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1 LEGALE – PÓS GRADUAÇÃO ONLINE DIREITO DO TRABALHO Lesões Acidentárias - II Professor: Dr. Rogério Martir Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela “Universidad Del Museo Social Argentino”, Advogado militante e especializado em Direito Empresarial e Direito do Trabalho, Professor Universitário, Pós Graduação e de Cursos Preparatórios Para Carreiras Jurídicas, Sócio da Martir Advogados Associados - Consultoria Jurídica Empresarial e para o Terceiro Setor e Consultor da Revista Filantropia.

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LEGALE – PÓS GRADUAÇÃO ONLINE

DIREITO DO TRABALHO

Lesões Acidentárias - II

Professor: Dr. Rogério Martir

Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela “Universidad Del Museo Social Argentino”, Advogado militante e especializado em Direito Empresarial e Direito do Trabalho, Professor Universitário, Pós Graduação e de Cursos Preparatórios Para Carreiras Jurídicas, Sócio da Martir Advogados Associados - Consultoria Jurídica Empresarial e para o Terceiro Setor e Consultor da Revista Filantropia.

Bloco I

Bloco I

CAT

• COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DO TRABALHO - CAT

• A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é umdocumento emitido para reconhecer legalmente acidenteocorrido no ambiente de trabalho, no trajeto entreempresa e a residência, bem como uma doençaprovocada pelo trabalho.

• É importante a emissão da CAT pois ela permite aotrabalhador ingressar no seguro de acidentes do trabalhoe fazer jus aos benefícios da lei acidentária.

CAT

• Esse documento é o meio pelo qual a empresacomunica ao INSS a ocorrência de um acidente dotrabalho ou a eclosão de uma moléstia profissional ouoriginada pelas condições em que o trabalho édesempenhado.

• A empresa é obrigada a informar à Previdência Socialtodos os acidentes de trabalho ocorridos com seusempregados, mesmo que não haja afastamento dasatividades, até o primeiro dia útil seguinte ao daocorrência.

• Em caso de morte, a comunicação deverá serimediata.

CAT

• A empresa que não informar o acidente de trabalhodentro do prazo legal estará sujeita à aplicação demulta (conforme disposto nos Artigos 286 e 336 doDecreto 3.048/99).

• Se a empresa não fizer o registro da CAT, o própriotrabalhador, seu dependente, poderá procurar osseguintes órgãos para tal finalidade:

• Entidade sindical;

• O médico do trabalho;

CAT

• CEREST (Centro de Referência da Saúde doTrabalhador

• Autoridade pública (magistrados, membros doMinistério Público e dos serviços jurídicos da União edos estados ou do Distrito Federal e comandantes deunidades do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, doCorpo de Bombeiros e da Polícia Militar), ]

• Qualquer um destes órgãos poderão efetivar aqualquer tempo o registro deste instrumento juntoà Previdência Social, o que não exclui apossibilidade da aplicação da multa à empresa.

CAT

• Para ser atendido nas agências do INSS, no mínimo,deverá ser apresentado um documento deidentificação com foto e o número do CPF.

• A comunicação será feita ao INSS por intermédio doformulário CAT, preenchido em seis vias, com aseguinte destinação:

• 1 a via — ao INSS;• 2 a via — à empresa;• 3 a via — ao segurado ou dependente;• 4 a via — ao sindicato de classe do trabalhador:• 5 a via — ao Sistema Único de Saúde — SUS;• 6 a via — à Delegacia Regional do Trabalho.

CAT

• A entrega das vias da CAT compete ao emitente damesma, cabendo a este comunicar ao segurado ouseus dependentes em qual Posto do Seguro Social foiregistrada a CAT.

• É importante ressaltar que a CAT deverá ser emitidapara todo acidente ou doença relacionados aotrabalho, ainda que não haja afastamento ouincapacidade.

Benefícios e Ação Judicial Comum

BENEFÍCIOS CABÍVEIS

A Lei de Acidentes do Trabalho prevê três benefícioscabíveis, todos fundados no Seguro de Acidente doTrabalho e de exclusiva responsabilidade do INSS. Sãoeles:

A) Auxilio doença acidentário.

B) Auxílio acidente.

C) Aposentadoria por Invalidez Acidentária

Bloco II

Bloco II

Direitos Trabalhistas

DIREITOS TRABALHISTAS DECORRENTES DOACIDENTE DE TRABALHO/DOENÇA OCUPACIONAL

• Ocorrendo o acidente de trabalho, o empregado éafastado de sua função para tratamento e, por força dovínculo empregatício (contrato de trabalho), tambémestá amparado pela CLT pelas quais adquire-se osseguintes direitos:

• Abertura de CAT (comunicação de acidente detrabalho) pela empregadora, independentemente dotempo necessário para tratamento, com indicação dadoença ou relato do acidente típico.

Direitos Trabalhistas

• Interrupção do contrato de trabalho durante operíodo afastamento - é vedada a rescisão docontrato de trabalho pela empregadora.

• A manutenção de benefícios - tais como convêniosmédicos, cesta básica, complementação salarial eoutros, serão mantidos caso haja estipulação arespeito na Convenção Sindical

• Recolhimento do FGTS - durante todo o período deafastamento acidentário (lei 8036/90).

Direitos Trabalhistas

• Estabilidade de 12 meses após a alta médica - umavez concedida a alta, a empregadora deverá submetero empregado, obrigatoriamente, a avaliação commédico do trabalho, de acordo com NR 07 do MTB afim de emitir ASO (ATESTADO DE SAUDEOCUPACIONAL) de APTIDÃO ou INAPTIDÃO parasua função.

• Indenização - em caso de sequela permanente, totalou parcial, havendo culpa por parte do empregador,será devida a indenização por dano moral, estético oumaterial, aferível através de ação própria perante aJustiça do Trabalho.

Direitos Trabalhistas

• Importante:

• Vale destacar que, após a cessação do auxílio-doençaacidentário, ocorrendo sequela que implique naredução parcial e permanente da capacidadelaborativa, o acidentado fará jus ao auxilio acidente,que será pago pelo INSS mensalmente, sem prejuízodo emprego e salário.

Benefícios e Ação Judicial Comum

• AÇÃO JUDICIAL COMUM DE ACIDENTE DOTRABALHO.

• Muitas vezes empregador não comunica o acidente dotrabalho ao INSS, deixando o trabalhador sem orespectivo amparo acidentário.

• Outras vezes, embora tenha sido encaminhado aoINSS, o trabalhador deixa de receber o auxílioacidente na cessação do afastamento.

• Isto ocorre com muita frequência em razão da períciaadministrativa do INSS.

Benefícios e Ação Judicial Comum

• A perícia administrativa considerar o trabalhador comoapto para trabalhar e sem sequelas incapacitantesquando, na verdade, deveria conceder o auxílioacidente.

• Em todos estes casos o trabalhador poderá socorrer-se na Justiça Estadual interpondo a ação de acidentedo trabalho a fim de ter o seu direito garantido.

• Ou ainda a Justiça Federal quando a parte contrária aarcar com eventual indenização for o INSS comoÓrgão Federal.

Ação Judicial Trabalhista (Reclamação)

• AÇÃO JUDICIAL TRABALHISTA (RECLAMAÇÃO)

• Toda vez que o acidentado pretender buscar umaindenização em face do EMPREGADOR serácompetente a Justiça do Trabalho e não a JustiçaComum (art. 114 da CF).

• Esta ação é específica para buscar reparação pordano sofrido onde fique configurada aresponsabilidade do empregador em indenizar.

• Iremos estudar este tema com maior profundidade àfrente.

Bloco III

Bloco III

Nexo Causal

• NEXO CAUSAL:

• Relação entre o modus operandi da execução de

serviços e o mal de saúde de que sofre o trabalhador.

• É a íntima relação entre a ação ou omissão, dolosa ou

culposa do agente com o dano causado.

Culpa do Empregador.

• Estabelecido o nexo causal, presume-se a culpa doempregador.

• Esta presunção veio a ser regulamentada pela MP316/2006 que acrescentou o art. 21-A à Lei 8.213/91.Entretanto, desnecessária.

• A culpa do empregador pode decorrer de ação (o trabalhoé executado daquela forma por determinação doempregador – art. 2º, CLT – “... dirige...”) ou por omissão(negligenciar a fiscalização de medidas protetores).

• Presunção relativa: Admite prova em contrário.

Responsabilidade Objetiva.

• RESPONSABILIDADE OBJETIVA

• O art. 927, parágrafo único do Código Civil Trata damatéria:

– Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar odano, independentemente de culpa, nos casosespecificados em lei, ou quando a atividadenormalmente desenvolvida pelo autor do danoimplicar, por sua natureza, risco para os direitos deoutrem.

• Nestes casos não se questiona a culpa ou dolo, masapenas a existência dos elementos relativos ao “dano’’ eao “nexo causal”.

Dano Material / Extrapatrimonial (moral)

• DANO MATERIAL

• A melhor forma de compreender o universo do danomaterial é colocar a frente de qualquer análise a existênciade “prejuízo”.

• Desembolso de valores, gastos ou ainda redução de rendaou lucros cessantes.

• O grande objetivo da indenização por “danos materiais” éo retorno ao “status quo anti”, o ressarcimento dosprejuízos.

Dano Material / Extrapatrimonial (moral)

• PRINCIPAIS DANOS MATERIAIS POR ACIDENTE DETRABALHO / DOENÇA DO TRABALHO

• Despesas médicas hospitalares;

• Cirurgias;

• Medicamentos;

• Próteses;

• Tratamentos Psicológicos

• Perda da capacidade laborativa (pensão)

• Pensão por Morte (herdeiros)

• Limbo Jurídico (*)

Dano Material / Extrapatrimonial (moral)

• DANO EXTRAPATRIMONIAL (MORAL)

• Trata-se do dano relacionado ao sofrimento pessoal(psicológico) por algo que aconteceu.

• A CLT define o tema nos seguintes artigos (Reforma):

• Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação.

Dano Material / Extrapatrimonial (moral)

• Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.

• A legislação trabalhista também define os requisitos para o agravamento ou diminuição do impacto do dano moral, assim como os parâmetros para sua fixação.

• Matéria que já estudamos, mas que na próxima aula iremos rever a luz do Acidente / Doença do trabalho.