leonardo boff pÕe o dedo na ferida … · uma das consequências mais perigosas da nossa...
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#145
Edição Oásis
LEONARDO BOFF PÕE O DEDO NA FERIDASeremos uma célula cancerígena a ser extirpada?
PRÊMIO SONY DE FOTOGRAFIAUma amostra do que teremos em 2014
PATAGÔNIA NORTEAventura na província chilena de Aysén
inAtividAdE fíSicA mAtA mAiS dE 5 milhõES A cAdA Ano
CLUBE DOS PREGUIÇOSOS
2/46OáSIS . Editorial
por
Editor
PEllEgriniLuis
U m dado inquietante: um terço da população mundial adulta é fisicamente inativa e o sedentarismo mata cerca de 5 milhões de pessoas por ano no mundo. o hábito nefasto da vida pa-
rada, do pouco caminhar, da falta quase completa de exercício físico é uma das consequências mais perigosas da nossa civilização.
não há dúvida de que o fogão elétrico ou a gás, que eliminou a esta-fante obrigação de rachar a lenha com o machado, a máquina de lavar roupa, que acabou com as barrigas molhadas na beira do tanque, o automóvel, que aposentou as pernas, e tantas outras facilidades da vida moderna, deixaram as coisas mais confortáveis. Mas o reverso dessa medalha é que nossa musculatura deixou de ser trabalhada, as articu-lações vão enferrujando, e conheço gente jovem que não consegue mais puxar a rolha de uma velha garrafa de vinho. o bíceps murchou.
o pior são as doenças crônicas não transmissíveis, provocadas pela inatividade física, que já atingiram níveis de epidemia global. Entre
As doençAs crônicAs não trAnsmissíveis, provocAdAs pelA inAtividAde físicA, já AtingirAm níveis de
epidemiA globAl. entre elAs os mAis vAriAdos tipos de doençAs cArdiovAsculAres, hipertensão ArteriAl,
diAbete e Alguns tipos de câncer
OáSIS . Editorial
por
Editor
PEllEgriniLuis
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elas os mais variados tipos de doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabete e alguns tipos de câncer. não à toa o Bangla desh, campeão do mundo do trabalho e da atividade física, com um índice de inatividade de apenas 4,7%, apresenta também um dos menores índices mundiais de ocorrência dessas doenças. nesse país asiático, um dos mais pobres do mundo, as pessoas morrem de velhice, ou nas tremendas enchentes provocadas por furacões. Mas não morrem como muitos de nós, por encostarem o próprio corpo horas e horas a fio sentados diante da televisão.
nossa matéria de capa trata do sedentarismo e dos males que ele provoca. revela que o povo mais sedentário do mundo são os mora-dores da ilha de Malta, no Mediterrâneo, com um índice de inatividade que supera 70%. Mas os brasileiros não estão assim tão longe dos malteses: o índice médio aqui está pelos 45%...
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DÊN
cIACLUBE DOS PREGUIÇOSOS
Inatividade física mata mais de 5 milhões a cada ano
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ual é o povo mais preguiçoso do mundo? São os plácidos habitantes da ilha de Mal-ta, no Mediterrâneo central. Com um índice de inativida-de física superior a 70%, os
malteses lideram a classificação das nações mais preguiçosas do mundo. O país mais
ativo do mundo é o Bangladesh, com um índice de inatividade de apenas 4,7%.
No Brasil, entre os homens, o maior se-dentarismo foi observado em João Pessoa/PB (47,3%), Natal/RN (46,8%) e Maceió/AL (43,9%). O menor sedentarismo foi encontrado nas cidades de Boa Vista/RO (28,6%), Porto Velho/RO (31,7%) e Pal-mas/TO (33,3%). Entre as mulheres, as maiores frequências de sedentarismo fo-ram encontradas em Aracaju/SE (26,5%), Natal/RN (25,4%) e João Pessoa/PB (25%). As menores taxas são as de Boa Vista/AM (14,6%), Manaus/AM (14,8%) e Porto Velho/RO (16,6%). De maneira ge-ral, a frequência de adultos que praticam atividade física no lazer foi considerada modesta em todas as capitais brasileiras. O Distrito Federal, com 21,5%, foi a unidade onde as pessoas mais praticam atividade física, e São Paulo (10,5%), a capital onde menos se praticam exercícios físicos. O estudo também verificou que mais homens do que mulheres praticam atividades físi-cas no lazer.
Esses dados emergem da pesquisa levada a cabo por uma equipe da Universidade Fe-deral de Pelotas, Rio Grande do Sul, capi-taneada pelo cientista Pedro C. Hallal,
Q
cientista brasileiro coordena série especial da revista britânica the lancet sobre atividade física; publicação contém análises inéditas que quantificam o impacto global da inatividade física sobre as principais doenças crônicas não-transmissíveis, como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabete tipo 2 e alguns tipos de câncer
Por: EquiPE oásis
com o objetivo de estudar os povos que exercem pouca atividade física. Essa pesquisa cruzou dados levantados em 122 países pela Global Physical Activity e a Inter-national Physical Activity. Atualizados pela Organiza-ção Mundial da Saúde e relativos não apenas às prati-cas desportivas mas também ao movimento exercido no ambiente doméstico, nos meios de transporte e no tempo livre, os dados revelam que a inatividade é mui-to difundida sobretudo entre as mulheres e os idosos das nações mais ricas.
A pesquisa revelou também um dado inquie-tante: um terço da população mundial adulta é fisicamente inativa e o sedentarismo mata cerca de 5 milhões de pessoas por ano no mundo. Três dentre cada 10 indivíduos com mais de 15 anos - o que representa 1 bilhão e meio de pessoas no mundo - não seguem as recomendações de atividade física. O pro-blema foi descrito pelos cientistas como uma “pandemia”. O quadro para os adolescentes é ainda mais preocupante: quatro em cada cinco jovens com idade entre 13 e 15 anos não se exercitam o suficiente.
A inatividade física é descrita no estudo como a falta de exercícios moderados por uma duração de 30 minutos, cinco vezes por semana, e práticas mais rigorosas durante 20 minutos, três vezes por semana, ou até mesmo a combinação das duas coisas. Os pesquisadores também comprovaram que o
sedentarismo aumenta com a idade, é maior entre as mulheres e predomina em países ricos.
Um segundo estudo, comparando atividades físicas com estatísticas de incidência de doenças como diabe-tes, problemas cardíacos e câncer, mostrou que a falta de exercício é responsável por mais de 5,3 milhões das 57 milhões de mortes ocorridas em todo o mundo, em 2008.
O documento diz ainda que inatividade é um fator de risco comparável ao fumo e à obesidade. De acordo
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com o estudo, a falta de exercício causa cerca de 6% das doenças coronarianas, 7% dos casos de diabetes tipo 2, que é a forma mais comum, e ainda 10% dos cânceres de cólon e mama.
Reduzir o sedentarismo em 10% pode eliminar mais de meio milhão de mortes a cada ano, segundo os espe-cialistas, que acrescentam ainda que as estimativas são conservadoras.
O corpo humano precisa de exercícios para manter os-sos, músculos, coração e outros órgãos com o funciona-mento ideal. Mas as pessoas estão andando, correndo e pedalando cada vez menos e passando mais tempo em
carros e na frente do computador.
Ao generalizar a atividade física, a expectativa de vida da população mundial poderia aumentar em 0,68 ano, quase como se todos os americanos obesos voltassem ao peso normal, acrescenta o estudo. Também estima--se que o tabaco mate 5 milhões de pessoas por ano.
A maioria dos adultos inativos é encontrada em Malta (71%), Sérvia (68%), Reino Unido (63%), enquanto a Grécia e a Estônia estão em as nações que mais se mo-vimentam, com apenas 16 e 17% respectivamente de pessoas inativas.
Sobre a questão de como convencer as pessoas a se movimentarem, nenhum estudo tem uma receita mi
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raculosa. De acordo com Gregory Heath (University of Tennessee), que estudou diferentes tentativas entre 2001 e 2011, as medidas mais eficazes são as campa-nhas dos meios de comunicação e pequenas mensa-gens, como “subir de escada ao invés de elevador”. Ele também cita o exemplo de clubes de caminhada, a cria-ção de ciclovias ou a proibição pontual da circulação de carros nos centros das cidades.
Os esforços são particularmente necessários em países com renda baixa e média, onde as mudanças econômi-cas e sociais podem reduzir rapidamente a atividade física, até então relacionada com o trabalho e trans-porte, acrescenta Heath.
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á negacionistas da Sho-ah (eliminação de mi-lhões de judeus nos campos nazistas de ex-termínio) e há negacio-
nistas das mudanças climáticas da Terra. Os primeiros recebem o desdém de toda a humanidade. Os segundos, que até há pou-co sorriam cinicamente, agora veem dia a dia suas convicções sendo refutadas pelos fatos inegáveis. Só se mantêm coagindo
cientistas para não dizerem tudo o que sa-bem, como foi denunciado por diferentes e sérios meios alternativos de comunição. É a razão ensandecida que busca a acu-mulação de riqueza sem qualquer outra consideração.
Em tempos recentes temos conhecido eventos extremos da maior gravidade: Katrina e Sandy nos EUA, tufões terríveis no Paquistão e em Bangladesh, o tsunami no Sudeste da Ásia e o tufão no Japão que perigosamente danificou as usinas nucle-ares em Fukushina e ultimamente o avas-salador tufão Haiyan nas Filipinas com milhares de vítimas.
Sabe-se hoje que a temperatura do Pací-fico tropical, onde nascem os principais tufões, ficava normalmente abaixo de 19,2 graus centígrados. As águas marítimas foram aquecendo a ponto de, a partir de 1976, ficarem por volta de 25 graus cen-tígrados e a partir de 1997/1998 alcança-ram 30 graus centígrados. Tal fato produz grande evaporação de água. Os eventos extremos ocorrem a partir de 26 graus centígrados. Com o aquecimento, os tu-fões estão acontecendo com frequência cada vez e com maior velocidade. Em 1951 eram de 240 quilômetros hora;
Hfilósofo, teólogo, escritor e comissionado da carta da terra, leonardo boff aponta neste artigo as tristes perspectivas que nos esperam se não mudarmos nossa conduta em relação ao planeta e à vida em sociedade
Por LEonardo BofffontE: sitE MErcado Ético
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em 1960-1980 subiram para 275 quilômetros hora; em 2006 chegaram a 306 quilômetros hora e em 2013 aos terrificantes 380 quilômetros hora.
Nos últimos meses quatro relatórios oficiais de orga-nismos ligados a ONU lançaram veemente alerta so-bre as graves consequências do crescente aquecimen-to global. Com 90% de certeza é comprovadamente provocado pela atividade irresponsável dos seres humanos e dos países industrializados.
Em setembro o IPCC que articula mais de mil cientistas o confirmou; o mesmo fez o Programa do Meio Ambiente da ONU (PNUMA); em seguida o Relatório Internacional do Estado dos Oceanos denunciando o aumento da acidez que por isso ab-sorve menos C02; finalmente em 13 de novembro em Genebra a Organi-zação Meteorológica Mundial. Todos são unânimes em afirmar que não estamos indo ao encontro do aque-cimento global: já estamos dentro dele. Se nos inícios da revolução in-dustrial o CO2 era de 280 ppm (par-te de um milhão), em 1990 elevou-se a 350 ppm e hoje chegou a 450 ppm. Neste ano noticiou-se que em algu-mas partes do planeta já se rompeu a barreira dos 2 graus centígrados, o
que pode acarretar danos irreversíveis para os seres vivos.
Poucas semanas atrás, a Secretária Executiva da Con-venção do Clima da ONU, Christina Figueres, em ple-na entrevista coletiva, desatou em choro incontido por denunciar que os países quase nada fazem para a adaptação e a mitigação do aquecimento global. Yeb Sano das Filipinas, na 19ª Convenção do Clima em Varsóvia ocorrida entre 11-22 de novembro, chorou diante de representantes de 190 países contando o horror do tufão que dizimou seu pais, atingindo sua
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LEonardo Boff
própria família. A maioria não pode conter as lágri-mas. Mas para muitos eram lágrimas de crocodilo. Os representantes já trazem no bolso as instruções previamente tomadas por seus governos e os grandes dificultam por muitos modos qualquer consenso. Lá estão também os donos do poder no mundo, donos das minas de carvão, muitos acionistas de petrolíferas ou de siderurgias movidas a carvão, as montadoras e outros. Todos querem que as coisas continuem como estão. É o que de pior nos pode acontecer, porque então o ca-minho para o abismo se torna mais direto e fatal. Por falta de consenso entre os representantes dos povos, desprezando os dados científicos, se entende que as
centenas ONGs presentes na 19ª Convenção sobre o clima em Varsóvia abandonaram as discussões e em protesto foram embora.Por que essa irracional resistência às mudanças que nos podem salvar?
Respondendo, vamos diretos à questão central: esse caos ecológico é tributado ao nosso modo de produ-ção que devasta a natureza e alimenta a cultura do consumismo ilimitado. Ou mudamos nosso paradig-ma de relação para com a Terra e para com os bens e serviços naturais ou vamos irrefreavelmente ao
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encontro do pior. O paradigma vigente se rege por esta lógi-ca: quanto posso ganhar com o menor investimento possível, no mais curto lapso de tempo, com inovação tecnológica e com maior potência competitiva? A produção é para o puro e sim-ples consumo que gera a acumu-lação, este, o objetivo principal. A devastação da natureza e o empobrecimento dos ecossis-temas aí implicados são meras externalidades (não entram na contabilidade empresarial). Como a economia neoliberal se rege estritamente pela compe-tição e não pela cooperação, se estabelece uma guerra de mer-cados, de todos contra todos. Quem paga a conta são os seres humanos (injustiça social) e a natureza (injustiça ecológica).Ocorre que a Terra não aguenta mais este tipo de guerra total contra ela. Ela precisa de um ano e meio para repor o que lhe arrancamos durante um ano. O aquecimento global é a febre que denuncia estar do-ente e gravemente doente.
Ou começamos a nos sentir parte da natureza e então a respeitamos como a nós mesmos, ou passamos do paradigma da conquista e da dominação para aquele do cuidado e da convivência e produzimos respeitan-
do os ritmos naturais e dentro dos limites de cada ecossistema ou então preparemo-nos para as amargas lições que a Mãe Terra nos dará. E não é excluída a possibilidade de que ela já não nos queira mais sobre sua face e se liberte de nós como nos libertamos de uma célula cancerígena. Ela continuará, coberta de cadáveres, mas sem nós. Que Deus não permita seme-lhante e trágico destino.
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PRÊMIO SONY DE FOTOGRAFIA
Uma amostra do que teremos em 2014
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oram anunciados nesta segunda feira, 9 de dezembro, os mem-
bros do júri do Sony World Photography Awards 2014, o mais prestigioso prêmio de fotografia do mundo, aberto tanto a pro-fissionais quanto aos amadores. Enquanto esperamos a proclamação dos vencedores, aqui está uma seleção de fotos inscritas na competição na categoria Open (aberta a to-dos). Pela amostragem, o resultado final do Sony Awards 2014 será simplesmente sensa-cional. Para participar do concurso, os inte-
ressados podem enviar suas fotos ao site do World Photo até o dia 6 de janeiro de 2014 (para os não profissionais, categoria Open); os profissionais têm prazo até dia 9 de janeiro. No dia 14 de fevereiro serão anunciados os vencedores.
FA fotografia é a arte do momento. Aqui está uma amostragem de belíssimas imagens que concorrem ao prêmio internacional sony de fotografia
Por: EquiPE oásis
1 Tempestade de areia
Esta foto foi tirada no vale do rio Omo, na Etiópia. O fotógrafo Carlos Duarte chegou, em companhia de um guia, na al-deia de Arbore e logo percebeu a chegada de um tsunami marrom que progredia em sua direção. Foi um momento abso-lutamente incrível. Quando a tempestade de areia estava acabando, ele fotografou esse garoto sentado sobre uma velha árvore tendo às costas a tempestade que já se afastava. Foto: Carlos Duarte, Espanha, categoria Open People.
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2 Isso sim é que é estação de metrô!
Uma estação do metrô de Duisburg, na Alemanha. Foto: Holger Schmidtke, Alemanha, categoria Open Arquitetura.
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3 Abrigo para girafas
Cory Kipa fotografou essas girafas no zoológico Toronga, em Sidney, Austrália. Um súbito temporal fez com que esse grupo de jovens girafas procurasse abrigo. Sem a presença de suas mães, isoladas em um outro recinto, elas se mostra-vam muito inseguras. Foto: Cory Kipa, Nova Zelândia, categoria Open Nature & Wildlife.
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4 Triste e pensativa
Lili Bolgashvili, uma jovem atriz do Teatro Mossoveta, em Moscou. Foto: Eugene Stulov, Rússia, categoria Open Arts and Culture.
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5 O último dia do verão
Foto tirada durante um festival na localidade de Novorossiysk, na Rússia, no dia 31 de agosto de 2013. O autor da foto, Kryzhko, cobriu sua máquina com uma folha de plástico e se lançou em meio à multidão para fotografar. Foto: Igor Kryzhko, Rússia, categoria Open Smile.
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6 Mascarados
No mosteiro de Tamshing Lhakhang, em Bumthang, no Butão, celebra-se todos os anos um festival com danças nas quais os bailarinos usam máscaras tradicionais. Na foto, um garoto brinca com um dos dançarinos num momento de pausa das extenuantes danças. Foto: Joyce Le Mesurier, Singapura, categoria Open Arts and Culture.
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7 No alto da cúpula de Londres
Uma fila de turistas sobe à cúpula do salão de exposições London O2 Millenium Dome. A estrutura, projetada pelo ar-quiteto Richard Rogers, encontra-se precisamente sob a linha do Meridiano de Greenwich e é um excelente ponto para se descortinar um panorama da cidade de Londres de uma altura de 52 metros. Foto: Kevin John Bleasdale, Inglaterra, categoria Open Architecture.
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8 O cavaleiro e o seu burrico
Esta foto foi tirada em um ambiente natural, porém controlado. Seria praticamente impossível encontrar uma cena des-tas na natureza aberta, onde as distâncias são enormes. O fotógrafo sueco Nicolas Reusens Boden estava na Costa Rica durante um workshop de fotografia naturalista quando uma pequena rã (Agalychnis callidryas) saltou sobre o dorso de um escaravelho titan (Titanus giganteus) que estava dormindo. O fotógrafo teve apenas o tempo de apontar a câmera para imortalizar esse extraordinário momento, e a rã já saltava novamente, abandonando sua posição de amazona. Foto: Nicolas Reusens Boden, Suécia, categoria Open Nature & Wildlife.
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9 As crianças, onde estão?
Um parque de diversões em Medellín, na Colômbia. Foto: Pedro Londono, Colômbia, categoria Open Low Light.
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10 Brincando na chuva
“Quando você é jovem nada pode lhe impedir de se divertir com os amigos. Nem sequer uma chuvarada durante um banho num dia de verão”, diz a norte-americana Samantha Fortenberry, autora da foto. Ela foi tirada de uma ponte no parque urbano de Scottsboro, no Alabama. Foto: Samantha Fortenberry, EUA, categoria Open Low Light.
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11 Pequenos reis
A remota aldeia de Nyahynyu, habitada pelo povo konyak, encontra-se no distrito de Nagaland (Índia) perto da fronteira com o Myammar. Em cada aldeia existe a figura do Angh (o chefe dos chefes) e a sucessão é determinada por via dinás-tica. Na foto aparecem dois jovens “reis” cujo futuro já está determinado. Foto: Sergio Carbajo, Espanha, categoria Open Travel.
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12 Entre passado e presente
Realizada no bairro de Fatih, o mais conservador de Istambul, na Turquia, esta foto mostra como a tradição e a moda podem conviver. A foto se intitula “Muslim fashion” (Moda muçulmana). Foto: Simone Sapienza, Itália, categoria Open Travel.
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13 Reunião silenciosa
Esta foto panorâmica foi tirada numa pequena praia de Amsterdam, na Holanda, durante uma visita ao país do fotógra-fo português Sinan Dinis. Ele encontrou este grupo de estacas de madeira dispostas em círculo na areia, reunidas ao re-dor de um mastro central. Foto: Sinan Dinis, Portugal, categoria Open Panoramic.
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PATAGÔNIA NORTEAventura na província chilena de Aysén
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sta não é a primeira vez que viajo ao Chile, o mítico país da América do Sul que abriga belezas naturais tão distintas e ao mesmo tempo tão úni-cas: pelo seu território espalham-se desde o deserto do Atacama (o mais
árido do planeta), a Ilha de Páscoa e seus mis-teriosos totens até geleiras e fiordes milenares banhados pelo Oceano Pacífico. Mas, antes mesmo da aterrissagem do avião que leva a Santiago, a capital e uma das principais por-tas de entrada do país, surge a Cordilheira dos Andes, com seus quilômetros de montes
marrom-acinzentados e picos pincelados pela neve. Durante os próximos oito dias, tempo que permanecerei na região de Aysén, situada no extremo sul do país e ao norte da Patagônia chilena, essa majestosa cadeia de montanhas acompanhará os meus passos e me deixará percorrer a sua trilha.
Para chegar a Aysén, precisamos embarcar em outro avião rumo a Balmaceda. Depois, percorreremos cerca de 80 quilômetros pela Carretera Austral até o Lago Elizalde. A Car-retera Austral é a principal rodovia do lugar. Ela começa em Puerto Montt e se estende até o ponto mais distante da Patagônia chilena: a Villa O’Higgins. Foi construída pelo então presidente Augusto Pinochet na metade da década de 1970, com os objetivos de desen-volver o extremo sul do país, até então pra-ticamente isolado, e de defendê-lo de uma possível invasão da Argentina. Suas terras ricas em minérios foram palco de disputas – e quase de uma guerra em 1979 – entre os dois países.
Também será essa rodovia de 1240 quilôme-tros que nos revelará os encantos de Aysén, descortinando a cada trecho percorrido ima-gens memoráveis ao olhar. Diante dele, as paisagens se revezarão, ora nos brindando com rios e lagos de intenso turquesa, par-ques e reservas naturais tingidos pela vege
Erios e lagos de intenso turquesa, parques e reservas naturais e vales verdinhos, a região de Aysén, no norte da patagônia chilena, abriga ainda glaciares milenares e surpreende por sua exótica beleza selvagemPor faBíoLa Musarra, da Patagônia nortE, chiLE. fotos dE JaiME BorquEz E dE andrÉ PEssoa
tação alaranjada do outono e vales repletos de montanhas de picos nevados; ora nos surpreendendo com a engenho-sidade de seus canais, fiordes e glaciares.
Banhada a oeste pelo Oceano Pacífico, a região de Aysén, também conhecida como Décima Primeira Região, faz di-
visa a leste com a Argentina, ao norte com a região de Los Lagos e ao sul com a região de Magalhães e a Antártica chi-lena. Com aproximadamente 100 mil quilômetros qua-drados, dos quais 50 mil são protegidos, abriga 12 reservas naturais e cinco parques na-cionais, entre eles o Laguna San Rafael, declarado Reserva da Biosfera pela Unesco em 1979.Integrada pelas comunas Coyhaique (capital), Aysén, Ibañez, Chile Chico, Cochra-ne, Guaitecas e Puerto Aguir-re, a região de Aysén apre-senta uma curiosa densidade demográfica: 0,9 habitante por km2, o que significa que é possível andar distâncias inimagináveis sem encontrar
um único ser humano, apenas contemplando a natureza em absoluta introspecção. Aliás, essa é uma viagem para quem não se importa com baladas e agitação – a maioria dos lugares não tem acesso à internet, telefone e televi-são (estamos quase saindo do mapa, lembram-se?). Mas, para quem não se importa, este paraíso de beleza selva-gem reserva inúmeros tesouros.
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coM uMa BELEza PraticaMEntE intacta E sELvagEM, a rEgião dE aysÉn aBriga inúMEros tEsouros, dEsdE Lagos E rios atÉ rEsErvas E ParquEs nacionais/ foto: andrÉ PEssoa
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cordiLhEira dos andEs/ foto andrÉ PEssoa
do estrago da de 1991, quando provocou 500 tremores de terra e sua enorme nuvem piroclástica de 1000 graus centígrados invadiu e devastou a região. Após três dias de intensa fúria, o Hudson silenciou, mas deixou como legado um solo coberto com até um metro de cinzas.
Nosso destino é Puerto Tranquilo, a porta de acesso ao Lago General Carrera. Composto por incontáveis tons de
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Pé na estrada
A Reserva Cerro Castillo e o Vale Simpson, que abriga o rio de mesmo nome, ficam no caminho que leva ao Lago Elizalde. O sol e o azul intenso do céu nos dão boas-vindas e, como perfeitos anfitri-ões, nos presenteiam com verdes vales recobertos por chicórias. Essas flo-res amarelas se estendem pelo horizonte compondo um longo tapete capri-chosamente bordado pela natureza.
É na margem do suntuoso Lago Elizalde que ficam as cabanas onde passare-mos a noite. Bastante concorrido pelos amantes de pesca, um esporte muito apreciado pelos moradores locais, o lago também é famoso pela enorme quantidade de trutas que nele habitam. Na manhã seguinte, uma das mais gla-mourosas atrações da região nos aguarda: o Lago General Carrera e a Capela de Mármore (Capilla de Mármol, como é seu nome).
Na ida passamos pelo Rio Ibañez e o Vulcão Hudson. A cada 20 anos, o temperamental vulcão entra em erupção. A última delas foi em 2011, mas não chegou nem perto
rEfLEtindo tons dE turquEsa E EsMEraLda, as águas dos Lagos da rEgião dE aysÉn são totaLMEntE cristaLinas/
foto andrÉ PEssoa
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o suntuoso Lago ELizaLdE, na rEgião dE aysÉn, É BastantE concorrido PELos aMantEs da PEsca/
foto andrÉ PEssoa
turquesa e esmeralda, é o maior lago do Chile, com 978 quilômetros quadrados de superfície. Suas águas também são compartilhadas pela Argentina – lá se chama Lago Buenos Aires. Entretanto, a maior parte dele se encontra em terras chi-lenas. O General Carrera desemboca no Lago Bertrand, onde nasce o Rio Backer, de incrível cor turquesa, o mais caudaloso do Chile.Uma pequena embarcação nos conduz à Capela de Már-more, um santuário da natureza tecido pela erosão fluvial das águas do Lago General Carrera – ali, a água talhou
incríveis formações em mármore, entre as quais a capela e a catedral. Pelas suas gigantescas dimensões de cores e texturas diferenciadas formam-se grutas, cavernas e túneis, através dos quais os barquinhos navegam, possi-bilitando que seus passageiros observem de perto a mag-nitude desse patrimônio outorgado à humanidade pela natureza.
“Essa fantástica formação geológica de mármore tem aproximadamente 300 milhões de anos, enquanto a do mármore de Carrara, na Itália, 800 milhões de anos”, conta o amável Rodrigo Mansilha Hernández, um dos
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as turquEsas águas do Lago gEnEraL carrEra taMBÉM são coMPartiLhadas PELa argEntina, ondE chaMa-sE Lago BuEnos airEs/ foto andrÉ PEssoa
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carrEtEra austraL / foto JaiME BorquEz
proprietários da Tehuelche Patagônia Tour, agência de viagens que oferece inúmeras opções de passeios turísti-cos nessa distante (e ainda tão pouco explorada) região do planeta. Profundo conhecedor da cultura, história e geografia do país, Rodrigo é quem nos acompanha duran-te a nossa estadia na Patagônia.
Águas vulcânicas
Após o imperdível passeio, partimos rumo à Fazenda Três Lagos, o moderno hotel banhado pelo Lago Gene-ral Carrera onde pernoitaremos. De volta à Carretera Austral, desta vez seguimos em direção ao norte. Antes de chegarmos ao Parque Nacional Queulat, paramos em Coyhaique, a maior cidade de Aysén e também a mais povoada: com pouco mais de 50 mil habitantes, concen-tra 80% dos moradores da região. Seu nome foi dado pelo mapudungún, língua dos antigos povos aborígenes chilenos ou mapuches, que designavam o lugar como “coyhaique”, união de “koi” (lagoa) e “áiken” (acampa-mento).
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a caPELa dE MárMorE É intEgrada Por uM conJunto dE iLhas, cuJas forMaçõEs gEoLógicas foraM EscuLPidas PELa naturEza ao Longo dE 380 MiLhõEs dE anos/foto JaiME BorquEz
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foto JaiME BorquEz
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caPELa dE MárMorE /foto JaiME BorquEz
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Pelas ruas centrais da capital de Aysén é possível tomar um saboroso cafezinho, comprar chocolates, trocar di-nheiro... Como atração à parte, o centro aninha uma co-lorida feira de artesanato. Suas pequeninas lojas exibem gorros, luvas, echarpes e blusas de lã, além de artigos típicos confeccionados em madeira, argila, pedra e couro. Na saída da cidade, encontra-se um de seus principais cartões-postais: o mirante Cerro Mackay, um cantinho de onde Coyhaique parece ter sido emoldurada em um qua-dro.
Como os demais, o Parque Queulat é povoado por águias, condores, guanacos, huemules (o cervo patagônico), pu-mas e raposas, entre outros mamíferos e aves. Infeliz-mente, exceto pelas lebres que atravessam a rodovia, não conseguimos ver nenhuma dessas espécies. Nosso desti-no, porém, é Puerto Puyuhuapi, uma cidadezinha de me-nos de 600 habitantes e de arquitetura com forte influên-cia alemã. De seu porto é feito o embarque às Termas de Puyuhuapi Lodge & SPA, um hotel que tem à sua frente um deslumbrante fiorde banhado pelo Oceano Pacífico e é rodeado por montanhas nevadas.
Além de todas as comodidades, o lodge tem como charme a mais as águas vulcânicas que aquecem suas piscinas e as torneiras de seus chuveiros e banheiros. Puro deleite também é o passeio de barco pelo fiorde, oferecido pelo hotel. Nem mesmo o frio intenso interfere na emoção que é navegar pelas águas do Pacífico. Em sua verde imensi-dão de múltiplas tonalidades de neons, o oceano brinca com a superfície, criando, com seus incansáveis vaivens, recortes únicos em suas margens.
conhEcidas coMo dEntEs-dE LEão PELos BrasiLEiros, as chicórias coBrEM todo o vaLE siMPson naPriMavEra / foto JaiME BorquEz
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caBana tíPica dE aysÉn, taMBÉM conhEcida coMo a dÉciMa PriMEira rEgião do chiLE /foto JaiME BorquEz
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Nossa próxima parada é o Hotel Loberías Del Sur, em Puerto Chacabuco. O ingresso a esse povoado é feito via Carretera Austral, com passagem obrigatória por Puerto Aysén. Durante anos, esta cidade orgulhou-se de abrigar o principal porto da região. Em 1960, porém, um ter-remoto assoreou o Rio Aysén, impedindo a chegada de grandes navios ao seu porto. Dos antigos tempos de Puer-to Aysén, hoje resta a Presidente Ibañez, a maior ponte suspensa do país, com 210 metros de comprimento. E é por essa ponte de estrutura vermelha sobre o Rio Aysén que se chega a Puerto Chacabuco, ponto de hospedagem e de inesquecíveis passeios.
Ladeado por casinhas de madeira, o Loberías Del Sur propicia a quem nele se hospeda uma visão panorâmica sobre o fiorde que se estende à sua frente e é abraçado por montanhas de picos nevados. O empreendimento de 60 quartos conta ainda com sala de café, bar, restaurante, salão de jogos e terraço, além de sauna e piscina aqueci-da. Seu ponto alto, porém, é o passeio até a geleira San Rafael, feito apenas com o catamarã Chaitén, da empresa Catamaranes Del Sur, cujos proprietários são os mesmos do hotel e do Parque Aiken Del Sur.
Ícone andino
Poucos mortais, incluindo os chilenos, têm o privilégio de conhecer o Parque Nacional Laguna San Rafael, onde mora a geleira homônima. Eu e os meus companheiros pertencemos a esse seleto grupo. Por isso, meu coração descompassado conta as horas que restam para eu ser apresentada a este paredão de gelo de 2 quilômetros de
as chicórias coBrEM todo o vaLE siMPson na PriMavEra/ foto andrE PEssoa
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PLaca da carrEtEra austraL indica a Entrada Para a Linda cidadE dE coyaiquE/foto JaiME BorquEz
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largura e mais de 70 m de altura. A viagem começa às 7 horas, com o café da manhã sendo servido no Chaitén.
São necessárias cinco horas de navegação para chegar à Laguna San Rafael, distante 220 quilômetros. O catamarã navega entre fiordes, árvores centenárias e
montanhas nevadas, mas a neblina e a chuva só permi-tem vislumbrar seus contor-nos. Inesperadamente, o sol brilha e o céu tinge-se de um celeste irretocável. O Chaitén chega ao Rio Tempanos, de onde já é possível admirar a emblemática geleira de 45 quilômetros de longitude e que é só uma pequena parte do Campo de Gelo Norte, a maior massa contínua de gelo situada fora das regiões pola-res, com 4,2 mil quilômetros quadrados de área.
Como se tivesse sido cuidado-samente encaixada nas mon-tanhas, a geleira está cada vez mais próxima. Soberana, ela impera na lagoa, agora reple-ta de blocos de gelo azuis e
brancos. A cor tem a ver com a idade: quanto mais azula-do ou transparente, mais antigo é o iceberg. Estou hipno-tizada pelo cenário. Estamos na proa e, de repente, escu-to um tchibummm. “Mamãe, mamãe, é uma baleia?”, pergunta assustado o garotinho enquanto se agarra à mãe. Todos nos enterne-cemos com a reação do menino, mas não é uma baleia, e sim um grande pedaço de gelo que se desprendeu do pa-redão. Quando caem na água, esses blocos formam on-das, algumas delas enormes. Esse espetáculo se repete
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a coLorida fEira dE artEsanato dE coyhaiquE, a caPitaL E a Maior cidadE d.E aysÉn E taMBÉM a Mais Povoada coM Pouco Mais dE 50 MiL haBitantEs/foto JaiME BorquEz
www.haciendatreslagos.cl
Puyuhapi Lodge e SPA : www.patagonia-connection.com
Loberías Del Sur Hotel: www.loberiasdelsur.clCatamaranes Del Sur: O passeio até a Laguna San Rafa-el só pode ser feito entre setembro e abril em razão das condições climáticas. Custa US$ 420 e inclui café, almo-ço, petiscos e bebidas. www.catamaranesdelsur.cl
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outras vezes, para nosso êxtase. Em um bote inflável, nos aproximamos da geleira.
Devido ao desprendimento dos pedaços de gelo, é preci-so manter uma distância de 500 metros desse gigantesco templo branco erguido pelo deus tempo ao longo de mi-lênios. Mesmo assim, a visão é indescritível! Nas outras cinco horas da volta a Puerto Chacabuco, funcionários do catamarã servem uísque com pedras de gelo recolhidas em San Rafael. O brinde coroa o fim de mais um dia de pura magia.
Logo cedo, vamos conhecer o Parque Aiken del Sur, uma reserva natural localizada a 15 minutos do hotel. O italia-no Aldo Reali nos guia pelas trilhas, dando detalhes so-bre as espécies de flora nativa do parque. Os canelos e as lumas são algumas delas. O primeiro ainda hoje é usado em rituais pelos mapuches. Já a segunda, de tão dura, foi usada para a confecção de cassetetes da polícia. Exótica também é a nalka, uma planta pré-histórica.
A aventura pela Patagônia chega ao fim. Despeço-me des-se encantado pedacinho de terra situado no extremo sul do continente. Parto e levo comigo muitas lembranças e a certeza de deixar parte de meu coração neste mágico país chamado Chile.
SERVIÇO
Tehuelche Patagônia Tour: www.tehuelchepatagonia-tour.cl
Fazenda Três Lagos: fica 274 km ao sul de Coyhaique,
as ruas cEntrais dE coyhaiquE, caPitaL da rEgião dE aysÉn/ foto JaiME BorquEz