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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE LIDERANÇA PARA ATINGIMENTO DE OBJETIVOS Por: Gilberto Bordin Orientador Prof. Jorge Vieira da Rocha Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LIDERANÇA PARA ATINGIMENTO DE OBJETIVOS

Por: Gilberto Bordin

Orientador

Prof. Jorge Vieira da Rocha

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LIDERANÇA PARA ATINGIMENTO DOS OBJETIVOS

Apresentação de monografia ao Conjunto

Universitário Candido Mendes como condição

prévia para a conclusão do Curso de Pós-

Graduação “Lato Sensu” em Gestão Empresarial.

Por: Gilberto Bordin

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus filhos, como um

modelo de estudo e aprofundamento das

relações com as pessoas.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família pelo apoio

incondicional e irrestrito em todos esses anos

de trabalho árduo, com várias ausências nos

principais momentos de nossas vidas e que

certamente contribuiu para o nosso

fortalecimento como família e pessoa melhores.

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RESUMO

A liderança consiste na capacidade de influenciar as pessoas em

diferentes situações e contextos. Ocorre em grupos de diversos segmentos, onde o

processo de comunicação entre as pessoas funciona como norte para a consecução

dos objetivos almejados. O papel da liderança nas empresas fundamenta-se, em

síntese, em articular as necessidades demandadas das orientações estratégicas em

harmonia com as necessidades dos indivíduos, orientando as necessidades de

ambas as partes na direção do desenvolvimento institucional e individual. Quando

exercida com excelência a liderança estimula o comprometimento dos funcionários,

conduzindo-os a altos desempenhos, o que certamente gera resultados positivos

crescentes para a organização. Nesse contexto, o objetivo principal deste trabalho é

analisar a liderança como ferramenta de resultados das equipes. Na revisão

bibliográfica são discutidos os conceitos de liderança, de coach e empowerment, as

teorias acerca da liderança e sua influência na motivação e desempenho das

equipes, através da visão de diversos autores.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada nesta monografia foi à pesquisa bibliográfica.

Utilizou-se como fonte de consulta de consulta livros, monografias, artigos e

publicações eletrônicas que abordam o tema em análise.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................. 08

CAPÍTULO I

LIDERANÇA.................................................................................................... 10

CAPÍTULO II

PRINCIPAIS ABORDAGENS TEÓRICAS ACERCA DA LIDERANÇA........... 16

CAPÍTULO III

A INFLUÊNCIA DA LIDERANÇA NOS RESULTADOS DA EQUIPE.............. 31

CONCLUSÃO ................................................................................................. 45

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 47

ÍNDICE ............................................................................................................ 51

FOLHA DE AVALIAÇÃO ................................................................................ 53

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INTRODUÇÃO

Uma empresa, seja qual for seu tamanho ou área de atuação, ergue-se

sempre sobre um elemento básico, que a sustenta e faz crescer profissionalmente,

seus funcionários. O sucesso de qualquer empreendimento passa pelo desempenho

de seus funcionários e, por isso, é muito importante manter esse grupo de pessoas

motivadas.

Quando exercida com excelência a liderança, que pode ser

compreendida como a capacidade de deixar claros os rumos do negócio e de

enxergar qual o potencial das equipes para atingi-los, estimula o comprometimento

dos indivíduos, conduzindo-os a altos desempenhos, o que certamente gera

resultados positivos crescentes para a organização. Coordenar diferenças e talentos

através de um relacionamento interpessoal capaz de agregar as necessidades

pessoais às da organização, provém de uma liderança gerencial pautada na

influência para o alcance de metas.

Dessa forma, desempenho e resultados têm se tornado palavras

chaves neste ambiente, principalmente em função da alavancagem que as mesmas

possibilitam para obtenção de sobrevivência das organizações no mercado, e a

liderança, o ponto chave da empresa entre os seus objetivos e o desempenho dos

funcionários para a aquisição dos objetivos estabelecidos, uma vez que através da

liderança, praticada esta de maneira eficaz, há a motivação dos subordinados, que

passam a sentir-se não apenas mais uma ferramenta dentro do sistema

organizacional, mas parte fundamental para o desenvolvimento de todo o processo

organizacional.

Nessa perspectiva, tem-se a seguinte problemática deste estudo: qual

a importância da liderança no atendimento dos objetivos?

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Com base nesta problemática, tem-se como objetivo geral deste

trabalho investigar a liderança como ferramenta de resultados nas equipes

comerciais. Os objetivos específicos consistem em: analisar as teorias a respeito da

liderança nas organizações e como estas pode ser utilizado na motivação do

desempenho dos funcionários; apresentar os conceitos de coach e empowerment na

liderança; investigar a influência da liderança na motivação e desempenho das

equipes.

Busca-se demonstrar que a liderança constrói resultados em equipes,

uma vez que é a soma dos talentos que produz os resultados, e a empresa ao

utilizar os talentos de maneira mais adequada, estará contribuindo na ampliação

dessa equação de sucesso e superando os objetivos.

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CAPÍTULO I

LIDERANÇA

1.1 Conceito

Chiavenatto (2004, p. 560) define liderança como sendo a “influência

interpessoal exercida numa situação e dirigida por meio do processo da

comunicação humana à consecução de um ou de diversos objetivos específicos”.

Para o autor, liderança não é sinônimo de administração, pois o administrador é

responsável por funções como planejar, organizar, dirigir e controlar a ação

organizacional para alcançar os objetivos. Um bom administrador deve ser

necessariamente um líder, mas um líder nem sempre é um administrador.

Kouzes e Posner (2003, p.33-34) definem a liderança como:

a arte de mobilizar os outros para que estes queiram lutar por

aspirações compartilhadas. Nessa definição, uma palavra se

destaca: querer. Sem ela, o significado de liderança seria

bastante alterado, provocando o desaparecimento de conceitos

como escolha, motivação interna e aspirações. A liderança,

nesse caso, implicaria algo menos que o envolvimento

voluntário da parte dos seguidores.”

Maximiniano (2002) compreende a liderança como o processo de

conduzir e influenciar as ações para a realização dos objetivos estipulados pelas

organizações, sendo necessária a influência do líder no comportamento e a

mentalidade da sua equipe para esses objetivos sejam alcançados.

Nesse sentido é a definição apresentada por Limongi-França e Zaima

(2002, p.411):

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Liderança é um processo social em que ocorre influência no

comportamento e na mentalidade das pessoas. Essa influência gera

a condução de ações para determinadas metas, a agregação de

objetivos e a transformação de comportamentos. A liderança ocorre

na atuação do líder ou líderes diante dos liderados em determinada

situação com metas e objetivos contextualizados.

Para Aguiar (2002) a liderança pode ser compreendida a partir de duas

abordagens: a liderança como atributo de um indivíduo e a liderança como

propriedade do grupo. Na primeira abordagem, a liderança fundamenta-se na

identificação dos traços individuais, físicos, intelectuais e de personalidade dos

líderes (liderança inata). Assim, o indivíduo que possa dar maior assistência e

orientação ao grupo (escolher ou ajudar o grupo a escolher as melhores soluções

para seus problemas) para que atinja um estado satisfatório, tem maiores

possibilidades de ser considerado seu líder. Na segunda, a liderança é considerada

um fenômeno que surge à medida que o grupo se forma e se desenvolve. Segundo

esse ponto de vista, o papel que um elemento assume no grupo é determinado

pelas necessidades do próprio grupo, pelas características próprias de cada um dos

elementos desse grupo e pela forma como essas características são percebidas

pelos demais elementos. Assim, desaparece o “líder” e surgem diferentes líderes em

diferentes situações e momentos da vida do grupo.

Dentro dessa concepção, “a liderança é uma função das necessidades

existentes numa determinada situação e consiste numa relação entre um indivíduo e

um grupo” (BENNIS, 1998, p. 46). Nestes termos o conceito de liderança repousa

numa relação funcional. Essa relação funcional somente existe quando um líder é

percebido por um grupo como o possuidor ou controlador de meios para a satisfação

de suas necessidades. Assim, segui-lo pode constituir para o grupo um meio para

aumentar a satisfação de suas necessidades ou de evitar sua diminuição.

Diversamente, Scholtes (1998), entende que liderança é mais do que

abordagens, capacidades e atributos. Para o autor:

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Liderança são a presença e o espírito do indivíduo que lidera, e o

relacionamento que se cria com as pessoas chefiadas. A boa

liderança dá conta das necessidades e valores das pessoas que

necessitam ser gerenciadas: levam em consideração as habilidades

e capacidades dos indivíduos com quem o líder compartilha essa

liderança. Ela se adapta ao propósito e necessidades futuros da

organização. A liderança é uma arte, uma jornada interior, uma rede

de relacionamentos, o domínio de métodos, e mais, muito mais. E

por não podermos esperar que um indivíduo heróico possua todas

essas características, a liderança, em última instância, precisa ser

um sistema (SCHOLTES, 1998, p. 423).

Nessa concepção, a liderança (que envolve funções como planejar, dar

informações, avaliar, arbitrar, controlar, recompensar, estimular, punir etc.) deve

ajudar o grupo a atingir os seus objetivos, ou, em outras palavras, a satisfazer suas

necessidades, a exemplo do que fizeram vários líderes famosos, como Jesus Cristo,

Gandhi, Marthin Luter King, Nelson Mandela, Churchill, Adolf Hitler, De Gaulle, entre

outros.

Hitler, por exemplo, surgiu porque o povo alemão estava humilhado e

esfomeado pelas condições de rendição impostas na Primeira Guerra Mundial. Ele

não foi o primeiro a pensar que o povo alemão deveria se rebelar contra as

condições do pós-guerra. Ele não foi o primeiro a pensar na superioridade da raça

ariana. Estes eram pensamentos pré-existentes, do qual ele se utilizou para resgatar

a auto-estima de um povo. Hitler subiu ao poder como um líder que catalisou

algumas idéias e se tornou um ditador pelo medo com o auxílio de sua polícia

política, a Gestapo. Não se pode deixar de mencionar que suas ações são

recriminadas pela história (NETO, 2006).

Na história recente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso catalisou o

ideal de estabilidade econômica. Para ser escolhido como líder da nação, o

presidente Lula catalisou o ideal de justiça social, mantendo a estabilidade

econômica (NETO, 2006).

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Para Cabana (1997, p. 15) há distinção entre o conceito de liderança

como uma qualidade pessoal (combinação especial de características pessoais que

fazem de um indivíduo um líder) e de liderança como função (decorrente da

distribuição da autoridade de tomar decisões dentro de uma empresa): “o grau em

que um indivíduo demonstra qualidade de liderança depende não somente de suas

próprias características, mas também das características das situações na qual se

encontra”. Para o autor, a liderança não é uma propriedade que certos indivíduos

têm e outros não. Por outro lado, um mesmo ato de liderança pode, em princípio,

partir de vários ou de todos os membros de um grupo. E pode ser exercido de várias

maneiras (não há “estilos” de liderança exclusivos).

O que se percebe na literatura estudada é que embora não exista um

acordo quanto à definição conceptual e mesmo quanto à significação teórica do

processo de liderança, a idéia comum apresentada pelos autores está vinculada à

liderança como maneira de influenciar as atitudes e comportamentos de outras

pessoas.

1.2 Coaching e Empowerment

Coaching é uma liderança refinada. A essência da definição de

Coaching é quase uma unanimidade na literatura. De forma geral, compreende-se

Coaching como uma abordagem comportamental, mutuamente benéfica para os

indivíduos e as organizações nas quais trabalham ou se relacionam. Trata-se de um

processo estratégico, que agrega valor tanto às pessoas que estão sendo

aconselhadas, quanto aos resultados financeiros finais das organizações.

Chiavenatto (2004) define Coaching como um relacionamento que

produz novas competências, no qual o coach se compromete a apoiar e ajudar o

aprendiz, para que este possa atingir determinado resultado ou seguir determinado

caminho. É necessário que a relação entre coach e subordinado seja de muita

confiança. Para isto é imprescindível que haja feedback constante entre os dois,

facilitando a compreensão mútua dos valores e a troca de experiências. Esta prática

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de abertura, central em Coaching, abre espaço para um alto padrão de

desempenho. O coach incentiva o subordinado a compreender todo feedback que a

experiência proporciona e a analisar a situação sob novas perspectivas.

Em tempos em que a liderança tornou-se de vital importância na

obtenção de vantagem competitiva, torna-se necessário que o líder seja também um

coach, que conduza as pessoas ao sucesso combinando a maneira com que

desejam trabalhar com a maneira com que se tem que trabalhar.

Para ser um coach eficaz, o líder deve informar as pessoas quanto à

sua posição, o que a visão significa para ele e o que ele fará para torná-la realidade.

Deve também estar comprometido com o sucesso de todos em sua organização,

respeitando-os, construindo confiança, ajudando-os a aprender e crescer e

ensinando-lhes a melhorar constantemente suas habilidades para que a visão se

realize.

A principal finalidade da atuação do líder como coach é investir as

pessoas de empowerment, para que elas ajam em nome da nova visão, e ajudá-las

a sustentar o seu compromisso para com ela.

O processo de empowerment é uma transferência de autoridade e

responsabilidade que aumenta o envolvimento e o comprometimento dos

colaboradores às decisões tomadas, promove a confiança mútua, a credibilidade e

estimula a participação cooperativa.

Laner e Cruz Jr. (2004) colocam que o êxito do empowerment está

assentado em três aspectos:

1. Compartilhar informações: o compartilhamento das informações permite um claro

entendimento da situação, auxiliando o desenvolvimento da confiança no ambiente

organizacional, derrubando a hierarquia e promovendo a maior responsabilidade das

pessoas envolvidas;

2. Autonomia a partir de limites: alguns limites criam autonomia ao liderado, que

auxiliam aspectos como compartilhamento das informações; clarifica a contribuição

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de todos e os objetivos; define valores e regras facilitando a tomada de decisão e faz

lembrar que o processo é uma jornada. Alguns limites chaves são definidos a partir

de alguns questionamentos: Qual é o seu negócio? (propósito); Quais são suas

diretrizes operacionais? (valores); Qual a sua visão de futuro? (imagem); O que,

quando, onde e como? (objetivos); Quem faz o quê? (papéis); Como você dá

suporte às suas atividades? (estrutura e sistemas organizacionais).

3. Equipes autogerenciáveis: equipes cujos colaboradores são responsáveis por

todo o processo ou segmento de trabalho que oferece produto ou serviço, interno ou

externo. Neste caso, os membros são responsáveis por gerenciar a si próprios. Toda

equipe autogerenciável deve apresentar características como: ser capaz de

compartilhar diversas funções de gerenciamento e liderança; planejar, controlar e

melhorar os próprios processos de trabalho; estabelecer os seus próprios objetivos e

inspecionar o próprio trabalho; criar, freqüentemente, os próprios orçamentos e

coordenar o seu trabalho junto a outros departamentos; ser responsáveis por obter o

treinamento de que necessitam e contratar os próprios substitutos ou assumir a

responsabilidade de seus membros.

O empowerment sugere que o líder conceda gradativamente ao

liderado ou a sua equipe, a autogestão.

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CAPÍTULO II

PRINCIPAIS ABORDAGENS TEÓRICAS ACERCA DA

LIDERANÇA

A liderança pode ser estudada por uma multiplicidade de aspectos. As

principais abordagens são as teorias dos traços, teorias comportamentais, teorias

contingenciais e as novas teorias de liderança.

2.1 Teorias dos traços

Essa teoria presume que, de alguma forma, determinadas

características em uma pessoa têm impacto sobre a liderança. Esse enfoque

observou que os verdadeiros líderes são aqueles que nascem com certas

características que os colocam em predisposição à liderança, que possuem mais

coragem, mais agressividade, maior poder de decisão e mais articulação do que os

não-líderes. Ou seja, a liderança seria uma combinação de traços pessoais, e

estaria vinculada a disposições inatas das pessoas, ou seja, os líderes já nascem

feitos (GIL, 2001).

Segundo Chiavenatto (2004), por esta teoria se pode ter um número

finito de características pessoais, intelectuais, emocionais e físicas que identifica os

líderes de sucesso, como: habilidade de interpretar objetivos e missões; habilidade

de estabelecer prioridades; habilidade de planejar e programar atividades da equipe;

facilidade de solucionar conflitos e problemas; facilidade de supervisionar e orientar

pessoas; habilidade de delegar responsabilidades aos outros.

De acordo com Bennis (2001), também são características básicas:

visão orientadora, paixão, integridade, confiança, curiosidade e ousadia. Ainda por

esta teoria, alguns traços são considerados essenciais para uma liderança eficaz,

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tais como: inteligência, otimismo, empatia, criatividade, flexibilidade, tolerância,

amabilidade, responsabilidade, confiança.

Essa teoria é muito questionada, pois milhões de pessoas possuem

essas características e sequer pensam em tornarem-se líderes. Outras, ocupando

posições de liderança, não possuem tais ingredientes em sua personalidade. Nesse

sentido, Robbins (2002) ressalta que alguns traços aumentam a probabilidade de

sucesso como líder, mas nenhum dos traços garante sucesso.

2.2 Teorias comportamentais

Os estudiosos, ao chegarem à conclusão de que as características

pessoais não são suficientes, passaram a identificar quais os comportamentos que

poderiam tornar os líderes mais eficazes. Assim, por essa abordagem pressupõe-se

que os comportamentos podem ser aprendidos, ou seja, uma pessoa poderia ser

treinada nos comportamentos de liderança e obter resultados melhores (GIL, 2001).

E, o que distinguiria os líderes dos não-líderes seriam os comportamentos adotados

nas inter-relações com seus liderados, ou seja, na relação com os integrantes da

equipe ou individual.

A principal teoria que explica a liderança por meio de estilos de

comportamento, sem se preocupar com características de personalidade é a que se

refere a três estilos de liderança: autoritária, liberal e democrática, desenvolvida por

White e Lippitt, em 1939.

A liderança autoritária enfatiza a preocupação pela tarefa e se baseia

na idéia de que o líder ou gerente tem todo o poder e autoridade na tomada de

decisão, não precisando consultar os subalternos e esperando que eles obedeçam

às ordens sem receber qualquer explicação.

Pela liderança democrática, também denominada de estilo

participativo, o líder compartilha com os liderados sua responsabilidade de liderança,

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envolvendo-os na execução da tarefa. O líder deve ser um treinador, deve manter os

empregados informados sobre tudo o que afeta o trabalho deles. O ambiente gera

confiança, cooperação, espírito de equipe e moral alto. Tipicamente, o líder

democrático reconhece e encoraja realizações e desenvolve planos com os

empregados, permitindo que eles estabeleçam metas.

A liderança laissez-faire, também conhecida como o estilo de não

intervenção, é aquela em que o líder proporciona pequeno ou nenhuma direção e dá

aos liderados tanta liberdade quanto possível. Toda a autoridade e poder são dados

ao grupo, que determina metas, toma decisões e solucionar os próprios problemas.

Nesta teoria, a liderança é vista como a qualidade de comportamento

dos indivíduos, por meio da qual eles dirigem pessoas ou suas atividades em

esforço organizado. A liderança está relacionada ao indivíduo e aos seus seguidores

nas condições em que esta ocorre, ou seja, na capacidade de controlar o

comportamento humano.

O quadro a seguir expõe uma síntese das principais características de

cada um desses estilos de liderança.

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QUADRO 1 - Estilos de Liderança

Cronograma de Trabalho

Liderança Autocrática

Liderança Democrática

Liderança Liberal

(Laissez-faire) Tomada de Decisões

Apenas o líder decide e fixa as diretrizes sem

qualquer participação do

grupo.

As diretrizes são debatidas e

decididas pelo grupo que é estimulado e

assistido pelo líder.

Total liberdade para a tomada de decisões grupais

ou individuais, com participação

mínima do líder. Programação dos Trabalhos

O líder determina providências pra a

execução das tarefas, uma por

vez, na medida em que são

necessárias e de modo imprevisível

pra o grupo

O próprio grupo esboça

providências e técnicas para

atingir o alvo com o aconselhamento

técnico do líder. As tarefas ganham novos contornos com os debates.

A participação do líder no debate é

limitada apresentando

apenas alternativas ao grupo,

esclarecendo que poderia fornecer

informações desde que solicitada.

Divisão do Trabalho

O líder determina qual a tarefa que cada um deverá executar e qual

seu companheiro de trabalho.

A divisão das tarefas fica a

critério do grupo e cada membro tem

liberdade de escolher seus

próprios colegas.

Tanto a divisão das tarefas quanto a

escolha dos colegas ficam por conta do grupo.

Com absoluta falta de participação do

líder. Participação do Líder

O líder pessoal e dominador nos elogios e nas

críticas ao trabalho de cada um.

O líder procura ser um membro normal

do grupo. É objetivo e estimula com fatos, elogios

ou críticas.

O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar o curso das coisas. Faz

apenas comentários

quando perguntado.

Fonte: Chiavenato (2004)

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2.3 Teorias contingenciais

De acordo com Schermerhorn Jr. et al. (1999, p. 228), freqüentemente

“as características e/ou comportamentos atuam junto com contingências situacionais

– outros aspectos importantes de liderança – para determinar resultados”. Assim, os

estudiosos do fenômeno da liderança passaram a analisá-la sob o mesmo vértice de

certos padrões ou estilo de comportamento do líder, mas, agora, buscando

discriminar as situações nas quais um estilo de liderança é mais eficaz do que outro.

Surgiu, assim, o modelo contingencial de liderança, desenvolvido por

Fred Fiedler, que adota o conceito do comportamento adaptativo do líder, e

considera que os diferentes estilos de comportamento do líder podem ser eficientes

ou ineficientes, dependendo dos elementos envolvidos na situação. Por este modelo

três variáveis podem determinar, se uma dada situação é favorável aos líderes: as

relações líder/membros; o grau de estruturação da tarefa a ser realizada, e o poder

de posição do líder.

Robbins (2002, p.310) diz que estas três dimensões podem assim ser

consideradas:

· Relações entre líderes e liderados - o grau de confiança,

credibilidade e respeito que os membros do grupo têm em seu líder;

· Estrutura da tarefa – o grau de procedimentos estabelecidos no

trabalho (ou seja, se as tarefas são estruturadas ou não-

estruturadas)

· Poder da posição – o grau de influência que um líder tem sobre as

variáveis de poder, tais como: o poder de contratar, demitir, tomar

ações disciplinares, conceder promoções e aumentos salariais.

Estas três variáveis contingenciais, quando combinadas, possibilitam

encontrar oito situações potenciais nas quais um líder pode se encontrar. Através do

modelo de Fiedler, o cruzamento apropriado do estilo do líder com a situação

(determinada pelo tipo de tarefa, relação e poder) leva a um desempenho eficaz da

liderança. Considera, ainda, que a situação mais favorável para um líder influenciar

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seu grupo é aquela em que o líder é estimado pelos membros, tem alto poder de

posição e dirige um trabalho bem definido, ou seja, um trabalho com alta

estruturação da tarefa. O modelo de Fiedler, entretanto, propõe o comportamento

linear do líder, sugerindo apenas dois estilos básicos: o orientado para as tarefas e o

orientado para as relações.

Segundo Robbins (2002, p. 13), os estilos de liderança modificam-se

em decorrência das situações encontradas,

em algumas situações, um estilo de liderança participativo é

claramente superior, mas em outras situações, um estilo de decisão

autocrático é mais eficaz. Em outras palavras, a eficácia de um estilo

de liderança depende da situação na qual ele é usado.

Para Schermerhorn Jr. et al. (1999, p. 231), a abordagem de liderança

situacional

exige que o líder desenvolva a capacidade de diagnosticar a

necessidade das situações para poder escolher e implementar a

resposta adequada de liderança. A teoria dá atenção específica para

os liderados e os seus sentimentos quanto à tarefa em questão.

Portanto, na liderança situacional,

o líder se comporta de um determinado modo ao tratar

individualmente os membros do seu grupo e de outro quando se

dirigirem a este como um todo, dependendo do nível de maturidade

das pessoas que o mesmo deseja influenciar (ULRICH, 2000, p.46).

A ênfase na liderança situacional recai sobre o comportamento do líder

em relação aos subordinados, o líder deve ser capaz de identificar a realidade do

seu ambiente e respeitar a individualidade das pessoas. Ainda que, tenham uma boa

habilidade de diagnóstico, os líderes somente serão eficazes se souberem adaptar

seu estilo de liderança às exigências do ambiente.

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2.4 Outras teorias acerca da liderança

2.4.1 Liderança carismática

Nesta teoria, os líderes conseguem, em virtude de suas habilidades

pessoais, produzir um efeito profundo em seus subordinados.

Schermerhorn Jr. et al. (1999) afirmam que o líder carismático tem forte

necessidade de poder, considera-se muito eficaz e está convicto da moralidade de

suas crenças. Possui sentimento de auto-eficácia, que faz com que ele acredite que

tem capacidade de ser líder. Esse tipo de líder, segundo o mesmo autor, possui

cinco habilidades, quais sejam: a) sensibilidade aos contextos mais apropriados ao

carisma, ênfase na avaliação crítica e detecção de problemas; b) capacidade de

visão, ênfase no pensamento criativo para aprender e pensar sobre mudanças

profundas; c) comunicação, ênfase no trabalho com aspectos lingüísticos orais e

escritos; d) administração da imagem, ênfase no exemplo, aparência, linguagem

corporal e habilidades verbais; e) concessão de poder, ênfase em comunicar

expectativas de alto-desempenho, melhorar a participação na tomada de decisão,

afrouxamento de qualquer restrição burocrática, definição de metas significativas e

estabelecimento de sistemas de recompensas.

A maioria dos especialistas em liderança acreditam que, por meio de

treinamento, as pessoas podem aprender a ser líderes carismáticos (ROBBINS,

2002).

2.4.2 Liderança transformacional

Por este estilo de liderança, a figura do líder é aquele que ajuda as

organizações e pessoas a fazer mudanças positivas no modo como realizam as

coisas. A liderança transformacional é uma combinação de carisma, liderança

inspiradora e estímulo intelectual.

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O líder transformacional desenvolve novas visões para a organização e

mobiliza os empregados para aceitar e trabalhar no sentido de realizar essas visões.

O líder transformacional, de acordo com Robbins (2002), presta

atenção nas preocupações e necessidades de desenvolvimento dos subordinados,

ajudando-os a ver problemas de maneiras novas, com capacidade de excitar,

estimular e inspirar seguidores a exercerem esforços para alcançar metas de grupo.

Dá atenção pessoal, trata cada trabalhador individualmente, treina pessoalmente e

aconselha.

Ainda de acordo com Robbins (2002), embora ambas sejam

carismáticas, a maior diferença entre a liderança transformacional e a liderança

carismática reside no fato de que enquanto o líder carismático seduz para que sua

visão seja implantada e seguida, o líder transformacional estimula seus seguidores

para a crítica das situações presentes e da visão dele em relação ao futuro da

organização.

2.4.3 Liderança visionária

É aquela que tem o futuro em vista; é “a capacidade de criar e articular

uma visão de futuro realista, atrativa e acreditável para a organização ou unidade

organizacional, que tem como ponto de partida a situação presente e a busca de sua

melhoria” (ROBBINS, 2002, p. 320).

De acordo com Nanus (2000, p.10) esta liderança pode ser

caracterizada da seguinte forma:

Os líderes assumem o controle, fazem com que as coisas

aconteçam, sonham e depois traduzem esses sonhos em realidade.

Os líderes atraem o compromisso voluntário dos seguidores,

energizando-os, e transformam as empresas em novas entidades,

com maior potencial de sobrevivência, crescimento e excelência. A

liderança eficaz energiza uma empresa para maximizar a sua

contribuição para o bem-estar de seus membros e da sociedade da

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qual faz parte. Se os gerentes são conhecidos por suas habilidades

de solucionar problemas, os líderes são conhecidos por serem

mestres em projetar e construir instituições; eles são os arquitetos do

futuro da organização.

O líder visionário deve ter as seguintes habilidades: capacidade de

explicar a visão para os outros; habilidade para expressar a visão não apenas

verbalmente, mas através do comportamento do líder; e capacidade de estender a

visão a contextos diferentes de liderança.

Dominando essas habilidades, o líder visionário poderá conduzir a

organização ao crescimento e à melhoria contínua.

2.4.4 Liderança como administração do sentido

Pela teoria da liderança como administração do sentido, o que

interessa não é o como realizar as atividades produtivas – como ocorria na

burocracia -, mas sim, por que fazê-las.

A essência básica da administração do sentido, de acordo com

Bergamini (1994, p. 108), reside em que “se percebe e se configura o mundo à volta

de cada um, como se chega ao sentimento de identidade, satisfação e competência

pessoal, além de como se capitalizam sobre as forças pessoais para lidar com

situações conflitantes”.

O perfil do líder nesta teoria vai de encontro à busca de significado

para as ações humanas, onde a motivação é intrínseca ao indivíduo.

2.4.5 Liderança baseada em princípios

Com o intuito de revolucionar o treinamento gerencial, Covey (2002),

sugere uma liderança baseada em princípios, que afloram como valores, idéias,

normas e ensinamentos que “enobrecem, elevam, realizam, legitimam e inspiram as

pessoas” (COVEY, 2002, p.48).

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O autor aponta neste tipo de liderança oito características dos líderes.

A primeira característica é que os líderes estão continuamente aprendendo. Neste

sentido, são pessoas que desenvolvem novas habilidades e interesses a partir da

curiosidade e estão abertas a adquirir novos conhecimentos, pois são humilde o

suficiente para admitir opiniões diferentes e divergentes das suas.

A segunda é que os líderes estão constantemente voltados para o

serviço. Compreendem a vida como uma missão e não como uma carreira. O

sucesso desses líderes está diretamente relacionado com o sucesso das pessoas

que estão ao seu redor, com o todo, havendo uma atuação harmônica entre as

pessoas.

A terceira característica é que essas pessoas irradiam energia positiva

e contagiam todos a sua volta. Assim, percebe-se que o ambiente é influenciado

pela postura que os líderes assumem perante os fatos e situações da vida.

Da mesma forma, o autor defende a idéia de que neste tipo de

liderança, as pessoas acreditam nas outras pessoas, ainda que o potencial delas

esteja latente. Essa postura cria um ambiente favorável ao crescimento e à

oportunidade, podendo despontar potencialidades que não haviam se configurado

ainda.

Os líderes baseados em princípios conciliam aspectos físicos e

mentais, desenvolvendo ambas as habilidades físicas e cognitivas. Por isso, Covey

(2002) aponta como quinta característica que essas pessoas têm suas vidas

equilibradas. Este equilíbrio refere-se também ao reconhecimento de seu próprio

valor, porém, sem a necessidade de mostrar-se aos outros. De acordo com Covey

(2002, p. 11), pessoas baseadas em princípios, “vivem sensatamente no presente,

planejam cuidadosamente o futuro, e adaptam-se com flexibilidade às circunstâncias

mutáveis”.

As pessoas baseadas em princípios sabem saborear a vida, pois

possuem segurança, ao invés de dependerem de fatores externos. Portanto,

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encaram a vida como uma aventura e fazem ricas as suas vidas, pois não lhes

faltam vontade de aprender e flexibilidade.

A sinergia é outra característica das pessoas baseadas em princípios.

Na verdade, são catalisadoras de mudanças, melhoram qualquer situação em que

se envolvem e trabalham de forma tão árdua quanto inteligente. Além disso, sabem

trabalhar em equipe, delegando poderes naturalmente e relacionam-se de forma

sincera, contribuindo para o processo criativo na solução de problemas.

Complementando uma vida equilibrada, as pessoas orientadas por

princípios exercitam-se pela auto-renovação, representada pela congruência das

quatro dimensões da personalidade humana: física, mental, emocional e espiritual.

Covey (2003) identifica, ainda, três funções básicas para a liderança

neste novo paradigma: explorar, alinhar e dar autonomia. A primeira função diz

respeito ao atendimento das necessidades dos clientes e de outros grupos de

interesses a partir de seus valores e visões, por meio de um plano estratégico. Já a

segunda função, ocorre pois as pessoas procuram realizar a visão, criando e

aperfeiçoando continuamente as estruturas e os sistemas que atendem a essas

necessidades. Por fim, a função autonomia (empowerment) se traduz na confiança

nas pessoas e no potencial que as mesmas possuem.

2.5.5 Liderança espiritualizada

Este estilo de liderança é baseado em princípios éticos e morais

elevados. A liderança espiritualizada introduz o paradigma de que o líder deve

centrar em princípios sua vida e a liderança que exerce em sua organização e nas

pessoas com as quais trabalha (MOGGI; BURKHARD, 2004).

Segundo Covey (2003), uma vez que os princípios são colocados como

o alicerce para maneira de ser e agir do líder, este torna-se uma pessoas mais

constante em sua segurança, orientação, força e sabedoria. Quando as pessoas

baseiam suas vidas em fatores externos a elas próprias, tornam-se vulneráveis às

circunstâncias que causem variações indesejadas nesses fatores.

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Um líder com visão espiritual é aquele que possui inspirações,

convicções em crenças e valores, e que procura colocar em prática esses valores e

crenças ao gerir seus negócios, ou seja, preza por princípios no trabalho como

honestidade, humildade, valores morais sólidos, diligência, dedicação, esforço e um

relacionamento saudável com seus subordinados.

O líder espiritualizado, segundo Lacerda (2005, p. 23), “é ético, ajuda

os colegas, serve em vez de ser servido. E, pode crer, não tem vergonha de dizer

que depende da equipe para crescer.” E acrescenta que “hoje as empresas

precisam contar com o coração, a mente e o espírito dos seus colaboradores. E só

assim consegue isso quando o líder deixa de lado o desejo de poder e serve, em

vez de ser servido” (LACERDA, 2005, p. 23-24). O autor cita como exemplo, o

diretor gerente da Sodexho Pass no Brasil (multinacional francesa do setor de

alimentação), que coordena uma equipe de 385 pessoas, mais preocupado em

servir a seus funcionários do que em dar ordens e cujo maior propósito é ajudar a

equipe a se desenvolver, alinhando suas necessidades e valores aos da empresa.

Matos (2001, p.156-157) diz que “o líder com visão espiritual apresenta

um perfil típico”: a) está em paz consigo mesmo - faz da liderança uma função

aprazível. Gosta de pessoas; b) está em paz com a humanidade - busca

relacionamentos harmoniosos. Estimula a cooperação; c) educa o tempo todo - faz

do comando orientação, assistência, libertação. Dá o exemplo; d) valoriza

contribuições e desempenhos - reconhece esforços, motivações e realizações; e) é

firme na adversidade - inspira confiança ao soerguimento, a dar a volta por cima; f)

possui humildade, paciência e esperança, que são qualidades básicas de ação; g)

está conectado às situações - não é ausente e não se mostra alheio ou indiferente;

h) está voltado ao transcendente - essa é sua característica essencial. É alguém que

tem fé e irradia para todos sua crença no eterno bem.

É um líder que não se ensoberbece procura o bem comum e valoriza

seus funcionários, tem empatia, conversa com seus subordinados sem se colocar

num patamar superior a eles. É um gestor que procura servir. Servir com seu

desempenho profissional buscando o crescimento da empresa, das pessoas que as

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compõe e que estão sob seu comando, visando o bem de todos e da sociedade em

que está inserido o seu negócio.

O foco do líder deve estar nas pessoas que fazem o resultado da

empresa acontecer, então essa nova liderança implica atender as necessidades da

muitos. De acordo com Gusmão (2005), para o líder comprometido com as pessoas,

é necessário passar por uma mudança interior, cujo resultado vai ser a incorporação

de pelo menos cinco atitudes em vida:

a) saber julgar - significa saber com atenção as preocupações e as necessidades

das pessoas com quem trabalha e unir-se a ela na busca de soluções.

b) ser autêntico - é admitir abertamente seus pontos fracos e suas limitações.

Quando o líder tem essa postura a respeito de sua própria vulnerabilidade, as

pessoas aprendem a confiar nele e a respeitá-lo como uma pessoa verdadeira e

coerente.

c) ter senso de comunidade - relaciona-se a criar na equipe um clima de

companheirismo e amizade, como se todos pertencessem a uma família em que se

partilham as emoções, tristezas e alegrias, preocupações e vitórias, intercalando as

exigências do trabalho com momentos de comemoração e lazer.

d) partilhar poder - mais do que delegar funções, o líder deve dividir com a equipe o

poder de ter iniciativa e tomar decisões, mesmo com o risco de vê-la cometer alguns

enganos.

e) valorizar o desenvolvimento das pessoas – cada integrante da equipe tem um

valor próprio, uma experiência própria a ser desenvolvido, tanto no sentido pessoal

quanto profissional. O investimento neste potencial humano é um compromisso do

líder. Quando as pessoas crescem, a empresa cresce junto com elas.

Segundo Drucker (2001, p. 52):

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O homem que focaliza os esforços e que enfatiza sua autoridade

sobre os que estão abaixo dele é um subordinado, independente da

elevação de seu título ou posição. Mas o homem que focaliza a

contribuição e que toma responsabilidade pelos resultados, por mais

jovem que seja, é, no mais literal sentido da expressão “alta

administração” pelo “desempenho do conjunto”.

A administração no passado era vista como um conjunto de técnicas

para se estimular o homem a produzir com perspectiva de ganhar cada vez mais e

crescer profissionalmente. O trabalhador era comparado a uma peça de

engrenagem que precisava estar bem ajustado para mais produzir. Hoje é diferente,

o gestor que gerir sob essa visão de administração estará fadado ao fracasso, pois

as coisas mudam, as pessoas estão mais conscientes sobre visão de trabalho,

buscam mais que um simples emprego elas querem se sentir parte da empresa e

valorizadas.

No domínio da liderança, Cacioppe (apud REGO et al., 2007, p. 14)

enfatiza que:

os líderes de empresas bem sucedidos do século XXI serão líderes

espirituais. Sentir-se-ão confortáveis com a sua própria

espiritualidade, e saberão como nutrir o desenvolvimento espiritual

dos outros. Os líderes mais bem sucedidos de hoje já aprenderam

esse segredo.

Matos (2001) chama atenção para o fato que, quando o sistema de

liderança não se orienta por diretrizes de valorização humana, não incorporando, por

equipes integradas, a ética da solidariedade e do sentido de cidadania no trabalho,

acaba a sua reserva motivacional e tudo se reduz à obrigação, não havendo

satisfação e realização. Isto prejudica a organização uma vez que: “Só pessoas

felizes são realmente produtivas e a felicidade é, não só possível, como

imprescindível à produtividade sustentada e à perpetuidade organizacional”

(MATOS, 2001, p. 38).

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Neste cenário, a espiritualidade desponta com um caminho para uma

relação mais saudável entre os funcionários e a empresas em que atuam,

considerando o trabalho como parte de algo que transcende os aspectos materiais,

e contempla também as dimensões psíquicas, sociais e espirituais.

Se o crescimento espiritual se reflete em produtividade, cabe ao líder

promover esse desenvolvimento, onde o trabalho parte do princípio que o

crescimento espiritual representa uma maior consciência do papel do colaborador,

não só na empresa, mas em todas as esferas da sua vida (LACERDA, 2005).

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CAPÍTULO III

A INFLUÊNCIA DA LIDERANÇA NOS RESULTADOS DA

EQUIPE

3.1 Conceito de equipes

Equipes são grupos de pessoas trabalhando para atingir um

determinado objetivo comum. Albuquerque e Puente-Palacios (2004) comentam que

existe uma grande confusão em relação às denominações encontradas sobre

equipes de trabalho e grupo. Em um grupo, as pessoas trabalham de forma

individualizada, ou seja, cada um realiza seu trabalho isoladamente, podendo dividir

o mesmo espaço, sem necessariamente dividir tarefas e trabalharem juntos. Por

vezes, as atividades no grupo são inter-relacionadas ou complementares, porém

cada indivíduo apresenta um objetivo específico, e o resultado depende do empenho

individual e não do coletivo. Os trabalhos desenvolvidos pelos grupos são definidos

e acompanhados pela organização, enquanto nas equipes de trabalho existe mais

flexibilidade para elaboração e desenvolvimento do trabalho, que, por sua vez, é

partilhado para que todos atinjam o mesmo objetivo.

Moscovici (2007, p.5) define equipe como "um grupo que compreende

seus objetivos e está engajado em alcançá-los, de forma compartilhada".

Mônaco (2001, p. 61) define equipe como sendo “um grupo típico, em

que dominam a unidade de espírito, a coesão, os laços inter-humanos, o

engajamento pessoal e a adesão total dos membros ao grupo com o qual há

identificação”. Nas palavras deste autor cabe ressaltar a unidade de espírito, a

coesão, ou seja, o grau em que os indivíduos demonstram a união, o

comprometimento e a aceitação, as normas, regras e valores, pode-se dizer o

quanto eles são solidários, representam características essenciais para existência

de uma equipe. Além das já citadas, pode-se incluir a liderança partilhada, que

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demonstra o compartilhamento das responsabilidades e o nível de integração dos

participantes que formam a equipe.

Chang (2000) relata que as equipes de sucesso possuem certas

características em comum, entre elas: deixam sua missão e suas metas claras;

funcionam de maneira criativa; concentram-se nos resultados; esclarecem funções e

responsabilidades; baseiam-se nas potencialidades individuais; apóiam a liderança e

cada um dos membros; desenvolvem um ambiente de trabalho em equipe;

solucionam as discordâncias; tomam decisões objetivas e avaliam sua própria

eficiência.

Em uma equipe o líder é o integrador, é exatamente aquele que

assegura que os talentos e a experiência de todos os membros sejam bem

utilizados. Ao líder cabe planejar, analisar, ensinar, romper barreiras, aprender,

treinar, compor, coordenar, dirigir-se a outras pessoas de fora da equipe e relatar

(GOLDBARG, 1995).

3.2 Liderança de equipes

De acordo com Robbins (2002, p. 241), “a liderança representa um

papel central na compreensão de comportamento de grupos, porque é o líder quem

geralmente fornece a direção para a realização da meta”.

O líder, segundo Povoa Filho et al. (1995), é aquele que transmite

entusiasmo e orientação; coordena as ações dos liderados; coopera, solidariamente,

na execução de várias tarefas; assume responsabilidades, dando segurança ao

desempenho das atribuições de seu setor; e demonstra fé nos companheiros de

equipe.

De acordo com Schermerhorn Jr. et al. (1999), em equipes de trabalho

o papel da liderança muda e transforma o líder em facilitador, a fim de encorajar os

membros da equipe a liderar a si próprios. Aponta os seguintes itens que um líder de

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equipe deve ter: a) encorajamento do auto-reforço do alto desempenho; b)

encorajamento da autocrítica do baixo desempenho; c) encorajamento da auto-

observação e auto-avaliação de desempenho; d) encorajamento de ensaios de

atividades de equipe; e) facilitação de equipamentos e suprimentos para a equipe; f)

comunicação dos pontos de vista da equipe de e para outras equipes; e g) passar

confiança aos membros da equipe. Assim, o foco central da liderança de equipe está

no encorajamento dos membros da equipe a liderarem a si mesmos.

Os líderes de equipes, na visão de Robbins (2002), precisam aprender

habilidades como paciência para partilhar informações, confiar nos outros, abrir mão

da autoridade, entender quando intervir. Devem desenvolver quatro papéis

específicos, a saber:

a) líderes de equipes são ligações com constituintes externas (gerência de topo,

outras equipes internas, clientes e fornecedores);

b) líderes de equipes são localizadores de problemas. Eles têm maiores

probabilidades de contribuir fazendo perguntas penetrantes, ajudando as equipes a

falar sobre os problemas e conseguindo os recursos necessários de constituintes

externas;

c) líderes de equipes são administradores de conflitos. Nos desentendimentos

ajudam processar o conflito, identificando sua fonte, os envolvidos, as questões

principais, as opções de solução disponíveis, as vantagens e desvantagens para

minimizar os aspectos destrutivos de conflitos dentro de equipes;

d) líderes de equipes são treinadores, esclarecem as expectativas e papéis,

ensinam, oferecem apoio, incentivam e outros pontos que ajudam a melhorar o

desempenho da equipe.

Os líderes de equipes exercem mais o papel de treinador, fornecendo

instruções, direção, aconselhamento e estimulando os membros de equipe a

melhorar o desempenho.

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Ainda, segundo Robbins (2002), o papel do líder é demonstrar

confiança, fornecer visão, eliminar barreiras de bloqueio de desempenho e motivar

pessoalmente os empregados. Isto requer também do líder a capacidade de partilhar

ou delegar o poder e a responsabilidade com os membros de equipe.

Heller (2000) recomenda que o líder de equipe incentive os membros

de equipe ao crescimento profissional e pessoal. Desenvolver a equipe em todos os

níveis é obrigatório para as empresas que querem trilhar o caminho do sucesso. A

capacitação da equipe no nível específico melhora o desempenho atual, no geral

amplia habilidades e no avançado prepara a equipe para promoções ou mudanças.

Portanto, cabe à organização dar condições para que o líder possa se tornar um

orientador, aconselhando, preparando e avaliando os membros da equipe, ou seja,

lapidando os talentos da organização.

Assim, quanto mais talentos um profissional tiver, mais chances de

crescimento terá. Porém, a organização, por meio de seus líderes, precisa fazer a

sua parte, investindo nesses profissionais. Uma das formas de investimento é

reconhecer e recompensar os membros da equipe por meio da promoção.

Heller (2000) recomenda que as organizações devam valorizar as

pratas da casa e, para isto, é importante reconhecer as qualidades de liderança dos

profissionais. No momento da promoção precisam ser rastreadas qualidades

essenciais, tais como energia, organização, boas relações interpessoais,

comunicação, liderança, iniciativa, motivação, entusiasmo, espírito de equipe e

envolvimento. Ressalta-se que as chances de ascensão interna nas organizações

possibilitam maior comprometimento, desenvolvimento e motivação por parte das

pessoas.

Também o líder de equipe precisa ter a capacidade de conduzir

reuniões de trabalho. Uma das formas de uma organização existir e desenvolver-se

é contar com a participação efetiva de seus membros.

De acordo com Gil (2001), as modalidades de reuniões mais comuns

são as seguintes: a) reuniões informativas, que, por serem mais simples, não

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requerem muitas regras; b) reuniões para solução de problemas, este tipo de

reunião requer do condutor habilidade de coordenar as energias da equipe em prol

da solução do problema; c) reuniões para tomada de decisões, aqui o papel do

condutor é buscar consenso; d) reuniões de planejamento, para tomadas de

decisões orientadas para o futuro, o sucesso delas depende da capacidade de

convencimento das pessoas pelo líder; e) reuniões de avaliação, requerem muita

habilidade do líder em garantir que todos possam participar e criticar, ao mesmo

tempo em que precisa proteger a empresa de ataques pessoais.

3.3 Influência da liderança na motivação e no desempenho das

equipes

O conceito de liderança, tal qual apresentado no capítulo I deste

trabalho, envolve dois pontos vista, um de persuadir e motivar as pessoas, que

discriminam a maneira como o líder vai desenvolver suas ações para gerar o

envolvimento dos colaboradores no alcance dos objetivos na organização, e o outro

é a tendência das pessoas de seguirem seu líder, a partir do momento em que os

líderes desenvolvem ações contínuas, motivando seus colaboradores, para estes

passarem a seguir atentamente suas ações e a colaborar com o bem de todos

dentro da empresa.

Archer (1997) considera que a tarefa das lideranças é induzir

comportamentos positivos por parte deles. Logo, um líder utilizando-se de fatores de

satisfação relacionados às necessidades das pessoas, poderia induzir

comportamentos positivos.

Bergamini (1997) apresenta quatro aspectos básicos de

comportamento motivacional, a saber:

§ Participar - É o organizador do comportamento motivacional das pessoas, que se

preocupam, especialmente, com o próprio desenvolvimento pessoal para poder

fazer jus às responsabilidades que lhes foram colocadas sobre os ombros. Elas

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têm uma atitude de grande cooperação e são reconhecidas como formadoras de

talentos. Facilmente se põem em ação quando ouvem a frase: preciso de ajuda.

§ Agir - Este estilo se guia pela importância que dá aos desafios. Cheias de

energia pessoal, essas pessoas agitam-se mais e são mais rápidas que a média

das pessoas com as quais trabalha. No geral, esperam que sejam solicitadas a

entrar em ação por meio da frase que lhe faz mais sentido: sei que você é capaz.

§ Manter - É o estilo de comportamento de pessoas que se motivam por

desempenhar atividades que demandem análise, lógica e organização. São

pessoas que se sensibilizam quando são solicitadas a desenvolver um trabalho.

§ Conciliar - Estilo comportamental de pessoas que têm grandes habilidades de

interação pessoal, são otimistas e encorajam as demais a verem os lados

diferentes dos problemas. Valorizam a harmonia no convívio e sentem-se

motivados vendendo uma idéia.

Esses aspectos são encontrados em todos as pessoas, porém, são

diferenciados pela ênfase que recebem na valorização a esses estilos motivacionais.

Assim, um líder conhecendo as necessidades de cada liderado, pode oferecer

fatores de satisfação dessas necessidades. Isto porque,

A motivação no âmbito da liderança busca adequar, de modo a

extrair eficiência, os objetivos da organização junto à satisfação das

necessidades dos colaboradores. Dessa forma, casa nível

hierárquico tem por função identificar os pontos fortes de seus

colaboradores a serem explorados, assim como os pontos negativos

a serem trabalhados suprindo as expectativas dos funcionários para

instigá-los à otimização da execução dos processos (ALMEIDA et al.,

2007, p. 10-11).

Segundo Diemer et al. (1997) a motivação pode ser interna e externa.

A primeira atua sob a conduta do ser humano, sendo criada através do

convencimento que influencia no desempenho do trabalho e no comportamento do

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trabalho no longo prazo, ou seja, somente depois que o colaborar vê uma tarefa

como adequada ele se engajará nela de forma contínua. São elementos essenciais:

a informação e o estímulo, a comunicação, o envolvimento ativo dos atingidos, o

exemplo e a liderança. A motivação externa atua diretamente no comportamento, é

um meio para a finalidade (por exemplo: trabalho como meio de ganhar dinheiro, ter

segurança e obter reconhecimento), na maioria das vezes é de curta duração.

Exemplificando a distinção entre essas duas concepções, Diemer et al.

(1997) cita uma pesquisa realizada por G. Hagemann que perguntou a alguns

empregados no que o chefe poderia contribuir para motivar os colaboradores; as

respostas encontradas foram as seguintes respostas: 65% melhores informações;

24% colaboração ativa nos acontecimentos; 8% mais treinamento e especialização;

e 2% maior salário.

De acordo com Diemer et al. (1997) estas respostas conduzem à

motivação interna, isto é, estar informado, entender o sentido das coisas, saber o

porquê, o que vem para os colaboradores e poder influenciar ativamente são fatos

que criam segurança e convicção.

Conforme coloca Figueiredo (1999), embora a remuneração seja um

dos fatores que motivam, outros fatores motivacionais do ser humano precisam ser

considerados, tais como: status do indivíduo no grupo; possibilidades de trabalhar

com líderes competentes e dinâmicos; ausência de supervisão fechada;

oportunidade de progressões e ascensão a cargos de maior importância; natureza

do trabalho e do ambiente onde ele é realizado; números de horas trabalhadas;

conhecimento e participação nos resultados; responsabilidade pelo que se está

fazendo; respeito e reconhecimento pelas ações positivas; auto-realização. Tais

fatores estimulam a motivação interna das pessoas nas organizações.

Confirmando a colocação de Figueiredo (1999), pesquisa realizada por

Bernardi (1998), com o objetivo de identificar fatores que caracterizavam as

melhores empresas para trabalhar, observou-se que apenas bons salários e

benefícios de primeira linha não eram suficientes para que um colaborador se

interessasse pela empresa. Ter perspectivas reais de crescimento na carreira, ser

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valorizado e respeitado pelos superiores foram itens considerados pelos

entrevistados como de maior valor.

Segundo Bernardi (1998, p. 13), o que faz um colaborador vestir a

camisa da empresa é “ter a certeza de que os esforços do dia-a-dia serão

recompensados por novas funções, por mais aprendizado, por autonomia e,

conseqüentemente, por cargos de maior importância. Isso faz com que a pessoa se

sinta motivada a pensar na empresa, a brigar por ela e, principalmente, a

permanecer nela”.

Outro fator apontado pela pesquisa era o orgulho da pessoa em fazer

parte da empresa. Esse orgulho deriva da

postura ética da empresa, traduzida pela honestidade em suas ações

externas e internas, a efetiva preocupação com o cliente, o fato de

ser uma empresa moderna, a importância que tem na comunidade.

Esses sentimentos motivam os funcionários, fazem com que eles se

sintam – e façam coisas especiais (BERNARDI, 1998, p. 13).

Os fatores apontados então inclusos nas fontes de motivação pessoal,

que segundo Bergamini (1997), são as seguintes: a própria pessoa, com

acompanhamento e controle da saúde física e psíquica; o tipo de atividade,

adequação das especificações do corpo aos requisitos pessoais; o relacionamento

com colegas e supervisores; e o tipo de organização, cultura e suas políticas.

A motivação é essencial para que as pessoas desempenhem bem suas

funções e, segundo Heller (2000), aprender como motivar as pessoas tornou-se uma

habilidade essencial para os líderes, sendo necessário, para tanto, que o líder

realize uma análise da motivação, identifique as necessidades das pessoas, entenda

o comportamento delas, encoraje iniciativas e valorize as pessoas, recompensando-

as.

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O primeiro aspecto apontado por Heller (2000) é a análise da

motivação no trabalho. O líder deve descobrir como influenciar os comportamentos

das pessoas para alcançar os resultados almejados pela empresa.

O líder deve trocar a tática do comando e controle pela teoria da

informação e consenso, reconhecendo a pessoa pelo bom desempenho no trabalho.

Dentre os tipos de liderança, os que mais influenciam para motivação dos

funcionários são: liderança autocrática e liderança democrática.

A primeira é a que menos motiva, pois é impositiva, que implica dizer

com clareza o que fazer, como onde e quando fazê-lo. O líder traça um plano,

determina as diretrizes e o funcionário apenas executa ordens. Não participa. É uma

comunicação de mão única. Há pouco apoio emocional. Neste tipo de liderança não

existe preocupação ou interesse pelas pessoas e sua necessidades. O líder

concentra-se apenas nas necessidades da organização (desempenho elevado). As

pessoas são consideradas como input ou instrumento a mais, uma coisa, um objeto

para conseguir os objetivos da empresa. Nesta liderança perde ambos, a empresa e

os funcionários, a motivação é inexistente. De qualquer modo algumas empresas

ainda utilizam esse tipo de liderança almejando uma produtividade maior, o que não

acontece na prática.

No segundo tipo, na Liderança democrática, o líder continua a dirigir e

supervisionar atentamente a realização da tarefa, mas também dá apoio sócio-

emocional: solicita e pede sugestões. Envolve as pessoas em discussões de

trabalho (participação), reconhece e elogia (carícias psicológicas), ouve as pessoas,

proporciona respeito, amizade e calor humano, elogiam as boas idéias e induz a

arriscar, etc.

Portanto, o líder deve analisar sua própria motivação e o da equipe de

trabalho, usar a persuasão e a influência para estimular a automotivação da equipe

em trabalhar em iniciativas próprias e encorajá-las a assumir responsabilidades

pelas tarefas, e encorajar seus colegas de mesmo nível hierárquico, bem como, de

seus superiores.

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O segundo passo é identificar as necessidades das pessoas sob seu

comando, pois quando essas necessidades não são atendidas, abre-se espaço para

a desmotivação no trabalho, cabendo ao líder procurar atendê-las. Identificado os

fatores motivadores, o líder deve dar reconhecimento financeiro (bônus e prêmios) e

psicológico (criando condições de trabalho, montando estruturas organizacionais

que permitam o crescimento das pessoas e equilibrando as necessidades individuais

com as da equipe).

Os quadros 2 e 3 a seguir apresentam, respectivamente, as seguintes

necessidades básicas a serem observadas em uma organização e os fatores

motivadores que estimulam as pessoas nas organizações.

QUADRO 2 - Necessidades básicas no trabalho

NECESSIDADES BÁSICAS BENEFÍCIOS

Salários e benefícios

Benefícios adicionais como bônus e prêmios,

incrementam o salário

Condições de trabalho

Incluem a quantidade de horas, as características do

ambiente, as instalações e os equipamentos

necessários

Política da empresa

É formada pelas regras formais e informais que

governam o empregado e a empresa

Status

É medido por itens como cargo, autoridade e relação

a sua permanência na empresa

Segurança no trabalho

Grau de confiança que o empregado tem em relação

a sua permanência na empresa

Supervisão e autonomia

Grau de controle que um empregado tem sobre o

trabalho que executa

Vida profissional

Nível e o tipo de relação com os colegas no ambiente

de trabalho

Vida pessoal

Equivale ao tempo dedicado à família, aos amigos ou

a interesses individuais

FONTE: Heller (2000).

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Cabe mencionar que um mesmo indivíduo ora persegue objetivos que

atendem a uma necessidade, ora buscam satisfazer outras. Tudo depende da sua

carência naquele momento. Complementarmente, deve-se entender que duas

pessoas não perseguem necessariamente o mesmo objetivo no mesmo momento.

Portanto, o importante, ao se procura se diagnosticar determinado tipo de

comportamento motivacional, em dado momento, é procurar descobrir que

necessidades estão em jogo, isso explica muito como e porque o indivíduo age.

Um chefe de seção não pode pensar que seus subordinados esperem

do serviço iguais tipos de recompensa. O problema das diferenças individuais

assume importância preponderante quando falamos de motivação.

Ainda de acordo com Heller (2000), os fatores motivadores, listados no

Quadro 3, possibilitam o crescimento e auto-realização, tanto da pessoa, como da

equipe de trabalho.

QUADRO 3 – Fatores motivadores

MOTIVADORES FUNCIONAMENTO

Conquistas

Trata-se de um forte motivador e de uma rica fonte de

satisfação quando um funcionário alcança e ultrapassa os

objetivos de uma tarefa.

Avanços

Promoções e prêmios geram a satisfação de progresso.

Deve-se deixar claro as chances reais para cada

funcionário.

Interesse

Considerar os interesses individuais e da equipe na

definição das tarefas.

Reconhecimento

É altamente motivacional quando um superior reconhece

as conquistas do subordinado, pois ajuda a fortalecer a

auto-estima.

Responsabilidade

A possibilidade de exercer a autoridade e o poder exige as

capacidades de comando, de correr riscos e de auto-

gestão. Esses elementos estimulam a auto-estima e

motivam quem assume novas responsabilidades.

FONTE: Heller (2000).

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Cabe, ainda, ao líder entender o comportamento das pessoas, que se

traduz por meio de suas palavras, gestos, expressões e atitudes. Heller (2000)

coloca que a motivação, normalmente, é revelada por gestos positivos, como um

sorriso, uma atitude prestativa, uma postura tranqüila, ou um brilho no olhar da

pessoa. Alguns sinais de motivação podem aparecer quando uma pessoa dá

sugestões e idéias de maneira espontânea, reage de modo positivo ao receber

novas incumbências, trabalha buscando avanços, demonstra estar feliz no ambiente

de trabalho e é franca ao responder as perguntas.

O líder deve, também, observar se a equipe se mostra otimista,

voluntariosa ou apta a novas oportunidades. Assim, para motivar a equipe, o líder

deve ser capaz de delegar tarefas, orientar, colaborar, ouvir, passar confiança,

avaliar, dar exemplo, dar feedback, fixar metas realistas, estimular o debate,

incentivar, evitar segredos e ser uma pessoa legal. Deve trabalhar no sentido de

esclarecer para a equipe o seu propósito, suas metas e sua missão; desenvolver

senso de compromisso e autoconfiança; reforçar os conhecimentos e a forma de

abordagem da equipe; remover quaisquer obstáculos criados externamente e gerar

oportunidades para outros.

Aplicam-se nesta etapa os conceitos de Coaching e empowerment.

Criar confiança dos membros na capacidade da equipe de superar obstáculos e

atingir os objetivos. O mútuo respeito faz com que todos compartilhem as

responsabilidades, ajudando-se mutuamente, tomando a iniciativa para ir de

encontro aos desafios. As políticas, regulamentos e processos devem permitir aos

membros executar suas tarefas com facilidade. Os colaboradores devem ter a

oportunidade de desenvolver e aprender novas habilidades. Faz-se também

necessária uma sensação de poder individual e coletivo

Por fim, o líder deve permitir que os subordinados manifestem suas

iniciativas e valorizar as pessoas. A iniciativa é um sinal de motivação que depende

da delegação de poder à equipe e de um ambiente que propicie o seu

reconhecimento. Em ambientes adequados e com liderança motivacional o

desempenho atual pode ser superado pelas pessoas.

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As avaliações fornecem uma oportunidade de verificar a motivação da

equipe de trabalho e passar um feedback a seus integrantes. Ouvir as reivindicações

e sugestões da equipe ajuda melhorar a motivação.

O interesse das pessoas pelo trabalho depende do tipo de tarefa, da

sua complexidade e da sensação de conquista obtida. Desenvolver as habilidades

dos membros da equipe é fundamental para gerar motivação. O treinamento gera

novos conhecimentos, enriquece o trabalho, pois as pessoas gostam de ser

consideradas especialistas em seus trabalhos e de serem tratadas de acordo com

esse status. As pessoas gostam de participar do planejamento e das tomadas de

decisões nas suas atividades.

Portanto, segundo Heller (2000), o líder deve dar atenção aos

seguintes fatores de motivação: auto-satisfação, permitir que a equipe assuma

desafios; reconhecimento, dizer aos liderados que aprecia seus trabalhos; auto-

estima, comemorar realizações individuais em público; expertise, incentivar o

desenvolvimento de habilidades; capacidade, oferecer treinamento para melhorar

aptidões; conquistas, definir metas possíveis de serem atingidas; autonomia, permitir

que as pessoas planejem seus trabalhos; autoconfiança, certificar-se de que as

tarefas atribuídas possam ser cumpridas; auto-respeito, contribuir para que as

pessoas tenham orgulho de si mesmas; espírito de grupo, fazer com que os

liderados sintam-se parte da equipe.

Essas ações, executadas pelo líder, pode influenciar para tornar o

ambiente de trabalho mais motivante. O líder, conforme coloca Pascoal (2001, p.34),

teve ter consciência de que “hoje saber administrar é basicamente liderar as

pessoas que fazem as coisas acontecer. Não é só recrutá-las direito. É fazê-las se

motivar, se dedicar, viver bem e pensar estrategicamente”, pois uma pessoa

motivada tem como líder a sua paixão por ver as coisas serem feitas, ou seja, não

precisa ser liderada.

Dessa forma a motivação coloca-se como um eficiente diferencial de

qualidade e produtividade. O profissional deve ser estimulado a seguir na direção

em que a empresa o propõe percorrer com incentivos adequados, do contrário este

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poderá sofrer com as consequências do desinteresse por parte de seu colaborador

como absenteísmo, turnover, falta de comprometimento dentre outros, os quais

terão relação direta com o alcance dos objetivos da organização, podendo mesmo

comprometer a eficácia da empresa.

Assim, para que a motivação seja estimulada e mantida, o líder deve

saber transmitir suas mensagens de forma clara e objetiva, proporcionando a cada

membro da equipe expressar suas opiniões, pensamentos e sentimentos, sem

receio de retaliações. O saber ouvir também é fundamental, tanto quanto falar. O

feedback deve ser trabalhado constantemente dentro da equipe de trabalho,

propiciando um ambiente confiante e integrado.

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CONCLUSÃO

Um líder pode moldar uma performance de excelência nos indivíduos

sob sua tutela. Esta excelência de performance seria o resultado de uma liderança

eficaz, pois o papel desempenhado pelo líder pode contribuir para o uso maximizado

dos talentos à sua disposição.

Dessa forma, pode-se perceber que a liderança não é o mesmo que

autoridade formal e não está baseada em funções de chefia. A liderança seria mais

a capacidade de educar pessoas e facilitar os meios para que ela tenha um

comportamento pró-ativo. Dar espaço para a ação, encorajar nos erros, comemorar

os acertos e indicar caminhos de melhoria. É nessa nova concepção que temos a

associação da liderança, Coaching e empowerment. O líder, então, tornar-se o

coordenador de uma equipe.

Sabe-se que a motivação é uma das grandes forças impulsionadoras

do comportamento humano. É ela quem irá determinar os níveis de desempenho

pessoal e profissional obtidos. Na empresa, está diretamente relacionada com

sentimento de pertença, produtividade e valorosidade atribuídos interna (pelo próprio

sujeito) e externamente (pela empresa, chefia, colegas, sociedade, etc). Um

funcionário motivado e produtivo é aquele que está no lugar certo, ou seja que

ocupa uma função capaz de explorar e estimular suas potencialidades, bem como

fornecer-lhe reconhecimento (através de um salário compatível, planos de

crescimento, benefícios e, é claro, aliado a um reconhecimento genuíno por parte da

empresa que ressalve o seu valor).

Além disso, é necessário estar atento ao cultivo de um clima

organizacional, propício para o desenvolvimento de boas relações que promovam

comunicação, qualidade e produtividade. Habilidades pessoais de superiores devem

ser capazes de detectar talentos (bem como aproveitá-los) e estimular a autonomia

e criatividade, sempre. Através de uma liderança eficaz há a motivação dos

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subordinados, e estes motivados, passam a sentir-se não apenas mais uma

ferramenta dentro do sistema organizacional, mas parte fundamental para o

desenvolvimento de todo o processo organizacional.

Liderar é um aspecto essencial na construção da competitividade

corporativa, uma vez que é a soma dos talentos que produz os resultados, e a

empresa ao utilizar os talentos de maneira mais adequada, estará contribuindo na

ampliação dessa equação de sucesso e superando os objetivos. Para tanto, a

empresa deve adotar um estilo de liderança capaz de priorizar as atividades e

atitudes que induzem um comportamento positivo nos colaboradores.

Assim sendo, é importante que as organizações tenham cada vez mais

consciência da importância da liderança motivacional para o cumprimento dos

objetivos e metas que ela estipula.

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ÍNDICE

DEDICATÒRIA................................................................................................ 03

AGRADECIMENTOS....................................................................................... 04

RESUMO......................................................................................................... 05

METODOLOGIA ............................................................................................. 06

SUMÁRIO........................................................................................................ 07

INTRODUÇÃO................................................................................................. 08

CAPÍTULO I

LIDERANÇA...................................................................................................... 10

1.1 Conceito................................................................................................. 10

1.2 Coaching e Empowerment..................................................................... 13

CAPÍTULO II

PRINCIPAIS ABORDAGENS TEÓRICAS ACERCA DA LIDERANÇA............. 16

2.1 Teoria dos traços.................................................................................... 16

2.2 Teorias comportamentais....................................................................... 17

2.3 Teorias contingenciais............................................................................ 20

2.4 Outras teorias acerca da liderança........................................................ 22

2.4.1 Liderança carismática................................................................... 22

2.4.2 Liderança transformacional........................................................... 22

2.4.3 Liderança visionária...................................................................... 23

2.4.4 Liderança como administração do sentido................................... 24

2.4.5 Liderança baseada em princípios................................................. 24

2.5.5 Liderança espiritualizada.............................................................. 26

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CAPÍTULO III

A INFLUÊNCIA DA LIDERANÇA NOS RESULTADOS DA EQUIPE............... 31

3.1 Conceito de equipes.............................................................................. 31

3.2 Liderança de equipes............................................................................. 32

3.3 Influência da liderança na motivação e no desempenho das equipes... 35

CONCLUSÃO.................................................................................................... 45

BIBLIOGRAFIA.................................................................................................. 47

ÍNDICE.............................................................................................................. 51

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Projeto A Vez do Mestre

Pós-Graduação “Lato Sensu”

TÍTULO DA MONOGRAFIA:

“Liderança”

Data da entrega: _______________________________________

___________________________________________________________________

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Avaliado por:_______________________________Grau______________.

Rio de Janeiro_____de_______________de 2010.