________________________________________________________________________

4 - No texto pode-se perceber uma visão otimista ou pessimista do amor? Explique:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Agora você vai ler dois textos e compará-los. Observe como se dá o diálogo entre eles: a INTERTEXTUALIDADE.

Assista ao Morde a língua, episódio 2 -Tinha uma irmã no meio do caminho: intertextualidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 29

1 - Qual a tese defendida pelo texto?____________________________________________________________________________________

2 – Indique um argumento utilizado para defendera tese.______________________________________________________________________________________________________________________________

3 – Segundo o texto, por que a poesia não cria umageração de alegres sem causa?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4 – O que significa dizer que a escola é capaz de“instaurar brisa”?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Texto 34Poetizar espaços é alargar o tempo

Edinara Leão

Vive-se, hoje, o tempo da não poesia. O desmembramento entre magia evida é uma das marcas de nossa era pós-moderna ─ era de fragmentação efragilidade, em que a indústria cultural esmaga o ser humano. Em épocas comoesta, é contraproducente o viver poético. Não é possível combinar a harmonia dapalavra mítica, que rememora o paraíso perdido, ao caos dos dias em quevivemos. É o tempo-flecha, o tempo-ponto, abismado em si mesmo, sem fronteiranem horizontes. [...]

A poesia é a extrema liberdade do ser, a palavra inquietante, perturbadora.Um amigo confessou-me: queria livrar-se da poesia. Já não era feliz... A poesianão cria uma geração de alegres sem causa. Cria seres profundos, capazes de leralém da letra impressa, além da palavra dita. Quem lê poesia, escreve poesia,questiona poesia, não perde a possibilidade de refazer-se constantemente, ir aoencontro de si. E não é essa a arte da vida? A possibilidade de, estando nomundo, interferir criativamente sobre ele?

Então, para que a poesia? Porque ainda há tempo de instaurar no tempo umoutro tempo. E é a escola (ou deve ser) a instituição capaz de descobrir a riquezacontida na palavra poética. Num trabalho constante e inquiridor, a escola é capazde instaurar brisa, desmascarar a hipocrisia do tecido social e criar um ser quecristaliza um outro tempo em sua mente e coração, contando com o podertransformador da palavra poética.

Adaptado de Jornal Mundo Jovem. PUCRS - Setembro de 2007.

Continuando a perceber o modo de utilizar a língua portuguesa, você vai ler, agora, outro artigo em que se expressa um ponto devista (tese) e se defende esse ponto de vista com argumentos. O assunto é a poesia.

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 30

Texto 35Ritmo

Na portaa varredeira varre o ciscovarre o ciscovarre o cisco

Na piaa menininha escova os dentesescova os dentesescova os dentes

No arroioa lavadeira bate a roupabate a roupabate a roupa

até que enfim se desenrola

toda a cordae o mundo gira imóvel como um pião!

QUINTANA, Mario. Poemas para infância. In Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.

2 – Releia o último verso do poema: “e o mundo gira imóvel como um pião!”

a) Nele, estabelece-se uma comparação. Que palavra estabelece essa comparação?

_____________________________________________________________________

b) A metáfora, recurso de linguagem já abordado neste caderno, é também isso: uma

comparação sem o elemento de comparação. Experimente reescrever o verso,

usando o recurso da metáfora:

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

c) Explique a relação que o eu poético estabelece entre o giro do mundo e o de um pião:

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

1 – Leia o poema, observando o ritmo que as repetições nele contidas determinam

para a leitura. Marque as repetições.

vivaosnoivos.pt

Para saber mais...Num poema, a musicalidade e o ritmo são muito importantes. Os sons são combinados para criar sentidos novos, inesperados.A repetição é um instrumento importante para construir a musicalidade e o ritmo no poema. A rima também.O ritmo, em um poema, se dá pela alternância de sílabas tônicas e não tônicas em cada verso, tendo também muito a ver com

a métrica (tamanho, número de sílabas dos versos), e com a sonoridade provocada pela rima. As repetições também determinam oritmo em um poema. Ao ler um poema, observe todos esses aspectos.

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 31

Agora, responda, sobre o texto 37:a) Que recurso foi utilizado para marcar a sonoridade do poema?____________________________________________________

b) Qual o efeito da repetição em “Medo da nuvem Nuvem Nuvem”?____________________________________________________

Cantiga do ventoO vento vem vindode longe,de não sei onde,vem valsando, vem brincando, sem vontade de ventar.

Vem vindo devagar,devagarinho,mais viraçãoque vem em vão,e vai e voltae volta e vai.

De repente, o vento vira rocke vira invencível serpente.E voa violentoe vai velhaco,vozeirão varrendovárzeas, verdurase violetas

E vira violinistavibra na vidraça,vira copo e vira taça,e zoa e zoa e zoa– uma zorra!

O vento, mesmo veloz, tem tempo pra brincadeira, tem tempo pra causar vexame.E enche a casa de sujeirae ergue o vestido da madame.

JOSÉ, Elias. Namorinho de portão. São Paulo: Moderna, 1986.

Texto 36

A sonoridade do poema pode ser construída, também, por outros meios... Leia, em voz alta, os poemas abaixo.

Agora, responda, sobre o texto 36:a) Que recurso foi utilizado para marcar a sonoridade do poema?____________________________________________________

b) O que esse recurso sonoro nos faz lembrar?____________________________________________________

Texto 37Canção de nuvem e ventoMedo da nuvemMedo MedoMedo da nuvem que vai crescendoQue vai se abrindoQue não se sabeO que vai saindoMedo da nuvem Nuvem NuvemMedo do ventoMedo MedoMedo do vento que vai ventandoQue vai falandoQue não se sabeO que vai dizendoMedo do vento Vento VentoMedo do gestomudoMedo da falaSurdaQue vai movendoQue vai dizendoQue não se sabeQue bem se sabeQue tudo é nuvem que tudo é ventoNuvem e vento Vento Vento!

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 32

Texto 38Canção para uma valsa lenta

Minha vida não foi um romance...Nunca tive até hoje um segredo.Se me amas, não digas, que morroDe surpresa... de encanto... de medo...

Minha vida não foi um romance,Minha vida passou por passar.Se não amas, não finjas, que vivoEsperando um amor para amar.

Minha vida não foi um romance...Pobre vida... passou sem enredo...Glória a ti que me enches a vidaDe surpresa, de encanto, de medo!

Minha vida não foi um romance...Ai de mim... Já se ia acabar!Pobre vida que toda dependeDe um sorriso... de um gesto... um olhar...

QUINTANA, Mario. Poesias. Porto Alegre: Globo/MEC,1972.

1 – A voz poética do texto repete que sua vida não foi um romance. Pelo que selê, em cada estrofe do texto, como deve ser a vida para ser “um romance”?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 – O eu do texto é jovem? Que versos comprovam isso?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3 – Como o eu do texto qualifica a própria vida?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4 – Releia os versos “Glória a ti que me enches a vida/ De surpresa, de encanto,de medo!” (3.ª estrofe) e responda:

a) A quem se refere a palavra em destaque?__________________________________________________________________

b) O que acontece de diferente na vida do eu poético, enchendo-a “De surpresa,de encanto, de medo!”?__________________________________________________________________

5 – Perceba o ritmo do poema. Volte ao título. Você sabe o que é uma valsa?Uma valsa é um ritmo marcado em três tempos. Releia os dois últimos versos decada estrofe e marque seu ritmo. Que efeito isso provoca?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Continue a observar a musicalidade dos poemas...

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 33

Texto 39Um mar de fogueirinhas

Um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir aos céus. Quando voltou, contou.Disse que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas.

— O mundo é isso — revelou —. Um montão de gente, um mar de fogueirinhas.Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem

fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nempercebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiamnem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sempestanejar, e quem chegar perto pega fogo.

Adaptado de GALEANO, Eduardo. O Livro dos Abraços. Porto Alegre: L&PM, 1995

Eduardo Galeano

Eduardo Galeano nasceu em Montevidéu,

Uruguai, em 3 de setembro de 1940. Em sua cidade

natal, foi chefe de redação do semanário Marcha e diretor do jornal Época.

Fundou e dirigiu a revista Crisis, em Buenos

Aires. A partir de 1973, esteve exilado na Argentina e na Espanha; no início de 1985, voltou ao Uruguai,

residindo desde então em Montevidéu.

É autor de vários livros, traduzidos em mais de vinte países, e de uma vasta obra

jornalística. Eduardo Galeano

faleceu em 13 de abril de 2015 em Montevidéu.

http://www.lpm.com.br/site/default.asp?TroncoID=805134&SecaoID=948848&SubsecaoID=0&Template=.

./livros/layout_autor.asp&AutorID=39

cultura.estadao.com.br

Agora você vai ler mais alguns textos em prosa.

1 – O texto é rico em imagens. Qual a metáfora principal?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 – Qual o efeito da repetição no trecho “Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores.” ?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3 – Que palavra estabelece a oposição entre “fogos bobos” e “outros” no último parágrafo?_______________________________________________________________________________________

4 – No último parágrafo, destaque uma relação de consequência:_______________________________________________________________________________________

Relembrando...POEMA é um texto literário organizado em versos. Há também textos literários em prosa.POESIA, de forma geral, pode ser compreendida como tudo o que toca a sensibilidade.

Sugerir emoções através das diferentes linguagens – e não só pela palavra – é poesia.PROSA é um texto organizado em linhas contínuas e parágrafos. Um texto em prosa

também pode tocar a sensibilidade, ter poesia, o que se chama prosa poética.

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 34

Texto 40Nasceu em 1955, na Beira, Moçambique.É biólogo, jornalista e autor de mais detrinta livros, entre prosa e poesia. Seuromance Terra sonâmbula é consideradoum dos dez melhores livros africanos doséculo XX. Recebeu uma série de prêmiosliterários, entre eles o Prêmio Camões de2013, o mais prestigioso da línguaportuguesa[...]. É membro correspondenteda Academia Brasileira de Letras.http://www.companhiadasletras.com.br/autor.php?codigo=01846

Mia Couto

A próxima história é do escritor Mia Couto e dá título a uma coletânea de 17 contos. Antes de mergulhar no conto, conheça um pouco sobreo autor e o livro.

1 – Compare os dois textos quanto à finalidade:______________________________________________________________________________________________________________________

2 – No texto 41 , sublinhe dois trechos em que se evidenciamopiniões.

Texto 41Os dezessete contos desta antologia foram escritos em fases

distintas da carreira do escritor Mia Couto e compõem umpanorama surpreendente do universo infantil em Moçambique.[...] As histórias selecionadas mostram a complexidade quemove as relações familiares, a orfandade em um país que viveupor anos em guerra, a realidade das crianças submetidas aotrabalho infantil e os resquícios da luta pela independência.

Mia Couto é um prosador bastante sensível àscomplexidades da vida e um escritor que constrói as narrativasinspiradas na linguagem oral, revelando a sua influência eadmiração pelo nosso Guimarães Rosa, sem contar a presençado fantástico e do religioso em suas histórias.

Adaptado de http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=33006

Texto 42A menina sem palavra

Mia Couto

A menina não palavreava. Nenhuma vogal lhe saía, seus lábios se ocupavam só em sons que não somavam dois nem quatro. Era umalíngua só dela, um dialecto pessoal e intransmixível? Por muito que se aplicassem, os pais não conseguiam percepção da menina. Quandolembrava as palavras ela esquecia o pensamento. Quando construía o raciocínio perdia o idioma. Não é que fosse muda. Falava em língua quenem há nesta actual humanidade. Havia quem pensasse que ela cantasse. Que se diga, sua voz era bela de encantar. Mesmo sem entendernada as pessoas ficavam presas na entonação. E era tão tocante que havia sempre quem chorasse.

Seu pai muito lhe dedicava afeição e aflição. Uma noite lhe apertou as mãozinhas e implorou, certo que falava sozinho:— “Fala comigo, filha!”Os olhos dele deslizaram. A menina beijou a lágrima. Gostoseou aquela água salgada e disse:— “Mar”…O pai espantou-se de boca e orelha. Ela falara? Deu um pulo e sacudiu os ombros da filha. “Vês, tu falas, ela fala, ela fala!” Gritava para

que se ouvisse. “Disse mar, ela disse mar”, repetia o pai pelos aposentos. Acorreram os familiares e se debruçaram sobre ela. Mas mais nenhumsom entendível se anunciou.

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 35

O pai não se conformou. Pensou e repensou e elabolou um plano. Levou a filha para onde havia mar e mar depois do mar. Sehavia sido a única palavra que ela articulara em toda a sua vida seria, então, no mar que se descortinaria a razão da inabilidade.

A menina chegou àquela azulação e seu peito se definhou. Sentou-se na areia, joelhos interferindo na paisagem. E lágrimasinterferindo nos joelhos. O mundo que ela pretendera infinito era, afinal, pequeno? Ali ficou simulando pedra, sem som nem tom. O paipedia que ela voltasse, era preciso regressarem, o mar subia em ameaça.

— “Venha, minha filha!”Mas a miúda estava tão imóvel que nem se dizia parada. Parecia a águia que nem sobe nem desce: simplesmente, se perde do

chão. Toda a terra entra no olho da águia. E a retina da ave se converte no mais vasto céu. O pai se admirava, feito tonto: por que razãominha filha me faz recordar a águia?

— “Vamos filha! Caso senão as ondas nos vão engolir”.O pai rodopiava em seu redor, se culpando do estado da menina. Dançou, cantou, pulou. Tudo para a distrair. Depois, decidiu as

vias do facto: meteu mãos nas axilas dela e puxou-a. Mas peso tão toneloso jamais se viu. A miúda ganhara raiz, afloração de rocha?Desistido e cansado, se sentou ao lado dela. Quem sabe cala, quem não sabe fica calado? O mar enchia a noite de silêncios, as

ondas pareciam já se enrolar no peito assustado do homem. Foi quando lhe ocorreu: sua filha só podia ser salva por uma história! E logoali lhe inventou uma, assim:

Era uma vez uma menina que pediu ao pai que fosse apanhar a lua para ela. O pai meteu-se num barco e remou para longe.Quando chegou à dobra do horizonte pôs-se em bicos de sonhos para alcançar as alturas. Segurou o astro com as duas mãos, com milcuidados. O planeta era leve como um baloa.

Quando ele puxou para arrancar aquele fruto do céu se escutou um rebentamundo. A lua se cintilhaçou em mil estrelinhações. Omar se encrispou, o barco se afundou, engolido num abismo. A praia se cobriu de prata, flocos de luar cobriram o areal. A menina se pôsa andar ao contrário de todas as direcções, para lá e para além, recolhendo os pedaços lunares. Olhou o horizonte e chamou:

— “Pai!”Então, se abriu uma fenda funda, a ferida de nascença da própria terra. Dos lábios dessa cicatriz se derramava sangue. A água

sangrava? O sangue se aguava? E foi assim. Essa foi uma vezChegado a este ponto, o pai perdeu voz e se calou. A história tinha perdido fio e meada dentro da sua cabeça. Ou seria o frio da

água já cobrindo os pés dele, as pernas de sua filha? E ele, em desespero:— “Agora, é que nunca”.A menina, nesse repente, se ergueu e avançou por dentro das ondas. O pai a seguiu, temedroso. Viu a filha apontar o mar. Então

ele vislumbrou, em toda extensão do oceano, uma fenda profunda. O pai se espantou com aquela inesperada fractura, espelho fantásticoda história que ele acabara de inventar. Um medo fundo lhe estranhou as entranhas. Seria naquele abismo que eles ambos seescoariam?

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 36

— “Filha, venha para trás. Se atrase, filha, por favor”…Ao invés de recuar a menina se adentrou mais no mar. Depois, parou e passou a mão pela água. A ferida líquida se fechou, instantânea.

E o mar se refez, um. A menina voltou atrás, pegou na mão do pai e o conduziu de rumo a casa. No cimo, a lua se recompunha.— “Viu, pai? Eu acabei a sua história!”E os dois, iluaminados, se extinguiram no quarto de onde nunca haviam saído.

COUTO, Mia. A menina sem palavra - Histórias de Mia Couto. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

1 – No primeiro parágrafo do texto é apresentada a situação inicial da narrativa. Qual é essa situação?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 – Qual o conflito gerador da narrativa?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3 – De que tipo é o narrador da história? Cite um trecho que confirme a sua resposta:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4 – O que significa dizer “no mar que se descortinaria a razão da inabilidade”?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5 – Qual o significado do termo destacado em “Mas peso tão toneloso jamais se viu.”? Que associação podemos fazer a outra palavra parachegar a essa conclusão?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6 – No texto há vários neologismos. Formule hipóteses para a criação de “elabolou”, “cintilhaçou” e “temedroso”. O que significam essasnovas palavras?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7 – Qual o efeito da repetição do “e” no trecho “Pensou e repensou e elabolou um plano.”?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 37

8 – Por que o pai resolveu contar uma história para a filha?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9 – Você percebeu que, no conto, há uma história dentro da outra? Qual o conflito gerador da história contada pelo pai?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10 – Há elementos mágicos no conto. Transcreva um deles:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11 – Por que pode-se dizer que o desfecho do conto é surpreendente?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Relembrando...O texto que você acabou de ler é um conto. Podemos dizer, como você já aprendeu no primeiro bimestre, que esse gênero textual é

de base narrativa e apresenta sequências de fatos, que são vividos pelos personagens, num determinado tempo e espaço. Existetambém um narrador, aquele que conta a história.

Nos cadernos pedagógicos anteriores, você estudou não só os elementos do conto: personagem, tempo, espaço, ação, e narrador;como também os momentos da narrativa: situação inicial, conflito, clímax e desfecho. Se você tiver dúvidas, volte a esses cadernos eretome o estudo da estrutura desse gênero.

De maneira geral, um conto é mais breve que um romance e apresenta um número reduzido de personagens. O tempo e o espaço emque se desenvolve a história também são restritos.

O desafio agora é seu. Você deve escrever um CONTO. Baseie-se nos contos que você já leu e escreveu. Se precisar, volte a cadernos de apoio anteriores. Suas leituras e escritas vão

formando um repertório... Use-o.Para começar a se organizar, pense nos elementos da narrativa. O quadro que se segue foi pensado para ajudá-lo. Algum elemento já

está definido? Fique atento!

ESPAÇOCRIAÇÃO

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 38

Reflita... Anote suas ideias. Escreva um primeiro esboço.

NARRADOR

Quem conta a história? Um narrador – observador, em terceira pessoa, ou um narrador – personagem, em primeira pessoa? Defina o foco narrativo.

TEMPO

Quando acontecem os fatos? Descreva esse tempo.

ESPAÇO

Onde se passa a narrativa? Descreva o espaço, dê detalhes. Faça o leitor ter a impressão deque conhece esse lugar.

PERSONAGENS Faça um esboço de cada personagem.

Quem vai fazer parte da história? Quem será o protagonista?

MOMENTOS DA NARRATIVA

Defina o conflito gerador e estabeleça um roteiro:situação inicial, complicação (do conflito geradorao clímax) e desfecho.

O que acontece?

Releia o seu texto e, no seu caderno,

escreva uma primeira versão do seu conto. Após escrever, volte

aqui e oriente-se para a revisão.

Combine com o(a) seu(sua) Professor(a) uma forma de compartilhar seu texto com os colegas.

Em primeiro lugar, veja se você cumpriu

o que foi solicitado

para realizar a tarefa.

Repense a estrutura de seu conto: a apresentação está

conquistando o leitor?O conflito gerador é

interessante?E o clímax?

O desfecho está coerente ou é inusitado?

Releia o texto, prestando bastante atenção aos

elementos de articulação...Seu texto está coeso?

Por fim, confira a ortografia e a concordância.

Ah, e lembre-se de conferir

se o título está

interessante!

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 39

Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, "Histórias Vividas", uma imponente gravura. Representava elauma jiboia que engolia uma fera. [...]

Dizia o livro: "As jiboias engolem, sem mastigar, a presa inteira. Em seguida, não podem mover-se e dormem os seis meses da digestão."

Mostrei minha obra-prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes fazia medo. Responderam-me: "Por que é que umchapéu faria medo?"

Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jiboia digerindo um elefante. Desenhei então o interior da jiboia, a fim deque as pessoas grandes pudessem compreender. Elas têm sempre necessidade de explicações. Meu desenho número 2 era assim:

As pessoas grandes aconselharam-me deixar de lado os desenhos de jiboias abertas ou fechadas, e dedicar-me de preferência àgeografia, à história, ao cálculo, à gramática. Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma esplêndida carreira de pintor.[...]

Tive pois de escolher uma outra profissão e aprendi a pilotar aviões.[...]Tive assim, no correr da vida, muitos contatos com muita gente séria. Vivi muito no meio das pessoas grandes. Vi-as muito de perto. Isso

não melhorou, de modo algum, a minha antiga opinião. Quando encontrava uma que me parecia um pouco lúcida, fazia com ela a experiênciado meu desenho número 1, que sempre conservei comigo. Eu queria saber se ela era verdadeiramente compreensiva. Mas respondia sempre:"É um chapéu". Então eu não lhe falava nem de jiboias, nem de florestas virgens, nem de estrelas. Punha-me ao seu alcance. Falava-lhe debridge, de golfe, de política, de gravatas. E a pessoa grande ficava encantada de conhecer um homem tão razoável.

Refleti muito então sobre as aventuras da selva, e fiz, com lápis de cor, o meu primeiro desenho. Meu desenho número 1 era assim:

Agora você vai ler trechos do livro “O Pequeno Príncipe”. Esse é um livro clássico, que vem encantando gerações desdea década de 1940. Vamos ler alguns trechos e nós torcemos para que você deseje ler o livro por inteiro.

Texto 43Capítulo I

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 40

1 – Qual o nome do livro lido pelo narrador? (1.º parágrafo)______________________________________________________

2 – Como o narrador se refere aos adultos no texto?______________________________________________________

3 – O adjetivo séria no trecho “Tive assim, no correr da vida, muitoscontatos com muita gente séria”, está sendo utilizado de formanegativa ou positiva?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4 – Qual a opinião do narrador sobre os adultos?____________________________________________________________________________________________________________

5 – Os adultos aconselharam o narrador a deixar de lado osdesenhos de jiboias abertas ou fechadas. Qual o significado dedeixar de lado?______________________________________________________

6 – Pode-se inferir a opinião dos adultos sobre os desenhos donarrador? Qual é essa opinião?____________________________________________________________________________________________________________

7 – Qual a consequência da opinião dos adultos sobre os desenhosdo narrador?____________________________________________________________________________________________________________

8 – Por que o narrador afirma, no 9.º parágrafo, que ele viveu só,sem amigos?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Vivi portanto só, sem amigo com quem pudesse realmenteconversar, até o dia, cerca de seis anos atrás, em que tive uma paneno deserto do Saara. Alguma coisa se quebrara no motor. E comonão tinha comigo mecânico ou passageiro, preparei-me paraempreender sozinho o difícil conserto. Era, para mim, questão devida ou de morte. Só dava para oito dias a água que eu tinha.

Na primeira noite adormeci pois sobre a areia, a milhas emilhas de qualquer terra habitada. Estava mais isolado que onáufrago numa tábua, perdido no meio do mar. Imaginem então aminha surpresa, quando, ao despertar do dia, uma vozinha estranhame acordou. Dizia:

– Por favor ... desenha-me um carneiro– Hem!– Desenha-me um carneiro ...Pus-me de pé, como atingido por um raio. Esfreguei os olhos.

Olhei bem. E vi um pedacinho de gente inteiramente extraordinário,que me considerava com gravidade. [...]

Olhava pois essa aparição com olhos redondos de espanto.Não esqueçam que eu me achava a mil milhas de qualquer terrahabitada. Ora, o meu homenzinho não me parecia nem perdido, nemmorto de fadiga, nem morto de fome, de sede ou de medo. Não tinhaabsolutamente a aparência de uma criança perdida no deserto, a milmilhas da região habitada. Quando pude enfim articular palavra,perguntei-lhe:

– Mas ... que fazes aqui? [...]

SAIT- EXUPÉRY, Antoine de. O Pequeno Príncipe. Rio de Janeiro: Agir, 1967.

Capítulo II

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 41

9 – Transcreva do 10.º parágrafo:a) um termo e uma expressão que dão ideia de tempo______________________________________________________________________b) um trecho que apresenta uma comparação_____________________________________________________________________________

10 – Qual o motivo da surpresa do narrador no 10.º parágrafo?__________________________________________________________________________________________________________________

11 – Que palavras retomam os termos “meu homenzinho”? __________________________________________________________________

12 – Tomando por base o primeiro trecho, capítulos I e II, qual seria a situação inicial da história? E o conflito gerador? Que marcas linguísticas sinalizam esses momentos? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Vamos continuar a leitura, passando para trechos dos capítulos XX e XXI:

[...] E, deitado na relva, ele chorou.– Bom dia, disse a raposa.– Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.– Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...– Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...– Sou uma raposa, disse a raposa– Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...– Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.– Ah! desculpa, disse o principezinho.– Após uma reflexão, acrescentou:– Que quer dizer "cativar"?– Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?– Procuro os homens, disse o principezinho – Que quer dizer "cativar"?– Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles

fazem – Tu procuras galinhas?– Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?– É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços”.– Criar laços?– Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho

necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas.Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...[...]

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 42

13 – Que marcas do texto nos deixam perceber que se trata de um diálogo?_____________________________________________________________________________________________________________________

14 – Como a raposa explica o significado de “criar laços”?_____________________________________________________________________________________________________________________

15 – O texto não contém informações a respeito da seguinte fala da raposa: “Criam galinhas também. É a única coisa interessante que elesfazem.” Por esse motivo, precisa-se conhecer um hábito do animal para que se possa entender o que a raposa quis dizer. O que podemos inferir arespeito da raposa?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

16 – Qual a opinião da raposa sobre os homens?______________________________________________________________________________________________________________________

17 – No texto, qual o recurso utilizado para tratar carinhosamente o Pequeno Príncipe?______________________________________________________________________________________________________________________

18 – Leia, novamente, o último parágrafo. Por que esperar a hora combinada é importante?______________________________________________________________________________________________________________________

19 – Segundo a raposa, por que os homens não têm mais amigos?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

– Por favor... cativa-me disse ela.– Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.– A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram

tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!– Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.– É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto

do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto ...No dia seguinte o principezinho voltou.– Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser

feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço dafelicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração ...[...]

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 43

E agora, certamente, já se vão seis anos ... jamais contara essa história. Os camaradas ficaram contentes dever-me são e salvo. Eu estava triste, mas dizia: É o cansaço...

Agora já me consolei um pouco. Mas não de todo. Sei que ele voltou ao seu planeta; pois, ao raiar do dia, nãolhe encontrei o corpo. Não era um corpo tão pesado assim ... E gosto, à noite, de escutar as estrelas. Quinhentosmilhões de guizos ...[...]

Esta é, para mim, a mais bela paisagem do mundo, e também a mais triste. [...] Foi aqui que o principezinhoapareceu na Terra, e desapareceu depois.

Olhem atentamente esta paisagem para que estejam certos de reconhecê-la, se viajarem um dia na África,através do deserto. E se acontecer passarem por ali, eu lhes suplico que não tenham pressa e que esperem umpouco bem debaixo da estrela ! Se então um menino vem ao encontro de vocês, se ele ri, se tem cabelos de ouro,se não responde quando interrogam, adivinharão quem é. Então, por favor, não me deixem tão triste; escrevam-me depressa que ele voltou...

1 – Volte ao capítulo II e responda: a que fato o trecho “Os camaradas ficaram contentes de ver-me são e salvo” se refere?__________________________________________________________________________________________________________________

2 – Por que o narrador estava triste?__________________________________________________________________________________________________________________

3 – A quem se refere o pronome ELE no trecho “[...] escrevam-me depressa que ele voltou...” __________________________________________________________________________________________________________________

4 – A quem o narrador se dirige no último parágrafo?______________________________________________________________________________________________________________________________

E agora o último trecho que selecionamos para leitura:

ww

w.m

acan

udo.

com

.ar

Texto 44Agora, você vai ler uma tirinha.

Você percebeu o diálogo entre os

textos?

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 44

Um menino cai na Terravindo de outro planeta.Trata-se de um pequenopríncipe, que vaga pelodeserto do Saara atéencontrar um piloto queacaba de sofrer umacidente com seu avião.Os dois desenvolvem umagrande amizade, nutridapor histórias fantasiosas emuitas mensagens desolidariedade ecompanheirismo.

http://www.adorocinema.com/filmes/filme-57986/trailer-19520162/

Para Léon Werth

Peço perdão às crianças por dedicar este livro a um adulto.

Tenho uma boa razão: esse adulto é meu melhor amigo no

mundo. Outro motivo: ele é capaz de compreender inclusive

os livros infantis. [...]

Se todos esses motivos não forem suficientes, dedico esse

livro, então, à criança que esse adulto foi um dia. Todos os

adultos um dia foram crianças. (Porém, raros se lembram

disso.) Assim, corrijo minha dedicatória:

PARA LÉON WERTH, QUANDO CRIANÇA.

Observe várias capas de diferentes edições do livro.A obra também já foi adaptada para o cinema. Leia a sinopse de um dos filmes de 1975.

Esse outro filme é umaanimação que , segundoestá no cartaz, é“baseada” no livro “OPequeno Príncipe”. Elefoi lançado em 2015 etem tido destaque pelaforma de animaçãoutilizada.

ESPAÇOCRIAÇÃO

Após ler a dedicatória do livro,você é desafiado a escrever!

O autor faz uma crítica aosadultos que, segundo ele, raramentese lembram de que foram crianças...

Uma das funções principais daescrita é o registro. No movimento davida, você está, prezado aluno, setornando adulto. Desejamos quevocê leve consigo o seu “eucriança”...

Para não se esquecer, escrevaum texto:

O que você quer levar , pelavida, do seu “eu criança”?

Texto 45

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 45

‘O que quer, o que pode essa língua”, já dizia Caetano Veloso na música Língua. Na última pequena sequência de textos, essa língua pode nos fazer...rir!

Para ouvir a música de Caetano, acesse o link http://letras.mus.br/caetano-veloso/44738/.

Texto 46

PNEU FURADOLuís Fernando Veríssimo

O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu furado.De pé, ao lado do carro, olhando desconsoladamente para o pneu,uma moça muito bonitinha.

Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu umhomem dizendo: “Pode deixar”. Ele trocaria o pneu.

- Você tem macaco? – perguntou o homem.- Não – respondeu a moça.- Tudo bem, eu tenho – disse o homem. – Você tem estepe?- Não – disse a moça.- Vamos usar o meu – disse o homem.E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça.Terminou no momento em que chegava o ônibus que a moça

estava esperando. Ele ficou ali, suando, de boca aberta, vendo oônibus se afastar.

Dali a pouco chegou o dono do carro.- Puxa, você trocou o pneu pra mim. Muito obrigado.- É. Eu … Eu não posso ver pneu furado. Tenho que trocar.- Coisa estranha.- É uma compulsão. Sei lá.

VERISSIMO, Luis Fernando. Pai não entende nada. Porto Alegre: L&PM, 1991.

2 – Como a moça é apresentada e o que fazia no momentoinicial da história?________________________________________________________________________________________________________

3 – Retire do texto o trecho que indica a causa de , embora amoça não ter pedido ajuda, um homem ter parado o carro paraajudá-la:________________________________________________________________________________________________________

4 – Explique o uso das aspas em ‘“Pode deixar”. Ele trocaria opneu’.__________________________________________________

5 – Qual a quebra de expectativa que gera o humor na história?________________________________________________________________________________________________________

6 – No primeiro parágrafo do texto , um trecho contribui paracriar a expectativa de que o carro fosse da moça. Qual é essetrecho?__________________________________________________

7 – Que expressão reforça que o homem foi surpreendido com asituação?__________________________________________________

8 – Que efeito de sentido tem a interrupção, seguida dereticências, no trecho “- É. Eu … Eu não posso ver pneu furado.Tenho que trocar.” ?________________________________________________________________________________________________________

1 – O narrador do texto é personagem ou observador? Justifique suaresposta, citando um trecho do texto:___________________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 46

1 – Como a segunda pergunta da mãe é compreendida pelos filhos?_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2 – Ao final do texto, pode-se perceber a intenção da mãe. Ela correspondeà expectativa dos filhos? Explique._______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Texto 47— Mamãe, que significa a expressão « os opostos se atraem » ?— Significa que você vai se casar com uma mulher bonita, inteligente e de grande personalidade.

POSSENTI, Sirio. Os humores da língua. Mercado de Letras, 1998.

1 – Pela resposta da mãe, podemos perceber o que ela pensa a respeito do filho? Explique.___________________________________________________________________________________________________________________

Texto 48Adivinha?A mãe vai ao restaurante com seus filhos.– Meninos, querem ouvir uma adivinha?– Sim, mamãe!!!– Sabem qual é a diferença entre a água e o refrigerante?– Não, mamãe!– Água para todos.

LELARGE, Fabrice. 365 Piadas . São Paulo: Editora Girassol, 2008.

O assunto é... humor!Os textos de humor, em geral, veiculam informações

de forma sintética. Afinal, não é nem um pouco engraçadoexplicar a piada, não é?

Então, cabe a você, leitor, compreender o que não foidito explicitamente, seguindo as pistas que o texto dá etrazendo para a leitura seus conhecimentos.

Um cuidado importante que devemos ter com os textosde humor é o de compreender que eles, muitas vezes, lidamcom estereótipos* ou mesmo com preconceitos. Dessemodo, é preciso ficar atento para fazer uma leitura crítica,questionadora. Muitas vezes a piada mais engraçada nãotem graça nenhuma...

Ao ler um texto de humor o leitor precisa perceber seestá em jogo alguma duplicidade de sentido, para detectaros dois sentidos, colocar de lado o mais óbvio ecompreender o menos óbvio.

O efeito surpresa, a quebra de expectativa, éfundamental para se conseguir produzir humor.

Texto 49

1 – Qual o significado das aspas no primeiro quadrinho?__________________________________________________________________________________________________________________________

2 – Observe o quadrinho 2: o formato do balão, a expressão da Mafalda e o uso das reticências expressam o quê?_____________________________________________________________

3 – Que crítica pode-se perceber na tirinha?__________________________________________________________________________________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA – 9.° ANO 47