liÇÃo 1 leitura princÍpio da escrita reflita e responda pra · reflita e responda pra você......

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ESCREVER SE APRENDE ESCREVENDO_LEITURA MENDES, JOSUÉ. 1 LIÇÃO 1 - LEITURA: PRINCÍPIO DA ESCRITA » A leitura nos tira do lugar. (Mendes) » Você já viajou com alguma leitura? Como? » A leitura enriquece o vocabulário e estimula a criação de ideias. » Você acha que a leitura é fundamental em sua vida? Em que sentido? » De que forma as leituras nos ajudam a produzir textos mais eficientes? A leitura é o processo de interação entre o autor e o leitor, e tem por propósitos: informar (jornal, revistas e placas), promover lazer (romance, poema e crônicas) e permitir interpretações (leitura compreensiva). Pode ser superficial (reconhecimento do texto), analítica (releituras e compreensão) e aplicada (inferências do leitor). Primeiramente o leitor toma contato, ainda que superficial, com os elementos informativos do texto (assunto, gênero, contexto, autor). Depois, em detalhe, procura explorar o conteúdo e a organização do pensamento do autor e da mensagem. Por fim, vai além do conteúdo do texto, fazendo as relações das informações presentes ou inferentes. REFLITA! Veja o que ocorre quando fazemos uma leitura apressada ou descuidada. “Não é apenas no Brasil que os políticos são mal conceituados. Em todo o mundo democrático isso acontece, inclusive na França e nos Estados Unidos. Há algum tempo, escrevi, para um jornal, um artigo a que dei o título de “Os escândalos do Congresso”, citando a semana que começava na terça e acabava na quinta. Na votação do Orçamento, um senador foi praticamente carregado para o plenário, para dar quorum sem conhecer o projeto. O artigo provocou furor sagrado nos deputados, que telefonaram para o presidente da Câmara sugerindo, indignados, que me processassem. Limitei-me a perguntar: leram o artigo até o fim? Às 4h, telefonou-me Paes de Andrade, às gargalhadas, pois ao cabo da leitura vira que eu estava falando do Congresso norte-americano.” (Jarbas Passarinho, Correio Braziliense, 09/04/1994) Reflita e responda pra você... 1. O que você está lendo? 2. Por que lê o que está lendo? 3. Como nos convencer a ler o que está lendo? ORIGEM DA LEITURA A palavra leitura advém do latim legere, que denotava o ato de colher ou reunir os produtos de uma safra, a fim de garantir a sobrevivência durante os outros períodos do ano. Além da colheita, havia também a prática de selecionar ou separar (seligere 1 : selecionar ou ellegere: eleger) o que havia sido colhido, processo semelhante ao que se faz nos supermercados quando se escolhem os melhores produtos entre os outros. Depois, o campo semântico de legere foi ampliado para o do termo intellegere (inteligência), que significa “escolher mentalmente entre”, ou seja, compreender ou conhecer. No intellegere, o cérebro, a memória e as emoções trabalham conjuntamente, a partir da experiência de vida do leitor, e é nesse campo que se dá a leitura complexa e abrangente.

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Page 1: LIÇÃO 1 LEITURA PRINCÍPIO DA ESCRITA Reflita e responda pra · Reflita e responda pra você... 1. O que você está lendo? ... Marcar a progressão temática do texto (frases,

ESCREVER SE APRENDE ESCREVENDO_LEITURA

MENDES, JOSUÉ. 1

LIÇÃO 1 - LEITURA: PRINCÍPIO DA ESCRITA

» A leitura nos tira do lugar. (Mendes)

» Você já viajou com alguma leitura? Como?

» A leitura enriquece o vocabulário e estimula a criação de ideias.

» Você acha que a leitura é fundamental em sua vida? Em que sentido?

» De que forma as leituras nos ajudam a produzir textos mais eficientes?

A leitura é o processo de interação entre o autor e o leitor, e tem por propósitos: informar

(jornal, revistas e placas), promover lazer (romance, poema e crônicas) e permitir interpretações (leitura

compreensiva). Pode ser superficial (reconhecimento do texto), analítica (releituras e compreensão) e

aplicada (inferências do leitor).

Primeiramente o leitor toma contato, ainda que superficial, com os elementos informativos do

texto (assunto, gênero, contexto, autor). Depois, em detalhe, procura explorar o conteúdo e a organização

do pensamento do autor e da mensagem. Por fim, vai além do conteúdo do texto, fazendo as relações

das informações presentes ou inferentes.

REFLITA! Veja o que ocorre quando fazemos uma leitura

apressada ou descuidada.

“Não é apenas no Brasil que os políticos são mal

conceituados. Em todo o mundo democrático isso acontece,

inclusive na França e nos Estados Unidos. Há algum tempo,

escrevi, para um jornal, um artigo a que dei o título de “Os

escândalos do Congresso”, citando a semana que começava

na terça e acabava na quinta. Na votação do Orçamento, um

senador foi praticamente carregado para o plenário, para

dar quorum sem conhecer o projeto. O artigo provocou

furor sagrado nos deputados, que telefonaram para o

presidente da Câmara sugerindo, indignados, que me

processassem. Limitei-me a perguntar: leram o artigo até o

fim? Às 4h, telefonou-me Paes de Andrade, às gargalhadas,

pois ao cabo da leitura vira que eu estava falando do

Congresso norte-americano.”

(Jarbas Passarinho, Correio Braziliense, 09/04/1994)

Reflita e responda pra

você...

1. O que você está lendo?

2. Por que lê o que está

lendo?

3. Como nos convencer a

ler o que está lendo?

ORIGEM DA LEITURA

A palavra leitura advém do latim

legere, que denotava o ato de colher ou

reunir os produtos de uma safra, a fim de

garantir a sobrevivência durante os outros

períodos do ano. Além da colheita, havia

também a prática de selecionar ou separar

(seligere1: selecionar ou ellegere: eleger) o

que havia sido colhido, processo

semelhante ao que se faz nos

supermercados quando se escolhem os

melhores produtos entre os outros. Depois,

o campo semântico de legere foi ampliado

para o do termo intellegere (inteligência),

que significa “escolher mentalmente entre”,

ou seja, compreender ou conhecer. No

intellegere, o cérebro, a memória e as

emoções trabalham conjuntamente, a partir

da experiência de vida do leitor, e é nesse

campo que se dá a leitura complexa e

abrangente.

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ESCREVER SE APRENDE ESCREVENDO_LEITURA

MENDES, JOSUÉ. 2

Mais conceitos de leitura

a) Encontro de vozes mesmo espacial e temporalmente distanciadas (Bakhtin, 2003).

b) Processo no qual as palavras adquirem sentido no contexto do discurso (Vygotsky, 1988).

c) Processo que se realiza pela interação dos níveis sensorial, emotivo e racional (Adler, 1974).

d) Produção social de sentido que se realiza pelo diálogo entre leitor e objeto lido (Foucault, 1996).

e) Instrumento de apropriação de uma realidade (Freire, 2002).

QUESTÕES PARA O LEITOR

1. Os livros podem ajudar a pessoa a encontrar

respostas?

2. Quais motivações e interesses subsidiam a

escolha de uma leitura?

3. Em que a leitura vai aumentar o

conhecimento?

4. O que o livro pode oferecer ao leitor?

5. Quais questões podem ser formuladas durante

o ato de ler?

6. Você gostaria de escrever uma carta para o

autor?

7. Que imagens o livro lhe passa?

8. Em que medida o livro aguça sua sensibilidade

para com o outro?

9. Que prazer o texto lhe proporciona?

10. A leitura de um livro apaixona?

11. Quais as possíveis interpretações de um livro?

TÉCNICAS DE LEITURA

1. Sublinhar palavras novas.

2. Consultar dicionário e enciclopédias.

3. Tentar entender os significados pelo contexto.

4. Tomar notas e destacar informações.

5. Reconhecer relações lexicais.

6. Identificar a estrutura do texto e reconhecer

sequência, tipo e gênero (introdução, desenvolvimento,

conclusão; narração, descrição, dissertação,

argumentação).

7. Marcar a progressão temática do texto (frases,

parágrafos, título, capítulos).

8. Identificar as marcações de ponto de vista ou de

julgamentos.

9. Diferenciar sentido figurado, ironia, opinião, implícito,

pressuposto, entre outros recursos.

10. Reconhecer recursos expressivos e estilos.

11. Elaborar, esquemas, paráfrases e resumos.

LER SE APRENDE LENDO!

Vamos começar nossas atividades de leitura com um pequeno desafio. Você consegue ler os textos

abaixo? Tente! Comente seu feito com seus colegas ou, então, ajude algum deles a ler, se preciso for.

De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae

ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as lteras de

uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a

piremria e útmlia lteras etejasm no lgaur crteo. O

rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida

pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos

cdaa ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.

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MENDES, JOSUÉ. 3

1. Registre aqui seu comentário e já comece entendendo que não dá para separar leitura e escrita.

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Vamos a uma outra atividade para destacar as sutilidades de um texto.

Nada além

O amor bate à porta.

Tudo é festa.

O amor bate a porta.

Nada resta.

(Cineas Santos: poeta piauiense)

2. A partir da leitura do poema Nada além, retire duas ideias que, de alguma maneira, se relacionam e

expresse-as em palavras ou frases.

1ª ideia: _____________________________________________________________________

Elemento de coesão: _______________________

2ª ideia: _____________________________________________________________________

3. Por que a crase é necessária no poema de Cineas Santos?

_____________________________________________________________________________________

4. O que você faz quando acorda meio matemático?

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

5. Saiba que as mensagens podem ser expressas de maneira muito particular, a cada um. O que podemos

depreender das frases seguintes? Diga isso em uma frase.

a) “Não nos banhamos duas vezes nas águas de um mesmo rio.” (Heráclito)

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

M473M471C0 (53N54C1ON4L)

4S V3235 3U 4C0RD0 M310 M473M471C0!

D31X0 70D4 4 4857R4Ç40 N47UR4L D3 L4D0

3 M3 P0NH0 4 P3N54R 3M NUM3R05,

C0M0 53 F0553 UM4 P35504 R4C10N4L.

540 5373 D1550, N0V3 D4QU1L0...

QU1N23 PR45 0NZ3...

7R323N705 6R4M45 D3 PR35UNT0...

M45 L060 C410 N4 R34L

3 C0M3Ç0 4 F423R V3R505

H1NDU-4R481C05.

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MENDES, JOSUÉ. 4

b) “Eu sou trezentos, talvez trezentos e cincoenta, mas um dia toparei comigo mesmo.” (Mário de

Andrade)

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c) “Mesmo com pouca inteligência, mas sabendo ler e escrever, o homem é capaz de tudo.” (Jean-

Baptiste de La Salle)

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d) “Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me uma receita de como matá-las.

Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso

esturricaria o de-dentro delas. Assim fiz. Morreram.” (Clarice Lispector, A quinta história)

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Texto: A importância do ato de ler

Rara tem sido a vez, ao longo de tantos anos de prática pedagógica, por isso política, em que me tenho

permitido a tarefa de abrir, de inaugurar ou de encerrar encontros ou congressos.

Aceitei fazê-lo agora, da maneira, porém, menos formal possível. Aceitei vir aqui para falar um pouco

da importância do ato de ler.

Me parece indispensável, ao procurar falar de tal importância, dizer algo do momento mesmo em que

me preparava para aqui estar hoje; dizer algo do processo em que me inseri enquanto ia escrevendo este

texto que agora leio, processo que envolvia uma compreensão crítica do ato de ler, que não se esgota na

descodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na

inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta

não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem

dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das

relações entre o texto e o contexto. Ao ensaiar escrever sobre a importância do ato de ler, eu me senti

levado - e até gostosamente - a “reler” momentos fundamentais de minha prática, guardados na memória,

desde as experiências mais remotas de minha infância, de minha adolescência, de minha mocidade, em

que a compreensão crítica da importância do ato de ler se veio em mim constituindo. Ao ir escrevendo

este texto, ia “tomando distância” dos diferentes momentos em que o ato de ler se veio dando na minha

experiência existencial. Primeiro, a “leitura” do mundo, do pequeno mundo em que me movia; depois, a

leitura da palavra que nem sempre, ao longo de minha escolarização, foi a leitura da “palavramundo”.

A retomada da infância distante, buscando a compreensão do meu ato de “ler” o mundo particular em

que me ouvi - e até onde não sou traído pela memória , - me é absolutamente significativa. Neste esforço

a que me vou entregando, re-crio, re-vivo, no texto que escrevo, a experiência vivida no momento em que

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ESCREVER SE APRENDE ESCREVENDO_LEITURA

MENDES, JOSUÉ. 5

ainda não lia a palavra. Me vejo então na casa mediana em que nasci, no Recife, rodeada de árvores,

algumas delas como se fossem gente, tal a intimidade entre nós - à sua sombra brincava e em seus galhos

mais dóceis à minha altura eu me experimentava em riscos menores que me preparavam para riscos e

aventuras maiores. A velha casa, seus quartos, seu corredor, seu sótão, seu terraço - o sítio das avencas de

minha mãe -, o quintal amplo em que se achava, tudo isso foi o meu primeiro mundo. Nele engatinhei,

balbuciei, me pus de pé, andei, falei. Na verdade, aquele mundo especial se dava a mim como o mundo de

minha atividade perceptiva, por isso mesmo como o mundo de minhas primeiras leituras. Os “textos”, as

“palavras”, as “letras” daquele contexto - em cuja percepção me experimentava e, quanto mais o fazia,

mais aumentava a capacidade de perceber - se encarnavam numa série de coisas, de objetos, de sinais,

cuja compreensão eu ia aprendendo no meu trato com eles, nas minhas relações com meus irmãos mais

velhos e com meus pais.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 12. Ed. São Paulo, Cortez, 1986. P.11-13

Você percebeu que, à medida que vamos lendo o texto de Paulo, a forma escrita vai sendo entremeada de

algumas características da língua falada, como daí, me parece... Freire vai mais além, ao aproximar a prática

pedagógica da leitura a uma prática política, porque segundo ele a leitura não se esgota na “decodificação

pura da palavra escrita”.

6. O que significa a passagem: “A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura

desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele”?

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7. Em que consiste a “leitura do mundo” de que fala o texto?

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8. Você concorda que a leitura tem valor? Elabore dois argumentos para apresentar aos seus colegas.

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TEXTO: OS PRESIDENTES

Tinha um presidente que, antes, havia sido ditador, mas depois foi eleito, só que um negão amigo

arrumou encrenca na rua e o presidente deu um tiro no peito, peito dele, não do negão, foi um bafafá,

mas assumiu um vice, depois veio um presidente que construiu uma cidade no meio do nada e mudou a

capital pra lá, aí veio outro, que falava esquisito e tinha mania de vassoura, e que de repente renunciou,

ninguém entendeu bem por que, então deu uma confusão danada, mas acabou assumindo o vice, que

começou a ter umas ideias e foi derrubado pelos militares, que botaram um general na presidência, aliás,

um não, vários, um atrás do outro, teve aquele baixinho, depois aquele outro que teve um treco, e

assumiu uma junta militar, aí vieram mais três, que não gostavam muito de ser presidentes e, quando

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ninguém mais aguentava generais, eles deixaram entrar um civil, que tinha sido ministro daquele que deu

um tiro no peito, mas ele também teve um treco, bem no dia da posse, e entrou esse outro, que seria

vice, tinha um bigode estranho e se dizia poeta, que fez uma lei proibindo os preços de subir e deu com

os burros n’água, foi quando voltou a eleição direta e ganhou um almofadinha, que confiscou o dinheiro

da população, construiu uma cascata em casa e quase foi pra cadeia, junto com o tesoureiro, que depois

foi morto em circunstâncias misteriosas, mas quando o almofadinha dançou, entrou um vice, aquele do

topete, amante do pão de queijo, que relançou o fusca e lançou um novo dinheiro, bolado por um

ministro, que, por isso, virou presidente, e está aí, querendo ficar mais um pouquinho, talvez disputando

a eleição com o do bigode, o do topete e, se deixarem, o da cascata. Bom, é basicamente isso. (Propaganda

da Folha, em seus 75 anos)

9. Por que o texto é construído em um único parágrafo?

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10. Explique as possibilidades de sentido do termo “cascata”, na última linha.

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11. Por que, na linha 3, o autor utilizou a expressão “peito dele”?

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12. Identifique, pelo menos, duas personagens, a partir de expressões descritivas. Coloque o nome da

personagem e, à frente, as características apresentadas no texto, comprovadas com fatos históricos.

Personagem 1, com características e comprovações: _______________________________________

_____________________________________________________________________________________

Personagem 2, com características e comprovações: _______________________________________

_____________________________________________________________________________________

TEXTO 3

Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo de que a língua portuguesa é

emprestada ao Brasil; certo também de que, por esse fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no

campo das letras, se veem na humilhante contingência de sofrer continuamente censuras ásperas dos

proprietários da língua; sabendo, além, que, dentro do nosso país, os autores e os escritores, com

especialidade os gramáticos, não se entendem no tocante à correção gramatical, vendo-se, diariamente,

surgir azedas polêmicas entre os mais profundos estudiosos do nosso idioma – usando do direito que lhe

confere a Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani como língua oficial e

nacional do [Brasil].

O suplicante, deixando de parte os argumentos históricos que militam em favor de sua ideia, pede vênia

para lembrar que a língua é a mais alta manifestação da inteligência de um povo, é a sua criação mais viva

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MENDES, JOSUÉ. 7

e original; e, portanto, a emancipação política do país requer como complemento e consequência a sua

emancipação idiomática.

Demais, Senhores Congressistas, o tupi-guarani, língua originalíssima, aglutinante, é verdade, mas a que

o polissintetismo dá múltiplas feições de riqueza, é a única capaz de traduzir as nossas belezas, de pôr-

nos em relação com a nossa natureza e adaptar-se perfeitamente aos nossos órgãos vocais cerebrais, por

ser criação de povos que aqui viveram e ainda vivem, portanto possuidores da organização fisiológica e

psicológica para que tendemos...

Seguro de que a sabedoria dos legisladores saberá encontrar meios para realizar semelhante medida e

cônscio de que a Câmara e o Senado pesarão o seu alcance e utilidade. P. e E. deferimento.

(Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma)

13. Segundo o texto, analise as afirmações, com V, quando verdadeiro for o item, ou F, quando falso.

I. Os “proprietários da língua” são os gramáticos. ( )

II. O argumento fundamental do texto é de natureza filosófica. ( )

III. O tupi-guarani foi falado no Brasil na época do Romantismo. ( )

IV. Percebe-se que o texto, de fato, é um documento sem formalidade. ( )

14. Relacione a 2ª coluna de acordo com a 1ª, tomando como base o Texto 2.

a) Argumento político ( ) Misto de tupi e língua portuguesa.

b) Argumento histórico ( ) “Última flor do Lácio”; quer dizer a filha caçula do Latim.

c) Argumento fisiológico ( ) A língua se adapta perfeitamente a quem a cria.

d) Língua geral ( ) O Brasil foi colonizado na língua de Portugal.

e) Língua Portuguesa ( ) Não há país sem língua própria.

TEXTO 4

Quem é o teu inimigo?

O que tem fome e te rouba

O último pedaço de pão chama-o teu inimigo,

Mas não saltas ao pescoço

Do teu ladrão que nunca teve fome.

(Bertolt Brecht)

15. Julgue os itens abaixo com V, quando verdadeiro, e F, quando falso, com base no Texto acima.

I. No texto há uma história ficcional, em que duas personagens agem para sobreviver. ( )

II. O argumento principal do texto é que nosso inimigo mais próximo tem sempre comida à mesa. ( )

III. O texto pode ser dividido em duas partes, unidas por uma relação adversativa. ( )

IV. Há um ladrão que não precisa roubar, mesmo assim nós o temos. ( )

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TEXTO 5: Pronominais (Oswald de Andrade)

Dê-me um cigarro / Diz a gramática

Do professor e do aluno / E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco

Da Nação Brasileira / Diz todos os dias

Deixa disso camarada / Me dá um cigarro.

16. Julgue os itens abaixo com V, quando verdadeiro, e F, quando falso, com base no Texto acima.

I. O texto quer mostrar que a gramática é supérflua e difícil. ( )

II. O texto não apresenta nenhuma rebeldia quanto à gramática. ( )

III. O modo de falar e escrever do negro é menos correto que o do branco. ( )

TEXTO 6

A ave nacional - Sabiá lá

E o Sabiá chegou lá. Para alegria das crianças

e dos poetas, o Sabiá é hoje a ave nacional

do Brasil. Pela beleza de seu porte, pela

abrangência de sua distribuição em

território brasileiro e por ser tão cantada em

verso e em prosa por nossos poetas e

compositores, o Sabiá não sai da cabeça das

pessoas. (Folha do meio-ambiente, Bsb, Ano

13, no 131, p. 20)

TEXTO 7

Canção do Exílio

Minha terra tem

palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui

gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

Gonçalves Dias (Coleção

Objetivo, Literatura II, p.

107)

TEXTO 8

Canto do Regresso à Pátria

Minha terra tem palmares

Onde gorjeia o mar

Os passarinhos daqui

Não cantam como os de lá

Oswald de Andrade

(Coleção Objetivo,

Literatura II, p. 107)

17. Deduz-se que:

a) Os textos 6 e 7 pertencem ao mesmo gênero.

b) Os temas dos três textos se complementam.

c) O Sabiá nos textos 6 e 7 tem significados divergentes.

d) Os três textos manifestam uma mesma opinião.

e) Os autores dos textos 7 e 8 tratam o Sabiá de ângulos diferentes.

18. Entre os três textos 7 e 8, existe uma relação de

a) sátira. b) divergência. c) concordância. d) repetição. e) sinônimo.

19. Ouvindo-se frequentemente o termo dólar em frases como:

I. O Brasil devia 600 bilhões de dólares. II. O dólar fechou o dia em alta de 1%.

III. A Bolsa negociou 5 bilhões de dólares. IV. O salário mínimo deve ser de 100 dólares.

reforça a ideia de que:

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10

a) A economia brasileira é inferior. b) A cultura americana é dominadora.

c) A moeda americana é forte. d) A Língua Portuguesa é fraca.

e) O povo brasileiro é acomodado.

1a 2a 3a

20. Com referência à tira de Luís Fernando Veríssimo, julgue os itens seguintes, colocando V, quando

verdadeiro o Item, e F, quando falso.

a) A 2a tira isolada pode ser um elogio à equipe de Fernando Henrique Cardoso. ( )

b) O entendimento das tiras só é possível pelo princípio do confronto. ( )

c) O sentimento provocado nas tiras é o de decepção. ( )

d) O numeral “dez” deve ser lido como indicador de velocidade. ( )

e) O texto produz um efeito de humor. ( )

f) O texto é uma sátira à lentidão com que se tomam as decisões do governo. ( )

g) O texto comprova a necessidade do contexto para a significação. ( )

h) O significado global de um texto é resultado de uma mera soma de suas partes. ( )

i) A relação entre as partes de um texto define o seu sentido. ( )

j) Um texto é caracterizado pela coerência de sentido. ( )

21. Imagine-se em uma das três situações seguintes e tenha que escrever algum texto. Que tipo de texto

melhor se adequaria à situação? Justifique sua resposta

a) Você é uma pessoa de setenta anos, habituada a ler os escritores parnasianos.

__________________________________________________________________________________

f) Você é uma pessoa com grande senso de humor.

__________________________________________________________________________________

g) Você é um administrador com tendência para o jornalismo.

__________________________________________________________________________________

TEXTO 9: Epitáfio do mau-caráter (Jô Soares)

“Foste mau pai, mau marido,

E mau filho também foste.

Apesar da rima pobre:

Graças a Deus, enfim foste!”

22. Julgue os itens abaixo com V, quando verdadeiro, e F, quando falso, com base no Texto 9.

a) O texto celebra, ironicamente, a morte. ( )

b) A expressão “enfim foste” permite apenas uma leitura. ( )

Que cotação você daria ao governo Éfe Agá Cê depois de um mês? ...quilômetros por hora.

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ESCREVER SE APRENDE ESCREVENDO_LEITURA

MENDES, JOSUÉ. 10

c) Se escrevêssemos “mal” com “l”, o texto teria outro sentido e estaria também correto. ( )

d) “rima pobre” contraste a ideia de “pobre alma”. ( )

e) A expressão “Graças a Deus” reforça a ideia de que só Deus aguenta um mau-caráter. ( )

TEXTO 10: Beija-flor (Carlos Drummond de Andrade)

“O beijo é flor

no canteiro

ou desejo na boca?

Tanto beijo nascendo

e colhido

na cama do Jardim

Nenhum beijo beijado

(como beijar o beijo?)

na boca das meninas

e é lá que eles estão

suspensos

invisíveis.

23. Julgue os itens abaixo com V, quando verdadeiro, e F, quando falso, com base no Texto 10.

a) O poema mostra a cena de alguém observando um beija-flor beijando flores. ( )

b) O observador sente inveja do beija-flor porque ele aguça seu desejo. ( )

c) Pode-se deduzir que a flor é uma mulher. ( )

d) O pronome “eles” se refere aos beijos. ( )

e) A conclusão a que se chega é que o observador vai continuar desejando os beijos. ( )

TEXTO 11:

Minha terra tem Corinthians, onde canta o sabiá!

- É, minha terra tem Palmeiras?

- Cada um tem o time que quiser!...

24. Na tira de Maurício de Sousa, o efeito de sentido é produzido pela dupla possibilidade de leitura.

a) Qual é a dupla interpretação possível para esse texto?

_____________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

b) Como é denominado esse processo? _______________________________________________

TEXTO 12: EU LEVO OU DEIXO (DESCONHECIDO)

Conta-se que Rui Barbosa, ao chegar à sua casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal.

Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se

vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-

lhe:

- Ó, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato

vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à

socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de

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cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei

com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.

E o ladrão, confuso, diz:

- Dotô, eu levo ou deixo os pato?

25. Com base na leitura do Texto acima, julgue os itens seguintes colocando V, quando verdadeiro o

Item, e F, quando falso.

a) Predomina no texto a linguagem denotativa. ( )

b) Pela linguagem e tratamento, percebe-se que Rui Barbosa era médico. ( )

c) Rui Barbosa conviveu com escritores do final do século XIX, para quem a reputação se expressava no

nível de vocabulário. ( )

d) “transijo” (L. 5) é um vocábulo apropriado para uma mesa de negociação. ( )

e) No texto, há uma negociação no modelo ganha-perde. ( )

f) O acordo está expresso na palavra “nada” (L. 8). ( )

g) A última linha é um contraexemplo do desfecho de uma negociação. ( )

h) O texto apresenta problema de coesão. ( )

i) Se o ladrão dissesse que o motivo do furto era a privação, poderia ter levado os patos. ( )

TEXTO 13: Esclarecimento

Torno público, a quem interessar possa, que a intimação que foi feita pelo Serviço Notarial e

Registral R.B., relativa a protesto de título do Banco General Motors S.A., no valor de R$ 178,00, com

vencimento para o dia 7/4/1999, deveu-se a extravio do carnê de pagamento e descuido da pessoa

encarregada de pagar a dita prestação, sendo que a mesma foi, de pronto, liquidada.

Pelotas, 14 de maio de 1999.

W.S.R. (firma reconhecida)

26. Em termos de sentido, o texto não deixa dúvidas acerca do que pretende o autor: uma determinada

passagem. Por conta de uma ambiguidade, um efeito cômico foi produzido.

a) Explicite a hipótese absurda a que essa passagem pode levar o leitor.

__________________________________________________________________________________

b) Reescreva apenas o trecho problemático, eliminando a ambiguidade.

__________________________________________________________________________________

TEXTO 14: Diálogo

- Hello, brother?

- Oi.

- How are you?

- Tudo bem.

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27. O uso de expressões ou termos estrangeiros no Brasil é frequente em função de que

a) A Língua Portuguesa tem sua origem em todas as línguas.

b) A influência do inglês é a marca da modernidade.

c) As línguas precisam cooperar para uma comunicação eficaz.

d) Falar mais de uma língua é questão de sobrevivência.

e) Vivemos em uma sociedade da qual participam muitas línguas.

TEXTO 15: Continho (Paulo Mendes Campos)

“Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho, do sertão de Pernambuco. Na soalheira

danada do meio-dia, ele estava sentado na poeira do caminho, imaginando bobagem, quando passou

um gordo vigário a cavalo:

- Você aí, menino, para onde vai essa estrada?

- Ela não vai não: nós é que vamos nela.

- Engraçadinho duma figa! Como você se chama?

- Eu não me chamo não: os outros é que me chamam de Zé.”

28. Com base na leitura do Texto 15, julgue os itens seguintes colocando V, quando verdadeiro o Item, e

F, quando falso.

a) A expressão “imaginando bobagem” mostra o caráter irônico do menino-personagem. ( )

b) A expressão “gordo vigário” não é literal; é uma figura de linguagem. ( )

c) “Engraçadinho duma figa” pode ser substituída por radiante. ( )

d) Na segunda resposta do menino, há um arrependimento porque respondeu mal ao vigário. ( )

e) São características encontradas no menino-personagem: descaradinho, atrevidinho, malcriado e

timidez. ( )

TEXTO 16: O corvo e a raposa (La Fontaine. Fables.)

Um corvo, empoleirado sobre uma árvore, segurava em seu bico um queijo. Uma raposa, atraída pelo

cheiro, dirigiu-lhe mais ou menos as seguintes palavras:

- Olá, doutor corvo! Como o senhor é lindo, como o senhor me parece belo! Sem mentira, se sua voz se

assemelha a sua plumagem, então o senhor é a fênix dos habitantes destes bosques.

Diante dessas palavras, o corvo, não cabendo em si de contente, para mostrar a sua bela voz, abriu um

grande bico e deixou cair sua presa. A raposa apoderou-se dela e disse:

- Meu caro senhor, aprenda que todo bajulador vive às custas de quem lhe dá ouvidos. Esta lição vale,

sem dúvida, um queijo.

O corvo, envergonhado e confuso, jurou, um pouco tarde é verdade, que ele não cairia mais nessa.

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29. A fábula é sempre uma história de homens, mesmo quando as personagens são animais. No caso

dessa fábula, percebe-se que as ações da raposa e do corvo correspondem, respectivamente, às ações

humanas de:

a) enganação e sinceridade b) maldade e bondade

c) amizade e lealdade d) desonestidade e honestidade

e) manipulação e exibicionismo

30. A verdadeira lição que fica dessa fábula pode ser resumida em uma das alternativas abaixo.

a) Os homens precisam aprender como proceder diante dos bajuladores.

b) O ser humano é vaidoso por natureza e gosta de ser cercado por aduladores.

c) O bajulador só consegue sucesso, porque sabe enxergar as qualidades das pessoas.

d) O exibicionista se deixa iludir pelos elogios e nunca se corrige.

e) Não se deve acreditar em elogios, porque todos são mentirosos.

TEXTO 17: Piano (Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa)

Aquela senhora tem um piano

Que é agradável mas não é o correr dos rios

Nem o murmúrio que as árvores fazem...

Por que é preciso ter um piano?

O melhor é ter ouvidos

E amar a natureza.

31. Que simboliza o piano no poema?

_____________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

32. “Renata lia um romance num trecho em que Isaura estava sendo chicoteada. A dor de cada golpe

era lancinante... Renata parou a leitura porque sentiu a fome crescer e foi tratar de alimentar-se.” Com

base no fragmento, julgue os itens abaixo.

a) Renata sentiu as dores das chicotadas. ( ) b) Isaura concebeu a dor da fome. ( )

c) Renata concebeu a dor das chicotadas. ( ) d) Isaura sentiu as dores das chicotadas. ( )

e) Renata teve a sensação da fome. ( )

TEXTO 17:

Um chapéu sobre a cabeça de um camponês é um simples utilitário contra o sol;

sobre a cabeça de uma dama numa cerimônia, é um adorno;

na fronte de um cardeal, é um símbolo de poder;

na mão estendida de um mendigo, quer dizer um pedido de auxílio.

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33. Explique o fenômeno linguístico retratado no fragmento acima.

_____________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

34. Que leitura o gráfico abaixo propõe?

___________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

35. Dê um título que traduza, de forma sintética, a ideia central dos versos de Gregório de Matos.

Título: __________________________________________________________

Nasce o sol e não dura mais que um dia

Depois do dia se segue a noite escura

Em tristes sombras morre a formosura

Em contínuas tristezas, a alegria.

36. O que você entendeu das frases seguintes?

a) Matou a cobra a onça. _____________________________________________________________

b) Em cada olho um grito castanho de dor. _______________________________________________

c) A filha é relaxada como mãe. _______________________________________________________

d) É Claro que a Tim é Vivo. ___________________________________________________________

37. Faça uma leitura dos slogans abaixo, relacionando-os às suas respectivas empresas, tomando como

base o princípio da compreensão e da interpretação.

a) Quando uma menina vira mulher, os homens viram meninos. ( ) Funerária

a) Pense grande. Você já ouviu falar de Alexandre o Médio? ( ) Escova dental Oral B

b) Tão fascinante como a Disney. Mas o mouse é mais inteligente ( ) Consultores de empresas

c) Nossos clientes nunca voltaram para reclamar. ( ) Compaq

d) Nunca foi tão fácil tirar doce da boca de crianças. ( ) Lingerie Valisère

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TEXTO 18: Propaganda de uma loja de calçados.

“Dois pequenos goles de vinho e um calçado certo

Deixam qualquer mulher irresistivelmente alta.”

38. Na propaganda acima, o efeito de sentido produzido é criado pela dupla possibilidade de leitura.

c) Qual é a dupla interpretação possível para essa propaganda?

_____________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

b) Como é denominado esse processo? _______________________________________________

TEXTO 19: Piada (Diálogos desencontrados)

“Um garoto pergunta para o outro:

- Você nasceu em Pelotas?

- Não, eu nasci inteiro.”

39. Na piada acima, o efeito de sentido produzido é criado pela dupla possibilidade de leitura.

d) Qual é a dupla interpretação possível para essa piada?

_____________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

b) Como é denominado esse processo? _______________________________________________

TEXTO 19:

“O mendigo se aproxima de uma madame cheia de sacolas de compras, no centro da cidade, e diz:

- Senhora, estou sem comer faz quatro dias…

- Meu Deus! Gostaria de ter sua força de vontade!”

40. Com base na piada acima, responda às questões seguintes:

a) O que de fato o mendigo quis dizer à madame?

__________________________________________________________________________________

b) O que a madame compreendeu?

__________________________________________________________________________________

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TEXTO 20:

41. Com base na propaganda acima, responda às questões seguintes:

a) Qual é a intenção dessa propaganda?

__________________________________________________________________________________

b) Para que público ela se dirige?

__________________________________________________________________________________

c) Descreva os recursos usados no anúncio para chamar atenção das pessoas e alcançar seu objetivo.

__________________________________________________________________________________

d) Você acha que o anúncio é criativo, consegue convencer as pessoas? Por quê?

__________________________________________________________________________________

Sugestão de atividade

a) Um aluno coloca-se no lugar de um escritor e os colegas o entrevistam.

b) Um aluno deve recontar uma história, transportando-se para um futuro ou passado remoto.

c) O leitor deve fazer uma propaganda ou comercial do texto lido.

d) O aluno deve apresentar uma cena que é coerente com o livro, mas que não está nele.

e) O aluno deve escolher personagens da vida real para fazer viver o drama de uma história.