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CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL - POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 4 - LEI DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE – LEI N°9.605/98 Futuros Policiais, Conforme sabemos, o grave problema da destruição do meio onde vivemos não possui fronteiras, excedendo os limites dos territórios definidos politicamente e afetando de forma incontestável toda a humanidade. Água limpa, ar puro e animais em harmonia com seu habitat sempre existiram como algo natural da vida. Porém, o “natural” vem se esvaindo e sendo trocado por sérios problemas de poluição em todas as esferas e, apenas nas últimas décadas, o homem passou a ter consciência da verdadeira necessidade de conservação do ambiente em que vive. Procura-se de forma cada vez mais intensa a busca do comprometimento mundial em relação às causas ambientais, e sendo o Brasil um país com uma das biodiversidades mais ricas do globo terrestre, passou a sofrer grande pressão internacional para que desenvolvesse atividades compatíveis com a conservação do meio ambiente. Nações fortemente industrializadas, que já esgotaram suas fontes naturais de riquezas, apostam agora nos países subdesenvolvidos com o intuito de garantirem as mínimas condições de sobrevivência no futuro. No Brasil, estudos concluíram que, somente em decorrência da falta de um tratamento de água eficaz e uma melhor rede de esgoto, mais de dez mil habitantes morrem prematuramente por ano, o que levou à necessidade urgente de criar mecanismos que detivessem e revertessem este tipo de situação. A Constituição Federal de 1988 já apresentou preocupação com o meio ambiente, através do artigo 225, determinando que a todos seja garantido o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, de uso comum do povo e fundamental para a existência de uma saudável qualidade de vida, cabendo ao Poder Público e à coletividade a defesa e a preservação ambiental para as presentes e futuras gerações. Mas do que vale a determinação da Constituição sem uma correspondente sanção??? Então, para efetivar a vontade do poder constituinte, leis foram criadas com este objetivo, tais como a Lei n°6.938/81, alterada depois pela n°7.804/89, que impunha penas o para agentes poluidores, e a Lei n°9.605/98 que versa sobre os crimes contra o meio ambiente.

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AULA 4 - LEI DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE – LEI N°9.605/98

Futuros Policiais,

Conforme sabemos, o grave problema da destruição do meio onde vivemos não possui fronteiras, excedendo os limites dos territórios definidos politicamente e afetando de forma incontestável toda a humanidade.

Água limpa, ar puro e animais em harmonia com seu habitat sempre existiram como algo natural da vida. Porém, o “natural” vem se esvaindo e sendo trocado por sérios problemas de poluição em todas as esferas e, apenas nas últimas décadas, o homem passou a ter consciência da verdadeira necessidade de conservação do ambiente em que vive.

Procura-se de forma cada vez mais intensa a busca do comprometimento mundial em relação às causas ambientais, e sendo o Brasil um país com uma das biodiversidades mais ricas do globo terrestre, passou a sofrer grande pressão internacional para que desenvolvesse atividades compatíveis com a conservação do meio ambiente.

Nações fortemente industrializadas, que já esgotaram suas fontes naturais de riquezas, apostam agora nos países subdesenvolvidos com o intuito de garantirem as mínimas condições de sobrevivência no futuro.

No Brasil, estudos concluíram que, somente em decorrência da falta de um tratamento de água eficaz e uma melhor rede de esgoto, mais de dez mil habitantes morrem prematuramente por ano, o que levou à necessidade urgente de criar mecanismos que detivessem e revertessem este tipo de situação.

A Constituição Federal de 1988 já apresentou preocupação com o meio ambiente, através do artigo 225, determinando que a todos seja garantido o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, de uso comum do povo e fundamental para a existência de uma saudável qualidade de vida, cabendo ao Poder Público e à coletividade a defesa e a preservação ambiental para as presentes e futuras gerações.

Mas do que vale a determinação da Constituição sem uma correspondente sanção???

Então, para efetivar a vontade do poder constituinte, leis foram criadas com este objetivo, tais como a Lei n°6.938/81, alterada depois pela n°7.804/89, que impunha penas o para agentes poluidores, e a Lei n°9.605/98 que versa sobre os crimes contra o meio ambiente.

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Dito isso, abra sua mente para as questões ambientais!!!

Vamos começar!!!

Bons estudos!!!

1.1 INTRODUÇÃO

A Lei n° 9.605/98, conhecida como Lei de Crimes contra o Meio Ambiente, entrou em vigor, nos seus aspectos penais, a partir de 30 de março de 1998, tendo como uma de suas grandes vantagens o fato de ter consolidado, em grande parte, diversos textos legais que se encontravam de forma difusa no ordenamento jurídico pátrio.

Mesmo promovendo uma revogação parcial na maior parte dos ordenamentos relativos ao meio ambiente, seus legisladores merecem grande mérito pelo esforço no sentido de reduzirem a infinidade de leis já existentes e priorizarem as questões relativas às normas de punição e reparação de eventuais danos causados a partir da prática de condutas tipificadas.

A Lei dos Crimes Ambientais apresenta um forte caráter social e preventivo, mostrando-se compromissada com a adoção de penas alternativas à privação da liberdade e garantindo a aplicação de pena mais amena aos infratores de baixo grau de instrução.

O legislador entendeu que esses indivíduos utilizam de forma imprópria determinadas técnicas nocivas ao meio ambiente, não por má-fé, mas sim decorrentes de tradição repassada por gerações. Isso não quer dizer que não serão punidos, mas possuirão atenuantes, o que tornará a pena mais branda e coerente com o caso.

1.2 DISPOSIÇÕES GERAIS

A Lei nº 9.605/98, composta inicialmente de 82 artigos distribuídos em oito capítulos, teve seu artigo 1º vetado pelo Presidente da República, pois determinava que os procedimentos lesivos ao meio ambiente seriam apenados com sanções administrativas, civis e penais na forma estabelecida na própria Lei. Com isso, ficaria afastada qualquer outra cominação penal tipificada em outras normas.

Dessa forma, manteve-se a possibilidade da Lei em questão ser aplicada em conjugação com legislações já existentes (como o Código Penal, por exemplo).

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No artigo 2º o legislador fez questão de deixar claro que a lei não veio atingir somente o agente da ação, mas também aquele que de qualquer forma concorre para a prática dos crimes tipificados ou deixa de impedir a prática da conduta criminosa quando poderia evitá-la.

É importante citar que, com relação à omissão, a lei não criminaliza tal conduta para todos da sociedade, mas, especificamente, para o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente e o preposto ou mandatário de pessoa jurídica. Observe o dispositivo:

Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.

Atente que o artigo em questão cita o auditor como possível co-autor. Este é um profissional que, normalmente, não faz parte de quadro funcional da pessoa jurídica envolvida. Geralmente, esse profissional é contratado para fazer avaliação das condições ambientais que estão relacionadas com a empresa que o contratou. Mas, devido à importância e à responsabilidade desse profissional, foi feliz o legislador quando o elencou.

Outro assunto importante e inovador, constante no art. 3° da Lei, é o que trata da responsabilidade penal das pessoas jurídicas. Veja:

Art.3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.

O artigo supracitado prevê a responsabilização penal das pessoas jurídicas, elencando as possíveis penas que podem ser aplicadas a esses agentes quando causam algum dano ao meio ambiente.

As atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão o infrator, seja pessoa física ou pessoa jurídica, a sanções penais e administrativas, independente de reparação do dano causado.

Conforme iremos ver mais adiante, as pessoas jurídicas terão penas pecuniárias, restritivas de direito e de prestação de serviços à comunidade e não, obviamente, as privativas de liberdade.

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Mas a responsabilização da pessoa jurídica quer dizer que estará excluída a responsabilidade das pessoas físicas integrantes de uma empresa, por exemplo?

A resposta é negativa. Repare no parágrafo único do artigo 3º:

Art. 3º [...]

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato

.

O fato de a Lei responsabilizar as pessoas jurídicas não exclui as pessoas físicas, sendo elas autoras, co-autoras ou partícipes do ato ilícito. Assim, diante de um crime ambiental, responderão a pessoa jurídica e a pessoa física que praticou efetivamente o crime.

A Lei se preocupou, conforme vemos em seu art. 4°, com os casos em que a personalidade da pessoa jurídica pode ser obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. Observe:

Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.

Como se sabe, as pessoas jurídicas não se confundem com as pessoas físicas de seus sócios, sendo esta distinção amplamente reconhecida na legislação e na doutrina brasileira.

Porém, já há algum tempo, esta diferenciação clássica vem sofrendo algumas limitações e restrições, notadamente quando se constata que a pessoa jurídica foi criada para fraudar ou impedir a responsabilização por atos fraudulentos, como, por exemplo, a constituição da empresa para acobertar negócios ilegais dos sócios e a dilapidação do patrimônio social no correr de processo com o intuito de prejudicar credores.

Exemplificando para ficar mais claro: Tício abre uma sociedade para acobertar ação fraudulenta. Após descoberto durante um processo em que sabe que será condenado, começa a vender tudo que está ligado à empresa. Neste caso, regra geral, o Juiz não poderá atingir o patrimônio de Tício, mas somente o da empresa. Entretanto, com o instituto da desconsideração da pessoa jurídica, é possível focar o indivíduo e não somente a Pessoa Jurídica.

Pela importância para sua PROVA, vamos entender melhor este instituto:

Todas as sociedades civis ou comerciais devem ter como objeto fins lícitos, e quando cometem algum ilícito devem responder por ele, o que normalmente

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ocorre de forma monetária, como nos casos de indenizações civis, trabalhistas etc.

Também podem acabar respondendo drasticamente com o patrimônio pela má administração, culminando muitas vezes na falência, o que liquida as suas possibilidades no mercado. Tudo isso forma o contexto de atividade normal de risco da sociedade.

Mas quando ela é constituída com o intuito de fraudar, acobertar objetos ilícitos ou ainda passa a dificultar a sua responsabilização patrimonial com mecanismos ilegais, estará sujeita a ser desconsiderada para a recuperação dos bens ou para que seus sócios respondam com seu patrimônio pelos atos praticados por ela, aplicando-se assim o instituto jurídico denominado “desconsideração da personalidade jurídica”.

A desconsideração da pessoa jurídica ou da personalidade jurídica, ou ainda do inglês “disregard of legal entity” (ESTA EXPRESSÃO JÁ APARECEU EM PROVA SEM TRADUÇÃO), já vem sendo aplicada no Brasil há alguns anos, estando a matéria praticamente consolidada tanto na doutrina quanto na jurisprudência.

Com a entrada em vigor da Lei n.º 9.603, de 13.2.98 (Lei dos Crimes Ambientais), o referido instituto voltou à tona, já que é previsto especificamente em se tratando de ilícitos de cunho ambiental (art. 4º).

1.3 DA APLICAÇÃO DA PENA

O legislador dedicou grande parte da lei de Crimes Ambientais às sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Este assunto é tratado nos artigos 6° ao 24°.

No geral, a nova Lei transformou em crimes, com penas, em média, de um a três anos, a maioria das condutas anteriormente tidas simplesmente como contravenções penais, quer previstas no Código Florestal ou em outros diplomas legais.

Porém, a Lei em questão também prioriza as penas restritivas de direitos, sempre que puderem ser impostas ao invés das penas privativas de liberdade.

1.3.1 DA APLICAÇÃO DA PENA

O art. 6° trata da mensuração da pena, estabelecendo alguns requisitos que deverão ser analisados pelo magistrado quando da gradação da penalização a ser aplicada ao agente. Observe o dispositivo:

Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará [...]

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Segundo tal norma, o Juiz analisará:

1. A GRAVIDADE DO FATO, TENDO EM VISTA OS MOTIVOS DA INFRAÇÃO E

SUAS CONSEQÜÊNCIAS PARA A SAÚDE PÚBLICA E PARA O MEIO AMBIENTE;

2. OS ANTECEDENTES DO INFRATOR QUANTO AO CUMPRIMENTO DA

LEGISLAÇÃO DE INTERESSE AMBIENTAL;

3. A SITUAÇÃO ECONÔMICA DO INFRATOR, NO CASO DE MULTA.

A situação econômica do infrator é analisada para que a multa pecuniária não seja tão alta a ponto de ser impossível de ser paga e nem muito baixa a ponto de ser considerada irrisória.

Assim, fica claro que, com a observação e análise dos itens acima, a lei oferece meios para que se produza uma pena justa e proporcional.

Agora vamos SANGRAR para guardar estes três itens que devem ser analisados pelo Juiz... Mas, sem muito esforço:

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1.3.2 SUBSTITUIÇÃO DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR PENA RESTRITIVA DE DIREITOS

Como já dissemos, a Lei prioriza a pena restritiva de direitos ao invés das penas privativas de liberdade. Sempre que possível, é nítido o interesse do legislador em aplicar as penas restritivas de direito, com a finalidade de incentivar a reparação ambiental por parte do infrator.

O art.7° determina que as penas restritivas de direitos substituam as privativas de liberdade quando:

1. TRATAR-SE DE CRIME CULPOSO OU FOR APLICADA A PENA PRIVATIVA DE

LIBERDADE INFERIOR A QUATRO ANOS;

2. A CULPABILIDADE, OS ANTECEDENTES, A CONDUTA SOCIAL E A

PERSONALIDADE DO CONDENADO, BEM COMO OS MOTIVOS E AS

CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME INDICAREM QUE A SUBSTITUIÇÃO SEJA

SUFICIENTE PARA EFEITOS DE REPROVAÇÃO E PREVENÇÃO DO CRIME.

Atente que, para que haja a substituição da pena a que se refere o artigo acima, os itens em questão deverão ser observados simultaneamente, ou seja, a não observação de um deles afastará a possibilidade de substituição das penas privativas de liberdade pelas restritivas de direitos.

Seu parágrafo único dispõe sobre a duração da pena no caso de substituição:

Art.7°

[...]

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída.

A determinação do parágrafo único é acertada, já que não teria lógica se a Lei permitisse que uma pena substitutiva de privação de liberdade tivesse ainda um prazo menor de cumprimento.

O legislador considerou que a própria substituição para uma pena restritiva de direitos já pode ser considerada um abrandamento da penalização do agente infrator.

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1.3.3 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

A Lei elenca em seu art. 8° os tipos de penas restritivas de direito passíveis de serem aplicadas. São elas:

TTIIPPOOSS DDEE PPEENNAASS RREESSTTRRIITTIIVVAASS

•• PPRREESSTTAAÇÇÃÃOO DDEE SSEERRVVIIÇÇOOSS ÀÀ CCOOMMUUNNIIDDAADDEE;;

•• IINNTTEERRDDIIÇÇÃÃOO TTEEMMPPOORRÁÁRRIIAA DDEE DDIIRREEIITTOOSS;;

•• SSUUSSPPEENNSSÃÃOO PPAARRCCIIAALL OOUU TTOOTTAALL DDAASS AATTIIVVIIDDAADDEESS;;

•• PPRREESSTTAAÇÇÃÃOO PPEECCUUNNIIÁÁRRIIAA;; EE

• RREECCOOLLHHIIMMEENNTTOO DDOOMMIICCIILLIIAARR..

Analisaremos agora, individualmente, os tipos de penas restritivas aplicáveis a pessoas físicas no caso de ação ilícita contra o meio ambiente.

1.3.3.1 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE

A Lei determina que:

Art.9°. A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na restauração desta, se possível.

Note que, curiosamente, o legislador determinou como lugares para prestação de serviço somente os parques e jardins públicos e unidades de conservação, esquecendo-se de que são inúmeros os tipos de bens públicos passíveis de receberem esse serviço. A Lei fala em unidades de conservação.

Mas, o que vem a ser unidades de conservação?

São áreas que tem por finalidade conservar e preservar a flora e a fauna importantes para o meio ambiente.

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UUNNIIDDAADDEESS DDEE CCOONNSSEERRVVAAÇÇÃÃOO

• Estações ecológicas

• Reservas biológicas

• Parques nacionais

• Monumentos naturais

• Refúgios de vida silvestre

• Áreas de proteção ambiental

• Áreas de relevante interesse ecológico

• Florestas nacionais

• Reservas extrativistas

• Reservas de fauna

• Reservas de desenvolvimento sustentável

• Reservas particulares do patrimônio natural

A Lei fala, ainda, no caso da prestação de serviços à comunidade, em restauração, se possível, da coisa particular, pública ou tombada, mostrando que seu interesse maior é a reparação efetiva do dano causado.

A expressão “se possível” foi usada porque nem sempre é possível a restauração do dano, como nos casos de bens públicos tombados, de valor histórico ou arquitetônico, que necessitem de técnica especializada.

1.3.3.2 INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITO

Normalmente, quando no âmbito do Direito Penal tratamos de interdição temporária de direito, somos remetidos ao artigo 47 do Código Penal, que leciona:

Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são:

I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;

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II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;

III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.

IV - proibição de freqüentar determinados lugares.

Aqui, o mais importante para a sua PROVA, é não fazer confusão do supracitado artigo com o art. 10 da lei de Crimes Ambientais, que apresenta certas peculiaridades, garantindo uma clara diferenciação em relação ao elenco de penas de interdição temporária dispostas no Código Penal. Isso ocorre porque, claramente, as duas normas possuem objetivos diferentes. Observe o disposto na lei nº 9.605/98:

Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos.

Assim, podemos elencar que as penas de interdição temporária de direito presentes na lei nº 9.605/98 são:

1. PROIBIÇÃO DE CONTRATAR COM O PODER PÚBLICO;

2. PROIBIÇÃO DE RECEBER INCENTIVOS FISCAIS OU QUAISQUER OUTROS

BENEFÍCIOS;

3. PROIBIÇÃO DE PARTICIPAR DE LICITAÇÕES PELO PRAZO DE CINCO ANOS

SE O DELITO FOR DOLOSO; E

4. PROIBIÇÃO DE PARTICIPAR DE LICITAÇÕES PELO PRAZO DE TRÊS ANOS

SE O DELITO FOR CULPOSO;

1.3.3.3 SUSPENSÃO PARCIAL OU TOTAL DE ATIVIDADES

Outra pena privativa de direitos é a suspensão parcial ou total de atividades. Tal penalização encontra base no art. 11 da lei de crimes ambientais, observe o texto legal:

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Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às prescrições legais.

Assim, ressaltando, a aplicação da pena só se dará quando houver um não atendimento de prescrição legal relativo a questões ambientais.

1.3.3.4 PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA

A prestação pecuniária consiste no pagamento de multa em razão de prática de dano ambiental, a qual é fixada de acordo com o dano causado ou o impacto sofrido pelo meio ambiente. Sobre o tema, dispõe o artigo 12 da lei:

Art.12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o infrator.

A Lei em questão define que o valor da prestação pecuniária não pode ser inferior a um salário mínimo nem superior a 360 salários mínimos.

Finalizando, prescreve que o valor a se pagar nesse caso deverá ser deduzido do valor total de eventual reparação civil a que o agente for apenado. Mas o que isso significa?

Imaginemos que Mévio foi condenado a pagar uma multa de R$12.500,00.

Posteriormente, foi determinado pelo Judiciário, em sede de ação de reparação civil, que Mévio deve pagar R$50.000,00 a título de reparação de dano.

Neste caso o infrator estará devendo R$37.500,00, pois já pagou R$ 12.500,00 a título de multa e, segundo o artigo 12, este valor pago será deduzido do montante determinado para reparação do dano.

1.3.3.5 RECOLHIMENTO DOMICILIAR

A pena de recolhimento domiciliar, descrita na lei nº 9.605/98, é considerada a mais interessante das penas elencadas no art. 8º, mas,

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com certeza, a mais ineficaz, pelo simples fato de não haver autoridade competente para verificar sua execução.

É isso mesmo, pessoal... podem rir. Ocorre uma determinação para que o indivíduo fique recolhido em seu domicílio, com base UNICAMENTE na autodisciplina e no senso de responsabilidade.

Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória.

Observe que o artigo em questão expressamente determina que esse recolhimento deverá ser sem vigilância, o que, pelo menos, não significa que o Estado está isento da responsabilidade de acompanhar a correta observância da sanção aplicada ao agente infrator através de outros meios, como, por exemplo, telefonemas esporádicos.

O disposto no supra texto legal também deixa dúvidas a respeito das atividades que serão feitas pelo apenado nesse período de cumprimento de pena.

Entende-se que, por ser um crime ligado ao meio ambiente, as atividades e cursos feitos pelo agente devam estar relacionados a esse assunto, embora não esteja determinado claramente.

O art.13 dispõe também que o apenado deve ficar recolhido em sua residência durante seus dias e horários de folga, diferentemente do Código Penal, que determina que o condenado permaneça por cinco horas aos sábados e domingos em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado, onde deverá participar de cursos, palestras ou atividades educativas.

1.3.4 CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES DE PENA

As circunstâncias atenuantes de pena são os motivos, com força legal, que possibilitam o abrandamento da penalização a ser imposta ao agente por ato ilícito. Sobre o tema dispõe a lei nº 9.605/98:

Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:

I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;

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II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;

III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental;

IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.

Para facilitar seus estudos e pela importância do tema para prova, vamos esquematizar:

CCIIRRCCUUNNSSTTÂÂNNCCIIAASS AATTEENNUUAANNTTEESS DDEE PPEENNAA

1. BAIXO GRAU DE INSTRUÇÃO OU ESCOLARIDADE DO AGENTE; (BA)

2. ARREPENDIMENTO DO INFRATOR, MANIFESTADO PELA ESPONTÂNEA REPARAÇÃO DO DANO OU LIMITAÇÃO SIGNIFICATIVA DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL CAUSADA; (AR)

3. COMUNICAÇÃO PRÉVIA, PELO AGENTE, DO PERIGO IMINENTE DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL; (CO)

4. COLABORAÇÃO COM OS AGENTES ENCARREGADOS DA VIGILÂNCIA E DO CONTROLE AMBIENTAL. (CO)

Perceba que a utilização das primeiras sílabas forma a palavra:

BA + AR + CO (2X) = BARCO (Lembrando que o CO repete!!!)

1.3.5 CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES DE PENA

O art.15 trata das circunstâncias agravantes do crime ambiental, ou seja, determina quais situações podem tornar o crime mais grave e, consequentemente, ocasionar maiores penalizações.

As 18 circunstâncias elencadas agravam a pena quando não constituem ou qualificam o crime, ou seja, se a circunstância já é considerada um elemento qualificador do crime, não pode ser usada, ao mesmo tempo, para torná-lo mais grave.

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Vamos conhecê-las:

CCIIRRCCUUNNSSTTÂÂNNCCIIAASS AAGGRRAAVVAANNTTEESS DDEE PPEENNAA

I - REINCIDÊNCIA NOS CRIMES DE NATUREZA AMBIENTAL;

II - TER O AGENTE COMETIDO A INFRAÇÃO:

• PARA OBTER VANTAGEM PECUNIÁRIA;

• COAGINDO OUTREM PARA A EXECUÇÃO MATERIAL DA INFRAÇÃO;

• AFETANDO OU EXPONDO A PERIGO, DE MANEIRA GRAVE, A SAÚDE PÚBLICA OU O MEIO AMBIENTE;

• CONCORRENDO PARA DANOS À PROPRIEDADE ALHEIA;

• ATINGINDO ÁREAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO OU ÁREAS SUJEITAS, POR ATO DO PODER PÚBLICO, A REGIME ESPECIAL DE USO;

• ATINGINDO ÁREAS URBANAS OU QUAISQUER ASSENTAMENTOS HUMANOS;

• EM PERÍODO DE DEFESO À FAUNA;

• EM DOMINGOS OU FERIADOS;

• À NOITE;

• EM ÉPOCAS DE SECAS OU INUNDAÇÕES;

• NO INTERIOR DO ESPAÇO TERRITORIAL ESPECIALMENTE PROTEGIDO;

• COM O EMPREGO DE MÉTODOS CRUÉIS PARA ABATE OU CAPTURA DE ANIMAIS;

• MEDIANTE FRAUDE OU ABUSO DE CONFIANÇA;

• MEDIANTE ABUSO DO DIREITO DE LICENÇA, PERMISSÃO OU AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL;

• NO INTERESSE DE PESSOA JURÍDICA MANTIDA, TOTAL OU PARCIALMENTE, POR VERBAS PÚBLICAS OU BENEFICIADA POR INCENTIVOS FISCAIS;

• ATINGINDO ESPÉCIES AMEAÇADAS, LISTADAS EM RELATÓRIOS OFICIAIS DAS AUTORIDADES COMPETENTES;

• FACILITADA POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES.

1.3.6 SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

A suspensão condicional da pena, ou sursis, é um instituto jurídico que tem como objetivo a regeneração do agente de ato ilícito, quando primário.

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O Magistrado, através deste instituto, tem a possibilidade de suspender a pena imposta, caso considere que as circunstâncias que envolvem o crime e o agente que o causou são passíveis de tal ato.

Este instituto encontra expressa previsão no artigo 16 da Lei de Crimes Ambientais, que dispõe:

Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos.

Esse artigo trouxe uma inovação em relação ao Código Penal ao determinar que a suspensão condicional da pena possa ocorrer desde que a pena privativa de liberdade não seja superior a três anos.

O Código Penal, no seu art.77, determina que a suspensão só se dê se a pena privativa de liberdade não for superior a dois anos.

Art.77 A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos[...].

1.3.7 MULTA

Para começarmos a tratar deste tópico, vamos conhecer o texto legal referente a esta forma de penalização:

Art.18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida.

Os critérios para a fixação de pena de multa estão previstos pelos arts. 49 a 52, do Código Penal. Observe:

Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.

§1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.

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Caro (a) aluno (a), aqui você não precisa se preocupar com as disposições do Código Penal, que coloco aqui só para efeito de organizar as idéias.

Preocupe-se sim em guardar que a multa máxima disposta no Código Penal, segundo a lei de Crimes Ambientais, pode ser aumentada em até três vezes, levando em consideração a vantagem econômica auferida.

Entende a doutrina que o montante do prejuízo e o consequente cálculo de multa serão feitos, sempre que possível, através de uma perícia de constatação do dano ambiental. A expressão “sempre que possível” é usada porque nem sempre um dano ambiental pode ser mensurado em termos econômicos.

Caso não seja possível uma avaliação específica para fins de fixação de multa, a perícia poderá concluir por um valor próximo da realidade.

A sentença penal de condenação fixará o valor mínimo, sempre que possível, para a reparação dos danos ambientais causados.

Transitada em julgado a sentença penal condenatória, o agente do dano ambiental poderá vir a ser executado no juízo cível. Cabe ressaltar que, como a sentença na esfera criminal fixará apenas o valor mínimo, a sentença cível poderá determinar uma quantia superior.

1.3.8 PENAS APLICÁVEIS ÀS PESSOAS JURÍDICAS

As penas passíveis de aplicação a pessoas jurídicas estão elencadas nos artigos 21, 22, 23 e 24 da Lei nº 9.605/98.

VVAALLEE LLEEMMBBRRAARR OO QQUUEE DDIIZZ OO AARRTT..33°° DDAA LLEEII

“As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nessa Lei, nos caso em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.”

O Art. 21 elenca as penalidades aplicáveis às pessoas jurídicas de acordo com as condições do artigo 3º, sendo três os tipos de penas aplicáveis, isolada, cumulativa ou alternadamente às pessoas jurídicas:

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1–MMUULLTTAA � Segue exatamente o que já analisamos anteriormente.

2–PPEENNAASS RREESSTTRRIITTIIVVAASS DDEE DDIIRREEIITTOOSS DDAASS PPEESSSSOOAASS JJUURRÍÍDDIICCAASS ((AARRTT.. 2222))

�� Podem ser aplicadas da seguinte forma:

• Suspensão parcial ou total de atividades;

• Interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;

• Proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter

subsídios, subvenções ou doações.

3–PPRREESSTTAAÇÇÃÃOO DDEE SSEERRVVIIÇÇOOSS ÀÀ CCOOMMUUNNIIDDAADDEE ((AARRTT.. 2233)) ��� Pode ser feita

de quatro formas:

• Custeio de programas e projetos voltados para o meio ambiente;

• Execução de obras de recuperação de áreas degradadas;

• Manutenção de espaços públicos;

• Contribuições a entidades culturais públicas ou ambientais.

E, terminando a parte da aplicação de penas, a Lei dispõe no art. 24 uma rigorosa punição.

Art.24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.

O artigo em questão tem-se a possibilidade de liquidação forçada do patrimônio da pessoa jurídica quando, comprovadamente, a sua constituição ou utilização visou permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime ambiental, considerando o patrimônio como instrumento do crime e, como tal, revertido para o Fundo Penitenciário Nacional.

Do exposto, podemos resumir:

TTIIPPOOSS DDEE PPEENNAASS RREESSTTRRIITTIIVVAASS AAPPLLIICCÁÁVVEEIISS ÀÀSS PPEESSSSOOAASS JJUURRÍÍDDIICCAASS

1. MULTA;

2. RESTRITIVAS DE DIREITOS; E

3. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE.

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1.4 DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA OU DE CRIME

No art. 25, o legislador mostra sua preocupação com a apreensão já na etapa inicial da apuração do fato considerado danoso para o meio ambiente:

Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, lavrando-se os respectivos autos.

Ainda no artigo 25, os parágrafos seguintes elencam diversos procedimentos que deverão ser tomados em relação ao produto apreendido do crime contra a fauna e a flora. Para a sua PROVA, basta um conhecimento geral do assunto.

Dispõe a lei que:

• OS ANIMAIS SERÃO LIBERTADOS EM SEU HABITAT OU ENTREGUES A JARDINS

ZOOLÓGICOS, FUNDAÇÕES OU ENTIDADES ASSEMELHADAS, DESDE QUE

FIQUEM SOB A RESPONSABILIDADE DE TÉCNICOS HABILITADOS.

• TRATANDO-SE DE PRODUTOS PERECÍVEIS OU MADEIRAS, SERÃO ESTES

AVALIADOS E DOADOS A INSTITUIÇÕES CIENTÍFICAS, HOSPITALARES, PENAIS

E OUTRAS COM FINS BENEFICENTES.

• OS PRODUTOS E SUBPRODUTOS DA FAUNA NÃO PERECÍVEIS SERÃO

DESTRUÍDOS OU DOADOS A INSTITUIÇÕES CIENTÍFICAS, CULTURAIS OU

EDUCACIONAIS.

• OS INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA PRÁTICA DA INFRAÇÃO SERÃO VENDIDOS,

GARANTIDA A SUA DESCARACTERIZAÇÃO POR MEIO DA RECICLAGEM.

1.5 DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL

1.5.1 ESPÉCIE DE AÇÃO

Neste ponto trataremos do processo penal definido pela lei e da ação cabível.

Sei que você, FUTURO POLICIAL FEDERAL, já deve ter alguma noção sobre ação penal, mas aqui é importante relembrarmos alguns tópicos.

Antes disso, a fim de introduzir o assunto, observe o disposto no artigo 26 da Lei nº 9.605/98:

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Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada.

Reza o art. 26 que nas infrações penais previstas na Lei dos Crimes Ambientais, a ação penal é a PPÚÚBBLLIICCAA IINNCCOONNDDIICCIIOONNAADDAA. Mas o que isso quer dizer? Vamos elucidar:

A ação penal pública é aquela cuja titularidade pertence ao Estado, e é promovida pelo Ministério Público, por denúncia, conforme determinam expressamente o art. 129, da Constituição Federal, o art. 100, § 1º, do Código Penal, e o art. 24, do Código de Processo Penal (CPP). Observe o disposto no CPP:

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

A peça de denúncia deve conter os requisitos determinados pelo art. 41 do Código de Processo Penal, que são: a exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol de testemunhas.

A ação penal pública no caso dos crimes ambientais é incondicionada, pois seu exercício não se subordina a nenhum requisito, ou seja, a ação pode ser iniciada sem a representação do ofendido e sem a requisição do Ministro da Justiça, bastando a vontade do Ministério Público.

1.5.2 PENALIZAÇÃO PARA DELITOS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

Veremos agora o disposto no artigo 27, que trata dos crimes de menor potencial ofensivo, ou seja, crimes de menor gravidade:

Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.

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O procedimento disposto no supra-artigo está intimamente ligado a dois artigos da Lei 9.099/95 que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais:

Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.

Vamos compreender:

A transação penal é um instituto processual criado pela lei 9.099/95, a qual, em seu artigo 76, dispõe ser atribuição do representante do Ministério Público, nos delitos de menor potencial ofensivo, propor, de imediato, antes do início de qualquer instrução, numa audiência preliminar, a aplicação de pena restritiva de direitos ou de multa.

Tal medida constitui-se em inovação no cenário jurídico pátrio, tendo em vista que até antes da vigência da legislação em comento o titular da ação penal pública poderia apenas oferecer a denúncia, propor o arquivamento dos fatos noticiados ou requerer diligências pelo órgão investigativo do Estado.

Com o advento da lei 9.099/95, nas infrações penais cuja pena máxima não ultrapasse dois anos, o Ministério Público, seguindo padrões internacionais, passou a ter competência para dar início a um acordo criminal.

Recebido o termo circunstanciado que demonstre possível crime ou contravenção e aponte a sua autoria, realiza-se audiência preliminar na qual poderá ocorrer a transação penal envolvendo as partes processuais.

Aceita tal proposta e sendo homologada pelo juiz de direito, ficará aplicada a pena restritiva ou a multa ao autor, não importando em reincidência.

DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO

Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os

efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei

comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não

com multa.

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Mas qual a diferença, então, do procedimento definido para a Lei de Crimes Ambientais em comparação à Lei nº 9.099/95?

MAS ISSO QUER DIZER QUE NUNCA OCORRERÁ TRANSAÇÃO PENAL SE NÃO

HOUVER COMPOSIÇÃO DO DANO?

A REPOSTA É NEGATIVA, POIS É CABÍVEL NO CASO DE IMPOSSIBILIDADE DE

COMPOSIÇÃO, CONFORME O ARTIGO 27.

1.5.3 SUSPENSÃO DO PROCESSO

O art. 28 leciona que as disposições contidas no art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1.995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos na lei. O dispositivo trata:

Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei [...].

O instituto da suspensão condicional, previsto no art. 89 da Lei 9.099/95, permite a paralisação temporária do processo penal, logo no seu início, desde que o acusado aceite cumprir algumas condições (reparação dos danos, comparecimento em juízo etc.).

AA DDIIFFEERREENNÇÇAA ÉÉ QQUUEE,, EEMM RREEGGRRAA,, AA TTRRAANNSSAAÇÇÃÃOO

PPEENNAALL NNÃÃOO DDEEPPEENNDDEE DDAA PPRRÉÉVVIIAA CCOOMMPPOOSSIIÇÇÃÃOO

DDOOSS DDAANNOOSS.. NNOO CCAASSOO DDEE CCRRIIMMEESS AAMMBBIIEENNTTAAIISS,,

PPOORRÉÉMM,, EESSTTAA ÉÉ CCOONNDDIIÇÇÃÃOO PPRRÉÉVVIIAA PPAARRAA AAQQUUEELLAA..

LEI 9.099/95

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

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Em regra, é cabível quando a pena mínima cominada para o delito não ultrapassa um ano. Essa é a regra. Nos crimes ambientais (Lei 9.605/98), entretanto, é diferente. A suspensão é sui generis.

É distinta da suspensão do art. 89 da Lei 9.099/95 em basicamente dois pontos: (a) na exigência de condições especiais (art. 28); (b) na ampliação da possibilidade de incidência da suspensão, porque faz parte da política legislativa adotada a obtenção de soluções consensuadas (priorizando-se a reparação dos danos).

Assim, para os crimes capitulados na Lei dos Crimes Ambientais com menor potencial ofensivo, que como já vimos são aqueles com pena prevista não superior a dois anos ou multa, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena, previstos no art. 77 do Código Penal.

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Caro aluno, a partir de agora entraremos em um ponto no qual

diversos delitos são apresentados. Você verá que são muitos e,

a fim de facilitar o seu estudo serei o mais objetivo possível.

Diferentemente da análise que fizemos na Lei de Drogas, aqui

você não precisará conhecer as características e elementos de

cada delito, pois a banca não exige esta profundidade no que

tange aos crimes ambientais. Assim, atenha-se as figuras

típicas.

Uma pergunta que sempre surge é: Professor, preciso “decorar”

as penalizações?

A resposta é: Normalmente o CESPE NÃO exige isto em PROVA.

Pode cair? Claro, pode cair tudo!

Apesar da possibilidade, eu não perderia tempo ocupando espaço

na cabeça com isso. De qualquer forma, a fim de proporcionar ao

menos uma noção da severidade da pena relacionada ao delito,

vou fazer como em sala de aula e agrupar os crimes pelas

penalizações. Assim fica mais fácil organizar o pensamento.

Vamos começar, ou melhor, continuar!!!

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1.6 DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE

O legislador, ao fazer a configuração tipológica dos crimes contra o meio ambiente, afastou-se substancialmente dos padrões em que se assentava o Direito Penal tradicional.

Com efeito, na seara ambiental, a norma penal tem vocação fundamentalmente direcionada à prevenção do dano, adotando, assim, um Direito Penal de riscos (princípio da precaução).

É a maneira encontrada pela norma penal para, antecipando o momento de consumação do delito, ganhar em eficiência, posto que o dano ambiental, pela sua complexidade, é de difícil constatação e reparação, quando não totalmente irreparável.

Daí é que podemos vislumbrar a boa definição do Professor Luiz Topan sobre o delito ambiental como "a conduta típica e antijurídica, descrita em lei, tendo como objeto da tutela penal o meio ambiente, em todas as suas manifestações."

A Lei se utiliza dos artigos 29 ao 69 para tratar dos crimes contra o meio ambiente, e divide o assunto em cinco seções:

1. DOS CRIMES CONTRA A FAUNA;

2. DOS CRIMES CONTRA A FLORA;

3. DA POLUIÇÃO E OUTROS CRIMES AMBIENTAIS;

4. DOS CRIMES CONTRA O ORDENAMENTO URBANO E PATRIMÔNIO CULTURAL; E

5. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL.

1.6.1 DOS CRIMES CONTRA A FAUNA

Segundo o artigo 225, § 1º, VII da Constituição Federal brasileira, “incumbe ao Poder Público proteger a flora e a fauna, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção das espécies ou submetam os animais à crueldade”.

A fim de dar aplicabilidade ao ponto tocante à FAUNA, o legislador inseriu na lei nº 9.605/98 os artigos 29 a 37 a fim de tratar deste tema.

No art. 29, o legislador tipifica diversas condutas visando ao cuidado com a fauna silvestre. Observe:

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida

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permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:

Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.

O parágrafo § 1º determina que:

Art. 29

[...]

§ 1º Incorre nas mesmas penas:

I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida;

II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;

III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente.

Nesse parágrafo, a Lei deixa claro que os casos nele elencados são tão graves quanto os crimes dispostos no caput, imputando-lhes a mesma pena, ou seja, detenção de seis meses a um ano e multa.

Assim, imaginemos que Tício resolve fazer um passeio pelo Pantanal e, com muita fome, resolve pegar dois ovos em um ninho para fazer uma omelete. Neste caso, ele será punido?

Claro que sim! Com base no supra inciso II.

Agora pensemos que ele transporta ovos da fauna silvestre. Podemos dizer que o indivíduo sempre será punido?

MAS O QUE VEM A SER “ESPÉCIME SILVESTRE”?

ESPÉCIME SILVESTRE É TODA AQUELA

PERTENCENTE ÀS ESPÉCIES NATIVAS,

MIGRATÓRIAS E QUAISQUER OUTRAS, AQUÁTICAS

OU TERRESTRES, QUE TENHA A SUA VIDA OU

PARTE DELA OCORRENDO NATURALMENTE

DENTRO DOS LIMITES DO TERRITÓRIO

BRASILEIRO OU EM SUAS ÁGUAS JURISDICIONAIS.

(ART. 29, § 3º)

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A resposta aqui é negativa, pois o delito só é considerado para o agente que não possui a devida permissão, licença ou autorização. Logo, não é SEMPRE.

Imaginemos agora que Mévio possui no ambiente doméstico um animal da fauna silvestre, não ameaçado de extinção, sem possuir autorização. Necessariamente será punido? A resposta é negativa, com base no parágrafo 2º do artigo 29. Observe:

§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

Fica claro que o legislador tentou enquadrar todas as situações prejudiciais à fauna, mas a fim de tipificar de uma forma ainda mais pesada algumas condutas, inseriu no texto diversas situações em que é possível aumento de pena na metade. Observe:

Art.29

[...]

§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:

I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração;

II - em período proibido à caça;

III - durante a noite;

IV - com abuso de licença;

V - em unidade de conservação;

VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa.

Assim, se um indivíduo mata um espécime da fauna silvestre em período proibido à caça, pode ter a penalização aumentada na metade, mas e se este indivíduo é um caçador profissional, também será metade?

Não, pois aqui aplicaremos uma regra prevista no parágrafo 5º do artigo em questão:

§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça profissional.

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Finalizando o artigo 29, o parágrafo 6º dispõe que:

§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca.

A partir de agora trataremos dos crimes e penas definidos do artigo 30 ao artigo 37. Como já conversamos, atenha-se mais à conduta que à penalização. Além disso, atenção aos delitos que aparecerem em vermelho, pois eles são os que mais vem aparecendo em PROVA.

Vamos a eles:

CCRRIIMMEESS CCOONNTTRRAA AA FFAAUUNNAA

PENA CONDUTA

DETENÇÃO, DE

TRÊS MESES A UM

ANO, E MULTA

• Introduzir espécime animal no País, sem parecer

técnico oficial favorável e licença expedida por

autoridade competente; (Art.31)

MMAASS OO QQUUEE ÉÉ PPEESSCCAA??

CONSIDERA-SE PESCA TODO ATO TENDENTE A RETIRAR, EXTRAIR,

COLETAR, APANHAR, APREENDER OU CAPTURAR ESPÉCIMES DOS GRUPOS

DOS PEIXES, CRUSTÁCEOS, MOLUSCOS E VEGETAIS HIDRÓBIOS,

SUSCETÍVEIS OU NÃO DE APROVEITAMENTO ECONÔMICO, RESSALVADAS

AS ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO, CONSTANTES NAS LISTAS

OFICIAIS DA FAUNA E DA FLORA. (ART. 36)

DDIICCIIOONNÁÁRRIIOO DDOO CCOONNCCUURRSSEEIIRROO

CCAAÇÇAA PPRROOFFIISSSSIIOONNAALL ��� AAQQUUEELLAA PPRRAATTIICCAADDAA CCOOMM OO

IINNTTUUIITTOO DDEE AAUUFFEERRIIRR LLUUCCRROO CCOOMM OO PPRROODDUUTTOO DDEE

SSUUAA AATTIIVVIIDDAADDEE;;

AAMMAADDOORRIISSTTAA OOUU EESSPPOORRTTIIVVAA ��� AAQQUUEELLAA

PPRRAATTIICCAADDAA PPOORR PPRRAAZZEERR,, SSEEMM FFIINNAALLIIDDAADDEE

LLUUCCRRAATTIIVVAA,, OOUU DDEE CCAARRÁÁTTEERR CCOOMMPPEETTIITTIIVVOO OOUU

SSIIMMPPLLEESSMMEENNTTEE RREECCRREEAATTIIVVOO..

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• Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar

animais silvestres, domésticos ou domesticados,

nativos ou exóticos; (Art.32)

• Realizar experiência dolorosa ou cruel em animal

vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos,

quando existirem recursos alternativos. (caso o

animal venha a morrer, a pena é aumentada de um

sexto a um terço). (Art.32§1° e 2°)

DETENÇÃO, DE UM

A TRÊS ANOS, OU

MULTA, OU AMBAS

CUMULATIVAMENTE

• Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento

de materiais, o perecimento de espécimes da fauna

aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas,

baías ou águas jurisdicionais brasileiras; (Art.33)

• Causar degradação em viveiros, açudes ou estações

de aqüicultura de domínio público; (Art.33)

• Explorar campos naturais de invertebrados aquáticos

e algas, sem licença, permissão ou autorização da

autoridade competente; (Art.33)

• Fundear embarcações ou lançar detritos de qualquer

natureza sobre bancos de moluscos ou corais,

devidamente demarcados em carta náutica; (Art.33)

• Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou

em lugares interditados por órgão competente;

(Art.34)

• Pescar espécies que devam ser preservadas ou

espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos;

(Art.34)

• Pescar quantidades superiores às permitidas, ou

mediante a utilização de aparelhos, petrechos,

técnicas e métodos não permitidos; (Art.34)

• Transportar, comercializar, beneficiar ou

industrializar espécimes provenientes da coleta,

apanha e pesca proibidas. (Art.34)

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RECLUSÃO, DE UM

A TRÊS ANOS, E

MULTA

• Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e

répteis em bruto, sem a autorização da autoridade

ambiental competente. (Art.30)

RECLUSÃO DE UM

ANO A CINCO ANOS

• Pescar mediante a utilização de explosivos ou

substâncias que, em contato com a água, produzam

efeito semelhante; (Art.35)

• Pescar mediante a utilização de substâncias tóxicas,

ou outro meio proibido pela autoridade competente.

(Art.35)

1.6.2 DOS CRIMES CONTRA A FLORA

Passaremos agora aos diversos crimes existentes contra a flora, tipificados na Lei 9.605/98 do artigo 38 ao artigo 53. Manterei o mesmo procedimento realizado com relação aos crimes contra a fauna. Lembre-se: Atenção com as condutas!

CCRRIIMMEESS CCOONNTTRRAA AA FFLLOORRAA

PENA CONDUTA

DETENÇÃO DE TRÊS

MESES A UM ANO,

OU MULTA, OU

AMBAS AS PENAS

CUMULATIVAMENTE.

• Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer

modo ou meio, plantas de ornamentação de

logradouros públicos ou em propriedade privada

alheia. (Art.49)

DETENÇÃO DE TRÊS

MESES A UM ANO, E

MULTA.

• Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas

ou vegetação fixadora de dunas, protetora de

mangues, objeto de especial preservação; (Art.50)

• Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e

nas demais formas de vegetação, sem licença ou

registro da autoridade competente. (Art.51)

DETENÇÃO DE SEIS

MESES A UM ANO, E

• Receber ou adquirir, para fins comerciais ou

industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos

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Underline
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MULTA. de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença

do vendedor, outorgada pela autoridade

competente, e sem munir-se da via que deverá

acompanhar o produto até o final do

beneficiamento; (Art.46)

• Vender, expor à venda, ter em depósito, transportar

ou guardar madeira, lenha, carvão e outros produtos

de origem vegetal, sem licença válida para todo o

tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada

pela autoridade competente; (Art.46)

• Impedir ou dificultar a regeneração natural de

florestas e demais formas de vegetação; (Art.48)

• Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo

substâncias ou instrumentos próprios para caça ou

exploração de produtos ou subprodutos florestais,

sem licença da autoridade competente; (Art.52)

• Extrair de florestas de domínio público ou

consideradas de preservação permanente, sem

prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer

espécie de minerais. (Art.44)

DETENÇÃO DE UM

ANO A TRÊS ANOS,

OU MULTA, OU

AMBAS AS PENAS

CUMULATIVAMENTE

• Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que

possam provocar incêndios nas florestas e demais

formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer

tipo de assentamento humano; (Art.42)

• Destruir ou danificar floresta considerada de

preservação permanente, mesmo que em formação,

ou utilizá-la com infringência das normas de

proteção. Se o crime for culposo, a pena será

reduzida à metade; (Art.38)

• Cortar árvores em floresta considerada de

preservação permanente, sem permissão da

autoridade competente. (Art.39)

RECLUSÃO DE UM A

DOIS ANOS, E

MULTA

• Cortar ou transformar em carvão madeira de lei,

assim classificada por ato do Poder Público, para

fins industriais, energéticos ou para qualquer outra

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Underline
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exploração, econômica ou não, em desacordo com

as determinações legais. (Art.45)

RECLUSÃO DE DOIS

A QUATRO ANOS, E

MULTA

• Desmatar, explorar economicamente ou degradar

floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio

público ou devolutas, sem autorização do órgão

competente. (Não é crime quando for para

subsistência). (Art.50) - A pena aumenta em um ano

se a área explorada for superior a 1.000 hectares.

• Provocar incêndio em mata ou floresta. (Art.41)

RECLUSÃO DE UM A

CINCO ANOS.

• Causar dano direto ou indireto às Unidades de

Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do

Decreto n°99.274/90 (NÃO PRECISA NEM OLHAR

PARA A PROVA), independente de sua localização,

ou seja, aquelas que circundam as Unidades de

Conservação, num raio de 10 Km, onde ocorram

atividades que afetem o conjunto de seres vivos e

vegetais da região. (Art.40)

1.6.2.1 CAUSAS DO AUMENTO DE PENA

Vimos as diversas penalizações existentes para os delitos relacionados à flora, entretanto, o legislador, a fim de penalizar de maneira mais rígida algumas condutas, trouxe previsão de aumento da pena em uma proporção de um sexto a um terço nos seguintes casos:

� QUANDO DO FATO RESULTA A DIMINUIÇÃO DE ÁGUAS NATURAIS,

A EROSÃO DO SOLO OU A MODIFICAÇÃO DO REGIME CLIMÁTICO;

� QUANDO O CRIME É COMETIDO:

1. NO PERÍODO DE QUEDA DAS SEMENTES;

2. NO PERÍODO DE FORMAÇÃO DE VEGETAÇÕES;

3. CONTRA ESPÉCIES RARAS OU AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO,

AINDA QUE A AMEAÇA OCORRA SOMENTE NO LOCAL DA

INFRAÇÃO; (A SOCIEDADE FALA MUITO EM “ANIMAIS

AMEAÇADOS DE EXTINÇÃO”, MAS POUCO EM “PLANTAS OU

FLORES” QUE SOFREM ESTA AMEAÇA.)

4. EM ÉPOCA DE SECA OU INUNDAÇÃO;

5. DURANTE A NOITE, AOS DOMINGOS OU FERIADOS.

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1.6.3 DA POLUIÇÃO E OUTROS CRIMES AMBIENTAIS

Poluir é colocar em perigo a vida humana, vegetal ou animal, ou agravar algum perigo já existente. Mas agora pergunto, poluir está relacionado só com sujeira, gases tóxicos, queimadas e problemas afins? A resposta para esta pergunta é encontrada na própria Lei dos crimes ambientais.

Para a Lei que ora estudamos, o crime de poluição está caracterizado no art. 54. Veja que o artigo dispõe que crime ambiental é:

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

E a poluição sonora, está incluída?

A resposta é positiva, pois se entende que no aspecto penal a poluição sonora também foi recepcionada e abrangida pela Lei de Crimes Ambientais.

1.6.3.1 PENALIZAÇÃO

No que diz respeito à poluição, como vimos, a lei prevê no art. 54 uma pena inicial de reclusão, de 01 a 04 anos, e multa.

Ocorre, todavia, que a norma define, ainda, penalizações cabíveis para situações especiais. Vamos analisar:

1. Se a conduta descrita no art. 54 ocorre de forma culposa (negligência, imperícia ou imprudência) é aplicável uma sanção de DETENÇÃO de seis meses a um ano e multa.

Art. 54

§ 1º Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

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Highlight
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2. Aplica-se uma pena de reclusão de uma a cinco anos se o crime:

• Tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;

• Causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;

• Causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água a uma comunidade;

• Dificultar ou impedir o uso público das praias;

• Ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos;

• Deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.

Por fim, elencaremos agora os outros crimes tipificados nos artigos 55 e 56:

DDAA PPOOLLUUIIÇÇÃÃOO EE OOUUTTRROOSS CCRRIIMMEESS AAMMBBIIEENNTTAAIISS

PENA CONDUTA

DETENÇÃO, DE SEIS

MESES A UM ANO, E

MULTA

• Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos

minerais sem a competente autorização, permissão,

concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida;

(Art.55)

• Deixar de recuperar a área pesquisada ou explorada,

nos termos da autorização, permissão, licença,

concessão ou determinação do órgão competente.

(Art.55)

PENA – RECLUSÃO,

DE UM A CINCO

ANOS.

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RECLUSÃO, DE UM A

QUATRO ANOS, E

MULTA.

• Produzir, processar, embalar, importar, exportar,

comercializar, fornecer, transportar, armazenar,

guardar, ter em depósito ou usar produto ou

substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde

humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as

exigências estabelecidas em leis ou nos seus

regulamentos; (Art.55)

• Abandonar os produtos ou substâncias tóxicas,

perigosas ou nocivas à saúde humana ou ao meio

ambiente, em desacordo com as exigências

estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos, ou

os utilizar em desacordo com as normas de

segurança. (Art.56)

• OBSERVAÇÕES:

1. Se o produto ou a substância for nuclear ou

radioativa, a pena é aumentada de um sexto a um

terço.

2. Se o crime é culposo: Pena - detenção, de seis meses

a um ano, e multa.

1.6.3.2 AUMENTO DE PENA NOS CRIMES DE POLUIÇÃO E OUTROS CRIMES AMBIENTAIS

O legislador trouxe a previsão de aumento da pena em algumas situações, são elas:

1. Quando os crimes forem dolosos as penas serão aumentadas:

• SE DO ATO RESULTAR DANO IRREVERSÍVEL À FLORA OU AO

MEIO AMBIENTE EM GERAL � DE UM SEXTO A UM TERÇO;

• SE DO ATO RESULTAR LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE

EM OUTREM � DE UM TERÇO ATÉ A METADE; E

• SE DO ATO RESULTAR A MORTE DE OUTREM � ATÉ O DOBRO.

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1.6.3.3 CONSTRUÇÃO OU REFORMA DE ESTABELECIMENTO, OBRA OU SERVIÇO POTENCIALMENTE POLUIDOR

No art.60, o legislador mostrou a preocupação em evitar o início da construção ou reforma de estabelecimento, obra ou serviço potencialmente poluidor.

Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Qualquer projeto necessita, primeiramente, ser aprovado pelos órgãos ambientais competentes e deverá seguir exatamente o que foi aprovado.

A não observação das normas legais e regulamentares faz incidir no crime.

1.6.3.4 DISSEMINAÇÃO DE PRAGAS

Agora, finalizando o rol dos crimes de poluição e outros crimes ambientais, o art. 61 dispõe que:

Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aqui se faz importante ressaltar, devido à confusão que muitos concurseiros fazem, que a Lei em questão alterou o disposto no art.259 do Código Penal, uma vez que aborda o crime com maior abrangência.

Observe o disposto no CP:

Art.259. Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou animais de utilidade econômica.

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Considerando-se que o Código Penal também possui a modalidade culposa, entende-se que somente o caput desse dispositivo foi revogado, mantendo-se em vigor o parágrafo único do referido artigo.

Art.259

[...]

Parágrafo único. No caso de culpa, a pena é de detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.

Portanto:

***************************************************************

Caros alunos, por enquanto é “só”.

Finalizaremos o tema na próxima aula, junto com a lei sobre Abuso de Autoridade.

Sei que o volume de informações é grande, mas lembre-se que na hora da PROVA isto fará diferença.

Procure estudar de forma inteligente e focado na sua banca. Atenha-se ao que está sendo apresentado e faça uma leitura detalhada da lei 9.605/98. Não ocupe o precioso “espaço cerebral” com detalhamentos desnecessários e busque, assim, a máxima assimilação.

Apresentarei abaixo os exercícios sobre o Estatuto do Desarmamento e sobre a Lei de Crimes Ambientais (apesar de estarmos finalizando o tema só na próxima aula). São quase 60 exercícios para que vocês se divirtam.

Continue firme em busca do seu sonho. Estude com afinco e, quando o cansaço bater, pense na estabilidade, na remuneração, no distintivo, na blusa preta com a expressão: POLÍCIA FEDERAL... Então, já está mais animado(a)?? Espero que sim!

Até a próxima aula!

Abraços e bons estudos,

Pedro Ivo

EEMM SSEE TTRRAATTAANNDDOO DDAA MMOODDAALLIIDDAADDEE CCUULLPPOOSSAA,, SSEERRÁÁ AAPPLLIICCAADDOO

OO TTIIPPOO PPRREEVVIISSTTOO NNOO PPAARRÁÁGGRRAAFFOO ÚÚNNIICCOO DDOO CCÓÓDDIIGGOO PPEENNAALL EE,,

EEMM SSEE TTRRAATTAANNDDOO DDAA MMOODDAALLIIDDAADDEE DDOOLLOOSSAA,, AA PPEENNAA AAPPLLIICCAADDAA

SSEERRÁÁ AA DDOO AARRTT..6611 DDAA LLEEII DDEE CCRRIIMMEESS AAMMBBIIEENNTTAAIISS..

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EXERCÍCIOS

ESTATUTO DO DESARMAMENTO

1. (MPE-SP / Promotor - MPE-SP / 2011) No crime de comércio ilegal de arma de fogo, a natureza jurídica do fato de ser a arma ou munição de uso proibido ou restrito constitui causa especial de aumento de pena.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: Trata-se de causa especial de aumento de pena (majorante), tal qual se extrai da conjugação dos arts. 17 e 19 da Lei 10.826/2003:

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.

2. (MPE-MG / Promotor - MPE-MG / 2011) Zé Carabina possuía em sua casa um revólver calibre 38 registrado, embora não tivesse autorização para portar arma de fogo. Certo dia, após efetuar a manutenção (limpeza etc.) da arma e municiá-la com (05) cinco cartuchos, deixou-a sobre a mesa da sala, local onde passaram a brincar seus filhos e alguns colegas, todos menores, com idade média de 08 (oito) anos. O filho mais velho, de 09 (nove) anos de idade, apoderou-se da arma e passou a apontá-la na direção dos amigos, dizendo que era da polícia. Nesse momento, Zé Carabina ingressou na sala, tomando a arma do filho e evitando o que poderia ser uma tragédia. Considerando a hipótese narrada, é CORRETO afirmar que Zé Carabina praticou um crime omissivo próprio.

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GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: Trata-se do crime de Omissão de cautela previsto no art. 13 o Estatuto do Desarmamento (lei 10.826/03). Tal delito se consuma pela simples omissão do dever de cuidado com a arma de fogo (deixou-a sobre a mesa da sala, local onde passaram a brincar seus filhos e alguns colegas, todos menores, com idade média de 08 (oito) anos).

3. (CESPE / Delegado - PC-TO / 2008) Considere a seguinte situação hipotética.

Alfredo, imputável, transportava em seu veículo um revólver de calibre 38, quando foi abordado em uma operação policial de trânsito. A diligência policial resultou na localização da arma, desmuniciada, embaixo do banco do motorista. Em um dos bolsos da mochila de Alfredo foram localizados 5 projéteis do mesmo calibre. Indagado a respeito, Alfredo declarou não possuir autorização legal para o porte da arma nem o respectivo certificado de registro. O fato foi apresentado à autoridade policial competente.

Nessa situação, caberá à autoridade somente a apreensão da arma e das munições e a imediata liberação de Alfredo, visto que, estando o armamento desmuniciado, não se caracteriza o crime de porte ilegal de arma de fogo.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: Há intensas discussões jurisprudenciais e doutrinárias sobre o tema. Apesar disso, entende o CESPE que a caracterização do delito é independente do fato de a arma estar ou não municiada.

4. (CESPE / Juiz - TJ-PB / 2011) Segundo entendimento do STJ, o mero porte de arma de fogo de uso permitido não configura crime, por se tratar de delito de perigo concreto, sendo necessária a comprovação de o artefato bélico estar municiado.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: Questão complicada, pois há divergências de entendimento dentro do próprio STJ. O CESPE segue o entendimento de que a caracterização do crime independe do municiamento.

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5. (PUC-PR / Juiz - TJ-RO / 2011) Comete o crime de disparo de arma de fogo (artigo 15 da Lei nº. 10.826/2003), o agente que disparar arma de fogo ou aciona munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, independentemente dessa conduta ter como finalidade a prática de outro crime.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: Segundo o Estatuto do Desarmamento, em seu art. 15, constitui crime disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime.

6. (CESPE / Defensor - DPU / 2007) É pacífico o entendimento, na jurisprudência, de que o porte de arma desmuniciada, ainda que sem munição ao alcance do agente, gera resultado típico, pois se trata de crime de perigo abstrato.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: Típica pegadinha do CESPE!!! Apesar do CESPE considerar que a arma desmuniciada caracteriza crime, o tema NÃO É PACÍFICO!

7. (CESPE / Juiz - TJ-TO / 2007) Segundo entendimento do STF, é inconstitucional a vedação de fiança, legalmente prevista, nos crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: Conforme analisamos em nossa aula, segundo entendimento do STF, é inconstitucional a vedação de fiança, legalmente prevista, nos crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

8. (MPE-SP / Promotor - MPE-SP / 2006) O Estatuto do Desarmamento não prevê a criminalização da posse de arma de fogo de uso permitido, desde que no interior de residência.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: Tal conduta é caracterizada como típica no art. 12 do Estatuto do Desarmamento.

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9. (MPE-SP / Promotor - MPE-SP / 2006) A Lei nº 10.826/03 prevê a criminalização da posse irregular de arma de fogo em residência, desde que se trate de arma de uso privativo das Forças Armadas.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: As armas de uso permitido também caracterizam o crime.

10. (MPE-SP / Promotor - MPE-SP / 2006) O Estatuto do Desarmamento equipara a conduta de porte de arma de fogo de uso restrito à de porte de arma de fogo de uso permitido que tenha seus sinais identificadores suprimidos ou alterados.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: O art. 16 do Estatuto do Desarmamento, ao utilizar a expressão "nas mesmas penas incorre", equipara as condutas.

11. (MPE-SP / Promotor - MPE-SP / 2006) Segundo a Lei nº 10.826/03 o porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é punível com penas mais graves que as cominadas para a posse de munição destinada a arma de fogo de uso permitido.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: Questão que quando aparece em prova ocasiona muita confusão aos candidatos. No caso, o crime do art. 14 tem pena superior ao delito do art. 12.

12. (MPE-SP / Promotor - MPE-SP / 2006) O Estatuto do Desarmamento pune mais severamente o tráfico internacional de armas de fogo que o comércio ilegal de armas de fogo.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: Tanto os crimes do art.17, quanto do art.18 tem pena de reclusão de 04 a 08 anos, além da multa. São os mais rigorosamente punidos, pois são os mais efetivos no combate às armas ilegais.

13. (Juiz - TJ-MG / 2008) Aquele que deixa de observar as cautelas necessárias e permite que menor de 18 (dezoito) anos se apodere de arma de fogo de sua posse ou propriedade não pode ser punido, eis

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que os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento só admitem o dolo como elemento subjetivo do tipo.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: A questão trata do crime de omissão de cautela, ou seja, há possibilidade de punição.

14. (Juiz - TJ-MG / 2008) O agente que mantém em sua residência arma de fogo de uso permitido, sem o devido registro em seu nome, incorre no delito de porte ilegal de arma, previsto no art. 14 da Lei n. 10.826, de 22 dezembro de 2003.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: Incorre no delito de POSSE irregular de arma de foco de uso permitido (art. 12).

15. (Juiz - TJ-MG / 2008) A fim de verificar a classificação e a definição de armas de fogo, deve-se consultar a parte final do Estatuto do Desarmamento, eis que, em suas Disposições Gerais, consta o rol de armamentos restritos, permitidos e proibidos.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: Questão que exige dispositivo que raramente aparece em PROVA. Perceba que para acertar é necessário que o candidato tenha lido TODA a lei.

Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exército.

16. (Juiz - TJ-MG / 2008) A lei expressamente consagra a proibição de porte de arma de fogo em todo o território nacional, ressalvadas algumas hipóteses específicas, como os integrantes das Forças Armadas e as empresas de segurança privada e de transporte de valores, os quais poderão portar armas de fogo, desde que obedecidos os requisitos legais e regulamentares.

GABARITO: CERTA

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COMENTÁRIOS: A questão está de acordo com o art. 6º do Estatuto do Desarmamento.

17. (Promotor - MPE-PR / 2008) Constitui figura equiparada ao crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e, portanto, com as mesmas penas, a conduta de portar arma de fogo com numeração adulterada, independentemente do agente ter sido, ou não, também o responsável pela mencionada alteração.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: A questão exige o conhecimento do art. 16 e seus incisos. Veja:

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:

I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;

18. (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) De acordo com entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o simples fato de portar arma de fogo de uso permitido com numeração raspada viola o previsto no art. 16, da Lei n.º 10.826/2003, por se tratar de delito de mera conduta ou de perigo abstrato, cujo objeto imediato é a segurança coletiva.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: Para complementar seus estudos e deixar claro o exposto na questão, veja o julgado abaixo:

HABEAS CORPUS. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO COM NUMERAÇÃO RASPADA. DELITO DO ART. 16, PARÁG. ÚNICO, INCISO IV DA LEI 10.826/03. ARMA DESMUNICIADA. IRRELEVÂNCIA PARA CONFIGURAÇÃO DO DELITO. CONDUTA TÍPICA. RISCO À PAZ SOCIAL. PRECEDENTES. PARECER DO MPF PELA CONCESSÃO DO WRIT. ORDEM DENEGADA.

1. Na linha de precedentes da 5a. Turma desta Corte e do STF, o porte ilegal de arma de fogo traz risco à paz social, consubstanciando conduta de perigo abstrato, de

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modo que, para caracterização da tipicidade das condutas elencadas nos arts. 14 e 16 da Lei 10.826/03, basta, tão somente, o porte de arma sem a devida autorização da autoridade competente ou de uso restrito. A circunstância desta se encontrar desmuniciada não exclui, por si só, a tipicidade do delito, eis que ela oferece potencial poder de lesão. Precedentes do STJ e STF: HC 104.206/RS, Rel. Min. CARMEN LÚCIA, DJe 26.08.2010 e HC 96.072/RJ, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe 08.04.2010.

2. O porte de arma com identificação suprimida, seja ela de uso permitido, restrito ou proibido, tem como tipo a conduta descrita no art. 16, parágrafo único, IV da Lei 10.826/03 e, portanto, a partir do preceito secundário aí definido deve ser balizada a apenação do condenado. Precedentes.

3. Parecer do MPF pela concessão da ordem

4. Ordem denegada.

19. (Promotor - MPE-SP / 2010) Constitui causa de aumento de pena, nos crimes de disparo de arma de fogo e porte ilegal de arma de fogo, sua prática por parte de integrantes das empresas de segurança privada e de transporte de valores.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: Questão que exige o conhecimento dos arts. 6º, 14 e 15.

20. (Promotor - MPE-SP / 2010) O crime de omissão de cautela (art. 13 da Lei nº 10.826/03 – Lei do Desarmamento) sujeita o autor às penas de um a dois anos de detenção, na hipótese de deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que qualquer cidadão se apodere de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua posse ou que sejam de sua propriedade.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: Pratica o crime de omissão de cautela quem deixar de observar os cuidados necessários para impedir que menor de 18 anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo, e não para impedir qualquer cidadão conforma coloca o item.

21. (Promotor - MPE-SP / 2010) O crime de posse irregular de arma de fogo (art. 12 da Lei nº 10.826/03) não distingue, no seu apenamento, se a arma, acessório ou munição são de uso permitido ou restrito.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: A lei opera a distinção e as penalizações são diferentes:

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Art. 12 - Posse irregular de arma de fogo de uso permitido (detenção de um a três anos);

Art. 16 - Porte ou posse ilegal de arma de fogo de uso restrito (reclusão de três a seis anos).

22. (Promotor - MPE-SP / 2010) Com o advento da Lei nº 10.826/03, a contravenção de porte ilegal de arma, prevista no art. 19 da Lei das Contravenções Penais, passou a ter como objeto apenas munições em geral e armas brancas.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: O porte de munições também é previsto como crime nos art. 14 e 16 do estatuto do desarmamento. Com relação ao porte de armas brancas (facas, canivetes etc.) há divergência se tal conduta continua sendo contravenção penal ou se configura conduta atípica.

23. (Promotor - MPE-SP / 2010) Acionar munição em lugar habitado ou em via pública, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime, constitui a contravenção penal descrita no art. 28 da Lei das Contravenções Penais.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: Tal conduta é crime previsto no art. 15 do estatuto do desarmamento.

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

24. (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) As armas de fogo apreendidas após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução penal, serão encaminhadas pelo juiz competente à Secretaria de Segurança Pública do respectivo estado, no prazo máximo de 48 horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma da lei.

GABARITO: ERRADA

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COMENTÁRIOS: Questão que exige a literalidade do Estatuto do Desarmamento. Segundo o art. 25, as armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei.

25. (CESPE / JUIZ – SC / 2009) Ceder, gratuitamente, arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar, não tipifica a conduta penal de que trata o art. 14 do Estatuto do Desarmamento.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIO: A conduta descrita encontra previsão no art. 14 do Estatuto do Desarmamento. Veja:

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

26. (CESPE / JUIZ – SE / 2008) O agente que perambula de madrugada pelas ruas com uma arma de fogo de uso permitido, sem autorização para portá-la, comete infração penal, independentemente de se comprovar que uma pessoa determinada ficou exposta a uma situação de perigo.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIO: A conduta descrita enquadra-se no art. 14 do Estatuto do desarmamento.

27. (CESPE / JUIZ – SC / 2009) O art. 28 da Lei n.º 10.826/03 veda, em qualquer hipótese, ao menor de 25 anos, a aquisição de arma de fogo.

GABARITO: ERRADA

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COMENTÁRIOS: O art. 25 excetua os integrantes das entidades dos incisos I, II e III do art.6° do Estatuto. São eles:

• Os integrantes das Forças Armadas;

• Os integrantes da Policia Federal, da Policia Rodoviária Federal, da Policia Ferroviária Federal, das Policias Civis e dos Policiais Militares e Corpos de Bombeiros Militares; e

• Os integrantes das Guardas Municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes.

28. (CESPE / JUIZ – SE / 2008) O porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é inafiançável e hediondo, sendo irrelevante o fato de a arma de fogo estar registrada em nome do agente.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIO: Além de não ser considerado crime hediondo, vimos que, devido ao entendimento do STF, não é inafiançável.

29. (CESPE / JUIZ – SE / 2008) No crime de comércio ilegal de arma de fogo, a pena é aumentada se a arma de fogo, acessório ou munição for de uso permitido.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRO: A pena é aumentada quando se trata de arma de fogo de uso restrito.

30. (CESPE / AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL / 2005) O Estatuto do Desarmamento, Lei n.º 10.826/2003, prevê como crime autônomo o porte de arma branca (faca).

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: Como vimos, o Estatuto é uma lei específica que disciplina o regime jurídico das armas de fogo e não de todas as espécies de arma.

31. (CESPE / ESCRIVÃO DA POLÍCIA CIVIL – PA / 2009) As armas de fogo de uso restrito serão registradas nos departamentos de polícia civil dos estados.

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GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: Contraria o parágrafo único do art. 3º que leciona:

Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.

Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.

32. (CESPE / ESCRIVÃO DA POLÍCIA CIVIL – PA / 2009) Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: A questão reproduz o art. 27 do Estatuto do Desarmamento.

33. (CESPE / ESCRIVÃO DA POLÍCIA CIVIL – PA / 2009) O Sistema Nacional de Armas tem circunscrição em todo o território nacional.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: A questão reproduz o art. 1º do Estatuto do Desarmamento. Relembre:

Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.

34. (CESPE / ESCRIVÃO DA POLÍCIA CIVIL – PA / 2009) Os auditores-fiscais da Receita Federal do Brasil estão proibidos de portar arma de fogo no território nacional.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: O Estatuto do desarmamento, em seu art. 6º, autoriza o porte aos integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.

35. (CESPE / ESCRIVÃO DA POLÍCIA CIVIL / 2008) O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Sinarm.

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GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: Reproduz o parágrafo 1º do art. 5º do Estatuto do Desarmamento.

***************************************************************

LEI DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE

36. (CESPE / Promotor – MPE-ES / 2010) Com base no princípio da especialidade, as condutas e atividades lesivas aos recursos pesqueiros devem ser punidas na forma da legislação específica, excluindo-se as disposições previstas na Lei n.º 9.605/1998.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: As condutas e atividades lesivas aos recursos pesqueiros e ao meio ambiente serão punidas na forma da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e de seu regulamento. É o que dispõe o art. 33 da lei nº 11.959/2009.

37. (CESPE / Promotor – MPE-ES / 2010) Nos crimes contra a fauna, a pena é aumentada até o triplo se o crime é praticado contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: O caput do art. 29 da lei definidora dos crimes ambientais define como conduta típica o ato de matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida. Para tal delito comina pena de detenção de seis meses a um ano, e multa

Posteriormente, no parágrafo 4º citado artigo, o legislador define que a pena é aumentada de metade, se o crime é praticado contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração, em período proibido à caça, durante a noite, com abuso de licença, em unidade de conservação ou com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa.

Finalizando, prevê o parágrafo 5º do art. 29 que a pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça profissional.

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38. (CESPE / DPE-AC / 2009) Segundo a lei de crimes ambientais, podemos afirmar que a baixa escolaridade ou grau de instrução não constitui argumento suficiente para atenuar a pena aplicada.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: O art. 14 da lei nº 9.605/98 dispõe que são circunstâncias que atenuam a pena o baixo grau de instrução ou escolaridade do agente, o arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada, a comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental e a colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.

39. (CESPE / Juiz-AM / 2003) Em razão da prática de crime ambiental, são aplicáveis às pessoas jurídicas, de forma isolada ou cumulativa, penas de multa, suspensão total ou parcial de atividades, interdição temporária, proibição de recebimento de subvenções ou subsídios, prestação de serviços à comunidade, independentemente da obrigação de reparar os prejuízos causados.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: A questão está em total conformidade com os arts. 21 e 22 da Lei que define os crimes ambientais. Segundo os dispositivos legais, as penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas são multa, restritivas de direitos, prestação de serviços à comunidade. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são suspensão parcial ou total de atividades, interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade, proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações.

40. (CESPE / DP-AC / 2006) Com relação a lei de crimes ambientais, podemos afirmar que o recolhimento domiciliar caracteriza-se por ser uma pena restritiva de direitos.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: A questão está em conformidade com o art. 8º que elenca as penas restritivas de direito previstas na lei nº 9.605/98. As penas restritivas de direito são prestação de serviços à comunidade, interdição temporária de direitos, suspensão parcial ou total de atividades, prestação pecuniária e recolhimento domiciliar.

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41. (CESPE / DPE-AC / 2006) Uma pessoa jurídica que comete crime ambiental está sujeita ao cumprimento de pena.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: A afirmação apresentada pela banca encontra resguardo no art. 3º da Lei nº 9.605/98 que dispõe que as pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.

42. (CESPE / DPC-AM / 2003) É crime inafiançável executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais ainda que se disponha de competente autorização, permissão, concessão ou licença, quando a exploração econômica de recursos ambientais não renováveis exceder a três quintos da zona de extração das bacias hidrográficas.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: A questão contraria o art. 55 da Lei dos Crimes ambientais. Segundo o citado dispositivo é crime contra a flora executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida, e tem pena de detenção, de seis meses a um ano, e multa. Assim, se ele tem autorização, não é crime.

43. (CESPE / DPC-AM / 2003) É crime abusar de animais domésticos ou domesticados, maltratá-los bem como realizar experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: A questão está de acordo com o art. 32 da lei nº 9.605/98. Dispõe o texto legal que é crime praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. Ressalta o dispositivo que Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

Obs.: A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.

44. (CESPE / AA-CE / 2005) A captura de animais silvestres que não são considerados raros ou ameaçados de extinção, é crime ambiental com agravante, sendo a pena aumentada em metade da amputada.

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GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: O art. 29 da lei nº 9.605/98 determina que a pena será aumentada no caso de crime praticado contra espécie rara. Como não é o caso apresentado pela banca, não há que se falar em aumento de pena.

45. (CESPE / TJ-DF / 2004) Nos crimes contra o meio ambiente, previstos na Lei nº 9.605/98, as penas aplicáveis à pessoa jurídica são as mesmas previstas para a pessoa natural.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: As penas definidas pela lei de crimes ambientais para as pessoas jurídicas não são as mesmas definidas para as pessoas físicas. Define o art. 21 da lei nº 9.605/98 que as penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas são multa, restritivas de direitos e prestação de serviços à comunidade. Diferentemente, para pessoas físicas, cabe penalização restritiva de liberdade, dentre outras.

46. (CESPE / DPE-AC / 2006) Constitui circunstância que agrava a pena aplicada ter o agente cometido a infração em período proibido à caça.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: O art.29, II, dispõe que a pena é aumentada da metade se o crime é praticado em período proibido à caça.

47. (CESPE / Analista de Atividades - IBRAM / 2009) O baixo grau de instrução ou escolaridade do agente que pratica crime ambiental é causa de exclusão da ilicitude.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: O art. 14 da lei nº 9.605/98 dispõe que atenua a pena o baixo grau de instrução ou escolaridade do agente. Assim, não se trata de uma excludente de ilicitude, mas de uma atenuante.

48. (CESPE / Analista de Atividades - IBRAM / 2009) Entre as penas restritivas de direito aplicáveis ao agente que praticou crime ambiental, incluem-se suspensão total de atividade e recolhimento domiciliar.

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GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: No que tange às pessoas físicas, define o art. 8º da lei de crimes ambientais que são penas restritivas de direito: prestação de serviços à comunidade, interdição temporária de direitos, suspensão parcial ou total de atividades, prestação pecuniária e recolhimento domiciliar.

49. (CESPE / Analista de Atividades - IBRAM / 2009) A pessoa jurídica poderá ser responsabilizada penalmente pela prática de crime ambiental, estando sujeita a pena de prestação de serviços à comunidade.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. Segundo o art. 21 da lei de crimes ambientais, as penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas são multa, restritivas de direitos, prestação de serviços à comunidade.

50. (CESPE / Analista de Atividades - IBRAM / 2009) Além dos requisitos previstos na Lei n.o 9.099/1995, a prévia composição do dano ambiental é requisito para a formulação da proposta de transação penal nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: Retira-se do art. 27 da lei nº 9.605/98 que nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099/95, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.

51. (CESPE / Analista de Atividades - IBRAM / 2009) O agente que concede licença ambiental em desacordo com a legislação comete crime próprio, de ação penal pública incondicionada e que não admite a modalidade culposa.

GABARITO: ERRADA

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COMENTÁRIOS: A conduta descrita na questão caracteriza crime contra a Administração Ambiental. Conforme o art. 67, se a concessão da licença opera-se com dolo, o agente será penalizado com detenção, de um a três anos, e multa. Diferentemente, se o delito é culposo, a pena é de três meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa.

52. (CESPE / Defensor Público - DPE-CE / 2008) Os crimes ambientais submetem-se à ação penal pública incondicionada e não admitem a transação penal, pois são crimes de ofensividade máxima, que atingem toda a coletividade.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: A transação penal é um instituto processual criado pela lei 9.099/95, a qual, em seu artigo 76, dispõe ser atribuição do representante do Ministério Público, nos delitos de menor potencial ofensivo, propor, de imediato, antes do início de qualquer instrução, numa audiência preliminar, a aplicação de pena restritiva de direitos ou de multa.

A transação penal encontra previsão no art. 27 da lei definidora dos crimes ambientais e depende da prévia composição dos danos.

53. (CESPE / Defensor Público - DPE-CE / 2008) Em processo que trate de crime ambiental, admite-se suspensão condicional, caso em que a declaração da extinção de punibilidade dependerá de laudo de constatação de reparação do dano ambiental, salvo impossibilidade de fazê-lo.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: O instituto da suspensão condicional, previsto no art. 89 da Lei 9.099/95, permite a paralisação temporária do processo penal, logo no seu início, desde que o acusado aceite cumprir algumas condições (reparação dos danos, comparecimento em juízo etc.).

A lei de crimes ambientais prevê em seu art. 28 a possibilidade da aplicação de tal instituto e, nos termos no inciso I do citado dispositivo, a declaração de extinção de punibilidade, dependerá de laudo de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade.

54. (CESPE / Defensor Público - DPE-CE / 2008) Nos crimes ambientais, caso o laudo de constatação comprove não ter sido completa a reparação do dano ambiental, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição.

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GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: Retira-se do art. 28, II da lei nº 9.605/98 que na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição

55. (CESPE / Promotor - MPE-RN / 2010) Não é crime o desmatamento de floresta nativa em terras de domínio público, sem autorização do órgão competente, quando a conduta for necessária à subsistência imediata e pessoal do agente.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: O art. 50-A da lei nº 9.605/98 define como figura típica a conduta de Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente. Segundo o § 1o do supracitado dispositivo, não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência imediata pessoal do agente ou de sua família.

56. (CESPE / Promotor - MPE-RN / 2010) Em relação à responsabilidade penal da pessoa jurídica pela prática de delitos contra o meio ambiente, adotou a Lei n.º 9.605/1998 a teoria da realidade ou da personalidade real.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: A teoria da Realidade, também conhecida como Orgânica ou da Personalidade Real é a teoria adotada pela lei nº 9.605/98 que define em seu art. 3º que as pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente. Tendo como seu maior precursor Otto Gierke, tal teoria tem como fundamento que pessoa não é somente o homem, mas todos os entes dotados de existência real. Os doutrinadores adeptos dessa teoria afirmam veementemente que as pessoas jurídicas são pessoas reais, dotadas de uma real vontade coletiva.

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LISTA DOS EXERCÍCIOS APRESENTADOS

ESTATUTO DO DESARMAMENTO

1. (MPE-SP / Promotor - MPE-SP / 2011) No crime de comércio ilegal de arma de fogo, a natureza jurídica do fato de ser a arma ou munição de uso proibido ou restrito constitui causa especial de aumento de pena.

2. (MPE-MG / Promotor - MPE-MG / 2011) Zé Carabina possuía em sua casa um revólver calibre 38 registrado, embora não tivesse autorização para portar arma de fogo. Certo dia, após efetuar a manutenção (limpeza etc.) da arma e municiá-la com (05) cinco cartuchos, deixou-a sobre a mesa da sala, local onde passaram a brincar seus filhos e alguns colegas, todos menores, com idade média de 08 (oito) anos. O filho mais velho, de 09 (nove) anos de idade, apoderou-se da arma e passou a apontá-la na direção dos amigos, dizendo que era da polícia. Nesse momento, Zé Carabina ingressou na sala, tomando a arma do filho e evitando o que poderia ser uma tragédia. Considerando a hipótese narrada, é CORRETO afirmar que Zé Carabina praticou um crime omissivo próprio.

3. (CESPE / Delegado - PC-TO / 2008) Considere a seguinte situação hipotética.

Alfredo, imputável, transportava em seu veículo um revólver de calibre 38, quando foi abordado em uma operação policial de trânsito. A diligência policial resultou na localização da arma, desmuniciada, embaixo do banco do motorista. Em um dos bolsos da mochila de Alfredo foram localizados 5 projéteis do mesmo calibre. Indagado a respeito, Alfredo declarou não possuir autorização legal para o porte da arma nem o respectivo certificado de registro. O fato foi apresentado à autoridade policial competente.

Nessa situação, caberá à autoridade somente a apreensão da arma e das munições e a imediata liberação de Alfredo, visto que, estando o armamento desmuniciado, não se caracteriza o crime de porte ilegal de arma de fogo.

4. (CESPE / Juiz - TJ-PB / 2011) Segundo entendimento do STJ, o mero porte de arma de fogo de uso permitido não configura crime, por

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se tratar de delito de perigo concreto, sendo necessária a comprovação de o artefato bélico estar municiado.

5. (PUC-PR / Juiz - TJ-RO / 2011) Comete o crime de disparo de arma de fogo (artigo 15 da Lei nº. 10.826/2003), o agente que disparar arma de fogo ou aciona munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, independentemente dessa conduta ter como finalidade a prática de outro crime.

6. (CESPE / Defensor - DPU / 2007) É pacífico o entendimento, na jurisprudência, de que o porte de arma desmuniciada, ainda que sem munição ao alcance do agente, gera resultado típico, pois se trata de crime de perigo abstrato.

7. (CESPE / Juiz - TJ-TO / 2007) Segundo entendimento do STF, é inconstitucional a vedação de fiança, legalmente prevista, nos crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.

8. (MPE-SP / Promotor - MPE-SP / 2006) O Estatuto do Desarmamento não prevê a criminalização da posse de arma de fogo de uso permitido, desde que no interior de residência.

9. (MPE-SP / Promotor - MPE-SP / 2006) A Lei nº 10.826/03 prevê a criminalização da posse irregular de arma de fogo em residência, desde que se trate de arma de uso privativo das Forças Armadas.

10. (MPE-SP / Promotor - MPE-SP / 2006) O Estatuto do Desarmamento equipara a conduta de porte de arma de fogo de uso restrito à de porte de arma de fogo de uso permitido que tenha seus sinais identificadores suprimidos ou alterados.

11. (MPE-SP / Promotor - MPE-SP / 2006) Segundo a Lei nº 10.826/03 o porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é punível com penas mais graves que as cominadas para a posse de munição destinada a arma de fogo de uso permitido.

12. (MPE-SP / Promotor - MPE-SP / 2006) O Estatuto do Desarmamento pune mais severamente o tráfico internacional de armas de fogo que o comércio ilegal de armas de fogo.

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13. (Juiz - TJ-MG / 2008) Aquele que deixa de observar as cautelas necessárias e permite que menor de 18 (dezoito) anos se apodere de arma de fogo de sua posse ou propriedade não pode ser punido, eis que os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento só admitem o dolo como elemento subjetivo do tipo.

14. (Juiz - TJ-MG / 2008) O agente que mantém em sua residência arma de fogo de uso permitido, sem o devido registro em seu nome, incorre no delito de porte ilegal de arma, previsto no art. 14 da Lei n. 10.826, de 22 dezembro de 2003.

15. (Juiz - TJ-MG / 2008) A fim de verificar a classificação e a definição de armas de fogo, deve-se consultar a parte final do Estatuto do Desarmamento, eis que, em suas Disposições Gerais, consta o rol de armamentos restritos, permitidos e proibidos.

16. (Juiz - TJ-MG / 2008) A lei expressamente consagra a proibição de porte de arma de fogo em todo o território nacional, ressalvadas algumas hipóteses específicas, como os integrantes das Forças Armadas e as empresas de segurança privada e de transporte de valores, os quais poderão portar armas de fogo, desde que obedecidos os requisitos legais e regulamentares.

17. (Promotor - MPE-PR / 2008) Constitui figura equiparada ao crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e, portanto, com as mesmas penas, a conduta de portar arma de fogo com numeração adulterada, independentemente do agente ter sido, ou não, também o responsável pela mencionada alteração.

18. (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) De acordo com entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o simples fato de portar arma de fogo de uso permitido com numeração raspada viola o previsto no art. 16, da Lei n.º 10.826/2003, por se tratar de delito de mera conduta ou de perigo abstrato, cujo objeto imediato é a segurança coletiva.

19. (Promotor - MPE-SP / 2010) Constitui causa de aumento de pena, nos crimes de disparo de arma de fogo e porte ilegal de arma de fogo, sua prática por parte de integrantes das empresas de segurança privada e de transporte de valores.

20. (Promotor - MPE-SP / 2010) O crime de omissão de cautela (art. 13 da Lei nº 10.826/03 – Lei do Desarmamento) sujeita o autor às

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penas de um a dois anos de detenção, na hipótese de deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que qualquer cidadão se apodere de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua posse ou que sejam de sua propriedade.

21. (Promotor - MPE-SP / 2010) O crime de posse irregular de arma de fogo (art. 12 da Lei nº 10.826/03) não distingue, no seu apenamento, se a arma, acessório ou munição são de uso permitido ou restrito.

22. (Promotor - MPE-SP / 2010) Com o advento da Lei nº 10.826/03, a contravenção de porte ilegal de arma, prevista no art. 19 da Lei das Contravenções Penais, passou a ter como objeto apenas munições em geral e armas brancas.

23. (Promotor - MPE-SP / 2010) Acionar munição em lugar habitado ou em via pública, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime, constitui a contravenção penal descrita no art. 28 da Lei das Contravenções Penais.

24. (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) As armas de fogo apreendidas após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução penal, serão encaminhadas pelo juiz competente à Secretaria de Segurança Pública do respectivo estado, no prazo máximo de 48 horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma da lei.

25. (CESPE / JUIZ – SC / 2009) Ceder, gratuitamente, arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar, não tipifica a conduta penal de que trata o art. 14 do Estatuto do Desarmamento.

26. (CESPE / JUIZ – SE / 2008) O agente que perambula de madrugada pelas ruas com uma arma de fogo de uso permitido, sem autorização para portá-la, comete infração penal, independentemente de se comprovar que uma pessoa determinada ficou exposta a uma situação de perigo.

27. (CESPE / JUIZ – SC / 2009) O art. 28 da Lei n.º 10.826/03 veda, em qualquer hipótese, ao menor de 25 anos, a aquisição de arma de fogo.

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28. (CESPE / JUIZ – SE / 2008) O porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é inafiançável e hediondo, sendo irrelevante o fato de a arma de fogo estar registrada em nome do agente.

29. (CESPE / JUIZ – SE / 2008) No crime de comércio ilegal de arma de fogo, a pena é aumentada se a arma de fogo, acessório ou munição for de uso permitido.

30. (CESPE / AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL / 2005) O Estatuto do Desarmamento, Lei n.º 10.826/2003, prevê como crime autônomo o porte de arma branca (faca).

31. (CESPE / ESCRIVÃO DA POLÍCIA CIVIL – PA / 2009) As armas de fogo de uso restrito serão registradas nos departamentos de polícia civil dos estados.

32. (CESPE / ESCRIVÃO DA POLÍCIA CIVIL – PA / 2009) Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito.

33. (CESPE / ESCRIVÃO DA POLÍCIA CIVIL – PA / 2009) O Sistema Nacional de Armas tem circunscrição em todo o território nacional.

34. (CESPE / ESCRIVÃO DA POLÍCIA CIVIL – PA / 2009) Os auditores-fiscais da Receita Federal do Brasil estão proibidos de portar arma de fogo no território nacional.

35. (CESPE / ESCRIVÃO DA POLÍCIA CIVIL / 2008) O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Sinarm.

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LEI DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE

36. (CESPE / Promotor – MPE-ES / 2010) Com base no princípio da especialidade, as condutas e atividades lesivas aos recursos pesqueiros devem ser punidas na forma da legislação específica, excluindo-se as disposições previstas na Lei n.º 9.605/1998.

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37. (CESPE / Promotor – MPE-ES / 2010) Nos crimes contra a fauna, a pena é aumentada até o triplo se o crime é praticado contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração.

38. (CESPE / DPE-AC / 2009) Segundo a lei de crimes ambientais, podemos afirmar que a baixa escolaridade ou grau de instrução não constitui argumento suficiente para atenuar a pena aplicada.

39. (CESPE / Juiz-AM / 2003) Em razão da prática de crime ambiental, são aplicáveis às pessoas jurídicas, de forma isolada ou cumulativa, penas de multa, suspensão total ou parcial de atividades, interdição temporária, proibição de recebimento de subvenções ou subsídios, prestação de serviços à comunidade, independentemente da obrigação de reparar os prejuízos causados.

40. (CESPE / DP-AC / 2006) Com relação a lei de crimes ambientais, podemos afirmar que o recolhimento domiciliar caracteriza-se por ser uma pena restritiva de direitos.

41. (CESPE / DPE-AC / 2006) Uma pessoa jurídica que comete crime ambiental está sujeita ao cumprimento de pena.

42. (CESPE / DPC-AM / 2003) É crime inafiançável executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais ainda que se disponha de competente autorização, permissão, concessão ou licença, quando a exploração econômica de recursos ambientais não renováveis exceder a três quintos da zona de extração das bacias hidrográficas.

43. (CESPE / DPC-AM / 2003) É crime abusar de animais domésticos ou domesticados, maltratá-los bem como realizar experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

44. (CESPE / AA-CE / 2005) A captura de animais silvestres que não são considerados raros ou ameaçados de extinção, é crime ambiental com agravante, sendo a pena aumentada em metade da amputada.

45. (CESPE / TJ-DF / 2004) Nos crimes contra o meio ambiente, previstos na Lei nº 9.605/98, as penas aplicáveis à pessoa jurídica são as mesmas previstas para a pessoa natural.

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46. (CESPE / DPE-AC / 2006) Constitui circunstância que agrava a pena aplicada ter o agente cometido a infração em período proibido à caça.

47. (CESPE / Analista de Atividades - IBRAM / 2009) O baixo grau de instrução ou escolaridade do agente que pratica crime ambiental é causa de exclusão da ilicitude.

48. (CESPE / Analista de Atividades - IBRAM / 2009) Entre as penas restritivas de direito aplicáveis ao agente que praticou crime ambiental, incluem-se suspensão total de atividade e recolhimento domiciliar.

49. (CESPE / Analista de Atividades - IBRAM / 2009) A pessoa jurídica poderá ser responsabilizada penalmente pela prática de crime ambiental, estando sujeita a pena de prestação de serviços à comunidade.

50. (CESPE / Analista de Atividades - IBRAM / 2009) Além dos requisitos previstos na Lei n.o 9.099/1995, a prévia composição do dano ambiental é requisito para a formulação da proposta de transação penal nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo.

51. (CESPE / Analista de Atividades - IBRAM / 2009) O agente que concede licença ambiental em desacordo com a legislação comete crime próprio, de ação penal pública incondicionada e que não admite a modalidade culposa.

52. (CESPE / Defensor Público - DPE-CE / 2008) Os crimes ambientais submetem-se à ação penal pública incondicionada e não admitem a transação penal, pois são crimes de ofensividade máxima, que atingem toda a coletividade.

53. (CESPE / Defensor Público - DPE-CE / 2008) Em processo que trate de crime ambiental, admite-se suspensão condicional, caso em que a declaração da extinção de punibilidade dependerá de laudo de constatação de reparação do dano ambiental, salvo impossibilidade de fazê-lo.

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54. (CESPE / Defensor Público - DPE-CE / 2008) Nos crimes ambientais, caso o laudo de constatação comprove não ter sido completa a reparação do dano ambiental, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição.

55. (CESPE / Promotor - MPE-RN / 2010) Não é crime o desmatamento de floresta nativa em terras de domínio público, sem autorização do órgão competente, quando a conduta for necessária à subsistência imediata e pessoal do agente.

56. (CESPE / Promotor - MPE-RN / 2010) Em relação à responsabilidade penal da pessoa jurídica pela prática de delitos contra o meio ambiente, adotou a Lei n.º 9.605/1998 a teoria da realidade ou da personalidade real.

GABARITO

1-C 2-C 3-E 4-E 5-E 6-E 7-C

8-E 9-E 10-C 11-C 12-E 13-E 14-E

15-E 16-C 17-C 18-C 19-C 20-E 21-E

22-E 23-E 24-E 25-E 26-C 27-E 28-E

29-E 30-E 31-E 32-C 33-C 34-E 35-C

36-E 37-E 38-E 39-C 40-C 41-C 42-E

43-C 44-E 45-E 46-C 47-E 48-C 49-C

50-C 51-E 52-E 53-C 54-C 55-C 56-C