leitura de imagem fixa

LEITURA DE IMAGEM FIXA

Professor Jorge MirandaProfessor Jorge Miranda

Exercício 1

Num texto bem estruturado, de cem a cento e cinquenta palavras, faça a leitura da

imagem seguinte, de acordo com os tópicos trabalhados em aula.

Exercício 1: tópicos de leitura

• Fotografia de dimensão normal;• cenário exterior: ponto de

venda num passeio; vendedora/ banca e todos os objectos/ o cão… pode então falar-se de arte figurativa;

• na fotografia rectangular, organizando-se predominantemente em linhas horizontais, segundo dois planos: o mais próximo com objectos de cores, texturas e padrões diferentes; um segundo, criando um fundo (céu e mar), com cores, luminosidade e perspectiva que destacam os restantes elementos.

• distinguem-se cores claras e escuras, cores quentes (guarda-sóis/ meias da vendedora) e cores complementares/ restantes (verde da toalha e as diferentes tonalidades dos frutos secos, o branco e castanho do cão) conjugadas com a luz, constroem a orientação da leitura da imagem;

• função referencial e descritiva – mostra/ testemunha uma realidade, um flagrante do quotidiano; função estética – esta representação contém elementos plásticos que prefiguram uma harmonia, uma textura, um ritmo.

Exercício 2

Num texto bem estruturado, de cento e cinquenta a duzentas e cinquenta palavras,

faça a leitura da imagem seguinte, de acordo com os tópicos trabalhados em aula.

Vieira da Silva

BARCA- Pode aparecer simbolizando o transporte da alma e realmente por vezes tem o simbolismo de carregador de almas, um rito de passagem para o outro mundo. O barco lunar hindu carrega as almas para a nova encarnação, e possui uma associação com o ciclo lunar e com as deusas da lua, que detém o poder da vida, da morte e do renascimento, através da qual é conferida ao indivíduo a imortalidade. Nos mitos , o barco solar acompanha o sol até o além, é o meio transporte para o inconsciente. Algumas vezes, a barca aparece a simbolizar a Igreja, num vínculo com a mãe, com o feminino, posto que a sua forma corresponde à imagem de uma das fases da lua. http://www.meiodoceu.com/index_simbolos.htm

Exercício 2: tópicos de leitura• É uma miniatura de um quadro da

pintora Vieira da Silva;• cenário exterior: uma barca envolta

em ondas com a mesma forma, numa paisagem marítima;

• imagem rectangular, organizando-se predominantemente em linhas distorcidas, segundo dois planos: o mais próximo, com dois níveis de objectos e cores, texturas e padrões diferentes; um segundo, criando um fundo (céu e mar), segundo um plano horizontal, com cores, luminosidade e perspectiva que destacam os restantes elementos;

• distinguem-se cores quentes (na barca e nos seus viajantes) e cores frias nas ondas que envolvem a embarcação e no plano de fundo – a paisagem marítima;

a luz vai diminuindo do plano mais próximo para o mais distante, privilegiando o motivo central da imagem, na sua sugestão de movimento eterno;

• função argumentativa: aproxima-se da alegoria ou do símbolo; função narrativa: a imagem refere-se a todo um conjunto de circunstâncias, dependendo da perspectiva de abordagem (histórica, social ou simbólica); função referencial e descritiva – mostra/ testemunha uma realidade, um episódio que é passível de ser associado a eventos contemporâneos; função estética: esta representação contém elementos plásticos que prefiguram uma harmonia, um movimento; as várias funções combinam-se entre si, já que se trata de um exemplo de imagem polissémica.

Exercício 3



World Press Photo 2005

Exercício 3: tópicos de leitura• Fotografia de dimensão normal; • cenário exterior bidimensional: um plano

superior onde aparecem oito janelas de um avião que imprimem um ritmo, expressando igual número de realidades ( sonolência/ insensibilidade/ apatia/ curiosidade/ incompreensão/ admiração…) de testemunhas que assistem ao que se passa em baixo, a trasladação de um militar feita por vários pares; trata-se, portanto, de arte figurativa, uma cena num qualquer aeroporto (americano ou não);

• a imagem orienta-se segundo linhas horizontais (que recortam a duplicidade da mesma) não tendo qualquer ponto de fuga (anulado até pela ausência de perspectiva);

• o centro da imagem é o porão da aeronave, onde as cores e as formas criam uma nítida simetria; cores quentes

adensam a própria formalidade da acção, aumentando a carga dramática do que é apresentado;

• função descritiva/ referencial – dimensão psicológica dúplice: testemunhas/actores, passividade/ actividade, insensibilidade/ formalidade;

função argumentativa – eficaz para vários objectivos: nacionalismo, patriotismo, malefícios da guerra, banalização da morte…;

função estética – pelo recorte plástico excepcional, pela bidimensionalidade – a parte superior parece conter um conjunto de recortes do quotidiano; a inferior, uma “janela” maior, onde a acção se passa.

Exercício 4



World Press Photo 2005

Exercício 4: tópicos de leitura• Fotografia de dimensão normal;

• cenário exterior nocturno onde se apresentam várias pessoas que seguram e lançam uma espécie de balões de formato parecido ao de sinos/ campânulas, com a altura igual, em média, à de um ser humano adulto; esses balões sobem num céu escuro, impulsionados pelo ar quente da chama que contêm no seu interior; pelo que foi dito, trata-se de arte figurativa;

• A imagem rectangular, organizando-se segundo linhas que só podem ser definidas pela profusão de pontos do céu, que criam um efeito de perspectiva assegurado principalmente pelo tamanho dos objectos ( e não por pontos de fuga); esta orientação conduz a atenção em direcção ao céu, ao infinito.

• distinguem-se cores claras e quentes (sinos/ campânulas) e escuras (toda a envolvência das figuras luminosas); as figuras humanas que suportam e lançam os objectos iluminados apresentam-se como num jogo de sombras – quase o que conhecemos como sombra chinesa (atenção à simbologia da sombra –imagem das coisas fugidias, irreais, fugazes; a sombra é a segunda natureza dos seres, o lugar dos mortos; só o homem que vende a sua alma ao diabo é que perde a sua sombra…)

• Função referencial ou descritiva – testemunha uma realidade; função argumentativa – alusões ao culto provável de uma determinada etnia/religião?; função estética – jogo de cores, a perspectiva, a harmonia de todos os elementos plásticos.

Exercício 5



Diego Rodriguez de Silva y Velázquez

Exercício 5: tópicos de leitura•Miniatura de um quadro; •cenário interior, um salão de outras épocas, onde se apresentam várias figuras de uma classe social privilegiada: ao centro uma menina, ladeada de outras duas figuras femininas que poderão ser amigas ou até damas da sua corte; mais à direita, num plano mais próximo, outras duas figuras femininas, de diferentes idades, acompanhadas de um soberbo cão deitado; à esquerda do quadro, tapando parte da cena, temos uma tela enorme, quase da altura da imagem, e um pintor com a sua paleta, no exercício da sua função; todas estas figuras ocupam menos de metade da tela em altura; no resto do quadro há vários objectos, destacando-se, ao fundo, uma porta e um espelho onde se projectam as outras personagens presentes. Assim, podemos agora ver

que se trata do atelier do próprio pintor, iluminado pela porta do fundo – por onde alguém passa - pela janela lateral e por outra entrada de luz frontal; jogo de luz e penumbra, um espelho que cria espaços ilusórios; contraste cores vivas, que perdem a intensidade com a distância, criando perspectiva; ao fundo cores escuras, acinzentadas, salientando a penumbra que o compartimento contém.

Função referencial – retrato de família; função argumentativa e estética – os dois centros da imagem (o do pintor e a sua paleta e o das próprias personagens iluminadas por uma espécie de foco central) transmitem um certo carácter ilusionista, um jogo de cores que nos transporta para um terceiro plano, o de quem está na porta do fundo – ponto de fuga, que não sabemos se entra ou sai, contribuindo para uma maior indefinição do quadro.

Linhas de orientação da imagem:

Triângulo mais iluminado!

tela

pintor

paleta

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