liderença cristã

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1 FACULDADE FAIFA LIDERANÇA CRISTÃ PROF. EURIPEDES PEREIRA DE BRITO [email protected] 1. Apresentação: A disciplina Liderança cristã propõe contribuir com a formação da liderança espiritual diante dos grandes desafios impostos pela sociedade atual. Ao líder se exige cada vez mais integridade, eficácia e competência. O curso procura discutir esses temas com coragem e profundidade apresentando caminhos para o crescimento do aluno. Cremos que líderes cristãos têm sido chamados para promover influência transformadora e precisam de ajuda para crescer no domínio de múltiplos conteúdos, com abertura para a inovação sem perda de princípios. Esse crescimento precisa acontecer em ambiente de integração entre as pessoas, e para responder a esse desafio o curso pretende promover fóruns de discussão nos quais o aluno manterá contato com outros colegas. Assim, aquele que quiser crescer no processo de liderança cristã, encontrará nessa disciplina ajuda para desenvolver habilidades e competência de gerir, influenciar e orientar para resultados sem perda de princípios e valores. Da mesma forma, encontrará ajuda para desenvolver pessoas a partir de um ministério de liderança competente, tendo como o objetivo final, alinhar e reter talentos, experiências e competências para o desenvolvimento do Reino de Deus. Meta: Refletir sobre o papel da liderança cristã num tempo de transformação e prover ajuda para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias para uma liderança eficaz na obtenção de resultados, com princípios e valores definidos. 2. Objetivos: Esperamos que, no final dessa disciplina, você possa: 1. Ter um claro conceito de liderança cristã. 2. Discernir a essência da liderança cristã. 3. Definir os princípios e valores da liderança espiritual.

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Faz uma abordagem sobre liderança

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    FACULDADE FAIFA

    LIDERANA CRIST

    PROF. EURIPEDES PEREIRA DE BRITO

    [email protected]

    1. Apresentao:

    A disciplina Liderana crist prope contribuir com a formao da liderana espiritual

    diante dos grandes desafios impostos pela sociedade atual. Ao lder se exige cada vez mais

    integridade, eficcia e competncia. O curso procura discutir esses temas com coragem e

    profundidade apresentando caminhos para o crescimento do aluno. Cremos que lderes cristos

    tm sido chamados para promover influncia transformadora e precisam de ajuda para crescer

    no domnio de mltiplos contedos, com abertura para a inovao sem perda de princpios. Esse

    crescimento precisa acontecer em ambiente de integrao entre as pessoas, e para responder a

    esse desafio o curso pretende promover fruns de discusso nos quais o aluno manter contato

    com outros colegas.

    Assim, aquele que quiser crescer no processo de liderana crist, encontrar nessa

    disciplina ajuda para desenvolver habilidades e competncia de gerir, influenciar e orientar para

    resultados sem perda de princpios e valores. Da mesma forma, encontrar ajuda para

    desenvolver pessoas a partir de um ministrio de liderana competente, tendo como o objetivo

    final, alinhar e reter talentos, experincias e competncias para o desenvolvimento do Reino de

    Deus.

    Meta:

    Refletir sobre o papel da liderana crist num tempo de transformao e prover ajuda para

    o desenvolvimento de habilidades e competncias necessrias para uma liderana eficaz na

    obteno de resultados, com princpios e valores definidos.

    2. Objetivos:

    Esperamos que, no final dessa disciplina, voc possa:

    1. Ter um claro conceito de liderana crist.

    2. Discernir a essncia da liderana crist.

    3. Definir os princpios e valores da liderana espiritual.

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    4. Avaliar conhecimentos e habilidades para o desenvolvimento de competncias em liderana

    crist num tempo de transformao.

    5. Analisar e desenvolver os hbitos da liderana crist frutfera.

    6. Explorar ao mximo as suas potencialidades como lder cristo em meio aos seus grandes

    desafios eclesisticos e ministeriais.

    7. Saber lidar com situaes e pessoas difceis.

    Estrutura da Disciplina

    A reflexo teolgica e prtica sobre Liderana Crist, nessa disciplina, ser

    desenvolvida em 2 mdulos com duas unidades a serem desenvolvidas em cinco

    semanas cada. Dessa forma, o curso ser desenvolvido em dez semanas, como segue:

    Modulo I Liderana com propsitos

    Unidade I Conceito, princpios e essncia da liderana espiritual Unidade II Os hbitos dos lderes frutferos

    Modulo II Chaves da liderana frutfera

    Unidade I - Cuidado pessoal e desenvolvimento de habilidades e competncia

    Unidade II Planejamento e capacitao para lidar com crises

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    Mdulo I

    Liderana com propsitos

    Apresentao do mdulo: Neste mdulo desenvolvemos a tese de que uma liderana

    com propsitos exige do lder clareza no conceito de liderana crist, reconhecimento

    da verdadeira essncia dessa liderana, e cultivo de hbitos eficazes na busca do

    exerccio da liderana frutfera, comeando de dentro para fora e culminando com o

    crescimento do Reino de Deus em manifestao de sua graa e glria neste mundo.

    Meta: Refletir sobre o conceito, a essncia e os hbitos da liderana crist eficaz e

    frutfera.

    Objetivos:

    No final desse mdulo voc ser capaz de:

    1. Conceituar e refletir sobre liderana crist;

    2. Diferenciar liderana e gerncia administrativa;

    3. Diferenciar tcnicas gerenciais e modelos seculares de liderana da verdadeira

    essncia da liderana espiritual;

    4. Discutir sobre os hbitos que promovem a eficcia na liderana crist frutfera num

    tempo de grandes transformaes na cultura e sociedade;

    5. Explorar ao mximo as suas potencialidades como lder em meios aos seus grandes

    desafios eclesisticos e ministeriais para enfrentar crises externas e internas, no contexto

    da igreja e fora dela.

    Este mdulo est dividido em 2 (duas) unidades, subdivididas em 5 (cinco) aulas

    que correspondem a 5 (cinco) semanas, como segue:

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    UNIDADE I: CONCEITO E ESSNCIA DA LIDERANA CRIST

    AULA 1

    Conceito de liderana crist

    AULA 2

    A essncia da liderana espiritual

    AULA 3

    Princpios da liderana espiritual

    UNIDADE II HBITOS DA LIDERANA FRUTFERA

    AULA 4

    Responsabilidade e objetividade

    AULA 5

    Solidariedade e renovao

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    MDULO II

    Chaves da liderana frutfera

    Apresentao do mdulo: Neste mdulo vamos verificar as chaves para uma liderana

    frutfera: vida pessoal, habilidades e competncias de liderana.

    Meta: Descobrir as chaves da liderana que fazem com que o lder evite cometer erros e

    possa se manter no propsito de Deus para o seu ministrio.

    Objetivos: 1. Avaliar as chaves da liderana; 2. Refletir sobre planejamento da

    liderana frutfera; 3. Desenvolver capacitao para lidar com resistncias, crticas e

    pessoas difceis.

    Este mdulo est dividido em 2 (duas) unidades, subdivididas em 5 (cinco) aulas

    que correspondem a 5 (cinco) semanas, como segue:

    UNIDADE I: CUIDADO PESSOAL, HABILIDADES E COMPETNCIA

    AULA 6

    Cuidado pessoal

    Aula 7

    Habilidades e competncia

    UNIDADE II: PLANEJAMENTO E CAPACITAO PARA LIDAR COM CRISES

    AULA 8

    Planejamento

    AULA 9

    Lidar com rejeies e oposies

    AULA 10

    Lidar com pessoas difceis

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    MDULO I

    LIDERANA COM PROPSITOS

    UNIDADE I: CONCEITO E ESSNCIA DA LIDERANA CRIST

    AULA 1. CONCEITO DE LIDERANA CRIST

    Meta: Refletir sobre o conceito da liderana crist.

    Objetivos:

    Esperamos que, no final dessa aula, voc possa:

    1. Desenvolver o conceito de liderana crist;

    2. Reconhecer os principais passos na busca de uma influncia crescente e

    transformadora;

    3. Diferenciar liderana de gerncia administrativa.

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    [Para incio de conversa:]

    No texto de Atos 13.36, temos o registro que afirma: Tendo Davi servido a sua

    prpria gerao.... Sabemos que cada gerao traz os seus prprios desafios liderana

    espiritual. Observamos que Davi serviu ao Senhor, servindo a sua gerao. Esse o

    tempo de assumirmos o nosso lugar e postura como lderes cristos. O nosso sculo traz

    consigo grandes desafios. Cabe a ns, na fora e poder do Esprito Santo, buscar novas

    perspectivas, preparo e desenvolvimento para a superao de obstculos e servir a nossa

    prpria gerao cumprindo os desgnios de Deus.

    [ASSISTA AO VDEO:]

    Para iniciar a nossa aula, assista ao vdeo: Jesus prega no templo. O vdeo

    parte do filme Jesus de Nazar, de 1977, dirigido por Franco Zefirelli.1977. Veja

    como Jesus define o exerccio do ministrio cristo. Ele ser de suma importncia para

    voc compreender o assunto. O endereo eletrnico do vdeo :

    http://www.youtube.com/watch?v=IBtfJrSwmXA.

    Precisamos comear enfrentando o primeiro desafio, o desafio de conceituar a

    verdadeira liderana espiritual. Algumas perguntas iniciais: Toda liderana liderana

    autntica? Toda liderana poderia ser comparada liderana espiritual? H uma

    diferena entre liderana espiritual e as propostas para gerenciamento secular?

    Aps ter assistido o vdeo, e diante das perguntas acima levantadas, veja algumas

    contribuies encontradas na internet. Elas podero contribuir na construo do

    conceito de liderana crist, para darmos continuidade nossa primeira aula. Liderar ...

    Permisso dada pelo grupo para que cada um de seus componentes utilize suas aptides para comandar este grupo, quando a situao exigir, e ele seja o mais indicado para tal situao. www.pedagogiaemfoco.pro.br/per09a.htm

    Condio definida pelas relaes sociais entre indivduos que resulta na situao em que um indivduo segue outro (o lder). sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/BovinoCorte/BovinoCorteRegiaoSudeste/glossario.htm

    Poder de influncia positiva sobre pessoas ou grupos baseado na experincia pessoal e profissional, conquistando credibilidade e confiana e ... dicionariodemarketing.powerminas.com/dic_marketing_l.htm

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    Liderar - envolve influenciar as pessoas para que trabalhem num objetivo comum. Meta(s) traada(s),

    responsabilidades definidas. www.encyclopaedia.es/pt/wiki/Gest%C3%A3o.html

    Todas essas definies contribuem na compreenso do tema da liderana. No

    entanto, liderana crist exige uma elaborao mais especfica. Podemos dizer que

    liderana crist liderana espiritual, uma capacitao doada por Deus para influenciar

    e motivar pessoas para seguirem numa direo determinada e produzirem frutos para o

    Reino de Deus e sua glria.

    [COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO:]

    [Conforme MacArthur (2009, p.8). Para dizer isso de maneira simples, a liderana

    influncia. O lder ideal algum cuja vida e cujo carter motivam as pessoas a

    seguirem seu exemplo.]

    Essa influncia produz transformaes em vrias dimenses e organizaes.

    Implica o processo de conduzir um grupo de pessoas com a habilidade de motivar e

    influenci-lo para que todos contribuam da melhor forma, com os objetivos do grupo ou

    da organizao.

    [PARA APROFUNDAR NO ASSUNTO:]

    [Minha tendncia ver o profundo processo de liderana sob aspecto de uma definio

    simples: liderana influncia. Isso mesmo. Uma definio com apenas uma palavra.

    Qualquer que influencia algum a fazer algo consegue liderar essa pessoa. Outra

    definio pode ser: o lder leva as pessoas aonde nunca iriam por conta

    prpria.(FINZEL, 2001, p. 16.)]

    Se liderana influncia, importante tambm compreender que a capacidade de

    influenciar, geralmente, no algo que vem de uma vez; uma qualidade essencial da

    liderana que pode e deve ser desenvolvida.

    Tomemos como exemplo a liderana de Josu, sucessor de Moiss. No incio,

    Josu foi enviado para espiar a terra; nesse tempo ele j era um lder em sua tribo

    (Efraim). Todos os que foram enviados para espiar faziam parte dos cabeas de cada

    tribo de Israel. Observamos, todavia, que a influncia que ele exerceu foi muito

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    pequena. A liderana de Josu no incio tinha pouco impacto (Nm 13.25-33 a 14.1-12):

    ele se levantou, juntamente com Calebe, e tentou mostrar que a terra poderia ser

    conquistada, mas ningum lhe deu crdito. Se a influncia de um lder ainda pequena,

    ele deve compreender que ela pode ser desenvolvida, evitando assim o desnimo e a

    desistncia diante dos primeiros obstculos. Da mesma forma, observamos que ningum

    cria nele: o relatrio de Josu apresentado a Moiss e ao povo, a respeito da terra foi

    positivo, mas as pessoas no criam nas suas palavras. Ainda pode ser observado que

    ningum o seguiu: os outros dez espias conseguiram que todo o povo os seguisse,

    somente Calebe estava com Josu, e eles dois no conseguiram nem mesmo um

    seguidor. Numa avaliao precipitada poderamos chegar concluso de que ele no era

    um lder chamado por Deus, pois no parecia um lder promissor e o ministrio no

    decolou como alguns dizem nos dias de hoje. O mais terrvel aconteceu quando ele e

    Calebe insistiram com o povo, e foram totalmente desrespeitados, humilhados, e a

    liderana deles no somente foi rejeitada como tambm as pessoas resolveram levantar

    uma perseguio destrutiva contra os dois queriam apedrej-los at a morte (Nm 14.10).

    Portanto, o processo de influncia de um lder nem sempre acontece de forma

    imediata. Verificamos que a influncia de Josu foi se desenvolvendo a partir de alguns

    processos importantes: 1. Perseverana: Josu no ficou desanimado por ter de

    caminhar quarenta anos no deserto por causa do povo. Ele poderia ter entrado na terra

    rapidamente, o que seria uma precipitao, mas caminhou com o povo por todos aqueles

    anos. 2. Abertura para ser mentoreado: A influncia e o reconhecimento da liderana

    de Josu cresceram por causa do seu relacionamento com Moiss (Dt 31.1-8 e 23). Um

    lder geralmente formado por outro lder. Ningum pode se tornar um lder apenas

    estudando numa sala de aula: preciso acompanhamento, mentoria e discipulado. 3.

    Pacincia: A influncia de Josu e o seu reconhecimento cresceu com o tempo (Js 18.1-

    10). A palavra de Josu no versculo trs foi a mesma de Nmeros 14 (quando no foi

    ouvido), mas agora a sua influncia era outra. Agora ele tinha reconhecimento para

    lev-los adiante. Nada pode substituir o tempo no processo de amadurecimento de um

    lder. Josu e Calebe eram os mais velhos da nao quando entraram em Cana (Nm

    26.65). 4. Piedade: A influncia e o reconhecimento vm por um carter desenvolvido

    na presena do Senhor (Ex 33.11). Enquanto Moiss orava Josu no se apartava da

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    porta da tenda. Observe que Josu chamado de servidor de Moiss. O servio mostra o

    carter: Falava o SENHOR a Moiss face a face, como qualquer fala a seu amigo;

    ento, voltava Moiss para o arraial, porm o moo Josu, seu servidor, filho de Num,

    no se apartava da tenda. (Ex 33.11). A influncia e o reconhecimento vem pela

    transferncia de autoridade (Dt 34.9, Nm 27.18). Depois que Moiss imps as mos

    sobre Josu ele cresceu em influncia e reconhecimento diante da congregao. Josu,

    filho de Num, estava cheio do esprito de sabedoria, porquanto Moiss imps sobre ele

    as mos; assim, os filhos de Israel lhe deram ouvidos e fizeram como o SENHOR

    ordenara a Moiss (Dt 34.9).

    Quando Moiss morre e Josu assume a liderana de todo o povo de Deus,

    observamos que sua influncia havia crescido ao ponto de exercer um poder de

    influncia transformadora sobre aquela gerao (Js 1.16-18). Diz a narrativa bblica:

    Ento, responderam a Josu, dizendo: Tudo quanto nos ordenaste faremos e aonde quer

    que nos enviares iremos. (Js 1:16-17).

    Alm disso, o conceito de liderana envolve a compreeno de que liderana

    tambm a capacidade de construir uma viso com um grupo, definir um planejamento

    e a estratgia afim de realizar a viso, por meio de alvos e objetivos alcanados.

    [FALA QUEM ENTEDENDE DO ASSUNTO:]

    [Para Duzilek (1990, p. 19) Por ser algum de destaque, lder aquele para quem os

    olhares se voltam com esperanas e expectativas de direcionamentos corretos para que

    as realizaes se concretizem.]

    O lder algum que contribui significativamente para que o grupo siga o seu

    caminho, orientando, dando sugestes, trabalhando com a equipe, avaliando as aes e

    os resultados, e mudando direcionamentos e aes, se necessrio.

    Uma distino importante nos dias atuais a necessria separao de liderana e

    gerncia administrativa. Todo administrador exerce algum tipo de liderana, uma

    liderana de execuo, gerncia na execuo de tarefas. Liderana no sentido mais

    amplo, mais do que execucao. Liderana primeiramente criao, o gerenciamento

    secundrio.

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    [FALA QUEM ENTENDE DO ASSUNTO:]

    [Covey (1989, p. 108) ajuda-nos com a seguinte afirmao: A administrao o que

    determina a eficcia necessria para subir mais rpido a escada do sucesso. A liderana

    determina se a escada est apoiada na parede correta.]

    O lder aquele que constri com outros a viso, coordena o planejamento e a

    estratgia e d a direo. O gerente administrativo aquele que est gastando todo o seu

    potencial na execuo do planejamento. Um exemplo de gerncia administrativa seria a

    execuo de um projeto para a construo de uma estrada. O administrador olha para a

    execuo: pessoal, mquinas e equipamentos, aes corretas na execuao e cuidado

    para o gasto mnimo com a execuo. Quando o lder no tem um bom conceito da

    prpria liderana, ele corre o risco de apenas ser um bom gerente adminstrando e

    executando projetos de outros.

    [COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO:]

    [Conforme Duzilek (1990, p. 19) Por se colocar frente, o lder algum de destaque.

    Sobre ele esto olhares e esperanas de realizaes.]

    Sntese da aula

    Nessa aula voc estudou:

    1. O conceito de Liderana Crist como sendo liderana espiritual, uma capacitao

    doada por Deus para influenciar e motivar pessoas para seguirem numa direo

    determinada e produzirem frutos para o Reino de Deus e sua glria;

    2. O poder de influncia como um processo a ser desenvolvido atravs da perseverana,

    abertura mentoria, pacincia e piedade;

    3. Que liderana crist, tambm a capacidade de construir uma viso com um grupo;

    4. Lder aquele que desenvolve um planejamento a fim de realizar a viso, por meio de

    alvos e objetivos alcanados por meio de estratgias seguramente estabelecidas;

    5. Sobre a diferena entre a liderana e a gerncia administrativa em que o gerente

    administrativo executa, o lder delibera e acompanha a execuo.

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    AULA 2. A ESSNCIA DA LIDERANA CRIST

    Meta:

    Refletir sobre a essncia da verdadeira liderana crist.

    Objetivos:

    1. Verificar a verdadeira essncia da liderana crist;

    2. Fazer diferena entre tica da personalidade e tica do carter;

    3. Analisar o lugar do esprito de servo na liderana crist;

    4. Fazer diferena entre tcnicas de gerncia secular e essncia da liderana espiritual.

    [Para incio de Conversa:]

    Um dos grandes erros que a igreja tem cometido colocar na liderana pessoas

    erradas por no definir melhor a verdadeira essncia da liderana crist. Pessoas so

    colocadas em cargos importantes na igreja, de forma equivocada, por sua posio social,

    financeira ou familiar.

    Vamos ver alguns princpios que devem nortear a nomeao e eleio para o

    servio cristo:

    1. Primeiramente imprescindvel a compreenso de que a essncia da liderana para o

    cristo est no fato de ela trazer uma dimenso espiritual. Essa dimenso espiritual da

    liderana no deve ser vista como sendo para pastores, missionrios de carreira ou

    lderes dentro do contexto da igreja apenas. Assim, liderana que se pretende ser crist

    envolve responsabilidade espiritual (I Co. 12. 18-29).

    [Com a palavra, quem entende do assunto:]

    [A liderana para o cristo sempre tem uma dimenso espiritual. O dever de liderar pessoas traz certas obrigaes espirituais. O dever de liderar pessoas traz certas

    obrigaes espirituais. Isso to verdadeiro para o presidente cristo de uma companhia

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    secular como para a me dona de casa cuja esfera de liderana poderia chegar a nada

    alm dos seus prprios filhos. Todos os cristos em todo tipo de liderana so chamados

    para ser lderes espirituais. (MACARTHUR 2009, p. 7)]

    2. Em segundo lugar, a essncia da verdadeira espiritualidade envolve o fato de que um

    verdadeiro lder inspira seguidores por meio de seu carter e no por meio de sua

    personalidade. Como afirma MacArthur (2009, p. 8), O lder ideal algum cuja vida e

    cujo carter motive as pessoas a seguirem seu exemplo.

    [ASSISTA AO VDEO]

    [Assista ao vdeo Liderana pelo exemplo, produzido pela Child Frien Austrlia, e

    faa uma anlise pessoal sobre a fora de um exemplo, para a continuao da nossa

    aula. O endereo eletrnico do vdeo :

    http://www.youtube.com/watch?v=FSV3S6ddoKk]

    Dessa forma, afirma-se que a autoridade do lder vem primeiramente da fora do

    exemplo de sua prpria vida. No se pode continuar pondo pessoas em cargos e funes

    de liderana no ministrio cristo, por seu poder de prestgio, por personalidade ou

    apenas por exercer cargo de chefia no contexto secular. (Mt. 20. 25-28).

    [COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO:]

    [Em ltima anlise, o que somos se transmite com muito mais eloquncia do que as coisas que dizemos ou fazemos. Existem pessoas em quem confiamos de forma

    absoluta, pois conhecemos seu carter. No importa se so eloquentes ou se conhecem

    as tcnicas de comunicao ou no. Confiamos nelas, e trabalhamos com elas de modo

    proveitoso. (COVEY, 1989, p. 21)]

    No entanto, ao contrrio da tica do carter, a tica da personalidade, centrada no

    sucesso pessoal ao custo dos princpios e valores, muitas vezes prioriza crescimento da

    personalidade, treinamento em prticas de comunicao e educao na rea de

    influncias estratgicas e pensamento positivo. Tudo isso deve ser secundrio para uma

    liderana crist que deve estar firmada na tica do carter. O que sai do corao, do

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    ntimo o que atinge negativamente as pessoas e circunstncias. A liderana crist

    comea de dentro para fora (Mc 7.20, 21).

    Para o lder cristo, o carter o verdadeiro teste bblico em relao liderana

    espiritual. Uma organizao crist pode estar maravilhosamente cuidada, limpa e com

    aparente sucesso, porm o lder sem carter mais qualificado no mundo no pode ser

    considerado lder no servio cristo.

    3. Em terceiro lugar, a essncia da liderana espiritual est no fato de que lderes

    cristos so chamados para servir e no para serem servidos. Quando a igreja deixa de

    ser exigente em relao aos princpios bblicos para a liderana e levada por estilos e

    tcnicas, lderes sem carter dominam o rebanho do Senhor, de forma opressora e

    muitas vezes mal intencionada. Dessa forma, compreende-se que planejamento

    estratgico importante, mas se a igreja no tiver lderes servos que as pessoas

    seguiro, o plano estratgico ser um fracasso. A clareza de uma viso pode ser crucial,

    mas liderana espiritual precisa ir alm e trabalhar com as pessoas, sendo um exemplo

    para seguir. (Jo 13. 12-16).

    4. A essncia da liderana crist encontrada primeiramente em exemplos bblicos e

    no em estilos seculares.

    [COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO:]

    [MacArthur adverte-nos em relao a um erro srio em meio liderana

    crist do tempo presente: o fato de muitos ignorarem os exemplos e os

    ensinamentos bblicos sobre liderana, e em vez disso se voltarem apenas

    para modelos seculares em busca de frmulas e estilo obcecado, as quais

    eles acham que faro deles melhores lderes (MACARTHUR, 2009, p.

    8,9).]

    Infelizmente h organizaes crists que esto treinando lderes da igreja com

    quase cem por cento de treinamento centrado em tcnicas de liderana e estilo de

    gerenciamento de peritos seculares havendo uma suposio de que tudo que

    funciona nas empresas poderia ser transferido para a igreja.

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    No aproveitamento de contribuies de pesquisas e modelos seculares de

    liderana, cristos que aspiram a liderana espiritual devem resistir ao interesse

    crescente daquilo que popular no mundo empresarial e abandono de toda a riqueza

    encontrada nas Escrituras Sagradas. O lder espiritual deve focar primeiramente no que

    Jesus e seus servos nos ensinaram sobre liderana espiritual. necessrio resistir

    tentao do pragmatismo.

    Conceito

    [PRAGMATISMO:]

    [O Pragmatismo constitui uma escola de filosofia estabelecida no final do sculo XIX,

    com origem no Metaphysical Club, um grupo de especulao filosfica liderado pelo

    lgico Charles Sanders Peirce, pelo psiclogo William James e pelo jurista Oliver

    Wendell Holmes, Jr., congregando em seguida acadmicos importantes dos Estados

    Unidos da Amrica.

    O pragmatismo se aproxima do sentido popular, segundo o qual um sujeito

    "pragmtico" aquele que tem o hbito mental de reduzir o sentido dos fenmenos

    avaliao de seus aspectos teis, necessrios, limitando a especulao aos efeitos

    prticos, de valor utilitrio, do pensamento. Peirce, alis, justifica a inveno do

    desajeitado termo "pragmaticismo" justamente como meio de tornar a sua concepo de

    pragmatismo "feia demais para seus sequestradores", ou seja, para evitar que tambm

    este conceito tivesse seu sentido psicologizado. Segundo ele, foi o que,

    lamentavelmente, aconteceu com o pragmatismo depois que saiu do Metaphysical Club.

    Definio encontrada na Wikipedia, no endereo eletrnico: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pragmatismo.]

    Nem sempre o que funciona significa que seja coerente com os princpios

    revelados na Palavra de Deus. Um lder espiritual no forjado pelo estudo de tcnicas

    empresariais. Segundo MacArthur (2009, ps. 9,10), A liderana crist envolve bem

    mais que o modus operandi . A liderana espiritual, deve-se insistir, toda sobre

    carter, no estilo. No se quer dizer que no haja contribuies no campo de

    treinamento de liderana secular, mas deve-se afirmar que os princpios de liderana

    espiritual s podem ser encontrados nas Escrituras Sagradas e pesquisas a partir delas.

    5. Em quinto lugar, a essncia da liderana espiritual est na vocao e nos dons para o

    exerccio da liderana. A essncia da liderana crist no est apenas no servio, pois,

    outro tipo de erro que se observa tambm na igreja, o fato de se colocar pessoas na

    liderana apenas por sua humildade. No entanto, importante observar que Jesus no

    indicou, como muitos supem, que somente a humildade seja a essncia da liderana

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    crist. H servos e servas de Deus, bastante humildes e compassivos que no so

    lderes; eles tm outros dons que deveriam estar exercendo com excelncia. Liderana

    espiritual exige a convico da vocao espiritual e certeza de que tem os dons

    espirituais para isso. [Como afirma MacArthur (2009, p 12), Obviamente nem todos

    so chamados para ser lder na mesma medida, ou a liderana por definio, no

    existiria (cf. 1Co 12.18-29).]

    Ainda que todo cristo seja desafiado para influenciar pessoas (Mt 18. 19,20),

    verificamos que nem todos so chamados para liderar.

    [UM EXEMPLO:]

    [Tivemos uma experincia de participar de um momento no qual a igreja elegeu um

    irmo que exercia com excelncia o seu ministrio diaconal (servio) para o ofcio de

    presbtero (liderana e pastoreio). Aquele irmo sofreu durante uns dois anos. E mais,

    fez muita gente sofrer, pois no exercia sua liderana com amor; ele estava perdido e

    triste. Mas um dia, num ato de coragem, tomou uma atitude que nos surpreendeu e nos

    ensinou de forma rica e marcante: ele desistiu do cargo de presbtero e pediu igreja

    para voltar ao exerccio da diaconia. Aquele senhor voltou a ser uma pessoa feliz,

    realizada, dedicada, amorosa, um cristo exercendo seu ministrio com excelncia, com

    o seu dom de servio.]

    Lderes cristos reconhecem a vocao e os dons que lhe concedem autoridade e

    capacidade para o exerccio do ministrio. Assim, a essncia da verdadeira liderana

    espiritual est na influncia que se processa pelo exemplo vivo de um carter cristo, no

    exerccio do servio em amor, e no desenvolvimento de autoridade que d

    direcionamento pela vocao e dons espirituais reconhecidos pela comunidade.

    Sntese da aula

    Nessa aula voc tomou conhecimento de alguns princpios para a nomeao ou

    escolha do lder cristo para o servio da igreja e agora segue um pequeno resumo desse

    contedo:

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    1. A essncia da liderana crist envolve a compreenso de que, primeiramente, um

    exerccio espiritual no restrito a pastores e missionrios, nem tampouco ao contexto da

    igreja, mas liderana espiritual no mundo;

    2. A essncia liderana crist firmada no carter, exercida no esprito de servio a

    Deus e ao prximo;

    3. A liderana crist mais que servio humilde: envolve autoridade espiritual,

    assumida pela vocao e pelos dons concedidos pelo Senhor queles que devem dar

    direcionamento firme comunidade que reconhece e testifica o seu papel.

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    Aula 3: PRINCPIOS DA LIDERANA CRIST

    Meta:

    Refletir sobre a importncia e o lugar dos princpios na liderana crist.

    Objetivos:

    1. Avaliar os trs nveis do processo de desenvolvimento humano e espiritual;

    2. Conhecer os princpios inegociveis da liderana espiritual;

    3. Discernir a importncia e o lugar dos princpios na liderana espiritual.

    [Para incio de conversa:]

    H pelo menos trs nveis no processo de desenvolvimento humano e espiritual

    para o lder cristo: o nvel 1 o nvel do ego, ou seja, a necessidade de desenvolver

    bem o valor pessoal. O lder no pode encontrar seu valor pessoal em cargos, ttulos,

    salrios, circunstncias, aplausos e aprovaes humanas e sim no grande amor de Deus.

    Como afirma Manning (1998, p. 24): Se voc tiver de aprender uma s verdade,

    aprenda esta: a vida espiritual comea com nossa aceitao do amor pleno e sincero de

    Deus pelo nosso eu ferido, quebrantado, hostil e triste. Somos completamente amados

    por Abba (Rm 8.15).

    O lder cristo deve fugir da tentativa de suprir as necessidades de significado e

    segurana nas aprovaes e aplausos de seus semelhantes. Precisa compreender que a

    vida abundante uma vida de sofrimento, de dores e desiluses, mas tambm uma

    vida na qual nos encontramos seguros no amor daquele que no permitir que nada nos

    separe do filho do seu amor. O lder precisa compreender tambm que a vida abundante

    uma vida na qual o Senhor nos concede plenitude de significado enquanto o servimos

    e servimos nossos irmos para a sua glria e louvor (Jo 10.10). Somos filhos amados do

    pai supremo, aprovados por ele em Cristo Jesus, no por nossos mritos ou obras, mas

    por causa de Cristo. Devemos fugir da tentativa to opressora de fazer tudo para sermos

    aprovados e aceitos e assim encontrarmos segurana.

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    [COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO:]

    [Hipcritas so fanticos por aprovao. Temos uma necessidade quase sufocante de

    agradar, e isso torna difcil dizer no, mesmo quando a resposta certa no. Hipcritas

    tm o hbito de se comprometer demais com pessoas, projetos e causas, e isso

    geralmente nos faz infelizes, pois nosso esforo tem pouco a ver com compromisso

    pessoal e se explica mais pelo medo de no vivermos altura das expectativas dos outros. O pior que geralmente conseguimos o que desejamos, pois quem no gosta de

    uma pessoa que sempre diz sim? (MANNING, 1998, p. 39)

    O nivel 2 o nivel do ns, isto , o desafio de descobrir mais e mais a bno da

    comunho. Repartir, amar e ser amado, levar as cargas uns dos outros, encontrar amigos

    mais chegados que irmos. Mas h muitos desafios nesse processo. Muitas vezes os

    grupos falham.

    [Alguns exemplos]

    [Veja o erro da famlia de Jos para com ele (Gn 37.12-36); O erro de Saul, Rei de

    Israel, que, apesar de considerado amigo e irmo ntimos de Davi perseguiu-o com a

    tentativa de mat-lo, levando Davi a uma profunda incompreenso e momentos terrveis

    na sua vida (Sl 57); o erro dos discpulos que abandonaram completamente a Jesus (Mt

    26.56) ; o erro da igreja que abandonou a Paulo no tribunal (2 T 4.16); etc.]

    Em todos estes casos verificamos que se estes homens, vitimas de tamanhos

    erros, estivessem bem desenvolvidos apenas nos nveis um e dois, eles no suportariam

    tamanha provao. Isso nos leva necessidade de compreender a importncia do lder

    cristo se desenvolver bem humano e espiritualmente no nvel dos princpios.

    Somente aqueles que esto se desenvolvendo ao nvel de uma vida norteada por

    princpios conseguem exercer uma liderana crist cheia de servio amoroso com

    autoridade, dando direes firmes e seguras para o povo de Deus. Jos tinha uma

    profunda e clara compreenso de que estava debaixo da soberania e propsitos de Deus

    (Gn 45. 7,8); Davi no compreendia bem as circunstncias imediatas, mas foi capaz de

    buscar a Deus de todo o corao entregando-se ao Senhor em plena confiana (Sl 34), e

    no se deixou levar por circunstncias e amarguras, quando deixou de matar a Saul,

    reconhecendo que era um homem de princpios: No estenderei a mo contra o meu

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    senhor, pois o ungido de Deus. (1 Sm 24.10), Jesus afirmou logo para Pedro, que o

    abandonara havia, que, havia rogado por ele, para que quando ele voltasse, ele pudesse

    cuidar dos seus irmos (Lc 22.31,32); Paulo perdoou a igreja, dizendo que, conquanto o

    tivessem abandonado no tribunal romano, que nada lhes fosse posto em conta (2 Tm 4.

    16ss), pois sua segurana estava no fato de que o Senhor o havia livrado do leo, e o

    levaria a salvo para o seu reino celestial. (2 Tm 4.18).

    [Princpios inegociveis da liderana espiritual]

    [FALA QUEM ENTENDE DO ASSUNTO:]

    [A tica do carter se baseia na ideia fundamental de que existem princpios governando

    as atividades humanas. [...] Os princpios so como os faris, ou semforos e constituem

    leis naturais que no podem ser rompidas.[...] Para ele os princpios mencionados no seu

    livro no so exclusivos de qualquer f ou religio especfica. [...] Os princpios a que

    me refiro no so ideias exotricas, misteriosas ou religiosas. No existe um nico princpio mencionado neste livro que seja exclusivo de qualquer f ou religio

    especfica, o que inclui a minha. (COVEY, 1998, p. 32- 34).]

    Para a liderana espiritual crist, no entanto, princpios no so apenas naturais.

    Princpios so verdades universais reveladas por Deus nas Sagradas Escrituras. Esses

    princpios no podem ser alterados, manipulados, ou relativizados por situaes

    culturais. O homem no quebra a lei do Senhor, ou os seus princpios por

    condicionamento e abandono de forma natural e sim pelo pecado, pela rebeldia humana.

    Essa rebeldia uma situao terrvel adquirida como consequncia da queda de nossos

    primeiros pais (Ado e Eva). A liderana crist reconhece a graa comum de Deus

    agindo nos coraes humanos com o propsito de preservar a humanidade, mas

    precisamos reconhecer que h uma tendncia rebeldia instalada no corao do ser

    humano. Isso to srio que, mesmo sendo restaurados pela graa de Deus, os crentes

    precisam se lembrar de que h uma luta da carne contra o esprito e do esprito contra a

    carne, e devemos nos inclinar para a mente do Esprito de Deus para no andarmos

    segundo a carne que conduz para a morte. (Rm 8. 1ss).

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    No entanto, mais que qualquer outra pessoa, o lder cristo precisa reconhecer

    alguns princpios bblicos que devem nortear as aes do ministrio. Num tempo no

    qual cada vez mais se afirma a existncia de princpios e se nega cada vez mais a ideia

    de verdades universais absolutas, necessrio que o lder cristo reafirme seus

    princpios se quer que sua liderana seja espiritual.

    [ASSISTA AO VDEO]

    [Assista ao vdeo, Integridade, coragem, hombridade, liderana. Esse vdeo uma

    parte do filme Perfume de Mulher, de 1992. Verifique o valor de uma vida norteada

    por princpios para a continuao da nossa aula. Esse material pode ser encontrado no

    endereo eletrnico: http://www.youtube.com/watch?v=yC8xWny_uxA.]

    [Veja alguns princpios que devem ser reafirmados pelo lder cristo:]

    1. AMOR: O maior princpio para o cristo o amor. Amar a Deus acima de todas as

    coisas e amar o prximo como a si mesmo. Isso to srio que afirma toda a base da

    liderana crist. O amor a Deus e ao prximo no mata pela verdade, por isso princpios

    cristos no levam ao Fundamentalismo e sim liberdade de vida do Cristianismo que

    no mata por amor; se for preciso, morre por amor, mas no se conduz em dio

    religioso, poltico, social, moral etc.

    2. A GLRIA DE DEUS: Lderes cristos vivem para a glria de Deus. Suas aes so

    dirigidas para glorificar o nome de Deus.

    3. SOBERANIA DE DEUS: O lder cristo toma todas as suas decises a partir do

    princpio da soberania de Deus. Deus soberano sobre os seus atos, Deus soberano na

    histria. H um Deus soberano reinando, a quem servimos acima de tudo, e a ele que

    vamos prestar contas de nossas aes.

    4. IMPARCIALIDADE: A partir do princpio da imparcialidade se desenvolveu toda a

    noo de justia e equidade. Existem amplas diferenas na definio e modo de

    conquistar a imparcialidade, mas existe uma conscincia quase universal do conceito.

    5. INTEGRIDADE: Cria a base da confiana, algo fundamental para o estabelecimento

    da cooperao e do crescimento pessoal e interpessoal em longo prazo.

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    6. DIGNIDADE HUMANA: Os seres humanos foram criados imagem e semelhana

    de Deus. Eles tm um valor intrnseco por causa de seu criador.

    7. SERVIO: Outro princpio o de servir. Vimos que este princpio faz parte da

    essncia da verdadeira liderana espiritual e para um lder cristo um princpio a ser

    levado em conta.

    8. QUALIDADE OU EXCELNCIA: Existe o princpio do potencial, a ideia de que

    temos a capacidade de evoluir e crescer, desenvolvendo um potencial cada vez maior,

    aprimorando nossos talentos (Mt 25. 14ss).

    9. SERENIDADE/TEMPERANA: Serenidade autocontrole. E o lder cristo deve

    perseguir esse ideal.

    Alem desses, h outros princpios que devem ser cultivados: JUSTIA,

    MODSTIA, FAZER AOS OUTROS O QUE DESEJO QUE FAAM POR MIM, etc.

    Princpios so verdades profundas, fundamentais, cuja aplicao universal. Elas

    servem para indivduos, casamentos, famlias, organizaes pblicas e privadas de todos

    os tipos. Quando estas verdades so interiorizadas, como hbitos, elas conferem s

    pessoas a fora para criar uma vasta gama de prticas capazes de lidar com as situaes

    mais diferentes.

    Sntese da aula

    Nessa aula voc aprendeu:

    1. Sobre a importncia de desenvolver uma liderana baseada em princpios, como uma

    base slida para enfrentar as tempestades naturais que enfrenta o lder espiritual. Isso se

    destaca num tempo em que o abandono e negao de verdades absolutas tem dominado

    a nossa sociedade;

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    2. Que os princpios para o lder cristo so mais do que princpios gerais encontrados

    na humanidade; so princpios especficos e universais revelados nas Sagradas

    Escrituras, a Bblia;

    3. Que o maior princpio para o cristo apresentado pelo prprio Cristo o amor a Deus

    e ao prximo, o que nos ajuda a nos manter firmados em absolutos universais sem cair

    na tentao de um fundamentalismo que rejeita e mata os diferentes de ns.

    4. Sobre outros princpios: como soberania de Deus, a glria de Deus, integridade etc.

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    UNIDADE II: OS HBITOS DA LIDERANA FRUTFERA

    Aula 4: RESPONSABILIDADE E OBJETIVIDADE

    Meta:

    Refletir sobre os hbitos da responsabilidade e da objetividade para uma liderana

    espiritual frutfera.

    Objetivos:

    1. Compreender a importncia e o significado de hbitos frutferos;

    2. Reconhecer que somos responsveis por ns e nossas decises;

    3. Discernir a importncia da objetividade na eficcia da liderana espiritual.

    [Para incio de conversa:]

    Nesta unidade vamos estudar os hbitos que fazem da verdadeira liderana

    espiritual uma liderana frutfera. Estes hbitos levam eficcia no exerccio da

    liderana espiritual e se fundamentam em princpios interiorizados.

    [Hbito]

    [Definiremos um hbito como a interseco entre o conhecimento, a capacidade e a

    vontade. O conhecimento o paradigma terico, o que fazer e o porqu fazer. A

    capacidade o como fazer. E a vontade a motivao, o desejo de fazer. Para tornar

    algo um hbito em nossas vidas, precisamos reunir estes trs elementos na prtica. [...]

    Uma mudana precisa ter como motivao um objetivo nobre, acrescida da disposio

    para subordinar o que voc pensa que quer no momento ao que realmente quer para o

    futuro. Este processo, produz a felicidade, o objetivo e funo de nossa existncia. A felicidade pode ser definida, pelo menos em parte, como o fruto da capacidade e do

    desejo de sacrificar o que queremos agora em funo do que queremos futuramente.

    (COVEY, 1998, p. 49,50)]

    Para o desenvolvimento de nossas prximas aulas devemos reconhecer em parte, o

    dbito para com a tese de Stephen Covey apresentada no best seller: Os sete hbitos das

    pessoas altamente eficazes (1989). o que segue:

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    1. Responsabilidade

    Esse termo associado a outro: proatividade, que se tornou muito conhecido no

    processo de tomar para si a responsabilidade e enfrentar problemas de forma positiva na

    busca de resultados diferentes. Proatividade refere-se a uma ao positiva na busca de

    soluo de problemas. Tem que ver com a coragem, a atitude e a iniciativa na busca de

    novas possibilidades.

    [FALA QUEM ENTENDE DO ASSUNTO]

    [Apesar da palavra proatividade ser atualmente muito comum nos livros

    sobre administrao, trata-se de um termo que no encontramos na

    maioria dos dicionrios. Ela significa muito mais do que tomar a

    iniciativa. Implica que ns, como seres humanos, somos responsveis por

    nossas prprias vidas. Nosso comportamento resulta das decises

    tomadas, e no das condies externas. Temos a capacidade de

    subordinar os sentimentos aos valores. Possumos a iniciativa e

    responsabilidade suficiente para fazer com que as coisas aconteam.

    Pense na palavra responsabilidade - respons-abilidade a habilidade para escolher sua resposta. Pessoas superproativas acostumam-se com a

    responsabilidade. No colocam a culpa por seu comportamento nas

    circunstncias, condies ou condicionamentos. (COVEY, 1998, p.75) ]

    No texto de Paulo aos Romanos 12.9-21, ele apresenta-nos uma srie de atitudes

    da vida e da liderana crist que so reconhecidas como virtudes daqueles que resolvem

    ser responsveis por suas prprias vidas e que no so levados pelo ambiente, antes,

    promovem um nova possibilidade de viver, se relacionar e enfrentar circunstncias

    adversas. Dentre outros aspectos ele afirma: No te deixes vencer do mal, mas vence o

    mal com o bem. (Rm. 12:21)

    Temos uma capacidade doada por Deus (um potencial) para subordinar os

    sentimentos aos valores e desenvolver a liderana frutfera. Deus concedeu-nos poder

    (talentos) para tomar a iniciativa e assumirmos responsabilidades. Somos instrumentos

    de sua graa, cooperadores no Reino de Deus, embaixadores ativos nesse Reino. (Mt

    25.14-30). Portanto, desenvolver nossos talentos de forma positiva, uma resposta

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    operao da maravilhosa graa do Senhor em nossas vidas. E, assim como seres

    responsveis, cheios de iniciativas, devemos cooperar para que ocorram transformaes

    surpreendentes no ambiente onde fomos colocados para frutificar. O texto nos ensina

    tambm por meio do homem que recebeu um talento e o escondeu como fosse dele

    mesmo, e, ainda de forma reativa e ressentida respondeu ao seu senhor quando ele veio

    para a prestao de contas. Aprendemos com essa parte que pessoas responsveis, no

    escondem seus talentos, antes compreendem que receberam uma capacitao doada por

    Deus para exercer um ministrio frutfero, e saem a multiplicar com atitudes positivas e

    responsveis confiados na graa de Deus.

    A tendncia natural que temos diante de pessoas e circunstncias que nos afetam

    a da reao. Muitos de ns fomos educados apenas para reagir ao ambiente e no para

    sermos proativos diante de circunstncias adversas. O que voc precisa perguntar neste

    momento : sou o tipo de pessoa que constri a vida emocional a partir do

    comportamento dos outros? Pessoas reativas costumam se ressentir facilmente, ou a se

    tornar negativas diante dos desafios da vida. preciso aprender: h outras opes diante

    de desencontros e circunstncias, e por isso, podemos encontrar novas perspectivas e

    enfrentar os desafios da liderana.

    2. Objetividade:

    Para viver uma vida com propsito, o lder cristo precisa ter objetividade. Deve

    assumir o desafio de desenvolver a sua jornada de acordo com o que pretende se tornar

    com a graa de Deus. Para isso, o lder espiritual precisa definir uma viso pessoal de

    ministrio, colocando as coisas mais importantes na sua lista de prioridades.

    Aquele que se preocupa em que pretende se tornar, desenvolve um projeto de vida

    que comea com uma filosofia de vida pessoal. Veja algumas posturas que devem ser

    assumidas para a construo de um projeto pessoal:

    [DICAS]

    [1. No comprometa sua integridade.

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    Integridade no significa perfeio, mas, identifica aquela pessoa que cresce na

    busca de uma vida irrepreensvel. Isto est em harmonia com 1Timteo 3.2, onde o

    termo grego traduzido por irrepreensvel significa que ningum capaz de fazer uma

    acusao vlida contra o candidato a presbtero. As questes de sua vida devem estar

    em boa ordem. (HOCKING, 2000, p. 26).

    2. Insista numa atitude positiva.

    Uma das metforas mais fortes que encontramos na Bblia a da semeadura.

    Vemos que aquele que semeia no deve se desanimar, pois a seu tempo ceifaremos, se

    no desfalecermos. (Gl.4.9)

    3. Firme-se nos seus princpios.

    A natureza dos princpios se evidencia quando refletimos sobre a possibilidade de

    se tentar viver uma vida eficaz baseada nos opostos dos princpios. (COVEY,1998, p.

    35).

    4. Desenvolva seu senso de humor.

    Paulo, que tanto sofreu no ministrio, confessa com transparncia suas lutas aos

    filipenses, mas insiste que devemos buscar a alegria do Senhor de todo o corao. (Fp.

    4.4).

    5. Invista em pessoas.

    Jesus gastou a maior parte de seu tempo investindo sua vida no discipulado. Jesus

    teria passado por volta de 75% e 80% de seu tempo treinando de forma intencional.

    (GALLOWAY, 2002, P.67).

    6. No tenha medo dos erros.

    Quem tem medo de erros quem vive tentando agradar a todos o tempo todo.

    Pessoas empreendedoras sabem que no vo acertar sempre, mas que crescero mesmo

    com seus erros. A nfase est no crescimento.

    7. Leia constantemente bons livros sobre liderana.]

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    Objetividade exige do lder separar o mais importante do urgente. Urgncias

    tomam o tempo precioso da liderana desavisada, fazendo com que o mais importante

    seja colocado de lado. Urgente aquilo que requer nossa ateno imediata; e importante

    tem que ver com resultados que contribuem para nossa misso, nossos objetivos e

    valores. Pessoas eficazes, proativas, gastam a maior parte do seu tempo no que mais

    importante. O lder cristo sabe que deve buscar o reino de Deus em primeiro lugar. (Mt

    6). O Reino de Deus deve ter a primazia em toda a vida da liderana espiritual,

    atingindo a vida familiar, pessoal, relacional, trabalho, lazer e entretenimento, finanas

    etc. Da mesma forma, o lder cristo precisa priorizar sua vida devocional, caminhada

    pessoal e diria com Deus. Deve priorizar sua vida familiar, ser uma pessoa que trabalha

    e cuida de sua sade, seus relacionamentos e seu ministrio cristo.

    Sntese da Aula

    Nessa aula voc aprendeu que:

    1. imprescindvel para uma liderana frutfera desenvolver hbitos que levam a uma

    vida frutfera.

    2. Hbito na prtica a interseco entre o conhecimento, a capacidade e a vontade;

    considerando o conhecimento como o que e o porqu fazer, a capacidade como o modo

    de fazer, e a vontade como a motivao, o desejo de fazer.

    2. A responsabilidade o ato e o processo de tomar para si a atitude para enfrentar

    problemas de forma positiva, apresentando novas propostas na busca de resultados

    diferentes;

    3. Objetividade a necessidade de se ter um planejamento de vida que exige separar o

    mais importante do urgente, pois urgncias tomam o tempo precioso da liderana

    desavisada, fazendo com que o mais importante seja colocado de lado.

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    Aula 5: SOLIDARIEDADE E RENOVAO

    Meta:

    Refletir sobre a importncia dos hbitos da solidariedade e da renovao

    Objetivos:

    1. Avaliar a importncia dos hbitos da solidariedade e da renovao;

    2. Desenvolver competncia e solidariedade;

    3. Verificar a importncia da constncia no desenvolvimento do hbito da renovao.

    [Para incio de conversa:]

    Na ltima aula vimos que imprescindvel para uma liderana frutfera

    desenvolver hbitos que levam a uma vida frutfera. E analisamos o hbito da

    responsabilidade que envolve a ideia de tomar para si a atitude para enfrentar problemas

    de forma positiva, apresentando novas propostas na busca de resultados diferentes; e, o

    hbito da objetividade que a necessidade de se ter um planejamento de vida que exige

    separar o mais importante do urgente, pois urgncias tomam o tempo precioso da

    liderana desavisada, fazendo com que o mais importante seja colocado de lado.

    Nossa sociedade tem se desenvolvido com o pressuposto de que impossvel ser

    competente e solidrio ao mesmo tempo. Nessa perspectiva, somos ensinados que no

    h lugar para todos no mundo. O que h um processo terrvel de concorrncia, onde

    quem ganha aquele que vence diante da derrota dos outros. O ambiente sempre o da

    competio, concorrncia, desconfiana e at mesmo traio.

    nesse ambiente que deve ser cultivado hbitos como solidariedade e

    renovao.

    1. Solidariedade

    [Vejamos alguns aspectos importantes do hbito da solidariedade:]

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    1. A liderana espiritual trata de uma mudana de paradigma. Na perspectiva bblica h

    lugar para a competncia e a solidariedade. possvel crescer e ser competente diante

    dos desafios da vida, ter uma liderana vitoriosa e frutfera e trazer outros para esse

    caminho. Competncia e solidariedade seriam caractersticas daqueles que tomaram a

    deciso de que no tem sentido qualquer vitria que seja solitria, que no promova

    outros. Nessa perspectiva, aquele que competente, consegue desenvolver essa

    competncia, alcanar vitrias importantes, e levar os que esto consigo nesse processo

    de vencer e crescer.

    [PARA APROFUNDAR NO ASSUNTO]

    [Vencer/Vencer um estado de esprito que busca constantemente o benefcio mtuo

    em todas as interaes humanas. Vencer/Vencer significa entender que os acordos e

    solues so mutuamente benficos, mutuamente satisfatrios. Com uma soluo do

    tipo Vencer/Vencer, todas as partes se sentem bem com a deciso, e comprometidas

    com o plano de ao. [...] No se trata do meu jeito ou do seu jeito, e sim de um jeito

    melhor, superior. [...] Vencer/Vencer no uma tcnica de personalidade. Trata-se de

    um paradigma total de interao humana. Deriva de um carter ntegro, da maturidade e

    da Mentalidade da Abundncia. Alimenta-se dos relacionamentos com alto nvel de

    confiana. Pode ser identificado nos acordos que eficazmente esclarecem e administram as expectativas, bem como os resultados. Depende de sistemas de apoio. (COVEY,

    1989, p. 228,258)]

    2. Solidariedade exige a deciso de que possvel encontrar um acordo para que todos

    possam crescer juntos. Insiste na mtua confiana nos relacionamentos, onde ambos os

    lados acreditam um no outro e esto profundamente comprometidos com o crescimento

    de todos. A ideia de acordos na manuteno de relacionamentos apresentada pelo

    autor dos Provrbios bblicos quando nos afirma que impossvel andarem dois juntos

    sem que haja acordo.

    [FALA QUEM ENTENDE DO ASSUNTO]

    [Os acordos requerem os cinco elementos: resultados desejados, orientao, recursos, administrao e consequncias. Acordos vencer/vencer somente sobrevivem em um

    sistema que sustentem estes cinco elementos. Voc no pode falar em vencer/vencer e

    recompensar com vencer/perder. (COVEY, 1989, p. 254).]

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    3. Para o exerccio da solidariedade imprescindvel a longanimidade. Pessoas

    solidrias no desistem das outras pessoas e procuram mais compreender que ser

    compreendidas. Longanimidade envolve escuta emptica, com o corao paciente.

    Lderes espirituais procuram compreender as circunstncias como a outra pessoa a

    percebe e compreende. Para isso no preciso tentar agradar e concordar sempre com o

    outro, mas envolve o desafio de buscar pela compreenso do outro antes de apresentar

    uma proposta na soluo de problemas.

    4. Da mesma forma, a solidariedade busca crescimento e vida frutfera. No

    acomodao e conformismo, antes, uma busca de identificao de problemas que

    bloqueiam o crescimento e a vida frutfera, bem como a anlise aprofundada que

    procura em conjunto por resultados aceitveis; essa busca se d verificando,

    constantemente, as novas opes possveis para o desenvolvimento do Reino de Deus.

    2. Renovao

    Renovando as prprias foras e multiplicando seu poder de influncia por meio de

    outros.

    [DICAS]

    1. Lderes cristos precisam resistir tentao de optar por autossuficincia em

    vez de depender de Deus e de sua graa.

    Grandes homens de Deus, lderes espirituais marcantes, so apresentados na

    Bblia experimentando esgotamento espiritual. Vrios deles inclusive pediram a morte

    para si, ou desistiram de viver: Elias, Jeremias, Davi, Paulo. Vejamos alguns aspectos

    importantes para a renovao das nossas foras e multiplicao de nossa influncia.

    Portanto, o lder espiritual renova suas foras numa relao ntima com Deus na qual

    confessa regularmente seus pecados, suas frustraes, inquietaes, desesperos e renova

    seus sonhos. Nem Jesus, sendo Deus, na sua encarnao e exerccio do ministrio

    deixou de orar, descansar, e entregar os gemidos ao Pai. Elias, depois de um grande

    esgotamento espiritual, pediu para si a morte, mas acolheu o cuidado de Deus em sua

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    vida, aceitando ser alimentado por Deus, dormir, depois caminhar, desabafar o corao

    na presena do Pai, e experimentar a doce presena de Deus no cicio tranquilo, e ainda,

    o renovo de seu ministrio antes de ter sido tomado por Deus (1Rs 17,18). Davi

    escreveu os melhores salmos expressando sua profunda dor e perplexidade ao Senhor e

    derramou sua sincera confisso quando esteve em queda moral (Sl 51). Paulo afirmou

    que havia desesperado da prpria vida (2 Co 1.8), mas afirmou tambm que no

    confiava mais em si mesmo, mas naquele que renova as nossas foras e nos livra do

    mal. O prprio Jesus, nosso Senhor, no jardim do Getsmani, clamava insistentemente

    ao Pai derramando suas lgrimas em orao (Lc 22.44).

    2.2. O lder espiritual tem uma viso holstica (integral) da vida e busca por

    renovar suas foras cuidando de sua sade, espiritual, fsica, intelectual e

    emocional.

    Cuida e busca por melhora da prpria vida no sentido mais amplo possvel,

    espiritual, fsico, emocional, intelectual. Uma viso holstica da vida uma viso a

    partir da qual evita-se a antiga tendncia de cuidar apenas do espiritual. Essa tendncia

    foi percebida em anos passados no mundo cristo, diante das influncias e inclinaes

    para o dualismo platnico que fez com que muitos cristos, valorizassem o espiritual em

    detrimento do fsico e emocional. Essas quatro dimenses de nossa natureza devem ser

    exercidas com regularidade, de forma equilibrada e sensata, a perseguio positiva por

    integralidade do ser.

    [COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO:]

    [Uma renovao regular, equilibrada, das quatro dimenses bsicas da vida. [...]

    Abrange e circunscreve todos os outros hbitos. Trata-se do hbito do aprimoramento

    contnuo, criador da espiral ascendente do amadurecimento, capaz de lev-lo a nveis

    inditos de compreenso e de vida, onde se desfruta o resultado de cada um dos hbitos,

    conforme atinge um plano superior (COVEY, 1998, p. 55].

    Na dimenso fsica, essa renovao regular e equilibrada, significa comer os

    alimentos adequados, descansar e relaxar e praticar exerccios regularmente. Na

    dimenso espiritual, renovao significa o comprometimento com o sistema de valores.

    Na dimenso mental, o desenvolvimento permanente do intelecto. E, na dimenso

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    emocional de nossas vidas, est vinculada aos relacionamentos com os outros, e atravs

    deles se manifesta. Esta atividade no exige tempo, mas requer treinamento.

    3. O lder espiritual assume suas limitaes e necessidades de constantes

    paralisaes para a atualizao, pois trabalham no presente pensando nos desafios

    e realizaes do futuro.

    [PARA APROFUNDAR NO ASSUNTO:]

    [Nossos mtodos atuais so realmente obsoletos, ento constantemente aprimoramos,

    melhoramos, ouvimos e aprendemos. Outros podem temer, mas quem lidera deve

    corajosamente enfrentar o futuro. [...] As novas geraes, e busters, perderam a confiana no processo hierrquico do governo, da igreja, da educao e dos negcios.

    As pessoas jovens no esto apenas interessadas em investir sua vida na manuteno ou

    promoo de estruturas institucionais. Elas querem trabalhar em organizaes lineares,

    e querem controlar seu destino. As novas geraes insistem em participar de um

    relacionamento de trabalho em conjunto em toda sua organizao. Preferem uma abordagem de razes e altamente descentralizada para a soluo de problemas.

    (FINZEL, 2001, p. 176.178)]

    [ASSISTA AO VDEO:]

    Assista ao vdeo, o melhor vdeo de motivao a liderana, que parte do filme

    Vencendo Gigantes, e faa sua anlise sobre o valor da mentoria para a continuao

    da nossa aula. O vdeo se encontra no endereo eletrnico:

    http://www.youtube.com/watch?v=FkPQ3jScJds

    4. O lder espiritual renova suas foras por meio da multiplicao de sua

    influncia formando um time forte.

    E o que da minha parte aprendeste, transmite a homens idneos para que

    transmitam tambm a outros... (2 Tm 2). Paulo no se preocupou em apenas formar

    algum especfico que pudesse assumir o seu lugar; ele preparou uma gerao de lderes

    para com ele e depois dele pudesse liderar a pregao do evangelho de Cristo. O lder

    no deve se preocupar apenas com sua renovao constante, mas tambm com a

    multiplicao de sua influncia por meio de lderes conquistados e capacitados por meio

    do discipulado e mentoria. De certa forma, j tratamos do assunto nesse curso, aqui

    enfatizamos mais uma vez a necessidade de multiplicar a influncia.

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    [FALA QUEM ENTENDE DO ASSUNTO:]

    Resolvi seguir o padro que creio ser do Senhor: derramando-me num grupo pequeno,

    que por sua vez pode se reproduzir. Conforme ressalta Robert Coleman em seu livro O

    plano Mestre do Evangelismo, o objetivo inicial de Jesus foi atrair discpulos que

    podiam no apenas se desenvolver, mas desenvolver outros tambm. (GALLOWAY, 2002, p. 61).]

    Sntese da aula

    Nessa aula voc estudou:

    1. Que solidariedade um hbito daqueles que tomaram a deciso de que no tem

    sentido qualquer vitria que seja solitria, que no promova outros;

    2. Que solidariedade o hbito daquelas pessoas que conseguem desenvolver a

    competncia para o desenvolvimento do ministrio, sem ver o outro como um

    concorrente que precisa ser vencido;

    3. Sobre a mentalidade de abundncia que diz haver o bastante para todos;

    4. Que pessoas solidrias so pessoas igualmente longnimes, que no desistem das

    pessoas e que procuram mais compreender que ser compreendidas.

    5. Que longanimidade envolve escuta emptica, com o corao paciente, e

    caracterstica daquelas pessoas que procuram compreender as circunstncias como a

    outra pessoa a percebe e compreende;

    5. Que necessria a busca pela preservao e melhora do seu bem mais precioso, que

    voc; a busca pela renovao nas quatro dimenses de sua natureza fsica, espiritual,

    intelectual e emocional. Essa renovao experimentada na multiplicao de sua

    liderana no preparo de outros que dividem as cargas e so preparados para continuar o

    ministrio na sua ausncia.

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    MDULO II

    Chaves da Liderana Crist

    Apresentao do mdulo: Neste mdulo vamos verificar as chaves para uma liderana

    frutfera: vida pessoal, competncia e habilidades da liderana.

    Meta: Descobrir as chaves da liderana que fazem com que o lder evite cometer erros e

    possa se manter no propsito de Deus para o seu ministrio.

    Objetivos: 1. Avaliar as chaves da liderana; 2. Refletir sobre planejamento da

    liderana frutfera; 3. Desenvolver capacitao para lidar com resistncias, crticas e

    pessoas difceis.

    Este mdulo est dividido em 2 (duas) unidades, subdivididas em 5 (cinco) aulas

    que correspondem a 5 (cinco) semanas, como segue:

    UNIDADE I: CUIDADO PESSOAL, HABILIDADES E COMPETNCIA

    Aula 6: Cuidado pessoal

    Aula 7: Competncia e habilidades

    UNIDADE II: PLANEJAMENTO E CAPACITAO PARA LIDAR COM

    PESSOAS E SITUAES DE CRISE

    Aula 8: Planejamento

    Aula 9: Lidar com rejeies e oposies

    Aula 10: Lidar com pessoas difceis

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    UNIDADE I CUIDADO PESSOAL, HABILIDADES E COMPETNCIA

    AULA 6: Cuidado pessoal

    Meta: Refletir sobre o desafio bblico a respeito do cuidado pessoal em busca de se

    tornar modelo dos liderados conforme orientao bblica para a liderana espiritual.

    Objetivos: Esperamos que, ao final dessa aula, voc possa:

    1. Reconhecer aspectos imprescindveis do cuidado pessoal do lder na busca do tornar-

    se modelo;

    2. Reconhecer aspectos que devem ser, por tudo, evitados pela liderana crist, os quais

    fazem com que lderes deixem de ser modelos positivos de cristos maduros na f;

    3. Discernir entre crescimento no desenvolvimento de valores pessoais e perfeccionismo

    legalista, na busca e tentativa de sermos modelos no corpo de Cristo.

    [Para incio de conversa:]

    Liderana Crist pode ser vista como um tesouro a ser descoberto e

    compartilhado, como uma possibilidade de exercer influncia transformadora na igreja,

    e a partir da igreja, no mundo. Para abrir esse tesouro e usufruir dele, ns precisamos de

    algumas chaves: a primeira chave o cuidado da vida pessoal.

    Paulo disse para Timteo que ele deveria ter cuidado de si (1Tm 4.16); ou seja,

    cuidar da prpria vida, e enfrentar o desafio de se tornar modelo para o rebanho (1Tm

    4.12). Nessa mesma linha, Pedro desafia aos presbteros, para serem homens que

    desenvolvam uma vida exemplar como modelos para os demais cristos (I Pe 5.1-4). Na

    linguagem e perspectiva de Paulo, cuidado pessoal traz consigo o desafio de crescer na

    busca de se tornar padro dos fiis (1Tm 4.12). A liderana espiritual no envolve a

    possibilidade de um tipo de exerccio de cargo como aqueles exercidos na sociedade

    secular, que exigem muito pouco do estilo de vida dos lderes depois do seu horrio de

    trabalho. Claro, isso um equvoco em qualquer rea da vida, mas no que diz respeito

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    liderana espiritual, imprescindvel que o lder desenvolva o cuidado com a vida

    pessoal.

    [Qualidades pessoais da liderana espiritual:]

    As qualificaes ensinadas por Paulo a Timteo (1Tm 3.1-13), para a escolha de

    presbteros e diconos, apresentam-nos as qualidades dos lderes espirituais que podem

    ser modelos para os seus liderados. Estas qualificaes no devem caracterizar apenas

    alguns poucos, mas tem o propsito de causar um efeito domin positivo transformando

    pessoas sem propsitos em pessoas piedosas, cheias de sentido e desafios para a vida.

    So padres que se destinam a todos os crentes, e, especialmente, so transmitidos por

    lderes cristos maduros. Pode ser fcil enganar pessoas com aparncia de piedade e

    vida crist, mas difcil engan-las num processo longo de convivncia. Quando uma

    pessoa cheia do Esprito Santo e obedece Palavra de Deus, as qualidades aqui

    apresentadas por Paulo refletem-se na vida dessa pessoa e dos discpulos de Cristo. Se

    algum deseja ser um lder, precisa aceitar o fato que liderana crist, no como

    qualquer outro tipo de liderana que as pessoas desenvolvem independentemente de sua

    vida pessoal e particular.

    1. Desejo santo por liderana espiritual.

    Paulo comea dizendo que o papel e o exerccio da liderana deve ser algo

    desejado. Aqueles que no tm um desejo contnuo por atingir a liderana, usualmente

    falham diante das crises relativas ao ministrio. A vocao para a liderana atestada

    por um anelo continuo que Deus implanta no corao do crente, um anelo continuo para

    ser lder.

    preciso que haja um desejo santo de transformao que atinja pessoas,

    estruturas sociais, realidades espirituais, familiares e assim por diante, o testemunho dos

    atenienses em relao aos apstolos, era que, Estes que tm transtornado o mundo

    chegaram tambm aqui. (At 17.6). Lderes cristos desenvolvem uma santa vocao

    para transformaes com consequncias eternas.

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    2. Anseio pelo crescimento espiritual

    O lder no pode ser nefito (1Tm. 3.6). O teste, neste caso, visa o propsito do

    crente ser aprovado. Os crentes que tiverem sido submetidos a testes e a provaes, e se

    tiverem mostrado fiis, debaixo de condies adversas, demonstrando crescimento e

    maturidade, deixam de ser nefitos podendo exercer a liderana. Se assim, no for,

    Paulo nos adverte que pode suceder que essa pessoa, por sua imaturidade se

    ensoberbea e caia na condenao do diabo. Por isso devem ser primeiramente

    experimentados (1Tm 3.10).

    [PARA APROFUNDAR NO ASSUNTO:]

    [Uma posio de liderana facilmente pode levar um novo convertido a

    encher-se de orgulho em seu corao. A maturidade, entretanto, nos

    permite agir de modo diferente, dotados das atitudes apropriadas.

    Adiciona a passagem de 1 Timteo 3.10: Tambm sejam estes primeiramente experimentados; e, se mostrarem irrepreensveis, exeram

    o diaconato. O teste, neste caso, visa o propsito do crente ser aprovado. [...] A maturidade espiritual e o desenvolvimento de uma boa reputao

    tomam tempo. Ningum se torna um lder em um nico dia! Seja

    paciente enquanto outros tenham a oportunidade de observ-lo, enquanto

    cresce e ministra no Corpo de Cristo. (HOKING, 2000, p. 26,27.).]

    3. Ama a famlia

    [ASSISTA AO VDEO]

    Assista ao vdeo: Marina Silva Famlia e liderana servidora. Entrevista na qual a

    senadora evanglica fala da influncia recebida de sua famlia na formao do seu

    carter. Veja a relevncia da famlia na vida de Marina e vamos continuar nossa aula. O

    vdeo se encontra no endereo eletrnico:

    http://www.youtube.com/watch?v=SUnSmQREwHY

    Outro aspecto importante que o estilo de vida do lder espiritual, em famlia,

    frequentemente revela o seu direito ou no a uma posio de liderana espiritual. Nosso

    relacionamento familiar acaba revelando quem ns somos, cnjuges e filhos acabam

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    refletindo o tipo de orientao e assistncia que recebem. Paulo em 1 Timteo 3.2

    indaga Pois, se algum no sabe cuidar da prpria casa, como cuidar da igreja de

    Deus? O tipo de dedicao e amor que um lder espiritual manifesta por sua famlia

    revela muito acerca do tipo liderana que exerce ou exercer sobre outras pessoas.

    4. Desenvolve sobriedade e prudncia

    Um lder inseguro torna outras pessoas inseguras. Se ele ficar nervoso e

    descontrolado debaixo de presso, todos ao seu redor tambm ficaro. Da mesma forma,

    um lder prudente algum que sabe que tem valor por causa daquilo que Cristo j fez

    em sua vida, e por causa daquilo que poder fazer no futuro. Mostra calma em uma

    crise e capaz de ver os acontecimentos da perspectiva de Deus. Outra caracterstica da

    liderana apresentada por Paulo, que soma nessa reflexo a Modstia. O vocbulo

    grego vem da ideia de boa organizao, caracterstica daquele que pratica suas aes

    sem se sentir avassalado pelas presses e circunstncias da vida, e que enfrenta suas

    responsabilidades de frente, sem soberba, mas com humildade e responsabilidade.

    5. Tem abertura para as outras pessoas

    Outros aspectos esto ligados a como um lder reage s pessoas de fora: o lder

    cultiva a hospitalidade, apto para ensinar, no violento, cordato, inimigo de

    contendas etc. Quem hospitaleiro mostra-se aberto para com as pessoas. Os lderes

    que so frios e distantes no se tornam bons lderes espirituais. O qualificativo apto para

    ensinar refere-se ao modo como nos comunicamos com nossos semelhantes.

    6. Evita a violncia

    Torna-se impossvel exercer liderana com violncia e com a insistncia em

    contendas. Ficar continuamente lutando com as pessoas, insistindo em defender sua

    prpria maneira de ser e os seus direitos, na verdade, retira sua prpria autoridade. Num

    tempo em que liderana era confundida com autoritarismo seria mais fcil exercer esse

    tipo de liderana equivocada, mas hoje, cada vez menos as pessoas aceitam lderes

    violentos e iracundos.

    7. Evita o vcio de bebidas alcolicas

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    A tendncia no nosso pas tem sido a de se adotar a interpretao de que o lder

    espiritual deveria ser completamente abstmio; essa uma postura que pode ajudar

    muito na liderana; apenas no devemos julgar aqueles que de forma madura tm

    desenvolvido uma vida equilibrada no uso de sua liberdade crist. De qualquer forma, o

    mais importante que devemos demonstrar para o povo de Deus, que, no dependemos

    de lcool ou de qualquer outra qumica para nos sustentar nos momentos de tristeza, ou

    que a nossa alegria s pode ser experimentada com o uso abusivo de lcool ou qualquer

    substncia que causa dependncia. O lder cristo depende do Senhor e pe sua

    confiana no seu amor, enquanto condena o abuso de lcool.

    8. Evita o amor ao dinheiro

    O amor ao dinheiro outro aspecto que deve ser resistido (1Tm 6. 6-10). Lderes

    cristos espirituais precisam resistir ao materialismo em nossos dias antes considerado

    como daninho verdadeira espiritualidade, hoje considerado sinal de prosperidade na

    vida do cristo. A resistncia ao amor ao dinheiro protege o lder cristo de

    interpretaes extremadas de nfase na pobreza ou riqueza como necessrias liderana

    espiritual.

    9. Deseja e busca a pureza moral

    O lder cristo algum que reconhece a importncia e o desafio de desenvolver uma

    tica pessoal firmada nas orientaes cristalinas das Escrituras Sagradas. O espao vazio

    em termos de mais lderes ntegros no passado tem promovido a escassez de verdadeiros

    lderes no presente no Brasil.

    [COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO:]

    [A sociedade ocidental j no valoriza mais o carter integridade, decncia, honra, lealdade, veracidade, pureza e outras virtudes. Uma

    olhada na programao tpica da televiso no horrio nobre mostra

    imediatamente o que o mundo pensa a respeito de tais qualidades. Elas

    foram descartadas. No lugar delas, a sociedade moderna tem abrigado

    valores novos e diferentes: egosmo, rebelio, rudeza, pronunciamentos

    profanos, irreverncia, licenciosidade, intemperana e quase todo o tipo

    de decadncia. (MACARTHUR, 2003, p. 139).]

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    De forma triste, esse processo de secularizao tambm invade a vida dos

    membros das nossas igrejas, e infelizmente, a prpria liderana. A despeito de toda a

    tolerncia com lderes desqualificados moralmente nos nossos dias, a Palavra de Deus

    continua afirmando que, dentre as qualificaes primordiais para a liderana est a

    inculpabilidade (1 Tm 3.2,10; Tt 1.6,7). O termo empregado tem o sentido de acima

    de repreenso inculpvel, puro, irrepreensvel. Literalmente, significa no

    sujeito a nenhuma acusao. claro que o termo no fala de impecabilidade; ou

    ningum estaria qualificado (1 Jo. 1.8). No devemos desqualificar as pessoas da

    liderana com base nos pecados que elas cometeram antes da converso, ou o prprio

    Paulo seria desqualificado (1 Tm 1.12-16). Algum que tenha um testemunho livre de

    escndalos.

    [COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO:]

    [Simplesmente posto, significa que lderes tm de ter uma reputao de integridade

    inatacvel. (MARCARTHUR, 2009, p. 140).]

    Sntese da aula

    Nessa aula voc estudou sobre:

    1. Liderana crist frutfera como um tesouro a ser descoberto e compartilhado;

    2. Liderana crist como uma possibilidade de exercer influncia transformadora na

    igreja, e, a partir da igreja, no mundo;

    3. A abertura e usufruto desse tesouro que exige chaves, como: cuidado da vida pessoal;

    A liderana crist eficaz produz frutos, inicialmente no desenvolvimento do processo

    humano espiritual de se tornar modelo no corpo de Cristo, modelos humanos e falhos,

    mas, que esto crescendo nas qualidades espirituais de maturidade;

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    4. O cuidado pessoal exigindo o desenvolvimento da vida piedosa: desejo santo pela

    liderana; amor pela famlia e interesse pelos outros; dissociao de aspectos que

    desqualificam o lder espiritual, evitando a violncia e a embriagus, bem como a

    imoralidade e o amor ao dinheiro.

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    AULA 7 - Desenvolvimento de competncia e habilidades

    Meta: Refletir sobre o processo de desenvolvimento de competncia e habilidades para

    o exerccio da liderana espiritual frutfera.

    Objetivos:

    1. Definir os termos competncia e habilidades;

    2. Crescer no exerccio competente da liderana espiritual crist pelo processo de

    adquirir novos conhecimentos, desenvolvimento das habilidades no uso de autoridade,

    comunicao e delegao, com atitudes responsveis assumidas;

    3. Analisar os erros que um lder deve evitar.

    [Para incio de conversa:]

    A definio de competncia, como aqui tomamos, a mais amplamente utilizada:

    Competncia um conjunto de conhecimentos, habilidades, comportamentos e aptides

    que possibilitam maior probabilidade de obteno de sucesso na execuo de

    determinadas atividades. Competncia como um conjunto, refere-se a conhecimentos

    (saberes), habilidades (saber-fazer relacionado prtica do trabalho mental) e atitudes

    (saber-ser-aspectos ticos, cooperao, solidariedade, participao).

    No campo empresarial secular, tem-se implementado readequaes em diversos

    mbitos de seus processos. As estruturas organizacionais passaram a ter um nmero

    menor de nveis hierrquicos de forma a possibilitar reduo de custos aliada a maior

    agilidade na cadeia de deciso.

    A principal caracterstica da liderana baseada em competncias que ela permite

    empresa ou organizao eclesistica gerir seus recursos humanos de acordo com o

    grau de capacitao alcanado pelos seus colaboradores dentro das competncias

    previstas e esperadas para cada cargo.

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    O lder cristo precisa ter conhecimentos, habilidades e atitudes para desenvolver

    seu ministrio. Tambm precisa ter conhecimento do grupo e ter capacidade para

    conduzi-lo a atingir os alvos propostos. necessrio, portanto, que o lder esteja em

    constante aprimoramento de seus conhecimentos e habilidades para que seja competente

    no exerccio da liderana espiritual e suas atitudes atendam aos desafios em constantes

    transformaes. Para isso, precisa atualizar leitura na rea de relacionamento humano,

    gerncia de pessoal, novidades sobre a rea especfica de desenvolvimento do

    ministrio, e novos cursos de atualizao para o desenvolvimento de sua competncia.

    Nesse caso, no seria falsa modstia, ou mesmo humilhao, uma pessoa indicada para

    um determinado cargo de liderana, assumir com sinceridade que ainda no

    competente para desenvolv-lo. E, assim, buscar esta competncia por meio de

    conhecimentos, habilidades e atitudes que lhe daro a segurana futura para exercer o

    cargo proposto contribuindo melhor para o Reino de Deus, e tendo a alegria dos frutos

    que da sero colhidos.

    [Veja algumas habilidades importantes para o processo de construo da

    competncia da liderana espiritual:]

    1. Exerccio de autoridade

    A habilidade para o exerccio de autoridade da liderana espiritual dispensa o

    estilo de liderana ditatorial. O estilo de liderana ditatorial o que podemos chamar de

    viso apostlica na tomada de decises. O lder ditatorial aquele que afirma saber as

    respostas e, portanto, determina a direo. Porque o lder, julga saber sozinho o que

    melhor para todos e para a instituio que lidera. Essa liderana controladora, ao

    contrrio do que se pensa, no tem base bblica. Deus o Senhor, tem autoridade sobre

    tudo e todos e nossa autoridade espiritual emana dele; uma autoridade recebida para

    ser exercida em amor e de forma facilitadora, no impeditiva de contribuio e

    participao dos liderados. Pedro rogava aos presbteros que no fossem dominadores

    (1 Pe 5.1-5). Paulo orienta aos lderes da igreja, para que exeram os seus dons para

    treinar e capacitar os liderados, afim de que pudessem ser ministros competentes em

    seus trabalhos no Reino de Deus.

    [ASSISTA AO VDEO]

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    Assista ao vdeo: Lder autocrtica Fuga das Galinhas. O vdeo trs uma parte do

    Filme Fuga das Galinhas para apresentar o que uma liderana autocrtica. Assista ao

    vdeo e faa sua anlise para a continuao da nossa aula. O endereo eletrnico do

    vdeo :

    http:/www.youtube.com/watch?v=jXmeeet1Qqk.

    [COM A PALAVRA, QUEM ENTENDE DO ASSUNTO:]

    [Como observa Finzel (1997, p. 81), Deus nunca desejou que seus lderes santificados

    desempenhassem responsabilidades como ditadores.]

    Dessa forma, afirma-se que o lder competente, no exerccio da autoridade,

    aquele que tem habilidade para facilitar o ministrio do povo de Deus, e tem atitudes

    que possibilitam espao e liberdade para as pessoas serem elas mesmas. Algum que

    evita o uso de autoridade abusiva, sendo uma pessoa segura que exerce sua liderana

    como servo de todos (Jo 13).

    2. Comunicao

    No se pode separar comunicao de liderana. A comunicao no somente a

    habilidade de falar e no consiste apenas em dizer palavras corretas, no momento certo.

    As pessoas percebem mais o nosso esprito (atitudes) do que os nossos lbios. As

    pessoas esto atentas ao que estamos dizendo e avaliando o como estamos falando a fim

    de descobrir as motivaes que nos levam a dizer o que estamos dizendo e se estas

    motivaes esto relacionadas sua pessoa. O texto proftico de Zacarias nos adverte

    nesse sentido: Falai a verdade cada um com o seu prximo; executai juzo de verdade e

    de paz nas vossas portas (Zc 8.16).

    Um dos maiores desafios de uma comunicao eficiente a exigncia de

    informaes adequadas que possam ser comunicadas com clareza. A comunicao

    precisa revelar o que fazer, como fazer e quando ser feito. Deve ser breve e completa. O

    lder deve, por tudo, evitar margens para interpretaes nas comunicaes verbais ou

    escritas. Mesmo quando irritado, precisa evitar comunicar passando sua irritao, o que

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    pode levar falta de controle da situao trazendo situaes indesejveis e difceis de

    serem tratadas posteriormente.

    O comunicador deve usar o nvel de linguagem dos receptores. No preciso

    falar com os mesmos erros, mas sim, no mesmo nvel. O lder precisa estar aberto para

    as perguntas que exigem esclarecimentos; deve buscar por uma comunicao

    interpessoal dinmica, o que desafia a levar em considerao que as pessoas so

    diferentes e por isso suas reaes so, de igual modo, diferentes. (DUSILEK, 1990, p.

    127).

    3. Delegao

    Usando a perspectiva de Covey (1989), entendemos que o lder deve focar no

    conceito de vencer/vencer, a perspectiva a partir da qual todos crescem e crescem

    juntos, todos participam do trabalho e das vitrias adquiridas pela equipe. As

    habilidades de comunicao empticas so enfatizadas para enfrentar os desafios e

    trazer novas opes que no existiam antes. A sinergia ocorre quando as pessoas

    abandonam suas comunicaes montonas e a mentalidade ganha/perde e se abrem para

    uma cooperao criativa. Quando h uma compreenso genuna, as pessoas encontram

    solues que so melhores do que encontrariam agindo individualmente.

    Para isso, imprescindvel a perspectiva do discipulado, no processo de formao

    de lderes conforme modelo de Cristo, pois o objetivo a delegao de

    responsabilidades, de acordo com a maturi