lei 3284-2009 - lei do silÊncio - macaé

Upload: allyssonbernardes

Post on 10-Feb-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/22/2019 Lei 3284-2009 - LEI DO SILNCIO - Maca

    1/6

    ESTADO DO RIO DE JANEIROPREFEITURA MUNICIPAL DE MACAGABINETE DO PREFEITO

    LEI MUNICIPAL N 3284/2009.

    Dispe sobre o controle de emisso de

    rudos no Municpio de Maca.

    A CMARA MUNICIPAL DEMACA delibera e eu sanciono a seguinte Lei:

    Art. 1 - O controle da emisso de rudos no Municpio de Maca visagarantir o sossego e o bem estar pblico, evitando sua perturbao por emissesexcessivas ou incmodas de sons de qualquer natureza ou que contrariem os nveismximos fixados em lei.

    Art. 2 - Compete Secretaria de Meio Ambiente, rgo executivo da polticamunicipal de meio ambiente, o controle, a preveno e a reduo da emisso derudos no Municpio de Maca.

    Art. 3 - A ningum lcito, por ao ou omisso, dar causa ou contribuirpara a emisso de qualquer rudo.

    Art. 4 - Fica proibida a utilizao ou funcionamento de qualquer instrumentoou equipamento, fixo ou mvel, que produza, reproduza ou amplifique o som, no

    perodo diurno ou noturno, de modo que crie rudo alm do limite real dapropriedade ou dentro de uma zona sensvel a rudos, observado o disposto nozoneamento previsto no Plano Diretor.

    Art. 5 - Fica Proibido, a utilizao ou funcionamento de mquinas, motores,

    equipamentos, compressores, instrumentos, ferramentas manuais, ferramentasindustriais, ou similares, que venham a emitir rudos acima do limite permitido porlei, em unidades territoriais residenciais ou em zonas sensveis a rudos, das18h00min s 07h00min, de segunda sexta-feira; e das 12h00min s 07h00min, desbado segunda-feira; em qualquer horrio, aos domingos e feriados.

    Art. 6 - Os responsveis pela infrao ficam sujeitos s seguintespenalidades, que podero ser aplicadas cumulativamente:

    I - advertncia por escrito em que o infrator ser intimado para fazercessar a irregularidade sob pena de imposio de outras sanes;

    II - multa simples, diria ou cumulativa, de 5.000 (cinco mil) a 20.000(vinte mil) URMs; prevista na LC 027-01;

    1

  • 7/22/2019 Lei 3284-2009 - LEI DO SILNCIO - Maca

    2/6

    III - apreenso da mquina, motor, equipamento, compressor,instrumento, ferramenta ou outros similares de qualquer natureza utilizados na

    prtica da infrao;IV - embargo ou interdio temporria de atividade at correo da

    irregularidade;. V - impossibilidade de obteno de alvars, habite-se, bem comocassao dos mesmos, e a conseqente interdio definitiva do estabelecimentoautuado,a serem efetuadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente eUrbanismo, Secretaria de Fazenda, Procuradoria do Municpio e com auxlio daGuarda Municipal de Maca, em cumprimento a prvio parecer tcnico homologado

    pelo titular da referida Secretaria, devidamente instruda em procedimentoadministrativo;

    VI - apreenso de produtos e subprodutos, instrumentos, apetrechos eequipamentos de qualquer natureza utilizados na infrao;

    Art. 7 - O pagamento da multa por infrao ambiental, prevista nesta lei serrevertida ao FUNDO AMBIENTAL.Pargrafo nico: O procedimento administrativo adotado para a apurao das

    sanes, referente a recursos de infrao ambiental, seguir o procedimento dispostopela Lei Complementar 0272001.

    Art. 8 - Para os efeitos da presente lei, aplicam-se as seguintes definies:I - poluio sonora: toda emisso de som que, direta ou indiretamente,

    seja ofensiva ou nociva sade, segurana e ao bem estar da coletividade outransgrida as disposies fixadas nesta lei;

    II - som: fenmeno fsico provocado pela propagao de ondas

    mecnicas em meio elstico, dentro da faixa de freqncia de 16 Hz (dezesseis hertz)a 20 KHz (vinte quilohertz) e passvel de excitar o aparelho auditivo humano;III - rudo: qualquer som que cause ou possa causar perturbaes ao

    sossego pblico ou produzir efeitos psicolgicos negativos em seres humanos,incluindo:

    a) Rudo contnuo: aquele com variaes do nvel de presso acsticaconsideradas pequenas, dentro do perodo de observao (t=5 minutos),apresenta uma variao menor ou igual a 6 (seis) decibel dB (A), entreos valores mximo e mnimo;

    b) Rudo descontnuo: aquele com variaes do nvel de presso acsticaconsideradas grandes, dentro do perodo de observao, no intervalo de

    tempo (t=5 minutos), apresenta uma variao maior que 6 (seis) decibel dB(A), entre os valores mximo e mnimo;

    c) Rudo impulsivo: aquele que consiste em uma ou mais exploses deenergia acstica, tendo cada uma durao menor do que cerca de umsegundo;

    d) Rudo fundo: aquele e qualquer rudo que esteja sendo captado e que noseja proveniente da fonte objeto das medies;

    IV - zona sensvel a rudos: aquela que, para atingir seus prprios,necessita que lhe seja assegurado um silncio excepcional e definida pela faixadeterminada pelo raio de 200 (duzentos) metros de distncia de hospitais, escolas,creches, bibliotecas, unidades de sade, asilos e no interior das reas de preservaoambiental;

    2

  • 7/22/2019 Lei 3284-2009 - LEI DO SILNCIO - Maca

    3/6

    V - decibls (dB): unidade de intensidade fsica relativa ao som:dB (A): intensidade de som medida na curva de ponderao A;dB (B): intensidade de som medida na curva de ponderao B;dB (C): intensidade de som medida na curva de ponderao C;

    VI - nvel de som equivalente (Leq): nvel mdio de energia sonora,medido em dB (A), avaliado durante um perodo de tempo de interesse;

    VII - limite real da propriedade: aquela que representada por um planoimaginrio que separa a propriedade real de uma pessoa fsica ou jurdica de outra;

    VIII - servio de construo civil: qualquer operao de montagem,construo, demolio, remoo, reparo ou alterao substancial de uma edificaoou de uma estrutura;

    IX - horrios: para fins de aplicao desta lei, ficam definidos osseguintes horrios:

    Diurno: compreendido entre 07 e 20 horas;Noturno: compreendido entre 20 e 07 horas.

    Art. 9 - Os nveis de presso sonora fixados por esta lei, bem como osequipamentos e mtodos utilizados para a medio e avaliao, obedecero srecomendaes das normas brasileiras NBR 10.151 vigentes, ou s que lhessucederem.

    1 - Ficam estabelecidos os seguintes limites mximos de presso sonorapara as zonas de uso de acordo com a lei n 1959/1999, conforme descrito abaixo:

    I - zonas residenciais e zonas de expanso urbana:a) horrio diurno = 55 dB (A);

    b) horrio noturno = 50 dB (A);II - zonas de usos comerciais:

    a) Horrio diurno = 65 dB (A);b) Horrio noturno = 60 dB (A);III - zonas de usos especiais:

    a) Horrio diurno = 65 dB (A);b) Horrio noturno = 60 dB (A);

    IV - zona industrial, porturio e aeroporturia:a) horrio diurno = 75 dB (A);

    b) horrio noturno = 70 dB (A);2 - Para as zonas no inseridas, sensveis a rudos, a Secretaria de Meio

    Ambiente e Urbanismo adotar os limites mximos de presso sonora das zonaslimtrofes, observando o disposto no Art. 17 desta lei.

    Art. 10 A emisso de som em decorrncia de quaisquer atividadesindustriais, comerciais, religiosas, prestao de servios, sociais e recreativas seravaliada, inclusive quanto aos padres e critrios estabelecidos nesta lei.

    1 - Quando a fonte poluidora e as propriedades onde se d o supostoincmodo localizem-se em diferentes zonas de uso e ocupao sero considerados oslimites estabelecidos para a zona em que se localiza a propriedade.

    2 - Quando a propriedade onde se d o suposto incmodo, tratar-se de zonasensvel a rudos, independentemente da efetiva zona de uso, dever ser observada afaixa de 200m (duzentos metros) de distncia.

    3

  • 7/22/2019 Lei 3284-2009 - LEI DO SILNCIO - Maca

    4/6

    Art. 11 permitida a execuo da msica mecnica e ao vivo nosestabelecimentos comerciais e de servios desde que no provoquem rudos.

    1 - Quando da solicitao do registro de firma, os estabelecimentos quevierem a requerer a atividade de msica mecnica e ao vivo, devero apresentar juntocom as demais exigncias o respectivo projeto de tratamento acstico.

    2 - Os estabelecimentos em funcionamento que estiverem em desacordocom os limites estabelecidos nesta lei devero promover as adequaes necessriasdentro das condies e prazos, a critrio da Secretaria.

    Art. 12 - Somente podero emitir laudos tcnicos que comprovem otratamento acstico, para fins desta lei, empresas no fiscalizadoras ou profissionaisautnomos devidamente cadastrados na Secretaria Municipal de Meio Ambiente eUrbanismo e regularmente inscrito no Conselho Regional de sua respectiva categoria

    profissional.Pargrafo nico: Comprovada qualquer irregularidade na emisso do laudo

    referido no caput deste artigo, o rgo competente da Prefeitura dever representarjunto ao Conselho Profissional do responsvel tcnico, sem prejuzo da aplicao dasdemais medidas legais cabveis.

    Art. 13 As atividades efetivas ou potencialmente causadoras de poluiosonora dependem de prvia autorizao do rgo ambiental municipal, para obtenodos alvars de localizao e funcionamento.

    Art. 14 - So expressamente proibidos os rudos: .I - produzidos por veculos automotores com equipamento de descarga

    aberto ou silencioso adulterado ou defeituoso;

    II - produzidos atravs de servios de auto-falantes e outras fontes deemisso sonora, fixas ou mveis, utilizados em preges, anncios ou propaganda, nasreas residentes, nas zonas sensveis a rudo e nos logradouros e vias pblicas ou nascitadas reas;

    III provenientes de instalaes mecnicas, bandas ou conjuntos musicais ede aparelhos ou instrumentos produtores ou amplificadores de som, tais comovitrolas, fanfarras, apitos, sinetas, campainhas, matracas, sirenes, auto-falantes,quando produzidos na via pblica ou quando nela sejam ouvidos de forma incmoda;

    IV provenientes da execuo de msica mecnica ou a apresentao demsica ao vivo em estabelecimentos que no disponham de estrutura fsica adequada

    para o condicionamento do rudo em seu interior, tais como trailers, barracas e

    similares;V - provenientes da utilizao de equipamentos produtores e amplificadores

    de som em veculos automotores, salvo os autorizados pelo rgo competente detrnsito e devidamente licenciados pelo rgo ambiental do municpio.

    Pargrafo nico: Excetua-se da proibio estabelecida no inciso IV a msicamecnica ambiente de fundo, compatvel com a possibilidade de conversao.

    Art.15 Constituem excees aos limites estabelecidos no Art. 6, os sonsemitidos:

    I - por vozes ou aparelhos utilizados na propaganda eleitoral, campanhas derelevante pblico e social e atividades similares, devendo ser observadas aslegislaes especficas;

    4

  • 7/22/2019 Lei 3284-2009 - LEI DO SILNCIO - Maca

    5/6

    II - por sinos de igrejas ou templos religiosos, desde que sirvamexclusivamente para indicar as horas ou anunciar a realizao de atos ou cultosreligiosos;

    III por fanfarras ou bandas de msica em procisses, cortejos, desfilescvicos, solenidades pblicas e atividades similares;

    IV por sirenes ou aparelhos de sinalizao sonora utilizados porambulncias, carros de bombeiros, viaturas policiais e similares;

    V - por explosivos utilizados no desmonte de pedreiras, rochas ou nademolies, desde que detonadas no perodo diurno e previamente licenciados pelorgo ambiental municipal;

    VI por alarme sonoro de segurana, residencial, comercial ou veicular,desde que o sinal sonoro no se prolongue por tempo superior a 3 (trs) minutos e nolimite mximo de 80 dB (A) e 5 (cinco) minutos.

    Art. 16 Por ocasio do carnaval e nas comemoraes do Natal e Ano Novo,

    sero tolerados, excepcionalmente, nveis de presso sonoros normalmente proibidospor esta lei.1 - Incluem-se nas excees estabelecidas no caput deste artigo as

    festividades e comemoraes includas ou que venham a integrar-se ao calendriooficial de eventos da cidade e de seus distritos;

    2 - O rgo ambiental municipal promover, previamente, orientaotcnica seguida do monitoramento, caso necessrio, na realizao de cada evento,com vistas minimizao de eventuais incmodos decorrentes da emisso de rudos.

    3 - Os trios eltricos e veculos similares, devero obedecer ao limitemximo de 100 dBA (cem decibls na curva de ponderao (A)), medidos a umadistncia de 5 (cinco) metros da fonte de emisso, a altura de 1,20m (um metro e

    vinte centmetros) do solo.

    Art. 17 - O nvel de som provocado por mquinas e aparelhos utilizados nosservios de construo civil, manuteno dos logradouros pblicos e dosequipamentos de construo civil, manuteno dos logradouros pblicos e dosequipamentos e infra-estrutura urbana, devero atender aos limites mximos de

    presso sonora estabelecidos nesta lei.1 - A atividade de bate-estaca s poder operar de segunda a sexta-feira, no

    horrio compreendido entre 08 e 18 horas.2 - Excetuam-se da restrio estabelecida no caput deste artigo, as obras e

    os servios urgentes e inadiveis decorrentes de casos fortuitos ou de fora maior, os

    de relevante interesse pblico e social, acidentes graves ou perigo iminente segurana e ao bem estar da comunidade, bem como o restabelecimento de servios

    pblicos essenciais, tais como energia eltrica, gs, telefone, gua, lixo, esgoto esistema virio.

    Art. 18 Somente sero admitidas obras de construo civil que possamprovocar som acima dos limites estabelecidos nos domingos e feriados, medianteaprovao prvia do rgo ambiental municipal.

    1 - No ato da requisio, devero ser apresentadas, por escrito, as atividadesque sero desenvolvidas, assim como os horrios de execuo das mesmas.

    2 - O rgo ambiental municipal poder no aprovar a execuo dasatividades propostas, nos casos de comprovada perturbao do sossego pblico.

    3 - O no cumprimento das atividades descritas implicar no embargo daobra nos dias concedidos na licena e na aplicao das demais penalidades cabveis.

    5

  • 7/22/2019 Lei 3284-2009 - LEI DO SILNCIO - Maca

    6/6

    4 - Excetuam-se das exigncias deste artigo as obras constantes no 2 doArt. 17.

    Art. 19 Para a execuo de msica mecnica e ao vivo nos quiosqueslocalizados na orla das praias e lagoas do Municpio de Maca, ser adotado o limitede 70 dB (A) medido a 05 (cinco) metros da fonte emissora.

    Art. 20 Os tcnicos do rgo ambiental municipal, no exerccio da aofiscalizadora, tero a entrada franqueada nas dependncias das atividades efetivas ou

    potencialmente poluidoras, localizadas no municpio, onde podero permanecer pelotempo que se fizer necessrio.

    Pargrafo nico: Nos casos de qualquer impedimento ou embargo aofiscalizadora, os tcnicos ou fiscais do rgo ambiental municipal podero solicitarauxlio s autoridades policiais para garantir a execuo do servio.

    Art. 21 Na aplicao das normas estabelecidas por esta lei, compete aorgo ambiental municipal:I - estabelecer o programa de controle dos rudos urbanos e exercer o poder

    de polcia administrativa no controle e fiscalizao das fontes de poluio sonora;II - aplicar sanes, interdies e embargos, parciais ou integrais, previstos

    na legislao vigente;III organizar programas de educao e conscientizao a respeito de:

    causas, efeitos e mtodos de atenuao e controle de rudos; esclarecimentos sobre asproibies relativas s atividades que possam causar poluio sonora;

    IV - exigir das pessoas fsicas ou jurdicas, responsveis por qualquer fonte depoluio sonora, apresentao dos resultados de medies e relatrios, podendo, para

    a consecuo dos mesmos, serem utilizados recursos prprios ou de terceiros;V - Impedir a localizao de estabelecimentos industriais, fbricas, oficinas eoutros que produzam ou possam vir a produzir, rudos em unidades territoriais ou emzonas sensveis de rudos.

    Art. 22 A emisso de som por veculos automotores, aeroplanos ouaeronaves, nos terminais rodovirios e aerdromos, bem como os produzidos nointerior dos ambientes de trabalho, obedecero s normas expedidas pelo Conselho

    Nacional de Trnsito CONTRAN e pelos rgos competentes dos Ministrios daAeronutica e do Trabalho.

    Art. 23 Para os casos no previstos nesta lei, os critrios e padres depoluio sonora sero propostos pelo rgo ambiental municipal e aprovados peloCOMMADS (Conselho Municipal de Meio Ambiente e DesenvolvimentoSustentvel).

    Art. 24 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicao, revogadas asdisposies em contrrio.

    GABINETE DO PREFEITO, 08 de outubro de 2009

    Riverton Mussi Ramos

    Prefeito

    6