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Sistemas de barramentos blindados Linhas Elétricas Pré-fabricadas Por Nelson S. Amaral Jr. Destinados a transportar e distribuir energia elétrica de pequenas, médias e grandes capacidades, os sistemas de barramentos blindados são indicados também para interligar linhas elétricas a sistemas viabilizando flexibilidade, segurança e proteção. De acordo com as últimas versões já disponíveis no mercado, o barramento blindado ou “Bus Way”, como originalmente é conhecido, não apenas é apropriado a essas funções, mas também a outras, como manobra de circuitos e proteção seletiva. À medida que avançamos na automação e informatização dos sistemas de barramentos blindados, estes absorveram essa nova tecnologia de maneira que nos dias de hoje podemos torná-los inteligentes, com a introdução de componentes dedicados à proteção como é o caso dos disjuntores providos de relés micro processados. Esse avanço tecnológico se fez necessário para que o barramento blindado acompanhasse a trajetória de outros equipamentos eletromecânicos, que também foram ao longo nos últimos anos, se adaptando à realidade atual, avançando de sua origem na década de 1920 para a atual, com absorção e incorporação de tecnologias muito significativas, como a dos isolantes, responsáveis por geometrias construtivas mais arrojadas, favoráveis a redução de volume e minimização de perdas magnéticas e térmicas (Joule), o que muito contribuiu para sua maior e mais ampla utilização e consequente adesão ao restrito circuito dos engenheiros e técnicos projetistas e formadores de opinião. Com a qualidade de projetos caminhando paralelamente com a evolução da tecnologia e juntas avançando, tornou-se comum e cada vez maior a preocupação do projetista, com a perda que seus clientes irão sofrer com

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Sistemas de barramentos blindados – Linhas Elétricas Pré-fabricadas Por Nelson S. Amaral Jr.

Destinados a transportar e distribuir energia elétrica de pequenas, médias e grandes capacidades, os sistemas de barramentos blindados são indicados também para interligar linhas elétricas a sistemas viabilizando flexibilidade, segurança e proteção. De acordo com as últimas versões já disponíveis no mercado, o barramento blindado ou “Bus Way”, como originalmente é conhecido, não apenas é apropriado a essas funções, mas também a outras, como manobra de circuitos e proteção seletiva. À medida que avançamos na automação e informatização dos sistemas de barramentos blindados, estes absorveram essa nova tecnologia de maneira que nos dias de hoje podemos torná-los inteligentes, com a introdução de componentes dedicados à proteção como é o caso dos disjuntores providos de relés micro processados. Esse avanço tecnológico se fez necessário para que o barramento blindado acompanhasse a trajetória de outros equipamentos eletromecânicos, que também foram ao longo nos últimos anos, se adaptando à realidade atual, avançando de sua origem na década de 1920 para a atual, com absorção e incorporação de tecnologias muito significativas, como a dos isolantes, responsáveis por geometrias construtivas mais arrojadas, favoráveis a redução de volume e minimização de perdas magnéticas e térmicas (Joule), o que muito contribuiu para sua maior e mais ampla utilização e consequente adesão ao restrito circuito dos engenheiros e técnicos projetistas e formadores de opinião.

Com a qualidade de projetos caminhando paralelamente com a evolução da tecnologia e juntas avançando, tornou-se comum e cada vez maior a preocupação do projetista, com a perda que seus clientes irão sofrer com

o transporte e distribuição da energia elétrica em suas plantas, o que até alguns anos atrás pela farta disponibilidade de energia racionalizar perdas, não era meta nos projetos, exceto àqueles que utilizavam energia elétrica como matéria prima. Contabilizar economia nas perdas do sistema não era objetivo nem tão pouco necessidade como nos dias de hoje, onde a competitividade se estende em todos os sentidos. Nesse quesito, o barramento blindado deu a melhor das respostas desde sua criação pela indústria automobilística, reduzindo perdas a valores pontuais bem significativos, o que o tornou viável e essencial em muitos projetos como, por exemplo, na aplicação de prumadas dos grandes edifícios comerciais e residenciais, a chamada “Medição Eletrônica na Prumada”, onde as perdas: XL = reatância (mΩ/m); Z = impedância (mΩ/m); R = resistência (mΩ/m);

são projetadas a valores pré-determinados, de maneira que a queda de tensão percentual em Volts (∆V%) no

ponto de entrega é contabilizada pelas concessionárias distribuidoras de energia elétrica. Neste caso, o barramento blindado, associado à tecnologia dos medidores eletrônicos avançou ainda mais. Além das perdas reduzidas e pontuais, agrega segurança e confiabilidade, qualidade, racionalização da instalação e de espaços, eliminação de eventuais fraudes, telemetria (informatização) e automação predial. Dimensionamento

O pioneirismo dessa nova aplicação se deve a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), já no final de sua gestão como empresa estatal, e concretizado em um empreendimento da extinta Encol no início de 1995, chamado “Shopping Ouro Verde” (hoje Shopping Jaraguá) no centro na cidade de Campinas, em São Paulo, após estudos preliminares, mas foi com a engenharia da distribuição e automação da AES Eletropaulo que ela decolou em 2006, após estudos desenvolvidos com os fabricantes de barramento blindado. Construção do barramento blindado

Principais partes

Saída para alimentador “cofre plug-in”

Emenda Sequência de montagem

Para que o sistema de barramento blindado possa ser encaminhado ao longo de uma planta é necessário que venha a dispor de todos os elementos que acompanhem a geometria da instalação:

Cantonal Derivação “T”

Derivação “X”

O sistema de barramento blindado é alimentado geralmente por um transformador, gerador, ou através de um painel elétrico; então, se faz necessária uma flange para conexão.

Flange

Por onde se encaminha o sistema de barramento blindado no interior de uma planta, pode-se encontrar situações adversas quanto ao ambiente onde estará instalado e operando. O Grau de Proteção deve ser projetado para suportar essas divergências do meio sem danos ao barramento e quanto a sua confiabilidade de funcionamento. O Grau de Proteção mínimo é o IP 31, conforme estabelecido na norma ABNT NBR 16019:2011 de instalação dos barramentos; no entanto, pode-se aplicar a ele qualquer Grau de Proteção que seja necessário para atender a demanda do projeto.

Esse conceito é válido também para outras características técnicas construtivas, como por exemplo Corrente Nominal de fase e de neutro (de 160 a 6.000A); Corrente de curta duração (de 12 a 110KA), Corrente de curto-circuito (de 24 a 260KA) e barra externa de terra, porém, os fabricantes exibem em seus catálogos técnicos as versões mais solicitadas de mercado, e as menos usuais ou especiais sob consulta. Tendências No início, o barramento blindado era um privilégio da indústria automotiva a quem outorgamos sua invenção; depois, foi se transferindo a outras indústrias. Já com sua utilização nas “medições eletrônicas de prumada” ganhou maior aceitação e tornou-se bem mais conhecido e conceituado nas projetistas que passaram a aplicar o equipamento em projetos de outras naturezas. Essa última fase colaborou para um importante resgate, pois no Brasil quase não se utilizava alumínio em barramentos blindados de baixa tensão. Depois com a realização dos ensaios de tipo previstos na norma ABNT NBR IEC 60439-2, esclareceu-se e silenciou-se antigas dúvidas que culturalmente se opunham, e assim, reverteu-se para o barramento blindado de barras condutoras de alumínio como o mais produzido. Atualmente, as encomendas então na razão de 35% de barramentos de cobre contra 65% de alumínio, e a tendência é de aumentar ainda mais. Com isso, muitos projetos, que outrora eram inviabilizados pelo custo elevado, hoje são viáveis com o emprego do barramento blindado de barras condutoras de alumínio, acrescentando ainda mais o seu emprego. Se somarmos o fato que o Brasil vem ganhando espaço dos investidores internacionais com a chamada era “pré-sal”, seremos obrigados a reconhecer que o mercado nacional nos últimos cinco anos está em ascensão, o que também acrescenta considerável parcela de sucesso ao equipamento. Na prática, os fabricantes nacionais estão continuamente investindo no aumento da produção, adquirindo modernos equipamentos e gerando novos empregos, o que podemos simplesmente definir como “progresso”. ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: >> Nelson da Silva Amaral Júnior é formado em engenharia elétrica, eletrônica e telecomunicações. É também membro das Comissões de Estudo do Cobei – ABNT/CB-3 – CE- 03:017.02 – Conjuntos de manobra e controle de Baixa Tensão; CE-03:64.01 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão; CE-03:64.11 – Instalações Elétricas de Alta Tensão; CE-03:17.05 – Dispositivos de Manobra e Controle de Baixa Tensão, GT-04 – Disjuntores; CE-03:17.05 – Dispositivos de Manobra e Controle de Baixa Tensão, GT-05 – Seccionadores; CE-03:064.001 – Comissão de Estudos de Instalações Elétricas de Baixa Tensão – GT – Prumadas de uso coletivo – Linhas Elétricas pré-fabricadas - Barramentos Blindados. Participou ativamente na criação das normas ABNT de Linhas Elétricas pré-fabricadas a ABNT NBR 60439-2, e na de instalações ABNT NBR 16019. Atualmente, é diretor do GT de barramentos blindados da Abinee, e há mais de 20 anos, gerente de marketing da Beghim.