lince 45

18
Desrespeito (pedestre nunca tem chance) | PÁGINA 03 Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Newton Paiva Ano V | Nº 45 Setembro de 2011 LINCE DE OLHO NA NOTÍCIA NOVO OLHAR SOBRE O CINEMA BRASILEIRO | PÁGINAS 08 E 09 UM SONHO BANHADO EM OURO | PÁGINAS 04 E 05 REDES SOCIAIS: O NOVO ILUMINISMO | PÁGINA 06 SOU PELA VIDA DIRIJO SEM BEBIDA | PÁGINA 13 TER QUE ACREDITAR SÓ PRA TER RAZÃO | PÁGINAS 14 E 15 LORAYNE FRANÇOIS BRUNO MENEZES

Upload: jornal-lince

Post on 23-Mar-2016

215 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Jornal Laboratório do curso de Jornalismo do Centro Universitário Newton Paiva

TRANSCRIPT

Page 1: Lince 45

Desrespeito(pedestre nunca

tem chance)| PÁGINA 03

Jornal Laboratório do

Curso de Jornalismo do

Centro Universitário

Newton Paiva

Ano V | Nº 45

Setembro de 2011LINCEDE OLHO NA NOTÍCIA

NOVO OLHAR SOBRE O CINEMA BRASILEIRO| PÁGINAS 08 E 09

UM SONHOBANHADO EM OURO| PÁGINAS 04 E 05

REDES SOCIAIS:O NOVO ILUMINISMO| PÁGINA 06

SOU PELA VIDADIRIJO SEM BEBIDA| PÁGINA 13

TER QUE ACREDITARSÓ PRA TER RAZÃO| PÁGINAS 14 E 15

LO

RAYN

E FR

AN

ÇO

IS

BRUNO MENEZES

Page 2: Lince 45

Setembro/20112 Setembro/20112

GU

ERR

A

EXPEDIENTEREITORLuis Carlos de Souza Vieira

PRÓ-REITOR ACADÊMICOSudário Papa Filho

CO OR DE NA DORA DO CURSO DE JOR NA LISMOPro fes sora Ma ri a lice Em bo ava

COORDENADOR DA CENTRAL DE PRODUÇÃO JORNALISTICA- CPJPro fes sor Eus tá quio Trin dade Netto (DRT/MG 02146)

PRO JETO GRÁ FICO E DIREÇÃO DE ARTEHelô Costa (127/MG)

DIAGRAMAÇÃO: Ludmila Rezende

MONITORES: Lídia SalazarSérgio VianaDiego dos Santos

REPORTAGENS:Alu nos do Curso de Jornalismo do Centro Universitário New ton Paiva

COR RES PON DÊN CIANP4 - Rua Ca tumbi, 546 - Bairro Cai çara - Belo Horizonte - MG - CEP 31230-600Te le fone: (31) 3516.2734 - [email protected]

Este é um JOR NAL-LA BO RA TÓ RIO da dis ci plina La bo ra tó rio de Jorna lismo II. Dis tri bu i ção gra tu ita. Edi ção men sal. O jor nal não se res pon sa bi liza pela emis são de con cei tos emi ti dos em ar ti gos as si na dos e per mite a re pro du ção to tal ou par cial das ma té rias, desde que ci ta das a fonte e o au tor.

O CERCO CONTINUA, MAS...BRENDDA COSTA E RAIANE COTTA

Para diminuir o con-sumo do cigarro, o governo aposta em mais um projeto. No fim do mês de agosto, a Receita Federal informou que haverá um aumento inicial de 20% sobre o preço do maço de cigarros, a partir do início de 2012. Com o aumento, espera-se que o número de fumantes dimi-nua, ao ser atingido em um ponto dos mais vulneráveis, o bolso. De acordo com a pesquisa da Vigitel (Vigilân-cia de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crô-nicas por Inquérito Telefô-nico), realizada pelo Minis-tério da Saúde, o número de brasileiros fumantes teve uma queda de 16,2% para 15,1%, entre os anos de 2006 e 2010. O que justifica as preocupações, pois mui-tos fumantes já avisaram

que não vão parar de fumar.Hoje o preço médio do

cigarro é de R$ 3. A proposta do governo e de aumentar pro-gressivamente o valor do cigarro até 2015. Em 2013, pretende-se aumentar para 12%; em 2014, sobe mais 13%; e em 2015, o acréscimo será de 10%. Com esses aumentos, espera-se diminuir o fluxo de produção da indústria taba-gista. O Ministério da Saúde definiu a nova tributação como “um avanço no combate ao tabagismo no país”. A luta, no entanto, promete ser árdua.

Que o diga a estudante Ana Paula Moreira Silva. Para ela, independente do preço, a maioria das pessoas vai conti-nuar fumando. O estudante Wellington Moura Corgozi-nho concorda que c cigarro e n c a re c e u , m a s . . . “ E u aumentei meu consumo, pas-sei fumar muito mais; com o tempo, eu acho, para suprir o

vicio, a gente acaba tendo que recorrer a mais cigarros no dia a dia”, afirma.

RESISTÊNCIA

Um dos primeiros proje-tos do governo de diminuir o número de fumantes foi a proibição de fumar em lugares públicos. O cheiro que fumaça libera faz com que as pessoas que não fumam, comecem a fumar do mesmo jeito, de uma maneira passiva, mas até mais perigosa para a saúde. Alguns fumantes, mesmo os mais inveterados, como Welling-ton, concordam em não fumar em locais públicos.

— Eu respeito, acho legal, porque eu acho que ninguém é obrigado a fumar junto com a gente. Se a pes-soa não fuma e fica perto, acaba fumando mais do que a gente... Quem não fuma deve ficar bem longe do

cigarro, da fumaça.Agora, para o professor

Hélio Nunes, se o lugar não permite fumar ele prefere nem frequentar, pois irá con-tra sua “filosofia de vida de fumante” e assim contra-riando seus princípios. Da mesma forma que a estu-dante Carolina Dias Moreira, que parou de frequentar a C a n t i n a d o L u c a s , n o Maletta, só por causa da proi-bição aos fumantes.

— Que graça que tem beber cerveja no Lucas sem poder fumar?

Uma das alternativas dos fumantes , que não podem mais fumar em bares e restaurantes, é fumar nas calçadas, mesmo ficando vulnerável à ação de tromba-dinhas e pedintes. “O pro-blema de você sentar em lugar público, é que todo m u n d o p a s s a e f i c a t e pedindo as coisas, e não há

ninguém do bar pra te socor-rer”, afirma Nunes, que já teve uma experiência no mínimo curiosa, em uma situação dessas.

— Eu me sentei num bar, e uma mulher se sentou do meu lado, toda dissimulada, cruzou as pernas e tal, sendo que eu nem conhecia essa mulher. Então, o risco de se sentar em mesa na calçada é esse, ninguém do bar te acode, você tem que dar dinheiro pra pessoas, você tem que saber qual é da pessoa...

Com isso, Nunes quer dizer que os fumantes também têm seus direitos e querem que eles sejam respeitados. Mas é bom ir se prevenindo. Já há projetos de lei no Rio e em São Paulo que proíbem até mesmo fumar em áreas públicas aber-tas, como as mesinhas no cal-çadão e até em parques. Com ou sem pedintes e mulheres dissimuladas.

Depois da proibição de

fumar em locais públicos outra

medida do governo será

elevar os impostos sobre o cigarro para aumentar

o preço

CIGARRO:

BRUNO MENEZES

Page 3: Lince 45

Setembro/2011 3Setembro/2011 3

LORAYNE FRANÇOIS E RAYANE DIEGUEZ

No dia 8 de agosto, a Compa-nhia de Engenharia de Tráfico (CET) passou a multar os motoris-tas que não dão preferência aos pedestres no centro paulistano. As penalidades das cinco infrações cometidas chegam a somar 27 pon-tos na carteira de habilitação e R$723,56 de multa, suficientes para a suspensão da carteira de motorista. As infrações mais comuns são: não parar onde existe faixa de travessia sem semáforo e, na conversão não dar a preferência ao pedestre que atravessa a rua.

O próprio Código de trânsito brasileiro estabelece a prioridade aos pedestres. A lei existe, mas as maiorias das capitais não respeitam e fazem vista grossa em relação aos motoristas inadimplentes. De

acordo com o sociólogo Rodney Souza Pereira, a mudança da socie-dade não pode ser feita pelo alto. Todo elemento cultural tem que ter um movimento coletivo. “Infeliz-mente nossas leis são criadas, mas não são devidamente aplicadas”.

Em Belo Horizonte, não existe uma fiscalização específica. Para conscientizar motoristas e pedes-tres são realizadas campanhas e panfletos educativos. Técnico em transporte no trânsito, Robson Alves afirma que os motoristas devem ter consciência e dar prefe-rência aos pedestres. “O pedestre é o elemento mais frágil no trânsito”.

Na Avenida Presidente Carlos Luz, na esquina com a rua Serra Negra, o semáforo para a travessia de pedestres permanece aberto apenas 20 segundos e para os carros dois minutos. Uma alternativa para

fazer a travessia mais rápida e com segurança é o botão dos pedestres. Ao apertá-lo, o sinal registra o pedido e encaixa a mudança na programação. Mas não se anime, a redução é de apenas 15 segundos.

DAR O EXEMPLO

Para que realmente haja uma mobilização, é preciso que os pedes-tres também se conscientizem. “Se for multar só os motoristas não vai adiantar”, afirma Marco Aurélio, 45, taxista da região noroeste de Belo Horizonte. A opinião dos pedestres é controversa. “É frequente ver o des-respeito dos motoristas nesta região”, acusa Renato Tamiette, analista de sistemas, 41, que tam-bém é motorista e diz respeitar os pedestres, pois tem uma filha pequena e precisa dar o exemplo.

A gerência de pesquisas da BHTRANS (GPDOC) realiza anu-almente cálculos de atropelamen-tos em Belo Horizonte. Dados de 2010 mostram que os pontos de maiores índices de atropelamento são na Avenida Cristiano Machado e no Anel Rodoviário. Em média 8,2 pessoas são atropeladas por dia em Belo Horizonte; 3.064 são víti-mas não fatais e 262 fatais, sendo que as mortes que não ocorrem no local não são consideradas como vítimas de acidentes de trânsito.

Projetos voltados para crianças e adolescentes são o primeiro passo para a conscientização e a orientação de como eles devem transitar nas ruas, como pedestres e futuros moto-ristas. Para que a violência no trânsito e os acidentes reduzam é preciso que a sociedade se eduque e coloque fim na cultura da impunidade.

Ninguém desfila nessas

passarelasANA PAULA DUARTE

Criadas para trazer segurança aos que precisam atravessar as gran-des avenidas, as passarelas de Belo Horizonte, não protegem aos cida-dãos como deveriam.Pedestres reclamam da falta de segurança, que os impedem de utilizar a passagem, e os forçam andar em meio aos

diversos carros que circulam pela capital, muitas vezes, em um trân-sito caótico e perigoso. Ainda não há uma relação de confiança entre as passarelas e os pedestres.

A estudante de direito Glênia Rúbia, 23 anos, conta que a passa-rela protege dos carros, mas não das pessoas, que utilizam o local para roubar e usar drogas. “Só passo por lá quando o dia está claro, e mesmo assim rapida-mente, olhando para os lados”. Segundo Glênia, a noite é ainda mais perigoso. “Quando anoitece, existem uns pontos muito escuros

na passarela, facilitando a vida de quem deseja se esconder”, afirma.

A estudante Cynthia Alessan-dra, 20 anos, precisa passar pela passarela da Avenida Antônio Car-los, próximo a UFMG, para chegar ao seu pré-vestibular, mas, à noite, ela garante que só passa por lá, caso estiver acompanhada. “É muito inseguro, se alguém me abordar, ninguém vê, na rua tenho certeza que alguém apa-rece pra me socorrer.” Duas ami-gas da estudante já foram assalta-das no local, quando voltavam dos estudos.

Além da insegurança, as pas-sarelas assustam pela altura que possuem. A dona de casa, Marga-rida Oliveira, 53, diz que não consegue usar o local por fobia de altura. “Sempre tive medo de altura, e ver aquele tanto de carro passando embaixo, dá uma sen-sação horrível de que irei cair lá”. Ela conta que alerta os filhos para não passarem pela passarela em companhia dos netos. “Tem umas aberturas do lado, uma criança desatenta cai fácil lá embaixo, se fosse tampado seria mais seguro.”, sugere.

AS RUAS SÃO DO POVO COMO O CÉU É DO AVIÃO

Lei de proteção

aos pedestres existe, mas

muitas capitais não a colocam

em prática

LO

RAY

NE F

RA

OIS

Page 4: Lince 45

Setembro/20114

O S

ON

HO

O S

ON

HO

ESPO

RTE

Voar, voar... Jovem

promessa da natação

brasileira, mineiro

tem tudo para ganhar os recordes

e as medalhas olímpicas

DE ÍTALO

Page 5: Lince 45

Setembro/2011 5B

RU

NO M

EN

EZ

ES

SÉRGIO VIANA

A rotina de um atleta de ponta nunca é fácil. Dieta espartana, horas de treina-mento e, às vezes, a necessi-dade de abrir mão do que parece mais do que normal na vida de qualquer jovem, as baladas, o namoro, o chope do fim de semana. Estudante de administração do Centro Universitário Newton Paiva, Ítalo Manzine Duarte é um desses casos. Além de cum-prir toda a estafante rotina de nadador, Ítalo ainda conse-gue arrumar tempo até para estudar.

— H á d o i s a n o s , d e segunda a sexta, saio das pis-cinas do Mackenzie, onde faço dois treinos duplos, de manhã e à tarde, e vou direto para a faculdade.

Com apenas 19 anos, Ítalo, que é patrocinado pelo Centro Universitário Newton Paiva e pelo Governo de Minas, já conquistou alguns títulos nacionais, disputando com atletas do nível de César Cielo e Bruno Fratus.

— Fui bicampeão brasi-leiro Junior, em 2011, na m o d a l i d a d e 5 0 m e t ro s livres, campeão do brasileiro Junior e campeão brasileiro de seleções.

No final do ano, Ítalo disputará mais três competi-ções importantes, o campe-onato mineiro e dois campe-onatos brasileiros nos esta-dos de São Paulo e Rio de Janeiro. Apesar da fama do brasileiro Cielo, o nadador mineiro busca inspiração no norte-americano Michael Phelps, seu ídolo. Mas con-

fessa que só entrou para a natação, aos cinco anos, no Ideal Clube de Paraguaçu, porque seus pais tinham medo que ele se afogasse na piscina de casa.

— Eu era um pouco sapeca, pulava sempre na piscina sem meus pais olha-rem. Então, eles acharam melhor me colocar na escoli-nha para aprender a nadar.

Como todo atleta que sonha ser o melhor no que faz, e quer estar sempre no topo, Ítalo tem como objetivo, prin-cipalmente, disputar uma Ol impíada , o momento máximo na carreira de qual-quer desportista. Mas, partici-par apenas por participar, não; ele faz planos que não são nada modestos.

— Quero nadar numa o l imp íada pa ra ganhar

medalhas de ouro, bater recordes mundiais...

A treinadora Nívia Caro-l ine da Si lva, bem mais conhecida nos meios espor-tivos como ‘Baiana’, conta que para isso, dedicação não falta no nadador.

— Ítalo é muito dedi-cado; há três anos ele está treinando comigo, e a cada dia vem melhorando, sem dúv ida será um grande nome da natação.

Baiana e a nutricionista fazem um trabalho conjunto para que o atleta consiga manter sua boa forma física. Mas, como nem tudo na vida se resume a piscinas e olim-píadas, nem bem começou a carreira esportiva e Ítalo já faz planos para o final de sua carreira. Ele diz que vai que-rer “um bacharelado” e

seguir sua vida dentro da carreira que escolheu: admi-nistração de empresas.

— P r e t e n d o a b r i r minha própria empresa no futuro, quem sabe até na área da natação.

Até lá, no entanto, Minas e o Brasil esperam confiantes que os primeiros sonhos de Ítalo, os de bater recordes e ganhar medalhas nas olimpí-adas, se realizem logo. Afinal, de Manoel dos Santos a Sílvio Fiolo; de Ricardo Prado, Djan Madruga e Rômulo Arantes a Gustavo Borges, Fernando Scherer, K a io Márc io e César Cielo, a lista de astros da natação brasileira ainda não é das mais extensas. Por isso, é muito importante que novos nomes, como o de Ítalo Manzine Duarte, se somem a ela.

Page 6: Lince 45

Setembro/20116

WELLINGTON CORGOZINHO E RENATO GOMES

Expressar o que se pensa, expor para milhões de pessoas o que se está sentindo, desabafar em determinado momento — é o que as Redes Sociais de hoje propiciam a seus usuários. O termo Redes Sociais vem de muito antes de um computador, mais precisamente da época do Iluminismo, com Leonhard Euller, pilar principal da teoria das Redes. Por meio de suas ideias podemos avançar para o modelo de mun-dos pequenos de Stanley Milgran, desen-volvido na década de 1960 e comprovado novamente nos anos 2000, afirmando que estamos separados de qualquer indivíduo do planeta por apenas seis pessoas. Esta teoria foi a base da criação das Redes Sociais virtuais que conhecemos hoje.

O Iluminismo foi um movimento cultu-ral da elite de intelectuais do século XVIII, tendo seu início na França. Para o Ilumi-nismo, o objetivo principal do uso da razão era dar ao homem conhecimento, liberdade e felicidade. Foram necessários quase 250 anos até que a tecnologia digital propiciasse que o mais básico dos conceitos iluministas se tornasse realidade: a divulgação de infor-mações e a construção do conhecimento de maneira igualitária e global.

Hoje em dia, os relacionamentos pela internet são comuns. Mas, afinal de contas, a que se deve essa compulsão pelas redes? Segundo Neuber Vieira de Castro, tecnó-logo em Redes de Comunicação e formado pelo Centro Federal de Educação e tecnolo-gia de Goiás, “cada indivíduo tem suas motivações; por exemplo, um consultor de

RH usaria as redes sociais principalmente para analisar os candidatos que mandaram seus currículos. As possibilidades são imensas, basta definir suas prioridades e utilizá-las desse modo”.

Neuber afirma que cada rede social trabalha com a motivação de seus integran-tes. ”Do mesmo modo que gostamos de saber se um barzinho que iremos frequen-tar é interessante, necessitamos saber também quem estará naquele software social, o que poderei fazer com ele, o que será preciso para ingressar.” Nestes parâ-metros surgem diferentes tipos de redes sociais, o Orkut com foco na vida alheia, o Twitter na informação rápida.

Conforme pesquisas, no Brasil, o Orkut lidera as redes sociais, com 36 milhões de visitantes. No entanto, o Face-book, que é mais recente, está evoluindo muito rápido — atualmente constam mais de 10 milhões de usuários. O Twitter, por sua vez, possui um número semelhante ao Facebook, aproximadamente nove milhões de usuários. Nos Estados Unidos, a rede social que possui mais usuários é o Face-book. A página de relacionamentos já pos-sui 150 milhões de usuários ativos. Entre outros países em que o Facebook possui um grande percentual de usuários estão a França, com 22 milhões de perfis; o Reino Unido, com 29 milhões; e a Suécia, com quatro milhões. Não podemos nos esque-cer de que a Suécia possui uma população de pouco mais de nove milhões de pessoas. Então, um número bem considerável de usuários. Números que encheriam de orgulho Leonhard Euller!

CO

MU

NIC

ÃO

Pouca gente sabe que o atual fenômeno que une pessoas no mundo inteiro pode ter sua origem há mais de 200 anos

O ILUMINISMO E AS REDES

SOCIAIS

O SITE COMPETE DIVULGOU A LISTA DAS REDES SOCIAIS MAIS ACESSADAS DO MUNDO. OS NÚMEROS SÃO

REFERENTES A JANEIRO DE 2009.

1o

Facebook1.191.373.339 de views por mês

2o

MySpace810.153.536

3o

Twitter54.218.731

4o

Flixster53.389.974

5o

Linkedin42.744.438

6o Tagged39.630.927

7o Classmates35.219.210

8o My Year Book33.121.821

9o Live Journal25.221.354

10o

Imeem22.993.608

Page 7: Lince 45

Setembro/2011 7

Definitivamente o mundo dos cães não é o mesmo, os nomes estão cada vez

mais criativos e relacionados

aos dos humanos.

HÁ ALGO DE NOVO NO

UNIVERSO CANINO

MIRIAN GONÇALVES

Meio quilo, Meia pata, Fifi, Joli, Totó, Tico, Bidu, Belinha... Foi-se o tempo em que cachorro tinha nome de cachorro. Os de hoje, mos-trando os efeitos da relação cada vez mais afetiva com seus donos, costumam se c h a m a r B r u n o , I v e t e , Eunice e — pasmem! — Maradona, Angelina Jolie e Brad Pitt. Os batismos con-temporâneos, se é que se pode chamar assim, tendem a não mais repetir homena-gens a heróis caninos, mas a celebridades humanas, per-sonagem de desenhos ani-mados ou até mesmo usam de criatividades próprias.

Uma reportagem, des-vendando esse tsunami que assola o universo canino em Nova York, foi mobilizada recentemente pelo jornal “The New York Times”, na busca de entender o conceito utilizado pelos donos na hora de nomear seus cães. Apesar dessas novas tendências, a reportagem ressaltou que, lá, ainda está em evidência a predominância de opções tradicionais como Max e Rocky, que teriam, no Brasil, um equivalente próximo aos clássicos Bidu e Lassie, que agora aparecem em franco declínio, dando lugar às novas tendências.

Antigamente soava como ofensa a ideia de um animal e um humano dividirem o mesmo nome. Hoje, esse pen-samento se enfraqueceu. É o que conta Bruno Lima, que trabalha em um pet shop.

— Os donos são bem cria-tivos, temos uma lista de nomes bem diferentes e bem-humorados. Hoje os cachor-ros fazem parte da família, muitas vezes ganhando até o sobrenome dos donos.

De fato. Mesmo proibida pelo marido, a aposentada Lidiane Gonçalves de Oli-veira, 72, não hesitou dar seu sobrenome à cadelinha poodle que lhe faz compa-nhia há três anos. O bicho tem gravado na coleira o nome de Eunice Gonçalves de Oliveira. Dona Lidiane também já teve um pequinês chamado Aristides de Oli-

veira Jr., que é o mesmo nome do marido.

— Meu marido não gos-tava, mas aquele cachorro era como um filho para mim.

A aposentada também já teve três cachorros com os n o m e s d e “ To n i n h o ” e “Rubinho”, com que home-nageou os netos, e “Bebel” — “esse último, eu tirei de uma novela da Globo, pra prestar uma homenagem à Camila Pitanga”.

O problema é que, às vezes, por causa de um nome mal escolhido, o bicho pega pra va le r. Ao chamar o cachorro de Eunice, perdeu a amizade de uma vizinha e amiga de longa data. “Esqueci que a Eunice morava aqui do l a d o ” , re c o n h e c e d o n a Lidiane, com tristeza.

A estudante Miriã Amaro sempre gostou de cachorros — atualmente tem três. Billy, Pretinha e Tobias. Segundo ela, nunca usou de algum tipo de critério na hora de dar nome aos cães. ”Alguns, nomeio pelas características; outros, por sugestões de ami-gos. No caso do Billy, quis fazer uma homenagem a um cachorro que já morreu.”

A lista de nomes cresceu bastante em relação ao pas-sado. Por incrível que pareça, há até vários sites com cente-nas sugestões de nomes. Mui-tos até oferecem o significado e dicas para quem não tem muita habilidade na hora da escolha dos nomes. A escolha do nome deve levar em consi-d e r a ç ã o a re s p o s t a d o cachorro. Se o nome for esqui-sito demais, muitas vezes o bicho não consegue reconhe-cer o próprio nome. O que muitos não sabem é que o nome influência na resposta — o cachorro reconhece seu nome pela sonoridade. Então, vai aí uma dica, quanto mais curto o nome, mais rápido o cachorro vai responder.

Que o digam as gêmeas yorkshire Plic e Ploc, da menina Natália Carvalho, 12 anos, que respondem imedia-tamente, assim que são cha-madas. Ao contrário do bravo pastor alemão Novak Djoko-vic, do estudante Igor Duarte de Lima, 19, que demora hor-rores pra responder.

DO

GLÂ

ND

IA

LU

DM

ILA R

EZ

EN

DE

Page 8: Lince 45

Setembro/20118CINEMAGEISIANE OLIVEIRA

A primeira exibição de um filme no Brasil aconteceu no dia 8 de Julho de 1896, no Rio de Janeiro. Foram projetados oitos filmes, só que cada um tinha cerca de um minuto de duração. Só a elite carioca participou desse momento histó-rico, pois os ingressos, já naquele tempo, não eram baratos. Um ano depois houve a inauguração de uma sala fixa de cinema, o "Salão de Novidades de Paris", por iniciativa de um tal de Paschoal Segreto. Assim, desde julho de 1970, o dia 19 de julho é considerado o Dia do Cinema Brasileiro.

Alguns historiadores consideram que o cinema brasileiro teve seu auge entre o final do século XIX e a década de 1930, pois a indústria não havia sido invadida ainda pelas produções estrangeiras, que viriam em massa após a Segunda Guerra Mundial. Mas, já a partir da década de 1930, os grandes estúdios norte-ame-ricanos utilizaram seu poderio financeiro e

comercial para dominar o mercado de exibição, sufocando a produção nacional.

CICLOS DE SUCESSO

Outros ciclos, no entanto, marcaram a produ-ção nacional. As chanchadas, que dominaram a cena nas décadas de 1940 e 1950; o Cinema Novo, que surge nos anos de 1960, fortemente influen-ciado pela Nouvelle Vague francesa; e a porno-chanchada, que viria a partir da década de 1970. A chanchada, que só muito tempo depois mereceu algum tipo de revisão crítica, fazia grande sucesso popular, tornando famosos alguns comediantes — de Oscarito e Grande Otelo a Zé Trindade, Zezé Macedo, Ankito, Violeta Ferraz e Dercy Gonçalves.

Mas os anos de 1950 marcam também a forte presença dos estúdios da Vera Cruz, em São Paulo, quando houve a primeira tentativa de se criar uma Hollywood tupiniquim. Produ-ções como “O Cangaceiro”, premiada em Can-

VEM AÍ MAIS UM

CAMPEÃO DE BILHETERIA

Page 9: Lince 45

Setembro/2011 9CINEMAnes e que lançou mundialmente a canção “Mulher Rendeira”, “Floradas na Serra” e “Sinhá Moça”, entre outras, são bons exemplos dessa fase.

Paralelamente, produções isoladas, como as do comediante Mazzaropi, dono da PAM Filmes (Produções Amácio Mazzaropi), chegaram a fazer muito sucesso. Tanto que Mazzaropi fez uma longa sequência de filmes, sempre usando a mesma personagem, o famoso caipira inspirado no Jeca Tatu. Vale lembrar ainda “A morte comanda o cangaço”, da produtora Aurora Duarte, que foi a tentativa de implantar por aqui um gênero típico, que ficasse para o cinema bra-sileiro que nem os faroestes para os Estados Unidos — em vez dos cowboys, entravam em cena os cangaceiros.

O famigerado governo de Fernando Collor de Mello, ao extinguir a Embrafilme, a estatal brasi-leira que produzia e distribuía filmes, desferiu um golpe mortal no cinema nacional, num fatídico 16

de março de 1990. A Embrafilme, que foi criada em 12 de setembro de 1969, foi substituída recente-mente pela Ancine.

E hoje, quando um filme como “Tropa de Elite” chega a rivalizar com produções estrangei-ras, tornando-se a maior bilheteria do cinema nacional? Para o jornalista e cineasta José Maria Souza Neto, 31, “os filmes brasileiros no exterior alcançam pequenas platéias, através de festivais. Não há divulgação em larga escala, de modo que, a meu ver, nem mesmo temos uma imagem for-mada lá fora”. Além disso, na opinião de Zé Maria, escolhas ruins, como a de um dos últimos filmes brasileiros para disputar o Oscar — “Lula, o filho do Brasil” —, também contribuem para isso. Mas, “como os brasileiros são famosos em nunca desitir, temos muito para evoluir; já con-quistamos uma grande vitória, pois nossas bilhe-terias estão sempre cheias e os brasileiros estão passando a ver com bons olhos os filmes produzi-dos em nosso país”, afirma o jornalista.

CINEMACINEMACINEMAMAIS DE UM MILHÃOConfira aqui a listas de filmes mais assistidos:

TROPA DE ELITE 2 Do diretor José Padilha, com 11.081.199 espectadores, que fez dele o filme mais visto no Brasil e tornou astro o ator Wagner Moura;

DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS O filme de Bruno Barreto, baseado na obra homônima de Jorge Amado, foi exibido 1976. Por 34 anos foi recordista de público entre os filmes brasileiros, levando mais dez milhões de espectadores aos cinemas. Além de dar impulso à carreira internacional da estrela Sônia Braga, o filme ganhou até mesmo uma versão norte-americana, muito ruim, estrelada pela Jane Fonda.

A DAMA DO LOTAÇÃO Drama erótico do diretor Neville de Almeida, produzido em 1978, também com a presença da estrela Sônia Braga no elenco. É a terceira maior bilheteria do cinema brasileiro, com sete milhões de espectadores.

SE EU FOSSE VOCÊ 2 Passou em 2009 em todos os cinemas do Brasil. Comédia romântica produzida pela Globo Filmes, com direção de Daniel Filho, teve como atração as presenças de Glória Pires e Tony Ramos, atores famosos das telenovelas da Rede Globo. É a continuação do filme “Se Eu Fosse Você”, que também não fez feio: levou 3.644.956 espectadores. Já o segundo, teve quase o dobro: mais de seis milhões de pessoas.

Merecem destaque ainda, as produções “O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão” (1977), estrelada por Renato Aragão, Dedé Santana e Mussum, “Dois Filhos de Francisco” (2005), que vem ser sobre a vida dos cantores sertanejos Zezé Di Camargo e Luciano. “Assalto ao Banco Central”, que se baseia em fatos reais, ao contar sobre um assalto que aconteceu em Fortaleza, em 2005, já levou, aproximadamente mais de dois milhões de espectadores ao cinema e é forte candidato a se incluir na seleta tropa de elite dos filmes vitoriosos.

REPRODUÇÃO

Page 10: Lince 45

Setembro/201110

Os segredos de um dos mais raros, elegantes, requintados e difíceis instrumentos clássicos

LO

RAY

NE F

RA

OIS

A HORA E A VEZ DA

HA

RP

A

SIC

A

Marcelo Penido: no Brasil não há

incentivo

Page 11: Lince 45

Setembro/2011 11

LÍDIA SALAZAR E LORAYNE FRANÇOIS

A harpa é um dos primeiros instru-mentos musicais citados na história do mundo. Esses registros históricos apontam que ela existe desde 3.200 A.C.. Trata-se de um instrumento sempre triangular lem-brando um arco de caça, pois se originou do barulho que suas cordas faziam ao se encos-tarem. É um instrumento muito decorado e isso faz parte de seu simbolismo. O profes-sor de harpa da UFMG, Marcelo Penido, fala um pouco sobre as dificuldades, a beleza e a fabricação do instrumento.

Para se tocar bem uma harpa, segundo o professor, é fundamental ter dedicação. Muitas vezes, pessoas talento-sas não se tornam músicos porque se dedicaram pouco, mas também existem aquelas que demonstram certa dificul-dade no início, mas que são tão dedicadas que se tornam bons harpistas.

Por não ser fabricada no Brasil, a harpa é um instrumento caro e difícil de encontrar, os impostos da importação são muito elevados, girando em torno de 100%. As mais baratas têm o valor aproxi-madamente de US$ 15 mil, de tal forma que chegam aqui por mais ou menos CR$ 30 mil. Dependendo da forma como é decorado, do design, da qualidade de som, da madeira utilizada — ou até mesmo da quantidade de ouro — o ins-trumento pode chegar até US$ 150 mil.

Além disso, ainda hoje, parte de sua fabricação é manual. Existe uma linha de produção nas fábricas, que produz a parte, digamos, rústica do instrumento. Já o poli-mento da madeira e a regulagem da mecâ-nica são feitos a mão. Deve se considerar também que a harpa é um instrumento pesado, além de ser grande, o que torna o transporte difícil — são necessários vans ou carros maiores, e caso seja uma viagem

de avião, é necessário colocar em caixas duras e mais resistentes.

Para Marcelo Penido, a música, infelizmente, desapareceu das escolas brasileiras nas últimas décadas. “Meus pais estudaram música, eu não; mas agora há um movimento pra voltar com a ela no currículo das escolas, com um tipo de ensino que não é tão técnico como era no passado”, garante o profes-sor. Para ele, por levar em consideração o valor do instrumento, as escolas prefe-rem adquirir 40 violinos a uma harpa.

Ao contrário do Brasil, onde não há incentivo ao aprendizado do instru-mento, na Europa são encontrados mui-tos cursos e instrumentistas. Na França, na Irlanda e nos Estados Unidos há tantos harpistas, que existem associações diver-sas associações da categoria e muitos concursos e concertos voltados especifi-camente para harpas.

HA

RP

ASetembro/2011 11

Lince: O senhor sempre quis ser harpista?Marcelo Penido: Não. Comecei com música aos 17 anos, o que é considerado bem tarde na profissão. Geralmente músicos começam ainda criança. Toquei primeiro violão, mas logo depois passei para a harpa. Eu nunca tinha visto um instrumento desses ao vivo. Tinha uma vaga ideia de como era uma harpa. De repente, me interessei sobre o instrumento e passei a pesquisar sobre. Tive a sorte de ter uma professora de harpa em belo horizonte. Comecei os estudos na Fundação Clóvis Salgado, no Palácio das Artes, e depois entrei na UFMG.

Lince: O senhor dá aulas de Harpa há quanto tempo? Como são as aulas e qual a faixa etária dos alunos?Penido: Dei aulas particulares durante uns 20 anos. Mas entrei na UFMG ano passado. Aulas de harpa em si, normalmente são individuais. O aluno tem uma hora de aula por semana, ele prepara os exercícios, as músicas solicitadas durante a semana e na aula nós corrigimos aquele material. Também existem as aulas coletivas. Cada hora um aluno toca na frente do outro. Aquilo que eu falo para um, serve para os outros alunos. A faixa etária varia muito, tenho alunos de 18 a 40 anos.

Lince: O senhor toca em orquestras? Já tocou em outros países?Penido: Morei muitos anos nos EUA, para estudar. Fiz pós-graduação, mestrado e doutorado lá. Enquanto estava nos Estados Unidos, tocava nas orquestras da escola, da região onde eu morava. Aqui no Brasil, já toquei em praticamente todas as orquestras mais importantes do país. Não toco mais em nenhuma por causa da relação com a UFMG, que é de dedicação exclusiva.

Lince: Que tipo de harpa o senhor toca?Penido: Toco a harpa sinfônica, que é uma evolução do instrumento. Ela tem sete pedais e 47 cordas — em alguns aspectos se assemelha muito ao piano. Esta harpa é a única que tem condições de tocar o repertório exigido nas orquestras sinfônicas. Desde 1810, começou a ser utilizada nesse repertório. Fui ter minha primeira harpa depois que terminei meu doutorado.

Um pouco da profissão

do harpista

LO

RAYN

E FR

AN

ÇO

IS

Page 12: Lince 45

Setembro/201112 Setembro/2011

uma arte que resiste ao tempo

IZABELA MOREIRA

A arte de levar a vida em um bico de pena resiste à modernidade da internet e se destaca pelo requinte, beleza, elegância e delicadeza que só os trabalhos manuais ainda conseguem reter. A palavra caligrafia vem do grego kalli (beleza), e grafia (escrita), sendo assim, é mo que se pode chamar de uma bela escrita. Em muitas culturas, a caligra-fia é considerada uma expres-são artística e, obviamente, quem a pratica é respeitado como um verdadeiro artista.

Os instrumentos de tra-

balho mais utilizados pelo calígrafo são o bico de pena, tintas, papel e a mesa própria para caligrafia. Meri Ferreira, 74 anos, é aposentada e há cinco anos trabalha como calígrafa em seu aparta-mento. Após um curso de três meses, começou a subscritar convites somente para fami-liares e amigos, mas devido ao sucesso, foi adquirindo novos clientes, ainda que use a cali-grafia mais como passa-tempo. Segundo Meri, a cali-grafia artística não se com-para à digital. “O trabalho manual é muito mais bonito, chique e apresentável, princi-

palmente para os convites de casamento e formatura’’.

Para a tecnóloga em ges-tão comercial Ivone Oliveira Ramos, 33 anos, que há cinco anos atua na área, “a caligrafia manual resiste à caligrafia digi-tal por ser um trabalho artesa-nal, pelo uso das nuances da textura do papel, pelo charme e relevo que os traços possuem”. Ivone faz somente convites de casamento e diz que por causa da qualidade e acabamento do trabalho nem cogita que a internet sua concorrente.

As letras próprias para caligrafia variam de estilos. As mais utilizadas são a Cursiva

Inglesa, Gótica, Presidente, Scriptina e Roundy Francesa. Já o papel varia de tamanho e textura. E, de acordo com a letra selecionada é que é escolhida a pena.

Apesar de o mercado ter sofrido uma queda por causa da quantidade de calígrafos, Ivone se mantém somente com este trabalho. Mas nem todas têm essa sorte. Beatriz Viana de Oliveira, 44 anos, comerciante do Edifício Marina e que há 20 anos tem como ofício a caligrafia, não consegue sobreviver somente desse ofício, mesmo reconhe-cendo que a internet não inter-

fere em nada em seu trabalho.Elisângela Fernandes de

Assis, 26 anos, vai se casar em fevereiro e já contratou uma calígrafa para subscritar seus convites, desprezando os con-selhos da própria mãe, Car-men, 66 anos, para quem “caligrafia é coisa de velho”. Furiosa, Elizângela fez ques-tão de contratar a calígrafa, mesmo depois de contabilizar os preços. “De fato, pela inter-net sai mais barato, mas não fica a mesma coisa. No dia do casamento, tudo tem que estar perfeito, e o convite são parte disso — é um sonho que não tem preço”.

Setembro/201112Caligrafi a,

Hoje, mesmo

sofrendo a brutal

concorrência da internet, as calígrafas continuam

trabalhando a todo vapor

Caligrafi a,C

ERIM

ON

IAL

Caligrafi a,C

ERIM

ON

IAL

Caligrafi a,IZA

BE

LA M

OR

EIR

A

Page 13: Lince 45

Setembro/2011 13

GEN

TE

NAYARA PEREZ

A Lei Seca foi implantada no Brasil em 2008, visando diminuir os acidentes de trânsito em consequência de ingestão de bebidas alcoóli-cas. Antes da Lei, já havia no país uma legislação que limi-tava o consumo de álcool pelos motoristas, mas era pouco cobrada pelas autori-dades e quase ninguém sabia da existência dela. Em Minas Gerais, então, era tão pouco difundida, que os resultados de sua aplicação sempre foram inexpressivos.

Conhecida como a capi-tal dos bares, Belo Horizonte teve que adequar sua voca-ção boêmia à tolerância zero para os que dirigem alcooli-zados. Batizada com o nome de “Sou pela vida, dirijo sem bebida”, as blitzen prometem ser mais rigorosas e perma-nentes. “O bom seria que as

pessoas obedecessem às leis; pra poder funcionar, só apli-car multas não resolve, tem que ser uma campanha agressiva”, observa Antônio Carlos de Souza, porteiro, que já presenciou um aci-dente causado por um moto-rista embriagado. “Eu acre-dito que essa Lei deveria ser mais severa, sem tolerância nenhuma”, sentencia.

As blitzen da nova cam-panha, em BH, ocorrerão de quinta a sábado, dias em que, teoricamente, as bebedeiras são sempre mais animadas, sem pontos fixos, mas próxi-mos a bares, boates e restau-rantes e onde há mais focos de acidentes. Sempre que ocorrer a abordagem ao motorista, a documentação do carro e a do condutor serão rigorosamente conferi-das. Depois disso, o moto-rista será convidado a fazer o teste do bafômetro; se ele

recusar ou se visualmente apresentar sinais de embria-guez, sua carteira será apre-endida e haverá multa de R$ 957,70. Os problemas não terminam aí: para retirar o carro, uma pessoa habilitada deverá buscar o veículo após a multa. Se não tiver nin-guém habilitado, o veículo será rebocado.

Depois de o condutor ter soprado o bafômetro, é verificada a quantidade de álcool registrada. O moto-rista é liberado se o resul-tado for até 0,11 mg/l. De 0,12 mg/l até 0,29 mg/l, a pena é admin i s t r a t i va . Acima de 0,34 mg/l é crime e o condutor é encaminhado à delegacia, onde poderá res-ponder criminalmente por embriaguez, direção peri-gosa ou homicídio doloso.

Já se sabe que para a Lei ser realmente eficaz, deverá haver uma rígida fiscalização,

E muita educação por parte dos motoristas. Mas há quem acredite que só uma lei dura não vai garantir nenhum êxito nesta política contra bêbados do trânsito. “A lei não está vigorando, se fosse mais rígida, iria ajudar a diminuir os acidentes no trânsito”, acusa Viviane Rodrigues Moreira, auxiliar administra-tiva, que possui habilitação desde 2002, mas nunca foi pega na Lei Seca.

“As pessoas devem se conscientizar que bebida não combina com vo lante” , afirma José Sérgio Penna, 22, enquanto encara sua terceira cerveja, em um bar da rua Catumbi, no Caiçara. Apesar da pregação moralista, José Sérgio não esconde que bebe e dirige e que não tem a menor intenção de parar com esse hábito, por acreditar que nunca vai ficar embriagado ou vai ser pego num blitz,

mesmo que uma vez tenha escapado por um triz.

— Acho que é só dirigir com atenção e não correr: cerveja não deixa ninguém tonto e eu também não tomo nenhum tipo de destilado.

N a m e s m a m e s a , Hamilton, 23; Luciano, 22; Cássio, 21; e Maurício, 23, faziam coro às afirmações do colega. O que não impediu que os cinco fossem pegos numa blitz na saída da trin-cheira que une as avenidas Américo Vespúcio e Ber-nardo Vasconcellos. Pelo resultado apresentado pelo bafômetro, houve apenas uma advertência, que não foi suficiente para mudar o discurso de José Sérgio e sua gang. No dia seguinte, eles estavam no mesmo bar, bebendo cerveja e fazendo planos para encontrar um caminho alternativo que os livrasse da blitz...

Tolerância zero para

quem bebe e depois

dirige

Setembro/2011 1313

PERIGO CONSTANTEBEBIDA E VOLANTE:

IZA

BE

LL

A RO

CH

A

Page 14: Lince 45

Setembro/201114

YO NO CREO EM BRUJAS, PERO...

Que las hay, las hay, já dizia um

velho ditado, sempre

pronto a nos lembrar de que, por via das dúvidas,

vale acreditar, nem que seja

só um pouquinho

ESO

TER

ISM

O

Page 15: Lince 45

Setembro/2011 15Setembro/2011 15

Joel Paschoa:

"a gente não

advinha, diviniza".

FOTOS DIEGO DOS SANTOS

ISABELLA ROCHA

Em tempos de vacas magras, reza a lenda que as pessoas recorrem com mais frequências às práticas eso-téricas. Hoje, que o Brasil respira melhor, devido à estabilidade de economia, nada mais lógico do que pensar na vitória da razão. Pois então fique sabendo que, se você acha que o eso-terismo anda em baixa, está muito enganado. O estudo do misticismo e a corrida às leis que regem o universo ainda são a base na crença de muitas pessoas. O tema emergiu ainda mais agora, com a nova versão da novela “O astro”, exibida pela Rede Globo. Tarô, baralho cigano, astrologia e numerologia são algumas das práticas esotéricas que seduzem os curiosos.

Profissionais da área se dizem “nascidos com essa

tendência”. Mas, tendência só não basta, o estudo tam-bém é necessário. Astrólogo e tarólogo há mais de 20 anos, Joel Paschoa, 53, contou que o esoterismo está no seu san-gue. “Ao estudar sobre tudo isso e ver astrologia, símbolos e sinais, me identifiquei”, completa. Para ele, tudo o impulsionou “na busca de sentido no homem e as rela-ções místicas pessoais, sociais e políticas”.

As práticas esotéricas realizadas por Joel são o tarô, baralho cigano e a cristal tera-pia. Ele explicou um pouco de cada uma.

— O tarô quer dizer rota e tem uma ligação muito forte com a bíblia judaica, o Torá; Já o baralho cigano tem a ver com a liberdade e ousadia, um povo que saiu da Índia para buscar no mundo, um sentido para a vida. A cristal terapia é a leitura da energia que está dentro do cristal,

através dos símbolos.Os pedidos feitos pelos

clientes são os mais diversos. “Algumas pessoas vêm até mim para buscar respostas triviais, que elas poderiam resolver sozinhas. Outras vêm com um sentido mais profundo”, conta Joel Pas-choa. Para ele, curiosidades sobre a vida são inerentes ao homem “desde que ele se fez”. O principal dilema dos esotéricos é como atingir cer-tos objetivos na vida. “Eles perguntam como casar os prós e os contras. Eu digo que tudo na vida tem um preço e você pagará o preço que ela te oferecer”, filosofa.

O astrólogo é categórico na afirmação de que não adi-vinha e sim, diviniza. “Divini-zar é ver na pessoa a energia que ela trás da divindade, ou seja, encontrar com seu eu e tirar um pouco da fantasia de querer o que está pronto”, diz. A felicidade de cada um

depende de fatores diferen-tes. “Não adianta falar com a pessoa que ela deve mudar o destino dela na construção de uma coisa maior se ela quiser tudo pronto”, reclama.

Nem mesmo o até então fechado mundo árabe esca-pou da influência das forças do além. “O sentido de liber-dade e de busca neste ano de 2011 tem influência astroló-gica”, segundo Joel, quando afirma que “Urano está se afastando de Netuno e por causa disso, o mundo árabe que estava sufocado numa ditadura se abriu, buscando o rompimento”. Para 2012, o astrólogo espera uma busca espiritual e muitos questio-n a m e n t o s d e N e t u n o , regente de Peixes. “A separa-ção do ano já mostra a efici-ência das energias que estão regendo o mundo”, conta. Então, é hora de cruzar os dedos e aguardar. Sabe-se lá o que vem por aí!

Page 16: Lince 45

Setembro/201116

FUTE

BO

LSetembro/201116 Setembro/2011Setembro/2011

FUTE

BO

LFU

TEB

OL

FUTE

BO

LSetembro/201116

FUTE

BO

LFU

TEB

OL

FUTE

BO

LFU

TEB

OL

FUTE

BO

LFU

TEB

OL

No Galo gringos colecionaram

sucessos e vexames

FELIPE BRITO

Eles sempre foram res-pe i tados por sua garra , determinação e força de vontade. Alguns se tornaram ídolos por aqui; outros fica-ram mesmo marcados como fiasco. Estamos falando de alguns jogadores estrangei-ros que atuaram no futebol mineiro. Atlético, Cruzeiro e América tiveram em seu plantel alguns estrangeiros. Uns deram sorte, outros nem tanto. Os torcedores se dividem.

Pela equipe alvinegra, se destacaram alguns. Entre eles, o lateral esquerdo Cin-cunegui (1968 a 1973) e o goleiro Mazurkiewciz, tam-bém uruguaio, (1972 a 1974), que defendeu a seleção de seu pa í s na Copa de 1970 . Quando veio para o Galo, era considerado um dos três maiores goleiros do mundo. Com sucesso, valentes e raçu-dos, Galvan (1999) e Capria (2000) mantiveram a justa fama dos zagueiros argenti-nos, juntamente com o arma-dor sérvio Djan Petkovic

(2006) e deixaram seu nome nos anais do Atlético.

Mas, e os fiascos? Foram muitos: Quem não se lembra do zagueiro uruguaio Kana-pkis, que ficou “deitado’’ em pleno Mineirão, após dribles desconcer tantes de um garoto chamado Ronaldo, em um jogo contra o Cruzeiro, válido pelo campeonato brasi-leiro de 1994? Este foi apenas um. Querem mais fiascos? Lívio Prieto, Gutierrez, Ortiz, Del Toro, Fabbro, Tripodi, Car in i , G iménez e , por último, o atacante colom-biano Reintería.

O advogado Marcos Brito, 29, atleticano que não perde um jogo do seu time, quando questionado sobre as passagens dos estrangei-ros pelo Galo, afirma categó-rico que “o Galo não dá certo com jogadores estrangei-ros”. Para ele, “é sempre a mesma história, o jogador vem credenciado por passa-gens nas categorias de base das seleções de seu país, e só; chega como ídolo e saí execrado, pelas portas do fundo do time”.

HERÓIS NO CRUZEIRO

Já na equipe do Cruzeiro, os estrangeiros deram mais sorte. Tanto que alguns possuem boas passagens pelo time. Os jogado-res argentinos — caso recente do armador Montillo — sempre se deram bem no Cruzeiro, onde chegaram facilmente à condição de ídolos. Outros dois argentinos também marcaram a torcida celeste: o zagueiro Roberto Per-fumo (1971 a 1974) e o lateral Juan Pablo Sorín (2000 a 2002). Este retornou da Europa no final de 2003, quando se tornou um dos heróis do time, na conquista de mais um título. Sorin faria ainda uma outra temporada pelo Cruzeiro, em 2008/2009). Os outros: o atacante colombiano Aristizábal (2003) e o volante chileno Maldonado (2003 a 2005). Mas a estrela de poucos brilhou tanto quanto a do ata-cante uruguaio Revétria, que fez três gols no Atlético, na final do campeonato mineiro de 1977. Revétria nem era considerado grande jogador, mas passou à história do clube como um herói.

O lateral Juan Pablo Sorín, que hoje vive em Belo Hori-zonte, retrata bem como é pos-

sível um final feliz quando o caso de amor entre o jogador e a torcida é pra valer — até hoje é um dos maiores ídolos do Cru-zeiro. O estudante de educação física Leonardo Maia, 23, cita um fato curioso e emocionante sobre a passagem dele na equipe celeste. “Ele anunciou a aposentadoria e nós, torcedo-res, ficamos tão tristes, que combinamos de ir à casa dele. Fizemos um pedido na janela dele, para ele ficar, e não é que o cara desceu? Chorei de emo-ção. Se tornou meu ídolo para sempre’’. Montillo é outro que está nas graças da torcida. É, para muitos, o melhor jogador que atua no Brasil no momento. Nossos hermanos estão em alta no Brasil.Mas o Cruzeiro teve alguns percalços também. Entre eles, o colombiano Ricon (2001) e o violento zagueiro Pablo Forlan (1977), pai do atual Forlan da Seleção Uru-guaia. E quem se lembra do folclórico camaronês William Aden (1994 a 1996)? Já o Amé-rica tem menos tradição na área. Há registro apenas da pas-sagem do lateral direito para-guaio Isasi, que partiu sem dei-xar saudades...

De Perfumo a Sorín, gringos tiveram mais

sorte no Cruzeiro

Page 17: Lince 45

Setembro/2011 17

UM PEDACINHO DA EUROPA

NO BRASILFique de olho nos próximos feriados e reserve em sua agenda um espaço para conhecer Monte VerdeDIEGO DOS SANTOS

Crises na Grécia, em Por-t u g a l , n a E s p a n h a , n a Irlanda, na Itália... Tudo isso deixa ainda mais distante o sonho de conhecer a Europa. No entanto, para fugir um pouco da rotina estressante da cidade grande, e ainda ficar com aquela sensação de estar na Europa, uma boa pedida é a cidade de Monte Verde, distrito do município de Camanducaia, Sul de Minas. Clima frio, boa gastro-nomia, aventura e diversi-dade no comércio são alguns dos motivos que tornam a cidade um dos destinos mais procurados por turistas do Brasil e do mundo. O clima e a estrutura fazem com que os visitantes acreditem pelo menos naquele momento estar na Europa.

Monte Verde está a 168 quilômetros de distância da cidade de São Paulo, e a 1554 metros de altitude. Por isso, em sua paisagem se destacam algumas árvores

raras de Mata Atlântica, típi-cas de regiões mais altas e frias, como os ipês e o carva-lho, que se juntam à árvore símbolo da região, a araucá-ria. A grande procura pelo local ainda é dos turistas paulistas, mas são os casais em lua de mel ajudam a fazer de Monte Verde a cidade mais romântica do Brasil.

STRUDEL & FONDUES

Na avenida principal de Monte Verde, as lojas e res-taurantes traduzem forte influência da colonização alemã, seja na comercializa-ção dos produtos ou na arqui-tetura enxaimel que identi-fica os chalés. São locais na maioria das vezes pequenos, mas de uma elegância pela qual é impossível não se apai-xonar. Os moradores do local dizem que normalmente quem conhece Monte Verde uma vez sempre volta. Arte-sanatos locais, lojas com infinita quantidade de rou-

pas de frio, barzinhos e cafés gourmets são alguns dos atrativos da região.

Agora, fique esperto. Conhecer Monte Verde e não degustar um Strudel — a deli-ciosa torta alemã de massa bem fina recheada com maçã — é o mesmo que ir a Roma e não ver vocês sabem quem... Outras opções de gastrono-mia não faltam. A cidade ofe-rece desde truta a tábuas de comida japonesa. Normal-mente os restaurantes são frequentados na parte da noite, pois quase todas as pousadas oferecem almoço aos hóspedes. O glamour é p r e s e n c i a d o a t o d o o momento, velas aromáticas são espalhadas dentro dos restaurantes dando um ar de romantismo e elegância.

Em Monte Verde o que mais os turistas procuram são o s ro d í z i o s d e f o n d u e , pagando R$ 39,90 por pessoa. São oferecidos fondues de carne diversas, juntamente com sete tipos de molho dife-rentes, mas o grande achado

é mesmo o fondue de queijo. Depois, é só se deliciar com os pedaços de frutas com choco-late derretido.

MOTIVO PARA VOLTAR

Ao caminhar pela cidade, a todo o momento é oferecido um tipo de lazer diferente. E para quem gosta de tempera-turas mais baixas, é bom ficar sabendo que, no inverno, temperaturas negativas não são novidade. Mesmo assim, vale a pena. Monte Verde ofe-rece seu lado aventureiro, que pode ser conferido em passeios de moto, jipes 4x4 (tração nas quatro rodas) e cavalgadas.

O passeio de jipe é um dos mais procurados pelos turistas, mesmo com um preço nada barato, R$ 55 por pessoa. Se vale a pena? Claro. Conhecer as trilhas da Pedra Redonda e da Pedra Partida, que lembram uma paisagem quase alpina, é só mais um motivo para querer voltar a Monte Verde.

FOTOS WAGNER CORREA

VIA

GEM

Page 18: Lince 45

Setembro/201118

LUCAS HORTA

Que Audrey Hepburn é uma atriz que marcou o cinema, todo mundo sabe. Que o filme “Bonequi-nha de luxo” é um clássico, todo mundo também sabe. Neste caso, a união da história do filme casada com a atriz belga foi um dos marcos da sétima arte.

Uma mulher rebelde, independente e sem medo. Uma mulher sem pudor e ao mesmo tempo ‘’normal’’. Nada anormal para os dias de hoje, certo? Mas em 1961, esse mix de carcteristicas foi uma bomba. E ainda nem citei que que “Holly Goli-ghtly” (Hepburn) era uma garota de programa, bancada por um mafioso.

Agora vamos ao contexto da época: Conserva-dorismo. Os movimentos de liberdade e subversivos ainda não haviam nascido nos EUA. A guerra do Vietnã nem sequer se cogitava. E Hollywood era a casa do lugar comum. Pitadas de contestação como em “Bonequinho de luxo” já faziam um estrago nos espectadores.

E cinema é isso. É sair do lugar comum. É jogar o “problema” para quem assiste a obra resolver. É deixar um gosto estranho ou uma dúvida no ar. É espantar. É ver uma garota de programa criada numa fazenda morando em Nova York e que gasta seu dinheiro em uma joalheiria das mais caras, mas que é apaixonada por seu vizinho. E ainda mais quando a trilha sonora do filme tem Harry Mancini o blockbuster “Monn River”. Mais ainda quando Audrey Hepburn, com figurino assinado por seu amigo Givenchy cria o clássico “pretinho” chic, que redefiniu pra sempre o guarda-roupa da mulher moderna... Bonequinha de Luxo chega aos 50 anos mais luxo e mais nova do que nunca.

Bonequinha diferente:

Hepburn faz o luxo