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LAURA ANTUNES OLIVEIRA CONTABILIDADE AMBIENTAL COMO SISTEMA DE INFORMAÇÕES UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO UNINOVE São Paulo 2011

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LAURA ANTUNES OLIVEIRA

CONTABILIDADE AMBIENTAL COMO SISTEMA DE

INFORMAÇÕES

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

UNINOVE

São Paulo

2011

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LAURA ANTUNES OLIVEIRA RA. 908114727

CONTABILIDADE AMBIENTAL COMO SISTEMA DE

INFORMAÇÕES

TCC apresentada como exigência para a

obtenção do título de Bacharel em

Ciências Contábeis, a Universidade Nove

de Julho – UNINOVE, sob a orientação do

Prof. Ms. Claudio Raza.

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

UNINOVE

São Paulo

2011

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DEDICATORIA

Dedico esta obra a

minha sobrinha Rebeca

Assunção Oliveira, um

anjo que passou em

nossas vidas e nos

deixou com muitas

saudades.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Prof. Ms. Claudio Raza, por seu incondicional

apoio e contribuição para a realização deste trabalho.

Laura Antunes Oliveira

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RESUMO

A globalização da economia e a conscientização da sociedade estão

forçando, atualmente, as empresas a adotarem uma postura responsável perante

o meio ambiente. Isto é, produzir sem agressão à natureza. Para isto elas estão

implantando um Sistema de Gestão Ambiental de acordo com as normas da série

ISSO 14000.

Fazer este gerenciamento exige a aplicação de um considerável montante

de recursos financeiros, devendo-se ter constante preocupação em controlá-los.

Entende-se que a contabilidade é uma das ferramentas mais eficientes e eficazes

para este processo.

Observa-se, no entanto, que poucas empresas, no Brasil, utilizam a

contabilidade na sua gestão ambiental. Portanto, o principal objetivo da realização

deste estudo é verificar qual o grau de desenvolvimento da contabilidade

ambiental nas empresas brasileiras.

Palavras chave: Contabilidade ambiental, Consciência ecológica.

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ABSTRACT

The globalization of the economy and the awareness of the society are

forcing, currently, the companies to adopt a responsible position before the

environment, that is, to produce without aggression the nature. For this they are

implanting a System of Environmental Management in accordance with the norms

of series ISO 14000.

To make this management demands the application of a considerable sum

of financial features, having itself to have constant preoccupation in controlling

them. One understands that the accounting is one of the efficient tools most for

this process.

It is observed, however, that few companies, in Brazil, use the accounting in

its environmental management. Therefore, the main objective of the

accomplishment of this study is to verify which the degree of development of the

Environmental Accounting in the Brazilian companies.

Keywords: Accounting environmental, thought ecology.

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO.............................................................................................. 08

1.1 Delimitação ................................................................................. 10

1.2 Justificativa................................................................................. 11

1.3 Hipótese....................................................................................... 12

1.4 Objetivo........................................................................................ 12

1.5 Problema...................................................................................... 13

1.6 Metodologia................................................................................. 13

1.7 Referencial Teórico..................................................................... 14

2. RESPONSABILIDADE SOCIAL ....................................................... 15

3. HISTÓRICO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL ............................ 22

4. RESPONSABILIDADE SOCIAL E O AMBIENTE ............................ 25

5. FINALIDADE DA CONTABILIDADE AMBIENTAL .......................... 31

6. INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO................................................ 42

7. CONCLUSÃO.................................................................................... 45

8. BIBLIOGRAFIA................................................................................. 47

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1- INTRODUÇÃO

A consciência ambiental está cada vez mais evidente nas organizações,

devido às transformações sociais e culturais. Nos anos 80, as empresas líderes

no mercado classificavam os gastos com proteção ambiental como investimentos

no futuro, visando vantagens competitivas. Nos dias atuais, a preocupação com a

questão ambiental é ética e econômica.

O início destas práticas ambientais pode, por outro lado, implicar a redução

de custos, devido à melhoria da eficiência dos processos de redução de consumo

tais como: matéria- prima, água, energia, minimização do tratamento de resíduos

e influentes, diminuição de prêmio de seguros, multas etc.

Sendo assim, é necessário ter a contabilidade, como instrumento de

informações para a tomada de decisões, a fim de desenvolver e incorporar em

seus conceitos e métodos, formas de registrar e mensurar os eventos econômicos

e relativos ao meio ambiente.

As empresas possuem um poderoso instrumento de comunicação entre si,

seus fornecedores, clientes, investidores, o fisco, o governo, os concorrentes e a

sociedade. Este instrumento, obrigatório para as empresas, é a contabilidade

ambiental, que, por meio de registros e demonstrativos, deve apresentar a

posição de seu patrimônio, incluindo bens, direitos, obrigações e resultado de seu

funcionamento durante um determinado tempo.

Ao longo dos anos é percebida, a fundamental importância que o ser

humano e as indústrias tenham atitudes responsáveis perante o meio ambiente.

Sendo a Contabilidade a ciência que trata do patrimônio e, portanto, da

riqueza das entidades, está assumindo a responsabilidade de tratar dos assuntos

ligados aos fenômenos ambientais, no que diz respeito aos aspectos econômico-

financeiros. As técnicas utilizadas pela contabilidade: orçamentos, registros,

auditoria e análise têm evoluído, no sentido de auxiliar a gestão das empresas e

contribuir para a preservação do meio ambiente.

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A Contabilidade Ambiental não abrange só os aspectos relativos ao uso

dos recursos naturais, mas também, das suas causas e conseqüências para a

sociedade, ou seja, analisam de forma ampla, todos os aspectos relativos à

responsabilidade social das empresas.

Por isso, de acordo com Ferreira (2009, p. 12), é dever do contador

entender o meio ambiente para relatá-lo adequadamente, de modo que aproxime

a linguagem contábil da linguagem dos ambientalistas.

Na literatura contábil, a preocupação com questões ambientais ganhou força

também na década de 1970, e especialmente na última década, quando

importantes medidas ocorreram no comportamento empresarial, fazendo com que

os relatórios anuais se tornassem ricos em informações, ainda que limitadas às

de natureza qualitativa.

Tais mudanças foram decorrentes da globalização dos mercados e o uso

dos gastos relacionados com as ações ambientais para promover a imagem da

empresa e seus produtos ou serviços, o que é razão de muitas críticas aos

relatórios sociais elaborados pelas empresas. O maior desafio, quando se trata de

discutir a questão ambiental, é o de compatibilizar o crescimento econômico com

a preservação ambiental. Neste sentido RIBEIRO & MARTINS (1998) dizem que

as demonstrações contábeis podem ser o canal adequado para tais evidencias,

principalmente porque nestes estão contidos todas as informações pertinentes à

situação patrimonial e desempenho da empresa em um determinado período.

A adição das informações de natureza ambiental viria a enriquecer tais

demonstrações, como também permitiria aos usuários melhores condições de

acesso à informação para avaliar a grandeza dos investimentos ambientais

comparativamente ao patrimônio e aos resultados no período.

Portanto, a participação da contabilidade é de extrema importância, pois vai

despertar o interesse para as questões ambientais, ajudando a classe empresarial

a implementar em sua gestão empresarial a variável ambiental, não apenas para

constar na legislação, mas por uma verdadeira conscientização ecológica.

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Porém este é um desafio aos contadores, desenvolver uma contabilidade

adequada ao modelo ambiental, integrada e competitiva que compreenda

movimentos econômicos, operativos e ambientais.

1.1 Delimitação

O objetivo desta pesquisa é apresentar as contribuições e a importância

dos aspectos ambientais, a serem observados pela contabilidade.

Com o crescimento da população e o desenvolvimento econômico, o meio

ambiente está constantemente ameaçado, com isso as empresas estão em busca

de novas atividades relacionadas á produção que preservam a ecologia, está

sendo feitos avanços no sentido de reduzir e prevenir os efeitos da poluição,

muitas empresas utilizam tais investimentos como elementos de marketing

utilizando sua imagem com a dos seus produtos junto á sociedade, esta

estratégia tornou-se um fator competitivo entre as empresas concorrentes.

Atualmente o mercado esta mais exigente não aceita o descaso no

tratamento dos recursos naturais, os consumidores estão interessados em

produtos limpos. A legislação torna-se rígida, imputando sanções aos infratores

obrigando as empresas a encarar com mais seriedade e responsabilidade a

variável ambiental.

A preocupação mundial pelo meio ambiente caminha para um consenso

em torno da adesão a um novo estilo de crescimento que deve combinar

eficiência econômica com a justiça social e prudência ecológica, esses elementos

somente será possível se houver um trabalho em conjunto de todos com o

objetivo de atingir o bem estar geral do futuro. Os contadores têm um papel

importante nesta perspectiva, uma vez que depende desses profissionais

elaborarem um modelo adequado para a entidade e incentivar as empresas a

programarem a gestão ambiental que possam gerar dados apresentáveis

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contabilmente, nos balanços sociais, criar sistemas e métodos de mensuração

dos elementos e de mostrar ao empresário as vantagens dessas ações.

1.2 Justificativa

Devido à grande divulgação e motivação pela busca da sustentabilidade

das organizações, através de ações de responsabilidade ambiental e social, e

principalmente pela busca de seus resultados.

Entramos na era da evolução ambiental que representa um custo de

crescimento econômico, portanto a contabilidade não pode ficar fechada á

escrituração e mensurações quantitativas do patrimônio da empresa. Como diz

Herckert (2001; p. 6), é preciso lutar pela preservação ambiental buscando

modelos contábeis eficazes.

A gestão ambiental vem ganhando um espaço crescente no meio

empresarial. O desenvolvimento da consciência ecológica em diferentes camadas

e setores da sociedade, não se pode afirmar que todos os setores empresariais já

se encontram conscientizados da importância da gestão responsável dos

recursos naturais.

A empresa que não buscar adequar suas atividades ao conceito de

desenvolvimento sustentável está fadada a perder competitividade em curto ou

médio prazo.

Muitas vezes os investimentos em gestão ambiental são direcionados por

fatores competitivos, mas existem fatores diversos que determinam a realização

de investimento em gestão ambiental por parte de empresas, dependendo de sua

realidade.

Assim, o empresário e o investidor, que antes viam a gestão ambiental

como mais uns dos fatores de aumento dos custos dos processos produtivos, se

deparam com vantagens competitivas e oportunidades econômicas de uma

gestão responsável dos recursos naturais.

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1.3 Hipótese

Esclarecer e apresentar de forma provável os lucros ou prejuízos

gerados através de balanço social, já que se faz notável os fatores relevantes

para o bem da sociedade e do meio ambiente.

Uma organização que tem o interesse de obter uma existência estável

deve em primeiro lugar atender as necessidades de todas as suas partes

interessadas sendo assim, ela precisa gerar valores, as aplicações dos recursos

usados devem gerar benefícios maiores do que seu custo total.

Atitude arrogante de empresas ou entidades em relação aos seus

stakeholders tem sido um dos grandes problemas e até prejuízos de imagens

para as organizações.

1.4 Objetivo

Os objetivos primários resumem-se na expectativa dos proprietários, e os

objetivos secundários são os objetivos definidos a atender os clientes,

funcionários, fornecedores e a comunidade, após a escolha dos objetivos o

segundo passo é a escolha de uma estratégia e uns os dos princípios que os

planejadores devem considerar são:

1° Identificar as alternativas que a empresa pode usar para competir pelos

clientes este é o contrato entre a empresa e os clientes.

2°Avaliar essas opções competitivas em relação ás capacidades e

expectativas dos stakeholders da empresa; isso estabelece as relações ou

contratos entre empresas, fornecedores, funcionários e comunidades.

Demonstrar de forma clara e objetiva, as ações de responsabilidade sócio-

ambiental. Analisando e justificando o que são gastos, ativos, passivos, despesas,

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custos, e receitas ambientais. Mostrando os indicadores ambientais e

socioeconômicos do desempenho sustentável apresentado no Brasil.

1.5 Problema

Como evidenciar e contabilizar lucros ou prejuízos de uma organização, em

busca de sua sustentabilidade, através de projetos de responsabilidade social e

ambiental.

Os assuntos ambientais estão crescendo e os problemas que surgem da

relação da sociedade com o meio ambiente são densos, complexos de serem

entendidos.

Ainda existem dúvidas se a Contabilidade esta atendendo as necessidades

de registra os fatos ambientais de modo a atender as necessidades da gestão

ambiental das empresas.

Nesse contexto, a participação da contabilidade é de extrema importância,

ajudando a classe empresarial em sua gestão ambiental que começa a ser

encarada como assunto estratégico dentro das organizações e isso tem se

tornado um fator importante de competitividade.

A informação para a gestão ambiental da empresa tem como partes

integrantes os subsistemas: institucional, social, organizacional, de gestão, de

informação e físico por isso é de extrema importância, pois vai despertar o

interesse para as questões ambientais, ajudando a classe empresarial a

programar em sua gestão empresarial a variável ambiental, não apenas para

constar na legislação, mas por uma verdadeira conscientização ecológica.

1.6 Metodologia

Este estudo quanto a seus objetivos caracteriza-se como método dedutivo

por buscar uma visão geral sobre um determinado assunto com o objetivo de unir

mais conhecimento e incorporar características, quanto á abordagem desta

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pesquisa caracteriza-se como qualitativa buscando um estudo mais profundo do

objetivo que está sendo estudado.

Através de pesquisas qualitativas e quantitativas, buscando solucionar tais

questionamentos. Serão utilizadas informações bibliográficas, tais como livros,

reportagens em revistas e jornais, sites especializados em pesquisas

documentais.

1.7 Referencial Teórico

Ribeiro & Martins (1998, p.5) destacam que:

As demonstrações contábeis podem ser o canal adequado

para tais evidenciações, principalmente porque nestes estão

contidos todas as informações pertinentes à situação

patrimonial e desempenho da empresa em um determinado

período. A adição das informações de natureza viria a

enriquecer tais demonstrações, como também permitiria aos

usuários melhores condições de acesso à informação para

avaliar a grandeza dos investimentos ambientais

comparativamente ao patrimônio e aos resultados no

período.

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2. RESPONSABILIDADE SOCIAL

Ao longo dos séculos, o homem devido suas atividades de exploração dos

recursos naturais, comprometeu e ainda está comprometendo o modo de vida da

sociedade, causando diversos malefícios à população devido aos impactos

ambientais. A ameaça do aquecimento global deu ao termo globalização uma

nova direção, que vai muito além da integração dos mercados. Trata-se de um

senso compartilhado de responsabilidade perante o planeta. A ameaça da

mudança do clima nunca foi tão real, ela vai transformar a vida das pessoas, dos

governos e das empresas e tais problemas originam-se da maneira pela qual os

recursos naturais estão sendo consumidos e na relação das conseqüências

advindas deste consumo.

No cenário mundial contemporâneo verificam-se inúmeras transformações

de ordem econômica, política, e cultural que, por sua vez, ambientam o

surgimento de novos modelos de relações entre instituições e mercados,

organizações e sociedade. No âmbito das atuais tendências de relacionamento,

nota-se a aproximação dos interesses das organizações e o da sociedade

resultando em esforços múltiplos para o atendimento de objetivos compartilhados.

Através da concorrência entre metas econômicas e sociais, surgem os

modelos de organizações preocupadas com a elevação do padrão de qualidade e

vida de suas comunidades. Estas organizações- cidadãs desenvolvem o processo

denominado responsabilidade social.

A busca uma definição para responsabilidade social, necessita-se

inicialmente de reflexões acerca do conceito de ética e do desenvolvimento do

processo de cidadania.

A etimologia da palavra responsabilidade social deriva do latim respondere,

responder. Segundo o dicionário Michaelis, responsabilidade é “a qualidade de

responsável”, que “responde por atos próprios ou de outrem”, que “deve satisfazer

os seus compromissos ou outrem”.

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Nota-se que dos diferentes significados para o termo suscitam questões

ligadas ao dever, da obrigação legal ou moral que, por sua vez, nos faz adentrar o

campo da ética. Falar sobre ética e sua relação com responsabilidade social nos

leva diretamente aos problemas de costumes e hábitos ligados ás manifestações

de cada povo através de suas tradições, vivências e crenças. Entrecruzando-se

vamos encontrar o conceito de cidadania.

Ao final das reflexões apresentadas, chega-se a conclusão de que algumas

considerações são necessárias para a precisão de um conceito voltado para

responsabilidade social.

Trata-se de um processo relacionado a questões especificas de tempo e

espaço, e a evolução de pensamento e práticas relacionadas a situações

circunstanciais a determinados sistemas econômicos, e políticos vigentes em

determinados países e suas organizações.

Trata-se de um processo dinâmico que reflita o próprio meio social, no qual

se entrecruzam diversos fatores de ordem econômica, política e cultural.

Trata-se de um processo que envolve os diversos seguimentos da

sociedade- cidadãos, consumidores, organizações públicas ou privadas,

comunidades etc.

Ainda que pesem os fatores acima expostos, na tentativa da utilização

racional do termo responsabilidade social, foi apurado que o conceito:

Responsabilidade Social consiste no somatório de atitudes assumidas por

agentes sociais- cidadãos, organizações públicas, privadas com ou sem fins

lucrativos, estreitamente vinculados a ciência do dever humano (ética) e voltadas

para o desenvolvimento sustentável da sociedade.

Segundo o conceito manifestado, a responsabilidade social não se limita a

atuação de um determinado segmento da sociedade, e sim a orientação de

responsabilidade social processada pelas organizações do primeiro setor

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(públicas), segundo setor (privadas) e terceiro setor (sociedade civil de interesse

público).

A imagem da responsabilidade social incorporada nos negócios é, portanto

relativamente recente, com o surgimento de novas demandas e maior pressão por

transparência nos negócios as empresas se vêem intimadas a adotar uma

postura responsável em suas ações.

O conceito de responsabilidade social está se ampliando, passando da

filantropia, que é a relação socialmente compromissada da empresa com a

comunidade, para abranger todas as relações da empresa: com seus

funcionários, clientes, fornecedores, acionistas, concorrentes, meio ambiente e

organizações públicas e estatais. (GRAJEW, 2000 apud MELO; FROES, 2002).

Segundo Reinaldo Dias (2008), doações feitas ocasionalmente não podem

ser relacionadas à responsabilidade social e sim filantropia,

“são estratégias pensadas para orientar as

ações das empresas em consonância com as

necessidades sociais, de modo que a empresa garanta,

além do lucro e da satisfação de seus clientes, o bem

estar da sociedade. A empresa está inserida nela e

seus negócios dependerão de seu desenvolvimento e,

portanto, esse envolvimento deverá ser duradouro. É

um comprometimento”. (TOLDO, Maria.

Responsabilidade social empresarial. Instituto Ethos.

Responsabilidade social das empresas: a contribuição

das universidades. São Paulo: Fundação Petrópolis,

2002.).

Essa mesma percepção acontece com inúmeros autores, institutos, órgãos

e encontros, do qual podemos citar a Conferência das Nações Unidas para o

Comércio e Desenvolvimento (United Nations Conference for Trade and

Development – UNCTAD), que diz: “a responsabilidade social da empresa vai

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além da filantropia. Na maioria das definições se descreve como medidas

construtivas pelas quais as empresas integram preocupações ambientais,

econômicas e sociais. A observância da lei é requisito mínimo que deverão

cumprir as empresas”.

Para Ashley (2002), “o crescente aumento da complexidade dos negócios

principalmente em decorrência do processo de globalização e da velocidade das

invenções tecnológicas e da informação, impõe ao empresariado nacional uma

nova maneira de realizar suas transações”.

De acordo com Borger (2001), “as empresas têm o papel social e político a

desempenhar os propósitos dos negócios que vão além da maximização dos

lucros e do cumprimento da legislação. A atuação das empresas também deve

ser mais responsável, as questões sociais não podem ser consideradas como

problemas exclusivos dos governos”.

Portanto responsabilidade social pode ser definida, de acordo com Ashley

(2002), como “o compromisso que a organização deve ter para com a sociedade,

expresso por meio de atos e atitudes que a afetem positivamente, de modo

amplo, ou a alguma comunidade, de modo específico, agindo pró ativamente e

coerentemente no que tange a seu papel específico na sociedade e a sua

prestação de contas para com ela”.

Segundo a Comisión de Las Comunidades Europeas, mais precisamente

no Livro Verde, documento datado em 18 de julho de 2001, faz o seguinte

comentário, “ser socialmente responsável não significa somente cumprir

plenamente as obrigações jurídicas, mas também ir mais além de seu

cumprimento investindo mais no capital humano, no entorno e nas relações com

os interlocutores”.

Essa comissão é formada por quase 30 bancos de todo o mundo, onde no

Brasil, têm a adesão do Banco do Brasil, Bradesco, e Itaú.

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Pode-se observar, a partir dos conceitos acima, que as empresas não

estão só visualizando o lado da organização, mas também o lado do bem estar da

sociedade em que está inserida, investindo em seus funcionários, clientes,

fornecedores, meio ambiente e outros.

Segundo Melo e Froes (2002), existem várias definições de

responsabilidade social, as quais se distinguem de acordo com a visão a seu

respeito e com relação às atividades de cada empresa.

A responsabilidade social, de acordo com D´Ambrósio (1998 apud MELO;

FROES, 2002, p. 78), vem a ser a “decisão de participar mais diretamente das

ações comunitárias na região em que está presente e minorar possíveis danos

ambientais decorrente do tipo de atividade que exerce”.

A responsabilidade social está diretamente ligada aos seguintes fatores:

consumo, pela empresa, dos recursos naturais de propriedade da humanidade; e

consumo dos capitais financeiros e tecnológicos, utilizando a capacidade de

trabalho que pertence a pessoas físicas, integrantes daquela sociedade, e o apoio

que recebe da organização do Estado, fruto da mobilização da sociedade (MELO;

FROES, 2001).

Para Luca (1998), a transformação da mentalidade empresarial,

concedendo prioridade à qualidade em lugar de quantidade, vem exigindo

apreciável modificação nos critérios administrativos, em particular nos

relacionados com o social.

Hoje algumas organizações são capazes de perceber e admitir que o futuro

de todos, depende do esforço e apoio coletivo, e de alguma forma, essas atitudes

precisam de um início, de um incentivo, de um ponto de partida, e o quanto antes

isso acontecer, melhor será para todos os participantes, dependentes e

envolvidos no contexto geral.

Infelizmente, muitos ainda confundem o conceito de responsabilidade

social com filantropia, mas as razões por trás desse paradigma não interessam

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somente o bem estar social, mas também envolvem melhor desempenho nos

negócios e, conseqüentemente, maior lucratividade. A busca da responsabilidade

social corporativa tem de grosso modo as seguintes características:

É plural. Empresas não devem satisfações apenas aos seus acionistas.

Muito pelo contrário. O mercado deve agora prestar contas aos

funcionários, à mídia, ao governo, ao setor não-governamental e ambiental

e, por fim, às comunidades com que opera. Empresas só têm a ganhar na

inclusão de novos parceiros sociais em seus processos decisórios. Um

diálogo mais participativo não apenas representa uma mudança de

comportamento da empresa, mas também significa maior legitimidade

social.

É distributiva. A responsabilidade social nos negócios é um conceito que se

aplica a toda a cadeia produtiva. Não somente o produto final deve ser

avaliado por fatores ambientais ou sociais, mas o conceito é de interesse

comum e, portanto, deve ser difundido ao longo de todo e qualquer

processo produtivo. Assim como consumidores, empresas também são

responsáveis por seus fornecedores e devem fazer valer seus códigos de

ética aos produtos e serviços usados ao longo de seus processos

produtivos.

É sustentável. Responsabilidade social anda de mãos dadas com o

conceito de desenvolvimento sustentável. Uma atitude responsável em

relação ao ambiente e à sociedade, não só garante a não escassez de

recursos, mas também amplia o conceito a uma escala mais ampla. O

desenvolvimento sustentável não só se refere ao ambiente, mas por via do

fortalecimento de parcerias duráveis, promove a imagem da empresa como

um todo e por fim leva ao crescimento orientado. Uma postura sustentável

é por natureza preventiva e possibilita a prevenção de riscos futuros, como

impactos ambientais ou processos judiciais.

É transparente. A globalização traz consigo demandas por transparência.

Não mais nos bastam mais os livros contábeis. Empresas são

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gradualmente obrigadas a divulgar seu desempenho social e ambiental, os

impactos de suas atividades e as medidas tomadas para prevenção ou

compensação de acidentes. Nesse sentido, empresas serão obrigadas a

publicar relatórios anuais, onde o seu desempenho é aferido nas mais

diferentes modalidades possíveis. Muitas empresas já o fazem em caráter

voluntário, mas muitos prevêem que relatórios sócio-ambientais serão

compulsórios num futuro próximo.

Debates sobre a responsabilidade social empresarial, já foi desenvolvido

mundo a fora, mas o Brasil tem dado passos largos no sentido da

profissionalização do setor e da busca por estratégias de inclusão social através

do setor privado.

O termo Responsabilidade social está cada vez mais presente no cotidiano

das pessoas em todo o mundo. Num contexto geral essa expressão se resume na

ação de uma organização empresarial, em prol da sociedade em que está

inserida, está vinculada tanto em ações sociais, como em investimentos no bem

estar de seus funcionários e em relação ao meio ambiente.

Os empresários, gradativamente estão se preocupando mais com a

imagem e influencia que estão ou possam vir a transmitir para seus clientes,

funcionários, investidores e para a sociedade em geral, que com o passar do

tempo, estão compreendendo melhor e cobrando um melhor posicionamento dos

governantes, em relação à degradação do meio em que vivem, seja pela poluição,

o desmatamento e queimadas que estão ocorrendo por toda parte, à vista de

quem queira ver ou pelo descaso perante a população, que cada vez mais se

encontra incapaz de acompanhar a evolução tecnológica, muitas vezes causada

por falta de incentivos. E é justamente neste ponto, que entra a responsabilidade

social, ato de preocupação e zelo pelo meio em que está inserida.

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3. HISTÓRICO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL

As primeiras modificações feitas no meio ambiente, pelos homens,

começaram na pré-história, de forma que não afetaram muito a natureza, visto

que, era somente uma forma de satisfazer suas necessidades e manter a

espécie, melhorando suas condições de existência, ou seja a qualidade vida.

Com a conscientização dos homens, que o desenvolvimento de um

processo de organização de trabalho, causaria um aumento nos rendimentos e

conseqüentemente a intervenção na natureza é ampliada, com isso os impactos

ambientais também crescem.

A capacidade do homem em intervir no meio ambiente foi aumentando

gradativamente.

Com a criação das grandes cidades, o processo de destruição ambiental se

intensificou, assim como ocorreu na Mesopotâmia, mas as coisas não eram

diferentes nas demais partes do mundo, onde o uso insustentável dos recursos

naturais causava a sua destruição.

A Revolução Industrial, no início do século XVIII, promoveu maiores

perspectivas de geração de riquezas e por sua vez a melhoria na qualidade de

vida, mas a industrialização trouxe inúmeros problemas ambientais, como

consumo excessivo de recursos naturais, contaminação do solo, ar e águas e

desflorestamento. A urbanização levou os cidadãos britânicos a trocar o campo

pelas cidades, fazendo com que a concentração de pessoas num mesmo local se

tornasse insustentável, “produzindo assim, sobretudo depois de 1830, epidemias

de cólera, febre tifóide e o pagamento assustador de tributo constante aos dois

grandes grupos assassinos urbanos do século XIX – a poluição do ar e das

águas, ou doenças respiratórias e intestinais”. (DIAS, Reinaldo apud

HOBSBAWN, Eric. 2008:6).

Em 1798, foi publicado por Tomas Robert Malthus (1766-1834), um

trabalho denominado Ensaio sobre a população: como afeta o futuro progresso da

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humanidade, onde foram apresentados os problemas decorrentes do aumento

populacional e a possibilidade de esgotamento dos recursos naturais e com isso

as conseqüências no crescimento econômico.

A partir dos anos 50, ocorre na Europa e nos Estados Unidos, uma

transformação do sistema de valores, onde ocorre uma grande insatisfação dos

cidadãos em relação ao posicionamento das empresas junto ao meio ambiente,

afinal de contas, no período da Guerra do Vietnã, as armas químicas, os gases

paralisantes, prejudicavam tanto o homem quanto o meio ambiente. Com isso,

moveu-se uma cruzada nas empresas para justificar seus objetivos sociais.

A população passou a exigir que as empresas se preocupassem menos

com os balanços e demonstrações financeiras, passando a se preocupar com as

relações sociais da empresa, com todo o meio que ela está inserida.

A idéia de responsabilidade social se popularizou nos anos 70 na Europa,

mais precisamente na França, onde foi publicado o primeiro Balanço Social, na

empresa Singer.

Em 1977, foi aprovada a Lei 77.769, onde tornava obrigatória a publicação

do balanço social, para empresas com número de funcionários, acima de 700,

onde posteriormente caiu para 30.

No Brasil, a tentativa de implantação, ocorreu na década de 60, mas pela

falta de liberdade, devido à ditadura militar, o assunto teve seu início prorrogado.

No início dos anos 80, com o fim da ditadura, ocorreu o fortalecimento dos

sindicatos e das organizações não-governamentais, fazendo com que as

instituições começassem a participar das questões da sociedade, gerando maior

investimento nas áreas sociais.

O primeiro balanço social publicado no Brasil foi em 1984 pela empresa

Nitro fértil sediada na Bahia.

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Ainda nos dias de hoje, a publicação do Balanço social, não é obrigatória,

sendo somente um diferencial entre as demais empresas, que através de selos,

mostram sua preocupação com o desenvolvimento sócio-ambiental.

De toda forma, os problemas ambientais, hoje é pauta obrigatória em

quase todos os encontros mundiais, tornando-se preocupação da maioria das

empresas que não querem continuar sendo as vilãs da sociedade.

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4. RESPONSABILIDADE SOCIAL E O AMBIENTE

Levando em conta as diversificadas e crescentes expectativas de clientes,

fornecedores, colaboradores, gestores e outras entidades que influenciam ou são

influenciadas pelas organizações, as empresas têm como grande desafio agir de

forma responsável em seus relacionamentos internos.

Cada vez mais a conscientização do indivíduo como cidadão, conhecedor

de seus direitos e deveres na sociedade, tem exigido por parte das organizações

uma postura ética, boa imagem institucional no mercado e que atuem de forma

ecologicamente correta.

A gestão ambiental e da responsabilidade social para um desenvolvimento

que seja sustentável econômico, social e ecologicamente, precisa contar com

executivos e profissionais nas organizações públicas e privadas, que incorporem

tecnologias e demais conhecimentos sistêmicos (sistema) exigidos no contexto

em que se inserem.

O desenvolvimento econômico e o meio ambiente estão internamente

ligados. Só é inteligente o uso de recursos naturais para o desenvolvimento caso

haja parcimônia e responsabilidade no uso dos referidos recursos. Do contrário, a

degeneração é o caos serão inevitáveis.

Nesse contexto, os gestores precisam ter um novo senso de

responsabilidade em relação aos interessados internos, no que toca às

expectativas de receberem um tratamento justo, ter participação no processo

decisório local e instrumento de trabalho apropriado ao desempenho de suas

funções e a possibilidade de trabalharem em equipe.

A internacionalidade dos padrões de qualidade ambiental descrito na série

ISSO 14000, a globalização crescente dos atuais consumidores e a disseminação

educação ambiental nas escolas, permitem antever que a exigência futura que

farão os consumidores em relação à preservação do meio ambiente e à qualidade

de vida deverá intensificar-se.

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“A responsabilidade social e ambiental pode ser resumida no

conceito de efetividade, como alcance de objetivos do

desenvolvimento econômico-social. Portanto, uma organização

é efetiva quando mantém uma postura socialmente

responsável. A efetividade está relacionada à satisfação da

sociedade, ao atendimento de seus requisitos sociais,

econômicos e culturais. Tachizawa (2002,p73)”.

Tal transformação no âmbito organizacional poderá levar as empresas a

obter vantagens competitivas, ou ao menos, redução de custos e incremento nos

lucros a médio e longos prazos. Um exemplo citado por Tachizawa é a empresa

3M, que somando as 270 toneladas de poluentes na atmosfera e 30 mil toneladas

de efluentes nos rios que deixou de despejar desde 1975, consegue economizar

mais de US$810 milhões combatendo a poluição nos 60 países onde atua.

A cidadania corporativa, termo usado por McIntosh (2001), não se trata de

filantropia, ou de anexar um lustroso relatório sobre assuntos comunitários ao

relatório financeiro anual. Segundo o Serviço Social da Indústria- SESI,

“responsabilidade social não é filantropia, não é uma ferramenta de marketing,

nem o simples cumprimento de leis e regulamentos”. O novo modelo de cidadania

corporativa descrito por McIntosh (2201) pode representar uma mudança de

paradigma, uma evolução dentro da empresa, ou seja, a inclusão das

preocupações sociais e ambientais no centro de suas estratégias corporativas.

Segundo McIntosh (2001, p.42).

Não importa se estamos falando de uma grande empresa fabril, uma

escola local, uma instituição de caridade nacional ou uma pequena loja de família,

todas as organizações possuem responsabilidades sociais que as tornam cidadãs

corporativas, responsáveis ou não.

O autor afirma também que o interesse na responsabilidade social está

crescendo à medida que o papel dos negócios na sociedade aumenta. Os

assuntos que aumentam a consciência pública da cidadania corporativa são: a

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ganância dos executivos, a corrupção e fraude, a degradação ambiental. Os

abusos dos direitos humanos, o comércio justo, o empowerment e a segurança e

rotulagem dos produtos.

Conforme publicação do Prêmio Ethos Valor- 2002, responsabilidade social

empresarial é um relacionamento ético com seus stakeholders, assim como o

respeito ao meio ambiente e investimento em ações sociais.

Uma gestão socialmente responsável ocorre segundo o Serviço Social da

Indústria- SESI, a partir do momento em que a empresa, além de cumprir seu

papel na geração de riquezas pela produção de bens e serviços para a

comunidade, com o objetivo de criar valor aos acionistas, pagar impostos, salários

e outros benefícios aos seus colaboradores e, ainda reinvestir em sua estrutura e

seus negócios, passar a desenvolver todas essas ações primando sempre pela

ética, à transparência, respeitando as leis, o meio ambiente e o bem-estar da

comunidade. Essas ações têm como base valores sociais e por objetivo a

qualidade e eficiência, tanto dos produtos quanto das relações entre as partes

envolvidas.

McIntosh (2001) enumera as responsabilidades econômicas, legais, sociais

e ambientais, conforme descrito: (a) responsabilidade econômica- todas as

organizações devem se manter viáveis e operar dentro de seus contrato social,

bem como, divulgar prestações de contas certificadas registradas por critérios

associados; (b) responsabilidade legal- todas as organizações devem trabalhar

dentro da lei e estar conscientes de suas restrições legais; (c) responsabilidade

social e ambiental- as organizações não podem trabalhar apenas com bases em

suas obrigações financeiras e legais, mas compreender que operam em um

ambiente social no qual considerações éticas e filantrópicas são essenciais à sua

capacidade de operar.

McIntosh (2001, p.54) ainda representa quatro modelos de

responsabilidade social, baseado na idéia de que o fundamental para a cidadania

corporativa é a relação entre negócio, governo e sociedade civil: (1) os negócios

são amorais- baseados em geração de lucros e não possuem qualquer outra

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responsabilidade além das suas obrigações econômicas e legais; (2) os negócios

são uma atividade moral- baseados em geração de lucros e possuem a obrigação

de atuar na melhoria social, significando a melhoria de toda a sociedade; (3) os

negócios são uma comunidade- baseados em uma identidade corporativa, que

pode existir apenas em lucro, não apenas pelo lucro ou ainda não visar lucro e

que reconhecem que um negócio possui um papel social e econômico; (4) um

negócio é uma rede- não possui uma identidade corporativa e não é nem moral

nem amoral em seu propósito.

Para todos os tipos de organizações, a responsabilidade social está se

transformando em referencial de excelência. Encontrar um caminho a seguir,

segundo McIntosh, é a base do novo estilo de operações de negócios que está

surgindo. Segundo a Fundação para Prêmio Nacional da Qualidade (2001):

As organizações socialmente responsáveis devem abordar

suas responsabilidades perante a sociedade e o exercício da

cidadania, por meio de estágios que vão desde uma fase

embrionária até sua fase mais avançada.

Estágio 1: a organização não assume responsabilidade

perante a sociedade e não toma ações em relação ao

exercício de cidadania. Não há promoção do comportamento

ético.

Estágio 2: a organização reconhece os impactos causados

por seus produtos, processos e instalações, apresentando

algumas ações isoladas, no sentido de minimizá-los.

Eventualmente, busca promover o comportamento ético.

Estágio 3: a organização está iniciando a sistematização de

um processo de avaliação dos impactos de seus produtos,

processos e instalações e exerce alguma liderança em

questões de interesse da comunidade. Existe envolvimento

das pessoas em esforços de desenvolvimento social.

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Estágio 4: o processo de avaliação dos impactos dos

produtos, processo e instalações está em fase de

sistematização. A organização exerce liderança em

questões de interesse da comunidade de diversas formas. O

envolvimento das pessoas em esforços de desenvolvimento

social é freqüente. A organização promove comportamento

ético.

Estágio 5: o processo de avaliação dos impactos dos

produtos, processos e instalações está sistematizado,

buscando antecipar as questões públicas. A organização

lidera questões de interesse da comunidade e do setor. O

estímulo à participação das pessoas em esforços de

desenvolvimento social é sistemático. Existem formas

implementadas de avaliação e melhoria da atuação da

organização no exercício da cidadania e no tratamento de

suas responsabilidades públicas (Apud Tachizawa,

2002,p.85).

As certificações são maneiras utilizadas para atestar as organizações.

Assim como a ISO9000, de qualidade e a ISO14000, para o meio ambiente,

outras surgiram com o intuito de verificar as ações no que tange à ética

organizacional.

Segundo Cohen (2003), em 2000 foi criada a Social Accountabillity

International (SAI), para implementar o sela SA8000, que certifica a conduta ética

das empresas em relação aos trabalhadores e o respeito aos direitos humanos,

nos moldes da ISO9000 e da ISO14000. Outra organização, a Accontability, com

sede no Reino Unido, lançou há dois meses seu certificado de comportamento

ético, o AA1000. De acordo com o autor, a primeira empresa brasileira a

credenciar-se foi a Souza Cruz, subsidiária da British American Tobacco, BAT.

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No Brasil. Consoante Tachizawa (2002), existem várias organizações

monitoranto e oferecendo prêmios às empresas cidadãs, como o Instituto Ethos,

que criou, com base no sistema ISSO, indicadores sociais divididos em sete

temas: valores e transparência; público interno; meio ambiente; fornecedores;

consumidores, governo e sociedade.

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5. FINALIDADE DA CONTABILIDADE AMBIENTAL

É a ciência que estuda, pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no

patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a

revelação desses fatos, a fim de oferecer informações sobre a composição do

patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da

riqueza econômica.

A Contabilidade permite o controle da movimentação do Patrimônio das

empresas. O Patrimônio de uma empresa é movimentado em função dos

acontecimentos diários, tais como compras, vendas, pagamentos, recebimentos

etc.

Registrando esses acontecimentos, a Contabilidade terá condições de

fornecer informações sobre a situação do Patrimônio, sempre que solicitada.

As principais funções da Contabilidade são: registrar, organizar,

demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da

atividade econômica ou social que a empresa exerce no contexto econômico.

Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor

monetário;

Organizar: um sistema de controle adequado à empresa;

Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por

meio de demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da

empresa;

Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de

apuração dos resultados obtidos pela empresa;

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Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo

os pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e

alertando para eventuais problemas.

A finalidade básica da Contabilidade é o acompanhamento das atividades

realizadas pela empresa, no sentido indispensável de controlar o comportamento

de seus patrimônios, na função elaboração e comparação dos resultados obtidos

entre períodos analisados.

A contabilidade faz o registro metódico e ordenado dos negócios realizados

e a verificação sistemática dos resultados obtidos. Ela deve identificar, classificar

e anotar as operações da entidade e de todos os fatos que de alguma forma

afetam sua situação econômica, financeira e patrimonial.

Com esta acumulação de dados, convenientemente classificados, a

Contabilidade procura apresentar de forma ordenada, o histórico das atividades

da empresa, a interpretação dos resultados, e através de relatórios produzir as

informações que se fizerem precisas para o atendimento das diferentes

necessidades.

As finalidades fundamentais da Contabilidade referem-se à orientação da

administração das empresas no exercício de suas funções. Portanto a

Contabilidade é o controle e o planejamento de toda e qualquer entidade sócio-

econômica.

Controle: a administração através das informações contábeis, via relatórios

pode certificar-se na medida do possível, de que a organização está agindo em

conformidade com os planos e políticas determinados.

Planejamento: a informação contábil, principalmente no que se refere ao

estabelecimento de padrões e ao inter-relacionamento da Contabilidade e os

planos orçamentários, são de grande utilidade no planejamento empresarial, ou

seja, no processo de decisão sobre que curso de ação deverá ser tomado para o

futuro.

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A contabilidade ambiental é a contabilidade dos benefícios e prejuízos que

o desenvolvimento de um produto pode originar no meio ambiente. É um conjunto

de ações pensadas com vista ao desenvolvimento de um projeto, tendo em conta

a preservação do meio ambiente. Desde a última década que o tema da

contabilidade ambiental tem tido efeitos nomeados no:

a) Nível macroeconômico- utilizada para a expansão e

reorientação das Contas Nacionais ao nível do crescimento e

desenvolvimento de um país;

b) Nível microeconômico- aplicação quer como componente da

contabilidade financeira quer como ferramenta de gestão empresarial;

c) Nível interno da empresa- contabilização de custos e

proveitos decorrentes da atividade da empresa, ou seja, a avaliação dos

impactos ambientais da atividade da empresa. A contabilidade

ambiental pode desta forma, auxiliar os gestores na medida em que é

utilizada para demonstrar a responsabilidade ambiental da empresa,

através da utilização dos relatórios contábeis onde devem ser

evidenciados de forma fidedigna e transparente os fastos com o

controle ambiental.

Atualmente, os cuidados em relação ao meio ambiente são partes

integrantes das preocupações dos gestores, conseqüentemente a

contabilidade tende para uma mudança competitiva, onde assume e integra

aspectos econômicos operacionais e ambientais (Gonçalves e Heliodoro,

2005).

Conforme Silva 2009, a contabilidade não estava preparada para

registrar adequadamente o efeito econômico-financeiro, que essa nova

postura se tentar preservar o meio ambiente trouxe.

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Ribeiro 2005,afirma que a contabilidade ambiental não é uma nova

ciência, mas sim, uma segmentação da tradicional, já amplamente

conhecida. Ferreira 2003 ensina que é importante frisar que a contabilidade

ambiental não se refere a uma nova contabilidade, mas , a um conjunto de

informações que relatem adequadamente, em termos econômicos, as

ações de uma entidade que modifiquem seu patrimônio.

Mostrando as inovações agregadas na contabilidade ambiental, Tinoco e

Kraemer 2004, destacam associações a três temas:

Definição de custos, despesas operacionais e passivos

ambientais;

Forma de mensuração do passivo ambiental, com

destaque para o decorrente de ativos de vida longa;

Utilização intensiva de notas explicativas e divulgação

de relatórios ambientais padronizados no processo de

fornecimento de informações ao público.

O objetivo principal da contabilidade ambiental é o de criar condições para

cada grupo de usuários, sejam internos ou externos à organização, além de tornar

possível fazer previsões quanto ao comportamento futuro da mesma, levando-se

em conta os efeitos causados ao meio ambiente por essa entidade.

Como destaca Bergamini Júnior 2007, a contabilidade ambiental, a partir

da própria definição de contabilidade, é o registro do patrimônio ambiental de uma

organização.

A Contabilidade Ambiental, diferentemente da Contabilidade Financeira,

onde as empresas têm a obrigação de ter seus demonstrativos contábeis

divulgados, nem seja somente para fins fiscais, não é obrigatória para as

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empresas e só existirá se as empresas quiserem mostrar para a sociedade que

têm preocupações e compromissos com a preservação do meio ambiente.

O termo Contabilidade Ambiental tem muitos significados e usos. A

Contabilidade Ambiental pode integrar os sistemas de contabilidade nacional,

contabilidade financeira e gerencial. Este primeiro conceito incide sobre a

aplicação da contabilidade ambiental como uma ferramenta de contabilidade

gerencial para as decisões empresariais internas. Além disso, o termo custo

ambiental tem pelo menos duas dimensões principais: (1) pode se referir apenas

aos custos que impactam diretamente os resultados de uma empresa (custos

privados), ou (2) também pode abranger os custos dos indivíduos, da sociedade e

do meio ambiente, em empresas que não são socialmente responsáveis (custos

sociais). A discussão atual tem buscado dar mais atenção aos custos privados,

pois é aí que as empresas iniciam a implementação da Contabilidade Ambiental.

Igualmente, grande parte do conceito é aplicável aos custos sociais também.

Ribeiro (2005) destaca ainda que o desenvolvimento da Contabilidade

Ambiental seja resultado da necessidade de se oferecer informações adequadas

às características de uma gestão ambiental. Que ao se depararem com

problemas de gestão relativos ao meio ambiente, os gestores passaram a

requerer da contabilidade informações financeiras que os ajudassem nesse

trabalho e para os quais os contadores, de modo geral, não se encontravam

preparados.

Carvalho (2010) afirma que o marco teórico de inserção da Contabilidade

como ciência da sustentabilidade está contido no Capítulo 8, letra d, da Agenda

21, que conforme descreve Ferreira (2003, p. 14) trata “[...] da necessidade de

que países e organismos internacionais desenvolvam um sistema de

contabilidade que integre as questões sociais, ambientais e econômicas”.

Segundo a autora, embora o texto faça referência à contabilidade nacional, pode

ser aplicável à contabilidade das empresas, visto que aquela nada mais é que o

somatório dos eventos econômicos medidos sob o aspecto ecológico ocorridos

nas entidades.

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Por isto pode-se dizer que, mesmo em nível mundial, a Contabilidade

Ambiental é bastante incipiente, embora alguns autores citados por Ribeiro

(2005), como Chastain, Beams e Feertig, já tivessem, o primeiro em 1973 e os

dois últimos em 1974, destacado sua importância sob alguns aspectos. Os

principais deles estariam relacionados com os desafios para auxiliar na

administração e no fornecimento de dados para decisões que resultassem em

atividades econômicas e sociais, porém, de uma maneira parcial, sem uma visão

holística.

Com relação à evolução da Contabilidade Ambiental nos países, destaca-

se a Dinamarca, que, desde 1996, exige através de Lei (Green Accounts Acts) a

apresentação de relatório ambiental das empresas com atividades que impactam

o meio ambiente.

A Noruega promulgou em 1999 a Lei de Contabilidade Norueguesa, a qual,

dentre outros objetivos, estabelece que as empresas informem sobre seu

ambiente de trabalho e sua relação com o ambiente externo. As principais

informações são acerca do consumo de energia elétrica e matéria-prima,

produção de poluição, resíduos e riscos de acidentes, porém, desde 1989, aquele

país já exigia das empresas informações sobre o meio ambiente.

Deve-se reconhecer que a Organização das Nações Unidas (ONU) tem

sido um dos organismos internacionais que mais tem se preocupado com a

questão ambiental de um modo geral. Na área contábil, o destaque é para os

eventos e pesquisas promovidos através de seus comitês, como o Grupo

Intergovernamental de Especialistas em Padrões Internacionais de Contabilidade,

visando discutir e aprimorar as questões contábeis na área ambiental.

O International Accounting and Reporting Issues, elaborado em 1992 pela

ONU, (apud Ferreira, 2003, p. 73) teve recomendação final que “[...] a

contabilidade ambiental, tanto em nível macro como microeconômico, deveria

incluir na identificação de uma atividade, sua mensuração e comunicá-la ou

evidenciá-la”. A recomendação era a de inclusão de todos os custos, inclusive os

ambientais.

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Em 1995, durante a 13. ◦ sessão do anteriormente citado Grupo

Intergovernamental de Especialistas em Padrões Internacionais de Contabilidade

(apud Ferreira, 2003, p. 75-77), foi apresentada uma pesquisa realizada em 55

países sobre a forma como a questão ambiental era tratada, nesses países, com

relação aos aspectos legais e contábeis. O resultado, que também confirma a

insipiência do tema em nível internacional, foi que, na Bulgária, desde 1992, a

contabilidade ambiental faz parte da contabilidade oficial das empresas que

demonstram, através de relatórios à parte, os custos com a proteção do meio

ambiente, as taxas pagas pelo direito de poluir e os custos de contingências pela

degradação.

A França tem desenvolvido um balanço patrimonial ecológico que faz uma

relação entre as informações prestadas por cada empresa (relacionadas com

ações de redução de poluição, reciclagem, redução do consumo de energia e

matéria-prima e outros custos) e o meio ambiente. Na Itália está em fase de

introdução uma contabilidade para o desenvolvimento sustentável.

Na Holanda, embora não haja uma obrigatoriedade relacionada com os

registros contábeis, geralmente as empresas demonstram os riscos ambientais,

impactos ambientais e os esforços em reduzí-los. Nos Estados Unidos, os

registros de contingências, custos de remoção de asbestos (amianto) e outras

despesas são 32 feitos, inclusive as ambientais, porém, restritas àqueles gastos

relativos a operações já realizadas.

Gray et al. (1993), destaca que a ausência de registro de fatos ambientais

elaborados tradicionalmente pela Contabilidade ocasiona um conflito entre os

relatórios contábeis e o meio ambiente, por não contemplarem variáveis

ambientais, somente variáveis econômico-financeiras.

No Brasil, o marco teórico referente à Contabilidade Ambiental foi à edição,

em 1996, da NPA 11 – Balanço e Ecologia pelo Instituto Brasileiro de

Contabilidade (IBRACON), a qual tem como objetivo estabelecer os liames entre

a Contabilidade e o Meio Ambiente. No referido pronunciamento é recomendada a

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adoção de processos de gestão ambiental pelas empresas, o que deve implicar

em registros específicos dos Ativos e Passivos Ambientais. Recomenda também

a apresentação dos elementos patrimoniais sob títulos e subtítulos específicos

nas demonstrações contábeis.

Tinoco e Kraemer (2004) argumentam que somente com a finalização do

relatório financeiro e contábil sobre o passivo e custos ambientais pelo Grupo de

Trabalho Intergovernamental das Nações Unidas de Especialistas em Padrões

Internacionais de Contabilidade e Relatórios (United Nations Intergovernmental

Working Groups of Expert on International Standards of Accounting and Reporting

– ISAR), ocorrida em 1998, a Contabilidade Ambiental passou a ter o status de

novo ramo da ciência contábil.

A busca por padronização internacional nas práticas de auditoria, com o

objetivo de verificar o desempenho ambiental relatado nas demonstrações

contábeis, vem sendo o objetivo do Comitê Internacional de Práticas de Auditoria

(International Auditing Practices Committe – IAPC).

Na área acadêmica, principalmente a partir de 2003, alguns autores

passam a discorrer sobre o tema. No mesmo ano, destaca-se que foi arquivado

no Congresso Nacional o Projeto de Lei 1.254/03, que alterava a Lei 6.938/81, Lei

de Política 33 Nacional do Meio Ambiente e dispunha sobre auditorias ambientais

e a contabilidade de ativos e passivos ambientais.

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) editou, em 19.08.2004, a

Resolução N.◦ 1.003, que aprova a NBC T 15 – Informações de Natureza Social e

Ambiental.

Essa norma estabelece procedimentos para a evidenciação de informações

de natureza social e ambiental e cria uma demonstração chamada Demonstração

de Informações de Natureza Social e Ambiental (DINSA), que deve apresentar

dados e informações de natureza social e ambiental da entidade, extraídos ou

não da contabilidade.

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Deste modo, a norma abre a possibilidade de uma noção equivocada de

que informações ambientais podem ser dissociadas das informações contábeis,

como algo que pode isoladamente refletir o patrimônio da entidade.

A contabilidade ambiental tem o objetivo de registrar as transações da

empresa que impactam o meio ambiente e os efeitos das mesmas que afetam, ou

deveriam afetar a posição econômica e financeira dos negócios da empresa,

devendo assegurar os custos, os ativos e os passivos ambientais estejam

contabilizados de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade, e que

o desempenho ambiental tenha a ampla transparência de que os usuários da

informação contábil.

A importância da contabilidade ambiental começou a vigorar quando os

problemas ambientais passaram a preocupar os gestores, e a sociedade, devido

à necessidade de mais informações objetivas sobre o meio ambiente.

A contabilidade ambiental pode ser utilizada desde pequenas até grandes

empresas, abrangendo quase todos os setores da indústria, seja na fabricação ou

mesmo na prestação de serviços. Pode ser aplicada em pequena ou larga escala,

de forma básica ou sistemática. O seu conceito pode refletir os objetivos e

necessidades da empresa. No entanto, como em qualquer negócio, o apoio da

alta direção são diferenciais, o apoio da alta direção são diferenciais essenciais

para a implementação da contabilidade, mas por qual razão?

A contabilidade ambiental pode implicar uma nova forma de olhar para um

custo ambiental, alterando formas de desempenho e a tomada de decisão. O

compromisso da alta gestão pode definir um tom positivo, articulando incentivos

para que a organização adote a contabilidade ambiental.

Para que não haja uma inquietação perante as mudanças, tendo em vista

que a contabilidade não deve ser encarada como um problema, e as informações

necessárias são divididos entre todos os grupos da empresa, todos os

colaboradores envolvidos precisam de canais abertos e diretos para

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disseminação rápida da informação, mostrando sempre a visão dessa realidade

de forma clara e transparente.

Os custos do desempenho ambiental merecem uma atenção especial,

pelos seguintes motivos.

Muitos dos custos ambientais podem ser significativamente reduzidos ou

eliminados, com base em decisões focadas no resultado da empresa e vão

desde mudanças nos serviços de limpeza, em questões operacionais até o

investimento em processo de tecnologia mais ecológicos, resenho de

processos nas linhas de produção, (exemplo: perda de matérias-primas).

Muitas empresas descobriram que os custos ambientais podem ser

compensados pela geração de receitas, através da venda de resíduos de

produtos ou certificado de poluição negociáveis e no licenciamento em

mecanismos de desenvolvimento limpo.

Uma melhor gestão dos custos ambientais pode resultar em benefícios,

gerando um melhor desempenho ambiental, significativo avanços para a

saúde humana, bem como para a própria imagem da empresa.

Entender os custos ambientais no desempenho de processos e produtos

pode determinar mais precisamente o custo e formação dos preços de

venda, auxiliando as empresas na elaboração de processos produtivos

ambientalmente mais corretos e modernos, fornecendo assim, produtos e

serviços para um futuro socialmente responsável.

As vantagens em benefícios do mercado consumidor resultarão em

processos, produtos e serviços que poderão ser demandados em virtude

da responsabilidade social apresentada pelas empresas.

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A contabilidade ambiental pode assumir um papel estratégico na medida

em que a adoção de políticas pró-ativas, podem se tornar mais evidentes

quando se dispõe de um sistema desta natureza.

O desenvolvimento dos sistemas de contabilidade ambiental, numa

empresa deve-se, seguindo Schalteggar e Burrit 2002, a dois fatores:

A pressão exercida pelos stakeholders- a existência deste sistema permite

um maior controle, e evidenciação das responsabilidades no desempenho

ambiental da empresa.

A importância econômica dos custos ambientais- o aumento significativo

resultante da evolução da política ambiental e do conhecimento científico

necessário na área do meio ambiente.

Assim sendo, um sistema de contabilidade ambiental, pode ser, considerado

um importante instrumento de gestão uma vez que facilita a integração dos

aspectos ambientais na estratégia da empresa e na cadeia de decisão

operacional.

A principal contribuição da contabilidade ambiental é oferecer mais

informações aos investidores.

Desta forma, facilita as decisões relativas a atitude ambiental da empresa a

partir da seleção de indicadores e da avaliação das informações relativas ao

desempenho ambiental da empresa. (Gonsalves e Heliodoro, 2005).

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6. INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO

O investimento social privado é uma das várias particularidades da

responsabilidade social. As empresas cada vez mais têm investido recursos em

projetos sociais e há uma maior demanda por resultados concretos.

O investimento social privado é de uso voluntário e planejado dos recursos

privados, em projetos de interesse público. Ao contrário de que muitos pensam o

investimento social não deve ser equivocados com assistencialismo.

Como em qualquer investimento, as pessoas físicas ou jurídicas que financiam

projetos de cunho social têm o intuito de aferir os resultados alcançados. Há,

portanto, a preocupação em se gerar um retorno positivo à sociedade, de forma

que o monitoramento das atividades desempenhadas seja constante e envolva

uma equipe de profissionais, tais como assistentes sociais, pedagogos e

educadores. Isto leva ao crescimento e maior profissionalização do “terceiro setor”

frente às dificuldades dos setores públicos e privado no combate às mazelas

sociais do país.

Em estudo realizado pelo Grupo de Instituições, Fundações e Empresas

(GIFE), constatou-se que 79% dos associados ao GIFE, realizaram de alguma

forma de plano estratégico para guiar sua atuação social, sendo que 91,7% dos

48 associados pesquisados realizam regulares avaliações de resultados

(Investimento Social Privado no Brasil, 2000).

Algumas referências interessantes:

Grupo de Instituições, Fundações e Empresas (GIFE). O GIFE baseia

sua atuação no fortalecimento do terceiro setor (especialmente das organizações

sociais de origem empresarial) no desenvolvimento de políticas públicas e nas

ações de seus associados, que vêm criando e aperfeiçoando suas práticas e

tecnologia de investimento social privado.

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Banco de Tecnologias Sociais. Programa voltado para a disseminação

de tecnologias de baixo custo e fácil aplicação para problemas sociais nas áreas

de alimentação, demanda de água, renda, energia, saúde, educação e meio

ambiente. O Banco é uma base de dados contendo informações sobre

tecnologias cadastradas através do Prêmio Fundação Banco do Brasil de

Tecnologia Social que, em sua primeira edição, certificou 128 ''soluções sociais''.

Council on Foundations. O Council on Foundations (COF) é referência

internacional no tocante aos requisitos mínimos para fundações. O site oferece

respostas práticas para empresas interessadas em montar fundações

filantrópicas, além de organizar eventos e seminários sobre o tema.

Certificação sócio-ambiental

No intuito de estimular a responsabilidade social empresarial, uma série de

instrumentos de certificações foram criados nos últimos anos.

De um modo cada vez mais competitivo, empresas vêem vantagens

competitivas em adquirir certificações que atestem a boa prática empresarial. A

pressão por produtos e serviços socialmente corretos faz com que empresas

adotem processos de formulação interna para se adaptar às normas impostas

pelas entidades certificadoras.

Entre algumas das certificações mais desejadas atualmente:

Selo Empresa Amiga da Criança. Selo criado pela Fundação Abrinq para

empresas que não utilizem mão-de-obra infantil e contribuam para a

melhoria das condições de vida de crianças e adolescentes.

ISO 14000. O ISO 14000 é apenas mais uma das certificações criadas pela

International Organization for Standardization (ISO). O ISO 14000, parente

do ISO 9000, dá destaque às ações ambientais da empresa merecedora

da certificação.

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AA1000. O AA1000 foi criada em 1996 pelo Institute of Social and Ethical

Accountability. Esta certificação de cunho social enfoca principalmente a

relação da empresa com seus diversos parceiros, ou “stakeholders”. Uma

de suas principais características é o cárater evolutivo já que é uma

avaliação regular (anual).

SA8000. A “Social Accountability 8000” é uma das normas internacionais

mais conhecidas. Criada em 1997 pelo Council on Economic Priorities

Accreditation Agency (CEPAA), o SA8000 enfoca, primordialmente,

relações trabalhistas e visa assegurar que não existam ações anti-sociais

ao longo da cadeia produtiva, como trabalho infantil, trabalho escravo ou

discriminação.

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7. CONCLUSÃO

A preocupação com o meio ambiente tem apresentado uma dinâmica

diferenciada nas organizações e nas nações nas quais estas se encontram. O

mercado não mais aceita o descanso no tratamento dos recursos naturais. Os

consumidores estão interessados em produtos limpos. A legislação torna-se mais

rígida, imputando sanções aos infratores, obrigando as empresas encarar com

seriedade e responsabilidade a variável ambiental em sua estratégia operacional.

Os grandes problemas que surgem entre a relação da sociedade com o

meio ambiente são densos, complexos e altamente inter-relacionados e, portanto,

para serem entendidos e compreendidos nas proximidades de sua totalidade,

precisam ser observados numa ótica mais ampla.

Adequar-se às exigências ambientais dos mercados, governos e

sociedade, apesar de levar a empresa a despender um montante considerável,

traz benefícios financeiros e vantagens competitivas.

A responsabilidade social não é um modismo e sim uma realidade no

contexto empresarial, que acarreta alterações gradativas de comportamentos e de

valores nas organizações, devendo estar presente nas decisões de seus

administradores e balizar seu relacionamento com a sociedade.

Portanto, verifica-se que a sociedade é que dá permissão para a

continuidade da empresa, os detentores de recursos não querem arriscar

indefinidamente seus patrimônios em companhias que se recusem a tomar

medidas preventivas na área social e ambiental. Posição semelhante assume os

consumidores.

A contabilidade não pode ficar fechada à escrituração e mensurações

quantitativas do patrimônio da empresa. Ela deve estar aberta a evolução

tecnológica e às mudanças rápidas do mundo moderno. Estar presente na luta

pela preservação ambiental natural, criando modelos contábeis eficazes e

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orientando o empresário na aplicação destes modelos para satisfazer com

eficácia as necessidades do meio ambiente natural.

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8. BIBLIOGRAFIA

FERREIRA, A. C. de S.. Contabilidade Ambiental: Uma informação para o

desenvolvimento sustentável. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

GARDENIA MARIA BRAGA DE CARVALHO: Contabilidade Ambiental Teoria e

Pratica 2a Edição Ed Juruá 2009.

RIBEIRO, M. de S.. Contabilidade Ambiental. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

TINOCO, J. E. P.; KRAEMER, M. E. P. Contabilidade e gestão ambiental. 3º ed.

São Paulo:Atlas, 2011.

WERNKE, Rodney. Custos ambientais: uma abordagem teórica com ênfase na

obtenção de vantagem competitiva. Revista de Contabilidade do Conselho

Regional de São Paulo. São Paulo – SP: ano 5, nº 15, p. 40-49, mar. 2001.