liberdade e privacidade digital no brasil

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Liberdade e privacidade digital no Brasil Professor Herbert Miguel www.herbertgaleno.blogspot.com.br www.youtube.com.br/herbertmiguel Atualidade s

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Page 1: Liberdade e privacidade digital no brasil

Liberdade e privacidade

digital no BrasilProfessor Herbert Miguel

www.herbertgaleno.blogspot.com.brwww.youtube.com.br/herbertmiguel

Atualidades

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No Brasil, um caso judicial recente de acesso a dados foi o bloqueio do WhatsApp por

ordem da Justiça

Em fevereiro deste ano, uma batalha jurídica entre a empresa Apple e o FBI se tornou pública. Após várias

semanas, o FBI conseguiu desbloquear o celular de um dos terroristas responsáveis pelo ataque que matou 14 pessoas

na cidade San Bernardino (EUA) em dezembro de 2015.

O terrorista foi morto e o FBI dizia que informações

no celular bloqueado poderiam ajudar a

elucidar as investigações. Assim, pediu a Apple para

desenvolver um novo software, uma espécie de

“chave mestra” ou “supersenha” para burlar a criptografia do iPhone e

acessar a memória contida no aparelho.

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A Apple negou o pedido, alegando que isso estabeleceria um precedente perigoso. Se o software caísse em mãos erradas, colocaria em risco a segurança de todos os iPhones e a credibilidade da empresa. Em nota, a empresa declarou “a Apple acredita profundamente que cidadãos dos EUA e de outras partes do mundo merecem proteção aos seus dados, segurança e privacidade. Sacrificar um desses itens em detrimento de outro só coloca as pessoas e países em grande risco”. O posicionamento da Apple diante do caso foi apoiado por outras empresas de tecnologia, como Google, Facebook e Microsoft.Fonte: vestibular.uol.com.br

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Edward Snowden

Em 2013, o ex-funcionário da CIA divulgou para a imprensa uma série de documentos sigilosos da

Agência de Segurança Nacional dos EUA que comprovaram atos de espionagem do governo norte-americano em diversos países. Algumas

autoridades brasileiras, dentre elas a presidente da república, Dilma Rousseff, foram monitoradas pela

NSA (Agência Nacional dos Estados Unidos).

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A segurança de dados se tornou uma das grandes questões do nosso tempo, em que a democratização da tecnologia digital e o uso de redes sociais são crescentes. Além de informações pessoais como contas bancárias, Imposto de Renda, fotos íntimas e e-mails, senhas e dados criptografados protegem informações estratégicas de servidores e banco de dados de empresas, instituições de pesquisa, agências do governo, usinas de energia e bases militares.

Discussão

Liberdade civil

Segurança coletiva

Privacidade dos dados digitais

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Em 1999 Scott Mcneally, o CEO da Sun Microsystems, deu declarações polêmicas

afirmando inexistir privacidade quanto aos

dados pessoais armazenados em sistemas.

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Na Europa o direito à proteção dos dados pessoais é um direito fundamental da Carta Europeia dos Direitos Fundamentais. A lei se aplica a todos os membros da União Europeia.

As pessoas esperam cada vez mais segurança em seus dados pessoais que são fornecidos as

empresas e as instituições

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Depois do escândalo revelado por Snowden, há hoje um maior consenso de que a privacidade digital faz parte dos direitos humanos e que os Estados devem ser impedidos de forçar as empresas de tecnologia a facilitar os acessos. Hoje diversos países sofrem pressão para criar ou reforçar leis que evitem o acesso ilegal de dados.

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No Brasil, um caso judicial recente de acesso a dados foi o bloqueio do WhatsApp por ordem da Justiça. Em maio deste ano, a justiça do estado de Sergipe determinou que operadoras de telefonia realizassem o bloqueio do aplicativo de mensagem instantânea por 72 horas.

O bloqueio foi pedido porque o Facebook, dono do WhatsApp, não cumpriu uma decisão judicial anterior de compartilhar informações que subsidiariam uma investigação criminal sobre crime organizado e tráfico de drogas. Em novembro de 2015, o juiz Marcel Montalvão pediu que o Facebook informasse o nome dos usuários de uma conta no WhatsApp em que informações sobre drogas eram trocadas no aplicativo.

Em nota, o WhatsApp Brasil declarou que "esta decisão pune mais de 100 milhões de brasileiros que dependem do nosso serviço para se comunicar, administrar os seus negócios e muito mais, para nos forçar a entregar informações que afirmamos repetidamente que nós não temos."

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O não fornecimento de informações sobre usuários do aplicativo já havia resultado na prisão do presidente do Facebook para América Latina em março deste ano. Não é a primeira vez que um tribunal decide pela suspensão do acesso ao aplicativo no Brasil.

O bloqueio anterior ocorreu em dezembro de 2015, quando a Justiça de São Paulo ordenou que as empresas impedissem a conexão por 48 horas em represália ao WhatsApp ter se recusado a colaborar com uma investigação criminal.

O aplicativo ficou inacessível por 12 horas e voltou a funcionar por decisão do Tribunal de Justiça de SP.

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Marco Civil da Internet (Lei n. 12.965/14)• A lei entende como uma das garantias de direitos do cidadão é o direito à

inviolabilidade da intimidade e da vida privada, assegurado o direito à proteção e à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; o direito à inviolabilidade e ao sigilo de suas comunicações pela internet e comunicações privadas armazenadas, salvo por ordem judicial e o não fornecimento a terceiros de seus dados pessoais, inclusive registros de conexão, e de acesso a aplicações de internet, salvo mediante consentimento livre.• O princípio da liberdade de expressão também é outro pilar do Marco Civil, que

entende que qualquer pessoa pode se expressar no meio digital. As aplicações e provedores de acesso não serão responsabilizados por postagens de seus usuários e as publicações só serão retiradas do ambiente online mediante a ordem judicial.

Um dos artigos do Marco Civil poderia permitir à justiça suspender aplicativos na internet, nos casos de descumprimento de decisão judicial para quebra de sigilo.

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Outra discussão no debate sobre privacidade na internet é a questão do direito ao “esquecimento digital”, uma garantia jurídica para solicitar o apagamento de dados pessoais disponíveis na internet, tais como informações sensíveis (questões políticas e econômicas, dados médicos, religião, sexualidade) e dados individuais (perfil de compra, circulação geográfica, imagens, salário etc).

Neste sentido, em 2014, o Tribunal de Justiça da União Europeia determinou que a empresa Google e outros motores de busca devem remover de seus resultados

de buscas os links que remetam para páginas com informações pessoais a respeito de cidadãos europeus que não quiserem ver seus nomes associados a

fatos que eles próprios considerem inadequados, irrelevantes ou descontextualizados. Apesar disso, a regra não se aplica à imprensa, que tem o

seu direito de liberdade garantido.

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No Brasil ainda não existe uma legislação clara sobre o assunto. Em 2013, o debate teve início com o Enunciado 531 da VI Jornada de Direito Civil, produzida através do CJF (Conselho da Justiça Federal). Baseado no princípio da dignidade humana, o texto determinou que dentre os direitos protegidos no que diz respeito à personalidade da pessoa humana na sociedade da informação, deve estar o direito de ser esquecido. Assim, o Estado estaria protegendo a intimidade e a vida privada das pessoas envolvidas.

Por: Carolina Cunha – vestibular.uol.com.br

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Direitos e Dignidade Humana• A primeira geração de direitos humanos trata

das liberdades individuais civis clássicas, do direito à vida e dos direitos políticos de participação, embasando a “igualdade formal”

Deste modo, foram reconhecidas as liberdades civis, os impedimentos e limitações à ingerência arbitrária estatal na vida dos indivíduos particulares, impondo ao

Estado obrigações de não fazer, assegurando-se, por exemplo, liberdade de crença, de reunião, de profissão, de expressão, propriedade privada, segurança, igualdade

de todos perante a Lei, de forma que todos os homens nascem livres e iguais, sendo tais direitos exercidos independente de anuência do Estado, este ao mesmo

tempo impedido de obstá-los.

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• A segunda geração de direitos humanos trata da igualdade, aborda os direitos sociais (proteção contra desemprego, condições mínimas de trabalho, assistência em caso de invalidez, aposentadoria e de assistência social, saúde), culturais (direito à educação básica) e econômicos.• A terceira geração de direitos humanos trata

da fraternidade (solidariedade), dos direitos dos povos e dos direitos difusos, direitos de interesse das coletividades situados entre o interesse público e o interesse privado. Refere-se à coletivização de direitos, incluído o direito a um ambiente ecologicamente equilibrado.

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• A quarta geração de direitos humanos trata do biodireito e do direito à informação.• A quinta geração de direitos humanos trata do direito à paz em razão

dos crescentes conflitos armados ao redor do mundo, da insegurança entre nações e constantes atentados terroristas.• Os direitos humanos são direitos naturais, inerentes a qualquer ser

humano, reconhecidos por meio de instrumentos de direito internacional, como os Tratados da ONU (Organização das Nações Unidas) e da OEA (Organização dos Estados Americanos).

Fonte: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14054.