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Virgilio Lopes da Silva - ( 1916 2000 ) Luiz Eduardo Lopes da Silva João Lopes Guimarães Vasco João Savordelli Luiz Marcelo Baú Plínio Ribeiro Volponi José Luiz da Silva Leme Taliberti Ana Lúcia Vidigal Lopes da Silva Patrícia dos Santos Camocardi Regina Elaine Biselli Polyana Horta Pereira Ana Paula dos Reis Pirajá Luiz Eduardo Vidigal Lopes da Silva Lúcia Lopes Guimarães Marilene Vinci Marly Neide Vinci Eurípedes Clóvis de Paula Simone Monteiro de Carvalho Carla Amaral Andrade Junqueira Ana Cecília Vidigal Lopes da Silva Lencioni Maurício Anibal Canero Abner Lemos de Moraes --------------------------------------- Luiz Pigatti Júnior – Tributário Prof. Newton Silveira – Prop. Intelectual Paulo Afonso de S. Amaral – Societário Luiz Guilherme V. Lemos da Silva - Trabalhista --------------------------------------- Roberto Chikusa Camila Marques Pereira Maurício Monteiro Pacheco e Silva Renato Spolidoro Rolim Rosa Carolina Ribeiro Ferreira COFINS não cumulativo e outras disposições tributárias Lei 10.833, 29 de dezembro de 2003 oriunda da MP n.º 135, de 30.10.2003

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Virgilio Lopes da Silva - ( 1916 – 2000 ) Luiz Eduardo Lopes da Silva João Lopes Guimarães Vasco João Savordelli Luiz Marcelo Baú Plínio Ribeiro Volponi José Luiz da Silva Leme Taliberti Ana Lúcia Vidigal Lopes da Silva Patrícia dos Santos Camocardi Regina Elaine Biselli Polyana Horta Pereira Ana Paula dos Reis Pirajá Luiz Eduardo Vidigal Lopes da Silva Lúcia Lopes Guimarães Marilene Vinci Marly Neide Vinci Eurípedes Clóvis de Paula Simone Monteiro de Carvalho Carla Amaral Andrade Junqueira Ana Cecília Vidigal Lopes da Silva Lencioni Maurício Anibal Canero Abner Lemos de Moraes --------------------------------------- Luiz Pigatti Júnior – Tributário Prof. Newton Silveira – Prop. Intelectual Paulo Afonso de S. Amaral – Societário Luiz Guilherme V. Lemos da Silva - Trabalhista --------------------------------------- Roberto Chikusa Camila Marques Pereira Maurício Monteiro Pacheco e Silva Renato Spolidoro Rolim Rosa Carolina Ribeiro Ferreira

COFINS não cumulativo

e outras disposições tributárias

Lei 10.833, 29 de dezembro de 2003

oriunda da MP n.º 135, de 30.10.2003

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COFINS não cumulativo – e outras disposições tributárias Lei 10.833, de 29.12.2003, oriunda da MP n.º 135, de 30.10.2003

PRINCIPAIS ANOTAÇÕES AO SEGMENTO AUTOMOTIVO As regras estabelecidas para a COFINS não cumulativa produzirão efeitos sobre fatos geradores a ocorrerem a partir de 01 de fevereiro de 2004 (“faturamentos” a partir de fevereiro de 2004). A – COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

(em vigor para fatos geradores a partir de 01.02.2004)

Regras idênticas às estabelecidas para o PIS/PASEP

A nova sistemática introduzida pela Lei 10833, de 30.12.2003, contém todos os princípios e imposições idênticos aos exigidos para a contribuição ao PIS, pela Lei 10.637/02, em outras palavras,

PROCEDIMENTOS = AOS DO PIS

portanto, o concessionário deverá adotar para a COFINS, sobre o faturamento a partir de 01.02.2004, todos os procedimentos que efetua para cumprir as obrigações à contribuição ao PIS, inclusive em relação ao crédito sobre os estoques no final do dia 31.01.2004. Algumas inovações, todavia, trouxe a nova lei, com validade inclusive para a contribuição não cumulativa ao PIS. Entre elas:

a. não integram a base de cálculo as receitas não operacionais decorrentes da venda de bens do ativo permanente, ao invés de ativo imobilizado. Agora mais abrangente, pois compreende os ativos: investimentos, imobilizado e diferido (art. 1º, §3º, inciso II);

b. obrigação de reter, nos pagamentos efetuados a outras pessoas jurídicas por prestação de serviços, além do imposto de renda na fonte - IRF, as contribuições CSLL, PIS e COFIN (arts. 30 a 36);

c. incidência específica e detalhada para a atividade imobiliária (arts. 4º e 16)

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A.I – GENERALIDADES - Não cumulatividade e aumento do encargo;

De início alerta-se que as receitas oriundas de operações com veículos automotor e certas partes e peças não estão sujeitas à nova lei, mas ao regime monofásico da Lei 10.485/02. Assim também as operações com motocicletas e certos implementos agrícolas, sujeitos ao regime de substituição tributária das MP´s 1991-15 e 2.158-35.

A.I.1. Não cumulatividade e aumento do encargo. A.I.1.1. – Não cumulatividade

A não cumulatividade para a COFINS é, de longa data, uma reivindicação da sociedade empresarial e dos doutrinadores da matéria. A Lei 10.833/03 veio atender parcialmente essa reivindicação. Traz, todavia, algumas insatisfações.

A.I.1.1.1. - Adoção parcial do princípio da não cumulatividade.

A exemplo do ocorrido com a modificação da contribuição ao PIS, a Lei 10833/03 adotou parcialmente o princípio da não cumulatividade, não contemplando, entre outros segmentos, as empresas que apuram o Imposto de Renda pelo regime de Lucro Presumido.

Em princípio é uma distinção que se considera injusta, pois a conquista deveria alcançar a sociedade como um todo. Ocorre que, em face da alíquota estabelecida para o novo sistema (7,6%) parte, ou grande parte, dessas empresas acaba por não ser mais onerada ao continuar recolhendo pela alíquota de 3% sobre o faturamento, observando a legislação anterior. Explica-se. Grande parte dessas empresas que apuram o Imposto de Renda com base no lucro presumido não adquirem bens (mercadorias etc.) ou serviços ou os adquirem em pequena quantidade. Dessa maneira, tais empresas teriam para abater do débito um crédito pequeno ou nenhum crédito, o que resultaria um cálculo de 7.6% sobre um montante elevadíssimo, aumento da carga tributária seria de 154%, como se verá abaixo.

Assim, cada caso deve ser analisado individualmente para apurar se a empresa nessa situação está sendo onerado ou não.

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A.I.1.2. - Aumento do encargo.

Ao estabelecer uma alíquota com percentual muito elevado, contraria as expectativas da sociedade e as afirmativas do governo de que as mudanças na legislação não elevaria a carga tributária.

7.6% é a alíquota da COFINS para o novo sistema. De 3% pelo sistema cumulativo da arrecadação “em cascata”, para 7.6% sobre o valor acrescido (com recuperação da COFINS das operações anteriores, princípio da não cumulatividade), o aumento numérico corresponde a 154% (de 3% para 7.6%), de maneira idêntica ao que se fez com a contribuição ao PIS (de 0,65% para 1,65%) na mudança da legislação com a MP 66/02.

Comunica a jornalista KATIUSCIA SOTOMAYOR - - edição nº 12 do informativo da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil – Notícias CACB - - que a contribuição ao PIS no ano de 2002 foi de R$ 12,8 bilhões. Para 2003 (isso em outubro/2003) é estimada em R$ 18,5, um aumento de R$ 5,7 bilhões, o que corresponde a um aumento de ordem de 44,53%. Considerando-se que o crescimento do PIB brasileiro foi quase zero e a inflação com percentual reduzido, a maior parte desse percentual é, sem dúvida alguma, aumento da carga tributária da contribuição ao PIS. Consequentemente, o mesmo acréscimo da carga tributária pode ser afirmado para a COFINS. Elevada demais, não?

Partidos de oposição ao governo (PSDB e PFL) ingressaram com medidas judiciais – - ação direta de inconstitucionalidade (ADIN) - - contra essa legislação. Entendemos que tais ações dificilmente alcançarão sucesso. Somente medidas políticas de grande peso movidas pela sociedade provocarão resultado positivo. Assim, está em vigor a nova legislação, com todas as suas exigências.

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A.I.1.3. – ALÍQUOTA = 7,6%

A alíquota estabelecida para o novo sistema da COFINS é de 7,6% (art. 2º) para aplicação da base de cálculo como estabelecida. Essa alíquota é também utilizada para fins de apuração de créditos sobre aquisições de bens, mercadorias etc.(art. 3º), exceto para o crédito presumido calculado sobre parte do estoque em 31.01.2004, que será de 3%, para utilização em 12 meses (art. 12).

A.I.1.4. – DO PRAZO PARA RECOLHIMENTO, último dia útil da 1ª quinzena subsequente ao do mês do “faturamento”

O recolhimento da contribuição deverá ser efetuado até o último dia útil da primeira quinzena do mês subsequente à da ocorrência do fato gerador, isto é,

deve ser efetuado até o dia 15, ou antes, nunca depois do dia 15, do mês seguinte ao do “faturamento”.

(art. 11)

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A.I.2. - Regras idênticas às estabelecidas à contribuição PIS/PASEP. A.I.2.1 – Comentário geral

Como dito no início, a Lei 10833/03 adotou para a COFINS (artigos 1º a 16 e outros) os mesmos princípios e as mesmas regras já estabelecidas para a contribuição ao PIS. Tais artigos têm praticamente a mesma redação dos dispositivos da Lei 10.637/02, resultante da MP 66/02. Com isso, as mesmas obrigações principal e acessórias exigidas para a contribuição ao PIS foram estabelecidas para a COFINS. Assim, uma das regras basilares é que o novo sistema não se aplica aos contribuintes do imposto de renda que o apuram sobre uma base de cálculo de LUCRO PRESUMIDO.

A.I.2.2. – Comentário para o segmento automotivo

No que diz respeito ao segmento automotivo, os mesmos procedimentos e demais exigências estabelecidas para a contribuição ao PIS foram previstas para a COFINS. Em outras palavras, o que se fez e o que se faz para o PIS deve ser feito para a COFINS, como a seguir se informa.

Conclusão: No segmento Automotivo estarão sujeitas à Tributação da COFINS na nova modalidade, COFINS não cumulativa conforme a Lei 10833/2003, as mesmas receitas que hoje estão sofrendo a incidência da contribuição ao PIS não cumulativo de que trata a Lei 10637/2002 (MP 66/02), podendo o contribuinte efetuar os créditos conforme admitido (repita-se, igual ao PIS)

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A.II – VEÍCULOS, PARTE E PEÇAS e MÁQUINAS e IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS NO SISTEMA MONOFÁSICO PARA PIS/COFINS

Sem alteração.

Os veículos, partes e peças e máquinas e implementos agrícolas sujeitos ao regime de tributação pelo SISTEMA MONOFÁSICO imposto pela Lei nº 10.485/02, cujas classificações fiscais para o IPI são constantes da Lei e seus anexos I e II, não se sujeitam às novas medidas. Continuam sendo tributados somente nas Montadoras ou Importadoras ou pelos seus fabricantes, conforme o caso: regra geral, os veículos pelas alíquotas de 1,47% ao PIS e 6,79% à COFINS e as peças pela alíquota 0 (zero).

No caso, esses produtos estão menos onerados do que a previsão da Lei 10.833/03 para os demais produtos. Observa-se que o encargo, tanto para a contribuição ao PIS (1,47% ao invés de 1,65%) como para a COFINS (6,79% em comparação aos 7,6% previstos para 02/2004) é menor e ainda incidente sobre uma base de cálculo bem inferior. É que os tributos são encargos somente das montadoras ou importadoras e o cálculo, via de regra, é sobre o preço revendedor, sem IPI, cobrado na operação. Para os “caminhões” há ainda redução dessa base de cálculo. Para a Lei 10.833/03, regra geral para os demais produtos o encargo é calculado sobre a operação final para o consumidor, o que significa valor mais elevado.

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A.III – COMISSÕES SOBRE VENDAS DIRETAS DE VEÍCULOS

Sem modificação.

Da mesma maneira que os veículos , partes e peças e outros produtos sujeitos à legislação pelo regime MONOFÁSICO da PIS/COFINS, as comissões pelas vendas diretas de veículos tem regras específicas pela Lei 10.485/02 - - PIS / COFINS MONOFÁSICO - -, como segue.

Pelas Montadoras e Importadoras (exclusão)

As montadoras podem excluir da Base de cálculo da venda direta de veículo a comissão que tiverem que pagar aos concessionários, bem como o ICMS calculado sobre o mesmo valor da comissão. Tais exclusões estão limitados a 9% do valor total da operação (art. 2º e §§ da Lei 10.485/2002).

Pelas Concessionárias (tributação pela alíquota 0 [zero])

Os valores recebidos pelas concessionárias a título de comissão pela intermediação nas vendas diretas são tributadas pela alíquota 0 (zero). Isso significa dizer que as concessionárias não têm encargo de PIS e COFINS sobre os valores assim recebidos, desde que no limite de 9% do valor da operação (Art. 2º, §2º, inciso II da Lei 10.485/2002).

Exceção: Comissões sobre Caminhões, ônibus, tratores e certos implementos agrícolas

A legislação das contribuições PIS/COFINS sistema monofásico, admite redução da base de cálculo para alguns produtos, conforme incisos I e II do § 2º do artigo 1º da Lei 10485,

I - em 30,2% (trinta inteiros e dois décimos por cento), no caso da venda de caminhões chassi com carga útil igual ou superior a 1.800 kg e caminhão monobloco com carga útil igual ou superior a 1.500 kg, classificados na posição 87.04 da TIPI, observadas as especificações estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal;

II - em 48,1% (quarenta e oito inteiros e um décimo por cento), no caso de venda de produtos classificados nos seguintes códigos da TIPI: 84.29, 8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 8702.10.00 Ex 02, 8702.90.90 Ex 02, 8704.10.00, 87.05 e 8706.00.10 Ex 01 (somente os destinados aos produtos classificados nos Ex 02 dos códigos 8702.10.00 e 8702.90.90).

restringindo a exclusão dos valores das comissões sobre os mesmos (art.2º, §1º). As montadoras, partícipes da elaboração da legislação, instruíram seus concessionários a respeito. (embora redação confusa)

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A.IV – MOTOCICLETAS e MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS NO SISTEMA DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA AO PIS/COFINS

Sem modificação.

Os produtos classificados nas posições 8711 (motocicletas), 8432.10, 8432.2, 8432.30, 8433.1, 8433.60 e 8433.90.10, (máquinas e equipam. agrícolas) continuam obrigados às regras para as contribuições ao PIS e COFINS estabelecidas pela Medida Provisória 2.158-35, regime de Substituição Tributária.

A base de cálculo para as contribuições PIS e COFINS desses produtos é o valor de total cobrado das Concessionárias pelas Montadoras/Importadoras, menos tributos cobrados na Nota Fiscal pelo Regime de Substituição Tributária - - o ICMS e as Próprias Contribuições .

As alíquotas dessas contribuições são de 0,65% ao PIS e 3,00% COFINS. Aqui também o ônus dessas contribuições é bem menor do que o estabelecido para os produtos em geral para o PIS e o previsto para a COFINS..

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A.V – VEÍCULOS USADOS.

Sem alteração. O esforço que a FENABRAVE fez por ocasião da mudança da legislação à contribuição ao PIS pela MP 66/02, a fim de que as operações com os veículos usados não fossem por ela alcançados, que continuassem sendo tributados pela legislação anterior, aplica-se agora em relação à Lei nº 10.833/03. Os veículos usados continuam sujeitos ao regime de tributação instituído pelo art. 5º da Lei nº 9.716, de 26.11.98, qual seja, tendo como base de cálculo a diferença entre o valor de venda e o de custo de aquisição (diferença entre valor de venda e o de compra), tributados pelas alíquotas de 0,65% para o PIS e 3,00% para a COFINS (artigo 10, inciso VII, letra “c”)

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A.VI – DEMAIS OPERAÇÕES observarão a modificação pela Lei 10833

As demais operações dos concessionários deverão observar a modificação que trouxe a Lei 10833/2003, que seguirão os princípios e regras estabelecidas para a contribuição ao PIS. Entre as operações sujeitas ao novo sistema da COFINS e ao PIS, estão as partes e peças não contempladas pela Lei 10.485/02 – - PIS/COFINS monofásico – -, as receitas de vendas de serviços nas oficinas, outras receitas financeiras, comissões de vendas de cota de consórcio etc, exatamente como se faz para ao contribuição ao PIS não cumulativo.

A.VII – LEVANTAMENTO DE ESTOQUE EM 31.01.2004, das partes e peças não incluídas nos anexos I e II da Lei 10.485/02 (regime monofásico), para fins de crédito presumido da COFINS (art. 12).

O regime da Lei 10.833/03 que regulamenta a COFINS faz incidir a alíquota sobre as receitas como lá definidas admitindo, pelo sistema da não cumulatividade, créditos sobre aquisições de mercadorias que geram as mesmas receitas etc. (art. 3º). Para iniciar o sistema, é admitido um crédito, chamado crédito presumido, calculado pela alíquota de 3% sobre o estoque dessas mercadorias existentes no final do dia 31.01.2004 (art. 12). No segmento automotivo, o estoque a ser levantado compreende todas as mercadorias que não estejam contempladas pelo regime monofásico da Lei 10450/02, bem como no sistema de contribuições pelo regime de SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA a que se refere a MP 2158-35 (motocicletas e certos implementos agrícolas). Para abreviar a explicação, o levantamento do estoque e o cálculo do crédito deve seguir o mesmo critério que foi adotado para levantamento do estoque existente em 30.11.2002, para início do sistema ao PIS em 01.12.2002. O crédito será apurado aplicando-se, sobre o estoque levantado, a alíquota de 3% (art. 12, §1º). O aproveitamento desse crédito se dará em 12 parcelas mensais (art. 12, §2º).

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B. – DEMAIS DISPOSIÇÕES TRIBUTÁRIAS.

Além das modificações da COFINS (cerca de 17 artigos), a Lei 10.833/03 contém, em seus 94 artigos, outras disposições em relação aos tributos federais em geral - - I.Renda, IPI, I.Importação, CSLL, PIS, e a própria COFINS - - sendo que algumas dessas disposições aplicam-se aos concessionários e trazem importantes obrigações. Muitas dessas disposições já estão produzindo efeitos, anteriores e posteriores a 01.01.2004, enquanto que as para a COFINS a partir de 01.02.2004.

B.I. – Disposições com influência nas atividades das concessionárias. B.I.1. – obrigação de reter na fonte as contribuições: CSLL, COFINS,

PIS/PASEP, sobre pagamentos efetuados a outras pessoas jurídicas pela prestação de vários serviços(além do IRFonte):

(obrigação sobre pagamentos a partir de 01.02.2004)

Independentemente da obrigação que tiverem em relação ao IRRF, ficam as pessoas jurídicas obrigadas a reter na fonte as contribuições CSLL, COFINS e PIS/COFINS sobre pagamentos que fizerem pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mão de obra, assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, adminsitração de contas a pagar e a receber, bem como pela remuneração de serviços profissionais(arts. 29/36; Instrução Normativa nº 381, 30.12.03) Essa obrigação é para toda e qualquer pessoa jurídica, mesmo as associações, federações, confederações, cooperativas, fundações, condomínios. Estão dispensadas da obrigação dessa retenção as pessoas optantes pelo SIMPLES.

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B.I.1.1. – identificação dos serviços sujeitos à retenção. A obrigação da retenção está contida nos artigos 30 a 36 da Lei 10.833/2003 e detalhada ainda mais pela Instrução Normativa nº 381, de 30.12.2003, que define o que sejam serviços profissionais. Tem-se, então, que estão sujeitos à retenção das contribuições PIS, COFINS e CSLL os pagamentos pela prestação de serviços de (arts. 30 da Lei 10833/2003 e art. 1º caput e seu §4º da IN. 381/03) a) arts. 30 da Lei 10833/2003 e art. 1º caput:

limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mão-de-obra, pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber,

b) pela remuneração de serviços profissionais, definidos como os mencionados no art. 647 do Regulamento do Imposto de Renda (§4º do art. 1º da IN. 381/2003):

1. administração de bens ou negócios em geral (exceto consórcios ou fundos mútuos para aquisição de bens); 2. advocacia; 3. análise clínica laboratorial; 4. análises técnicas; 5. arquitetura; 6. assessoria e consultoria técnica (exceto o serviço de assistência técnica prestado a terceiros e concernente a ramo de indústria ou comércio explorado pelo prestador do serviço); 7. assistência social; 8. auditoria; 9. avaliação e perícia; 10. biologia e biomedicina; 11. cálculo em geral;12. consultoria; 13. contabilidade; 14. desenho técnico; 15. economia; 16. elaboração de projetos; 17. engenharia (exceto construção de estradas, pontes, prédios e obras assemelhadas); 18. ensino e treinamento; 19. estatística; 20. fisioterapia; 21. fonoaudiologia; 22. geologia; 23. leilão; 24. medicina (exceto a prestada por ambulatório, banco de sangue, casa de saúde, casa de recuperação ou repouso sob orientação médica, hospital e pronto-socorro); 25. nutricionismo e dietética; 26. odontologia; 27. organização de feiras de amostras, congressos, seminários, simpósios e congêneres; 28. pesquisa em geral; 29. planejamento; 30. programação; 31. prótese; 32. psicologia e psicanálise; 33. química; 34. radiologia e radioterapia; 35. relações públicas; 36. serviço de despachante; 37. terapêutica ocupacional; 38. tradução ou interpretação comercial; 39. urbanismo; 40. veterinária.

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B.I.1.2. – Pessoas jurídicas não sujeitas à retenção, inclusive as amparadas por medida judicial

B.I.1.2.1. – Pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES

As pessoas optantes pelo SIMPLES não estão sujeitas à retenção dessas contribuições. As pessoas optantes pelo SIMPLES terão que apresentar ao tomador dos serviços uma declaração, em duas vias, conforme 0anexo I da IN 381/03, ficando uma com o tomador (responsável pelo pagamento) e outra devolvida como recibo (IN 381/02, art. 10)

B.I.1.2.2. – Pessoas jurídicas amparadas por medida judicial

No caso, a pessoa jurídica poderá estar amparada para que não sejam retidas todas as contribuições ou apenas uma ou duas delas. Assim, quando apresentar a “fatura” para cobrança, a pessoa jurídica deverá comprovar que está amparada por medida judicial (medida liminar ou sentença transitada em julgado) para que não seja retido valor de qual ou quais contribuições. (IN 381, art. 8º)

Nessa situação o responsável pelo pagamento deverá reter e ao recolher deverá identificar códigos específicos:

I - 5897, para CSLL II - 5960, para COFINS III - 5979, para PIS/PASEP

B.I.1.2.3. – Outras pessoas não sujeitas à retenção: (Art. 32 e IN. 381/03, art. 3º)

Também não estão sujeitos à retenção os pagamentos efetuados a:

a) Itaipu Binacional; b) Empresas estrangeiras de transporte de cargas ou passageiros;

B.I.1.3. – Alíquotas total e individuais para cada contribuição

A retenção será no montante de 4,65% - 1% de CLSS, 3% de COFINS e 0,65% de PIS/PASEP. (L. 10833/03, art. 31; IN 381/03, art. 2º)

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B.I.1.4. – Recolhimento: prazo e forma;

O recolhimento dessas contribuições deverá ser efetuado até o 3º dia útil da semana subsequente àquela em que tiverem sido retidas. (Art. 35 e IN 381/03, art. 4º) A exemplo do que se faz com recolhimentos de outros tributos federais, se o montante do valor retido for inferior a R$ 10,00 será recolhido quando, somado com outras retenções, superar esse valor. Exceção somente quando for “DARF eletrônico”, recolhido com qualquer valor (IN 381/03. Parágrafo único do art. 4º) Os valores retidos serão considerados antecipação do que for devido pela pessoa jurídica que auferir os pagamentos.

B.I.1.5. – Obrigação de informar ao beneficiário do rendimento e a SRF;

A exemplo do que se faz anualmente com as retenção de IRFonte, a pessoa jurídica que reter os valores para essas contribuições deverá apresentar aos beneficiários dos pagamentos, anualmente até o dia 28 de fevereiro, comprovante anual de rentenção, conforme modelo anexo II à IN. 381/03 (IN. 381/03, art. 11) Da mesma forma, a DIRF que se deve apresentar anualmente à Secretaria da Receita Federal, com os valores do IR retido, deverá conter também as retenções dessas contribuições (IN. 381/03, art.11, § 2º)

B.I.2. – obrigação de informar recolhimento do IRRF s/rendimentos

pagos em cumprimento a decisões da Justiça do Trabalho. (obrigação a partir de 30.12.2003)

O recolhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte sobre os pagamentos efetuados em cumprimento às decisões da Justiça do Trabalho devem ser comprovados junto aos autos do processo no prazo de 15 dias da retenção. Observe-se que o prazo é de 15 dias da retenção e não do recolhimento. Evidentemente o recolhimento ocorre antes dos 15 dias. (art. 28)

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B.I.3. – obrigação de reter 1,5% de IRRF sobre pagamentos a outras

pessoas jurídicas pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber.

(obrigação a partir de 01.02.2004)

As pessoas jurídicas estão obrigadas a reter na fonte imposto de renda de 1,5% sobre pagamentos que efetuarem a outras pessoas jurídicas pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber. (art. 29). (Devem reter também as contribuições CSLL, PIS e COFINS, vide B.I.1.)

B.I.4. – obrigação de apresentar o DACON – novo demonstrativo. B.I.4.1. – obrigações

As pessoas jurídicas sujeitas ao PIS e à COFINS não cumulativo (Leis 10637/02 e 10.833/03) estão obrigadas a apresentar o novo DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – DACON, instituído pela Instrução Normativa nº 387, de 20.01.2004. Determina ainda essa IN que os contribuintes devem manter controles de todas as operações, apurações dos valores das contribuições, seus créditos, inclusive o referente ao aproveitamento em 12 parcelas, decorrente do crédito presumido calculado sobre o estoque em 31.01.2004 e outras mais. O detalhamento dessa obrigação está no art. 3º da referida IN 387/04.

B.I.4.2. – obtenção do DACON O DACON pode ser obtido na Internet pelo endereço <www.receita.fazenda.gov.br>

B.I.4.3. – prazos para apresentação: B.I.4.3.1. – prazos para apresentação das informações de 2003:

O DACOM relativo às informações do ano calendário de 2003 deverá ser apresentado até o último dia útil do mês de março de 2004.

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B.I.4.3.2. – prazos p/ apresentação das informações de 2004 em diante:

O prazo para apresentação do DACON é até o último dia útil do mês subsequente ao trimestre: de janeiro a março, em abril; de abril a junho, em julho; de julho a setembro, em outubro; de outubro a dezembro, em janeiro.

B.I.5. – Multas e consideração de Crime de sonegação fiscal para quem omitir ou informar incorretamente:

O art. 5º da IN 387 determina aplicação de multa de R$ 5.000,00 por mês calendário na falta de entrega da DACON, bem como a 5% do valor das transações comerciais etc. pelas informações omitidas, inexatas ou incompletas. Alem disso, considera que omissão de informações ou prestação de informações falsas no DACON configura crime contra a ordem tributária - Crime de sonegação fiscal.

LOPES DA SILVA E GUIMARÃES – Advogados Associados Vasco João Savordelli Departamento Tributário \\SERVER\LSGAA\Tributario\001-TRIBUTOS\Pis-cofins\ESTUDOS INTERNOS\ Lei 10833-03 da MP 135-03\LEI 10833 de 30-12-2003, orientação.doc