leminski, paulo - la vie en close

Upload: mauro-bartolomeu

Post on 20-Jul-2015

295 views

Category:

Documents


24 download

TRANSCRIPT

PAULO LEMINSKI

LA V/E EN CLaSE

5!' edio

editorabrasiliense

(t)ATA:~\O/ojJJ V

l~t'. 9.f'~' . ' '".

4

~

.~ I2JR'''.

.~'

.; ~ .1,-

"

~

. W'

~()

l3r:t~ ID)OAQ: cha-~Copyright @ by EsplioNenhuma parte desta publialo pode ser gravada, armazenada em sistemas eletrnicos, fotocopiada. reproduzida por meios mecanicos ou outros quaisquer sem autorizao prvill do editor.

~.y

_

it

!::'

.J:""

L 'iTRE A VANT LA LETTRE

ISBN: 85-11-01244-3 Primeira edio. 1991 5~ edio, 1994

Capa: Rodrigo Andrade Retrato de l.eminski: Ro~rio DiIls

. Ia vie en dose

c' est une autre chose

c'est Iui c'est moi c'est a

c' est Ia vie des choses qui n'ont pas

111Av. Marqus de So Vicente, 1771 01139-903 - So Paulo - SP Fone (011) 861-3366 - Fax 861-3024 IMPRESSO NO BRASIL

un autre choix

5

um bom poema leva anos cinco jogando bola, mais cinco estudando snscrito, seis carregando pedra, nove namorando a vizinha, sete levando porrada, quatro andando sozinho, trs mudando de cidade, dez trocando de assunto, uma eternidade, eu e voc, caminhando junto

9

LIMITES AO LUPOESIA: "words set to music" (Dante via Pound), "uma viagem ao desconhecido" (Maiakvski), "cernes e medulas" (Ezra Pound), "a fala do infalvel" (Goethe), "linguagem voltada para a sua prpria materialidade" (Jkobson), "permanente hesitao entre som e sentido" (Paul Valry), "fundao do ser mediante a palavra" (Heidegger), "a religio original da humanidade" (Novalis), "as melhores palavras na melhor ordem" (Coleridge), "emoo relembrada na tranqilidade" (Wordsworth), "cincia e paixo" (Alfred de Vigny), "se faz com palavras, no com idias" (Mallarm), "msica que se faz com idias" (Ricardo Reis/ Fernando Pessoa), "um fingimento deveras" (Fernando Pessoa), "criticism of life" (Mathew Arnold), "palavra-coisa" (Sartre), "linguagem em estado de pureza selvagem" (Octavio Paz), "poetry is to inspire" (Bob Dylan), "design de linguagem" (Dcio Pignatari), "10 imposible hecho posible" (Garca Lorca), "aquilo que se perde na traduo" (Robert Frost), "a liberdade da minha linguagem" (Paulo Leminski)...

A quem me queima e, queimando, reina, valha esta teima. Um dia, melhor me queira.

10

11

OUVERTURELA V/E EN CLOSE

em latim "porta" se diz "janua" e "janela" se diz "fenestra"

a palavra "fenestra" no veio para o portugus mas veio o diminutivo de "janua", "januela", "portinha", que deu nossa "janela" "fenestra" veio mas no como esse ponto da casa que olha o mundo l fora, de "fenestra", veio "fresta", o que coisa bem diversa j em ingls "janela" se diz "window" porque por ela entra o vento (' 'wind") frio do norte a menos que a fechemos como quem abre o grande dicionrio etimolgico dos espaos interiores12

e ver-te verde vnus doendo no beiracu ver-nos em puro sonho onde ver-te, vida, alto ver atravs de um vu

13

ESTUPOR

esse sbito no ter esse estpido querer que me leva a duvidar quando eu devia creresse sentir-se cair quando no existe lugar aonde se possa ir esse pegar ou largar essa poesia vulgar que no me deixa mentir que pode ser aquilo, lonjura, no azul, tranqila?

se nuvem, por que perdura? montanha, como vacila?

14

15

CURITIBAS

COMO ABATER UMA NUVEM A TIROS

Conheo esta cidade como a palma da minha pica. Sei onde o palcio sei onde a fonte fica,S no sei da saudade a fina flor que fabrica. Ser, eu sei. Quem sabe, esta cidade me significa.

sirenes, bares em chamas, carros se chocando, a noite me chama, a coisa escrita em sangue nas paredes das danceterias c dos hospitais, os poemas incompletos c o vermelho sempre verde dos sinais

16

17

SINTONIA

PARA PRESSA E PRESSGIO

OPERAO

DE VISTA

Escrevia no espao. Hoje, grafo no tempo, na pele, na palma, na ptala, luz do momento. So na dvida que separa o silncio de quem grita do escndalo que cala, no tempo, distncia, praa, que a pausa, asa, leva para ir do percalo ao espasmo. De uma noite, vim. Para uma noite, vamos, uma rosa de Guimares nos ramos de Graciliano. Finnegans Wake direita, un coup de ds esquerda, que coisa pode ser feita que no seja pura perda?

Eis a voz, eis o deus, eis a fala, eis que a luz se acendeu na casa e no cabe mais na sala.

18

19

SIGILO DE FONTE

Quem h de dizer das linhas que as ondas armem e no armem? Quem h de dizer das flmulas, lgrimas acesas, tantas lmpadas, milagres, passando rpidas? Diga voc, j que se sabe que nem tudo na gua margem, nem tudo motivo de escndalo, nem tudo me diz eu te amo, nem tudo na terra miragem. Signos, sonhos, sombras, imagens, ningum vai nunca saber quantas mensagens nos trazem.

l vai um homem sozinho o ,que ele pensa da noite eu no sei apenas adivinho pensa o que pensa todo mundo indo um dia eu j tive vizinho

20

21

ACIDENTE NO KM 19

MAIS OU MENOS EM PONTO

algo em mim se esvai coisa que se escoa seria a gua da vida seria outra coisa boa to boa que no tem vida em que esta vida no doa?

Condenado a ser exato, quem dera poder ser vago, fogo ftuo sobre um lago, ludibriando igualmente quem voa, quem nada, quem mente, l1\osquito, sapo, serpente. Condenado a ser exato por um tempo escasso, um tempo sem tempo como se fosse o espao, exato me surpreendo, I()sango, metro, compasso, o que no quero, querendo.

hora em que a voz do amor como a voz do amor no ecoa?

22

23

SETE ASSUNTOS POR SEGUNDO

"Ut pictura, poesis..." (Horcio)

.

Para que serve a pintura a no ser quando apresenta precisamente a procura daquilo que mais aparenta, quando ministra quarenta enigmas vezes setenta?

sossegue corao ainda no agora a confuso prossegue sonhos a fora calma calma logo mais a gente goza perto do osso a carne mais gostosa

24

25

(AUS)

l fora e no alto o cu fazia todas as estrelas que podiana cozinha debaixo da lmpada minha me escolhia feijo e arroz andrmeda para c altair para l sirius para c estrela dalva para l

simples como um sim simples mente a coisa mais simples que ex isteassim pIes

mente de mim me dispo des (aus) ente

26

27

atrasos do acaso cuidados que no quero mais o que era pra vir veio tarde e"essa tarde no sabe do que o acaso capaz surpresa de ser t:1osolta e to presa a noite d meiavolta c volta a ser nossa toda a beleza que possa

28

29

MOTIM DE MIM (1968-1988)

SETE DIAS NA VIDA DE UMA LUZ

durante sete noites uma luz transformou a dor em dia uma luz que eu no sabia se vinha comigo ou nascia sozinha durante sete dias uma luz brilhou na ala dos queimados queimou a dor queimou a falta queimou tudo que precisava ser cauterizado milagre alm do pecado que sentido pode ter mais significado?Hospital S.Vicente Ala dos Queimados Curitiba, outubro 87 31

XX anos de xis, XX anos de xer.ox, XX anos de xadrez, no busquei o sucesso, no busquei o fracasso, busquei o acaso, esse deus que eu desfao.

30

COM QUANTOS

PAULOS

paulos paulos paulos quantos paulos so preciso para fazer um so paulo?idades idades idades quanto d uma alma dividida por duas cidades?

vez como aquela s6 mesmo a primeira mal cheguei a chorar uma lgrima inteira largue uma lgrima o primeiro que viu o luar de janeiro primeiro de abril

32

33

IN HONORE ORDINIS SANCTI BENEDICTI

MPAR OU MPAR

ordem de so bento a ordm que sabe que o fogo lento e est aqui fora a ordem que vai dentroa ordem sabe que tudo santo a hora a cor a gua o canto o incenso o silncio e no interior do mais pequeno abre-se profund() a flor do espao mais imenso

Pouco rimo tanto com faz. Uhl10 logo ando com quando, II1lrando menos com mais. UhIlO, rimas, miras, rimos, como se todos rimssemos, , 1II!lOse todos ns rssemos, 't(. amar (rimar) fosse fcil. Vida, coisa pra ser dita, t 1"110 fita este fado que me mata. M.IIo digo, j meu siso se conflitaI 11111

.1 cisma que, infinita,

me dilata.

34

35

QUEM SAI AOS SEUS

algum parado sempre suspeito de trazer como eu trago um susto preso no peito, um prazo, um prazer, um estrago, um de qualquer jeito, sujeito a ser tragado pelo primeiro que passar parar d azar

vozes a mais vozes a menos a mquina em ns que.'gera provrbios a mesma que faz poemas, ,uunas com vida prpria que podem mais que podemos

36

37

SUPRASUMOS

DA QUINTESSNCIA

o papel curto. Viver comprido. Oculto ou ambguo, Tudo o que digo tem ultrasentidoSe rio de mim, me levem a srio. Ironia estril? Vai nesse nterim, meu inframistrio.

Andar e pensar um pouco, que s6 sei pensar andando. Trs passos, e minhas pernas I;) esto pensando.

Aonde vo dar estes passos? Acima, abaixo? Alm? Ou acaso ,." desfazem ao mnimo vento sem deixar nenhum trao?

38

39

CINE LUZ

voc est to longe que s vezes penso que nem existo nem fale em amor que amor isto

o cine tua sina o filme FEELME signema me segure firme cine me ensine a ser sim e a ser senda

40

41

este mundo est perdido disperso entre o escrito e o esprito rudo entre o fsico e o qumico flui o sentido, lquidoviver grande porque eu sinto tua falta j que arrasto por a esse falso ainda minha alma tortal'

vezes sem conta tenho vontade de que nada mude meiavoltavolver mudar tudo que pude

a falta faz que vai

mas volta no meio da ida e da vinda

42

43

ESTRELAS FIXAS

ROUNDABOUTMIDNIGHT

Aqui sentiram centenas as penas que lhes convm. Sentindo cena por cena, algum lembrou de um poema que lhe lembrava de algum. Rimas mil girem vertigens, sinto medos de existir. Estes versos existirem, j no preciso sentir.

um vulto suspeito e o pulo de um susto solta no peito no beco sem sada caminhos a esmo o leque de abismos entre um eco e seus mesmos

44

45

ERRA UMA VEZ

nunca cometo o mesmo erro duas vezes j cometo duas trs quatro cinco seis at esse erro aprender que s o erro tem vez

kado pelos gumes Ila~ feras do horscopo 111I va.se um pouco I .11 a viglia no sonho11 Il'Iuo e sbito j que mrtir l'h.1 na terra, cavalo 81olho cheio de estrelas I' ('(>rpo palhao das ondas I () corao no peito

Idto um pio dormindo! 54 55

(,m/zam p/ roman ssipovitcb jkobson EUr-

c) mundo desabavaem tua volta,

hllllcavas a alma que se esconde IItI corao da sfiaba SIM. cll""oante? Vogal? Um trem para Oslo. ;""'1\, contrastes, Moscous, lnguas transmentais. N.I noite nrdica, um rabino, viking, ,".1 11mcu de oclusivas e bilabiais. RO11111 Imando,o velho mundo, rvore no outono,

I 'li

quem chega tarde deve andar devagar andar como quem parte para nenhum lugar vida que me venta sina que me brisa s te inventa quem te precisa.

,I\t'l c'nlra em Praga, Rssia, revoltzia, "Ir nunca mais! A I.\hlavelar tcheca ~ul .1Ie'os montes Urais.

PA "11111.'. Rman,romntico rom, I h\koh, Jkobson, filho de Jac6,1'11"I1'rVar palavras dos homens. as

~11I,,,unto houver um fonema,estar s6.

1M1111111 vou .156

57

DONNA MI PRIEGA 88

se amor troca C)llentrega louca discutem os sbios contre os pequenos e os grandes lbios

no primeiro caso c)nde comea o acaso e onde acaba o propsito ~l' tudo o que fazemos menos que amor mas ainda no dio? a tese segunda c'vapora em pergunta que entrega to louca que toda espera pouca? qual dos cinco mil sentidos (stlivre de mal-entendidos?

as coisas no comeam com um conto nem acabam com um..

58

59

R (anos-luz, anos-treva) NO SE ESQUEA DE PARECER COMIG

isso no estava aqui ontem ontem era um dia pobre, metade, mendigando ouro msera eternidade hoje um dia rico um mundo cheio de luz e lgrima fora flor milagre e risco o dia de hoje se olha no espelho e s parece ontem a mesma brisa a bruma idntica e essa neblina intensa que nos obriga a fechar os olhos e ler nas entrelinhas os abismos de ns mesmos hoje, sim, maravilha, hoje, finalmente, eu no sei Ler, ver, e entre o V e o L entrever aquele R erre que me (rve) revele

'*, III Vil".Nas letras, ler tudo o que de ler no te atreI.., 11111111.alm. Alm do bem. Alm do mal. Alm Ler "'111 IIoras extras ou etcteras, adeus, amm. Busquem I' 11 \ldocldade da luz. Eu busco a velocidade da treva.

dia das mes/886061

BLADE RUNNER

WALTZ

1'11\ lull I qlll

novecentos e oitenta e sempre,aqueles,

I('mpos

tout est dj dit dans un jardin jadis fernando uma pessoa j' ai perdu ma vie par delicatesse? oui rimbaud moi aussi

,I 111 ".11110So luar, ao som da valsa a ~. Ih 1,-;10 o Amor Atravs da Dor e da Renncia, d IIIIIIIC', confesso, um pouco longo,ti', 1('mpOS, aquele tempo, ti", 11;10se faz mais tempo II\tI .tnllgamente. Atl"llo sim que eram horas,

.

. I IIOfmes, semanas anos, minutos milnios,. IIliIa aquela fortuna em tempo "tllll H:lstava em bobagens, 111I1.11, sonhar, danar ao som da valsa, li' 1.1'1 1.llsas valsas de to imenso nome lento '1"1 .1gente danava 1'11111'" il novecentos m em algum setembro e oitenta e sempre.

62

63

VOYAGE AU BOUT DE LA NUIT

Tudo vago e muito vrio, meu destino no tem siso, o que eu quero no tem preo, ter um preo necessrio, e nada disso preciso

II p(Olto ensangentado

de verdades

,,,li I 11.1 rua esta cabea calva e cega11.10~crve mais ao diabo que a carrega

64

65

PROFISSO DE FEBRE

Nada tenho. Nada me pode ser tirado. Eu sou ex-estranho, que veio sem ser chamado e, gato, se foi sem fazer nenhum rudo.

quando chove, eu chova, faz sol, eu fao, de noite, anoiteo, tem deus, eu rezo, no tem, esq':leo, chove de novo, de novo, chova, assobio no vento, daqui me vejo, l vou eu, gesto no movimento

66

67

GUA EM GUA

Sete e dez. Aqui jaz o sol, sombra a meus ps. Trevas. Que mais pode ler um poeta que se preza?pedirem um milagre nem pisco transformo gua em gua('

risco em risco

68

69

AO P DA PENA

todo sujo de tinta o escriba volta pra casa cabea cheia de frases alheias frases feitas letras feias linhas lindas a pele queima as palavras esquecidas formas formigas todas as palavras da tribo

Esta vida de eremita , s vezes, bem vazia. s vezes, tem visita. s vezes, apenas esfria.

por elas trocou a vida dias luzes madrugadas hoje quando volta pra casa pgina em branco e em brasa asa l se vai d de cara com nada com tudo dentro sai71

70

'I

I

AL VORADA EM ALR

todo o peso com que me meo vejo e invejo e neste largo ver me largo vendo at no mais poder descompreendendoo que vi foi puro e longo ver quem vi ver ver s o que vira vir

o bicho alfabeto tem vinte e trs patas ou quase por onde ele passa nascem palavras e frases com frases se fazem asas palavras o vento leve o bicho alfabeto passa fica o que no se escreve

e no que ver virar

7273

TIBAGI

um homem com uma dor muito mais elegante caminha assim de lado como se chegando atrasado andasse mais' adiante carrega o peso da dor como se portasse medalhas uma coroa um milho de dlares ou coisas que os valha)

presa no tempo a lua l como se para sempre

o verde ali cumprindo seu dever ser verde at no mais poder

pios dens analgsicos no me toquem nessa dor ela tudo que me sobra sofrer, vai ser minha ltima obra

74

75

ABAIXO O AL.

de dia cu com nuvens ou cu sem de noite no tendo nuvens estrela sempre tem quem me dera um cu vazio azul isento de sentimento e de cio

isso sim me assombra e deslumbra ('orno que o som penetra na sombra e a pena sai da penumbra?

76

77

o EX-ESTRANHO

A morte, a gente comemora. No meu peito, cai a Roma, que, cada embora, nenhum brbaro doma. As ramas que assim tivermos e os esplendores da pessoa, a impropriedade dos termos, a quem doer, doa. passageiro solitrio o' corao como alvo, sempre o mesmo, ora vrio, aponta a seta, sagitrio, para o centro da galxia

78

79

o QUE PASSOU, PASSOU"

Antigamente, se morria. 1907, digamos, aquilo sim que era morrer. Morria gente todo dia, e morria com muito prazer, j que todo mundo sabia que o ]uzo, afinal, viria, e todo mundo ia renascer. Morria-se praticamente de tudo. De doena, de parto, de tosse. E ainda se morria de amor, como se amar morte fosse. Pra morrer, bastava um susto, um leno no vento, um suspiro e pronto, l se ia nosso defunto para a terra dos ps juntos. Dia de anos, casamento, batizado, morrer era um tipo de festa, uma das coisas da vida, como ser ou no ser convidado. O escndalo era de praxe. Mas os danos eram pequenos. Descansou. Partiu. Deus o tenha. Sempre algum tinha uma frase que deixava aquilo mais ou menos. Tinha coisas que matavam na certa.

Pepino com leite, vento encanado, praga de velha e amor mal curado. Tinha coisas que tem que morrer, linha coisas que tem que matar. A honra, a terra e o sangue mandou muita gente praquele lugar. Que mais podia um velho fazer, nos idos de 1916, a no ser pegar pneumonia, deixar tudo para os filhos e virar fotografia? Ningum vivia pra sempre. Afinal, a vida um upa. No deu pra ir mais alm. Mas ningum tem culpa.