laysa pimenta bueno - ufmt · 2019. 4. 30. · laysa pimenta bueno avaliaÇÃo da capacidade...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS LAYSA PIMENTA BUENO AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E ANTIMICROBIANA DOS COMPOSTOS FENÓLICOS PRESENTES EM CRANBERRY (Vaccinium macrocarpon) DESIDRATADA E EM MEDICAMENTO FITOTERÁPICO USADO NA PREVENÇÃO DE INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO Barra do Garças MT 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

LAYSA PIMENTA BUENO

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E ANTIMICROBIANA

DOS COMPOSTOS FENÓLICOS PRESENTES EM CRANBERRY (Vaccinium

macrocarpon) DESIDRATADA E EM MEDICAMENTO FITOTERÁPICO

USADO NA PREVENÇÃO DE INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO

Barra do Garças – MT

2019

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LAYSA PIMENTA BUENO

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E ANTIMICROBIANA DOS

COMPOSTOS FENÓLICOS PRESENTES EM CRANBERRY (Vaccinium

macrocarpon) DESIDRATADA E EM MEDICAMENTO FITOTERÁPICO USADO

NA PREVENÇÃO DE INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO

Barra do Garças – MT

2019

Monografia apresentada à banca examinadora do

Curso de Engenharia de Alimentos do Campus

Universitário do Araguaia – UFMT, como

exigência para aprovação do curso de Bacharel

em Engenharia de Alimentos.

Orientadora: Profª. Drª. Luciana Costa Lima

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LAYSA PIMENTA BUENO

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E ANTIMICROBIANA DOS

COMPOSTOS FENÓLICOS PRESENTES EM CRANBERRY (Vaccinium

macrocarpon) DESIDRATADA E EM MEDICAMENTO FITOTERÁPICO USADO

NA PREVENÇÃO DE INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO

Barra do Garças – MT

2019

Monografia julgada e aprovada, como requisito

parcial para obtenção do título de Bacharel em

Engenharia de Alimentos do Campus

Universitário do Araguaia – UFMT.

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Dedico este trabalho à minha

amada avó (in memoriam), por todo

amor e incentivo para que lograsse

com êxito meus objetivos. Sua

lembrança inspira e me faz persistir.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus por minha vida, saúde e força para superar todas as

dificuldades impostas no meio do caminho.

Aos meus pais que sempre me apoiaram em todas as decisões, por todo amor e carinho.

Cada conquista é tão minha quanto deles.

Minha família e amigos pela força e compreensão durante toda a trajetória da faculdade,

pelos conselhos e apoio nos momentos difíceis.

Agradeço à minha orientadora e todo o corpo docente do curso de Engenharia de

Alimentos pelo ensino ao longo da graduação, assistência, gentileza e pelas contribuições e aos

técnicos pela paciência e ajuda em laboratório.

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RESUMO

O cranberry cientificamente conhecido como Vaccinium macrocarpon vêm exibindo um

interesse público de modo gradativo, como alvo de estudo para o conhecimento de

importantes características benéficas à saúde associada aos seus compostos fitoquímicos.

Os compostos fenólicos presentes no fruto possuem um elevado poder antioxidante.

Apresenta uma das mais altas concentrações de proantocianidinas, como o componente

fenólico de maior importância para a prevenção de infecções urinárias. Considerando

estes fatores, o objetivo do presente trabalho foi quantificar parâmetros químicos e avaliar

a capacidade antioxidante e antimicrobiana in vitro dos compostos fenólicos presentes na

fruta desidratada e no medicamento fitoterápico à base de cranberry, sobre cepas

multirresistentes de Escherichia coli, visando o combate a infecções do trato urinário. As

análises de caracterização química se deram a partir da determinação de sólidos solúveis,

pH e acidez titulável, a capacidade antioxidante pelos ensaios de captura frente aos

radicais livres DPPH e ABTS●+ e antimicrobiana a partir da difusão por cavidade em ágar.

Dos resultados obtidos dos parâmetros químicos, o fruto desidratado exibiu 4,62ºBrix de

sólidos solúveis, pH de 2,70 e 1,28 g/100g de acidez titulável, enquanto que o

medicamento apresentou 9,25ºBrix, um pH de 2,73 e 4 g/100g de acidez titulável. Ambos

os extratos exibiram um conteúdo total de compostos fenólicos semelhantes, não

diferindo estatisticamente (p ≤ 0,05), com 853, 29 mg GAE/100g na fruta desidratada e

841,24 mg GAE/100g no medicamento. Em relação à capacidade antioxidante, a fruta

desidratada exibiu um maior potencial, com 14599,40 μmol TE/100g frente ao radical

ABTS●+ e ao radical DPPH, 6489,97 μmol TE/100g. A partir dos ensaios de atividade

antimicrobiana, os extratos apresentaram halos de inibição frente as cepas

multirresistentes avaliadas, conferindo uma ação inibidora ativa. Portanto, conclui-se que

quanto à capacidade antioxidante, a fruta exibe uma maior capacidade de combater os

danos dos radicais livres, em relação ao medicamento. Quanto à atividade antimicrobiana,

o medicamento fitoterápico assim como a fruta desidratada apresentam ação inibidora

frente à Escherichia coli, com poder de consumo de modo a prevenir a adesão das

bactérias alojadas no interior do canal da urina nas infecções do trato urinário.

Palavras-chave: compostos fenólicos, antioxidante, caracterização química.

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ABSTRACT

The cranberry scientifically known as Vaccinium macrocarpon have been exhibiting a

public interest gradually, as a study target for the knowledge of important health benefits

associated with its phytochemical compounds. The phenolic compounds present in the

fruit have a high antioxidant capacity. It presents one of the highest concentrations of

proanthocyanidins, as the phenolic component of major importance for the treatment and

prevention of urinary infections. Considering these factors, the objective of the present

work was to quantify chemical parameters and to evaluate the antioxidant and

antimicrobial activity in vitro of the phenolic compounds present in dehydrated fruit and

the herbal medicine cranberry based on strains of Escherichia coli, in order to combat

infections of the urinary tract. The chemical characterization analyzes were based on the

determination of soluble solids, pH and total titratable acidity, the antioxidant capacity

by the DPPH and ABTS●+ free radical and antimicrobial from agar cavity diffusion. From

the results obtained by the chemical parameters, the dehydrated fruit showed 4.62 º Brix

of soluble solids, pH of 2.70 and 1.28 g/100g of total acidity, while the product presented

9,25 º Brix, a pH of 2,73 and 4 g/100g total acidity. Both extracts showed a total content

of similar phenolic compounds, not statistically differing (p ≤ 0.05), with 853, 29 mg

GAE/100 g in the dehydrated fruit and 841.24 mg GAE/100 g in the medicament. In

relation to the antioxidant capacity, the dehydrated fruit had a higher potential, with

14599.40 mol TE/100 g, compared to the radical ABTS●+ and the DPPH radical, 6489.97

μmol TE/100 g. From the antimicrobial activity assays, the extracts presented inhibition

halos against the multiresistant strains evaluated, conferring an active inhibitory action.

Therefore, it is concluded that the antioxidant capacity, the fruit exhibits a greater capacity

to combat free radical damage, in relation to the drug. As for the antimicrobial activity,

the herbal medicine as well as the dehydrated fruit present an inhibitory action against

Escherichia coli, with consumption power in order to prevent the adhesion of the bacteria

housed inside the urine channel in urinary tract infections.

Keywords: phenolic compounds, antioxidant, chemical characterization.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fruto do Vaccinium macrocarpon (Cranberry)........................................................14

Figura 2 - Comparação do poder antioxidante do Cranberry em relação às frutas normalmente

consumidas................................................................................................................................15

Figura 3 - Atividade de antiadesão bacteriana da proantocianidina presente no Cranberry e em

outros alimentos........................................................................................................................16

Figura 4 - Valores de ORAC (Capacidade de Absorbância do Radical Oxigênio) em diversas

frutas e vegetais.........................................................................................................................17

Figura 5 - Estrutura básica das proantocianidinas.....................................................................20

Figura 6 - Estruturas química das proantocianidinas B2 e A2...................................................20

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterização dos sólidos solúveis, pH e acidez titulável presente nas amostras à

base de cranberry.......................................................................................................................34

Tabela 2 - Determinação de compostos fenólicos totais dos extratos fenólicos à base de

cranberry...................................................................................................................................35

Tabela 3 - Determinação da capacidade antioxidante dos extratos fenólicos à base de cranberry

através da captura dos radicais livres DPPH e ABTS.................................................................36

Tabela 4 - Avaliação da atividade antimicrobiana dos extratos fenólicos à base de cranberry na

concentração de 1000 mg/mL, frente a cepas multirresistentes de Escherichia coli..................38

Tabela 5 - Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) dos extratos fenólicos à

base de cranberry frente a cepas multirresistentes de Escherichia coli......................................39

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11

2. OBJETIVOS ......................................................................................................... 13

2.1 Objetivo geral ...................................................................................................... 13

2.2 Objetivos específicos ........................................................................................... 13

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 14

3.1 Cranberry ............................................................................................................ 14

3.2 Fitoterapia ........................................................................................................... 17

3.3 Compostos fenólicos ........................................................................................... 18

3.4 Antioxidantes ...................................................................................................... 21

3.5 Atividade antimicrobiana .................................................................................. 22

3.6 Infecção do Trato Urinário (ITU) ..................................................................... 23

3.7 Resistência microbiana ...................................................................................... 25

4. MATERIAS E MÉTODOS ................................................................................. 27

4.1 Obtenção das matérias-primas .......................................................................... 27

4.2 Preparo das amostras ......................................................................................... 27

4.2.1 Extração dos compostos fenólicos .............................................................. 27

4.3 Caracterização química das amostras .............................................................. 27

4.3.1 Determinação de sólidos solúveis ............................................................... 27

4.3.2 Determinação de pH .................................................................................... 28

4.3.3 Determinação de acidez titulável ............................................................... 28

4.4 Determinação de compostos fenólicos totais ................................................... 29

4.5 Capacidade antioxidante ................................................................................... 29

4.5.1 Sequestro do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH) ...................... 29

4.5.2 Captura do radical livre ABTS●+ .............................................................. 30

4.6 Atividade antimicrobiana .................................................................................. 30

4.6.1 Preparo das amostras .................................................................................. 30

4.6.2 Cepas microbianas ....................................................................................... 31

4.6.3 Difusão por cavidade em ágar .................................................................... 31

4.6.4 Concentração Inibitória Mínima – CIM ................................................... 31

4.7 Análise estatística ................................................................................................ 32

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 33

5.1 Caracterização química ..................................................................................... 33

5.2 Teor de compostos fenólicos totais .................................................................... 35

5.3 Capacidade antioxidante .................................................................................... 36

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5.4 Atividade antimicrobiana .................................................................................. 37

6. CONCLUSÕES ......................................................................................................... 41

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 42

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1. INTRODUÇÃO

O Cranberry é um pequeno arbusto com meio metro de altura, conhecido popularmente

como arando vermelho americano, mirtilo-vermelho. O seu fruto possui um sabor ácido e tem

de 1 a 2 cm de diâmetro e pesa cerca de 1 a 2 gramas. Parte da planta por volta do ano de 1620

era usada como meio de conservação de alimento por um longo período, além de ser utilizada

como fins medicinais na fitoterapia (TEIXEIRA, 2012). A fruta é conhecida cientificamente

como Vaccinium macrocarpon e faz parte da família Ericaceae. É nativa de países nortes

americanos onde se desenvolve em ambientes úmidos, como florestas e pântanos (SAONA et

al., 2010).

O fruto é composto por ácido orgânico, flavonoides, catequinas, antocianidinas,

proantocianidinas e 88% de água. Por ser nativa de países estrangeiros, pode ser encontrada na

forma de extratos, sucos e frutas secas, contendo geralmente de 10 a 25% apenas da fruta

concentrada. As proantocianidinas presentes no cranberry, compostos fenólicos naturais, são

taninos condensados que oferecem função de barreira contra micro-organismos e possuem

excelentes fontes antioxidantes de alta qualidade (SALO et al., 2011).

Os compostos fenólicos são substâncias que possuem um ou mais substituintes

hidroxílicos com um anel aromático, incluindo seus grupos funcionais. Estão distribuídos por

meio de moléculas mais simples, como os ácidos fenólicos e os flavonoides, assim como os de

alto peso molecular, os taninos, que são divididos de acordo com seu tipo estrutural: taninos

hidrolisáveis e taninos condensados, as proantocianidinas (SOARES et al., 2008). São

encontrados nas plantas e estão relacionados, primordialmente, com a proteção, conferindo uma

eficiente resistência a micro-organismos, além de constituírem os antioxidantes mais

abundantes. Estes compostos nos alimentos, podem influenciar a qualidade sensorial e o valor

nutricional, conferindo atributos como textura, amargor, cor e adstringência (EVERETTE et

al., 2010).

Nos últimos anos houve uma crescente atenção ao papel da dieta na saúde humana.

Vários estudos epidemiológicos indicaram que a alta ingestão de produtos de origem vegetal

está ligada diretamente com uma redução no risco de uma grande variedade de doenças

crônicas, como o câncer. Estes efeitos têm sido atribuídos aos compostos que possuem

capacidade antioxidante, como as vitaminas C e E, os carotenoides e os flavonoides. Esses

compostos absorvem radicais livres, inibindo a cadeia de iniciação ou interrompendo a cadeia

de propagação das reações de oxidação promovidas pelos radicais (PODSEDEK, 2007).

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12

A Infecção do Trato Urinário (ITU), é uma das infecções bacterianas mais comum entre

idosos, mulheres e crianças, cerca de 19 a 30% dos pacientes apresentam reincidência em menos

de um ano de tratamento (BEGCEVIC et al., 2012). A mobilidade bacteriana desempenha um

papel fundamental na superfície dos micro-organismos, na propagação e colonização de

bactérias ao longo do tecido. Essa mobilidade contribui para a formação de uma estrutura que

é associada a comunidade das bactérias, o biofilme (BISWAS et al., 2012). A identificação de

compostos que impedem essa mobilidade bacteriana, oferece um potencial de aplicação para a

limitação destes micro-organismos na superfície do tecido. Os compostos presentes no

cranberry foram identificados por interferirem na adesão das bactérias em tecidos diferentes, a

propriedade antiaderente desta fruta está atribuída em grande parte pela presença das

proantocianidinas (BROW; SHIPLEY, 2011).

A fitoterapia vem tomando espaço ao longo dos anos como uma área da medicina

integrativa que mais obtém evolução com estudos científicos, que comprovam a eficácia de

plantas medicinais, principalmente as com finalidade terapêuticas, por meio de estudos

farmacológicos e químicos. Um dos fatores chave como contribuição para a pesquisa do

potencial bioativo das plantas, é a resistência a antibióticos convencionais adquirida ao longo

do tempo por diversos micro-organismos (SANTOS et al., 2011; FREITAS et al., 2014).

A prevenção e o tratamento com a utilização de antimicrobianos para o combate dessa

e de outras infecções bacterianas, tornou-se uma problemática com um crescimento gradual ao

longo do tempo. Vêm apresentando consequências negativas para o paciente, principalmente

pelo fato de se tratar de bactérias altamente resistentes. Por esse motivo, a busca por novos

compostos fitoterápicos como alternativa tem sido de grande eficácia. Assim, o presente estudo

teve por objetivo avaliar o cranberry, por apresentar resultados positivos como meio

antioxidante fenólico poderoso quando comparado às frutas comuns, estabilizando os radicais

livres e uma alta atividade antimicrobiana, com a capacidade de antiaderência bacteriana

promovida pelas proantocianidinas.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Este trabalho tem por objetivos avaliar a capacidade antioxidante e antimicrobiana in

vitro dos compostos fenólicos presentes na fruta desidratada e no medicamento fitoterápico a

base de cranberry (Vaccinium macrocarpon) sobre cepas multirresistentes de Escherichia coli,

visando o combate a infecções do trato urinário.

2.2 Objetivos específicos

• Submeter as amostras da fruta desidratada e do medicamento fitoterápico à extração dos

compostos fenólicos;

• Determinar parâmetros químicos das amostras, tais como: sólidos solúveis, acidez

titulável e pH;

• Determinar o teor de compostos fenólicos totais dos extratos, assim como sua

capacidade antioxidante pela captura de radicais livres;

• Detectar a atividade antimicrobiana dos extratos fenólicos frente a cepas

multirresistentes de Escherichia coli;

• Determinar as Concentrações Inibitórias Mínimas (CIM) dos extratos fenólicos sobre

as cepas.

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14

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Cranberry

O cranberry é cientificamente conhecido como Vaccinium macrocarpon de subgênero

Oxycoccus, é pertencente à família Ericaceae e amplamente cultivado nos países norte-

americanos em áreas pantanosas e acídicas. O fruto é uma falsa baga, maior que as próprias

folhas; inicialmente é característico pela cor branca, logo após o processo de amadurecimento

apresenta um forte avermelhado, como mostrado na Figura 1, e é característico por apresentar

uma pronunciada acidez (pH<2,5). Por não ser nativo do Brasil, pode ser encontrado apenas na

forma desidratada, de suco, comprimidos e sachês manipulados à base de extrato seco e também

na forma de cápsulas gelatinosas. Em sua composição conta com a presença da proantocianidina

tipo A, substâncias com alto potencial antioxidante (DUARTE et al., 2006).

Figura 1 – Fruto do Vaccinium macrocarpon (Cranberry). Fonte: Getty, (2018)

Inicialmente foi usado pelos norte-americanos em razão dos seus benefícios

relacionados a dieta e como uma solução usada na desinfecção de feridas, diminuindo as dores

causadas por higiene bucal e dental e por indigestão. Em diversos países o cranberry foi usado

na prevenção de pedras nos rins, alguns problemas urinários, e também como medicamento

popular para ITU antes da introdução de antibióticos, sendo ainda utilizado para esta finalidade

(DESSÍ et al., 2011).

Este fruto é constituído por níveis moderados de vitamina C, manganês e fibra dietética.

Apresenta mais de 80% de água, 10% de carboidratos e outros constituintes tais como,

flavonoides, catequinas, triterpenóides, antocianinas, compostos polifenólicos (taninos) e

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ácidos orgânicos, sendo que a maior parcela de ácidos é composta pelos ácidos cítrico, málico

e quínico, assim como pequenas quantidades do ácido benzoico e glucurônico.

O componente de maior importância para a prevenção de infecções urinárias são os

taninos, que podem ser condensados ou hidrolisáveis, também conhecidos como

proantocianidinas (PAC) (FEGHALI et al., 2012).

Os compostos fenólicos presentes no cranberry apresentam um elevado poder

antioxidante, com 50 vezes mais que a vitamina E e 20 vezes mais que a vitamina C. Possui

uma das mais altas concentrações de PACs totais por grama, chegando a 418,8mg/100g,

significativamente mais quando comparado com outras frutas vermelhas: a ameixa (215,9), o

mirtilo cultivado (179,8) e o morango (145). São alvo de estudo para o reconhecimento de

importantes características benéficas a saúde, por servir como uma boa fonte suplementar de

antioxidantes (FERGUSON et al., 2004).

De acordo com Prior et al. (2001), com um estudo publicado na edição do Journal of

Agricultural and Food Chemistry em novembro de 2001, o cranberry pode conter elevados

antioxidantes fenólicos e outros fitonutrientes com o potencial de impedir danos oxidativos

causados pela espécie reativa do oxigênio. Quando comparados a 19 frutas comuns de consumo

facilitado, estes antioxidantes podem ter um papel de grande importância na prevenção de

doenças cardiovasculares e em alguns tipos de câncer, como exemplificado na Figura 2.

Figura 2 – Comparação do poder antioxidante do Cranberry em relação às frutas normalmente consumidas.

Fonte: Prior et al., (2001).

A PAC presente no fruto também apresenta um potencial inibidor quanto a adesão de

bactérias ao epitélio do trato urinário, como visto na Figura 3. Estes taninos condensados

possuem propriedades antibacterianas, antivirais e antiaderentes que inibem a atividade do

hospedeiro. O bloqueio da adesão fimbrial previne a Escherichia coli e outras gram-negativas

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16

de colonização, fator esse que reduz significativamente uma bacteriúria e por consequência, o

consumo de antibióticos (VIEIRA et al., 2005).

Figura 3 – Atividade de antiadesão bacteriana da proantocianidina presente no Cranberry e em outros alimentos.

Fonte: Howell et al., (2005).

Outras pesquisam também denotaram a eficácia do cranberry na prevenção de ITU

(Infecções do Trato Urinário) a suas propriedades antiaderentes, de modo que a E. coli,

principal causa desse tipo de infecção, apresenta adesinas fimbriais que são inibidas pela PAC

(RAZ et al., 2007).

Estudos confirmaram que as PACs deste fruto são bem absorvidas, visto que, uma vez

absorvidas na corrente sanguínea passam a apresentar vulnerabilidade a outros locais do corpo,

funcionando como agentes de antiadesão e antioxidantes. Logo seu consumo regular, não só

ajuda a manter a saúde, mas reduz o número de infecções, e sendo assim evita que sejam

ingeridas altas doses de antibióticos, reduzindo ainda a probabilidade de aparecimento de

bactérias resistentes, sendo que este é um problema de saúde pública de proporção global

(IBRAHIM et al, 2015).

Pesquisas preliminares sugerem também que dietas que contêm frutas e vegetais com

altos valores de ORAC (Oxigen Radical Absorbance Capacity) podem fornecer proteção contra

a perda da coordenação e da memória associadas à idade elevada. O cranberry marca a elevação

na escala antioxidante em 1750 unidades de ORAC por 100g da fruta fresca, como observado

na Figura 4 (ALFONSO et al., 2010). Além disso, o cranberry contêm quantidades

significativas de flavonoides e de compostos polifenólicos capazes de inibir a oxidação da

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lipoproteína de baixa densidade (LDL), contribuindo assim, com a redução do risco de

desenvolver doença de coração, melhorando os níveis de colesterol, a aterosclerose, diminuindo

o risco de ataque cardíaco (BONIFAIT; GRENIER, 2010).

Figura 4 – Valores de ORAC (Capacidade de Absorbância do Radical Oxigênio) em diversas frutas e vegetais.

Fonte: USDA-Agricultural Research Service.

3.2 Fitoterapia

De acordo com Santos et al. (2011), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA) conceitua como medicação fitoterápica aquela obtida unicamente por matérias-

primas de origem vegetal, com qualidade e garantia no tratamento e que tanto os riscos quanto

à eficácia sejam obtidos por estudos etnofarmacológicos, ensaios clínicos ou documentações

técnico científicas.

Desde antigamente o uso de plantas medicinais como via terapêutica vem sendo

mencionado por civilizações como Egito, China, Grécia e Índia, porém há evidências históricas

e arqueológicas que cerca de 10.000 anos atrás as características curativas das plantas

medicinais já eram usadas, desse modo, durante muitos séculos, medicações à base de plantas

fizeram parte dos principais tratamentos contra diversas doenças que a humanidade enfrentava.

A partir do elevado número de doenças e da dificuldade de acesso aos medicamentos nos países

em desenvolvimento, a prática popular da fitoterapia ainda é abundantemente exercida, sendo

guiada para estudos farmacológicos, que com o avanço científico, possibilitou a descoberta e a

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identificação de produtos naturais para tratamentos mais efetivos. O Reino Vegetal proporciona

aproximadamente 25% dos fármacos de origem natural usados na atualidade, e por este motivo

é visto como uma rica fonte de compostos ativos pela sua múltipla diversidade química

(ANDRADE, 2013; LIMA et al., 2014).

As plantas são consideradas excelentes aliadas no combate e na prevenção de doenças

na população em geral, o que possibilitou o maior entendimento sobre as plantas e o seu poder

medicinal, e esse conhecimento é usado como incentivo para pesquisas experimentais com o

intuito de identificar o potencial bioativos destas plantas, para que possam ser utilizadas como

princípio ativo pela indústria farmacêutica (FREITAS et al., 2014). Visto que há grandes

vantagens no uso das plantas, através do seu baixo custo e grande disponibilidade para a

população de baixa renda, além de fornecer a consciência da eficácia do uso da fitoterapia como

mobilidade terapêutica. (SOARES et al., 2008; SANTOS et al., 2011).

Frequentemente as plantas medicinais têm sido alvo nas investigações cientificas, sendo

que alguns dos fatores que contribuem para, são os elevados números de espécies vegetais

existentes e a atividade inibitória de bactérias e fungos comprovada. Essa ação de inibição é

concedida pela atividade no metabolismo secundário dos vegetais, que os fazem produzirem

substâncias antibióticas utilizadas por esse vegetal como mecanismo de defesa e proteção contra

seus inimigos naturais (SOUZA et al., 2014).

Bactérias resistentes a inúmeros antimicrobianos representa uma barreira na prevenção

de infecções, por esse motivo é notória a necessidade de novas substâncias com capacidade

antimicrobiana utilizadas como meio de combate aos micro-organismos (PEREIRA et al.,

2004). Deste modo, como as plantas possuem uma grande variedade de moléculas, a descoberta

destas com atividade bacteriana tem sido a prioridade de muitos especialistas, por serem

consideradas fontes promissoras de novos agentes antimicrobianos (ANDRADE, 2013).

3.3 Compostos fenólicos

Os compostos fenólicos, são definidos quimicamente como substâncias que em sua

estrutura, apresenta um anel aromático unido a um ou mais grupos hidroxílicos, o que inclui

seus grupos funcionais, conferindo seu poder antioxidante. São produtos do metabolismo

secundário que incluem uma grande variedade estrutural, simples e complexas. Nos vegetais

podem ser encontrados cerca de cinco mil fenóis, sendo os encontrados com mais abundância:

os flavonoides (antocianinas, flavonóis e derivados), ácidos fenólicos (ácido benzoico,

cinâmico e derivados), fenóis simples, taninos, ligninas e cumarinas (JIMÉNEZ, 2010).

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Podem ser sintetizados por meio de duas rotas bioquímicas: a rota do ácido malônico e

a rota do ácido chiquímico. A grande maioria dos compostos fenólicos secundários presentes

nas plantas são derivados da fenilalanina (rota do ácido chiquímico), a partir da eliminação de

uma molécula de amônia para a formação do ácido cinâmico. Em reações posteriores, são

adicionados grupamentos hidroxila e outras substâncias, dando origem a compostos mais

complexos, os flavonoides, taninos e a lignina (SALISBURY; ROSS, 1994; TAIZ; ZEIGER.

2004).

Estes compostos estão inteiramente presentes nas plantas e se alojam em todas as partes

dos vegetais (frutos, flores, folhas, raiz e caule). Apesar de serem a classe de metabólitos

secundários com maior estudo, ainda há funções desconhecidas de alguns compostos. Dentre

algumas de suas funções, pode-se citar ações como pesticidas naturais, sinalizadores para

reações de interação com micro-organismos, antibióticos, afinidade com alguns insetos

polinizadores, proteção contra radiação UV, além de função estrutural que exerce estabilidade

à planta (HELDT, 1997).

Os compostos fenólicos são considerados antioxidantes primários nas plantas, em

consideração que há uma relação direta entre o conteúdo total de fenólicos e as propriedades

antioxidantes de uma determinada espécie de vegetal. (SHYLAJA; PETER, 2004).

Embora o esqueleto básico permaneça o mesmo, o número e a posição dos grupos

hidroxílicos no grupo de fenol são considerados relacionados diretamente com a sua toxicidade

relativa para os micro-organismos e são principais características estruturais que influenciam a

capacidade antioxidante de fenóis, evidenciando o aumento da toxicidade como resultado da

hidroxilação (COWAN, 1999; BORGES et al., 2013). Além disso, alguns pesquisadores

evidenciaram que os fenóis que apresentam mais índice de oxidação, possuem propriedades

antimicrobianas mais elevadas (COWAN, 1999; SCALBERT, 1991; SAMY;

GOPALAKRISHNAKONE, 2010).

As proantocianidinas, ou taninos condensados, são uma mistura de oligômeros e

polímeros de flavonoides, onde sua presença é determinada pela cor, textura e sabor

(ARIMBOOR et al., 2012). São os componentes mais importantes de várias plantas, frutas

vermelhas, vinhos, nozes e alguns leguminosos (LIU et al., 2013). Em sua composição, há

unidades de flavan-3-ol (MATEOS-MARTÍN et al., 2012).

As procianidinas são as estruturas típicas das proantocianidinas, constituídas por

catequinas e epicatequinas (CHEN et al., 2014). São designadas por prodelfinidinas, quando

em sua composição, possuir epigalocatequina e propelargonidina, quando constar em sua

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composição epi-afzelechim. Algumas destas moléculas podem ser esterificadas com outras

moléculas, como o ácido gálico ou a glucose (FU et al., 2014).

As proantocianidinas podem se dividir em várias classes, se baseando nas ligações

formadas entre elas mesmas e nos padrões de hidroxilação de suas unidades estruturais, como

mostrado na Figura 5 (FU et al., 2014).

Figura 5 – Estrutura básica das proantocianidinas. Adaptado de FU et al., (2014).

Entretanto, as procianidinas se encontram em duas formas, o tipo A e o B, sendo que a

diferença consiste nas ligações ocorridas nas unidades estruturais, ou seja, o tipo A possui uma

dupla ligação, enquanto que o tipo B possui apenas uma ligação, como exemplificado na Figura

6 (CHEN et al., 2014b; MÄÄTTÄ-RIIHINEN et al., 2005). Estas formas também induzem

diferentes efeitos (CHEN et al., 2014b).

Figura 6 – Estruturas químicas das procianidinas B2 e A2. Adaptado de Mateos-martin et al., (2012).

As propriedades físico-químicas das proantocianidinas dependem do seu tamanho e

estrutura química (ARIMBOOR et al., 2012), no entanto possuem propriedades comuns, como:

formação de complexos estáveis com íons metálicos e proteínas (CHEN et al., 2014). Tem

como principal característica, a capacidade de eliminar espécies reativas de oxigênio, incluindo

tipos de oxigênio radical e não-radical, tais como: O2●-, HO●, H2O2; outros radicais livres

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resultantes da oxidação, bem como os que derivam de proteínas, ácidos oligonucleicos e

lipoproteínas de baixa densidade (CHEN et al., 2014a).

O grau de polimerização destes taninos é de uma elevação extrema, fator esse que

determina sua capacidade antioxidante (ARIMBOOR et al., 2012; HUMMER et al., 2008). A

diferença de tamanho, presença de grupos funcionais e o número de átomos, torna a sua

separação complicada. Contudo, se colocadas em meio ácido, a dissociação em monômeros

apresenta maior eficácia, sendo que a despolimerização destas estruturas dá origem a unidades

de flavan-3-ol ou aos seus intermediários (HÜMMER et al., 2008; RÖSCH et al., 2004).

Inúmeros efeitos farmacológicos associados às proantocianidinas vêm ganhando espaço

na literatura, por apresentar benefícios a saúde. As propriedades mais evidenciadas são:

antioxidantes, antimicrobianas, anticarcinogênicas (CHEN et al., 2014a), propriedades

cardioprotetoras e contra aterosclerose (HÜMMER et al., 2008). Também têm demonstrado

inibições de peroxidação lipídica, agregação das plaquetas, permeabilidade capilar e a

perturbação nos sistemas enzimáticos, incluindo a lipoxigenase, ciclooxigenase e a fosfolipase

A2 (FINE, 2000).

3.4 Antioxidantes

A oxidação é um dos principais fatores da deterioração química, o que resulta na

deterioração da qualidade nutricional, textura, sabor, cor e segurança dos alimentos (ROSA et

al., 2010). Assim, os antioxidantes são definidos como moléculas orgânicas que possuem a

capacidade de promover a saúde, protegendo as células contra os danos que os radicais livres

causam no corpo e reativas espécies de oxigênio que, de outra maneira exerceriam efeitos

metabólicos nocivos (GOUFO; TRINDADE, 2014). Deste modo, a exposição aos radicais

livres possibilitou o desenvolvimento de determinados mecanismos defensivos com:

mecanismos de reparação, prevenção, defesas físicas e antioxidantes (VALKO et al., 2007).

Os antioxidantes podem ser identificados como primários e sinergistas, e estes últimos

por sua vez são substâncias com menor ou nenhuma capacidade antioxidante, mas que possuem

o poder de aumentar a atividade do antioxidante primário quando usado em combinações

adequadas, atuando como removedores de oxigênio e agentes complexantes. Os removedores

de oxigênio, como por exemplo o ácido ascórbico, reagem com o oxigênio livre, afastando-o

de um sistema fechado. Já os agentes complexantes, como o ácido etilenodiamino tetra acético

(EDTA) e ácido cítrico, paralisam íons metálicos pró-oxidantes (como os de cobre e ferro), o

que eleva a energia de ativação das reações iniciais da autoxidação (ARAÚJO, 2001).

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Os antioxidantes primários são compostos fenólicos que através da doação atômica de

hidrogênio, interrompem as reações em cadeia, promovendo a inativação ou remoção dos

radicais livres que se formam durante a iniciação ou propagação da reação. O átomo de

hidrogênio ativo do antioxidante é absorvido pelos radicais livres com maior facilidade que os

hidrogênios alílicos das moléculas insaturadas. Desse modo, são formadas espécies inativas

para a reação em cadeia e um radical estático procedente do antioxidante. Este radical,

imobilizado pela ressonância do anel aromático, é incapaz de iniciar ou propagar as reações

oxidativas (RAMALHO; JORGE, 2006).

Os antioxidantes fenólicos naturais, segundo Frankel (1999), tem como função inibir a

oxidação biológica por meio de um mecanismo complexo em numerosas etapas. Estes

compostos por sua vez, podem participar de variados mecanismos de defesa antioxidante, desde

a captura de oxidantes ativos, a redução de reativos intermediários, a indução de sistemas de

reparo e até a prevenção da formação de agentes oxidantes.

Nas plantas os compostos fenólicos, produtos de seu metabolismo secundário,

interagem com mecanismos de defesa contra danos de oxidação causados por espécies reativas

de oxigênio. A capacidade antioxidante destes compostos está interligada a vários mecanismos,

como a doação de hidrogênio, a neutralização ou captura de radicais livres, além de agirem

como substrato para radicais livres hidroxil e superóxido (RICE-EVANS et al., 1995; PIETTA,

2000; NÍCIFOROVÍC et al., 2010). Deste modo, agem tanto na etapa de iniciação quanto na

propagação do processo de oxidação (SOUZA et al., 2007).

Os antioxidantes sintéticos mais aplicados na indústria de alimentos são o

butilhidroxianisol (BHA), o butilhidroxitolueno (BHT) e a butilhidroxiquinona terciária

(TBHQ), classificados como antioxidantes primários (BOZKURT, 2006; NÍCIFOROVÍC et

al., 2010). No entanto, devido alguns antioxidantes sintéticos estarem relacionados a questões

de toxicidade e à preferência dos consumidores por alimentos saudáveis, atenta-se atualmente

por um crescente interesse na busca por antioxidantes naturais e aptos na preservação dos

alimentos, inibindo alterações indesejáveis causadas pelas reações de oxidação e também

aplicado como um fator benéfico na saúde humana (JAYAPRAKASHA et al., 2004;

GACHKAR et al., 2007; OKE et al., 2009; EBRAHIMABADI et al., 2010).

3.5 Atividade antimicrobiana

As frutas possuem ricas fontes de substâncias bioativas como ácidos orgânicos e

compostos fenólicos, que podem apresentar atividade antimicrobiana. Alguns autores

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evidenciam as propriedades antimicrobianas de compostos fenólicos e extratos de frutas e

plantas, contra micro-organismos patógenos transmitidos por alimentos (DUNG et al., 2008;

KUETE et al., 2008; WU et al., 2008), e os indícios mostram que os compostos fenólicos são

alguns dos principais componentes que possuem atividade antimicrobiana, na maioria das vezes

agindo sinergicamente entre eles em outras moléculas, como ácido ascórbico e carotenoides

(THITILERTDECHA et al., 2008).

Pesquisam revelam que a atividade antimicrobiana está relacionada à ação antioxidante

dos fitoquimicos, compostos encontrados em vegetais que têm efeito benéfico na saúde, que

pode variar de acordo com o gênero de bactéria a ser estudada e a da concentração. Alterações

estruturais nas bactérias Gram-positivas e Gram-negativas podem induzir diferenciados danos

quando a bactéria é submetida a compostos antimicrobianos, pois as distinções desses grupos

estão primordialmente nas suas propriedades de permeabilidade membranosa e nos

componentes de superfície (MATASYOH et al., 2009; WU et al., 2008; THITILERTDECHA

et al., 2008).

O mecanismo de ação dos compostos fenólicos pode ser descrito por sua ação gradativa

na parede celular, à coagulação do citoplasma, à desregulação do sistema de transporte de íons

e elétrons no sistema membranoso, danos à membrana citoplasmática e ao extravasamento de

material celular. Uma característica importante dos polifenóis é seu poder hidrofóbico, o que

lhes concede a difusão lipídica na membrana celular da bactéria, nas mitocôndrias e em outros

componentes celulares como enzimas e proteínas, desestabilizando as estruturas e tornando-as

mais permeáveis (BURT, 2004). A ruptura membranosa citoplasmática induz a saída de

elementos vitais à células como íons, purinas, ácidos nucléicos e fosfatos ou a entrada de

nocivas substâncias do metabolismo da bactéria (TAVARES, 1999).

A composição química e a estrutura dos compostos fenólicos abalam seu modo de ação

e capacidade antibacteriana, no que se refere principalmente ao número de grupamentos

hidroxila no anel fenólico e à posição. Além disso, as interações químicas entre os elementos

antimicrobianos são observadas, destacando efeitos sinérgicos, mas também efeitos

antagônicos (BURT, 2004).

3.6 Infecção do Trato Urinário (ITU)

A infecção do trato urinário representa um frequente sitio de infecção tanto em pacientes

de comunidades como em pacientes internados em unidades hospitalares, representando umas

das principais causas de infeção nosocomial. É responsável por cerca de 40% do total de

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infecções nosocomiais de acordo com o Center for Diseases Control and Prevention (CDC),

Centro de Controle e Preservação de Doenças nos EUA como variável prevalência entre 1 a

10% (WONG e HOOTON, 1981).

O sexo feminino apresenta maior exposição do que o masculino em casos de infecção

urinária. Mulheres adultas possuem 50 vezes mais chances de contrair ITU do que homens,

onde 30% delas apresentam a infecção sintomática ao longo da vida. A principal rota de

contaminação do trato urinário ocorre por via ascendente, por esse fato atribui-se à menor

extensão anatômica da uretra feminina com maior proximidade entre a vagina e o ânus,

característica da genitália feminina (MASSON et al., 2009).

Embora mais comum em mulheres, a ocorrência de ITU cresce entre homens acima de

50 anos (HEAD, 2008). Os fatores que mais implicam neste aumento, são as ocorrências de

doenças prostáticas e a instrumentação das vias urinárias, incluindo o cateterismo vesical. Entre

indivíduos hospitalizados e idosos, as taxas de incidências também são elevadas pela presença

de morbidades que elevam a susceptibilidade às infecções (LOPES et al., 2004).

ITU é definida pela presença de bactérias alojadas no interior do canal urinário, tendo

como limite mínimo aceitável a existência de 100.000 unidades formadoras de colônias

bacterianas por mililitro de urina (UFC/mL) (MASSON et al., 2009). Os sintomas e sinais

incluem urgência miccional, polaciúria, alteração no aspecto e coloração da urina, com

aparecimento de urina turva acompanhada de alterações no sedimento urinário, disúria, piúria,

hematúria (>10.000 leucócitos/mL). A ocorrência de dor abdominal é um dos sintomas mais

comuns, notados em topografia do hipogástrio (projeção da bexiga) e no dorso (projeção dos

rins) podendo ocasionar febre (LOPES et al., 2004).

A ITU pode ser sintomática, ou na ausência de sintomas, assintomáticas, recebendo a

denominação de bacteriúria (bactérias na urina) assintomática. Em relação à localização, é

classificada como baixa ou alta. Na ITU baixa que caracteriza o diagnóstico de cistite, a urina

pode apresentar turbidez pela presença de piúria, e/ou avermelhada pela presença de sangue,

causada pelo próprio processo inflamatório. A ITU alta também denominada pielonefrite,

inicia-se habitualmente com quadro de cistite sendo acompanhada de uma elevada febre

associada a calafrios e dor lombar na maioria dos casos. A intensidade dos sintomas é

diretamente proporcional à gravidade da pielonefrite (LOPES et al., 2004).

É de grande utilidade clínica enfatizar as infeções complicadas e não complicadas. Os

fatores de virulência bacteriana e a integridade dos mecanismos defensivos do hospedeiro, são

os principais elementos do curso da infecção. Na ITU não complicada, onde habitualmente há

incidência maior de cistite, a Escherichia coli é a bactéria responsável pela grande maioria dos

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casos. Enquanto que nas ITUs complicadas, frequentemente ligada as pielonefrites, o espectro

de bactérias envolvidas é mais amplo, incluindo bactérias Gram-positivas e Gram-negativas

com elevada frequência de organismos multirresistentes, associados à presença de fatores

complicantes (WAGENLEHNER; NABER, 2006).

Os agentes etiológicos, em ordem de frequência, que estão envolvidos na incidência da

ITU adquirida nas comunidades são: a Escherichia coli, o Staphylococcus saprophyticus,

espécies de Proteus e de Klebsiella e o Enterococcus faecalis (RAHN, 2008).

Casos de micro-organismos que produzem a β-lactamase de espectro estendido (ESBL),

enzimas responsáveis pela resistência bacteriana a antibióticos, tem apresentado um

crescimento gradual entre os pacientes com ITU complicada (FIRCANIS e MCKAY, 2010).

Esse aumento inclui a Escherichia coli multirresistente, o que dificulta o tratamento da

infecção, além de exigir dos pacientes o uso de antibióticos com maior frequência (OTEO et

al., 2010).

3.7 Resistência microbiana

As bactérias ao longo do tempo vêm apresentando um certo tipo de resistência aos

antimicrobianos, fator esse adquirido por mutação ou transferência de genes resistentes de

outras bactérias. Foram determinados mecanismos de ação dos antimicrobianos, seja através de

atividade bactericida ou por meio de atividade bacteriostática. Visto que alguns padrões são

estipulados como: alteração da permeabilidade da membrana citoplasmática, ação inibitória na

síntese da parede celular, alteração ou inibição da síntese proteica e atuação nos ácidos

nucleicos são os meios de ação, sendo que para o antibiótico exercer sua função, é preciso se

ligar a um determinado sitio da bactéria, para que ocorra a interferência em seu metabolismo.

Neste aspecto, as bactérias desenvolveram variadas formas de sobrevivência, tais como:

impenetrabilidade, bomba de efluxo, que consiste no bombeamento ativo de antimicrobianos

do meio intracelular para o extracelular, proteção ribossômica, β-lactamases de espectro

estendido, resultando em uma crescente resistência aos antibióticos, como um fator de risco a

doenças infecciosas (LOPES, 2009).

Segundo Terrível et al. (2013), informações da Organização Mundial de Saúde (OMS)

apontam para o descontrolado crescimento das resistências microbianas aos antibióticos

convencionais, que perdem a eficácia clínica, dificultando o tratamento dos pacientes e exigindo

o uso de antibióticos de amplo espectro no tratamento de infecções não tão complexas. Esta

resistência tem apresentado uma expansão acelerada devido ao uso inadequado dos antibióticos,

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visto que, existe uma evidente correlação entre um consumo maior de antibióticos e níveis

crescentes de resistência microbiana (LOUREIRO, 2012).

A resistência aos antimicrobianos é considerada um sério problema de saúde pública no

mundo, visto que ameaça a eficiência no tratamento que é empregado para doenças infecciosas

de etiologia bacteriana. O uso incorreto e irracional de medicamentos, diagnósticos incoerentes

as infecções e ausência de um sistema epidemiológico de vigilância global, são algumas

problemáticas que contribuem para a obtenção da resistência, contribuindo como consequência

direta para infecções mais agressivas e de difícil controle tanto na comunidade quanto no

ambiente hospitalar (ARANTES et al., 2013).

O crescente número de cepas bacterianas cada vez mais resistentes à quimioterapia,

eleva o tempo de internação, exige medicação de maior preço de difícil acesso e aumenta a

mortalidade na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No Brasil, cerca de 5 a 15 % dos pacientes

hospitalizados e 25 a 35% dos admitidos em UTIs contraem infecção hospitalar, sendo esta a

quarta causa de mortalidade (COIMBRA et al., 2012; REIS et al., 2013).

A resistência microbiana é um problema gradativo, que apresenta perspectivas futuras

incertas quanto ao uso de drogas antimicrobianas. Deste modo, há uma urgência nas medidas

usadas para encarar essa problemática, entre elas um rígido controle no uso dos antibióticos, o

desenvolvimento de pesquisas para um melhor entendimento nos mecanismos genéticos que

levam a resistência microbiana e uma série de estudos como a etnofarmacologia, que estuda o

conhecimento popular sobre fármacos de determinado grupo social, e que vem demostrando

uma vasta fonte de novos medicamentos a fim de buscar o conhecimento e desenvolvimento de

novas drogas mais naturais (LOGUERCIO et al., 2005; ARANTES et al., 2013).

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4. MATERIAS E MÉTODOS

4.1 Obtenção das matérias-primas

Os frutos de cranberry desidratados foram adquiridos em um Hortifruti localizado na

capital do estado de Goiás, Goiânia e o medicamento fitoterápico foi obtido em uma farmácia

local. As matérias-primas foram conservadas ao abrigo de luz para análise nos laboratórios de

Tecnologia e Análise de Alimentos, localizados na cidade de Barra do Garças - MT, pertencente

ao Instituto de Ciências Exatas e da Terra – Campus Universitário do Araguaia – UFMT.

4.2 Preparo das amostras

Os frutos desidratados e o medicamento fitoterápico, foram avaliados quanto ao seu

nível de sólidos solúveis, pH e acidez titulável. Quanto as capacidades antioxidantes e

antimicrobianas, foram realizadas a partir dos compostos fenólicos extraídos das matérias-

primas, onde os mesmos foram estocados sob refrigeração em freezer comercial (-18ºC) até o

momento das análises, não ultrapassando o limite de 24 horas.

4.2.1 Extração dos compostos fenólicos

Os extratos fenólicos de cada amostragem foram obtidos por meio da metodologia

relatada por Barcia et al. (2015), com modificações. Foram pesados 2 gramas das amostras em

triplicatas, submetidas a uma solução de extração composta por metanol, água e ácido fórmico

(50:48,5:1,5 v-1.v-1.v-1) e expostas a ultrassom por 15 minutos. A solução foi centrifugada,

filtrada e elevada com a solução extratora em balão volumétrico de 50 mL.

4.3 Caracterização química das amostras

4.3.1 Determinação de sólidos solúveis

As análises de sólidos solúveis foram realizadas conforme metodologia descrita nos

métodos de análise do Instituto Adolfo Lutz (2008). O método consistiu em pesar 10 g de

amostra e diluir em 100 mL de água destilada, homogeneizando em seguida. Duas gotas, com

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auxílio de um algodão, foram transferidas para o prisma do refratômetro (Biobrix Modelo

2WAJ), a leitura dos sólidos solúveis foi realizada de forma direta em escala graduada de °Brix.

4.3.2 Determinação de pH

Por meio da metodologia descrita por Samelis et al. (1994) com modificações, os

valores de pH das amostras foram medidos em pHmetro digital (Gehaka PG1800). Foram

pesados em balança analítica aproximadamente 5 gramas de cada amostra, onde foram

homogeneizadas em 45 mL de água destilada por 2 minutos. A leitura foi realizada após a

estabilização do pHmetro.

4.3.3 Determinação de acidez titulável

O método baseou-se de acordo com as normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz

(2008). É aplicável aos diversos produtos de frutas pela determinação da acidez expressa em g

do ácido orgânico predominante (ácido cítrico) por 100 g de amostra.

Foram pesados em balança analítica aproximadamente 5 gramas de cada amostra

homogeneizadas em 100 mL de água destilada, onde foi adicionado 0,3 mL de solução de

fenolftaleína na solução a ser titulada. A titulação foi realizada por meio da solução de hidróxido

de sódio 0,1 mol/L sob constante agitação, até o momento de viragem da coloração persistente

por 30 segundos. O índice de acidez foi expresso pela seguinte equação:

𝑉 𝑥 𝐹 𝑥 𝑀 𝑥 𝑃𝑀

10 𝑥 𝑃 𝑥 𝑛= 𝑔 𝑑𝑒 á𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑜𝑟𝑔â𝑛𝑖𝑐𝑜 𝑚/𝑚 𝑜𝑢 𝑚/𝑣

Onde:

V = volume da solução de hidróxido de sódio gasto na titulação em mL;

F = fator de correção da solução de hidróxido de sódio;

P = massa da amostra em g;

M = molaridade da solução de hidróxido de sódio;

PM = peso molecular do ácido correspondente em g;

N = número de H+ do ácido orgânico.

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4.4 Determinação de compostos fenólicos totais

Os compostos fenólicos totais foram determinados pelo método colorimétrico adaptado

de Singleton, Orthofer e Lamuela-Raventos (1999), com modificações. O método consistiu na

reação de 5 mL do extrato com 2,5 mL de Folin-Ciocalteau (diluição 1.10 em água destilada),

adicionou-se após 5 min, 2 mL de carbonato de sódio 7,5 % (m.v-1).

Preparou-se uma curva padrão de ácido gálico com concentrações variadas dos pontos

de 0,01 – 0,08 mg/mL. A leitura em espectrofotômetro Kasuaki UV-VIS foi feita a 740 nm após

2 horas de reação na ausência de luz. Logo após houve uma comparação das amostras com a

curva padrão. Os resultados foram expressos em mg de equivalência ácido gálico (GAE) por

100 g de amostra.

4.5 Capacidade antioxidante

Foram utilizados dois métodos de análise para a verificação da capacidade antioxidante

dos extratos fenólicos, obtidos a partir do cranberry desidratado e do medicamento fitoterápico

em pó.

4.5.1 Sequestro do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH)

A análise foi realizada por meio da metodologia descrita por Brand-Willians et al

(1995), com modificações. Preparou-se uma solução de DPPH a partir de 24 mg do radical livre

DPPH, onde o mesmo foi dissolvido em 100 mL de metanol. Para a análise, uma alíquota

contendo 10 mL dessa solução foi diluída em 45 mL de metanol, a qual teve sua absorbância

ajustada para 1,1 ± 0,02 em espectrofotômetro Kasuaki UV-VIS a 517 nm. Em tubos de ensaio

protegidos contra a luz, adicionou-se 100 µL do extrato fenólico junto a 3,9 mL da solução

diluída de DPPH, e agitados em equipamento vortex (Norte Científica, modelo NA 3600).

Preparou-se também, uma curva padrão de Trolox diluído em metanol com

concentrações variadas dos pontos de 50 – 2000 µmol/L. A leitura foi feita a 517 nm após 30

minutos de reação na ausência de luz, onde logo após houve uma comparação das amostras

com a curva padrão de Trolox, desta forma, os resultados foram expressos em µmol de

equivalência Trolox por 100 g da amostra.

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4.5.2 Captura do radical livre ABTS●+

A capacidade antioxidante dos extratos fenólicos foi avaliada através do potencial

redutor frente ao cátion do ácido 2,2’-azinobis-(3-etil-benzotiazolino-6-sulfônico), por meio da

metodologia descrita por Re et al. (1999). Preparou-se uma solução de ABTS●+ com

concentração 7 mmol/L em persulfato de potássio 2,45 mmol/L, mantida à temperatura

ambiente na ausência de luz por 16 horas, para ativação do radical. Esta solução passou por

diluição em etanol até uma absorbância de 0,70 (±0,02) em espectrofotômetro Kasuaki UV-

VIS a 5734 nm.

Adicionou-se em tubos de ensaio, 30 µL do extrato fenólico e 3 mL do radical ABTS●+

diluído, os quais foram agitados em equipamento vortex (Norte Científica, modelo NA 3600) e

transferidos para o banho-maria a 30ºC por 25 minutos na ausência de luz.

Preparou-se também, uma curva padrão de Trolox diluído em álcool etílico com

concentrações variadas dos pontos de 50 – 2000 µmol/L. A leitura foi feita a 734 nm, onde logo

após houve uma comparação das amostras com a curva padrão de Trolox, desta forma, os

resultados foram expressos em µmol de equivalência Trolox por 100 g da amostra.

4.6 Atividade antimicrobiana

A atividade antimicrobiana dos extratos fenólicos do fruto desidratado e do

medicamento fitoterápico à base de cranberry, foi verificada pelo método de difusão por

cavidade em ágar, além da determinação da concentração inibitória mínima (CIM). Este método

se baseia na atividade antimicrobiana através da formação de halos de inibição, por meio do

crescimento dos patógenos no ágar ao redor dos poços.

4.6.1 Preparo das amostras

De acordo com Parekh et al. (2005), para evitar a interferência do solvente extrator na

realização dos testes antimicrobianos, utiliza-se o composto Dimetilsulfóxido (DMSO) como

solvente junto aos extratos fenólicos concentrados, usado como solução controle. A partir do

concentrado, pesou-se 1000 mg de cada um dos extratos diluídos em 1mL de DMSO a 10%

(v/v), sendo 1000 mg/mL a concentração inicial. Para solução controle, utilizou-se o DMSO e

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a solução usada para a extração dos compostos fenólicos na mesma proporção da concentração

inicial.

4.6.2 Cepas microbianas

Utilizou-se 3 cepas multirresistentes de Escherichia coli: Escherichia coli NEWP0018

(código PA254), Escherichia coli NEWP0022 (código PA255) e Escherichia coli NEWP 0039

(PA256) cedidas por uma rede de produtos para laboratório, Newprov, da cidade de Pinhais –

PR. As cepas foram estocadas e mantidas em meios de culturas apropriados, de acordo com o

CLSI (2012) e avaliadas quando ao seu perfil de resistência.

4.6.3 Difusão por cavidade em ágar

As 3 cepas multirresistentes de Escherichia coli foram cultivadas em tubos de ensaio

contendo 10 mL de TSB (Caldo Triptona de Soja). Essas cepas patógenas foram semeadas com

o auxílio de swab estéril em placas de Petri com 15 mL de TSA (Ágar Triptona de Soja). Logo

depois da completa absorção do inóculo pelo meio de cultura, foram feitos poços de

aproximadamente 8 mm aos quais foram adicionados 100 µL dos extratos. As placas foram

incubadas a 37ºC por 24 horas. O ensaio foi realizado em duplicata, tendo como controle, uma

solução contendo o DMSO a 10% (veículo utilizado para a diluição dos extratos). A atividade

antimicrobiana foi mensurada pela zona de inibição ao redor dos poços contendo os extratos

fenólicos, medidos através de um paquímetro Universal Digital 150mm em Aço Inox - MTX-

316119 (MUFANDAEDZA et al., 2006).

4.6.4 Concentração Inibitória Mínima – CIM

Os testes para avaliar a CIM das amostras foram realizados utilizando-se os mesmos

critérios empregados nos ensaios de avaliação da atividade antimicrobiana. As amostras que

apresentaram atividade antimicrobiana na concentração inicial (1000 mg/mL), foram diluídas

obtendo-se concentrações diferentes (800, 400 e 200 mg/mL).

Foi considerada a CIM, a menor concentração das amostras capaz de inibir o

crescimento bacteriano, após incubação a 37ºC por 24 horas.

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4.7 Análise estatística

As análises de caracterização química e antioxidantes foram realizadas em triplicata,

onde os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA), avaliando o

coeficiente de determinação (R2) e análise estatística pelo teste de Duncan, a fim de verificar as

diferenças existentes entre as amostras a um nível de significância de 5% (p ≤ 0,05). A análise

dos dados foi realizada através do software específico.

Os ensaios antimicrobianos foram realizados em duplicata e os resultados foram

expressos por meio da média aritmética dos diâmetros dos halos de inibição. Os extratos em

estudo são considerados ativos quando a média dos halos for igual ou superior a 8 mm de

diâmetro (NAQVI et al., 1991; CATÃO et al., 2005).

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Caracterização química

A Tabela 1 apresenta parâmetros referentes a caracterização química das amostras da

fruta desidratada e do medicamento fitoterápico à base de cranberry, através de procedimentos

analíticos para determinação de sólidos solúveis, pH e acidez titulável. Por meio dos dados

obtidos pode-se constatar uma divergência entre as amostras em todos os parâmetros

determinados, uma vez que houve uma diferença significativa (p ≤ 0,05) entre as mesmas.

Em relação ao teor de sólidos solúveis obtidos em Tabela, a amostra da fruta desidratada

apresentou 4,62º Brix, diferindo do valor relatado por Zatylny et al. (2005) de 18,3 ºBrix e por

Celik et al. (2008), de 9,3º Brix do cranberry em fase de maturação final, maduro. Essa

diferença se deve a condição desidratada da fruta, que apesar da diminuição de atividade de

água e concentração dos compostos, há degradação química de nutrientes, como a perda de

ácido ascórbico, levando à deterioração da qualidade do produto final, com a redução das

propriedades nutricionais e alterações na cor e sabor. O conteúdo de sólidos solúveis é um

indicativo da quantidade de açúcares existentes na fruta, considerando que outros compostos,

em menores proporções, como os ácidos, as vitaminas, os aminoácidos e algumas pectinas,

também fazem parte da composição dos sólidos solúveis da fruta (KLUGE et al., 2002).

Entretanto, varia de acordo com o tipo de cultivar, o grau de maturação e do intervalo de tempo

entre a colheita e o consumo (HAARD, 1996). O baixo teor de sólidos solúveis pode ser devido

à conversão de açúcares em ácidos orgânicos, assim como sua utilização por micro-organismos

responsáveis pela fermentação ou ainda hidrólise durante o armazenamento. Ainda segundo

Cano-Chauca (2000), o baixo conteúdo a partir do armazenamento está relacionado com o

ganho de umidade, ou seja, quanto maior for o teor úmido menor será a leitura do ºBrix. Já o

medicamento fitoterápico apresentou um conteúdo de 9,25 ºBrix, acima do regulamento técnico

de qualidade dos produtos à base de cranberry da Portaria nº 94, de 30 de agosto de 2016 do

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que relata um parâmetro mínimo de 7,50

ºBrix (BRASIL, 2016). O elevado teor se deu pela presença da maltodextrina, um carboidrato

complexo de rápida absorção, apresentando uma quantidade de 4,2 g em uma porção de 5 g.

De acordo com Mata et al. (2005), a maltodextrina aumenta o conteúdo de sólidos solúveis,

reduzindo a higroscopicidade. Este comportamento se deve ao fato de sua baixa

higroscopicidade e eficiência como agente carreador, no sentido de reduzir a higroscopicidade

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dos produtos desidratados. Assim, quanto menor a absorção de água, maior será a leitura do

ºBrix.

Tabela 1 – Caracterização dos sólidos solúveis, pH e acidez titulável (AT) presente nas

amostras à base de cranberry.

Amostras Caracterização Química

Sólidos solúveis (ºBrix) pH AT (g/100g)

FD 4,62 ± 0,10a 2,70 ± 0,005a 1,28 ± 0,02a

MF 9,25 ± 0,005b 2,73 ± 0,008b 4,00 ± 0,03b

Legenda: FD – Fruta desidratada, MF – Medicamento fitoterápico. Médias seguidas por letras iguais nas colunas

não diferem estatisticamente (p ≤ 0,05). Fonte: Autor (2019)

De acordo com os dados dispostos na Tabela 1 para o pH, a fruta desidratada apresentou

2,70, em contrapartida ao mencionado por Oszmianski et al. (2015), de 3,1. Segundo Freire et

al. (2009), decorrido o processo de desidratação, o valor acidificado do pH se deu

provavelmente pela hidrólise dos açúcares presentes e ao tempo de armazenamento. O

medicamento fitoterápico obteve pH de 2,73. O caráter ácido implica diretamente ao composto

ativo do fármaco, a proantocianidina, um tanino de alto peso molecular com baixa absorção

(RASMUSSEN et al., 2005). O grau de polimerização destes taninos é de uma elevação

extrema (ARIMBOOR et al., 2012; HUMMER et al., 2008). A diferença de tamanho, presença

de grupos funcionais e o número de átomos, torna a sua separação complicada. Contudo, se

colocadas em meio ácido, a dissociação em monômeros apresenta maior eficácia, sendo que a

despolimerização destas estruturas dá origem a unidades de flavan-3-ol ou aos seus

intermediários (HÜMMER et al., 2008; RÖSCH et al., 2004).

Conforme Tabela 1, a acidez titulável foi determinada a partir do ácido cítrico, ácido

orgânico majoritário no cranberry com 0,94 g/100g segundo Huopalahti et al. (2000). A fruta

desidratada apresentou um teor de 1,28 g/100g, menor que o valor relatado por Oszmianski et

al. (2015) de 2,33 g/100g e por Uwieczkowska et al. (2004) com 2,2 g/100g de ácidos

orgânicos. A acidez indica o sabor ácido em balanço com os teores de açúcares, o que é

representado pela presença de ácidos orgânicos e é um importante atributo de qualidade

(KLUGE et al., 2002). O baixo teor constatado em estudo se deu pela desidratação do fruto,

onde há redução de valores nutricionais. De acordo com KLIEWER et al. (1967), a degradação

de ácidos orgânicos é decorrente de fatores como o tipo de cultivar, grau de maturação da fruta,

procedimentos que envolvem temperatura elevada e tempo de armazenamento. O medicamento

fitoterápico apresentou um grau de acidez mais elevado, de 4,00 g/100g em relação ao cranberry

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in natura e ao suco da polpa triturada, com 3,02 g/100g segundo Oszmianski et al. (2015). A

maior acidez se deu ao fato de o medicamento conter em sua composição o ácido cítrico como

acidulante, que de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA), um produto pode ser classificado como acidulante quando é capaz de aumentar a

acidez de um alimento ou conferir a ele sabor ácido.

5.2 Teor de compostos fenólicos totais

A partir do método colorimétrico aplicado neste estudo, pode-se determinar a

concentração de compostos fenólicos totais presentes nos extratos fenólicos da fruta desidratada

e medicamento fitoterápico à base de cranberry, expressos em mg de equivalência ácido gálico

(GAE) por 100g de amostra, como mostrado na Tabela 2.

Tabela 2 – Determinação dos compostos fenólicos totais dos extratos fenólicos à base de

cranberry.

Extratos fenólicos Compostos Fenólicos Totais (mg GAE/100g)

FD 853,29 ± 21,79a

MF 841,24 ± 29,84a

Legenda: FD – Fruta desidratada, MF – Medicamento fitoterápico. Médias seguidas por letras iguais nas colunas

não diferem estatisticamente (p ≤ 0,05). Fonte: Autor (2019)

De acordo com os resultados enfatizados em Tabela, os extratos não diferem

estatisticamente entre si (p ≤ 0,05), apresentando teores de compostos fenólicos semelhantes.

Celik et al. (2008) relataram variações de fenólicos totais no cranberry de 4745 a 7990 mg

GAE/kg. Côté et al. (2011) exibiram extratos do fruto de 97,26 a 188,69 mg GAE/g de fenólicos

totais.

As discrepâncias no conteúdo dos compostos fenólicos, segundo Soares et al. (2008),

podem ser influenciadas por vários fatores, tais como espécie, cultivar, maturação, práticas de

cultivo, origem geográfica, estágio de crescimento, condições de colheita, processo de

armazenamento e conservação das frutas. Celik et al. (2008) constataram que o decréscimo de

fenólicos totais está evidenciado como um processo típico de maturação.

A particularidade da metodologia relacionada a extração, ao solvente extrator e aos

fenólicos usados como padrão para a quantificação dos compostos fenólicos também pode

contribuir na diferença do teor de fenólicos encontrados neste estudo.

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Para uma melhor obtenção de compostos fenólicos faz-se necessário uma escolha

apropriada do solvente, uma vez que os compostos vegetais apresentam natureza distintas e

polaridades diferentes (MATTOS, 2013). Segundo Antolovich et al. (2000), não é uma tarefa fácil

encontrar um método único de extração que seja adequado para a análise, devido à diversidade das

estruturas químicas e variação de sensibilidade dos compostos às condições de extração.

5.3 Capacidade antioxidante

A Tabela 3 apresenta os valores médios encontrados nos ensaios de captura de radicais livres

(DPPH e ABTS●+) frente aos extratos fenólicos da fruta desidratada e medicamento fitoterápico à

base de cranberry, representados na concentração de μmol de equivalente Trolox/100g de extrato.

Tabela 3 – Determinação da capacidade antioxidante dos extratos fenólicos à base de cranberry

através da captura dos radicais livres DPPH e ABTS.

Extratos fenólicos Capacidade Antioxidante

DPPH (μmol TE/100g) ABTS●+ (μmol TE/100g)

FD 6489,97 ± 36,34a 14599,40 ± 150,56a

MF 4656,90 ± 45,26b 5865,01 ± 51,53b

Legenda: FD – Fruta desidratada, MF – Medicamento fitoterápico. Médias seguidas por letras iguais nas colunas

não diferem estatisticamente (p ≤ 0,05). Fonte: Autor (2019)

A partir dos dados ressaltados em Tabela, pode-se notar uma diferença significativa (p

≤ 0,05) entre os extratos frente aos radicais livres. A fruta desidratada exibiu uma maior

capacidade antioxidante em comparação com o medicamento fitoterápico, que apresentou uma

menor capacidade.

De acordo com Celik et al. (2008), os métodos que visam a capacidade antioxidante

equivalente ao trolox, a atividade se eleva com o acumulo das antocianinas. Em estudo,

demonstraram que algumas propriedades químicas e capacidades antioxidantes dos frutos de

cranberry são afetadas pelos estágios de maturação. Constataram que o conteúdo total de

antocianinas aumentou no fruto maduro, estágio final de maturação.

Vários autores obtiveram resultados semelhantes quanto a capacidade antioxidante do

fruto e resíduo sólido do cranberry. Paredes-López et al. (2010) relataram pelo método de

DPPH concentrações variando de 2530 a 3550 µmol TE/100g, enquanto Namiesnik et al.

(2013) frente ao radical ABTS●+ variando de 1072 a 7276 µmol TE/100g. Oszmianski et al.

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(2015) relataram pelo método de DPPH concentrações variando de 14484 a 15694 µmol

TE/100g e 19446 a 27522 µmol TE/100g frente ao radical ABTS●+.

A capacidade antioxidante dos flavonoides é proporcional a um número total de grupos

OH (APAK et al., 2008). As procianidinas, estruturas típicas das proantocianidinas, diméricas

e oligoméricas do tipo B, presentes no cranberry em menor quantidade do que as procianidinas

do tipo A, são mais eficazes na remoção de radicais peroxil do que as catequinas, provavelmente

devido à presença de ligações que aumentam a capacidade de remoção dos elétrons do radical

fenil (URSINI et al., 2001). Em produtos à base de frutas vermelhas, as antocianinas estão entre

os principais constituintes antioxidantes, e as proantocianidinas também são antioxidantes

eficazes. Lee e Smith (2010) comprovaram que a epicatequina e procianidina B2 tiveram uma

contribuição relativa de 40% para a capacidade antioxidante total de maçãs através do método

ABTS●+.

A determinação da capacidade antioxidante dos extratos fenólicos depende do tipo de

solvente, devido à diferença nos potenciais antioxidantes e à polaridade dos compostos

(ANREO; JORGE, 2006). Segundo Liu et al. (2000), para obtenção de uma eficiente extração

de compostos fenólicos de uma matriz vegetal é necessário ser feita a combinação de solventes

de alta polaridade.

5.4 Atividade antimicrobiana

Os ensaios de atividade antimicrobiana evidenciaram que na concentração inicial (100

mg/mL) frente as cepas multirresistentes de Escherichia coli, os extratos fenólicos tanto do

fruto desidratado como do medicamento fitoterápico à base de cranberry, apresentaram halos

de inibição, de acordo com a Tabela 4. Houve uma diferença significativa apenas nos halos da

cepa MR 039, onde o medicamento fitoterápico apresentou um diâmetro maior de inibição em

relação ao fruto desidratado, enquanto que nas cepas MR 018 e MR 022 os halos foram

relativamente iguais. Quanto a solução controle, segundo Catão et al. (2005), o produto que

apresenta uma média aritmética dos halos iguais ou inferiores a 8 mm de diâmetro, não exibe

um potencial inibidor.

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Tabela 4 – Avaliação da atividade antimicrobiana dos extratos fenólicos à base de cranberry

na concentração de 1000 mg/mL, frente a cepas multirresistentes de Escherichia coli.

Cepas microbianas Extratos Fenólicos / Diâmetro dos halos de inibição (mm)

FD MF SC

Escherichia coli MR 018 11,45 ± 0,13a 11,38 ± 1,08a 7,49 ± 0,28a*

Escherichia coli MR 022 12,50 ± 0,49a 12,14 ± 0,25a 7,37 ± 0,25b*

Escherichia coli MR 039 10,23 ± 0,14a 11,49 ± 0,12b 7,34 ± 0,12c*

Legenda: MR – Multirresistente, FD – Fruta desidratada, MF – Medicamento fitoterápico, SC – Solução Controle

(DMSO + solução extratora). (*) Não apresenta atividade antimicrobiana com diâmetro ≤ 8mm. Médias seguidas

por letras iguais nas linhas não diferem estatisticamente (p ≤ 0,05). Fonte: Autor (2019)

De acordo com Mothana & Lindequist (2005), amostras com halos de inibição de 8 a

13 mm de diâmetro possuem ação inibidora ativa. Com base nesse estudo, os extratos

apresentaram atividade antimicrobiana frente as cepas avaliadas. Muitos pesquisadores

atribuem essa ação antimicrobiana, ao teor de compostos fenólicos presentes em frutos e

produtos de origem vegetal (CABRAL et al., 2009; AL-HABIB et al., 2010; KUMAR et al.,

2011; MARTINS, 2011). Essa ação antimicrobiana é associada ao teor de taninos, os quais

possuem capacidade de interação com proteínas, inibindo a atividade enzimática (ENGELS et

al., 2009; MIRGHANI et al., 2009).

Os compostos fenólicos encontrados em abundância no cranberry, proantocianidinas

de alto peso molecular, são considerados os componentes com maior relevância na prevenção

contra bactérias patogênicas (JESUS, 2013; SERRANO et al., 2009). De acordo com Heinonen

(2007), as proantocianidinas do cranberry, em uma dose diária de 36 mg, ajudam reduzir a

adesão de certas classes de Escherichia coli no trato urinário. Puupponen-Pimia et al. (2005)

também relataram um efeito inibitório significativo de várias concentrações de extratos de

cranberry contra Salmonella ssp., Typhimurium e Staphylococcus aureus. Com a utilização do

pó liofilizado com 2 mg / mL, ambas as cepas patogénicas das bactérias foram claramente

afetadas.

Vários mecanismos podem explicar o efeito da proantocianidina tipo A na inibição do

crescimento de bactérias: a desestabilização da membrana citoplasmática, a permeabilização da

membrana celular, a inibição de enzimas microbianas extracelulares, as ações diretas no

metabolismo microbiano e a privação dos substratos necessários para o crescimento microbiano

(HEINONEN, 2007). Sabe-se que as proantocianidinas ligam metais e formam complexos que

envolvem os seus grupos o-difenol, uma propriedade que confere características negativas no

que diz respeito à biodisponibilidade de micronutrientes minerais essenciais, especialmente

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ferro e zinco (HOUSE, 1999). A carência de ferro pode limitar severamente o crescimento

bacteriano, e tem sido sugerido que a capacidade de se ligar ao ferro representa outro

mecanismo pelo qual as proantocianidinas inibem a atividade bacteriana (DIXON et al., 2005).

Ibrahim et al. (2015) afirmaram que ao utilizar diferentes solventes aos extratos de

cranberry, houve a decorrência de diferentes atividades. Foi constatado que o extrato

metanólico inibiu mais significativamente o crescimento bacteriano in vitro quando comparado

ao extrato aquoso, em concordância com o presente estudo onde a solução hidroalcoólica

apresentou uma considerável atividade antimicrobiana. Rahbar e Diba (2010) obtiveram

resultados semelhantes, que comprovaram o efeito antimicrobiano do extrato metanólico de

cranberry em diferentes concentrações, visto que foram capazes de inibir o crescimento de

micro-organismos uropagênicos como a Escherichia coli.

A sensibilidade dos micro-organismos aos extratos foi representada pela concentração

inibitória mínima (CIM) de cada bactéria para cada extrato em diferentes diluições. Na cepa de

Escherichia coli MR 018, a CIM que correspondeu à menor concentração capaz de inibir o

desenvolvimento visível da bactéria no fruto desidratado e no medicamento fitoterápico, foi a

concentração de 200 mg/mL. Na cepa MR 022, a CIM que correspondeu à menor concentração

no fruto desidratado foi a de 400 mg/mL, enquanto que no medicamento fitoterápico obteve-se

na concentração de 800 mg/mL. Por fim, na cepa MR 039, a CIM que correspondeu à menor

concentração no fruto desidratado e no medicamento fitoterápico foi a concentração de 400

mg/mL, como ressaltado na Tabela 5.

Tabela 5 – Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) dos extratos fenólicos à

base de cranberry frente a cepas multirresistentes de Escherichia coli.

Cepas microbianas

Extratos Fenólicos / Diâmetro dos halos de inibição (mm)

FD (mg/mL) MF (mg/mL)

1000 800 400 200 1000 800 400 200

Escherichia coli MR 018 11,45 11,66 09,43 10,07 11,38 09,02 08,65 10,60

Escherichia coli MR 022 12,50 10,13 08,85 04,74* 12,14 09,43 - 03,71*

Escherichia coli MR 039 10,23 10,86 09,35 04,03* 11,49 10,41 09,16 -

Legenda: MR – Multirresistente, FD – Fruta desidratada, MF – Medicamento fitoterápico (*) Não apresenta

atividade antimicrobiana com diâmetro ≤ 8mm. (-) Ausência de halo de inibição. Fonte: Autor (2019)

Conforme definições da ANVISA, os extratos que apresentam ação antimicrobiana

podem ser classificados em duas categorias, no estudo em questão se encaixam como

concentração – dependentes. Exibem propriedades de destruição de bactérias em função de sua

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concentração, ou seja, quanto maior a concentração, mais rápida e eficaz a erradicação do

patógeno. No caso de dependência da concentração, o melhor parâmetro indicador é o pico de

concentração do antimicrobiano em relação à CIM. Fato esse que ocorre na concentração inicial

em alguns extratos, exibindo maiores halos de inibição, com o aumento da diluição há uma

diminuição dos diâmetros.

Segundo Von Baum & Marre (2005), cepas patogênicas de Escherichia coli têm sido

identificadas como causa de ITU e a frequente resistência a pelo menos duas classes de

antimicrobianos, o que restringe a disponibilidade de opções terapêuticas. Diversos autores, em

pesquisas in vivo, relataram a presença de favoráveis efeitos após o consumo de produtos à base

de cranberry em pacientes que apresentaram processos infecciosos (KONTIOKARI et al.,

2001; WU et al., 2008; DIARRA et al., 2013). Em relação à atividade antimicrobiana in vitro,

os resultados encontrados neste estudo estão em concordância com vários autores que

comprovaram a presença do efeito inibidor ativo de produtos à base de cranberry frente a

Staphylococcus aureus, Salmonella spp. e Escherichia coli (HEINONEN, 2007; WU et al.,

2008; CÔTÉ et al., 2010).

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6. CONCLUSÕES

Diante os parâmetros químicos analisados neste estudo, o fruto desidratado apresentou

resultados inferiores quando comparado ao in natura por outros autores.

Todavia, em relação à sua capacidade antioxidante, a fruta desidratada apresentou um

alto teor antioxidante, por conter em sua estrutura compostos bioativos promissores. Em geral,

os resultados mostraram que a fruta contém quantidades significativas de compostos

antioxidantes ativos.

Assim como a fruta desidratada, o medicamento fitoterápico exibiu halos de inibição

frente aos ensaios de atividade antimicrobiana, apresentando uma ação inibidora ativa frente as

cepas de Escherichia coli avaliadas. Podendo ser usados na prevenção de infecções do trato

urinário, de modo a prevenir a adesão das bactérias alojadas no interior do canal urinário.

Porém, é necessário análises futuras de caráter quantitativo que comprovem o poder bactericida

do cranberry.

Portanto, em decorrência de fatores que visam a disponibilidade da fruta desidratada em

uma determinada área geográfica, é a melhor opção ao combate a radicais livres e ao uso de

caráter preventivo apenas, para as ITU’s. Devido à ausência da fruta e/ou a facilidade de

obtenção e manuseio de fármacos, o medicamento fitoterápico também apresenta essa

capacidade preventiva.

Mais pesquisas devem ser realizadas para caracterizar e monitorar a evolução dos

compostos fenólicos encontrados no cranberry para a aplicação industrial do fruto em beneficio

à saúde.

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TERMO DE CORREÇÃO DA MONOGRAFIA

Declaro que o acadêmico (a) Laysa Pimenta Bueno efetuou as correções necessárias no

trabalho de curso intitulado: Avaliação da capacidade antioxidante e antimicrobiana dos

compostos fenólicos presentes em cranberry (vaccinium macrocarpon) desidratada e em

medicamento fitoterápico usado na prevenção de infecções do trato urinário , no Câmpus

Universitário do Araguaia na Universidade Federal do Mato Grosso, como requisito parcial

para obtenção de grau de Bacharel em Engenharia de Alimentos em (data da correção).

Data da entrega: 10, Abril, 2019.

ASSINATURAS: