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SISTEMA CDMA IS-95
Leandro Rodrigues Coelho
Luiz A. R. da Silva Mello
Centro de Estudos em Telecomunicações
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Novembro de 2002
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 1
ÍNDICE
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS CDMA .................................................................................................1
1. TÉCNICAS DE ESPALHAMENTO ESPECTRAL ..............................................................................................1 1.1. Propriedades gerais do sinal CDMA...............................................................................................1 1.2. Espalhamento espectral por seqüência direta.................................................................................2 1.3. Espalhamento espectral por salto em freqüência............................................................................5 1.4. Espalhamento espectral por salto no tempo....................................................................................8 1.5. Sistemas híbridos..............................................................................................................................9
2. CÓDIGOS PARA CDMA ..........................................................................................................................10 2.1. Ortogonalidade dos códigos ..........................................................................................................10 2.2. Código Walsh..................................................................................................................................11 2.3. Código PN.......................................................................................................................................15 2.4. Técnica de entrelaçamento.............................................................................................................18 2.5. Controle de Potência......................................................................................................................19 2.6. Handoff ...........................................................................................................................................23 2.7. Planejamento do offset PN .............................................................................................................26
3. ESTRUTURA DE ENLACE..........................................................................................................................32 3.1. Enlace direto...................................................................................................................................32 3.2. Enlace reverso ................................................................................................................................36
PLANEJAMENTO DE SISTEMAS CDMA............................................................................................39
1. CAPACIDADE MÁXIMA.......................................................................................................................39 3.3. Efeitos dos canais reversos de outras células................................................................................41 3.4. Efeito da setorização ......................................................................................................................42 3.5. Fator de atividade vocal.................................................................................................................43 3.6. Controle de potência imperfeito.....................................................................................................43
4. CÁLCULO DE ENLACE (LINK BUDGET) ....................................................................................................44 4.1. Dimensionamento do enlace reverso .............................................................................................45 4.2. Dimensionamento do enlace direto................................................................................................50 4.3. Margem e disponibilidade do enlace .............................................................................................61 4.4. Balanço do sistema.........................................................................................................................65 4.5. Cálculo do raio da célula...............................................................................................................66
REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA........................................................................................................78
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 1
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS CDMA
1. Técnicas de espalhamento espectral
O CDMA é um sistema de faixa larga, no qual todos os usuários podem
compartilhar um mesmo canal na frequência e no tempo. Uma seqüência de bits,
conhecidos como chips, é usada para codificar a informação. O receptor, conhecendo o
código, decodifica o sinal recebido e recupera os dados originais. A banda do sinal de
código é muito maior do que a banda ocupada pelo sinal de informação. Desta forma, o
processo de codificação aumenta a banda ocupada do sinal, num processo conhecido
como espalhamento espectral. Por este motivo, o CDMA é conhecido também como
Múltiplo Acesso por Espalhamento Espectral (em inglês – Spread Spectrum Multiple
Access – SSMA).
1.1. Propriedades gerais do sinal CDMA
• Proteção contra interferência de múltiplo percurso – A presença de multipercurso é
devida à chegada do sinal ao receptor por mais de um caminho. A interferência
causada por este multipercurso é combatido pelas características do CDMA. A
forma específica de como este combate é feito depende do tipo de técnica de
espalhamento espectral que é usada.
• Privacidade – O sinal original somente pode ser recuperado, com o conhecimento do
código usado na transmissão;
• Rejeição a interferência, intencional (“Jamming”) ou não, de faixa estreita – Se um
sinal interferente for recebido no receptor junto com o sinal CDMA, na mesma faixa
(ou dentro da faixa) de freqüência deste, ele não pode ser eliminado por filtragem
mas, como veremos a seguir, as técnicas de espalhamento espectral possuem uma
proteção intrínseca contra este tipo de interferência.
• Baixa probabilidade de detecção – Esta propriedade também depende
especificamente da técnica de espalhamento espectral utilizada.
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
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Podemos classificar o sinal CDMA de acordo com a técnica de espalhamento
espectral utilizada (fig. 1) nas seguintes categorias :
• Espalhamento espectral por seqüência direta (em inglês “Direct Sequence” – DS)
• Espalhamento espectral por salto de freqüência (em inglês “Frequency Hopping” –
FH)
• Espalhamento espectral por salto no tempo (em inglês “Time Hopping” – TH)
• Espalhamento espectral híbrido
Figura 1 - Classificação dos sinais CDMA quanto ao espalhamento espectral
1.2. Espalhamento espectral por seqüência direta
O sinal de informação é multiplicado diretamente pelo código antes de ser
transmitido, sofrendo espalhamento. No receptor o sinal é desespalhado usando uma
versão do código gerada localmente. O receptor deve não apenas reconhecer o código,
como também gerar localmente uma versão sincronizada com o código original. O
padrão IS-95 para sistemas CDMA especifica o uso da técnica de espalhamento por
seqüência direta.
CDMA
CDMA puro
CDMA híbrido
Seqüência direta (DS)
Salto de freqüência (FH)
Salto no tempo (TH)
Faixa larga
Faixa estreita
FH rápido
FH lento
DS/FH DS/TH FH/TH
DS/FH/TH
TDMA/ CDMA
CDMA multiportadora (MC-CDMA)
CDMA multitom(MT- CDMA)
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1.2.1. Propriedades gerais do sinal DS-CDMA
• Múltiplo acesso – Como múltiplos usuários usam o canal ao mesmo tempo, existirão
múltiplos sinas sobrepostos no tempo e na freqüência. No receptor uma
demodulação coerente é usada, multiplicando-se novamente o sinal recebido pelo
código do usuário desejado. Esta operação concentra o sinal do usuário desejado na
banda de informação. Se a correlação cruzada entre o código do usuário desejado e
os códigos dos outros usuários for pequena, a detecção coerente irá gerar apenas
uma pequena fração da potência de sinais interferentes na banda de informação. A
figura 2 ilustra sinais CDMA gerados por dois usuários e o processo de
desespalhamento e recuperação dos sinais na recepção.
• Interferência de multipercurso – Se a seqüência de código tem uma função de
autocorrelação igual a zero fora do intervalo [-Tc, Tc], aonde Tc é a duração do chip,
uma versão do sinal desejado, que chegue ao receptor com um retardo maior que
2Tc devido a multipercurso, será tratada como um sinal interferente.
• Interferência de faixa estreita – No receptor, o sinal recebido é multiplicado por uma
versão da seqüência de código gerada localmente. A multiplicação da seqüência de
código num sinal interferente faixa estreita, que não foi espalhado no transmissor,
provoca o espalhamento do mesmo na recepção diminuindo a potência interferente
na faixa de informação (ver figura 3).
• Baixa probabilidade de detecção – Como o sinal gerado por seqüência direta usa
toda a banda, tem uma densidade espectral de potência de transmissão muito
pequena, dificultando a sua detecção
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Figura 2 – Múltiplo acesso com sinais DS-CDMA
Figura 3 – Rejeição a interferência de faixa estreita em sistemas DS-CDMA
1.2.2. Vantagens e desvantagens do sinal DS-CDMA
A geração do sinal codificado é simples;
O sintetizador de freqüências é simples, porque apenas uma freqüência de portadora
deve se gerada;
Demodulação coerente é viável;
Não é necessária sincronização entre os usuários;
Recuperação do sinal de informação do
usuário 1
f Sinal de informação
f
Sinal de informação f
f
Sinal espalhado
(CDMA)
f
Sinal espalhado
(CDMA)
Sinal transmitido (CDMA)
f
Sinal recebido (CDMA)
f
Recuperação do sinal de informação do
usuário 2
f
Transmissão Recepção
Sinal recebido = sinal CDMA +
sinal interferente
f f Sinal espalhado
(CDMA) Sinal recebido após a aplicação do código
f
transmissão recepção
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É difícil adquirir e manter a sincronização entre o sinal de código gerado localmente
e o sinal recebido, pois ela deve ser mantida dentro de uma fração do tempo de chip;
Quanto maior a banda de transmissão, menor é a duração do chip. Como a duração
do chip é limitada pelo erro de sincronização admissível, a banda de transmissão
também estará limitada. No atual estado da arte ela se situa entre 10 e 20 MHz;
A potência do sinal recebido de usuários próximo a ERB é muito maior do que a
recebida devido a usuários longe da ERB. Como os sinais ocupam a mesma faixa de
freqüências, mesmo após o desespalhamento sinais de móveis próximos a ERB
gerariam interferência excessiva sobre sinais de móveis distantes da ERB. Este
problema é conhecido como interferência perto-distante. O combate a esta
interferência é feito através do controle de potência do sinal, que torna o sistema
bastante complexo.
1.3. Espalhamento espectral por salto em freqüência
A freqüência de portadora na qual o sinal de informação é transmitido muda
constantemente de acordo com um código. Durante um intervalo de tempo T, a
freqüência de portadora permanece numa freqüência. No intervalo de tempo seguinte, a
portadora salta para outra freqüência. A ocupação do espectro de freqüências é muito
diferente em sistemas com espalhamento espectral por salto em freqüência e por
seqüência direta. Na técnica de seqüência direta toda a faixa de freqüência é ocupada
por todo o tempo, enquanto que no salto em freqüência o sistema usa apenas uma
pequena parte do espectro de freqüência (uma sub faixa de freqüência) num
determinado intervalo de tempo. Na média, ambos os sistemas irão transmitir a mesma
potência (figura 4).
Se a taxa de mudança de freqüência de portadora (taxa de salto) é muito maior
do que a taxa de símbolos, temos o chamado salto em freqüência rápido (Fast FH). Se,
ao contrário, a freqüência de portadora muda apenas após a transmissão de vários
símbolos, temos o chamado salto de freqüência lento (Slow FH).
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Quando a freqüência de salto é muito menor que a banda de informação (S-FH) a
banda ocupada depende principalmente da banda de informação. Se, ao contrário, a
freqüência de salto for muito maior que a banda de informação, o formato do pulso do
sinal irá definir a banda ocupada em cada (sub) faixa de freqüência.
1.3.1. Propriedades gerais do sinal FH-CDMA
• Múltiplo acesso – No F-FH um símbolo é transmitido em diferentes faixas de
freqüência. Se o sinal desejado é o único a ocupar a maioria das faixas de
freqüências da banda de transmissão, a potência recebida do sinal desejado será
muito maior que a potência interferente, e o sinal é recebido corretamente. No S-FH,
vários símbolos são transmitidos na mesma freqüência. Se a probabilidade de mais
de um usuário transmitir ao mesmo tempo na mesma faixa de freqüência é baixa o
suficiente, a informação será recuperada sem erros na maior parte do tempo.
Códigos corretores de erro devem ser usados para recuperar a informação quando
ocorrer a coincidência de 2 ou mais usuários transmitirem na mesma faixa de
freqüência.
• Interferência de Multipercurso – Como o desvanecimento causado por
multipercurso é seletivo em freqüência e no F-FH um símbolo é transmitido em
varias (sub) faixas de freqüência, é bastante provável que enquanto algumas faixas
de freqüência sejam atenuadas, enquanto outras não. Os sinais recebidos em faixas
de freqüência diferentes, contendo partes do mesmo símbolo, serão combinados no
receptor reduzindo assim a interferência de multipercurso
• Interferência de faixa estreita – O entendimento desta melhoria é direto. Um sinal
faixa estreita localizado numa determinada faixa só irá causar interferência nos
momentos em que o sinal de informação estiver ocupando aquela mesma faixa, ou
pelo menos parte dela.
• Baixa probabilidade de detecção – É difícil interceptar um sinal que só permanece
por breves instantes numa faixa de freqüência e logo depois muda para outra.
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1.3.2. Vantagens e desvantagens do sinal FH-CDMA
A sincronização no FH-CDMA é mais fácil do que no DS-CDMA.
Enquanto que no DS-CDMA a sincronização tem que ser feita numa fração de
tempo do chip, no FH-CDMA ela deve ser feita numa fração do tempo de mudança
entre uma faixa de freqüência e outra (tempo de salto). Desde que o espalhamento
espectral seja obtido usando muitas (sub) faixas de freqüências (freqüências de
salto) e não fazendo uma variação rápida da faixa utilizada, o tempo de salto no FH-
CDMA é muito maior do que o tempo de chip do DS-CDMA. Assim, o FH-CDMA
permite um maior erro de sincronização do que o DS-CDMA.
Permite utilizar faixas de freqüências maiores do que o DS-CDMA.
Enquanto que no DS-CDMA o erro de sincronização limita a banda ocupada, no
FH-CDMA, além da menor restrição da sincronização, a banda ocupada não
necessariamente necessita ser contígua.
A interferência perto distante não é um problema, como ocorre no DS-CDMA,
já que a probabilidade de mais de um usuário transmitir na mesma faixa ao mesmo
tempo é pequena.
Redução mais efetiva da interferência de faixa estreita do que no DS-CDMA.
Isto ocorre porque podemos usar bandas de freqüência maiores para portar
informação no FH-CDMA do que no DS-CDMA.
O FH-CDMA necessita um sintetizador de freqüências mais sofisticado do que o
DS-CDMA.
Uma mudança abrupta do sinal durante a mudança da faixa de freqüência, poderia
levar a um aumento da faixa de freqüência ocupada. Para se evitar este aumento
indesejado da banda ocupada o sinal deverá ser desligado quando na mudança de
freqüência.
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Figura 4 –Alocação do sinal - FH-CDMA & DS-CDMA
1.4. Espalhamento espectral por salto no tempo
No TH-CDMA o sinal de dados é transmitido em rápidas rajadas emitidas em
intervalos de tempo determinados pelo código (figura 5). O eixo do tempo é dividido
em quadros, que são subdivididos em slots. Durante cada quadro o usuário ira transmitir
em apenas um slot. O exato slot em que um usuário irá transmitir é determinado pelo
seu código.
Figura 5 –Alocação do sinal - FH-CDMA & DS-CDMA
1.4.1. Propriedades gerais do sinal TH-CDMA
• Múltiplo acesso – Assim como no FH-CDMA, e diferente do que acontece no DS-
CDMA, o múltiplo acesso é conseguido fazendo com que a probabilidade de mais
de um usuário transmitir ao mesmo tempo na mesma faixa de freqüência, seja
Tempo
Freq
üênc
ia
FH-CDMA
Tempo
Freq
üênc
ia
DS-CDMA
Tempo
Freq
üênc
ia
TH-CDMA
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pequena. No TH-CDMA todos os usuários usam a mesma faixa de freqüência,
sendo a separação realizada no tempo.
• Interferência de Multipercurso – Este tipo de técnica não prove nenhum tipo de
melhoria para este tipo de interferência.
• Interferência de faixa estreita – No TH-CDMA o sinal de informação é transmitido
durante uma parcela do tempo. Na recepção, o sinal interferente só é recebido
durante a recepção do sinal desejado. Logo, haverá melhoria no que diz respeito a
este tipo de interferência.
• Baixa probabilidade de detecção – Os tempos de transmissão de um usuário são
desconhecidos para quem não conhece o código usado. Além disto, as curtas
durações das rajadas de transmissão dificultam a interceptação do sinal por terceiros.
1.4.2. Vantagens e desvantagens do sinal TH-CDMA
O TH-CDMA é de implementação mais simples que o FH-CDMA
Como no FH-CDMA não há problema de interferência perto distante.
Apresenta dificuldades de sincronização.
Se múltiplos usuários transmitirem simultaneamente, um grande número de dados
serão perdidos, exigindo bons códigos corretores de erro e entrelaçamento de bits.
1.5. Sistemas híbridos
São formados pela combinação de duas ou mais técnicas de espalhamento
espectral já mencionadas, ou de uma dessas técnicas com outras técnicas de múltiplo
acesso. O objetivo é combinar as vantagens específicas de cada sistema.
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2. Códigos para CDMA
2.1. Ortogonalidade dos códigos
Para serem ortogonais duas seqüências (códigos) devem possuir:
• Correlação cruzada nula
• Auto-correlação normalizada pelo comprimento do código igual a um
• Natureza pseudoaleatória
2.1.1. Correlação cruzada nula
Sendo x e y duas seqüências discretas, sua correlação cruzada é expressa como:
∑∫=
⋅=⋅=⋅⋅=l
1iii
TT
0xy yxyxdt)t(y)t(x)0(R (1)
onde: xT = [x1 x2 x3 x4 ... xl]
yT = [y1 y2 y3 y4 ... yl]
T = matriz transposta
Então, para atender ao requisito de ortogonalidade:
0yxyxl
1iii
T =⋅=⋅ ∑=
(2)
Ex.: xT = [0 0 1 1]
yT = [0 1 1 0]
representando 0 como –1
xT = [-1 -1 1 1]
yT = [-1 1 1 -1]
Rxy(0) = xT y = (-1)(-1)+(-1)(1)+(1)(1)+(1)(-1) = 0
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2.1.2. Auto-correlação normalizada pelo comprimento do código igual a um:
∑=
⋅=⋅
=L
1iii
T
xx xxL1
Lxx)0(R (3)
onde L é o comprimento do código
Ex.: xT = [-1 -1 1 1]
14
)1)(1()1)(1()1)(1()1)(1(L
xx)0(RT
xx =++−−+−−
=⋅
=
2.1.3. Natureza pseudoaleatória
O número de uns e zeros devem ser iguais ou devem diferir no máximo de 1 bit.
2.2. Código Walsh
J. L. Walsh definiu um sistema completo de funções ortogonais sobre um
intervalo normalizado (0,1), onde cada função pode assumir os valores +1 e –1, exceto
num número finito de pontos de descontinuidades. Existem diversas maneiras de se
gerar as funções de Walsh, dentre as quais o uso das funções de Rademacher, o uso das
matrizes de Hadamard ou utilizando as próprias propriedades enunciadas por Walsh.
As funções de Walsh são usadas para se distinguir entre os diferentes canais no
enlace direto (Foward link ou downlink – da estação radio base para o móvel),
garantindo assim o múltiplo acesso.
A geração através da matriz de Hadamard é feita modo recursivo, da seguinte
maneira.
==
NN
NNN2 HH
HHHHadamarddeMatriz (4)
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onde: HN é a negação lógica de HN segundo a álgebra de Boole.
Ex.: N=1
−
−−=
1111
H N2
N=2
−−−−
−−−−−−
=
=
1111111111111111
HHHH
H22
224
Esta matriz de Hadamard de ordem 4 (H4) gera 4 códigos, cujos elementos são
suas linhas :
H0 = [-1 –1 –1 -1]
H1 = [-1 1 –1 1]
H2 = [-1 –1 1 1]
H3 = [-1 1 1 -1]
Com exceção da primeira linha da matriz (H0) todas as outras linhas geram
seqüências que obedecem as 3 exigências de ortogonalidade já descritas.
A única inconveniência do uso da matriz de Hadamard é que a ordem das linhas
da matriz não é exatamente a ordem definida pelo padrão IS-95. Devemos então
converter esta ordem da seguinte forma:
• Seja a seqüência Wi da função de Walsh;
• Representando o índice i pela seqüência binaria Xi = (xi,1 xi,2 ... xi,K), a linha
da matriz de Hadamard de ordem 2K que corresponde a seqüência Wi pode
ser indexada pela seqüência binária Ci = (ci,1 ci,2, ... ci,K);
• A relação entre os elementos de Xi e Ci é dada pelas seguintes
transformações
ci,K = xi,1
ci,K-j = xi,j + xi,j+1 , j = 1, 2, ..., K-1
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O padrão IS-95 estabelece o uso de uma matriz de ordem 64, o que prove 63
códigos ortogonais entre si mais o código W0 (1a linha da matriz).
Exemplo do uso do código Walsh para canalização no DS-CDMA:
Consideremos 3 mensagens m1, m2, m3 a serem transmitidas usando os códigos
H1, H2 e H3 da matriz de Hadamard de ordem 4 mostrada anteriormente.
Cada mensagem é espalhada sobre o código correspondente sendo, neste caso, a
taxa do código quatro vezes a taxa da mensagem:
m1(t) = 1 -1 1
H1(t) = -1 1 -1 1 -1 1 -1 1 -1 1 -1 1
m1(t) = 1 1 1 1 -1 -1 -1 -1 1 1 1 1
m1 x H1 = -1 1 -1 1 1 -1 1 -1 -1 1 -1 1
m2(t) = 1 1 -1
H2(t) = -1 -1 1 1 -1 -1 1 1 -1 -1 1 1
m2(t) = 1 1 1 1 1 1 1 1 -1 -1 -1 -1
m2 x H2 = -1 -1 1 1 -1 -1 1 1 1 -1 -1 -1
m3(t) = -1 1 1
H3(t) = -1 1 1 -1 -1 1 1 -1 -1 1 1 -1
m3(t) = -1 -1 -1 -1 1 1 1 1 1 1 1 1
m3 x H3 = 1 -1 -1 1 -1 1 1 -1 -1 1 1 -1
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O sinal C(t) que será enviado será a composição de m1(t) x H1(t), m2(t) x H2(t) e
m3(t) x H3(t);
C(t) =m1(t)xH1(t) + m2(t)xH2(t) + m3(t)xH3(t) =[ -1 -1 -1 +3 -1 -1 +3 -1 -1 +3 -1 -1 ]
O receptor recupera a mensagem voltando a multiplicar o sinal c(t) pelo
respectivo código e integrando o resultado:
C(t)H1(t) = 1 -1 1 3 1 -1 -3 -1 1 3 1 -1
M1(t) = 4 -4 4
Utilizando o seguinte limiar de decisão,
m’(t)=1 se M(t) > 0
m’(t)=-1 se M(t) < 0
após a decisão temos:
m’1(t) = 1 -1 1
m’2(t) = 1 1 -1
m’3(t) = -1 1 1
Entretanto, se algum dos códigos Walsh sofrer um deslocamento de um chip
devido a multipercurso ele deixa de ser ortogonal aos demais. Se H3 sofrer o
deslocamento de 1 chip
H3 deslocado = [ -1 –1 +1 +1]
a correlação cruzada de H3 e H2 passa a ser 1+1+1+1 = 4 ≠ 0 e os códigos deixam de ser
ortogonais.
Ou seja, é imperativa a sincronização quando se usa o código Walsh. Sendo
assim, ele só é usado para prover ortogonalidade entre os canais do enlace direto aonde
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é possível que todas as estações radio base (ERBs) do sistema recebam sincronização de
uma rede de sincronismo independente (por exemplo através de receptores GPS –
Global Positionning System). O código Walsh também é usado no enlace reverso, como
veremos ainda neste capítulo, porém não para prover ortogonalidade entre os canais.
As estações móveis recebem das ERBs pelo canal piloto, que usa o código W0, a
referência necessária de tempo e freqüência.
2.3. Código PN
No enlace reverso onde não é possível utilizar o código Walsh por falta de
sincronização utiliza-se o código PN.
O código PN é gerado através de um registrador de deslocamento formado por N
flip-flops , com algumas realimentações bem determinadas. As saídas do último estágio
formam o código que possuirá um comprimento L de 2N – 1.
Exemplo com N=3:
Figura 6 – Gerador de código PN de comprimento 7 3
1.1.
1 2 3Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Somador
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Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 16
Tabela 1- Saídas do gerador de código de comprimento 7
Shift Est. 1 Est.2 Est. 3 Saída
0 1 0 1 1
1 1 1 0 0
2 1 1 1 1
3 0 1 1 1
4 0 0 1 1
5 1 0 0 0
6 0 1 0 0
7 1 0 1 1 3
Um conjunto de códigos PN pode ser gerado deslocando sucessivamente os bits.
Substituindo os zeros por -1 tem-se:
P0= [+1 -1 +1 +1 +1 -1 -1]
P1= [-1 +1 -1 +1 +1 +1 -1]
P2= [-1 -1 +1 -1 +1 +1 +1]
P3= [+1 -1 -1 +1 -1 +1 +1]
P4= [+1 +1 -1 -1 +1 -1 +1]
P5= [+1 +1 +1 -1 -1 +1 -1]
P6= [-1 +1 +1 +1 -1 -1 +1]
O conjunto de códigos PN assim gerado obedece as 3 condições de
ortogonalidade.
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A função de autocorrelação dos códigos PN possui um pico quando as versões
do código estão alinhadas. Caso contrário ela possui um valor mínimo. Desta maneira, a
função de autocorrelação do código PN é usada para aquisição inicial de sincronismo no
receptor.
Função de autocorrelação = ∑−
=−⋅=
1j
0j1jjx xx)i(R (5)
Figura 7 - Função de autocorrelação para o código PN (L=7)
Na prática, o receptor (padrão IS-95) possui uma cópia do código PN original
(com fase inicial). Ao adquirir uma seqüência numa fase arbitrária, ele calcula a função
de autocorrelação. Se o resultado for um máximo, as versões do código estão em fase,
caso contrário ele desloca (gira) a seqüência recebida de um chip e compara novamente,
repetindo a processo até encontrar um máximo (versões do código em fase).
O padrão IS-95 usa códigos PN com N = 42 (comprimento de 242-1 chips),
chamados de códigos longos (ou seqüências longas) para canalização do enlace reverso.
O enlace direto também usa o código PN. Para cada estação rádio base é utilizado um
código PN superposto ao código Walsh. Isto é necessário para prover isolação entre
diferentes estações rádio base (ou diferentes setores), pois cada estação rádio base
utiliza o mesmo conjunto de códigos Walsh. O código PN utilizado no enlace direto é
7 -1
SHIFT 0 7 14
Autocorrelação
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Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 18
chamado de código curto porque se utiliza de apenas de 15 flip flops, possuindo então
um comprimento de 215-1.
2.4. Técnica de entrelaçamento
O entrelaçamento usado em conjunto com a repetição e codificação é uma forma de
diversidade temporal, que dispersa as rajadas de erro. Se o entrelaçamento for bem
projetado os erros seguirão um padrão mais aleatório, sendo mais facilmente tratados
pelas técnicas corretoras.
O padrão IS-95 (DS-CDMA) estabelece o uso da técnica de entrelaçamento por
blocos, que pode ser implementada escrevendo a fluxo de dados numa matriz de I
colunas e J linhas numa forma específica e lendo de outra forma. A escrita é feita por
colunas, começando pelo elemento situado na primeira linha e primeira coluna, seguido
pelo elemento situado na segunda linha e primeira coluna, e terminando com o elemento
da coluna I, linha J. A leitura é feita por linhas, começando pelo elemento situado na
última linha (linha J) e primeira coluna, seguido pelo elemento situado na última linha e
segunda coluna, e terminando com o elemento da última coluna, primeira linha (figura
8).
Figura 8 – Operações de entrelaçamento
Escrita Leitura
Introdução aos Sistemas CDMA
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 19
É obvio que esta operação de escrita e leitura numa memória causa um retardo
no fluxo de dados. O padrão IS-95 (para DS-CDMA) especifica um retardo de 20 ms
para todos os canais exceto para o canal de sincronismo, cujo retardo recomendado é de
26,66 ms. Estes tempos de retardo especificados correspondem exatamente à duração
dos respectivos quadros. Na realidade, o canal de sincronismo se utiliza de uma técnica
não convencional de entrelaçamento, conhecida como inversão de bit.
2.5. Controle de Potência
O controle de potência do enlace reverso no CDMA é essencial. para evitar que um
móvel perto da ERB mascare o sinal de um móvel próximo ao contorno da célula
(interferência perto distante). Para ilustrar este efeito, consideremos a situação a seguir
onde, devido a diferença de distancia, PR2 = a x PR1, sendo a >1.
Figura 9 - Problema de interferência "perto-distante"
Freqüência
Usuário 1 S/N = 1/a
Usuário 2 S/N = a
Potência
Pt Pt PR2 PR1
Usuário 1 Usuário 2
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 20
Figura 10 - Relação sinal interferência na presença da interferência perto distante
Neste caso, o sinal do usuário 2 é muito mais forte do que o sinal do usuário 1,
sendo este ultimo ocultado. Este problema pode ser resolvido controlando a potência
emitida pelo móvel de modo que a potência recebida pela ERB seja a mesma
independente da localização do móvel dentro da célula.
Figura 11 - Solução para a interferência perto-distante
Um problema a resolver é qual deve ser a potência inicial de transmissão do
enlace reverso. O padrão IS-95 estabelece que deve se transmitir uma série de “probes
de acesso”. Estes probes de acesso são séries de transmissões com potências
progressivamente maiores. O móvel transmite o primeiro probe de acesso (de relativa
baixa potência), espera uma resposta e, se depois de um intervalo de tempo aleatório
não a recebe, envia um segundo probe com uma potência maior (a diferença de
potências é dado pelo parâmetro PWR_STEP).
O padrão IS-95 estabelece também que o móvel deve usar o nível da potência
recebida pela radio base para estimar qual é a potência inicial a ser transmitida. Ou seja,
Pt1 Pt2 PR PR
Usuário 1 Usuário 2
Freqüência
Usuário 1 S/N = 1/n
Usuário n+1 S/N = 1/n
Potência recebida pela ERB
Introdução aos Sistemas CDMA
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 21
se o nível recebido é alto, então o móvel assume que a ERB está próxima e, se é baixo,
assume que a ERB está distante. Este processo é conhecido controle de potência de laço
aberto (open loop), no qual a operação é controlada unicamente pelo móvel, sem
envolver a ERB.
Figura 12 - Probes de acesso
É importante notar que o controle de potência de laço aberto é baseado na
estimativa da atenuação do enlace direto. Este controle de potência é usado para
compensar efeitos de larga escala (variação lenta) e sombreamento log-normal aonde há
correlação entre os desvanecimentos dos enlaces direto e reverso. Entretanto, uma vez
que os enlaces direto e reverso estão em diferentes freqüências, o controle de laço
aberto é inadequado e muito lento para compensar o desvanecimento de pequena escala
(variação rápida).
É necessário então utilizar um outro tipo de controle para o combate ao
desvanecimento rápido. Este controle é chamado de laço fechado (closed loop), porque
envolve a estação base e o móvel. No controle de potência em laço fechado a estação
Tempo aleatório
PWR_STEP
Nível inicial
PWR_STEP
tempo
Potência
transmitida
pelo móvel
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 22
rádio base monitora continuamente o enlace reverso e mede a qualidade do enlace. Se a
qualidade do enlace torna-se ruim a ERB, via enlace direto, comanda o móvel para que
ele aumente a potência. Se a qualidade do enlace está demasiado boa a estação rádio
base comanda o móvel para que ele reduza o nível. Idealmente a taxa de erro de quadro
(FER – Frame Error Rate) é um bom indicador da qualidade do enlace. Entretanto a
estação base teria que acumular um número suficiente de bits para calcular a FER, o que
seria demasiado lento para o controle do desvanecimento rápido. A razão entre energia
de bit e densidade de ruído (Eb/N0) é usada como indicador de qualidade do enlace
reverso, no que se denomina parte interna do controle de potência de laço fechado.
A estação base envia comandos de controle de potência diretamente sobre o
canal de tráfego. Os bits que carregam esta informação são chamados de PCBs (Power
Control Bits), e normalmente comandam um aumento / decréscimo de 1dB.
Como não há uma relação única entre o limiar de Eb/N0 e a FER, é necessário um
ajuste dinâmico do limiar de Eb/N0 para se manter uma determinada FER, processo
denominado parte externa do controle de potência do enlace fechado.
Figura 13 - Controle de potência de laço fechado
Em contraste com o enlace reverso, no enlace direto todos os sinais se propagam
através do mesmo canal sendo recebidos pela estação móvel com a mesma potência.
Embora não exista a interferência perto distante, o controle de potência ainda é
Limiar de Eb/N0
Parte Externa do laço externo Ajuste do limiar de Eb/N0 pela FER
Parte Interna do laço interno 1. Medição de Eb/N0 2.Comparação com o limiar de Eb/N0 3. Decisão de qual PCB enviar
Introdução aos Sistemas CDMA
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 23
necessário para minimizar a interferência em outras células e compensar a interferência
de outras células.
O padrão IS-95 especifica que o móvel deve informar a estação base a qualidade
do enlace direto. O móvel continuamente monitora a FER do enlace direto e reporta à
ERB através de uma mensagem denominada “Power Measurement Report Message –
PMRW”. A ERB, conhecendo a qualidade do enlace direto, ajusta a potência do canal
para aquele móvel.
2.6. Handoff
O padrão IS-95 define 3 tipos de handoffs suportados pelo CDMA:
• Soft handoff – Quando o móvel se move de uma célula para outra mantém, durante
o handoff, conexão simultânea com 2 ou até 3 estações rádio base. Cada ERB
mantém um canal de tráfego com o móvel, que usa o receptor Rake para demodular
e combinar os sinais. No enlace reverso o sinal transmitido pelo móvel é recebido
pelas estações, que demodulam os sinais e os enviam para a central de comutação
móvel (MSC – Mobile Switching Center). O MSC possui um seletor que escolhe o
melhor quadro entre os enviados pelas ERBs.
Figura 14 - soft handoff
Central de comutação móvel
Receptor Rake
Quadro demodulado Quadro demodulado
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 24
• Softer handoff – Ocorre quando um móvel se desloca entre 2 setores da mesma
célula. O processo é praticamente igual ao do soft handoff, mas os sinais são
demodulados e combinados dentro da própria ERB e somente um quadro é enviado
a MSC.
Figura 15 - Softer handoff
• Hard handoff – Pode ocorrer quando um móvel se desloca entre células com canais
CDMA de diferentes freqüências ou quando ele transita entre as áreas de 2
operadores diferentes.
O processo de handoff, com um móvel se deslocando de uma célula A para uma B, é
descrito detalhadamente a seguir:
Central de comutação
móvel
Receptor Rake
Quadro demodulado
Introdução aos Sistemas CDMA
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 25
Figura 16 - Handoff
(1) Até este ponto, o móvel está sendo servido apenas pela célula A. Neste ponto o
móvel, que está medindo também o piloto da célula B, verifica que Ec/I0 se torna
maior que o limiar de detecção de piloto (T_ADD). O Móvel envia uma mensagem
de amplitude de piloto e passa a considerar a célula B como candidata a handoff.
(2) O móvel recebe uma mensagem de direção de Handoff da célula A, indicando o
offset PN e o código walsh da célula B, para que possa estabelecer um canal de
tráfego também com a célula B.
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)
T_ADD
T DROPdistância
Móvel ERB A ERB B
piloto da ERB B ativo Piloto da ERB A ativo
pilotos das ERBS A e B ativos
Ec/I0
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 26
(3) O móvel passa a utilizar os dois canais.
(4) O móvel detecta que o piloto A cai abaixo de T_DROP; se após um tempo T_
TDROP o piloto continuar abaixo de T_DROP a ERB é avisada.
(5) Passa-se o tempo T_DROP e o móvel envia uma mensagem de nível de piloto.
(6) O móvel recebe uma mensagem de direção de Handoff. Esta contem só o offset PN
da célula B, indicando que o canal da célula A não deverá ser mais usado.
(7) O móvel envia uma mensagem de finalização de Handoff.
2.7. Planejamento do offset PN
O padrão IS-95 estabelece que o código PN curto tenha 215 (= 32768) chips, ou seja
32768 seqüências diferentes. Com este número elevado de seqüências poderíamos
erroneamente ser levados a pensar que o planejamento destas é desnecessário. O
exemplo abaixo tornara claro esta necessidade.
Examinemos a situação de um móvel cujas distâncias a duas ERBs são iguais as
distâncias percorridas pelos sinais durante intervalos de 1 chip e 2 chips,
respectivamente:
Figura 17 - Situação em que o móvel distingue sequências PN Sejam • Taxa de transmissão = R = 1,2288 Mcps
2 chips 1 chip
ERB 1 ERB 2
Introdução aos Sistemas CDMA
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 27
• Duração do chip = T = 1/R = 0,81380 µs • Distância percorrida no tempo de 1 chip (T) = d = c T = 244 m • c = velocidade de propagação da onda eletromagnética (no espaço livre ≈ vácuo)
Devido à distância, o móvel receberá a seqüência da ERB 1 como se ela
estivesse deslocada de 2 chips e a seqüência da ERB 2 como deslocada de 1 chip. Se a
seqüência da ERB 2 começar atrasada de1 chip em relação à da ERB 1, esta diferença
de distância fará com que ambas as seqüências cheguem em fase ao receptor. Como
cada seqüência corresponde a uma informação diferente, o receptor não conseguirá
recuperar a informação desejada. A figura 18 ilustra esta situação.
Figura 18 - Seqüências PN no domínio do tempo
No intuito de evitar o problema descrito, o padrão IS-95 estabelece que os
offsets PN devem ter uma separação mínima de 64 chips. Separações são comandadas
utilizando-se o parâmetro PILOT_INC, que multiplicara um número inteiro a separação
mínima de 64 chips. Tem-se então um número máximo de 512 offsets (com a separação
de 64 chips) que poderão ser utilizados, sendo necessário em grandes sistemas repetir o
mesmo conjunto de offsets em células distintas.
Para estabelecer a distância mínima entre duas células que utilizam um mesmo
offset PN é necessário primeiro analisar como o receptor móvel classifica os sinais
recebidos. O receptor possui uma “janela de busca” de tamanho W (definido pelo
1 chip 1 chip
Transmissão da seq. PN 1
Transmissão da seq. PN 2
Recepção da seq. PN 1
Recepção da seq. PN 1
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 28
parâmetro SRCH_WIN_A) e todos os sinais que chegarem dentro desta janela serão
considerados como multipercursos de um mesmo sinal e combinados. Então, se dois
sinais com o mesmo offset, pórem com informações diferentes (um não é multipercurso
do outro) caem dentro da janela de busca, o receptor tenta combinar os dois, destruindo
a informação desejada. Este problema é conhecido como aliasing.
Consideremos a situação de um móvel recebendo o sinal de duas ERBs, que
estão enviando seqüências com o mesmo offset (co-offset), uma à distância
correspondente a x chips e a outra, à distância correspondente de y chips, como mostra a
figura 19.
Figura 19 - Planejamento de offset PN, seqüências com o mesmo offset
O equivalente temporal para a figura 19 é a figura 20
X chips Y chips
ERB 1 ERB 2
Introdução aos Sistemas CDMA
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 29
Figura 20 - Seqüências PN co-offset no domínio do tempo
Para evitar o alising, deve-se fazer com que o sinal da ERB 1 seja recebido fora
da janela de busca. Pela geometria da figura 20, devemos então ter:
2WYX +> [chips] (6)
Fazendo Y = R = raio da célula 2 (em chips) teremos:
YXD += [chips] (7)
onde : D = distância entre as ERBs (em chips)
Combinando as equações (38) e (39) temos:
X chips
Y chips
Transmissão da seq. PN 1
Transmissão da seq. PN 2
Recepção da seq. PN 1
Recepção da seq. PN 1
W
Sinais demodulados, que serão combinados
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Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 30
R22WD +> [chips] (8)
Como a distância de 1 chip eqüivale a 244 m, temos que:
r22W244d ⋅+⋅> [m] (9)
onde : d = distância entre as ERBs, em metros
r = raio da célula 2, em metros
W = tamanho da janela (SRCH_WIN_A), em chips.
Pode-se estender o raciocínio utilizado para o planejamento de seqüências com o
mesmo offset, para seqüências com offsets adjacentes. Imagine agora a situação de um
móvel recebendo o sinal de duas ERBs, que estão enviando seqüências com separação
de offset I (I = PILOT_INC x 64 chips), uma a distância de x chips e a outra de y chips,
como mostram as figura 25 e 26.
Figura 21 - Planejamento de offset PN, seqüências com offsets adjacentes
X chips Y chips
ERB 1 ERB 2
Introdução aos Sistemas CDMA
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 31
Figura 22 - Seqüências PN com offsets adjacentes no domínio do tempo
Novamente, para evitar o alising, deve-se fazer com que o sinal da ERB 1 seja
recebido fora da janela de busca. Pela geometria da figura 22, devemos então ter:
2WYIX −+< [chips] (10)
Fazendo Y = R = raio da célula 2 (em chips) teremos:
YXD += [chips] (11)
onde : D = distância entre as ERBs (em chips)
Combinando as equações (42) e (43) temos:
2WR2ID −⋅+< [chips] (12)
Como a distância de 1 chip eqüivale a 244 m, temos que:
r2W122I244d ⋅+⋅−⋅< [m] (13)
X chips
Y chips
Transmissão da seq. PN 1
Transmissão da seq. PN 2
Recepção da seq. PN 1
Recepção da seq. PN 1
W
Sinais demodulados, que serão combinados
I chips
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Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 32
onde : d = distância entre as ERBs, em metros
r = raio da célula 2, em metros
W = tamanho da janela (SRCH_WIN_A), em chips.
I = separação de offset entre as seqüências
3. Estrutura de enlace
O DS-CDMA (padrão IS-95) usa estruturas diferentes nos enlaces reverso e direto. O
enlace direto possui 4 tipos de canais, que são os canais piloto, de sincronismo, de
interrogação e de tráfego (em inglês, respectivamente, pilot, sync, paging and traffic
channels).
O enlace reverso possui apenas dois tipos de canais, os canais de acesso e de
tráfego (em inglês, respectivamente, access and traffic channels).
3.1. Enlace direto
A ortogonalidade do enlace direto no DS-CDMA, padrão IS-95, é conseguida utilizando
o código Walsh de ordem 64, correspondendo ao máximo de 64 canais por célula (ou
por setor, se for o caso de células setorizadas). O código Walsh zero é utilizado para o
canal piloto, até sete seqüências Walsh são utilizadas para os canais de pager e uma
seqüência para o canal de sincronismo. As seqüências Walsh restantes são utilizadas
para os canais de tráfego.
3.1.1. Canal Piloto
A principal finalidade deste de canal é prover uma referência de fase para que seja
possível uma demodulação coerente no receptor móvel. Para ser facilmente extraído no
receptor, o canal piloto não é modulado por um sinal de dados e/ou controle, ele é
apenas espalhado pela seqüência zero do código Walsh, que é na realidade a constante
lógica zero.
Introdução aos Sistemas CDMA
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 33
Tão importante quanto a referência de fase é a referência de tempo, também
extraída do sinal do canal piloto. A medida da razão de energia de chip por
interferência, no canal piloto, é utilizada como referência no processo de handoff.
Como temos apenas um canal piloto por célula, e devido a sua importância, ele é
transmitido com uma potência maior do que a de outros canais.
Figura 23 –“ Modulação” do canal piloto (enlace direto)
3.1.2. Canal de sincronismo
O canal de sincronismo é espalhado com a mesma seqüência PN curta que é usada no
canal piloto. Além disto a temporização dos quadros também está em alinhamento em
ambos os canais. Assim, uma vez que o móvel adquira a sincronização com o canal
piloto, o alinhamento com o canal de sincronismo é imediato.
O canal de sincronização é demodulado por todos os móveis, em sistema de
difusão (Broadcast). O sinal do canal de sincronismo provê ao receptor importantes
parâmetros, como o offset do código PN que é usado pela célula (ou pelo setor, em
sistemas com células setorizadas).
Filtro de banda básica
Filtro de banda básica
∑
Piloto PN - I
1,2288Mcps
Piloto PN - Q
1,2288Mcps
Cos (2πfct)
Sen (2πfct)
Para
o
Tran
smis
sor
Ho ≡ W0
Seqüência
de zeros
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 34
Figura 24 - Modulação do canal de sincronismo (enlace direto)
3.1.3. Canal de pager
Uma vez adquirida a sincronização, o móvel começa a monitorar o canal de pager, o
qual é responsável por alertar aos móveis que existem chamadas para eles, e pela
transmissão de parâmetros importantes, tal como, parâmetros de handoff e de controle
de potência.
Figura 25 - Modulação do canal de pager (enlace direto)
3.1.4. Canal de tráfego
Os canais de tráfego são usados para transmissão de voz e dados dos usuários, e também
para mensagens de sinalização. As seqüências Walsh permitidas para utilização nos
Codificador convolu-
cional r =1/2 k=9 1,
2 k
bps Repetição
de símbolo
(x 2)
Entrelaça-mento de
bloco retardo = =26,66ms 2
4kb
ps
48
kbps
Filtro de banda básica
Filtro de banda básica
∑
H32 ≡ W32 1.2288Mcps
Piloto PN - I
1,2288Mcps
Piloto PN - Q
1,2288Mcps
Cos (2πfct)
Sen (2πfct)
Para
o
Tran
smis
sor
Codifi-cador
convolu-cional r =1/2 k=9
9,6
kbp
s 4,
8 k
bps
19,2 kbps 9,6 kbps
Filtro de banda básica
Filtro de banda básica
∑
Hk k = 1...7
1.2288Mcps
Piloto PN - I 1,2288Mcps
Piloto PN - Q 1,2288Mcps
Cos (2πfct)
Sen (2πfct) Pa
ra o
Tr
ansm
isso
r Repetição de
símbolo x 1 x 2
Entrelaça-mento de
bloco retardo = = 20 ms 19
,2
kbps
Gerador de código PN longo
Decimador
Introdução aos Sistemas CDMA
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 35
canais de trafego são aquelas correspondentes as seqüências 8 a 31 e 33 a 63 da matriz
de Hadarmard (H8 a H31 e H33 a H63). A figura 26 mostra o canal com o conjunto 1 de
taxas de transmissão da UIT (Rate Set 1). No conjunto 2, as velocidades antes do
codificador convolucional são 14,4 ; 7,2 ; 3,6 e 1,8 Kbps, e a razão de codificação ¾, ao
invés de ½ .O código PN longo é utilizado para embaralhar os dados e garantir
privacidade de comunicação.
Figura 26 - Modulação do canal de tráfego (enlace direto)
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 36
3.2. Enlace reverso
A ortogonalidade do enlace reverso no DS-CDMA, padrão IS-95, é conseguida
utilizando o código PN longo.
3.2.1. Canal de acesso
O canal de acesso é usado pelo móvel para se comunicar com a base quando este não
tem nenhum canal de tráfego designado. Os bits de acesso, inicialmente a uma
velocidade de 4,8 Kbps são codificados e repetidos, chegando a taxa de 28,8 Kbps. A
seguir as funções Walsh são usadas para representar grupos de 6 bits. Esta codificação
é feita para facilitar a decisão de símbolo do receptor (estação rádio base).
Figura 27 - Modulação do canal de acesso (enlace reverso)
3.2.2. Canal de tráfego
Os quadros, após codificados convolucionalmente, são repetidos quantas vezes
necessário até se obter a velocidade de 28,8 Ksps para depois serem entrelaçados. Após
o entrelaçamento, cada seis símbolos consecutivos são usados para selecionar uma
determinada seqüência Walsh (teremos então na saída do codificador Walsh uma taxa
Cod
ifica
dor
conv
oluc
iona
l r =
1/3
k=9
4,8
Kbp
s
14,4
K
bps
Filtro de
banda básica
Atraso de ½ chip e Filtro
de banda básica
∑
Piloto PN - I 1,2288Mcps
Piloto PN - Q 1,2288Mcps
Cos (2πfct)
Sen (2πfct)
Para
o
Tran
smis
sor
Rep
etiç
ão d
e sí
mbo
lo x
2
Entre
laça
men
to
de b
loco
re
tard
o =
20 m
s
28,8
K
bps
Gerador
PN - longo
1,22
88 M
cps Cod
ifica
dor
Wal
sh
307,2 Kcps 1,2288 Mcps
Introdução aos Sistemas CDMA
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 37
de chip de 28,8 K x 64 / 6 = 307,2 Kcps). Cada quadro é composto por 16 grupos de 6
símbolos cada (ou 6 x 64 = 384 chips). O significado de cada grupo depende da taxa de
velocidade, conforme a tabela 2.
Para reduzir a interferência no enlace reverso, e consequentemente aumentar a
capacidade do sistema, apenas alguns dos símbolos repetidos, selecionados
pseudoaleatóriamente pelo “data buster randomizer” , são transmitidos. O uso de
diferentes seqüências PN longas garante a distinção entre os canais. Os offsets das
seqüências são determinados por máscaras que dependem do número de série eletrônico
do móvel (ESN – Eletronic Serial Number).
Tabela 2 – Agrupamento de símbolos no canal de trafego reverso
Taxa de voz Repetição Agrupamento de símbolos modulados
9600 bps x 1 6 símbolos ; 6 símbolos ; ...
4800 bps x 2 6 símbolos ; 6 repetições ; ...
2400 bps x 4 6 símbolos ; 3 grupos de 6 repetições ; ...
1200 bps x 8 6 símbolos ; 7 grupos de 6 repetições ; ...
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 38
Figura 28 - Modulação do canal de tráfego (enlace reverso)
1,2288 Mcps
Cod
ifica
dor
conv
oluc
iona
l r =
1/3
k=9
Rep
etiç
ão d
e sí
mbo
lo
Entre
laça
men
to
de b
loco
re
tard
o =
20 m
s
Cod
ifica
dor
Wal
sh
9,6 Kbps 4,8 Kbps 2,4 Kbps 1,2 Kbps
“Dat
a bu
ster
rand
omiz
er”
28,8 Ksps 14,4 Ksps 7,2 Ksps 3,6 Ksps
1 x 28,8 Ksps2 x 14,4 Ksps4 x 7,2 Ksps 8 x 3,6 Ksps
28,8
K
sps
Gerador de código PN
longo
1,22
88 M
cps
A
Filtro de
banda básica
Atraso de ½ chip e Filtro
de banda básica
∑
Piloto PN - I 1,2288Mcps
Piloto PN - Q 1,2288Mcps
Cos (2πfct)
Sen (2πfct)
Para
o
Tran
smis
sor
A
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 39
PLANEJAMENTO DE SISTEMAS CDMA
4. Capacidade Máxima
A capacidade é definida como o número total de usuários simultâneos que o
sistema pode suportar. O modelo apresentado a seguir para o cálculo de capacidade do
sistema CDMA é baseado na interferência existente no sistema.
A energia de um bit pode ser calculada pelo produto da potência media do sinal
(S) pelo tempo de duração do bit (T).
STE b = (14)
Substituindo T por 1/R, onde R é a taxa de bits, temos:
RNS
NE
00
b = (15)
Para um sistema com banda total W e potência de ruído N, a densidade de
potência de ruído é dada por:
WNN0 = (16)
Logo,
RW
NS
NE
0
b ⋅= (17)
A razão W/R é conhecida como ganho de processamento do sistema.
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 40
Num sistema com M usuários a relação sinal ruído do enlace reverso para um
dos usuários é igual à potência do canal deste usuário dividido pela potência de todos os
outros usuários (que operam na mesma faixa de freqüência). Temos então que a relação
sinal ruído para um dos usuários expressa por:
1M1
NS
−= (18)
Figura 29 - Relação sinal ruído num sistema com M usuários
Substituindo (5) em (4) temos:
RW
1M1
NE
0
b ⋅−
= (19)
Rearrumando para o número de usuários:
( )( )0b NE
RW1M =− (20)
e se M é grande:
Potência
Freqüência
Usuário 1
Usuário 2
Usuário M
Planejamento de Sistemas CDMA
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( )( )0b NE
RWM ≈ (21)
O cálculo apresentado acima é simplista, porque as equações (6), (7) e (8) foram
deduzidas considerando uma antena de rádio base omnidirecional, uma única célula,
usuários com atividade vocal 100% do tempo e controle de potência perfeito. Como
estes fatores não ocorrem na prática, devemos introduzir fatores de correção, como
indicado a seguir:
4.1. Efeitos dos canais reversos de outras células
Embora se procure fazer com que a potência emitida pelo móvel não interfira
nas outras ERBs, na prática sempre haverá uma parcela de interferência.
Figura 30 – Interferência introduzida por usuários das células vizinhas
célula A
célula B
célula C
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
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Neste caso diz-se que a célula A esta sendo “carregada” pelas outras células, e o
fator de carregamento η (0 < η < 100%) modifica a expressão (6)
η+
⋅−
=1
1RW
1M1
NtEb (22)
onde η+
=1
1F = fator de reuso de freqüência (23)
Eb/Nt = razão entre energia de bit e a densidade de ruído (considerando interferência)
4.2. Efeito da setorização
Pode-se reduzir a interferência proveniente de outras células utilizando-se
antenas setorizadas, sendo o ganho de setorização Gs pode ser expresso como:
( )
( )( ) ( ) θθθ
θθ
π
π
dIGG
dIGs
⋅
⋅=
∫
∫2
0
2
0
0
(24)
onde: G(θ) = Refere-se ao diagrama horizontal da antena
G(0) = Ganho máximo
I(θ) = potência recebida de interferência
Figura 31 - Célula setorizada
Planejamento de Sistemas CDMA
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 43
Na realidade, Gs é tipicamente da ordem de 2,5 (3,98 dB) para setorização de
120o (3 setores por célula) e de 5 (6,98 dB) para setorização de 600 (6 setores por
célula).
4.3. Fator de atividade vocal
Normalmente numa conversação (educada) os dois interlocutores não falam
simultaneamente. Desta forma pode-se utilizar o fator de atividade vocal (Fav) para
aumentar a capacidade dos sistema, pois ausência de atividade vocal implica na
inexistência de sinal de RF, o que reduz o nível de interferência do sistema. Assim
temos:
avs
bF1GF
RW
1M1
NtE
⋅⋅⋅⋅−
= (25)
Normalmente Fav está entre 40 e 50 %
Resolvendo (12) para a capacidade do sistema temos:
( )( )
⋅⋅⋅=−
avs
b F1GF
NtERW1M (26)
ou se M (número de usuários) é grande:
( )( )
⋅⋅⋅≈
avs
b F1GF
NtERWM (27)
4.4. Controle de potência imperfeito
O canal de transmissão dos sistemas móveis celulares apresenta basicamente
dois tipos de desvanecimento, o de multipercurso (desvanecimento de pequena escala) e
o lognormal (desvanecimento de larga escala). O desvanecimento lognormal é causado
pelas variações da topografia e distância entre a ERB e o móvel. O desvanecimento de
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 44
multipercurso é causado pelas diversas componentes defasadas do sinal que chegam ao
receptor, fruto de reflexões e difrações. O fenômeno de desvanecimento por
multipercurso pode causar variações do sinal numa fixa de 40 dB. Embora os sinais
CDMA sejam protegidos do desvanecimento, devido às próprias características
inerentes do sistema e pelo uso receptor Rake o problema não é completamente
eliminado. Isto causa uma degradação no controle de potência de transmissão do móvel,
que é efetuado pela ERB no enlace direto. O resultado desta degradação do controle de
potência é um aumento do nível de interferência, causando a redução da capacidade do
sistema:
( )( ) pc
avs
tbF
F1GF
NERW1M ⋅
⋅⋅⋅=− (28)
ou se M (número de usuários) é grande:
( )( ) pc
avs
tbF
F1GF
NERWM ⋅
⋅⋅⋅≈ (29)
onde
Fpc = fator de controle de potência imperfeito.
5. Cálculo de enlace (link budget)
Para o cálculo de enlace do CDMA devemos conhecer o número máximo de
canais por portadora do sistema. Este valor pode ser calculado pela equação 15, fazendo
Gs=Fpc=1:
( )( ) 11F
NERWM
tbmax +
ν⋅⋅= (30)
onde: M = número máximo de usuários por portadora por setor
W = Largura de banda de espalhamento
Planejamento de Sistemas CDMA
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R = taxa de dados
Eb/Nt = Energia de bit / interferência do canal reverso
F = Fator de eficiência de reuso de freqüência
ν = fator de atividade de voz do canal reverso
Fpc = fator de controle de potência imperfeito
Para se obter uma qualidade de voz adequada devemos ter uma taxa de erro de
quadro (FER) na ordem de 1 % (valor obtido em testes de campo). Este valor de FER
requer valores de Eb/Nt na faixa de 3 a 6,1 dB, dependendo da velocidade do móvel. A
baixas velocidades, o controle de potência compensa efetivamente os desvanecimentos
sofridos pelo móvel. Por causa da maior eficiência do controle de potência a baixas
velocidades, os usuários de baixa velocidade geram em média metade da potência dos
usuários de alta velocidade. Em velocidades mais altas, onde o controle de potência não
é tão efetivo, o valor requerido de Eb/Nt aumenta, voltando depois a se reduzir, porque
com o aumento da velocidade os benefícios do Bit Interleaving são cada vez maiores.
De posse do número máximo de canais por portadora podemos agora calcular a
perda de propagação máxima desejada na cobertura de uma célula e, a partir desta, o
raio máximo da célula.
A limitação do sistema CDMA (IS-95) é devido basicamente ao enlace reverso.
Isto ocorre porque na transmissão do enlace direto a ERB transmite um canal de
sinalização (canal piloto), que fornece uma referência de tempo e freqüência para o
móvel, que pode fazer uma demodulação coerente. Além disso o móvel possui uma
maior limitação de potência que a ERB. Portanto, o desempenho do enlace direto é, em
geral, superior ao do enlace reverso.
5.1. Dimensionamento do enlace reverso
Neste ponto estamos interessados em determinar a perda de propagação máxima
que se pode ter entre um determinado receptor móvel e a ERB, atendendo a qualidade
requerida expressa pela razão (Eb/Nt) do canal de tráfego. A razão energia de bit –
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
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interferência total desejada deve ser fornecida ou estipulada inicialmente (parâmetro de
entrada).
5.1.1. Cálculo da densidade espectral de potência do ruído térmico
0bso TKFN ⋅⋅= (31)
onde : Fbs = Fator de ruído do receptor da ERB
K = constante de Boltzman (1,38 x 10-23 J/K)
T0 = temperatura padrão (290 k)
5.1.2. Densidade de interferência gerada por outros móveis da mesma célula (Io)
A interferência de mesma célula no enlace reverso consiste da superposição dos
sinais provenientes dos outros móveis da ERB. Num sistema CDMA por seqüência
direta, os sinais de todos os móveis ocupam a mesma banda ao mesmo tempo.
Quase todo o ruído recebido na ERB é devido aos sinais dos outros móveis. O
número de usuários móveis que podem simultaneamente manter uma conversação é
maximizado fazendo com que a potência recebida de cada usuário pela ERB seja a
mesma e também a menor possível para se manter a qualidade exigida.
WFC)1N(
I av0
⋅⋅−= (32)
onde : N = número de canais de voz por portadora
C = Potência recebida de um usuário pela ERB
W = largura de banda (1,23 MHz)
Fav = fator de atividade vocal
Planejamento de Sistemas CDMA
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O entendimento da equação 19 é direto, o fator (N-1)C representa a potência
devido aos (N-1) sinais interferentes, multiplicando-o pelo fator de atividade vocal (Fav)
temos a interferência efetiva, e dividindo pela banda total obtemos a densidade de
interferência.
5.1.3. Interferência gerada por moveis situados em células vizinhas (Ioc)
0oc I1F1I ⋅
−= (33)
A equação 20 pode ser facilmente deduzida lembrando a definição de fator de
reuso de freqüência F.
η+=
11F (34)
0
c0
II
=η (35)
onde η é o já definido fator de carregamento. Valores típicos do fator de carregamento
estão entre 0,33 e 0,42 o que leva a um fator de reuso de freqüência entre 0,70 e 0,75.
Combinando as equações :
c00
0
III
F+
= (36)
Explicitando I0c
0oc I1F1I ⋅
−=
onde: I0 – Densidade de potência devido aos canais de tráfego reverso dos outros
usuários da ERB.
I0c - Densidade de potência total de tráfego reverso das k ERBs (não inclui a
ERB em que o móvel se encontra).
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5.1.4. Cálculo de enlace
O requisito de qualidade do sistema é expresso em termos da razão entre a
energia de bit e densidade de ruído mais interferências:
c000
b
t
b
IINE
NE
++= (37)
onde
RCE b = (38)
sendo R a taxa de transmissão em bit/s.
Aplicando as equações (19), (20) e (25) na equação (24):
( ) ( )
⋅⋅−⋅
−+
⋅⋅−+
=
WFC1N
1F1
WFC1N
N
RCNE
avav0
t
b (39)
Resolvendo para a potência de sinal C :
( )
⋅−
−
⋅
=
FF
R/W1N
NE
1
R.NNE
Cav
t
b
0t
b
(40.a)
Usando (17) em (27), temos
)1M()1N(1
R.NNE
C
max
0t
b
−−
−
⋅
= (27.b)
Podemos agora, utilizando equação de balanço de potência, calcular a perda
máxima de propagação para se atender o requisito de (Eb/Nt).
Planejamento de Sistemas CDMA
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 49
)dB(hbL)dB(ic)dB(id)dB()dB(div)dB(bs
)dB(bs)dB(up)dB(su)dB(su)dBm(su
MMMGG
LLLGP)dBm(C
FAD−−−−++
−−−+= (41)
Rearrumando a equação 28 para a perda de propagação, obtemos a perda
máxima de propagação para obtenção da relação energia de bit interferência desejada:
)dB(hbL)dB(ic)dB(id)dB()dB(div)dB(bs
)dB(bs)dB(su)dB(su)dBm(su)dB(up
MMMGG
LLGP)dBm(CL
FAD−−−
−=
−++
−−++ (42)
Os diversos parâmetros necessários ao cálculo de enlace são mostrados na tabela 1.
Tabela 3 - Parâmetros do sistema
Número de canais por portadora N (N ≤ N max = M [eq. 15]) Margem de desvanecimento Mfad
Margem de cobertura indoor Mid
Margem de cobertura incar Mic
Atenuação do corpo humano Lhb
Constante de Boltzman K
Temperatura padrão To Parâ
met
ros g
erai
s
Potência máxima do terminal móvel Psu
Perdas no cabo móvel Lsu
Ganho da antena do móvel Gsu
Figura de ruido do receptor do móvel Fsu Parâ
met
ros
do m
óvel
Potência de transmissão da ERB Pbs
Perdas no cabo da ERB Lbs
Ganho da Antena da ERB Gbs
Figura de ruído do receptor da ERB Fbs
Ganho de diversidade da ERB Gdiv
Fração da potência alocada ao canal piloto Fpil Parâ
met
ros d
a ER
B
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5.2. Dimensionamento do enlace direto
Neste ponto, estamos interessados em determinar a perda de propagação máxima
que se pode ter entre a ERB e um determinado receptor móvel, no enlace direto,
atendendo a qualidade requerida (Ec/It). A razão energia de chip – interferência total
desejada deve ser fornecida ou estipulada inicialmente (parâmetro de entrada). A razão
entre a densidade espectral de potência das ERBs vizinhas e a ERB servidora (α)
também deve ser especificada como parâmetro de entrada.
5.2.1. Cálculo da densidade espectral de potência do ruído térmico
0suo TKFN ⋅⋅= (43)
onde : Fsu = Fator de ruído do receptor do móvel
K = constante de Boltzman (1,38 x 10-23 J/K)
T0 = temperatura padrão (290 k)
5.2.2. Densidade espectral de potência de interferência da ERB servidora
Idealmente, não há interferência no canal piloto do enlace direto devido aos
outros canais da rádio base em que o móvel se encontra, porque o canal é selecionado
através do código Walsh adequado que o separa dos outros canais. Porém, a existência
de multipercurso no canal de propagação provoca a perda parcial de ortogonalidade do
código, introduzindo interferência
A densidade de interferência recebida pelo móvel no canal piloto, devido, à ERB
servidora, esta associada à parcela de potência desta ERB que não pertence ao próprio
canal piloto.
WCP
I piltot0
−= (44)
Onde : Ptot = Potência total recebida pelo móvel da ERB servidora
Cpil = Potência total de piloto recebida pelo móvel da ERB servidora
W = largura de banda (1.2288 MHz, para o padrão IS-95)
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O fator de alocação de piloto é definido por
erb
pilpil P
PF =
A razão entre a potência de piloto e potência da ERB não se altera desde a
emissão do sinal pela ERB até a recepção pelo móvel. Assim temos :
tot
pilpil P
CF = (45)
Onde : Ptot = Potência total recebida pelo móvel da ERB servidora
Cpil = Potência total de piloto recebida pelo móvel da ERB servidora
Substituindo a equação 32 na equação 31, temos:
W
1F1C
W
CFC
Ipil
pilpilpil
pil
0
−
=
−
= (46)
A equação 33 considera o pior caso, assumido que toda ortogonalidade, entre os
canais do enlace direto, é perdida devido aos efeitos de propagação de multipercurso.
Uma formulação alternativa para este cálculo de interferência, baseada na
analise de intensidade de potência das diferentes componentes de multipercurso, que
pode ser resumida pela equação 34.
WPI tot
0 = (47)
Confrontando as equações 31 e 34 vemos que a diferença é devida à potência
recebida de piloto. Como a mesma é da ordem de 10 % da potência total da ERB, os
valores de interferência pelas duas formulações não irão diferir muito, como mostrado
na figura 4. Mesmo se a potência alocada de piloto correspondesse a quase toda a
potência da ERB, e as interferências diferissem em muito pela duas formulações, o
resultado final de potência de sinal necessária para se alcançar uma determinada relação
energia de chip interferência total mais ruído requerida seriam muito próximos , como
mostrado nas figs 5 e 6, aonde 92 % da potência da ERB é alocado ao piloto.
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 52
32 30 28 26 24 22 20 18 16 14190
185
180
175
170
165
Densidade de interferênciaDensidade de interferência - Formulação do Handbook of CDMA
Fator de alocação de piloto = 12 %
Ec/Io [dB]
Io [d
Bm
]
Figura 32 - Comparação da densidade de interferência com Fpil = 12 %
35 30 25 20 15 10 5210
200
190
180
170
Densidade de Interferência Densidade de Interferência - Form. do Handbook of CDMA
Fator de alocação de piloto = 92 %
Ec/It [dB]
Io [d
Bm
]
Figura 33 - Comparação da densidade de interferência com Fpil = 92 %
Planejamento de Sistemas CDMA
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 53
35 30 25 20 15 10 5140
135
130
125
120
115
110
Potência de piloto recebidaPotência de piloto recebida - formulação do Handbook of CDMA
Fator de alocação de piloto = 92 %
Ec/It [dB]
Cpi
l [dB
m]
Figura 34 - Comparação da potência de piloto com Fpil = 92 %
5.2.3. Densidade espectral de potência de interferência das outras ERBs
Sinais recebidos de outros setores e outras células CDMA também são fontes de
interferência para o receptor móvel. Para a análise desta interferência considera-se a
interferência mediana e a influência da distribuição espacial das estações moveis.
Da figura 7 podemos observar que a distância entre a i-ésima estação rádio base
e o móvel pode ser determinada pela equação 35
ii2i
2iii cosdr2dr),d,r(r θ⋅⋅⋅−+=θ (48)
Onde : di = distância entre células = distância entre a ERB local e a i-ésima ERB
interferente
r = distância do móvel a ERB local
ri = distância da i-ésima ERB interferente e o móvel
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
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Figura 35- Geometria da interferência das outras células no enlace direto
A figura 8 mostra a distância entre células dos anéis interferentes a ERB local.
Figura 36 – Interferência de outras células no enlace direto no móvel localizado em (r,
θ). O valor dentro da célula corresponde a distância entre células
Assumindo que a perda de propagação varia com a distância à potência γ, temos:
γ−⋅== it
ii rA
PI
)r(L (49)
ri
di
r R
Rc
θi
i-ésima ERB
interferente
2R 2R
2R 2R
2R 2R
3,46R
3,46R
3,46R
3,46R
3,46R
3,46R
4R 4R
4R
4R 4R
4R
θ
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Onde : L(ri) = perda de propagação
Ii = potência de interferência recebida
Pt = potência transmitida pela ERB
ri = distância da i-ésima ERB interferente e o móvel
A = constante
O valor mediano da potência de interferência (Ioct) é a soma dos valores
medianos das células vizinhas
∑∑∑ ⋅=⋅==i
iti
iti ioct )r(LP)r(LPII (50)
( )∑ γ−θ⋅= iiitoct ,d,rrPAI (51)
Onde : Pt = potência transmitida pela ERB, assumida a mesma para todas as
ERBs
θi = θ + múltiplos de 60o ; 1o anel (6 células)
θi = θ + múltiplos de 30o ; 2o anel (12 células)
θi = θ + múltiplos de 20o ; 3o anel (18 células)
Lembrando que, na ausência de interferência, o sinal recebido da estação rádio base
servidora na unidade móvel pode ser escrito
γ−⋅⋅= rPAP ttot (52)
e que, da equação 32,
totot PI ≅ (53)
onde : Iot = Interferência recebida da própria célula
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
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Ptot = Potência de sinal recebido
tem-se
( ) ( )∑∑
γ
γ
γ
θ−+=
θ=
i ii2
ii iiiot
oct
cosrd2rd1
1),d,r(r
rII
(54)
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )...
)anel..terceiro(cosrd2rd1
1
)anel..segundo(cosrd2rd1
1
)anel..primeiro(cosrd2rd1
1II
18
i i3i2
3i
12
i i2i2
2i
6
i i1i2
1iot
oct
3
2
1
+
θ−++
θ−++
θ−+=
∑
∑
∑
γ
γ
γ
(55)
O resultado da eq. 42, considerando apenas os dois primeiros anéis está plotado
nas figuras 9 a 12
0 100 200 300 40016.145
16.14
16.135
16.13
16.125r = 0,4 Rc = 0,46 R; gama = 4
Angulo teta [deg]
Ioc/
Io [d
B]
Figura 37 - Interferência de outras células
Planejamento de Sistemas CDMA
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 57
0 100 200 300 4000.5
0
0.5
1
1.5r = 0,86 Rc = 1 R ; gama = 4
Angulo teta [deg]
Ioc/
Io [d
B]
Figura 38 - Interferência de outras células
0 100 200 300 4002.777
2.7765
2.776
2.7755
2.775r = 0,4 Rc = 0,46 R; gama = 2
Angulo teta [deg]
Ioc/
Io [d
B]
Figura 39 - Interferência de outras células
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Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 58
0 100 200 300 4004.5
4.55
4.6
4.65
4.7
4.75r = 0,86 Rc = 1 R ; gama = 2
Angulo teta [deg]
Ioc/
Io [d
B]
Figura 40 - Interferência de outras células
Observamos nas figuras 9 a 12 que há periodicidade a cada 60o na interferência,
com máximos bem determinados. Podemos então considerar apenas as posições onde
ocorrem os máximos de interferência (θ = 0, 60o, 120o, ...) e estudar a variação com a
distancia e com o coeficiente de propagação γ (ver figura 13)
Planejamento de Sistemas CDMA
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 59
0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 130
25
20
15
10
5
0
5
gama = 3gama = 3,5gama = 4gama = 4,5gama = 5
Distância da ERB, r/R
Ioct
/Iot [
dB]
Figura 41 - Interferência de outras células
Podemos verificar pela figura 13 que para o móvel localizado na borda da célula
que a interferência de outras células varia de 0,427 dB (γ = 5) a 2,5 dB (γ = 3) acima da
interferência da ERB servidora. De uma maneira genérica temos :
ot
oct
o
oc
II
II
==α (56)
]dBm[I]dB[]dBm[I ooc +α= (57)
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Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 60
Onde : α = Razão entre a densidade espectral de potência das ERBs vizinhas e a ERB
servidora (parâmetro de entrada)
Ioc = Densidade espectral de interferência das ERBs vizinhas
Io = Densidade espectral de interferência da ERB servidora
Ioct = Interferência das ERBs vizinhas
Iot = Interferência da ERB servidora
Normalmente é usado o valor pessimista de α = 2,5 dB (que corresponde a γ = 3)
para quando o móvel está na borda da célula. Quando o móvel está próximo a ERB esta
interferência pode ser ignorada pois é por volta de 15 a 30 dB abaixo da interferência
gerada na mesma célula.
5.2.4. Cálculo de enlace
A energia de chip (Ec) pode ser obtida diretamente dividindo a potência de piloto
recebido (Cpil) pela taxa de piloto (Rpil)
pil
pilc R
CE = (58)
Rpil = 1,2288 Mcps = W (MHz)
A razão energia de bit interferência total é dada por
c000
c
t
c
IINE
IE
++= (59)
Aplicando as equações 30, 31, 44 e 45, na equação 46 temos:
Planejamento de Sistemas CDMA
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( )α+⋅
−+
=
11F1CWN
CIE
pilpil0
pil
t
c
Resolvendo para a potência de sinal Cpil :
( )
α+⋅
−⋅
−
⋅⋅
=
11F1
IE
1
NWIE
C
pilt
c
0t
c
pil (60)
Podemos agora utilizando equação de balanço de potência calcular a perda
máxima de propagação para se atender o requisito de (Ec/It).
)dB(hbL)dB(ic)dB()dB()dB(su)dB(su
)dB(bs)dB(down)dB(bs)dB(pilF)dBm(bspil
MMMGL
LLGP)dBm(C
idFAD−−−
++
−+−
−−+= (61)
Rearrumando a equação 48 para a perda de propagação, obtemos a perda
máxima de propagação para obtenção da relação energia de chip interferência desejada:
)dB(hb)dB()dB()dB()dB(su)dB(su
)dB(bs)dB(bs)dB(pilF)dBm(bspildown
LMMMGL
LGP)dBm(C)dB(L
icidFAD−−−
++
−+−
−++−= (62)
5.3. Margem e disponibilidade do enlace
Devido às condições de propagação, a potência de sinal recebido é uma variável
aleatória. A aletoriedade do nível de sinal pode ser representada na variação da perda de
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 62
propagação, que em unidade logarítmica fica bem representada por uma variável
aleatória gaussiana. Assim:
( ) ( ) ( )1,0GL,LGdBL dBmeddBmed σ+=σ= (63)
Onde : G(a,b) = Variável aleatória Gaussiana com média1 a e variância b
A probabilidade do enlace estar disponível é a mesma probabilidade da relação
sinal ruído estar acima da relação sinal ruído requerida:
{ }.reqidadedisponibil SNRSNRPrP ≥= (64)
5.3.1. Margem do enlace sem considerar a interferência
Para sobrepujar efeitos adversos de propagação a relação sinal ruído mediana
(SNRmed) deve ser maior do que a relação sinal ruído requerida (SNRreq) por uma
margem (MdB):
dBreqmed MSNRSNR +≥ (65)
A relação sinal ruído mediana pode ser diretamente calculada por:
NLG)d(LGPSNR ERBmedmmmed −−+−+= (66)
Onde: Pm = potência de transmissão do móvel [dBm]
Gm = ganho da antena do móvel [dBi]
GERB = ganho da antena da ERB [dBi]
Lmed = perda mediana de propagação [dB]
L = outras perdas que não seja as de propagação [dB]
N = potência de ruído no receptor
Da equação 51 temos :
1 Numa variável aleatória gaussiana a média é igual a mediana
Planejamento de Sistemas CDMA
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{ }.reqERBmedmmidadedisponibil SNRNLGLGPPrP ≥−−+−+= (67)
Usando a equação 50 em 54, temos:
( )( ){ }.reqERBdBmedmmidadedisponibil SNRNLG1,0GLGPPrP ≥−−+σ+−+= (68)
Usando a equação 53 na 55, temos:
( ){ }.reqdBmedidadedisponibil SNR1,0GSNRPrP ≥σ−= (69)
( ) ( )
σ≤=
σ
−≤=
dB
.dB
dB
.reqmedidadedisponibil
M1,0GPr
SNRSNR1,0GPrP (70)
σ
−=dB
dBidadedisponibil
MQ1P (71)
onde Q = Função de distribuição cumulativa da variável gaussiana, expressa por:
∫∞
−
π=
z
2u
due21)z(Q
2
(72)
Quando não há controle de potência, valor típico de desvio padrão para perda de
propagação é 8 dB. Quando há controle de potência o desvio padrão reduz-se a cerca de
2,5 dB. Podemos então expressar as margens em função da disponibilidade requerida,
ver tabela 2.
Planejamento de Sistemas Rádio Celulares e de Rádio Acesso - Parte 2
Coelho & Silva Mello CETUC-PUC/Rio 64
Tabela 4 – Margens versus disponibilidade
Disponibilidade MdB MdB σdB = 8 dB MdB σdB = 2,5 dB
70 % 0,52240 σdB 4,18 dB 1,31 dB
75 % 0,67449 σdB 5,40 dB 1,69 dB
80 % 0,84162 σdB 6,73 dB 2,10 dB
85 % 1,03643 σdB 8,29 dB 2,59 dB
90 % 1,28155 σdB 10,25 dB 3,20 dB
95 % 1,64485 σdB 13,16 dB 4,11 dB
5.3.2. Margem do enlace com interferência
Podemos escrever a relação sinal ruído mais interferência como:
INLL
GGP
SNR med
ERBmm
+= (73)
LL
GGP1FM
Imed
ERBmmrα
−
= (74)
Onde: Pm = potência de transmissão do móvel [mw]
Gm = ganho da antena do móvel [admensional]
GERB = ganho da antena da ERB [admensional]
Lmed = perda mediana de propagação [admensional]
L = outras perdas que não seja as de propagação [admensional]
N = potência de ruído no receptor [mw]
I = potência de interferência total [mw]
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Definindo um fator de carregamento χ
NII+
=χ (75)
e substituindo a equação 61 em 60, temos
( )χ−⋅
= 1N
LLGGP
SNR med
ERBmm
(76)
5.4. Balanço do sistema
Uma vez calculada as perdas de propagação máximas nos enlaces direto e
reverso, devemos balancear os enlaces para que as áreas de cobertura dos enlaces direto
e reverso sejam coincidentes.
Se a área de cobertura do enlace direto for maior do que a do reverso, teremos
uma área em que o handoff parece ser viável, pórem na realidade o enlace reverso não
pode suportar a chamada. Isto ocorre por exemplo na área hachurada da figura 14, nos
handoffs da célula B para A.
Figura 42 - Conceito célula não balanceada com cobertura maior do enlace direto
Se a área de cobertura do enlace direto for menor do que a do reverso, teremos
uma área que não ocorre handoff e esta coberta pelo enlace reverso, o que causa
interferência acima do necessário. Isto ocorre por exemplo na área hachurada da figura
A B
Área de cobertura do enlace direto Área de cobertura do enlace reverso
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15 onde handoffs da célula B para A não ocorrem. Consequentemente, os móveis na
célula A geram mais interferência do que o necessário na célula B.
Figura 43 - Conceito célula não balanceada com cobertura maior do enlace reverso
Portanto, as perdas de propagação dos enlaces reverso e direto devem ser iguais
e a perda de propagação máxima fica restrita a menor perda de propagação entre as dos
enlaces direto e reverso.
5.5. Cálculo do raio da célula
Agora que determinamos a perda máxima de propagação, o próximo passo é
calcular o raio máximo da célula utilizando um modelo de propagação. Existem muitos
modelos de propagação propostos, cada qual se ajustando melhor a determinadas
características específicas. A seguir serão mostrados os cálculos dos raios de célula
máximo pelos modelos de Hata e Walfish Ikegami.
5.5.1. Modelo de Hata
O modelo de Hata é uma formulação empírica do modelo gráfico de Okumura,
que foi desenvolvido baseado em medidas realizadas em Tóquio.
A atenuação em áreas urbanas pode ser calculada por:
dlog)hlog55.69.44()h(ahlog82.13flog16.2655.69L trturbana ⋅⋅−+−⋅−⋅+= (77)
A B
Área de cobertura do enlace direto Área de cobertura do enlace reverso
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onde : L = atenuação em dB
f = freqüência em MHz – 150 ≤ f ≤1500 MHz
d = distância em km – 1 km ≤ d ≤ 20 km
ht = altura do transmissor em metros – 30 m ≤ ht ≤ 200 m
a(hr) = fator de correção em dB
hr = altura do receptor em metros – 1 m ≤ ht ≤ 10 m
fator de correção para cidades pequenas e medias:
( ) )8.0flog56.1(h7.0flog1.1)h(a rr −⋅−−⋅= (78)
fator de correção para cidades grandes
( ) 1.1h54.1log29.8)h(a 2rr −⋅= para f ≤ 300 MHz (79)
( ) 97.4h75.11log2.3)h(a 2rr −⋅= para f ≥ 300 MHz (80)
Para obtermos a perda de propagação em áreas suburbanas e rurais modificamos
a equação para área urbana da seguinte forma:
4.528flog2LL
2
urbanasuburbana −
−= (81)
( ) 94.40flog33.18flog78.4LL 2urbanarural −+−= (82)
O modelo tem entre seus parâmetros de entrada a distância, e como parâmetro de
saída a atenuação. Neste caso estamos procurando dimensionar o raio máximo da célula
para a qualidade desejada, que já foi previamente expressa em termos da atenuação
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máxima desejável. Assim, devemos inverter as equações deste modelo para ter como
parâmetro de entrada a atenuação máxima desejada e como parâmetro de saída o raio
máximo da célula
Invertendo a eq. 64 temos:
t
rturbana
hlog55.69.44))h(ahlog82.13flog16.2655.69L(
10d −++−−
= (83)
Substituindo Lurbana pela atenuação máxima desejável - Amáx, e d pelo raio da célula r,
temos:
t
rtmáx
hlog55.69.44))h(ahlog82.13flog16.2655.69A(
urbano 10r −++−−
= [km] (84)
A atenuação para áreas suburbanas pode ser calculada pela combinação das
equações 64 e 68 :
4.528flog2dlog)hlog55.69.44(
)h(ahlog82.13flog16.2655.69L2
t
rtsuburbana
−
−⋅⋅−+
−⋅−⋅+=
(85)
Invertendo a equação 72 e novamente substituindo L pela atenuação máxima
desejável - Amáx, e d pelo raio da célula r, temos:
t
2
rtmáx
hlog55.69.44
4.528flog2)h(ahlog82.13flog16.2655.69A
suburbano 10r −
+
+++−−
= [km] (86)
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A atenuação para áreas rurais pode ser calculada pela combinação das equações
64 e 69 :
( ) 94.40flog33.18flog78.4
dlog)hlog55.69.44()h(ahlog82.13flog16.2655.69L2
trtrural
−+−
+⋅⋅−+−⋅−⋅+= (87)
De maneira análoga podemos calcular o raio máximo para área rural:
t
2rtmáx
hlog55.69.4494.40flog33.18)f(log78.4)h(ahlog82.13flog16.2655.69A
rural 10r −+−+++−−
= [km] (88)
onde : L = atenuação em dB
f = freqüência em MHz – 150 ≤ f ≤1500 MHz
d = distância em km – 1 km ≤ d ≤ 20 km
ht = altura do transmissor em metros – 30 m ≤ ht ≤ 200 m
a(hr) = fator de correção em dB
hr = altura do receptor em metros – 1 m ≤ ht ≤ 10 m
5.5.2. Modelo estendido de Hata para PCS (COST-231):
Este modelo é a extensão do modelo de Hata para a faixa de PCS (Personal
Communication System), desenvolvido pelo programa COST, que é constituído de
estudos colaborativos da comunidade européia nas áreas de ciência e tecnologia.
A atenuação pode ser calculada por:
Mtrt Cdlog)hlog55.69.44()h(ahlog82.13flog9.333.46L +−+−−+= (89)
onde : L = atenuação em dB
f = freqüência em MHz – 1500 ≤ f ≤ 2000 MHz
d = distância em km – 1 km ≤ d ≤ 20 km
ht = altura do transmissor em metros – 30 m ≤ ht ≤ 200 m
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a(hr) = fator de correção em dB
CM = fator de correção
hr = altura do receptor em metros – 1 m ≤ ht ≤ 10 m
Fator de correção para cidades pequenas e medias:
( ) )8.0flog56.1(h7.0flog1.1)h(a rr −⋅−−⋅= (90)
Fator de correção para cidades grandes
( ) 1.1h54.1log29.8)h(a 2rr −⋅= para f ≤ 300 MHz (91)
( ) 97.4h75.11log2.3)h(a 2rr −⋅= para f ≥ 300 MHz (92)
CM = 0 dB para cidades de tamanho médio e áreas suburbanas
CM = 3 dB para centros metropolitanos
Novamente devemos inverter as equações deste modelo para ter como parâmetro
de entrada a atenuação máxima o raio máximo da célula como parâmetro de saída.
t
Mrtmáx
hlog55.69.44C)h(ahlog82.13flog9.333.46A
10r −−++−−
= [km] (93)
onde : L = atenuação em dB
f = freqüência em MHz – 1500 ≤ f ≤ 2000 MHz
d = distância em km – 1 km ≤ d ≤ 20 km
ht = altura do transmissor em metros – 30 m ≤ ht ≤ 200 m
a(hr) = fator de correção em dB
CM = fator de correção
hr = altura do receptor em metros – 1 m ≤ ht ≤ 10 m
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5.5.3. Modelo de Walfish Ikegami (COST 231)
Este modelo estatístico é aplicável tanto em células grandes quanto em
microcélulas, em terrenos planos e urbanos.
Figura 44 - Ambiente do modelo de Walfish Ikegami
Figura 45 - Ambiente do modelo de Walfish Ikegami
onde : hroof = altura dos edifícios, em metros
hmovel = altura da antena do móvel, em metros
w = largura das ruas, em metros
b = separação entre os edifícios, em metros
w
b
hbase
hroof
∆hbase
ERB
∆hroof
hmóvel
Edifícios Edifícios
Onda
Incidente
Edifícios
Móvel
ϕ
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ϕ = orientação da estrada com relação ao enlace, em graus
Se tivermos visada direta entre o móvel e radio base o modelo de perda se
resume a equação 81. Cso contrário, a perda deve ser calculada pelas equações 82 a 102.
flog20dlog266.42LLOS ++= (94)
onde : f =freqüência, em MHz, 800 MHz ≤ f ≤ 2000 MHz
d = distância da ERB ao móvel, em km, d ≥ 20 m
msdrts0NLOS LLLL ++= para 0LL msdrts ≥+ (95)
0NLOS LL = para 0LL msdrts <+ (96)
Onde : L0 = perda de propagação em espaço livre, em dB
Lrts = perda devido a difração e espalhamento, em dB
Lmsd = perda devido a múltiplas difrações, em dB
flog20dlog204.32L0 ++= (97)
movelrts hlog20flog10wlog1016L ∆++−−= (98)
0Lrts = para 0Lrts < (99)
ϕ+−= 35.010Lori para o350 <ϕ≤ (100)
)35(075.05.2L oori −ϕ+= para oo 5535 <ϕ≤ (101)
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)55(114.04L oori −ϕ−= para oo 9055 ≤ϕ≤ (102)
movelroofmovel hhh −=∆ (103)
roofbasebase hhh −=∆ (104)
blog9flogkdlogkdlogkkLL ffdabshmsd −++++= (105)
0Lmsd = para 0Lmsd < (106)
)h1log(18L basebsh ∆+−= para roofbase hh > (107)
0Lbsh = para roofbase hh ≤ (108)
54k a = para roofbase hh > (109)
basea h8.054k ∆−= para km5.0d ≥ e roofbase hh ≤ (110)
dh6.154k basea ⋅∆−= para km5.0d < e roofbase hh ≤ (111)
18k d = para roofbase hh > (112)
roof
based h
h1518k
∆⋅−= para roofbase hh ≤ (113)
Para cidades de tamanho médio e centros suburbanos com densidade moderada
de arvores:
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−⋅+−= 1
925f7.04k f (114)
Para centros metropolitanos
−⋅+−= 1
925f5.14k f (115)
onde : hroof = altura dos edifícios, em metros
hmovel = altura da antena do móvel, em metros
w = largura das ruas, em metros
b = separação entre os edifícios, em metros
ϕ = orientação da estrada com relação ao enlace, em graus
f =freqüência, em MHz, 800 MHz ≤ f ≤ 2000 MHz
d = distância da ERB ao móvel, em km, d ≥ 20 m
L0 = perda de propagação em espaço livre, em dB
Lrts = perda devido a difração e espalhamento, em dB
Lmsd = perda devido a múltiplas difrações, em dB
ka representa o aumento da perda de propagação devido a antenas das estações
radio base localizadas abaixo do topo dos edifícios adjacentes
kd e kf controlam a dependência da múltipla difração com a freqüência
Restrições do modelo:800 MHz ≤ f ≤ 2GHz
4 m ≤ hbase ≤ 50 m
1 m ≤ hmovel ≤ 3 m
20 m ≤ d ≤ 5 km
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Neste modelo a inversão não pode ser realizada de maneira tão simples quanto
nos modelos descritos anteriormente, porque os parâmetros Lmsd, e ka dependem da
distância não só para o próprio cálculo mas também para se decidir qual equação se
deve usar.
A solução encontrada é implementar todas as situações possíveis e depois testar
a consistência dos resultados com as condições impostas para obte-los, decidindo então
qual é a valida.
Caso 1 : Lrts+ Lmsd(d) ≥ 0
Caso 1.a : Lmsd(d) ≥ 0
Caso 1.a.1 : hbase > hroof ( 54k a = )
Caso 1.a.2 : km5.0d ≥ e roofbase hh ≤ ( basea h8.054k ∆−= )
Caso 1.a.3 : km5.0d < e roofbase hh ≤ ( dh6.154k basea ⋅∆−= )
• Caso 1.a.1
Utilizando as equações 68, 70, 78, 79 e 82, temos:
d
fbshrtsNLOSk20
blog9flogk54LLflog204.32L
10drraio ++−−−−−−
=== (116)
blog9flogkdlogkdlogk54LL ffdbshmsd −++++= (117)
• Caso 1.a.2
Utilizando as equações 82, 84, 92, 93, 97, temos:
d
fbasebshrtsNLOSk20
blog9flogkh8.054LLflog204.32L
10drraio ++−∆+−−−−−
=== (118)
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blog9flogkdlogkdlogkh8.054LL ffdbasebshmsd −+++∆−+= (119)
• Caso 1.a.3
Utilizando as equações 82, 84, 91, 92 e 98 temos:
blog9flogkdlogkdlogkdh6.154LLflog20dlog204.32L
ffd
basebshrtsNLOS
−+++⋅∆−+++++=
(120)
blog9flogkdlogkdlogkdh6.154LL ffdbasebshmsd −+++⋅∆−+= (121)
A seguir, devemos testar qual dos casos 1.a cumpre as condições especificadas no
cálculo:
• Se hbase > hroof, deve-se usar o raio e o Lmsd calculados no caso 1.a.1;
• Se hbase < hroof e o raio calculado no caso 1.b.1 ≥ 0.5, deve-se usar o raio e o Lmsd
calculados no caso 1.a.2;
• Se hbase < hroof e o raio calculado no caso 1.b.1 < 0.5, deve-se usar o raio e o Lmsd
calculados no caso 1.a.3.
Caso 1.b : Lmsd(d) < 0
Utilizando as equações 82, 83 e 93 temos:
20Lflog204.32L rtsNLOS
10drraio−−−
=== (122)
0Lmsd = para 0Lmsd < (123)
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Podemos agora testar qual dos casos 1s (1.a ou 1.b) cumpre as condições especificadas :
• Se Lmsd (escolhido no caso 1.a) ≥ 0, manter o raio e o Lmsd escolhido no caso 1.a;
• Se Lmsd (escolhido no caso 1.a) < 0, usar o raio do caso 1.b e o respectivo Lmsd (Lmsd
= 0)
Caso 2 : Lrts+ Lmsd(d) < 0
Utilizando as equações 83 e 84, temos:
20flog204.32L NLOS
10drraio−−
=== (124)
Finalmente, podemos obter o raio da célula, testando qual dos casos principais
(caso 1 ou caso 2) cumpre as condições especificadas :
• Se (Lmsd escolhido + Lrts) < 0, usar o raio calculado no caso 2
• Se (Lmsd escolhido + Lrts) ≥ 0, usar o raio escolhido do caso 1
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REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA
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9. Personal Wireless Communications with DECT and PWT, J. A. Phillips and G. MacNamee, Artech House, 1998
10. Introduction to Wireless Local Loop, W. Webb, Artech House, 1998
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12. CDMA RF System Engineering, S. C. Yang, Artech House, 1998
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