ldb e reflexÕes -...

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SCS Quadra 7 Bloco A Sala 502 5º andar Torre do Shopping Pátio Brasil Brasília DF CEP 70307-901 Tel./Fax: (61)-3963-4555 [email protected] www.ilape.com.br Celso da Costa Frauches Gustavo M. Fagundes LDB ANOTADA E COMENTADA E REFLEXÕES SOBRE A EDUCAÇÃO SUPERIOR EDIÇÃO REVISTA E ATUALIZADA 2007

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    SCS Quadra 7 Bloco A Sala 502 5 andar Torre do Shopping Ptio Brasil Braslia DF CEP 70307-901

    Tel./Fax: (61)-3963-4555 [email protected] www.ilape.com.br

    Celso da Costa Frauches

    Gustavo M. Fagundes

    LDB ANOTADA E COMENTADA EREFLEXES SOBRE A EDUCAO SUPERIOR

    2 EDIO REVISTA E ATUALIZADA

    2007

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    CELSO DA COSTA FRAUCHES E GUSTAVO M. FAGUNDES, 2007.

    LDB ANOTADA E COMENTADA E REFLEXES SOBRE A EDUCAO SUPERIOR2 EDIO REVISTA E ATUALIZADA 2007

    EQUIPE ILAPEMARLY DE SOUSA LPO (DIRETORA); CELSO DA COSTA FRAUCHES (CONSULTOR SNIOR); GUSTAVO MONTEIROFAGUNDES (CONSULTOR JURDICO); AGENOR CELSO DE PAULA, PEDRO LUIZ CASAGRANDE TEIXEIRA, VLADIMIRBERNARDI (ASSESSORES); MRCIA SOUSA LPO (SECRETRIA); MARIA DE JESUS SALES FERREIRA (AUXILIAR)

    REVISOSYLVIA HELENA CYNTRO

    DIAGRAMAOSHIRLEY MARIA NUNES FRAUCHES

    CAPAGRAU DESIGN GRFICO

    FOTOGRAFIACINE FOTO RM

    GRFICAEDITORA NACIONAL

    Ficha catalogrfica elaborada pela Bibliotecria Iris Soares LourenoCRB 1/1818

    Frauches, Celso da Costa. F845l LDB anotada e comentada e reflexes sobre a educao superior. / Celso da Costa

    Frauches, Gustavo M. Fagundes. 2. ed., atual. Braslia : ILAPE, 2007.728 p.; 22 cm.

    1. Brasil. Lei de diretrizes e bases da educao nacional : Lei n 9.394, de20.12.1996. 2. Educao superior. 3. Administrao escolar. I. Fagundes, Gustavo M. II.Instituto Latino-Americano de Planejamento Educacional. III. Ttulo.

    CDU 378(81)(094) CDD 370

    Proibida a reproduo total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meioeletrnico ou mecnico, inclusive atravs de processos xerogrficos, sem permissoexpressa do Autor. (Artigo 184 do Cdigo Penal Brasileiro, com a nova redao dadapela Lei n. 8.635, de 16-03-1993).

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    APOIO CULTURAL

    No mundo de hoje, infelizmente, no tem sido comum as coisas feitas poridealismo, sendo a questo econmica a principal fora motriz de tudo que seproduz e se consome neste mundo globalizado.

    Este livro, contudo, fruto do idealismo de seus autores. E, como produtode um ideal, chegada a hora de transformar o sonho em realidade, terminamospor nos deparar com a dura realidade econmica. Surgiu, ento, a inevitvelpergunta: como materializar o resultado de nosso trabalho?

    Felizmente, o mecenato no desapareceu com o trmino do perodorenascentista, e os autores puderam contar com o apoio fundamental edesinteressado de instituies que se dispuseram a colaborar para atransformao de um sonho em realidade.

    Assim, apresentamos nossos sinceros agradecimentos s seguintesinstituies, que tornaram possvel a publicao de nosso livro com seufundamental apoio:

    ILAPE INSTITUTO LATINO AMERICANO DE PLANEJAMENTO EDUCACIONALDiretora: Marly de Sousa LpoSCS, Quadra 7, Bloco A, Sala 502, Torre do Ptio BrasilBraslia/DF CEP 70.307-901Tel./Fax: (61) 3963-4555www.ilape.com.br [email protected].

    ABMES ASSOCIAO BRASILEIRA DE MANTENEDORAS DE ENSINO SUPERIORPresidente: Gabriel Mrio RodriguesSCS, Quadra 7, Ed. Torre do Ptio Brasil, Bloco A, Sala 526.Braslia/DF CEP 70.307-901Tel.: (61) 322-3252 Fax: (61) 224-4933www.abmes.org.br [email protected].

    CENTRO UNIVERSITRIO BELAS ARTES DE SO PAULOReitor: Paulo Antnio Gomes CardimRua Dr. lvaro Alvim, 76, Vila Mariana.So Paulo/SP CEP 04.018-010Tel.: (11) 5576-7300 Fax: (11) 5549-7985www.belasartes.br [email protected]

    UNIRONDON CENTRO UNIVERSITRIO CNDIDO RONDONReitor: Adonias Gomes de AlmeidaAv. Beira Rio, 3.001, Jardim Europa.Cuiab/MT CEP 78.065-780Tel.: (65) 316-4000 Fax: (65) 634-1881www.unirondon.br.

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    REGES REDE GONZAGA DE EDUCAO SUPERIORDiretor-Presidente: Jos Gonzaga da Silva NetoRodovia Eng Byron Azevedo Nogueira, km zeroDracena/SP CEP 17.900-000Tel.: (18) 5822-1099 e 0800-7077-333www.cesd.br [email protected]

    UNIB UNIVERSIDADE IBIRAPUERAReitor: Jorge BastosAv. Ira, 297 Moema.So Paulo/SP CEP 04082-000Tel.: (11) 5091-1161 Fax: (11) 5531-1078www.ibirapuera.br [email protected]

    UNITALO CENTRO UNIVERSITRIO TALO BRASILEIROReitor: Marcos Antonio G. CascinoCampus Santo Amaro: Av. Joo Dias, 2.046 Santo AmaroSo Paulo/SP CEP: 04724-003Tel./Fax: (11) 5645-0099Campus Moema: Av. Jandira, 455 Moema So Paulo SPCEP: 04080-002 Tel.: (11) 5053-2988 Fax: (11) 5053-0921www.italo.br [email protected]

    EPD ESCOLA PAULISTA DE DIREITODiretor: Ricardo CastilhoAv. Liberdade, 808 Bairro LiberdadeSo Paulo/SP CEP: 01.502-001Tel.: (11) 3877-2822 DDG: 0800-7716629www.epdireito.com.br [email protected]

    ANACEU ASSOCIAO NACIONAL DOS CENTRO UNIVERSITRIOSPresidente: Eduardo StorpoliSCS, Quadra 7, Ed. Torre do Ptio Brasil, Bloco A, Salas 803 e 805Braslia/DF CEP 70.307-901Tel.: (61) 3321-5535 3322-9408www.anaceu.org.br [email protected]

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    FAENAC FACULDADE EDITORA NACIONALDiretor Presidente: Jorge Antnio Miguel YunesCampus Alberti: Rua Conceio, 321 Tel.: (11) 4223-7800Campus Amazonas: Rua Amazonas, 2000 Tel./Fax: (11) 4233-6000So Caetano do Sul SP CEP 09530-060www.faenac.edu.br [email protected]

    OS AUTORES

    CELSO DA COSTA FRAUCHES GUSTAVO M. [email protected] [email protected]

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    Aos meus pais (in memoriam) Henrique e Telva ; minhaesposa,Shirley; aos meus filhos Ariel, Janina e Leilany; e aos meus

    netos Kiko, Luli e Celsinho.Celso

    A todos aqueles que, de alguma maneira, incentivaram oucolaboraram com esta obra. Especialmente, aos meus filhos

    Gustavo, Beatriz e Leonardo; bem como Marly e ao Celso, quesempre apoiaram minhas incurses nesta seara.

    Gustavo

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    Agradecemos a todos os que, direta ou indiretamente, contriburam para estaedio. Em especial, aos colegas do Ilape Marly, nossa diretora, Agenor,

    Daniel, Jesus, Mrcia, Pedro, Roberta e Vladimir.Agradecemos aos parceiros do Ilape que apoiaram a nossa iniciativa desde o

    incio e esto apoiando este lanamento.Agradecemos diretoria da ABMES, na pessoa de seu presidente, o prof.

    Gabriel, e de sua assessoria, especialmente, Anna e Ceclia, o apoiopermanente e afetuoso.

    Agradecemos, ainda, Sylvia pelo competente trabalho de reviso e Shirleypela excelente diagramao.

    Agradecemos, finalmente, aos leitores da primeira edio do LDB anotada ecomentada e reflexes sobre a educao superior pela contribuio de suas

    crticas e sugestes.

    Celso e Gustavo

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    A educao, convenientemente entendida, constitui a chave do progressomoral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se

    conhece a de manejar as inteligncias, conseguir-se- corrigi-los, do mesmomodo que se aprumam plantas novas. Essa arte, porm, exige muito tato,

    muita experincia e profunda observao. grave erro pensar-se que, paraexerc-la com proveito, baste o conhecimento da Cincia.

    Allan Kardec

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    SUMRIO

    NOTA EXPLICATIVA................................................................................APRESENTAO..................................................................................PRLOGO TERCEIRA EDIO..........................................................I LDB: ANO DEZ...................................................................................II LDB ANOTADA E COMENTADA.........................................................III LEIS RECEPCIONADAS PELA LDB...................................................IV DECRETOS QUE REGULAMENTAM DISPOSITIVOS DA LDB.............V SINAES: SISTEMA NACIONAL DE AVALIAO DA EDUCAO

    SUPERIOR .................................................................................VI PROUNI: UNIVERSIDADE PARA TODOS.........................................VII AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS..............................VIII EDUCAO A DISTNCIA............................................................IX AS MENSALIDADES ESCOLARES E A LEI DO CALOTE...................X AS MANTENEDORAS NO CDIGO CIVIL...........................................XI AS IES E A SUA RESPONSABILIDADE CIVIL NA CONDIO DE

    FORNECEDORAS DE SERVIOS................................................XII O PROCESSO ADMINISTRATIVO NO MBITO DA ADMINISTRAO

    PBLICA FEDERAL.....................................................................XIII A EDUCAO SUPERIOR, AS IES E O PODER JUDICIRIO.......BIBLIOGRAFIA.....................................................................................

    1517192131

    171183

    241293319367409425

    481

    497541725

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    NOTA EXPLICATIVA

    Foram adotadas, neste trabalho, as siglas tradicionais utilizadas pelos rgospblicos, tais como IES, para identificar as instituies de ensino superior, eLDB para a Lei 9.394. Para os rgos pblicos, adotou-se as siglas oficiais:MEC, para Ministrio da Educao, e CNE para Conselho Nacional de Educao,por exemplo. Para identificar a origem dos atos administrativos (resolues,portarias e pareceres), foi inserida, antes do nmero de cada ato, a sigla dorgo respectivo, assim: Resoluo CES/CNE n 1/2001 (resoluo editadapela Cmara de Educao Superior do Conselho Nacional de Educao).

    ABMES Associao Brasileira de Mantenedoras de Ensino SuperiorABRAFI Associao Brasileira de Mantenedoras de Faculdades Isoladas eIntegradasAIEF Anos Iniciais do Ensino FundamentalCAPES Fundao Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de NvelSuperiorANRESC Avaliao Nacional do Rendimento EscolarCEB Cmara de Educao Bsica do CNECES Cmara de Educao Superior do CNECFE Conselho Federal de EducaoCLT Consolidao das Leis TrabalhistasCONAES Comisso Nacional de Avaliao da Educao SuperiorCNE Conselho Nacional de EducaoCP Conselho Pleno do CNEDCNs Diretrizes curriculares nacionaisDOU Dirio Oficial da UnioEAD Educao a distnciaEC Emenda ConstitucionalEI Educao InfantilENC Exame Nacional de Cursos o provoENADE Exame Nacional de Avaliao do Desempenho do EstudanteEncceja Exame Nacional de Competncias de Jovens e AdultosENEM Exame Nacional do Ensino MdioFIES Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino Superior anteriormente, Crdito Educativo (CREDUC)FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da EducaoFUNDEB Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica ede Valorizao dos Profissionais da EducaoFUNDEF Fundo de Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental ede Valorizao do MagistrioIES Instituies de Ensino Superior

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    ILAPE Instituto Latino-Americano de Planejamento EducacionalINEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas EducacionaisLDB Lei de diretrizes e bases da educao nacional (Lei n 9.394, de 1996)MEC Ministrio da EducaoMP Medida ProvisriaOAB Ordem dos Advogados do BrasilPDI Plano de Desenvolvimento InstitucionalPPC Projeto Pedaggico de CursoPPI Projeto Pedaggico InstitucionalPNE Plano Nacional de EducaoPROUNI Programa Universidade para TodosSETEC Secretaria de Educao Profissional e Tecnolgica do MECSAEB Sistema de Avaliao da Educao BsicaSESu Secretaria de Educao Superior do MECSIEF Sries Iniciais do Ensino FundamentalSINAES Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior

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    APRESENTAO

    A segunda edio revista e atualizada do LDB anotada e comentada ereflexes sobre a educao superior tornou-se uma necessidade, a partir daproliferao de decretos, resolues, portarias, instrues e outras regras sobrea educao superior, o tema preferido do Ministrio da Educao. Houve, ainda,decises judiciais no campo do direito educacional que merecem destaque ecomentrios.

    Esta segunda edio deveria ser editada ao final de 2006. A incerteza quando aprovao da reforma universitria provocou o adiamento desta edio.

    A legislao e normas citadas, anotadas e comentadas, so as publicadasat o dia 13 de abril de 2007, prazo final para o envio do livro grfica e editora.As decises judiciais, contudo, limitam-se quelas publicadas at o trmino doano de 2006.

    Os autores esperam que esta nova edio atenda s necessidades deatualizao de todo o arcabouo legislativo que atinge a educao nacional, comnfase particular no ensino superior. Contamos com as crticas e sugestes denossos leitores para o constante aperfeioamento desta publicao.

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    PRLOGO TERCEIRA EDIO

    A esto postas as coisas. H instrumentos constitucionais para tudo. preciso saber us-los. H uma diferena entre um amador e umprofissional que pode esclarecer facilmente com um exemplo sobre ojogo de xadrez. A chega um grande mestre. Por sobre os ombrosdeles, observa o jogo. E vaticina: mate em trs lances. Ningum havianotado. Os amadores no haviam percebido. Mas o mestre olhou ediscerniu claramente.Doutoras e doutores, o lance forte estava no tabuleiro. O Direito est nanorma jurdica. As pessoas no sabem usar o Direito que est suadisposio.

    (Silvino Lopes Neto, ABMES Cadernos 5, 2000.)

    A LDB Anotada e Comentada foi lanada em 2003. Em seguida, veio a LDBAnotada e Comentada e reflexes sobre a educao superior, em 2005, quechega agora, em abril de 2007 segunda edio, graas ao empenho, ao esforocontinuado e aos estudos cada vez mais aprofundados de Celso da CostaFrauches e Gustavo Monteiro Fagundes do Instituto Latino Americano dePlanejamento Educacional (Ilape).

    A reconhecida capacidade de seus autores na rea, o trabalho tico ecompetente que desenvolvem junto s instituies de ensino superior (IES) doPas qualificam ainda mais esta obra que se tornou, certamente, a mais importantereferncia, e um excelente instrumento de apoio, ao dia-a-dia dos gestoresacadmicos, tendo em vista a riqueza das informaes sobre o cipoal legislativoconstitudo de normas educacionais propriamente ditas e de leis ordinrias querestringem a atuao das IES e, muitas vezes, desrespeitam princpios expressosna Constituio Federal.

    A viso do Direito Educacional contida no trabalho de Celso e Gustavo nose limita apenas Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB, Lei n.9.394, de 26 de dezembro de 1996), mas surge como um componente do sistemajurdico, por meio do qual buscam analisar e interpretar os fatos no contextogeral da legislao. Eles apresentam uma minuciosa atualizao das informaessobre leis e jurisprudncias e, com a sabedoria de um mestre de xadrez,conjugam a experincia jurdica com a vivncia da realidade das IES.

    Neste sentido, esta no uma obra feita por amadores mas por especialistascujo propsito do de oferecer subsdios s IES para que possam identificar,com seriedade, liberdade, esprito crtico e discernimento, o lance forte queest no tabuleiro, visando elaborao de projetos institucionais inovadores,capazes de fortalecer a qualidade do ensino superior no Pas.

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    Cumprimento os autores pela iniciativa, pelo xito e reconhecimento jcolhidos na comunidade acadmica, e pelo importante papel que desempenhamna construo da histria da educao brasileira.

    Ceclia Eugenia Rocha HortaAssessora da Associao Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior(ABMES)

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    I.

    LDB ANO DEZ

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    A Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes ebases da educao nacional a LDB , acaba de completar dez anos deexistncia. Nesse decnio, dois presidentes da Repblica Fernando HenriqueCardoso e Luiz Incio Lula da Silva e quatro ministros da Educao PauloRenato Souza, Cristovam Buarque, Tarso Genro e Fernando Haddad , semcontar com os ministros interinos, passaram por ela. Um ministro a cada trintameses.

    O ento senador Darcy Ribeiro, em seguida aprovao da Lei n 9.394,em 20 de dezembro de 1996, como resultado de substitutivo por ele elaborado,aps oito anos de debates no Congresso Nacional e de significativa participaode todos os segmentos que atuam na rea educacional, desejou fosse a novaLDB, um documento enxuto, mais ainda, desejou que a norma legal originadade seu compromisso inafastvel com a educao:

    ... fosse um instrumento fundamental de mudana de nossa sociedade ... por sua

    abertura para o novo ... para enfrentar o ritmo acelerado das mudanas que viro

    em todos os setores e que influenciaro a vida de todas as pessoas, quer elas

    queiram, quer no...

    Passados dez anos, podemos afirmar que o mestre Darcy Ribeiro tinha razo.A flexibilidade da LDB, num pas acostumado a leis detalhistas, e sua aberturapara o novo, para a criatividade do mundo acadmico e das autoridadeseducacionais, em todos os nveis, proporcionou avanos considerveis no processoeducacional de crianas, jovens e adultos, apesar das indevidas e freqentesinterferncias do Estado, nem sempre de forma coerente.

    A Educao Bsica educao infantil, ensino fundamental e ensino mdio, que tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formaocomum indispensvel para o exerccio da cidadania e fornecer-lhe meios paraprogredir no trabalho e em estudos posteriores desenvolvida pelos sistemasestaduais e municipais de ensino. Cabe ao sistema federal de ensino Unio prestar assistncia tcnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal e aosmunicpios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimentoprioritrio escolaridade obrigatria, exercendo sua funo redistributiva esupletiva, alm de assegurar processo nacional de avaliao do rendimentoescolar no ensino fundamental, mdio e superior, em colaborao com os sistemasde ensino, objetivando a definio de prioridades e a melhoria da qualidade doensino.

    Na educao bsica as mudanas ficaram por conta dos estados emunicpios, com uma participao tmida do poder central. O ato mais significativofoi aprovado na virada 2006/2007 o Fundeb, destinado a carrear mais recursosfinanceiros para o financiamento da educao nesse nvel de ensino.

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    O Fundeb Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsicae de Valorizao dos Profissionais da Educao, institudo pela EmendaConstitucional n. 53, de 19 de dezembro de 2006, foi regulamentado pela MedidaProvisria 339, de 29 de dezembro de 2006. O Fundeb, segundo informoupublicamente o ministro da Educao, ser implantado, gradativamente, a partirde janeiro do corrente ano, alcanando a plenitude em 2009. O Fundeb financiara educao bsica com recursos oriundos de 20% da sub-vinculao dasreceitas dos impostos e transferncias dos Estados, Distrito Federal e Municpios.A distribuio dos recursos ser efetuada com base na quantidade de alunosmatriculados na educao bsica na rede pblica, de acordo com dados doCenso Escolar.

    No campo da alfabetizao, o MEC pouco atuou. Nenhum dos programas,exceto o universidade solidria, funcionou e nem funciona plenamente.

    O Governo Federal, no perodo 1996/2006, editou as seguintes leis na reada Educao Bsica, alm instituio do Fundeb:

    Lei n 11.274, de 6 de fevereiro de 2006 Altera a redao dos arts. 29,30, 32 e 87 da Lei n 9.394, de 20/12/1996, dispondo sobre a durao denove anos para o ensino fundamental, com matrcula obrigatria a partirdos seis anos de idade. Lei n 11.161, de 5 de agosto de 2005 Dispe sobre o ensino da lngua

    espanhola. Lei n 10.845, de 5 de maro de 2004 Institui o Programa de

    Complementao ao Atendimento Educacional Especializado s PessoasPortadoras de Deficincia, e d outras providncias. Lei n 10.880, de 9 de junho de 2004 Institui o Programa Nacional de

    Apoio ao Transporte do Escolar - PNATE e o Programa de Apoio aosSistemas de Ensino para Atendimento Educao de Jovens e Adultos,dispe sobre o repasse de recursos financeiros do Programa BrasilAlfabetizado, altera o art. 4 da Lei n 9.424, de 24/12/1996, e d outrasprovidncias. Lei n 10.639, de 9 de janeiro de 2003 Altera a Lei n 9.394, de 20/12/

    1996, para incluir no currculo oficial da rede de ensino a obrigatoriedadeda temtica Histria e Cultura Afro-Brasileira, e d outras providncias. Lei n 10.172, de 9 de janeiro de 2001 Aprova o Plano Nacional de

    Educao (PNE) e d outras providncias. Lei n 9.795, de 27 de abril de 1999 Dispe sobre a educao ambiental,

    institui a Poltica Nacional de Educao Ambiental, e d outrasprovidncias. Lei n 9.766, de 18 de dezembro de 1998 Altera a legislao que rege

    o salrio-educao, e d outras providncias. Lei n 9.424, de 24 de dezembro de 1996 Dispe sobre o Fundo de

    Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizao

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    do Magistrio (FUNDEF), na forma prevista do art. 60, 7, do Ato dasDisposies Constitucionais Transitrias, e d outras providncias.

    O poder executivo Federal editou alguns decretos com reflexos na EducaoBsica especialmente:

    Decreto n 5.622, de 19 de dezembro de 2005 Regulamenta o art. 80da Lei n 9.394, de 1996 (LDB), que prev a oferta da educao a distncia(EAD) em todos os nveis de ensino. Decreto n 5.154, de 23 de julho de 2004 Regulamenta o 2 do art. 36

    e os arts. 39 a 41 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996 LDB(Educao Profissional). Decreto n 4.834, de 8 de setembro de 2003 Cria o Programa Brasil

    Alfabetizado, institui a Comisso Nacional de Alfabetizao e a MedalhaPaulo Freire, e d outras providncias. O Decreto n 5.475, de 22 dejunho de 2005 Altera a denominao e o objetivo da Comisso Nacionalde Alfabetizao. Decreto n 3.276, de 6 de dezembro de 1999 Dispe sobre a formao

    em nvel superior de professores para atuar na educao bsica, e doutras providncias. Decreto n 2.080, de 26 de novembro de 1996 D nova redao ao art.

    8 do Decreto n 87.497, de 18/8/1982, que regulamenta a Lei n 6.494,de 7/12/1977, que dispe sobre os estgios de estudantes deestabelecimentos de ensino superior e de ensino profissionalizante doEnsino Mdio e Supletivo.

    O Ministrio da Educao, gestor do sistema federal de ensino, editou, nessedecnio, normas para a Educao Bsica, no cumprimento de sua obrigao deapoiar e prestar assistncia tcnica aos demais sistemas. Com essa finalidade,o Conselho Nacional de Educao (CNE), por sua Cmara de Educao Bsica(CEB) ou pelo Conselho Pleno (CP), aps homologao ministerial, editou asseguintes principais resolues:

    a) do Conselho Pleno (CP): Resoluo CP/CNE n 1, de 17 de junho de 2004 Institui diretrizes

    curriculares nacionais para a educao das relaes tnico-raciais epara o ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Resoluo CP/CNE n 1, de 30 de Setembro de 1999 Dispe sobre

    os Institutos Superiores de Educao, considerados os artigos 62 e63 da Lei 9.394/96 e o art. 9, 2, alneas c e h da Lei 4.024./61, coma redao dada pela Lei 9.131/95. Resoluo CP/CNE n 2, de 26 de junho de 1997 Dispe sobre os

    programas especiais de formao pedaggica de docentes para asdisciplinas do currculo do ensino fundamental, do ensino mdio e daeducao profissional em nvel mdio.

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    b) da Cmara de Educao Bsica (CEB): Resoluo CEB/CNE n 3, 15 de agosto de 2006 Aprova as Diretrizes

    e procedimentos tcnico-pedaggicos para a implementao doProJovem - Programa Nacional de Incluso de Jovens, criado pela Lein 11.129, de 30/7/2005, aprovado como Projeto Experimental, nostermos do art. 81 da LDB, pelo Parecer CEB/CNE n 2/2005. Resoluo CEB/CNE n 3, de 3 de agosto de 2005 Define normas

    nacionais para a ampliao do Ensino Fundamental para nove anosde durao. Resoluo CEB/CNE n 1, de 3 de fevereiro de 2005 Atualiza as

    diretrizes curriculares nacionais para o Ensino Mdio e a EducaoProfissional de nvel mdio s disposies do Decreto n 5.154/2004.A Resoluo CEB/CNE n 4, de 27 de outubro de 2005 Inclui novodispositivo Resoluo CEB/CNE 1/2005. Resoluo CEB/CNE n 1, de 20 de agosto de 2002 Dispe sobre os

    direitos dos profissionais da educao com formao de nvel mdio,na modalidade Normal, em relao prerrogativa do exerccio dadocncia, em vista do disposto na Lei 9394/96, e d outras providncias. Resoluo CEB/CNE n 1, de 3 de abril de 2002 Institui diretrizes

    operacionais para a Educao Bsica nas Escolas do Campo. Resoluo CEB/CNE n 2, de 11 de setembro de 2001 Institui

    diretrizes nacionais para a Educao Especial na Educao Bsica. Resoluo CEB/CNE n 1, de 5 de julho de 2000 Estabelece as

    diretrizes curriculares nacionais para a Educao de Jovens e Adultos. Resoluo CEB/CNE n 1, de 7 de abril de 1999 Institui as diretrizes

    curriculares nacionais para a Educao Infantil. Resoluo CEB/CNE n 2, de 19 de abril de 1999 Institui diretrizes

    curriculares nacionais para a Formao de Docentes da EducaoInfantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nvel mdio, namodalidade Normal. Resoluo CEB/CNE n 3, de 10 de novembro de 1999 Fixa diretrizes

    nacionais para o funcionamento das escolas indgenas e d outrasprovidncias Resoluo CEB/CNE n 4, de 8 de dezembro de 1999 Institui as

    diretrizes curriculares nacionais para a Educao Profissional de nveltcnico. Resoluo CEB/CNE n 2, de 7 de abril de 1998 Institui as diretrizes

    curriculares nacionais para o Ensino Fundamental. Resoluo CEB/CNE n 1, de 31 de janeiro de 2006 Altera a alnea b do inciso IV doartigo 3 da Resoluo CEB/CNE n 2/98. Resoluo CEB/CNE n 3, de 26 de junho de 1998 Institui as diretrizes

    curriculares nacionais para o Ensino Mdio. A Resoluo CEB/CNE

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    n 4, de 16 de agosto de 2006 Altera o artigo 10 da Resoluo CEB/CNE n 3/98. Resoluo CEB/CNE n 3, de 8 de outubro de 1997 Fixa diretrizes

    para os novos planos de carreira e de remunerao para o magistriodos estados, do Distrito Federal e dos municpios.

    A Cmara de Educao Superior do CNE manteve, ao longo desses dezanos, boa produo de pareceres, com nfase para as diretrizes curricularesnacionais para os cursos de graduao. Um dos captulos deste livro trata daquesto das DCNs. No que se refere a este tema, tanto a CES quanto os rgosexecutivos do MEC esto cedendo s presses das corporaes profissionais,fato que tem desvirtuado as diretrizes gerais para a aprovao das DCNs de cadacurso e tumultuado esse processo.

    Esta interferncia, absolutamente indevida, tem trazido graves conseqnciaspara a educao superior no Brasil, entre as quais podemos mencionar, comomais gritante, a contumaz invaso da competncia outorgada ao MEC para aregulao, avaliao e superviso da educao superior, agravada pela posiopassiva do rgo ministerial.

    Hoje, corporaes h que efetivamente ditam regras e estabelecem exignciaspara abertura de cursos de graduao, bem como impem suas prpriassistemticas de avaliao e regulao, ignorando completamente osprocedimentos e padres estabelecidos pelo SINAES, impondo at mesmo aoMEC a observncia de normas que, por definio legal, somente teriam eficciainterna corporis, mas que, graas postura submissa do MEC, extrapolam esteslimites e atingem o sistema federal de ensino.

    Na rea da educao superior, os ministros da Educao, nos dez anos daLDB, deixaram suas marcas. Algumas positivas, muitas outras nem tanto, certo....

    O ministro Paulo Renato com o provo, a implantao da avaliao nacionalem todos os nveis de ensino e a expanso de IES, cursos e programas na reaprivada. O ministro Cristvam Buarque levou um ano planejando e, quando iacomear a executar seus planos, foi demitido pelo presidente da Repblica. Oministro Tarso Genro, com a misso de implantar uma reforma universitria, porno ser da academia, teve a sua misso cancelada, para socorrer o PT natumultuada fase do governo do presidente Luiz Incio Lula da Silva, s voltascom mensales, caixa dois e outros eventos de nefasta memria. O ministroFernando Haddad tem a seu crdito o Prouni, o Programa Universidade paraTodos, o nico do atual governo que ensina a pescar. E tem por dbito: a) aexpanso da rede pblica de educao superior no modelo universidade, caro edispendioso, quando deveria ser realizado por meio de institutos superiores detecnologia, que poderiam responder com mais rapidez, eficincia e eficcia aoatendimento dos jovens de baixa renda e de bom desempenho no Enem; b) aenxurrada de decretos, portarias e despachos de instruo com que tem sido

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    contemplada as IES que integram o sistema federal de ensino, especialmenteas da livre iniciativa, diuturnamente atropeladas com a rotineira mistura dosconceitos de regulao e regulamentao que permeiam a prolfica edio denormas pelo MEC. Em vez de desregular, o ministro optou por regulamentar nosmnimos detalhes o processo da educao superior supervisionado pelo MEC.E, ainda pior, o faz por regramentos de contedo nitidamente regulatrio,atropelando os princpios legais dos quais deveria ser o primeiro defensor.

    O Sinaes Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior , implantadona administrao Tarso Genro, uma reforma, na contra-mo da histria, doprocesso de avaliao da educao superior implantado pelo ministro PauloRenato. O Enade o Exame Nacional de Desempenho do Estudante , emsubstituio ao ENC ou provo o Exame Nacional de Cursos , demonstrainmeras fragilidades e a sua metodologia no foi, at hoje, assimilada pelacomunidade acadmica. O Sinaes ampliou as garras do Estado sobre a educaosuperior, privada e pblica, sem dar sinais, sem trocadilho, de que est ou vaicontribuir para a melhoria desse nvel de ensino.

    O Plano Nacional de Educao, aprovado pela Lei n 10.172, de 9 de janeirode 2001, com a durao de dez anos e no seu stimo ano, no tem a suaexecuo acompanhada e avaliada, anualmente, pelos rgos deliberativos eexecutivos do MEC e nem pelas comisses de educao da Cmara dosDeputados e do Senado Federal. O 2, art. 3 da Lei diz que a primeira avaliaorealizar-se- no quarto ano de vigncia desta Lei, cabendo ao Congresso Nacionalaprovar as medidas legais decorrentes, com vistas correo de deficincias edistores. mais uma lei que no pegou.

    O Plano Nacional de Educao, registre-se, deveria ser um plano de Estadopara a educao nacional, mas, em vez disso, segue relegado a plano tercirio(antes ao menos fosse secundrio), sempre perdendo espao para os programasde Governo, de carter pontual e casustico. Fica a impresso de que seriamelhor iniciar a apresentao do PNE com a tradicional expresso era umavez....

    Mesmo reconhecendo a boa vontade do atual ministro da Educao, com oseu Plano de Desenvolvimento da Educao, os atores que atuam na educaosuperior brasileira, nas redes privada e pblica, percebem que as garras do Estadoaumentam na mesma proporo em que diminuem as efetivas aes para amelhoria contnua da educao superior. Em contrapartida, a estruturaadministrativa do MEC continua a mesma, emperrada e fechada na confernciade certides, atestados, papis que no tm nenhuma importncia na qualidadede ensino. O Inep, criado por Ansio Teixeira para pensar a educao, foitransformado numa imensa agncia de avaliao, financiada pela iniciativa privada.O Conselho Nacional de Educao perdeu uma de suas funes mais nobres,como a da avaliao da educao superior, para atuar como agncia deacreditao de IES privadas. Em vez dos conselheiros da Cmara de Educao

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    Superior investirem seu mandato em estudos sobre as polticas e diretrizes dessenvel de ensino, esto envolvidos na elaborao de pareceres sobre convalidaoe equivalncia de estudos, aprovao de estatutos e regimentos, credenciamentoe recredenciamento de IES, definio sobre se a hora tem efetivamente sessentaminutos...

    Por outro lado, o Congresso Nacional, por suas duas cmaras, passa aolargo desse debate, envolvido em aprovar sucessivas medidas provisrias odecreto-lei da Constituio de 88 como a MP 361, que cria o Auxlio de AvaliaoEducacional para os avaliadores do Inep e da Capes, como se fosse um caso derelevncia e urgncia, quando, na verdade, no passa de uma forma tergiversade permitir aos avaliadores ligados s instituies pblicas, geralmente porcontratos de dedicao exclusiva ou de tempo integral, o recebimento de umaremunerao extra.

    Os dez anos da LDB, contudo, demonstram, num balano isento, que osavanos para a abertura para o novo foram decisivos para a instalao de novasIES inovadoras e criativas e para o incremento de cursos e programas de educaosuperior tambm inovadores, destacando-se a expanso do ensino a distncia,dos cursos superiores de tecnologia e da cultura da avaliao, como instrumentode melhoria permanente das funes universitrias e de gesto acadmico-administrativa.

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    II.

    LDB ANOTADA E COMENTADA(Lei n 9.394/96)

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    NDICE

    ALUNOSEstgio art. 82....................................................................................161Monitoria art. 84....................................................................................163

    DOCENTESVer PROFISSIONAIS DA EDUCAO

    DISCENTESVer ALUNOS

    EDUCAOConceituao art. 1..........................................................................39Dcada da Educao art. 87..............................................................164Dever do Estado art. 4.......................................................................42Direito educao art. 4....................................................................42Educao escolar, desenvolvimento art. 1, 1...................................39Educao escolar, mundo do trabalho, prtica social, vinculao art.1, 2..........................................................................................39Finalidade art. 2................................................................................39Nveis art. 21......................................................................................63Plano Nacional de Educao art. 87, 1............................................164Princpios art. 3, 19...........................................................................39

    EDUCAO BSICAAluno, reclassificao art. 23, 1........................................................64Calendrio escolar art. 23, 2..............................................................64Calendrio escolar, Dia Nacional da Conscincia Negra art. 79-B.............157Currculo, artes art. 26, 2..................................................................72Currculo, conhecimento da realidade social e poltica art. 26, 1..........72Currculo, conhecimento do mundo fsico e natural art. 26, 1................72Currculo, diretrizes gerais art. 27..........................................................73Currculo, educao fsica art. 26, 1..................................................72Currculo, histria do Brasil art. 26, 4................................................73Currculo, lngua portuguesa art. 26, 1...............................................72Currculo, matemtica art. 26, 1.......................................................72Currculo, normas gerais art. 26.............................................................71Currculo, parte diversificada art. 26, 5...................................................73Educao rural art. 28...........................................................................74Finalidades art. 22...............................................................................64Histria e Cultura Afro-brasileira art. 26-A...............................................73Organizao escolar art. 23...................................................................64Organizao por nveis art. 24.................................................................64Relao aluno/professor, parmetro art. 25 e pargrafo nico.....................71

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    EDUCAO DE JOVENS E ADULTOSAcesso art. 37........................................................................................83Conhecimentos e habilidades, reconhecimento art. 38, 2......................85Cursos e exames supletivos art. 38..........................................................84Nveis art. 38, 1..................................................................................84Sistemas de ensino, dever art. 37, 2......................................................84

    EDUCAO ESPECIALAtendimento art. 58, 2 e 3, art. 60, pargrafo nico..................135/137Direitos art. 59......................................................................................136Entendimento art. 58...........................................................................135Instituies privadas, caracterizao art. 60............................................137Servios de apoio art. 58, 1...............................................................135

    EDUCAO INFANTILAvaliao art. 31.....................................................................................74Finalidades art. 29.................................................................................74Organizao art. 30.................................................................................74

    EDUCAO PROFISSIONALAcesso art. 39, pargrafo nico...............................................................88Conhecimento adquirido fora da escola, reconhecimento art. 41.................89Cursos especiais art. 42.......................................................................89Diploma, validade art. 41, pargrafo nico...............................................89Finalidades art. 39................................................................................85Organizao art. 40.............................................................................88

    EDUCAO SUPERIORAluno, extraordinrio aproveitamento art. 47, 2......................................109Aluno, transferncia art. 49...................................................................117Aluno, transferncia ex officio art. 49, pargrafo nico............................119Ano letivo art. 47..................................................................................106Catlogo institucional art. 47, 1...........................................................108Curso noturno art. 47, 4.....................................................................11Cursos e programas art. 44......................................................................91Cursos, autorizao art. 46.................................................................101Cursos, reconhecimento art. 46.............................................................101Diploma, graduao, expedido por instituio estrangeira art. 48, 2.......114Diploma, mestrado e doutorado, expedido por IES estrangeira art.48, 3.................................................................................................115Diploma, registro art. 48, 1...............................................................112Diploma, validade art. 48........................................................................112Docente, aulas semanais art. 57...........................................................135Finalidades art. 43...................................................................................90Freqncia, professor art. 47, 3..........................................................110

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    Freqncia, aluno art. 47, 3...............................................................110Instituies mantidas pela Unio, financiamento da educao art. 55......134Instituies pblicas, gesto democrtica art. 56.................................134Instituies pblicas, saneamento deficincias art. 46, 2.................106Instituies, autonomia, extenso art. 54, 2.......................................131Instituies, categorias art. 45...............................................................98Instituies, credenciamento art. 46........................................................101Instituies, saneamento deficincias art. 46, 1.................................105Matrcula, disciplina isolada art. 50.........................................................120Universidade pblica, autonomia art. 54, 1.........................................130Universidade, autonomia art. 53.............................................................122Universidade, caracterizao art. 52.....................................................120Universidade, prazo para cumprimento incisos II e III, art. 52 art. 88, 2.....167Universidade, pr-requisitos art. 52, incisos I, II e III........................121/122Universidade, processo seletivo art. 51.................................................120Universidade, Sistema Nacional de Cincia e Tecnologia art. 86............164Universidades especializadas art. 52, pargrafo nico...........................122Universidades pblicas, estatuto jurdico especial art. 54......................130

    ENSINO A DISTNCIADiploma, registro art. 80, 2...............................................................160Exames art. 80, 2...........................................................................160Instituies, credenciamento art. 80, 1...........................................160Normas, sistemas de ensino art. 80, 3...........................................160Poder pblico, incentivo art. 80............................................................157Tratamento diferenciado art. 80, 4......................................................160

    ENSINO FUNDAMENTALAcesso, direito pblico subjetivo art. 5....................................................43Acesso, formas alternativas art. 5, 5...................................................43Acesso, negligncia da autoridade art. 5, 4.........................................43Censo educacional art. 87, 2............................................................164Ciclos art. 32, 1...............................................................................76Dever dos pais art. 6.............................................................................43Ensino a distncia, opes art. 32, 4................................................77Ensino religioso art. 33.............................................................................77Finalidades art. 32................................................................................75Idioma art. 32, 3...............................................................................76Jornada escolar art. 34..........................................................................78Jornada escolar, ensino noturno art. 34, 1..........................................78Progresso art. 32, 2..........................................................................76Redes escolares pblicas, tempo integral art. 87, 5............................166Tempo integral art. 34, 2.......................................................................78

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    ENSINO MDIOAvaliao art. 36, 1............................................................................80Contedos art. 36, 1.........................................................................80Currculo art. 36...................................................................................80Finalidades art. 35.................................................................................79Metodologias art. 36, 1.....................................................................80Profisses tcnicas, preparo para o trabalho art. 36, 2 e 4.................80

    ENSINO MILITARRegulao art. 83................................................................................161

    ESTGIOS CURRICULARESNormas, competncia art. 82..............................................................161Seguro obrigatrio art. 82, pargrafo nico............................................161Vnculo empregatcio art. 82, pargrafo nico.........................................161

    INSTITUIES DE ENSINOCategorias administrativas art. 19.........................................................60Competncia art. 12.............................................................................58Estatutos e regimentos, adaptao LDB, prazo art. 88, 1...................167Instituies experimentais art. 81...........................................................160

    INSTITUIES PRIVADASCategorias art. 20..................................................................................61

    LIVRE INICIATIVALiberdade de ensino art. 7.....................................................................43

    PROFESSORESVer PROFISSIONAIS DA EDUCAO

    PROFISSIONAIS DA EDUCAOConcurso pblico, exigncia art. 85.......................................................163Docentes, competncia art. 13...............................................................58Experincia docente, pr-requisito art. 67, pargrafo nico.....................151Formao de docentes, educao bsica arts. 62, 63 e 65.....137/140/148Formao de especialistas, art. 64.........................................................146Formao de professores, nvel superior, prazo art. 87, 4...................164Formao, fundamentos art. 61............................................................137Magistrio superior art. 66...................................................................148Notrio saber, reconhecimento art. 66, pargrafo nico........................150Valorizao dos profissionais, direitos art. 67.........................................151

    RECURSOS FINANCEIROSAo supletiva arts. 75 e 76........................................................155/156Aplicao, percentuais art. 69...............................................................152Custo mnimo por aluno, clculo art. 74..................................................155Despesas, apurao art. 72..................................................................154Despesas, caracterizao arts. 70 e 71.........................................153/154

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    Fiscalizao art. 73.............................................................................154Receitas, apurao art. 72.....................................................................154Recursos pblicos art. 68......................................................................152Recursos pblicos, destino art. 77.......................................................156Repasse art. 69, 5.............................................................................152

    SISTEMAS DE ENSINOAutonomia, unidades escolares art. 15.....................................................59Gesto democrtica, normas art. 14........................................................59Organizao art. 8...............................................................................46Organizao, liberdade art. 8, 2..........................................................47

    SISTEMA ESTADUAL DE ENSINOAbrangncia art. 17.................................................................................59Assistncia financeira, condicionamento art. 87, 6.............................166Competncia art. 5, 1.......................................................................42Distrito Federal, competncias art. 10, pargrafo nico..............................57Distrito Federal, educao infantil art. 17, pargrafo nico..........................59Legislao educacional, adaptao LDB, prazo art. 88.........................167Organizao art. 10................................................................................55

    SISTEMA FEDERAL DE ENSINOAbrangncia art. 16.................................................................................59Competncia da Unio, coordenao art. 8 1.......................................47Competncia, delegao art. 9, 3.......................................................55Competncia, organizao art. 9.............................................................47Estrutura, CNE art. 9, 1.....................................................................53Indgenas, educao escolar bilnge e intercultural arts. 78 e 79.....156/157Legislao educacional, adaptao LDB, prazo art. 88.........................167

    SISTEMA MUNICIPAL DE ENSINOAbrangncia art. 18................................................................................59Assistncia financeira, condicionamento art. 87, 6.............................166Competncia art. 5, 1......................................................................42Creches e pr-escolas, integrao do sistema art. 89............................167Legislao educacional, adaptao LDB, prazo art. 88.......................167Obrigaes art. 87, 3........................................................................164Organizao art. 11.................................................................................57Sistema Estadual, integrao art. 11, pargrafo nico................................58

    TRANSIOFase de transio da LDB, competncia do CNE art. 90..........................167

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    LEI No 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996(DOU, Seo 1, no 248, 23/12/96, p. 27.833)

    Estabelece as diretrizes e bases daeducao nacional.

    O PRESIDENTE DA REPBLICAFao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

    TTULO IDA EDUCAO

    Art. 1o A educao abrange os processos formativos que se desenvolvem navida familiar, na convivncia humana, no trabalho, nas instituies de ensino epesquisa, nos movimentos sociais e organizaes da sociedade civil e nasmanifestaes culturais.

    1o Esta Lei disciplina a educao escolar, que se desenvolve,predominantemente, por meio do ensino, em instituies prprias.

    2o A educao escolar dever vincular-se ao mundo do trabalho e prticasocial.

    TTULO IIDOS PRINCPIOS E FINS DA EDUCAO NACIONAL

    Art. 2o A educao, dever da famlia e do Estado, inspirada nos princpios deliberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o plenodesenvolvimento do educando, seu preparo para o exerccio da cidadania e suaqualificao para o trabalho.

    Art. 3o O ensino ser ministrado com base nos seguintes princpios:I - igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola;

    Este inciso I do art. 3 traz uma idia bela na sua concepo, mas,infelizmente, demaggica em sua implementao.

    Tal dispositivo pugna pela igualdade de condies para o acesso epermanncia na escola, devendo, pelo prprio esprito da lei, valer para todosos nveis da educao, inclusive o superior.

    Evidentemente, esta igualdade de condies no pode ser obtida por forade leis que, na realidade, no passam de medidas demaggicas ediscriminatrias, como as que temos visto ultimamente.

    Esta igualdade somente pode ser obtida mediante o fortalecimento do ensinopblico em todos os seus nveis, habilitando os alunos das instituies pblicasa concorrerem nos procedimentos seletivos em igualdade de condies com osegressos da rede particular.

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    Tem que ser resultado da permanncia das crianas na escola de modo acompletar seus ciclos de estudos de forma adequada, sem serem compelidasa trocar os estudos pelo trabalho precoce em decorrncia do estado demiserabilidade em que se encontra parcela significativa da populao brasileira.

    No se obtm igualdade de acesso e permanncia na escola, sobretudo naeducao superior, com a adoo de medidas casusticas e oportunistas, comntido carter demaggico e eleitoreiro.

    No com a fixao de quotas raciais para ingresso nas IES que as minoriastnicas tero garantido o acesso e permanncia nas escolas, pois ainda que oingresso seja assegurado, sem que o aluno tenha uma slida base deconhecimentos, no se manter na instituio at a concluso do curso.

    Estas medidas, alis, so de uma demagogia assustadora, sem contar namanifesta carga de preconceito e discriminao que encerram.

    Pratica-se, com estas medidas, a discriminao, e no a garantia daigualdade de acesso educao. Como pretender que haja igualdade numsistema que prev que uma quantidade pr determinada de vagas seja reservadaa um determinado grupo tnico e permitir que todos os componentes dessemesmo grupo tambm disputem as vagas remanescentes?

    Igualdade de condies justamente impor a todos os candidatosoportunidade semelhante de xito no certame a que se submetem, at porque aprpria Constituio Federal taxativa ao vedar qualquer tipo de discriminao,principalmente a racial, tipificada como crime em nosso ordenamento jurdico.

    Tambm se mostra demaggica a previso de que uma determinadacategoria de alunos seja dispensada do recolhimento das taxas exigidas parainscrio nos processos seletivos para ingresso na educao superior nica eexclusivamente em virtude de serem egressos da rede pblica de ensino, semque se adote um critrio adequado de verificao da capacidade econmica doaluno, pois certo que muitos alunos oriundos de famlias abastadas encontram-se matriculados em instituies de ensino pblicas, notadamente aquelas dereconhecida qualidade dos servios prestados.

    Ora, conceder a este aluno a iseno da taxa de inscrio para processosseletivos unicamente por ser oriundo de uma instituio pblica de ensino, deforma alguma pode ser considerado meio hbil de assegurar a igualdade deacesso e permanncia na escola.

    O Brasil no tem mais espao para a adoo de polticas demaggicas ediscricionrias em relao educao de sua populao, pois no mais existeespao para experimentaes com a formao dos jovens e adultos em nossoPas.

    fundamental que seja assegurada igualdade de condies de acesso epermanncia a todos na escola, em todos os seus nveis, mas certo que issono ser obtido s custas de polticas demaggicas e discriminatrias.

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    O nico caminho vivel para atingir esta meta fundamental o fortalecimentodas redes pblicas de ensino, elevando a qualidade de seus servios, assimcomo mantendo os alunos na escola at a concluso do ensino mdio, evitandoa evaso escolar, sobretudo aquela motivada por questes de ordem econmicae financeira.

    Somente proporcionando a todos os estudantes brasileiros o acesso a ensinopblico gratuito e de elevada qualidade que podemos sonhar com a meta deigualdade prevista neste inciso I, ideal que deve sempre nortear a luta de todosaqueles efetivamente comprometidos com a melhoria da educao da populaobrasileira.

    II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento,a arte e o saber;

    III - pluralismo de idias e de concepes pedaggicas;IV - respeito liberdade e apreo tolerncia;V - coexistncia de instituies pblicas e privadas de ensino;VI - gratuidade do ensino pblico em estabelecimentos oficiais;VII - valorizao do profissional da educao escolar;VIII - gesto democrtica do ensino pblico, na forma desta Lei e da legislao

    dos sistemas de ensino;

    A gesto democrtica no ensino pblico, particularmente no ensino superior, confundida com eleio direta de reitores e diretores. Essa a forma de escolha.Gesto democrtica a forma de operacionalizao do poder na escola. A formade escolha dos dirigentes das IES pblicas tem conduzido a uma distoro deconseqncias imprevisveis na qualidade do ensino. A poltica partidria, ocorporativismo e as ideologias no so as melhores opes para uma educaode qualidade. E o pior que o MEC deseja impingir esse tipo de escolha s IESda livre iniciativa.

    O art. 14 da Resoluo CP/CNE n 1/2006, que institui as diretrizes curricularesnacionais para a licenciatura em Pedagogia, diz que esta deve assegurar aformao de profissionais da educao prevista no art. 64, em conformidade como inciso VIII do art. 3 da Lei n 9.394/96. E os 1 e 2 dispem:

    1 Esta formao profissional tambm poder ser realizada em cursos de

    ps-graduao, especialmente estruturados para este fim e abertos a todos os

    licenciados.

    2 Os cursos de ps-graduao indicados no 1 deste artigo podero ser

    complementarmente disciplinados pelos respectivos sistemas de ensino, nos termos

    do pargrafo nico do art. 67 da Lei n 9.394/96.

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    IX - garantia de padro de qualidade;X - valorizao da experincia extra-escolar;XI - vinculao entre a educao escolar, o trabalho e as prticas sociais.

    TTULO IIIDO DIREITO EDUCAO E DO DEVER DE EDUCAR

    Art. 4o O dever do Estado com a educao escolar pblica ser efetivadomediante a garantia de:

    I - ensino fundamental, obrigatrio e gratuito, inclusive para os que a ele notiverem acesso na idade prpria;

    II - progressiva extenso da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino mdio;III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com

    necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;IV - atendimento gratuito em creches e pr-escolas s crianas de zero a

    seis anos de idade;V - acesso aos nveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criao

    artstica, segundo a capacidade de cada um;VI - oferta de ensino noturno regular, adequado s condies do educando;VII - oferta de educao escolar regular para jovens e adultos, com caractersticas

    e modalidades adequadas s suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condies de acesso e permanncia naescola;

    VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental pblico, por meio deprogramas suplementares de material didtico-escolar, transporte, alimentaoe assistncia sade;

    IX - padres mnimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade equantidade mnimas, por aluno, de insumos indispensveis ao desenvolvimentodo processo de ensino-aprendizagem.

    Art. 5o O acesso ao ensino fundamental direito pblico subjetivo, podendoqualquer cidado, grupo de cidados, associao comunitria, organizaosindical, entidade de classe ou outra legalmente constituda, e, ainda, o MinistrioPblico, acionar o Poder Pblico para exigi-lo.

    1o Compete aos Estados e Municpios, em regime de colaborao, e coma assistncia da Unio:

    I - recensear a populao em idade escolar para o ensino fundamental, e osjovens e adultos que a ele no tiveram acesso;

    II - fazer-lhes a chamada pblica;III - zelar, junto aos pais ou responsveis, pela freqncia a escola. 2o Em todas as esferas administrativas, o Poder Pblico assegurar em

    primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatrio, nos termos deste artigo,contemplando em seguida os demais nveis e modalidades de ensino, conformeas prioridades constitucionais e legais.

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    3o Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimidadepara peticionar no Poder Judicirio, na hiptese do 2o do art. 208 da ConstituioFederal, sendo gratuita e de rito sumrio a ao judicial correspondente.

    4o Comprovada a negligncia da autoridade competente para garantir ooferecimento do ensino obrigatrio, poder ela ser imputada por crime deresponsabilidade.

    5o Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o PoderPblico criar formas alternativas de acesso aos diferentes nveis de ensino,independentemente da escolarizao anterior.

    Art. 6o dever dos pais ou responsveis efetuar a matrcula dos menores, apartir dos sete anos de idade, no ensino fundamental.

    Art. 7o O ensino livre iniciativa privada, atendidas as seguintes condies:

    O art. 209 da Constituio diz que:

    O ensino livre iniciativa privada, atendidas as seguintes condies: I -

    cumprimento das normas gerais da educao nacional; II - autorizao e

    avaliao de qualidade pelo Poder Pblico.

    A atuao da iniciativa privada na educao, em todos os nveis, no se tratade concesso do Estado, mas, sim, de um direito assegurado pela Constituiode 88, atendidas esta LDB e as normas de autorizao e avaliao de qualidade.

    A Lei n 9.131, de 24/11/95, com as alteraes introduzidas pela Lei n 9.870,de 23/11/99, dispe, no art. 7-A, que as pessoas jurdicas de direito privado,mantenedoras de IES podero assumir qualquer das formas admitidas em direito,de natureza civil ou comercial e, quando constitudas como fundaes, seroregidas pelo disposto no art. 24 do Cdigo Civil Brasileiro.

    I - cumprimento das normas gerais da educao nacional e do respectivosistema de ensino;

    II - autorizao de funcionamento e avaliao de qualidade pelo Poder Pblico;III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o previsto no art. 213 da

    Constituio Federal.

    Diz Constituio no art. 213 e pargrafos:

    Art. 213. Os recursos pblicos sero destinados s escolas pblicas,

    podendo ser dirigidos a escolas comunitrias, confessionais ou filantrpicas,

    definidas em lei, que: I - comprovem finalidade no-lucrativa e apliquem seusexcedentes financeiros em educao; II - assegurem a destinao de seu

    patrimnio a outra escola comunitria, filantrpica ou confessional, ou ao

    Poder Pblico, no caso de encerramento de suas atividades.

  • 44

    1o Os recursos de que trata este artigo podero ser destinados a

    bolsas de estudo para o ensino fundamental e mdio, na forma da lei, para os

    que demonstrarem insuficincia de recursos, quando houver falta de vagas ecursos regulares da rede pblica na localidade da residncia do educando,

    ficando o Poder Pblico obrigado a investir prioritariamente na expanso de

    sua rede na localidade. 2o As atividades universitrias de pesquisa e extenso podero receber

    apoio financeiro do Poder Pblico.

    O do art. 7 da LDB na verdade praticamente uma repetio da dispositivoconstitucional art. 209 da Carta Magna , trazendo em seu bojo a previso deque o ensino livre iniciativa privada, desde, claro, que atendidas ascondies previstas nas normas legais vigentes.

    Os incisos I e II deste artigo so transcries quase fiis dos incisos do art.209 da Constituio Federal, sendo novidade em relao ao Texto Maior ainsero do inciso III, que inclui, entre as condies para que a iniciativa privadapossa atuar no ramo da educao, a exigncia de capacidade deautofinanciamento.

    Evidentemente, a mensagem do legislador bastante clara, pois quer dizerque a iniciativa privada pode atuar no ramo da educao, desde que para issono seja necessrio o aporte de investimento pblico.

    Absolutamente lgico o raciocnio adotado pelo legislador, pois certo que,pretendendo a iniciativa privada explorar qualquer ramo da atividade econmica,dever faz-lo s suas prprias expensas, sem contar com recursos pblicospara financiar a sua busca pelo lucro. Exceto, claro, os aportes para a pesquisae a extenso.

    Acontece que, infelizmente, o Estado mantm sua atuao com aquele tpicorano assistencialista, ora deixando a iniciativa privada arcar com seusproblemas e suas crises, ora intervindo de forma demaggica para fazer comque sua incapacidade de atender misso constitucional que possui sejamitigada pelo setor privado.

    exatamente isso que ocorre neste tpico.De um lado, o Estado permite iniciativa privada a atuao no ramo da

    educao, mas exige que tenha capacidade de autofinanciamento, isto , quepossa ingressar neste mercado e nele manter-se com seus prprios recursos,sem contar com verbas pblicas.

    Por outro lado, interfere numa relao evidentemente privada e contratualfirmada entre as IES e os estudantes, para impor iniciativa privada que suporteo inadimplemento contratual durante meses a fio, obrigando as IES a manteremem seus bancos, com todos os custos que isto acarreta para as entidades,alunos que se recusam a adimplir uma obrigao contratual que voluntariamenteassumiram.

  • 45

    verdade que recentemente esta situao vem sofrendo alteraes, emboramuito tmidas e ainda restritas a algumas unidades da federao, conformeser demonstrado no captulo que trata do posicionamento do Poder Judicirioperante a questo da educao superior e das IES.

    Com efeito, em alguns rgos do Poder Judicirio, vem aos poucos ganhandofora a interpretao (absolutamente correta, registre-se) de que a norma legalque trata das mensalidades escolares no autoriza a renovao de matrculados alunos inadimplentes para os perodos letivos subseqentes.

    Sem dvida, j se trata de significativo progresso, sobretudo levando emconta que, at pouco tempo, era unnime o entendimento de que, mesmo dianteda inadimplncia contumaz do aluno, eram as IES obrigadas a aceitar a renovaode sua matrcula e continuar prestando os servios com os padres exigidospelo MEC, apesar de no receber a contraprestao pelo cumprimento de suaobrigao contratual.

    bem verdade, contudo, que este entendimento ainda encontra abrigo emalgumas unidades da federao, mas acreditamos que, aos poucos, o PoderJudicirio vai perceber a injustia de continuar impondo to severo nus s IES.

    No possvel que as IES consigam atender s crescentes exigncias doMEC quanto qualidade dos servios prestados se permanecerem merc dosinadimplentes, daqueles que se recusam a cumprir a obrigao contratualassumida com as instituies.

    Em se tratando de uma relao contratual, de cunho evidentemente bilateral,no justo impor a uma das partes contratantes o nus de manter o cumprimentode suas obrigaes diante do contumaz inadimplemento da outra parte, poisisto viola os mais bsicos princpios norteadores das relaes contratuais nodireito ptrio.

    O Direito Civil brasileiro muito claro ao prever que um contratante nopoder exigir o adimplemento da obrigao do outro caso no esteja em dia como cumprimento de suas prprias obrigaes.

    Curiosamente, isso no vale para os contratos entre alunos e IES, sendo talposio justificada pelo argumento do interesse pblico na educao.

    Este argumento at poderia ser vlido, caso fosse efetivamente aplicadopara todos os setores que atuam em atividades de interesse pblico, tais comomdicos, enfermeiros, advogados, entidades operadoras de planos deassistncia sade, etc.

    S que esta no a realidade, pois a prpria Lei n 9.656/98, que regula osplanos de assistncia privada sade, prev que as operadoras tm o direito desuspender o atendimento aos beneficirios, bem como de pleitear a resciso docontrato firmado, em caso de inadimplncia superior a sessenta dias. Ou serque a assistncia sade no atividade de interesse pblico?

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    Da mesma forma, mdicos, advogados e outros profissionais que exercemprofisses de relevante interesse pblico no so obrigados ao atendimentogracioso, embora suas atividades profissionais carter de interesse pblico.

    Assim, no obstante reconheamos a grande importncia do acesso educao, e nem poderia ser diferente, entendemos ser injustificvel a imposiode tal gravame s IES, que rotineiramente vm sendo compelidas a manter emseus quadros discentes aqueles inadimplentes que vulneram o equilbrioeconmico-financeiro das instituies, trazendo graves prejuzos, no apenas aelas, mas, principalmente, aos demais integrantes dos quadros discentes quecumprem com suas obrigaes contratuais.

    No h como se exigir das IES que mantenham um padro de qualidadeelevado, com equipamentos modernos, professores altamente qualificados ebibliotecas sempre atualizadas se no lhes dada a contrapartida de poder, deforma eficaz e rpida, exigir o cumprimento das obrigaes contratuais assumidaspor seus alunos.

    Dvida alguma pode existir no sentido de ser a excessiva inadimplncia,hoje, um dos mais graves problemas enfrentados pelas IES, que vem crescerdiariamente as exigncias de padres de qualidade do MEC, bem como oscustos para manuteno de sua infra-estrutura, no mesmo ritmo em que sevem privadas dos recursos indispensveis sua manuteno, provenientesdas mensalidades escolares.

    A situao atual da maioria das IES no Pas semelhante dos reservatrioshdricos, onde a vazo se mantm em ritmo crescente, enquanto a captaosofre cada vez mais restrio. No difcil, portanto, imaginar como pode sedesenrolar essa situao num futuro no muito distante.

    TTULO IVDA ORGANIZAO DA EDUCAO NACIONAL

    Art. 8o A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios organizaro,em regime de colaborao, os respectivos sistemas de ensino.

    O Parecer CEB/CNE no 30/2000 define que sistemas de ensino so osconjuntos de campos de competncias e atribuies voltadas para odesenvolvimento da educao escolar que se materializam em instituies,rgos executivos e normativos, recursos e meios articulados pelo poder pblicocompetente, abertos ao regime de colaborao e respeitadas as normas geraisvigente. Os municpios, pela Constituio de 1988, so sistemas de ensino.

    O art. 2 do Decreto n 5.773/2006 estabelece que o sistema federal deensino superior compreende as instituies federais de educao superior, asinstituies de educao superior criadas e mantidas pela iniciativa privada eos rgos federais de educao superior.

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    Esse regime de colaborao no acontece, na prtica. As deliberaes doConselho Nacional de Educao, especialmente quanto s diretrizes curricularespara a educao bsica e a educao superior, no refletem regime decolaborao, porque conflitantes, em muitos casos, com decises de sistemasestaduais.

    1o Caber Unio a coordenao da poltica nacional de educao,articulando os diferentes nveis e sistemas e exercendo funo normativa,redistributiva e supletiva em relao s demais instncias educacionais.

    2o Os sistemas de ensino tero liberdade de organizao nos termosdesta Lei.

    O Parecer CEB/CNE no 7/98, ao decidir em recurso interposto pelo Institutode Pesquisas Educacionais S/C Ltda., junto ao Conselho Nacional de Educao,contra deciso do Conselho de Educao do Estado de So Paulo, entende queem nenhum dispositivo legal, que trata das atribuies do CNE ou de suascmaras, h referncia sua responsabilidade de constituir-se, tambm, eminstncia recursal relativa a decises adotadas por rgos normativos dosdemais sistemas de ensino. Em seu voto, entende o relator que no competea este Conselho examinar, em grau de recurso, deciso que o Conselho Estadualde Educao de So Paulo adotou no pleno exerccio de suas competnciaslegais.

    O Parecer CEB/CNE no 2/2000, que responde a consulta do ConselhoMunicipal de Educao do Municpio de Barra do Garas, do Estado de MatoGrosso, decide no sentido de que o municpio tem competncia para criar o seusistema de ensino.

    Art. 9o A Unio incumbir-se- de:I - elaborar o Plano Nacional de Educao, em colaborao com os Estados,

    o Distrito Federal e os Municpios;

    O Plano Nacional de Educao, com a durao de dez anos, foi aprovadopela Lei no 10.172, de 9 de janeiro 2001. Determina que os Estados, o DistritoFederal e os Municpios devero elaborar planos decenais de educao. Essacolaborao com os Estados, o Distrito Federal e os Municpios no apareceno PNE, carente de um acompanhamento e avaliao consistentes,responsveis e permanentes pelos principais rgos dos sistemas de ensino.

    II - organizar, manter e desenvolver os rgos e instituies oficiais do sistemafederal de ensino e o dos Territrios;

    III - prestar assistncia tcnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federale aos Municpios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o

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    atendimento prioritrio escolaridade obrigatria, exercendo sua funoredistributiva e supletiva;

    IV - estabelecer, em colaborao com os Estados, o Distrito Federal e osMunicpios, competncias e diretrizes para a educao infantil, o ensinofundamental e o ensino mdio, que nortearo os currculos e seus contedosmnimos, de modo a assegurar formao bsica comum;

    V - coletar, analisar e disseminar informaes sobre a educao;

    A Lei n 9.448, de 14/3/97, d ao INEP competncia para organizar e mantero sistema de informaes e estatsticas educacionais (art. 1, inciso I).

    A Portaria n 177, de 5/3/98, estabelece que o INEP coordenar a realizaodo Censo Escolar, para levantamento de dados e informaes relativos educaobsica, realizado junto aos estabelecimentos de ensino, em seus diferentesnveis e modalidades das redes pblicas e privada, nesta includos os mantidospor entidades filantrpicas e comunitrias. Os dados apurados anualmente peloCenso Escolar serviro de base para a determinao dos coeficientes para adistribuio dos recursos do Fundo de Manuteno e Desenvolvimento do EnsinoFundamental e de Valorizao do Magistrio, de acordo com o disposto no art. 2.do Decreto n 2.264 de 1997.

    A Portaria n 367, de 31/1/2006, determina que o controle de qualidade efidedignidade dos dados e informaes do Censo Escolar ser realizado pelacomparao entre os dados informados nos questionrios e o Cadastro de Alunos,Docentes, Auxiliares de Educao Infantil e Escolas - CADMEC.

    A Portaria INEP n 14, de 16/2/2006, estabelece as etapas do processo deexecuo do Censo Escolar 2006.

    A Portaria n 46, de 10/1/2005, com base no inciso I do art. 17 do Decreto n3.860/2001 (revogado pelo Decreto n 5.773/2006), determina que as IES deveroresponder, anualmente, conforme calendrio estabelecido pelo INEP, ao Censoda Educao Superior no Sistema Integrado de Informaes da Educao Superior- SIEd-Sup. O Censo da Educao Superior coletar, anualmente, atravs doQuestionrio Eletrnico, informaes dos cursos de graduao e respectivashabilitaes, dos cursos seqenciais, dos cursos de extenso e dos cursos deespecializao (ps-graduao lato sensu) das IES cadastradas no INEP.

    Os dados consolidados do Censo da Educao Superior de 2005 apontamque, em 2005, foram oferecidas 2.435.987 vagas pelo sistema de educaosuperior, 115.566 a mais que no ano anterior (aumento de 5%). Inscreveram-separa disputar essas vagas, em 2005, 5.060.956 candidatos, 6.964 a mais queem 2004, representando um acrscimo de 0,14% na demanda por vagas.Efetivamente, ingressaram na educao superior 1.397.281 novos alunos,perfazendo um total de 4.453.156 matriculados, correspondendo a cerca de 13%da populao na faixa etria prpria para a educao superior.

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    VI - assegurar processo nacional de avaliao do rendimento escolar noensino fundamental, mdio e superior, em colaborao com os sistemas deensino, objetivando a definio de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;

    A Portaria MEC n 931/2005 revoga a Portaria MEC n 839/99 e institui o Sistemade Avaliao da Educao Bsica (SAEB), composto por dois processos deavaliao: a Avaliao Nacional da Educao Bsica (ANEB) e a Avaliao Nacionaldo Rendimento Escolar (ANRESC). A ANEB mantm os objetivos, caractersticase procedimentos da avaliao da educao bsica efetuados, at agora, peloSAEB. A ANEB tem como objetivo principal avaliar a qualidade, eqidade e aeficincia da educao brasileira. Caracteriza-se por ser uma avaliao poramostragem, de larga escala, externa aos sistemas de ensino pblico e particular,de periodicidade bianual, utilizando procedimentos metodolgicos formais ecientficos para coletar e sistematizar dados e produzir informaes sobre odesempenho dos alunos do Ensino Fundamental e Mdio, assim como sobre ascondies intra e extra-escolares que incidem sobre o processo de ensino eaprendizagem. As informaes produzidas pela ANEB fornecero subsdios paraa formulao de polticas pblicas educacionais, com vistas melhoria daqualidade da educao, e buscaro comparabilidade entre anos e entre sriesescolares, permitindo, assim, a construo de sries histricas.

    A Portaria n 3.415/2004 institui o Exame Nacional de Avaliao na modalidadede educao de jovens e adultos para aferio de competncias e habilidades dejovens e adultos, residentes no Brasil e no exterior, em nvel de concluso doensino fundamental e do ensino mdio. O Exame tem por objetivos: I - construiruma referncia nacional de auto-avaliao para jovens e adultos por meio deavaliao de competncias e habilidades, adquiridas no processo escolar ounos processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivnciahumana, no trabalho, nos movimentos sociais e organizaes da sociedade civile nas manifestaes culturais; II - estruturar uma avaliao direcionada a jovense adultos que sirva s Secretarias da Educao para que procedam aferio deconhecimentos e habilidades dos participantes no nvel de concluso do ensinofundamental e do ensino mdio nos termos do artigo 38, 1 e 2 da Lei n9.394/96; III - oferecer uma avaliao para fins de classificao na correo dofluxo escolar, nos termos do art. 24, inciso II, alnea c da Lei n 9.394/96; IV -consolidar e divulgar um banco de dados com informaes tcnico-pedaggicas,metodolgicas, operacionais, socioeconmicas e culturais que possa ser utilizadopara a melhoria da qualidade na oferta da educao de jovens e adultos e dosprocedimentos relativos ao Exame; V - construir um indicador qualitativo quepossa ser incorporado avaliao de polticas pblicas de Educao de Jovense Adultos. A adeso ao Exame de carter opcional e estar disponvel sSecretarias da Educao (estaduais ou municipais) que podero efetiv-la,

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    formalmente, mediante assinatura de Termo de Compromisso de CooperaoTcnica e/ou de Convnio com o INEP.

    VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduao e ps-graduao;VIII - assegurar processo nacional de avaliao das instituies de educao

    superior, com a cooperao dos sistemas que tiverem responsabilidade sobreeste nvel de ensino;

    A Lei n 10.861, de 14/4/2004, institui o Sistema Nacional de Avaliao daEducao Superior SINAES com o objetivo de assegurar processo nacional deavaliao das instituies de educao superior, dos cursos de graduao e dodesempenho acadmico de seus estudantes, nos termos deste art. 9, paraatender aos incisos VI, VIII e IX. Segundo a referida lei, o SINAES tem por finalidadesa melhoria da qualidade da educao superior, a orientao da expanso da suaoferta, o aumento permanente da sua eficcia institucional e efetividade acadmicae social e, especialmente, a promoo do aprofundamento dos compromissos eresponsabilidades sociais das instituies de educao superior, por meio davalorizao de sua misso pblica, da promoo dos valores democrticos, dorespeito diferena e diversidade, da afirmao da autonomia e da identidadeinstitucional. O SINAES envolve a avaliao institucional (interna e externa), aavaliao de cursos e programas e o Exame Nacional de Desempenho doEstudantes (ENADE).

    As polticas e diretrizes da avaliao da educao superior da competnciada CONAES Comisso Nacional de Avaliao da Educao Superior, quesubstitui o Conselho Nacional de Educao nessas atribuies.

    A Portaria MEC n 2.051, de 9/7/ 2004, regulamenta os procedimentos deavaliao do Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior (SINAES),institudo na Lei n 10.861, de 14 de abril de 2004.

    A Portaria MEC n 398, de 3/2/2005, atribui ao INEP competncia paraoperacionalizar as aes e procedimentos referentes ao SINAES, ENADE,Avaliao Institucional e Avaliao dos cursos de graduao.

    A Portaria INEP n 4, de 13/1/2005, define dimenses e caracteriza elementosconstitutivos do Manual de Avaliao Institucional.

    A Portaria MEC n 300, de 30/1/2006, aprova o Instrumento de Avaliao Externade Instituies de Educao Superior do SINAES.

    A Portaria MEC n 563, de 21/2/2006, aprova o Instrumento de Avaliao decursos de graduao do SINAES.

    A Portaria Normativa MEC n 1, de 10/1/2007, aprovou o calendrio deavaliaes do ciclo avaliativo do SINAES, para o trinio 2007/2009, alterado pelaPortaria Normativa MEC n 6, de 3/4/2007.

    O Decreto no 2.026/96 estabeleceu os procedimentos do processo deavaliao, definiu os elementos dos indicadores de desempenho global e fixou

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    os objetivos da avaliao individual das instituies de ensino superior. Foi umdocumento importante para a implantao da cultura da avaliao na educaosuperior brasileira. O Decreto n 3.860/2001, revogou o Decreto n 2.026/96 e, emseu Captulo IV, dispe sobre a avaliao de cursos e instituies de ensinosuperior. O Decreto n 5.773/2006 revogou o Decreto n 3.860/2001 e estabeleceunormas para o exerccio das funes de regulao, superviso e avaliao deIES e cursos superiores de graduao e seqenciais no sistema federal deensino. O Captulo IV dedicado avaliao.

    A Lei no 9.448/97 transformou o Instituto Nacional de Estudos e PesquisasEducacionais Ansio Teixeira (INEP) em autarquia federal, dando-lhe, entre outrasatribuies, a de planejar, orientar e coordenar o desenvolvimento de sistemase projetos de avaliao educacional, visando o estabelecimento de indicadoresde desempenho das atividades de ensino no Pas.

    O primeiro ENADE, que substitui o provo, foi aplicado em 2004, conformea Portaria INEP n 107, de 22/7/2004, para alunos dos cursos de Agronomia,Educao Fsica, Enfermagem, Farmcia, Fisioterapia, Fonoaudiologia,Medicina, Medicina Veterinria, Nutrio, Odontologia, Servio Social, TerapiaOcupacional e Zootecnia.

    Em 2005, o ENADE foi aplicado, com base na Portaria MEC n 2.205, de22/6/2005, aos alunos dos cursos de graduao Arquitetura e Urbanismo, Biologia,Cincias Sociais, Computao, Engenharia, Filosofia, Fsica, Geografia, Histria,Letras, Matemtica, Pedagogia e Qumica.

    O ENADE de 2006, de acordo com a Portaria MEC n 603, de 7/3/2006, teve aparticipao dos alunos de cursos de Administrao, Arquivologia,Biblioteconomia, Biomedicina, Cincias Contbeis, Cincias Econmicas,Comunicao Social Cinema (Cinema e Vdeo), Editorao (ComunicaoSocial Redao e Contedo e Produo Editorial), Jornalismo, Publicidade ePropaganda (Marketing e Propaganda, Marketing e Publicidade e Propaganda),Radialismo (Rdio e Telejornalismo e Radialismo) e Relaes Pblicas, Design,Direito, Formao de Professores da Educao Bsica (Formao de professordas sries iniciais do ensino fundamental, Formao de professor do ensinofundamental e Normal Superior), Msica, Psicologia, Secretariado Executivo, Teatroe Turismo.

    O ENADE de 2007 vai avaliar, nos termos da Portaria Normativa n 5, de 20/3/2007, os estudantes dos cursos de graduao em Agronomia, Biomedicina,Educao Fsica, Enfermagem, Farmcia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, MedicinaVeterinria, Medicina, Nutrio, Odontologia, Servio Social, Tecnologia deRadiologia, Tecnologia em Agroindstria, Terapia Ocupacional e Zootecnia.

    IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente,os cursos das instituies de educao superior e os estabelecimentos do seusistema de ensino.

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    Credenciar e recredenciar IES e autorizar, reconhecer e renovar oreconhecimento de cursos superiores so atos autorizativos, segundo o Decreton 5.773, de 9/5/2006. Antes da Lei n 9.394, o termo credenciar era destinado aidentificar os cursos de ps-graduao, em nveis de mestrado e doutorado,reconhecidos pelo MEC. Agora, o credenciamento institucional, ou seja, destina-se a identificar as instituies de ensino superior reconhecidas ou aceitas peloPoder Pblico. Os cursos so autorizados a funcionar e, decorridos at cinqentapor cento da execuo curricular, esto sujeitos ao reconhecimento. Este deveser por prazo determinado, de acordo com o ciclo avaliativo previsto no SINAES.Findo este prazo, entra no processo de renovao de reconhecimento.

    Este inciso inova, em relao ao art. 209 da Constituio, para as IES mantidaspela livre iniciativa. O citado dispositivo exige, apenas, a autorizao e a avaliao.O credenciamento e o recredenciamento institucional e o reconhecimento erenovao de reconhecimento de cursos uma exigncia da burocracia estatalque nada tem a ver com qualidade de ensino. O processo de avaliao sistemticae permanente que pode conduzir a melhorias contnuas na educao superior,tanto nas IES privadas quanto nas pblicas, estas mantidas pelo contribuintebrasileiro.

    O credenciamento e o recredenciamento de IES e o reconhecimento e arenovao de reconhecimento de cursos superiores , sem dvida, um exagerolegislativo e burocrtico, que o MEC no tem estrutura para desenvolver a contento.Com os instrumentos que o MEC tem, hoje, no processo de avaliao institucional,a qualquer momento pode ser instaurado o processo de descredenciamentoinstitucional ou de cassao da autorizao de cursos. Desta forma, o MECpoderia ser liberado do oneroso processo de recredenciamento e de renovaode reconhecimento, sem nenhum prejuzo para a qualidade do ensino.

    O Decreto no 5.773/2006 dispe sobre o exerccio das funes de regulao,superviso e avaliao de instituies de educao superior e cursos superioresde graduao e seqenciais no sistema federal de ensino. Esses aspectoseram, anteriormente, disciplinados nos Decretos 3.860/2001, 2.026/96 e 2.306/97,revogados.

    A Lei n 10.870, de 19/5/2004, institui a taxa de avaliao in loco das instituiesde educao superior e dos cursos de graduao e estabelece o prazo decredenciamento ou a renovao de credenciamento das IES e o reconhecimentoou a renovao de reconhecimento de cursos de graduao, que tero prazo devalidade de at cinco anos, exceo feita s universidades, para as quais esseprazo ser de at dez anos.

    A Portaria MEC n 4.361/2004, com as alteraes introduzidas pela PortariaMEC n 3.160/2005, disciplina a protocolizao e tramitao dos processos decredenciamento e recredenciamento de IES, credenciamento para oferta decursos de ps-graduao lato sensu, credenciamento e recredenciamento de

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    instituies para oferta de cursos superiores a distncia, de autorizao,reconhecimento e renovao de reconhecimento de cursos superiores, bemcomo de transferncia de mantena, aumento e remanejamento de vagas decursos reconhecidos, desativao de cursos, descredenciamento de instituies,Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), aditamento de PDI, alm de outrosprocessos afins, por meio do sistema eletrnico do MEC (o Sapiens ou o E-mec).

    1o Na estrutura educacional, haver um Conselho Nacional de Educao,com funes normativas e de superviso de atividade permanente, criado por lei.

    A Lei n 9.131, de 24/11/95, recepcionada por esta LDB, altera os artigos 6,7, 8 e 9 da Lei n 4.024, de 20/12/61, criando o Conselho Nacional de Educao,composto pelas Cmaras de Educao Bsica e de Educao Superior, emsubstituio ao Conselho Federal de Educao, extinto por MP no governo ItamarFranco.

    A Lei n 9.131, de 1995, foi alterada, em diversos dispositivos, pela Lei n9.870, de 23/11/99, pelo art. 20 da MP 2.216-37, de 31/8/2001, aprovada pelaEmenda Constitucional n 32, de 11/9/2001, e, finalmente, pela Lei n 10.861, de2004, que instituiu o SINAES. Este foi, sem dvida, o corte mais violento nasatribuies do Conselho Nacional de Educao, particularmente, da Cmara deEducao Superior, que perdeu a competncia para analisar e emitir parecersobre os resultados dos processos de avaliao da educao superior. A Cmarade Educao Superior do CNE foi substituda nessas atribuies pela ComissoNacional de Avaliao da Educao Superior (CONAES), com membros daestrutura burocrtica do MEC e das corporaes acadmicas, sem qualquerrepresentatividade democrtica, para conduzir um processo to completo quantoo da avaliao permanente da educao superior brasileira. Foi uma perda paraa gesto democrtica.

    O Conselho Nacional de Educao (CNE), composto pelas Cmaras deEducao Bsica (CEB) e de Educao Superior (CES), tem atribuiesnormativas, deliberativas e de assessoramento ao ministro da Educao, deforma a assegurar a participao da sociedade no aperfeioamento da educaonacional. O 1, art. 9, confere ao CNE, alm de outras atribuies que lheforem conferidas por lei, as seguintes atribuies: a) subsidiar a elaborao eacompanhar a execuo do Plano Nacional de Educao; b) manifestar-se sobrequestes que abranjam mais de um nvel ou modalidade de ensino; c) assessoraro Ministrio da Educao e do Desporto no diagnstico dos problemas e deliberarsobre medidas para aperfeioar os sistemas de ensino, especialmente no quediz respeito integrao dos seus diferentes nveis e modalidades; d) emitirparecer sobre assuntos da rea educacional, por iniciativa de seus conselheirosou quando solicitado pelo ministro da Educao; e) manter intercmbio com ossistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal; f) analisar e emitir parecer

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    sobre questes relativas aplicao da legislao educacional, no que diz respeito integrao entre os diferentes nveis e modalidades de ensino; g) elaborar oseu regimento, a ser aprovado pelo ministro da Educao.

    A CEB e a CES so constitudas (art. 8), cada uma, por doze conselheiros.So membros natos: o secretrio de educao bsica (CEB) e o secretrio deeducao superior (CES), ambos do MEC. A escolha e nomeao dos conselheiros feita pelo presidente da Repblica, sendo que, pelo menos, a metade,obrigatoriamente, dentre os indicados em listas elaboradas especialmente paracada Cmara, mediante consulta a entidades da sociedade civil, relacionadass reas de atuao dos respectivos colegiados.

    Em 2006, pela Portaria MEC n 20, de 5/1/2006, com as alteraes introduzidaspela Portaria MEC n 197, de 24/1/2006, as seguintes entidades foram convidadasa indicarem, em lista trplice, os nomes a serem considerados para arecomposio das Cmaras que integram o Conselho Nacional de Educao CEB: Academia Brasileira de Cincias, Academia Brasileira de Educao,Academia Brasileira de Letras, Associao Brasileira de Educao, AssociaoBrasileira de Educao a Distncia, Associao de Educao Catlica do Brasil,Associao Nacional das Escolas Tcnicas, Associao Nacional deCooperativismo Agrcola, Associao Nacional de Poltica e Administrao daEducao, Associao Nacional de Ps-Graduao e Pesquisa em Educao,Central nica dos Trabalhadores, Confederao Geral dos Trabalhadores,Confederao Nacional da Indstria, Confederao Nacional de Agricultura ePecuria do Brasil, Confederao Nacional do Comrcio, Confederao Nacionaldo Transporte, Confederao Nacional dos Trabalhadores em Educao,Confederao Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino,Confederao Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Conselho de Dirigentesdos Centros Federais de Educao Tecnolgica, Conselho de Reitores dasUniversidades Brasileiras, Conselho Geral das Instituies Metodistas de Ensino,Conselho Nacional dos Secretrios de Educao, Fora Sindical, Frum dosConselhos Municipais de Educao, Frum Nacional dos Conselhos Estaduaisde Educao, Social Democracia Sindical, Sociedade Brasileira para o Progressoda Cincia, Unio Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Unio d