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Associação Re o Catarinense de Bibliotecá Relator: José Paulo Speck Pereira elatório final do evento Florianópolis-SC, 2013. ários

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Page 1: Leia o relatório final

Associação Catarinense de Bibliotecários

Relatório final do event

Associação Catarinense de Bibliotecários

Relator: José Paulo Speck Pereira

Relatório final do evento

Florianópolis-SC, 2013.

Associação Catarinense de Bibliotecários

Page 2: Leia o relatório final

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ................................................................................ 4

2 SOBRE O 31º PAINEL 2012 ................................................................ 5

2.1 Logomarca do 31º Painel 2012 .......................................................... 6

2.2 Patrocinadores .................................................................................... 7

2.3 Contatos de prestadores de serviços ............................................... 8

2.4 Comissão organizadora ..................................................................... 8

3 PROGRAMAÇÃO E RELATO DO 31º PAINEL 2012 ......................... 10

3.1 Programação do 31º Painel 2012 ....................................................... 10

3.2 Relato do 31º Painel 2012 ................................................................... 12

3.2.1 Palestra de abertura ...........................................................................

Adriana Cybele Ferrari

17

3.2.2 Apresentação de trabalho ..................................................................

Elisa Cristina Delfini Correa, Debora Zamban,Viviane Martins Arruda de Oliveira

28

3.2.3 Apresentação de trabalho ..................................................................

Liège Maria Martins Knoche

29

3.2.4 Mesa-redonda ......................................................................................

Elisa Machado, Esni Soares, Adriana Cybele Ferrari

30

3.2.5 Palestra ................................................................................................

Sigrid Karin Weiss Dutra, Maria Lourdes Blatt Ohira

39

3.2.6 Apresentação de trabalho ..................................................................

Roberta Moraes de Bem

43

3.2.7 Apresentação de trabalho ................................................................

Lara Batista Botelho, Suelen Garcia Soares

45

3.2.8 Apresentação de trabalho ..................................................................

Sandra Cristina da Silva

46

3.2.9 Apresentação de trabalho ..................................................................

Aureliana Lopes de Lacerda Tavares, Erinaldo Dias Valério

48

3.2.10 Mesa-redonda ......................................................................................

José Paulo Speck Pereira, Gyance Carpes, Miriam Mattos

49

Page 3: Leia o relatório final

3.2.11 Palestra ................................................................................................

Adriana Luccisano

54

4 CONDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 57

ANEXO A – VALORES DAS INSCRIÇÕES ...................................................... 60

ANEXO B - CURRÍCULOS DOS PALESTRANTES ......................................... 61

ANEXO C – ARRECADAÇÃO DO 31º PAINEL 2012 ....................................... 65

Page 4: Leia o relatório final

4

1 APRESENTAÇÃO

Iniciado em 1982, o Painel: Biblioteconomia em Santa Catarina é o principal

evento dos profissionais bibliotecários neste estado. Organizado pela

Associação Catarinense de Bibliotecários (ACB), seus objetivos são:

• Aprimorar a prática profissional dos bibliotecários catarinenses.

• Divulgar e compartilhar experiências, resultados de pesquisas e estudos

da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação.

• Promover debates que contribuam com a sociedade na realização de

projetos e reivindicações de ações ao entendimento de nacionalidade,

cidadania, responsabilidade e inclusão social.

• Socializar práticas e vislumbrar oportunidades de intervenção política da

classe bibliotecária catarinense, projetando ações relacionadas ao fazer

profissional/político.

A realização do Painel materializa a missão da ACB, entidade que promove a

formação continuada e o debate político entre os profissionais bibliotecários

catarinenses. A sua 31ª edição, que ocorreu nos dias sete e oito de novembro

de 2012, teve como tema: O bibliotecário e sua ressignificação (necessária?):

impactos da tecnologia e da inovação no contexto sócio-político. O evento

estimulou os participantes a analisar a relação entre suas práticas profissionais

com a tecnologia, a ética, as redes de bibliotecas, a biblioteca pública, o

movimento social de classe e a formação profissional no contexto sócio-político

do bibliotecário.

O presente relatório, organizado por José Paulo Speck Pereira a partir de

registros audiovisuais, manuscritos e dos slides dos palestrantes, reúne

informações sobre a organização do evento, dados quantitativos, relatos

pormenorizados das palestras e dos debates ocorridos e considerações finais.

A gravação audiovisual do 31º painel e os slides dos palestrantes estão em

CD-ROM anexo.

O 31º Painel Biblioteconomia em Santa Catarina não ocorreria sem o apoio

dos patrocinadores: Prima Informática, Biccateca, EBSCO, Eficaz Tecnologia

em Segurança, SENAC, CRB-14. A todos, nosso mais profundo

agradecimento.

Daniella Camara Pizarro José Paulo Speck Pereira Coordenadora geral do 31º Painel Presidente da ACB

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5

2 SOBRE O 31º PAINEL 2012

Quadro 1 – Informações institucionais

Tema O bibliotecário e sua ressignificação (necessária?): impactos da tecnologia e da inovação no contexto sócio-político.

Site http://painelbiblioteconomia2012.wordpress.com

Data 7 de novembro de 2012: das 7h30min às 12h, das 14h às 17h30min.

8 de novembro de 2012: das 9h às 12h, das 14 às 18h.

Local Auditório da Faculdade SENAC.

Rua Silva Jardim, 360, Prainha, Florianópolis – SC, CEP: 88020-200

E-mail oficial [email protected]

Quadro 2 – Informações sobre os dias do evento

Quantidade de participantes

40 participantes de diferentes cidades de Santa Catarina, mas também compareceram bibliotecários de Recife, Brasília e João Pessoa.

Comissão organizadora 06, entre membros da diretoria da ACB e outros colaboradores

Equipe de apoio 12, todos estudantes de Biblioteconomia da UFSC e UDESC

Palestras 10, entre palestras individuais e palestras em mesas-redondas

Palestrantes 09

Apresentação de trabalhos 06

Page 6: Leia o relatório final

2.1 Logomarca do 31º Painel 201

marca do 31º Painel 2012

6

Page 7: Leia o relatório final

2.2 Patrocinadores

Logo abaixo estão discriminadas as empresas

2012, bem como os seus profissionais

patrocínio.

Biccateca Claiton Nogueira E-mail: [email protected]: (54) 3522.4344 Eficaz Tecnologia InformáticaAndreara Costa E-mail: [email protected]:(47) 3344 0055, (47) 9250 5569 SENAC Daniela Spudeit Faculdade de Tecnologia SENAC Florianópolis Biblioteca (48)3229.3241, (48)9912.7220

Logo abaixo estão discriminadas as empresas patrocinadoras do 31º Painel

seus profissionais que mediaram as negociações de

[email protected]

EBSCO Caroline Valle Fone/Fax: (21) 2224-0190 E-mail: [email protected]

Eficaz Tecnologia Informática

mail: [email protected] (47) 9250 5569

Prima Informática - SophiaSabrina Machado E-mail: [email protected]: (12) 2136-7200 .com.br

(48)9912.7220

CRB-14 Julianne Pinheiro, auxiliar adm.E-mail: [email protected]: (48) 3223-4956

7

adoras do 31º Painel

que mediaram as negociações de

[email protected]

Sophia

[email protected]

, auxiliar adm. mail: [email protected]

Page 8: Leia o relatório final

8

2.3 Prestadores de serviços

Nome - serviço

Suprême Pause café – coffee break

Renato Kupper Costa /Múltiplo Turismo – compra de passagens aéreas

João Alfredo Misturini

Técnico em Informática e Audiovisual – técnico de som e gravação de áudio e vídeo

2.4 Comissão organizadora

A diretoria da ACB designou uma comissão organizadora para planejar e

realizar o 31º Painel, composta por membros da sua diretoria e por outros

voluntários dispostos a trabalhar pelo movimento associativo. Durante o

evento, a comissão foi auxiliada por uma equipe de apoio, composta por

estudantes de Biblioteconomia da Universidade Federal de Santa Catarina e da

Universidade do Estado de Santa Catarina. Em troca, estes estudantes não

pagaram inscrição.

Nome

Ana Claudia Perpétuo de Oliveira da Silva

Daniella Camara Pizarro

(coordenadora geral)

Daniella Spudeit

Dilva Fazzioni

José Paulo Speck Pereira

Priscila Machado Borges Sena

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9

Nome

Arlete Ferreira da Silva

Ana Caroline Remor

Ana Clara Mitsuko Wada

Callu Bamberg

Claci Vítória De Marco

Debora Zamban

Evandro Jair Duarte

Juliane Pagani

Morena Pereira Porto

Natan Amboni de Souza

Viviane Lopes

Viviane Martins Arruda de Oliveira

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10

3 PROGRAMAÇÃO E RELATO DO 31º PAINEL 2012

Os palestrantes que atuariam no 31º Painel foram tema de grande debate

entre a comissão organizadora. O objetivo, desde o início, foi desenvolver uma

programação coesa e em sintonia com o tema do evento. A Comissão

Organizadora trouxe ao público palestrantes com atuação em Santa Catarina,

nas cidades de São Paulo e no Rio de Janeiro, mas cujos trabalhos são

exemplos que repercutem em todo o território nacional.

As próximas seções detalham a programação do 31º Painel 2012.

3.1 Programação do 31º Painel 2012

A programação descrita contempla os palestrantes convidados e aqueles que

apresentaram trabalhos.

Semanas antes do evento, o deputado José Stédile informou que não poderia

participar na data marcada. Após muita insistência da comissão organizadora,

ele se comprometeu a enviar uma representante, Kátia Marko, sua assessora,

mas esta ligou no dia sete de novembro, dia do evento, avisando que não

poderia comparecer. Outra convidada que desistiu de apresentar palestra foi

Liliana Oliveira Granemann Rosa, coordenadora da Rede de bibliotecas

escolares de Florianópolis. Dessa forma, a mesa-redonda do dia sete teve três

palestrantes e não cinco.

Quadro 6 – Programação do 31º Painel 2012

Dia 7 de novembro de 2012

Manhã

7h30min Inicia o credenciamento

9h Abertura do evento

9h45min Palestra de abertura “Bibliotecários e bibliotecas do século XXI: ressignificações necessárias?”.

Palestrante: Adriana Cybele Ferrari (SP)

10h45min Debate com o público

11h05min – 11h25min

Apresentação de trabalhos: “Blogs sobre biblioteconomia ressignificando a profissão no brasil: uma análise do blog bibliotecários sem fronteiras”.

Palestrantes: Elisa Cristina Delfini Correa, Debora Zamban e Viviane Martins Arruda de Oliveira.

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11

11h25min –11h45min

Apresentação de trabalhos: “Contar, ler e brincar: a importância da contação e da leitura de histórias aliadas ao lúdico como agentes transformadores da rotina hospitalar”.

Palestrante: Liège Maria Martins Knoche

11h45min Debate sobre os trabalhos com os autores

12h Intervalo (almoço)

Tarde

14h

Mesa redonda “Redes de bibliotecas escolares,universitárias e públicas: experiências brasileiras”.

Participantes:

1) Elisa Machado – das 14h às 14h30min.

2) Esni Soares – das 14h30min às 15h.

3) Deputado José Stédile – das 15h às 15h30min.

15h30min às 16h Debate com o público

16h às 16h30min Coffee break

16h30 às 17h. 4) Adriana Cybele Ferrari

18h às 18h20min Debate com o público

18h20min Encerramento

Dia 8 de novembro de 2012

Manhã

9h

Palestra “Debates mundiais sobre bibliotecas e bibliotecários: o 78º Congresso da IFLA / Preparativos para o CBBD 2013 em Florianópolis”.

Palestrantes:

1) Sigrid Karin Weiss Dutra – 30 minutos

2) Maria Lourdes Blatt Ohira – 15 minutos

9h45min Debate com o público

10h5min –10h25min Apresentação de trabalhos: “Práticas de gestão do conhecimento: o caso da biblioteca universitária da UFSC”.

Palestrantes: Roberta De Bem, Narcisa de Fátima Amboni

10h25min –10h45min

Apresentação de trabalhos: “Biblioteca sem fronteiras: estratégia de marketing para formação integral de usuários universitários”.

Palestrantes: Lara Batista Botelho, Leila Barros Cardoso Oliveira, Paulo José Medeiros Moraes, Suelen Garcia Soares

10h45min –11h05min

Apresentação de trabalhos: “Biblioteca municipal de Blumenau: experiências no incentivo à leitura e na captação de recursos”.

Palestrante: Sandra Cristina da Silva

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11h05min –11h25min

Apresentação de trabalhos: “Biblioteca escolar: instrumento para a formação de leitores críticos”.

Palestrantes: Aureliana Lopes de Lacerda Tavares, Tiago José Silva, Erinaldo Dias Valério

11h25min Debate sobre os trabalhos com os autores

12h Intervalo (almoço)

Tarde

14h às 16h

Mesa redonda “Bibliotecário em Santa Catarina: caminhos para atuação social e política”.

Participantes: José Paulo Speck Pereira – ACB (SC), Gyance Carpes – CRB – 14 (SC), Miriam Mattos – SindBiblio/SC (SC).

16h às 16h30min Coffee break

16h30min

Palestra “Bibliotecas digitais: o SiELO e os desafios da comunicação científica”.

Palestrante: Adriana Luccisano, representante pela Scientific Eletronic Library Online - SciELO (SP).

17h30min às 18h Debate e encerramento

3.2 Relato do 31º Painel 2012

A mestre de cerimônia, Priscila Sena, iniciou os trabalhos cumprimentando as

autoridades presentes, bem como os patrocinadores: Prima Informática,

Biccateca, EBSCO, Eficaz Tecnologia em Segurança, SENAC, CRB-14.

Descreveu os objetivos do evento e a sua importância em Santa Catarina como

um fórum de discussão permanente entre os profissionais bibliotecários deste

estado.

A Comissão Organizadora do evento optou por não montar uma “mesa de

abertura”, mas Priscila registrou a presença na plateia das coordenadoras dos

cursos de graduação em Biblioteconomia da Universidade do Estado de Santa

Catarina (UDESC) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC):

professoras Elisa Delfini Correa (representando a professora Marcia Silveira

Kroeff), e Magda Teixeira Chagas, respectivamente.

Após a cerimônia do hino nacional, o presidente da ACB, José Paulo Speck

Pereira, iniciou seu discurso:

Bom dia a todos que estão aqui os presentes! Eu aqui represento a atual diretoria da Associação Catarinense de

Bibliotecários, a nossa ACB. Nós assumimos oficialmente em dezembro de 2011.

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13

O Painel materializa o compromisso da ACB com a formação continuada dos bibliotecários catarinenses. Este evento já tem 31 anos, é mais velho que eu. Esta vida longa só foi possível porque a ACB sempre contou com profissionais e estudantes comprometidos com o movimento associativo. Pessoas que perceberam que juntos, nós somos mais fortes. Pessoas que se perceberam como sujeitos da história. Pessoas que decidiram ser protagonistas de suas próprias histórias, e por isso decidiram dedicar parte de seu tempo e de seus esforços na construção de uma sociedade melhor.

Bem, a ditadura acabou... Tivemos o movimento das Diretas Já! Uma nova constituição, o plano Collor, uma nova moeda e as políticas públicas dos presidentes Fernando Henrique e Lula, só para citar alguns fatos marcantes mais recentes. As associações e os sindicatos lutaram contra planos econômicos absurdos, melhores condições de trabalho, salários mais altos. Debateram, criaram, conquistaram. Muitas se fortaleceram, outras minguaram ou desapareceram mesmo.

Nesse meio tempo, a Biblioteconomia e a Ciência da Informação se desenvolveram no país. Novos cursos de graduação abriram (mas não tantos quantos gostaríamos, é verdade), assim como os programas de pós-graduação. Os currículos desses cursos foram sendo atualizados de tempos em tempos e cada vez mais destaque foi dado à “tecnologia”. Uma palavra vaga que eu sei que não dá conta de explicar a mudança que nossa sociedade sofreu com o advento do computador pessoal, depois a internet, as redes sociais e o uso cada vez maior de suportes digitais para a informação.

Nós sabemos que o jornalismo impresso se enfraqueceu de forma irremediável e os e-books ganham força. Mas, o paradoxo, nós sabemos que as bibliotecas de alguns países desenvolvidos (com seus imensos acervos impressos) são cada vez mais utilizadas.

Nós sabemos que nunca existiram tantos canais de comunicação e possibilidades de atuação profissional, mas, enquanto os campos de atuação para o bibliotecário se expandem, há um esvaziamento das tradicionais organizações de luta pela profissão, enfraquecendo no humano seu contexto político.

Na tentativa de buscar algumas respostas e não nos iludirmos facilmente com palavras fáceis ou modismos, este painel tem como tema: “O bibliotecário e sua ressignificação (necessária?): impactos da tecnologia e da inovação no contexto sócio-político”. A palavra “necessária” vem com uma interrogação porque devemos refletir sobre o que nós precisamos realmente mudar e ressignificar em nossa profissão.

Não são perguntas fáceis e por isso não daremos respostas definitivas; mas apontaremos alguns caminhos. Daremos destaque para a biblioteca pública neste painel. A “biblioteca pública” desapareceu das discussões técnico-científicas nos últimos anos.

José Paulo descreveu resumidamente a programação do Painel. E logo

após, falou:

Peço a todos os presentes que questionem, opinem, façam perguntas aos palestrantes e aos nossos colegas que apresentarão seus trabalhos. Aproveitem o máximo que puderem! De nada adiantará este evento se vocês saírem daqui iguais a quando chegaram. Queremos que vocês atuem como multiplicadores das

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14

boas ideias que circulação neste auditório até o final da tarde de amanhã. Desejo um bom aprendizado!

A coordenadora do Painel 2012, Daniella Camara Pizarro, foi chamada para

proferir seu discurso, descrito resumidamente a seguir:

Bom dia a todos, é um prazer estar aqui. Estou representando a equipe que

organizou o Painel 2012. Debatemos muito para chegar ao tema deste painel. É importante pensarmos nas conseqüências de nossa atuação profissional, sairmos da dimensão tecnológica, técnica da nossa área. Elas são muito importantes, mas também há a dimensão social, política e ética do nosso agir. Como disse o Zé, que nós saiamos transformados desse evento, mais conscientes da nossa responsabilidade social enquanto bibliotecários.

Além das palestras, foram selecionados seis trabalhos para serem apresentados e que serão publicados na Revista da ACB em março de 2013, junto com mais alguns excelentes trabalhos que, infelizmente, não serão apresentados no Painel em virtude do tempo. Tenham todos um bom dia!

Figura 1 – Credenciamento Figura 2 – Venda de livros

Foto: Morena Pereira Porto Foto: Morena Pereira Porto

Figura 3 – Equipe de apoio Figura 4 – Comissão organizadora Foto: Morena Pereira Porto Foto: Morena Pereira Porto

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Figura 5 – Credenciamento

Foto: Morena Pereira Porto

Figura 6 – Discurso de José Paulo Speck Pereira

Foto: Morena Pereira Porto

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Figura 7 – Discurso de Daniella Camara Pizarro

Foto: Morena Pereira Porto

Figura 8 – Participantes do evento

Foto: Morena Pereira Porto

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3.2.1 Palestra de abertura Adriana Cybele Ferrari O bibliotecário e sua ressignificação (necessária?): impactos da tecnologia e da inovação no contexto sócio-político.

Às 9h30min, a mestre de cerimônia convidou a bibliotecária Adriana Cybele

Ferrari para proferir a palestra de abertura. Priscila também apresentou um

breve currículo da convidada (ler o Apêndice B, que lista os currículos de todos

os palestrantres).

Adriana Ferrari utilizou slides para ilustrar e exemplificar trechos da palestra e,

mais ao final, também apresentou um pequeno vídeo sobre a Biblioteca de São

Paulo.

Sua eloquência, carisma, história e força de vontade encantaram o público. O

resumo de sua palestra, aqui descrito, reúne trechos dos seus slides e de seus

comentários.

Quero agradecer muito o convite para participar deste painel. Espero que eu

possa contribuir com este evento... Não temos necessariamente as respostas, mas espero que tenhamos as melhores perguntas.

Não é à toa que a atual presidente da FEBAB, Sigrid, é de Santa Catarina. Os 31 anos deste evento mostram a força que este estado tem em discutir o movimento associativo. Este é um tema que está em discussão no mundo inteiro, não apenas no Brasil. Nesta palestra eu abordarei primeiro o perfil profissional do bibliotecário e, num segundo momento, da Biblioteca de São Paulo.

Perfil do bibliotecário versus o conceito de biblioteca. Pensar em qual perfil e para qual biblioteca: pública, escolar, universitária, especializada, comunitária, digital/virtual.

Bibliotecas escolares e públicas são as que deveriam atender a maior demanda da população: 1) Bibliotecas como espaços vivos de interação das pessoas; 2) Brasil: procurando sanar o atraso nos sistemas públicos de acesso à informação; 3) Biblioteca clássica (re)inventada: mudança de foco das coleções para acesso, conexão e interação de pessoas.

Eu vejo a biblioteca como local para: encontrar com os amigos, estudar e trabalhar, ler jornais e revistas, ter acesso gratuito à internet, fazer a lição de casa, ver uma exposição, participar de uma atividade cultural, emprestar material, receber informação e orientação (fazer currículos, ser encaminhado para os programas disponíveis – sejam locais, estaduais ou federais, como o Bolsa Família, relaxar e descansar.

Na Biblioteca de São Paulo ocorreu o seguinte: as pessoas utilizam bastante os computadores da biblioteca, entre outras coisas para assistir os filmes do acervo. A equipe da Assistência Social da biblioteca teve a ideia de fazer seções de filmes, mas antes das seções eram apresentados trailers que divulgavam vagas de emprego. Eram anúncios retirados dos jornais que a biblioteca recebe, ou seja, o conteúdo veio da biblioteca. É uma ação importante porque há pessoas que, infelizmente, não têm condições ou não conseguem perceber que, por falta de auto-estima e outros fatores, num jornal há vagas de emprego. Com o passar do

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tempo, muitas pessoas voltaram à biblioteca para avisar que conseguiram um emprego depois de assistir aos trailers.

Trago alguns conceitos para nós pensarmos sobre a sociedade contemporânea, que afeta todas as profissões e não apenas a nossa. Stuart (1999) destaca fatores que podem ser apontados como sendo mais relevantes para se considerar na sociedade contemporânea: explosão da informação; novas formas de organização do trabalho; emergência de novas carreiras e ocupações; mudanças frequentes no lugar de trabalho; aumento da competitividade; aumento da necessidade de especialização para fazer frente à competitividade; impacto das TIC no modo de produção e forma de trabalhar; necessidade de avaliação de desempenho das pessoas no trabalho utilizando critérios mais amplos – indo além daqueles que envolvem apenas uma base determinada de conhecimentos.

Sobre o perfil profissional e considerando a biblioteca como um “espaço de pessoas”, quais competências e habilidades o bibliotecário deve ter para atuar na biblioteca?

Adriana Ferrari discutiu vários estudos sobre competências e habilidades

necessários aos bibliotecários elaborados por associações profissionais do

exterior e por instituições brasileiras. São suas as traduções dos textos a

seguir:

ALA’s Core competences of Librarianship final version 2009. Conhecimentos

e habilidades em:

1) Fundamentos da profissão Ética, valores e princípios fundamentais da biblioteca e da informação profissional; promoção dos princípios da democracia e liberdade de expressão; diferentes tipos de bibliotecas, lei de direitos autorais, liberdade de expressão, acessibilidade a pessoas com deficiência propriedade intelectual, importância do advocacy, comunicação verbal e escrita. 2) Recursos de informação Conceitos relacionados com o ciclo de vida do conhecimento e da informação registrada, desde a criação às formas de acesso, seleção, avaliação, aquisição, processamento, armazenamento, gestão de coleções em vários suportes incluindo a preservação e conservação.

3) Organização da informação e do conhecimento registrado Organização e representação do conhecimento, catalogação, metadados, indexação, padrões utilizados para organizar o conhecimento e a informação registrados.

4) Conhecimento tecnológico e habilidades Informação, comunicação, apoio e tecnologias relacionadas e como elas afetam a prestação de serviços; aplicação da informação, métodos de acesso e avaliação, eficácia dos custos de produtos baseados na tecnologia de serviços, identificação de tecnologias emergentes e inovadoras no sentido de reconhecer e implementar significantes melhorias nas tecnologias.

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5) Serviços dos usuários e referência Conceitos, princípios e técnicas de referência e serviços de usuários que forneçam acesso preciso a informação e conhecimento registrados para todas idades e grupos; técnicas usadas para recuperar, analisar sintetizar a informação de diversos recursos para uso individual ou em grupo; information literacy, princípios e métodos de advocay usados para alcançar públicos específicos para promoção e explanação de conceitos e serviços. Resposta à diversidade de necessidades dos usuários, comunidades e preferência de usuários. Princípios e métodos usados para desenhar novos serviços diante de situações/circunstâncias emergenciais.

6) Pesquisa Fundamentos da pesquisa quantitativa e qualitativa 7) Educação continuada e aprendizado ao longo da vida Necessidade de educação continuada; entender o que é o aprendizado ao longo da vida e promover os serviços da biblioteca.

8) Administração e gestão Princípios para o planejamento dos orçamentos de bibliotecas e unidades de informação; administração de recursos humanos, conceitos e métodos para avaliar os serviços das bibliotecas; desenvolvimento de parcerias, redes colaborativas e outros estruturas, formação e lideranças.

Core competences for 21st Century Canadian Association of Reseach Libraries

2010. Conhecimentos e habilidades em:

1) Fundamentos do conhecimento • Ambiente social, cultural, econômico e político em que trabalham; • Biblioteconomia e prática profissional; • Sistema de bibliotecas ou bibliotecas que trabalham; • Ambiente da organização; • Sistema nacional de educação nos vários níveis; • Modelos acadêmicos e práticos; • Questões legais relativas ao ambiente acadêmico das bibliotecas (copyright e

legislação).

2) Habilidades interpessoais • Adaptabilidade, flexibilidade e ânsia por novas experiências e conhecimento; • Comunicação e advocacy; • Negociação; • Ser capaz de trabalhar frente às diversidades, mente aberta para mudanças e

adaptação a diferentes condições de trabalho; • Iniciativa, marketing, inovação, colaboração, tutoria (apoiar os membros na

profissão ajudando a atingir sucesso em novas posições); • Habilidades para escrita; • Habilidade para falar em público com ou sem tecnologia.

Page 20: Leia o relatório final

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3) Liderança e gestão • Liderança – capacidade para influenciar e motivar outros para alcançar a

excelência; • Gestão financeira; • Gestão de RH; • Desenvolvimento de recursos e serviços; • Gestão de riscos; • Gestão de projetos; • Processos de avaliação; • Parcerias e colaboração.

4) Desenvolvimento de coleções

• Ciclo de publicação acadêmica; • Gestão de desenvolvimento de coleções; • Curadoria digital: processo de estabelecimento de repositórios digitais no

presente com foco no futuro; • Preservação digital; • Gestão e preservação das coleções; • Gerenciamento de registros.

5) Information Literacy • Ensino e aprendizagem; • Pensamento crítico e aprendizado ao longo da vida; • Serviço de referência; • Engajamento.

6) Pesquisa e contribuições para a profissão

• Pesquisa e publicações – escrever, editar, revisar, reeditar livros, artigos ou relatórios;

• Conferências; estudo formal; ensino; gestão de conferências; • Planejamento e organização/condução de programas profissionais, workshops,

associações profissionais, engajamento em atividades de iniciativa das comunidades – sobretudo associadas a prática profissional;

• Manter-se informado, modelos e métodos de pesquisa (conhecimento dos fundamentos da pesquisa qualitativa e quantitativa);

• Bolsas de pesquisa.

7) Tecnologia da informação • Conhecimento em sistemas integrados de informação; tecnologias emergentes

incluindo redes sociais, recursos eletrônicos, desenvolvimento de web pages, repositórios institucionais; gestão de bases de dados.

Adriana ressalta a separação entre “tecnologia” e “curadoria digital”,

mencionado anteriormente. Ela afirma que o bibliotecário não tem necessidade

de entender profundamente de programação de computadores, por exemplo.

Ele deve é ter a capacidade de selecionar o que lhe interessa, aquilo que é

necessário. Essa ação de “abraçar a tecnologia” seria até arriscado, pois nós

teríamos que competir com os analistas de sistemas.

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Adriana entende que os bibliotecários não podem é “deixar de entender” de

tecnologia, recusando este tema, simplesmente. Mas querer tornar-se um

grande especialista não seria uma necessidade.

Adriana destaca que o texto a seguir focou no tema “liderança”. Também

comenta sobre as “euquipes”, situação que ocorre quando o bibliotecário

precisa trabalhar sozinho, sendo ele mesmo sua prórpia equipe.

American Library Association’s Emerging Leaders Program (2008). Competências para os líderes: definidas quatro competências centrais: Visão - Pensamento Global, Gestão Eficaz, Capacidade Cognitiva e Eficácia Interpessoal /Culturalmente Competente.

1) Visão: pensamento global • Capacidade de pensar além da instituição, considerar ambientes e

tecnologias que impactam a comunidade de forma mais ampla. • Ser criativo e inovador, pensar à frente, antecipar-se aos problemas e achar

soluções, inspirar outros a pensar criativamente sobre o que poderia ser ao invés do que apenas é.

2) Gestão eficaz • Gerir a mudança, construir apoios internos e externos para mudanças,

disposição para assumir riscos calculados, delegar e acompanhar, gerir os recursos humanos, planejamento estratégico, flexibilidade e adaptabilidade, ter mente aberta para novas ideias, manter serenidade durante situações difíceis.

3) Capacidade cognitiva • Resolução de problemas, promover ambiente que estimula os outros a criar

soluções para seus próprios problemas. • Tomada de decisões: assume responsabilidade pela tomada de decisão. • Pensamento reflexivo: avalia com precisão as deficiências e ativos da

organização. Reconhece e implementa oportunidades de melhoria. 4) Eficácia Interpessoal Culturalmente Competente • Promove um ambiente onde todas as culturas são respeitadas e valorizadas;

constrói equipes e relacionamentos dentro e fora da organização; • Promove uma cultura que estimula a inovação; estimula o crescimento

pessoal, oferece oportunidades de desenvolvimento por meio de programas de treinamento.

• Inspirador e motivador: inspira os indivíduos a contribuir ativamente para a organização, cria um ambiente de confiança e integridade.

• Habilidades de comunicação: ouve as pessoas, dá e recebe feedback construtivo, capacidade de reter o julgamento e não participar de fofocas. Estimula um ambiente de comunicação ativa.

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As competências do profissional da informação nas organizações contemporâneas. Belluzzo (2011). “Design” do perfil do profissional de informação para que seja capaz de criar, nas organizações onde atuam: • Definição e implementação de tecnologias para determinação da informação

e do conhecimento necessário ao cumprimento da missão e dos objetivos com base no sentido de comunidade;

• Identificação da informação e do conhecimento necessários ao desenvolvimento tanto dos processos como dos procedimentos de cada atividade a ser desenvolvida;

• Previsão e organização das formas de captação e criação do conhecimento; • Seleção de fontes externas para a obtenção da informação necessária ao

desenvolvimento das estratégias de negócio adequadas ao mercado onde se insere;

• Integração de formas de difusão dos conhecimentos gerados para o compartilhamento em equipe e em rede.

Ministério da Educação – MEC • Interagir e agregar valor aos processos de geração, transferência e uso da

informação, em todo e qualquer ambiente; • Criticar, investigar, propor, planejar, executar e avaliar recursos e produtos

de informação; • Trabalhar com fontes de informação de qualquer natureza; • Processar a informação registrada em diferentes tipos de se suporte,

mediante a aplicação de conhecimentos teóricos e práticos de coleta, processamento, armazenamento e difusão da informação;

• Realizar pesquisas relativas a produtos, processamento e transferência e uso da informação.

Adriana critica o texto do MEC e da CBO, abaixo, pela sua imensa

generalidade, em comparação com a profundidade dos estudos elaborados

pelas associações estrangeiras.

Competências do Profissional da Informação na CBO • Manter-se atualizado, • Liderar equipes, • Trabalhar em equipe e em rede, • Demonstrar capacidade de análise e síntese, • Demonstrar conhecimento de outros idiomas, • Demonstrar capacidade de negociação, • Agir com ética, • Demonstrar senso de organização, • Demonstrar capacidade empreendedora, • Demonstrar raciocínio lógico, • Demonstrar capacidade de concentração, • Demonstrar pró-atividade,

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• Demonstrar criatividade.

Adriana ressalta que há muitos locais de trabalho para os bibliotecários,

especialmente no terceiro setor. Mas é preciso capacitar-se.

Atuação do profissional da informação no mercado brasileiro: bibliotecas

universitárias; bibliotecas especializadas; órgãos públicos; pouca presença no terceiro setor, ONGS, OCIPS.

Nova onda “Livro, Leitura e Literatura”: 1) Programas nacionais implementados – PNLL/MINC/MEC; 2) Mapa das ações; 3) Movimentos da sociedade civil: Borrachalioteca, Bibliojegue, livros em praças, na periferia, nas casas, açougues, feiras, entre outros; 4) Aportes estaduais e federais para projetos de promoção e difusão da leitura e literatura.

Presença dos bibliotecários nas bibliotecas: 1) A leitura não pode ser vista como uma reserva de mercado; 2) Somente na biblioteca é preciso ter um bibliotecário?; 3) Quem pode disseminar a leitura? Quem gosta de ler, quem gosta de gente, quem quer transformar realidades...

O bibliotecário poderia ter um papel determinante, mas precisa: • Atuar politicamente e buscar espaços de representação, • Quando conseguir, atuar de forma ativa e não ser espectador, • Os principais “assentos estratégicos” não são ocupados por profissionais

da informação e sim pelo mercado livreiro, • Ausência do movimento associativo – ALA, IFLA.

Apresenta a definição para “saber, querer fazer, saber fazer”, de Ortoll

Espinet (2003), citado por Belluzzo (2011).

• Saber: conjunto de conhecimentos, entendido em um sentido mais amplo,

envolvendo como processar a informação de modo inteligente construindo conhecimento que servirá de base para realização de uma atividade;

• Querer fazer: conjunto de atitudes que vai além de pensar e de aprender e internalizar determinados conteúdos, compreendendo a atuação quando existem resultados e que demandaram conteúdos, compreendendo a atuação quando existem resultados e que demandaram a determinadas atitudes e motivações que levam a realizar uma atividade a partir do conhecimento pré-existente;

• Saber fazer: conjunto de habilidades, considerada como a capacidade de colocar os conhecimentos em ação para a realização de uma atividade.

Finaliza a primeira e tapa de sua fala com a citação:

O futuro dos profissionais da informação está em suas próprias mãos e depende do que cada um demonstrar que pode ser capaz de querer ser, conhecer e fazer. (BELLUZZO, 2011).

O segundo momento da palestra foi dedicado ao debate sobre a Biblioteca de

São Paulo, uma unidade que se tornou referência nacional entre as bibliotecas

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públicas. Adriana foi a idealizadora dessa unidade, tomando por base

experiências de bibliotecas latino-americanas, mas sem desprezar o contexto

brasileiro.

Comenta sobre um trabalho de marketing elaborado por bibliotecas públicas

de Londres em 2003. Nesta cidade, as bibliotecas sempre atraíram mais

pessoas que os estádios de futebol. Mas nos últimos anos a frequência estava

caindo. A campanha de marketing apresentava, de forma lúdica, todos os

recursos que uma biblioteca possui e oferta, comparando-a a uma central de

carreiras, faculdade, loja de departamentos, enfim, um local de possibilidades

infinitas.

Sobre o contexto brasileiro, Adriana pontuou algumas questões:

• 14 milhões de analfabetos de acordo com o IBGE a maioria está na região nordeste em municípios com até 50000 habitantes, com mais de 15 anos, entre negros e pardos zona rural.

• Bibliotecas para quem? Quem está na universidade? Quem está na escola (ensino fundamental e médio)? Quem está desempregado? Quem está nas ruas? Quem não tem escolaridade?

• Que tipo de contribuição o bibliotecário/ou a nossa Biblioteconomia quer dar ao país?

• Bibliotecas para muitos, muitos cidadãos que não acesso a esse direito, como à educação e saúde.

Que tipo de biblioteca queremos para os próximos anos: • Biblioteca acessível para todos com portas abertas, com infraestrutura e

ambiência que estimulem a permanência de todos, acervo atualizado, profissionais capacitados, com agenda cultural intensa...

• Fontes inesgotáveis de prazer, informação e entretenimento... • Com serviços pensados para cada grupo de usuários que permitam

“seduzir” a comunidade e com ela construir mais e mais ...

Nesta “biblioteca do futuro”, as competências dos profissionais devem estar mais relacionadas ao entendimento da comunidade (sociologia, antropologia), da literatura, das artes, administração e educação, habilidades mais necessárias do que o conhecimento sobre tecnologias de informação.

Sobre a Biblioteca de São Paulo:

• Apresentação para o Secretário da idéia e do esboço do projeto • Precificação: 12 milhões de reais. Factível?

Etapas • Julho 2008 – visita à Biblioteca de Santiago Chile • Agosto projeto conceitual pronto: onde instalar a biblioteca? • Construir um prédio novo ou adaptar um espaço existente?

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• Escolha do Parque da Juventude: reunia as dimensões e características para o projeto principalmente pela facilidade de acesso

• Contratação de escritório de arquitetura: Aflalo & Gasperini para conceber o projeto de interiores

• Principal foco do projeto: criar ambientes para encontro e interação de pessoas.

• Espaço não só de livros, mas de convergência de mídias e linguagens Vídeo sobre a Biblioteca de São Paulo:

http://bibliotecadesaopaulo.org.br/2012/02/13/bsp-2-anos

Desafios • Instalar fisicamente a Biblioteca, mas criá-la refletindo o conceito da

biblioteca de São Paulo: espaço democrático, espaço de inclusão. • Término do projeto: abril 2009 • Equipe bibliotecários sensíveis a essa “causa” e outros profissionais como

produtores culturais, assistentes sociais, universitários, pessoas que já lidavam com público....

• Gente que gosta de gente, que gosta de ler!!!! • Regras? Sim para que haja conscientização da utilização de um espaço

público, mas não são amarras... • Palavra: comprometimento com a ideia e com o fazer diário. • O próprio espaço, antigo Carandiru mostra que sempre é possível mudar

para melhor. • O desafio hoje é muito maior do que construir a biblioteca é conquistar cada

um que a frequenta, fidelizar esse indivíduo e sempre buscar o não usuário da biblioteca...

Alguns dados da Biblioteca de São Paulo:

• Inaugurada em 08 de fevereiro de 2009, • 20.000 Empréstimos/mês, • 108.775 Usuários cadastrados, • 61.929 Consultas documentos, • Acervo de 34.631 itens (livros, CD’s, DVD’s), • Espaço: 4,5 mil m2, • Atendimento: 320.000 usuários/ano, • Tenda de eventos/Exposições - Auditório – Cafeteria, • Programas permanentes para crianças, jovens, adultos e idosos, • Gestão em parceria com a SP Leituras – Organização Social de Cultura.

Ao final da palestra, Adriana apresenta duas frases para reflexão:

O que era sonho, hoje é realidade na nossa vida e de muita gente, essa história não tem final, começa a cada dia novamente...

E depois:

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“Não é o que você faz, mas quanto amor você dedica no que faz que realmente importa”. Madre Tereza de Calcutá.

Ao final da palestra, foi dada a palavra ao público, para fazer perguntas. José

Paulo, da ACB, fez a seguinte pergunta: “Sobre a responsabilidade da

graduação em Biblioteconomia, quais condições o bibliotecário deveria ter ao

sair para o mercado de trabalho? O quando é responsabilidade dele em “correr

atrás” e o quanto é responsabilidade do curso de graduação? O aluno deveria

ter condições de saber construir uma biblioteca pública depois de formado”?

Adriana entende que os cursos de Biblioteconomia deveriam refletir e

investigar sobre o quanto seus alunos entendem o curso em que estão. É a

pessoa que faz a diferença. Ela acredita que os alunos deveriam sair com

algum conhecimento para montar uma biblioteca pública, mas é preciso

compreender corretamente o conceito de “biblioteca pública”. É preciso ter

sendo de comunidade, saber exatamente a qual público a biblioteca se destina.

Antes de começar com o discurso de “profissão regulamentada”, o bibliotecário

deve ter a mente aberta e ser ativo, fazer parcerias e chamar a comunidade

para junto da biblioteca. Então, os cursos de Biblioteconomia deveriam

esclarecer seus alunos sobre o perfil de bibliotecário que o Brasil precisa.

Na Biblioteca de São Paulo trabalha-se com equipes multidisciplinares e é

importante engajar-se até para retirar qualquer imagem negativa do

bibliotecário. A postura do profissional é que faz a diferença.

A professora Magda Teixeira Chagas pediu a palavra. Informou que já visitou

a Biblioteca de São Paulo, ficou maravilhada e foi muito bem atendida. Sobre a

formação da graduação, a professora explicou que alguns conteúdos precisam

ser ministrados para a plena formação do profissional. Há profissionais que têm

uma defasagem que vem desde o Ensino Fundamental, o problema não é

necessariamente o curso, ou apenas ele.

A professora Gleisy Regina Bóries Fachin, da UFSC, também pediu a palavra.

Ela concorda com a professora Magda sobre o perfil profissional: as pessoas já

entram na graduação com uma índole. O amor ou não pela profissão depende

da pessoa, sua personalidade e formação educacional.

Adriana Ferrari finalizou este momento do Painel 2012 contando uma

pequena história infantil sobre a importância de analisar diferentes pontos de

vista.

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Figura 9 – Palestra de Adriana Cybele Ferrari

Foto: Morena Pereira Porto

Figura 10 – Fala da Profa Magda Teixeira Chagas

Foto: Morena Pereira Porto

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3.2.2 - Apresentação de trabalho Elisa Cristina Delfini Correa, Debora Zamban,Viviane Martins Arruda de Oliveira Blogs sobre biblioteconomia ressignificando a profissão no Brasil: uma análise do blog bibliotecários sem fronteiras.

Às 11h05min teve início a apresentação do trabalho “Blogs sobre

biblioteconomia ressignificando a profissão no Brasil: uma análise do blog

Bibliotecários sem Fronteiras.” Os autores alternaram-se em suas falas.

Analisam o blog Bibliotecários Sem Fronteiras (BSF) como uma possibilidade

de ressignificação da profissão, positiva, dinâmica, em contraponto ao

estereótipo pejorativo do bibliotecário na visão social.

Os autores analisaram 76 posts das categorias de assuntos: Bibliotecários,

Imagem Profissional e Profissão, investigando a existência de conteúdos

voltados à apresentação de um perfil profissional diferente do estereótipo

conhecido.

A pesquisa concluiu que o BSF representa uma potencial ferramenta de

ressignificação com grande alcance de público, apresentando o perfil de um

bibliotecário moderno e descontraído, além de bem fundamentado em suas

práticas profissionais. Os blogs contribuem para projetar uma nova imagem do

bibliotecário e servem como fonte de informação.

Um participante da plateia elogiou o trabalhou e comentou que os blogs são

importantes fontes de informação, especialmente na ciência, pois alguns

pesquisadores divulgam suas pesquisas em blogs, às vezes antes do artigo ser

publicado.

Figura 11 – Palestra da profa Elisa Correa

Foto: Morena Pereira Porto

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3.2.3 Apresentação de trabalho Liège Maria Martins Knoche Contar, ler e brincar: a importância da contação e da leitura de histórias aliadas ao lúdico como agentes transformadores da rotina hospitalar.

Às 11h25min, Liège iniciou a apresentação de seu trabalho, um relato de

experiência intitulado, “Contar, ler e brincar: a importância da contação e da

leitura de histórias aliadas ao lúdico como agentes transformadores da rotina

hospitalar”.

Os trabalhos ocorreram com crianças e adolescentes da Unidade de Onco-

Hematologia do Hospital Infantil Joana de Gusmão, Florianópolis, SC. O

objetivo geral foi identificar os aspectos benéficos das atividades de contação e

leitura em voz alta de histórias, aliadas ao lúdico, bem como reconhecer

problemas que possam surgir e encontrar soluções que visem o aprimoramento

das atividades. Abordou suas atividades de incentivo à leitura; a importância do

contar, ler e brincar; o literário como catarse, o lúdico para transpor tais

momentos; descreve o desempenho do agente promotor da leitura; e

atividades de cunho social e cultural.

Nas considerações finais, descreveu que essas práticas culturais contribuem

para externar os sentimentos e emoções, reforçam a identificação, o respeito

para com o outro, libertam a imaginação e a criatividade. Podem transformar

não somente o ouvinte, mas também o próprio agente responsável por tais

ações.

O público reagiu muito positivamente a esta apresentação. Dois participantes

se manifestaram, um do Ceará e outra de Brasília, parabenizando a autora e

comentando sobre suas experiências pessoais com a Biblioterapia.

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Figura 12 – Palestra de Liege Maria Martins Knoche

Foto: Morena Pereira Porto

3.2.4 Mesa-redonda Elisa Machado, Esni Soares, Adriana Cybele Ferrari Redes de bibliotecas escolares, universitárias e públicas: experiências brasileiras

Às 14h teve início a mesa-redonda intitulada “Redes de bibliotecas escolares,

universitárias e públicas: experiências brasileiras”, com as palestrantes Elisa

Machado, coordenadora do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, Esni

Soares, coordenadora do Sistema de Bibliotecas Públicas de Santa Catarina, e

Adriana Ferrari, coordenadora da Unidade de Bibliotecas e Leitura da

Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo.

A proposta desta mesa foi apresentar, discutir e divulgar alguns modelos de

sistemas de bibliotecas existentes no Brasil. Cada sistema ou rede de

bibliotecas sem características e finalidades diferentes.

Estava programada, também, a participação do deputado federal José

Stédile, do Rio Grande do Sul, e Liliana Oliveira Granemann, coordenadora da

Rede de Bibliotecas Escolares de Florianópolis. Algumas semanas antes do

evento, o dep. José informou que não poderia participar por questões de

agenda e enviaria uma representante. E dias antes do evento, Liliane informou

que não poderia participar por motivos de saúde. A representante do dep. José

nos informou que não conseguiu pegar o avião para participar do Painel.

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Elisa Machado coordenou a mesa-redonda e iniciou os trabalhos com sua

palestra. O resumo a seguir reúne trechos de sua fala com os textos de seus

slides. Antes de iniciar no tema, Elisa contou um pouco de sua história e o que

a levou ao tema “bibliotecas públicas”.

Considero importante trazer para vocês a questão das políticas públicas. Vou contar um pouco para vocês o que é o Sistema. O Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas foi criado em 1992 com o objetivo principal de ampliar e fortalecer as Bibliotecas Públicas do país. Integra a Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB), da Fundação Biblioteca Nacional (FBN). Trabalha de maneira participativa e estimula a constituição de um trabalho colaborativo entre os estados e os municípios. Propõe que o gerenciamento operacional fique a cargo dos Sistemas Estaduais de Bibliotecas Públicas (SEBPs) que passam, por sua vez, a articular-se com os Sistemas Municipais e Redes Locais de Bibliotecas.

A proposta da gestão atual é mudar a ideia de que biblioteca é apenas acervo. É muito mais que isso.

Há muitos obstáculos: concepção de Bibliotecas – educação x cultura. Bibliotecas públicas estão mais ligadas è cultura que à educação. Há a dificuldade dos governos, da sociedade e até mesmo dos bibliotecários em perceber o potencial transformador de uma biblioteca pública. Precariedade das Bibliotecas Públicas. Bibliotecas Pública como mercado de trabalho: há poucos concursos e os salários são muito baixos. Dispersão de esforços e ineficiência por falta de equipes qualificadas na gestão de informação e a falta de sinergia entre ações e projetos.

Mas também há muitas oportunidades: acesso às novas tecnologias de informação e comunicação. Há o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), Planos Estaduais e Municipais. Existe um ambiente propício para a criação de redes colaborativas de trabalho. Temos uma sociedade e uma economia baseada na informação e no conhecimento. Estamos na era da informação e do conhecimento onde a cultura é o ponto articulador de novas identidades locais.

Mostrou uma imagem de uma biblioteca típica americana, mas vazia, e

questionou qual é o tipo de biblioteca que queremos. Qual é a identidade da

biblioteca? Continuou apresentando imagens de bons exemplos de bibliotecas

e teceu alguns comentários. Enfatizou a necessidade de trabalharmos

colaborativamente. Depois, explicou as ações do Sistema:

As principais ações do Sistema são: apoio à instalação e modernização de bibliotecas públicas nos municípios; fomento à formação de redes de bibliotecas para ampliar o trabalho cooperativo; assessoria técnica: gestores públicos, bibliotecários e profissionais que atuam nas bibliotecas; gestão de informações sobre BPs no país; acompanhamento e avaliação do impacto das ações implementadas pelo governo na área de bibliotecas públicas e comunitárias.

Mostrou dados numéricos sobre Santa Catarina em relação ao número de

bibliotecas, sua modernização e os serviços oferecidos.

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Explicou que existe uma portaria do Ministério da Cultura que relaciona o

repasse de verbas ao funcionamento de bibliotecas públicas:

Ministério da Educação - PORTARIA Nº 117, DE 1º DE DEZEMBRO DE 2010 - Estabelece como condição para a liberação de recursos financeiros do MinC aos entes federados a existência e o pleno funcionamento de pelo menos uma Biblioteca Pública instalada em condições minimamente adequadas de atendimento à população.

Apresentou o cadastro nacional de bibliotecas, seus objetivos e as estatísticas

já elaboradas.

Ao final da palestra, enfatizou as parcerias já realizadas com instituições e a

sociedade, especialmente e Fundação Bill & Melinda Gates, mas ressaltou que

há muitos problemas burocráticos e isso impede, às vezes, que as instituições

parceiras repassem verbas.

Foi permitido que os participantes realizassem perguntas. Suelen, de Brasília,

informou que houve falta de informação durante o período de cadastramento

de bibliotecas. Elisa procurou explicar as dificuldades de criação do cadastro, a

falta de orçamento, entre outros fatores, mas incentivou que o cadastro

continue e ser realizado.

Adriana Ferrari elogiou a palestra e as ideias de Elisa.

José Paulo, da ACB, perguntou a Elisa se existe um perfil das pessoas que

trabalham em bibliotecas públicas no Brasil. Elisa explicou que em 2009 foi

publicado um censo de bibliotecas públicas pela FGV que dava essas

respostas. Boa parte das bibliotecas públicas não têm bibliotecários, em

algumas há pessoas semianalfabetas dirigindo bibliotecas. Para os cursos que

o Sistema pretende ofertar em bibliotecas, é importante que o Sistema tenha

seus critérios de qualidade também.

Sigrid, da FEBAB, pediu a palavra e informou que há alguns anos atrás

tentou-se construir uma parceria com a Fundação Bill & Melinda Gates. Foram

dois anos de muitas reuniões que envolveram outras instituições, como IBICT,

CFB e FEBAB. A FEBAB ficou encarregada de ministrar cursos de advocacy e

ressaltou que ainda falta para muito bibliotecários a força para posicionar-se,

daí a importância desse curso.

José Paulo perguntou para Elisa qual seria o papel ideal do Sistema de

Bibliotecas Públicas: o Sistema deveria ater-se somente à criação de políticas

públicas, ou deveria ministrar cursos e gerir bibliotecas? Elisa afirma que o

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Sistema deve ser uma fonte segura de informação para a criação de

bibliotecas, deve lançar editais (cita o exemplo do edital para a compra de

periódicos). Enfatiza que o sistema, sozinho, não fará nada. Ele deve fazer

parcerias, trabalhar junto com outras instituições.

A primeira parte da mesa-redonda foi encerrada e Esni Soares deu início a

sua palestra. Esni é a coordenadora do Sistema de Bibliotecas Públicas de

Santa Catarina. A palestra, descrita a seguir, reúne trechos de seus slides e de

sua fala.

O objetivo do sistema é: implantar, expandir, modernizar e prestar assessoria a bibliotecas públicas em todos os municípios do Estado.

O Sistema foi instituído pelo decreto n. 30.571, subordinado a UDESC. De 1998 a 2008 – Ficou instalado nas dependências da BPSC, porém as atividades foram, praticamente, suspensas. De 2004 a 2007 – FAPESC – Rosálvio Sartortt assume o desafio de reestruturação do Sistema, assessorando a implantação de bibliotecas em Santa Catarina. 50 bibliotecas foram inauguradas nesse período.

A FCC é o órgão central do Sistema de Bibliotecas Públicas de Santa Catarina, a quem compete coordenar e executar as atividades em consonância com as diretrizes do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas. As atividades do Sistema são desenvolvidas nas dependências da FCC, e as articulações tanto internas como externas estão em consonância com as diretrizes da FCC e SNBP.

Sobre as bibliotecas públicas em Santa Catarina: 278 Bibliotecas Públicas no estado, segundo levantamento 2010; 80 bibliotecas responderam ao questionário de recadastramento em SC até o momento; 126 Bibliotecas Públicas - Cadastro Nacional de Bibliotecas Públicas; 314 total de Bibliotecas Cadastradas.

Explicou que ela vai até as regiões catarinenses entregar livros e realizar capacitações. Nessas ocasiões, reúnem-se representantes de bibliotecas de várias cidades. Essa atividade ocorre em parceria com a Federação Catarinense de Municípios.

Os principais desafios são: comprometer o corpo técnico das bibliotecas públicas; estabelecer normas complementares ao decreto, definindo as condições para operacionalização do Sistema; montar uma infra-estrutura adequada; estabelecer uma equipe técnica; maior comprometimento do Estado com políticas públicas paras as bibliotecas, literatura, livro e leitura.

Suelen perguntou para Esni se as bibliotecas do Sistema existem

oficialmente. Esni respondeu que é uma condição obrigatória para o município

receber os benefícios que sua biblioteca tenha decreto de criação. Adriana

Ferrari contribuiu com a discussão ao afirmar que, com o decreto, a princípio só

uma câmara de vereadores poderia extinguir a biblioteca. Mesmo assim, ela vê

bibliotecas “fecharem” pela total falta de apoio das prefeituras.

Após o encerramento do debate sobre as bibliotecas em Santa Catarina,

Adriana Ferrari iniciou sua palestra contando sua história na direção do

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Sistema de Bibliotecas da USP, cargo que ocupou por seis anos. Ela reviu

várias políticas e rotinas, mudou o modo de aquisição de periódicos e

conseguiu economizar em torno de 50 milhões de reais, que foram investidos

no parque tecnológico do Sistema. Trabalhou na perspectiva da gestão

participativa, planejamento estratégico, sistêmico, apoiou as boas práticas de

algumas bibliotecas da USP e procurou expandi-las para todo o Sistema.

Foram muitos os fatos narrados. A palestra descrita a seguir reúne trechos de

seus slides e de sua fala na ocasião.

Ações de Adriana no SiBi USP:

• Integra as bibliotecas das unidades de ensino e pesquisa da USP, trabalhando nos eixos principais:

• Aquisição planificada; • Atualização do parque tecnológico, • Programa de qualificação de equipes, • Sistema de gestão com ênfase na qualidade, • Programa de avaliação da qualidade, • Captação de recursos externos, • Processos para tratamento da informação; • Preservação e conservação de acervos; • Projetos sistêmicos a partir do planejamento estratégico participativo, • Participação em consórcios nacionais e internacionais, • Integrante do Consórcio Cruesp/Bibliotecas.

O SiBi USP tinha as seguintes características: • Ambiente “controlado”, • Todas as bibliotecas pertencem a USP e recebem recursos de acordo com a

dimensão da Escola/Faculdade/Instituto ao qual estão inseridas, • Todos os funcionários são da USP e possuem o mesmo Plano de

Carreira/Salários, • Equidade no acesso às coleções digitais, • Público usuário com as mesmas características (discentes em sua maioria,

docentes, pesquisadores e externos à USP), • As bibliotecas não são iguais e têm níveis de desenvolvimento distintos ... • Universo: 44 bibliotecas.

Após a descrição do ambiente de biblioteca universitária, Adriana mudou de

tema. A partir de então, o universo do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas

do Estado de São Paulo norteou sua fala.

Os bibliotecários de bibliotecas públicas estão a todo momento pensando em captação de recursos, diferente de quem trabalha em biblioteca universitária. O universo das bibliotecas públicas tem as seguintes características: • Ambiente heterogêneo, • As bibliotecas pertencem aos municípios e os recursos para sua manutenção

devem ser providos pelas prefeituras,

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• Planos de carreira e salários distintos – há pessoal com salários de R$ 800,00 a R$ 10.000,00...,

• Universo cerca de 950 bibliotecas.

O Sistema de Bibliotecas foi criado em 9 de outubro de 1984 com a missão de revitalizar as bibliotecas públicas, aproveitando sua legitimidade indiscutível para torná-las centros permanentes de agitação cultural. • Em 1984 existiam cerca de 420 bibliotecas funcionando nos municípios do

Estado, • Algumas não passavam de modestas estantes com poucas fileiras de livros, • Outras dispunham de bons equipamentos, mas a frequência estava aquém

de sua capacidade. Nos anos 1990: • Projeto “Escritor na cidade”, • Exposições itinerantes, • Encontros Regionais, • Doações de livros, • Projeto “Gosto de ler”, • Treinamento e capacitação de profissionais para contação de histórias. São vários os desafios no Sistema: constante negociação com prefeitos e

prefeituras para perceber a importância das bibliotecas para a comunidade, negociação por recursos, infraestrutura, equipes..., como agregar as pessoas e motivá-las para prover as mudanças necessárias?

Em 2003, começou o Programa São Paulo: um Estado de Leitores. Que propunha zerar o número de municípios do Estado sem bibliotecas e abrir salas de leitura.

Cenário: Até 2003, 84 dos 645 municípios paulistas não possuíam bibliotecas. Destaque: abertura de 84 bibliotecas e 94 salas de leitura.

Em 2007, ocorreu o reposicionamento do Sistema na Secretaria de Estado da Cultura: • Estrutura do Sistema passa a funcionar no Centro de Bibliotecas ligado à

Unidade de Fomento e Difusão da Produção Cultural (UFDPC), • Em Novembro de 2007 é criada uma Assessoria da Área de Bibliotecas e

Leitura ligada diretamente ao Secretário da Cultura. Em 2007 ocorreram várias ações: • Diagnóstico e estabelecer a metas para que todo município tenha, pelo

menos, uma Biblioteca Pública, • Conhecimento da realidade local, • (Re)Definição do papel das bibliotecas públicas na comunidade, • Prestação de assistência aos municípios, prefeitos e gestores culturais.

A partir de vários questionamentos e da dificuldade de mostrar aos prefeitos o

modelo ideal de biblioteca pública, nasceu a proposta de criar uma “biblioteca modelo”, que virou a Biblioteca de São Paulo: criar uma biblioteca modelo de incentivo à leitura no Estado para apresentar aos municípios e buscar “repaginar” as bibliotecas existentes; pesquisas, leituras e conversas para

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identificar as melhores práticas no Brasil e Exterior; modelos de referência: Colômbia e Chile.

Em 2010 foi criada a Unidade de Bibliotecas e Leitura, do Estado de São Paulo. Seus objetivos eram: formular, planejar, implementar e avaliar a política cultural para as bibliotecas e as políticas de incentivo e promoção à leitura; coordenar o Sistema de Bibliotecas Públicas do Estado de São Paulo. Alguns destaques: • Cerca de 950 bibliotecas presentes em 627 municípios do Estado, • 17 municípios sem bibliotecas, sendo que vários receberam “kits” de

implantação do MinC e treinamento dos profissionais responsáveis promovido pela SEC,

• Instalação da Biblioteca de São Luiz do Paraitinga, • Instalação da Biblioteca Parque Belém.

Alguns dados disponíveis no site: www.bibliotecaspaulistas.sp.gov.br, sobre o Sistema Estadual: • Equipe: 3260 profissionais: 488 bibliotecários, 373 técnicos e 2399 outros

funcionários, • Frequência: 8.626.126 usuários, • Usuários cadastrados: 1.702.161 usuários, • Circulação de material (empréstimos e consultas locais): 4.588.985 itens.

O Sistema também apoiou o desenvolvimento de coleções das bibliotecas e

capacitação das equipes.

Destaque foi dado a dois projetos: o primeiro, Viagem literária, em 2008 levou

autores e contadores de histórias para 70 cidades de São Paulo, para oficinas

e conversas com o público. O segundo, o Prêmio São Paulo de Literatura,

premia autores que escreveram livros de ficção.

A palestrante esclareceu que a gestão de um sistema de bibliotecas públicas

possui grandes diferenças se comparada à gestão de um sistema de

bibliotecas universitárias:

• A gestão de um sistema de bibliotecas públicas exige participação no contexto político,

• Busca de parceiros (pessoas) dentro e fora da Secretaria, • Parcerias institucionais para ampliar a visibilidade das bibliotecas, • Adoção do advocacy (manhã, tarde, noite, todos os dias da semana....), • Ter projetos e discursos prontos para aproveitar as oportunidades.

Embora exista toda a regulamentação legal, o Sistema são as pessoas que

trabalham nas bibliotecas e o comprometimento delas é que trará o sucesso ou fracasso...

Termina sua palestra com a frase de Gandhi:

Seja a mudança que você deseja para o mundo!

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Figura 13 – Elisa Machado, Esni Soares, Adriana Ferrari

Foto: Morena Pereira Porto

Figura 14 – Palestra de Esni Soares

Foto: Morena Pereira Porto

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Figura 15 – Coffee Break

Foto: Morena Pereira Porto

Figura 16 – Palestra de Adriana Cybele Ferrari

Foto: Morena Pereira Porto

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Figura 17 – Fala de Suelen Garcia Soares

Foto: Morena Pereira Porto

3.2.5 Palestra Sigrid Karin Weiss Dutra, Maria Lourdes Blatt Ohira Debates mundiais sobre bibliotecas e bibliotecários: o 78º Congresso da IFLA. e o 25º CBBD 2013

Sigrid iniciou sua fala às 9h do dia 8 de novembro de 2012, comentando

sobre sua satisfação em estar presente no Painel. Seu trabalho no movimento

associativo começou ainda como estudante de Biblioteconomia da UDESC, no

início da década de 1980, e a partir desse exemplo, convidou todos os

participantes do evento a também se engajar nas associações. A palestra,

relatada a seguir, reúne trechos de sua fala e de seus slides.

A IFLA é a voz global da comunidade de bibliotecas e informação, que impulsiona o acesso equitativo à informação e ao conhecimento para todos. Ela acredita que as pessoas, comunidades e organizações para o seu desenvolvimento físico, mental, democrático e bem-estar econômico, precisam do acesso livre a informações, ideias e obras da imaginação. Teve início em 1927 e sua sede [e em Haia, na Holanda. É o principal organismo internacional que representa os interesses das bibliotecas e de seus usuários. Possui 1500 membros de 151 países.

Seus propósitos são: • promover altos padrões de fornecimento e prestação de serviços para

biblioteca e informação; • incentivar a compreensão generalizada do valor da boa biblioteca e dos

serviços de informação; • representar os interesses de seus membros em todo o mundo.

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Mostrou ao público a estrutura organizacional da IFLA: Figura 18 – Estrutura da IFLA

Fonte: IFLA.

Sigrid, que também é presidente da seção da América Latina e Caribe da

IFLA, explicou que o português ainda não é uma língua oficial desta

associação, o que se explica pela pouca participação do Brasil em suas

atividades.

Entre as suas atividades na IFLA estão: a produção de um livro em língua

portuguesa, o primeiro a ser editado pela associação, e a criação de um portal

que lista todas as iniciativas sobre acesso aberto da América Latina. A

presidente da IFLA, segundo Sigrid, gostou muito da proposta e, se ela for

vitoriosa, há a possibilidade de expandi-la para toda a organização.

A IFLA tem uma abordagem pautada nos seguintes preceitos: liberdade,

igualdade, inclusão. A abordagem estratégica tem como características: é

holística; existe o tema e programa do presidente (todo presidente da IFLA

desenvolve um tema principal e todas as ações da instituição convergem para

este tema); há a sensibilização da IFLA e o que ela representa para a

Page 41: Leia o relatório final

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construção de parcerias frutíferas e mutuamente benéficas; o fortalecimento da

IFLA como uma organização.

O atual plano estratégico da IFLA propõe: 1) acesso a conteúdos e recursos

digitais para os usuários da biblioteca; 2) programa internacional de

desenvolvimento de lideranças; 3) advocacy - defesa e o desenvolvimento da

profissão -; 4) reconstrução do patrimônio cultural/desastres naturais; 5)

multilinguismo. Sigrid comentou pormenorizadamente sobre cada um dos

temas. Destacou, no item quatro, que a IFLA realizou trabalhos de construção

de bibliotecas no Haiti, país devastado por terremotos anos atrás.

Outro tema importante para a IFLA são os direitos autorais. Ela trabalha em

estreita colaboração com os Estados-Membros da OMPI apoiando a criação de

um instrumento internacional que possibilidade exceções para bibliotecas e

arquivos no que diz respeito a direitos autorais. Cita alguns documentos já

escritos: 1) Declaração de Princípios sobre Direitos Autorais exceções e

limitações para Bibliotecas e Arquivos, em maio de 2009; 2) Proposta de

Tratado sobre Direitos Autorais Limitações e Exceções para Bibliotecas e

Arquivos, em abril de 2011.

Sobre o Congresso da IFLA, destacou: 1) reuniões que ocorriam fora do

centro de eventos, algumas na rua mesmo, como uma palestra sobre direitos

autorais; 2) palestra sobre letramento informacional; 3) estratégias para

associações profissionais de bibliotecários; 4) as bibliotecas através do tempo,

com palestra sobre os 85 anos da IFLA; 5) iniciativas da Finlândia sobre

estímulo à leitura e à educação; 6) seções sobre bibliotecas públicas e

escolares; 7) gestão do conhecimento em bibliotecas públicas com

perspectivas teóricas e práticas; 8) seção sobre “a biblioteca surpreendente”,

com palestra sobre a história da literatura infantil da Finlândia; 9) as boas

práticas das bibliotecas alemãs; 10) como alcançar os usuários com novas

mídias e o uso dos dispositivos móveis nas bibliotecas; 11) o movimento do

acesso aberto. A palestrante ofereceu ao público diversos detalhes sobre as

seções e palestras do evento.

Por fim, Sigrid convidou o público a participar do movimento associativo e a

trabalhar pela profissão. Afirmou que trabalhar em prol dessa causa é

realmente muito bom, até vicia, pois se fosse algo ruim ela não estaria

engajada desde a época de estudante de Biblioteconomia. Terminou sua fala

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convidando Maria Lourdes Blatt Ohira, a Lurdinha, para apresentar ao público

os preparativos para o 25º Congresso Brasileiro de Biblioteconomia,

Documentação e Ciência da Informação (CBBD), que em 2013 ocorrerá em

Florianópolis.

Lurdinha explicou que este é um evento da FEBAB, que o realiza em parceria

com uma de suas instituições associadas. O 25º CBBD ocorrerá entre os dias 7

e 10 de julho de 2013, no Centro de Convenções de Florianópolis, que já está

reservado para tal. Será uma oportunidade privilegiada para a apresentação de

experiências, práticas e difusão da produção técnico-científica relativa a

bibliotecas, unidades de informação, ensino, pesquisa e também proporcionará

oportunidades para o congraçamento e atualização dos profissionais da área.

Já ocorreu em todas as regiões do Brasil, e na Região estará pela segunda

vez. O primeiro e único CBBD em Santa Catarina ocorreu em 1982, em

Balneário Camboriú.

A programação do 25º CBBD será dividida em três temáticas: Temática

I: Tecnologias de informação e comunicação – um passo a frente; Temática II:

Transcompetências: diferenciais dos usuários e do profissional da informação;

Temática III: Bibliotecas, serviços de informação & sustentabilidade.

O evento está em fase de organização e a ACB atuará mais fortemente após

o término do Painel 2012.

Figura 19 – Palestra Sigrid Karin Weiss Dutra

Foto: Morena Pereira Porto

Page 43: Leia o relatório final

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Figura 20 – Palestra de Maria Lourdes Blatt Ohira

Foto: Morena Pereira Porto

3.2.6 Apresentação de trabalho Roberta Moraes de Bem Práticas de gestão do conhecimento: o caso da biblioteca universitária da UFSC

Às 10h05min, iniciou a apresentação de Roberta Moraes de Bem, que

apresentou trabalho intitulado: “Práticas de gestão do conhecimento: o caso da

biblioteca universitária da UFSC”.

É um relato de experiência que apresentou as práticas de Gestão do

Conhecimento realizadas na Biblioteca Universitária da UFSC, com vistas ao

compartilhamento de conhecimento. São comunidades de prática em diferentes

áreas, denominadas: “Bom Dia Biblioteca”, “Comunidade de Prática: Programa

de Capacitação” e “Clube do livro Era uma vez...”.

Os encontros são realizados de forma presencial com periodicidades e

métodos semelhantes, sempre com o intuito de compartilhar conhecimento e

promover a aprendizagem pessoal e organizacional.

Ao considerar que os servidores muitas vezes trabalham separados uns dos

outros, a prática regular de encontros para compartilhamento de conhecimento

e troca de experiências é fundamental para agregar valor aos serviços e

Page 44: Leia o relatório final

44

atender aos usuários. Roberta também ressaltou que o compartilhamento de

conhecimento nas organizações reforça o fato de que o conhecimento cresce e

se transforma na medida em que é compartilhado, e as práticas descritas no

trabalho proporcionam a construção de um conhecimento coletivo, o que

culmina com a aprendizagem organizacional.

Figura 21 – Palestra de Roberta Moraes de bem

Foto: Morena Pereira Porto

Page 45: Leia o relatório final

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3.2.7 Apresentação de trabalho Lara Batista Botelho, Suelen Garcia Soares Biblioteca sem fronteiras: estratégia de marketing para formação integral de usuários universitários

A apresentação iniciou às 10h25min, com as autoras Suelen Garcia Soares e

Lara Batista Botelho, ambas de Brasília. O trabalho tem o título: “Biblioteca sem

fronteiras: estratégia de marketing para formação integral de usuários

universitários”.

Abordaram o projeto Bibliotecas sem Fronteiras, em uma biblioteca

universitária, como estratégia de marketing para capacitar os alunos

ingressantes a se tornarem autônomos na utilização dos recursos

informacionais, assim como divulgar a biblioteca como um polo cultural e

também incentivar a leitura, pesquisa e produção de novos conhecimentos com

visitas em sala de aula.

Inicialmente essas ações ocorriam dentro de uma disciplina obrigatória a

todos os alunos da universidade, mas por questões pedagógicas não foi

possível continuar dentro da grade curricular. Tais atividades passaram, então,

a ser organizadas apenas pela equipe da biblioteca.

A metodologia utilizada foi composta por ações educativas por meio de

dinâmicas de grupo e atividade de troca-troca de livros. Foram atendidos 2.000

alunos que vivenciaram e conheceram os serviços da biblioteca, além da troca

de experiências com os profissionais de informação.

As autoras mostraram que as práticas deram certo porque ocorreu: estudo

para execução do projeto, pauta para as vivências, treinamento das vivências,

metodologia para os guias, escalas de funcionários e turmas, participação das

equipes.

Concluíram que o marketing da biblioteca universitária está ligado não

somente à divulgação e à promoção dos serviços da unidade, mas também

com a formação integral e a autonomia do usuário.

Page 46: Leia o relatório final

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Figuras 22 e 23 – Palestra de Lara Batista Botelho e Suelen Garcia Soares 22 23

Foto: Morena Pereira Porto Foto: Morena Pereira Porto 3.2.8 Apresentação de trabalho Sandra Cristina da Silva Biblioteca municipal de Blumenau: experiências no incentivo à leitura e na captação de recursos.

A autora Sandra iniciou sua fala às 10h45min. Seu trabalho intitulou-se:

“Biblioteca municipal de Blumenau: experiências no incentivo à leitura e na

captação de recursos.”

É um relato de experiências que socializou as atividades de leitura e de ação

cultural realizadas na Biblioteca Municipal Dr. Fritz Müller de Blumenau/SC,

especialmente os projetos culturais realizados com recursos captados via Lei

Rouanet (total R$283.000,00) com vistas a construir uma política pública de

informação em longo prazo e a escapar de um cenário decadente em curto

prazo.

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De início, apresentou um breve histórico da biblioteca. Seus slides possuíam

diversas fotos dos projetos que Sandra descrevia: a reforma das estantes da

biblioteca; hora da leitura; a biblioteca ambulante; semana dos namorados (que

aborda a cultura de diferentes países); saraus literários; a comemoração do

aniversário da biblioteca; semana do livro e da biblioteca; exposições

temáticas. A biblioteca realiza, também, um importante trabalho com o

Programa Nacional de Incentivo à Leitura (PROLER).

A autora problematizou a questão da captação de recursos. Entende que é

dever do Estado financiar as atividades da biblioteca, mas, se a Biblioteca

Pública de Blumenau não buscasse parcerias e patrocínio com empresas

privadas via Lei Rouanet, nada teria ocorrido.

Elencou os seguintes projetos de captação de recursos: informatização da

Biblioteca Municipal e suas bibliotecas de apoio e extensão – CEF – 82 mil;

criação do Centro de Leitura e Literatura Alemã – Petrobras Cultural – 83 mil;

biblioteca Ambulante – VisaNet – 118 mil; apoio de empresas nos eventos

citados.

Figura 24 – Palestra de Sandra Cristina da Silva

Foto: Morena Pereira Porto

Page 48: Leia o relatório final

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3.2.9 Apresentação de trabalho Aureliana Lopes de Lacerda Tavares, Erinaldo Dias Valério Biblioteca escolar: instrumento para a formação de leitores críticos.

Às 11h05min teve início a apresentação do trabalho intitulado “Biblioteca

escolar: instrumento para a formação de leitores críticos”, com Aureliana Lopes

de Lacerda Tavares e Erinaldo Dias Valério.

O estudo verificou as condições de funcionamento de uma biblioteca escolar

localizada num bairro periférico de Recife-PE. Por meio da pesquisa, percebeu-

se a função de cada sujeito social na construção desse ambiente educacional.

Concluíram que cabe à Gestão Pública implementar políticas públicas de

caráter permanente, aos professores se reciclarem e buscarem a construção

de uma nova didática em sua prática pedagógica e à sociedade em geral na

contribuição de movimentos em prol de educação de qualidade.

Segundo os autores, se a escola não tem uma biblioteca, ela será uma

instituição estática e improdutiva, tendo o professor como única fonte de

informação. Os laboratórios de informática não são capazes de formar, em sua

essência, cidadãos críticos, pois se esses cidadãos não passam por uma

biblioteca, onde há um filtro de informação absorverão todo tipo de informação

produzida pelo mundo digital.

Figura 25 – Palestra de Aureliana Lopes e Erinaldo Dias Valério

Foto: Morena Pereira Porto

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3.2.10 Mesa-redonda José Paulo Speck Pereira, Gyance Carpes, Miriam Mattos Bibliotecário em Santa Catarina: caminhos para atuação social e política.

José Paulo, presidente da ACB, foi o primeiro a palestrar. O resumo a seguir

reúne trechos de sua fala e de seus slides.

A missão da ACB é: congregar a classe bibliotecária, aprimorar competências e fortalecer a categoria no Estado de Santa Catarina. E sua visão é: ter uma atuação ampliada em todas as regiões do Estado de Santa Catarina, representando a classe junto à sociedade. Essa missão e visão da ACB foram criadas na gestão passagem e a atual gestão não teve pretensão de alterá-los.

O primeiro nome da entidade foi Associação Profissional de Bibliotecários Catarinense. É reconhecida pelo estado catarinense como de utilidade pública. Sua sede atual fica na Avenida Josué Di Bernardi, 239 – Ed. Jowi – Sala 302 Campinas - São José - Santa Catarina - 88101-200. Seu site é: http://www.acbsc.org.br.

O papel da ACB como promotora da formação continuada dos bibliotecários catarinenses se dá de diferentes formas: oferta de cursos, estímulo à produção escrita e também o debate político.

Sobre os cursos, ao longo de sua historia, a ACB promoveu inúmeros cursos e eventos, os mais importante foram: 1) dia do bibliotecário – 12 de março, ocorre há vários anos; Simpósio Internacional sobre Propriedade Intelectual, Informação e Ética (CIBERÉTICA), que ocorreu em 1998 e em 2003; XII CBBD, ocorreu em 1982 numa parceria com a FEBAB; Painel: Biblioteconomia em Santa Catarina, ocorre há 30 anos e é o principal evento da ACB, a oportunidade de reunir o maior numero possível de bibliotecários atuantes em Santa Catarina para debater sobre sua profissão.

Sobre a divulgação da literatura biblioteconômica, desde 1996 é editada a Revista da ACB, uma publicação técnico-científica que a partir de 2002 existe apenas em formato digital. A ACB também presta serviços de livraria, vendendo livros da área de Biblioteconomia e afins. E na sua sede temos uma biblioteca com dezenas de livros e periódicos da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação. É permitida a consulta local e o empréstimo domiciliar aos seus associados e parceiros.

Ao longo de sua história, a ACB realizou diversas ações em prol da classe bibliotecária catarinense. Algumas com base num planejamento de médio e longo prazo, outras de forma pontual: debates, manifestos, abaixo-assinado... Muitas delas foram realizadas principalmente em parcerias com outras instituições da área: cursos de Biblioteconomia, CFB, CRB-14, FEBAB...

Temos representantes da diretoria nas regiões Sul, Norte, Oeste, Serrana, mas alguns já desistiram e disponibilizaram seus cargos.

Para os sócios da ACB, temos clareza que os benefícios são: participação ativa no movimento associativo e na luta pelo fortalecimento da profissão; descontos em lojas e outras empresas parceiras da ACB; descontos nos cursos e eventos ofertados. Mas, mais do que isso, associações são importantes porque representam um coletivo e dão força às diversas vozes do grupo que, individualmente, pouco seriam ouvidas na sociedade. Também promovem a “formação continuada”.

Podemos constatar que na era da “virtualização”, outros modelos de troca de ideias, debates, aprendizado e construção coletiva são utilizados/testados.

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José Paulo discorre sobre alguns modelos de coletivos virtuais: 1) o blog

Bibliotecários Sem Fronteiras; 2) a lista de discussão da ACB; 3) grupos do

FaceBook, como o Cadê a rede de bibliotecas públicas municipais de

Florianópolis?, e o Abre biblioteca, sobre a campanha para a reabertura da

Biblioteca Pública do Amazonas; 4) Rede Brasil de Bibliotecas Comunitárias; 5)

Petições públicas virtuais, como o abaixo-assinado para a criação da rede de

bibliotecas públicas municipais em Florianópolis.

Também propõe a seguinte questão para debate:

1) Quem efetivamente produz informação e cria “movimentos” ou “situações para compartilhamento” na web também atua no “mundo real”, longe do PC?

2) O fazer bibliotecário, Biblioteconomia e situação das bibliotecas são temas muito debatidos nos canais da web.

3) As pessoas que debatem estes temas na web também participam, longe dos PCs, de movimentos para desenvolver a profissão?

4) Qual o perfil das pessoas que compõem as diretorias das associações de bibliotecários?

José Paulo realizou uma breve pesquisa com os últimos presidentes da ACB

e constatou que:

1) a maioria tinha experiência no movimento estudantil; 2) antes de atuar na coordenação geral da ACB, já participavam formal ou

informalmente desta entidade desde a época de estudantes; 3) ingressaram na ACB como presidentes com menos de cinco anos de formados.

As últimas diretorias eram compostas, sem sua maior parte, por membros que

tinham pouca ou nenhuma experiência nos trabalhos da associação. Destacou

que essas pessoas iniciam com muita disposição para o trabalho, com

dinamismo, força e vontade de aprender. Porém, ao longo do tempo, há muitos

que deixam de participar da diretoria. Há, também, a falta de recursos e uma

burocracia que demanda muita atenção.

Os integrantes das últimas diretorias estavam iniciando suas carreiras

profissionais e construindo suas famílias. Tinham pouco tempo de dedicação

para os grandes projetos da ACB. Além do mais, não possuíam uma série de

conhecimentos que os bibliotecários mais consolidados na carreira têm.

A partir dessas considerações. José Paulo pergunta ao público: Onde estão

os bibliotecários catarinenses formados no final da década de 80 e anos 90?

Por que os bibliotecários mais velhos, que possuem bastante experiência e

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uma grande rede de contatos, não assumem o comando da profissão, ou seja,

por que não assumem o cargo de presidente da ACB?

Finalizou sua fala convidando a todos para ingressarem na diretoria da ACB e

trabalhar no movimento associativo.

Foi a vez, então, de Gyance Carpes, presidente do CRB-14, iniciar sua breve

fala, sintetizada no resumo a seguir:

O conselho é composto de 12 representantes, os conselheiros, que não apenas debatem questões administrativas e de fiscalização, mas também desenvolvem iniciativas para fortalecer a profissão e ampliar o mercado de trabalho. Um exemplo é a proposta de lei elaborada em conjunto com a ACB, o Grupo de Bibliotecários da Área Escolar de SC e a UDESC, em 2012, visando a criação do cargo de bibliotecário na rede estadual de educação. Esta é uma ação que está em andamento na Secretaria de Estado da Educação. Outra ação foi a reunião com o candidato à prefeitura de Florianópolis, Cesar Souza Jr. e seu vice, para apresentar a proposta de criação de uma rede de bibliotecas públicas nesta cidade.

Sobre o trabalho de fiscalização, a fiscal do CRB realiza um importante trabalho de prevenção junto a prefeituras e bibliotecas de todo o estado, o que leva a diversas aberturas de concursos para bibliotecários.

Gyance afirmou que está sempre disposta a responder perguntas e

esclarecer as pessoas que as atividades do Conselho. Finalizou sua fala

convidando todos a visitar a sede do CRB.

A última palestrante da mesa-redonda foi Miriam Mattos, presidente do

Sindicato dos Bibliotecários do Estado de Santa Catarina. Ela explicou que esta

entidade foi criada em 2010 e desde então há duas frentes de lutas: a primeira,

burocrática e jurídica: conseguir ajuda de advogados para assessorar nas

atividades do sindicado, assinar papeis, etc. A segunda frente é a mobilização

da classe profissional e a dificuldade de reunir pessoas até na formação de

uma diretoria.

O Sindicado nasceu das discussões dentro da ACB, especialmente as

discussões sobre salários. Houve uma consulta aos bibliotecários pela internet

e cerca de 90 pessoas se manifestaram a favor de sua criação. No entanto, as

reuniões presenciais contaram com pouquíssimas pessoas.. Mesmo assim,

acreditando na mobilização gerada na internet, o Sindicato foi criado.

A ACB pagou R$ 500,00 para a publicação no jornal do edital de criação do

Sindicato. Miriam também pagou algumas contas. Os papeis necessários à

criação do Sindicato foram baseados nos documentos do SINBIESP e tinham

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todas as assinaturas necessárias de advogado e contador. Toda a

documentação foi enviada ao Ministério do Trabalho.

Existe, porém, um movimento de restringir a criação de novos sindicatos, e o

SindBiblio SC não conseguiu a carta sindical, documento que permitiria a

arrecadação anual dos sindicalizados. Isso significa que todo o processo

burocrático teria que ser reiniciado.

Miriam explicou que para tal ação há novos gastos, e o Sindicato não possui

verbas. Há, também, o entendimento de que algumas decisões devem ser

tomadas por um coletivo. Em outros termos, Miriam não se sentiu à vontade de

decidir sozinha sobre os rumos do Sindicato, e acredita ser mais apropriado

que algumas questões devam ser definidas em reuniões com um grande grupo.

É preciso criar espaços para que os profissionais possam votar e ajudar a

decidir sobre as mais diversas questões.

A primeira contribuição da plateia veio da professora Lurdinha. Explicou que

há anos atrás ela orientou uma pesquisa que procurava descobrir onde estão

os bibliotecários que não estão: não estão no CRB, na ACB, no mercado de

trabalho... Em seguida, dirigindo-se para Gyance, revelou ao público sua

decepção quando recebeu a portaria de aposentaria e de seu cancelamento do

CRB-14 por correio. Para que as próximas gerações não precisem passar por

situações desse tipo, ela enfatizou a importância de fortalecer as entidades de

classe e a profissão.

Após a professora Lurdinha, Daniella Pizarro pediu a palavra. Ela explicou

sobre a importância dos bibliotecários conhecerem e praticarem os preceitos

do código de ética da profissão de bibliotecário. Como exemplo, ressaltou que

esses profissionais não podem aceitar trabalhar por baixos salários, pois do

contrário, seria mais ético aceitar empregos de Nível Médio. Também

relembrou algumas falas dos participantes da mesa e, ao final, relacionou a

participação política do bibliotecário com a própria identidade da classe

profissional.

Em seguida, pediu a palavra a participante Suelen Garcia Soares, da

Associação de Bibliotecários do Distrito Federal. Ela contou sobre como

ocorreu seu ingresso na associação, além de mencionar as dificuldades

enfrentadas pela entidade. Ressaltou sua admiração pelo movimento

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associativo catarinense e que o Painel 2012 lhe deu ânimo para continuar na

luta pelo fortalecimento da profissão.

Adriana Ferrari também contribuiu à discussão. Na sua perspectiva, a adesão

dos profissionais é o grande fator na questão do movimento político da classe.

Criticou o processo de criação de uma nova entidade nacional para a classe, a

Associação para o Progresso da Biblioteconomia e Ciência da Informação

(ABRAINFO). Sugeriu que novas estratégias devem ser implementadas para

trazer os profissionais para o debate político e para as associações.

Sigrid pediu a palavra e descreveu o momento triste que foi a reunião com os

professores Milanesi e Briquet de Lemos, que capitanearam a criação da

associação citada por Adriana Ferrari. Nesta reunião, que ocorreu no início de

junho de 2012, na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, os professores

propuseram reformular toda a FEBAB, substituindo-a pelo que viria a ser a

ABRAINFO, mas mantendo o nome “FEBAB”. Uma das principais alterações

seria transformá-la em uma associação que aceitasse o ingresso de pessoas

físicas, descaracterizando sua natureza jurídica de federação. Várias pessoas

compareceram para ouvir e fazer pressão, e já prevendo isso, Sigrid levou

algumas das ex-presidentes da FEBAB, que contribuíram muito naquele

momento.

Sigrid ressaltou que ninguém é impedido de contribuir com as associações já

existentes ou com a FEBAB. Criar uma nova associação para competir um uma

já existente não é o caminho. Comentou sobre a existência do Fórum das

Entidades da Base, coordenado pelo professor Francisco das Chagas de

Sousa. Este fórum é o espaço para o debate e evolução conjunta de entidades

da área da informação: arquivistas, museólogos e bibliotecários.

Helena, aluna de Biblioteconomia da UFSC, integra a atual diretoria da

Empresa Júnior de Biblioteconomia. Comentou sobre o pouco envolvimento

dos alunos do curso no centro acadêmico e na empresa júnior. Destacou

necessidade de reverter este quadro.

A bibliotecária Inês Josino da Silva pediu a palavra. Mostrou espanto ao

descobrir, durante o Painel 2012, que a presidente do CRB não ganha

gratificação alguma para exercer este cargo. A seu ver, este cargo deveria ser

remunerado devido a sua importância e responsabilidade.

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Figura 26 – Gyance Carpes, Miriam Mattos, e José Paulo

Foto: Priscila Sena

3.2.11 Palestra Adriana Luccisano Bibliotecas digitais: o SciELO e os desafios da comunicação científica.

Às 17h teve início a palestra de Adriana Luccisano, representante da SciELO,

intitulada: “O SciELO e os desafios da comunicação científica”. E resumo de

sua palestra, a seguir, reúne trechos de seus slides e de sua fala.

Adriana explicou que o objetivo do SciELO <http://scielo.org> é contribuir

para o avanço da pesquisa e democratizar o acesso ao conhecimento

científico. É um programa especial da FAPESP, criado em 1998, e conta com a

cooperação técnica da BIREME / OPAS / OMS – BVS e redes associadas. Os

objetivos específicos são: visibilidade, acessibilidade, qualidade, credibilidade,

uso e impacto.

O “modelo SciELO” de trabalho tem como base os pressupostos:

• Publicação eletrônica de edições completas de periódicos científicos;

• Organização de bases de dados bibliográficas e de textos completos;

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55

• Recuperação de textos por seu conteúdo;

• Preservação de arquivos eletrônicos;

• Produção de indicadores de uso e impacto;

• Critérios de avaliação.

Inicialmente, trabalhava com periódicos brasileiros, mas com o passar dos

anos, expandiu-se para outros países, e hoje atua em praticamente em toda a

América-Latina, Caribe, Portugal e Espanha.

Para participar do SciELO é preciso enviar três números recentes publicados,

juntamente com o formulário de avaliação preenchido e o modelo do formulário

de peer review do periódico. Formulário de avaliação disponível em:

<http://www.scielo.br/avaliacao/avaliacao_pt.htm>.

As etapas da avaliação são:

• Pré-análise de escopo, arbitragem por pares, tempo de existência e

pontualidade;

• Avaliação de formato e endogenia;

• Avaliação de mérito científico por pares;

• Avaliação pelo Comitê Consultivo.

Diversos outros critérios são levados em consideração: pontualidade, tempo

de existência, citações recebidas, normalização, conselho editorial, etc.

Os materiais publicados adquirem uma licença Criative Commons: BY-NC -

“atribuição – uso não-comercial”.

A palestrante explicou detalhadamente a interface de pesquisa do SciELO,

comentou sobre as possibilidades de busca e as facilidades que alguns de

seus aplicativos permitem.

Os novos “produtos” da SciELO são: a coleção SciELO Saúde Pública,

SciELO Proceedings, SciElO Books, entre outros.

Para 2013 existem projetos a lançar: interface para tablets e smartphones;

investimento massivo para mover os periódicos para o 1º e 2º quartil;

internacionalização do conselho editorial e processo - editores associados,

revisores, autores e editores; fortalecer o papel metapublisher - sistemas de

publicação on-line como um serviço público de periódicos: OJS, ScholarOne,

xml publicação, redes sociais, etc).

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Adriana finalizou sua palestra.

Priscila, mestre de cerimônias, Sorteou uma cadeira de escritório doada pela

empresa J Ziliotto. Logo após, deu por encerrado o 31º Painel e José Paulo

convidou os participantes a se encontrarem novamente em 2013, no 25º

Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da

Informação, que ocorrerá em Florianópolis, no mês de julho, numa parceria

entre FEBAB e ACB.

Figura 27 – Palestra de Adriana Luccisano

Foto: Priscila Sena

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57

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para elaborar a temática e a programação do 31º Painel, a Comissão

Organizadora levou em conta o lema da diretoria da ACB: interferir,

ressignificar e expandir.

Este foi um evento politizado. Direta ou indiretamente, debateu-se sobre o

perfil profissional do bibliotecário, associações de classe, sindicatos e o

trabalho cooperativo em sistemas de bibliotecas. E a “tecnologia” foi abordada

não apenas pela apresentação de seus produtos, novidades ou facilidades,

mas também do ponto de vista social, ou seja, pela interferência da informática

no trabalho do bibliotecário e a reflexão sobre a real necessidade de alterar as

bases da profissão.

A palestra de abertura foi enormemente elogiada pelos presentes. Com sua

fala eloquente, Adriana Ferrari discorreu sobre o perfil do bibliotecário sob o

ponto de vista dos estudos de associações internacionais e instituições

nacionais, além do processo de criação da Biblioteca de São Paulo, do qual foi

a idealizadora. Desde sua inauguração, esta é uma das melhores bibliotecas

públicas do Brasil.

A bibliotecária Adriana também participou formalmente da mesa-redonda da

tarde de sete de novembro, sobre redes de bibliotecas. Neste momento,

abordou sua experiência como coordenadora do Sistema de Bibliotecas da

USP e, mais recentemente, como coordenadora do Sistema de Bibliotecas

Públicas de São Paulo. Esta mesa foi coordenada pela professora Elisa

Machado, coordenadora do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas. O

público teve a oportunidade de conversar de perto com profissionais cujas

ações têm impacto nacional. A estrutura das redes de bibliotecas públicas e

universitárias foi desmistificada, também.

Na tarde de oito de novembro, a mesa-redonda com os três presidentes da

ACB, CRB-14 e SindBiblio promoveu um importante debate entre o público

sobre a situação das entidades de classe, atuação política e a relação dessas

questões com a valorização da profissão de bibliotecário. Miriam, do SindBiblio,

esclareceu ao público sobre o quatro atual do sindicato e os entraves que

impediram a obtenção da carta sindical. As manifestações da plateia, como os

depoimentos pessoais da professora Lurdinha e de Suelen, da associação do

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Distrito Federal, criaram um espaço de reflexão sobre o engajamento nas

entidades de classe, a aposentadoria e a identidade profissional.

Em Painéis anteriores, a reunião com representantes das entidades de classe

ocorria, geralmente, ao final do dia. No 31º Painel, no entanto, optou-se por

transformar essa “reunião” numa mesa-redonda e posicioná-la no meio da

programação, como forma de obrigar os participantes a estarem presentes e a

minimamente ouvir sobre temas abertamente políticos. O resultado, como já

relatado, foi positivo.

Se a participação dos bibliotecários e estudantes durante as palestras foi

produtiva, com importante saldo qualitativo, o mesmo não se pode dizer da

quantidade de pessoas inscritas no evento. Oficialmente, somente 40 pessoas

pagaram inscrição e algumas delas, curiosamente, no dia do evento, quando o

valor era mais caro. A expectativa da Comissão Organizadora era de 150

participantes. A pouca adesão ao Painel talvez seja explicada pela

concorrência com outros eventos da área em 2012: ENANCIB (no Rio de

Janeiro-RJ), EREBD SE/CO, SNBU (em Gramado-RS), Semana Acadêmica da

UDESC (em Florianópolis), Bibliocamp (em Florianópolis), 3º Encontro

Nacional de Bibliotecários (em Florianópolis). O ENANCIB e o SBNU possuíam

inscrições caras e ocorreram em outros estados, o que obrigou dezenas de

participantes catarinenses a gastar com hospedagem, também.

Em avaliações realizadas com o público nos Painéis anteriores, diversos

participantes queixaram-se das muitas apresentações de trabalhos. Por isso, o

31º Painel teve apenas seis apresentações, distribuídas entre as duas manhãs

de sete e oito de novembro. Seus temas eram variados e agradaram ao

público de forma geral.

Sandra Cristina, bibliotecária da Biblioteca Pública e do SENAC de Blumenau,

que apresentou trabalho no Painel, enviou a José Paulo uma mensagem por e-

mail, com algumas considerações sobre o evento, em 12 de novembro de 2012

(mensagem editada):

Tive que sair na quinta a tarde, pois não havia quem me substituísse no Senac (de noite) e em época de final de semestre...

Acabei não me despedindo para não desanimar as pessoas, afinal já haviam poucos presentes.

Mas gostei muito do Painel, imagino que haviam poucos participantes devido aos palestrantes não serem grandes "celebridades", mas na real o que ocorreu é

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que quem participou ganhou muito e quem não compareceu perdeu muito também.

Me renovei um pouco nesse painel, voltei bem mais animada para retomar o ritmo no trabalho, com muito mais energia. A Adriana me renovou muito! Obri

Claro que autorizo a publicação do que acharem mais pertinente na minha apresentação

Gostaria de fazer parte da organização do próximo Painel como voluntária, dependendo de como são as reuniões eu poderei... dependendo não, mas vamos conversando.

Te parabenizo também por sua intervenção no evento, sempre com perguntas muito pertinentes a todos os participantes. [...]

Liège Knoche, participante, enviou congratulações por e-mail, em 12 de

novembro de 2012:

Quero parabenizar à todos pela realização de mais um importante Painel. Foi muito bom poder compartilhar meu trabalho com os presentes. [...]

A professora Elisa Correa, da UDESC, enviou congratulações por e-mail, em

12 de novembro de 2012:

Antes de mais nada, quero parabenizá-lo e a toda a equipe responsável pelo Painel. Estive apenas por um período, mas gostei muito! [...]

É importante registrar o agradecimento da Comissão Organizadora aos

patrocinadores que acreditaram e viabilizaram a realização do evento. As

empresas que adquiriram Cota Ouro foram: Biccateca, EBSCO, Eficaz

Tecnologia em Segurança, Prima Informática (do software Sophia). Todas elas

possuíam representantes comerciais nas dependências do evento para

conversar com o público sobre seus produtos e entregar brindes.

A parceria das empresas patrocinadoras e o comprometimento da equipe

voluntária viabilizaram o 31º Painel Biblioteconomia em Santa Catarina, evento

que há 30 anos promove a formação continuada e o debate político entre os

bibliotecários de Santa Catarina. Para os próximos anos, sugere-se que as

futuras diretorias da ACB o promovam fora de Florianópolis, talvez no Oeste do

Estado, em Chapecó, cidade polo daquela região e sede da Universidade

Federal da Fronteira Sul. O Painel no Oeste Catarinense atrairia bibliotecários

do Rio Grande do Sul e do Paraná, também. Nessa forma, a ACB ampliaria seu

poder de atuação e visibilidade no território de Santa Catarina.

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ANEXO A – VALORES DAS INSCRIÇÕES

Abaixo estão algumas das informações registradas no site do evento sobre as inscrições: O pagamento da inscrição é realizado mediante depósito na conta da ACB: Conta bancária no Banco do Brasil: Agência: 5251-5 Conta Corrente: 5451-8 É obrigatório enviar o comprovante de depósito escaneado para o e-mail da ACB: [email protected] Também será permitido fazer inscrições presenciais no dia e local do evento. Neste caso, os valores serão os mesmos da tabela de outubro. Não serão realizados reembolsos de inscrições.

Tabela com os valores oficiais para inscrições

Categorias 01/08 até 31/08 01/09 até 30/09 A partir de 01/10

Sócio ACB-profissional R$70,00 R$ 80,00 R$ 90,00

Sócio ACB - estudante R$ 30,00 R$ 40,00 R$ 50,00

Profissional não sócio R$ 140,00 R$ 150,00 R$ 160,00

Estudante não sócio R$ 60,00 R$ 70,00 R$ 80,00

Importante! Nos dias 8 e 9 de outubro de 2012 houve promoção para os estudantes. Todos que se inscreveram nestes dias pagaram os valores da tabela de agosto. Nos dias 10 e 11 de outubro houve promoção para profissionais. Todos que se inscreveram nestes dias pagaram os valores da tabela de agosto. Informações solicitadas para a inscrição Nome: Telefone celular: Telefone fixo: E-mail: Cidade: Sigla do Estado: CPF: Categoria e valores de inscrição:

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ANEXO B - CURRÍCULOS DOS PALESTRANTES

Os currículos e fotos dos palestrantes foram divulgados no site do 31º Painel.

Adriana Cybele Ferrari

Coordenadora da Unidade de Bibliotecas e Leitura da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e Vice-Presidente da FEBAB. Adriana fará a palestra de abertura do Painel 2012 com o tema geral Bibliotecários e bibliotecas do século XXI: ressignificações neces-sárias?”. Também participará do debate sobre redes de bibliotecas, apresentando sua experiência junto ao Consórcio de Bibliotecas das Universidades Estaduais Paulistas. Bibliotecária, com especialização pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas em Sistemas de Informação, MBA em Gestão da Qualidade pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Foi diretora técnica da Biblioteca “Florestan Fernandes” da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), no período de 1996 a 2002, e do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBi), no período de 2002 a 2007, ambos da Universidade de São Paulo. Na Direção do SIBi/USP, implantou o Sistema de Gestão pela Qualidade, integrou a equipe de implantação da Biblioteca Digital de Obras Raras, implementou o Programa de Avaliação da Qualidade de Produtos e Serviços das Bibliotecas do SIBi/USP, além de atuar fortemente na estruturação do Consórcio de Bibliotecas das Universidades Estaduais Paulistas (www.cruesp.sp.gov.br). Como assessora na Secretaria de Estado da Cultura do Governo de São Paulo, idealizou e coordenou o projeto da Biblioteca de São Paulo, inaugurada em fevereiro de 2010 (www.bibliotecadesaopaulo.org.br), que é uma referência nacional em promoção da leitura. Coordenou vários eventos nacionais e internacionais e proferiu palestras, cursos e conferências no Brasil e exterior. Possui vários trabalhos publicados em livros e periódicos nacionais e internacionais. Atualmente, é coordenadora da Unidade de Bibliotecas e Leitura da Secretaria de Estado da Cultura – SP. ______________________________________________________________

Adriana Luccisano A representante do SciELO debaterá com o público a comunicação científica em meio digital e os desafios das publicações em acesso aberto. Mostrará, também , a proposta do SciELO e os projetos futuros desta importante biblioteca de conteúdo científico ibero-americano. É especialista em Gestão da Informação Digital e do Conhecimento pela Fundação Armando Álvares Penteado FAAP e Master Professionnel de Gestion de l Information et de la Connaissance pela Université Paul-Valéry Montpellier III França. É graduada em Biblioteconomia e Ciência da Informação pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP). Atualmente, é bibliotecária da Scientific Electronic Library Online (SciELO). Tem experiência na área de Biblioteconomia e de Ciência da Informação, com ênfase nos seguintes temas: comunicação científica; acesso aberto; periódicos e livros eletrônicos; repositórios institucionais e sistemas de gestão editorial para periódicos científicos. _________________________________________________________________

Elisa Campos Machado A coordenadora do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas apresentará ao público a estrutura e os trabalhos deste Sistema. A professora Elisa também coordenará da mesa-redonda sobre redes de bibliotecas.

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Doutora em Ciência da Informação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Foi bibliotecária desta universidade entre 1983 e 1997, e diretora do Departamento de Bibliotecas Públicas da cidade de São Paulo no período de 2001 a 2003. Atualmente é coordenadora-geral do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, da Fundação Biblioteca Nacional (SNBP/FBN) e docente da Escola de Biblioteconomia, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (EB/UNIRIO). _________________________________________________________________

Esni Soares da Silva No Painel 2012, Esni Soares apresentará a estrutura e os trabalhos desenvolvidos pelo Sistema de Bibliotecas Públicas de Santa Catarina, contribuindo com as discussões sobre redes de bibliotecas e a situação das bibliotecas públicas este estado. Formada em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, com Especialização em Gestão da Informação e Inovações Tecnológicas pela Faculdade Internacional de Curitiba – FACINTER. Trabalhou na Biblioteca Universitária da Faculdade de Santa Catarina – FASC, e na Biblioteca Pública de Santa Catarina. Atualmente é Coordenadora do Sistema de Bibliotecas Públicas de Santa Catarina, órgão vinculado à Fundação Catarinense de Cultura. _________________________________________________________________

Gyance Carpes A presidente do CRB-14 debaterá com os participantes do evento as ações desenvolvidas pelo Conselho nos últimos anos, como a fiscalização e os trabalhos de prevenção junto a diversas prefeituras, que resultaram em novos concursos para bibliotecários e na valorização da profissão, por exemplo. Bacharel em Biblioteconomia pela UFSC, especialista em Gestão de Bibliotecas pela UDESC e mestre em Ciência da Informação pela UFSC. Em sua carreira como profissional bibliotecária, já atuou na Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina, Casa da Colina, Colégio Visão e, atualmente, na empresa FAXXT – Gerenciamento Eletrônico de Documentos. É presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia 14ª Região na gestão 2012-2014.

_________________________________________________________________

José Paulo Speck Pereira O atual presidente da ACB debaterá com o público o movimento político e as entidades de classe em Santa Catarina. Os trabalhos já desenvolvidos pela ACB e os projetos futuros. É formado em Biblioteconomia pela UFSC. Atuou por mais de dois anos do Laboratório de Novas Tecnologias desta universidade com planejamento pedagógico, produção de livros e de objetos de aprendizagem para os cursos de especialização à distância em Gestão de Bibliotecas Escolares e A Gestão do Cuidado para uma Escola que Protege, além do curso ProInfo, do Ministério da Educação. Integrou a diretoria do Centro Acadêmico de Biblioteconomia da UFSC e do Grupo dos Acadêmicos de Biblioteconomia, da ACB. Atualmente, é bibliotecário dessa universidade e presidente da ACB na gestão 2012-2013. _____________________________________________________________

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José Stédile O deputado apresentará aos participantes do Painel a proposta da Frente Parlamentar em Defesa da Biblioteca Pública. Deputado Federal pelo PSB do Rio Grande do Sul, membro titular do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. É responsável pela criação da Frente Parlamentar em Defesa da Biblioteca Pública. _____________________________________________________________

Maria Lourdes Blatt Ohira A diretora regional da FEBAB para a Região Sul do Brasil apresentará, junto com Sigrid, os preparativos, eixos temáticos e outras informações sobre o CBBD 2013, que ocorrerá na cidade de Florianópolis, numa parceria com a ACB. (Os anais do CBBD 2013 terão ISSN.) Graduação em Biblioteconomia pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC (1976). Mestrado em Biblioteconomia na área de concentração de Planejamento e Administração de Sistemas de Informação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUCCAMP (1998). Especialização em Gestão de Arquivos Públicos e Empresariais pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (2004). Foi Professora do Curso de Biblioteconomia – Habilitação em Gestão da Informação do Departamento de Biblioteconomia e Gestão da Informação da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. Foi Presidente do Comitê Permanente de Gestão Documental da UDESC. Foi Coordenadora de Documentação da Pró-Reitoria de Planejamento e do Sistema de Gestão Documental da Universidade do Estado de Santa Catarina.

_________________________________________________________________

Miriam Mattos No Painel 2012, a presidente do SindBiblio/SC abordará os eventos envolvidos na criação deste sindicato, sua importância para os bibliotecários catarinenses, situação atual e os projetos futuros. Bacharel em Biblioteconomia pela UDESC e mestre em Ciência da Informação pela UNESP. Atualmente, cursa Administração Pública na ESAG/UDESC. Desenvolveu suas pesquisas em Biblioteconomia e Ciência da Informação na área de formação do bibliotecário em contextos multiculturais, Participa como pesquisadora-bolsista do CNPq no projeto “Laptop na escola: um estudo da produção da imagem como estratégia de aprendizagem”, desenvolvido Laboratório Virtual de Arte Interativa para Públicos Especiais – do CEAD/UDESC. É empreendedora individual na microempresa Normalização Eficiente – normalização e revisão de trabalhos acadêmico-científicos. Antes de entrar na universidade, Miriam já atuava ativamente em movimentos sociais, sindicais e políticos. Como estudante de Biblioteconomia, participou do Centro Acadêmico de Biblioteconomia da UDESC, entre 2005 e 2009, e foi da Executiva Nacional dos Estudantes de Biblioteconomia. Também foi diretora da ACB de 2009 a 2011. Ainda em 2010, coordenou o Painel Biblioteconomia de SC e participou do movimento para a criação do Sindicato dos Bibliotecários de SC – SindBiblio/SC, do qual hoje é presidente. _________________________________________________________________

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Sigrid KarinWeiss Dutra A presidente da FEBAB apresentará ao público do Painel 2012 as ideias, debates e outras novidades do 78º Congresso da IFLA, que ocorreu em Helsinki, Finlândia, entre 11 e 17 de agosto deste ano. Abordará, também, os preparativos para o 25º Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação (CBBD), que ocorrerá em 2013 na cidade de Florianópolis, numa parceria com a ACB. Sigrid é bibliotecária formada pela Universidade do Estado de Santa Catarina (1981) e mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2005). Atua desde 1979 como bibliotecária na UFSC, mas desde janeiro de 2010 está cedida para a Universidade Federal da Fronteira Sul para implantar o Sistema de Arquivos e de Bibliotecas desta recém-criada universidade. Ao longo de sua carreira, participou de diversos comitês, como o Comitê Técnico e Cientifico do IBICT, Conselho Técnico do Programa Comut, Comissão Diretora da Rede Bibliodata, Conselho Consultivo do Portal de Periódicos da CAPES. Desde estudante, tem envolvimento com as atividades associativas, iniciando na ACB como sócia, voluntária e apoiadora de diversas diretorias. Exerceu também a presidência da Comissão Brasileira de Bibliotecas Universitárias (2004-2006/2006-2008). Atualmente é Presidente da Federação Brasileira de Associação de Bibliotecário, Cientistas da Informação e Instituições – FEBAB (2008-2011/2011-2014) e Presidente da Seção para América Latina e Caribe da IFLA (2011-2013).

Katia Marko Assessora de imprensa do deputado federal José Stédile, substituindo-o no Painel 2012. Acompanha o debate da Frente Parlamentar em Defesa da Biblioteca Pública, juntamente com o deputado, desde o seu lançamento em outubro do ano passado. Jornalista formada na Unisinos em 1994. Há 17 anos atua como assessora de comunicação. De 2000 a 2003 foi assessora da Central Única dos Trabalhadores do RS (CUT), quando coordenou uma rede de jornalistas sindicais na cobertura de três edições do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Nos anos 90, participou ativamente do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação e, atualmente, atua no Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), do Rio de Janeiro, entidade especializada em cursos de comunicação. Também é colaboradora do Jornal Brasil de Fato e do site Outras Palavras.

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ANEXO C – ARRECADAÇÃO DO 31º PAINEL 2012

Entradas e saídas de valores do 31º Painel 2012: Participantes Entrada

Participantes que pagaram inscrições antes do evento 1.770,00

Participantes que pagaram inscrições nos dias do evento ou

após 1.700,00

TOTAL 3.470,00

Patrocinadores

Patrocinador Entrada Data depósito

Biccateca 2.000,00 01/10/2012 EBSCO 2.000,00 21/09/2012 Eficaz Tecnologia Informática 2.000,00 30/10/2012 Prima Informática - Sophia 2.000,00 26/09/2012

Faculdade SENAC SC Disponibilizou: auditório e espaço

para coffee break, pastas, canetas, blocos de notas.

CRB-14 Pagou cartazes e folders.

TOTAL R$ 8.000,00

Vendas de camisetas, bonecos e livros nos dias do evento

Entrada Data depósito 226,00 07/12/2012

Gastos do 31º Painel*

Descrição Saída Data da saída Coffee break 1.120,00 Almoço dos palestrantes. 72,26 Hotel Floph 459,00 29/10/2012 Passagens aéreas 1.537,22 10/10/2012 Camisetas 298,50 09/11/2012

TOTAL 3.486,98

* Outros gastos foram pagos com recursos de integrantes da Comissão Organizadora, sem ônus algum para a ACB.

Resumo

Entradas Saídas Participantes 3.470,00 Patrocinadores 8.000,00 Venda de camisetas, etc. 226,00 Gastos do 31º Painel 3.486,98 SALDO 8.209,02