lição 4 chorando aos pés do senhor

Lição 4 – 25 de abril de 2010

Subsídios – Lições Bíblicas Página 1

Chorando aos pés do Senhor

Autor do subsídio: Pastor Ronaldo Batista.

Mestre em Teologia. Convites: (21) 3904-3738

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Texto áureo:

"Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo,

em tristeza." (Tiago 4:9)

Leitura Bíblica em Classe Jeremias 9.1-3,5-9. ESBOÇO DA LIÇÃO Introdução I. O lamento de Jeremias II. O lamento de Samuel III. O lamento de Oséias IV. O lamento de Paulo Conclusão

INTRODUÇÃO

Caros professores esta lição ocupa-se de uma das mais nobres virtudes de um

homem, cujo chamado é para ser um profeta e intercessor. Pois pela palavra profética, o profeta torna-se boca de Deus, Ex 4.15-16; Jr 1.9; mas pela intercessão a Deus ora em favor do seu povo e participa do sentimento divino, pois Deus sofre pela rebelião de seu povo e assim aquele intercessor participa duma fração da dor divina, pois Deus é sofredor, Sl 86.15; 145.8. Esta participação do elemento humano na dor divina é um dos grandes mistérios da fé e nem sempre entendido pelos membros do Corpo de Cristo.

John Knox foi um líder reformador da Escócia (1513-1572), que a semelhança de Raquel, mulher de Jacó, clamou intensamente pelo seu país: “Dá-me a Escócia, senão morrerei”. Como consequência da sua oração, Deus enviou um poderoso avivamento que ainda hoje se colhe frutos do mover divino naquela sociedade. O que tornou-se para nós um grande exemplo aqui no Brasil, daquilo que Deus pode trazer por meio da intercessão.




I. O LAMENTO DE JEREMIAS

1. O profeta das lágrimas.

Jeremias não foi só um grande profeta ousado na Palavra, como vimos na lição anterior, mas foi um homem de coração quebrantado cujas lágrimas foram as suas companheiras constantes em seu ministério. Não lágrimas de revolta, ou de decepção por não atenderem a sua palavra profética. Porém, o motivo da sua dor é produzido pelo amor que este sente pelo seu povo, pelo fato deles permanecerem rejeitando a salvação oferecida por Javé. O tempo e as estações passaram, mas eles não tinham sido salvos como ele mesmo descreve: “Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos”, Jr 8.20.

As dores do profeta muitas vezes lhe conduziram às lágrimas. Mas que dores foram essas? Seu coração ficou desfalecido, ele se sentia quebrantado e esmagado pelo luto. Pois, entendeu que não houve remédio nem cura que eliminasse o prazer viciante do pecar daquela sociedade que a precipitava a ruína e extermínio por mão dos caldeus, confira Jr 8.18-22.

Como Igreja de Cristo somos participantes de suas dores, dores estas as quais muitos se esforçam para não participar. Paulo convida a Timóteo, “Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo”, 2Tm 2.3. São dores pelas nossas famílias, bairro e nação que não foram ainda plenamente alcançadas. É certo que há momentos de júbilo e folguedos na presença do Senhor. A vida cristã em si não é triste. Mas a nós foi dado participar das aflições do evangelho em favor do nosso próximo através das lágrimas, das dores psicológicas e físicas como Cristo sofreu, 2Tm 1.8.

Senhores professores aproveitem para lembrar de homens que trouxeram grande impacto através da oração: John

Knox, David Brainerd, John Nelson Hide, Charles Finney, Jonathas Edwards, Daniel Berg e Gunnar Vingren, etc.

2. O profeta da solidão

Mentalmente o profeta preferiria a solidão, ou seja, ter uma estalagem no deserto. Pois assim escaparia do próprio povo adúltero e traidor, Jr. 9.2. Mas embora essa solidão fosse aparentemente sadia, ele entendia que precisava estar ali no meio deles. Há uma grande sabedoria nisso, pois tornar-se um eremita não ajudaria a resolver a situação. Pois não é isolando-se do povo e da família pecadora que a ajudará mudar. E que tipo de influência uma pessoa pode liberar se ela escolhe estar só num lugar? Nenhuma. Por outro lado, esse desejo exprime a aflição de uma convivência nada agradável cujos valores são absolutamente diferentes. Por exemplo, Davi embora fosse soldado almeijava a paz, porém habitava no meio de nações belicosas, por isso desejou a solidão do deserto, Sl 55.5-6; 120.5-7; observe que Miquéias experimenta sentimentos semelhantes em conviver no meio de uma sociedade corrupta, Mq 7.1-7.

II. O LAMENTO DE SAMUEL

Samuel é arrolado como um tremendo intercessor de seu povo ao lado de Moisés, Jr 15.1. Entretanto, Samuel, este gigante espiritual e grande líder de seu povo, teve as suas dores intensas pelas quais teve de lamentar em seus dias. Ele lamentou que o seu povo almeijava ser como as nações vizinhas constituindo um rei sobre si. O que ficou subentendido que o povo estava rejeitando o seu governo com sua jurisprudência. Todavia, Deus o fez saber que na verdade não estavam rejeitando a



Samuel, mas a Ele mesmo para que não reinasse sobre a Nação.

Somos advertidos a não termos um coração inconstante e infiel que nos leve a nos afastar do Deus Vivo, Hb 3.12; 12.25. O que aparentemente parecia uma mudança na forma de governo, tinham implicações bem mais profundas do que mudar a forma de governo de teocracia para reinado. Na verdade eles estavam rejeitando a pessoa divina, 1Sm 8.6-7.

Professores se formos comparar entre o lamento de Samuel e Jeremias no aspecto da dor, ele se identificavam, mas o lamento de Samuel assumia um aspecto todo pessoal, pois ele sentia a rejeição do povo. Porém, Deus lhe deu a correta visão de que Israel estava rejeitando era Deus, e Ele com essas palavras confortou a Samuel.

Qual foi o líder que buscando fazer o melhor para Deus, nunca experimentou algum tipo de rejeição? Nenhum. Muito embora buscasse fazer o melhor nem tudo saiu perfeito. Entretanto, trabalhando fielmente lançou base para um maior desenvolvimento daquele trabalho que posteriormente foi lembrado. Samuel foi esse homem, um juíz segundo o coração de Deus que ungiu a Davi, 1Sm 2.35.

III. O LAMENTO DE OSÉIAS Oséias foi profeta no Reino Norte

de Israel em momento anterior a Jeremias, Os 1.1. Na época de Jeremias o Reino de Israel já havia sido destruído pelos assírios. Nos dias de Oséias a corrupção moral e idolátrica vinda da influência dos cultos vizinhos cananitas era enorme. Essas nações vizinhas adoravam às forças da natureza, da chuva, das tempestades e da fertilidade do solo representadas em duas divindades pagãs Baal e Astarote. Israel havia sido liberta do Egito pelo poder de Javé. Todavia agora praticava a fornicação espiritual que foi representada em Gomer, a esposa do profeta.

Israel tornou-se tão impúdica que chamava seus deuses de "meus amantes". De quem julgava ter recebido prosperidade representada no trigo, no vinho e no óleo os quais eram oferecidos como dádivas a Baal, Os 2.6-8. Assim como veio a se tornar Judá, Israel tinha muita religiosidade externa em sua forma ritual, Os 4.15. Porém, pouca observância, pouquíssimo conhecimento e nenhuma espiritualidade, Os 6.6. Daí vem o profundo lamento divino do qual participa o profeta Oséias, "O meu povo está sendo destruído, porque lhe faltou o conhecimento", Os 4.6.

Atualmente, a situação é de se lamentar, pois o povo de Deus tem conhecimento muito raso dele, apesar de ter tantos recursos a mão. Professores devemos permanecer sobre as antigas bases da Palavra e da oração.

IV. O LAMENTO DE PAULO

A grande solicitude de Paulo pelos gálatas residia no fato de que estes estavam substituindo o evangelho puro de Jesus por um evangelho misturado. Ou seja, no qual deveriam circuncidar-se e seguir toda a Lei. Neste ponto Paulo exclama: “Ó insensatos gálatas! quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi já representado como crucificado?” (Gl 3.1). Para que você tenha uma noção da gravidade da coisa de que Paulo se ocupava nessa Carta, o termo fascinar por ele utilizado no grego é baskaino que significa enfeitiçar, encantar. Quer dizer que, alguém utilizando-se de palavras persuasivas e maliciosas estava desviando os crentes da Galácia, como que encantando-os, enfeitiçando-os para não obedecerem mais a verdade.

Por isso Paulo, como um pai espiritual, diante da perplexidade lança esse lamento: “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós”, Gl 4.19.



Este é o lamento solícito por ver Cristo definitivamente formado neles segundo a verdade, a sã doutrina, a teologia bíblica simples e correta. Como hoje ocorre em muitos lugares onde a verdade é substituída por vãs filosofias, a sã doutrina trocada por doutrina de demônios, e a teologia bíblica simples é deixada por causa de outra arrojada com contornos modernos segundo as concupiscências daqueles que a proliferam. Tenhamos cuidado de analisar o que nos influencia passando pelo crivo das Escrituras, a fim de que não sejamos seduzidos por um outro evangelho espúrio e apóstata.

CONCLUSÃO

Devemos lamentar diante do Senhor com um coração sincero e contrito, acerca destas questões que assolam a igreja cristã em nosso país. Que entendamos o paradoxo desse princípio espiritual ensinado por Tiago e exemplificado por Jeremias, Samuel, Oséias e Paulo. “Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza”, Tg 4.9.

De sentir as nossas misérias ao invés de nos orgulharmos, de lamentarmos e chorarmos ao invés de rirmos e festejarmos nossas aparentes vitórias. Note uma coisa séria, esse apelo não deve ser entendido para viver de uma forma estóica, cheia de frieza e apatia como ensinavam no passado. Mas termos o mesmo sentimento de Deus que houve em Cristo Jesus e nos profetas que entenderam o significado de participar das dores do Eterno.

VOCABULÁRIO Impúdico: Quem não tem pudor, sem vergonha. Jurisprudência: Ciência do direito e da legislação; maneira de aplicar as leis. Espúrio: Não genuíno, falso, simulado. Estóico: Partidário do estoicismo; imperturbável; austero.

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