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DIREITO DO TRABALHO
Equiparação Salarial
Sonia Soares
PROTEÇÃO JURÍDICA CONTRA DISCRIMINAÇÃO NA RELAÇÃO DE EMPREGO:
Conceito:Discriminação: conduta pela qual se nega à pessoa,
em face de critério injustamente desqualificante,
tratamento compatível com o padrão jurídico
assentado para a situação concreta por ela
vivenciada.
Causa: diversas, muitas vezes, preconceito, sexo, cor,
idade, riqueza, nacionalidade, etc.
Combate à discriminação: importante avanço nas
modernas democracias ocidentais
Mauricio Godinho Delgado
o Princípio da não-discriminação é um princípio de proteção, de
resistência, denegatório de conduta que se considera gravemente
censurável. O princípio da não-discriminação parte de um piso de
civilidade, que se considera mínimo para a convivência entre as pessoas.
o Princípio da igualdade um dos principais princípios fundamentais do
Estado Democrático de Direito. Em sentido lato tratar todos iguais. No
entanto, para que a igualdade se sustente as vezes é necessário a
discriminação legal para dar guarida ao princípio = isonomia
o Princípio da isonomia é mais amplo, mas impreciso, mais pretensioso.
Ultrapassa a não-discriminação, buscando igualizar o tratamento
júrídico a pessoas ou situações que tenham relevante ponto de
contato entre si. (Ex.: determinação de tratamento igual a empregados e
trabalhadores avulsos = trabalhadores diversos, que não se confundem.
São trabalhadores diversos a que o Art. 7º, XXXIV da CF/88 determina
tratamento isonômico. Outros: trabalhadores eventuais/autônomos: esses
sem tratamento isonômico.
A CLT adota amplamente o princípio da não-discriminação. O princípio da isonomia é adotado em casos específicos, e não como parâmetro geral para o Direito do Trabalho.
CF prestigia princípios da não discriminação/igualdadeArt. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil:III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Discriminação e CF
Art. 7º. (...)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do
trabalhador portador de deficiência; (...)
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
A CLT previu no art. 5º a proibição de discriminação. Em 1.943 ela era dirigida apenas a discriminação sexual.
CLT, Art. 5º - A todo trabalho de igual valor corresponderásalário igual, sem distinção de sexo.
A CF de 1.946 acrescentou idade, sexo, nacionalidade eestado civil.
A CF de 1.967, incorporou a raça e suprimiu a idade enacionalidade, reincorporados pela CF/88:
Art. 7º. (...) XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou
estado civil;
Isonomia SalarialConceito: garantia atribuída ao trabalhador de não sofrer discriminação salarial, quando o seu trabalho seja do mesmo valor de outro escolhido como paradigma. Octávio Magano
PROTEÇÃO CONTRA DISCRIMINAÇÃO SALARIAL:
Principiológica Constituição Federal Convenções de nºs 100, 111, 117, OIT, ratificadas
pelo Brasil.
o Convenção 100 - Igualdade de Remuneração de Homens e Mulheres Trabalhadores por Trabalho de Igual Valor
o Convenção 111- Convenção concernente à discriminação em matéria de emprego e profissão.
o Convenção 117 – Política Social
Formas de proteção contra as discriminações salariais são as provenientes da Equiparação Salarial, Desvio de Função, Salário Substituição.
A Equiparação salarial pode ser por analogia, equivalência ou identidade.
EQUIPARAÇÃO SALARIAL POR ANALOGIA:
CLT - Art. 358 - Nenhuma empresa, ainda que não sujeita
à proporcionalidade, poderá pagar a brasileiro que exerça função
análoga, a juízo do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio,
à que é exercida por estrangeiro a seu serviço, salário inferior ao
deste, excetuando.....
Discussão se o art. 358 da CLT foi recepcionado em face do art. 5º., CF:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:
Maioria doutrinadores entendem que não - Maurício Godinho Delgado;jurisprudência em igual sentido.
EQUIPARAÇÃO SALARIAL POR EQUIVALÊNCIA:
A equiparação por equivalência encontra previsão no artigo 460 da CLT, que dispõe que: "Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a importância ajustada, o empregado terá direito a perceber salário igual ao daquele que, na mesma empresa, fizer serviço equivalente, ou do que for habitualmente pago para o serviço semelhante".
sem amplo reconhecimento doutrinário;
Trata-se de um desdobramento do princípio da igualdade, art. 460 da CLT;
Para alguns doutrinadores não se trata de equiparação, mas forma de arbitramento salarial;
Ocorre na falta de estipulação de salário e ausência de prova da importância ajustada; ocorre geralmente na hipótese de contrato de trabalho não formalizado
01. DIFERENÇAS SALARIAIS. Embora não tenha muito
conhecido na doutrina, a equiparação por equivalência é um
desdobramento do princípio da igualdade. Para alguns, o art.
460 da CLT não trata de equiparação, mas sim de uma forma
de arbitramento de remuneração. Para outros, é uma
modalidade de equiparação, pois o seu pressuposto é a falta de
estipulação do salário ou a inexistência de prova sobre o valor
ajustado. Já o desvio de função representa a alteração unilateral
de função por parte do empregador, a qual resulta em prejuízos
salariais ao empregado. Para alguns, o artigo 460 não trata de
equiparação e sim de forma de arbitramento de remuneração.
Para outros, é uma modalidade de equiparação, pois o seu
pressuposto é a falta de estipulação do salário ou a inexistência de
prova sobre a importância ajustada. ...(TRT-2 - RO:
1639220105020 SP 00001639220105020019 A28, Relator:
FRANCISCO FERREIRA JORGE NETO, Data de Julgamento:
18/07/2013, 14ª TURMA, Data de Publicação: 26/07/2013)
EQUIPARAÇÃO SALARIAL POR IDENTIDADE:
Mais comum e usual;
Conceito: é a figura jurídica mediante a qual se assegura ao trabalhador idêntico salário ao do colega perante o qual tenha exercido simultaneamente função idêntica, na mesma localidade e para o mesmo empregador. Delimita ainda que, ao colega comparado dá-se o nome de paradigma (ou espelho) e ao trabalhador interessado na equalização confere-se o epíteto de equiparando. Mauricio Godinho Delgado
Artigo 461 CLT
Redação anterior Nova redação
Art. 461 - Sendo idêntica a função, a todo
trabalho de igual valor, prestado ao mesmo
empregador, na mesma
localidade, corresponderá igual
salário, sem distinção de sexo,
nacionalidade ou idade
X “Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho
de igual valor, prestado ao mesmo empregador,
no mesmo estabelecimento
empresarial, corresponderá igual salário,
sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou
idade.
§ 1º - Trabalho de igual valor, para os fins
deste Capítulo, será o que for feito com
igual produtividade e com a mesma
perfeição técnica, entre pessoas
cuja diferença de tempo de
serviço não for superior a 2
(dois) anos.
X § 1o Trabalho de igual valor, para os fins deste
Capítulo, será o que for feito com igual
produtividade e com a mesma perfeição técnica,
entre pessoas cuja diferença de
tempo de serviço para o mesmo
empregador não seja superior a
quatro anos e a diferença de
tempo na função não seja
superior a dois anos.
EQUIPARAÇÃO SALARIAL ART. 461
Redação anterior Nova redação
§ 2º - Os dispositivos deste artigo não
prevalecerão quando o empregador tiver
pessoal organizado em quadro de carreira,
hipótese em que as promoções deverão
obedecer aos critérios de antigüidade e
merecimento.
X § 2o Os dispositivos deste artigo não
prevalecerão quando o empregador tiver pessoal
organizado em quadro de carreira ou adotar, por
meio de norma interna da empresa ou de
negociação coletiva, plano de cargos e salários,
dispensada qualquer forma de homologação ou
registro em órgão público.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, as
promoções deverão ser feitas
alternadamente por merecimento e por
antingüidade, dentro de cada categoria
profissional.
X § 3o No caso do § 2o deste artigo, as promoções
poderão ser feitas por merecimento e por
antiguidade, ou por apenas um destes critérios,
dentro de cada categoria profissional.
§ 4º - O trabalhador readaptado em nova
função por motivo de deficiência física ou
mental atestada pelo órgão competente da
Previdência Social não servirá de paradigma
para fins de equiparação salarial.
X INALTERADO.
Redação
anterior
Nova redação
NIHIL X § 5o A equiparação salarial só será possível entre empregados
contemporâneos no cargo ou na função, ficando vedada a
indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma
contemporâneo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria.
NIHIL X § 6o No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo
ou etnia, o juízo determinará, além do pagamento das
diferenças salariais devidas, multa, em favor do empregado
discriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do limite
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.”
(NR)
REQUISITOS COM A REFORMA:
mesmo empregador; Contemporaneidade mesmo estabelecimento empresarial; Identidade de atribuições/mesma função; Diferença de tempo na função não superior a dois
anos; Diferença de tempo no emprego para o mesmo
empregador não superior a 4 anos; Mesma produtividade e perfeição técnica; Inexistência de plano de cargos e salários; Mesmo regime jurídico
Mesmo empregador:
Dúvida com relação a empresas do mesmo grupo econômico, par.2º., art.2º., CLT., em face da teoria da solidariedade ativa ou passiva:• Para quem defendia empregador único,
comportava equiparação salarial - ativa;• Para quem não admitida empregador único, não
admitia a equiparação salarial;• Com a RT-Lei 13467, pretende-se não admitir a
solidariedade ativa
Contemporaneidade:
Empregado e paradigma devem ter trabalhado concomitantemente nas mesmas atribuições, ou terem exercido funções idênticas no mesmo período.
Não se admite equiparação entre empregado que tenha sido admitido para ocupar cargo vago
Mesmo estabelecimento:
Antes o requisito era a mesma LOCALIDADE; entendia-se como tal, região metropolitana; Há diferenças regionais de padrão de vida face a
desigualdade do desenvolvimento econômico no país. As necessidades vitais do trabalhador acompanham e oscilam de acordo com o padrão econômico regional.E as regiões metropolitanas
(aquelas que abraçam uma pluralidade de municípios ao
redor de capitais estaduais)?
Ex.: Guarulhos e São Paulo não são mesma localidade.
Mas hoje a diversidade de localidade não exclui, por si
só, o direito à equiparação. A diferença de localidade
se apoia hoje na igualdade das condições de vida
entre as localidades onde o equiparando e o
paradigma prestam o trabalho. A intepretação literal
da norma não atende mais a sua finalidade
Com a Reforma Trabalhista adota-se “mesmo estabelecimento”;
Críticas a pretensão. No entanto, se adotar a concepção de estabelecimento do Código Civil:
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de
bens organizado, para exercício da empresa, por empresário,
ou por sociedade empresária.
Súmula 6 do TST, item X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da
CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que,
comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana. (ex-OJ da SBDI-1 nº 252 -
inserida em 13.03.2002)
JURISPRUDÊNCIA ERA NESSE SENTIDO:
Acórdão : 20151057049 Turma: 14 Data Julg.: 03/12/2015 Data Pub.: 16/12/2015 Processo : 20150061844 EQUIPARAÇÃO SALARIAL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NA MESMA LOCALIDADE. CIDADES INTEGRADAS À MESMA REGIÃO METROPOLITANA. IMPEDIMENTO INEXISTENTE. A jurisprudência assenta-se no sentido de que a expressão mesma localidade contida no artigo 461, da CLT, para fins de apuração do direito à equiparação salarial, externa significado de mesma região metropolitana. O fim da regra é comparar os valores remuneratórios entre trabalhadores que enfrentem situação análoga de custo de vida. Barueri e São Paulo integram-se à mesma região metropolitana a Grande São Paulo pelo que esse óbice não prevalece na negativa de concessão das diferenças salariais por equiparação.
2ª. Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho 9e 10 de outubro4-Título -EQUIPARAÇÃO SALARIAL. RESTRIÇÕES RELACIONADAS AO TEMPO DE SERVIÇO NA FUNÇÃO E AO LOCAL DA PRESTAÇÃO DO TRABALHO: VIOLAÇÃOAO PRINCÍPIO DA ISONOMIAEmenta1. EQUIPARAÇÃO SALARIAL. RESTRIÇÕES RELACIONADAS AO TEMPO DE SERVIÇO NA EMPRESA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. O ARTIGO 461 DA CLT, AO VEDAR A EQUIPARAÇÃO SALARIAL PARA EMPREGADOS COM DIFERENÇA DE MAIS DE QUATRO ANOS DE TEMPO DE SERVIÇO NA EMPRESA, É CONTRÁRIO AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA CONSTANTE DO ARTIGO 5º,
CAPUT E 7º, XXX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 2. ENTENDE-SE POR ESTABELECIMENTO, PARA FINS DO ARTIGO 461 DA CLT, O "COMPLEXO DE BENS ORGANIZADO PARA EXERCÍCIO DA EMPRESA, POR EMPRESÁRIO OU POR SOCIEDADE EMPRESÁRIA", NOS TERMOS DO ARTIGO 1.142 DO CÓDIGO CIVIL.
Arquivo 2111102017191332.docx
Identidade de função= salário igual para trabalho igual oufunção igual, com prova a cargo do autor.
A função corresponde ao conjunto de atribuições/tarefasdesempenhadas pelo empregado no exercício do cargo queexerce.
NÃO CONFUNDIR CARGO COM FUNÇÃO.
DIFERENÇA: “Cargo” é o nome dado a posição queuma pessoa ocupa dentro de uma empresa. “Função”
é o conjunto de responsabilidades e tarefas que estãorelacionadas com esse cargo.
O serviço deve ser exatamente o mesmo: exige-seidentidade e não semelhança.
E se não exercer todas as tarefas da função? Depende. Havia disponibilidade do empregado para o exercício de todas? Eram quase todas? Análise do caso concreto
Súmula 06, item III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação. (ex-OJ da SBDI-1 nº 328 - DJ 09.12.2003)
princípio da primazia da realidade, importância reside na identidade das tarefas executadas;
OJ-SDI1- TST - 296 EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ATENDENTE E AUXILIAR DE ENFERMAGEM. IMPOSSIBILIDADE (DJ 11.08.2003)Sendo regulamentada a profissão de auxiliar de enfermagem, cujo exercício pressupõe habilitação técnica, realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem, impossível a equiparação salarial do simples atendente com o auxiliar de enfermagem.
Acórdão : 20170220634 Turma: 03 Data Julg.: 04/04/2017 Data
Pub.: 11/04/2017 Processo : 20160048534 Relator: MYLENE
PEREIRA RAMOS
EQUIPARAÇÃO SALARIAL. DISTINÇÃO NAS ATIVIDADES,
METAS E RESPONSABILIDADE. DIFERENÇA SALARIAL
INDEVIDA. O conjunto probatório evidencia que havia
distinção entre os cargos de analista financeiro júnior, pleno e
sênior, sendo que a paradigma, além de possuir mais
experiência no cargo, realizava atividades de maior
complexidade, com metas mais elevadas e de maior
responsabilidade no cargo de analista sênior, justificadora
da disparidade salarial. Apelo do autor improvido.
IGUALDADE DE VALOR DO TRABALHO, porque desempenhando um mesmo conjunto de tarefas, dois trabalhadores podem chegar a resultados diferentes, cuja negativa é objeto de
prova do empregador;
HÁ UM CONFRONTO ENTRE:Quantidade = produtividade
Qualidade do serviço = perfeição técnica do trabalho
Qual é a diferença entre a produtividade e a produção?
o Produtividade corresponde à capacidade
de produzir. O que a lei exige é a
mesma capacidade de produzir.
o Produção é o resultado quantitativo do trabalho. Não se exige mesma produção, mas a mesma
capacidade de produzir.
Qual é o meio de prova para a produtividade? O técnico é o melhor (prova da capacidade produtiva do empregado), mas normalmente se faz pela prova testemunhal e se acaba aferindo a produção, e não a produtividade.
Acórdão : 20150823325 Turma: 03 Data Julg.: 18/08/2015 Data Pub.: 22/09/2015 Processo : 20150036111 Relator: MERCIA TOMAZINHO EQUIPARAÇÃO SALARIAL. INDEVIDA. DIFERENÇA DE PRODUTIVIDADE. Comprovada a diferença de produtividade entre a reclamante e paradigma não há como ser deferido o pedido de equiparação salarial.
Acórdão : 20160136894 Turma: 11 Data Julg.: 15/03/2016 Data Pub.: 22/03/2016 Processo : 20150068558 Relator: ODETTE SILVEIRA MORAES EQUIPARAÇÃO SALARIAL. REQUISITO DA PRODUTIVIDADE. A equiparação salarial é devida quando realizado trabalho de igual valor, assim definido pelo parágrafo 1º, do artigo 461 da CLT: "trabalho de igual valor, pra os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade...", não sendo essa a hipótese dos autos, em que o centro de diagnósticos no qual a paradigma era supervisora fazia mais atendimentos.
Diferença de tempo na função não superior a 2 anos e Diferença de Tempo no Emprego não Superior a 4 anos:
Súmula 6, item II do TST - Para efeito de equiparação de
salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de
serviço na função e não no emprego. (ex-Súmula nº 135 - RA
102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982)
Súmula 202 do STF: - Na equiparação de salário, em caso
de trabalho igual, toma-se em conta o tempo de serviço na
função, e não no emprego. (Aprovada na Sessão Plenária de
13.12.1963)
Mais um requisito que é de tempo no Emprego não superior
a 4 anos
Se o empregado tem mais tempo de serviço, o trabalho é de igual valor?
§1º do Art. 461 da CLT : mesmo que haja igual
produtividade e qualidade, se o modelo estiver na
função há mais de 2 (dois) anos, não há trabalho de
igual valor.
Há uma valorização da antiguidade pela CLT? Não é tempo de serviço, mas de função. Então, não.
É qualidade.
Discriminação salarial por etnia, sexo:
Etnia significa “população/grupo social que apresenta homogeneidade cultural, linguística, compartilhando histórias e origens comuns.
Se o empregador pagar, por exemplo, salários inferiores a japoneses, judeus, mulheres, estará os discriminando por pertencerem a etnias ou gêneros diversos
Serviços Intelectuais:
Súmula 6, VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos.
Arnaldo Sussekind mostra que o valor das prestações de serviços intelectuais ou artísticos não pode ser aferido por critérios objetivos;
CF, art. 70., XXII não faz diferença entre trabalho manual, intelectual ou técnico para fins de equiparação salarial
Súmula 6, VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial. (ex-Súmula nº 68 - RA 9/1977, DJ 11.02.1977)
Acórdão : 20170197152 Turma: 06 Data Julg.: 28/03/2017
Data Pub.: 03/04/2017 Processo : 20170006427
Equiparação salarial. Reconhecida a identidade de função é
do empregador o ônus da prova no que tange à
disparidade quantitativa ou qualitativa de trabalho.
Aplicação do entendimento da Súmula nº 6, VIII, do C.TST.
Acórdão : 20170192215 Turma: 02 Data Julg.: 22/03/2017
Data Pub.: 30/03/2017 Processo : 20170001271
EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ÔNUS DA PROVA. Negada
a identidade de funções em contestação, do empregado
é o ônus de prová-la, por se revelar como fato
constitutivo do seu direito (artigos 818 da CLT e 373, I, do
NCPC). Por outro lado, comprovada esta, da
empregadora é o dever de produzir contraprova da maior
perfeição técnica e produtividade ou tempo superior na
função, que se apresentam como fatos impeditivos do
direito do autor (artigos 818 da CLT e 373, II, do NCPC).
Inteligência da Súmula 6, VIII, do C. TST. Recurso dos
reclamados a que se dá provimento parcial.
ESQUEMA: ISONOMIA SALARIAL (José Augusto Rodrigues
Pinto)
Fundamento: CF/88, Art. 7º, XXXX Motivação: Proibir discriminação salarial em função
de sexo, cor, idade, estado civil
EQUIPARAÇÃO SALARIAL:
OBJETO: IGUALDADE SALARIAL <>IDENTIDADE FUNCIONAL = ônus autor
PRESSUPOSTOS = ônus do réu: fatos impeditivos, modificativos e extintivos
DIFERENÇA DE TEMPO DE SERVIÇO/EMPREGOEMPREGADORES DISTINTOSDIFERENÇA DE PERFEIÇÃO
Readaptação profissional:
Art. 461, § 4º - O trabalhador readaptado em novafunção por motivo de deficiência física ou mentalatestada pelo órgão competente da Previdência Social nãoservirá de paradigma para fins de equiparação salarial.
QUADRO DE CARREIRA : Quadro de carreira organizado NÃO PRECISA MAIS SER
HOMOLOGADO
VAI SER DERRUBADO O INCISO - Súmula 6, item I do TST - Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro
de pessoal organizado em carreira quando homologado pelo
Ministério do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o
quadro de carreira das entidades de direito público da
administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato
administrativo da autoridade competente. (ex-Súmula nº 06 –
alterada pela Res. 104/2000, DJ 20.12.2000)
BIBLIOGRAFIA:Barros, Alice Monteiro. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo. LTr.11ª.
Edição
Cassar, Vólia Bomfim.Direito do Trabalho.Gen/Método.14ª. Edição
Cavalcante, Rafael Ferraresi Holanda. Isonomia Salarial.Origem Essencial
Filosófica do Princípio da Igualdade, Tipologia e sua Importância como
Direito Fundamental do Trabalho. Revista LTr, vol.80, no.03, Março de 2016,
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Correia, Rosani Portela. Novos Paradigmas do Contrato de Trabalho no
Brasil. São Paulo. LTr. 2008.
Delgado, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. LTr. 16ª. Edição
Nascimento, Amauri Mascaro. Direito do Trabalho. São Paulo .Saraiva. 26ª.
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___________________. Salário. Conceito e Proteção. LTr. 2008.
Jorge Neto, Francisco Ferreira. Cavalcante, Jouberto de Quadros Pessoa.
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Resende. Ricardo, Direito do Trabalho Esquematizado. Editora Gen/Método.
3ª. Edição
Sussekind, Arnaldo e outros Instituições de Direito do Trabalho. LTr. 19ª
Edição. 2000