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Limeira no 41 | Fevereiro de 2016jornal brasil atualdistribuio gratuita
@jorbrasilatual (11) 7757-7331
EducaoCentro Infantil JosReinaldo Brugnaro IIoferece 30 vagas para creche
noturna a partir deste ms
TrabalhoCrise econmica avanae municpio perde quase6 mil postos de trabalho
formais em 2015
Batalhas da vidaJovens ocupam o Centro com desafios de improviso que refletem suas vivncias, o preconceito e a desigualdade social
SadeAps intensamobilizao, Limeiraconsegue reduzir
casos de dengue
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Depois de um ano instvel, no dia 3 defevereiro, a presidenta Dilma Roussef foi sesso de abertura do Congresso Nacio-nal conclamar unidade aos parlamentarespara a aprovao de projetos de interessedo governo, que possibilitem a retomadado crescimento econmico do pas.
Diante de muitos desafetos que a que-rem longe do Palcio do Planalto, Dilma foi
tenaz em seus propsitos e no se inimi-dou em encarar grupos de deputados pou-co interessados em resolues reais paraas crises policas e econmicas aquelesadeptos do lema quanto pior, melhor.
As duas principais propostas apresenta-das, uma nova reforma da Previdncia So-cial e o retorno da CPMF, porm, ainda di-videm opinies entre situao e oposio.O que h de novo a aitude revigorada da
presidenta em voltar a se impor, sinalizan-do a possibilidade de novos rumos.Fato que as bases sociais que elegeram
Dilma j acenaram para o governo seus an-seios para este ciclo de crescimento que tantose espera. O eixo pautado pela Frente BrasilPopular solicita medidas que esimulem agerao de empregos, maior oferta de crditopara consumo, capital de giro para as empre-
sas retomarem os nveis de produo e a ma-nuteno da cadeia produiva da Petrobras.
A auditoria da dvida pblica federal tam-bm uma reivindicao aniga que o gover-no poderia olhar com maior carinho. O me-canismo, previsto na Consituio Federal de1988, foi vetado pela presidenta em janeiro,aps ser aprovado pelo Congresso Nacional.Segundo o coleivo Auditoria Cidad da Dvi-
da, 46% dos gastos da Unio se deram com opagamento e amorizao da dvida em 2015,o equivalente a cerca de R$ 958 bilhes.
Por fim, a jusia tributria a cerejado bolo. A criao de novas faixas no Im-posto de Renda, fazendo com que aquelesque ganham mais, paguem mais; e que pes-soas com rendimentos de at R$ 3.390 men-sais sejam isentas uma grande oportuni-dade de sanar os problemas econmicos do
pas, de forma mais igualitria.Afinal, preciso releir: quem realmen-te produz as riquezas do pas so aquelestrabalhadores do andar de baixo, que lu-tam para ter um trabalho com carteira as-sinada, mirando uma aposentadoria dignano final da vida, ou aqueles ricos e abasta-dos que s se preocupam com a engorda desuas contas bancrias personnalit?
EXPEDIENTE REDE BRASIL ATUAL LIMEIRA
Editora Grfica Atitude Ltda.
Diretor de RedaoPaulo Salvador EditorEnio Loureno Reprter Giovanni
Giocondo Editor de ArteAdriano Kitani RevisoraMalu Simes Foto capa
Reproduo Facebook Telefone (11) 3295-2819 EndereoRua So Bento, 365,
19oandar Centro, So Paulo, SP
CEP 01011-100 Tiragem15 mil exemplares Distribuio Gratuita
Editorial
Sinais de mudanas no governo federal
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Creche noturna comea a funcionar at o final do msEducao
Secretaria Municipal de Educao abre 30 vagas em Centro Infantil, mas projeto criticado por sindicato devido ausncia de contrataes
Alternaiva na educao dascrianas cujos pais traba-lham ou estudam noite, acreche noturna do Centro
Infanil Jos Reinaldo Brugnaro II, noCentro, comea a funcionar at o fi-nal do ms, das 19h s 23h, ainda que espera de mais interessados para
completar as 30 vagas que a Secre-taria Municipal de Educao oferecepara crianas de zero a trs anos.
Segundo Maria Eliete Luchesi, di-retora do Departamento de GestoEscolar da pasta, o novo horrio dacreche ir priorizar crianas que es-to fora da rede municipal de ensi-no. No queremos que elas passemo dia todo longe de casa, esclarece
Maria Eliete, ressaltando que a pro-cura pelo servio ainda tmida.
O Centro Infanil j atende 300crianas no perodo diurno, dividi-das em duas unidades, e conta com60 funcionrias.
Araciana Dalfr, diretora da creche,afirma que o espao ter como princi-pal atribuio educar e desenvolver osmeninos e meninas. Eu no vejo a cre-
che apenas com a funo social. Temosuma preocupao pedaggica, j quenessa faixa etria as crianas comeama desenvolver a fala e a coordenaomotora. Aqui, as crianas tero o seu po-tencial ldico respeitado, explica.
A diretora, porm, refora queno haver contrataes de maisfuncionrias. Algumas faro horasextras e vo se revezar para no ul-
trapassarem os limites legais de jor-nada de trabalho, explica.
CrticasA creche noturna uma das metas
do plano de governo do prefeito PauloHadich (PSB). O Sindicato dos Funcio-nrios e Servidores Pblicos Munici-pais de Limeira (Sindsel) contra a im-plantao do novo horrio nos moldesem que a creche est planejada. Segun-
do Eunice Lopes, presidente da enida-de, a medida contraria um compromis-so oficial de Hadich com a reduo dajornada dos servidores municipais.
Se o horrio ser estendido, nsexigimos a contratao de funcion-rios. A Prefeitura tem a obrigao deabrir os olhos das pessoas para a edu-cao, mas no pode oferecer um ser-vio pblico j sucateado, reclama.
Para a sindicalista, se o foco da cre-che permiir que as mes possam es-
tudar e trabalhar, o papel dos homensna educao dos filhos tambm precisaser repensado. E os pais no vo ficarcom essas crianas nunca?, quesiona.
Mes e pais interessados em ma-tricular seus filhos precisam dirigir--se ao Centro Infanil munidos deCerido de Nascimento da criana,
RG dos pais, comprovante de resi-dncia e a declarao de trabalho oude estudo no horrio noturno.
A documentao ser analisadapelo setor de assistncia social do mu-nicpio, que vai definir quem poderusufruir do servio. O Sindsel tam-bm classifica o processo de seleocomo ilegal. A creche um direi-to da criana. O municpio no tem
como escolher quem pode ou no ui-lizar o servio, destaca Eunice Lopes.
GiovanniGiocondo
Temos uma
preocupaopedaggica, j quenessa faixa etria as
crianas comeama desenvolver a fala
e a coordenaomotora.
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Nmero de casos de dengue tem queda vertiginosa
Oficina fomenta linguagens
Sade
Arte e cultura
Em sete meses de mobilizao da comunidade limeirense, notificaes oficiais de contaminados cai de 2.184 para apenas 34 casos
Encontro com fotgrafo de esportes radicais destaque em maro
Infestada pelo vrus da denguenos limos anos, quando com-putou 2.184 casos oficiais dadoena entre julho de 2014 e ja-
neiro de 2015, Limeira conseguiu mi-nimizar o problema com o mosquito
Aedes aegypi. Segundo a SecretariaMunicipal de Sade, entre julho de2015 e janeiro de 2016 ocorreramapenas 34 noificaes.
Para Marina Cristiane Archan-gelo, presidente do Conselho Mu-nicipal de Sade, a queda temrelao direta com o trabalho deconscientizao dos moradores eas aes para eliminao das lar-vas do mosquito.
Os muires, que envolveram
mais de mil pessoas, as visitas casa acasa e as aes coerciivas com am-paro judicial foram essenciais parachegarmos a esse cenrio, relete.
Dengue em nmerosEm 30 de janeiro, no Dia D contra
a Dengue, foram encontrados 953 cria-douros doAedes aegypi mdia de uma cada 16 casas visitadas e removidas250 toneladas de entulhos irregulares.
Em 271 residncias, os agentesmunicipais entraram para fazer avarredura mesmo sem permisso,medida adotada desde o ano passa-do com base em deciso do Tribunalde Jusia de So Paulo, resultandoem 26 autuaes.
Marina Archangelo acredita quea populao passou a colaborarmais por ter medo das outras doen-as ligadas ao mosquito alm dadengue, o Aedes tambm transmite
o zika vrus e a febre chikungunya.Felizmente isso soou como um alertapara todos, o que fez com que cada umpassasse a fazer a sua parte, disse.
A
Oficina Cultural Carlos Go-mes comemora 19 anos dehistria com uma progra-
mao recheada de atraespara este 1 trimestre de 2016. O projetoOficinas Culturais, ligado SecretariaEstadual de Cultura, tem como objei-vo descentralizar a cultura das grandesmetrpoles e redistribu-la para os mu-nicpios menores, como Limeira, que o polo regional responsvel pelo aten-dimento de mais de 60 cidades.
De acordo com Robson Trento, co-
ordenador da Oficina Carlos Gomes,o propsito do trabalho a formaode pblico para as diversas linguagensartsicas presentes no espao, como asartes plsicas, a fotografia, o circo, o ci-nema, o teatro e o design. Workshops,palestras, exposies e espetculos,sempre gratuitos, fazem um intercm-bio entre os repertrios da populao ede profissionais renomados.
Um dos principais eventos acon-tece em 12 de maro, quando o fot-grafo Flvio Samelo, conhecido por
sua trajetria no canal de esportesradicais OFF, promove a oficina Fo-tografia de Skate, onde vai narrarparte de sua experincia na rea eabordar tcnicas ligadas arte.
As inscries acontecem at o dia3 de maro, com vagas limitadas.Podem paricipar pessoas maioresde 18 anos e que possuam conheci-mento intermedirio em fotografia.
A programao completa da OficinaCultural Carlos Gomes est no site:.
DivulgaoDe
fesaCivildeLimeira
ReproduoFacebook
Oficina Cultural Carlos GomesEndereo:Palacete Levy Rua daBoa Morte, 11, CentroTelefone:3451-8692/ 3495-1028
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Em 2015, quase 6 mil demitidos no municpioTrabalho
rgo da Cmara Municipal mapeia dados do Caged para subsidiar projetos de recuperao de postos de trabalho
DivulgaoeGiovanniGiocondo
Oaumento do desempregono Brasil no poupou Li-meira. Segundo dados doCadastro Geral dos Em-
pregados e Desempregados (Caged),feito pelo Ministrio do Trabalhoe Emprego (MTE), a cidade perdeu5.998 vagas em 2015. A indstria detransformao foi a mais afetadapelo cenrio de crise econmica, to-talizando 3.419 postos de trabalhofechados no limo ano. Em seguidavem a construo civil, com 1.505empregos a menos ante 2014.
Atenta aos novos ndices, a Con-sultoria Tcnica Especializadada Cmara Municipal de Limeiracompilou, analisou e tratou os da-
dos do Caged para dar aos vereado-res subsdio e informaes que re-sultem na construo de projetos eprogramas voltados recuperaode postos de trabalho. Os dados es-to disponveis a toda a populaonosite da Cmara.
Segundo Denis Maias dos Santos,coordenador da Consultoria, criadano fim do ano passado, o objeivo do
levantamento entender melhor ocomportamento do desemprego nacidade e regio. O municpio seniuo relexo da crise econmica no pas,mas preciso saber quais as especifi-cidades do mundo do trabalho aqui,para saber por que ivemos esse saldonegaivo, comenta.
O mapeamento revela, por exem-plo, que o maior nmero de des-
ligamentos aconteceu em dezem-bro, com 2.135 demisses. Cerca deum tero desse nmero refere-se administrao pblica municipal,que encerrou 762 contratos tempo-rrios. Boa parte deles [demiidos]so professores que foram recon-tratados em janeiro de 2016 apsum novo processo de seleo, ex-plica Denis Maias.
Setor mais afetado pelo desempre-
go em 2015, a indstria metalrgicano para de demiir. De acordo comFrancisco Paulo da Costa e Silva, oPaulinho, membro da oposio doSindicato dos Metalrgicos de Limei-ra, cerca de sete mil trabalhadores dosetor na regio perderam o emprego,dois mil somente na cidade.
Muitas empresas grandes e m-dias aproveitam o momento de crise
para se reestruturar. J as pequenas
acabam fechando, informa.Segundo Paulinho, as autopeas fo-
ram as mais afetadas. As fbricas perde-ram flego com a reduo da demandada indstria automobilsica, diz. Para ometalrgico, faltou entendimento entreos trabalhadores e os patres para ga-ranirem a manuteno dos empregos.
Algumas empresas chegarama consultar o sindicato para ade-
rir ao PPE (Programa de Proteo
ao Emprego) do governo federal,que prev a reduo salarial coma continuidade do emprego, masno houve acordo, conta Pauli-nho, ressaltando que muitos de-mitidos no tiveram seus direitostrabalhistas respeitados, como odepsito de Fundo de Garantia porTempo de Servio (FGTS) e o paga-mento do 13 salrio.
Muitas empresasgrandes e mdias
aproveitam o momentode crise para se
reestruturar. J aspequenas acabam
fechando
Metalrgicos: os mais afetados
Autopeas KML, no bairro Vila Nova,uma das empresas fechadas em 2015
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antena atual o que acontece no mundo voc confere aqui
viralizouUma marca de roupas, que temo apresentador Luciano Huckcomo associado, causou polmica
na Internet. A loja da companhiano Shopping Rio Sul, no Rio deJaneiro, anunciou uma liquidaocom manequins pintados de pretoe alados de cabea para baixo,com cordas amarradas aos ps. Omau gosto da ao de markeinggerou indignao nas redes sociais.
Internautas acusaram a marca e oapresentador de racistas.
Fotos:AlexF
au,GageSkidmoreereproduoFacebook
sem rudosA guerra contra o mosquito
transmissor do zika complexa, porque
deve ser travada em todos os lugares
e por isso exige engajamento de todos.
Se nos unirmos, a maneira de lutar se
torna simples. No podemos admiir aderrota porque a vitria depende
da nossa determinao em eliminar oscriadouros.
Repito: basta que impeamos o mosquito transmissor de se
reproduzir em guas paradas. Se o mosquito no nascer, o vrus
zika no tem como viver,disse a presidenta Dilma Roussef empronunciamento oficial, transmiido em cadeia nacional derdio e televiso, no dia 3 de fevereiro.
Deu ruim, paraNeymar Jr. encontra-se em conlito com as Jusias
brasileira e espanhola devido sua transferncia doSantos para o Barcelona. Aqui, o MPF denunciou ojogador de futebol por sonegao fiscal e falsidadeideolgica; na Espanha, a invesigao ocorre para saberse o pagamento de imposto relaivo ao montante total datransao foi cumprido pelo clube da Catalunha. O atleta,inclusive, j prestou depoimento Audincia Nacional.
Socialismo nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, um candidato socialista tem chamadoa ateno do mundo durante as primrias da eleiopresidencial, que ocorre em novembro: Bernie Sanders.O senador do estado de Vermont, de 73 anos, disputa apreferncia do Parido Democrata (ainda que eleito comoindependente) contra a ex-secretria de Estado HillaryClinton, para concorrer contra o Parido Republicano.Sanders agrada aos jovens por ser crico ao sistemafinanceiro e por no aceitar doaes de corporaes.
Fale conoscoleia, opine, criique, sugira, curta, comparilhe
www.redebrasilatual.com.br/jornais
jornal brasil atual (11) 7757-7331 @jorbrasilatual
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7Limeira
www.coquetel.com.br Revistas COQUETEL
BANCO 39
Estabele-cimentoda vidanoturna
O de pero-ba "indi-cado" ao
cara de pau
rgotratado
pelo nefro-logista
Tonelada,em ingls
Traumatis-mo (?), le-so advindade batidas
Ratazana,em ingls
Embutidoque recheia
pes
Tonalidadede
amarelo
TssiaCamargo,
atrizpaulista
Piso doringue
de boxe
(?) boreal,atrao ce-leste da re-gio rtica
Traje qua-driculado,tpico dosescoceses
(?) do povo:crtica deMarx religio
AlfredNobel,
inventorsueco
(?) Nio,fenmenoclimticoperidico
O Reino deIemanj
(Rel.)Estuda
Os 60 foramdos hippiesEtapa daviagem
Basto dePosidonPeixe de
gua doce
A slabamais fracada palavra
Rancor
Escutatelefnica
(pop.)(?) de me-tais, dispo-sitivo de
seguranade bancos
e aero-portos
Competio esportivainternacional realizada
em julho de 2015(Toronto)
Agir comoum precon-ceituoso
Pena
Cidade daCalifrniaonde se
situaHollywood
Petiscarou bebe-
ricar (fig.)O plstico
paraembrulharalimentos
1.200, emromanosO alunojamais
reprovadopor falta
Ignoranteem certoassuntoAinda
Recom-pensa da
captura deum lepre-chaun, nofolcloreirlands
Profissional de grava-doras
como RickBonadio
Parasita dointestino,hospedadona carnede porco
(Patol.)
Patroa;senhoraCervejainglesa
Pea domotor
Caneta,em ingls
(?) Bald-win, atorBuscadorda internet
(?) cherie:minha
querida,em francs
Raio(abrev.)
3/monpenratton.4/alecbing.5/tnia.8/detector.
Soluo
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A ressaca do carnaval dura um anoPor Enio Loureno
Entrelinhas
A felicidade do pobre parece/ Agrande iluso do carnaval/ A gentetrabalha/ O ano inteiro/ Por um mo-mento de sonho/ Pra fazer a fanta-sia/ De rei ou de pirata ou jardineira/Pra tudo se acabar na quarta-feira.
Acabou de passar o bloco da festamais popular do mundo, reconheci-do aqui por suas singulares alego-
rias, onde a inverso dos papis aregra, sem suilezas, com total inte-grao entre os gneros e as classes(dizem), todos livres para brincar etransgredir durante quatro dias (oucinco, ou uma semana ou at umms, para os mais folies).
A melancolia dos versos que abremeste texto, na verso do cantor baianoTom Z, acompanhados do dedilhado
de violo e uma contumaz percussoque marca o tempo como um relgiode cuco, entretanto, simboliza o la-mento do ps-festa. E agora?
Esquea o dinheiro e a sua posiosocial. A verdade que voltamos aosnossos risveis papis sociais naquelaquarta de cinzas, ao meio-dia, quandoo chefe aparece com a roupa muitobem passada e estamos praicamen-
te sem dormir, com o sangue e o suorlutando contra as reminiscncias et-licas dos dias mais genunos do ano. o fim da fantasia e da ingenuida-de quando muitas vezes queremosmesmo viver para sempre naqueleparalelo de confetes e serpeninas.Tristeza no tem fim/ Felicidadesim, crava a cano A Felicidade, de
Vinicius de Moraes, reinterpretadano imo disco Estudando o Samba.
Sero mais 365 dias at que o tempoda liberdade e da liberinagem, permi-idas pela conveno social, reine no-vamente entre ns. Os dias em que lo-resce a pulso da vida plena, em quedeixamos de ser a massa reificada quebate carto das 8h s 17h, longe dossanguessugas fantasiados de tabelas
e planilhas: a realidade da maioria;adeus, tabus da vida mdia.
O carnaval nos traz a humanida-de perdida. E como as lembranaspermanecem frescas, praiquemosmais o mundo da maioria at a pr-xima festa da carne; nos prximosmeses, sejamos menos coisa e maissonhadores. Pela nossa completude,bom baile da ressaca a todos.
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Batalha da Gruta o enfrentamento contra a exclusoCultura e sociedade
Atravs do rap, jovens da periferia conquistam o Centro com desafios de improviso e subvertem a ordem nas rimas e na vida
S
mbolo da contestao deum sistema dominante na
msica e no coidiano, a cul-tura hip-hop tem mostrado
no Brasil que sua luta para dar vozaos problemas crnicos das perife-rias veio para ficar.
Em Limeira, o movimento lidera-do por rappers e MCs est conquis-tando espaos antes inimaginveispara a juventude dos bairros pobrese subvertendo a ordem em pleno
Centro da cidade. O palco a PraaToledo Barros, mais especificamenteo entorno da Gruta Municipal, ondeem todas as noites de sexta-feira,desde outubro de 2013, travada aBatalha da Gruta.
Uma caixa de som e dois microfo-nes so a estrutura suficiente paraque, em qualquer circunstncia,centenas de adolescentes e adultos
se desafiem no improviso das rimase das baidas ritmadas do rap.
Conhecer, viver, sentirFundador do evento e um dos lde-
res do movimento, Renan Venncio,o Dark, de 22 anos, conta como a re-alidade das periferias se transportapara os versos da galera.
Quem v uma biqueira (ponto devenda de drogas) em cada esquina,quem v o parente sendo preso e mal-
tratado pela polcia, quem v a mesaindo de casa cedo para trabalhar evoltando noite inevitavelmente vaiter essa inluncia nas letras, revela.
Na batalha, voc vai falar basica-mente do que voc conhece, do quevoc vive, do que voc sente, arrema-ta Dark, lembrando que o rap quasecomo uma escola. Muita gente nogosta dessa comparao, mas eu uso
porque acho que o rap educa, ensinavoc a ter carter, te mostra um lado
que voc nunca inha visto, te d asas,no te limita, relete.
Adepto dos rolezinhos durantea adolescncia, Dark deixou de ladoa ida aos shoppings centers, onde nofazia nada para disseminar o hip-hop.Pintor, trabalho que exerce com o paidesde sempre, o jovem espera ga-nhar o mundo com o rap. Mesmoque eu saia [de Limeira], eu quero que
a Batalha coninue sempre. Mas meuobjeivo esse, viver da msica commeu grupo, o Psico Aivo, afirma.
Levante contra a represso
Na opinio de Daniela Silva, di-retora de um documentrio sobrea Batalha da Gruta e de outro sobreo encarceramento da juventude, atransgresso dos adolescentes atravs
do hip-hopabre a possibilidade de su-perar a lgica puniiva do Estado.
Esses meninos mostram nasrimas que existe no seu dia a diaum contexto de excluso e de desi-gualdade social, que durante mui-to tempo as autoridades insistiramem ignorar e que levaram falta deoportunidades e ao crime. E comoo Estado responde a isso? Com re-presso e encarceramento, expli-ca a documentarista.
A relao entre as rimas improvisa-das da Batalha da Gruta e a situaosocial da juventude limeirense de bai-xa renda estreita. A cidade inha em2014, segundo dados do Plano Decenalde Atendimento Socioeducaivo doEstado de So Paulo, 285 adolescentescumprindo medidas socioeducaivasem regime fechado, a quarta maior po-pulao de jovens da Fundao Casa.
ReproduoFacebook
Na batalha, voc vaifalar basicamente do
que voc conhece, do
que voc vive, do quevoc sente
Por Giovanni Giocondo