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Seminrio Engenharia de Reservatrios
TEMA: Cone de gua em poos verticais
Lucas Breda Teixeira 074184
Os principais problemas do cone de gua esto relacionados aos gastos com tratamento
da gua, reduo da eficincia do mecanismo de depleo, corroso da gua, abandono
precoce do poo atingido, perda do valor de recuperao final do campo. Segundo ele,
existem trs foras que podem afetar a distribuio de fluidos nas proximidades do poo
de petrleo:
1. Viscosa (associada ao escoamento dos fluidos descrito pela lei de Darcy).
2. Gravitacional (faz com que os fluidos fiquem separados no sentido vertical
conforme suas diferentes densidades).
3. Capilar (seu efeito pode ser desconsiderado na anlise do cone).
Quando a fora viscosa excede a fora gravitacional, o contato se eleva para equilibrar
as presses, surge assim o cone. Trs tipos de cone so citados pelo autor:
1. Cone estvel: escoamento atinge regime permanente com valor da fora viscosa
menor que o da fora gravitacional.
2. Cone instvel: escoamento ainda em regime transiente.
3. Vazo crtica de produo: se trata da vazo limite de produo para que a gua
do cone alcance o poo.
Alguns grandes problemas de engenharia associados ao cone so prever qual a vazo
crtica de produo e quais so as localidades e profundidades timas para se completar
os poos.
Muitas so as variveis de formao do cone, entre elas esto a vazo de produo, as
viscosidades dos fluidos, a razo entre as permeabilidades verticais e horizontais da
rocha, a distancia da completao ao contato, a diferena de densidades. Basicamente as
mesmas variveis da lei de Darcy.
Ainda segundo Ahmed, a preveno do cone de gua pode ser feita atravs de uma
completao mais rasa e tambm atravs do aumento da permeabilidade horizontal da
formao na zona de leo. Caso, ainda sim o cone atinja o poo, possvel fech-lo at
que o contato se estabilize, esse procedimento possui maior eficcia para tratamento de
cones de gua do que de gs, devido as caractersticas da rocha normalmente serem
mais propicias a segregao gravitacional na profundidade do fundo do poo.
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Reviso bibliogrfica
Tarek Ahmed cita a existncia de basicamente trs correlaes utilizadas para resolveros problemas de formao de cone:
1.
Calculo da vazo crtica2. Previso do tempo de irrupo
3. Calculo do desempenho do poo ps irrupo.
Correlaes de vazo crtica em poos verticais:
Vazo crtica (Voc) a vazo mxima de leo que pode ser empregada no poo sem que
ocorra irrupo de gua. Corresponde formao de um cone estvel com topo localizado
logo abaixo do fundo da completao.
Algumas correlaes que so comumente utilizadas para prever Voc so:
-Meyer-Garder
-Chierici-Ciucci
-Hoyland-Papatzacos-Skjaeveland
-Chaney et al.
-Chaperson-Schols
Meyer-Garder
Sugere que o desenvolvimento do cone causado pelo escoamento radial e a queda de
presso em torno do poo associada ao escoamento, para isso, consideram um sistema
homogneo e com Kh=Kv ( importante notar que essa relao entre permeabilidades
talvez a mais importante na avaliao do cone).
Onde Hp corresponde ao intervalo perfurado.
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Chierici-Ciucci
Para prever o comportamento da formao de cone, utiliza um modelo potenciomtrico
e seus resutados so apresentados em grficos adiemencionais que levam em conta as
permeabilidades verticais e horizontais. Esses diagramas podem ser utilizados para
dadas as propriedades rocha-fluido e o posicionamento da completao, determinar a
vazo crtica, ou ento, dadas as caractersticas rocha-fluido, determinar o intervalocorreto de canhoneamento.
Quatro parmetros adimencionais so definidos:
1. Raio adimensional efetivo: A correlao vlida para seu valor entre 5 e 80.
2. Comprimento perfurado adimensional: A correlao vlida para seu valor entre
0 e 0.75.
3. Razo adimensional de cone de gs: A correlao vlida para seu valor entre
0.07 e 0.9
, onde Dt a distancia do CGO original ao topo da perfurao.
4. Razo adimensional de cone de gua: A correlao vlida para seu valor entre
0.07 e 0.9
, onde Db a distancia do CAO original ao fundo da perfurao.
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Os autores propuseram que o contato gua-leo estvel somente se a vazo de
produo de leo menor que:
Qow=Vazo crtica de leo. w = funo adimensional da gua.
O grfico da Figura a seguir apresenta a funo adimensional da gua em funo dos
parmetros j definidos e s pode ser aplicados para modelos homogneos.
Funo adimensional para raio adimensional igual a 10.
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Hoyland-Papatzacos-Skjaeveland
Apresentaram dois mtodos para previso da vazo crtica em modelos anisotrpicos
homogneos com o poo completado a partir do topo da formao. Um deles uma
soluo analtica e o outro uma soluo numrica para o problema.
Mtodo Analtico:
Baseado na teoria de Muskat-Wyckoff. Em regime permanente a soluo se torna
simplificada quando combinada com o mtodo de imagens para mostrar as condies de
fronteira, como na Figura.
Foram impostos os mesmos critrios de Muskat e Wyckoff e negligenciados os efeitos
do formato conico na distribuio de presso.
Qcd=vazo de escoamento crtica adimensional
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Mtodo numrico
As relaes a seguir foram desenvolvidas atravs de uma regresso feita com o
resultado de um grande numero de simulaes com mais de 50 valores de vazo critica.
Para reservatrios isotrpicos,
Para reservatrios anisotrpicos, os autores fizeram uma correlao entre a vazo
adimensional e o raio adimensional e cinco diferentes fraes de penetrao do poo,
como apresentado na figura abaixo:
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Chaney et al.
A vazo crtica determinada atravs de um arranjo de curvas desenvolvidos atravs deanalises de potencia e tambm da teoria matemtica desenvolvida por Muskat-Wyckoff.
Os grficos aqui apresentados foram gerados utlizando raio de drenagem de 1000 ps,
raio do poo de 3 polegadas, espessura da coluna de 12.5, 25, 50, 75, 100 ps,
permeabilidade de 1000 mD, viscosidade de 1cp, variao de presso em relao ao
contato de gua igual a18,72 libras por p cbico e em relao ao contato de gs 17,44
libras por p cbico.
A correo da curva no contato gua-leo para um outro modelo de reservatrio feitaatravs das seguintes equaes:
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Chaperson
Relao simples para obteno da vazo crtica em reservatrios anisotrpicos
(KvKw). As equaes levam em conta a distancia entre o poo produtor e a fronteira e
possui a seguinte forma:
Joshi (1991) correlacionou o parmetro Qc*com o parmetro como segue:
Schols
Equao emprica obtida atravs de resultados de simulaes numricas e experimentos
laboratoriais.
A relao s vlida para Kv=Kh (formaes isotrpicas).
Correlaes de tempo de irrupo em poos verticais
Para Ahmed, os clculos j mostrados para obteno da vazo crtica muitas vezes
resultam em baixos valores de escoamento que no so possveis de se aplicar devido a
inviabilidade econmica, porm, caso se aplique uma vazo superior a Voc, o cone ir
alcanar o poo e a gua iniciar sua produo. A esse momento, d-se o nome detempo de irrupo de gua. Duas das mais amplas correlaes so mostradas a seguir:
Mtodo de Sobcinski-Cornelius
Desenvolvido atravs de obteno de dados laboratoriais e modelamento de resultados.
O tempo de irrupo correlacionado com dois parmetros adimensionais:
, onde Z = altura de cone adimensional.
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, onde (Td)BT = tempo de irrupo adimensional
Calculado o valor do tempo de irrupo adimensional, os autores propuseram uma
equao para obteno do tempo de irrupo:
, M=mobilidade gua-leo.
(Krw)sor=permeabilidade relativa da gua na saturao de leo residual.
(Kro)swc=permeabilidade relativa do leo na saturao de gua conata.
= 0.5, para M 1.
= 0.6, para 1 < M 10.
Joshi observou que caso Z 3.5, no haver irrupo de gua e isso pode ser
considerado na equao para se obter uma vazo crtica de produo de leo dessa
maneira:
Bournazel-Jeanson
Baseados em dados experimentais, desenvolveram uma metodologia que faz uso dos
mesmos parmetros adimensionais propostos por Sobocinsky-Cornelius:
1.
2. .
3.
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, j que, como observado por Joshi, no existe irrupo para Z 4.826.
Desempenho ps irrupo de gua.
Em seu livro Ahmed diz que, uma vez que o cone atingiu o poo e a gua passou a ser
produzida, importante se fazer a previso da produo em funo do tempo. O uso de
modelos numricos radiais pode resolver um grande problema, porm no existe uma
soluo analtica simples para se fazer a previso. Kuo e Desbrisay (1983) utilizaram
um balano de massa para prever o aumento do contato gua-leo em reservatrios
homogneos e correlacion-los com os seguintes parmetros adimensionais:
Corte de gua adimensional (Fw)d
Tempo de irrupo adimensional (Tbt)d
Core de gua limite adimensional (WC)limit
Os passos especficos do processo proposto so apresentados abaixo:
1. Clculo do tempo de irrupo atravs da correlao de Bournazel-Jeanson ou de
Sobcinski-Cornelius.
2. Assumir um tempo t qualquer aps a irrupo
3. Calcular o tempo de irrupo adimensional atravs da equao:
.
4. Computar o corte de gua limite adimensional:
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.
Onde: M=taxa de mobilidade
Ho=espessura inicial da zona de leo.
Hw=espessura inicial da zona de gua.
h=espessura da zona de leo.
hw=espessura da zona de gua.
Np=produo de leo acumulada.
N=leo inicial no reservatrio.
5. Calculo do corte de gua adimensional baseado em Tdbt.
6. Clculo do corte de gua real.
7. Clculo das vazes de leo e gua.
importante notar que, medida que o leo recuperado, mais o contato gua-leo ir
subir e, portanto, o valor limite para o corte de gua ir diminuir.
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Mecanismos de preveno
Para se prevenir a produo excessiva de gua alguns parmetros podem ser
modificados, como por exemplo, mudana da relao de mobilidade entre os dois
fluidos (leo e gua) atravs da injeo de polmeros, utilizar barreiras artificiais paraalterar a distribuio de presso, controle da produo, tipo de completao so outras
medidas que podem ser tomadas.
A seguir, so apresentados alguns dos mtodos para controle do cone de gua.
Completao dupla:
A tcnica consiste em um segundo intervalo de completao localizado na zona de gua
a fim de gerar um gradiente de presso oposto ao formado originalmente com acompletao apenas da zona de leo e, portanto, anular seu efeito.
Essa tcnica bastante divergente das tcnicas convencionais j que o controle do cone
se d atravs do controle da produo de gua da zona de gua e no ao contrrio,
atravs do controle de vazo do leo.
Cavalcante (1997) faz uso de simulaes para estudar a efetividade desse mtodo no
controle do cone e aumento da produo de leo.
O intervalo de completao utilizado pelo autor no foi otimizado e a malha utilizada
apresentada esquematicamente abaixo.
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As caractersticas do modelo de reservatrio so apresentados na tabela e figuras:
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O autor realizou as simulaes de modo a no ocorrer formao de cone de leo e, dada
essa condio, a gua foi produzida da poro mais baixa do aqfero para assim evitar
essa tendncia.
ResultadosAs figuras mostram o efeito da vazo de produo no corte de gua com dois valores de
razo de permeabilidades Kv/Kh para completao dupla e simples.
Para uma mesma recuperao, o corte de gua obtido na completao dupla foi sempre
menor, alm disso, quanto maior a recuperao de leo (estgios finais), menor a
diferena entre os dois tipos de completao. A diminuio da anisotropia do
reservatrio tambm faz com que essa diferena seja diminuda.
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Os efeitos na produo acumulada de gua so mostrados nas figuras abaixo. O efeito
da diminuio da anisotropia na perda de efetividade do mtodo maior quando
analisado esse parmetro.
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Efeito da razo de permeabilidade
A figura mostra que, para a vazo igual a oito vezes a vazo crtica, os resultados vo de
acordo com os j simulados e a diferena entre os dois tipos de completao diminuem
quanto mais a razo entre Kv e Kh se aproxima de 1. Esse efeito mais pronunciado a
partir dos 10% de recuperao.
Referncias bibliogrficas
ROSA, A. J.; CARVALHO, R. S. & XAVIER, J. A. D. (2006): Engenharia de Reservatrios
de
Petrleo. Editora Intercincia Ltda. 808 p. Captulos 3.9.
AHMED, T. (1989): Reservoir Engineering Handbook. Gulf Professional Publishing.
1186 p.
Chapter 9, page 583-628.
CAVALCANTE, J. R. (1996): Previso do Comportamento de Cone de gua.
Dissertao de
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Mestrado. Ps-Graduao em Engenharia de Petrleo, Faculdade de Engenharia
Mecnica,
Universidade Estadual de Campinas.
KIKUCHI, M. M. (1997): Otimizao dos Parmetros de Produo para Minimizar osEfeitos
de Cone de gua. Dissertao de Mestrado. Ps-Graduao em Engenharia de
Petrleo,
Faculdade de Engenharia Mecnica, Universidade Estadual de Campinas.