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LEI Nº 13.105/2015 • PARTE GERAL • PARTE ESPECIAL

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

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PARTE GERAL

• Das Normas Processuais Civis • Da Função Jurisdicional • Dos Sujeitos do Processo • Dos Atos Processuais • Da Tutela Provisória • Da Formação, da Suspensão e da Extinção do

Processo

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PARTE ESPECIAL

• Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença

- Procedimento Comum - Cumprimento de Sentença - Dos Procedimentos Especiais • Do Processo de Execução • Dos Processos nos Tribunais e dos Meios de Impugnação das

Decisões Judiciais • Livro Complementar e Disposições Finais e Transitórias

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ESTRUTURA NOVO CPC

PARTE GERAL

PARTE ESPECIAL

LIVRO COMPLEMENTAR

Princípios (Livro I) Regras de competência (Livro II) Juiz e Partes (Livro III) Forma do ato processual (Livro IV)

Tutela provisória (Livro V)

Formação, suspensão e extinção do processo (Livro VI)

Livro I – processo de conhecimento e cumprimento de sentença

Livro II – processo de execução

Livro III – processo nos tribunais e meios de impugnação das decisões

REGRAS DE TRANSIÇÃO

Disposições finais e transitórias (revogações e direito intertemporal)

ARTIGO 1º A 317 NCPC

ARTIGO 318 A

1.044 NCPC

ARTIGO 1.045 A

1.072 NCPC

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Esse artigo reforça a ideia da constitucionalização do processo civil, evidenciando que todos que participam do processo devem obedecer as normas constitucionais que são balizadoras do processo civil, principalmente as normas contidas no artigo 5º e a partir do art. 92 da Constituição Federal.

DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL

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Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.

DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL

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TOME NOTA!

Desaparecem no NCPC a possibilidade/dever que o CPC antigo conferia ao juiz de ofício instaurar a abertura de inventário (art. 989 do CPC de 1973), exibição de testamento (art. 1.129 do CPC de 1973).

Em algumas situações, permite-se a atuação de ofício do juiz, de forma excepcional. O processo então, poderá ser iniciado por iniciativa do magistrado. Exemplo: art. 730 do CPC.

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IMPORTANTE!

Exceções (podem ser iniciados de ofício – Princípio Inquisitório): • Arrecadação da Herança Jacente (art. 738 do NCPC); • Arrecadação dos Bens do Ausente (art. 744 do NCPC); • Decretação de Falência (art. 56, § 4º da Lei 11.101/2005); • Execução Penal; • Habeas Corpus;

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A inércia afirma que o processo, em regra, não se inicia sem a provocação da parte. Já o impulso oficial determina que uma vez iniciado o processo este prosseguirá independentemente da vontade da parte (art. 2º do NCPC).

Inércia Vs. Impulso Oficial

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Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. § 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. § 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.

DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL

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TOME NOTA!

O artigo 3º, caput, do CPC, está relacionado com o princípio da inafastabilidade da jurisdição. Isso significa que nenhuma lesão ou ameaça de lesão a direito será afastada da apreciação do Judiciário. O direito de ação é garantido pelo art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, ou seja, todas as pessoas, sem distinção, têm direito de obter uma resposta jurisdicional em tempo razoável.

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TOME NOTA!

Os parágrafos 1º a 3º do art. 3º do novo CPC preveem outras formas de resolução de conflitos, como a arbitragem, conciliação e mediação (sistema de multiportas), inclusive incentivando-os. Por exemplo, o art. 237, IV, CPC, menciona que o Poderá Judiciário poderá, inclusive, cumprir carta arbitral, com possibilidade de cooperação do Poder Judiciário com esses outros meios alternativos de solução de conflitos. O objetivo é fomentar o uso da arbitragem.

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Arbitragem; Autocomposição; o Conciliação; o Autotutela; o Mediação.

MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

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ARBITRAGEM

• Regulamentada pela Lei nº 9.307/96 • É jurisdição não estatal • Consiste no julgamento do litígio por terceiro imparcial,

escolhido pelas partes

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- Admite-se o controle judicial da sentença arbitral, no entanto, tal controle restringe-se aos aspectos formais. Não se admite a revisão, pelo judiciário, do mérito da decisão arbitral, apenas de matérias relativas à validade do procedimento.

CONTROLE JUDICIAL DA SENTENÇA ARBITRAL

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ARBITRAGEM Requisitos • Pessoas maiores e capazes e direitos disponíveis. Instituição • Instituída mediante negócio jurídico denominado convenção de

arbitragem.

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TOME NOTA!

A convenção de arbitragem é pressuposto processual negativo do processo, ensejando a extinção do feito sem resolução do mérito (art. 485, VII do CPC), e, ao contrário dos demais pressupostos processuais, não pode ser conhecida de ofício pelo julgador (art. 337, § 5º do CPC).

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FORMAÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL

- Hoje o CPC atribui à sentença arbitral a natureza de título executivo judicial (art. 515, VII do NCPC), o que corrobora com o entendimento da corrente doutrinária que trata a arbitragem como espécie de jurisdição privada e não como mero substitutivo da jurisdição.

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AUTOCOMPOSIÇÃO

É a solução do conflito pelos próprios conflitantes. Pode ser: • Unilateral • Bilateral

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AUTOCOMPOSIÇÃO

• Unilateral - São modalidades de autocomposição unilateral (atuação de apenas uma das partes):

a) A renúncia ao direito, que acarretará a extinção do processo, se houver, com resolução de mérito (art. 487, III, “c” e art. 924, IV do NCPC);

b) A submissão de um dos conflitantes à pretensão do outro (reconhecimento do pedido - art. 487, III, “a” do NCPC).

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AUTOCOMPOSIÇÃO

• Bilateral - É modalidade de autocomposição bilateral a transação (atuação de ambas as partes), onde há concessões mútuas pelas próprias partes (art. 840 e ss. do CC e art. 487, III, “b” do CPC).

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CONCILIAÇÃO

Ocorre quando terceiro imparcial interveniente busca, em conjunto com as partes, chegar voluntariamente a um acordo, interagindo, sugestionando junto às mesmas. O conciliador pode sugerir soluções para o litígio.

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MEDIAÇÃO

Trata-se de uma técnica de estímulo à autocomposição. Assim, a mediação é um meio alternativo e voluntário de resolução de conflitos no qual o terceiro imparcial orienta as partes para a solução de controvérsia, sem sugestionar. Na Mediação, as partes se mantém autoras de suas próprias soluções. A decisão caberá às partes, NUNCA ao mediador.

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IMPORTANTE

- O Novo CPC (Lei nº 13.105/2015), trouxe como novidade procedimental o tratamento da Conciliação e da Mediação no âmbito dos Tribunais, na PARTE GERAL, LIVRO III (DOS SUJEITOS DO PROCESSO), TÍTULO IV (DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA), CAPÍTULO III (DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA), SEÇÃO V (DOS CONCILIADORES E MEDIADORES JUDICIAIS), art. 165 e seguintes. - A Lei Nº 13.140/2015, trata da mediação e por tratar-se de novidade legislativa, recomenda-se sua leitura.

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AUTOTUTELA

É a solução pelas partes através da força e em regra é proibida e é crime (Art. 345 CP). Excepcionalmente é admitida pela lei material. Exemplos: - desforço físico ou defesa direta da posse (Art. 1.210, §1º, CC); - legítima defesa (art. 188, I, do CC); - apreensão do bem com penhor legal (art. 1.467, I, do CC) - autoexecutoriedade dos atos administrativos baseados no Poder de

Polícia.

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Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Desse artigo, extraímos dois princípios: - Razoável duração do processo - Primazia do julgamento do mérito

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Princípio da razoável duração do processo (art. 5º, LXXVIII, da CF)

O objetivo é garantir uma duração razoável do processo, evitando-se a prática de atos inúteis e desnecessários, dando mais efetividade nas decisões jurisdicionais.

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Princípio da primazia do julgamento do mérito (direito a resposta de mérito)

O juiz sempre que possível, deve determinar às partes o suprimento dos pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais, a fim de se viabilizar o julgamento do mérito (art. 139, IX). Artigos relacionados: 282, parágrafo 2º, 317, 321, 319, 320, 932,

1.029, parágrafo 3º.

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Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.

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Trata-se da boa-fé objetiva, que alberga deveres implícitos ou anexos, que se estende a todos os sujeitos processuais. Assim, além dos deveres previstos expressamente na lei, os sujeitos processuais, e não apenas as partes, devem também cumprir os deveres implícitos, baseados na lealdade e confiança.

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É assim proibido a venire contra factum proprium, isto é, o agente não pode contrariar o próprio comportamento. Exemplos: - a parte que aceitou expressa ou tacitamente a decisão judicial não poderá recorrer (art.1000 do CPC); - a decretação da nulidade não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa (art.276 do CPC).

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Em decorrência da boa-fé objetiva, vale lembrar que o direito se extingue quando o seu não exercício no tempo revelar a intenção de não mais exercê-lo. É a chamada supressio, que é uma espécie de renúncia presumida. Exemplo: a demora excessiva para alegar a nulidade, a ponto de gerar a confiança de que não alegará o fato, gera a perda do direito de pleitear a nulidade.

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Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

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Princípio da Cooperação

Dever de todos os sujeitos processuais, e não apenas das partes, deve mostrar-se presente do começo ao fim do processo. Exemplo: dever de identificar as questões de fato e de direito que serão objeto de instrução probatória.

Os juízes, auxiliares da justiça, Ministério Público e terceiros intervenientes também têm esse dever.

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PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO

Impõe a todos os sujeitos do processo o dever de contribuir, através do diálogo recíproco, para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva

“ ”

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Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

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O dispositivo contém dois princípios: a) Isonomia ou paridade de tratamento; b) Contraditório.

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Isonomia ou paridade de tratamento

A igualdade, que deve reinar entre partes, no processo civil, tanto nos direitos quanto nos deveres, ônus e sanções. A desigualdade às vezes é permitida justamente para igualar as partes. Um dos aspectos do princípio da isonomia é o tratamento desigual aos desiguais, mirando exatamente igualá-los. O tratamento diferenciado será, pois, legítimo em duas situações: 1ª) quando houver um nexo de compatibilidade lógico entre o fato discriminado pela norma e a razão jurídica da discriminação; 2ª) quando a discriminação emanar de norma constitucional. Exemplos: o juiz deve nomear curador ao incapaz (art.72 do CPC), os entes públicos têm prazo processual em dobro (art. 183), ações movidas por idoso, crianças, adolescentes e deficientes têm prioridade de tramitação (art. 1.048 do CPC), etc.

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Contraditório

É a ciência que uma parte deve ter dos atos praticados pela outra, bem como o direito que a parte tem de manifestar-se sobre os atos da outra parte antes do juiz decidir. São pois dois os aspectos do princípio do contraditório: ciência dos atos da outra parte e poder de manifestação para influir no convencimento do juiz. Este segundo aspecto, que é o poder de argumentação, denomina-se ampla defesa. Portanto, o princípio da ampla defesa nada mais é que uma das faces do princípio do contraditório. A ampla defesa é também chamada de dimensão substancial do princípio do contraditório. Não há, de fato, razão para separar a ampla defesa do contraditório, pois o direito de defesa se realiza no contraditório, sendo um dos seus aspectos.

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Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.

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Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência; II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; III - à decisão prevista no art. 701.

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Regra: direito ao contraditório prévio (art. 9º, caput).

Exceções : direito ao contraditório diferido (art. 9º, parágrafo único):

1. Tutela provisória de urgência 2. Tutela de evidência, nos seguintes casos: a) quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante (art. 311, II); b) quando se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa (art. 311, III); c) Na ação monitória: expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, sendo evidente o direito do autor (art. 701).

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Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

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Observação 1 Mesmo que se trate de matéria de ordem pública, impõe-se ao juiz, antes

de decidir, a observância do princípio do contraditório. Exemplos: antes de declarar de ofício uma lei inconstitucional, o juiz deverá ouvir a parte prejudicada; o juiz não pode aplicar a pena de litigância de má-fé sem ouvir a parte que será condenada.

São nulas as decisões-surpresa.

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Observação 2 Quanto à parte favorecida pela decisão tomada de ofício pelo juiz,

não há necessidade de ser ouvida previamente. Exemplos: indeferimento da petição inicial (art.330),

improcedência liminar do pedido (art. 332).

DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL

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Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.

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Princípio da Publicidade

Poderá ser excepcionado em situações especificas para preservação da intimidade ou por interesse público. Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos: I - em que o exija o interesse público ou social; II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.

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PRINCÍPIO DA CRONOLOGIA Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. § 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.

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PRINCÍPIO DA CRONOLOGIA Art. 12. (...) § 2o Estão excluídos da regra do caput: I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; V - o julgamento de embargos de declaração; VI - o julgamento de agravo interno; VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.

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PRINCÍPIO DA CRONOLOGIA Art. 12. (...) § 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais. § 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência. § 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista. § 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que: I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução; II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II.

DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL

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Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.

DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS

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Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.

DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS

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Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.

DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS

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Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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JURISDIÇÃO - Conceito

Jurisdição pode ser entendida como a atuação (poder-dever) estatal, visando a aplicação do direito objetivo ao caso concreto, resolvendo-se com definitividade uma situação de crise jurídica e gerando com tal solução a pacificação social (Daniel Amorim Neves).

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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TEORIA GERAL DO PROCESSO

A Teoria Geral do Processo é composta por quatro institutos fundamentais, que são: 1. Jurisdição 2. Ação 3. Processo 4. Procedimento

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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Exercício da Jurisdição por Outros Poderes e Instituições

- A Jurisdição não é função exclusiva do Judiciário. Dessa forma, de maneira excepcional, esta poderá ser exercida pelos outros poderes e, em determinados casos, por instituições privadas. Ex.: Arbitragem; Senado Federal, Tribunal Internacional etc.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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Exercício da Jurisdição por Outros Poderes e Instituições

O tribunal de contas e as agências reguladoras não exercem Jurisdição, pois suas decisões são passíveis de análise pelo Judiciário.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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Unidade da Jurisdição Brasileira

- No Brasil a Jurisdição é una. Dessa forma, esta não é divisível, o que existe é uma repartição de competências.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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Unidade da Jurisdição Brasileira

- No Brasil a Jurisdição é una. Dessa forma, esta não é divisível, o que existe é uma repartição de competências.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO

Unidade - A Jurisdição é função exclusiva do Poder Judiciário por intermédio de seus juízes (art. 16 do NCPC) os quais decidem monocraticamente ou mediante órgãos colegiados, daí por que se diz que ela é una.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO

Inércia (ne procedat ludex ex officio) - O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei (Art. 2º). Dessa forma, o juiz não pode instaurar processo de ofício, sendo necessária a iniciativa da parte (Princípio da Demanda), daí dizer-se que a jurisdição é atividade “provocada” e não espontânea do Estado.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO

Imperatividade - As decisões judiciais tem mecanismos de se fazer cumprir, ou seja, de obrigar sua efetivação pelas partes (fase de cumprimento de sentença; execução etc.). Dessa forma, as decisões judiciais são impostas perante as partes, independente de suas vontades.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO

Inafastabilidade - A prestação jurídica deve sempre ser realizada, ainda que para se dizer que o direito não existe, ou, simplesmente para se declarar a incompetência.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO

ANOTE - Este princípio está consagrado no art. 5º, XXXV da CF. - Com base nessa característica não é necessário se esgotar as vias administrativas para se buscar a solução no Judiciário. - Exceções: • Habeas Data • Justiça Desportiva • Concessão de benefício previdenciário é necessário prévio requerimento

administrativo junto ao INSS

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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SÚMULA 89 STJ

A ação acidentária prescinde do exaurimento da via administrativa.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO

Substitutividade - O Estado, através do Poder Judiciário, substituiu a solução que a priori deveria ter sido perseguida pelos próprios conflitantes. Assim, há a substituição da vontade da parte pela vontade da lei, imposta pela decisão judicial. Em razão dessa característica a Jurisdição é

espécie de heterocomposição dos conflitos.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO

Criatividade - Agindo em substituição à vontade dos conflitantes, o Estado, ao final do processo, criará uma norma individual que passará a regular o caso concreto, complementando assim a norma legislada.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO

Definitividade (Imutabilidade) - É a característica da Jurisdição que a individualiza, pois somente as decisões judiciais podem se tornar imutáveis e indiscutíveis (objetiva a segurança jurídica). Esta característica decorre da força da coisa julgada material.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO

Lide - Lide é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. Regra geral, a Jurisdição tem como fundamento uma lide que busca resolver no caso concreto. Dessa forma, a Jurisdição busca a solução definitiva dos conflitos.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO

Secundariedade - A Jurisdição só será exercida se as partes não resolverem o conflito por si mesmas, ou seja, a Jurisdição deve ser o último recurso.

Ressalta-se que algumas situações somente podem ser viabilizadas através da atuação do Poder Judiciário. Ex.: providência de retificação do nome; interdição; etc. Nesses casos fala-se em Jurisdição Obrigatória, Necessária, Primária ou Indispensável.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO

Imparcialidade - O juiz deve ser imparcial no decorrer do processo. Assim, deve zelar para que as partes tenham igual tratamento e igual oportunidade de participar na formação do convencimento daquele que criará a norma que passará a reger o conflito de interesses.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DA JURISDIÇÃO

Princípio do Juiz Natural - Este princípio determina que deve haver preexistência de órgão jurisdicional ao fato; que é proibido juízo ou tribunal de exceção; e o respeito absoluto às regras de competência.

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PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DA JURISDIÇÃO

Princípio da Improrrogabilidade - Os limites da Jurisdição, em linhas gerais, são traçados na CF. Dessa forma, igualmente conhecido como princípio da aderência ao território, o princípio da improrrogabilidade veda ao juiz o exercício da função jurisdicional fora dos limites delineados pela lei. A improrrogabilidade determina, então, os limites de atuação dos órgãos jurisdicionais.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DA JURISDIÇÃO

Princípio da Efetividade - Todos têm direito não apenas ao devido processo legal, mas, principalmente, à efetividade do resultado (art. 5º, LXXVIII da CF). Nesse princípio se inclui o da razoável duração do processo.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DA JURISDIÇÃO

Princípio do Impulso Oficial - O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial (Art. 2º). Dessa forma, após a parte iniciar o processo, cabe ao magistrado dar continuidade a este.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DA JURISDIÇÃO

Princípio da Definitividade - Em que pese estar a definitividade citada como princípio, boa parte dos doutrinadores a considera como uma característica dos atos jurisdicionais, que se revestem da possibilidade de a sentença judicial tornar-se imutável a partir da ocorrência do fenômeno da coisa julgada.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DA JURISDIÇÃO

Princípio do Duplo Grau de Jurisdição - Configura-se na possibilidade de revisão das decisões por outro órgão. O STF afirma que este princípio não é garantia constitucional plena, assim, em determinados casos não haverá obrigatoriedade de duplo grau de jurisdição.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DA JURISDIÇÃO

Princípio da Indeclinabilidade - O órgão jurisdicional, uma vez provocado, não pode recusar-se, tampouco delegar a função de dirimir os litígios, mesmo se houver lacunas na lei, caso em que poderá o juiz valer-se de outras fontes do direito, como a analogia, os costumes e os princípios gerais.

Este princípio decorre da vedação ao non liquet, ou seja, da impossibilidade de falta de decisão judicial aos casos apresentados.

DA FUNÇÃO JURISDICIONAL

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PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DA JURISDIÇÃO

Princípio da Indelegabilidade - O princípio da indelegabilidade decorre do princípio da indeclinabilidade, anteriormente estudado. De fato, não pode o juiz delegar sua jurisdição a outro órgão, pois, se assim o fizesse, violaria, pela via oblíqua, o princípio da inafastabilidade e a garantia constitucionalmente assegurada do juiz natural.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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MODALIDADES DE JURISDIÇÃO CIVIL

• JURISDIÇÃO CONTENCIOSA • JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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JURISDIÇÃO CONTENCIOSA

É a que visa solucionar a lide posta em juízo, isto é, o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. Caracteriza-se pela presença de partes contrapostas ou antagônicas, lide real e provimento jurisdicional com força de coisa julgada.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA

É aquela cuja sentença é necessária para o aperfeiçoamento de determinados atos ou negócios jurídicos, embora não haja lide real. Exemplos: nomeação de tutor, declaração de ausência, divórcio consensual, etc. Para a corrente clássica caracteriza-se pela presença de interessados (e não partes contrapostas), ausência de lide e sentença sem força de coisa julgada material.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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FORMAS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA

A jurisdição voluntária pode ser: • Judicial - Jurisdição voluntária;

• Do foro extrajudicial. Ex.: Atividades Notariais;

• Administrativos. Ex.: Arquivamento de contrato

pela Junta Comercial.

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CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA

• Atividade eminentemente administrativa, não jurisdicional;

• Atividade exercida em situações relacionadas a negócio ou ato jurídico (pode haver dissenso, mas não há litígio);

• Atividade que se desenvolve entre interessados (não há autor e réu);

• Atividade que dá origem a um procedimento;

• Atividade que gera ato final (homologação, aprovação, autorização);

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA NO CPC

• ESTÁ REGULAMENTADA A PARTIR DO ARTIGO 719, TÍTULO III, QUE TRATA DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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DESJUDICIALIZAÇÃO E AS HIPÓTESES DE TRANSFERÊNCIA DAS HIPÓTESES DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA PARA A ESTRUTURA CARTORÁRIA

Como o Estado vem encontrando dificuldades para cumprir sua função jurisdicional e entregar aos jurisdicionados uma tutela jurídica de qualidade, passou-se a pensar na transferência de procedimentos de jurisdição voluntária às Serventias Extrajudiciais. Esse processo da desjudicialização significa desonerar o Poder Judiciário de algumas atividades que se afastam de suas funções principais, como a jurisdição voluntária ou jurisdição administrativa, que são, essencialmente, as ações que não solucionam conflitos de interesses por não existir litígio entre as partes. Normalmente os interessados querem apenas que seja declarado certo direito.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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DESJUDICIALIZAÇÃO E AS HIPÓTESES DE TRANSFERÊNCIA DAS HIPÓTESES DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA PARA A ESTRUTURA CARTORÁRIA

A Lei nº 11.441, de 04 de janeiro de 2007 pode ser mencionada como concretização da tendência à desjudicialização, porque disciplina a realização de inventário, partilha, separação consensual e divórcio consensual por via administrativa, vale dizer, em cartório extrajudicial, sem a intervenção do Poder Judiciário. O novo Código de Processo Civil ampliou as hipóteses de usucapião extrajudicial, quando em seu artigo 1.071, alterou a Lei nº 6.015/73, trazendo também um procedimento mais simples e rápido.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

DIREITO DE AÇÃO

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Conceito É o direito subjetivo a um procedimento estatal que solucione o litígio, fazendo desaparecer a incerteza ou a insegurança gerada pelo conflito de interesses, pouco importando qual seja a solução a ser dada pelo juiz. Dessa forma, a ação é o meio de se provocar a tutela jurisdicional.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

DIREITO DE AÇÃO

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Art. 5º da CF “A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Dessa forma, o que a CF assegura é o direito ao processo, ou seja, de simples apresentação da lide ao Judiciário. Entretanto, para se obter o direito de ação é necessário o cumprimento de determinados requisitos (teoria eclética da ação), ou seja, às condições da ação.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

Direito de Ação Vs. Direito ao Processo

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- Decorrência da teoria eclética da ação: • Direito Autônomo - A ação não está vinculado a um direito material;

• Direito Subjetivo - A ação é um direito inerente a toda e qualquer pessoa (natural ou jurídica);

• Direito Público - A ação é um direito exercido em face do Estado (no sentido do Estado como

Poder Judiciário); e

• Direito Abstrato - A ação garante uma resposta, ainda que seja negativa.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

CARACTERÍSTICAS DA AÇÃO (“ASPA”)

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TOME NOTA!

Para alguns doutrinadores diante da supressão da expressão “condições da ação” do art. 485, VI do NCPC em comparação com o art. 267, VI, do CPC de 1973, as condições da ação teriam sido extirpadas tanto da lei quanto da teoria geral do processo, sendo suas hipóteses recebidas ora como pressuposto processual ora como análise de mérito.

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TOME NOTA!

Entretanto, ainda se mantém firme a existência de tais hipóteses como condições da ação, conforme doutrinadores do porte de Humberto Theodoro Júnior e Daniel Amorim Neves em suas mais recentes obras. Por fim, desaparece no NCPC (artigo 485, VI) a possibilidade jurídica do pedido, enquanto condição da ação.

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TOME NOTA!

Todavia, conforme Daniel Amorim Neves: ainda que não seja mais prevista como condição da ação, a possibilidade jurídica do pedido não deixará faticamente de existir, cabendo sua análise mesmo que no Novo Código de Processo Civil sua presença passe a levar à extinção do processo por falta de interesse de agir, pressuposto processual ou improcedência da ação (pedido).

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As condições para o provimento final ou para o legítimo exercício do direito de ação, são duas, a saber: Interesse de agir

Legitimidade das partes

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REQUISITOS PARA POSTULAR EM JUÍZO

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- O interesse de agir relaciona-se com a necessidade ou utilidade da providência jurisdicional solicitada e com a adequação do meio utilizado para obtenção da tutela. Em outras palavras, a prestação jurisdicional em cada caso concreto deverá ser necessária, adequada e útil.

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INTERESSE DE AGIR (Interesse Processual ou Interesse Instrumental)

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Necessidade: compete ao autor demonstrar que sem a interferência do Judiciário a sua pretensão não será satisfeita espontaneamente pelo réu, ou ainda, quando esta necessidade decorre da imposição legal.

Adequação: compete ao autor a formulação da pretensão apta a resolver a lide (uso da ação adequada para a espécie de direito que se pretende buscar).

Utilidade: é exigido do autor da ação que demonstre que esta irá tornar sua posição jurídica mais vantajosa (será útil para sua esfera de direito).

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INTERESSE DE AGIR (Interesse Processual ou Interesse Instrumental)

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- Não existe interesse de agir daquele que entra com ação de cobrança quando se tem título executivo extrajudicial, pois falta utilidade na ação de cobrança. -Não tem interesse filho que pleiteia reconhecimento de paternidade de quem já está no assento de nascimento → NECESSIDADE. -Se o contrato é de locação, a ação adequada é o despejo, se for ajuizada reintegração de posse faltará interesse de agir → ADEQUAÇÃO QUANTO AO PROCEDIMENTO.

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EXEMPLOS

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- Não se deve confundir interesse de agir com interesse material: • Interesse Material: está relacionado com o bem da vida

(presente na qualificação de LIDE).

• Interesse de Agir (Interesse Processual): está relacionado com o meio adequado para a busca desse bem da vida.

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INTERESSE DE AGIR VS. INTERESSE MATERIAL

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São legítimos para figurar em uma demanda judicial os titulares dos interesses em conflito (legitimidade ordinária). Entretanto, pode o ordenamento jurídico autorizar terceiros a virem a juízo, em nome próprio, litigar direito alheio (legitimação extraordinária).

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LEGITIMIDADE DAS PARTES (ad causam)

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Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.

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Legitimação Ordinária - Nesse caso cada um está legitimado a defender seu próprio interesse, ou seja, a parte defende interesse próprio em nome próprio.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

FORMAS DE LEGITIMAÇÃO

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Legitimação Extraordinária - Ocorre quando o ordenamento jurídico autorizar outro a pleitear em juízo, em nome próprio, o direito alheio. Aquele que pleiteia age como parte no processo, mas não na relação litigiosa (ex.: MP pede ação de investigação de paternidade). - O art. 18 do NCPC que substituiu a expressão “lei” do art. 6º do CPC de 1973 por “ordenamento jurídico”, expressão esta que abrange não só a autorização por lei em sentido estrito, incluindo aquela que decorre logicamente do sistema, como exemplo, a possibilidade do advogado recorrer do capítulo da sentença que diz respeito aos honorários advocatícios.

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FORMAS DE LEGITIMAÇÃO

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Sindicato pode defender em nome próprio direito alheio (Art. 8º, III, CF). Sindicato (substituto) Associados (substituído)

Ministério Público. - Fiscal da Lei - Parte → defende interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos (art. 81 CDC) através da ação civil pública (Lei nº 7.347/85)

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EXEMPLOS

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Afirma-se que existem duas formas de Legitimação Extraordinária: • Subordinada - Quando for imprescindível a presença do legitimado ordinário

para a regularidade da relação processual. • Autônoma - Quando o legitimado estiver autorizado a ir a juízo e conduzir o

processo independentemente da participação do legitimado ordinário. Esta não se confunde com a legitimação autônoma do processo coletivo.

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FORMAS DE LEGITIMAÇÃO

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Legitimação Extraordinária AUTONÔMA se divide em duas: • Legitimação Exclusiva - Nesses casos apenas o legitimado extraordinário, e

não o legitimado ordinário pode ir a juízo (ex.: ação popular, onde o cidadão é substituto da coletividade).

• Legitimação Concorrente - Nesta legitimação tanto o legitimado extraordinário como ordinário podem ir a juízo, isoladamente ou em litisconsórcio facultativo.

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FORMAS DE LEGITIMAÇÃO

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LEGITIMAÇÃO AUTÔNOMA DO PROCESSO COLETIVO - As regras do processo civil (legitimação ordinária e extraordinária), não são adequadas para qualificar a legitimação na ação civil pública. No âmbito dos interesses coletivos, prepondera a indeterminação dos sujeitos, em que o titular do direito de ação é distinto dos próprios titulares do direito material.

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FORMAS DE LEGITIMAÇÃO

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LEGITIMAÇÃO AUTÔNOMA DO PROCESSO COLETIVO - Assim, a doutrina classifica a legitimação para a defesa de direitos difusos e coletivos como uma legitimação autônoma para a condução do processo. - Entretanto, no que se refere aos direitos individuais homogêneos, dada a possibilidade de individualização específica dos titulares do direito haverá a legitimação extraordinária.

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FORMAS DE LEGITIMAÇÃO

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- Substituição é a legitimidade extraordinária, na qual terceiro, em nome próprio, litiga direito alheio. O substituto é parte em nome próprio no lugar do substituído (titular do direito).

- Sucessão se refere a troca de uma parte por outra. Todos os envolvidos têm que concordar com a sucessão (art. 108 e ss. do NCPC). O sucessor processual passa a ser parte no lugar do sucedido.

Exceção à Necessidade de Autorização → Na sucessão causa mortis não é necessária a autorização. Entretanto, ressalta-se que os direitos personalíssimos não podem ser sucedidos pela sucessão causa mortis.

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Substituição Processual Vs. Sucessão Processual

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- Esta hipótese diferencia-se da legitimidade extraordinária. - É um mecanismo usado para suprir a incapacidade civil de uma das partes ou sua impossibilidade. - O representante processual não é parte, mas apenas um instrumento usado para a parte agir em juízo. - Na representação processual alguém age em nome próprio por intermédio de outrem que é usado como um instrumento. - Exemplo: o filho menor representado pela mãe move ação contra o pai.

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REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL

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É possível a existência de legitimidade ordinária e extraordinária ao mesmo tempo. Ex.: Condômino defendendo direito próprio dele e dos demais condôminos.

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Concomitância da Legitimidade Ordinária e Extraordinária

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Legitimidade para a Causa (ad causam) - É a autorização para figurar corretamente em um dos pólos da ação (pertinência subjetiva da ação). - Tem legitimidade o titular da relação jurídica de direito material.

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Legitimidade para a Causa X Legitimidade para o Processo X Capacidade Para ser Parte

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Legitimidade para o Processo (ad processum) -Refere-se a capacidade processual, ou seja, capacidade para participar do processo sem necessidade de assistente (relativamente incapaz) ou representante (absolutamente incapaz). Esta refere-se a Capacidade de Fato ou de Exercício, que consiste na

possibilidade do sujeito estar a frente de seus direitos e deveres (é o que os incapazes não podem fazer).

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Legitimidade para a Causa X Legitimidade para o Processo X Capacidade Para ser Parte

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Capacidade para ser Parte - A capacidade para ser parte relaciona-se com a aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações na órbita civil (personalidade judiciária). Todas as pessoas naturais e jurídicas detêm capacidade para ser parte. Além dessas pessoas, reconhece-se capacidade de ser parte a entes despersonalizados, como o espólio, a massa falida e a herança jacente. Esta refere-se a Capacidade de Direito também chamada de Capacidade de Gozo, consiste na

possibilidade que toda pessoa tem de ser sujeito de Direito, isto é, figurar num dos polos da relação jurídica. É característica inerente ao ser humano, e nenhum pode ser privado dessa capacidade pelo ordenamento jurídico, como está no Art. 1º do Código Civil: "Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”.

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Legitimidade para a Causa X Legitimidade para o Processo X Capacidade para ser Parte

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O Ministério Público tem legitimidade para recorrer na ação de acidente do trabalho, ainda que o segurado esteja assistido por advogado.

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SÚMULA 226 STJ

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A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais.

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SÚMULA 525 STJ

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- As condições da ação são matérias de ordem pública, logo, sua falta, pode ser reconhecida em qualquer grau de jurisdição, até mesmo de ofício pelo juiz, assim não estão sujeitas a preclusão.

- A consequência da falta de uma das condições da ação é a extinção do processo sem a resolução do mérito.

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CARÊNCIA DE AÇÃO

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Objeções Processuais → Independentemente de não ter sido arguida a carência de ação, esta pode ser alegada a qualquer tempo. Trata-se de uma objeção de natureza processual. Carência de Ação no STJ e STF → Em sede de STJ e STF a ausência das condições da ação não pode ser conhecida se não houver o preenchimento do requisito do prequestionamento, ou seja, se não tiverem sido discutidas anteriormente.

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CARÊNCIA DE AÇÃO

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Teoria da Asserção → Segundo essa teoria as condições da ação são verificadas pelas afirmações e assertivas deduzidas da petição inicial. Dessa forma, o juiz tem o poder/dever de reavaliar as condições da ação a qualquer momento na tramitação do processo. Entretanto, a análise posterior das condições da ação, com a possibilidade de

produção de provas e sob cognição exauriente, faz com que o pronunciamento sobre tais aspectos configure matéria referente ao mérito do processo. Dessa maneira, se forma coisa julgada material sobre tal decisão.

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TEORIA SOBRE A CARÊNCIA DE AÇÃO

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- Juízo Prévio de Admissibilidade (art. 330 do NCPC) - Nesse momento se o juiz defere a inicial faz-se o despacho liminar positivo (trata-se de mero despacho); se indefere faz-se despacho negativo (trata-se de sentença, cabendo apelação). - Após a Contestação (arts. 337, XI e 354 do NCPC) - Nesse momento tal preliminar é alegada pelo réu. - A Qualquer Tempo (art. 485, § 3º e 337, § 5º do NCPC) - Como se trata de matéria de ordem pública pode ser alegada de ofício pelo juiz a qualquer momento.

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Momentos para o Reconhecimento da Carência de Ação

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- É aquela que ocorre no curso do processo. Assim, inicia-se o processo com todas as condições da ação. Entretanto, no seu desenrolar alguma das condições acaba deixando de existir por uma causa superveniente. Esta geralmente surge pelo desaparecimento do interesse de agir. Exemplo: reconhecimento de débito em fazer pagamento parcelado. Quanto às custas processuais, se aplica o princípio da causalidade. Assim,

quem deu causa indevida ao processo paga as custas processuais.

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Carência Superveniente ou Posterior

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ELEMENTOS DA AÇÃO

• Partes (elementos subjetivos);

• Pedidos (elementos objetivos);

• Causas de Pedir (elementos causais).

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OBJETIVOS DOS ELEMENTOS DA AÇÃO

Função de identificação/individualização da ação: a individualização de um ação, que ocorre somente com a tríplice identidade, serve para identificar a existência de: LITISPENDÊNCIA E PEREMPÇÃO.

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Litispendência (art. 485, V do NCPC)

- "Lide Pendente" → Ocorre quando a ação proposta é idêntica a outra já em trâmite, ou seja, possui os mesmos elementos da ação. Quando há litispendência o novo processo é extinto sem julgamento de mérito.

A litispendência resulta do próprio ajuizamento da ação. Dessa forma, buscando-se impedir a repetição de ações em processamento.

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Perempção

É sanção processual imposta ao autor contumaz (desidioso) que consiste na proibição legal de repropositura da mesma ação. Para se concretizar a perempção devem ocorrer 3 abandonos da causa pelo autor (art. 485, III e § 1º do NCPC). Ressalta-se a mudança do prazo para a parte suprir a falta: antes era de 48 horas e com o NCPC passou a ser 5 dias (prazo processual dependente de atividade de procurador, contado em dias úteis).

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Perempção

Ressalta-se que a perempção atinge apenas o direito processual e não o direito material. Assim, este ainda poderá ser exercitado em defesa. Entretanto, a reconvenção, que tem natureza de ação, não poderá ser utilizada nesses casos dada a vedação imposta pela perempção. Não confundir com preempção, que é sinônimo de prelação (direito de

preferência).

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Coisa Julgada (material)

- "Res Iudicata" (aquilo que foi julgado em juízo) É a definitividade da decisão, apesar de nada ter a ver com a sentença. Relaciona-se a indiscutibilidade da solução que se obteve por meio do processo, impedindo-se que seja proposta a mesma ação já julgada. Coisa Julgada Formal (Preclusão) - É um fenômeno que ocorre

internamente no processo interferindo em direitos e faculdades processuais (irrecorribilidade da sentença).

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Conexão

Duas ou mais ações apesar de diferentes serão conexas quando tiverem em comum o pedido ou a causa de pedir (art. 55, CPC).

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Continência (“Litispendência Parcial”)

Relação que há entre o continente e o seu conteúdo. Ocorre quando o pedido de uma ação é mais amplo e abrange o pedido da outra (art. 56, CPC).

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CAUSA DE PEDIR

Conceito São os fundamentos do pedido. O juiz acolhe ou rejeita o pedido com base na causa de pedir. Dessa forma, não é o pedido que é justo ou injusto e sim a causa de pedir.

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CAUSA DE PEDIR

Causas Fáticas (Causa Próxima) - São os fatos constitutivos do afirmado direito do autor à obtenção do bem da vida. Causas Jurídicas (Causa Remota) - É a demonstração de que os fatos narrados se enquadram em determinada categoria jurídica (fundamento jurídico) e de que a sanção correspondente é pretendida pelo demandante.

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CAUSA DE PEDIR - IMPORTANTE

Não se deve confundir fundamento jurídico com fundamento legal. - Fundamento jurídico é o liame jurídico entre os fatos e o pedido, ou seja, é a explicação à luz do ordenamento jurídico porque o autor merece o que está pedindo diante dos fatos que narrou. - Fundamento legal é apenas o dispositivo de lei referente ao caso.

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TEORIA ADOTADA PARA A CAUSA DE PEDIR

Substanciação - adotada pelo CPC (art. 319, III do NCPC): preleciona que a causa de pedir é composta pelos fatos e fundamentos jurídicos. • Nessa teoria as causas de pedir são iguais quando a causa fática

(fatos) for a mesma. Ressalta-se que alguns adotantes dessa teoria entendem que ainda que se entenda que a identidade de causas de pedir depende da causa fática, também deve-se levar em consideração a causa jurídica.

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AÇÃO DECLARATÓRIA

Busca tão somente a solução de um conflito, sem que seja necessária uma providência suplementar de natureza coercitiva para a consecução da decisão final.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

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É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata interpretação de cláusula contratual.

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

SÚMULA 181 STJ

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COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

CONCEITO E FUNDAMENTO

Cooperação internacional é o cumprimento de medidas judicias e extrajudiciais fora de território do Estado requerente. Fundamenta-se no princípio da solidariedade recíproca e na confiança mútua entre os diversos países.

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COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Cooperação internacional é o cumprimento de medidas judicias e extrajudiciais fora de território do Estado requerente. Fundamenta-se no princípio da solidariedade recíproca e na confiança mútua entre os diversos países.

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COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

O novo CPC traça algumas normas modernizadoras destinadas a facilitar e incrementar a cooperação internacional, aplicáveis tanto aos mecanismos tradicionais (cartas rogatórias) como à inovadora cooperação direta (realizável sem a solenidade das cartas rogatórias). Acham-se, tais normas, enunciadas nos arts. 37 a 41.

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COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

No âmbito do processo civil brasileiro, os meios ou instrumentos de cooperação internacional são: a) o auxílio direto; b) a carta rogatória; c) a homologação de sentença estrangeira.

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COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará: I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados; III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado requerente; IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação; V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras.

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COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 26. (...) § 1o Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. § 2o Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1o para homologação de sentença estrangeira. § 3o Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro. § 4o O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de designação específica.

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COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto: I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; II - colheita de provas e obtenção de informações; III - homologação e cumprimento de decisão; IV - concessão de medida judicial de urgência; V - assistência jurídica internacional; VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.

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COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

AUXÍLIO DIRETO Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido.

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COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

CARTA ROGATÓRIA Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal. § 1o A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil. § 2o Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira.

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O Poder Judiciário é composto dos seguintes órgãos: • Supremo Tribunal Federal • Superior Tribunal de Justiça • Tribunais Regionais Federais e juízes federais • Tribunais e juízes do trabalho • Tribunais e juízes eleitorais • Tribunais e juízes militares • Tribunais e juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios

ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

Comum Especial (CF) Federal (art. 109, CF)

Militar (penal)

Estadual (residual)

Eleitoral

Trabalhista

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DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL

COMPETÊNCIA Competência é a medida de jurisdição de cada órgão judicial. Ela quantifica a jurisdição a ser exercida pelo órgão judicial

singularmente considerado.

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DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL

• A justiça brasileira tem competência apenas para as causas dos arts. 21 a 23 do CPC.

• Fora dessas hipóteses, o processo deve ser extinto sem resolução do mérito; o processo não será enviado ao país supostamente competente, sob pena de ofensa à soberania estrangeira.

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DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL

Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.

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DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL

Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: I - de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.

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DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL

Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.

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DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL

Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.

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DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL

Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. § 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo. § 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o. Modificação da competência em razão do valor e do território (art. 63).

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DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL

COMPETÊNCIA CONCORRENTE (21,22) COMPETÊNCIA EXCLUSIVA (23) • Réu, qualquer nacionalidade, domiciliado no

Brasil • Obrigação a ser cumprida no Brasil • FATO/ATO praticado no Brasil • Alimentos: credor domicílio Brasil • Alimentos: réu com vínculo no Brasil (ex.:

bens, renda) • Relação de consumo (consumidor com

residência no Brasil) • Ações que as partes se submetem, tácita ou

expressamente, à jurisdição nacional

• Imóveis situados no Brasil • Sucessão hereditária bens situados Brasil,

ainda que o autor seja estrangeiro ou tenha domicílio fora do Brasil

• Divórcio/ Separação/Dissolução UE com partilha de bens situados Brasil, ainda que o autor seja estrangeiro ou tenha domicílio fora do Brasil

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COMPETÊNCIA

• Objetivo (pessoa, matéria, valor da causa) • Funcional • Territorial (Foro geral/Foros especiais)

In (Competência)

RELATIVA (art. 63) - TERRITORIAL - VALOR DA CAUSA

ABSOLUTA (art. 62) - MATÉRIA - PESSOA - FUNCIONAL

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COMPETÊNCIA ABSOLUTA RELATIVA

É passível de apreciação de ofício, isto é, sem provocação das partes;

Pode ser questionada a qualquer tempo (art. 64, § 1º) e não há preclusão quanto à ausência de sua alegação;

Não se “prorroga” em nenhum caso, isto é, ela não pode ser modificada, nem mesmo por vontade das partes (arts. 54 e 62);

A decisão de mérito proferida por juízo absolutamente incompetente é passível de ação rescisória (art. 966, II);

É pressuposto de “validade do processo”.

Está sujeita a modificações (art. 54), inclusive pela vontade das partes pela chamada cláusula contratual de “eleição de foro” (art. 63) ou pela inércia do réu em argui-la em preliminar de contestação (art. 64, caput);

Não é passível de declaração de ofício; Seu reconhecimento depende de manifestação de

vontade do réu (art. 337, § 5º); Sua não observância não autoriza a rescisão da

decisão após seu trânsito em julgado. Não pode ser considerada pressuposto de validade

do processo.

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CRITÉRIO OBJETIVO Para fixação da competência, uma vez determinada a competência de foro, em razão do território, podem as normas de organização judiciária utilizar-se o critério do valor da causa para criarem normas especiais de competência → NÃO está disciplinado no CPC e sim e legislações esparsas.

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO VALOR DA CAUSA

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Exemplos de competência em razão do valor da causa: 1. Juizado Especial Cível Estadual, criado pela Lei nº 9.099/95. Conforme previsão do art. 3º, I, poderá julgar causas de valor igual ou inferior a 40 salários mínimos. 2. Juizado Especial Cível Federal, criado pela Lei nº 10.259/2001. Conforme previsão do art. 3º, poderá julgar causas que de valor igual ou inferior a 60 salários mínimos.

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO VALOR DA CAUSA

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CRITÉRIO OBJETIVO Considera o direito material (ratione materiae) discutido e em regra fixada a partir da análise do pedido formulado pelo autor. Justiças especializadas → militar, eleitoral e trabalhista. Varas especializadas → cível, família, infância.

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA

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CRITÉRIO OBJETIVO Considera as partes envolvidas (ratione personae). Na Justiça Estadual de São Paulo, ações em que uma das partes é o Estado, é distribuída na Vara da Fazenda Pública.

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA

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A Constituição Federal adota critérios para definir a competência civil da Justiça Federal em razão da matéria (ratione materiae) - artigo 109, incisos III a XI - e da pessoa (ratione personae) - artigo 109, incisos I, II e VIII. O artigo 114 da Constituição Federal determina a competência da Justiça do Trabalho → competência em razão da matéria, de natureza absoluta.

ANOTE!

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- Competência funcional pelas fases do procedimento, que é regulada pelo Código de Processo Civil, como por exemplo, a oitiva de testemunhas que se encontram fora da circunscrição territorial do juiz da causa. - Competência funcional originária e recursal dos tribunais, que é regida pelas normas das Constituições da República e dos Estados e pelas normas de organização judiciária.

COMPETÊNCIA FUNCIONAL

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COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS

Normalmente, as ações são propostas em primeira instância, relegando-se aos Tribunais apenas a competência recursal. Todavia, em certas hipóteses a competência é originária, isto é, as ações são ajuizadas diretamente nos tribunais. Os casos de competência originária do STF, no âmbito civil, previstos no art. 102 da CF.

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COMPETÊNCIA TERRITORIAL

O CPC regula exaustivamente a competência territorial estabelecendo um foro geral ou comum e diversos foros especiais.

Essa competência considera a divisão do território nacional em circunscrições judiciárias.

Foro é sinônimo de Comarca (São Paulo, Santos, Porto Alegre) Juízo é sinônimo de Vara (1ª Vara Cível da Comarca de São Paulo, 2ª Vara de

Família da Comarca de Porto Alegre). • Comarca no âmbito estadual designa-se Foro. • Comarca no âmbito federal designa-se Seção Judiciária.

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COMPETÊNCIA

Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.

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COMPETÊNCIA

Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.

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COMPETÊNCIA

Princípio da perpetuação da competência (art. 43). A competência é determinada no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, culminando pela impossibilidade de sua alteração posterior, salvo: • supressão do órgão jurisdicional; • alteração de competência absoluta. Ex.: ação de alimentos proposta no domicílio do alimentando. Se posteriormente ele mudar de residência, não irá alterar a competência (art. 53, II).

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COMPETÊNCIA

Princípio da competência sobre a competência (kompetenzkompetenz). O juiz tem competência para reconhecer sua (in) competência de ofício.

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COMPETÊNCIA

Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações: I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho; II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.

O caput do art. 45 busca disciplinar as hipóteses em que o art. 109 da CF define a competência da Justiça Federal em confronto com os casos em que o processo originariamente tramita perante a Justiça Estadual. Recuperação judicial e insolvência civil, por se tratarem de ações coletivas universais, que buscam unir todos os credores do devedor para “acertamento’ de seus créditos, deve ser considerado como competente o juízo universal e não a justiça federal.

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COMPETÊNCIA

Art. 45 (...) § 1o Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência do juízo perante o qual foi proposta a ação. § 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas.

§ 1º: se houver pedidos que envolvam as demandas estabelecidas nos incisos do art. 45, não será possível a remessa dos autos ao juízo federal. § 2º: havendo pedidos cumulados, se algum deles for da competência do juízo junto ao qual foi proposta a demanda (falência, por exemplo), não deverá ocorrer a remessa dos autos, cabendo ao juízo de origem julgar apenas aqueles pedidos que se incluem no âmbito de sua competência. → É vedada a apreciação do mérito (pelo juízo comum) do pedido em que exista interesse da União Federal, de suas autarquias ou de suas empresas.

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COMPETÊNCIA

Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. § 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. § 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor. § 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. § 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. § 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.

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COMPETÊNCIA

Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. § 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. § 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta.

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COMPETÊNCIA

Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: I - o foro de situação dos bens imóveis; II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.

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COMPETÊNCIA

Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias.

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COMPETÊNCIA

Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou assistente.

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COMPETÊNCIA

Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União. Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal.

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COMPETÊNCIA

Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal. Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado.

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COMPETÊNCIA

Art. 53. É competente o foro: I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;

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COMPETÊNCIA

Art. 53. É competente o foro: II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;

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COMPETÊNCIA

Art. 53. É competente o foro: III - do lugar: a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu; c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica; d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto; f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício;

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COMPETÊNCIA

Art. 53. É competente o foro: IV - do lugar do ato ou fato para a ação: a) de reparação de dano; b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;

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COMPETÊNCIA

Art. 53. É competente o foro: V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.

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MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

a) conexão → pedido ou causa de pedir (decisão conjunta, salvo trânsito em julgado) b) continência → identidade de partes + causa de pedir, com pedido mais amplo c) incompetência relativa → territorial/provocação d) prevenção → o que conhece primeiro – juiz prevento ( o que registrou ou distribuiu a PI – Art. 59) e) conflito de competência → suscitar ao tribunal f) impedimento g) suspeição

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MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, observado o disposto nesta Seção.

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MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. § 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. § 2o Aplica-se o disposto no caput: I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.

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MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.

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MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

QUANDO 2 OU MAIS AÇÕES TIVEREM CONEXÃO

PEDIDO OU CAUSA DE PEDIR

CONTINÊNCIA

PARTES + CAUSA DE PEDIR + PEDIDO DE UMA, MAIS AMPLO, ABRANGE DEMAIS

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MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

AÇÃO CONTIDA X AÇÃO CONTINENTE Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas.

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MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

ANOTE • Quando a ação continente (mais ampla) for proposta antes da

ação contida (menos ampla), esta será extinta através de sentença sem julgamento de mérito.

• Quanto a a ação continente (mais ampla) for proposta depois da ação contida (menos ampla), serão necessariamente reunidas.

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MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente. Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.

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MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel. Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal.

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DA INCOMPETÊNCIA

Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. § 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. § 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência. § 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. § 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.

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DA INCOMPETÊNCIA

Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. § 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. § 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência. § 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. § 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.

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DA INCOMPETÊNCIA

Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação. Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar.

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DA INCOMPETÊNCIA

Art. 66. Há conflito de competência quando: I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo.

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V