legislação pm para feitos investigatórios

LEGISLAÇÃO PARA FEITOS INVESTIGATÓRIOS

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS

22/04/2023TEN PM JUSCEVAL - LEGISLAÇÃO PARA FEITOS INVESTIGATÓRIOS - AULA 01 2

AULA 01

Instrutor; Matéria; Carga horária: 45 horas/aula; Avaliações;

LEGISLAÇÃO PM PARA FEITOS INVESTIGATÓRIOS

1. EMENTA

A presente disciplina compreende as noções fundamentais

da legislação policial militar, mais especificamente aquelas

relacionadas à execução dos procedimentos de apuração

disciplinar no âmbito da PMBA. Esses procedimentos

apuratórios disciplinares militares terão seus estudos

voltados, principalmente, à aplicação prática desses

conhecimentos pelo Sargento PM em sua atuação

profissional, seja como encarregado, nos casos em tenha

essa atribuição funcional, seja como secretário ou escrivão

nos demais casos.


Legislação PM para Feitos Investigatórios

Objetivo Geral

Proporcionar ao aluno um processo de aprendizagem que possibilite a aquisição dos conhecimentos técnicos e jurídicos indispensáveis ao exercício das atividades de apuração disciplinar militar no âmbito da PMBA.


Objetivos Específicos 1

Apresentar os conhecimentos fundamentais do Direito Administrativo Disciplinar Militar, enfatizando-se a legislação policial militar aplicável especificamente no âmbito da Polícia Militar da Bahia.



Fornecer aos Sargentos PM, assim como aos futuros Subtenentes PM, os conhecimentos indispensáveis para realizar apurações disciplinares militares, tanto na condição de encarregado como na condição de secretário ou escrivão, conforme o caso.



Expor as noções fundamentais do Direito

Processual Penal Militar, especificamente

aqueles conhecimentos acerca da lavratura

do auto de prisão em flagrante delito por

cometimento de crime militar e do

inquérito Policial Militar (IPM), destacando-

se as atribuições do escrivão em ambas as

hipóteses.



CONTEÚDO PROGRÁMÁTICO

Apresentação do instrutor e da disciplina (1h/A);

Noções de Direito Administrativo Disciplinar Militar (1h/A);

Penalidades no Direito Administrativo Militar (3h/A).



Sindicância (7h/A);

Processo Administrativo Disciplinar Militar (8h/A);

Processo Disciplinar Sumário (10h/A);

Inquérito Técnico (3h/A);

Prisão em flagrante delito no Código de Processo Penal Militar (4h/A);

Inquérito Policial Militar (5h/A);

Avaliação (3h/A).



METODOLOGIA

- As aulas ministradas serão principalmente expositivas, levando-se em consideração a devida correlação entre o conteúdo da disciplina e sua aplicação prática no desempenho das atividades de apuração disciplinar militar.



Direito Administrativo:

“ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública”. (DI PIETRO, 2002, P. 52).

“conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”. (MEIRELLES, 2009, p. 40).

“é um ramo autônomo do direito público interno que se concentra no estudo da Administração Pública e da atividade de seus integrantes. Tal disciplina tem por objeto os órgãos, entidades, agentes e atividades públicos, e a sua meta é a sistematização dos fins desejados pelo Estado, ou seja, o interesse público. Interesse público regrado pelos princípios da legalidade e liberdade”. (Wikipédia, a enciclopédia livre, 26/05/13).



• Direito Administrativo Disciplinar:

“O Direito Administrativo Disciplinar pode ser conceituado como o ramo do direito que se ocupa das normas de conduta e que prescrevem sanções para os integrantes da administração ou órgão público. Objetiva tutelar o bom funcionamento da administração ou o proficiente desempenho de seus servidores [...]”. (CEITA FILHO, MACEDO JUNIOR, 2009, p. 38).



“Direito Administrativo Disciplinar é a subdivisão do Direito

Administrativo dedicada a apurar os ilícitos disciplinares.

Tem como finalidade buscar a verdade material de certo

acontecimento na Administração Pública e,

consequentemente, ordenar e disciplinar os seus

servidores. Trata dos deveres e das proibições funcionais

dos servidores públicos e regula o processo para apuração

das notícias de irregularidades funcionais e consequente

penalização dos agentes pelas faltas disciplinares

cometidas”. (Wikipédia, a enciclopédia livre, 26/05/13).



O Direito Administrativo Disciplinar Militar (ou Direito Disciplinar Militar):

“conjunto de regras que estudam os princípios, os atos de transgressão, os procedimentos e as sanções inerentes à disciplina e à coesão das Forças Militarizadas. Contempla o estudo pormenorizado da transgressão disciplinar, sua natureza jurídica, seus reflexos e os mecanismos indispensáveis à sua aplicabilidade”. (DUARTE, apostila p. 4).


“é o ramo do direito que se dedica ao estudo das relações que ocorrem entre a administração pública militar, estadual ou federal, e os seus integrantes. A prática de uma transgressão disciplinar faz surgir para a administração militar o que se denomina de jus puniendi (isto é, direito de punir) que somente poderá ser exercido por meio de um processo administrativo, que passou a ser denominado pela doutrina de processo administrativo disciplinar militar”. (Wikipédia, a enciclopédia livre, 26/05/13).


http://pt.wikipedia.org/wiki/Jus_puniendi

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jus_puniendi


DIFERENÇAS ENTRE O COMUM E O MILITAR!!!

CANA!!!!


PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA APLICADOS AO DIREITO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Devido Processo Legal - Previsto pelo art. 5º, LIV, da CF, o qual garante ao indivíduo o direito de ser processado segundo as normas jurídicas vigentes antes do fato que ensejou o processo.



Ampla Defesa - Previsto pelo art. 5º, LV da CF. É um corolário do princípio do devido processo legal, se consubstancia no direito de: - ser notificado da existência do processo;- ter acesso aos autos;- participar da formação de provas e vê-las apreciadas;- ter a faculdade de se manifestar por último;- ter defesa escrita analisada antes da decisão;- ser alvo de julgamento fundamentado e motivado e dele ter ciência;- presunção de inocência, com o ônus de provar a responsabilização a cargo da administração;- direito à defesa técnica (S.V. 005).



Contraditório – Previsto pelo art. 5º, LV da CF. Significa para o acusado ter ciência das provas juntadas aos autos e poder contestá-las de imediato. O contraditório garante ao acusado não só de contra-arrazoar as provas elaboradas pela comissão, como também de produzir suas própria provas e de ter suas alegações imparcialmente apreciadas e valoradas pela administração.


Princípios do art. 37, da CF:

Legalidade – todos os atos processuais devem ser produzidos da forma prevista em lei;

Impessoalidade - a condução do procedimento deve ser feita pela administração com imparcialidade e objetividade, culminando em decisão imune de subjetivismo ou particularismo.

Moralidade – impõe ao agente público os deveres de servir a administração e também aos administrados com honestidade, respeito, boa-fé e imparcialidade


Princípios do art. 37, da CF:

Publicidade – O Processo Disciplinar é público não no sentido de ser franqueado a terceiros, mas sim no sentido de não se poder vedar conhecimento a quem seja efetivamente interessado “publicidade restrita”.

Eficiência – A administração deve chegar a uma conclusão em tempo razoável, com celeridade e economia processual.


Outros Princípios: Formalismo moderado - Os atos do

processo administrativo disciplinar não dependem de forma determinada como condição de validade, a menos que a lei exija. O processo administrativo é um instrumento e não um fim em si mesmo.

Oficialidade – a administração tem o dever de conduzir, ordenar e impulsionar de ofício o processo em busca da verdade material, não se limitando à verdade formal e tampouco a apenas o que lhe provoca a parte interessada.


Outros Princípios:

Verdade Material – a administração não se limita as prova formalizadas nos autos, ela pode buscar de ofício ou recepcionar da parte.

Duração razoável do processo – deve ser garantido aos administrados ou servidores, nos processos onde atuam como sujeitos, a decisão dentro dos prazos fixados em lei, e na sua ausência, em prazo razoável.


PENALIDADES NO DIREITO ADMINISTRATIVO MILITAR

Atualmente, as sanções disciplinares previstas no âmbito da PMBA, conforme disposto nos incisos do art. 52 da Lei n.º 7.990, de 27 de dezembro de 2001, EPMBA, são:- advertência- detenção- demissão - cassação de proventos de inatividade (incluído pela Lei 11.356 de 06 de janeiro de 2009).


Art. 23 Na aplicação das penalidades, serão

consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os antecedentes funcionais, os danos que dela provierem para o serviço público e as circunstâncias agravantes e atenuantes;

Decreto Estadual n° 29.535, de 11 de março de 1983, que instituiu o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar da Bahia (RDPM).


ADVERTÊNCIA

Art. 54 - A advertência será aplicada, por escrito, nos casos de violação de proibição e de inobservância de dever funcional previstos em Lei, regulamento ou norma interna, que não justifiquem imposição de penalidade mais grave.


DETENCÃO

A detenção será aplicada em caso de reincidência em faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a demissão, não podendo exceder de trinta dias, devendo ser cumprida em área livre do quartel.


Competência para aplicar detenção (RDPM)


DEMISSÃO E CASSAÇÃO DE PROVENTOS ART. 57.


Cancelamento dos registros das penalidades (art. 56)

A penalidade de advertência e a de detenção terão seus registros cancelados, após o decurso de dois anos, quanto à primeira, e quatro anos, quanto a segunda, de efetivo exercício, se o policial militar não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.


Prescrição da pretensão punitiva

Prescreverá (art. 50, § 5º, b): Em cinco anos, quanto às infrações puníveis com

demissão; Em três anos, quanto às infrações puníveis com

sanções e detenção; Em cento e oitenta dias, quanto às demais infrações. O prazo de prescrição começa a correr da data em

que o fato se tornou conhecido; Sendo a falta tipificada penalmente, prescreverá

juntamente com o crime; A abertura de sindicância ou a instauração de

processo disciplinar interrompe a prescrição até a decisão final por autoridade competente.


elisão (art. 50, § 3º, a)

3 - Pedido de reconsideração de ato e recurso (art. 91, 94 a 100 do EPM)


SINDICÂNCIA (art. 58 e 60)

1 – Tipos:

a) Investigatória

b) Acusatória

2 – Finalidade

Apurar irregularidades ocorridas no serviço público, possibilitando a identificação de autoria e materialidade da transgressão cometida (EPM, art. 60, caput).

3 – Resultados possíveis:

a) arquivamento

b) Instauração de PDS ou PAD

c) Instauração de IPM

d) Encaminhamento ao MP

4 – Prazo para conclusão:

Não excederá 30 dias, podendo ser prorrogado por metade deste período


SINDICÂNCIA

Os principais documentos que compõem a sindicância são: autuação, portaria e documentos de origem, intimações e notificações, termo de perguntas ao sindicado (quando couber), termos de declarações e de informações, termos de inquirição de testemunhas, provas documentais e periciais, cópia do registro individual de elogios e sanções disciplinares do sindicado (se houver) e, finalmente, o relatório final. A autuação comporá a primeira folha da sindicância, consistindo em sua capa. Além disso, podem ser anexados quaisquer documentos ilustrativos, tais como recortes de jornais, croquis ou fotografias.

Por fim, após a devida conclusão da sindicância, com a elaboração do mencionado relatório final, deverá ser confeccionado o ofício (ou memorando, conforme o caso) de remessa à autoridade delegante, juntamente com o qual seguirão os autos do procedimento, para deliberação dessa autoridade. Ainda, segundo a regra constante no art. 72 do EPM, os autos da sindicância, quando realizada, deverão integrar o processo disciplinar, PDS ou PAD, como peça informativa.


DICAS PARA UMA OITIVA COM SUCESSO

Traçar o Objetivo – o objeto da prova Objetividade – manter o foco Preparar antecipadamente as perguntas Nunca ouvir ninguém portando arma de fogo ou sob efeito de

bebida alcoólica ou tóxico Método: ouvir primeiro e digitar depois, ou concomitantemente Tratar bem a pessoa a ser ouvida:

1. Não deixá-la a esperar;

2. Não demorar muito na oitiva

3. Deixá-la bem à vontade, ser ao máximo simpático para fazer dela uma pessoa aliada e disposta a colaborar dizendo todo o que sabe sobre a verdade real, principalmente se for o acusado;

• Sempre que possível, arrumar testemunha da oitiva

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